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2013.1 Profº Eunaldo Santos Dias ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

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2013.1

Profº Eunaldo Santos Dias

ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

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SAUDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVER DO ESTADO

Afirmação está presente no art. 196, que estabelece esse direito e deverá ser garantido por meio de políticas sociais

e econômicos que têm como objetivo a diminuição do risco de doenças e de outros agravos a saúde, bem como

acesso universal e igualitário ás ações e serviços. O que se objetiva é a promoção, proteção e recuperação da saúde,

diminuindo o risco de doenças. A Constituição Federal de 1988, cria o Sistema Único de Saúde, orientado pelos

princípios de universalidade, equidade, integralidade e organizado de maneira descentralizada, hierarquizada e com

participação da população. Foi regulamentado pelas Leis 8.080, de 19 de setembro de1990,e 8.142, de 28 de

dezembro de 1990, com a finalidade de modificar a situação de desigualdades na assistência á Saúde da população ,

tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, de forma gratuita.

PRINCIPIOS DO SUS

São conceitos que orientam o SUS, previstos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7 º do

capitulo II da lei n. º 8.080/1990. Os princípios são:

Universalidade - significa que o SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo a todo atenção

necessária, sem qualquer custo;

Integralidade – o SUS deve oferecer a atenção necessária á saúde da população , promovendo ações contínuas de

prevenção e tratamento aos indivíduos e ás comunidades, em quaisquer níveis de complexidade;

Equidade – o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um,

canalizando maior atenção aos que mais necessitam;

Participação Social- é um direito e dever da sociedade participar das gestões públicas em particular; é dever do

Poder Público garantir as condições para essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS;

Descentralização – é o processo de transferência de responsabilidade de gestão para os municípios, atendendo as

determinações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atribuições comuns e competências

especificas á União, aso estados, ao Distrito Federal e aos municípios.

Hierarquização – entendia como um conjunto articulado e continuo das ações e serviços preventivos e curativos,

individuais , exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema referência e contra- referência.

SEGUNDOAORGZNIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE ( OPS/OMS), a família desempenha as seguintes funções:

Reprodução e regulação sexual – garantindo a perpetuação das espécies: Socialização e função educativa –

transmitindo a cultura, valores e costumes através das gerações;

Manutenção e produção de recursos de subsistência – determinando a divisão do trabalho de seus membros

e condicionando a contribuição para a vida econômica da sociedade

O SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“ A saúde é um direito de todos e dever do estado ”

( Constituição Federal de 1988, Artigo 196 )

“ A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação ,a moradia, o saneamento

básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços

essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país “.

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( Lei Federal nº 8.080/90,Artigo 3º )

O SUS é um conjunto de ações ede serviços da saúde prestados pelos órgãos einstituições publicas federais,

estaduais, e municipais ou por entidades a ele vinculadas. O SUS garante atendimento universal, igualitário e integral

a todo cidadão brasileiro que dele precisar ,nas unidades de saúde , ambulatório, clinicas hospitais, publico ,

filantrópicos ou privados contratados, em visitas domiciliares e mediante ações coletivas de saúde, sem que nada

seja cobrado do usuário . Esse atendimento já foi pago pelo cidadão, atravésdas contribuições sociais e dos impostos

arrecadados. Alguns aspectos legais podem ser mais bem explicativos. Vejamos.

Participação: A participação do cidadão é fundamental para que o SUS funcione bem, pois é uma forma de

democratizar o poder de decisão. Em cada município existe um Conselho Municipal de Saúde ( CMS ) , cujas reuniões

são abertas ao publico em geral. Toda população deve estar nele representada por meio de suas entidades . Os

conselheiros são responsáveis por definir o que e preciso ser feito em cada cidade na área de saúde e por fiscalizar se

o município esta fazendo a sua parte para garantir o atendimento da população. Da mesma forma, os Conselhos

Regionais e o Conselho Estadual de Saúdedevem definir as prioridades das regiões e do estado como um todo, e

fiscalizar se a elas estão sendo realizada pelo governo. Somente com a participaçãopopular e controle social o SUS

vai funcionar cada vez melhor.

Direitos do cidadão:

Todo cidadão tem direito ás informações sobre seu o seu estado de saúde, formas de tratamento e riscos

Conhecer os riscos á saúde existente em seu local de trabalho ou de moradia.

Informações sobre serviços de saúde do SUS existentes nos locais onde moram e sobre como utilizá-los.

De participar, por meio de sua entidade, CMS e da Conferência de Saúde de sua cidade.

Acesso a medicamentos e tratamento necessários para manter e recuperar sal saúde.

De denunciar qualquer negligência ou má vontade na prestação de serviços de saúde pelo SUS.

SAÚDE COLETIVA

“ A saúde coletiva, em síntese, implica em levar em cont a diversidade e a especificidade dos grupos populacionais e

das individualidades com seus modos própios de adoecer ou representa tal processo , que não passa

necessariamente pelas instâncias governamentais ditas responsáveis diretas pela saúde publica. “(Castiel )

PROJETO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Em 1998, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Politicas de Saúde, instituiu o “Projeto Promoção da

Saúde”. Essa missão política tem a missão “ reorientar enfoque das ações e serviços de saúde, visando á construção

de uma cultura de saúde, visando a construção de uma cultura de saúde asseada nos princípios de solidariedade,

equidade, ética e cidadania. O plano de desenvolvimento da promoção da saúde, tem por objetivo registrar sua

missão, sua visão de futuro, afirmar seus princípios e definir linhas estratégicas de ação, áreas de atuação e

projetos.É um registro que nasceu do sentimento e da contratação de ser a constatação de ser a promoção da

saúde, como em foco estratégico, um dos maiores desafios a configuração de um novo modelo de atenção a saúde.

O plano de acão da promoção da saúde prever as principais linhas de atuação:

Promoção da saúde da família e da comunidade;

Promoção da acao contra a violência;

Espaço saudáveis ;

Comunicação e mobilização social.

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SAÚDE COMUNITARIA

A designação medicina social / preventiva/ comunitária tendi a indicar uma área que estudaria o adoecer para além

de sua dimensão biológica. (Castiel)

Em certo sentido, o movimento da saúde comunitária consegue colocar em pratica alguns dos princípios de

prevenção, focalizando evidentemente setores sociais minoritários e deixando mais uma vezintocado o mandato

social da assistência medica tradicional.A saúde comunitária seria assim organizada pela comunidade, cujo os

membros, conscientes de constituir um grupo com interesses coletivos comuns refletiram sobre seus problemas de

saúde, expressariam suas aspirações e necessidades e participariam ativamente dos serviços de saúde para

solucionar seus problemas através de programas locais de saúde.

PROGRAMA DE ATENÇÃO A SAÚDE

PAISA – Programa de Atenção Integral a Saúde do Adulto

PAISM – Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher

PAISC – Programa de Atenção Integral a Saúde da Criança

PROSAD – Programa de Atenção a Saúde do Adolescente

PAST – Programa de Atenção a Saúde do Trabalhador

PAISE – Programa de Assistência Integral a Saúde do Idoso

PSF – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

O PSF tem como principal objetivo contribuir para reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em

conformidade com os princípios do SUS. O PSF visa tanto prestar assistência na unidade de saúde quanto

desenvolver tradicionalmente as ações de saúde no domicílio, numa perspectiva de ação integral em que todos os

membros de uma família são acompanhadas. Mesmo assim , os PACS se fortalecem nos municípios demostrando

resultados concretos nos indicadores de mortalidade infantil e sendo bem avaliados pela própria população. A

proposta PSF nasceu em1994, quando foi sugerida a descentralização e a municipalização dos serviços de saúde em

que era um desafio a implementação efetiva do SUS. O programa do ministério da saúde tenta valorizar os princípios

de :

TERRITORIALIZAÇÃO,

Vinculação com a população;

Garantia da integridade na atenção;

Trabalho em equipe com enfoque interdisciplinar;

Ênfase na promoção da saúde, com fortalecimento das ações inter-setoriais;

Estimulo a participação da comunidade

UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

A (USF) caracteriza-se como porta de entrada do sistema local de saúde, e deve trabalhar com a definição de um

território de abrangência. Essa unidade pode atuar com uma ou mais equipes. Cada equipe deve ser composta, no

mínimo por um médico de família ou generalista, enfermeiro, um dentista e auxiliar / técnico de enfermagem e

agentes comunitários de saúde.

PROBLEMAS COMUNS E ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

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São vários os programas de atenção desenvolvidos no PSF;

HANSENIASE

TUBERCULOSE

DIABETES MELLITUS

HIPERTENÇÃO ARTERIAL

IMUNIZAÇÃO

O Programa de Prevenção e Controle das Doenças Imunopreveníveis tem como objetivo prevenir e manter sob

controle as doenças passíveis de imunização. Entre as doenças imunopreviniveis estão:

Forma grave de tuberculose;

Hepatite B; Difteria; Tétano;Coqueluche,Meningites causadas por Haemophilusinfluenzae b; Sarampo;

Caxumba;Rubéola;Febre amarela;

A unidade de saúde é responsável por desenvolver o PNI em nível local através das varias estratégias para

imunizar a população.

Podemos citar:

Rotina, intensificação, campanhas, Bloqueio.

IMUNIZAÇÃO

É o processo que confere proteção (imunidade) ao organismo, através de anticorpos de ação especifica

contra os agentes infecciosos causadores de doenças. A imunização pode ser :

ATIVA: adquirida em consequência de uma infecção ou artificialmente, mediante a inoculação de agente

imunogênico ( a vacina );

PASSIVA: pode ser obtida naturalmente, por transferência de mãe para filho, ou artificialmente pela

inoculação de anticorpos protetores específicos (soro)

AIDPI – Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância

Violência contra criança e adolescente

Saúde bucal

HIPERTENSÃO ARTERIAL

O que é hipertensão?

Normalmente, o sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos ou movimentar-se, exerce uma força

contra a parede das artérias. Quando a força que esse sangue precisa fazer está aumentada, isto é, as artérias

oferecem resistência para a passagem do sangue dizemos que há hipertensão arterial, ou popularmente pressão

alta.

O coração trabalha em dois tempos:

- Contração para expulsar o sangue. A força é máxima e esse processo é chamado de sístole.

- Relaxamento do coração entre as contrações cardíacas. A força é mínina e esse processo é chamado de diástole.

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- Órgãos-alvo da hipertensão: coração (risco de cardiopatia como a insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio),

cérebro (AVC – acidente vascular cerebral), vasos e rins (insuficiência renal).

Como se mede?

A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela é medida em milímetros de

mercúrio( mmHg ). Com esta medida, são determinadas duas pressões:

Máxima: Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica)

Mínima: Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica)

A pressão arterial é transcrita com o valor da pressão sistólica seguido por uma barra e o valor da pressão

diastólica. Por exemplo: 120/80mmHg (milímetros de mercúrio) – Lê-se: cento e vinte por oitenta

Valor ótimo de pressão arterial:

- 120 x 80 mmHg Normotenso

- PA ENTRE 120/80 A 139/89 mmHg – PRÉ HIPERTENSÃO

Não existindo fatores de risco o paciente deverá receber orientação sobre mudança de estilo de vida e nova

leitura em até 1 ano. Na presença de fator de risco a confirmação deverá ser realizada em até uma semana. Se

houver leituras anteriores maiores que 140/90 mmHg o seguimento deverá ser conforme o algoritmo.

Há fator de risco?

Fatores de Risco Maiores para Doença Cardiovascular? Hipertensão arterial, sistêmica tabagismo,

dislipidemia, diabetes mellitus,sedentarismo ,obesidade (IMC>30) história familiar de doença cardiovascular (homem

antes dos 55 anos e mulher antes dos 65 anos)

Fatores psicosociais

Estes fatores aumentam o risco de gravidade do agravo e suas complicações. Além disso, quanto maior o

número de fatores, maior será o risco absoluto para doença cardiovascular. Este aumenta progressivamente

conforme o estágio da pressão, o número de fatores de risco e a severidade e extensão das lesões em órgãos-alvo.

Confirmar em uma semana

O paciente deverá ser orientado a verificar novamente a PA em 1 semana. Para confirmação do diagnóstico,

deve-se obter mais de uma medida em 2 (duas) ocasiões diferentes, com intervalo mínimo de uma semana.

Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg

Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: <130 x 80 mmHg

Quando uma pessoa é considerada hipertensa?

Classificação da pressão arterial em adultos – quando as pressões sistólica e diastólica de um indivíduo são

classificadas em diferentes categorias, a mais alta é utilizada para classificar sua pressão arterial. A pressão arterial

ideal para a minimização do risco de problemas cardiovasculares situa-se abaixo de 120/80 mmHg. Para a maioria da

população, a pressão arterial deve estar abaixo de 140 e/ou 90mmHg, exceto para os diabéticos (<130/85 mmHg) e

renais crônicos (indo até < 120/75 mmHg).

HIPERTENSÃO: UM MAL QUE PODE SER EVITADO

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Ministério da Saúde desenvolve campanha de prevenção às doenças cardiovasculares. Responda rápido: qual foi a

última vez que você mediu sua pressão? O Ministério da Saúde quer incentivar os brasileiros que têm mais de 35

anos a transformar em rotina o controle da sua saúde, sobretudo a cardiovascular. O Ministério da Saúde levará à

população sobre a melhor forma de evitá-los. A campanha também ajudará o Brasil a atingir a meta da Organização

Mundial de Saúde que é reduzir em 2% ao ano a incidência de doenças crônicas em todo o mundo durante os

próximos 10 anos.

Mas, por que é tão importante manter a pressão arterial sob controle? A hipertensão, ou seja, a elevação

persistente da pressão a valores iguais ou maiores que 140 / 90, pode danificar diversos órgãos do corpo humano,

como cérebro, rins, olhos e, principalmente, coração. A doença é silenciosa (tem poucos ou nenhum sintoma) e

atinge a todos os grupos populacionais. Apesar do componente genético, o que eleva ainda mais o risco de

desenvolver pressão alta são os hábitos de vida de uma pessoa e, por isso, a doença pode ser evitada. Além da

pressão alta, outros fatores associados podem levar a sérias complicações, sobretudo à doença cardiovascular.

Quem consome grandes quantidades de sal, por exemplo, é candidato a ter pressão alta; consumo de cigarro e

abuso de consumo de álcool, sobrepeso e obesidade, vida sedentária, aumento do colesterol e diabetes também são

fatores de risco, que podem ser evitados. É verdade que a hereditariedade também conta, mas pode ser

compensada por rotinas saudáveis.

Por isso, o ministério se empenha tanto para fazer com que os brasileiros passem a adotar estilo de vida e hábitos

saudáveis O resultado? Para a população, melhor qualidade de vida, bem estar, mais saúde, maior produtividade no

trabalho e nas atividades do dia-a-dia. Para o Sistema Único de Saúde (SUS), menos gastos com o tratamento de

doenças como infarto agudo no miocárdio, derrames (acidente vascular cerebral), insuficiência renal, insuficiência

cardíaca, cegueira definitiva, abortos, entre outros. O descuido com a própria saúde mata 400 mil brasileiros, todos

os anos (40% da população). E o Sistema Único de Saúde gasta R$ 11 bilhões por ano em internações e cirurgias

(incluindo transplantes) por conta de doenças crônicas não transmissíveis. "O nosso maior desafio é conseguir

mudar os hábitos da população em direção a um estilo de vida mais saudável. Sabemos que a informação é o

primeiro passo para que isso seja possível", explica Rosa Sampaio, coordenadora nacional da Política de Atenção à

Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, do Ministério da Saúde.

A hipertensão atinge pessoas cada vez mais jovens. Rosa Sampaio afirma que é importante que os pais comecem

desde cedo a estimular seus filhos a fazer atividade física ou praticar esportes, não fumar e se alimentar de forma

saudável. "É muito mais difícil modificar os hábitos dos adultos. Tudo é mais simples quando as crianças são

estimuladas e começam desde cedo a praticar algum tipo de atividade física, como esportes ou qualquer tipo de

exercício e alimentar-se de forma saudável". No Brasil, estima-se que 35% da população acima de 40 anos tenham

hipertensão. São cerca de 17 milhões de brasileiros. Desses, 75% dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para atender os portadores da doença, o SUS oferece o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e

Diabetes Mellitus. Ele compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e

tratamento da hipertensão e suas complicações. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por

pronto-atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e mortalidade

cardiovascular, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida dos portadores.

AS AÇÕES DO PROGRAMA SÃO DESENVOLVIDAS PRINCIPALMENTE POR MEIO DA ATUAÇÃO DAS EQUIPES DE

SAÚDE DA FAMÍLIA.

Para isso, o programa realiza a capacitação dos profissionais de saúde para fazer o diagnóstico precoce, identificar

os fatores de risco, prescrever medicamentos adequados e orientar a população para adoção de hábitos saudáveis.

Os casos mais graves que não possam ser resolvidos na rede básica são encaminhados aos especialistas da rede

pública (localizados nos hospitais ou centros especializados) para um tratamento mais adequado.

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TRATAMENTO

Mudança de estilo de vida

As indicações de modificações no estilo de vida são importantes, pois já existem evidências do seu efeito na

redução da pressão arterial, possuem baixo custo, ajudam no controle de fatores de risco para outros agravos,

aumentam a eficácia do tratamento medicamentoso.

Modificação Recomendação Redução (mmHg)

Redução de peso Manter IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m² 5 a 20

Dieta DASH Rica em frutas e vegetais. Pobre em gordura total e saturadas

8 a 14

Redução de sal Não mais de 6,0g de sal/dia 2 a 8

Atividade fisica Atividade aeróbica, por 30 minutos pelo menos, na maioria dos dias da semana

4 a 9

Moderação no consumo de álcool É aconselhável que o consumo de álcool não ultrapasse 30 ml de etanol/dia (90 ml de destilados, 300 ml de vinho e 720 ml de cerveja), para homens e, 15 ml de etanol/dia para mulheres e indivíduos de baixo peso;

2 a 4

Alimentação saudável e redução de peso

Recomenda-se uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, lacticínios com pouca gordura, grãos integrais,

nozes, frango, peixe, potássio, cálcio, magnésio, fibras, proteínas e pobre em sal, carne vermelha, gordura total e

saturada, colesterol, doces e açúcar simples. Trata-se da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), que

mostrou ser eficaz no manejo da HAS,

Atividade física regular

O exercício físico regular reduz a pressão arterial e fornece benefícios adicionais, tais como: diminuição do peso

corporal, ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, da resistência da insulina, do abandono do tabagismo e

do controle do estresse, além de melhorar a qualidade de vida

Moderação do consumo de bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de álcool eleva a pressão arterial e a variabilidade pressórica, aumenta a prevalência da

hipertensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico e pode ser uma das causas de resistência à terapêutica

anti-hipertensiva e à adesão. Os pacientes com consumo excessivo de álcool devem ser estimulados areduzi-lo ou

evitá-lo. Éaconselhável que o consumo de álcool não ultrapasse 30 ml de etanol/dia (90 ml de destilados, 300 ml de

vinho e 720 ml de cerveja), para homens e, 15 ml de etanol/dia para mulheres e indivíduos de baixo peso .

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Abandono do tabagismo

A pressão arterial e a freqüência cardíaca se elevam durante o ato de fumar, mas o uso prolongado da nicotina não

se associa à maior prevalência de hipertensão. Indivíduos que fumam têm risco muito aumentado para doença

coronariana e AVC. Aqueles que fumam mais de uma carteira por semana aumentam em 5 vezes o risco para morte

súbita. O cigarro também aumenta a resistência às drogas anti-hipertensivas

PA 140/90 A 159/99 mmHg- CONFIRMADO NÍVEIS DE PA ELEVADO?

Se PA 140/90 a 159/99mmHg realizar nova verificaçãoem uma semana e fazer a média das duas medidas, se o

resultado for menor do que 120/80, os níveis pressóricos estão normais e o paciente deverá realizar reavaliação em

dois anos. Caso a média seja maior ou igual a 120/80 e até 139/89 mmHg, estará confirmada pré-hipertensão,o

paciente deverá ser estimulado a adotar mudanças no estilo de vida. Se a média das duas medidas forem iguais ou

maioresa 140/ 90 mmHg, o paciente deverá ser agendado para consulta médica (Ver algoritmo de manejo do

paciente hipertenso .

PA maior ou igual a 160/100 mmhg

Para os pacientes com uma leitura pressórica a partir de 160/100 mmHg, deve ser questionado pelo técnico e/ou

auxiliar de enfermagem a existência dos sintomas indicativos de crise hipertensiva, entre eles, cefaléia occipital, dor

precordial, alterações ou escotomas visuais, déficits neurológicos (permanentes ou transitórios), dispnéia(Quadro 4).

Na presença de qualquer um destes, deveremos considerar a hipótese de crise hipertensiva e encaminhar o paciente

para consulta médica para avaliação. Na ausência de sintomas, o paciente deverá ser orientado a verificar

novamente a PA em 1 semana.

Sintomas que devem ser questionadas na recepção / triagem da US.

Dor de cabeça?

Dor no peito?

Falta de ar?

Dificuldade para enxergar?

Perda de força muscular?

CRISE HIPERTENSIVA?

A crise hipertensiva genericamente designa uma elevação da pressão arterial que deve ser avaliada pela

possibilidade de uma evolução desfavorável

A emergência hipertensiva é caracterizada por severo aumento da pressão arte

rial (>180/120 mmHg), complicada pela disfunção progressiva de órgãos alvo e/ou risco de morte.

Nestes casos, deve-se reduzir a pressão imediatamente para evitar ou limitar o dano (não obrigatoriamente a valores

normais). A emergência hipertensiva requer manejo hospitalar com drogas de uso parenteral, visando uma redução

da pressão arterial média em até 25%, em minutos ou até 1 hora, para 160/100 mmHg, em mais 2 a 6 horas, para

evitar quedas excessivas ou abruptas, que podem precipitar isquemia cerebral, coronariana ou renal .

Na urgência hipertensiva,

Têm-se níveis elevados de pressão, sem haver disfunção progressiva de órgãos-alvo. Não há evidência de benefício

para redução da pressão imediatamente; deveremos controlá-la em até 24 hora Como exemplo citamos os níveis

pressóricos acima de 160/100 mmHg associados a cefaléia severa, ansiedade, respiração curta, epistaxe. As

urgências hipertensivas podem ser manejadas comcaptopril de 12,5 a 25 mg, nifdipina sublingual drogas . A pressão

arterial deverá ser reduzida em até 3 horas, sendo recomendado que o paciente retorne à Unidade de Saúde em,

pelo menos, 24h, para nova aferição da pressão arterial e reorientar o tratamento medicamentoso, caso seja

necessário .

PACIENTE HIPERTENSO

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Consideram-se hipertensos indivíduos maiores de 18 anos com níveis pressóricos iguais ou acima de 140 (PAS) e/ou

90 (PAD) mmHg em duas medidas, com uma semana de intervalo, isto é, uma medida para rastreamento e outra

para confirmação. Na hipótese da pressão sistólica e diastólica caírem em categorias diferentes (exemplo: 140/100,

sistólica estágio I e diastólica estágio II) considera-se a categoria mais alta. No exemplo citado, o suposto paciente

seria um hipertenso em estágio II. A hipertensão sistólica é definida como um aumento na pressão sistólica não

acompanhada por um aumento na pressão diastólica. É classificada pelo nível da pressão sistólica. A consideração do

nível mais alto entre sistólica e diastólica classifica corretamente o caso. Por exemplo, um paciente com pressão

média 190/88 tem hipertensão sistólica em estágio.

Medicamentos: hidroclorotiazida 25mg, Captoptil 25mg e Propanolol 40mg. A determinação é da portaria nº

371/GM, de março de 2002, que criou o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão Arterial e

o Diabetes Mellitus e o HIPERDIA (sistema informatizado de base nacional que cria o cadastro nacional de diabéticos

e/ou hipertensos). Para receber a medicação, o paciente deve ser cadastrado nas unidades básicas de Saúde. Dados

do programa Farmácia Popular revelam que entre os 10 medicamentos mais procurados nas unidades, oito são

indicados para pacientes que sofrem de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e problemas gástricos. %.

Fatores de Risco - A hipertensão e a maioria das doenças crônicas não transmissíveis têm como principais fatores de

risco o sobrepeso e a obesidade e o sedentarismo. Estima-se hoje que cerca de 38 milhões de brasileiros com mais

de 20 anos estão acima do peso. O sedentarismo é outro fator de risco importante para o desenvolvimento de

doenças crônicas. Estudos mostram que a inatividade física é prevalente em mulheres, idosos e pessoas de baixo

nível social. 83% da população é sedentária. A Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da OMS

recomenda pelo menos 30 minutos de atividade moderada, na maioria dos dias de semana, para reduzir os riscos de

doenças crônicas.

DICAS PARA CONTROLAR A HIPERTENSÃO

Procure sempre um posto de saúde, de preferência mais próximo da sua casa e peça para medir sua pressão.

O procedimento é fácil e rápido. Apesar da dificuldade, deixe o fumo de lado. Ele é um dos piores vilões para

o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Limite ao máximo o consumo do álcool.

Mantenha seu peso ideal. Não abuse de dietas milagrosas. Um médico ou um nutricionista pode ajudar você

nessa tarefa.

Pratique atividades físicas regularmente, mas antes converse com um médico.

Dê preferência às carnes brancas e evite os alimentos ricos em gorduras, que têm grande quantidade de

colesterol.

Diminua o sal dos alimentos - tire o saleiro da mesa e abuse de ervas frescas na hora de temperar seus

pratos favoritos: manjericão, orégano, salsa, coentro e muitos outros. Experimente misturar frutas nas

refeições. É delicioso eaumenta o consumo de fibras.

Administre seu estresse e tente encarar a vida positivamente - o seu estado emocional influencia

diretamente em sua pressão. Se não conseguir fazer isso sozinho, procure um profissional habilitado que o

ajude.

CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

classificação Pressão sistólica(mmHg)

Pressão diastólica(mmHg)

Ótima

< 12

< 8

Normal

< 13

< 8,5

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Limítrofe*

130 a 139

85 a 89

Hipertensão estágio 1

140 a 159

90 a 99

Hipertensão estágio 2

160 a 179

100 a 109

Hipertensão estágio 3

Maior ou igual a 180

Maior ou igual a 110

Hipertensão sistólicaisolada Maior ou igual 140 Menor 90

Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para

classificação da pressão arterial. A comparação dasfrequências, respectivamente, de conhecimento, tratamento e

controle nos estudos brasileiros7,9 com as obtidas em 44 estudos de 35 países8 , revelou taxas semelhantes em

relação ao conhecimento (52,3% vs. 59,1%), mas significativamente superiores no Brasil em relação ao tratamento e

controle (34,9% e 13,7% vs. 67,3% e 26,1%) em especial em municípios do interior com ampla cobertura do

Programa de Saúde da Família (PSF)7, mostrando que os esforços concentrados dos profissionais de saúde, das

sociedade científicas e das agências governamentais são fundamentais para se atingir metas aceitáveis de

tratamento e controle da HAS.

IMUNIZAÇÃO

Sistema de Informações: O SI-PNI é formado por um conjunto de sistemas.

Avaliação do Programa de Imunizações – API: Registra, por faixa etária, as doses de imunobiológicos

aplicadas e calcula a cobertura vacinal, por unidade básica, município, regional da Secretaria Estadual de

Saúde, estado e país. Fornece informações sobre rotina e campanhas, taxa de abandono e envio de boletins

de imunização. Pode ser utilizado nos âmbitos federal, estadual, regional e municipal.

Estoque e Distribuição de Imunobiológicos – EDI: Gerencia o estoque e a distribuição dos imunobiológicos.

Contempla o âmbito federal, estadual, regional e municipal.

Eventos Adversos Pós-vacinação – EAPV: Permite o acompanhamento de casos de reação adversa ocorridos

pós-vacinação e a rápida identificação e localização de lotes de vacinas. Para a gestão federal, estadual,

regional e municipal.

Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão - PAIS. Sistema utilizado pelos supervisores e

assessores técnicos do PNI para padronização do perfil de avaliação, capaz de agilizar a tabulação de

resultados. Desenvolvido para a supervisão dos estados.

Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão em Sala de Vacinação - PAISSV.

Sistema utilizado pelos coordenadores estaduais de imunizações para padronização do perfil de avaliação,

capaz de agilizar a tabulação de resultados. Desenvolvido para a supervisão das salas de vacina.

Apuração dos Imunobiológicos Utilizados - AIU.

Permite realizar o gerenciamento das doses utilizadas e das perdas físicas para calcular as perdas técnicas a

partir das doses aplicadas. Desenvolvido para a gestão federal, estadual, regional e municipal.

Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais - SICRIE.

Registra os atendimentos nos CRIE e informa a utilização dos imunobiológicos especiais e eventos adversos.

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REDE DE FRIO

A conservação das vacinas é feita através de um sistema denominado rede de frio que inclui o armazenamento, o

transporte, a manipulação das vacinas e as condições de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento

em que a vacina é aplicada. Assim, as recomendações abaixo devem ser seguidas:

1) O refrigerador deve estar posicionado em lugar bem nivelado, não exposto aos raios solares e longe de qualquer

fonte de calor (estufa ou autoclave).

2) O refrigerador deve ser instalado a uns 30 cem de distância da parede para que haja uma boa circulação do ar

quente do motor

3) A tomada, ou conexão com a fonte de energia elétrica, deve ser exclusiva para a , para o refrigerador e para o

freezer, evitando-se assim sobrecarga na rede elétrica e desconexão acidental da tomada.

4) Não são recomendadas as geladeiras do tipo “Duplex”, isto é, as que possuem dois compartimentos separados.

5) O refrigerador deve ser usado única e exclusivamente para as vacinas. Não se pode de maneira alguma permitir

que nele sejam guardados alimentos, bebidas ou material coletados para exames (ex: fezes, escarro, urina, sangue).

6) Manter sempre a porta do refrigerador fechada.

7) As vacinas devem ser colocadas nas prateleiras centrais e nunca na parte mais inferior do refrigerador. Também

não podem ser colocadas na porta.

8) Os frascos e ampolas de vacinas, de preferência, devem ser colocados em bandejas perfuradas, sobre as

prateleiras, a fim de haver uma boa circulação de ar frio.

9) As vacinas, dentro do refrigerador não podem ser armazenadas em caixas térmicas ou em sacos plásticos, a não

ser que estes estejam perfurados e abertos.

10) As vacinas, na sua embalagem original, devem ser arrumadas de forma a manter uma distância entre elas de

aproximadamente dois dedos e também devem ser dispostas a uma certa distância da parede do refrigerados, para

que haja circulação do ar frio.

11) As vacinas com vencimento mais próximo devem ser colocadas na frente para que seja utilizadas primeiro.

12) A gaveta inferior deve ser retirada, e em seu lugar, colocar garrafas com água, sal e corantes, que contribuem

para estabilizar a temperatura. As garrafas devem estas dispostas com um pequeno espaço entre elas para que haja

circulação de ar frio.

13) No congelador deve-se colocar gelo reciclável que também ajuda a manter a temperatura. Quando houver um

aumento da temperatura deve-se colocar gelo reciclável na porta do refrigerador e quando houver queda da

temperatura retirar as garrafas de água e os gelos do congelador e da porta.

14) O termômetro de máxima e de mínima deve ser colocado em pé na prateleira central e a temperatura deve ser

verificada duas vezes ao dia (início e fim do expediente) e registrada no mapa de controle de temperatura (lembrar

que a temperatura ideal para conservação de vacina é de +2 a +8°C.

17) Rotineiramente deve-se proceder a limpeza da, do refrigerador e do freezer.

18) Para proceder a limpeza do refrigerador, retirar toda vacina e colocá-la em uma caixa de isopor a temperatura de

+2 a +8°C. Após a limpeza, ligar novamente o refrigerador e manter a porta fechada por mais ou menos 3 horas a fim

de estabilizar a temperatura. Quando a mesma estiver entre +2 a +8°C deve se retornar as vacinas.

19) Durante os cortes de energia elétrica, o sistema de conservar pacotes de gelo no congelador e garrafas com água

e sal na porta e na parte inferior do refrigerador, permitem manter a temperatura interna em torno de +4°C durante

6 horas quando a temperatura ambiente estiver entre 25°C e 28°C; e por 12 horas quando a temperatura ambiente

estiver entre 5 e 12°C, desde que se mantenha a porta do aparelho sempre fechada. Restabelecendo o

funcionamento do aparelho, a porta deve permanecer fechada, pelo menos durante uma hora, com o fim de

normalizar a temperatura interna, requerida para a conservação das vacinas.

20) No caso de falta de energia elétrica, tomar as providências necessárias o mais rápido possível, para sua

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normalização. Nestas ocasiões as seguintes medidas devem ser tomadas: -verificar se no interior do aparelho há

garrafas com água e sal e sacos plásticos contendo gelo; verificar a temperatura logo que perceber a falha de

refrigeração; procurar saber o tempo que o aparelho ficou sem funcionar; constatando-se alterações de

temperatura, deve-se comunicar à DIR (Direção Regional de Saúde) por telefone e através de comunicação

padronizada.

Instância nacional e central estadual

Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias com compartimentos separados para

conservar os imunobiológicos a -20ºC e entre +2ºC e +8ºC. No compartimento a -20ºC ficam as vacinas que podem

ser submetidas a congelamento. No compartimento com temperatura entre +2ºC e +8ºC ficam os imunobiológicos

que não podem ser submetidos a congelamento.

Na instância central-estadual, além das câmaras frias, usam-se, também, freezers para as vacinas que devem ser

congeladas (-20ºC) e geladeiras tipo comercial (modelo de 4, 6 ou 8 portas) para os produtos que são conservados

entre +2ºC e +8ºC.

Instância regional e municipal

Nas instâncias regional e municipal, os imunobiológicos são conservados em câmaras frias ou em freezers (- 20ºC) e

em refrigeradores (+2ºC a +8ºC), conforme a temperatura indicada para cada produto. Nessas instâncias, a

instalação da câmara fria e a quantidade de freezers e refrigeradores comerciais e domésticos, dependem do volume

a ser estocado, do tempo de armazenamento e da rotatividade dos produtos.

Instância local

Na instância local, ou seja, nos centros e postos de saúde, nos hospitais e nos ambulatórios, todos os produtos são

conservados entre +2ºC e +8ºC, em refrigeradores do tipo doméstico ou em caixas térmicas.

Procedimentos de limpeza na sala de vacinação

A limpeza da sala de vacinação é feita diariamente, no final do turno de trabalho, e sempre que necessário.

A limpeza e sua manutenção têm como objetivos:

- ELIMINAR infecções cruzadas

- Proporcionar conforto e segurança à clientela e à equipe de trabalho

- Manter um ambiente limpo e agradável.

- A manutenção das condições ideais de conservação dos imunobiológicos exige que a limpeza do refrigerador seja

feita a cada 15 dias, ou quando a camada de gelo atingir 0,5cm.

Metas nacionais de vacinação

Para alguns imunobiológicos, conforme já referido, é necessário manter uma unidade de cobertura em âmbito

nacional ou macrorregional, a fim de que a vacinação resulte em impacto sobre a situação da doença ou agravo

objeto de controle.

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A alta incidência de outras doenças preveníveis pela vacinação ou a existência de outros grupos de risco

(mulheres em idade fértil, escolares, agricultores, profissionais de saúde) exigem, também, a definição de metas

nacionais para, por exemplo:

CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO

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CORPOS ESTRANHOS

Olhos: Os olhos são áreas corpóreas muito sensíveis, sendo necessário muito cuidado com todo tipo de

ocorrência que possa lesa-los. Por isso, a existência de corpos estranhos nesta região deve ser tratada com

muita

cautela e atenção, fazendo uso de algumas técnicas muito simples. Estas, quando não conseguem retirar o

elemento lesivo, buscam estabiliza-lo de forma que ele não possa agravar ainda mais a situação. Para o uso

correto

das técnicas é importante diferenciar qual a relação entre estes corpos e o(s) olho(s) afetado(s). Deste ponto

de vista, os corpos estranhos no olho podem ser classificados em móveis e fixos. Os móveis são

principalmente ciscos e cílios, mas podem ser também líquidos como ácidos, bases e outras substâncias

químicas ou mesmo seres vivos como insetos. Assim sendo, a melhor forma para sua retirada é a lavagem

com água corrente no sentido de medial para lateral (do nariz para orelha) por aproximadamente 15

minutos. Se o corpo estranho estiver debaixo da pálpebra, poderá ser utilizada a manobra de eversão

palpebral a qual exporá a mucosa da mesma. Com a mucosa exposta será feita a tentativa de pescar este

corpo estranho com uma gaze umidecida em água ou soro fisiológico.

Os fixos são considerados uns dos tipos mais lesivos de corpos estranhos no olho devido ao fato de perfurarem o

globo ocular. Podem ser pequenas limalhas de ferro e farpas de madeira ou mesmo objetos maiores como facas,

espetos de churrasco e muitos outros.

A retirada destes materiais deve ser realizada a nível hospitalar, visto que podem ocasionar hemorragias profusas

além de outras lesões em estruturas vizinhas. O atendimento de primeiros socorros, nestes casos, limita-se a simples

fixação do objeto e oclusão do olho como prevenção ao agravamento das lesões já referidas.A fixação do objeto

é feita através de um curativo oclusivo não compressivo cuja forma vai depender do tamanho do

objeto. Também aqui será exigido o bom senso do socorrista,

pois terá que adequar os recursos que dispõe a situação que lhe é apresentada. Para este tipo de

curativo pode ser utilizada gaze e até mesmo um copo plástico previamente perfurado no fundo.

Fixado o corpo estranho, a oclusão do olho contralateral deve ser feita por causa dos movimentos

conjugados dos olhos visando também neste caso evitar o agravamento das lesões já existentes.

Nariz

As cavidades nasais são locais de ocorrência muito comum de corpos estranhos em crianças. Aí podem

ser encontrados os mais diferentes objetos como pequenos brinquedos, grãos de cereais ou qualquer

objeto que caiba nesta cavidade.

Neste caso a grande preocupação é evitar que estes corpos desloquem-se para o interior

e, através da nasofaringe, venham a se alojar na via digestiva ou na aérea. O primeiro passo é ocluir as vias nasais,

para evitar sua utilização durante a respiração.

Depois, se a pessoa for um adulto, deve-se pedir a ela para assoar o nariz na tentativa de que o ar consiga deslocar o

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objeto. Se for uma criança, deve-se tomar cuidado na utilização desta manobra, pois ela pode não por o ar para fora e

sim para dentro agravando mais a situação.

Retirado ou não o corpo estranho, a pessoa deve ser encaminhada para o hospital para uma avaliação da extensão da

lesão.

OBS.: Nunca introduzir pinças ou qualquer outro objeto na cavidade nasal devido ao riso de empurrar o corpo

estranho mais para o interior ou ferir a mucosa da mesma.

Ouvido

Os ouvidos, assim como os olhos, são locais muito sensíveis e portanto passíveis de lesões capazes de levar a perda do

sentido dos quais são veículo. Desta forma, prevenir o agravamento das lesões nesta área se faz muito importante.

Para realizar qualquer tipo de manobra de primeiros socorros, torna-se necessário, em primeiro lugar, conseguir

reconhecer com qual tipo de corpo estranho se está lidando. Esta classificação começa diferenciando corpos

estranhos fixos e móveis, sendo que os fixos resumem-se a todos objetos perfuro cortantes capazes de perfurar a

região podem ser palitos de churrasco, facas e outros. Os móveis podem ser insetos, pequenos brinquedos, cereais e

sementes.

Nos casos de corpos fixos a remoção só deve ser feita a nível hospitalar, fazendo-se assim a sua fixação com curativos

oclusivos e não compressivos. Esta fixação tem a finalidade de evitar a ampliação das lesões e o agravamento da

situação.

Com corpos móveis a diferenciação dos seus tipos é imprescindível para que se adote as medidas corretas.

Se for um inseto, a conduta indicada é a colocação de 3 ou 4 gotas de óleo (de preferência mineral) dentro do

conduto auditivo. Este óleo imobilizará o inseto. Depois, deve-se retificar este conduto através de uma tração para

trás, para cima e para fora, fazendo os movimentos típicos de quem tira água dos ouvidos (inclinando a cabeça para o

lado afetado e pulando).

OBS.: Nunca introduzir pinças ou qualquer outro objeto no conduto auditivo devido ao risco de empurrar o corpo

estranho para o interior ou agravar as lesões mesmo.

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VIOLÊNCIA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Violência urbana tem uma carga semântica própria dependendo do seu contexto. Pode tanto significar

guerras entre gangues juvenis, entre gangues de rua, entre narcotraficantes, como crimes contra a pessoa,

contra o patrimônio privado ou público. A violência urbana pode significar também violência doméstica,

violência no trânsito, ou protestos políticos. É comum também usar o termo violência urbana como

sinônimo de criminalidade, de insegurança ou de conflitos sociais. Portanto sejam fenômenos que se

relacionam, não são necessariamente iguais.

Por que a violência tornou-se um problema de saúde pública?

Por ser um fenômeno sócio-histórico, a violência não é, em si, uma questão de saúde pública e nem um

problema médico típico. Mas ela afeta fortemente a saúde:

Provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem número de agravos mentais, emocionais

espirituais.

Diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades;

Exige uma readequação da organização tradicional dos serviços de saúde;

Coloca novos problemas para o atendimento médico preventivo ou curativo.

Evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar,multiprofissional,

intersetorial e engajada do setor, visando às necessidades dos cidadãos. (MINAYO, 2006).

A partir dessas questões, a temática das violências e dos acidentes entrou na agenda do setor saúde como

um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde

(OMS), afirmou: “em todo o mundo a violência vem se afirmando como um dos mais graves problemas

sociais e de saúde pública”.Portanto, enquanto um problema de saúde pública,as violências e os acidentes

expressam-se através de sua magnitude e gravidade com ato impacto sobre o adoecimento e morte da

população. Isso repercute na mortalidade precoce de adolescentes, jovens e adultos, e ,

consequentemente, na diminuição da expectativa e qualidade de vida.

Este fenômeno, que possui causas múltiplas, complexas e correlacionadas com determinantes sociais e

econômicos, como: desemprego, baixa escolaridade, concentração de renda, exclusão social, dentre

outros, também possui aspectos relacionados aos comportamentos e cultura, como machismo, racismo e

homofobia. Por fim, destaca-se que: assim como a violência urbana reafirma a violência doméstica, a

violência doméstica também reafirma a violência urbana, numa dinâmica complexa, multicausal e que tem

nos modos de vida seus determinantes e condicionantes.

Texto base para a Conferência Nacional de Saúde Mental produzido pela Área Técnica de Vigilância e

Prevenção de Violências e Acidentes da Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis

(CGDANT) do Departamento de Análise de Situação em Saúde (DASIS) da Secretaria de Vigilância em Saúde

(SVS) do Ministério da Saúde – Brasília, junho de 2010.

Violências e os custos econômicos.

Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/IPEA, o custo total com violências, o que

representou 5% do PIB brasileiro. Esses custos são devidos principalmente à perda de produção, associada

à morte das pessoas ou interrupção de suas atividades, seguidos dos custos de cuidados em saúde e os

associados aos veículos. Outros custos indiretos e muitas vezes invisíveis também acabam promovendo

uma desestruturaçãofamiliar e pessoal imensurável.

Mortes por violências– a magnitude do problema.

As violências representam a 3ª causa de morte na população geral, entretanto essas são responsáveis

pela1ª causa de morte a partir de01 até os 39 anos de idade. Em 2008 (dados preliminares), registrou-se no

Brasil um total de 48.610 homicídios e 36.666 óbitos provocados pelo trânsito. A maioria dos homicídios

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ocorreu em adolescentes, jovens e adultos jovens com uma maior concentração na faixa etária de 20 a 29

anos, o que tem causado um grande impacto sobre a saúde da população, diminuído a qualidade e a

expectativa devida de adolescentes e jovens. Salienta-se que a maioria das vítimas da violência urbana

(homicídios e mortes provocadas pelo trânsito) são homens, jovens, da raça negra, baixa escolaridade e

baixo nível sócio-econômico. Os homens são as principais vítimas e autores de agressão.

Revelando a violência doméstica e outras formas de violências:

Os números de mortes por causas violentano Brasil mostram apenas uma parte do problema. Apesar dos

números alarmantes e da situação “epidêmica” das mortes violentas, ainda desconhecemos a verdadeira

magnitude deste problema. As mulheres são as principais vítimas da violência doméstica o que ocorre em

todas as fases de sua vida, seja na infância, na adolescência, na vida adulta ou na velhice a mulher sofre a

violência doméstica em uma proporção maior que os homens.

PREVENIDOS E EVITADOS.

Isto demanda do setor saúde, em articulação com os demais setores, governamentais, não

governamentais e com participação da sociedade civil (organizada e não organizada e setor privado) e do

controle social, um esforço integrado e orquestrado no sentido de desenvolver ações de enfretamento das

violências e de promoção da saúde e cultura de paz. Violência está presente nas casas, nas ruas, escolas e

demais instituições, nas relações interpessoais, gerando problemas na saúde mental nos que sofreram e/ou

sofrem situações de violências, como também dos autores desses eventos. As violênciavêm causando

adoecimento na vida das pessoas, exteriorizados por alguns problemas psicológicos e/ou psiquiátricos,

estes por sua vez geram ainda mais violência, reforçando este ciclo.

Sintomas de depressão, ansiedade e agressividade são muito comuns em pessoas que vivem ou viveram

situações de violência. Alguns desses sintomas são mais facilmente identificados na adolescência, embora

ocorram com frequência na infância, sendo importante que os profissionais de saúde estejam atentos para

sua ocorrência. Dentre os problemas de saúde mental decorrentes da violência, destaca-se também o

transtorno de estresse pós-traumático o qual comumente é desencadeado por uma situação violenta. Esse

transtorno envolve intenso medo, impotência ou horror, com revivência do episódio violento através de

recordações e sonhos aflitivos, sofrimento intenso e fuga de situações relacionadas aquele evento (ASSIS,

et al 2009).

A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA É MUITO DIFÍCIL DE SER DIMENSIONADA E PERCEBIDA, MESMO

PELOSPROFISSIONAIS DE SAÚDE, INCLUINDO OS DA SAÚDE MENTAL.

Estas equipes fazem a primeira abordagem para falar com as pessoas e oferecer ações de promoção,

prevenção e cuidados básicos em saúde, para mais tarde facilitar o acesso a outros serviços de saúde. “A

característica mais importante desta intervenção é oferecer cuidados no próprio espaço da rua,

preservando o respeito ao contexto sócio-cultural da população” (BRASIL, 2010). Portanto, estes são

espaços estratégicos para se trabalhar nas ações de prevenção e no enfretamento das violências.

DIRETRIZES Para a consecução do propósito desta Política, são estabelecidas as diretrizes a seguir

explicitadas, as quais orientarão a definição ou redefinição dos instrumentos operacionais que a

implementarão, representados por planos, programas, projetos e atividades. São as seguintes, as diretrizes

mencionadas:

Promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis; monitorização da

ocorrência de acidentes e de violências; sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-

hospitalar; assistência interdisciplinar e intersetorial às vitimas de acidentes e de violências; estruturação

e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à reabilitação; capacitação de recursos humanos;

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e apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. A implementação dessa diretriz compreenderá a

ampla mobilização da sociedade em geral, e da mídia em particular, para a importância dos acidentes e das

violências, bem como o reforço das ações intersetoriais relacionadas ao tema. Para tanto, deverão ser

utilizadas diversas estratégias, entre as quais figuram, por exemplo, a implementação de propostas

relativas a Municípios Saudáveis, Prefeito Amigo da Criança e Escolas “Promotoras de Saúde”. Tais

estratégias levarão em conta as recomendações oriundas das conferências internacionais relativas à

promoção da saúde, especialmente no tocante a estilos de vida e ambientes saudáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ASSIS, S.; AVANCI, J. É possível prevenir a

violência? Refletindo

sobre risco, proteção,

prevenção e promoção da saúde. In: NJAINE,

K.; ASSIS, S.; CONSTANTINO, P. (Org).

Impactos da violência na saúde. 2ª

ed. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2009. 380p

PRIMEIRO SOCORROS COM MATERIAL BIOLÓGICO

Introdução

O acidente ocupacional com exposição ao material biológico tem sido um grande problema de saúde. A organização

e estruturação da atenção integral ao acidentado são preocupações dos serviços ligados à prestação de assistência à

saúde, e ainda dos trabalhadores potencialmente expostos ao risco biológico.

Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos

de emergência, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite necessitam ser iniciadas

logo após a ocorrência do acidente (idealmente até 2 horas após) para a sua maior eficácia.

Recomenda que na assistência aos pacientes onde se manipula sangue, secreções, excreções, mucosas ou pele não-

íntegra, faça-se o uso de equipamentos de proteção individual (máscaras, gorros, óculos de proteção, luvas, capotes

e botas) e dos cuidados com materiais pérfuro - cortantes, mesmo esterilizados.

Risco de transmissão e prevençãoda exposição a materiais biológicos

Risco de transmissão

“O risco médio de se adquirir o HIV em situações de exposição a sangue é aproximadamente 0,3% após exposição

percutânea e de 0,09% após exposição mucosa . O risco de infecção associado a outros materiais biológicos é

inferior, ainda que não seja definido”. “A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição

percutânea é significativamente maior.”(MS, 2004), e está relacionada, principalmente, ao grau de exposição ao

sangue no ambiente de trabalho”.

Prevenção da exposição

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A prevenção da exposição a sangue e outros fluidos é a principal medida para que não haja contaminação nos

serviços de saúde. Portanto, as medidas de precauções básicas deverão ser seguidas rotineiramente, observando-se

desde o uso de barreiras de proteção (luvas, capote, óculos), bem como as seguintes recomendações específicas:

Atenção máxima na realização dos procedimentos;Agulhas não devem ser reencapadas ou retiradas da seringa com

as mãos; Todo material perfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que

estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa. Estes recipientes devem ser

colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.

Os profissionais de saúde devem ser vacinados para a hepatite B, independentemente de ocorrerem acidentes. A

frequência de exposições a sangue pode ser reduzida, em mais de 50%, quando esforços são direcionados para a

motivação e para o cumprimento destasrecomendações.

Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de

intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e de prestação de

serviços de interesse da saúde .

Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou

prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a

finalidade de reconhecer e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. In:

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).

PARADA CARDIO RESPIRATORIA

A parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da circulação e da respiração, reconhecida pela ausência de

batimentos cardíacos e da respiração, em um paciente inconsciente (AHA, 2004).

Assim, o profissional de enfermagem deve estar apto para reconhecer o evento da PCR, pois esse episódio repre-

senta a mais grave emergência clínica que se pode deparar. A avaliação do paciente não deve levar mais de 10

segundos (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006).

A interrupção súbita das funções cardiopulmonares constitui um tipo de problema que sempre foi um desafio para a

medicina. Representa uma emergência médica extrema, cujos resultados serão a lesão cerebral irreversível e a

morte, caso as medidas adequadas para restabelecer o fluxo sanguíneo e a respiração não forem realizadas (AHA,

2004).

É preciso considerar que na ausência das manobras de reanimação em aproximadamente 5 minutos, para um adulto

em normotermia, ocorrem alterações irreversíveis em nível cerebral. O coração pode voltar a bater, mas os “cinco

minutos de ouro” se perdem e o cérebro morre (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006).

Causas da parada cardiorespiratória

Choque circulatório;

Choque séptico;

Traumatismo;

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Doenças cardíacas;

Infarto;

Infecção respiratória.

Sintomas

Ausência de batimentos cardíacos

Ausência de respiração. APNÉIA

A parada cardiorespiratória pode ser precedida de sintomas como:

Dor no peito;

Sudorese;

Palpitações

Tontura;

Escurecimento da visão ou visão turva;

Desmaio.

Primeiros socorros para parada cardiorrespiratória

Chamar uma ambulância ligando para o número 192 e iniciar a massagem cardíaca, da seguinte forma:

Deitar a vítima numa superfície dura, como o chão, por exemplo;

Posicionar as duas mãos uma por cima da outra e os braços bem esticados sob o coração da vítima;

Pressionar a região do coração com força e rapidamente30 vezes seguidas.

Jogar o ar de sua boca na boca da vítima e depois voltar a pressionar o coração, até que o socorro chegue.

Dependendo do estado de saúde da vítima isto pode não ser suficiente, e os médicos terem que seguir o protocolo

para paradacardiorespiratória, utilizando medidas extremas como medicamentos e máquinas, como por exemplo o

carrinho de parada cardíaca que dá um choque diretamente no coração da vítima.

• Oprocedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido .

• T em-se dado ênfase permanente em RCP de alta qualidade (com frequência e profundidade de compressão

torácicas adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada compressão, minimizando interrupções nas

compressões e evitando ventilação excessiva).

•Houve uma alteração na sequência recomendada para o socorrista que atua sozinho para que ele inicie as

compressões torácicas antes de aplicar ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). O socorrista atuando sozinho

deve iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de 2 ventilações, para reduzir a demora na aplicação da primeira

compressão.

• Afrequência de compressão deve ser, no mínimo, de 100/minuto (em vez de “aproximadamente” 100/minuto).

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• Aprofundidade de compressão, em adultos, foi alterada da faixa de 1½ a 2 polegadas para, no mínimo, 2 polegadas

(5 cm).

Como fazer a massagem cardíaca em adultos

Para fazer a massagem cardíaca em adolescentes e adultos, siga os seguintes passos:

1. Ligue para o 192 e chame uma ambulância;

2. Deite a vítima sob uma superfície dura e posicione a cabeça dela um pouco para trás, deixando o queixo mais

voltado para cima para facilitar a respiração;

3. Apoie suas mãos abertas uma sobre a outra com os dedos voltados para cima;

4. Posicione as mãos sobre o peito da vítima entre os mamilos como mostra a figura.

5. Com os braços esticados empurre as suas mãos com força utilizando o peso do seu próprio corpo contando

2 empurrões por segundo até o coração do indivíduo volte a bater sozinho.

É muito importante não interromper as compressões, por isso se a primeira pessoa que atendeu a vítima se cansar

de fazer a massagem cardíaca, é importante que outra continue fazendo as compressões em esquema de

revezamento, sempre respeitando o mesmo ritmo.

A massagem cardíaca deve ser interrompida assim que a vítima voltar a respirar.

Como fazer massagem cardíaca em crianças

Para fazer a massagem cardíaca em crianças de até 10 anos siga os seguintes passos:

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Chamar uma ambulância ligando para o número 192;

Deitar a criança numa superfície dura e posicionar seu queixo mais para cima para facilitar a respiração;

Apoiar uma das suas mãos no peito da criança, entre os mamilos, em cima do coração como mostra a

imagem e

Pressionar o coração com somente 1 mão, contando 2 compressões por segundo até que o coração da

criança volte a bater sozinho.

Como fazer a massagem cardíaca em bebês

Para fazer a massagem cardíaca em bebês siga os seguintes passos:

Chame uma ambulância, ligando para o número 192;

Deite o bebê de barriga para cima;

Posicione os dedos indicador e médio sobre o coração do bebê (entre os mamilos) como mostra a figura, e

Pressione os dedos para baixo, contando 2 empurrões por segundo, até que o coração do bebê volte a bater

sozinho.

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Importância da massagem cardíaca

Fazer a massagem cardíaca é muito importante para manter o paciente vivo enquanto a ajuda profissional está

chegando, além de reduzir os possíveis danos neurológicos da paragem cardíaca.

Antigamente se fazia compressões cardíacas combinadas comrespiração boca a boca o ar de sua boca, o que a

sociedade brasileira de cardiologia aconselha fazer nos primeiros socorros em caso de parada respiratória é apenas a

compressão cardíaca, ou seja somente a massagem cardíaca enquanto a ajuda profissional não chega.

Referências Básicas:

1. CECÍLIO, L. C. O. (Org) Inventando a Mudança na Saúde. São Paulo: Editora Hucitec, 1999. 2. MAFFEI, S; SOARES, A.

D.& CORDINI, L. J. Bases da Saúde Coletiva. Londrina: Editora UEL, 2001 3. PAIM, J.S. Modelos Assistenciais:

Reformulando o pensamento e incorporando a Proteção e a Promoção da Saúde. Rio de Janeiro: ANVS, 1999.

Referência Complementar:

4. PINHEIRO, R. & MATTOS, R A. Os sentido da Integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: UERJ /

Rede Sirius/ CBC, 2001.

5. ROSES, M. O Futuro da Saúde Pública e os objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Rio de Janeiro: ENSP, 2004.