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Escola Secundária Avelar Brotero Ano letivo 2011/2012 Energia Nuclear: Urânio e Plutónio O que é a Energia Nuclear? A energia é a energia libertada, sob a forma de calor e energia eletromagnética, numa reação nuclear, ou seja, em processos de transformação de núcleos atómicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar noutros isótopos ou elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo. Baseia-se no princípio da equivalência de energia e massa, segundo a qual durante reações nucleares ocorre transformação de massa em energia. Ilustração 1: Central Nuclear Foi descoberta por Hahn, Straßmann e Meitner com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com neutrões. A tecnologia nuclear tem como uma das finalidades gerar eletricidade. Aproveitando-se do calor emitido na reação, para aquecer a água até se tornar vapor, movimentando assim um turbogerador. A reação nuclear pode acontecer controladamente num reator de usina nuclear ou descontroladamente numa bomba

Energia Nuclear Urânio e Plutónio

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Energia Nuclear: Urânio e Plutónio

O que é a Energia Nuclear?

A energia é a energia libertada, sob a forma de calor e energia eletromagnética, numa

reação nuclear, ou seja, em processos de transformação

de núcleos atómicos. Alguns isótopos de certos

elementos apresentam a capacidade de se transformar

noutros isótopos ou elementos através de reações

nucleares, emitindo energia durante esse processo.

Baseia-se no princípio da equivalência de energia

e massa, segundo a qual durante reações nucleares

ocorre transformação de massa em energia.

Ilustração 1: Central Nuclear

Foi descoberta por Hahn, Straßmann e Meitner com a observação de uma fissão

nuclear depois da irradiação de urânio com neutrões.

A tecnologia nuclear tem como uma das finalidades gerar eletricidade. Aproveitando-

se do calor emitido na reação, para aquecer a água até se tornar vapor, movimentando assim

um turbogerador. A reação nuclear pode acontecer controladamente num reator de usina

nuclear ou descontroladamente numa bomba atómica. Noutras aplicações aproveita-se da

radiação ionizante emitida.

Reator de usina nuclear

O reator de usina nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir

eletricidade a partir de energia nuclear. Caracteriza-se pelo uso de materiais radioativos que

através de uma reação nuclear produzem calor. As centrais nucleares apresentam um ou

mais reatores, que são compartimentos impermeáveis à radiação, em cujo interior estão

colocados barras ou outras configurações geométricas de minerais com algum elemento

radioativo (em geral o urânio).

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Bomba atómica

As bombas atómicas ou bombas nucleares são normalmente descritas como sendo

apenas de fissão ou de fusão com base na forma predominante de liberação da sua energia.

Esta classificação, porém, esconde o fato de que, na realidade, ambas são uma combinação

de bombas: no interior das bombas de hidrogénio, uma bomba de fissão em tamanho menor

é usada para fornecer as condições de temperatura e pressão elevadas que a fusão requer

para se iniciar. Por outro lado, uma bomba de fissão é mais eficiente quando um dispositivo

de fusão impulsiona a energia da bomba. Assim, os dois tipos de bomba são genericamente

chamados bombas nucleares.

O que é uma Reação Nuclear?

A reação nuclear é a modificação da composição do núcleo atómico de um elemento,

podendo transformar-se num ou em vários elementos. Esse processo ocorre

espontaneamente em alguns elementos. O caso mais interessante é a possibilidade de

provocar a reação mediante técnicas de bombardeamento de neutrões ou outras partículas.

Existem duas formas de reações nucleares: a fissão nuclear, onde o núcleo atómico se

subdivide em duas ou mais partículas; e a fusão nuclear, na qual, pelo menos dois núcleos

atómicos, se unem para formar um novo núcleo.

Fissão Nuclear

Na Fissão Nuclear, a energia é libertada pela divisão do núcleo normalmente

em dois pedaços menores e de massas. Pela lei de conservação de energia, a soma

das energias dos novos núcleos mais a energia libertada para o ambiente em forma de

energia cinética dos produtos de fissão e dos neutrões libertados deve ser igual à

energia total do núcleo original.

A fissão do núcleo raramente ocorre de forma espontânea na natureza, mas

pode ser induzida se bombardearmos núcleos pesados com um neutrão, que, ao ser

absorvido, torna o núcleo instável.

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O U235, por exemplo, ao ser bombardeado com um neutrão, fissiona em dois

pedaços menores, emitindo normalmente dois ou três neutrões (Ilustração 2). Se

houver outros núcleos de U235 próximos, eles

têm uma certa chance de serem atingidos

pelos neutrões produzidos na fissão. Se

houver um grande número disponível de

núcleos de urânio-235, a probabilidade de

ocorrerem novas fissões será alta, gerando

novos neutrões, que irão gerar novas fissões.

Ilustração 2: Reação de Fissão Nuclear

Esse processo sucessivo é chamado Reação em Cadeia (Ilustração 3).

Controlando-se o número de neutrões produzidos e a quantidade de U235, pode-se

controlar a taxa de fissão ao longo do

tempo. Essa reação em cadeia,

denominada controlada, é o processo

utilizado num reator nuclear. Já numa

bomba atómica, as fissões ocorrem

todas num intervalo de tempo muito

curto, gerando uma enorme quantidade

de energia e provocando a explosão.

Ilustração 3: Reação em Cadeia

O que torna o urânio conveniente para uso como combustível é a grande

quantidade de energia liberada por esse elemento ao se fissionar.

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Fusão Nuclear

A Fusão Nuclear é o processo no qual

dois ou mais núcleos atómicos se juntam e

formam um outro núcleo de maior número

atómico. A Fusão Nuclear requer muita energia

para acontecer, e geralmente liberta muito mais

energia do que aquela que consome. Quando

ocorre com elementos mais leves que o ferro e o níquel (que possuem as maiores

forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo portanto mais estáveis) ela

geralmente liberta energia, e com elementos mais pesados ela consome.

Um pouco mais acerca do Urânio...

Para além de ser utilizado na produção de bombas atómicas, o Urânio é o principal

elemento envolvido no processo da Energia Nuclear, como combustível em Centrais

Nucleares para a produção de energia eléctrica.

O Urânio é o último elemento químico natural da tabela periódica, sendo o átomo

com o núcleo mais pesado que existe naturalmente na Terra. Quando puro, é um sólido,

metálico e radioactivo, muito duro e denso, com cor cinza.

Tudo começou em 1789, quando se comprovou a existência de uma "substância

semi-metálica" no minério uraninita, ao qual se deu o nome de Urânio em honra da

descoberta do planeta Urano. Mais tarde, conseguiu-se isolar o Urânio metálico, e em 1896

descobriu-se a propriedade da radioactividade no Urânio (foi o primeiro elemento químico

onde se descobriu esta propriedade).

Em 1934, ao bombardear Urânio com neutrões, emitindo assim partículas alfa,

concluiu-se que este bombardeamento dava origem a isótopos de elementos mais leves,

como o kripton ou o bário, por fissão do seu núcleo, libertando uma grande quantidade de

energia.

Comprovou-se, em 1939, que a fissão produzia novos neutrões que poderiam

originar novas fissões noutros núcleos e tornar, assim, a reacção auto-sustentada.

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Em 1942, para a primeira reacção nuclear de fissão auto-sustentada, foram utilizadas

400 toneladas de grafite, seis toneladas de urânio e 58 toneladas de óxido de Urânio. O

primeiro teste de uma arma nuclear baseada na fissão do Urânio foi realizado em 1945 no

Novo México.

Podem-se encontrar vestígios de Urânio em quase todas as rochas sedimentares da

crosta terrestre. Os minerais que contêm Urânio são a euxenita, a carnotita, a branerita, a

torbernite e a coffinita, sendo o mais comum minério de Urânio a uraninita (composta por

UO2 com U3O8).

Os principais depósitos destes minérios situam-se nos EUA, Canadá, Rússia e

França, mas o maior depósito do mundo de uraninita situa-se nas minas de Leopoldville no

Congo, África.

Antes da descoberta da Energia Nuclear, o Urânio era muito pouco utilizado. Era

utilizado em fotografia, nas indústrias de cabedal e madeira, e os seus compostos eram

utilizados como corantes e fixadores de cor em sedas e lã.

Actualmente, a aplicação mais importante do Urânio é a energética, na produção de

Energia Nuclear em centrais nucleares, e assim de energia eléctrica. Utilizam-se três

isótopos do elemento – U234, U235 (o mais utilizado) e U238 – com mecanismos de reacção

ligeiramente diferentes.

Devido às suas características – alta dureza, alta densidade (17,3 g/cm3) e alto ponto

de fusão (1132 ºC) – o Urânio é também utilizado no fabrico de projécteis de armas de fogo,

onde normalmente se utiliza o chumbo.

O Urânio pode prejudicar a saúde do ser humano, tendo em conta que atinge o

sistema linfático, sangue, ossos, rins e fígado, causando envenenamento de baixa intensidade

(inalação, ou absorção pela pele), náuseas, dores de cabeça, vómitos, diarreia e queimaduras.

Este mineral, por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é eliminado do organismo, sendo

progressivamente depositado sobretudo nos ossos; a radiação assim exposta pode provocar o

desenvolvimento de cancro – os trabalhadores de minas são frequentemente casos de cancro

pulmonar.

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O termo “combustível nuclear” é normalmente empregue para designar o material

que pode sofrer fissão nuclear.

O dióxido de Urânio (UO2) é

matéria-prima no fabrico do combustível

nuclear nos reatores nucleares, dado que

é muito pobre em Urânio físsil, ou seja,

que pode sofrer fissão nuclear. Deste

modo, é necessário um novo tratamento

para separar o isótopo físsil do isótopo

não físsil.

Este tratamento é o enriquecimento do Urânio; consiste em transformar o dióxido de

Urânio no gás hexafluoreto de urânio (UF6) e fazer este gás difundir-se por placas porosas e,

assim, separá-los. O gás hexafluoreto de Urânio enriquecido volta a ser convertido em

dióxido de Urânio, e é este o óxido que constituirá finalmente o combustível nuclear.

Um pouco mais acerca do Plutónio...

O Plutónio é um elemento químico pesado, que não se encontra na natureza e

subproduto do uso do Urânio pelas Usinas

Nucleares. Os principais isótopos do Plutónio

são: Pu-238 (meia-vida de 88 anos), Pu-239

físsil (meia-vida de 24 mil anos), Pu-240 fértil

(meia-vida de 6.500 anos), Pu-241 fissil

(meia-vida de 14 anos) e o Pu-242 (meia-vida

de 37.600 anos).

NOTA: Meia-vida é o tempo que o

elemento químico radioativo leva para ter a

sua atividade reduzida pela metade.

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Trata-se de uma das substâncias mais radiotóxicas e perigosas de que se tem notícia:

a inalação ou ingestão de um milésimo (0,0001) de Plutónio é fatal. E uma esfera menor do

que uma bola de ténis puderia ser usada como combustível de uma bomba nuclear capaz de

matar milhões de pessoas.

Reprocessamento de Plutónio

Quando produzem eletricidade, as usinas nucleares geram Plutónio. O

Plutónio fica contido no combustível nuclear irradiado (INF, de irradiated nuclear

fuel) que resultam da operação de um reator nuclear.

Em alguns países, o INF é quimicamente dissolvido em “usinas de

reprocessamento”, nas quais o Plutónio e o Urânio são separados de outro lixo

atómico contido no combustível.

Ainda que o Plutónio seja usado basicamente na construção de armas, houve

várias tentativas de empregá-lo como combustível em reatores nucleares.

Além do Plutónio e do Urânio, o reprocessamento gera um imenso volume de

lixo atómico.

Parte deste lixo é descarregado diretamente no ar, no solo e no mar, com

riscos diretos de curtos e longos prazos para o ambiente e a saúde pública.

Ao mesmo tempo, substâncias químicas, equipamentos e outros materiais

envolvidos no reprocessamento ficam contaminados pela radioatividade libertada

pelo combustível reprocessado.

No final de todo este processo, o reprocessamento gera um volume de lixo

atómico até 189 vezes maior do que o contido no combustível original. Os despejos

radioativos da usina de reprocessamento de Sellafield, na Inglaterra, transformaram o

Mar da Irlanda na área mais contaminada por radiação em todo o mundo.

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O fracasso do Plutónio como fonte de energia

Durante as décadas de 60 e 70, uma das grandes preocupações das indústrias

nucleares de diversos países era o preço e a quantidade de Urânio disponível para ser

usado como combustível nuclear.

Dessa preocupação nasceu o projeto de reprocessar o Plutónio - produzido

pelos reatores nucleares - para empregá-lo como combustível de uma nova geração

de reatores, chamados “de geração rápida” (FBR, de fast breed reactors).

Acreditava-se que esses reatores, além de produzir energia, também gerariam

mais Plutónio do que o usado originalmente como combustível. Essa nova tecnologia

foi um fracasso. Apesar dos grandiosos planos dos primeiros de FBR (a França

previa ter seis reatores fast-breeders operando em 1985 e a antiga União Soviética

anunciava 12), nenhum FBR funcionou bem no Ocidente. Apenas a Rússia e o Japão

prosseguiram com programas de desenvolvimento desse tipo de reatores. Em 8 de

dezembro de 1995, o reator fast-breeder Monju, localizado na costa oeste do Japão,

sofreu um dos acidentes mais sérios da indústria do desenvolvimento dos FBRs.

Vazaram do circuito secundário entre uma e três toneladas de sódio líquido,

material altamente corrosivo usado para resfriar o reator. Embora não tenha ocorrido

libertação de radioatividade para o meio ambiente, funcionários do governo japonês

admitem ter havido risco de explosão. O choque provocado pelo acidente na

população, na indústria nuclear e no governo no Japão foi profundo. Hoje, como

nunca, o programa japonês de reatores a Plutónio está sob questionamento popular.

No entanto, nos últimos 40 anos, o grande envolvimento político e financeiro

japonês com a tecnologia do Plutónio deixa sérias duvidas quanto a uma reversão

dessa política no decorrer do acidente de Moju.

Na Alemanha, a única coisa que o FBR Kalkar gerou foi controvérsia. Depois

de 16 anos de construção e 7 biliões de marcos de investimento, o reator foi fechado

definitivamente em 1991, sem nunca ter funcionado.

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Funcionamento de Centrais Nucleares

O grande objetivo das centrais nucleares é controlar as reações nucleares em cadeia

de modo a que a energia seja libertada de forma gradual sob a forma de calor. Tal como

nas centrais que usam combustíveis fosseis, o calor é usado para ferver água de modo a

produzir vapor, que por sua vez irá fazer funcionar uma turbina, conseguindo assim gerar

energia eléctrica.

o Funcionamento de um reactor Nuclear

Combustível

Num reator nuclear são combinados o combustível e o emprego de um material

moderador. Por norma, o Urânio serve de combustível com o conteúdo de 3% de Urânio

– 235, quase sempre sobre a forma de dióxido de urânio, que posteriormente é prensado

em forma de grandes pastilhas  que posteriormente são introduzidos em grandes tubos,

com vários metros de comprimento, fabricados com ligas especiais.

Tubos

Os tubos têm como função evitar que os produtos que resultam da combustão do

urânio,  parte gasosos e altamente radioactivos, contaminem o interior do reactor. Estes

resíduos não podem chegar ao liquido refrigerante do reactor, pois caso estes alcancem o

líquido refrigerador e haja um fuga destes mesmos líquidos irá haver um grave

contaminação do ambiente.

Material Moderador

O material moderador durante a reacção com o urânio – 235 liberta elevadas

quantidades de neutrões, este enorme fluxo chega ao moderador que rodeia os módulos

de combustível ou até que está misturado em parte com este, reduzindo-o, e controlando

a reacção.

Os moderadores líquidos têm uma função de grande importância, devido à sua ação

como meio refrigerante. Este tipo de moderadores não só absorvem a energia térmica

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libertada pelo abrandamento dos neutrões, mas também arrefece os módulos de

combustível aquecidos durante a reação.

Barras de controlo

As barras de controlo que são introduzidas no núcleo do reator, compostas de um

material que absorve parte dos neutrões libertados durante a reação em cadeia. Ao retirar

e ao introduzir estas barras de controlo consegue-se regular as flutuações no

desenvolvimento da reação, e existe a possibilidade de se conseguir que os módulos de

combustível sejam utilizados de forma uniforme. A principal, e sem duvida a mais

importante função das barras de controlo é a de fazer cessar as reações nucleares em

cadeia em caso de existência de perigo.

No núcleo do reator nuclear estão presentes o combustível nuclear e as barras de

controlo

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Tecnologia dos reactores nucleares

Os reatores nucleares servem, principalmente, para gerar elevadas quantidades de

energia térmica, por isso não são utilizados para a produção de energia elétrica. Visto que

nem toda a energia térmica consegue ser transformada em energia elétrica, as centrais

nucleares mais avançadas, atingem um rendimento de apenas 35%. A restante energia

térmica compõe-se de calor residual que não é aproveitado para gerar vapor propulsor, e

que é condensado nas torres  de refrigeração.

 

Esquema de Funcionamento

Principais tipos de reatores

Existem três tipos de reatores nucleares:

o Reatores de água Normal

Os reatores de água normal, que são os de uso mais frequente, funcionam com

Urânio ligeiramente enriquecido e água normal, aqui funcionando como moderador.

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o Reatores de altas temperaturas

Os reatores de altas temperaturas são utilizados principalmente pelo Reino Unido,

que está entre os sistemas mais avançados, este género de reatores oferecem vantagens

em relação aos reatores de água normal, visto que usa um gás como meio refrigerante,

hélio.

o Reatores Reprodutores

Os reatores reprodutores são de interesse de todos os estados com importantes

instalações nucleares, e o seu desenvolvimento, visto que só com este tipo de reatores é

possível aproveitar as limitadas existências de Urânio na Terra.

Controlar os riscos de funcionamento de um reator

Os componentes de um reator nuclear, o combustível, o moderador, o meio

refrigerogénico e as barras de controlo, todos eles se encontram instalados dentro de um

grande contentor sob pressão. Contentores fabricados com aço, cimento pré – esforçado

e rodeados com várias envolturas, nestes contentores as exigências são extremamente

elevadas, a impermeabilidade e a estabilidade das camadas envolventes, a fim de garantir

um baixo risco de acontecer um acidente, e de modo a que não haja fuga de

radioactividade.

 

Central Nuclear

pressurizada

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Resíduos Nucleares

Cada Central Nuclear converte, através de fissão nuclear, barras de Urânio em

resíduos nucleares altamente radioativos, por este motivo têm de ser protegidos e

armazenados de forma segura fora do alcance de pessoas, animais e plantas

durante centenas de milhares de anos.

Há cerca de 50 anos que existem centrais nucleares em atividade, no entanto,

até hoje não se sabe como se deve armazenar os resíduos nucleares e o que fazer

com eles. Não existe em qualquer parte do mundo um método para uma eliminação

segura dos resíduos nucleares.

Enquanto um reator nuclear está em funcionamento, algum do Urânio é

convertido noutros materiais, que se vão depositando nos elementos combustíveis.

O combustível perde a sua eficiência na produção de calor, tornando-se assim

necessária a sua substituição.

O combustível usado é removido do reator, arrefecido em água e sujeito a um

reprocessamento, onde se geram três grupos de materiais:

Urânio, que irá novamente servir de combustível.

Plutónio, utilizado também como combustível e em alguns casos é também

utilizado como material de armamento.

Lixo nuclear.

Tipos de lixo nuclear

o Lixo de alto Nivel

O lixo de alto nível são os resíduos que contêm produtos gerados durante o

processo de fissão, com altos níveis de radioatividade. A radioatividade libertada

por este resíduo degenera-se com relativa rapidez no início, embora continue

perigoso durante milhares de anos devido ao seu conteúdo actinídeo, os materiais

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actinídeos possuem uma radioatividade de baixa intensidade, mas possuem uma

vida muito longa.

o Lixo de nível intermédio

O lixo de nível intermédio é produzido em variados processos que

envolvem matérias radioactivas, embora apresentem menos perigo que os resíduos

de alto nível.

o Lixo de baixo nível

Este tipo de lixo de baixo nível é produzido por hospitais, laboratórios,

indústrias e centrais nucleares, devem ser manuseados com alguma precaução.

A descarga destes tipos de resíduos radioativos no ambiente é bastante

perigosa, visto que pode causar danos quer para o Homem, quer para as restantes

espécies e ecossistema.

Impacto Ambiental da Energia Nuclear

Desde que foi descoberta a radioatividade, que os cientistas de todo o mundo se

debruçam cada vez mais em formas de evitar acidentes e prejuízos para a saúde, o que

ocorre com frequência nas fases iniciais de investigações. É de conhecimento e

consciência geral o perigo que podem causar exposições a radiações radioativas, mas de

conhecimento de poucos que esta exposição e natural, que faz parte do nosso quotidiano,

e que possuímos defesas naturais no nosso sistema imunitário, mas que também tem

limites.

Efeitos das radiações

Nos seres vivos os efeitos causados pela exposição a radioactividade manifestam-se

a dois níveis:

Nível somático, cuja expressão máxima é a morte.

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Nível genético, que é responsável pelo aumento de mutações, podendo assim

originar aberrações genéticas nas gerações posteriores.

Estes efeitos dependem da natureza da radiação, do seu tempo de vida, da

intensidade e dos órgãos onde esta é acumulada, e tal como varia os efeitos, também

varia a sua capacidade de penetração nos tecidos.

Os neutrões e os raios gama são os que mais facilmente alcançam o interior do

organismo, e são estes que são libertados em explosões nucleares ou em acidente nos

reatores.

Existem partículas que só se tornam prejudiciais se entrarem diretamente no

organismo, normalmente por via da alimentação ou pelo ar que respiramos. Quando uma

radiação incide num tecido biológico, altera as características químicas das moléculas

destes, que ou matam a célula ou originam divisões nesta  não controláveis. No primeiro

caso o organismo elimina e substitui as células mortas, mas no segundo caso na maioria

dos casos acaba por se gerar tumores malignos. Devido a estas reacções é que e tão

perigoso e temido os acidentes nucleares.

O pó radioativo que por vezes e extremamente fino pode com facilidade introduzir-

se no organismo e aí ficar acumulado.

Energia Nuclear em Portugal

Em Portugal, atualmente, não se produz energia

nuclear, nem possuímos projetos governamentais para

que Portugal inicie a sua produção a curto prazo. Com

a elevada procura pelo minério, Urânio, Portugal está a

ser foco de alguns estudos por parte de empresas

internacionais, visto que, atualmente, a produção

nacional de Urânio nas Minas da Urgeiriça destina-se,

na sua totalidade, à exportação, dado que o país não

possui centrais nucleares.

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