Encarnação - A Manifestação de Deus

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ENCARNAO A MANIFESTAO DE DEUS2Encarnao A Manifestao de DeusE o Verbo se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria, glria como do unignito do Pai. Jo.1.14Ttulo: Encarnao A Manifestao de DeusTema: As Verdades Essenciais da EncarnaoTexto: Joo 1.14Proposio: Existem grandes verdades na doutrina da Encarnao de Cristo que devem ser motivadoras de nosso trabalho ministerial. Entendendo que estas verdades so essencialmente bsicas a Proclamao do Evangelho.Frase de Transio: E na Encarnao nos so reveladas algumas verdades essenciais para a nossa vida cristPalavra-Chave: VerdadeExrdio:UConta-se que Sadur Sudar Sinhg, imortalizado por Boanerges Ribeiro como o Apstolo dos Ps Sangrentos, estava numa de suas caminhadas de reflexo, quando sua sobra projetou-se sobre um formigueiro, de modo que as formigas que se encontravam ali ficaram alvoroadas. UDa ele pensou que para acalmar aquelas formigas seria necessrio que ele falasse a lngua delas, porm refletindo nisto ele concluiu que seria mais assustador ainda um homem falando o Formigus. Ento ele concluiu que no bastava apenas falar a mesma lngua daquelas formigas, era necessrio que ele se tornasse uma formiga, de modo a entender os seus costumes e a sua maneira de viver para que ai ento pudesse claramente comunicar-se com ela e acalm-las.UFT.: Esta concluso final de Sudar Sinhg, foi a mesma concluso que Deus chegou em relao a humanidade que, igual quelas formigas, estava sem rumo. E sobre isto que trata o texto que lemos. Narrativa:UJoo aparece romper com a metodologia utilizada pelos outros Evangelistas. Ele no se prope a narrar todos os milagres e sinais realizados por Jesus. Ele no se preocupa em dar nfase as parbolas como os outros. Contudo, ele parece selecionar aquilo que lhe serviria melhor no desenvolvimento do seu tema. UA temtica que Joo desenvolve em sua obra encontrada no Prlogo, que uma antecipao deste tema, que : A Divindade de Jesus. Com este tema, Joo intencionava que sua naprativa produzisse ou fortalecesse a f nos coraes dos seus leitores (Jo.20.30-31). UPortanto, Joo procurou, em seu Evangelho, aprofundar-se no mistrio que envolve a pessoa de Jesus, demonstrando que as sua atitudes, os seus milagres e sinais no tinham valor em si mesmos, mas que a importncia maior estava na pessoa de Jesus.UEle inicia seu prlogo dizendo: No princpio era o Logos. O que lana a existncia de Jesus para o momento da Criao do Universo, e no para a Noite de Belm. UNo entanto devemos deixar claro que o pano-de-fundo usado no grego, como muitos pensam, mas judaico. O termo logoj um simples disfarce para o termo hebraico rfbfD.A expresso Palavra do Senhor (hfwh:y-rab:D) indica Deus em ao, em especial na criao, na revelao e na salvao. O Logos o agente da Criao, muitas vezes identificado com a Torah, que segundo o entendimento judaico era preexistente, e estava com Deus antes mesmo da Criao.UJoo est dizendo que o personagem de seu evangelho j existia (era) no momento em que Deus intencionou criar o Universo. No que ele fosse o pice da criao, mas que ele estava com Deus e mesmo foi o agente desta criao. E isto no quer dizer que ele estava ao lado, mas que o Logos, era por espcie Deus. UE no pice deste argumento existencial sobre o Logos, Joo diz: E o Verbo se fez carne. O Ser que estava e que era Deus agora est entre ns. A Expresso Mxima de Deus se revelou a humanidade. Ele se humilha e desce at ns. Isto Encarnao.UFT.: E na Encarnao nos so reveladas algumas verdades essenciais para a nossa vida crist:91.A Encarnao Identificacional UO Verbo se fez carne . Esta a primeira verdade que encontramos neste texto.UJoo inicia o pice do seu prlogo dizendo que o Verbo se fez carne . O termo usado por Joo (egeneto) que traduzido por se fez. Este verbo nos d a idia, entre as suas outras possibilidades, de assumir uma nova condio sem abandonar a anterior.UPortanto, o que o apstolo est dizendo que o Logos Divino no simplesmente assumiu uma aparncia, como pretendia o Docetismo de sua poca, mas realmente que ele assumiu uma nova condio que no lhe era peculiar. Era algo que ele nunca havia experimentado em sua existncia eterna at ento.UMas qual foi a condio assumida pelo verbo? A condio assumida pelo Verbo foi na nossa humanidade. Joo usa o termo (sarc). Esta palavra pode ser traduzida simplesmente como carne, como de fato acontece em nossa verso. Entretanto, sarc no se refere apenas ao corpo humano, mas tambm a totalidade da natureza humana.UCristo no assumiu apenas uma capa carnal. Ele no se apossou apenas de um corpo. Mas ele assumiu a nossa natureza. Ele assumiu um corpo e uma alma humana. Em Jesus a natureza humana e divina coexistem numa nica pessoa, sem mistura, sem modificao, sem diviso e sem separao como nos prescreve a Frmula de Calcednia. Assim como temos esta estrutura, corpo e alma, em nossa natureza, igualmente Jesus a tem. Isto Identificao. UAssumindo a nossa natureza, Jesus passa a experimentar coisas que so comuns aos homens. A partir deste momento, ele experimenta a dores que nos so comuns, a fragilidade do nosso corpo, as nossas tristezas, decepes e frustraes, bem como nossas alegrias e realizaes. E de forma aterradora ele experimenta a morte. Deus se fez um de ns em Cristo.UPor que Cristo assumiu a nossa Natureza? A resposta a esta questo pode ser dada por Atansio, bispo de Alexandria, o maior defensor da Divindade de Cristo e posteriormente da ortodoxia de Nicia. Ele diz que Cristo tornou-se o que somos para fazer de ns o que ele .UDevemos ter em mente que, na Queda, um grande abismo foi criado entre Deus e o abominvel ser em que se tornou o homem. E com isto estvamos eternamente separados de Deus. Mas Cristo se sujeitou a ser o nosso igual, para se tornar ao mesmo tempo o nico e possvel mediador entre Deus e a humanidade cada (1Tm.2.5), e desta forma nos reconduzir ao Pai.UQuando lano mo das palavras de Atansio, estou dizendo, como creio ter sido a sua inteno, no que nos tornaremos deuses, mas em Cristo teremos a nossa natureza corrompida transformada sua semelhana, como muito bem nos esclarece o apstolo Paulo (Rm.8.29): Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos irmos.UO que Paulo est dizendo que o desejo do corao do Pai, ao nos eleger, era que fossemos como o seu eterno Filho, o nosso irmo mais velho. Ao se encarnar e nos proporcionar a remisso dos nossos pecados, atravs do Calvrio, fomos capacitados a imit-lo em nossas vidas (1Co.11.1).UEsta verdade nos traz ESPERANA. Esperana de que o que foi feito em ns, atravs desta Identificao, est assegurada: Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele (1Jo.3.2).UPodemos, ento, olhar para frente e, a despeito do que nos possa sobrevir, continuar marchando no caminho que j nos foi preparado. Certos que nada mudar o que j nos foi preparado mais ainda no se manifestou. UFT.: E se Cristo identificou-se conosco na encarnao, ele no o fez mantendo-se intocvel da multido que o cercava, mas na Encarnao o Verbo tambm de Deus se relacionou com o homem.2.A Encarnao RelacionalUO evangelista Joo continua a descrevendo a Encarnao do Verbo, nas seguintes palavras: e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade. Nesta segunda frase, Joo utiliza o verbo (e)skh/nwsen), que significa morar, estabelecer residncia.UBem diferente do que muitos pressupes, tabernacular no pode ser entendido como uma moradia temporria, pelo simples fato de sua idia original descrever a habitao em tendas. Caso admitamos esta possibilidade, estaremos muito prximos de professarmos uma idia docetista, ou seja, depois da cruz Cristo abandonou seu corpo. UMesmo porque o Tabernculo no traz consigo a idia de habitao temporria, e sim a idia da presena permanente de Deus entre o seu Povo (Ex..25.8; 29.45). Deus tinha a sua residncia fixa no Tabernculo, o que na verdade era temporrio era o local onde era montada, e no a estrutura da tenda. Sempre que o povo armava suas tendas, o Tabernculo era armado entre eles. Sempre que o povo caminhava, Deus caminhava (Nm.918). Isto Relacionamento.UE quando Cristo assumiu a nossa natureza, encarnando-se, ele estava de forma definitiva cumprindo um dos aspectos do Pacto, ou seja, estar entre ns. Porei o meu tabernculo no meio de vs, e a minha alma no vos aborrecer. Andarei entre vs e serei o vosso Deus, e vs sereis o meu povo (Lv.26.11-12). E esta promessa se caracteriza juntamente pela reciprocidade da expresso andarei, que no hebraico nos d a idia de uma ao intensa e recproca.UE ao final de seu ministrio, pouco antes de retornar para junto do Pai, uma nova promessa acerca desta presena nos foi feita: E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo(Mt.28.20). Em outras palavras: Prestem ateno, eu mesmo estarei convosco dia aps dia at o final. Independentemente das circunstancias, dos problemas e das tribulaes, Cristo estar entre ns, o que de fato tem acontecido atravs do seu Esprito Santo (Jo.14.16).UEsta verdade nos traz CONSOLO. Sim, Consolo! Embora deixados ss, como crianas rfs num mundo frio e hostil, os discpulos no deveriam pensar que estivessem abandonados. O Verbo no se encarnou e habitou entre ns e se tornou o Emanuel, apenas no curto perodo em que estivesse neste mundo, mas se tornou para sempre.UNo importa o que acontea jamais estaremos sozinhos. No importante o tamanho da barreira que nos oponha ou das lutas que nos alcance, jamais as enfrentaremos sem que o Senhor esteja ao nosso lado. Mesmo que parea, ele no nos deixou rfos.UO Consolo que nos advm desta Verdade to presente hoje como foi na vida dos Apstolos. Eles acreditaram que todo aquele relacionamento que houve entre eles e o Mestre no terminou naquele monte da Galilia, e esta verdade os possibilitou a aceitar as dificuldades dos seus ministrios, estava verdade os consolou nos momentos que antecederam ao supremo testemunho, o martrio, que muitos deles sofreram, pois o se Senhor jamais os abandonaria (Hb.13.5). UE hoje, somos consolados pelas mesmas palavras. Da mesma forma que Jesus prometeu estar com eles, ele tambm estar conosco sendo Emanuel. Podemos caminhar tranqilos pelas campinas ou pelos vales, ele sempre estar conosco.UFT.: Portanto, se Cristo se manifestou, estando entre ns, podemos afirmar que sua presena foi Factual. 3.A Encarnao FactualUO apstolo Joo, partindo para a concluso deste versculo, usa o verbo (qea/omai), que traduzido por ver, mas que possui o sentido de algum que est observando um acontecimento real, passvel de posterior testemunho. UOs verbos anteriormente usados esto relacionados s aes do Verbo, mas (qea/omai) a contemplao do que fora realizado por ele. E neste caso, a ao de ver no realizada pelo Logos, mas pelo apstolo e seus demais companheiros, os quais se tornaram testemunhas destes acontecimentos.UJoo usa este verbo afim de destacar a observao da vida histrica de Jesus, de maneira a reconhecer nele a qualidade divina, obtendo, assim, o conhecimento dele que a verdadeira viso de Deus(F.F. Bruce). Mas que qualidade divina era esta, que foi contemplada? bvio, a sua Glria.UNo perodo em que Jesus exerceu o seu ministrio, uma grande multido o seguia. Ricos e Pobres, Grande e Pequenos, Sbios e Incultos. Todos os nveis intelectuais e socais estavam entres os que o acompanhava. Da mesma forma, muitas eram as concluses que estes chegavam: Est possesso (Mc.3.22); Est fora de si (Mc.3.21); um gluto e beberro (Mt.11.19). Mas seus discpulos viram a sua Glria.UGlria essencialmente o que Deus e Faz. Alguns afirmam que a expresso mxima do conjunto de seus atributos, sendo, portanto, a auto-manifestao do seu Ser. Esta manifestao se expressa intensamente na pessoa de Cristo, o qual o resplendor da glria e a expresso exata do Ser de Deus (Hb.1.3).UEm outras palavras, o que foi observado pelos apstolos e por tantos outros que viram esta glria em Cristo, foi o mesmo fato observado pelo povo na Consagrao do Tabernculo e do Templo em Jerusalm. A Glria de Deus estava definitivamente revelada em Cristo. UEstava glria, vista por Joo, era exibida nos atos e no carter de Jesus, atravs da manifestao da sua graa e verdade, que podem muito bem ser a traduo para o grego de misericrdia e bondade (Ex.34.5-6). Atributos estes que se encontram extremamente ligados Graa Salvadora, qual nos dada atravs do exerccio do Ofcio Sacerdotal de Cristo, o Autor da nossa Salvao (Hb.5.9).UJoo contemplou todas estas coisas e outras mais incrveis ainda, assim como os demais apstolos e discpulos annimos. Porm, mais importante do que simplesmente observar estas Verdades Factuais, estes homens se dispuseram em ser testemunhas de tais acontecimentos. O que era desde o princpio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos prprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mos apalparam, com respeito ao Verbo da vida, o que temos visto e ouvido anunciamos tambm a vs outros, para que vs, igualmente, mantenhais comunho conosco (1Jo.1.1,3).UA F Crist, a f que professamos, no um apanhado de conceito filosficos. A nossa F no repousa sobre grandiosas idias de algumas personalidades, mas sobre o testemunho coincidentes de mensageiros autorizados. UEsta verdade nos traz CONVICO. Convico de que a nossa f no um salto no escuro. Convico de que ela no est baseada em especulaes filosficas ou mesmo em conceitos mitolgicos, que nos trazem lies aplicveis em nossa existncia, mas que se baseia na historicidade da vida de um Homem, que era tambm Deus. UO Deus que se tornou homem para nos mostrar o caminho at ele e nos dar a segurana de que a nossa f no est alicerada sobre o charco das concepes humanas, mas sim sobre o profundo alicerce da sua Auto-Revelao.UA Convico de que da mesma forma que ele foi contemplado, no passado, refletindo a Glria de Deus, assim como expressando a sua Graa e Verdade, tambm o veremos. E para sempre estaremos reunidos a Ele.ConclusoUDiante destas verdades alguns questionamentos vem ao nosso encontro. Qual deve ser a nossa atitude diante do que foi apresentado? O que elas exigem de ns? Como devemos responder a esta mensagem proclamada? USer a nossa resposta a mesma de Pedro, aps contemplar a Glria de Cristo no Monte da Transfigurao: Mestre, bom estarmos aqui; ento, faamos trs tendas (Lc.9.33). Noutras palavras: Vamos ficar aqui, vamos ficar contemplando toda esta maravilha. UNo haveria nada de errado na resposta de Pedro, se no fosse a grande multido (Lc.937) que tambm precisava de contemplar a glria de Cristo. UAssim, tambm acontecesse conosco. Ns conhecemos estas verdades, ns experimentamos o bem que estas verdades fazem a nossa existncia. Ns nos aconchegamos na delcia que so estas verdades. E to grande o nosso xtase que no queremos deix-las. Para com isso, gente! Vamos olhar para baixo! UQuantos so os Eleitos de Deus que esto por este mundo, precisando de ouvir estas verdades, para poderem juntamente conosco invocar o nome do Senhor? Sem esta de que isto est no tempo de Deus. A proclamao destas verdades deve ser em tempo oportuno ou no (2Tm.4.2). UE alm do mais estas verdades no foram reveladas para que fossem novamente ocultadas, pelo contrrio, nossa obrigao dar testemunho delas a todos os homens. E estas mesmas Verdades sero a nossa maior motivao no desempenho do Ministrio Pastoral.UPortanto, a nica resposta que podemos dar, como pregadores da palavra e futuros pastores, esta: levantar de onde estamos, olhar para os campos embranquecidos e, apegados a estas Verdades, partir anunciar a grande mensagem: E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria, glria como do unignito do Pai.Sdg