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1 ENEM DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA Encontre a sua tese Leia o enunciado e os textos de apoio com atenção, pois eles servirão de base para a construção de sua tese a respeito do tema. Utilize dados e informações dos textos da coletânea para reforçar seu raciocínio, mas não copie trechos e não se esqueça de dar o crédito ao especialista ou ao instituto de pesquisa, caso tenha utilizado alguma estatística. Não elabore um texto informativo. Um apanhado de informações e dados não caracterizam uma dissertação. É preciso deixar claro o seu posicionamento, portanto para cada citação ou informação que você inserir deve estar atrelado algum julgamento, comparação ou exemplificação que evidencie seu raciocínio sobre a questão. Na folha de rascunho, faça uma lista das ideias principais do assunto geral e dos textos complementares (use uma ou duas palavras para sintetizar essas ideias). Se houver imagens, transforme o conceito central em palavras. Organize as ideias e planeje o texto Após a leitura, o entendimento do tema e a definição de sua tese, escolha os argumentos que serão utilizados. Pense em uma estratégia para introduzir o tema: (definição, questionamento, citação, fato histórico, notícia) e anote no rascunho. O que você pretende defender? Escolha os argumentos para o corpo do texto, mas guarde o melhor para o final, articulado com a proposta de intervenção. Finalmente pense na proposta de intervenção social. Seja realista e não repita clichês como “conscientização” e “investimento em educação”. Reflita mais em “como fazer” do que em “o que fazer”, pois os temas sempre versam sobre questões sociais, políticas ambientais. A avaliação será muito positiva se você demonstrar razoável conhecimento sobre o tema e boas relações com a realidade. CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita. Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

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ENEM – DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

Encontre a sua tese

Leia o enunciado e os textos de apoio com atenção, pois eles servirão de base

para a construção de sua tese a respeito do tema. Utilize dados e informações

dos textos da coletânea para reforçar seu raciocínio, mas não copie trechos e

não se esqueça de dar o crédito ao especialista ou ao instituto de pesquisa,

caso tenha utilizado alguma estatística.

Não elabore um texto informativo. Um apanhado de informações e dados não

caracterizam uma dissertação. É preciso deixar claro o seu posicionamento,

portanto para cada citação ou informação que você inserir deve estar atrelado

algum julgamento, comparação ou exemplificação que evidencie seu raciocínio

sobre a questão.

Na folha de rascunho, faça uma lista das ideias principais do assunto geral e

dos textos complementares (use uma ou duas palavras para sintetizar essas

ideias). Se houver imagens, transforme o conceito central em palavras.

Organize as ideias e planeje o texto

Após a leitura, o entendimento do tema e a definição de sua tese, escolha os

argumentos que serão utilizados.

Pense em uma estratégia para introduzir o tema: (definição, questionamento,

citação, fato histórico, notícia) e anote no rascunho.

O que você pretende defender? Escolha os argumentos para o corpo do texto,

mas guarde o melhor para o final, articulado com a proposta de intervenção.

Finalmente pense na proposta de intervenção social. Seja realista e não repita

clichês como “conscientização” e “investimento em educação”. Reflita mais em

“como fazer” do que em “o que fazer”, pois os temas sempre versam sobre

questões sociais, políticas ambientais. A avaliação será muito positiva se você

demonstrar razoável conhecimento sobre o tema e boas relações com a

realidade.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO

Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita. Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

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Observação: não se esqueça de sugerir em sua proposta ações relativas ao poder público,, à sociedade (escola, família, indústria, mídia, igrejas, ong’s, etc.) e ao indivíduo (cidadão). A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO É claro que existem várias técnicas para se elaborar uma dissertação, no entanto é preciso lembrar que o Enem é aplicado em todo o território nacional e isso requer certa padronização no formato do texto para evitar arbitrariedades na correção. Para eliminar equívocos, o INEP publicou, em 2013, o guia do candidato, o qual esclarece os critérios de correção e as especificidades do gênero exigido na prova. Vale a pena ler o guia na íntegra no seguinte link: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_participante_redacao_enem_2013.pdf

Observe o seguinte recorte da página 7 do guia:

Essa organização indicada pelo INEP – TEMA, TESE, ARGUMENTOS, PROPOSTA – é a que norteará a produção de texto deste ano. Portanto será necessária muita leitura e dedicação para a elaboração de textos coerentes, com conteúdo interessante e propostas plausíveis, o que certamente trará excelentes resultados.

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ANÁLISE DE UMA REDAÇÃO NOTA 1000

O texto a seguir é de Raphael de Souza (19 anos). Observe que ele manteve a organização proposta pelo Guia do Participante, além disso tomou muito cuidado com as 5 competências que foram avaliadas.

Título: Equilíbrio Aristotélico

Apresentação do tema:

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de maneira mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência de gênero dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.

Desenvolvimento de tese:

É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a agressão contra a mulher rompe essa harmonia, haja vista que, embora a Lei Maria da Penha tenha sido um grande progresso em relação à proteção feminina, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como as muitas vítimas que deixam de efetivar a denúncia por serem intimidadas. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática.

Argumentação:

Outrossim, destaca-se o machismo como impulsionador da violência contra a mulher. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que o preconceito de gênero pode ser encaixado na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento do pensamento da exclusão feminina, transmitido de geração a geração, funciona como forte base dessa forma de agressão, agravando o problema no Brasil.

Proposta:

Entende-se, portanto, que a continuidade da violência contra a mulher na contemporaneidade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do machismo como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa forma de agressão, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à denúncia desses crimes. Dessa forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.

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Fonte: Guia do Estudante (14/01/2016) < http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/estudante-tirou-

1000-duas-vezes-redacao-dicas-ir-bem-enem-932702.shtml> Acesso em 10/02/2016.

O RESUMO

O resumo é um gênero textual utilizado de forma oral e escrita. São diversas as situações que exigem um bom resumo, as quais vão desde resumir um filme a um amigo até à apresentação de um trabalho acadêmico a uma comissão julgadora.

No entanto, nesse momento, o que nos interessa é o RESUMO exigido nos exames vestibulares e para desenvolver esse gênero de forma impecável é preciso seguir alguns passos:

1. Correção gramatical – Releia o seu texto para verificar se não há algum deslize gramatical. Observe a ortografia, a coerência interna, a coesão. Como há um trabalho de “recorte” das informações do texto original, é muito importante que você domine as conjunções. São elas que estabelecerão a ordem e o sentido dos períodos do texto. Você não terá um bom resumo sem a utilização das conjunções coordenativas e subordinativas. Por isso seguem os quadros a seguir para você relembrá-las:

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2. Referências sobre o texto resumido – Autor e título são as informações básicas, portanto não podem ser esquecidas. Informações extras como a indicação da editora e a data da publicação também são bem-vindas.

3. Identificação do gênero: Ao identificar o gênero, se é um conto, uma crônica, um artigo de opinião, um capítulo de livro, etc. ficará mais fácil elaborar a base do seu resumo, assim como referenciar o autor. Além disso você evidencia que tem boa leitura, pois quanto mais se lê, mais familiaridade se tem com diversos gêneros

4. Apresentação das ideias principais e a relação entre elas – Resumir não significa recortar um amontoado de frases soltas do original e agrupá-las novamente. É preciso que você identifique os argumentos, justificativas, conclusões, teses. Uma das maneiras de estabelecer tais relações é o uso de conectivos (conjunções).Se o autor apresenta idéias opostas, por exemplo, você pode utilizar a conjunção “no entanto”. Se o autor faz concessões, você pode utilizar a conjunção “embora” e assim por diante.

5. Menção ao autor do texto resumido – É preciso que fique muito claro para o leitor que as ideias não são suas – afinal trata-se de um resumo. Dessa maneira, é necessário que o autor da obra original seja retomado ao longo

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do texto e não apenas no começo. Portanto substitua o nome dele por outros termos equivalentes: sobrenome (refira-se apenas ao sobrenome, desde que já tenha apresentado o nome completo), o autor, o articulista (se for um artigo), o cronista (se for uma crônica), o cineasta (ou outra profissão), o jornalista, etc.

6. Referência às ações do autor – relate de maneira adequada os questionamentos, conclusões, debates e explicações feitas pelo autor. Empregue verbos como definir, classificar, enumerar, argumentar, incitar, levar a, abordar, enfatizar, ressaltar.

7. Citações – Quando o autor cita um filósofo ou um outro autor de determinado livro, no qual ele se baseia para construir sua tese, é preciso muita atenção para reproduzir tal informação no resumo. Não se pode fragmentar o texto para introduzir a citação, por isso informe a intenção do autor ao fazer a citação. Por exemplo: O autor cita a definição aristotélica de ética para analisar o comportamento dos políticos brasileiros que, segundo ele, (...)

O que NÃO deve aparecer em um resumo:

1. Juízo de valor e comentários pessoais misturados aos dados do texto.

2. Texto fragmentado e confuso e que não identifica a ideia central da obra original.

3. Cópia de trechos do texto original.

Avalie seu resumo:

Após escrever seu texto, releia-o e veja se atende aos seguintes critérios:

1. O resumo é objetivo? Faz referências ao nome do autor original e à obra resumida?

2. Cumpre as exigências do enunciado?

3. As informações selecionadas são as essenciais?

4. Há erro gramatical? A linguagem está elegante?

O RESUMO NA UFPR

PROVA 2015-2016

Considere o seguinte texto:

Um inadiável acerto de contas com a Mãe Terra

A encíclica do Papa Francisco sobre “O cuidado da Casa Comum” (Laudato Si) está sendo vista como a encíclica “verde”, semelhantemente como quando dizemos economia “verde”. Eis aqui um grande equívoco. Ela não quer ser apenas “verde”, mas também propor a ecologia “integral”.

Na verdade, o Papa deu um salto teórico da maior relevância ao ir além do ambientalismo verde e pensar a ecologia numa perspectiva holística, que inclui o ambiental, o social, o político, o educacional, o cotidiano e o espiritual. Ele se coloca no coração do novo paradigma, segundo o qual cada ser possui valor intrínseco, mas está sempre em relação com tudo, formando uma imensa rede, como aliás o diz exemplarmente a Carta da Terra.

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Em outras palavras, trata-se de superar o paradigma da modernidade. Este coloca o ser humano fora da natureza e acima dela, como “seu mestre e dono” (Descartes), imaginando que ela não possui nenhum outro sentido senão quando posta a serviço do ser humano, que pode explorá-la a seu bel-prazer. Esse paradigma subjaz à tecnociência, que tantos benefícios nos trouxe, mas que simultaneamente gestou a atual crise ecológica, pela sistemática pilhagem de seus bens naturais.

E o fez com tal voracidade que ultrapassou os principais limites intransponíveis (a sobrecarga da Terra). Uma vez transpostos, colocam em risco as bases físico-químico-energéticas que sustentam a vida (clima, água, solos e biodiversidade, entre outros). É hora de se fazer um ajuste de contas com a Mãe Terra: ou redefinimos uma nova relação mais cooperativa para com ela, e assim garantimos a nossa sobrevivência, ou conheceremos um colapso planetário.

O Papa inteligentemente se deu conta dessa possibilidade. Daí que sua encíclica se dirige a toda a humanidade e não apenas aos cristãos. Tem como propósito fundamental cobrar um novo estilo de vida e uma verdadeira “conversão ecológica”. Esta implica um novo modo de produção e de consumo, respeitando os ritmos e os limites da natureza também em consideração das futuras gerações às quais igualmente pertence a Terra. Isso está implícito no novo paradigma ecológico.

Como temos a ver com um problema global que afeta indistintamente a todos, todos são convocados a dar a sua contribuição: cada país, cada instituição, cada saber, cada pessoa e, no caso, cada religião.

Assevera claramente que “devemos buscar no nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação” (Carta do Papa Francisco de 6/08/2015). Observe-se a expressão “paixão pelo cuidado da criação”. Não se trata de uma reflexão ou algum empenho meramente racional, mas de algo mais radical, “uma paixão”. Invoca-se aqui a razão sensível e emocional. É ela e não simplesmente a razão que nos fará tomar decisões, nos impulsionará a agir com paixão e de modo inovador, consoante a urgência da atual crise ecológica mundial.

O Papa tem consciência de que o cristianismo (e a Igreja) não está isento de culpa por termos chegado a esta situação dramática. Durante séculos pregou-se um Deus sem o mundo, o que propiciou o surgimento de um mundo sem Deus. Não entrava em nenhuma catequese o mandato divino, claramente assinalado no segundo capítulo do Genesis, de “cultivar e cuidar o jardim do Éden”. Pelo contrário, o conhecido historiador norte-americano Lynn White Jr., ainda em 1967, acusou o judeu-cristianismo, com sua doutrina do domínio do ser humano sobre a criação, como o fator principal da crise ecológica. Exagerou, como a crítica tem mostrado. Mas, de todo modo, suscitou a questão do estreito vínculo entre a interpretação comum sobre o senhorio do ser humano sobre todas as coisas e a devastação da Terra, o que reforçou o projeto de dominação dos modernos sobre a natureza.

O Papa opera em sua encíclica uma vigorosa crítica ao antropocentrismo dessa interpretação. Entretanto, na carta de instauração do dia de oração, com humildade suplica a Deus “misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”. Volta a referir-se a São Francisco, com seu amor cósmico e respeito pela criação, o verdadeiro antecipador daquilo que devemos viver nos dias atuais.

(BOFF, Leonardo. Em . Acesso em 14 set 2015. Adaptado.) ● Elabore um resumo desse texto, de 09 a 12 linhas, respeitando as características do gênero textual. ● Apresente a tese do autor e os argumentos que ele utiliza para justificá-la. ● Escreva com suas próprias palavras, sem copiar trechos do texto. Observe os critérios, publicados pela UFPR, para a correção do resumo:

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Esclarecimentos sobre o processo de avaliação:

As respostas elaboradas pelos candidatos foram submetidas a pelo menos duas avaliações independentes, em que o segundo avaliador não teve acesso à nota atribuída pelo primeiro. Foi utilizada uma escala de zero a seis e, em caso de divergência superior a dois pontos, realizada uma terceira avaliação. A equipe de avaliadores responsável por cada questão definiu previamente os critérios para a atribuição de notas, após exame de uma amostra das provas realizadas. Cada avaliador atribuiu à questão uma nota global, resultante da aplicação conjunta dos critérios estabelecidos.

O processo de avaliação NÃO prevê: desconto de um número pré-estabelecido de pontos por cada erro cometido (de ortografia, concordância, pontuação etc.); qualquer tipo de anotação na prova do candidato, pois isso poderia influenciar as avaliações subsequentes; preenchimento de ficha ou planilha com detalhamento da pontuação atribuída. A realização da atividade de escrita proposta no enunciado da questão é a condição mínima para que a resposta do candidato receba uma nota diferente de zero, mas a nota final resulta de uma avaliação qualitativa da resposta, a partir do exame do texto produzido tendo como parâmetro o conjunto de critérios gerais e específicos detalhados a seguir.

Critérios gerais usados na avaliação de todas as questões:

Fidelidade ao que propõe a questão, o que requer também domínio de leitura dos textos usados nos enunciados;

Organização global e coerência do texto;

Uso adequado de recursos coesivos;

Domínio da língua culta contemporânea: normas de concordância, regência, colocação, além de uso de vocabulário adequado;

Domínio de estruturas sintáticas próprias da escrita, bem como dos sinais de pontuação, tendo em vista um máximo de clareza e precisão;

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Legibilidade do texto e respeito às normas ortográficas em vigor.

PROVA 2014 - 2015

Pacifismo ou é integral ou não é pacifismo

A Grande Guerra (1914-1918) tem diversos nomes, sobrenomes, alcunhas e pseudônimos. Um deles, o mais veraz – a Guerra Inacabada – é também o mais atual: os três grandes conflitos bélicos que ocupam manchetes e “escaladas” no horário nobre são herdeiros diretos de uma guerra contínua e de uma paz fugaz, periódica, raramente levada a sério. Na Ucrânia, Gaza e Síria combate-se com armas ultramodernas em guerras com mais de um século de existência. O sangue que jorra é novo, as pendências são velhas, encarquilhadas. A Rússia nasceu na Ucrânia, que na realidade só existiu como Estado soberano num remoto passado.

Antes de 1914, parte da Ucrânia era do Império Austro-Húngaro, a outra, do Império Russo. De um lado um kaiser pretensamente esclarecido, do outro um czar absolutista e implacável. No meio, um vácuo político incapaz de absorver etnias e povos diametralmente opostos. Parte do vácuo foi entregue à recém-criada Polônia.

Os cem anos do início da Grande Guerra começaram a ser lembrados desde 28 de junho deste ano, mesmo dia em que, há cem anos, um jovem terrorista assassinou em Sarajevo o casal de arquiduques, herdeiros do Império Austro-Húngaro. Em 1º de agosto de 1914 começaram as hostilidades, quando a Alemanha invadiu a neutra Bélgica. Cerca de 65 milhões de homens em armas durante mais de quatro anos. Cerca de 20 milhões ficaram nos campos de batalha.

Os tempos são outros, os mapas mudaram, as ideologias reescreveram relatos e biografias. A convergência da nostalgia com o entretenimento dissolveu os horrores. O que falta ao salutar boom sobre a Grande Guerra é ressaltar o papel dos diferentes movimentos pacifistas. Em 1911, o Nobel da Paz foi entregue a Alfred Hermann Fried, fundador do primeiro periódico pacifista, “A Observação da Paz”. O Nobel da Paz de 1933 foi concedido ao jornalista inglês Norman Angell, que ainda antes do primeiro tiro da Grande Guerra empenhava-se em convencer a humanidade da eficácia da paz como um meio racional de resolver contenciosos entre nações. O escritor Romain Rolland, Nobel de Literatura em 1915, continuou escrevendo seus panfletos antiguerreiros numa França delirante e patrioteira, até que foi obrigado a recolher-se na Suíça. O que diferenciava esses pacifistas da maioria dos militantes contemporâneos era a integralidade das suas convicções. Eram contra a beligerância, contra todos os beligerantes, inclusive seus concidadãos.

O pacifismo meia-bomba onde os adversários são demonizados e os correligionários exaltados apenas camufla velhas intolerâncias, pinta de branco rubros rancores. Exclui em vez de incluir e agregar. Nesta era da informação (ou da desinformação, dá no mesmo), o pacifismo tem chance de tornar-se efetivo. Na base do 50%, é inútil.

Adaptado de Alberto Dines, 22 jul.2014. www.observatoriodaimprensa.com.br

Escreva um resumo do texto acima, com 10 linhas no máximo. Em seu texto, você deve:

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apresentar a tese do autor e fatos que ele utiliza para justificá-la;

escrever com suas próprias palavras, sem copiar trechos do texto;

mencionar o autor no corpo do resumo.

A TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO

A marca principal do discurso direto é utilização das falas dos personagens no texto:

"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa. - Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia. - Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura."

(Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV)

No discurso indireto não ocorre a interferência das falas na narrativa – não há diálogos. Apenas o narrador compõe o texto e as falas são relatadas, por isso, indiretas:

"A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo."

Observe o mesmo trecho em discurso direto:

- Desejo muito conhecer Carlota - disse-me Glória, a certo ponto da conversação. - Por que não a trouxe consigo?

Nos vestibulares é comum aparecer trechos de entrevistas nas provas, portanto texto em discurso direto, com o comando específico para o candidato mudar o trecho para o discurso indireto.

A transposição para o discurso indireto exige todos os conhecimentos para elaboração do resumo e um claro domínio de técnica, já que será transformado um texto falado (em princípio) em um texto escrito (relato).

Você deve:

1 – compreender as perguntas e respostas;

2 – não inserir juízo de valor (texto sempre em 3ª pessoa);

3 – utilizar o tempo verbal adequado;

Verbo no presente do indicativo:

- Não bebo dessa água - afirmou o governador.

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Verbo no pretérito imperfeito do indicativo:

O governador afirmou que não bebia daquela água.

4 – empregar os verbos dicendi (de dizer) para não repetir sempre os mesmos verbos (perguntou/respondeu – disse/falou)

5 – alguns enunciados exigem a transposição de perguntas e respostas; outros, apenas a opinião do entrevistado sobre o assunto. Fique atento aos comandos!

ALGUNS VERBOS DICENDI:

DIZER – afirmar, declarar;

PERGUNTAR – indagar, interrogar;

RESPONDER – retrucar, replicar;

CONTESTAR – negar, objetar;

CONCORDAR – assentir, anuir;

EXCLAMAR – gritar, bradar;

PEDIR – solicitar, rogar;

EXORTAR – animar, aconselhar;

ORDENAR – mandar, determinar.

DIFERANÇAS BÁSICAS ENTRE DISCURSO DIRETO E INDIRETO

DIRETO INDIRETO

VERBO NA 1ª PESSOA

- Perdi a eleição com dignidade. Afirma o candidato frente aos eleitores

VERBO NA 3ª PESSOA

O candidato afirmou frente aos eleitores que perdeu a eleição com dignidade

VERBO NO PRESENTE DO INDICATIVO

- Não sei em que momento houve erro na campanha. Disse o candidato

VERBO NO PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO

O candidato disse que não sabia em que momento houve erro na campanha.

VERBO NO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

-Eu não calculei ainda as perdas políticas da eleição. Revelou o candidato.

VERBO NO PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO DO INDICATIVO (SIMPLES OU COMPOSTO).

O candidato revelou que não calculara ainda as perdas políticas da eleição – ou – (...) que não tinha calculado ainda...)

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VERBO NO IMPERATIVO

- Respeitem a vontade do povo. Pediu o candidato.

VERBO NO PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO

O candidato pediu que respeitassem a vontade do povo.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS (de maior proximidade)

Este foi um grande momento na minha carreira política. Afirmou o candidato.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS (de menor proximidade)

O candidato afirmou que aquele foi um grande momento na sua carreira.

UFPR 2015-2016

Leia abaixo um trecho da entrevista do físico Marcelo Gleiser ao jornal Zero Hora.

Zero Hora — O senhor veio a Porto Alegre para falar sobre “ética na ciência”. Curiosamente, uma recente coluna sua sobre o tema está repleta de pontos de interrogação. O texto é uma sucessão de perguntas difíceis. O senhor já chegou a alguma resposta?

Gleiser — Nessa coluna, comecei tratando do romance Frankenstein, um dos símbolos mais poderosos sobre a questão da ética na ciência. Esse romance, de força mítica profunda, diz que existem certas questões científicas que estão além do que os humanos podem controlar. Mesmo que tecnologicamente possamos fazer algo — caso do doutor Victor Frankenstein, ao ressuscitar um cadáver usando eletricidade — não significa que moralmente estejamos prontos para fazê-lo. Você me pergunta se eu tenho respostas. O que a gente está tentando é começar a fazer as perguntas certas. Porque só quando se faz as perguntas certas é possível começar a encontrar algumas respostas.

ZH — E estamos prontos para chegar a essas respostas?

Gleiser — A questão em que você está interessado é se temos maturidade moral para decidir. E a resposta é simplesmente a seguinte: não. Não temos maturidade moral para certas questões. Mas isso não significa que a gente não deva fazer a pesquisa. Existe a ideia da Caixa de Pandora, onde estão guardados todos os males do mundo, e se você abre a Caixa de Pandora tudo escapa. As pessoas veem a ciência como um tipo de Caixa de Pandora: “Ah, esses cientistas ficam fuxicando, descobrem problemas sérios e depois a sociedade fica à mercê de avanços sobre os quais não temos controle”. Na verdade, não é nada disso. A ciência tem de ter total liberdade de pesquisa, contanto que certas questões sejam controladas ou pelo menos monitoradas por corpos especiais. Por exemplo, a questão da clonagem humana. Para mim, essa é uma das áreas que deveriam ser controladas com muito cuidado.

ZH — Quem deveria decidir as regras sobre o que se pode fazer?

Gleiser — Essa é a grande questão. Quem decide o que pode e o que não pode? Quem tem o direito de decidir por todas as pessoas? Acho que deveria haver uma aliança entre o Judiciário e um corpo de cientistas escolhido por órgãos do governo para estabelecer regras. Mas, infelizmente, qualquer tecnologia que possa ser desenvolvida mais cedo ou mais tarde vai ser desenvolvida. (Zero Hora.13 out 2013.)

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Exponha as principais ideias de Marcelo Gleiser num texto de 8 a 10 linhas, totalmente em discurso indireto.

Observe os critérios, publicados pela UFPR, para a correção da transposição de discurso:

UFPR 2013/2014

Leia um trecho da entrevista ao iG do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, que teve, em 2012, seu primeiro longa-metragem, “O Som ao Redor”, incluído na lista dos dez melhores filmes do ano do jornal americano The New York Times.

iG: Como fazer para que “O Som ao Redor” seja visto por um grande público no Brasil? Mendonça Filho: É difícil. O mercado hoje tem mecanismos de convencimento, tudo é massificado. Faz semanas que só vejo “O Hobbit” na minha frente: cartaz, jornal, Facebook, email, outdoor, televisão. É impressionante o que o dinheiro faz. No fim, as pessoas naturalmente assistem a esses filmes. Elas veem “O Hobbit” sem saber direito o motivo. E aí você tem filmes bem menores e fica pensando que seria bom se eles saíssem um pouco do cercadinho da cultura e fossem descobertos por outras pessoas, por pessoas que talvez não o vissem, mas viram e gostaram. Esse é o meu desejo.

iG: O que acha do Vale-Cultura?

Mendonça Filho: Talvez seja positivo, mas me parece pular alguns estágios, porque não há investimento educacional no País. Acho que investir na educação de base já geraria cidadãos naturalmente inclinados para a cultura.

(http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2013-0303)

Obedecendo às normas da escrita culta, exponha a opinião de Mendonça Filho sobre a relação entre o público consumidor e o cinema, num texto em discurso indireto de até 8 linhas.

O GÊNERO JORNALÍSTICO

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Em uma notícia os fatos seguem uma ordem temporal, como em uma história,

ou seja, o jornalista não se atem exatamente à cronologia dos acontecimentos, mas

sob sua ótica pessoal e objetivando o que o leitor/ouvinte/telespectador/internauta

pode considerar mais significativo.

Nesse sentido, por mais que se pretenda ser imparcial ou extremamente fiel

aos fatos, a imparcialidade absoluta em uma notícia é praticamente impossível, pois o

redator sempre terá de selecionar os acontecimentos e editar o texto para atingir o

leitor de maneira mais direta e para isso é preciso também escolher o vocabulário, o

tipo de letra, o tamanho da notícia, o caderno em que a notícia vai aparecer no jornal,

o tipo da abordagem, entre outros detalhes técnicos.

Por fim é importante compreender que o texto jornalístico não retrata nem cria

fatos, mas constrói interpretações e opiniões. Claro que a linha editorial deve ser

considerada, pois existe um público-alvo que ser quer atingir.

Leia a notícia que segue:

Acelerador trava e carro vai parar em cima de poste em Curitiba 01/02/2016 - 16h11

Thaís Skodowski, Paraná Online

Um acidente de trânsito chamou a atenção de quem passou pela Avenida Winston Churchill, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (1.º). O carro, um Ford Ka azul, ficou pendurado em cima de um poste de iluminação.

De acordo com o motorista, o acelerador travou quando ele ia dar a ré para estacionar e o carro só foi parar no poste. Ninguém ficou ferido. Ainda segundo o condutor, o carro não tinha apresentado nenhum problema mecânico até o momento do acidente.

Acompanhado dos familiares, o motorista usou o bom humor e até deu risada dos comentários dos curiosos que queriam saber como é que aquilo tinha acontecido. As ‘teorias’ eram as mais diversas: que motorista tinha tentado voar, que sofreu um mal súbito ou que o carro era roubado.

Parte do grupo que observou o incidente ajudou o motorista a retirar o carro de cima do poste. Sem seguro, ele vai ter que arcar com o conserto do carro que era da mulher.

Fonte: Gazeta do Povo 01/02/2016

Observe que o texto está estruturado da seguinte forma:

1 – manchete: é chamada principal, em letras garrafais, para atrair o leitor

2 – lead: é a apresentação de uma seleção de informações básicas da notícia, as

quais serão desenvolvidas com detalhes no corpo do texto.

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3 – corpo: é todo o restante do texto e sua função é esclarecer o como e o porquê dos

fatos abordados na notícia.

Esse gênero é representado por uma pirâmide invertida, pois a ideia é apresentar logo

no início o resumo dos fatos para informar com rapidez e não perder a atenção do

leitor, o qual pode seguir adiante a leitura, ou não.

Agora responda:

a) O quê aconteceu?

b) Com quem aconteceu?

c) Onde foi?

d) Quando aconteceu?

e) Por que aconteceu?

PROPOSTA 1

UFPR (2014/2015)

Adoniran Barbosa é um ícone do samba paulista. Os temas de suas composições

giravam em torno dos tipos humanos mais comuns e da realidade crua de uma

metrópole que não para. Em suas músicas, usou sempre a linguagem popular

paulistana para dar vida a suas personagens. “Saudosa Maloca” (1951) conta um fato,

que é retratado a partir do ponto de vista de uma das personagens.

Se o senhor não tá lembrado Dá licença de contá Que acá onde agora está Esse adifício arto

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Era uma casa véia Um palacete assobradado

Foi aqui seu moço Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímos nossa maloca Mas um dia, nóis nem pode se alembrá Veio os homis c'as ferramentas O dono mandô derrubá

Peguemos todas nossas coisas E fumos pro meio da rua Apreciá a demolição Que tristeza que nóis sentia Cada táuba que caía Doía no coração

Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: Os homis tá cá razão Nós arranja outro lugar Só se conformemo quando o Joca falou: "Deus dá o frio conforme o cobertor"

E hoje nóis pega páia nas gramas do jardim E prá esquecê, nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida Saudosa maloca, maloca querida Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas

A partir da leitura dessa música, redija uma notícia de jornal que informe ao leitor os

fatos narrados. Seu texto deve:

ser introduzido por um título (manchete);

apresentar a narrativa do ponto de vista do veículo de comunicação;

ser fiel aos fatos apresentados na letra da música, podendo haver acréscimo

de detalhes, inventados por você,

que atualizem a narrativa e permitam adequá-la ao gênero “notícia de jornal”;

apresentar a linguagem e a estrutura próprias do gênero;

ter de 7 a 10 linhas.

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PROPOSTA 2

Tragédia brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, conheceu Maria

Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança

empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida,

instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava

tudo o que ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou

logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro,

uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.

Viveram três anos assim.

Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.

Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria,

Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado,

Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do

Mato, Inválidos...

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de

inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito

dorsal, vestida de organdi azul. Manuel Bandeira

A partir da leitura desse poema, redija uma notícia de jornal que informe ao leitor os

fatos narrados. Seu texto deve:

ser introduzido por um título (manchete);

apresentar a narrativa do ponto de vista do veículo de comunicação;

ser fiel aos fatos apresentados na letra da música, podendo haver acréscimo

de detalhes, inventados por você,

que atualizem a narrativa e permitam adequá-la ao gênero “notícia de jornal”;

apresentar a linguagem e a estrutura próprias do gênero;

ter de 7 a 10 linhas.