Enfermagem Em Uti

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    CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - CIEP COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM 

    ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA

    EMENTA:Introdução a Unidade de Terapia Intensiva, estrutura Física, Recursos Humanos e Matérias. Assistência deEnfermagem a pacientes em estado grave – técnicas e procedimentos. Principais patologias em cada sistema eas intervenções de Enfermagem correlacionadas.Humanização da Assistência de Enfermagem na UTI.

    OBJETIVOS:  Sistematizar as ações de enfermagem em U.T.I. prestadas ao paciente e sua família.  Servir como fonte de pesquisa para os Auxiliares de Enfermagem em UTI, no decorrer do curso e no

    dia-a-dia.  Capacitação profissional.

    CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

    UNIDADE I- Instalações e Recursos da Unidade de Terapia Intensiva 1.1- Recursos materiais1.2- Recursos humanos

    UNIDADE II- Internação do paciente na UTI2.1- Conforto e bem estar do paciente acamado

    2.1.1- Banho no leito/arrumação de cama com paciente2.1.2- Mobilização do paciente acamado, mudança de decúbito e posições

    2.2- Infecção hospitalar na UTI2.3- Equilíbrio Hidroeletrolítico2.4- Metabolismo da água2.5- Alterações no volume de líquido extracelular ( Desidratação ou Hipovolemia)2.6- Assistência de Enfermagem no controle hídrico

    2.7- Protocolo de EquilíbrioUNIDADE III- Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Digestivo3.1- Revisão anatomo-fisiológia do Sistema Digestivo3.2- Hepatite tóxica3.3- Pancreatite3.4- Hemorragia digestiva alta e baixa3.5- Nutrição Artificial (Enteral e Parenteral)3.6- Lavagem Intestina/ Enema de limpeza)3.7- Drenagem abdominal3.8- Estomas intestinais (Colostomia/ Ilhostomia)UNIDADE IV- Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Cardíaco4.1- Revisão anatomo-fisiológia do Sistema Digestivo4.2- Princípios básicos do ECG4.3- Sistema de condução4.4- Doenças coronárias

    4.4.1- Angina Pectoris4.4.2- Infarto Agudo do miocárdio4.4.3- Insuficiência Cardíaca Congestiva

    UNIDADE V- Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Respiratório5.1- Revisão anatomo-fisiológia do Sistema Respiratório5.2- Insuficiência respiratória

    5.2.1- Hipóxia5.2.2- Hipercapnia

    5.3- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)5.3.1- Bronquite crôniaca5.3.2- Enfisema pulmonar5.3.3- Asma

    5.4- Gasometria Arterial5.5- Isolamento das vias aéreas

    5.6- Intubação Endotraqueal5.7- Intubação Nasotraqueal5.8- Extubação

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    5.9- TraqueostomiaUNIDADE VI- Assistência de Enfermagem em Distúrbios do Sistema Renal6.1- Revisão anatomo-fisiológia do Sistema Renal6.2- Cateterismo vesical

    6.2.1- Masculino6.2.2- feminino

    6.3- Insuficiência Renal Aguda6.4- HemodiáliseUNIDADE VII- Profilaxia e Cuidados de Enfermagem nas Lesões Cutâneas em UTI7.1- Revisão anatomia e fisiologia da pele7.2- Lesões da pele7.3- Úlceras em membros inferiores7.4- Fisiologia da cicatrização7.5- Tratamento das lesões7.6- Assistência de Enfermagem na profilaxia das úlceras de pressãoUNIDADE VIII- Fármacos mais utilizados na UTI

    UNIDADE IX- O falecimento do paciente9.1- A morte na UTI9.2- Cuidados após falecimento

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    UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

    UNIDADE I- Instalações e Recursos da Unidade de Terapia IntensivaA UTI é a unidade hospitalar destinada ao atendimento de doentes graves recuperáveis, com

    assistência médica e de enfermagem integrais, contínuas e especializadas, empregando equipamentos

    diferenciados.Essa unidade é dotada de pessoal altamente treinado, utilizando métodos, recursos técnicos, área física

    e aparelhagem específicos, capazes de manter a fisiologia vital, bem comoa sobrevida do paciente.

    INSTALAÇAO DA UTILocal e área

    Sem ruídos ou poluições;De preferência próximo do pronto-socorro e do centro cirúrgico, ou de fácil acesso a estas unidades;Área por leito: 5m2 em média.

    Planta físicaA preparação da planta física deve obedecer aos seguintes critérios:

    Os leitos devem ficar visíveis à enfermagem na mesa central de controle;A área de cada leito deve permitir ampla circulação e fácil manejo da aparelhagem;

    Os leitos devem ficar tanto quanto possível isolados uns dos outros; a unidade deve ter aberturasamplas de vidro ou janela isolantes para exterior, para evitar claustrofobia;A aparelhagem de ar condicionado deve ter funcionamento perfeito e suas saídas não devem canalizar

    ar sobre os leitos;Todos os leitos devem ter três tomadas de energia elétrica para os aparelhos, conjugadas com o

    gerador de emergência do hospital;Todos os cabos elétricos devem ser rigorosamente isolados e ter fio-terra especial;Todos os leitos devem contar com canalização de vácuo, ar comprimido e oxigênio;A iluminação deve ser adequada;A unidade deve contar com:

    - sala para os membros da equipe de enfermagem que não estejam em serviço;- sala para os médicos que não estejam em atendimento,- sala para reuniões, aulas e estudos;- local para despejo, almoxarifado, roupa ria, depósito de material, etc.;- uma pequena copa; uma sala para arquivo;- uma sala de material esterilizado e outra sala para preparo de material;- vestiários masculino e feminino com banheiro dotado de chuveiro;- secretaria;- telefones e interfones nas áreas básicas; um laboratório;- uma sala para o chefe da equipe médica; um.a sala para a chefia da enfermagem;- uma sala para respiradores de pronto uso;- uma sala reserva para monitores, respiradores e acessórios diversos.

    EQUIPAMENTOSEspecializados - monitores, central de monitorização, eletroencefalógrafo, eletrocardiógrafo, aparelho de raio Xportátil, respiradores, desfibrilador, marcapasso, rim artificial, carro de emergência, ventilômetros, martelo parapesquisa de reflexos, lanternas, etc.Gerais – aspiradores volantes, focos portáteis, colchão d’água, macas, cadeiras de rodas, carro de curativo,camas especiais, balança, hamper, suportes para soro, vacuômetros, fluxômetros de O2, nebulizadores, mesa de

    cabeceira, etc.

    Material cirúrgico e para cuidados gerais - pequena cirurgia, punção lombar, dissecção de veia, traqueostomia,punção subclávia, diálise peritoneal, cateterismo vesical, curativo, retirada de pontos, etc.Material de consumo em geral.Medicação - estoque de reserva de acordo com a padronização hospitalar.Roupa - paciente: rotina; funcionário: roupa

    NÚMERO DE LEITOSO número de leitos na UTI varia com o tipo de hospital e de acordo com sua possibilidade de ter urna

    equipe de médicos e de enfermagem em número suficiente. Há quem condicione esse número ao do hospitaltodo e, neste caso, ele costuma ser de 2 a 4% do total geral.UNIDADE II- Internação do paciente na UTI

    CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO

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    Um paciente é admitido numa UTI quando apresenta insuficiência de um ou mais sistemasfundamentais, como o respiratório e/ ou o cardiovascular, caso do paciente grave e recuperável, com asseguintes condições específicas:

    Pacientes gravesSão pacientes que apresentam comprometimento de função vitaI:

    Insuficiência respiratória aguda;Insuficiência renal;Estado de choque;Estado de coma;Grande desequilíbrio hidroeletrolítico;Grande desequilíbrio ácido-básico;Tétano;Grande queimado;Parada cardíaca;Politraumatismo;Intoxicações graves.

    Pacientes de elevado riscoSão os pacientes que apresentam possibilidade iminente de sério comprometimento de função vital:

    Insuficiência coronariana aguda;Arritmias cardíacas;Pós-operatórios especiais (cardiovascular, neurocirurgia, cirurgia. torácica, grande cirurgia geral).

    A intervenção é solicitada pelo médico assistente e efetuada após concordância da equipe da UTI,ficando condicionada à existência da vaga.

    O paciente terá seu leito bloqueado na clínica de origem. Em casos de pronto-socorro, o setor deinternação providencia o bloqueio do leito na clínica adequada.

    CRITÉRIOS PARA ALTAA alta deve ser dada tão logo desapareçam os sintomas que deram origem à admissão do paciente na

    UTI por decisão da equipe da unidade.Após receber alta, o paciente retorna à clínica de origem, ficando aos cuidados de seu médico

    assistente.

    ENFERMAGEMA equipe de enfermagem na UTI

    O sucesso ou fracasso da UTI é totalmente dependente da qualidade e da motivação de seu corpomédico e de enfermagem.

    É essencial que a unidade mantenha pessoal de enfermagem altamente treinado e em númeroadequado. A equipe de enfermagem da UTI tem uma responsabilidade muito maior do que a de qualquer outraunidade. Precisa ser apta a manter constante observação e estar pronta para reconhecer e notificar alteraçãosignificativa nas condições do paciente. Precisa, também, estar familiarizada com todas as técnicas especiaisusadas e com o equipamento de monitorização terapêutica necessários na terapia intensiva, e ter totalconsciência de suas limitações. Além disso, deve estar preparada para reagir independentemente em face deuma emergência.

    A seleção de membros da equipe de enfermagem para trabalhar em uma UTI deve ser feita com baseem critérios rigorosos. Cabe lembrar que sobre eles repousa a maior parte do trabalho de atendimento aopaciente. De seu desempenho inicial depende a obtenção ou não do rendimento esperado.

    Admissão de EnfermagemO paciente é admitido na unidade mediante solicitação prévia do médico responsável ao médicoplantonista da UTI. Este, após concordar com. a internação, notifica o enfermeiro responsável pela unidade,esclarecendo-lhe o diagnóstico e a gravidade do caso. O leito e o material são preparados de acordo com apatologia e a técnica:

    Bandeja para aspiração;Vacuômetro, fluxômetro de oxigênio e ventilador mecânico (testado).Monitor e cabo;Papeletas;Esfigmomanômetro e estetoscópio;Carro de emergência e desfibriladador.

    Ao receber o paciente na unidade, o enfermeiro deve sempre prepará-lo psicologicamente - quando opaciente não está em coma, está sempre estressado.

    Responsabilidades da Enfermagem

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    São responsabilidades da enfermagem da UTI:

    Obter os dados preliminares do paciente e estabelecer prioridades;Relacionar os pertences do paciente;Prover o paciente de roupas adequadas;Prestar os primeiros cuidados ao paciente, verificar sinais vitais, fazer monitorização, oxigenoterapia,

    cateterismo vesical, eletrocardiograma (ECG), dar a medicação prescrita, colher material para exameslaboratoriais, etc.;

    Orientar o paciente sobre a finalidade da UTI;Orientar a família do paciente sobre a rotina da UTI (horário de visita, duração da visita e sobre obtenção

    de informações sobre o estado do paciente);Fazer o exame físico do paciente e elaborar o plano de cuidados baseados em suas necessidades

    físicas e psicológicas, patologia e prescrição médica, a qual sofrerá alterações de acordo com a evolução.

    Cuidados diários (dependendo da patologia)Verificar sinais vitais e o balanço hídrico do paciente de hora em hora;Desobstruir as vias aéreas do paciente através da aspiração oro e nasotraqueal e estimulá-Io a tossir;Trocar o curativo do paciente diariamente e sempre que necessário; fazer a irrigação da sonda

    nasogástrica (SNG) com 20ml de soro fisiológico para manter a permeabilidade, se não houver contra-indicação;Manter constantemente a nebulização com água destilada, no caso de pacientes intubados ou

    traqueostomizados;Mobilizar o paciente no leito, prevenindo posições viciosas e úlcerasControlar rigorosamente o gotejamento dos soros;Observar constantemente o ritmo e a freqüência cardíaca no monitor;Se o paciente estiver em coma, mantê-Io com os olhos fechados e cobertos com gaze umedecida em

    soro fisiológico;Fazer higiene oral com solução anti-séptica de oito em oito horas;Trocar equipes de PVC de dois em dois dias.

    Ética do profissional de enfermagem em UTISão as seguintes as regras éticas a serem observadas pelo profissional de enfermagem:Não se ausentar do leito do paciente sem antes obter substituto para si;Receber o paciente com respeito e atenção;Não discutir nem comentar fatos junto dos doentes;Cumprir as determinações com precisão e pontualidade;Não levar problemas da UTI para outros setores;Respeitar a hierarquia funcional.

    NECESSIDADES ADICIONAIS DE UMA UTIUma UTI não pode funcionar sem a assistência da maioria dos outros departamentos no hospital. Os

    serviços de todos os laboratórios (bioquímico, hematológico, etc.) e os radiológicos precisam estar disponíveis aqualquer hora e a curto prazo.

    Esta unidade deve ter seu próprio fisioterapeuta, cabendo a este participar das visitas ao paciente e dasdiscussões clínicas.

    São necessários também um técnico habilitado em ventiladores e outros equipamentos uma secretária,pessoal administrativo, faxineiros e pessoal de serviços domésticos.

    MOBILIZAÇÃO DO PACIENTE ACAMADO/ MUDANÇA DE DECÚBITO E POSIÇÕESEm geral o paciente acamado terá a cabeceira da cama ligeiramente elevada e dependendo desta os pés

    elevados.A elevação dos pés tem dois objetivos:•  Se a cabeceira está muito elevada à elevação dos pés evitará que o paciente escorregue para baixo;•  Como profilaxia de trombos e embolias, que são complicações mais freqüentes a elevação favorece o

    retorno venoso.

    Contudo, a posição que o paciente deve estar dependerá de sua patologia:•  Paciente comatoso: decúbito dorsal, cabeceira elevada em ângulo de 30º, cabeça lateralizada para evitar

    broncoaspiração.•  Paciente com comprometimento respiratório, doenças cardíacas e alguns pós operatórios: a cabeceira do

    leito é elevada ao máximo, a fim de evitar dispnéia a fadiga favorecendo a drenagem de secreções das viasaéreas.

    •  Paciente politraumatizado: a posição tem o objetivo de não alterar a lesão principal o que pode interferir noprocesso de reabilitação.

    MUDANÇA DE DECÚBITO

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    Consiste em avaliara a posição do paciente com fins terapêuticos e de conforto evitando riscos patológicosou seqüelas de uma imobilização prolongada.

    Está indicada para:•  Evitar a formação de úlceras de pressão, que se originam principalmente nas áreas corporais com

    proeminência óssea.•  Impedir problemas muscoesqueléticos, queda do pé (pé eqüino), pois os músculos, tendões e articulações

    tornam-se menos flexíveis.•  Evitar a retenção ou acúmulo de secreções de brônquicas e conseqüentes obstruções respiratória.

    POSIÇÕESVários são as razões para posicionar um paciente: manter a boa postura corporal facilitar a respiração,

    evitar escaras e promover a drenagem de secreções.Para que o paciente acamado tenha um posicionamento anatômico no leito e necessário que tenha em

    sua unidade materiais como: travesseiros, almofadas, toalhas de banho e de rosto pequenos de espuma ouborracha.

    SUPINA OU DECÚBITO DORSAL: o paciente deitará sobre o seu próprio dorso apoiando a cabeça e osombros sobre um travesseiro, quando as condições permitem. As pernas também podem ficar ligeiramentefletidas e entre elas ao nível de joelho colocar uma toalha de rosto ou coxim. Nos pés da cama entre o colchão ea guarda inferior da cama colocar um travesseiro de modo a apoiar os pés do paciente, evitando assim o pé

    equino.POSIÇÃO EM DECUBITO VENTRAL: solicitar que o paciente dite sobre o abdome com a cabeça voltadapara um dos lados. Colocar um travesseiro sob as pernas, os braços deverão ficar da maneira que o pacientesolicitar e um pequeno travesseiro pode ser colocados ao nível do diafragma a fim de evitar a pressão sobre asglândulas mamárias em pacientes do sexo feminino.

    POSIÇÃO EM DECÚBITO LATERAL DIREITO OU ESQUERDO: paciente em decúbito lateral comtravesseiro sob o joelho da perna superior, de modo a mantê-lo no mesmo nível que o quadril. Calcanhares ecotovelos devem ser protegidos com uso de pequenos travesseiros. Apoiar a cabeça sobre um travesseiro deespessura adequada.

    POSIÇÃO DE FOWLER: elevar a cabeceira da cama à pelo menos 45º, sustentar a cabeça e os ombroscom um travesseiro, colocar pequenos travesseiros sob as coxas do paciente. OBSERVAÇÃO: existe variaçãodesta posição, sendo: a SEMI-FOWLER: onde a cabeceira é elevada a 30º e a FOWLER ELEVADA: o pacientefica na posição sentada propriamente dita e a cabeceira fica em ângulo de 90º.

    INFECÇÃO HOSPITALAR NA UTIOs fatores que predispõe a infecção são:•  O agente: microrganismo, bactérias ou vírus. No âmbito hospitalar os mais significativos são:- Bacilos Gram-negativos: Pseudômonas, Acinetobacter, Serratia, Proteus, E coli;- Cocos Gram-positivos: Estafilococos e Estreptococos;- Cocos Gram-negativos: Neisserias;- Fungos ou Leveduras: Cândidas, Glabrata;- Vírus: CMV vírus respiratórios, vírus da hepatite (A, B, C, D, E) e vírus em geral.•  Fontes de infecção:- Humanas – o próprio paciente e a equipe de saúde:- Animais e insetos – baratas, ratos, formigas etc.- Objetos ou elementos inertes – poeiras nos pisos, paredes, prateleiras, nos condutores de ar condicionado etc.•  Vias de transmissão da infecção:- Contato direto: de pessoas doentes para pessoas sadia;- Contato indireto: a contaminação é feita através de objetos contaminados;- Pelo ar: inalação do M.O. através do trato respiratório;- Vetores: animais e insetos;- Alimentos: não devidamente conservados e/ou consumidos em mau estado.•  Susceptibilidade do hospedeiro Deficiência do sistema imune do paciente para reagir à presença do MO.

    MEDIDAS PARA EVITAR INFECÇÃO CRUZADAO revestimento da unidade deve ser feito com materiais que deixem o mínimo de junções e sejam

    laváveis, lisos e não-absorventes;Após a limpeza, deve-se passar pano úmido com solução germicida no piso, no teto e na parede;Todo o material utilizado pelos doentes deve ser rigorosamente esterilizado;Todo o pessoal que lidar com um paciente deve, antes de tocar em outro doente, lavar as mãos.

    PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES NO MEIO HOSPITALAR

    Meio relacionado a evitar infecções cruzadas, criando barreiras entre o paciente e a equipemultiprofissional.

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    NO GERAL•  Sensibilizar e conscientizar a equipe multiprofissional no que diz respeito à cadeia de transmissão da

    infecção, através de reuniões conjuntas com especialistas em medicina preventiva e departamento demicrobiologia hospitalar.

    •  O hospital deve oferecer programas de educação continuada, relacionados a esta problemática.•  O hospital deve ter CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), programando reuniões clínicas e

    de enfermagem, visando e criando protocolos da ação contra infecção hospitalar e com revisão periódica dosmesmos.

    AÇÕES CONCRETAS:•  Lavagem correta das mãos com anti-séptico antes e após prestar cuidados ao paciente.•  Higiene cuidadosa das unhas.•  Uso de luvas descartáveis distintas para cada paciente.•  Utilizar de preferência material descartável principalmente nos procedimentos invasivos.•  Utilizar recipientes apropriados para a eliminação de matérias e secreções.•  Limpeza do piso com esfregão úmido, a fim de evitar poeiras.

    A equipe de enfermagem na limpeza e preparação do material a esterilizar

    •  Usar EPI (luvas, máscaras, óculos, avental plásticos etc.), separar os instrumentos utilizados em cirurgiaséptica e asséptica, seguindo as normas técnicas da instituição.

    •  Lavar os instrumentos retirando restos de coágulos e secreções, mediante escovação com água, sabão ecloro. Se houver dificuldade na remoção desses resíduos tal procedimento deverá ser insistente e osinstrumentais mantidos submersos em solução desinfetante.

    •  Após lavagem correta de todo instrumental observar o estado de conservação dos mesmos, para possívelmanutenção.

    •  E por fim proceder à contagem das peças, colocando-as nas respectivas caixas de instrumentos: flebotomia,traqueotomia, curativos etc.

    DISTRIBUIÇÃO DOS LÍQUIDOS E ELETRÓLITOSOs líquidos do organismo são, em geral, distribuídos em dois compartimentos básicos: dentro e fora das

    células.Os encontrados dentro das células são os líquidos intracelulares e representam entre 40 a 50% do peso

    corporal. Os encontrados fora das células são os líquidos extracelulares e têm dois componentes: um deles, o

    líquido intersticial, permanece nos espaços intercelulares e compõe cerca de 15% do total do peso corporal doadulto; o outro, o líquido il1travascular, está contido nos vasos sangüíneos e linfáticos, e perfaz cerca de 5% dopeso corporal do adulto.

    Sólidos 40% plasma 5% líquido extracelularLíquido intersticial 15%Líquido intracelular 40%

    A aldosterona é secretada na supra-renal e a tua sobre os rins, estimulando a reabsorção de água esódio e a eliminação de potássio.

    PRINCIPAIS DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOSOs desequilíbrios hidroeletrolíticos são geralmente avaliados em função de alterações no compartimento

    extracelular, por deficiência ou excesso de água e eletrólitos, como sódio, potássio ou hidrogênio. Eles podemocorrer isoladamente ou associados a uma ou mais patologias.

    DESEQUILÍBRIOS DOS LIQUIDOS E ELETROLÍTOSO estudo da assistência de enfermagem ao paciente com desequilíbrio dos líquidos e eletrólitos requer

    inicialmente uma abordagem mais pormenorizada dos elementos envolvidos e dos fatores desencadeantes dodistúrbio.

    Os líquidos corporais contêm grande variedade de substâncias neles dissolvidas, como sais, ácidos,bases, proteínas, gorduras, glicose, uréia, creatinina e gases, A manutenção dessa composição e a distribuiçãodesses líquidos são tão essenciais à vida quanto o oxigênio.

    Alterações no volume de líquido extracelular

    Desidratação ou hipovolemiaTrata-se do déficit no volume do líquido caracterizado por perda de água que pode ou não ser

    acompanhada de eletrólitos.Etiologia - a carência de água pode resultar de perda anormal ou ingestão insuficiente: vômito, diarréia,

    febre, fístula, queimaduras e hemorragia.

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    Sintomas - diminuição do turgor cutâneo, secura de pele e de mucosas, fadiga, perda de peso,depressão de fontanelas (em bebês), hipotermia, hipotensão e diminuição da pressão venosa.

    Tratamento - é feita a hidratação, administrando-se soluções eletrolíticas por via oral, sonda gástrica ouperfusão intravenosa, segundo o grau de desidratação.

    A desidratação pode ser classificada em leve, moderada e grave:leve ou de 1.°grau: perda ponderal de 5% em 24 horas;

    moderada ou de 2.°grau: perda ponderal de 5 a 10% em 24 horas;grave ou de 3.°grau: perda ponderal superior a 10% em 24 horas.

    A hidratação divide-se em três fases:fase rápida ou de reposição;fase de manutenção;fase de reparação.

    Pacientes que apresentam vômito, diarréia, fístulas gástricas, e uso prolongado de diuréticos têm perdaacentuada de sódio e principalmente de potássio, necessitando de reposição planejada.

    HiperidrataçãoTrata-se do aumento no volume do líquido extracelular caracterizado por retenção de água e eletrólitos.

    EtiologiaSintomas - edema localizado ou anasarca, ganho agudo de peso, hipertensão arterial, podendo levar o

    indivíduo a convulsão e coma.Tratamento - consiste em produzir uma hidratação planejada, com a administração de soluçõeshipertônicas, de potente ação diurética, como a solução de manitol, e de diuréticos de ação rápida e severarestrição hídrica. Em casos graves, em que o paciente não responde ao tratamento acima citado, a diáliseperitonial é uma grande opção.

    EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICOIntimamente relacionada com o balanço hidroeletrolítico está a manutenção do equilíbrio ácido-básico

    (ou H+).Ácidos - os ácidos conduzem íons hidrogênio, os quais podem ser cedidos para se combinarem com

    outras substâncias.Bases - as bases não conduzem íons hidrogênio, mas podem se combinar com os íons hidrogênio

    cedidos por um ácido.A relativa acidez, ou alcalinidade, dos líquidos orgânicos é expressa em termos de pH, o qual se refere à

    concentração de íons hidrogênio no líquido.Água - é o ambiente onde se define ácido, base ou sal (solvente universal).

    O centro respiratório que controla os músculos do tórax e o diafragma está localizado numa parte dosistema nervoso central denominada bulbo, sensível às variações do pH sangüíneo.

    O significado do pH (potencial de hidrogênio)Numa solução neutra, o número de íons H+ encontra-se em equilíbrio exato com o número de íons OH.

    A concentração de ambos é muito baixa (0,0000001ml) ou, expressada em forma matemática, 10 -7. Seulogaritmo negativo expressa o valor pH, que, neste caso, seria 7.

    É um conceito matemática que expressa a concentração de H+. Qualquer pH acima de 7 indicaalcalinidade, enquanto qualquer pH abaixo de 7 indica acidez. Uma solução de pH =7 é quimicamente neutra.

    1 7 14Ácido Neutro alcalino

    A determinação de alcalinidade ou acidez num dado meio depende da concentração de íons hidrogêniolivres no sangue. Quanto maior for esta, tanto mais ácido será o meio.

    As vias de excreção de íons hidrogênio são os pulmões e os rins. Se os pulmões são responsáveis pelaeliminação da maior porção de ácido, a função respiratória desempenha um papel importante na regulação ácido-básica.

    Os pulmões têm duas importantes funções: excretar CO2 e regular a pH através do controle da pCO2 (pressão parcial do gás carbônico).

    Quando o CO2 se acumula no sangue, ele se combina com água, produzindo ácido carbônico, que sedissocia em H+ + HCO-3 (sentido 1 da equação). O aumento da concentração de H

    + (acidose) estimula o bulbo aelevar a freqüência dos movimentos respiratórios. Por outro lado, a queda da concentração de CO 2, reduzindo aconcentração de H+ (sentido 2 da equação), provoca diminuição do ritmo respiratório.

    O primeiro efeito pode ser observado quando se prende a respiração por algum tempo; o segundo,quando se executa uma série de inalações profundas, antes de um mergulho.

    Em caso de acúmulo de CO2 por pneumopatia, O pH cai por acúmulo de H

    +

    . Uma queda no pH estimulaa ventilação alveolar, acelerando a excreção de CO2. Esse mecanismo de compensação para a neutralizaçãonão dura mais do que 20 minutos.

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    O sistema renal atua eliminando o excesso de ácido do organismo e reabsorvendo bicarbonato pararegular e manter o equilíbrio ácido-base.

    O pH do sangue arterial e do líquido intersticial normalmente varia entre 7,38 e 7,42 (faixa dealcalinidade). A maior variação de pH compatível com a vida é de 6,8 a 7,8.

    pH 6,8 – incompatível com a manutenção da vida

    pH 6,8 a 7,35 – acidemiapH 7,35 a 7,45 – normalpH 7,45 a 7,8 – alcalemiapH 7,8 – incompatível com a manutenção da vida

    A manutenção de um pH normal, em torno de 7,4, é muito importante, na medida em que propicia oambiente químico essencial ao funcionamento efetivo de muitos hormônios e eletrólitos.

    DESEQUILÍBRIOS ÁCIDO-BÁSICOSAlém da anamnese e do exame clínico, os dados obtidos por meio da gasometria arterial definem

    alterações fisiológicas referentes aos distúrbios ácidos-básicos.

    Gasometria arterialA gasometria arterial analisa o pH, o pCO2, o pO2, o bicarbonato e a percentagem de saturação da

    oxiemoglobina. Esses dados podem ser determinados com segurança, fornecendo informações rápidas sobre o

    funcionamento dos pulmões e dos rins. Trata-se do teste laboratorial de maior utilidade no controle de pacientescom distúrbios respiratórios e metabólicos, avaliando a progressão e a gravidade do distúrbio respiratório.A aplicação desses conhecimentos à situação clínica é importante pelas seguintes razões:

    Se houver aumento de HCO3 sem um aumento correspondente de CO2, o pH eleva-se e o paciente entra emalcalose (metabólica).

    Se o HCO3  diminui sem um decréscimo correspondente de CO2, o pH cai e o paciente entra em acidose(metabólica).

    Se o CO2  aumenta sem uma ascensão correspondente de HCO3, o pH cai e o paciente entre em acidose(respiratória);

    Se o CO2  diminui sem um decréscimo correspondente de HCO3  o pH sobe e o paciente entre em alcalose(respiratória);

    OBSERVAÇÕES1. Distúrbios metabólicos: decorrem da produção ou da perda de ácido ou bicarbonato no compartimentoextracelular.2. Distúrbios respiratórios: decorrem da diminuição ou aumento da eliminação de CO2  com conseqüenteelevação ou baixa de pCO2 no sangue.

    TRANSTORNOS DO METABOLISMO ÁCIDO-BÁSICO

    Acidose respiratóriaEtiologia

    Qualquer diminuição súbita e severa de ventilação que origine acúmulo de CO2  no sangue, produzacidose respiratória aguda (hipoventilação alveolar).Manifestações

    Os pacientes apresentam esforço do tipo expiratório, com dispnéia, e ficam severamente doentes,

    podendo ir da simples desorientação ao coma.CompensaçãoÀ medida que aumenta a concentração de CO2, aumenta a formação de H2CO3 determinando queda

    acentuda de pH. Devido, a rapidez do desenvolvimento dessa acidose, os rins não dispõem de tempo para,prevenir a eliminação do HCO3 necessário para estabelecer a compensação.Achados laboratoriaispO2 – baixopCO2 – muito altopH – muito baixoHCO3 – normal ou diminuído por força de acidose lática.TratamentoBuscar rapidamente uma causa;Colher uma gasometria;Fazer raio X de tórax (procedimento indispensável, mas muitas vezes não há tempo para tal conduta, porque a

    gravidade do processo exige a intubação e colocação do paciente no ventilador);Se há suspeita de infecção respiratória, colher a secreção enclotraqueal para identificar a presença de germes,OBSERVAÇÃO

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 11

    A superconcentração da acidose por meio de administração de bicarbonato de sódio pode levar opaciente a uma alcalose respiratória indesejada.

    Alcalose respiratóriaEtiologia

    A alcalose respiratória é causada por hiperventilação e manifesta-se através de dor, estado de

    ansiedade, estado hipermetabólico (septicemia por gram-negativo) e falta de oxigêni. Outra causa freqüente dehiperventilação é o uso indevido de ventilador mecânico.Manifestações clínicas

    Dependendo do grau de alcalinização do sangue, ocorrem manifestações clínicas como tontura,fotofobia, sudorese, palpitações, parestesia e tremores.Compensações

    Normalmente, não há tempo suficiente para uma resposta renal compensada e ocorre uma diminuiçãodos níveis de CO2, caracterizada por um pH acima do normal e por pC02 abaixo de seu valor normal.Achados laboratoriaispO2 – depende da causa subjacente de hiperventilação;pCO2 – baixa;pH – elevado;HCO3 – inalterado ou um pouco baixo.Tratamento

    Lentificar a respiração por meios adequados:Administrar agentes sedativos;Aumentar oxigênio;Diminuir a freqüência ou volume em que opera o volume de acordo com a indicação.

    A acidose e a alcalose respiratórias são, ambas, complicações agudas e potencialmente fatais dedoenças respiratórias.

    A identificação o mais precocemente possível da instalação desses estados é responsabilidade daequipe de enfermagem. Não é, no entanto, de sua competência formar qualquer tipo de julgamento com basesomente nos valores numéricos.

    Acidose MetabólicaEnquanto a acidose respiratória está relacionada com o aumento do H2CO3 a acidose metabólica, por

    sua vez, vincula-se à perda de HCO3 ou adição de H+.EtiologiaUso de ácido acetil salicílicoInsuficiência renal;Diabetes;Diarréia;Fístula biliar ou pancreática;Ureterossigmoidostomia.Manifestações clínicas

    A acidose leve pode apresentar apenas aumento de freqüência respiratória. Já a grave produz aumentoda função renal, respiração profunda, sonolência, pulso filiforme, hipotensão arterial e arritmia.Achados laboratoriaispCO2 - diminuído;pH - diminuído;HCO3 - pouco diminuído.OBSERVAÇÃO

    É sabido que uma pCO2 abaixo de 20mmHg diminui o fluxo cerebral em 1/3, piorando severamente uma

    isquemia cerebral preexistente.TratamentoO tratamento visa combater a causa primária da acidose e efetuar um bom manuseio do respirador para

    manter urna pCO2 de 30mmHg e repor devidamente o potássio.

    Alcalose MetabólicaO tratamento deste distúrbio é muito difícil, porque os mecanismos não são facilmente corrigíveis.

    EtiologiaUso crônico de diuréticos;Vômitos yu sucção nasogástrica;Bicarbonato em excesso;Hipovolemia;Uso de esteróides.Manifestações clínicas

    Turgor de pele diminuído.Hipotensão arterial;Perda de peso;

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 12

    Abdome distendido;Colapso venoso;Arritmia ventricular.Achados laboratoriaispH -aumentado;HCO3 - aumentado;

    pCO2 - diminuído;K+ - diminuído.Tratamento

    Diante de uma alcalose metabólica, o organismo lança mão de mecanismos compensatórios, sendo oprincipal a hipoventilação pulmonar como tentativa de aumentar o pCO2 e de reter ácidos.

    Não se trata de repor somente K+ mas também cloretos, já que o déficit destes é muito grande. Comoos pacientes apresentam déficit de volume, este deve ser reposto em grande quantidade em forma de soluçãosalina.

    Edema O edema não é, por si só, uma emergência. A sua presença, no entanto, é indicativa de doença de

    base, cuja natureza deve ser elucidada. As causas cardíacas, hepáticas ou renal são as mais comuns. Não sedeve dar diuréticos até que se tenham analisados os múltiplos fatores que podem levar ao edema. Os diuréticosempregados sem critério podem induzir distúrbios eletrolíticos, coma hepático, azotemia e arritmias.

    Intoxicação hídrica a) DefiniçãoÉ o oposto direto da hipertonicidade (por sobrecarga de solutos), causada pela excessiva ingestão de água napresença de baixa diurese. A fonte de água pode ser a ingestão oral, mas, mais freqüentemente, é uma máorientação e excessiva terapêutica parenteral com glicose e água. As irrigações dos colos, particularmente asdestinadas a reduzir a distensão pós-operatória, podem resultar em retenção substancial de volumes de água.Os pacientes com enfermidades crônicas, debilitantes, com câncer, insuficiência cardíaca congestiva ouenfermidade hepática ou renal, são propensos a ter um LEC expandido e algum grau de hipotonicidade antes devir à cirurgia ou de sofrer um trauma acidental. Esses pacientes estão particularmente sujeitos a reter excesso deágua no pós-operatório e a expandir, e, posteriormente, diluir o LEC.b) Quadro clínico

    As náuseas, a astenia e uma queda do volume urinário são os sintomas mais precoces, seguidos por convulsãoe coma. Sempre ocorrerá rápido aumento de peso, podendo observar-se edema periférico e pulmonar. Osachados laboratoriais incluirão rápida queda na concentração do Na+ sérico e na osmolalidade plasmática. Aurina pode conter substanciais quantidades de sódio que, em presença de uma baixa concentração plasmática,indicam uma inapropriada excreção de sódio, devido ao excesso de volume do LEC, se estiverem afastadasdoença renal e insuficiência adrenal. A velocidade de queda do sódio plasmático parece ser de maiorimportância do que seu valor absoluto. O edema cerebral é a causa do coma e das convulsões, sendo

    encontrados, comumente, valores de Na+ inferiores a 120 mEq/l.c) Conduta

    Restrição hídrica, reposição de sódio (administração de sal hipertônico em pequenas quantidades - 300 ml deNaCL a 3%), uso cuidadoso de diurético osmótico (manitol) e administração lenta de glicose hipertônica.Nenhuma tentativa deverá ser feita para uma "reposição calculada do déficit de sódio", baseada novolume do LEC e na unidade de déficit de sódio, porque resultará numa grave sobrecarga. O tempo com aperda insensível de água pelos pulmões, juntamente com o fluxo de urina, pode, por si só, levar o pacientegradualmente ao normal.

    CONTROLE HÍDRICO - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

    Baseia-se na observação e controle das manifestações clínicas apresentadas, para possibilitar adetecção de qualquer alteração que possa se instalar ou agravar o quadro do paciente. Nesse sentido cabe aenfermagem?Controlar os sinais vi tais;Controlar a pressão venosa;Fazer balanço hídrico;Verificar o peso;Observar a pele e mucosas;Observar alterações neuromusculares – irritabilidade, fraqueza muscular, parestesia, apatia, cefaléia, etc;Monitorar a função renal;Efetuar a monitorização cardíaca.Balanço Hídrico 

    O peso corporal tornou-se uma medida bastante importante, porque as alterações agudas refletemaumentos ou diminuições na água total do organismo. A água total do organismo representa 50 a 60% do peso

    corporal. Em um adulto de 70 quilos essa fração seria de 35 a 42 litros de água, uma ampla faixa que estárelacionada com a idade, o sexo e as diferenças na composição do organismo existentes entre adultos normais.Assim, uma única medida do peso corporal, geralmente, tem pouco valor no cálculo da água total. No entanto, no

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 13

    contexto da unidade de tratamento intensivo, as mudanças do peso a curto prazo devem-se, em grande parte,mais às alterações na água total do organismo, mesmo se o valor absoluto da água total permanecer incerto; oconhecimento da direção e da intensidade da alteração desse parâmetro pode revestir-se de grande importânciano diagnóstico e tratamento de distúrbios HE.

    Quando não se dispõe de camas-balanças, ou quando não se podem fazer pesagens fiéis devido àcondição do paciente, tornase necessário fazer determinações do balanço hídrico(BH). O BH diário, incluindo

    uma estimativa das perdas por evaporação, pode ser acrescentado ou subtraído, sendo que o BH cumulativoresultante, reflete as alterações da água total do organismo. O BH teve aplicação clínica limitada devido àsdificuldades em se medir o conteúdo hídrico dos alimentos sólidos e das fezes, a água e as perdas pelaevaporação. Na verdade, alguns desses problemas são simplificados no pós-operatório (PO), uma vez que quasetodo o aporte de água é intravenoso, sendo facilmente medido.

    Devido à ausência de ingestão por via oral, as fezes não são freqüentes e o débito urinário pode sermedido com facilidade. As perdas por evaporação são inferiores a 1000 ml/dia nos pacientes afebris e aindamenores, quando se umidificam as vias aéreas com vapor aquecido, e nos pacientes febris existem cálculos quepossibilitam avaliar as perdas aproximadas. No ambiente com ar condicionado, muitos pacientes febris aindaperderão menos que dois litros por dia através da pele e da respiração. A hiperventilação dos pacientes comfebre elevada pode eliminar até três litros de água por dia, porém isso é incomum. As queimaduras graves sãouma exceção óbvia, porém, à exceção desse grupo de pacientes, podem ser feitas aproximações razoáveis daperda evaporativa de água que, por sua vez, possibilita o cálculo do BH diário e cumulativo, a partir da ingestãode líquidos e de registros de débito. Uma vez que as pesagens seriadas ou o BH geram informações

    principalmente sobre as alterações na água total do organismo, outros meios são importantes para diagnosticarum decréscimo ou um excesso no volume absoluto. O volume plasmático é a única medida de volumeclinicamente disponível, porém pode ter um valor limitado, uma vez que os valores normais previstos variamconsideravelmente.

    O exame clínico do paciente é essencial, e certos sinais e sintomas indicam a existência deanormalidade no volume hídrico do organismo. O sistema cardiovascular é o indicador mais sensível, e umaPressão Venosa Central (PVC) abaixo de 3 cmH20, taquicardia e até mesmo hipotensão indicam um déficit devolume. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o excesso de volume é mais comum, uma vez que os pacientesrecebem, durante a ressuscitação, grandes volumes de líquido por via endovenosa. São sinais bem reconhecidosde sobrecarga hídrica: a PVC aumentada, o Débito Cardíaco (DC) elevado, ritmo de galope cardíaco, umasegunda bulha pulmonar hiperfonética, a congestão pulmonar e algumas vezes o edema. O Sistema NervosoCentral (SNC) pode fornecer evidências de déficit na água total do organismo, tais como apatia, reflexostendinosos, profundos e diminuídos, estupor ou coma. Porém, os excessos isotônicos exercem pouco ou nenhumefeito na função do SNC. Os sinais teciduais são tradicionalmente usados para avaliar a hidratação, porémpodem aparecer lentamente. O turgor cutâneo diminuído, os olhos encovados e a língua seca são sinais tardiosde déficit de líquido, assim como o edema subcutâneo é um sinal tardio de sobrecarga. Finalmente, deve-sesalientar que o conhecimento da composição das várias secreções orgânicas pode ser de grande valia para umraciocínio mais dirigido diante de alterações do EHE. Essas composições podem ser obtidas em tabelas próprias,ou pela análise bioquímica de alíquotas dessas secreções.

    UNIDADE III- Assistência de Enfermagem nos Distúrbios do Sistema Digestivo

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 14

    O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãose glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago,intestino delgado, intestino grosso e ânus.

    A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,submucosa, muscular e adventícia.

    BOCA

    A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua,que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos empequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.

    Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividadeprincipal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervossensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido.A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz,está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpadental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura ecomposição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes.Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.

    A línguaA língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na

    superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro saboresprimários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas desabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não éhomogênea.As glândulas salivares

    A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares asecretar saliva, que contém a enzima amilase salivar  ou ptialina, além de sais e outras substâncias. Aamilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas demaltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida,submandibular e sublingual:

    •  Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateralda face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.

    •  Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.•  Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.

    O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levementeácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pelalíngua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas(como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Atravésdos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino.Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.

    Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior doestômago.

    FARINGE E ESÔFAGOA faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório:

    por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa omúsculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo.ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICOO estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo dasúltimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestãode alimentos protéicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase umlitro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quandoestá vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.

    O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácidoclorídrico, muco, enzimas e sais. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege daagressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada demuco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Porisso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmentereconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resultaem inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram(úlceras gástricas).

    A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco

    gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosaacidificada e semilíquida, o quimo.

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    Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestinodelgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

    INTESTINO DELGADOO intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser

    dividido em três regiões: duodeno  (cerca de 25 cm), jejuno  (cerca de 5 m) e íleo  (cerca de 1,5 cm).A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte

    inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No

    duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas.Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH dabile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras(fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).

    A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pHaproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades,que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimasque dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando emaminoácidos.

    No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentamo quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformadoem quilo.

    A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e doíleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores,milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície deabsorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez,dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a águaingerida, os íons e as vitaminas.

    Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem distribuídospelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxosisolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células damucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por umacamada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para osvasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

    INTESTINO GROSSOÉ o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe

    cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosado intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.

    Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólondescendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que orodeia, o esfíncter anal.

    Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver osrestos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactériasestranhas, geradoras de enfermidades.

    As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo comporcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis deserem eliminadas.

    O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água,em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal secondensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

    GLÂNDULAS ANEXAS

    PâncreasO pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular,localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob oestômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e deuma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini.O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta doisórgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.

    O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinospancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior,que desemboca no duodeno, durante a digestão.

    O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema endócrino.Fígado

    É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras,pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície

    lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos porcolunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 16

    a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com oducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.

    As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiaisresiduais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muitoversátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou deproteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos

    fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado,como a cirrose.

    Funções do fígado: •  Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação

    da lipase;•  Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é

    armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, quesão relançadas na circulação;

    •  Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;•  Metabolizar lipídeos;•  Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de

    substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;•  Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;•

      Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina embilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.Hepatite TóxicaAs hepatites tóxicas são aquelas geradas a partir do uso de substâncias que danificam o fígado.A ingestão excessiva de álcool pode gerar lesões no fígado. Os danos podem ser hepatite alcoólica, cirrosealcoólica e outros.Sintomas Gerais das Hepatites Os sintomas são praticamente os mesmos em todos os tipos de hepatites virais:

    Mal-estar geral,Cansaço,Sintomas semelhantes à gripe,Icterícia (cor amarelada nos olhos e/ou na pele),Eliminação de urina escura (como chá preto),Dor na região logo abaixo das costelas do lado direito do abdômen e náusea ou vômitos.

    A icterícia (amarelão), porém, só aparece em 50% dos casos. Muitas vezes, a pessoa adquire o vírus, apresentauma diarréia, mas não fica doente (casos subclínicos).Diagnóstico A melhor forma de fazer o diagnóstico é através de exames de sangue, onde se mede a quantidade de enzimasproduzidas pelo fígado, como o TGO e TGP.Na hepatite elas estão bem aumentadas, facilitando o diagnóstico. Também podem ser dosados os anticorposespecíficos para cada tipo de hepatite.A hepatite B pode ser detectada através da presença do antígeno Australian, logo no início da doença.Complicações:Hepatite Fulminante É uma complicação rara, pode ocorrer tanto na hepatite B ou C. A pessoa apresenta icterícia progressiva,podendo até apresentar problemas no cérebro. O fígado sofre intensa necrose, que é irreversível. Em geral, ataxa de mortalidade é bem alta, em torno de 90 a 100% dos casos, a necessidade de transplante é absoluta.

    LAVAGEM INTESTINAL/ ENEMA DE LIMPEZA

    É realizado pelo enfermeiro ou técnico de enfermagem.PROPOSITO: Administrar solução por via retal.INDICAÇÃO: Para eliminar fezes do intestino.

     MATERIAL NECESSÁRIO•  Comadre, gazes, luvas, sonda retal, lubrificante hidrossolúvel, forro plástico e de pano, enema ou solução

    fisiológica e glicerinada. Ação•  Orientar o paciente sobre o procedimento; •  Proporcionar privacidade no ambiente; •  Calçar luvas e preparar o enema; •  Proteger o leito com capa plástica e forro de pano; •  Posicionar o paciente: decúbito lateral e membros superiores fétidos; •  Conectar sonda ao sistema de irrigação lubrificá-la e introduzir no reto do paciente, abrindo o sistema

    lentamente, para que não ocorra excessiva entrada de líquido. Administrando apenas a quantidade indicadana prescrição; 

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    Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva - UTI 17

    •  Solicitar que o paciente prenda o máximo que puder (cerca de 10min) até evacuar, para isso colocaremos acomadre sob as nadegas do paciente.

    Sonda Nasogátrica

    Definição: 

    A Sonda Nasogátrica é um tubo de polivinil que quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde asnarinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira com ficará instalada no paciente.Objetivo da Sonda Nasogástrica: A maneira como ela estará instalada determinará seu objetivo. Pode ser aberta ou fechada.Sonda Nasogátrica Aberta: Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico, a saber:- esverdeado: Bile- borra de café: bile + sangue- sanguinolenta vivo- sanguinolento escuro- amareladoPodemos exemplificar cirurgias onde no pós operatório se deseja o repouso do sistema digestivo e também emcasos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente.

    Sonda Nasogástrica Fechada Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a bocano processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós- cirúrgico.Material: Bandeja contendo:- Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16, 18 (adulto)- esparadrapo- xilocaína gel- gaze- par de luvas- seringa de 20cc-estetoscópio- copo com água- toalha de rosto de uso pessoalCaso a Sonda Nasogástrica seja aberta adicione: -extensão- saco coletor.Técnica: - explicar a procedimento ao paciente;- colocá-lo em posição de Fowler;- colocar a toalha sob o pescoço;- calçar as luvas;- abrir a sonda;- medir o comprimento da sonda: da asa do nariz, ao lóbulo da orelha e para baixo até a ponta do apêndicexifóide. (FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM/ATKINSON).- marcar o local com o esparadrapo;- passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm;- introduzir a sonda s por uma das narinas;- flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao paciente para realizar movimentos de deglutição;

    - introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo;- fazer os 3 testes: pegar a ponta da sonda e colocá-la em um copo com água, se borbulhar, retirar a sonda, poisao invés de estar no estômago, está no pulmão; pegar a ponta da sonda, encaixar a seringa e aspirar se vierlíquido, a sonda está no lugar certo; pegar o estetoscópio e auscultar.

    UNIDADE IV- Assistência de Enfermagem nos Distúrbios do Sistema Cardíaco

    PROBLEMAS CARDIOVASCULARES

    ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS

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    O coração é um órgão constituído de músculo estriado especial e oco situado no centro do tórax, entreos dois pulmões, no espaço denominado mediastino, ficando apoiado sobre o diafragma.

    Vasos que constituem o coraçãoArtérias – vasos que transportam sangue no sentido centrífugo em relação ao coração (para fora);Veias – vasos que transportam sangue no sentido centrípeto em relação ao coração (em direção ao coração);

    Capilares – arteríola e vênula.

    ParedesAs paredes do coração são formadas por três túnicas:

    Pericárdio – camada externa de serosa dupla que recobre o miocárdio;Miocárdio – camada média muscular, estriada e involuntária;Endocárdio – camada interna mucosa que forra o interior das câmaras, ficando em contato direto com o sangue.

    CavidadeO coração possui quatro câmaras distintas, separadas por membranas denominadas septos, sendo:

    Duas superiores – denominadas átrios (direito e esquerdo);Duas inferiores – denominadas ventrículo (direito e esquerdo).

    Cada câmara cardíaca comunica-se com vasos sanguíneos diferentes. Assim, do lado direito do coraçãocircula sangue venoso e, do lado esquerdo, sangue arterial.

    No átrio direito, abrem-se duas veias cavas (superior e inferior), por onde ele recebe todo o sanguevenoso sistêmico. Na porção inferior do átrio direito, localiza-se a válvula tricúspide, que controla a passagem dosangue para o ventrículo direito.

    Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar, que leva o sangue venoso até os pulmões para seroxigenado. No local de saída da artéria pulmonar, há uma válvula denominada válvula pulmonar.

    No átrio esquerdo, abrem-se as quatro veias pulmonares, que trazem o sangue oxigenado dos pulmões.Na porção inferior do átrio esquerdo, está localizada a válvula mitral ou bicúspide, que controla a passagem dosangue para o ventrículo esquerdo.

    Do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta, que leva o sangue arterial para todo o organismo. No local desaída da aorta, há uma válvula denominada aórtica. A função dessas válvulas cardíacas é possibilitar o fluxosanguíneo sempre em uma mesma direção, impedindo o refluxo do sangue para a c5mara da qual acabou desair.

    Sua ação bombeadora é exercida pela contração e relaxamento rítmico do miocárdio. Durante acontração (sístole), ocorre o esvaziamento das cavidades do coração e, durante o relaxamento (diástole), ocorreo enchimento das mesmas. Esses movimentos (sístole e diástole) correspondem a um batimento cardíacodenominado pulso apical.

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    O coração adulto apresenta em média, de 60 a 80 batimentos por minuto (bpm) e, a cada batimento,envia cerca de 70ml (volume de ejeção) de sangue para cada um dos ventrículos, produzindo, em média, umdébito de 5 litros por minuto. O débito cardíaco (DC) é a quantidade de sangue bombeada por qualquer um dosventrículos durante um determinado período de tempo.

    DC = volume de ejeção x FC

    O volume de ejeção representa a quantidade de sangue ejetado por batimento cardíaco.A freqüência cardíaca e o volume de sangue afetam diretamente o débito cardíaco. Como a função do

    coração é fornecer sangue a todos os tecidos do corpo, seu débito terá de variar de acordo com as mudançasocorridas nas necessidades metabólicas dos próprios tecidos. Por exemplo: durante um exercício, o débitocardíaco total pode aumentar quatro vezes e alcançar 20 1/min. Normalmente esse aumento é acompanhado deuma duplicação tanto da freqüência cardíaca quanto do volume de esvaziamento.

    ARRITMIASEmbora possa refIetir a presença de cardiopatia subjacente, a arritmia é muitas vezes provocada por

    outros processos patológicos ou por seu próprio tratamento. Na ausência de qualquer distúrbio cardíacopatológico, a arritmia pode ser provocada por doenças sistêmicas.

    Ocorre mais comumente com o rápido desenvolvimento de hipóxia ou hipercapnia, mas é tambémconstatada na infecção sistêmica e em emergências endócrinas. A arritmia pode refletir uma cardiopatiaestrutural subjacente: sob a forma de taquicardia ou fibrilação ventricular durante uma isquemia aguda, ou no

    quadro ele uma variedade de doenças orgânicas.A fibrilação e o flutter atriais são, às vezes, resultantes de um aumento do átrio esquerdo, causado porobstrução do esvaziamento atrial (estenose mitral), ou de uma irritação aguda do átrio.

    Os distúrbios de condução podem refletir fibrose ou calcificação em tecidos que circundam o nóduloatrioventricular.

    Em todos os casos de inexplicáveis distúrbios do ritmo, deve-se considerar com cuidado a possibilidadede toxicidade medicamentosa. Essa causa é particularmente provável se o paciente apresenta diferença hepáticaou renal, pois certas drogas, como a aminofilina, que dependem desses órgãos para sua' depuração, podem terrápido acúmulo e atingir níveis tóxicos. Também os distúrbios eletrolíticos, como a hipocalemia, a hipercalemia, ahipomagnesemia, a hipocalcemia e a hipercalcemia, podem estimular as arritmias.

    Arritmias na UTI

    CAUSA NÃO-CARDÍACAS CAUSAS CARDÍACASDesequilíbrio eletrolítico infarto agudo do miocárdioDesequilíbrio ácido-básico insuficiência cardíaca congestivaHipóxia embolia pulmonarIntoxicação digitálica pericardite

    Taquicardia sinusalA taquicardia sinusal envolve um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular entre 100 e 170

    bpm. Esse ritmo deve sempre exigir a pesquisa de uma causa sbjacente, como infecção, ansiedade, dor,hipovolemia ou drogas.

    Bradicardia sinusalA bradicardia sinusal é considerada um mecanismo sinusal normal, com resposta ventricular inferior 60

    bpm. Não requer tratamento, exceto quando provoca comprometimento hemodinâmico.

    Fibrilação atrial

    Neste ritmo, ocorre perda da concentração atrial, e o nódulo atrioventricular é bombardeado porestímulos irregulares e rápidos. Alguns desses impulsos bombardeadores alcançam seu objetivo, causando ascontrações ventriculares irregulares, características de fibrilação atrial. A freqüência das excitações atriais éelevada (400 a 700/min.). A presença de fibrilação atrial é muito comum nos casos de cardiopatia reumática,doenças pulmonares, hipertireoidismo e no IAM (infarto agudo do miocárdio). A onda P não é discernível; ésubstituída por um grande número de ondas F irregulares. Ocorrem intervalos RR irregulares, devido à presençade bloqueio atrioventricular de segundo grau fisiológico no nível da junção atrioventricular.

    TratamentoO tratamento da fibrilação atrial tem dois objetivos: restauração do ritmo sinusal normal ou, se possível,

    controle da resposta ventricular na faixa de 70 a 80 bpm.Quando o paciente apresenta sinais de comprometimento hemodinâmico, a cardioversão elétrica

    continua sendo o tratamento de escolha.Em casos de fibrilação rápida, sem comprometimento hemodinâmica o Verélpamil por via endovenosa

    constitui o tratamento de escolha para o controle rápido de freqüência.Os pacientes com fibrilação atrial crônica devem ser mantidos apenas com digoxina para o controle dasfreqüências ventriculares.

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    Taquicardia ventricularA taquicardia ventricular caracteriza-se por três ou mais extrassístoles sequências, numa frequência de

    120 a 250 bpm. Ela deve sempre tratada em pacientes agudamente enfermos ou em qualquer paciente comhistória de cardiopatia, devido à sua tendência de se degenerar em fibrilação ventricular. Pode ocorrer comocomplicação de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, certas toxicidade medicamentosas, e em

    certas ocasiões, em indivíduos presumivelmente são, sem qualquer sinal de cardiopatia. Deve-se à existência deum foco ectópico ventricular que toma o comando do coração.

    Em ECC, a taquicardia ventricular caracteriza-se por uma série de complexos QRS altos, discretamentearrítmicos. Os átrios contraem-se de modo independente, podendo-se observar a onda P superposta cmdiferentes porções do complexo QRS.

    Bloqueios atrioventriculares (BAV s)São aqueles em que se verifica uma anormalidade de condução do impulso dos átrios para os

    ventrículos. Os bloqueios atrioventriculares são divididos pelo padrão eletrocardiográfico em 1º, 2º e 3.°graus.

    BAV de 1º grauO BA V de 1º grau pode ocorrer como conseqüência de doença coronariana e uso de drogas, quando a

    onda de excitação tem sua propagação apenas dificultada através dos feixes atrioventriculares, e geralmente nãonecessita de tratamento. No traçado eletrocardiográfico é observado um aumento no intervalo PR (maior do que

    0,2s).BAV de 2º grau

    O BA V de 2°grau é dividido em dois tipos: Mobitz tipo I e Mobitz tipo lI.

    Cardioversão elétricaA Cardioversão elétrica é o método que utiliza choques elétricos na parede torácica ou no coração para

    interromper ritmos cardíacos anormais. Existem dois tipos de cardioversão: sincronizada ao QRS e não-sincronizada.

    ANGINA PECTORISA isquemia miocárdica é um distúrbio do coração que pode ser clinicamente exteriorizado sob três

    formas:Angina pectoris;Infarto do miocárdio;Morte súbita.

    O principal sintoma para o diagnóstico de angina pectoris é a dor, que, neste caso, possui algumascaracterísticas bem determinadas:Localização - em geral é retroesternal ou precordial podendo situar-se no epigástrio, na mandíbula, no hemitóraxdireito, no membro superior esquerdo (MSE) ou mesmo em locais não-costumeiros, como o membro superiordireito (MSD), o hipocôndrio direito ou esquerdo e a região dorsal.Irradiação - a dor pode, ou não, irradiar-se. A irradiação mais freqüente é para o MSE, porém não raramente elapode ocorrer para a mandíbula, o hemitórax direito, o epigástrio e a região dorsal.Duração  - a dor geralmente persiste por 2 a 5 minutos; pode, entretanto, ter duração mais eficaz ou estender-sepor até 15 minutos.Fatores desencadeantes - esforço físico, estresse emocional, alimentação copiosa ou exposição a temperaturasmuito frias.

    Fatores de alívio - geralmente a interrupção do esforço que desencadeou a dor produz sua abolição. Os vasodilatadores sublinguais também suprimem a crise.

    DiagnósticoSão os seguintes os exames necessários para o diagnóstico da angina pectoris:

    Exame físico;ECG;Teste ergométrico;Ecocardiograma;Tratamento farmacológico;Revascularização miocárdica por meio de angioplastia transluminar coronária ou cirurgia.

    INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)O IAM representa morte ou necrose da célula miocárdica, resultante de isquemia, a qual, por sua vez, resulta da

    oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. A causa mais comum é a obstrução total, ou parcial, de umaartéria coronária, ou seu ramo, por doença aterosclerótica. O espasmo coronário também pode ser um fatordesencadeante.

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    Fatores de riscoSedentarismo;Dietas hipergordurosas;Estresse;Hereditariedade;

    Ripertensão arterial;Tabagismo;Diabetes;Obesidade.

    Quadro clínicoA dor é o principal elemento de anamnese para o diagnóstico do IAM. É uma dor opressiva, como em

    aperto ou garra, de grande intensidade, podendo mesmo levar ao choque, quase sempre retroesternal irradiando-se ao ombro e à face interna do MSE, no trajeto do cubital. Em alguns casos, em parte da área infartada, ocorreirradiação epigástrica para o dorso, para as regiões mentoniana e escapular e ambos os membros superiores.

    As linhas cheias mostram os locais mais comuns de origem da dor do IAM e as linhas tracejadas airradiação mais freqüente.

    Aliviar a dor e a ansiedade é um procedimento básico (a presença de dor ansiedade aumentam aatividade do sistema nervoso simpático, podendo elevar a pressão arterial, induzir ao aparecimento de arritmias e

    promover o aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio já isquêmico e, com isso, levar à extensão danecrose);Especial atenção deve ser dada às funções intestinais;Deve-se manter o paciente sob dieta hipossódica - cerca de 1500 calorias;Deve-se manter o paciente com via venosa permeável; Deve-se oferecer apoio psicológico ao paciente;Deve-se administrar anticoagulantes e soluções polarizantes, conforme prescrição médica; Háevidências de indicações para coronariografia;Entre os recentes avanços terapêuticos do IAM, destaca-se a possibilidade de reperfusão precoce, com

    a finalidade de prescrever o miocárdio isquêmico, com especial destaque para a trombólise coronária e para aangioplastia de salvamento (por exemplo a streptoquinase).

    ComplicaçõesRuptura cardíaca;Congestão pulmonar;Choque cardiogênico;Aneurisma ventricular;Comunicações interventnculares;Insuficiência mitral;Edema agudo de pulmão;Pericardite;Arritmias.

    INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC)Este distúrbio pode ser tanto a causa como a conseqüência de uma insuficiência cardiovascular

    sistêmica.A insuficiência cardíaca pode ser definida como uma situação clínica na qual o desempenho do coração

    encontra-se inadequado para atender as necessidades metabólicas tissulares periféricas, no esforço ou norepouso, ou seja, em que o coração torna-se incapaz de bombear uma quantidade suficiente de sangue parasuprir as demandas do organismo.

    O quadro pode ser agudo ou crônico. A forma aguda aparece por incapacidade do miocárdio após uminfarto. A forma crônica, por sua vez, tem desenvolvimento gradual, com sintomas leves, porque inicialmente omiocárdio trata de compensar seu trabalho diminuído.

    Causas de terminantes-Distúrbios do músculo cardíaco que resultam em diminuição das propriedades contráteis do coração;arterosclerose coronariana - interfere no suprimento normal de sangue para o músculo cardíaco, ocorrendohipóxia, acidose e privação de nutrientes no músculo cardíaco;-Hipertensão arterial- aumenta a necessidade de trabalho do coração e isso determina a hipertrofia das fibrasmusculares do miocárdio;-Doença muscular inflamatória (miocardite) ou degenerativa (infarto do miocárdio) -lesão direta das fibrasmiocárdicas com o resultante decréscimo na contratilidade.-Distúrbios do músculo cardíaco que afetam o miocárdio secundariamente, como: impedimento do fluxo desangue pelo coração (por exemplo: estenose de válvula semilunar); incapacidade do coração de se encher de

    sangue (por exemplo: tamponamento cardíaco);esvaziamento anormal do coração (por exemplo: insuficiência das válvulas atrioventriculares).

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    Outras causas:alterações metabólicas (febre, tireotoxicose);hipóxia ou anemia;acidose respiratória ou metabólica e distúrbios eletrolíticos podem diminuir a contratilidade do miocárdio.

    Manifestações clínicas

    Os sinais e sintomas dependem do ventrículo que falhou e da duração da falência.A síndrome clínica da insuficiência cardíaca esquerda é determinada por sintomas de edema e

    congestão pulmonar. Em contraste, a insuficiência cardíaca é determinada por sinais de congestão venosasistêmica edema periférico. A fadiga e o cansaço são comuns em ambos os tipos de insuficiência cardíaca.

    Abaixo são enumerados os sinais e sintomas de cada tipo de insuficiência cardíaca.

    Insuficiência ventricular esquerdaDispnéia;Ortopnéia;Dispnéia paroxística noturna;Edema pulmonar agudo;Hemoptise;Respiração de Cheyne-Stokes;Insuficiência ventricular direita

    Cianose;Congestão venosa sistêmica;Hepatomegalia;Edema subcutâneo;Ascite;Derrame pericárdico;Anasarca;Cefaléia, insônia.Oligúria.

    TratamentoO tratamento da insuficiência cardíaca deve ser etiológico e sindrômico:Devem ser diagnosticadas e tratadas patologias de base como coronariopatia;Impõe-se a terapêutica de fatores desencadeantes como infecções, hipoxemia, arritmias, embolias pulmonares;As manifestações sindrômicas podem ser controladas mediante medidas dietéticas e medicamentosas, paramelhorar as condições de trabalho do músculo cardíaco e combater a retenção de sódio e água;O repouso e a restrição hidrossalina constituem as prescrições dietéticas mais importantes;O tratamento farmacológicos inclui diuréticos, vasodilatadores e agentes inotrópicos.

    ELETROCARDIOGRAMAO eletrocardiograma (ECG) é uma representação visual da atividade elétrica do coração referida

    pelas alterações do petencial elétrico na superfície da pele. O ECG é registrado numa fita de papel ouaparece na tela de um osciloscópio.É útil na avaliação de distúrbios que interferem com as funções cardíacas, presença de infarto do miocárdioe desequilíbrios eletrolíticos.

    O ECG padrão consiste de 12 derivações. As informações concernentes a atividade elétrica docoração são obtidas pela colocação dos eletrodos sobre a superfície da pele em posições anatômicaspadronizadas. As várias posições dos eletrodos que podem ser monitorizadas são chamadas de derivações.

    A informação registrada no ECG representa impulsos elétricos do coração. Os impulsos elétricos

    representam várias etapas da função cardíaca. Quando se estimula o músculo cardíaco eletricamente ele secontrai.

    IndicaçãoInfarto Agudo do Miocárdio – IAM;· Arritmias Cardíacas;· Pré-operatório – Risco cirúrgico;· Distúrbios eletrolíticos. 

    Propagação do impulso elétricoO impulso elétrico inicia-se no nódulo SA que localiza-se na parede posterior do átrio direito, ocorrendo

    a estimulação dos dois átrios, ou seja, a contração ou despolarização atrial. A seguir, o impulso alcança o nóduloAV, indo para o feixe AV em direção aos ramos direito e esquerdo; a partir do nódulo AV, inicia-se adespolarização ventricular.

    Como podemos visualizar esta atividade elétrica do coração? Através do Eletrocardiograma que trata-sedo registro da atividade elétrica do coração.O aparelho elétrico que permite registrar essa atividade chama-se Eletrocardiógrafo. São registradas em

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    papel próprio milimétrico, em que a magnitude horizontal representa a velocidade ou o tempo e a magnitudevertical representa a voltagem.

    No ECG a despolarização ou contração atrial é registrada pela onda P, o complexo QRS representa oimpulso elétrico que caminha do nódulo AV para as fibras de Purkinje e para as células miocárdicas, isto é acontração ventricular. Existe uma pausa após o complexo QRS que é o segmento ST. Este segmento é partehorizontal da linha de base entre o complexo QRS e a onda T. A onda T representa a repolarização ou

    relaxamento dos ventrículos que podem ser novamente estimulados.ProcedimentoPara realizar um ECG, colocam-se dispositivos (eletrodos) sobre a pele do paciente, em regiões predeterminadasdas extremidades superiores, inferiores e do tórax, obtendo-se as 12 derivações eletrocardiográficas: bipolares,monopolares e precordiais. Cada derivação mostra um aspecto da atividade cardíaca, porque o eletrodo permitecaptar a atividade elétrica do coração desde diferentes ângulos.· Eletrodos RA => Vermelho (BD)

    RL => Preto – Neutro (PD)LL => Verde (PE)LA => Amarelo (BE)V => Azul (Precordiais 

    Derivações EletrocadiográficasBipolares DI, DII, DIII:Constituem o triangulo de Einthoven.

    Nestas derivações, a corrente elétrica corre entre os pólos de registros, um positivo e outro negativo.Derivação DI => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e braço esquerdo (BE);Derivação DII => Os pólos de registro estão entre o braço direito (BD) e perna esquerda (PE);Derivação DIII => Os pólos de registro estão entre o braço esquerdo (BE) e perna esquerda (PE);

    Monopolares aVR, aVL e aVF:Existe apenas um pólo de registro sobre a pele, que é o pólo positivo. O pólo negativo é obtido pelos demaiseletrodos, formando um terra comum no eletrocardiógrafo.

    . aVR => Pólo positivo está no braço direito (BD);

    . aVL => Pólo positivo está no braço esquerdo (BE);

    . aVF => Pólo positivo está na perna esquerda (PE).

    Derivações Precordiais:Os eletrodos são colocados sobre o tórax do paciente que constituem o pólo positivo.

    . V1 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à direita do esterno;. V2 => Situa-se no 4º espaço intercostal, à esquerda do esterno;. V3 => Situa-se no 5º espaço intercostal, entre V2 e V4;. V4 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha médio-clavicular;. V5 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha anterior axilar;. V6 => Situa-se no 5º espaço intercostal, na linha média axilar

    Taquicardia SupraVentricular Paroxística 

    Fibrilação Atrial 

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    Flutter Atrial 

    Taquicardia Ventricular 

    Fibrilação Ventricular 

    Flutter Ventricular 

    Extra-sístole Ventricular 

    Isquemia Miocárdica 

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    Isquemia Miocárdica 

    CHOQUEA resposta orgânica a um agente traumático que origina o estado de choque talvez seja um dos mais

    perfeitos mecanismos de defesa e autopreservação. Diante de um agente lesivo, o organismo reage por um

    complexo mecanismo de defesa destinado a evidenciar os efeitos nocivos do trauma.Tentando compensar a primeira alteração circulatória do estado de choque - o hipofluxo tecidual-, oorganismo recorre a mecanismos sofisticados que permitem uma distribuição seletiva de sangue para diferentesórgãos da economia, e procede uma verdadeira "isquemia seletiva", de acordo com a importância de cada tecido.

    Assim, em áreas nobres, como os tecidos cerebral e cardíaco, não haverá vasoconstrição. Avasoconstrição com redução do fluxo sanguíneo surge, ao contrário, no tubo gastrintestinal, de modo que émantido um fluxo sanguíneo adequado aos órgãos nobres.

    ClassificaçãoO choque pode ser classificado em:

    Choque hipovolêmico;Choque cardiogênico;Choque toxêmico;Choque neurogênico.

    Os pacientes que desenvolvem choque passam tipicamente por três estágios:Estágio I - os pacientes neste estágio podem ser assintomáticos. Apresentam taquicardia e ligeira vasoconstriçãoperiférica.Estágio II - verifica-se queda de pressão sangüínea e hipoperfusão dos órgãos. O paciente mostra-se inquieto eagitado.Estágio III - os mecanismos compensadores falham, a pressão sangüínea diminui e surgem sinais dehipoperfusão dos órgãos terminais (queda na produção urinária, depressão do estado mental e pele fria epegajosa).

    Quadro clínicoAlteração do estado mental- variando entre ansiedade, agitação e apatia profunda;Pele fria e úmida, e sudorese;Palidez seguida de cianose;Respiração rápida e superficial;

    Débito urinário com oligúria ou anúria;Pulso filiforme e rápido;Temperatura hipoténnica;Pressão arterial com hipotensão.

    FisiopatologiaIndependentemente da causa do choque, os eventos fisiopatológicos e sua seqüência são

    semeU1antes.

    Choque hipovolêmicoInstala-se em conseqüência da redução do volume sangüíneo, sob a forma de perda de sangue total, de

    plasma ou líquido extracelular.Etiologias de base Hemorragia;Queimaduras;

    Perda insensível de água sem reposição adequada;Diarréia grave;Vômitos intensos;

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    fraturas múltiplas.Perdas rápidas de aproximadamente 30% do volume sangüíneo já determinam um choque

    hipovolêmico. Ao diminuir, o volume sangüíneo torna-se insuficiente para suprir os tecidos e o equilíbriocirculatório é rompido com a queda do débito cardíaco e da pressão arterial. Numa tentativa de compensação. Oorganismo lança mão de uma atividade adrenergética, dando lugar, então, a uma vasoconstrição e a umaisquemia no leito capilar.

    Choque cardiogênicoA taxa de mortalidade do choque cardiogênico permanece em nível elevado de 75%. Devido à sua

    importância, este item será discutido logo adiante, com maior detalhamento.

    Choque toxêmicoAparece mais freqüentemente após cirurgia ou traumatismo grave. É caracterizado por redução crítica

    no fluxo sangüíneo dos tecidos, devido a infecções graves, cujos agentes são, em geral, bactérias Gram-negativas portadoras de endotoxinas (Escherichia coli ou Pseudomonas).

    A liberação de toxinas na circulação favorece a hipóxia celular e desencadeia arritmias cardíacas,levando à falência do miocárdio.

    Choque neurogênicoCaracterizado por vasodilatação generalizada em virtude de lesões do sistema nervoso central

    (traumatismos cerebrais ou medulares) e medicamentos. Devido ao relaxamento dos vasos periféricos, há umaqueda de pressão arterial e do retorno venoso ao coração, diminuindo o débito cardíaco.

    Tratamento e Assistência de EnfermagemO paciente é colocado em posição de decúbito horizontal;Mantém-se acesso venoso para infusão de líquidos e medicamentos;Faz-se a oxigenação;Controla-se com rigor a PVC e a diurese;Alivia-se a dor e a ansiedade;Controlam-se constante e rigorosamente os sinais vitais;Observa-se e avalia-se o nível de consciência;Administram-se medicamentos em função do fator desencadeante do estado de choque.

    CARACTERIZAÇÃO DO CHOQUE CARDIOGÊNICOO choque cardiogênico pode ser definido como uma síndrome na qual há uma redução drástica do fluxo

    sangüíneo regional,