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No Residencial 3, a tem- pestade também trouxe à tona outro problema dos condômi- nos: árvores podres. Ao menos quatro árvores de grande porte foram derrubadas pelos ventos. De acordo com Cesar Soares, do Climatempo, as rajadas de vento registradas na região che- garam a 60 km/h – suficientes para quebrar ou arrancar da ter- ra árvores idosas. Rodrigo Andreazzi tem em terreno de sua propriedade uma árvore considerada indevida. A raiz da árvore está levantando o B2 | CIDADES | SEXTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2014 Folha de Alphaville U m forte temporal formado ao longo de todo o estado de São Paulo atingiu Alphaville na noite das últimas terça (14) e quarta-feira (15), causando estragos no bairro. De acordo com o metereologista do Clima- tempo, Cesar Soares, a mistura da condição de calor e umidade pela qual o céu de São Paulo está passando favorece a for- mação das nuvens chamadas cumulonimbus – causadores de grandes temporais com caracte- rísticas como granizo e fortes ra- jadas de vento. “A noite e a ma- drugada de terça-feira tiveram um acúmulo de 20 ml de água registrados na região, o que não é muito. O diferencial deste tipo de nuvem é a violência com a qual a tempestade vem.” Apesar da frente fria que chegou ao Estado na última quinta-feira (16), as cumolonim- bus ainda têm grandes chances de serem formadas mais algu- mas vezes, por conta do calor que não foi embora. E as chu- vas foram a causa de um antigo problema sofrido pelo bairro: a falta de energia elétrica. De acordo com esclareci- mento feito pela AES Eletro- paulo, “a região foi atingida por mais de 6 mil raios nos últimos dias, além de rajadas de ven- tos acima de 60 km/h e grande volume de chuva, provocando a queda de galhos e árvores de grande porte na rede de ener- gia. Com as rajadas de ventos, objetos foram arremessados contra a rede e, por isso, a AES No escuro Moradores do 12 chegaram a passar 24 horas sem luz, perdendo alimentos refrigerados, e pretendem entrar na justiça Falta de energia é questão recorrente em Alphaville 24 HORAS É o tempo que o Residencial 12 ficou sem energia elétrica – das 20h do dia 14 às 20h do dia 15 – depois do temporal que atingiu a região. O Scenic chegou a ficar 19 horas sem energia. Eletropaulo teve de reconstruir alguns pontos da fiação na re- gião, o que impacta no tempo de restabelecimento.” Sofreram com a falta de energia moradores de residen- ciais como 3, 4, 10, 12 e Scenic, além de residenciais localizados em Aldeia da Serra. Alguns mo- radores chegaram a enfrentar mais de 24 horas sem luz. Segundo o presidente do Residencial 12, Victor George Stockunas, o condomínio ficou sem luz durante 24 horas depois do temporal de terça-feira e a concessionária, contatada pelos moradores e condomínio, não sabia dar resposta sobre qual era o problema e quando a solu- ção chegaria. “Moradores per- deram alimentos refrigerados. O prejuízo é imenso”, diz. Na quinta-feira (16), às 14h30 antes mesmo de a chuva engrossar, a luz já havia caído outra vez e a previsão era de retorno apenas às 20h30. No Scenic o problema é ain- da maior. Só nos primeiros 15 dias de janeiro faltou luz quatro vezes no residencial, sendo que em uma das ocasiões os mo- radores ficaram 19 horas sem energia. “Na quarta-feira, saí à procura de um carro da Eletro- paulo, encontrei um deles arru- mando um poste e o levei até o ponto onde está o problema. To- dos moradores já sabem qual é o poste, de tanto acompanhar os reparos”, conta Luiz Azevedo, da diretoria do residencial. No 10, Marcelo Oliveira, que faz parte do conselho do resi- dencial, afirma que o problema também é recorrente. “A Ele- tropaulo diz sempre que o pro- blema é a chuva. Mas qualquer rajada de vento já é suficiente para nos deixar no escuro.” Nas redes sociais, morado- res falam em comprar gerador para suas residências e, diante de tanta escuridão, muitos pen- sam em entrar com ações contra a concessionária. Carlos Marini, secretário da Administração Regional Alpha- ville/Tamboré, afirma que na prefeitura de Parnaíba foram feitos documentos jurídicos e cartas registradas de reclama- ção à Eletropaulo, preparan- do uma possível ação. “Eu me comprometo em estar junto ao grupo que entrará na justiça. Estaremos ao lado do morador.” Procurada insistentemen- te pela Folha de Alphaville, a Eletropaulo informou que dará respostas na próxima semana. Moradores reclamam de demora de atendimento e falta de soluções na região Entraremos com ação coletiva e individual de cada mo- rador. É um descaso, o atendimento é ruim e não apresentam soluções” Luiz Azevedo Diretor do Residencial Scenic Sandro Almeida /Folha de Alphaville Indigna- ção Da esq. para a dir., Caruso, Henrique, Nancy, Renato, Simone, Waldir, Helena, Marileia, Maria Cândida e Sheila – moradores do Residencial 12 ficaram 24 horas sem luz após temporal na terça e, na quinta, depois de chuva fraca, esperavam, mais uma vez, o reparo na rede de energia elétrica Ana Carolina Pereira repor [email protected] que fica no quintal da morado- ra teve os galhos rachados e foi Tânia quem teve que arcar com os prejuízos. “Faz tempo que reclamo desta árvore e não há nada que eu possa fazer, não podemos tirar a árvore porque é crime ambiental. Agora, nós é que devemos arcar com os pre- juízos dos galhos caídos.” Carlos Marini, secretário da Administração Regional Al- phaville/Tamboré, explica que o proprietário de imóvel que esteja incomodado com algu- ma árvore deve entrar com re- querimento na própria regional pedindo análise da árvore que, mediante autorização da prefei- tura, deverá ser replantada ou retirada por completo – sujeito a doação de mudas. “A prefeitu- ra não retira árvores dentro do condomínio, apenas autoriza a retirada”, explica. solo da garagem e o tronco, vi- sivelmente inclinado, tem alto risco de queda em temporais como os de terça. “A nossa sorte foi que os ventos vieram na di- reção oposta da inclinação do tronco, senão ele teria sofrido danos. Já falamos com a prefei- tura, que enviou um engenheiro agrônomo que avaliou que a ár- vore deveria ser retirada por es- tar podre. Mas por conta da má comunicação entre a prefeitura e o Residencial – que autorizou apenas a poda e não a retirada da árvore –, a árvore e o risco de queda continuam por aqui.” Outra árvore do Residencial foi considerada imprópria, mas o morador ainda está esperando a autorização da retirada. Este não é o único caso. No mesmo condomínio, Tânia Bar- bosa Santos de Oliveira passa pelo mesmo problema. A árvore Temporal causa queda de árvores em residencial Caos Fotos: Sandro Almeida/Folha de Alphaville Retirar ár- vores sem a autorização da prefeitu- ra é crime ambiental inafiançá- vel. Mesmo a extração autorizada pode reque- rer doação de mudas” Carlos Marini Secretário da Administração Regional Alphaville/ Tamboré Estrago A Eletropaulo levou cerca de 6 horas e meia para reparar o dano feito pela árvore que caiu sobre a fiação. Os moradores ficaram sem energia elétrica das 20h de terça- feira (14) até as 15h30 de quarta-feira (15) NO CHÃO. Ao menos três árvores caíram no Residencial 3 na noite de temportal de terça-feira PESADA. Por sorte, uma árvore de grande porte, que caiu no jardim de uma casa, não feriu nenhum morador ou transeunte De acordo com a Resolução 360/2009 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consumidor deve registrar o fato com os canais disponibilizados pela concessionária para atendimento no prazo de até 90 dias, especificando quais os equipamentos foram danificados. A empresa deverá abrir processo específico de indenização. A concessionária terá dez dias corridos para inspecionar o equipamento danificado (um dia, para equipamento utilizado para acondicionamento de alimentos perecíveis ou medicamentos), 15 dias para apresentar resposta ao pedido e 20 dias para providenciar o ressarcimento. O consumidor não deve reparar o equipamento danificado. Se o consumidor tiver dificuldades, pode procurar o órgão de defesa do consumidor. PROCON-SP INFORMA Marini explica como o morador deve agir em caso de árvore com risco de queda

energia elétrica Falta de energia é questão recorrente em ... · com o metereologista do Clima-tempo, Cesar Soares, a mistura da condição de calor e umidade pela qual o céu

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  • No Residencial 3, a tem-pestade também trouxe à tona outro problema dos condômi-nos: árvores podres. Ao menos quatro árvores de grande porte foram derrubadas pelos ventos. De acordo com Cesar Soares, do Climatempo, as rajadas de

    vento registradas na região che-garam a 60 km/h – sufi cientes para quebrar ou arrancar da ter-ra árvores idosas.

    Rodrigo Andreazzi tem em terreno de sua propriedade uma árvore considerada indevida. A raiz da árvore está levantando o

    B2 | CIDADES | SEXTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2014 Folha de Alphaville

    Um forte temporal formado ao longo de todo o estado de São Paulo atingiu Alphaville na noite das últimas terça (14) e quarta-feira (15), causando estragos no bairro. De acordo com o metereologista do Clima-tempo, Cesar Soares, a mistura da condição de calor e umidade pela qual o céu de São Paulo está passando favorece a for-mação das nuvens chamadas cumulonimbus – causadores de grandes temporais com caracte-rísticas como granizo e fortes ra-

    jadas de vento. “A noite e a ma-drugada de terça-feira tiveram um acúmulo de 20 ml de água registrados na região, o que não é muito. O diferencial deste tipo de nuvem é a violência com a qual a tempestade vem.”

    Apesar da frente fria que chegou ao Estado na última quinta-feira (16), as cumolonim-bus ainda têm grandes chances de serem formadas mais algu-mas vezes, por conta do calor que não foi embora. E as chu-vas foram a causa de um antigo problema sofrido pelo bairro: a falta de energia elétrica.

    De acordo com esclareci-mento feito pela AES Eletro-paulo, “a região foi atingida por mais de 6 mil raios nos últimos dias, além de rajadas de ven-tos acima de 60 km/h e grande volume de chuva, provocando a queda de galhos e árvores de grande porte na rede de ener-gia. Com as rajadas de ventos, objetos foram arremessados contra a rede e, por isso, a AES

    No escuro Moradores do 12 chegaram a passar 24 horas sem luz, perdendo alimentos refrigerados, e pretendem entrar na justiça

    Falta de energia é questão recorrente em Alphaville24HORASÉ o tempo que o Residencial 12 fi cou sem energia elétrica – das 20h do dia 14 às 20h do dia 15 – depois do temporal que atingiu a região.O Scenic chegou a fi car 19 horas sem energia.

    Eletropaulo teve de reconstruir alguns pontos da fi ação na re-gião, o que impacta no tempo de restabelecimento.”

    Sofreram com a falta de energia moradores de residen-ciais como 3, 4, 10, 12 e Scenic, além de residenciais localizados em Aldeia da Serra. Alguns mo-radores chegaram a enfrentar mais de 24 horas sem luz.

    Segundo o presidente do Residencial 12, Victor George Stockunas, o condomínio fi cou sem luz durante 24 horas depois do temporal de terça-feira e a concessionária, contatada pelos moradores e condomínio, não

    sabia dar resposta sobre qual era o problema e quando a solu-ção chegaria. “Moradores per-deram alimentos refrigerados. O prejuízo é imenso”, diz. Na quinta-feira (16), às 14h30 antes mesmo de a chuva engrossar, a luz já havia caído outra vez e a previsão era de retorno apenas às 20h30.

    No Scenic o problema é ain-da maior. Só nos primeiros 15 dias de janeiro faltou luz quatro vezes no residencial, sendo que em uma das ocasiões os mo-radores fi caram 19 horas sem energia. “Na quarta-feira, saí à procura de um carro da Eletro-

    paulo, encontrei um deles arru-mando um poste e o levei até o ponto onde está o problema. To-dos moradores já sabem qual é o poste, de tanto acompanhar os reparos”, conta Luiz Azevedo, da diretoria do residencial.

    No 10, Marcelo Oliveira, que faz parte do conselho do resi-dencial, afi rma que o problema também é recorrente. “A Ele-tropaulo diz sempre que o pro-blema é a chuva. Mas qualquer rajada de vento já é sufi ciente para nos deixar no escuro.”

    Nas redes sociais, morado-res falam em comprar gerador para suas residências e, diante de tanta escuridão, muitos pen-sam em entrar com ações contra a concessionária.

    Carlos Marini, secretário da Administração Regional Alpha-ville/Tamboré, afi rma que na prefeitura de Parnaíba foram feitos documentos jurídicos e cartas registradas de reclama-ção à Eletropaulo, preparan-do uma possível ação. “Eu me comprometo em estar junto ao grupo que entrará na justiça. Estaremos ao lado do morador.”

    Procurada insistentemen-te pela Folha de Alphaville, a Eletropaulo informou que dará respostas na próxima semana.

    Moradores reclamam de demora de atendimento e falta de soluções na região

    Entraremos com ação coletiva e individual de cada mo-rador. É um descaso, o atendimento é ruim e não apresentam soluções”Luiz AzevedoDiretor do Residencial Scenic

    Sandro Almeida /Folha de Alphaville

    Indigna-ção

    Da esq. para a dir., Caruso, Henrique, Nancy, Renato, Simone, Waldir, Helena, Marileia, Maria Cândida e Sheila – moradores do Residencial 12 fi caram 24 horas sem luz após temporal na terça e, na quinta, depois de chuva fraca, esperavam, mais uma vez, o reparo na rede de energia elétrica

    Ana Carolina [email protected]

    que fi ca no quintal da morado-ra teve os galhos rachados e foi Tânia quem teve que arcar com os prejuízos. “Faz tempo que reclamo desta árvore e não há nada que eu possa fazer, não podemos tirar a árvore porque é crime ambiental. Agora, nós é que devemos arcar com os pre-juízos dos galhos caídos.”

    Carlos Marini, secretário da Administração Regional Al-phaville/Tamboré, explica que o proprietário de imóvel que esteja incomodado com algu-ma árvore deve entrar com re-querimento na própria regional pedindo análise da árvore que, mediante autorização da prefei-tura, deverá ser replantada ou retirada por completo – sujeito a doação de mudas. “A prefeitu-ra não retira árvores dentro do condomínio, apenas autoriza a retirada”, explica.

    solo da garagem e o tronco, vi-sivelmente inclinado, tem alto risco de queda em temporais como os de terça. “A nossa sorte foi que os ventos vieram na di-reção oposta da inclinação do tronco, senão ele teria sofrido danos. Já falamos com a prefei-tura, que enviou um engenheiro agrônomo que avaliou que a ár-vore deveria ser retirada por es-tar podre. Mas por conta da má comunicação entre a prefeitura e o Residencial – que autorizou apenas a poda e não a retirada da árvore –, a árvore e o risco de queda continuam por aqui.” Outra árvore do Residencial foi considerada imprópria, mas o morador ainda está esperando a autorização da retirada.

    Este não é o único caso. No mesmo condomínio, Tânia Bar-bosa Santos de Oliveira passa pelo mesmo problema. A árvore

    Temporal causa queda de árvores em residencial

    CaosFotos: Sandro Almeida/Folha de Alphaville

    Retirar ár-vores sem a autorização da prefeitu-ra é crime ambiental inafi ançá-vel. Mesmo a extração autorizada pode reque-rer doação de mudas”Carlos MariniSecretário da Administração Regional Alphaville/Tamboré

    Estrago

    A Eletropaulo levou cerca de 6 horas e meia para reparar o dano feito pela árvore que caiu sobre a fi ação. Os moradores fi caram sem energia elétrica das 20h de terça-feira (14) até as 15h30 de quarta-feira (15)

    NO CHÃO. Ao menos três

    árvores caíram no Residencial

    3 na noite de temportal de

    terça-feira

    PESADA. Por sorte, uma árvore de grande porte, que caiu no jardim de uma casa, não feriu nenhum morador ou transeunte

    De acordo com a Resolução 360/2009 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consumidor deve registrar o fato com os canais disponibilizados pela concessionária para atendimento no prazo de até 90 dias, especifi cando quais os equipamentos foram danifi cados. A empresa deverá abrir processo específi co de indenização. A concessionária terá dez dias corridos para

    inspecionar o equipamento danifi cado (um dia, para equipamento utilizado para acondicionamento de alimentos perecíveis ou medicamentos), 15 dias para apresentar resposta ao pedido e 20 dias para providenciar o ressarcimento. O consumidor não deve reparar o equipamento danifi cado. Se o consumidor tiver difi culdades, pode procurar o órgão de defesa do consumidor.

    PROCON-SP INFORMA

    Marini explica como o morador deve agir em caso de árvore com risco de queda