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AGRONEGÓCIOS O LIBERAL 69 ABRIL2016 Hora de atrair investimentos ENCARTADO EM O LIBERAL PARÁ AGROMINERAL ABRILMAIOJUNHO2016 PECUÁRIA PRODUÇÃO DE QUALIDADE PECUÁRIA PRODUÇÃO DE QUALIDADE EXPORTAÇÃO AÇAÍ GANHA O MUNDO EXPORTAÇÃO AÇAÍ GANHA O MUNDO O plano estratégico do Governo do Estado para os próximos anos dinamiza a economia com a consolidação de novos negócios e melhora os indicadores sociais com base na sustentabilidade O plano estratégico do Governo do Estado para os próximos anos dinamiza a economia com a consolidação de novos negócios e melhora os indicadores sociais com base na sustentabilidade PARÁ 2030

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AGRONEGÓCIOS O LIBERAL 69 ABRIL2016

Hora de atrair investimentos

ENCARTADO EM O LIBERAL PA RÁ AGROMINERAL

ABRILMAIOJUNHO2016

PECUÁRIAPRODUÇÃODE QUALIDADE

PECUÁRIAPRODUÇÃODE QUALIDADE

EXPORTAÇÃOAÇAÍ GANHAO MUNDO

EXPORTAÇÃOAÇAÍ GANHAO MUNDO

O plano estratégico do Governo do Estado para os próximos anos dinamiza a economia com a consolidação de novos negócios e melhora os indicadores sociais com base na sustentabilidade

O plano estratégico do Governo do Estado para os próximos anos dinamiza a economia com a consolidação de novos negócios e melhora os indicadores sociais com base na sustentabilidade

PARÁ 2030

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5ANOS

Programa Municípios Verdes ajuda a desenvolver o Estado conservando a floresta em pé

Ecodesenvolvimento, economia verde e res-ponsabilidade socioambiental. Essas expressões se popularizaram e correram o mundo no final do século XX, graças a eventos pontuais pro-movidos pelas Nações Unidas que marcaram a agenda ambiental do planeta: a Conferência de Estocolmo, ocorrida em 1972, na capital sueca; e a Eco-92, também chamada Rio-92, realizada no Rio de Janeiro. Após um intenso período de incorporação do conceito aos debates sobre a temática e com o alerta do esgotamento de re-cursos naturais da fauna e flora na Amazônia, notadamente, a economia passou a clamar por um novo modelo de desenvolvimento, moderno e pautado em práticas sustentáveis.

No Pará, que abriga cerca de 30% do bioma amazônico – correspondente a pouco mais de 1 milhão de quilômetros quadrados de floresta, a estratégia não poderia ser diferente. Conside-

rando que desenvolvimento sustentável consis-te em um conjunto de processos produtivos e as negociações resultantes dessas atividades na economia de uma determinada região, ao longo dos últimos anos, o Pará viveu algumas fases des-te modelo de crescimento, com a chegada do Pro-grama Municípios Verdes, em março de 2011.

“Primeiro, nós vivemos um período de com-bate intenso ao desmatamento e às atividades ilegais. Como articulador das estratégias de de-senvolvimento do Estado, o PMV passou para uma fase de incentivo à regularização ambien-tal, importante para os municípios e, é claro, para os produtores rurais de grande e pequeno porte”, explica o secretário extraordinário do PMV, Justiniano Netto.

Em 2016, cinco anos depois de sua criação e de acordo com a construção do planejamento estratégico do Pará 2030, projeto estadual que

SUSTENTABILIDADE

COMBATE AOSDESMATADORES Justiniano Netto, secretário extraordiná-rio do PMV, afirma que é preciso incenti-var a prática da regu-larização ambiental entre os produtores rurais do Estado

É O TEMPO DE EXISTÊNCIA Programa Municípios Verdes, iniciativa que tem freado o desmatamento ilegal no Pará, em muni-cípios como Canaã dos Carajás, no sudeste do Estado (foto acima)

TEXTO NATÁLIA MELLO E NAIANA GABY

PELA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL CARLOS SODRÉ / AGÊNCIA PARÁ

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visa ao direcionamento dos rumos do de-senvolvimento econômico do Estado pelos próximos 15 anos, o PMV venceu mais uma etapa e chega à sua fase 3.0.

“O momento é de reforçar que atividade ilegal não gera riqueza para o município, en-tão é preciso fazer Cadastro Ambiental Rural (CAR), é preciso da Licença de Atividade Rural (LAR), é preciso aderir ao Programa de Regu-larização Ambiental (PRA). A partir daí, vamos trabalhar com esses municípios para preen-cher o vácuo que, muitas vezes, o combate ao desmatamento deixa, e reativar a economia lo-cal, fortalecendo o eixo econômico com base em atividades sustentáveis”, diz Justiniano.

REGULARIZAÇÃORecentemente, a Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) implementou efetivamente, de forma pionei-ra no Brasil, o Programa de Regularização Ambiental, durante a caravana realizada no município de Marabá, no sudeste paraense. O programa visa à promoção da regulariza-ção ambiental de posses e propriedades ru-rais em que haja degradação ou alterações ambientais (impactos que precisam ser com-pensados) envolvendo áreas de preservação permanente (APPs) ou reservas legais (RLs).

A intenção é reforçar procedimentos de re-cuperação florestal de forma ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamen-te viável. Mesmo não sendo obrigatório, o pro-grama é recomendável, já que traz benefícios para os produtores e proprietários, como a avaliação da melhor forma de desenvolvi-mento econômico para a terra, respeitando os princípios da sustentabilidade e certificações legais. Além disso, os proprietários que aderi-rem ao programa poderão ter suas ações pu-nitivas suspensas, já que estarão assinando um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) com objetivo de efetivar a regularização ambiental.

“A estruturação dos municípios é essencial para que os processos sejam realizados nas pró-prias secretarias de Meio Ambiente, além de dar celeridade aos procedimentos, incentivando o desenvolvimento sustentável”, avalia o titular da Semas, Luiz Fernandes, reforçando que equi-pes das Diretorias de Educação, Ordenamento e Descentralização; e de Geotecnologias, vincula-das à Semas, atuam diretamente com a imple-mentação do PRA e aumento do CAR.

NO AGRONEGÓCIOA lavoura de milho e arroz do produtor Ger-

son Barbosa, em Dom Eliseu, no sudeste do Pará, avançou com a presteza de um ponteiro de reló-gio nas últimas décadas. Aos 46 anos, o pequeno

CADASTROOs passos para a regularização ambiental

1 Cadastro Ambiental Rural (CAR)- Obrigação do Código Florestal Brasileiro- Porta de entrada para a regularização ambiental e fundiária- Apoio ao cadastramento por vários órgãos públicos e privados (Emater, Semas, Progra-ma Municípios Verdes, Sindicatos, Associa-ções e ONGs)- Exigido por bancos para fornecimento de crédito- Facilita acesso do produto ao mercado- Para mais informações sobre o CAR, aces-se http://www.semas.pa.gov.br/servicos/car/

2 Licença de Atividade Rural (LAR)- Exigida pelo Decreto Estadual 216/2011- Isenção até 4 Módulos Fiscais (MF) – Re-solução Coema 107/2013- Pode ser emitida nos municípios na maioria dos casos- Possibilidade de obter a LAR mesmo para área de posse- Simplifi cação da limpeza em áreas com vegetação em estágio inicial de regeneração (Juquira), através IN SEMAS n° 08/2015

3 Programa de Regularização Ambiental (PRA)- Criado pelo Novo Código Florestal- Implementado de forma pioneira no Pará (Decreto 1379/2015 e IN SEMAS 01/2016)- Regularização dos passivos de Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP)- Possibilidade de negociação de ativos e passivos ambientais- Suspensão das multas e extinção da pu-nibilidade do crime ambiental nos casos de desmatamentos antes de julho/2008

agricultor – enquadrado no perfi l classifi cado por possuir propriedades com até quatro mó-dulos fi scais, demonstra satisfação ao lançar os olhos sobre o que está colhendo após optar por fazer o Cadastro Ambiental Rural, em 2012.

“A partir do CAR podemos ter qualquer tipo de crédito. Depois que eu fiz na minha área, consegui financiamento e adiantei a mi-nha documentação de regularização. Eu não tinha capital para plantar. Então, em 2012, comprei semente e adubo financiado, mas agora, em 2016, eu já tinha capital próprio e não precisei de empréstimo. Comprei meu adubo com as economias graças a produtivi-dade do ano passado”, conta Gerson.

O trabalhador rural acredita na segurança que a regularização ambiental traz ao produ-tor, e diz ainda que essa visão deve ser expan-dida aos outros trabalhadores. “O CAR é um documento fundamental e útil. Eu tenho um vizinho que está com outra mentalidade depois que conversamos. Ele achava que se prejudica-ria se fizesse, que seria multado. Hoje ele já tem o CAR dele e vê que ajuda no negócio”, diz o mineiro, há 21 anos residente em Dom Eliseu.

O caso de Gerson é parecido com o do produtor de grande porte Samuel Gonçalves, que chegou ao município há quase 30 anos. Hoje presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Dom Eliseu, o pecuarista e agri-cultor já tem a maioria de suas propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural, e lembra como começou a se regularizar.

“Em 2008, o Código Florestal deu uma aper-tada, foi quando comecei a cadastrar minhas propriedades no CAR. É um benefício a longo prazo. Tudo começa com o Cadastro, não tem para onde correr. A segunda propriedade a ter a Licença de Atividade Rural (LAR) em Dom Eliseu é nossa”, conta satisfeito. “A secretaria de meio ambiente tem puxado a fi la aqui. São mui-tos caminhos e ela orienta, incentiva, indica os parâmetros a serem cumpridos. A gestão é um parceiro importante na regularização”, diz.

Vantagem competitiva, valorização das terras, segurança jurídica e atração de no-vos investimentos. Para Justiniano Netto, o percurso ainda é longo, mas todos os cami-nhos levam à regularização. “É parte desse processo, é uma chance de crescimento do negócio, devido à dinamização da economia, o que permite o uso ordenado dos recursos e, assim, a geração de riqueza para toda a po-pulação”, finaliza o secretário do Programa Municípios Verdes. Desta forma, valoriza-se o produto final, decorrente da atividade dos nossos produtores. O resultado? Índices de crescimento compatíveis com a abundância de recursos existente no Pará.

MEIO AMBINTE Luiz Fernandes, titular da Semas

CRISTINO MARTINS / AGÊNCIA PARÁSUSTENTABILIDADE