80
ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E

DESENVOLVIMENTO

Prof. Aline G. Monteiro Trigo

Agosto de 2010

Page 2: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Objetivo

Possibilitar o conhecimento e a compreensão da forma como a questão ambiental é tratada pelos

diversos profissionais, indicando alguns conceitos e mecanismos/ações utilizadas para apoiar na melhoria do desempenho ambiental

publico e privado.

Page 3: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Referências• BARBIERE, J.C. Gestão Ambiental Empresarial. Rio de

Janeiro: Editora Saraiva, 2006.• BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental.

São Paulo: Prentice Hall, 2002.• REIS, Lineu e SILVEIRA, S. Energia Elétrica para o

Desenvolvimento Sustentável.SP:EDUSP, 2000.• DÁVIGNON, A. et al. Gestão Ambiental: um instrumento de

competitividade, qualidade e adequação da empresa às normas e legislação ambiental. Rio de Janeiro: Mimeo, 1994.

• DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1999.

• GAZETA MERCANTIL. Gestão Ambiental: Compromisso da Empresa. 1996.

Page 4: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Ementa

Inserção da questão energética no contexto global. Gestão Ambiental: Conceitos.

Evolução da Política Ambiental no Brasil e no Mundo. Instrumentos de Gestão Ambiental: Comando e Controle (Padrões, Zoneamento, Unidades de Conservação, Gerenciamento de Bacias), Econômicos e de Comunicação Ambiental. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos, fases e legislação.

Sistema de Gestão Ambiental.

Auditoria Ambiental.

Avaliação de Desempenho Ambiental.

Page 5: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A busca pelo desenvolvimento sustentável

Uso de recursos naturais primários

Suprimento eficiente de energia

ENERGIA

Convenção do Clima (Matriz energética

-Desenvolvimento e adoção de inovações tecnológicas

- Comportamento dos consumidores

- Mudanças estruturais (sistemas operacionais e os mercados de energia)

Page 6: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Energia

Impactos ambientais (Poluição do ar urbano, chuva ácida, aquecimento global, desertificação e desflorestamento, degradação marinha e costeira, perda de áreas agricultáveis).

CONTUDO,...

Bem básico para integração do ser humano ao desenvolvimento

- Oportunidades e alternativas Fonte de energia de custo aceitável e credibilidade garantida Economia Serviços

essenciais

Page 7: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

MEIO AMBIENTE fornece INSUMOS ao processo produtivo, e funciona como DEPÓSITO DE

RESÍDUOS.

Sistema natural ↔ Sistema produtivo ↔ Sistema econômico (

Page 8: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Quadro sócio-ambiental brasileiro

• Crescimento da devastação e comprometimento das estruturas dos processos ecológicos

• Baixa incorporação da dimensão ambiental na ideologia e comportamento empresarial e do mercado consumidor

• Maior amplitude da regulação legislativa dos problemas ambientais

• Baixa efetividade de implementação das questões ambientais nas políticas

• Injusta distribuição de renda, aumentando o contingente de pobreza.

(Almeida, 2004)

Page 9: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

O Brasil talvez seja um dos exemplos mais eloqüentes de que crescimento econômico,

industrialização e modernização podem conviver por longo tempo com profundas

desigualdades sociais.

Page 10: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

MODELO DE DESENVOLVIMENTO ATUAL• Suprimento inesgotável de energia• Suprimento inesgotável de matéria• Capacidade infinita do meio de reciclar matéria e

absorver resíduo

MODELO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

• Uso racional de energia e matéria, com ênfase na conservação ( X desperdício)

• Promoção da reciclagem e do reuso de materiais• Controle da poluição, gerando menos resíduo• Controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis

Page 11: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Dimensões da Sustentabilidade

• Sustentabilidade social: Distribuição de renda e riqueza de forma equitativa. Aumentar os direitos das grandes massas populacionais.

• Sustentabilidade econômica: Alocação e gerenciamento mais eficiente dos recursos naturais.

• Sustentabilidade ecológica: Uso dos recursos naturais com o mínimo de danos ao sistema; Limitar o consumo de combustíveis fósseis, substituindo por recursos renováveis ou produtos inofensivos; Reduzir o volume de lixo/ poluição através da reciclagem e conservação de recursos e energia; Intensificar a pesquisa por tecnologias eficientes no uso dos RN.

Page 12: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

• Sustentabilidade espacial: Configuração urbano-rural mais equilibrada e distribuição territorial dos assentamentos humanos.

• Sustentabilidade cultural: Projetos de mudança dentro de uma continuidade cultural

Page 13: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Gestão Ambiental

Os termos ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO DO MEIO AMBIENTE, ou simplesmente gestão ambiental, serão aqui

entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle,

alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações

humanas, quer evitando que eles surjam.

As últimas décadas do século XX foram particularmente ricas em denúncias e debates sobre problemas ambientais

detectados por pesquisadores dos mais variados campos do conhecimento.

Page 14: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Gestão AmbientalContexto Nacional Atual

• Gestão Ambiental “Pública”– Padrões– Zoneamento e Unidades de Conservação– Licenciamento e Avaliação de Impacto Ambiental– Auditoria Ambiental Legal– Gerenciamento de Recursos Hídricos– Lei de Crimes Ambientais

Page 15: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Gestão AmbientalContexto Nacional Atual

• Gestão Ambiental “Privada”– ISO 14.000 (Sistema de Gestão Ambiental, Auditoria

de SGA, Avaliação de Desempenho Ambiental, Ciclo de Vida, Rotulagem)

– Eco-eficiência

Page 16: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Gestão AmbientalContexto Nacional Atual

• Conflitos de competências no âmbito da gestão ambiental pública

• Incapacidade de negociação e de atuação em parceria por parte dos agentes públicos e privados

• Viés jurídico sobrepondo à gestão e à política ambiental• Paralisia e deterioração do sistema ambiental• Esgotamento do modelo implantado pela 6938/81• Desarticulação entre política ambiental local/regional e

global e desta com as políticas setoriais.

Page 17: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Evolução dos conceitos e práticas de gestão ambiental

• Década de 70– Filosofia: Controle– Princípio: Fim de linha (end of pipe)– Preocupações: Poluição do ar, águas, recursos não

renováveis– Profissionais envolvidos: engenheiros– Ferramentas: Projetos de equipamentos de controle

de poluição

FATOS MARCANTES: Conferência de Estocolmo (72)

Acidente de Seveso (76)

Page 18: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A primeira fase, que vai de início do século XX até 1972:

Tratamento pontual das questões ambientais e desvinculado de qualquer preocupação com os

processos de desenvolvimento.

Page 19: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Evolução dos conceitos e práticas de gestão ambiental

• Década de 80– Filosofia: Planejamento– Princípio: Reciclagem/ Recuperação/ Redução– Preocupações: Contaminação de solos e acidentes– Profissionais envolvidos: técnicos de ciências

ambientais (biólogos, geólogos, políticos, etc.)– Ferramentas: EIA/RIMA, Auditorias, Análise de

riscos, Atuação Responsável

FATOS MARCANTES: Bhopal (84) Chernobyl (86)

Exxon Valdez (89)Nosso Futuro Comum (87)

Page 20: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A segunda fase (1972 a 1992) começa com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano em Estocolmo em 1972 e

vai até 1992, caracterizando-se pela busca de uma nova relação entre meio ambiente e

desenvolvimento.

- Em 1980, foi descoberto o buraco na camada de ozônio correspondente à região da Antártida.

- Em 1985 foi assinada a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio.

- Em 1987 deu-se o início efetivo de uma gestão internacional para eliminar as substâncias destruidoras do ozônio estratosférico, com o Protocolo de Montreal.

Page 21: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Evolução dos conceitos e práticas de gestão ambiental

• Década de 90– Filosofia: Gestão– Princípio: Prevenção da poluição– Preocupações: Camada de ozônio, aquecimento

global, biodiversidade, desenvolvimento sustentável– Profissionais envolvidos: advogados, economistas,

administradores– Ferramentas: SGA, selos ecológicos, avaliação do

ciclo de vida

FATOS MARCANTES: Rio-92ISO 14000 (96)

Page 22: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A terceira fase é a fase atual que tem início com a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento em

1992 no Rio de Janeiro, onde foram aprovados documentos importantes relativos aos problemas socioambientais globais. Essa fase caracteriza-se pelo aprofundamento e pela implementação das

suas disposições e recomendações pelos estados nacionais, governos locais, empresas e outros

agentes.

ECO-92

Page 23: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A temperatura da superfície da Terra durante o século XX foi a mais alta de

todos os períodos de que se tem registro. Essa alta da temperatura pode gerar

conseqüências que vão desde as mudanças nos regimes de chuvas ao

aumento do nível dos oceanos devido ao derretimento das geleiras, afetando assim,

as regiões litorâneas.

“Efeito Estufa”(Aquecimento global)

Page 24: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

O aquecimento global é um fenômeno associado ao aumento das emissões de

gases de efeito estufa gerados pelas atividades humanas, que aumenta ainda mais

a retenção das radiações infravermelhas e, conseqüentemente, eleva a temperatura

média global do Planeta.

Page 25: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Evolução dos conceitos e práticas de gestão ambiental

• Década de 2000-2010

– Filosofia: Gestão Integrada– Princípio: Sustentabilidade– Preocupações: Aquecimento global, mudanças

climáticas, catástrofes ambientais, biodiversidade– Profissionais envolvidos: cientistas, economistas,

profissionais específicos de meio ambiente– Ferramentas: SGI, análise de risco, análises

comportamentais.

FATOS MARCANTES: Ratificação do Protocolo de Quioto - 2005

Page 26: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Comportamento Ético Ambiental

Empresa

PoluiçãoControle de PoluiçãoInovações, etc

Desenvolvimento Sustentado, Longo Prazo

Oportunidades Ambientais•Tecnológicas•Organizacionais•Consumidores

Órgãos Reguladores

Mercados•Produtos•Recursos

SociedadeComunidadeAmbientalistas

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL É UMA NOVA

FONTE DE NEGÓCIOS

Page 27: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Meio Ambiente Vantagem Competitiva?

• Melhora no desempenho ambiental;• Redução do consumo de recursos energéticos;• Redução nos custos em geral;• Otimização do processo produtivo;

• Melhora as relações indústria/governo;• Estratégia de diferenciação

Demanda de cliente/consumidorRestrição aos concorrentesMarketing

Page 28: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Uma proposta de gestão ambiental inclui no mínimo três dimensões

Page 29: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

POLÍTICA PÚBLICA AMBIENTAL

CONCEITOS E INSTRUMENTOS

Page 30: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Política Ambiental

• OBJETIVOS:Escala sustentável, Alocação eficiente e Distribuição justa

(equidade de direitos)

• DIRETRIZES:- Promoção do DS (ambiental/ econômico/ social)

- Necessidade de controle e participação social

- Fortalecimento do SISNAMA

- Princípio da Transversalidade

É o conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação de que o Poder Público dispõe para produzir efeitos

desejáveis sobre o meio ambiente.

Page 31: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

CENÁRIO: PolíticasHOJE:

Políticas macroeconômicas (crescimento econômico/ renda/emprego/consumo)

Pressão sobre RN (serviços ambientais) (redução do patrimônio ambiental / elevação dos dejetos na

natureza)

AMANHÃ:

Modelo de crescimento: preservação dos RN (uso sustentável)

Internalização das externalidades

(custos de recuperação dos danos ambientais)

Mudança de comportamento

Page 32: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

O Poder Público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na década de 1930.

• Em 1934 foram promulgados o Código de Caça, Código Florestal, Código de Minas e Código de Águas.

Políticas Ambientais Brasileiras

• Em 1937, criação do Parque Nacional de Itatiaia (RJ) (2 anos depois os Parques Nacionais da Serra dos Órgãos (RJ) e do Iguaçu (PR)).

• 1940 – Código Penal incorpora penas a condutas lesivas ao meio ambiente.

• 1960 – Estatuto da Terra (Lei no 4504/64 Lei no 6476/79): conservar recursos naturais

Page 33: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Política Pública Internacional

Revolução Industrial:

meio ambiente acessório do desenvolvimento, e não como parte intrínseca dele.

CONTUDO,...

benefícios proporcionados pelo progresso os justificavam como um “mal necessário”, algo com que se deveria resignar.

A necessidade e urgência da intervenção do poder público sobre as questões ambientais Estados Unidos (década

de 60)Promoveu a intervenção regulamentadora no meio

ambiente, através da “Avaliação dos Impactos Ambientais” (AIA), formalizada nos Estados Unidos em 1969.

Page 34: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Convenção de Viena (1985) Nova ótica sobre a questão ambiental: preventiva.

OBJETIVOS: Proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os

efeitos adversos possivelmente resultantes das atividades que modificavam a camada de ozônio, tais

como o aquecimento global, o derretimento das calotas polares e a proliferação de doenças como o câncer de

pele.

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) instrumento típico de prevenção – tornou-se uma condição

a ser cumprida para obtenção de concessões para implantação de projetos possivelmente nocivos ao meio

ambiente.

Constituição de 1988 enfatizou que as atividades potencialmente poluidoras

dependem de prévio licenciamento por órgão do SISNAMA

Page 35: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Em 1981 a Lei 6.938 estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente que tem como objetivo a preservação,

melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições de desenvolvimento

socioeconômico.

Princípios, objetivos e instrumentos, SISNAMA e CONAMA.

Regulamentação pelo Decreto 99.274/90 e modificada por decretos de 1995.

Aborda meio ambiente e as várias formas de degradação ambiental.

MEIO AMBIENTE BEM PÚBLICO, de USO COMUM do povo

Page 36: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

• Princípio da Responsabilidade Objetiva reforça a ação corretiva, incluindo a fiscalização e as medidas punitivas, através do Princípio do Poluidor Pagador.

“é o poluidor obrigado, independente de existência de culpa, a indenizar, reparar os danos causados ao

meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de

responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.” (art. 14)

Page 37: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A Lei nº 6.938/81 estabelece os seguinte instrumentos da PNMA:

- Padrões de qualidade ambiental.- Zoneamento ambiental.- Avaliação de impactos ambientais.- O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.- Os incentivos à produção e instalação de equipamento e à criação ou absorção de tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental.- A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal.

· - Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente.- O cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de defesa ambiental.- As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.- Relatório da Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA.- O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais.

Page 38: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a defesa do meio ambiente como um dos princípios a serem

observados para as atividades econômicas em geral e incorporou o conceito de desenvolvimento sustentável no

Capítulo VI dedicado ao meio ambiente.

“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à

sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações” (art. 225).

Page 39: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Política Pública Ambiental

Os INSTRUMENTOS de políticas públicas ambientais podem ser explícitos ou implícitos.

Explícitos: são criados para alcançar efeitos ambientais benéficos específicos.

Implícitos: alcançam tais efeitos pela via indireta, pois não foram criados para isso.

Page 40: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Investimentos em educação tornam a população mais consciente dos problemas ambientais. Esse é

um exemplo de política implícita

Quando se fala em instrumento de política pública ambiental, geralmente se quer indicar aquele instrumento que visa diretamente às questões ambientais, ou seja, os instrumentos explícitos, que podem ser classificados em

três grandes grupos.

Page 41: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010
Page 42: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos de Comando e Controle ou

de Regulação Direta

O Poder Público estabelece padrões de qualidade, regulando as atividades e aplicando sanções e

penalidades.

Trata-se do exercício do poder de polícia dos ENTES ESTATAIS e como tal se manifesta por meio de

proibições, restrições e OBRIGAÇÕES IMPOSTAS AOS INDIVÍDUOS E ORGANIZAÇÕES, sempre autorizadas

por normas legais.

Page 43: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos de Comando e Controle

VIÉSES- A falta de coordenação entre os diferentes órgãos

ambientais (IBAMA e secretarias).- Não considera custos individuais dos diferentes agentes

econômicos.- Aplicação difícil alto grau de especialização do agente

fiscalizador.- A escassez dos recursos direcionados para as agências

ambientais aplicação de leis e das sanções.- A fragilidade do sistema de penalidades que não

incentiva o infrator a melhorar o seu sistema.- Alta complexidade das leis.

Page 44: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos de Comando e Controle• Padrão ambiental manutenção do nível de

qualidade ambiental. Sobre a qualidade do meio receptor da poluição, sobre as emissões das atividades poluentes e sobre as características dos produtos finais.

• Zoneamento ecológico-econômico estabelece áreas com critérios para a utilização humana (tipo de construção). Objetivo integrar interesses econômicos, ambientais e sociais.

• Auditoria ambiental garante a viabilidade ambiental de uma atividade econômica, procurando adequá-la e integrá-la ao meio, observando seu desempenho conforme parâmetros ambientais e técnicos.

Page 45: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos de Comando e Controle

• Outorga de direito de uso autorização de utilização de recurso, concedida pelo órgão público de controle.

• Regulamentação de uso Controle de atividades que potencialmente afetam o meio ambiente através da regulamentação e controle do uso e transporte de equipamentos.

• Unidades de conservação Para sua criação e manutenção, 0,5% do investimento total.

Exemplos a seguir:

Page 46: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Padrões de qualidade ambiental• Delimitar padrões tecnicamente auferidos pelos órgãos

ambientais competentes• Compatibilizar o desenvolvimento econômico com a

preservação ambiental

RESOLUÇÃO CONAMA 03/1990: Define padrões de qualidade do ar a partir das

concentrações de poluentes atmosféricos.

- Padrão primário Concentração de poluentes que se ultrapassadas afetam à saúde da população – NÍVEIS MÁXIMOS TOLERÁVEIS DE CC. DE POLUENTES.

- Padrão secundário Concentração de poluentes atmosféricos abaixo dos quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população e o mínimo dano à flora e fauna, aos materiais e ao meio ambiente – NÍVEIS DESEJADOS DE CC. DE POLUENTES

Page 47: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

POLUENTES TEMPO DE AMOSTRAGEMPADRÃO

PRIMÁRIO g/m3

PADRÃO SECUNDÁRIO

g/m3

Partículas totais em suspensão

24 horas (1)MGA (2)

24080

15060

Dióxido de enxofre

24 horas (1)MAA (2)

36580

10040

Monóxido de carbono

1 hora (1)8 horas

40.000 (35 ppm)10.000 (9 ppm)

40.000 (35 ppm)10.000 (9 ppm)

Ozônio 1 hora (1) 160 160

Fumaça 24 horas (1)MAA (3)

15060

10040

Partículas inaláveis

24 horas (1)MAA (3)

15050

15050

Dióxido de nitrogênio

1 hora (1)MAA (3)

320100

190100

Page 48: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

• LIMITES MÁXIMOS DE EMISSÃO Quantidade de poluentes lançados por fonte poluidora para

a atmosfera, que variam em função dos usos pretendidos para as diversas áreas

RESOLUÇÃO CONAMA 08/1990 (para indústrias) Define os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos (padrões de emissão) para processos de combustão externa, em fontes novas

fixas de poluição

RESOLUÇÃO CONAMA 18/1986 (para autos)Define normas e padrões nacionais de controle da

poluição causada por veículos automotores e estabelece o Programa Nacional de Controle da

Poluição por Veículos Automotores (PROCONVE)

Page 49: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Zoneamento ecológico-econômico

Instrumento para ocupação racional dos espaços

• Definição: Identificação e conhecimento dos espaços geográficos ou regiões em razão das alternativas de sustentabilidade econômica, econômica e social.

• Legal: “incumbe ao Poder Público definir ... unidades de federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração ou supressão permitidas através de lei” (art 25 da CF)

Page 50: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

• Legal: Diretrizes do Decreto Federal 99.450/90:

- “ZEE norteará a elaboração dos planos nacionais e regionais de desenvolvimento econômico e social”.

- “Trabalhos conduzidos com abordagem interdisiciplinar e visão sistêmica”.

- “Resulta de uma ação de identificação, constatação e avaliação da realidade territorial, na qual se determinam zonas caracterizadas pelos componentes físicos e bióticos e pelas formas de organização resultante da ação antrópica”.

• Estudos:

a) Definição de zonas e subzonas inter-regionais homogêneas e heterogêneas planejamento de ações do governo permitindo ao setor público a elaboração de políticas que conduzam a formas ordenadas e auto-sustentadas de apropriação dos RN.

b) Sistematização dos dados levantados e analisados para constituir a base para a formação de um banco de dados

Page 51: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Unidades de conservaçãoProteger a diversidade biológica de um país.

• Definição: “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo águas, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos”.

• Classificação: O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Federal, Estadual e Municipal) divide em duas categorias: Grupos das Unidades de Proteção Integral (Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural) e Grupos das Unidades de Uso Sustentável (Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva Particular do Patrimônio Natural)

Page 52: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

• NÃO UC´s: Área de Preservação Permanente (Código Florestal) – áreas cobertas ou não por vegetação nativa e Reserva Legal – área no interior de uma propriedade ou posse rural, exceto a de preservação permanente.

• a Compensação Ambiental passou a ser obrigatória para empreendimentos causadores de significativo impacto ambiental, obrigando o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de Unidade de Conservação do Grupo de Proteção Integral.

“Ações de conservação que pretendem compensar /reparar os danos residuais e inevitáveis à biodiversidade causados por

empreendimentos, assim como assegurar perda zero de biodiversidade. Antes dos empreendedores contemplarem a

compensação, devem primeiro pensar em evitar e minimizar os danos à biodiversidade” (BBOP)

“Instrumento que visa garantir a sociedade um ressarcimento pelos danos causados à biodiversidade por empreendimentos de

significativo impacto ambiental “(IBAMA)

Page 53: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Gerenciamento de bacias hidrográficas• Definição: instrumento que orienta o poder público e a

sociedade, a longo prazo, na utilização e monitoramento dos recursos ambientais – naturais, econômicos e sócio-culturais – na área de abrangência de uma bacia hidrográfica, de forma a promover o desenvolvimento sustentável.

• Legal: Lei 9.433/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Bacia hidrográfica:É a unidade territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de

Gerenciamento de Recursos Hídricos.

- Usos múltiplos da água (principais: consumo humano e dessedentação de animais);

- Reconhecimento da água como um bem finito e vulnerável - Gestão descentralizada e participativa

Page 54: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos EconômicosOs instrumentos econômicos têm sido apontados

como mais aptos para induzir um COMPORTAMENTO MAIS DINÂMICO POR

PARTE DOS AGENTES PRIVADOS, comparativamente aos de comando e controle.

Esses instrumentos proporcionam ESTÍMULOS PERMANENTES PARA QUE AS EMPRESAS

DEIXEM DE GERAR POLUIÇÃO.↓

As partes negociam entre si um nível ótimo de externalidade (ótimo privado e ótimo coletivo),

agindo através de taxas, certificados de negociação ou impostos.

Page 55: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos Econômicos• INSTRUMENTO NA FORMA DE PRÊMIOS

Requer um comprometimento de recursos do Tesouro

• INSTRUMENTO NA FORMA DE PREÇOS

Gera fundos fiscais.

Viéses- Não alcança a eficiência econômica

- Não considera custos e benefícios individuais dos diferentes agentes

econômicos

Page 56: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos Econômicos – Prêmios

REQUER UM COMPROMETIMENTO DE RECURSOS DO TESOURO

• Crédito subsidiado, isenções de impostos e outras facilidades contábeis para redução da carga fiscal

Instrumentos Econômicos – Preços GERA FUNDOS FISCAIS

• Orientam agentes a valorizarem os bens e serviços ambientais de acordo com a escassez. Criam-se mecanismos para estabelecer valor social – PPP

• Atuam diretamente sobre os preços – tributos – ou indiretamente através de certificados

Page 57: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos Econômicos ou de Mercado

• Cobrança pelo uso (taxa, tarifa) cobrança pelas emissões poluentes ou pela utilização de recursos ambientais para alcançar o nível ótimo de externalidade.

• Licenças ou certificados negociáveis licenças leiloadas pelos órgãos governamentais responsáveis pelo controle ambiental que autorizam os agentes a emitir determinada quantidade de poluição.

• Subsídios Incentivos aos agentes para que reduzam as emissões e para que pratiquem atividades.

• Seguros Ambientais Incorpora critérios de incertezas ambientais ao sistema de mercado.

Page 58: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos Econômicos – Prêmios

País Redução de Impostos Depreciação acelerada Créditos e Subsídios Austrália Prevenção e controle da

poluição

Áustria Conservação de energia doméstica

Barbados Energia solar – setor turismo

Tecnologias ambientais - setor turismo.

Bélgica Investimentos ambientalmente corretos

Canadá Conservação de energia. Atividades de controle em estabelecimentos pré-1974.

China Melhoria da eficiência energética

Melhoria da eficiência energética

Page 59: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Instrumentos Econômicos – PreçosPaís Instrumento Taxa (US$) Destino da receita França Emissões ácidas (SO2,

NOx,H2S, N2O e HCl) 22,27/ ton N/ d

Japão SOx com variação regional

0,57-5,28/ Nm3 Compensação de danos à saúde

Portugal SO2, NOx N/ d Controle da qualidade do ar

Suécia NOx de produtores de energia

5,51/ kg NO2 emitido Retornadas para produtores, com base na produção real de energia

Estados Unidos Sobre diversos poluentes

Acima de 19,23/ ton Controle da qualidade do ar

China Taxa experimental sobre SO2

0,035/ kg Empréstimo para investimentos em controle

Page 60: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Taxas e Impostos - Brasil

• TCFA Taxa de Controle de Fiscalização Ambiental – lei 6938/81 (substitui a TCA)

• Multas ambientais (convertidas em ações de preservação ambiental). O infrator protocolar o pedido em 5 dias

• IPTU ecológico incentivos fiscais (isenção do tributo) a quem tem área de preservação

• ICMS ecológico aumento da cota do ICMS arrecadado pelo Estado aos municípios que implementam ações nas áreas de saúde, educação, patrimônio cultural, saneamento ambiental.

• Tarifa sobre esgoto industrial gastos com as ETEs (RJ e SP)

• Impostos sobre desmatamento (financiar projetos de reflorestamento) – Fundo Federal de Reposição Florestal (MG)

• Cobrança pelo uso da água em bacias – Rio Paraíba do Sul (uso racional) Captação, consumo e tratamento

Page 61: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Emprego dos Instrumentos

Visam reduzir a intensidade ambiental• ICC – agentes não têm escolha no

cumprimento da regulamentação.• IE – agentes respondem aos incentivos de

maneira compensadora, opta por pagar pelo uso ou melhorar seu sistema de controle

Presença de recursos mais escassos e em regiões saturadas

• IE – regula a intensidade de exploração ambiental (o nível de recursos utilizados), melhorando a produtividade na utilização dos recursos.

Page 62: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Nas situações de planejamento (onde vai se iniciar uma exploração)

• ICC – estabelece diretrizes mais abrangentes com um horizonte de tempo maior e acompanha um redirecionamento de atividades que possam otimizar a exploração dos recursos

Em relação aos custos

IE envolve menos custos em função de não necessitar de monitoramento da qualidade

ambiental.

Page 63: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

•Gestão ambiental nas empresas/A3P

•Relatórios ambientais

•Divulgações institucionais

Instrumento de Comunicação eEducação para o Desenvolvimento

Sustentável

Page 64: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Certificados comercializáveis/ negociáveis de poluição

• Órgão ambiental “leiloa” uma determinada quantidade de licenças que deve ser proporcional à quantidade de poluição a ser emitida. É uma forma de decidir os níveis de controle de poluição do poluidor.

• Flexibilidade que o órgão passa a ter para aumentar ou diminuir o nível total de poluição.

Page 65: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Tipos de Certificados Negociáveis

Bolhas ou bubblesBolhas ou bubbles – Quando duas fontes estacionárias de poluição se ajustam, compensando o aumento de poluir de uma fonte pela diminuição da poluição da outra.

Compensação ou OffsetsCompensação ou Offsets – Permite que novas fontes de emissão sejam instaladas desde que se obtenha uma redução das emissões das fontes já existentes a uma quantidade igual ao que seria emitido pela indústria nova.

Redes ou NettingRedes ou Netting – No caso de expansão da instalação, a empresa será liberada, desde que se prove que possa atingir os mesmos níveis de emissão.

Bancos ou bankingBancos ou banking – Fontes poluidoras guardam seus créditos para usos futuros.

Page 66: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

RIO-92 Convenção de Mundanças Climáticas

Mecanismos para redução das emissões de gases de E.E.

e para absorção de CO2

Assegurar a produção alimentarDesenvolvimento sustentável

1997 3a Conferência das Partes em Kyoto Protocolo Kyoto

Estabelecer metas para redução de emissões dos gases em 5,2% sobre os níveis de 1990 no período 2008 a 2012 através de processos de melhoria da eficiência energética e a criação de

mecanismos de flexibilização

Page 67: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Fonte: IPCC. Climate Change 2001: the scientific basis, technical summary, p. 38. Disponível em: <http://www.ipcc.ch>. Obs.: ppm = partes por milhão; ppb = partes por bilhão e ppt = partes por trilhão.

Page 68: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Fonte: PNUMA. Protocolo de Quioto. In: Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992, Rio de Janeiro. Disponível em: <http//www.unep.org>. •Não estão incluídos Belarus, Lituânia e Turquia, que são partes do Anexo I da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Page 69: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Emissions Trade

(Comércio de Emissões)

Países do Anexo I que não conseguiram reduzir suas emissões compram o direito de emiti-las através de países que conseguiram reduzir mais do que suas metas

Page 70: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

JI – Joint Implementation (Mecanismo da Implementação Conjunta)

Implementação conjunta (acordo) entre países desenvolvidos para promover atividades/projetos que

reduzam o G.E.E.

Noruega Portugal Medidas de redução de emissão de

carbono através de aparelhos mais

eficientes energética e ambientalmente

Comercialização de créditos de carbono

Page 71: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

CDM – Clean Development Mechanism /

MDL – Mecanismo do Desenvolvimento Limpo

Estabelecimento de um fundo de compensação criado para sustentar as ações de redução e seqüestro de carbono na atmosfera. Assiste aos países em desenvolvimento na redução e seqüestro de CO2 para permitir que países desenvolvidos cumpram seus compromissos de redução de emissões.

Page 72: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Reduções Certificadas de Emissões (CER) ou Certificados

de Redução de Emissão

• Brasil (e não Anexo I) ofertam créditos de carbono no mercado internacional em troca do desenvolvimento de projetos cujo preço do crédito é de 30 euros (créditos não certificados no mercado paralelo é de US$ 5,0 a tCO2)

• Reduzir emissões de gases de E.E., onde o sequestro de C desenvolvimento sustentável junto a comunidades

• Auxilia as Partes do Anexo I a cumprir metas e contribui com os países em desenvolvimento (tecnologia e capital)

Page 73: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Projetos de MDL no mundo

38%

27%

7%

4%

3%

21% China

Índia

Brasil

M éxico

M alásia

Outros

Page 74: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Exemplo de créditos de carbono – Mercado Não Kyoto

• Bolsa de Clima de Chicago (Chicago Climate EXchange) reúne 52 empresas e ONGs que devem reduzir suas emissões em um ano (1% a.a.). Não conseguindo, devem adquirir créditos de carbono (áreas de florestas plantadas/ cultivos sustentáveis). Criada em 2003

• Fundo Protótipo de Carbono (PCF) 2000, administrado pelo Banco Mundial, e estimula investimentos em protótipos de seqüestro de carbono (tecnologias de energia)

• Bolsa de Mercadorias e Futuros apresentar projetos (de empresas brasileiras) de redução de emissões a compradores estrangeiros. Início em 2004.

Page 75: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Projeto MDL Brasileiro – Aterro Sanitário de Nova Iguaçu

• 1º a ter registro aprovado no mundo (2004) emitir CER – certificados de redução de emissão negociados em Fundo Holandes e adquiridos por países industrializados que não conseguiram cumprir as metas.

• Reduzir as emissões em dobro:melhora o tratamento do lixo, metano capturado para combustível em termelétrica, reduz o consumo de energia e evita a emissão de metano para o ar.

Page 76: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Aterro de Nova Iguaçu – Nova Gerar

Page 77: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Brasil – visão atual

• Das iniciativas em andamento (energia elétrica, resíduos sólidos urbanos, eficiência

energética e florestas), o potencial de redução das emissões de gases de EE –

13,5 a 21,6 milhões de tCO2/ano US$ 58,6 a 99 milhões/anoMercado mundial – visão

atual• De 1996 a 2002, foram negociados cerca de

30 milhões de tCO2. Em 2003, o mercado de projetos de MDL evoluiu para 78 milhões de

tCO2 e para 65 milhões de tCO2 de jan a maio de 2004.

Page 78: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Projetos MDL brasileiros submetidos (até 08/2010)

6513 projetos mundiais de MDL submetidos ao Conselho Executivo do MDL, são 2311 registrados e destes, 417

projetos (7%) são brasileiros relacionam-se a geração de eletricidade via emprego de fontes renováveis (230), 76 de suinocultura, 36 de aterro sanitário, 28 de eficiência energética, 14 de alterações industriais e outros. (275,2

milhões de tCO2)

50,3%

7,9%1,1%

16,6%

9,8%

6,1% 0,4%

3,1%3,7% 0,9%

Energia Renovável

Aterro Sanitário

Redução de N2O

Suinocultura

Troca de combustível fóssil

Eficiência energética

Reflorestamento

Processos industriais

Resíduos

Emissões fugitivas

Page 79: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Projetos em Validação/Aprovação Número de ProjetosRedução anual de

emis são

Redução de emis são no 1º período de

obtenção de crédito

Energia Renovável 230 19.677.309 146.455.707

A terro Sanitário 36 11.327.606 84.210.095

Redução de N2O 5 6.373.896 44.617.272

Suinocultura 76 4.222.884 39.282.569

Troca de combus tível fós s il 45 3.296.291 27.630.240

Eficiência energética 28 2.027.173 19.853.258

Reflores tamento 2 434.438 13.033.140

Proces sos indus triais 14 1.002.940 7.449.083

Res íduos 17 646.833 5.002.110

Emis s ões fugitivas 4 720.068 5.721.011

Total 457 49.729.438 393.254.485

FONT E: M inistério da Ciência e T ecnologia, www.mct.gov.br, acesso em 12 ago. 2010.

Tabela 3 - Projetos de M DL no Brasil - ago./2010

Page 80: ENERGIA, GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO Prof. Aline G. Monteiro Trigo Agosto de 2010

Perspectivas futuras• Em 2006, foram negociados 475 milhões de

tCO2 arrecadando cerca de US$ 5,25 bilhões. Demanda de CER poderá chegar a US$ 10 bilhões por ano em 2010 para US$ 8 a US$ 32/ tCO2

• Em 1998, só a China, ex-URSS, Japão, India, Alemanha contribuíam com 2 bilhões tCO2

• Brasil poderá exportar CER, no entanto, projetos de MDL podem demorar 5 a 7 anos, e o ano de 2012 está próximo!!!

• Matriz de oportunidade de projetos de MDL Brasil receita de 242 a 531 milhões de dólares a um preço de US$ 5/tCO2.Reduzindo as emissões de GEE de 88 a 108 milhões de tCO2.