Energia Termeletrica

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BIOMASSA COMO FONTE DE ENERGIA PARA A GERAO TERMELTRICA

Eng. lvaro LcioConsultor Tcnico

BIOMASSA COMO FONTE DE ENERGIA PARA A GERAO TERMELTRICA

1 A BIOMASSA CULTIVADA COMO FONTE DE ENERGIA ECOLOGICAMENTE CORRETA

O Brasil um pas que dispe das condies ideais para aproveitamento da biomassa como combustvel para a gerao termoeltrica, ou como substituto dos derivados de petrleo, ou como matria prima para a fabricao de carvo vegetal. Elevada taxa de insolao, e disponibilidade de grandes reas para o reflorestamento, permite a utilizao dessa fonte de energia renovvel em escala muito mais elevada do que em qualquer outro pas. Alm disto a utilizao da biomassa cultivada como fonte de combustvel benfica ao meio ambiente. Ao se queimar um combustvel fssil, gs carbnico lanado para a atmosfera. O aumento da concentrao desse gs na atmosfera do planeta acarreta uma elevao gradual da temperatura, o assim denominado efeito estufa. O efeito estufa causado pelo bloqueio que o gs carbnico provoca irradiao solar refletida pela terra. Ao se queimar biomassa, gs carbnico lanado para a atmosfera, tal como no caso do combustvel fssil. Mas durante a fase de crescimento da floresta cultivada, gs carbnico absorvido da atmosfera e oxignio liberado para a mesma. O balano final favorvel ao meio ambiente, pois a quantidade de gs carbnico absorvido da atmosfera superior quantidade desprendida durante a combusto, e a quantidade de oxignio lanada pela biomassa em crescimento, superior ao consumido no processo de combusto. Alem disto o oxignio contribui para a recuperao do oznio atravs do equilbrio termodinmico oxignio - oznio. Tratando-se de uma fonte renovvel de energia, a biomassa cultivada tem, portanto, um grande futuro no Pas, pois necessrio ter sempre em mente a finitude dos combustveis fsseis.

importante mencionar que o mercado de carbono representa a possibilidade de financiamento dos investimentos para paises em desenvolvimento, por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um dos recursos previstos no Protocolo de Quioto. Pelo MDL, os paises desenvolvidos, com metas de reduo de emisso de gases do efeito estufa, podem investir em projetos que estejam sendo desenvolvidos em pases em desenvolvimento e que no emitam ou seqestrem gases que causam o efeito estufa.

2 INFLUNCIA DA UMIDADE DA MADEIRA SOBRE O PODER CALORFICO INFERIOR DA MESMA.

Para se utilizar biomassa como fonte de energia trmica necessrio que o teor de umidade da mesma no ultrapasse a faixa de 30 - 35% (b.u.). Uma limitao para a utilizao da biomassa como combustvel a umidade contida na mesma. A umidade diminui o poder calorfico inferior da madeira devido ao consumo trmico na vaporizao da gua. No momento do corte a madeira tem em mdia 50% de umidade. Ou seja, para cada cem quilos de madeira anidra a ser utilizada como combustvel necessrio vaporizar cem quilos de gua. A umidade da madeira reduzida pela simples exposio da mesma ao ar atmosfrico

durante um certo tempo. Nas condies climticas da regio central do Brasil, a umidade da madeira reduzida de 50 para 30 - 35% pela secagem natural ao ar atmosfrico durante cerca de 120 dias. Esse armazenamento aumenta o custo da energia gerada pela biomassa devido mo de obra para o manuseio e ao nus financeiro representado pela estocagem da madeira durante o tempo necessrio para a secagem. A importncia da secagem da madeira evidenciada na figura 1, que mostra a influncia da umidade da madeira sobre o poder calorfico inferior da mesma. A secagem ao ar atmosfrico limita a reduo da umidade da madeira at o nvel de 30 35%. Nveis inferiores exigiriam um tempo excessivamente longo de exposio ao ar atmosfrico.

A figura 1 mostra a convenincia de se levar a umidade da madeira a um nvel prximo de zero, ao estado conhecido como madeira anidra. Ao diminuir o PCI, a umidade limita a distncia que a biomassa pode ser transportada. A obteno de madeira anidra a partir da madeira recentemente cortada pode ser feita atravs do secador que utiliza o processo DPC.

3 O PROCESSO DPC DE SECAGEM DA BIOMASSA

O processo DPC foi inicialmente desenvolvido visando estabelecer uma tecnologia adequada para a carbonizao da madeira. Durante a carbonizao da madeira trs fases distintas ocorrem: secagem, pirlise e resfriamento. Nos processos primitivos de carbonizao os nicos utilizados no Brasil uma considervel superposio dessas etapas ocorre, o que impede a interrupo do processo na etapa de secagem. O processo de carbonizao se inicia pela eliminao da gua de umidade da madeira. A continuao do processo de secagem conduz a um estado intermedirio entre a madeira e o carvo vegetal, que podemos denominar madeira torrada. O valor energtico da madeira torrada est entre o da madeira seca e o do carvo vegetal. Sob o ponto de vista de poder calorfico, apresentamos na tabela 1 o poder calorfico inferior dos produtos derivados da madeira.

TABELA 1PODER CALORFICO INFERIOR DOS PRODUTOS DERIVADOS DA MADEIRA

Madeira verde6.275 8.370 KJ/kg

Madeira seca ao ar11.300 12.550 KJ/kg

Madeira anidra18.830 19.660 KJ/kg

Madeira torrada22.600 23.000 KJ/kg

Carvo vegetal26.800 31.400 KJ/kg

Atualmente no h utilizao em larga escala da madeira torrada, porque os processos atuais de obteno da madeira anidra ou torrada apresentam dificuldade no controle da operao de modo a se evitar o inicio de carbonizao da matria vegetal. O produto obtido uma mistura de madeira no completamente seca com madeira em inicio de carbonizao.

A dificuldade de se conseguir madeira anidra ou madeira torrada reside na necessidade de um grande aporte de calor para a vaporizao da gua em um intervalo estreito de temperatura. Se a temperatura no processo de secagem da madeira ultrapassar 280C desenvolvem-se de modo incontrolvel reaes exotrmicas que conduzem ao carvo vegetal. O limite superior de temperatura do processo de obteno da madeira anidra ou torrada est, portanto, na faixa 260 - 270C, pois necessrio evitar o inicio da fase exotrmica. Produzida em fase endotrmica a dificuldade est na exigncia de um grande aporte de calor do exterior numa faixa estreita de temperatura.

Para contornar o problema da heterogeneidade do produto, e para evitar o armazenamento da madeira ao ar atmosfrico para a secagem, idealizamos o processo DPC que permite interromper a carbonizao da madeira na etapa madeira torrada ou madeira anidra. Para a utilizao de qualquer um desses produtos para a gerao termoeltrica ou como substituto de um combustvel fssil, muito conveniente a gaseificao prvia, utilizando-se deste modo gs pobre de madeira como combustvel na caldeira de gerao de vapor, ou no forno industrial no qual se deseja a mencionada substituio. Em qualquer desses casos utiliza-se como fonte de energia trmica para a secagem da biomassa, os gases combustos provenientes do processo.

A figura 2 mostra um esquema simplificado do processo DPC de carbonizao da madeira. Basicamente o processo DPC se baseia na utilizao dos gases desprendidos pela madeira na fase de carbonizao como fonte de energia para atender as necessidades trmicas do processo. Quando o objetivo somente secar a biomassa, no h desprendimento de gases combustveis, pois o processo interrompido antes do inicio da carbonizao. Se a secagem da biomassa for efetuada prxima ao ponto de consumo, utiliza-se como fonte de energia os gases combustos provenientes do forno de queima dos produtos cermicos. Se for de interesse evitar o transporte da gua de umidade, pode-se efetuar a secagem no local de colheita da floresta. O consumo de lenha para esta secagem da ordem de 10% do peso da

madeira enfornada. Alem de se evitar o frete da gua de umidade, elimina-se a estocagem e as operaes de manuseio para a secagem ao ar atmosfrico at o nvel de 30 35% de umidade. O processo DPC apresenta as seguintes caractersticas fundamentais:

3.1 Utiliza como fonte de energia para as necessidades trmicas da carbonizao da biomassa os gases desprendidos pela madeira durante a fase da pirlise.

3.2 O rendimento gravimtrico mais elevado do que nos processos tradicionais nos quais parte d a madeira enfornada queimada para atender as necessidades trmicas da carbonizao.

3.3 Os processos tradicionais de carbonizao em primitivos fornos de alvenaria os nicos usados no Brasil so altamente poluentes devido emisso para a atmosfera dos gases condensveis desprendidos durante a etapa da pirlise. conhecida de todos a ao irritante desses gases, que alem disto so cancergenos.

Portanto, entre outras, o processo DPC apresenta duas vantagens importantes:

i Maior rendimento gravimtrico, o que significa maior durao da floresta, ou menor rea de reflorestamento para uma determinada produo.

ii No poluente, apenas gases combustos so desprendidos para a atmosfera.

4 TIPOS DE BIOMASSA PARA A GERAO TERMELTRICA

Os seguintes tipos de biomassa sero analisados:

resduos de serraria;

madeira proveniente de floresta cultivada;

capim elefante.

Os resduos de serraria consistem principalmente de serragem, costaneira e cavacos de tamanhos diversos. Essa mistura normalmente utilizada atravs da queima direta em uma caldeira para a gerao de vapor acoplada a uma turbina. A umidade dessa mistura elevada, pois a madeira serrada ainda verde. Sob o ponto de vista de gerao de energia, consideremos como sendo de 40% a umidade da madeira. Poder calorfico inferior: 10.380 KJ/kg. Devido o baixo PCI e baixa densidade aparente, o produto deve ser utilizado prximo ao local onde gerado, no sendo economicamente vantajoso o transporte do mesmo. A reduzida densidade aparente implica em baixo valor para a relao Gcal/(unidade de volume do veculo de transporte). O aproveitamento dos resduos de serraria para a gerao termeltrica praticamente a nica opo, pois a proporo dos mesmos em relao ao total da madeira colhida muito grande, trazendo srios problemas ambientais. De outro lado, essa a nica situao em que vantajosa a utilizao da madeira em cavacos.

As seguintes alternativas se apresentam para a utilizao da madeira proveniente da floresta cultivada como fonte de energia para a gerao termeltrica.

1 Queima direta da lenha de metro seca ao ar atmosfrico at o nvel de 35% de umidade. vivel somente para caldeiras de pequena capacidade.

2 Queima direta do chip de madeira obtido em um picador. A no ser no caso da utilizao dos resduos de serraria, a madeira em cavacos apresenta as seguintes desvantagens:

I A madeira deve ser utilizada com umidade elevada, restrio imposta pelo picador.

II Custo de manuteno elevado, devido necessidade de troca freqente das lminas.

III Consumo elevado de energia eltrica, da ordem de 5% da energia gerada.

IV Necessidade de caldeiras com grandes dimenses, devido o baixo PCI da madeira verde, o que significa investimento mais elevado na caldeira.

3 Queima direta da madeira anidra ou da madeira torrada. Como lenha de metro, teria a mesma limitao anterior: no vivel para caldeiras de grande capacidade, mas ser possvel a utilizao em caldeiras de maior capacidade se a lenha for serrada em pequenos toletes, no mximo com 20 cm de comprimento.

4 Gaseificao prvia da madeira seca ao ar atmosfrico at o nvel de 35% de umidade, seguida da queima do gs combustvel gerado.

As vantagens da utilizao de gs pobre proveniente da gaseificao da madeira so:

I Melhor controle da combusto, pois so evitadas as flutuaes na relao (ar comburente)/(combustvel) inerentes s fornalhas de queima direta da madeira.II Maior eficincia trmica do forno.III Custo inicial aproximadamente metade do custo do picador.IV O gaseificador praticamente no precisa de manuteno, enquanto que o picador exige freqente troca das lminas.V Consumo de energia eltrica do gaseificador 3 a 4 vezes inferior ao do picador. VI No caso de substituio em fornos previamente existentes do leo pesado por biomassa, basta a troca do combustor de leo pelo combustor de gs, ou por um combustor misto leo e gs de madeira capaz de queimar qualquer proporo dessa mistura de combustveis.

O gaseificador poder ser alimentado com lenha de metro ou com a madeira serrada em pequenos toletes.

A figura 3 mostra um fluxograma de uma instalao que utiliza madeira gaseificada em um uma central termeltrica.

5 Secagem da madeira recentemente cortada e posterior gaseificao.

As vantagens de secar a madeira recentemente cortada em um secador DPC so:

I Evita o nus financeiro do armazenamento ao ar atmosfrico durante no mnimo cem dias.

II Eleva o PCI do gs pobre gerado, resultando dimenses menores da cmara de combusto da caldeira.

A tabela 2 mostra a influncia da umidade da madeira sobre o PCI do gs combustvel gerado no gaseificador.

TABELA 2 INFLUNCIA DA UMIDADE DA MADEIRA SOBRE O PCI DO GS GERADO NO GASEIFICADOR

Umidade - % - (b.u.)PCI KJ/Nm3

07.550

57.250

107.100

156.600

206.300

255.860

305.530

355.270

404.730

Como fonte de energia para a secagem da madeira, podero ser utilizados os gases combustos provenientes da caldeira. Ou, galhadas e outros resduos florestais se for conveniente secar na floresta com a finalidade de evitar o transporte para a central termeltrica da gua de umidade da madeira.

Consideremos a seguir o capim elefante como fonte de energia para a gerao termeltrica.

O cultivo do capim elefante para fins energticos apresenta as seguintes vantagens:

Produtividade expressa em toneladas por hectare.ano de biomassa seca no mnimo 5 vezes maior do que a da floresta de eucalipto.

Permite a colheita de 45 a 90 dias aps a semeadura, enquanto so necessrios 7 anos para o primeiro corte da floresta de eucalipto.

Tem grande significado social, porque pode ser cultivado em pequenas propriedades agrcolas o que no acontece com a floresta de eucalipto.

Setores do Ministrio da Agricultura da Inglaterra encarregados da pesquisa de alternativas energticas para o futuro chegaram concluso de que a biomassa cultivada poder ser o combustvel do futuro, e que o capim elefante se apresenta como a melhor alternativa. Uma usina termoeltrica capacidade 36 MW est instalada em Cambridge Inglaterra utilizando como combustvel capim elefante. Na Inglaterra pas que no se destaca pela taxa de insolao a produtividade do capim elefante de cerca de 22 t de massa seca por hectare.ano. No Brasil possvel alcanar 60 t/hectare.ano

A Unio Europia tem como objetivo para 2010 utilizar como fonte de energia para a gerao termeltrica 39% de energia renovvel.

A utilizao do capim elefante como fonte energtica exige a secagem ao nvel de anidro ou torrado, ou a carbonizao prvia do mesmo. Tanto a secagem como a carbonizao do capim elefante, podem ser efetuadas pelo processo DPC.

O capim elefante torrado ou carbonizado o combustvel ideal para ser utilizado em substituio ao leo pesado ou ao gs natural em caldeiras que consomem derivados do petrleo. A tecnologia do uso de combustvel slido micro-pulverizado est consolidada no Brasil, e utilizada em vrios setores, principalmente na industria do cimento. O carvo vegetal para fins energticos proveniente do capim elefante, dever ser fabricado de modo a conter elevado teor de volteis, sendo o combustvel ideal para ser utilizado aps moagem, porque devido o elevado teor de matrias volteis, apresenta tima flamabilidade, produzindo uma chama muito irradiante. Denominaremos abreviadamente CAV. O CAV micro-pulverizado transportado em fase densa, na qual o conjunto gs inerte de transporte mais os finos do CAV se comporta como um fluido, tal como no caso do leo pesado. A substituio do combustvel derivado do petrleo feita desse modo simplesmente trocando o combustor de leo pesado por um combustor misto capaz de queimar leo e/ou CAV - micro-pulverizado em qualquer proporo.

A Samarco, empresa que produz 12,5 milhes de toneladas de pelotas de minrio de ferro por ano em Anchieta (ES) pretende substituir o antracito importado utilizado atualmente por carvo vegetal proveniente do capim elefante. O Grupo Votorantim pretende substituir parte do leo pesado consumido atualmente na planta de Niquelndia Gois, por CAV micro-pulverizado proveniente do capim elefante.

Acreditamos que o uso do capim elefante como fonte energtica em substituio ao leo pesado, associado ao programa do lcool motor, podero tornar o Brasil independente da importao de petrleo. Alem disto, importante frisar o alcance social desta alternativa energtica: o cultivo do capim elefante est ao alcance de qualquer pequeno agricultor, o que no ocorre com a floresta de eucalipto.

As alternativas para utilizao do capim elefante como fonte energtica para a gerao termeltrica so:

I Anidro ou torrado em mistura com resduos de serraria, quando se deseja aumentar a gerao de vapor na termoeltrica da serraria, ou como substituto na eventual dificuldade de transporte ou falta desses resduos.

II Torrado ou carbonizado em substituio parcial ou total do combustvel fssil utilizado na central termeltrica. No caso da substituio total haver uma queda na produo de

vapor da caldeira em virtude do PCI inferior do CAV em relao ao leo pesado,o que dever ser previamente analisado.

III Torrado ou carbonizado em uma central termoeltrica nova, quando ento o projeto da caldeira dever ser adequado ao CAV.

A figura 4 apresenta um fluxograma de uma central termoeltrica que utiliza CAV como fonte de energia.

6 ANLISE ECONMICA

O cultivo da biomassa para fins energticos considerado vantajosamente econmico quando o custo unitrio da energia gerada pela mesma inferior ao dos derivados do petrleo. A comparao da biomassa energtica com outros combustveis deve levar em considerao o transporte da biomassa at o ponto de consumo, sendo necessrio considerar o fator GJ por metro cbico de espao que a biomassa ocupa no veculo de transporte, em geral caminho.

Esse fator limita a distncia de transporte da biomassa mida, da a vantagem da utilizao do processo DPC para a secagem da mesma, o que viabiliza o seu transporte para distncias mais longas.

A seguir uma comparao do custo unitrio da energia eltrica gerada pela biomassa cultivada com o custo unitrio da energia eltrica fornecida pelo leo pesado e pelo gs natural.

As bases para o clculo do custo unitrio da energia eltrica gerada pela biomassa cultivada foram:

I - Custo mdio por estreo de lenha no estado de Minas Gerais.

II De acordo com o estado atual da arte foram adotados os seguintes rendimentos dos sistemas de turbogerao em turbinas com ciclo aberto: 20% para a queima direta da lenha em cavacos ou da lenha de metro, e 32% para a madeira gaseificada e o CAV micro-pulverizado.

III Custo de R$10,00/t dos resduos de serraria.

A tabela 3 mostra o custo da lenha ainda verde, logo aps o corte.

TABELA 3 CUSTO DA LENHA VERDE

ItemR$/st

Valor da madeira em p7,50

Custo colheita e transporte15,00

Total, exclusive frete e impostos,22,50

O custo de R$22,50 por estreo de madeira verde corresponde a um custo mdio de R$32,00 por tonelada.

A tabela 4 mostra o custo da madeira seca ao ar at o nvel de 35% de umidade, da madeira anidra, e da madeira torrada, exclusive frete e impostos.

TABELA 4 CUSTO DA MADEIRA SECA AO AR, DA MADEIRA ANIDRA, E DA MADEIRA TORRADA

TipoRelao (t lenha verde)/(t produto)Custo matria prima R$/tCusto DPC R$/tCusto total R$/t

Seca ao ar1,5449,2849,28

Anidra2,0064,005,0069,00

Torrada2,7086,405,0091,40

A tabela 5 mostra o custo unitrio da energia eltrica gerada pela madeira seca ao ar at o nvel de 35% de umidade, da madeira anidra e da madeira torrada para a opo queima direta na caldeira. Esse custo est expresso em R$/MWh. Para o caso do uso de toletes, deve-se adicionar 5%, e, para lenha chipada 10% ao custo indicado na tabela 5.

TABELA 5CUSTO UNITRIO DA ENERGIA ELELTRICA GERADA PELA QUEIMA DIRETA DA MADEIRA SECA AO AR, DA MADEIRA ANIDRA, E DA MADEIRA TORRADA.

TipoPCI GJ/TMWh/tCusto R$/MWh

Resduos de serraria9,200,519,56

Seca ao ar11,540,6477,00

Anidra26,251,0963,30

Torrada26,251,2573,12

A tabela 6 mostra o custo unitrio da energia eltrica gerada pela madeira gaseificada.

TABELA 6CUSTO UNITRIO DA ENERGIA ELTRICA GERADA PELA MADEIRA GASEIFICADA

TipoPCI GJ/TMWh/tCusto R$/MWh

Seca ao ar11,541,0248,31

Anidra19,601,7439,65

Torrada26,252,0045,70

Consideremos a seguir o custo do carvo vegetal proveniente do capim elefante.

De acordo com a Matsuda Minas fornecedora de sementes de capim elefante e com o Dr. Herbert Vilela engenheiro agrnomo consultor, o custo de produo da matria seca d

TABELA 10COMPARAO DO CUSTO UNITRIO DA ENERGIA ELTRICA

CombustvelPCI GJ/tR$/MWhR$comb./R$leo

Madeira seca ao ar gaseif.11,5448,310,31

Madeira anidra gaseificada19,6639,650,26

Madeira torrada gaseificada22,5945,700,30

CAV sem irrigao26,9834,520,22

CAV com irrigao26,9831,740,21

Gs natural33,05145,680,94

leo pesado40,16154,061,00

A tabela 10 no inclui os resduos de serraria.

7 CONCLUSES

7.1 A biomassa cultivada como fonte de energia para a gerao termeltrica a opo ideal sob o ponto de vista ecolgico.7.2 O custo unitrio da energia eltrica gerada pela biomassa muito inferior, em alguns casos um quarto do custo unitrio da energia eltrica pelo leo pesado.7.3 A utilizao da biomassa cultivada proporciona uma fonte de energia renovvel.7.4 A biomassa cultivada como fonte de energia traz para o usurio independncia da disponibilidade e das flutuaes do custo do petrleo.7.5 A biomassa cultivada como fonte de energia uma grande geradora de empregos em reas carentes.7.6 O capim elefante a biomassa cultivada para fins de gerao termeltrica de menor custo para o MWh.

Belo Horizonte, Outubro de 2002

Prof. Dr. lvaro Lcio