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A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 26 / edição 147. ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS PREPARA-SE PARA A PRÓXIMA ETAPA: O 28º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO, QUE SERÁ REALIZADO NA BAHIA, DE 23 A 27 DE SETEMBRO DE 2013 JUNTO COM O 5º CONGRESSO MUNDIAL DE MANUTENÇÃO. ANOTE EM SUA AGENDA! AGORA É SALVADOR

ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

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A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 26 / edição 147.

ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS PREPARA-SE PARA A PRÓXIMA ETAPA:

O 28º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO, QUE SERÁ REALIZADO NA BAHIA, DE 23 A 27 DE SETEMBRO DE 2013 JUNTO

COM O 5º CONGRESSO MUNDIAL DE MANUTENÇÃO.

ANOTE EM SUA AGENDA!

A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 26 / edição 147.

AGORA É

SALVADOR

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 20122 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3

manutenção

SumárioREVISTA OFICIAL DA ABRAMAN | ANO 26 | Nº 147SETEMBRO/OUTUBRO 2012

CAPA: Foto/arte Images Retrato Falado

14

Ação Brasil« ICI - Instituto de Cultura Técnica comemora quatro décadas de forma-ção profissional de qualidade no Rio.

« Seminário Sucroalcooleiro em Ribeirão Preto, SP.

05

0810

39

06

Palavra do Presidente« Rumo à Bahia. Em setembro de 2013, o próximo espetáculo de Manu-tenção e Gestão de Ativos será na Boa Terra.

Artigo. Gestão de Ativos.« Marcos Cesar Weiss, da IBM Brasil: os desafios de inovar com sustenta-bilidade.

27º Congresso Brasileiro de Manutenção« Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, presidente de Furnas, autoridades e empresários participam da abertura do 27º CBM.

« Ouro olímpico. Como formar times vencedores, na visão do técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães.

« Senai amplia seu sistema de formação técnica e planeja ter quatro mi-lhões de alunos até 2014.« Pesquisa em parceria com a ABRAMAN mostrará a qualidade de Gestão de Ativos nas empresas brasileiras.

« Café Vip: formato inovador no 27º CBM reúne executivos e palestrantes de alto nível.

« Expoman 2012. Novos setores de tecnologia preenchem espaços na exposição do Congresso.

« 28º Congresso Brasileiro de Manutenção será realizado em Salvador, de 23 a 27 de setembro de 2013. Prepare-se.

Manutenção, Conhecimento e Inovação« Trabalho técnico premiado em primeiro lugar no 27º CBM.

A_202x266mm_NSK-HPS-Manutençao-Jun11.indd 1 6/6/2011 12:03 PM

38 Sensor«Notícias empresariais.

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 20124 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 5

PALAVRA DO PRESIDENTE

CORRESPONDENTE INTERNACIONALFrançaCelso de Azevedo (ASSETSMAN)

[email protected]

MANUTENÇÃO é uma publicação bimestral da ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de AtivosISSN 0102-9401EndereçoAvenida Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro CEP 20 020-080 Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3231-7000Fax: (21) 3231-7002Críticas, dúvidas e sugestões:[email protected]

As ideias expressas nos artigos assinados não re�etem necessariamente a opinião da ABRAMAN.

PresidenteJoão Ricardo Barusso Lafraia(PETROBRAS / REDUC)

Vice-presidenteRogério Arcuri Filho(ELETRONUCLEAR)

Diretor de Administração Bernardo Frydman(PETROBRAS)

DIRETORES NACIONAISCarlos Waldemar Wilke Diehl

(BRASKEM)

Evandro de Figueiredo Neto(ARCELORMITTAL TUBARÃO)

Hélio Burle de Menezes(CHESF)

Pedro Augusto Cardoso da Silva(METRÔ RIO)

Ricardo Medeiros(FURNAS)

Gerente executivoAthayde Araújo Tell Ribeiro(ABRAMAN)

DIRETORES DAS FILIAISFILIAL I (PA-AC-AP-RO-RR)Wladson de Souza Lima(ENGENORTE ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL II (BA-SE)Carlos Alberto Stagliorio(STAGLIORIO ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL III (MG)Hiram Reis Filho (COMAU)

[email protected]

FILIAL IV (RJ)Ernesto Roberto Pinto de Oliveira(METRÔ-RIO)

[email protected]

FILIAL V (SP-MS)Célio Cunha de Almeida Prado(SABESP)

[email protected]

FILIAL VII (PR-SC) Takao Paulo Hara(HARA ENGENHARIA)

[email protected]

FILIAL VIII (DF-GO-MT-TO)Carlos Humberto de Souza e Silva(ELETRONORTE – TOCANTINS)

[email protected]

FILIAL IX (ES)Paulo Barbosa(ASSERTEC ENGENHARIA) [email protected]

FILIAL X (MA-PI)Roger Toledo Gissoni(CEMAR)

[email protected]

FILIAL XI (CE-RN)Cícero Roberto de Oliveira Moura(PETROBRAS)

[email protected]

FILIAL XII (PE-AL-PB)Marco Antonio Souza Brito(CPS – TEROTEC)

[email protected]

FILIAL XIII (AM)Douglas Lopes Alvarenga (PETROBRAS)

[email protected]

CONSELHO EDITORIALAlexandre Fróes(NSK)

Antonio Carlos Vaz Morais(PETROBRAS)

Arlete Paes(SKF)

Jornalista ResponsávelAntonio Alberto Prado AAPrado & Associados

Projeto Grá�co, Diagramação e Pré-Impressão

ImpressãoLaser Press

manutenção

Bruno Ferreira(CEGELEC)

Carlos Alberto Barros Gutiérrez(NM ENGENHARIA)

Luciana Corrêa(MANSERV)

Eduardo de Santana Seixas(RELIASOFT)

Fabiana Gimenez(SKANSKA)

Fabio Gomes(ABRAMAN)

Joazir Nunes Fonseca(ELETROBRÁS - UNISE)

Renata Gonçalves Ramos(COMAU)

Thiago Gadelha(METRÔ RIO)

Wagner Gorza(ARCELORMITTAL)

RUMO À BAHIAFechadas as cortinas do grande espetáculo anual de

Manutenção e Gestão de Ativos, no Rio, encetamos a marcha rumo à Bahia onde, na Primavera de 2013, quando setembro vier, retomaremos o rito que se repete a quase 30 anos, em nosso 28º Congresso Brasileiro de Manutenção e, desta vez, também com o 5º Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos.

A Bahia nos dará régua e compasso, como diz a can-ção, para mais um extraordinário momento da Manu-tenção e Gestão de Ativos brasileiros na cidade que foi a primeira capital do Brasil e berço de nossa moderna in-dústria do petróleo. A Bahia, ao longo da última década, tem se firmado como um exuberante centro de desen-volvimento, com um moderno pólo petroquímico, em Camaçari; liderança na produção de papel e celulose, uma forte agroindústria e uma florescente indústria au-tomobilística. Um cenário ideal para reunir a vanguarda de nossa profissão, no Brasil e no Exterior.

A caravana de Manutenção e Gestão de Ativos parte do Rio com uma invejável bagagem de conquistas. Rea-lizamos, no âmbito do Congresso, o primeiro exame, em português, para certificação internacional pela SMRP, a associação americana de profissionais de Manutenção e Confiabilidade, que veio a coroar a bem sucedida es-tratégia de internacionalização da ABRAMAN. Outro fruto deste movimento foi a tradução da PAS 55 para o português, em associação com o IAM - Institute of Asset Management, do Reino Unido visando a implantar um processo de certificação no Brasil.

A internacionalização da ABRAMAN teve um novo marco neste 27º CBM com a realização no Brasil de um encontro do Global Forum, instituição internacional da qual nossa associação é membro fundador e que reúne as entidades internacionais de Gestão de Ativos de vá-rios países.

No campo da educação, além de nosso consagrado PNQC, uma comissão de alto nível da ABRAMAN de-senvolveu com universidades de vários estados um pro-grama de MBA em Gestão de Ativos com uma grade de disciplinas recomendada pelo Global Forum e enrique-cida com o melhor do conhecimento brasileiro, que terá reconhecimento internacional.

Neste Congresso do Rio promovemos, no âmbito da programação, um Dia de Gestão de Ativos, repetindo o êxito da experiência pioneira de Curitiba, em 2011. Outra novidade implantada no 26ª CBM, que se mos-trou bem sucedida, foi repetida no Rio: o Café VIP, um encontro altamente qualificado, com a participação de palestrantes que abordam temas estratégicos para uma

plateia de líderes empresariais e de executivos convida-dos pelas empresas apoiadoras. Destacamos, ainda os workshops nacionais e internacionais bastante expres-sivos que voltamos a promover no Congresso do Rio.

Todo este legado de realizações e de novas experiên-cias irá enriquecer o 28º Congresso Brasileiro de Manu-tenção que realizaremos em setembro de 2013 na Boa Terra, junto com o 5º Congresso Mundial de Manuten-ção. A soma de todos esses esforços será o fortalecimen-to de Gestão de Ativos como ferramenta essencial para que os novos gestores ampliem seus horizontes profis-sionais com um amplo cabedal de conhecimentos.

E assim caminha a nossa ABRAMAN, na liderança de um processo inovador da Gestão de Ativos e da Manu-tenção brasileiras. Congresso, Expoman, cursos, semi-nários regionais e todo um elenco de produção e difu-são de saber que se realiza, sem interrupção, há quase 30 anos, com reconhecimento no Brasil e no exterior.

Renovamos nossos agradecimentos aos congressistas que nos honraram com suas presenças neste conclave anual, com a certeza de que extraíram o melhor proveito da densa programação oferecida. E, em especial, quere-mos registrar o trabalho realizado pela Filial IV (RJ) que, ao lado da comissão executiva, do comitê técnico e da comissão consultiva do 27º CBM não mediram esforços para a realização desta semana de estudos e de reflexão em torno dos grandes temas de Manutenção e Gestão de Ativos.

Muito obrigado a todos!

David Freitas

Retrato Falado

João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN

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Revista Manutenção – seteMbRo/outubRo 7Revista Manutenção – seteMbRo/outubRo 20126

AÇÃO BRASIL

Filial V (SP-MS)

ICT comemora os seus 40 anoscom programação de alto nível

Seminário atende o setor sucroalcooleiro

ICT - Instituto de Cultura Técnica, tradicional instituição de ensino que atua há 40 anos na região sul flumi-nense com foco na oferta de formação profissional para atender às necessi-

dades do crescimento industrial, está comemoran-do a data com a Expo ICT 40, que incluiu a realiza-ção do IV Seminário de Manutenção, com o apoio da ABRAMAN e o X Workshop de apresentação de projetos dos formandos dos cursos técnicos, entre outras atividades.

Ao longo destas quatro décadas, o ICT consoli-dou-se como uma das mais conceituadas escolas do estado com foco na formação de profissionais e intensa atividade junto às empresas, associações, sindicatos e entidades públicas da região onde atua visando a formação e a qualificação profis-

om foco no tema Melhor Gerencia-mento da Manutenção e Contratação de Serviços, a Filial V realizou em ou-tubro último, no Centro de Eventos do Hotel JP, em Ribeirão Preto, o seu já

tradicional e concorrido Seminário de Manutenção no Setor Sucroalcooleiro, em sua 4ª edição.

A organização do evento privilegiou conferências programadas para oferecer aos participantes conta-to com novas ferramentas gerenciais voltadas para a gestão de ativos e gestão de riscos e para a discussão de novas NR-Normas Regulamentadoras sobre segu-rança e proteção de máquinas e as consequências que afetarão os setores de manutenção das usinas.

Foram apresentadas, também, modernas tecnolo-gias disponíveis para maior produtividade e redução dos custos operacionais das empresas. Um dos des-taques foi a palestra especial sobre Usinas do Futuro que estimulou o debate sobre novos projetos.A pro-gramação foi inovada, ainda, com mesa redonda foca-da no Melhor Gerenciamento da Manutenção & Con-tratação de Serviços que contou com a experiência de empresas prestadoras de serviços e contratantes.

Nos intervalos, os participantes mantiveram conta-to com as mais recentes inovações tecnológicas dis-poníveis nos show-tables montados especialmente para a troca de informações com os parceiros patro-cinadores Eutectic, Mobil e Semeq.

sional em várias áreas do conhecimento. Além do ensino fundamental e médio, o ICT oferece cursos técnicos regulares e superiores de tecnologia e pós graduação.

Em 2003, o Ministério da Educação credenciou a FASF - Faculdade Sul Fluminense, mantida pelo ICT. A instituição oferece, entre outros, cursos su-periores de tecnologia em mecatrônica, logística e manutenção industrial.

O Seminário de Manutenção foi aberto pelo dire-tor geral da FASF/ICT, Cláudio Alvares Menchise, que presidiu a mesa de apresentação do estudo de caso Aços Longos Laminador de Perfis - 30 mil to-neladas - Sem Graxa, exposto por Mário Lacerda, diretor da Rolsystem.

O diretor da Filial IV (RJ) da ABRAMAN, Ernesto Pinto de Oliveira, presidiu a apresentação do es-tudo de caso Inovação em Preparo de Superfícies Substituindo Jato Abrasivo por Máquina Manual de Jato com Cerda, a cargo de Thomas Fink, diretor da Tecnofink.

Sidnei Alvares, diretor de RH da Nissan do Brasil falou sobre a Nissan e a Sua Mais Moderna Fábrica de Automóveis e André Seixas Granalobo, da Pe-trobras, expôs Novas Tecnologias em Lubrificantes.

A abertura do Seminário foi feita pelo vice-diretor da Filial V, Antonio de Freitas Neto e a conferência inaugural por Marco Antonio Souza Brito, da Te-rotec, que falou sobre Auditoria NR 12 e NR 31 na agroindústria sucroenergética.

Participaram da programação o Professor Gerson Arcos, da Pragma, e Denis Mortelari, da SQL, que abordaram aspectos de Gestão de Ativos.

A Expansão do Setor Sucroenergético e Novos Pro-jetos “Greenfields” no Brasil – Usinas do Futuro foi abordada por José Luiz Olivério, da Dedini Indústrias de Base. Wilde Bueno, da MobilCosan falou sobre o tema Lubrificantes de Grau Alimentício para a In-dústria Sucroenergética e Ricardo Vieira do Amaral e Fábio Schmidt, da SKF, sobre Monitoramento da Performance de Bombas e Ventiladores.

Vantagens do Uso do Alinhamento a Laser em Equipamentos de Usinas foi o tema focado por Edu-ardo Beltrame e Claudemir dos Santos, da Semeq.

Uma mesa redonda sobre Melhor Gerenciamento da Manutenção e Contratação de Serviços, coordena-da por Marco Antonio Souza Brito, tendo como de-batedores Claudinei Silva, da Manserv; Hiram Reis Filho, da Manserv e Giampaolo Foschini Di Donato, da Açúcar Guarani, encerrou a programação.

Por deferência da Mobil foram sorteados para os participantes convites para o Salão do Automóvel, realizado em São Paulo.

O C

Produção de açúcar e álcool gera oportunidades para gestores na cadeia do agronegócio.

Filial IV (RJ)

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REVISTA MANUTENÇÃO –SETEMBRO/OUTUBRO 9REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 20128

ARTIGO. GESTÃO DE ATIVOS

E

O meio ambiente agradece Marcos Cesar Weiss, Consultor de IT Governance e Service Management da IBM Brasil

stamos assistindo a uma verda-deira batalha por mercados e con-sumidores. Constatar isso não exige muita ciência. A pura observação já

é o su�ciente para tornar esta a�rmação verda-deira. Os desa�os são contínuos tanto para as empresas quanto para os consumidores. Se para as empresas o desa�o está vinculado à ma-nutenção de suas operações no longo prazo, para os consumidores está ligado à decisão na hora da compra, dada a quantidade de possibilidades disponíveis.Tais exigências, cada vez maiores dos mercados e dos consumidores, vão levar as organiza-ções a melhor equacionar suas necessidades de obtenção de lucro, a obedecer às leis de forma plena, a ter comportamento ético e envolver-se com �lantropia nas comunidades onde se inserem, a rever a forma como são concebidos e industrializados os produtos, a aprender a lidar com novas tecnologias de informação e oportu-nidades comerciais. A nova ordem mundial direciona as organiza-ções para um novo contexto em que há con-vergência, e não con�ito, entre desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade so-cial, tanto para o momento presente como para as gerações futuras. Para as empresas há ainda o desa�o de estabelecer vantagem competitiva. Muitos executivos sabem que a forma como re-spondem aos desa�os da sustentabilidade pod-erá afetar fortemente a competitividade de suas empresas ou mesmo determinar sua extinção. Em um movimento sem precedentes na história, desde a grande revolução industrial, as empresas estão sendo motivadas a implementar políticas de negócios adequadas, a �m de utilizar e�cien-temente os seus recursos – humanos, �nanceiros e materiais - e coordenar suas funções e ativi-dades comerciais.

O sucesso das empresas passa a ter, portanto, es-treita e direta vinculação às suas capacidades de inovação, seja em produtos, serviços ou mesmo em seus processos internos que garantam a elas as condições necessárias para operar em um ambiente dinâmico e competitivo. Decidir se, e quando, inovar é um processo que demanda pleno entendimento do ambiente de negócios e capacidade de decisão. O aumento da complexi-dade no ambiente de negócios, da concorrência, do avanço tecnológico, da postura mais crítica e exigente dos consumidores, das legislações governamentais restritivas e da globalização, tem exigido das organizações em geral, e das empre-sas em particular, o aperfeiçoamento dos proces-sos de tomada de decisões, de forma que melhor se compreenda a complexidade e se possa tomar decisões melhores que permitam permanên-cia, lucratividade e crescimento. A capacidade de inovação é crítica para a sobrevivência das empresas e deve estar no centro das atenções dos executivos. Não é provável que sobrevivam no longo prazo sem que tragam novas formas de fazer as coisas. As pressões por sustentabilidade criam novas oportunidades de mercado quando as empresas e os consumidores exigem soluções para seus problemas ambientais e sociais. Em um extremo estão as oportunidades para ajudar as pessoas e as empresas a reduzir os danos causados ou reduzi-los, por exemplo, com a utilização de equipamentos de controle de poluição. No outro extremo estão as oportunidades de fornecer soluções sociais e ecológicas às pessoas excluídas de determinados mercados como, por exemplo, seguro de vida e serviços bancários a pessoas inicialmente inelegíveis a estes serviços. Não há dúvidas que muitas empresas já reali-zam várias ações para minimizar os impactos ambientais e sociais decorrentes de suas ativi-

dades, mas há ainda grandes oportunidades para melhorias. Em primeiro lugar, porque os negócios e a sociedade são interdependentes e indissociáveis. Segundo, porque essas empresas não deveriam ver o atendimento a determinadas necessidades – sociais e ambientais - de forma padronizada, como se estivessem aplicando simplesmente um código de boas práticas. Elas deveriam, sim, olhar as ações com os olhos da estratégia empresarial. Graças às mídias sociais, à imprensa, a organizações não governamentais muitas sérias e ao meio acadêmico, os consumi-dores estão despertando para o entendimento sobre o que é de fato sustentabilidade e o que são empresas que realmente que embarcam a sus-tentabilidade em seus produtos e serviços. Mas onde a gestão de ativos entra nessa história? Vamos considerar que, gerenciar os ativos, signi�ca muito mais do que um procedimento contábil. Vamos considerar que esses ativos são parte da “vida” da empresa e que deles depen-dem, em muitas situações, a sobrevivência da empresa. Gerenciar ativos signi�ca acompanhar todo o seu ciclo de vida, desde a aquisição até seu descarte (para reuso, preferencialmente), sua “missão” na cadeia produtiva, sua interações de dependência, manutenções preventiva e reativa, capacidade de serviço, resiliência. Vemos agora surgir uma novidade para as empresas de uso intensivo de ativos: as unidades e sistemas de alto desempenho, como resultado da acelerada quebra de barreiras geográ�cas e forte incentivo à busca de maior competitividade e adequação a padrões de saúde, meio ambiente e segurança no trabalho. Estas unidades focalizam, fundamen-talmente, aspectos tangíveis, como automatiza-ção com controle avançado, segurança, reduzida necessidade de intervenções manuais, aderência a práticas ambientais, �exibilidade operacional e baixo consumo de energia. São novas formas de ativos que passam a tomar o dia-a-dia das em-presas e vêm embarcando boas práticas e bench-marking para o setor para aos quais se destinam.Em qualquer situação, seja na primeira ou nesta mais avançada classe de ativos, é imperativo que as empresas busquem estender ao máximo o

ciclo de vida de seus ativos, com previsibilidade e produtividade, com o melhor retorno sobre os investimentos, mitigação de riscos, otimiza-ção da e�ciência produtiva e, principalmente, fazendo melhor uso de recursos naturais utiliza-dos na composição de muitos – se não da maio-ria – destes ativos. Agregue-se ao conjunto dos ativos da empresa (máquinas e equipamentos, instalações, etc.) outro ativo de suma importância: o meio ambi-ente. É fato que a crescente escassez de recursos naturais, a exigência cada vez maior de transpar-ência no trato das questões socioambientais e o crescimento das expectativas dos consumidores nesta área estão promovendo um silencioso redesenho dos ambientes de negócios. Os con-sumidores estão mudando a forma de pensar e isso vai exigir adequações importantes na forma de fazer negócios e na forma como as empresas diferenciam seus produtos dos produtos de seus concorrentes. Voltar os olhos para as questões de uso e�ciente dos recursos naturais e, principal-mente, sobre a gestão de resíduos e emissões é, para além de dever legal, uma questão de sobre-vivência das empresas no curso da história.E o que falar das questões sociais? Saúde dos empregados, planejamento racional da força de trabalho, minimização da exposição a riscos por meio da disponibilização de operações seguras e con�áveis, instalações gerenciadas de acordo com práticas internacionalmente aceitas. As tecnologias da informação estão à disposição, e avançando a cada dia, para que as empresas possam se bene�ciar delas e realizar seus negó-cios atentando, também, para a gestão de seus ativos de forma plena e consistente. É apenas uma questão de decisão: avançar ou �car onde se está.

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO2012 11REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201210

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

secretário de Desenvolvimento Econô-mico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Bueno; o presidente da Eletrobras Furnas, Flá-vio Decat de Moura; o presidente do

GFMAM – Fórum Global de Manutenção e Gestão de Ativos, diretores de empresas e mais de 800 congres-sistas e convidados estiveram presentes à abertura solene do 27º Congresso Brasileiro de Manutenção e Expoman 2012. Durante o 27º CBM foi realizada, também, a reunião internacional do Global Forum, pela primeira vez no Brasil, quando foi debatido o plano estratégico da entidade mundial para o perí-odo 2012/16 e eleito o novo comitê executivo, que contará com a participação da ABRAMAN, represen-tada por seu presidente, João Ricardo Lafraia. A mesa de abertura foi composta, também, por membros da atual diretoria e ex-presidentes da ABRAMAN.

Lafraia abriu a solenidade mencionando a presen-ça de diretores do Global Forum, que representavam as associações de vários países. Destacou, também, amigos e apoiadores da ABRAMAN, entre os quais José Carlos Cosenza, diretor de Abastecimento da Petrobras, “que sempre se dedicou à Confiabilidade, Manutenção e Gestão de Ativos” e o secretário Júlio Bueno, que foi seu “professor de Engenharia e Equi-pamentos quando ingressou na Petrobras”.

O presidente da ABRAMAN mencionou o caráter emblemático do encontro do Global Forum no Brasil, num momento em que a comunidade internacional reconhece que o desenvolvimento brasileiro “mudou de patamar e passou a demandar um forte e eficiente componente de Gestão de Ativos”. Registrou o em-penho da ABRAMAN em inserir novos conceitos de Gestão de Ativos para a alta direção das empresas e concluiu que estes esforços têm sido bem sucedidos

e refletem-se, também, na Expoman 2012 que apre-sentou presença significativa de empresas com foco em técnicas de gestão avançadas.

“Em termos técnicos, este Congresso e a Expoman estão entre os três melhores realizados na história da ABRAMAN”, comemorou Lafraia. Ele destacou o de-safio de organizar eventos deste porte no Rio, cujo êxito pode ser comprovado pela grande número de participantes de vários estados brasileiros e, também, do exterior.

O diretor nacional da ABRAMAN, Carlos Wilke Diehl e membro do comitê organizador do 27º CBM, manifestou o seu “orgulho pelo sucesso do evento, o que mostra que o esforço valeu à pena, diante da presença maciça de participantes”.

O

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Júlio Bueno, agradeceu a escolha do Rio para sede do 27º CBM, o que considerou uma honra neste momento estratégico importante para a aproximação de profissionais de Gestão de Ativos em meio ao sur-to de desenvolvimento do Estado. O secretário des-tacou que, como engenheiro da Petrobras, tem tido contato com a ABRAMAN ao longo das últimas três décadas.

“O Rio de Janeiro é o terceiro menor estado do País, depois de Sergipe e Alagoas. No entanto, temos o segundo maior PIB da Federação”, lembrou Bueno. Registrou que o momento atual que o estado vive é excepcional em termos de crescimento econômico, superando décadas de decadência, desde que o Rio deixou de ser a capital federal.

“O estado vai investir mais de R$ 100 bilhões ao longo dos próximos anos. Já somos a capital energéti-ca do País, com 70% das reservas do pré-sal”, frisou.

O diretor da Filial IV (RJ) da ABRAMAN, Ernes-to Pinto de Oliveira, responsável pela coordenação do evento no estado, relembrou o compromisso as-sumido no encerramento do 26º CBM, em Curitiba, e agradeceu o “grande esforço” de dirigentes e pro-fissionais que permitiram entregar à comunidade de Manutenção e Gestão de Ativos um encontro com temas que refletem o estado da arte desta atividade.

John Hardwick, presidente do Global Forum, agra-deceu à ABRAMAN a iniciativa de trazer para o Rio de Janeiro a reunião estratégica da entidade mundial, pela primeira vez em sua história. Lembrou que a

A abertura, com a presença expressiva de congressistas, autoridades e empresários

ABRAMAN é membro fundador do Fórum Global e oferece “uma grande contribuição para o mundo da Manutenção e Gestão de Ativos”. Destacou que o 27º CBM e o Global Forum eram pontos de encontro de excepcional importância para o intercâmbio de ideias e de conhecimentos e agradeceu “a extraordi-nária hospitalidade brasileira”.

Flávio Decat de Moura, presidente da Eletrobras Furnas, mencionou o momento especial que vivia o setor elétrico, em meio à realização do 27% CBM, diante da meta de reduzir em 28% o custo da ener-gia para a indústria e em 16% para os consumidores residenciais. Disse que esta tarefa traz em seu bojo a possibilidade de aumento no número de empregos no País, diante da maior produtividade esperada das in-dústrias, que reduziriam os seus custos de insumos.

O presidente de Furnas destacou o papel crucial a ser desempenhado por Manutenção e Gestão de Ati-vos neste cenário. “Vi a ABRAMAN nascer, quando ingressei em Furnas, como engenheiro de manuten-ção, em 1970”, recordou. Mas lamentou que a em-presa tenha “perdido o foco em Manutenção, durante anos”, afirmando que Furnas compõe a “espinha dor-sal do sistema brasileiro de geração e transmissão “. Esta situação reverteu-se, contudo, nos últimos anos quando foram realizadas quase 90 mil intervenções de manutenção no sistema. Revelou, também, que a previsão de investimentos de mais de R$ 1 bilhão tem em manutenção um de seus pilares estratégicos.

Presidente da Eletrobras Furnas, Flávio Decat de Moura

Secretário do Desenvolvimento, Júlio Bueno John Hardwick, presidente do Global Forum

Participantes e convidados lotaram o salão nobre na abertura do 27º CBM

Page 7: ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 13REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201212

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

osé Roberto Guimarães, o consagrado coach da seleção feminina de voleibol, ganhadora da medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Londres e conferencista da sessão de abertu-ra do 27º CBM, mostrou como a formação de equipes de alta performance para conquistas extraordinárias tem tudo a ver com a prepa-

ração de quadros para Gestão de Ativos.“Paixão é o que move as pessoas” resumiu o téc-

nico campeão ao sintetizar o segredo do sucesso dos grandes empreendimentos. Descreveu a sua carreira profissional, que começou numa pequena cidade do interior de São Paulo e foi movida, inicialmente, pela paixão pelo futebol. Ao mudar-se com a família para Santo André, no ABC paulista, José Roberto desco-briu o vôlei graças ao professor de educação física e à namorada que jogava na seleção do colégio.

“Iniciei-me no vôlei aos 13 anos e meu sonho era um dia jogar pela seleção brasileira”, disse aos con-gressistas. Embora tenha um biótipo que não facili-ta a prática deste esporte pelos padrões atuais, com seus menos de 1m80 de altura, José Roberto disse que procurou superar os obstáculos dedicando-se intensamente aos treinamentos. E, assim, a vida o le-vou aos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, onde a seleção masculina de voleibol foi sétima colocada.

Os primeiros tempos foram difíceis, pois as condi-ções do esporte brasileiro ainda eram muito diferen-tes das de hoje. “Todos trabalhavam e treinavam”, re-corda José Roberto. Enquanto isso, nas equipes mais competitivas de outros países, os atletas estavam engajados em universidades, empresas ou institui-ções públicas. “Os russos pertenciam ao Exército e os japoneses eram funcionários de empresas”, exem-plifica.

“Os brasileiros, antes da profissionalização das estruturas desportivas, como atualmente, eram ab-negados que se dedicavam muito e que acabaram por revolucionar o vôlei brasileiro, que se tornou o segundo esporte nacional em termos de público e renda e um paradigma mundial”, avalia. “No começo não dominávamos táticas, a preparação física e psi-

cológica eram básicas e nossos conhecimentos sobre o corpo humano não tinham a profundidade que te-mos agora. Mas éramos empenhados e treinávamos muito”.J

Como formar times de altaperformance para a vitória

Ouro Olímpico

José Roberto Guimarães

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 15REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201214

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

Sobre a atuação como técnico campeão olímpico, disse que a evolução do esporte fez com que ele seja capaz de saber exatamente quais são as dificuldades de cada atleta para tomar medidas que melhorem continuamente os desempenhos. “Precisamos pensar cada fundamento, aprimorar cada detalhe e planejar minuciosamente tudo. Esta soma de ações é fundamental para que o resultado seja alcançado. Cada resultado alcançado reflete horas, dias, meses de trabalho”, revelou. Destacou que o planejamento global é crucial para o desenho das ações. “Temos que pensar em todo o calendário e não atuar partida por partida”.

A carreira como técnico começou ao final da dé-cada de 90 como assistente de Bebeto de Freitas, en-tão treinador da seleção brasileiro de vôlei e um dos primeiros estrategistas a transformar este esporte no Brasil.

José Roberto lembra que, em 1992, foi surpreen-dido com convite para treinar a seleção feminina. “Preparei-me toda minha vida para este momento”, lembra-se. Assumiu, então, uma talentosa geração de atletas, mas que ainda não estavam preparadas para ganhar.

Finalmente, em 1992, o Brasil ganhou a primeira medalha de ouro em esporte coletivo, como campeão feminino da Liga Mundial de Vôlei.

A partir de 2003, lançou-se num projeto desafiador de transformar nossa seleção num modelo capaz de quebrar os paradigmas até então existentes no volei-bol, empenhou-se na preparação física das jogadoras, investindo fortemente na musculação dos braços e pernas para fortalecer as atletas, à exemplo do que vira na seleção cubana, a seu ver uma das mais com-petitivas do mundo, até recentemente. Para monito-rar a velocidade da bola nos saques, chegou a com-prar um radar que vira ser utilizado por treinadores de outras seleções. E passou a acompanhar o trabalho das grandes seleções mundiais.

s desafios na formação de mão de obra na Manutenção foram enfoca-dos pelos especialistas Rolando Var-gas Vallejos, gerente executivo da Unidade de Educação Profissional e O

O desenvolvimento econômico e a tarefa da formação profissional

Senai

Tecnológica do Senai; Juarez Casnok, gerente de Re-cursos Humanos da Petrobras/Repar e André Bessa, da V&M, em mesa presidida pelo diretor nacional da ABRAMAN, Evandro Figueiredo Neto, da Arcelor-Mittal Tubarão e coordenada pelo diretor da Filial

Para entender sua equipe, dedicou-se à leitura de livros sobre psicologia feminina, histórias de gran-des mulheres e pesquisas que lhe possibilitariam en-tender mais a alma e o comportamento das pessoas com as quais trabalhava. E, também, aprendeu com as mulheres. “Entendi que as mulheres são capazes de prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo”, característica que não percebia nos homens. Outra descoberta foram as transformações no organismo-feminino e seus reflexos na produtividade dos trei-nos, o que o levou a preparar um roteiro a respeito de cada jogadora e sua disposição física ao longo do mês observando, por exemplo, perda de elementos como cálcio e potássio que deveriam ser repostos segundo a natureza de cada pessoa.

Finalmente, em 2004, nos Jogos Olímpicos de Ate-nas, para os quais haviam se preparado com afinco, uma inesperada derrota para a seleção russa pro-vocou uma grande decepção e um dos “piores mo-mentos” de sua vida. Mas, à época, lembrou-se que a China havia se preparado durante oito anos até con-seguir vencer.

A experiência de 2004 levou-o a dedicar-se febril-mente ao conhecimento de seus adversários e, para isso, aceitou convite para trabalhar na Itália onde, durante três anos, dirigiu uma equipe local. Nesta época preparou um completo dossiê sobre todas as equipes mundiais. Passou a treinar fortemente a se-leção brasileira e, entre 2005 e 2008, fizeram 140 jo-gos com seleções rivais para aprimorar o time, com 128 vitórias, como menciona. O resultado foi o ouro olímpico.

O resto desta saga é recente e foi acompanhado por todos os brasileiros: o começo difícil e preocupante em Londres, o crescimento, a união, a garra da equi-pe e, finalmente, a vitória. Um extraordinário exem-plo para os mantenedores e gestores de ativos que dependem de equipes afinadas e bem preparadas para vencer.

As meninas de ouro do BrasilRolando Vargas Vallejos, gerente executivo do Senai

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 17REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201216

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

IV (RJ) da ABRAMAN, Ernesto Pinto de Oliveira, do Metrô Rio.

O Professor Vallejos destacou a tarefa histórica e reconhecida pela indústria brasileira de formação de técnicos para o desenvolvimento nacional e mostrou, também, a estratégia para avançar em educação de nível superior com o objetivo de oferecer impulso adicional para aumentar a competitividade das em-presas. Destacou que a competitividade tem fortes fundamentos no aumento da capacitação e na ino-vação.

O gerente do Senai lembrou que estima-se que, de 2012 a 2015, cerca de 16% dos novos empregos es-tarão centradas em ocupações de nível técnico e 3% em formação de nível superior. As ocupações indus-triais que exigem menos de 200 horas de formação concentram 57% das demandas por profissionais qualificados. Mencionou, entretanto, que a qualidade da educação técnica no Brasil tem um logo caminho para crescer considerando-se que o País está em 53º das listas dos países que oferecem melhor formação, com Xangai, na China, em primeiro lugar.

Entre as deficiências na formação educacional men-cionadas por Vallejos mencionou o baixo desempe-nho dos estudantes em ensino médio em Português e Matemática, que inclui raciocínio sistêmico. “Ape-nas 5% dos jovens brasileiros que entram no sistema educacional no primário chegam a concluir o ensino médio”, lamentou.

“A qualificação é um dos grandes desafios para avanços na competitivade. A má qualidade da edu-cação básica aumenta os obstáculos para a formação do trabalhador”, disse. Uma das primeiras barreiras a vencer, segundo o palestrante, é o baixo interesse dos jovens por profissões de nível técnico, muitas vezes estimulados pelo próprio ambiente social e pela fa-mília, que privilegiam o “doutor”, registrou Vallejos.

Neste quadro, o Senai tem cumprido um extraor-dinário e meritório papel, com mais de 2,5 milhões de pessoas matriculados em seus cursos em todo o País, em 2011. Entre as estratégias desenhadas para avançar destacam-se o aumento do número de pro-fessores qualificados no sistema e, em 2014, chegar a 4 milhões de matrículas. Citou, também, o plano de criação de 53 novos centros de formação em todo o Brasil e de 81 novas unidades móveis que incluem até barcos, para levar a educação técnica ao maior número possível de trabalhadores, o que inclui a mo-dernização de mais de 250 unidades existentes.

Educação à distância, simulares, laboratórios vir-

tuais, investimento em cadernos digitais são outras metas estratégicas a serem alcançadas. “O Senai será um centro de desenvolvimento de simuladores e em laboratórios para educação à distância”, informou.

Atualmente o Senai oferece mais de três mil cursos em todo o Brasil, em quase 30 setores de atuação. A extensão do País e a multiplicidade de cursos e a am-pla área de atuação do Serviço faz com que um curso não seja aproveitado em outro que poderia necessitá-lo, situação que, como informou o gerente do Senai, está sendo equacionada. “Temos, atualmente, 37 iti-nerários formativos e reduzimos os cursos oferecidos de mais de mil para 230”, informou.

A formação do professorado é outro desafio pois,

como disse Vallejos, dos mais de 12 mil professores que atuam na rede, a maioria deles não têm curso de graduação. Este cenário tem levado o Senai a empe-nhar-se na formação do corpo docente tanto na área técnica quanto metodológica e, também, produzir kits didáticos.

O Senai tem desenvolvido uma parceria criativa muito produtiva com o governo federal por meio do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego, no qual o Senai tem mais de 50% das matrículas.

Outro ponto de destaque das estratégias de apri-moramento dos serviços oferecidos à indústria é a formação de Institutos Senai de Tecnologia (IST) em todo o país, segundo modelo alemão, com o estímulo a áreas de conhecimentos transversais. “Em Floria-

“O Senai está preparado

para enfrentar novos desafios

em todas as áreas,

especificamente em

Manutenção. Os olhos do

mundo estão voltados para

o Brasil”

nópolis temos, por exemplo, um IST com foco em tecnologia à laser”, disse Vallejos. “Os institutos são feitos para resolver problemas das indústrias e promover parcerias com universidades. São cria-dos, desta forma, ambientes onde a indústria será atendida em suas demandas por pesquisa aplicada em áreas estratégicas”. Entre as parcerias interna-cionais, destaca-se a realizada com o MIT – Massa-chusetts Institute of Technology.

No segmento de Manutenção, Vallejos destacou o trabalho realizado com o PNQC da ABRAMAN e lembrou que o Senai já formou mais de 50 mil técnicos em várias ocupações, dos quais mais de

1600 em Manutenção. Disse, também, que os cursos de tecnologia de Manutenção Industrial oferecidos pelo Senai já formaram cerca de 400 profissionais. Ele observou, contudo, preocupação com a queda de interesse por certificação, mencionando a redu-ção do número de certificações realizados no período 2011/2012.

O gerente de RH da Petrobras/Repar, Professor Juarez Casnok, mencionou que o curso de forma-

ção de técnicos de Manutenção promovido pela empresa formou a primeira turma, destacando o em-penho neste tipo de profissional, essencial para a Gestão de Ativos.

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 19REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201218

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

estruturação de Gestão de Ativos nas empresas deve estar relacionada com o plano estratégico visando a obter-se Retorno sobre o Investimento (ROI) de-vendo, para isso, articular o ativo com todo o sistema empresarial”. A mensa-

gem foi destacada pelo Professor Gerson Arcos, da Pragma Academy, em palestra que preferiu aos parti-cipantes do 27º CBM.

A Pragma Academy é um dos segmentos da Pragma Brasil, consultoria internacional de Gestão de Ativos e metodologias de excelência com foco em capacita-ção e a melhoria de processos de gestão. A empresa oferece serviços especializados no segmento de Ges-tão de Ativos e de consultoria para uso do software de gerenciamento OnKey® e formação profissional.

O palestrante lembrou que, no âmbito de Gestão de Ativos, o capítulo Sustentabilidade é um dos prin-cipais pilares, cujo essência é “trabalhar mais, com menos, para obter-se o melhor”.

“Para isso é preciso ter o maior conhecimento pos-sível dos ativos da empresa visando à maximização do retorno e, desta forma, melhorar o custo de vida do ativo”, frisou o Professor Gerson.

A Pragma Brasil, como mencionou, crê que, com ações práticas e busca constante pelo aperfeiçoamen-to, é possível obter melhoria contínua, com trans-ferência de conhecimento e desenvolvimento das pessoas. Para tanto, utiliza metodologia confiável e um time experiente e capacitado que trabalha alinha-do com as diretrizes do PAS 55. As práticas utiliza-das são reconhecidas internacionalmente por trazer avanços significativos rumo à excelência por meio do alinhamento de todas as ações a serem realizadas nos ativos, conforme a estratégia proposta pela empresa. Ações envolvem investimentos em transferência de conhecimento para o desenvolvimento das pessoas e permitem obter melhoria profissional contínua.

“Ativo é todo bem que pode ser utilizado econo-micamente pela organização. Para que as pessoas te-nham um desempenho satisfatório, temos que definir o que esperamos deste, ou de qualquer outro ativo,

A

Estrutura de Gestão de Ativos deve articular-se com o plano estratégico

dentro das organizações. Para isso, devemos estabe-lecer uma métrica onde a organização possa verificar o desempenho, segundo suas necessidades”, avalia.

O fator humano é o item com a maior variabilidade possível dentro de um sistema de ativos, influencian-do os demais sistemas e tornando-os mais lucrativos, ou com maior possibilidade de prejuízo. Para que as pessoas tenham condições de realizar as atividades necessárias para o bom desempenho da organização, precisam ser dotadas dos conhecimentos necessá-rios às funções em que estarão inseridas. Segundo o Professor Gerson, a organização deve elaborar uma planilha de habilidades e competências levando em consideração cada função a ser exercida na organi-zação. Um dos focos da planilha deverá ser as habi-lidades necessárias para que a pessoa possa exercer a função a que foi destinada na organização, como abordado no item 4.4.3 do PAS 55.

“Após a elaboração desta planilha pode-se iniciar, com o apoio do departamento de Recursos Huma-nos da empresa, a elaboração de outra planilha que podemos chamar de mapa de competências da orga-nização. Este mapa indica a todos o caminho para o crescimento profissional e humano das organiza-ções”, explica.

A AES Tietê e a Samarco Mineração receberam, em 2012, o Prêmio Pragma de Gerenciamento de Ativos Físicos concedido a organizações que se destacaram pela maturidade de seu sistema de gestão. A Pragma é um grupo de empresas especializado em consulto-ria de manutenção de ativos e metodologias de exce-lência com foco no aprimoramento de processos de gestão.

A premiação, instituída em 1994, inicialmente focada em colaboradores e clientes que tivessem se destacado no gerenciamento de ativos fiscais, evo-luiu para avaliar princípios gerais de Manutenção. A partir de 2000, com o lançamento dos dez pilares AMIP, software desenvolvido ao longo de 25 anos de trabalho da Pragma com Gestão de Ativos, passou a mensurar a maturidade do gerenciamento de ativos físicos em empresas clientes. A partir de 2011 o prê-mio foi aberto a não-clientes da consultoria, com o nome de Prêmio Pragma de Gerenciamento de Ativos Físicos.

Ítalo Freitas, diretor da AES Tietê, que recebeu o prêmio em cerimônia realizada na África do Sul, in-forma que sua empresa, que se encontra em proces-so de certificação de Gestão de Ativos, foi avaliada segundo à maturidade de sua gestão conforme os critérios AMIP, da Pragma. O julgamento envolveu análises de informações empresariais, entrevistas e comparações com outras empresas avaliadas.

“O Prêmio Pragma reconhece as empresas que as-sumem o compromisso de melhorar sua Gestão de Ativos e que estão mostrando resultados. Há sempre espaço para melhorar e entendemos que um certo

grau de competição e de pressão ajuda a saber quem são as melhores. Estamos orgulhosos por promover esta premiação e nossa intenção e transformá-la numa competição global nos próximos anos”, diz Alan Tait, diretor executivo da Pragma Africa e pre-sidente da Associação Sul-Africana de Gestão de Ativos.

Prêmio internacional para empresas brasileiras

Antonio de Pádua Teixeira, Diretor Executivo da Pragma Brasil entrega o Prêmio Pragma a Ítalo Freitas, da AES Tietê

Gerson Arcos, diretor da Pragma Academy

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27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

ma parceria entre a ABRAMAN e a Ac-centure permitirá que, até o final do primeiro semestre de 2013, a comuni-dade de Manutenção e Gestão de Ati-vos tenha uma radiografia do estado da arte de suas melhores práticas numa

amostra representativa das empresas brasileiras que será estendida a todo o universo empresarial.

O anúncio foi feito pelo diretor da Accenture, Afonso Sartório, durante a conferência internacional sobre a PAS 55, presidida pelo diretor nacional da ABRAMAN Hélio Burle de Menezes, com a partici-pação de John Woodhouse, da TWPL e José Antonio Conejo Badilla, do Instituto Costa-Riquenho de Ele-tricidade.

A Accenture é uma empresa global de consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing com mais de 230 mil profissionais de variadas competên-cias técnicas que atendem a todos os setores de ati-vidade econômica em mais de 120 países. Sartório informou aos congressistas que o projeto pioneiro irá pôr em relevo o impacto de Gestão de Ativos em de-cisões empresariais estratégicas que podem influen-ciar a saúde financeira das organizações. “Gestão de Ativos bem estruturada ajuda a otimizar o capital empregado e a manter custos”, disse Sartório. “O grande desafio para uma Gestão de Ativos eficaz é equilibrar dimensões conflitantes dos negócios e en-contrar uma zona ótima que, em resumo, implica em custos mínimos e disponibilidade máxima”.

Entre os obstáculos Sartório menciona a comple-xidade dos parques industriais, com quilômetros de linhas de produção, diversas áreas de gestão e as di-ficuldades para influenciar decisões de outros seto-res, além de processos tratados de forma segregada. “Um desafio adicional é a gama de técnicas de ges-tão disponíveis no mercado, que formam uma ‘sopa de letras”, adverte o consultor. “Quando colocar em prática processos como RMC, TPM, CMMS, FMEA, OEE, entre muitos outros? Que impactos terão nos resultados da empresa?”

U

Pesquisa mostrará como está a Gestão de Ativos nas empresas

Estratégia

Para que os caminhos escolhidos sejam bem su-cedidos, Sartório propõe “estágios de maturidade”. A capacitação em Gestão de Ativos deve avançar de forma equilibrada, com focos em tecnologia, proces-sos, pessoas, governança para que, ao final, tudo pos-sa ser equilibrado para serem colhidos os melhores resultados, recomenda o diretor da Accenture. Entre os desafios mais comuns das diversas etapas desta-ca a falta de integração entre governança e avaliação desde a engenharia até a descontinuidade, a falta de informações financeiras sobre as quais fundamen-tar decisões, falta de estratégias baseadas em risco e desempenho, equipamentos e sobressalentes pouco padronizados, baixa produtividade de equipes e alto custo de sobressalentes, entre outros pontos.

Sartório avalia que a Pesquisa Nacional de Gestão de Ativos, em parceria com a ABRAMAN, permiti-rá grandes contribuições para a compreensão desde universo empresarial, com respostas para perguntas envolvendo o conhecimento das empresas sobre Ges-tão de Ativos, estágio de maturidade por segmento

PAS 55 – Facilitadores e Controles de Gestão de AtivosA PAS 55, lançada pela ABRAMAN, em português, em seu capítulo 4.4, descreve Estrutura, Autoridade e Responsabilidades e define que a organização deve estabelecer e manter uma estrutura organizacional com papéis, responsabilidades e autoridades, coerente com o alcance da política, da estratégia, dos objetivos e dos planos da gestão de seu ativo.

Estes papéis, responsabilidades e autoridades devem ser definidos, documentados e comunicados para as pessoas. Não há necessidade de criar uma estrutura organizacional separada, desde que a estrutura da organização esteja de acordo

com o cumprimento dos requisitos estabelecidos no item 4 da PAS 55.A alta direção, sugere a PAS 55, deve fornecer evidências do seu compromisso com o desenvolvimento e implementação do

sistema de Gestão de Ativos e a melhoria contínua de sua eficácia:

• Nomeando um membro da alta direção que, independentemente de outras responsabilidades, deve ser responsável pelo

desenvolvimento, manutenção, documentação, análise crítica e melhoria total do sistema de Gestão de Ativos da organização;

• Nomeando membro(s) da direção cuja responsabilidade seja garantir que os ativos e sistemas de ativo atendam os requisitos

da política, da estratégia, dos objetivos e dos planos de Gestão de Ativos e que tenha autoridade para alcançá-los;

• Identificando e monitorando as exigências e expectativas das partes interessadas da organização e tomando iniciativas

correspondentes e oportunas, na medida em que essas tenham implicações para a Gestão dos Ativos da organização;

• Garantindo que a política e a estratégia da Gestão de Ativos estejam de acordo com o plano estratégico organizacional;

• Considerando o impacto adverso que a política, a estratégia, os objetivos e o(s) plano da Gestão de Ativo podem ter sobre os

outros aspectos da organização. Por outro lado, considerando se os planos apresentados por outras partes da organização

possam ter um efeito adverso sobre a Gestão do Ativo;

• Garantindo a viabilidade da política, da estratégia, dos objetivos e do(s) plano de Gestão de Ativo;

• Garantindo que os riscos relacionados com o ativo sejam identificados, avaliados e controlados e sejam incluídos na estrutura

da gestão de risco da organização;

• Garantindo a disponibilidade de recursos suficientes;

• Comunicando a todas as partes interessadas relevantes a importância de respeitar os requisitos do sistema de Gestão de

Ativo a fim de alcançar o plano estratégico organizacional.

Afonso Sartório, diretor da Accenture

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 23REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201222

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

e setor industrial e prioridades de aperfeiçoamento, entre outras.

A pesquisa piloto do projeto deverá ser realizada até o final do ano, para orientar o projeto global que deverá ser apresentado durante o 28º Congresso Bra-sileiro de Manutenção, em Salvador.

John Woodhouse, diretor da TWPL – The Woo-dhouse Partnership Limited, consultoria mundial de Gestão de Ativos, que participou do 27º CBM, destacou que a América Latina é a região do mun-do que apresenta o ritmo mais acelerado de adoção de práticas avançadas de Gestão de Ativos e empre-sas utilizando a PAS 55 como instrumento de busca de melhorias. “Será muito interessante acompanhar este processo e observar o que ocorrerá nos próximos três anos”, avalia Woodhouse. Ele destacou o case de implementação da PAS 55 em 20 plantas de geração de energia elétrica na Costa Rica pela ICE – Instituto Costa-Riquenho de Eletricidade.

A TWPL foi fundada em 1955 por um grupo de exe-

cutivos especializados em Manutenção e Gestão de Ativos de empresas como Shell, Phillips e institui-ções dos setores de defesa e energia nuclear, entre outros. Woodhouse lembrou que, no universo das práticas de Gestão de Ativos, boa gestão pode não ser apenas a utilização máxima dos ativos, volume máxi-mo de produção e segurança máxima. “Podemos ter de contemplar direções diferentes algumas vezes”, destacou.

“Gestão de Ativos não é apenas cuidar do ativo”, resumiu. “Quantos engenheiros de projeto ouvem os engenheiros de Manutenção ao desenvolverem os seus planos?” perguntou. “Cerca de 20 a 30% dos re-cursos estão sendo perdidos por falta desta conexão entre o design e a Manutenção”.

Woodhouse informou aos congressistas que a PAS 55 foi revista por especialistas de dez países, entre os quais brasileiros, tendo recebido mais de 1300 sugestões de aprimoramentos que estão sendo ana-lisadas. Até 2014 a norma inglesa estará pronta para ser base da futura ISO 55000 de Gestão de Ativos. Ele explicou que a PAS 55 oferece um guia para a transformação do modelo de gestão estabelecido em várias fases. A primeira fase é a de diagnóstico, de-pois quantificação, seguindo-se a implementação de um roteiro e desenvolvimento.

“A mudança virá com um ’entusiasmo contagiante’ que estimulará as lideranças”, resumiu o especialis-ta. O resultado esperado será a melhoria continua de hábitos e processos. “É um processo que avança em estágios, não apenas numa ruptura”.

A PAS 55 está sendo usada como base pela ISO – International Organization of Standartization para a primeira norma internacional de Gestão de Ativos que será publicada em três partes: ISO 55000, ISO 55001 e ISO 55002. O ciclo de desenvolvimento da nova norma é de cerca de três anos esperando-se, portanto, a publicação da primeira parte em 2014.

A ISO 55000 oferecerá uma visão geral de Gestão de Ativos, conceitos e a terminologia adotada uni-versalmente. A ISO 55001 especificará as exigências para boas práticas de Gestão de Ativos - o Sistema de Gestão de Ativos. A ISO 55002 oferecerá interpreta-ção e guias para implementação do Sistema de Ges-tão de Ativos.

A família de padrões ISO 55000 também alinhará e se integrará com outros sistemas de gestão para que um sistema integrado possa estabelecer as boas práti-cas sobre todas as questões chave das operações pro-fissionais. Esta integração incluirá a ISO 9001 para qualidade de gestão, ISO 14001, para gestão ambien-tal. OHSAS 18000 para segurança e saúde ocupacio-nal e ISO 31000 para gestão de risco.

27º CBM reservou o período de uma ma-nhã para encontro de alto nível com em-presários, clientes das empresas patroci-nadoras e executivos, com palestrantes estratégicos representando setores de atividades que se destacam no cenário

dos investimentos. Entre os conferencistas do Café VIP estiveram Joubert Flores Filho, diretor do Metrô Rio, Anelise Quintão Lara, gerente da E&P/PréSal e executivos da Timken, Assetsman e Aremas, entre outras, que abordaram o tema “Visão das Empresas sobre Gestão de Ativos”.

O

Café Vip traz formato inovador com foco na aproximação e em debates

Em sua abordagem sobre a grande experiência de-senvolvida pela Petrobras em produção de petróleo e gás em águas profundas, Anelise Lara destacou que o crescimento da produção do pré-sal no período 2013-2020 será “gigantesco”. Registrou que nos blo-cos operados pela Petrobras, ou por empresas parcei-ras, têm ocorrido descobertas em todos eles.

“O desenvolvimento do pré-sal é promovido em fases. O objetivo é ir, aos poucos, desenvolvendo pi-lotos de produção e definindo os sistemas definiti-vos. O piloto do campo de Lula, por exemplo, entrou em operação em 2010 e continua produzindo”, in-

Café Vip. Líderes empresariais e palestrantes de alto nívelJohn Woodhouse, diretor da TWPL

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Revista Manutenção – seteMbRo/outubRo 25Revista Manutenção – seteMbRo/outubRo 201224

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

formou. Este poço piloto ofereceu informações para que fosse estabelecida uma série de parâmetros im-portantes. Em 2013 e 2014 outros pilotos entrarão em produção.

Anelise disse aos participantes do Café Vip que oito sistemas de produção em estaleiros nacionais foram desenvolvidos, além de produção de equipamentos em várias fábricas no Brasil e conversão de cascos no Estaleiro Inhaúma, no Rio, com a realização, em agosto último, da primeira docagem do navio Petro-bras 74 para início das obras de conversão do casco na unidade de produção P-74.

A P-74 será também o primeiro FPSO (navio-plata-forma) com destino aos campos da Cessão Onerosa, no pré-sal na Bacia de Santos. A inspeção das chapas do casco e a desmontagem de equipamentos origi-nais do navio são as primeiras atividades da conver-são. A conversão prevê o reforço estrutural do casco, a construção de novos módulos de acomodação, que terão capacidade para 110 pessoas; a substituição dos equipamentos originais, além da fabricação e instalação de 13 mil toneladas de estruturas novas necessárias para suportar os módulos das linhas de produção e do novo sistema de ancoragem entre ou-tros. As obras de conversão da P-74 têm previsão de término em junho de 2014.

A docagem do navio Petrobras 74 representa o iní-cio de uma nova era para o Estaleiro Inhaúma que, na década de 80, era o segundo maior estaleiro do mundo na construção de navios. Com o declínio da indústria naval brasileira, a partir do final dos anos 80, o Inhaúma acabou sendo abandonado e deterio-rou-se, até ser arrendado pela Petrobras, em junho de 2010, por um período de 20 anos. A Petrobras iniciou a reforma do estaleiro e já reconstruiu instalações como o dique seco que se encontra em condições de uso. A conversão do navio Petrobras 74 será a pri-meira grande obra realizada no Inhaúma após a sua retomada.

O Estaleiro Inhaúma receberá, também, as obras de conversão da P-75, P-76 e P-77, destinadas aos cam-pos da Cessão Onerosa. A Petrobras assinou o contra-to de conversão para todas as plataformas em maio de 2012 com o Estaleiro Enseada Paraguaçu, consór-cio formado pelas empresas Odebrecht, OAS e UTC Engenharia, que possuem como parceiro tecnológico a japonesa Kawasaki Heavy Industries. O valor glo-bal é de US$ 1,7 bilhão e as obras terão conteúdo nacional de 70%, com geração de cerca de 5 mil em-

Para a

pregos diretos no pico das atividades.As 15 sondas em operação no pré-sal, de janeiro de

2011 a junho de 2012, permitiram que fosse dobrada a produção na área, com acumulado de mais de 100 milhões de barris. “E a história está apenas começan-do”, disse a gerente do pré-sal.

Encerrando o evento, o presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, agradeceu os patrocinadores da nova promoção do Congresso e disse que o objetivo de promover um ambiente para a discussão de temas de interesse de Gestão de Ativos com experts de alto nível havia sido alcançado.

Centro de Exames e Qualificação Profissional

Profissionais que desenvolveram suas competências na

prática e não tiveram oportunidade de obter um

certificado podem comparecer no CEQUAL-SP e

submeter-se a exames escrito e prático para testar

seus conhecimentos e adquirir a Qualificação

Profissional.

Caldeireiro de Manutenção;

Caldeireiro Montador;

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Instrumentista de Manutenção;

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consultar nosso site: www.sp.senai.br/robertosimonsen,

clicar no ícone CEQUAL, selecionar a ocupação

desejada e baixar o Manual do Candidato.

Horário de atendimento do CEQUAL: Segunda a Sexta-

feira das 8h às 11h 30min e das 13h às 16h 30min.

O processo de Certificação Profissional atende

aos requisitos da Norma ABNT NBR ISO/IEC

17024:2004 e a LEI de Diretrizes e Base da Educação

Brasileira–LDB.

NOTA:

Anelise Lara, gerente da E&P PréSal

Prezado Sr(a) associado.

Conforme o Estatuto da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos - Abraman, informamos que deu-se início ao Período Eleitoral para eleição da Diretoria Nacional e das Diretorias e Vice-Diretorias das 13 Filiais referente ao biênio 2013 / 2015.

A Comissão Eleitoral para o pleito em questão será composta pelos senhores Dr. Alan Kardec Pinto – Conselheiro e Ex-Presidente, Dr. Carlos Vendas Rodrigues, Conselheiro e Ex-Presidente; Dr. Joubert Fortes Flores Filho – Conselheiro e Ex-Presidente e Dr. Athayde Araújo Tell Ribeiro – Gerente Executivo.

Para tanto, estão abertas as inscrições para indicação de nomes à composição de chapas para o pleito do biênio 2013/2015.Estão aptos a se candidatar a cargos eletivos na Abraman os sócios, brasileiros, que estejam em dia com suas anuidades há, pelo menos, 90 dias da data de distribuição das cédulas da respectiva eleição e que sejam sócios da Abraman há, pelo menos, um ano. Não estão aptos a se candidatar a cargos eletivos na Abraman os sócios em débito com suas anuidades até, pelo menos, 90 dias do ano corrente, ou anuidades de anos anteriores da data de distribuição das cédulas da respectiva eleição e que tenham menos de um ano como sócios da Abraman, além dos sócios que tenham exercido um número de mandatos seguidos e simultâneos que os impeça de concorrer, apesar de atenderem ao estabelecido no parágrafo acima.Os associados interessados e, em condições de elegibilidade, deverão enviar as chapas com a indicação dos nomes à Secretaria da Sede da Abraman por correio ou pelo e-mail [email protected], com cópia para os Diretores de suas respectivas Filiais até 15 de dezembro de 2012.

Atenciosamente,João Ricardo Barusso LafraiaPresidente da Abraman

ElEiçõEs - GEstão 2013 - 2015Rio de Janeiro, outubro de 2012

Page 14: ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 27REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201226

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

mpresas de engenharia e de Manutenção Industrial, prestadores de serviço para os mais diversos segmentos, fabricantes de máquinas e equipamentos com valor tecnológico agregado, empresas de gera-

ção e transmissão de energia, consultores, fabrican-tes de rolamentos, fabricantes e representantes de equipamentos para manutenção preditiva, empresas

especializadas em softwares de gerenciamento de manutenção, ERP’s e e-commerce, sistemas de ge-renciamento de ativos; fabricantes de acoplamentos, vedações, válvulas; sistemas de proteção, sistemas de soldas, universidades e instituições de ensino, equi-pamentos para inspeção, instrumentação e controle; ferramentas de gerenciamento, gerenciamento global da manutenção, logística.

E

Expoman 2012 indica que setores representados estão se ampliando

João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN e Carlos Diehl, diretor nacional, abrem a Expoman 2012

Page 15: ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 29REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201228

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

Amplo espaço para a ExpomanCequal móvel do PNQC da ABRAMAN

Esta é uma lista resumida dos setores de ativida-des relacionados a Manutenção e Gestão de Ativos que estiveram representados na Expoman 2012, no Centro de Exposições Sul América, compondo um atraente e moderno conjunto de estandes que atraiu centenas de congressistas e visitantes.

A mostra de equipamentos, produtos e serviços esteve presente no momento certo num estado que se encontra em franco processo de retomada do de-senvolvimento, como destacou o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, que par-ticipou da abertura do 27º CBM. Estima-se que nos próximos três anos o Rio movimentará quase dois bilhões de reais em mega empreendimentos, como o Complexo Petroquímico, o Porto do Açu, Metrô, aeroportos e obras relacionadas com os eventos es-portivos que começam em 2013.

O setor de Gestão de Ativos e Manutenção tem no Rio um local pleno de oportunidades para profissio-nais qualificados e investidores. Este cenário atraiu as empresas do setor para a Expoman, como reflete a mostra. E abre caminho para um novo show, desta vez em Salvador, Bahia, na Expoman 2013.

Empresas de vários segmentos atraíram a atenção de congressistas e visitantes

Lafraia e executivos da SKF no estande

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 31REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201230

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃOPNQC

Primeiro exame para certificação internacional movimenta 27º CBM

m núcleo pioneiro de 35 profissio-nais de todo o país, tendo à frente o presidente e o vice-presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia e Rogério Arcuri, cravou o primeiro

marco histórico no processo de certificação interna-cional com a prova realizada no dia de abertura do 27º Congresso Brasileiro de Manutenção, no Centro de Convenções Sul America, no Rio de Janeiro.

O processo de exame, com questões que cobriram um amplo campo teórico e prático do universo de Gestão de Ativos, com mais de três horas de duração, foi considerado desafiador pelos examinandos, mas dentro do escopo de conhecimento dos profissionais habilitados.

O processo foi conduzido por Tim Goshert, repre-sentando a SMRP, e Ítalo de Freitas, diretor de Manu-tenção da AES Tietê, que abriram o envelope lacrado com as provas elaboradas em português pela SMRP, pela primeira vez na história da entidade americana. Ítalo apoia a ABRAMAN na condução do processo de certificação internacional e participou, nos Estados Unidos, de programa de preparação de facilitadores para aplicação do exame, tornando-se o primeiro certificador brasileiro. A organização de certificação da SMRP exige a presença de um facilitador do país onde se realiza o exame.

Os aprovados no primeiro exame realizado no Bra-sil formarão o grupo de facilitadores que irá disse-minar o processo. O primeiro facilitador brasileiro diz-se “entusiasmado pela possibilidade de trazer mais conhecimento para o Brasil”. Para ele, Gestão de Ativos e Confiabilidade irão consagrar uma gama de profissionais brasileiros cuja competência ainda não é formalmente reconhecida.

Os exames realizados no Rio culminaram os pri-meiros contatos estabelecidos por diretores da ABRAMAN durante o Global Forum da Austrália. Com a vinda de Tim Goshert ao Brasil para participar do 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, em Curi-

U tiba, a parceria foi consolidada. A iniciativa bem sucedida é o coroamento de um

processo cujos primeiros movimentos ocorreram du-rante o Global Forum, realizado na Austrália, com o diretor internacional da entidade americana, Tim Goshert que, no passado, esteve no Brasil para parti-cipar do 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, em Curitiba, para fechar os entendimentos.

Tim Goshert destacou o preparo dos profissionais brasileiros para que se apresentem em igualdade de condições com os melhores do mundo na arena mais ampla de Gestão de Ativos. Destacou a parceria en-tre a ABRAMAN e a SMRP e lembrou que a associa-ção brasileira irá transferir a sua experiência com a certificação de técnicos de nível médio, reconhecida ao longo de mais de uma década pelo PNQC, para aplicação nos Estados Unidos. Goshert mencionou a qualidade das unidades móveis de instrução mon-tadas em carretas, que ele pode conhecer durante a realização do 27º CBM, que poderá ser adotada nos processos americanos de certificação.

A ABRAMAN contabiliza mais de 15 mil profissio-nais certificados em mais de uma dezena de ocupa-ções fundamentais para o desenvolvimento do tra-balho profissional qualificado nas empresas. Com a certificação internacional, o PNQC da ABRAMAN amplia o seu campo de difusão de conhecimentos, que começou na década de 90 e estende-se por todo o País, oferecendo oportunidade de novas carreiras para médias e altas gerências que poderão beneficiar-se da certificação internacional.

O exame para a certificação internacional da SMRP visa aferir a experiência do candidato e seu conteú-do teórico e procura equilibrar conceitos com as me-lhores práticas do mercado. A prova tem como base os pilares conceituais da SRMP: gerenciamento de negócios, confiabilidade do processo, confiabilidade de equipamentos, liderança organizacional e geren-ciamento do trabalho. Além da parte prática, os can-didatos devem conhecer conceitos e ser capazes de

responder questões relacionadas com diversas áreas e em diferentes segmentos industriais.

Segundo o presidente da ABRAMAN, João Ricardo Lafraia, “trata-se de um novo patamar de qualidade na formação profissional, inserido na estrutura do PNQC, que reforça a qualificação para atuar em Ges-tão de Ativos, em atividades que vão desde o planeja-mento, construção, montagem e operação, até a subs-tituição dos equipamentos”. Este avanço consolida as conquistas feitas ao longo de quase três décadas de atuação bem sucedida do PNQC. A qualificação vem agregar valor tanto para os colaboradores quanto para as empresas, que poderão elevar o grau de excelência de suas melhores práticas.

O PNQC - Programa Nacional de Qualificação e Cer-tificação passa a preencher novos espaços e a atender uma demanda estratégica do mercado. O desenvolvi-mento de projetos com a entidade americana permi-tirá ganhos para os gestores de ativos brasileiros que,

com a certificação, poderão realçar o foco gerencial de suas competências profissionais, completando todo o ciclo de conhecimento, desde a operação até aos níveis mais estratégicos de Gestão de Ativos.

A SMRP é uma sociedade profissional, sem obje-tivo de lucros, formada para aprimorar lideranças e aplicar conceitos de Confiabilidade e Gestão de Ati-vos. Congrega mais de quatro mil membros em todo o mundo, já tendo certificado mais de três mil pro-fissionais. Seu programa de certificação profissional é amplamente reconhecido e envolve um rigoroso processo de exames.

A certificação SRPM/ABRAMAN terá reconheci-mento internacional. O PNQC da ABRAMAN cre-dencia-se, desta forma, como instituição de difusão de conhecimento e prossegue a caminhada que teve início na década de 90 e estende-se por todo o País, avançando das bases estabelecidas no chão de fábrica e médias gerências para alcançar novos patamares.

Centenas de congressistas reúnem-se nos intervalos das palestras e atividades técnicas

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 33REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201232

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO

sociados que tornou possível mais um grande mo-mento da associação. O diretor nacional Carlos Wilke Diehl, completou a avaliação registrando a ansiedade inicial quando as responsabilidades pela realização do 27º CBM foram passadas para o Rio e, após um ano de trabalho, a sensação da tarefa cumprida.

O encerramento de gala do Congresso e da Expo-man incluiu, como ocorre tradicionalmente, o anún-cio dos trabalhos técnicos premiados que, neste ano, destacaram, também, os trabalhos apresentados em pôsteres.

om a presença da diretoria da ABRAMAN, convidados internacionais e autoridades, o presidente João Ricardo Lafraia encerrou o 27º Congresso Brasi-leiro de Manutenção e anunciou a pró-

xima etapa do maior evento da Manutenção e Gestão de Ativos brasileiro: o 28º CBM, que será realizado de 23 a 27 de setembro de 2013, em Salvador.

O diretor da Filial IV (RJ), Ernesto Pinto de Olivei-ra, destacou o trabalho de grupo e a união observada entre o comitê executivo do evento, diretoria e as-

C

Encerra-se o 27º CBM e abrem-se as cortinas do Congresso de Salvador

Em seu discurso, Lafraia agradeceu os patro-cinadores, os organizadores, os palestrantes e o congressistas e destacou o grande avanço da ABRAMAN como estimuladora dos novos con-ceitos de Manutenção e Gestão de Ativos no país. Lembrou o processo de internacionalização da enti-dade ao longo dos últimos anos que tem permitido o crescimento e sua projeção externa. Este processo culminou com o lançamento da PAS 55 em portu-guês e a liderança da ABRAMAN na introdução da norma e o acordo com a SRMP, sociedade america-na de manutenção e confiabilidade que proporcio-nou o lançamento das certificações internacionais no Brasil.

“Agora o Congresso Brasileiro de Manutenção Carlos Alberto Stagliorio, diretor da Filial II (BA-SE)

Cenário atraente, hospitalidade baiana, com conteúdo excelente.

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 35REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201234

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO Fique a frente dos seus concorrentesAssine:

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e Gestão de Ativos encerra-se no Rio e ruma para a Bahia. Envidaremos nossos melhores esforços para que o Congresso de Salvador seja o melhor que a ABRAMAN já fez, em sinergia com o 5º Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos”, come-morou Lafraia.

O diretor da Filial II (BA-SE), Carlos Alberto Sta-gliorio, que comandará o processo de organização do 28º CBM e do 5º Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos em Salvador, em 2013, no mo-derno Centro de Convenções da Bahia, destacou as expectativas em torno dos eventos e a disposição de sua equipe de oferecer um cardápio técnico atraente aos participantes. Staglorio ressaltou que os eventos de Salvador irão consolidar a posição de liderança brasileiro no cenário internacional da Manutenção e Gestão de Ativos

O diretor da Filial II lembrou que o centro de con-

venções onde será realizado o Congresso comporta um público de duas mil pessoas, dimensões que po-derão abrigar adequadamente os congressistas brasi-leiros e internacionais que são esperados. Destacou, também, que o aeroporto internacional de Salvador recebe vôos diretos da Europa, Estados Unidos e ou-tros países do continente, sendo o terceiro mais mo-vimentado do país e em processo de melhorias para adequar-se à copa do Mundo de 2014.

“Salvador é Patrimônio Cultural da Humanida-de, da Unesco e o segundo maior polo turístico do Brasil”, mencionou. Lembrou que o estado da Bahia destaca-se, além dos aspectos paisagísticos, pelo de-senvolvimento industrial, com o moderno Polo de Camaçari, o maior complexo petroquímico integrado do Hemisfério Sul e por um novo ciclo de expansão que inclui a indústria automobilística, papel e celu-lose e indústria de petróleo e gás, entre outras.

Centro histórico de Salvador, a primeira capital do Brasil

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REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 37REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201236

27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃOARTIGO

Os indicadores de desempenho são ferramentas básicas para o gerenciamento de uma organização, fornecendo informações preciosas para subsidiar as tomadas de decisão. Contudo, selecionar um indica-dor ou conjunto de indicadores de desempenho que possa realmente representar um processo, ou parte do mesmo, constitui um grande desafio para os ges-tores. É necessário

Importância dos Indicadores de Desempenho de Processos na Manutenção de Usinas Nucleares Olivio C. Napolitano (superintendente de Manutenção da Eletrobras Eletronuclear) e Leonardo T. Marcos (supervisor de Reparos Imediatos da Eletrobras Eletronuclear)

que os indicadores de processo demonstrem o quanto o negócio manutenção está alinhado com a estratégia empresarial, permitindo, assim, à alta di-reção avalizar seu desempenho de forma inequívoca.

De forma a identificar quais são os indicadores de desempenho adequados ao gerenciamento da manu-tenção das usinas nucleares, a seguinte abordagem foi adotada:

Fonte: Enjourney Consultoria e Capacitação

No caso dos processos de manutenção das usinas nucleares - onde a rígida sistemática de trabalho está implementada de forma madura através de procedi-mentos administrativos -, a modelagem é obtida de forma mais direta. Nesta fase do projeto, também é importante uma análise de custo versus benefício para avaliar se a implementação daquele indicador desejado é viável.

A etapa seguinte do trabalho consistiu em avaliar

conjuntamente os processos de manutenção mode-lados e os indicadores de desempenho selecionados para confecção do mapa de indicadores a serem inse-ridos. Foi fundamental nesta etapa envolver todos os setores que, de alguma forma, terão seu desempenho avaliado para que não restassem dúvidas de que se tratava de um modelo de “medição de desempenho do processo”, e não um modelo que pudesse ser uti-lizado para favorecer algum setor específico.

O gerenciamento da manutenção das usinas nucle-ares utiliza a plataforma automatizada “Maximo”, conferindo aos mesmos atributos adicionais, como, baixo custo de manutenção e simplicidade de acesso as suas informações. A implementação dos indica-dores também foi feita através de um procedimen-to administrativo geral que envolve, no contexto de usinas nucleares, gestores de setores como operação, manutenção, planejamento, suprimentos e garantia da qualidade, entre outros. Neste procedimento tam-bém estão definidas as periodicidades para a apre-sentação dos indicadores e reavaliação das metas. Para cada indicador foi criada uma folha de criação do mesmo, onde são descritas suas características principais, tais como: nome, descrição e data de cria-

ção do indicador; fonte de dados; unidade de medi-da; frequência; expressão de cálculo; meta; referen-ciais comparativos; e responsável pelo indicador.

Os indicadores de desempenho selecionados per-mitiram que, numa reunião formal de periodicidade semanal, todo o processo de planejamento e execu-ção de trabalhos de manutenção pudesse ser guiado por uma única página onde são apresentados todos os indicadores, conforme o exemplo abaixo:

Portanto, a implementação de um sistema de indi-cadores de desempenho de manutenção nas usinas nucleares de Angra dos Reis, através de uma aborda-gem metodológica dos processos, é uma ferramenta indispensável ao gerenciamento integrado do negó-cio, possibilitando a melhor aplicação dos recursos e aumento da confiabilidade dos equipamentos e sistemas, bem como da disponibilidade de geração e segurança das usinas.

Page 20: ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 39REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201238

MCI - Manutenção, Ciência e InovaçãoSENSOR - NOTÍCIAS EMPRESARIAIS

RESUMO

Muitos Sistemas de Telecomunicações utilizados pelas em-presas do Setor Elétrico são críticos e impactam diretamente no negócio principal sendo imprescindível portanto que op-erem sem interrupção. Como parte das indisponibilidades registradas nas Telecomunicações são causadas pelos siste-mas de energia associados (ditos auxiliares), toda melhoria realizada nestes repercute por toda a cadeia produtiva.Mas o fato desses sistemas atuarem na retaguarda por vez-es oculta problemas que podem se tornar sistêmicos. Esse

Trabalho técnico premiado em primeiro lugar no 27º CBM

A bateria estacionária de lítio-íon como alternativa nas Telecomunicações do Setor Elétrico brasileiro

Alexandre Pinhel Soares (1)

Maria de Fátima N. C. Rosolem (2)

Glauco R. Santos (2)

Vitor Torquato Arioli (2)

Rodrigo Samuel Nazari (2)

Raul F. Beck (2)

Kaue T. Miranda (2)

Aristides Antônio Silva Filho (1)

Alexandre Carlos Ribeiro Reis (1)

cenário pode ser observado atualmente em um tipo específico de bateria que tem presença dominante nessa área.Procurando atacar esse problema a Eletrobras FURNAS vem pesquisando, em conjunto com a Fundação Centro de Pesqui-sa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), a tecno-logia lítio-íon, um projeto de P&D inédito na América Latina.Esse trabalho apresenta detalhes dessa investigação e a es-tratégia adotadapela empresa desde 2005 para inserir essa tecnologia no Brasil.

1 Departamento de Equipamentos Eletroeletrônicos – Eletrobras Furnas.Rua Real Grandeza 219 Bloco E Sala 109 – Botafogo – Rio de Janeiro – RJ – 22283-900 – Tel.:(21) 2528-4049.2 Fundação CPqD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em TelecomunicaçõesRodovia Campinas Mogi-Mirim km118 – Campinas – SP – 13086-902 - Tel:(19) 3705-7124.

A primeira fábrica no BrasilA confirmação de que a BMW montará, em Araquari, SC, sua primeira fábrica no Brasil, com investimentos de 200 milhões de euros e geração de mais de mil empregos diretos para a produção de 30 mil carros por ano, começa a movimentar os setores empresariais do estado. Segundo a FIESC - Federação das Indústrias de Santa Catarina, um dos aspectos mais relevantes da chegada da nova montadora é a agregação de valor e tecnologia. O presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, assegurou aos novos investidores que o Senai, o Sesi e o IEL estão preparados para apoiar na formação profissional e em serviços, como os relacionados ao atendimento aos trabalhadores, e na interface com as instituições de ensino.

Novo navio oceanográficoO Brasil terá em breve um novo navio oceanográfico que estará entre as cinco melhores plataformas de pesqui-sa do mundo, graças a acordo de cooperação assinado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Ministério da Defesa/Marinha do Brasil, a Petrobras e a Vale, no valor total de R$ 162 milhões. A Finep - Financiadora de Estudos e Projetos será a responsável pelo repasse dos recursos do MCTI, no valor de R$ 27 milhões; outros R$ 27 milhões serão aportados pela Marinha, a Vale entrará com R$ 38 milhões e a Petrobras com R$ 70 milhões. O novo navio de pesquisa será equipado com o que há de mais avançado em tecnologia de experimentação marinha. O objetivo é ampliar a infraestrutura embarcada existente no país, a geração de conhecimento e a formação de recursos humanos sobre o ambiente marinho na região do Atlântico Sul e Tropical. A ênfase será nos trabalhos de levantamento de recursos minerais e bioprospecção em águas sob jurisdição brasileira.

Novo terminal logístico A Rumo Logística, do Grupo Cosan, completou a primeira fase de seu novo Terminal Intermodal para es-coamento de açúcar e grãos, na cidade de Itirapina (SP). Localizado em uma área de aproximadamente 230 hectares e com 15 mil metros quadrados de área construída, o terminal recebeu investimentos de R$ 100 milhões de reais nesta primeira etapa, que abrigará um armazém com capacidade para 110 mil toneladas e uma tulha ferroviária com capacidade de expedição de 44 mil toneladas por dia, entre outras instalações. As operações de carregamento poderão ser realizadas em movimento, com maior agilidade nas operações, uma vez que cada vagão será carregado em cerca de 3 minutos. O terminal possibilitará que as manobras dos trens sejam realizadas dentro do terminal, sem ocupar as vias da cidade. Situado em uma região estratégica, próxi-ma de todas as linhas ferroviárias do estado, o terminal tem fácil acesso a importantes rodovias, facilitando o escoamento de açúcar proveniente de usinas do interior de São Paulo. O aporte total do projeto é de R$ 200 milhões com financiamento do BNDES.

BMW

Petrobras/Vale

Cosan

Geradores de nitrogênio para plataformas A Parker Hannifin anunciou o fornecimento, por meio de sua Divisão de Filtração, de seis geradores de ni-trogênio que serão instalados nas plataformas marítimas P58 e P62, na Bacia de Campos, localizada entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ao final da instalação, cada plataforma contará com três sistemas completos para geração de nitrogênio. Os sistemas têm a vantagem de substituir o uso de nitrogênio em gar-rafas, eliminando estoques e o manuseio, além de reduzir os custos de consumo deste material. Por sua capa-cidade de impedir a combustão, o nitrogênio é utilizado para inertizar equipamentos e processos, ampliando a segurança dos trabalhadores e das operações industriais. No setor petroquímico, os geradores de nitrogênio são empregados em diversas etapas do processo produtivo, nas tubulações que transportam o petróleo e o gás, instrumentos, tanques, purgas de gases e sondas de perfuração, com inserção direta do gás nos poços. Os geradores de nitrogênio estão sendo montados pela Parker e começaram a ser entregues à Petrobras.

Parker

Page 21: ENCERRADO O 27º CBM, NO RIO, A COMUNIDADE DE … · 2 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 2012 3 manuetnção Sumário REVISTA

REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 41REVISTA MANUTENÇÃO – SETEMBRO/OUTUBRO 201240

MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

1 INTRODUÇÃO

Eletrobras FURNAS é uma empresa estatal federal brasileira que atua na geração e transmissão de energia elétrica. Possui usinas hidroelétricas e térmicas no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além de diversas obras em andamento1. A conexão dessas usinas com o Sistema Inter-ligado Nacional (SIN) é feita por linhas de transmissão em alta tensão que percorrem cerca de vinte mil quilômetros em todas as regiões brasileiras. Além disso transporta toda a geração da usina de Itaipu destinada ao Brasil.

Devido à necessidade de coordenação de suas atividades por essa grande extensão geográfica, o negócio da empresa de-pende fortemente das Telecomunicações que devem ter dis-ponibilidade mínima de 99,98%. Dentre a simplementações realizadas para garantir essa rigorosa condição há siste-mas de energia associados (ditos auxiliares) com função de backup a partir de baterias. Esse tipo de configuração torna a bateria um item chave no negócio da empresa, fazendo com que todo avanço nesse tema seja de grande interesse.

2 MOTIVAÇÃO

Os sistemas de backup utilizados em Telecomunicações empregam predominantemente baterias do tipo VRLA (Valve Regulated Lead-Acid). A popularidade dessa tecnologia deve-se ao fato dela ser considerada de baixa manutenção, uma vez que não exige reposição de água. Porém nos últimosanos tem-se observado número crescente de problemas no Brasil, talvez relacionados à grande dependência destes produtos quanto à qualidade de seus processos fabris e ma-teriais utilizados, especialmente no que se refere a presença de impurezas.

Essa situação tem obrigado as empresas a adotarem sofisti-cadas técnicas preditivas, já que não há como serem feitas inspeções visuais pois os vasos não são transparentes e o eletrólito é imobilizado por meio de gel ou materiais a base de fibra de vidro. A técnica mais usual baseia-se no acompan-hamento dos valores de condutância dos elementos [1]. Ela é adotada também pelas empresas do Sistema Eletrobras e proporcionou condições para identificação da degradação de qualidade mencionada.

Essa técnica fundamenta-se no conceito que o envelheci-mento de uma bateria VRLA caracteriza-se pela redução lenta e homogênea dos valores de condutância de seus elementos. Quando esse comportamento não é observado, considera-se que há problema a ser investigado.

Como exemplo, em um órgão responsável pela manutenção de sistemas críticos em Telecomunicações na Eletrobras FURNAS, cerca de 80% das baterias VRLA adquiridas nos úl-timos cinco anos apresentaram algum tipo de problema. Na figura 1 podem ser vistas as baterias mencionadas. Na ex-trema direita da foto pode ser visto um armário com baterias de lítio-íon em teste de campo.

1 Ver site www.furnas.com.br.Na figura 2 pode ser visto um gráfico de acompanhamento a partir da técnicade condutância. Nesse exemplo há 24 séries temporais (correspondendo aos 24 elementos da bateria). Porsimplificação as séries contêm somente nove medições cada.

A primeira medição foi realizada no dia primeiro de outubro de 2007 e está sendo usada como valor de referência de con-dutância (VRC=100%). Pelas medições subsequentes nota-se que a redução da condutância não ocorre lenta e homoge-neamente como seria o esperado. Em 24 de fevereiro de 2010,data da última medição, a situação foi considerada crítica e todos os elementos que apresentaram condutância inferior a 80% do VRC foram substituídos. Testes de capacidade con-firmaram a degradação precoce desses elementos.

A bateria VRLA tem vida útil projetada para 10 anos, percebe-se então como a degradação é indevida e acelerada. Como agravante tem-se que, uma vez identificado esse padrão, os custos de manutenção começam a aumentar bastante devido à necessidade de redução dos intervalos de medição. O inter-valo padrão adotado é de quatro meses no início da vida útil mas pode ser reduzido até medições quinzenais, nos casos mais críticos e preocupantes.

Inspeções em baterias com 24 elementos levam somente cer-ca de 40 minutos, porém os tempos associados à preparação e deslocamento da equipe e consolidação e análise dos dados coletados são elevados.

Além disso há os desgastes devidos aos procedimentos or-ganizacionais inerentes à esse tipo de atividade como a

obtenção de autorizações para intervenções em equipa-mentos energizados e com carga operacional crítica.Além desses gastos, como no fim do processo tem-se a substi-tuição de alguns elementos, há também gastos extras com materiais.

O fato de nem todas as baterias apresentarem problemas prova que esse fenômeno não é devido a equipamento, infraestrutura ou erro humano, sugerindo tratar-se de um fenômeno sistêmico talvez relacionado com a qualidade dos produtos. Essa percepção é compartilhada por outros órgãos de manutenção tanto dentro da Eletrobras Furnas quanto em outras empresas do Sistema Eletrobras.

Mais grave que a perda financeira devido aos custos de manutenção e aquisição de material é a questão da redução da confiabilidade dos sistemas de Telecomuni-cações. Como foi visto, perdas de informações impor-tantes podem comprometer a integridade do Sistema Interligado Nacional (SIN) causando transtornos sociais além de gerar pesadas multas.

A Empresa possui grande domínio da técnica de ma-nutenção preditiva citada, mas isso não garante a con-fiabilidade requerida. Tem-se tentado também melhorar as especificações de compra. Esse tipo de ação pode re-sultar em produtos melhores, mas tem suas limitações, especialmente em empresas públicas sujeitas à regras de licitação. Já a adoção de nova tecnologia poderesolver a questão, mas traz consigo o risco da novidade e normalmente tem custo elevado. Essa linha de ação deve ser feita com grande respaldo de pesquisa, como o aqui apresentado para o caso da bateria de lítio-íon.

O ganho de confiabilidade é grande motivador, mas os custos envolvidos justificam análise econômica. O inves-timento inicial em baterias VRLA é cerca de três vezes menor porém, quando analisados os gastos totais ao lon-go da vida útil, as baterias de lítio-íon tornam-se mais atrativas, especialmente em regimes de temperaturas elevadas [2].

Figura 1: Visão comparativa: Sistemas de backup com baterias chumbo-ácida eexperimento lítio-íon (indicado pela seta vermelha na extrema direita)

(Foto: Alexandre Pinhel Soares)

Figura 2: Gráfico de condutância de uma bateria VRLA com 24 elementos

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4 METODOLOGIA

As características mencionadas foram investigadas visan-do orientar a Empresa quanto a melhor linha de ação para adoção dessa tecnologia. Para tanto foi desenvolvido um pro-tocolo de ensaios não destrutivos que engloba as questões de funcionalidade, desempenho elétrico e segurança.

Após levantamento normativo internacional foi escolhida a Norma Telcordia GR-3150-CORE Generic Requirements for Secondary Non-Aqueous Lithium Batteries, publicada em junho de 2007, como base para o desenvolvimento desse pro-tocolo de ensaios [5].

Foi feita prospecção sobre aplicações estacionárias, porém foi avaliado também o uso de baterias desenvolvidas para veículos elétricos. Estas foram descartadas devido a inade-quações mecânicas, dificuldades referentes aos sistemas de proteção e desinteresse dos fabricantes nessas aplicações. Buscou-se amostras que já apresentassem características de produto final.Foram investigados cerca de vinte fabri-cantes e dois se mostraram dispostos a participar da pesqui-sa (denominados de “A” e “B”). Na tabela 1 encontram-seas características técnicas das amostras.

As configurações internas e as dimensões das células bem como os materiais empregados dessas baterias apresentam composições distintas, dificultando algumas comparações. Por outro lado consegue-se avaliar duas abordagens bem distintas e importantes quanto a arranjos para baterias de lítio-íon.

5 ENSAIOS

As amostras foram submetidas a ensaios típicos de capaci-dade nos regimes de descarga de 4, 8 e 24 horas (C4, C8 e C24), bem como recargas que seguiam orientações dos fab-

ricantes quanto a tensão, duração e corrente. Nos ensaiosde segurança, as amostras foram submetidas a ensaios de sobre descarga, sobrecarga, inversão de polaridade e curto-circuito externo. Na figura 3 podese ver um arranjo de ensaio realizado nos laboratórios do CPqD. As baterias estão na parte inferior da foto.

Como a norma adotada não descreve alguns ensaios rel-evantes para utilização no cenário de interesse, foram desenvolvidos procedimentos específicos para suprir es-sas lacunas. Na tabela 2 podem ser vistos os principais ensaios realizados que, em seguida, são detalhados.

5.1 Capacidade

As condições de carga e descarga seguiram recomendações dos fabricantes e respeitaram a norma adotada. As descargas foram realizadas com corrente constante, de acordo com os regimes C4, C8 e C24 e com tensão final de 42V. Por questões de segurança, as recargas foram feitas com 5A (valor definidopela norma adotada), com 56V para o fabricante A e 56,4V para o fabricante B.

3 A BATERIA DE LÍTIO-ÍON

As pesquisas sobre baterias de lítio iniciaram-se em 1912, mas somente na década de 70 foram obtidos produtos com-ercialmente viáveis, porém estes eram focados em apli-cações militares e aeroespaciais. Na década de 90, com a popularização das aplicações móveis (notebooks, telefones celulares), elas ganharam mercado mundial e desde 2002 existem baterias de lítio-íon recarregáveis de grande porte para aplicações estacionárias [3]. Elas apresentam as seg-uintes vantagens:

1. Apresentam um terço do volume e um quinto do peso quando comparadas com baterias chumbo ácidas com capacidade equivalente,o que reduz bastante o espaço necessário para instalação;

2. Não há reposição de eletrólito nem emissão de gases, o que reduz os gastos com manutenção e permite a insta-lação em praticamente qualquer local;

3. Podem ser armazenadas e operadas em uma larga faixa de temperaturas, o que simplifica enormemente as questões relacionadas com climatização;

4. Não necessita de cuidados especiais para ser arma-zenada pois não apresenta perda de capacidade mesmo sem climatização. Essa característica, aliada às peque-nas dimensões dos elementos, simplifica enormemente as questões relacionadas com a administração desobressalentes;

5. Os processos fabris e a reciclagem das baterias de lítio-íon causam bem menos impacto ambiental que seus equivalentes relativos às baterias chumbo-ácida e níquel/cádmio.

Apesar de suas características superiores em relação à den-sidade de energia, velocidade de recarga, operação em es-tado parcial de carga e vida útil, a bateria de lítio-íon requer atenção quanto à segurança em operação [4]. Isso é devido à instabilidade dos materiais frente a so-brecargas, sobre descargas, curtos-circuitos e temperaturas elevadas. Essa característica é abordada pelosfabricantes com o desenvolvimento de sofisticada eletrônica de controle denominada Battery Management System (BMS).

O BMS agrega funções de controle, segurança e operação. Im-pede a continuidade de carga quando a bateria já apresenta tensão nominal, evitando o colapso que seria desastroso pois a quantidade de energia envolvida é muito alta2. Ele atua através de dois sistemas distintos. O primário atua direta-mente nos terminas da célula eletroquímica e sua função é limitar as correntes de descarga e recarga. O secundário além das funções de proteção, monitora a tensão, o estado de carga e o nível mínimo de energia na célula, dentre outrasgrandezas.

_______________________________________________________________

2Para comparação, as baterias de telefones celulares fornecem energia na ordem de 3 a 4Wh enquanto a menor das amostras estudadas nesse projeto fornece 2,3kWh.

Figura 3: Ensaios nas baterias de lítio-íon nos laboratórios do CPqD(Foto: Alexandre Pinhel Soares)

Tabela 1: Características Técnicas dos Modelos de Baterias de Lítio-íon

Tabela 2: Conjunto de ensaios para avaliação de Baterias de Lítio-íon.

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5.2 Segurança

Os ensaios de segurança contemplaram sobrecarga, sobre descarga, inversão de polaridade e curto circuito externo.

O ensaio de sobre descarga avaliou a atuação do BMS quan-do a bateria, fornecendo corrente, atinge sua tensão final e interrompe o fornecimento de energia, evitando danos devi-dos à descarga profunda.

No ensaio de sobrecarga aplicou-se, durante 24 horas, uma tensão de 60V entre os pólos e, em seguida, efetuou-se testes de descarga em regime C4 para verificação da integridade da bateria.

Os ensaios de curto-circuito e inversão de polaridade foram realizados em fábrica devido ao risco de dano. Deve-se res-saltar que não existem testes equivalentes a esses para bat-erias VRLA e que eles visam conferir a atuação do BMS frente a essas condições extremas. Esses ensaios tornam clara a enorme exigência de segurança para as baterias de lítio-íon.

5.3 Tensão final de descarga

Esse ensaio verificou a atuação do BMS frente a problemas localizados em células eletroquímicas específicas. Este não pode permitir a ocorrência de tensões abaixo do nível mín-imo, o que poderia causar dano. Nessa situação a tensão final de corte ocorrerá acima do limiar padrão de 42V. As-sim preservase a integridade das células que primeiramente alcançaram a tensão mínima.

5.4 Tempo de recarga

Esse ensaio verificou qual a corrente máxima de carga que a bateria suporta e como o BMS atua frente a correntes abusi-vas. Correntes altas são desejáveis pois implicam em baixos tempos de recarga, porém a segurança deve ser prioridade, por isso a necessidade de limitação.

5.5 Ciclagem

Esse ensaio verificou o desgaste da bateria. As amostras foram carregadas e descarregadas 200 vezes e mantiveram capacidade superior a 90%. Considera-se que 30 descargas equivalem a dez anos de operação. Por esse critério a bateria superaria 60 anos de vida útil porém esse raciocínio aplica-

se somente à degradação devido a operação, não levando em consideração seu envelhecimento natural das células eletro-químicas e as falhas relativas à eletrônica embarcada, que são aleatórias [6].

5.6 Autodescarga

Os efeitos de auto descarga podem levar as baterias a um nível crítico de baixa tensão das células com redução da confiabilidade quando colocada em uso. Esse ensaio é im-portante para determinação de procedimento de recarga periódica e determinação da estratégia de estocagem de so-bressalentes.

5.7 Testes em campo

Além dos ensaios adotados da norma GR-3150, foram re-alizados testes específicos para verificação de adequação à realidade da operação em ambiente de Telecomunicações do Setor Elétrico, como:

· Recarga com altas correntes em situações não controladas· Operação de baterias em paralelo com outras de mesmo modelo· Avaliação da corrente máxima de descarga

6 RESULTADOS

Durante a descarga observa-se que a diminuição da tensão é muito lenta, apresentando queda abrupta somente quando é atingido o esgotamento energético da bateria, levando ao seu desligamento pelo BMS. Ou seja, estas baterias apresentam patamar de tensão com pouca variação durante a descarga, fornecendo potência praticamente constante. Esta é outracaracterística diferencial em relação às baterias chumbo-ácidas.

Por meio da integração e balanço da quantidade de energia fornecida/removida (Ah) durante as cargas e descargas, ob-servou-se que a eficiência de recarga da bateria de lítio-íon é em torno de 90 a 98%, diferentemente das bateriaschumbo-ácidas que é em torno de 70 a 80%.

Os ensaios de segurança confirmaram a robustez da segurança fornecida pelo BMS frente a possíveis abusos.

7 DIVULGAÇÃO E NORMATIZAÇÃO

Os resultados obtidos forneceram conhecimento e confiança suficientes para a elaboração de especificação de compra para implantação operacional imediata. A Eletrobras FURNAS realizou então a primeira licitação pública brasileira para esse tipo de equipamento tornando essa tecnologia uma realidade operacional no Brasil (figura 4). Essa licitação ocorreu nem no-vembro de 2011 e causou interesse em cerca de 20 empresas.

O reconhecimento obtido com a pesquisa possibilitou à Em-presa assumir a coordenação dos trabalhos normativos junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Tel-ecomunicações (Cobei).

A primeira norma elaborada intitula-se “Acumulador lítio-íon para aplicação estacionária em 48V.c.c. – Especificação”. Esse documento estabelece as características mínimas necessárias para esse tipo de bateria e já encontra-se em consulta pública. Além de embasar e divulgar o assunto, esse trabalho será utili-zado na elaboração da recomendação da Agência Nacional deTelecomunicações (ANATEL) para esse tipo de bateria au-mentando a penetração dessa tecnologia no Brasil.

Como continuidade desse trabalho está em andamento a elaboração da norma “Acumulador lítio-íon para aplicação estacionária em 48V.c.c. – Métodos de ensaio”. Este docu-mento detalha os procedimentos de ensaio estabelecidos como necessários pela norma anteriormente citada.

No âmbito do Setor Elétrico, a Eletrobras FURNAS está coorde-nando o grupo de trabalho do Cigré Brasil (Internacional Coun-cil on Large Electric Systems) que está elaborando documentos no tema.

7 DIVULGAÇÃO E NORMATIZAÇÃO

A exploração e as utilizações do chumbo são ambientalmente agressivas e os efeitos na saúde humana desse elemento são reconhecidamente danosos [7].Esse quadro negativo explica a remoção do chumbo de diver-sas aplicações tecnológicas, restando atualmente poucas ex-ceções. A mais significativa delas é a bateria chumbo-ácida e isso se deve à inexistência de alternativa economicamente viável.Essa agressividade ambiental é parcialmente reduzida pela reintrodução do chumbo nas cadeias produtivas. Esse as-pecto é particularmente percebido na indústria das baterias chumbo-ácidas. Nesse setor o reaproveitamento noBrasil é da ordem de 95%.

Como exemplo, em 2011 os cinco maiores produtores bra-sileiros de baterias estacionárias colocaram em circulação aproximadamente 5.000 toneladas de chumbo, gerando cer-ca de 250 toneladas de resíduos com destino a aterrosindustriais. Além dos cuidados relativos ao chumbo, o ácido sulfúrico, que é o eletrólito, também é tratado e gera passivo ambiental.

Já as baterias de lítio-íon são totalmente recicladas através de diversas técnicas, principalmente derretimento e refino [8], não gerando passivo ambiental. Não é ainda economica-mente viável o reuso do lítio na fabricação de baterias, mas consegue-se material agregado com alumínio para uso in-dústria do cimento e cerâmica (Figura 5).

Figura 4: Sistemas adquiridos pela Eletrobras FURNAS em teste de fábrica(Foto: Alexandre Pinhel Soares) Figura 5: Agregado Li-Al uso na indústria de cimento e

cerâmica(Foto: Alexandre Pinhel Soares - Material fornecido pela SAFT/Umicore - Tamanho real)

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Já o cobre, níquel cobalto e ferro são refinados e totalmente reaproveitados (Figura 6).

Essa vantagem ambiental se tornará mais visível quando a bateria estacionária de lítio-íon começar a ser produzida em larga escala.

9 CONCLUSÕES

A viabilidade da bateria estacionária de lítio-íon está asso-ciada à confiança no BMS. Este por sua vez interfere na elabo-ração e execução dos ensaios de forma que, para realizá-los, deve-se conhecer profundamente a bateria.

O BMS faz com que essas baterias devam ser tratadas como equipamentos eletroeletrônicos e não como dispositivos elet-roquímicos. Essa mudança impõe reflexão sobre os planos de manutenção e capacitação do pessoal da manutenção.

As baterias analisadas apresentam especificidades quanto à sua construção, operação e desempenho, mas as questões que envolvem proteção apresentam lógicas semelhantes mostran-do convergência dos fabricantes quanto à segurança.

A comparação com os materiais utilizados pelas baterias VRLA indica futuro ganho ambiental quando a tecnologia lítio-íon alcançar expressão no mercado.

Com os trabalhos normativos na ABNT espera-se promover de-bates na Sociedade, criando demanda, estimulando melhorias nos produtos e redução dos preços. Enfim, consolidando essa tecnologia no Brasil.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Soares A.P., Rosolem M. F. N. C., Arioli, V. T., Beck R. F., San-tos G. R., Frare P. T., Soares L. A.,“Impacto da Estocagem na Vida Útil de Baterias Chumbo-ácidas Reguladas por Válvula – (VRLA)”, 23oCongresso Brasileiro de Manutenção, 2008.

[2] “A Comparison of Lead Acid to Lithium-ion in Stationary Storage Applications”, white paper,Published by AllCell Technologies LLC, March 2012.

[3] Horiba T., Maeshima T., Matsumura T., Koseki M., Arai J. e Murakana Y., “Applications of highpower density lithium ion batteries”, Journal of Power Sources, V.146, 107-110, (2005).

[4] Broussely M.,“Industrial applications of batteries. From cars to aerospace and Energy Storage –Chapter 4: Traction batteries. EV and HEV.” Broussely M. e Pis-toia G. Eds. Elsevier B.V, 2007, pág.207.

[5] McDowall J., Belle M., “Designing to meet GR-3150 — avoiding the pitfalls of lithium-ion batterydevelopment”, Telecommunications Energy Conference, 2008. INTELEC 2008, San Diego, USA.

[6] Soares A.P., Motta J. A. P., “Engenharia de manutenção em sistemas eletroeletrônicos”, 24oCongresso Brasileiro de Manutenção, 2007.

[7] Sousa E. A., Oliveira, E. C., Reis, E. M, “Os benefícios da reciclagem de baterias de chumbo-ácido noleste de Minas”, Dissertação de mestrado, Universidade Vale do Rio Doce – Faculdade de Engenharia,Governador Valadares, 2009.

[8] Pietrelli, L. - “Metal Recycling From Exhausted Batteries”, Proc. Global Symp. Recycling WasteTreatment and Clean Technology, vol II (1999) pag. 675-680.

Figura 6: Liga Cu-Co-Fe-Ni para refino e reuso na fabricação de baterias lítio-íon (Foto: Alexandre Pinhel Soares - Material fornecido

pela SAFT/Umicore - Tamanho real)

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