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vila brás | são leopoldo | novembro/2011 | edição 131 Páginas 10 e 11 Brassificados Menino sensibilizou moradores de outro município e ganhou mais do que esperava! Páginas 14 e 15 Que beijinho doce que ele tem Na Rua dos Beijos, casais da Vila recriam cenas marcantes do universo da fotografia Página 13 Páginas 7, 8 e 9 Jovens do Projeto Aceleração relatam como foi sua visita à Unisinos e o que viram por lá. Um olhar esperto Era uma vez... Quem nunca sonhou com um príncipe encantado? Confira como Dona Dorida encontrou o dela! enfoque DIENIFER CECCONELLO DANIELA FANTI ROBERTO FERRARI

Enfoque 131

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Page 1: Enfoque 131

vila brás | são leopoldo | novembro/2011 | edição 131

Páginas 10 e 11

Brassificados Menino sensibilizou moradores deoutro municípioe ganhou mais doque esperava!

Páginas 14 e 15

Que beijinho doceque ele tem Na Rua dos Beijos, casais da Vila recriam

cenas marcantes do universo da fotografiaPágina 13

Páginas 7, 8 e 9

Jovens do Projeto Aceleração relatam como foi sua visita à Unisinos e o que viram por lá.

Um olhar esperto

Era uma vez...Quem nunca sonhou com um príncipe encantado? Confira como Dona Dorida encontrou o dela! enfoque

DIENIFER CECCONELLO

DANIELA FAN

TIRO

BERTO FERRARI

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2 Coleção Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

enfoque

O Enfoque é um jornal direcionado aos moradores da Vila Brás, em São Leopoldo/RS. A produção é dos alunos das disciplinas de Redação Experimental em Jornal e Fotojornalismo do Curso de Jornalismo da Unisinos.

Fale conosco!

Confira quando circulam as próximas edições!

[REDAÇÃO] Orientação: professor Eduardo Veras. Monitoria: aluna Lílian Stein. Textos: alunos André Fröhlich Seewald, Dieines Fróis (edição),Dierli dos Santos, Eduardo Saueressig, Fernanda Brandt,Jaqueline Fernanda Silva de Loreto, Júlia Klein Caldas, Juliana de Brito, Liliana Egewarth, Lorena de Risse Ferreira, Marcelo Ferreira da Silva,Natália Barbosa Gaion, Natália Vitória de Oliveira Silva, Pablo Luis Furlanetto, Priscila Guimarães Corrêa Gomes, Renata Parisotto, Rita de Cassia Trindade, Thayná Candido de Almeida, Vitor de Arruda Pereira e Viviane Borba Bueno.

[FOTOGRAFIA] Orientação: professor Flávio Dutra. Monitoria: aluno André Ávila. Fotos: alunos Amanda Pereira, Angelo de Zorzi, Bruna Vargas, Bruna Silva, Daniela Sgrillo, Daniela Fanti, Dienifer Martins, Douglas Bonesso, Eduardo Mei-reles, Fernanda Estrella, Gabriela Nunes, Greice Nichele, Joane dos Santos, João Diego Dias, Lílian Stein, Lisiane Machado, Livia Saggin, Lucas Neto, Marília Dias, Marina Cardozo, Natacha Oliveira, Rafaela Kley, Renata Strapazzon, Roberto Ferrari, Samantha Gonçalves, Stéfanie Telles e Tamires Fonseca.

[ARTE] Projeto gráfico e diagramação realizadas pela equipe de jornalismo da Agência Experimental de Comunicação (Agexcom). Supervisão: professo-res Eduardo Veras e Thaís Furtado. Projeto gráfico: jornalista Marcelo Garcia. Diagramação: estagiário Marcelo Grisa.

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOSAv. Unisinos, 950, Bairro Cristo Rei - São Leopoldo/RSTelefone: (51) 3591 1122. E-mail: [email protected]: Marcelo Fernandes de Aquino. Vice-reitor: José Ivo Follmann. Pró-reitor Acadêmico: Pedro Gilberto Gomes. Pró-reitor de Administração: João Zani. Diretor da Unidade de Graduação: Gustavo Borba. Gerente de Bacharelados: Gustavo Fischer. Coordenador do Curso de Jornalismo: Edelberto Behs.

(51) 3590 8463 / 3590 8466

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17/9 11/1115/10130 131

[email protected]

Av. Unisinos, 950 - Agexcom/Área 3 - São Leopoldo/RS

Carta ao leitor

Fã desde a primeira edição do Enfoque

O Enfoque chega à última edição de 2011. É tempo de fazer um balanço do que aconteceu. Desde o primeiro nú-mero do jornal, em 2004, muitas histórias já foram contadas por aqui. O Enfoque, produzido por alu-nos do curso de Jornalismo da Unisinos, quer conversar bem de perto com os moradores da Vila Brás.

Nós, do Enfoque, ficamos animados com a ideia de que, de alguma forma, nossa atividade possa cooperar para a comunicação do pessoal da vila. Uma das maiores satisfações que temos, tra-tada nas páginas 7, 8 e 9 desta edição, é a mudança de foco que nossa turma buscou na parceria com jovens estudan-tes da Brás. Hoje, com sorte, eles têm outras perspectivas para o próprio futuro.

Outro ponto que vale ser destacado neste semestre é o que chamamos de “editoria que deu certo”. Nas três visitas feitas à vila no segundo semestre de 2011, pudemos ob-servar o quanto funciona a seção dos Brassificados. Todos que participaram de certa maneira se identificaram com os alunos da Unisinos. A aceitação da coluna foi maior a cada edição. O pessoal se mostrou mais e mais receptivo e disposto. Abordava a equipe do Enfoque na rua e queria saber como participar.

Há um diferencial nesta edição: poemas e haikais, ver-sos de origem japonesa que valorizam a precisão e a ob-jetividade. Os pequenos textos reproduzidos ao longo do Enfoque (um deles aí em cima) são de Arnaldo Antunes, músico, poeta, compositor, ex-integrante dos Titãs e dos Tribalistas, e do curitibano Paulo Leminski Filho, falecido em junho de 1989, importante escritor, poeta e tradutor.

PRISCILA GOMES (Texto)TAMIRES FONSECA (Foto)

Em cada uma das três pastas, existe uma pilha de edições do jornal Enfoque Vila Brás.

Essa é a coleção de Neusa Egger da Silva, 40 anos. Um dos seus passa-tempos favoritos é ler o veículo e guardar os volumes de recordação. A leitura até recebe um lugar espe-cial: o seu quarto. “Gosto de folhe-ar o impresso na cama. Depois, eu o guardo, pois as reportagens me remetem a diversas lembranças e, ainda, me permitem acompanhar as mudanças do local que eu vivo há 25 anos”, sublinha.

Neusa acompanhou o início do projeto em 2004. Na época, ela ocupava o cargo de presidente do Conselho Fiscal da Associação de Moradores. “Quando a Unisinos apresentou a ideia, achei ótima! A partir de então, a cara da vila co-meçou a mudar”, ressalta.

Segundo ela, o local era co-nhecido apenas pela violência. “Se falássemos que moravamos na Brás ficava complicado até para conseguir emprego, por exemplo”, lembra. Neusa conta que quando os alunos de Jornalismo da Uni-sinos começaram a pisar no local em busca de histórias, a realidade se tornou outra. “O jornal come-çou a destacar as coisas boas que acontecem aqui. Com ele, a comu-nidade pôde conhecer as belezas, os projetos e as pessoas maravi-lhosas que vivem na localidade. Certamente, o veículo ajudou a

A moradora diz que o veículo ajudou a mudar a visão que muitos tinham da vila

Neusa, que acompanhou o surgimento do projeto na Vila Brás, guarda todas publicações do jornal

A voz da VilaNo começo, o jornal Enfoque

era produzido por estudantes de Jornalismo da Unisinos dentro do campus da própria universi-dade, em São Leopoldo. Para produzir textos e fotografias, os alunos não saíam para as ruas. Em 2004, isso mudou radicalmente. As turmas pas-saram a se deslocar até a Vila Brás. O objetivo, agora, se tornara outro: levar infor-mação e entretenimento aos moradores da vila, va-lorizar seus feitos, suas histórias e seus projetos, assim como acompanhar suas bandei-ras e reclamações.

A primeira edição nesse formato, ainda em preto e branco, foi vei-culada em setembro daquele ano. A manchete apresentava famílias em que as mulheres, sozinhas, tinham assumido o sustento dos filhos. A matéria contava histórias como as de Adriana da Rosa, que com 27 anos tinha a missão de não deixar faltar comida para suas seis crianças. Ela era uma mãe cheia esperança e sonhos. O impresso também des-tacou a luta de Fagner Gonçalves, de 15 anos, para se tornar famoso jogador de futebol. Na época, o jovem praticava o esporte no projeto Genoma Colorado, um núcleo de uma escolinha do Internacional.

Desde então, 44 publicações sobre a Vila Brás já foram distri-buídas gratuitamente para a comunidade.

mudar a visão que muitos tinham da vila”, destaca.

Como hoje Neusa trabalha no Serviço Municipal de Água e Es-gotos (Semae), que fica no centro de São Leopoldo, ela lê o Enfoque para se manter informada sobre os fatos que ocorrem na Brás. “Até levo ele para mostrar para os meus

colegas de trabalho”, diz. A filha Giovana Egger da Sil-

va, seis anos, já quis pegar os jornais da mãe para brincar de cortar as letras. “Não deixei. Em troca, dei uma revista para ela. Na minha coleção não pode me-xer. Sou fã do Enfoque”, conta com risadas.

“ “Escrevia no espaço.Hoje, grafo no tempo,

na pele, na palma, na pétala,

luz do momento

Paulo Leminski

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JúLIA kLEIN (Texto)MARINA CARDOzO (Fotos)

Há pouco mais de um mês, Valdoci Costa Domingues, 40 anos, trocou o trabalho informal para abrir seu próprio negócio.

Profissional com experiência no ramo metalúr-gico e alguns contatos na área, Valdoci recebe os fragmentos metálicos para lixar, polir e colar pedrinhas de strass. As peças metálicas são, em sua maioria, fechos de bolsas e casacos, tachi-nhas de roupas e calçados, enfim, diversos ade-reços que compõem acessórios do vestuário.

O recente empreendimento chama-se Strass & Cia, e a tendência é de que o trabalho aumente em função do final de ano. “Nosso foco é colar as pedrinhas de strass nas peças de metal. As pessoas não valorizam muito isso, só notam mesmo quando cai a pedrinha do produto que compraram”, comenta o ex-me-talúrgico. Falando nisso, a própria esposa de Valdoci, Elisângela Domingues, comprou uma bolsa que incluía um detalhe com pedrinhas coladas por eles. “Quando ela chegou em casa, veio toda faceira mostrar a bolsa. Foi compra-da aqui pertinho, no Centro, e reconhecemos o fecho. Deu orgulho ver nosso trabalho na rua!”, conta o novo empresário da Brás.

Atualmente, 15 pessoas trabalham com Valdoci, e cerca de 15 mil peças são prepara-das diariamente. Após a colagem das pedri-nhas, os metais vão para uma estufa, onde ficam em torno de três horas, aguardando a secagem. Terminado o processo, as peças me-tálicas são embaladas e enviadas de volta para a metalúrgica, onde recebem um tratamento final. Nívea Camargo, 35 anos, é vizinha e ami-ga da família. E agora, também faz parte da Strass & Cia. “Estou conseguindo uma renda extra e ainda trabalho pertinho de casa, está sendo muito bom”, entusiasma-se.

Sobre trocar os bicos ou o emprego for-mal pelo trabalho em casa, Valdoci não pensa duas vezes: prefere a nova empreitada. “Estou muito contente por trabalhar em casa, porque além de dar oportunidade para pessoas da família, tenho liberdade para fazer outras coi-sas, sair para resolver problemas, manter um contato maior com meus filhos. Agora sou eu quem cuida do meu nariz”, finaliza.

3Gente que fazEnfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

Marina Lessa, 47 anos, fa-brica e comercializa produtos de limpeza. Ela mesma mistura os produtos químicos, criando uma variada combinação de co-res. Todos os produtos são se-melhantes aos oferecidos nos supermercados. A vantagem é o valor: alguns chegam a custar quatro vezes menos no carrinho de dona Marina.

Há cinco anos nesse ramo, a comerciante diz que abandonou a profissão de confeiteira em fun-ção de problemas de saúde. Hoje, Marina percorre toda a Vila Brás e atende aproximadamente 400 clientes por mês. “Tem gente que me liga para fazer pedido de pro-duto quando eu não passo aqui. Só não venho nos dias de chuva”, diz.

Fique atento: o carrinho de dona Marina percorre a Vila aos sábados e às quarta-feiras, du-rante o dia todo.

Clientela fiel

Fabricados na Vila, produtos de limpeza são vendidos a preços inferiores aos do mercado

Montando o próprio negócioValdoci Domingues deixou os bicos na indústria metalúrgica para se dedicar ao acabamento de pequenas peças de metal

Com ajuda de um palito de dente, Valdoci Domingues, seus parentes e vizinhos colam strass em peças de metal para bolsas

“ “O melhor tambémacontece

Arnaldo Antunes

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Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011Gente que faz4

Empreendedorismo nos negócios e na vida Nova lancheria na Leopoldo Wasun: a coragem de quem decide ir por caminhos diferentes

MARCELO FERREIRA (Texto)STéFANIE TELLES (Foto)

“Mudar é bom. Temos sem-pre que correr atrás do que queremos.” A frase

de Carla Mercedes Lopes Thambourinde-guy, 49 anos, traz muito mais informação do que, à primeira vista, pode parecer. Ao deixar para trás o Brechó da Tia Carla e abrir a Lancheria Tobýss, a moradora en-cara o desafio de crescer sem medo do imprevisto e da novidade – ingredientes básicos tanto para o empreendedorismo quanto para a vida.

Carla tem uma história marcada por mudanças. Ao falar da mais nova lanche-ria da Avenida Leopoldo Wasun, número 17, recorda-se dos muitos anos traba-lhados como cozinheira em empresas e restaurantes, além dos doces e salgados para festinhas de aniversário que fazia. Conheceu o marido, Lauro Osvaldo Viei-ra, nos bailes do Gigante do Vale. Após muitas quartas-feiras namorando no sofá, casaram-se. Isso há seis anos, quando ela então se tornou moradora da Vila Brás e decidiu, em comum acordo com Osvaldo, abrir o brechó.

A virada nos negócios da família é estratégica. “Hoje existem muitos bre-chós na Brás. Tem lugar para todos sim, mas, como sou muito organizada, acabei cansando de ter que arrumar as roupas todo o dia”, conta Carla. “Adoro cozinhar

e, agora no verão, o movimento da lan-cheria vai ser bom, vamos abrir de se-gunda a segunda, das oito da manhã à uma da madrugada.”

Devido ao horário estendido, Carla conta que a Lancheria Tobýss vai ser um

negócio em família. “O marido vai ajudar depois do trabalho. Os filhos também po-dem pegar junto”, revela, com um sorriso no rosto e a felicidade de quem olha para o seu futuro e o da Vila Brás com entusias-mo e visualizando boas perspectivas.

Carla prepara um sorvete nos últimos dias de funcionamento do brechó

LILIANA EGEwARTh (Texto)NATAChA OLIVEIRA (Foto)

Todo o sábado é dia de encontro de violas. Na verdade um conjunto de pessoas se reúne para realizar esse evento que acontece em vários lugares de São Leopoldo, inclusive no Bar da dona Salete, na Vila Brás.

Salete Batista, 46 anos diz que a festa começa geralmente ao meio-dia e segue até às 22h. Segundo ela, esse horário vem sendo rigorosa-mente seguido, pois não incomoda os vizinhos. Dona Salete não cobra entrada das pessoas que querem participar ou dos que querem assistir às apresentações. Essa é uma forma de promover as duplas e também o local onde está ocorrendo o evento. Geralmente 25 duplas de violeiros cantam e tocam. “Nos encontros de violas não acontece nenhuma briga. Serve para que as pessoas se divir-tam e também para cultivar a tradi-ção”, complementa.

Salete ressalta que quem co-meçou com a idéia de grupo de violeiros foi Sidnei Lima. Ele faz a apresentação das duplas antes dos shows e também, coloca as apare-lhagens de som.

Para Dinorá Alkinson, que gos-ta muito dos bailes promovidos na vila, é um momento de descontra-ção para os moradores. “Gosto de olhar eles tocando, mas gosto tam-bém de dançar quando tenho um par”, complementa.

João Nunes, companheiro de Sidnei, costuma ajudar a colocar as aparelhagens e a organizar os shows. Segundo ele, que gosta apenas de cantar musicas tradicionalistas e tam-bém modas sertanejas, essa se torna uma oportunidade para ver os ami-gos reunidos e cantando. “Se apare-cer alguém aqui, que saiba cantar, já saio cantando junto”, brinca ele.

Dona Salete, mãe de quatro fi-lhos diz que todos vão até seu bar participar dos eventos que ela e seus parceiros promovem. Bastan-te orgulhosa, ela gosta de ver essa participação dos filhos, vizinhos e amigos, além deles, gosta de ver a casa cheia, com uma média de 60 a 70 pessoas prestigiando os eventos.

MARCELO FERREIRA (Texto)PABLO FURLANETTO (Texto)

Na última ida à Vila Brás, conversamos com Claudimir Schütze e Antônio Vanderlei Müller, presidente e diretor de eventos da Associação de Moradores, respectivamente. Na ocasião, eles nos contaram “segredos” sobre a organização da festa de 30 anos, que ocorreu no dia 24 de setem-bro. Confira algumas das curiosidades e dificulda-des que eles viveram para tornar a festa da cuca e da linguiça um sucesso:

l Foram calculadas 400 gramas de linguiça por pessoa. A compra foi consignada (quando se paga somente pelo que foi consumido). Dos 110 quilos comprados, 64 foram consumidos e 44 devolvi-dos ao fornecedor, que é de Lomba Grande. O va-lor pago foi de R$ 11 o quilo. A consignação só foi possível porque Schütze e Müller são, segundo o fornecedor, pessoas honestas. Ele disse: “Ho-mem, conhecemos no andar”;l A compra das bebidas também foi consignada. Foram consumidas 20 caixas de cerveja;l Sobraram seis cucas, que foram vendidas a preço de custo;l Como a venda dos ingressos era feita boca a boca, havia a previsão de 90 bilhetes vendidos. Na hora, 76 foram comprados. Uma ficha valia para duas pessoas;l A banda que, a princípio, iria tocar cancelou o show 10 dias antes do evento. Foi preciso correr atrás de outro conjunto, a banda Veneza;l A mãe do Antônio, diretor de eventos, passou o sábado todo fazendo o pão de milho da festa;l Quem fez as conservas foi o diretor de eventos e sua mulher, Gleri. Exceto o pepino, que já foi comprado pronto;l Na compra dos copos plásticos, foi possível economizar muito. O cento que seria comprado por R$ 11 custava R$ 4,50 na Feitoria;l A filha do Antônio, diretor de eventos, come-çou a trabalhar na organização da festa às 8h de sábado e só parou às 6h de domingo;l Maicon Müller foi o designer dos convites. Só teve um problema. A primeira banda cancelou o show 10 dias antes e, assim, o garoto teve que refazer cartões novos com o nome da Veneza;l Aos 45 do segundo tempo: na manhã do sábado, Schütze e Müller foram buscar os bancos que se-riam emprestados pela igreja. Na hora, ficaram sa-bendo que haveria um casamento e, assim, a igreja não poderia emprestá-los. Na Associação, havia apenas bancos para 65 pessoas. Os organizadores conseguiram em outro local os assentos que falta-vam. Também, uma hora antes da festa foi detec-tado que faltariam talheres. Uma das caixas havia sumido. Mesmo com o empréstimo da escola e de moradores, os organizadores tiveram que comprar mais. Ironia: no fim das contas, a caixa reapareceu.

João gosta mesmo é de cantarmúsicas tradicionalistas

Encontro de violas

Aquilo que você não viu

“ “Vozes a maisvozes a menos

a máquina em nósque gera provérbios

é a mesma que faz poemas,somas com vida própria

que podem mais que podemos

Paulo Leminski

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Meninas, desde cedo, trabalhadoras

5InfânciaEnfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

As duas irmãs, de nove e 10 anos, já têm uma profissão: são recicladoras.No meio do caminho, o trabalho acaba virando brincadeira, afinal, são crianças

LORENA RISSE (Texto)LUCAS PORTAL (Fotos)

O sábado é geralmente um dia de des-canso para muita gente. É o dia em que todo mundo está em casa para

conversar, passar o final de semana junto e se preparar para a próxima semana. Mas, em alguns casos, não é isso que acontece. Em um sábado de visita à Vila Brás, avistei de longe uma menina com um carrinho de ferro cheio de papelão, trabalhando no meio-fio.

Aos nove anos, Joana* trabalha ao lado da irmã Jaqueline*, três dias por semana, para ajudar em casa. Cata papelão, garrafas PET, latinhas e outros materiais recicláveis. Chegam em casa, classificam o que foi arre-cadado, montam fardos e depois vendem. Do processo todo, tiram de R$4 a R$6, de-pendendo de quanto conseguirem pegar na rua e vender.

As duas irmãs estão na terceira série do Ensino Fundamental da Escola Municipal Pa-dre Orestes João Stragliotto. A mais nova, Jo-ana, diz que é boa em matemática, ganhou até uma medalha de honra ao mérito pelo bom desempenho. Já Jaqueline, 10 anos, confessa que tem muita dificuldade em Por-tuguês e que ainda não sabe ler: “Eu sei as letras, conheço elas, mas não sei juntar, não sei ler a palavra”. Essa realidade é a de muitos brasileirinhos que precisam trabalhar para ajudar os pais com a despesa da casa. Pou-cos sabem que isso é contra a Constituição brasileira, que é clara: menores de 16 anos são proibidos de trabalhar. Aos adolescentes de 14 e 15 anos que precisam de um ofício, é permitido é o trabalho como aprendiz.

De acordo com dados da PNAD 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-lios), existem no Rio Grande do Sul cerca de 1.670.000 crianças entre 5 e 14 anos. Des-sas, 74.000 são classificadas como ocupadas. Esse número representa 4% da população gaúcha que, assim como as irmãs Joana e Jaqueline, assumem responsabilidades de gente grande.

Mesmo com a avenida inteira por ser percorrida, as meninas reservaram um pou-co do seu tempo para sentar e conversar. Foi assim que descobri que as duas vivem hoje separadas, uma com a tia, e a outra com os avós – os pais não moram no Estado. Mesmo com as dificuldades, gostam muito do que fazem, afinal podem ajudar a família. “A coi-sa mais boa é trabalhar. A gente tem o nosso dinheirinho”, diz Jaqueline.

A rotina das duas começa cedo, às 5h da manhã, quando acompanham a tia na venda de balas. A escola é frequentada no horá-rio da tarde, entre o Balanço Geral, quando saem de casa, e a Malhação, quando vol-tam. Gostam de brincar de pular corda e de esconde-esconde. Passam o dia juntas, mas, nos sonhos, as duas preferem caminhos se-parados, uma quer voltar a morar com a mãe e ser professora, a outra prefere ficar como está e seguir com a reciclagem. Sonhos que ainda podem mudar assim como os de qual-quer criança.

Nos pés, o retrato do esforço que as pequenas fazem para ganhar seu dinheiro no final do dia. Amoras divertem e pintam as mãos das duas meninas, revigorando e tornando o trabalho mais divertido

“Tão doce, tão cedotão já

tudo de novo vira recomeço

Paulo Leminski

Page 6: Enfoque 131

6 Onde eu moro Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

VIVIANE BUENO (Texto)JOANE GARCIA (Foto)

O sol já tinha se posto no dia 5 de ou-tubro quando se iniciaram as primeiras labaredas. Naquela noite, os moradores da Rua 26, na Vila Brás, nada puderam fazer para impedir que o fogo consu-misse a casa de Valmir da Silva Peixoto, 41 anos, popularmente conhecido por Tatu. Por sorte, o pai de família, a espo-sa, Adriana Pereira Vargas, 33 anos, e os dois filhos, Matheus Vargas, quatro, e Jean Vargas, 14, não estavam em casa. As únicas coisas poupadas pelo incêndio foram a cadeira de rodas de Valmir, um fogão e um aparelho de televisão.

Cadeirante há sete anos (ao pular em uma piscina, teve a coluna lesiona-da, Valmir depende da ajuda de vizinhos e parentes para poder se reerguer. Da casa de alvenaria que tinha cinco peças e garagem, só restaram os pedaços de tijolos e um muro que revelam o quan-to aquele local foi devastado pelo fogo, consequência de um curto circuito. Val-mir já procurou a ajuda da Prefeitura de

São Leopoldo e já falou com integrantes da Defesa Civil, mas nenhuma notícia foi animadora.

A esperança que ele tenta enxergar vem da ONG Uma Nova Visão Social (NVS), que está fazendo promoções para arrecadar materiais de construção para seu novo lar. Sem ter onde morar, a so-lução foi procurar o filho mais velho, em uma residência, na Rua 24.

“Também estou organizando a rifa de uma bicicleta que me foi doada. É a ma-neira de tentar reconstruir minha casa”, declara Valmir.

Com sérios problemas de saúde, só neste ano Valmir já foi internado cinco vezes. Além do fato de depender de uma cadeira de rodas para se locomover, as dificuldades decorrentes da diabetes, aliada a uma anemia, tornam a sua vida ainda mais necessitada de atenção e cui-dados médicos.

“Pela quantidade de moradores exis-tentes na Brás, se cada um doar R$ 1 con-seguiremos reconstruir a casa de Valmir”, estima o integrante da ONG NVS, Bruno Garcia, mais conhecido por Laranjinha.

Dois meses de obras paradas

EDUARDO SAUERESSIG (Texto)ÂNGELO DE zORzI (Foto)

No início da construção das residências populares na Vila Brás, eram esperadas 150

moradias, com um valor de investi-mento em torno de R$ 1,8 milhão. A promessa da prefeitura de São Leopol-do animou muitas famílias da vila, que seriam logo realocadas, e passariam a ter uma boa moradia em um curto es-paço de tempo. Mas, segundo o segu-rança da obra, a paralisação nas obras

está trazendo revolta a população. Em contrapartida, a prefeitura tem moti-vos para o atraso, mas reitera que as obras não estão paradas.

Alguns moradores da comuni-dade, preocupados com o atraso, che-gam a pressionar o guarda. “Os mora-dores vem aqui e reclamam para mim, mas eu não posso fazer nada, é com a prefeitura”, confessa Arione Correa da Silva, encarregado da segurança.

Arione diz que esse sentimento de espera e incertezas faz algumas pessoas cometerem atos de rebeldia

e violência. “Durante a noite eles vêm aqui e quebram vidros, chutam coisas, e quando nos veem, reclamam e man-dam agente fazer o trabalho andar.”

Segundo a secretária Municipal de

Habitação, Isabella da Costa Albrecht, as obras não estão paradas.

O atraso ocorreu, de acordo com a realocação das famílias que tiveram que sair de suas casas, após a con-strução do Trensurb na vila. “Tivemos que fazer várias casas rapidamente, e realocar algumas famílias que foram transferidas de residência, agora esta-mos terminando de arrumar o terreno e prepará-lo para a construção do res-tante das casas.” A prefeitura tem um novo prazo para a construção total da habitação: março de 2012.

Atraso na construção de casas populares revolta a comunidade

Obras devem ser finalizadas

até março de 2012 segundo a

prefeitura

Matheus, quatro anos, brinca nos destroços que um dia foram sua casa, na Rua 26

Sobre a ONGAs atividades da ONG NVS têm previsão para se inicia-

rem ainda neste mês de novembro, na sede localizada na Avenida Leopoldo Wasun, 1166. Com o intuito de ajudar pessoas com alguma deficiência física, a NVS contará com palestras, telecentro e doações, por meio de parcerias, de cadeiras de rodas e bengalas. “Vamos ajudar o Valmir a atravessar esse momento difícil. Ele sempre foi uma pes-soa solidária e agora é ele que depende da solidariedade das pessoas”, conclui Bruno Garcia.

Casas popularesAs unidades habitacionais

terão 42 metros quadrados cada, distribuídos em sala, cozinha, banheiro e dois quartos. Ao fim das atividades, 54 casas estarão disponíveis para a comunidade da vila. “ “O que se

quer se deixa querer

Arnaldo Antunes

Contatos para quemdesejar ajudar Valmir:

l Rua 24, nº 238 l E-mail: [email protected] Telefone: 9426.9789

À espera de um novo lar

Page 7: Enfoque 131

Mãos à obraEnfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011 7

De olho no futuro

ANDRé SEEwALD (Texto)DIERLI SANTOS (Texto)JULIANA DE BRITO (Texto)MARCELO GARCIA (Fotos)

Dando continuidade à parceria com a Es-cola João Goulart, o Enfoque convidou um grupo de alunos do projeto Seguindo

em Frente (Aceleração) para visitar a Unisinos, na terça-feira, dia 11 de outubro. O objetivo era apresentar novas perspectivas profissionais para esses jovens. Durante uma tarde, eles puderam conhecer diferentes áreas de conhecimento: Jornalismo, Engenharia e Educação Física.

Os visitantes foram acompanhados por al-guns repórteres que produzem o Enfoque e pelas professoras da escola, Renata Garcia Mar-ques e Juliana Fogaça. Os estudantes puderam conhecer a TV Unisinos e a Rádio Unisinos, um laboratório de Engenharia Mecânica e o Com-plexo Desportivo.

Na mesma semana, foi realizada uma ativi-dade prática na Associação de moradores da Vila Brás, onde os alunos foram convidados à contar suas impressões sobre a visita. Os relatos e o en-tusiasmo do grupo demonstram que a iniciativa foi bem sucedida. O resultado você confere nas páginas 8 e 9.

Visita à Unisinos possibilita o encontro com diferentes áreas profissionais

Alunos da Escola João Goulart conhecem o

Complexo Desportivo da universidade

Segue

Page 8: Enfoque 131

Mãos à obra Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 20118

Novos sonhosPOR ANA PAULA DOS SANTOS

A visita à Unisinos foi importante para os alunos da Escola João Goulart pensarem mais sobre o futuro. Primeiro, conhec-

emos o estúdio da TV e o da Rádio Unisinos. Nunca imaginei que por trás de uma imagem precisasse de tantos profissionais, tantas salas para fazer com que a imagem chegue até nos-sas casas. Na Rádio, também é preciso de mui-tas pessoas, umas para fazer redação, outras para montar as músicas de fundo e os áudios e outras para a locução.

Também conhecemos a parte de Engenha-ria Mecânica. Vimos os equipamentos, as fer-ramentas e as peças que os próprios alunos construíram em aula. Estavam bem feitas, e também foi legal ver que alguns colegas se in-teressaram por Engenharia Mecânica.

Fomos para a Área de Esportes. Lá ficamos pou-co tempo, mas deu para conhecer todo o espaço, que, por sinal, é bem grande. Todas as áreas que conhecemos na Unisinos são bem organizadas.

Após essa visita, mudei bastante minha ide-ia sobre meu futuro. Espero poder cursar uma graduação na Unisinos e trabalhar lá também. Com certeza, foi muito importante passar uma tarde na universidade. Gostei e espero que pos-samos voltar mais vezes.

TV Unisinos e Engenharia MecânicaPOR LUANE SOARES EÂNDERSON RODRIGUES

Na Unisinos conhece-mos quatro áreas: tele-visão, rádio, Engenharia

Mecânica e Complexo Desporti-vo. A TV e a Engenharia foram as que mais nos interessaram.

Na TV Unisinos, descobrimos coisas novas e superlegais. Antes

de conhecer o funcionamento da TV, pensávamos que não exis-tia tanta gente envolvida no tra-balho. É tudo muito complexo. Descobrimos que não existe só o estúdio, onde são gravados e apresentados os programas, mas há várias salas para ajustar o som e a imagem. Os efeitos visuais e tudo que vimos lá nos impressionaram. É uma área

muito legal.Na Engenharia Mecânica,

conhecemos a parte da criação de peças e algumas das máqui-nas usadas nesta área. Fomos instruídos por um laboratorista da Unisinos. Entre as peças cria-das pelos alunos, vimos bicicle-tas e jipes.

O instrutor nos explicou que, para criar uma peça, é

preciso fazer muitos cálculos, não simplesmente acionar uma máquina. Para criar qualquer coisa, eles devem calcular o peso e o impacto que a peça será capaz de suportar, por ex-emplo. Também nos foi apre-sentada a produção de uma peça por meio de um torno au-tomatizado. Por isso, essa foi uma área que nos interessou.

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Mãos à obra 9Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

RádioUnisinos

Esportes

POR ELISMARA BONATO E LUANA PATRíCIA ESPER

Em uma visita à Unisinos vimos várias profissões importantes. As funções que conhecemos na Rádio Unisinos foram as que mais nos interessaram.

Entendemos que na rádio se divulgam notícias, músicas, entre-vistas e muita cultura para os ouvintes.

Quando fizemos a visita, não imaginávamos que é um pouco com-plicado trabalhar lá. Sinceramente, achamos muito legal a profissão de jornalismo, pois parece ser muito bom saber de pessoas e coisas interessantes que acontecem no nosso Rio Grande do Sul.

Eu, particularmente, escuto o Boogie Night. Este programa apre-senta a cultura musical, principalmente do rock ‘n roll, que, para mim, é o melhor estilo musical que existe.

“ “Tudo é vago e muito vário,meu destino não tem siso,

o que eu quero não tem preço,ter um preço é necessário,

e nada disso é preciso

Paulo Leminski

POR RODRIGO DOS SANTOS

Na terça-feira, 11 de outubro, fizemos, eu e meus colegas, uma visita à Unisinos, onde aprendemos muitas coisas. Me iden-tifiquei mais com o Complexo Desportivo, um lugar muito

grande e bonito, que tem de tudo. Já tinha ido algumas vezes lá para competir e, graças a Deus, fui bem. Gostei de todas as vezes em que participei, e gostaria de participar mais.

Foi dito que a pista de atletismo foi considerada a maior pista da América Latina. Lá são feitas várias modalidades de corrida, assim como outros tipos de esporte de arremessos e lançamentos.

Como esportista, foi legal e, como universitário, também deve ser, pois tem toda aquela estrutura que vimos e um espaço que uma universidade deve ter.

Novas possibilidadesPOR LUANE SOARES

Na visita à Unisinos, descobri uma área que achei muito interessante: a televisão. Foi uma descoberta que me deixou com uma opção a mais para meu fu-

turo. Apesar de hoje estar decidida a cursar Enfermagem, o Jornalismo foi algo que me interessou muito.

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10 Perfil Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

JAQUELINE LORETO (Texto)DIENIFER CECCONELLO (Foto)

Em uma terra distante, na-tiva e com florestas densas, havia uma jovem princesa que sonhava em encontrar alguém para se unir e construir seu próprio castelo.

Em um reino distante, há al-gumas léguas de distância, se en-contrava o jovem príncipe Danilo Flores, que com seus 22 anos foi participar de uma competição no condado de Alecrim, onde vivia a nossa princesa, Dorida da Rosa.

Os dois irmãos de Dorida lu-taram bravamente no torneio de bola e, durante a prova, co-nheceram o jovem valente que batalhava do lado oposto. Per-ceberam que, ele além de forte, era um brilhante cavalheiro e o chamaram para o baile real que aconteceria no império, afinal, já estava em tempo de sua irmã co-nhecer alguém para casar.

Na festa, os dois se escontraram e foi amor à primeira vista. Como manda o figurino, o príncipe de-veria pedir o consentimento do rei para poder namorar sua amada.

– Eu lhe darei permissão para ficar com minha filha, jovem nobre, mas terás que partilhar desse amor somente neste terri-tório. Casarás e construirás uma nova família nesta terra – procla-mou o pai da moça.

Nosso moço, mesmo não aceitando totalmente a impo-sição feita pelo rei, casou-se com Dorida, e por um tempo ficou vivendo entre sua região e a de sua esposa. Cansado das viagens e da saudade que sen-tia, Danilo Flores propôs que partissem para onde sopravam ventos distintos e onde o verde é mais verde.

Assim o fizeram, viajaram pelos campos e morros, cruza-ram por colônias e povoações. No entanto, o que encontraram não servia para erguer a moradia prometida.

Ao chegarem à região co-nhecida por Vila Brás, se ins-talou e levantou os muros de seu palácio.

Do matrimônio, tiveram três herdeiros para o trono: Rogério, hoje com 35 anos, Maurici, 33, e Giovani, 30. Hoje a rainha cuida da propriedade enquanto o rei trabalha para manter a ordem e

a prosperidade do palácio. Para chegar até o seu destino, Danilo Flores utiliza uma carruagem es-pecial que o leva e o traz no final da aurora.

No tempo em que fica so-zinha Dorida tem a companhia de um ou mais netos que, se-guidamente, estão presentes para cumprir os afazeres ne-

cessários. Aliás, justamente por causa dos pequenos no-bres, o palácio sofrerá algu-mas reformas para aumentar o espaço e dar maior comodida-de aos futuros reis e rainhas.

Ao olhar para trás e perceber que não ficou um arrependimen-to, a rainha Dorida diz para seu amado: “Não imagino minha vida

sem você.” Ele responde: “Eu não penso em viver sem ti.”.

E eles viveram felizes para sempre? Não, eles continuam vivendo a felicidade que a his-tória ensina, passando por obs-táculos e dificuldades, enfren-tando o que vier pela frente de cabeça erguida e sem desistir dos sonhos.

Era uma vez... ...na Vila BrásN ão é preciso coroas e espadas, tampouco

elfos e duendes para que sua história vire um conto fantástico. Basta um pouquinho

de imaginação e criatividade para que a maioria dos fatos pareça tão especial quanto uma lenda dessas que têm um final encantador. É o caso, por exemplo, do encontro entre Dorida e Danilo, casal que vive na Brás como se fossem rei e rainha.

Outra história que você vai ler aqui é a de Alcides

e seu fiel companheiro, o neto Maicon, que catam minhocas para pescar no Sinos.

Por fim, você tem a chance de acompanhar a história de Joana. Quando a equipe do Enfoque chegou em sua rua, quatro amigas tomavam chimarrão e conversavam sobre a vida. Uma delas chamou a atenção pelo seu olhar. Aparentemente queria dizer alguma coisa. E disse. Revisitou os episódios marcantes dos seus 67 anos de vida.

O casal Dorida da Rosa Flores e Danilo Flores enfrentou obstáculos e hoje vive feliz em seu reino

Um conto de fadas na vida real

“ “As coisas não começam com um contonem acabam

com um

Paulo Leminski

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11PerfilEnfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

Era uma vez... ...na Vila Brás

Meu nome é Joana Franco dos Santos. Nasci no dia 24 de junho de 1944, em Mata, mu-nicípio que depois passou a ser São Vicente. Fica próximo a Santa Maria. Acho que é Rio Grande do Sul, perto de Itaqui.

Quando tinha 10 anos, eu, minha mãe e dois irmãos fomos de trem para Colônia Vitória, em Santo Ângelo. Ficamos lá por cinco anos. Morávamos na roça. Depois, fomos para Guarani das Mis-sões, e, após, sozinha, fui para Santo Ângelo. Nessa ci-dade, morei por 15 anos, tra-balhando como doméstica.

Tenho duas filhas. Uma nasceu em Mato Queimado, município de Caibaté. Seu nome é Neusa Maria dos Santos, tem 43 anos e mora

em Novo Hamburgo. A ou-tra também nasceu em Mato Queimado. Se chama Ma-ria Cleonice, tem 37 anos e mora em Cerro Largo.

Vim para São Leopoldo quando minha filha mais ve-lha engravidou do primeiro filho, Tiago Eduardo Limber-gue. Isso, há 24 anos. Quan-do ele tinha nove anos, me mudei para a Vila Brás.

Hoje, ajudo minha filha. Tenho uma neta doente e que precisa de cuidados. Vou até Canudos durante a sema-na. Pego dois ônibus para ir e dois para voltar.

O fim de semana é para ficar com as vizinhas. Graças a Deus, morei sozinha a vida inteira, eu e Deus.

Acho que agora, nesta mi-

nha idade, não tenho mais muito que pensar. Não con-sigo descansar. Preciso pagar as contas. Assim, desanimo. São muitas coisas para fazer.

Creio que sou feliz. To-dos os dias vou para a igre-ja, faça chuva ou faça sol. Lá encontro a minha felicidade. Vivendo sozinha, na igreja encontro paz. Antes, tive uns momentos difíceis. Aconte-ceram tantas coisas, só Deus para saber. Hoje sou feliz.

Daqui para frente é a igreja e eu, não tenho mais o que fazer.

Dona Joana tem a igreja como companheira

“Daqui pra frente é eu e Deus”

NATáLIA VITóRIA (Texto)BRUNA SANTOS (Foto)

Sábado, 10 da manhã, um senhor e uma criança catam min-hocas num terreno cheio de mato, barro e lixo. O motivo? Precisam das minhocas para pescar de tar-de, no Rio dos Sinos. Esse é o pas-satempo favorito de Alcides Luis de Almeida, 66 anos. Seu neto, Maicon Diego de Almeida Schultz, 11 anos, companheiro dele na aventura, faz da busca por min-hocas uma grande brincadeira.

Para Alcides, o campo a céu aberto é o lugar ideal para con-seguir minhocas. Os moradores foram transformando o local em um depósito de lixo informal, e a decomposição dos detritos at-rai os bichos.

Quando tem o sábado de folga, Alcides passa o dia pescan-do. Operário da construção civil, ele diz que “trabalha de pedra”. Natural da cidade de Três Passos, mora há 15 anos na Vila Brás. Há 12, pesca no Sinos. Nos últimos três, conta sempre com o mesmo parceiro fiel. Desde que ensinou o neto a pescar, ouve a toda hora do menino que está na hora de catar minhocas.

A pesca é um hábito que Al-cides sempre cultivou. Já pescou

no Uruguai e na Argentina. Seu material é simples, um caniço, anzol e as iscas, nada de redes. Desde que reside em São Leo-poldo, nunca deixou de lado sua paixão. Quando vai ao Sinos,

não sente o tempo passar. “Nem sei quantas horas fico pescando, mas antes de escurecer volto pra casa”, ressalta.

Maicon revela que, além de pescar com o avô, adora o peixe

frito que ele faz. Alcides tem os seus segredos. Antes da fritura, deixa o peixe de molho no vinagre ou limão por cerca de uma hora. “Tem um gosto de óleo. Com tem-pero, sai o gosto”, explica.

Um alerta: a Prefeitura de São Leopoldo informa que a pesca artesanal, sem o uso de redes, está liberada no Rio dos SInos. O consumo, porém, não é recomendado.

Hora de catar minhoca

Alcides e o neto procuram pelas iscas, em terreno abandonado, antes de iniciar a pescaria no Rio dos Sinos

Texto de JOANA FRANCO DOS SANTOSAnotado por PABLO FURLANETTOFoto de DOUGLAS BONESSO

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Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011Amigo imaginário12

Pequenos autores

RITA TRINDADE (Texto)SAMANThA GONÇALVES (Foto)

A última edição do Enfo-que abordou a impor-tância da leitura na vida

das crianças. A reportagem ci-tou alguns dos benefícios do hábito de ler e conversou com algumas crianças, que relata-ram ter ou não o costume de saborear os livros. Para exerci-tar a criatividade dos pequenos, foi criado o personagem “Brasi-nha”, um garoto de 10 anos que mora na Vila desde que nasceu. Oito crianças criaram diferen-tes características para o perso-nagem. Brasinha foi gremista, colorado, comeu lasanha.

Nesta edição, o Enfoque conversou com mais sete crianças, que, juntas, criaram uma história sobre como seria um dia na vida do Brasinha.

Confira como ficou a histó-ria do garoto, pelos pequenos autores da Brás.

Gurizada cria uma história para Brasinha, personagem que estreou no último Enfoque

Brasinha acordou muito con-trariado, em uma manhã de sá-bado, pois ele tinha que ir para a aula. Depois de muita birra, le-vantou da cama mal-humorado, colocou os chinelos e foi escovar os dentes. No café da manhã, tinha pão com manteiga e mor-tadela e café preto. Após a refei-ção, Brasinha foi para aula, ele estudava na Escola João Goulart e estava na 4° série. A matéria preferida de Brasinha era Ma-temática, ele era muito bom em contas, sua professora sempre o elogiava. No recreio, Brasinha jogou bola e pulou corda. Estava sempre brincando com seus ami-gos. Depois da aula, Brasinha foi almoçar com sua família, tinha pedido para seus pais para co-mer batatas fritas em um restau-rante. Como Brasinha era filho único, seus pais, Dalmo e Mar-lene, sempre tentavam atender as vontades do menino, então o levaram ao restaurante.

O garoto comeu tudo o que

queria: batatas fritas, pastel, cachorro-quente, pizza, refrige-rante, ele já estava satisfeito, mas seu olho era maior do que sua barriga, então ele comeu ain-da sagu e ambrosia. Após o farto almoço, Brasinha resolveu an-dar de skate, sua mãe disse não, mas o garoto não deu atenção, ele estava aprendendo algumas manobras com seu melhor ami-go, Gabriel. Depois de brincar na rua, voltou para casa e foi jogar videogame com os amigos, jo-gou algumas partidas de futebol e mandou seus amigos embora, porque estava cansado e queria dormir. Tirou um cochilo e, quan-do acordou, já era noite. Brasinha tinha sonhado que fora ao par-que de diversões, então, quando acordou, foi a primeira coisa que disse para seus pais: Quero ir ao parque, me levem agora. Como seus pais não negavam nada, fo-ram todos para o parque.

Brasinha se divertiu a noite toda e comeu todas as gulosei-

mas que encontrou por lá: pi-poca, rapadura, algodão doce, sorvete. Depois de muito correr e brincar, o menino começou a pas-sar mal, pois havia comido muito durante todo o dia e ainda tinha brincado em todos os brinquedos do parque, até os mais radicais. Como seus pais nunca diziam não para o garoto, ele fazia tudo o que tinha vontade. O resultado disso, na maioria das vezes, não era bom. Dessa vez, não foi di-ferente, depois do garoto passar o dia comendo porcarias e brin-cando, ele se sentiu mal e acabou sendo levado para o hospital, com fortes dores de estômago e um grande mal-estar.

Depois desse susto, Brasinha e seus pais aprenderam uma lição. Crianças devem respeitar seus pais, pois eles sempre sabem o que é melhor para os pequenos. Os pais nunca devem deixar de colocar limites em seus filhos, é preciso saber dizer não, é preciso saber educar.

Na manhã de sábado, meninos e meninas da Vila

Brás toparam a ideia de inventar uma aventura para

um garoto que não existe

Menino muito mimado

“ “Estrela sozinhade repente uma voz

falando dentro da minha

Paulo Leminski

Page 13: Enfoque 131

Uma rua queinspira o romanceVITOR PEREIRA (Texto)ROBERTO FERRARI EGABRIELA GIRALT (Fotos)

Olocal, no coração da Brás, não poderia ter nome mais românti-

co: Rua dos Beijos. Mesmo não remetendo a casais apai-xonados (e sim a uma flor, também conhecida como maria-sem-vergonha), a rua serviu de inspiração para um ensaio fotográfico. A convite do Enfoque, Gilson Costa e Lisiane Amaral, Luis Antônio Silva de Souza e Fabiane da

Silva, Mateus da Rosa e Fer-nanda de Sousa recriaram, respectivamente, as poses de “O beijo do Hôtel de Ville”, de Robert Doisneau (1950), “O beijo do Dia da Vitória”, de Alfred Eisenstaedt (1945), e “Casal se beijando em Van-couver”, de Rich Lam (2011). A Rua dos Beijos da Vila Brás (CEP 93000-000) é a antiga Rua 9. O nome foi escolhi-do por uma companhia de telefone, em 2005. Gilson, 35 anos, há 12 morando no local, garante que, ali todo mundo é beijoqueiro.

O Enfoque convidou casais da Brás para recriar os beijos mais famosos da história da fotografia

13é o amooorEnfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011

Mateus, 26 anos, e Fernanda, 20, estão

juntos há quase uma década. A estudante

de Fotografia Gabriela Giralt convenceu a dupla

a reproduzir a cena captada em 2011 pelo

canadense Rich Lam: durante confronto com

a polícia em Vancouver, namorado deitou no

chão ao lado de garota que havia se ferido

Na Rua dos Beijos, na Vila Brás, o casal Gilson e Lisiane faz pose igual à dos franceses de “O beijo do Hôtel de Ville”, foto que Robert Doisneau produziu em 1950 e que se tornou um clássico. Na hora de posar, Lisiane não hesitou, mas pediu uns minutos para pentear o cabelo

Luis Antonio, 17 anos, e Fabiane, 15, recriam “O beijo do Dia da Vitória”. Os namorados foram abordados

pelo Enfoque quando saíam de um minimercado e toparam na hora repetir a cena. A foto original retratava as comemorações pelo fim da Segunda

Guerra, em Nova Iorque. O marinheiro que tacou um beijo na enfermeira nem conhecia a garota

“ “Em cada poro um beijo

Arnaldo Antunes

Page 14: Enfoque 131

Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 201114

Brassificados TextosDIEINES FRóIS

FERNANDA BRANDTRENATA PARISOTTO

“Mãe, tu é tudo na minha vida, obrigada por me amar assim. Quero te agradecer por me dar tudo que eu que-ro. Fiquei muito feliz quando eu disse que queria comer cachorro-quente e tu pediu pra mana ir ao mercado só pra comprar as coisas e fazer o cachorro pra mim. Te amo!” Raul Ronaldo Gamarra da Rosa, nove anos, para a mãe, Marli O. Gamarra.

“Tamilly, a titia te deseja muita saúde, paz e muito sucesso nesta vida, que se inicia a partir de agora. Feliz aniversário! Um grande beijo, te amo muito.” Carine Gabriela Pinto Lauxen, 13 anos, para a sobrinha Tamilly, de 11 meses.

“Tu és muito legal, obrigada pelas notas, pois, mesmo eu não podendo ir durante um mês nas aulas, tu me deu notas boas.” Larissa Schütze, 10 anos, para a professora Cris, de Artes.

“Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me envia-do esse presente, que é o amor da minha vida. Depois de tantos anos vivendo separados, hoje, graças a Deus, finalmente, estamos juntos. Amo ele demais.” Maria de Lurdes Rodrigues Coppniagen, 62 anos, para seu marido Élio João Coppniagen, 65 anos.

Na edição nº 129, o Brassificados divulgou o so-nho do pequeno Felipe Silva Costa, de 10 anos, que queria ganhar uma bola de futebol. Ele juntou vários brinquedos para oferecê-los em troca. Um grupo de amigos de Ivoti, leitores do Enfoque Vila Brás, viu o recado, e se juntou para comprar uma bola para Felipe. No dia 15 de outubro, a repórter fotográfica Lívia Saggin, que foi quem levou exemplares do jornal ao pessoal de Ivoti, entregou ao menino. “Estou muito feliz, achei que não iria ganhar. Essa bola é muito mais bonita do que eu poderia imaginar ter um dia”, disse Felipe, agradecendo aos leitores.

“Estou vendendo o meu coração para as meninas. Não sou muito exigente, só com a idade: que tenha de 15 a 18 anos. Gosto de academia e sou trabalhador.” Jonas dos Santos Soares, 18 anos. Contato pelo telefone 9990.6856.

“Quero mandar recado para a prefeitura. É preciso que tomem alguma atitude para transformar o terreno abandonado perto do Arroio Gauchinho em uma área de lazer.” Eduíno Pich, 69 anos.

“Pessoal da VilaBrás, estamos iniciando um novo empreendimento. Convidamos os moradores a conhecerem o Kaku’s Lanches. Vamos oferecer cachorro-quente, xis e vários outros lanches.” Adilson dos Santos Silva, 31 anos. A lancheria fica na esquina entre a Rua dos Girassóis e a Avenida Leopoldo Wasun.

“Convido todos os moradores da Vila a conhecerem a feirinha de produtos coloniais. Todo o sábado, das 8h30min às 17h30min, ofereço uma variedade de pro-dutos, como queijo, salame, torresmo, mel e pão ca-seiro.” Francisco Lima, 49 anos. A feira acontece em frente à igreja A Glória de Deus, na Avenida Leopoldo Wasun, 1341.

“Ofereço meus serviços de costura. Faço todo o tipo de conserto: bainha, emenda, botão. O que precisar, é só falar comigo. Adoro costurar, a máquina de costura ga-rante a minha renda.” Gessi Giareta, 64 anos. Conta-to na Rua 18, nº 81.

DESTAQUE

Crianças admiram o presente recebido por FelipeRepórter fotográfica Lívia Saggin entrega a bola ao Felipe

RECADOSSERVIÇOS

FOTO

S DANEILA FAN

TI

LÍLIAN STEIN

RAFAELA KLEY

LÍVIA SAGGINDAN

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LÍVIA SAGGIN

FERNAN

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LÍLIAN STEIN

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Page 15: Enfoque 131

Enfoque - Vila Brás, São Leopoldo - Novembro de 2011 15

“Precisamos trocar de casa, porque meu marido trabalha com carreta e precisamos de mais espaço, principalmente morar em uma rua mais larga. Por isso, colocamos nossa casa à venda na Rua 18, e aceitamos também troca. Mas não queremos sair da Vila Brás.” Letícia Soares, 26 anos. Contato pelo telefone 9306-2561, com Márcio.

“Estou há apenas um mês aqui na Vila, por isso convido todos a conhecer meu estabelecimento, Giro Motos, especializado em mecânica de motos.” Marcos Roberto Lucas, 23 anos. Contato: Avenida Leopoldo Wasun, 548, Giro Motos ou Moto Mecânica.

“O brechó beneficente que se realiza todos os sábados é uma iniciativa do Posto de Saúde da Vila, com a inten-ção de arrecadar fundos para dividir dentro da Brás, nas creches, asilos, etc.” Vani Nunes Seimetz, 50 anos. Contato: Avenida Leopoldo Wasun (entre o Posto de Saúde e o Prédio da Associação de Moradores).

“Faço serviços gerais como jardinagem, limpeza de ter-renos e fretes com carreto. Também vendo lenha.” Gio-vani Vital, 38 anos. Contato pelo telefone 9163.2633 ou na Rua 26, Beco 2.

“Faço serviços de mecânica: limpezas de bicos, injetores e carburador, além de troca de óleo. Não trabalho em domingos e feriados.” Odair dos Santos, 31 anos. Contato pelo telefone 2568.0273 ou 8485.6098.

“Gosto muito de escrever e quero ganhar um caderno novo para a aula. Tenho várias bonecas que não brinco mais, então, se alguém quiser, troco uma boneca por um caderno grande.” Edna Pinheiro, 10 anos. Conta-to pelo telefone 9389-9072

“Troco roupas de meninas por de meninos. Há bastante procura, mas não tenho muitas.” Fátima Margarete Medeiros, 49 anos. Contato: Avenida Leopoldo Wa-sun, 500, Brechó Fátima.

“Revendo CDs e DVDs de músicas e filmes. Cada um custa R$ 2,50.” Marcos Carvalho da Silva, 12 anos. Contato na Rua Q, nº 126.

“Vendo casa na Rua Petúnias, com cozinha, sala, dois quartos e banheiro, por R$ 50 mil. Pode ser feito finan-ciamento.” Flavio Bitello, 31 anos. Contato pelo tele-fone 9624.9080.

“Vendo pasteis congelados ou fritos na hora. Aceito encomenda para festas. Custam de R$ 2 a R$ 3 e tenho nos sabores frango, presunto e queijo, e chocolate.” Lurdes Lunardi Primas, 57 anos. Contato pelo telefone 3572.6061.

“Vendo geladeira bege da marca Cônsul, 320 litros, único modelo que comporta uma bandeja de ovos inteira, por R$ 400. Só aceito pagamento à vista.” Claudio Ferreira, 46 anos. Contato pelo telefone 9273.4908

TROCAS

“ “Você está tão longeque às vezes penso

que nem existonem me fale em amor

que amor é istoPaulo Leminski

VENDAS

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enfoque

VIla Brás - São Leopoldo/RSNovembro de 2011Enfoquinho

ThAyNá CANDIDO (Texto e ilustrações)

Profissões: curiosidades

ASTRONAUTASPor que os astronautas parecemflutuar quando andam na lua?

O motivo dos astronautas parecerem flutuando é que a força da gravidade lunar é seis vezes menor que a Terrestre. Isso quer dizer que se uma pessoa que pesa 60 quilos

na Terra, na Lua, pesará 10 quilos.

O nadador brasileiro Cesar Cielo é recordista mundial dos 50 e 100m livres em piscina

olímpica e é considerado o maior nadador da história da natação brasileira.

PROFESSORESNem sempre o ensino no Brasil foi organizado com um

professor à frente do quadro negro e crianças em fileiras. Até a primeira metade do século XIX, o método era o monotorial. Isso quer dizer que o professor ensinava o conteúdo a alguns alunos,

que tinham mais facilidade em aprender o conteúdo. Esses alunos, os monitores, repassavam o conhecimento aos outros

alunos que tinham mais dificuldades.

VETERINÁRIOSGostar de animais é a condição mais importante para ser um veterinário,

mas além da afeição, é preciso ter vocação, por isso existe o curso de

medicina veterinária dura cerca de 5 anos. Atualmente, no Brasil, existem

mais de 100 cursos de veterinária, em instituições públicas e particulares.

NADADORES

Respostas: professor, médico, astronauta, juiz, artista, cantor, nadador, veterinário.