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Caderno de Cidada nia ANO 14 * Nº 284 * NOVEMBRO * 2016 * BELO HORIZONTE * MG Ser Solidário

ENCARTE DA REVISTA-OLUTADOR-3882-NOVEMBRO-2016amonp.org.br/wp-content/uploads/2017/05/encarte-da-revista... · Pop, CTA/DST/Centro de Especialidade Médi - cas Iria Diniz- Con tagem,

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Cadernode CidadaniaANO 14 * Nº 284 * NOVEMBRO * 2016 * BELO HORIZONTE * MG

SerSolidário

[ 2 * olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ]

❝ C A B I D E S D E C I DA DA N I A ❞

m nosso guarda-roupa, sabemos a importância dos

cabides para organizar e preservar camisas, calças,

blusas, saias etc. Existem cabides de vários materiais,

de tamanhos, cores e formatos os mais diversos, pa-

ra todos os gostos e para todas as necessidades.

Em nossos dias, a criatividade ganha espaço nos ser-

viços sociais e descobre ainda novos cabides, para responder a

novas necessidades.

São cabides de cidadania, usados para pendurar não

apenas roupas e variedades. Cabides que sustentam nomes reais,

que sustentam vidas, que geram oportunidades, que alimentam

sonhos e esperanças. Cabides revestidos com o carinho do aco-

lhimento, e moldados com a garantia do respeito à dignidade hu-

mana. Cabides que aproximam as pessoas, que sustentam laços

de solidariedade, que sustentam a beleza de um sorriso e o calor

de um abraço. Cabides que devolvem o direito de viver.

Mas os cabides também precisam do guarda-roupa,

do lugar de acolhimento. Por isso, o Serviço de Acolhimento Ins-titucional também funciona como o guarda-roupa que abre suas

portas para acolher pessoas provenientes de diversas situações

de violação de direitos; pessoas cujos vínculos familiares encon-

tram-se fragilizados ou rompidos e que precisam de proteção.

Ainda que seja uma acolhida provisória, é preciso que se abram

as portas para ofertar as condições necessárias para que essas

pessoas possam retomar e reconstituir os vínculos rompidos e

recuperar a convivência familiar e comunitária.

Que este “Caderno de Cidadania”, como espaço ci-

dadão, continue a ajudar na divulgação dos Cabides de Cidada-nia e a criar sempre maior conscientização e poder de mobiliza-

ção que levem a abrir portas acolhedoras capazes de transformar

vidas e devolver a capacidade de sorrir e sonhar.*denilson mariano

❝Re

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eces

sida

des.

.. ❞

CentroSacramentino deFormação

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Censo SUAS 2016: fiquem atentos aos prazos!

O CNAS alerta a todos os Conselhos de As-sistência Social sobre o prazo de abertura, de encerramento e solicita que eles evi-

tem deixar para o último dia o preenchimento do questionário. No caso dos Conselhos Esta-duais, Municipais e do Distrito Federal, o pra-zo encerra no dia 18 de novembro. Já os CRAS, CREAS, Centro Pop, Centro de Convivência, Cen-tro DIA e Similares, Unidades de Acolhimento, Gestão Municipal e Estadual devem ficar aten-tos às datas de preenchimento disponibilizadas no calendário do Censo SUAS.

O MDAS lembra que o não preenchimen-to do Censo SUAS pelo município produz san-ções administrativas que podem levar ao blo-queio de recursos.

Preenchimento: Basta acessar o link: ht-tp://aplicacoes4.mds.gov.br/sagicenso/censo-suas_2016/auth/index.php

Para qualquer divergência, entrar em con-tato por meio do endereço eletrônico E-mail: [email protected].

Problemas relativos à senha de acesso pode-rão ser solucionados pelo telefone 0800-707-2003.

Fonte: mds.gov.br

Programa Criança FelizO cuidado com a crian-ça nos primeiros mil dias de vida é deci-sivo para a organiza-ção das competências humanas. A atenção integral na primeira infância, com estímu-los adequados, con-

duz ao desenvolvimento das habilidades, facili-ta o aprendizado e determina as contribuições que a criança trará à sociedade quando adulta.

Aprovada neste ano, a Lei 13.257 instituiu o Marco Legal da Primeira Infância - importan-te avanço nas políticas públicas voltadas para o início da vida. É a primeira vez que um país es-trutura um projeto integrado com várias áreas como saúde, educação, assistência social, cul-tura e meio ambiente. A legislação norteará o Programa Criança Feliz, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário - MDSA para promover o desenvolvimento integral de crian-ças beneficiárias do Bolsa Família.

Fonte: mds.gov.br

Novo EditalVem aí mais um novo Edital para Seleção de Matérias para publi-cação no Caderno de Cidadania. Acompa-

nhe no site olutador.org.br e no Facebook edi-toraolutador.com e assessoriatecnicaolutador.com - Fone: 3439-8075 / 3439-8000.

[▶ olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ] * 3 ]

CabideSocial

Um bazar colaborativo para a população em situação

de rua do Município de Contagem

A R U A n e , P A U l A e G i U l l i A n A*

[▶

[ 4 * olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ]

O Serviço Especializado de Abor-dagem Social à População em Situação de Rua – SEASPOP é executado pela Associação dos Moradores do Bairro Novo Pro-

gresso II – AMONP/Contagem, fundada em 1973, tendo assim mais de 40 anos de atuação nas mais diversas ações sociais, buscando a melho-ria de qualidade de vida da comunidade local.

A partir de 2012, através de convênio com a Secretaria Municipal de Desenvolvi-mento Social e Habitação, a entidade teve condições de consolidar um trabalho espe-cializado em atendimento a esta população. O Serviço de Abordagem Social é realizado por uma equipe multidisciplinar, que desenvolve ações variadas com o objetivo de tornar me-nos vulnerável a vida das pessoas em situação de rua que são acompanhadas pelo serviço.

O SEASPOP/AMONP é pensado seguin-do os parâmetros estabelecidos pela Tipifi-cação dos Serviços Socioassistenciais, ema-nados pelo Sistema Único de Assistência So-cial – SUAS, que contemplam as recomen-dações instituídas pela Política Nacional pa-ra a População em Situação de Rua (Decreto

Atualmente o serviço tem mais de

1.000 pessoas cadastradas e realiza

mais de 400 abordagens sistemáticas

por mês

olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ] * 5 ]

7.053/09), e realiza abordagens diariamen-te pelas ruas, praças, viadutos, espaços e lo-gradouros públicos, onde permanecem in-divíduos, famílias e/ou grupos que utilizam esses locais como moradia e sobrevivência, prezando pelo respeito à dignidade humana, e favorecendo a construção de novos proje-tos e perspectivas de vida.

algum motivo individual, escolheram viver na rua. A partir disso, a ação é planejada e reali-zada em Praças Públicas a fim de sensibilizar e chamar a atenção deste público para o de-ver e a importância do cuidado com os espa-ços, pois, sendo público, é direito de todos.

Durante toda ação, a equipe do SEAS-POP/AMONP faz acolhimentos, cadastra novos

Referência e, claro, a parte mais prazerosa, segundo eles: escolher e montar seus looks!❝Por morar na rua, a gente passa por diver-sas dificuldades. E também tem a questão de doenças, né?Se a gente não estiver bem agasalhado...❞ C.C. (Pessoa em situação de rua)

Nesta edição de um ano de aniversário, o Cabide contou com a participação de 73 pes-soas que utilizaram os serviços oferecidos. O retorno que a equipe teve dos parceiros foi altamente positiva; e a própria população em situação de rua ficou muito satisfeita em ter acesso aos serviços.

Todas as edições do Cabide são regadas com boas músicas e animação. Nesta não foi diferente! Além das parcerias, tivemos uma condução extremamente animada com mú-sica ao vivo e instrumentos conduzidos pelos próprios beneficiários. É um momento de in-tervenção pensado a partir da redução de da-nos, pois, enquanto estão conosco, não usam nenhum tipo entorpecente. A proposta é fa-vorecer um ambiente de distração com estí-mulos favoráveis e de interação, onde os atra-tivos sejam outros, e não a droga.

Nesta edição, tivemos também o lança-mento do informativo “Planeta Rua”, que foi sonhado durante toda a trajetória do SEAS-POP/AMONP e realizado em conjunto com toda a equipe. Tem como objetivo dar voz à população em situação de rua beneficiária do serviço, ser canal importante de comunicação, construção e intervenção com este público e munícipes da cidade de Contagem, MG.*

* Aruane Amorim [email protected] Cristiane Silva [email protected] de [email protected]: (31) 3393-8784

Atualmente o serviço tem mais de 1.000 pessoas cadastradas e realiza mais de 400 abordagens sistemáticas por mês. São de-senvolvidas oficinas, acolhimento e atendi-mento social, encaminhamento para Rede Parceira, ações de empoderamento, valori-zação da autoestima e, entre elas, se encon-tra a ação denominada “Cabide Social – Ba-zar Colaborativo”.

O cabide é social!A primeira ação do Cabide Social aconteceu em 24/05/2015 e, desde então, vem aconte-cendo periodicamente. Como o objetivo prin-cipal do Cabide Social é atingir as pessoas em situação de rua, ele acontece de forma itine-rante no município de Contagem. A popula-ção e as entidades que doam os itens neces-sários são grandes parceiros que ajudam a viabilizar a realização desta ação.

Sempre pensando em oferecer um servi-ço qualificado de promoção social e garantia de direitos, o projeto busca chamar a atenção da sociedade para que tenham um olhar para os cidadãos sem situação de rua enquanto se-res humanos, de direitos e deveres, que, por

usuários, realiza atendimento social, fazendo os encaminhamentos necessários para a Rede de atendimento do município, o que é de su-ma importância para efetivação do trabalho.❝Já doei um boné e duas calças compridas jeans. Recebi duas peças de roupa, dois conjuntos.❞ S.P.F. (Testemunho de uma pessoa em situação de rua)

Um ano de cabide social No dia 25/05/2016 foi comemorado um ano da ação Cabide Social. Por ser uma data mar-cante tanto para o serviço como para popu-lação em situação de rua, nessa data a ação contou com a atuação de parceiros como Cen-tro de Referência à População de Rua - Centro Pop, CTA/DST/Centro de Especialidade Médi-cas Iria Diniz - Contagem, Saúde Bucal e Saúde Básica/Contagem e OAB/Contagem. A popu-lação em situação de rua participou de for-ma bastante atuante, buscando ter acesso a todos os serviços. O atendimento foi organi-zado e sequenciado, sendo possível o aco-lhimento com a equipe do SEAPOP/AMONP e, após, aferição de pressão, testes anti-HIV, atendimentos de saúde bucal, orientações jurídicas, atendimento social do Centro de

[ 6 * olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ]

Secretaria de eStado de trabalho e deSenvolvimento Social

SedeSe

das maiores empresas de siderurgia do mundo, ressaltou a oportunidade para as empresas e candidatos. “Às vezes, a em-presa divulga a vaga e recebe um tanto de currículos, sem a possibilidade desse diá-logo. É muito importante para as empre-sas ter esse apoio, temos vagas abertas e estamos priorizando as pessoas com defi-ciência”, destaca.

Iara Ribeiro, do setor de RH da empresa Britânica Service, participou pela primeira vez e comenta: “Tem muita gente precisan-do do emprego e não sabe como, nem on-de procurar. Aqui é uma chance de mostrar que as pessoas com deficiência também são capazes e devem atuar no mercado de trabalho”. A empresa possui atualmente 10 vagas abertas para PCD e espera preenchê-las após a participação no “Dia D”.

Marinalva Alves, deficiente há 13 anos, trabalhou em uma grande rede de super-mercados durante 11 anos e veio à procura de uma vaga na área hospitalar. “Esta ação é importante porque muitas empresas ofe-recem as vagas, mas não sabem exatamen-te qual o nível de deficiência das pessoas e se elas atendem aos requisitos para preen-cher as vagas. O “Dia D” tinha que aconte-cer mais vezes”, avalia.

Foi a 3ª edição do evento que a ca-da ano se consolida como um espaço de diálogo entre empresas, pessoas com de-ficiência e órgãos de governo. Os postos SINE de todo o Estado continuam abertos para o cadastramento de PCD’s e empre-sas que desejam contratá-las. O cadastro também pode ser feito pela Internet, no Portal Mais Emprego.*

* Assessor de ImpressaASSCOM – SEDESE – (31) 3916-8235

❝Dia D❞– empresas mais perto

das pessoas com

deficiência e reabilitados

do inSSP A U l o e M í l i o B e l l A R d i n i *

eM MinAS GeRAiS, 3.127 empresas devem cumprir a Lei 8.213/91, cha-mada Lei de Cotas, segundo dados do Ministério do Trabalho. A Lei de-

termina a obrigatoriedade para empresas com cem ou mais empregados de preen-cherem de 2% a 5% dos seus cargos com be-neficiários reabilitados do INSS ou pessoas portadoras de deficiência – PCD’s.

Em 2005, o número de empresas in-seridas nesta categoria era de 4.401, e os dados refletem o avanço da fiscalização e a força da Lei de Cotas. Para promover a in-clusão social e profissional de PCD’s, e mos-trar às empresas a importância da contra-tação dessas pessoas, o Ministério do Tra-balho realiza todos os anos, no mês de se-tembro, o “Dia D”.

Em Minas, a campanha é organizada pela SEDESE. Este ano o “Dia D” aconte-ceu em Belo Horizonte, Uberaba, Poços de Caldas (23/09), Teófilo Otoni (28/09) e Di-vinópolis (30/09). Na capital mineira, fo-ram realizados cerca de 200 atendimen-tos pelo SINE, com 70 empresas de vários segmentos. Em Poços de Caldas, o evento contou com 16 empresas e 70 pessoas. Já em Uberaba, 35 instituições empregado-ras participaram do “Dia D”.

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, o número de postos de traba-lho a serem ocupados por PCD’s equivale a 60.379, dos quais 31.818 estão ocupados por pessoas com deficiência, como deter-mina a lei, o que resulta em um saldo de vagas de 28.561.

Política de inclusãoNa abertura oficial do “Dia D” em Belo Ho-rizonte, em parceria com a prefeitura e As-

sembleia Legislativa de Minas Gerais, a se-cretária de Estado Adjunta da SEDESE, Karla França, salientou a importância do cumpri-mento da Lei de Cotas. “Não é uma obri-gação somente das empresas constituí-das, mas de todas as pessoas jurídicas, e temos uma gama muito grande de par-ceiros que desenvolvem políticas públi-cas, podendo compor seu quadro pessoal com pessoas com deficiência. O trabalho se faz imprescindível na questão da digni-dade”, ressaltou.

O subsecretário de Trabalho da SEDE-SE, Antônio Lambertucci, destacou a par-ticipação dos parceiros e reafirmou a im-portância da Lei.

❝É uma vitória da sociedade brasileira, que pouco a pouco vem conquistando seus direitos. Preci-samos continuar progredindo nes-ta jornada para que todos os bra-sileiros tenham acesso a esta polí-tica, não podemos permitir retro-cesso❞, declarou.

“Ainda existe certa discriminação no mer-cado de trabalho por falta de conhecimen-to. Há pouca informação para as pessoas e empresas e o “Dia D” é um espaço de infor-mação e cidadania, um espaço para que os empregadores possam mudar um pouco o seu olhar em relação a esse público”, afir-mou a assessora para Inclusão da SEDESE, Rosana Bastos.

espaço de diálogoNeile Azevedo, do departamento de Re-cursos Humanos da ArcelorMittal, uma

Promoção, Pesquisa e intervenção em Direitos Humanos e CiDaDania

olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ] * 7 ]

A convivência familiare comunitária no acolhimento institucional

M A R C e l B e l A R M i n o *

DiAntE das diversas situações de violação de direitos em que se encontram alguns indiví-duos em momentos difíceis de suas vidas, a fragilização e

o rompimento de vínculos familiares e co-munitários demandam ações da sociedade e do Estado que visem à sua proteção inte-gral. Entre essas ações, que integram a Po-lítica Nacional de Assistência Social, estão os serviços de acolhimento institucional, que compõem a Proteção Social Especial de Alta Complexidade do SUAS – Sistema Único de Assistência Social.

Os acolhimentos institucionais devem garantir acolhida provisória e proteção inte-gral para pessoas que vivenciam situações de abandono, violência, negligência e tantas outras que violam os direitos fundamentais de convivência no seio de suas famílias e co-munidade. São instituições que devem ofer-tar as condições necessárias para que seus usuários, no menor tempo possível, possam retomar e reconstituir os vínculos rompidos.

A garantia da convivência familiar e co-munitária se torna, portanto, um dos prin-cipais objetivos a serem alcançados pelos serviços de acolhimento institucional. So-bretudo quando se trata do público espe-cífico de crianças e adolescentes. Nesse ca-so, por se tratarem de pessoas em situação peculiar de desenvolvimento, as iniciativas de preservação e fortalecimento dos vín-culos familiares e comunitários, por parte das equipes dos serviços, devem ser em-preendidas a fim de criar condições para um desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes nas unidades de acolhimento.

Assim como a excepcionalidade do afas-tamento familiar, a provisoriedade do aco-lhimento de crianças e adolescentes é um princípio que deve conduzir a prática da to-talidade desses serviços. É importante que todos os esforços sejam planejados e condu-zidos para garantir, no menor tempo possível, a reintegração familiar ou, na sua impossi-bilidade, a colocação em família substituta.

Para a garantia do direito à convivên-cia, as instituições de acolhimento possuem instrumentais que orientam as ações da equipe tanto no que diz respeito ao funcio-

namento da instituição quanto no plane-jamento da condução dos atendimentos. É importante que todo o funcionamento da instituição, desde sua dinâmica interna até sua relação com a rede e a comunidade, esteja previsto em um Projeto Político Pe-dagógico, instrumento que deverá abordar e definir os principais aspectos da prática institucional, sobretudo as ações e ativida-

des que visam garantir convivência familiar e comunitária às crianças e adolescentes.

Com o objetivo de superação das situa-ções de violação de direitos que levaram ao afastamento do convívio familiar, as insti-tuições de acolhimento contam com uma importante ferramenta: o Plano Individual de Atendimento – PIA. Este instrumento, desenvolvido para cada criança e adoles-cente acolhido, tem o objetivo de orien-tar o trabalho de intervenção da equipe da instituição durante todo o período de acolhimento. É por meio do PIA que serão planejadas, por exemplo, as visitas familia-res, os encaminhamentos para a rede de serviços, como educação, saúde, esporte, cultura e lazer, entre outros.

A participação das famílias em todo o processo de acompanhamento das crianças e adolescentes em acolhimento institucio-nal, portanto, é imprescindível para que se possa garantir, com absoluta prioridade, a preservação e o fortalecimento dos víncu-los familiares e comunitários como direi-to humano fundamental, favorecendo seu desenvolvimento e sua proteção integral.*

* Psicólogo formado pela Universidade Federal de Mi-nas Gerais - UFMG. Analista de Políticas Públicas da Diretoria de Proteção Social Especial da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas Gerais – SEDESE.

É importante que todo o funcionamento instituição, desde sua dinâmica interna até sua relação com a rede e a comunidade, esteja previsto em um Projeto Político Pedagógico

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Cidadania na realidade carcerária...

Expediente ❱ E-mail da Redação [email protected] ❱ E-mail do Caderno [email protected] ❱ Oficina Belo Horizonte, MG, Praça Pe. Júlio Maria, 01, Bairro Planalto - 31730-748, Telefone: (31) 3439-8083, Telefax: (31) 3439-8000 ❱ Diretor-Editor Ir. Denilson Mariano da Silva, SDN ❱ Jornalista Responsável Sebastião Sant`Ana - MG086063P❱ Equipe Juliana Gonçalves, Cristiane Felipe, Iris Cordeiro da Silva, frater Henrique Cristiano José Matos, cmm, Ir. Denilson Mariano da Silva, SDN ❱, Parcerias: SEDESE – Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, IDH – Instituto Direitos Humanos, APC – Apoio Pastoral Carcerária ❱ Revisão Antônio Carlos Santini ❱ Entidade Mantenedora Instituto dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora ❱ Tiragem: 8.500 exemplares ❱ Impressão e Acabamento: Gráfica e Editora O Lutador, Empresa Certificada – FSC® e Druck Chemie/Brasil Ltda ❱ As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores.

Caderno de CidadaniaUm Serviço de Defesa Social da:

[ 8 * olutador [ novembro ] 2016 [ Caderno de Cidadania ]

Onde está você?

Há em todo o sistema prisional uma inaceitável contradição: tenta-se ‘educar’ o detento,

pacificando-o, num ambiente de vio-lência! É precisamente no presídio que recebem oportunidades para ensinar uns aos outros habilidades e atitudes de conduta desviante! As consequências negativas da força-da reclusão são vastas e profundas.

Uma experiência de rico signifi-cado quanto às ‘penas alternativas’ é a Associação de Proteção e Assistên-cia ao Condenado - APAC. “Funda-da em São José dos Campos, SP, em 1972, é um órgão auxiliar da Justiça, assim considerada por Provimento do Juiz das Execuções Penais. Tem personalidade jurídica desde 1974. Seu método é fundamentado na va-lorização humana, à luz do Evange-lho, da Doutrina Social da Igreja e na experiência de Deus. A obra é reali-zada com condenados nos três re-gimes penitenciários – fechado, se-miaberto e aberto –, acompanhan-do e fiscalizando, ademais, os que gozam de trabalho externo ou ou-tros benefícios legais, e os egressos, bem como os condenados que per-manecem na comunidade, cumprin-do penas restritivas de direitos, ou a ela retornam, segundo a lei, anteci-padamente.”

As APACs formam ainda uma exceção no conjunto do sistema pri-

sional. É um privilégio de poucos! A ‘ressocialização’, no regime con-vencional, é objeto de inúmeros questionamentos. A Nota da Pas-toral Carcerária Nacional (PCr) de 24/03/2014, é categórica: “Pela pró-pria forma como se organiza e se es-trutura o sistema prisional, o mesmo inviabiliza qualquer processo de in-clusão da pessoa na sociedade de-pois de cumprimento da pena. Por este motivo, não acreditamos nos programas de ressocialização, uma vez que não passam de retórica para angariar recursos ao sistema prisio-nal, sem qualquer tipo de acréscimo nas condições materiais de sobre-vivência das pessoas presas”. Uma coisa é certa: o próprio apenado de-veria ser o sujeito ativo do processo de reinserção na sociedade. Mas o que normalmente acontece é que to-do o trabalho de ‘ressocialização’ se realiza sem sua efetiva participação.

Nunca podemos esquecer que, por pior que tenha sido o crime, o autor continua sendo um ser huma-no. Todos deveríamos pensar que é um grande erro abandonar a ideia de recuperação social e moral deles. Há esperança, não podemos perdê-la, senão mais tragédias como essa do Maranhão vão ocorrer.*

Fonte: “Preso estou, livre serei”. Editora O Lutador,

2014.

APAC – um sistema alternativoH e n R i q U e C R i S t i A n o J o S É M At o S