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Enfrentando o desafio energético Relatório de Sustentabilidade da Shell 2006

Enfrentando o desafio energético · Por exemplo, no ano passado aumentamos em 50% nossos gastos com pesquisa e desenvolvimento. O ano passado demonstrou, mais uma vez, a importância

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Enfrentando o desafio energéticoRelatório de Sustentabilidade da Shell 2006

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Africa, contribuição na 28Alasca 19Argumento comercial

pelo desenvolvimento sustentável www.shell.com/sdbusinesscase

Biocombustíveis 15,19Biodiversidade 18–19

Captação e armazenamento do CO2 12–13Cenários energéticos www.shell.com/scenarios

CO2 4, 11–14, 15, 30Código de conduta 21Combustível de conversão de gás

em líquidos 9,16Combustível, sem chumbo,

baixo enxofre 7, 16Comitê Externo de Revisão 38–39Compacto Global das

Nações Unidas www.shell.com/globalcompact

Compras 28Compromissos e padrões 30Contratados e fornecedores 20, 28Corrib, Projeto de Gás de (Irlanda) 26

Dados de desempenho 36-37Derramamentos 17Desempenho em segurança 22-23Desenvolvimento, contribuição para 28-29Desenvolvimento local 28-29Direitos Humanos 24,32Diversidade e inclusão 25

Eco-maratona 14Eficiência energética 12,14Emissões de gases de

efeito estufa 4, 11–14, 15Emissões no ar e na água 16–17Empregados 25Energia alternativa 15Energia eólica 9, 15Energia solar 9, 15Enfoque de reporte 40–41Estratégia comercial 4–7

Fundação Shell 29

Gás natural liquefeito 9, 33, 34Geelong, refinaria de (Austrália) 27Globalização www.shell.com/globalisation

Global Reporting Initiative www.shell.com/gri

Governança 30–31

Hidrogênio 9, 15, 16História do Desenvolvimento

Sustentável na Shell www.shell.com/sdhistory

Incluído no Índicede Liderança

Climática do Projetode Revelação do

CarbonoDESDE 1999

Neste relatório

K

DESDE 2001

Índice de Tópicos

A SHELL E O DESAFIO ENERGÉTICO 2 – 7

ENERGIA SEGURA 8 – 9

ENERGIA RESPONSÁVEL 10 – 31

TRABALHANDO EM LOCAIS DESAFIADORES 32 – 35

DADOS DE DESEMPENHO 36 – 37

NOSSO REPORTE 38 – 41

HIV/AIDS www.shell.com/hivaids

Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas 28, 30, 33

Investimento social 28

Lei da concorrência 20Lobbying público 21

Malária 29Manejo de produtos www.shell.com/stewardship

Metas de Desenvolvimento do Milênio 29Mudança climática 11–14

Nigéria 5, 9, 12, 17, 18, 22, 23, 24, 25, 28, 32–33

Padrões, ambientais e sociais 30Petróleo e gás não convencionais 8, 9, 14Pinedale, projeto de gás de (EUA) 27Poluição do ar 16Prêmios www.shell.com/sdawards

Princípios Empresariais Gerais da Shell 20, 30

Produtos químicos para proteção de colheitas www.shell.com/cropprotection

Queima 12, 33

Reassentamento 24Recrutamento 25Responsabilidade Social, Comitê de 31

Sakhalin, projeto de petróleo e gás de (Rússia) 4, 34–35

Saúde www.shell.com/health

Segurança de processo 23Segurança, "hearts and minds" 22Segurança, pessoas e ativos 23, 24Shell People Survey 20, 25Suborno 20

Tecnologias do carvão 9, 12, 14, 16Testes com animais www.shell.com/animaltesting

Treinamento 25

Uso da água www.shell.com/water

Vivendo de acordo com nossos princípios 20–21

Vizinhos, relações com 26–27

VOZES“ ”

CONTEÚDO ADICIONAL NA WEBEste relatório tem suporte na web sob a forma dedados adicionais de desempenho ambiental, social efinanceiro, assim como informações maisdetalhadas sobre nosso enfoque dedesenvolvimento sustentável e questões associadas.

Os links de cada página indicam onde encontraressas informações na web.

Membros de comunidades afetadas pelas nossasoperações e pessoal que trabalha nas mesmasforneceram suas opiniões sobre nosso desempenhoem locais chave. O mesmo fizeram peritos externosa respeito de questões ambientais e sociaisselecionadas. Essas avaliações não censuradas estãonas caixas de texto “VOZES”.

INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHOTemos indicadores chave de desempenho que nospermitem rastrear nosso desempenho e nos ajudama gerenciar melhor os esforços empreendidos emtodas as nossas operações relativamente a essesimportantes impactos globais de naturezaambiental e social.

NÃO CONFIEM APENAS NA NOSSA PALAVRAEste ano, mais uma vez, um comitê de revisãointegrado por peritos externos especializados nasquestões aqui discutidas aplicaram os princípios doPadrão de Garantia AA1000 à avaliação doequilíbrio, integralidade e sensibilidade desterelatório (páginas 38–39).

GRIContinuamos a reportar de acordo com as diretrizesda Iniciativa Global de Reporte (GRI). Fizemosmudanças com vistas à adaptação às novas diretrizesG3, emitidas em outubro de 2006. As informaçõescompletas sobre como usamos a GRI estãodisponíveis em www.shell.com/gri.

RECONHECIMENTO EXTERNO

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 1

Bem-vindo ao Relatório de Sustentabilidade Shell, que descreve o que fizemos em 2006com o objetivo de contribuir para o enfrentamento do desafio energético global.

Como explica o Relatório, este desafio tem três partes: proporcionar a quantidade maciça de energiaadicional necessária para alimentar o desenvolvimento e reduzir a pobreza, manter os suprimentos deenergia protegidos contra interrupções e destruição e fazê-lo de forma social e ambientalmenteresponsável. Ajudar a enfrentar este desafio, continuando ao mesmo tempo a proporcionar retornosfinanceiros competitivos, é o que constitui o cerne do compromisso que assumimos em 1997 no sentidode contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Desempenho e crescimento foram nossas prioridades em 2006. Tivemos um desempenho financeiro eoperacional forte, obtendo rendimentos superiores a US$26 bilhões e acrescentando cerca de doisbilhões de barris a nossas reservas comprovadas de petróleo, gás e recursos minerais. A maior parte desseslucros está sendo reinvestida em nosso negócio, sendo usada no desenvolvimento de novos projetosdestinados a satisfazer futuras necessidades energéticas e melhorar a segurança e o desempenho ambientalem nossas instalações, bem como no desenvolvimento de novas tecnologias energéticas. Por exemplo, noano passado aumentamos em 50% nossos gastos com pesquisa e desenvolvimento.

O ano passado demonstrou, mais uma vez, a importância de um bom desempenho ambiental e socialpara o sucesso comercial do nosso negócio. Um bom desempenho deve começar com a segurança pessoale dos processos. A ausência de uma sólida cultura de segurança significaria a erosão de todos os outrosaspectos da nossa cultura.

Lidar com as preocupações sobre mudança climática também é tarefa de importância vital. Declareirepetidas vezes que para nós o debate a respeito do impacto do CO2 sobre o clima está encerrado. Estoumuito satisfeito com a maneira pela qual nosso pessoal está respondendo a minha chamada para quebusquemos formas de mitigar o impacto do CO2 dos combustíveis fósseis. Nosso foco se concentranaquilo que podemos fazer para reduzir as emissões de CO2. Estamos decididos a encontrar maneirasmelhores e mais baratas de captar e armazenar o CO2.

Em 2006, graças a esforços abrangentes no sentido de solucionar questões locais e restabelecer nossaconfiança, tivemos condições de retomar a construção do nosso projeto de gás da Irlanda (página 26).Na Rússia um acordo de parceria com a Gazprom ajudou a abrir caminho para a conclusão daconstrução do projeto Sakhalin II e para que a joint venture pudesse cumprir seus compromissosambientais e sociais (página 34). Na Nigéria suspendemos perto de metade da nossa produção na regiãodo Delta devido à situação de insegurança que nos impossibilitou de proteger o pessoal e os contratadosque trabalhavam no local (página 32).

Prosseguimos na padronização do nosso enfoque de gerenciamento de impactos sociais e ambientais eprocuramos aprender mais com os sucessos e fracassos que tivemos. Adotamos, por exemplo, nossoprimeiro Código de Conduta global (página 21) e intensificamos o foco sobre desenvolvimentosustentável nos estágios iniciais dos novos projetos do setor de upstream. Nossa Academia de Projetos,estabelecida em 2005 com o objetivo de fortalecer as habilidades de nossos Gerentes de Projeto, estáfazendo bons progressos. Todas as nossas instalações de grande porte vizinhas a comunidades estãofazendo uso de planos padronizados de performance social.

O Relatório de Sustentabilidade deste ano inclui um eloqüente apelo no sentido da ação por parte dosgovernos. A razão disso, como discuto na entrevista da página 4, é o fato de que as principaiscompanhias e os consumidores conscientizados em relação ao meio ambiente não podem enfrentarsozinhos o desafio energético. É essencial que os governos estabeleçam um arcabouço para incentivar osmaciços investimentos necessários em novos projetos energéticos, em tecnologias mais limpas e naconservação.

Este Relatório foi profundamente beneficiado pelo escrutínio e a orientação do nosso Comitê de RevisãoExterna (páginas 38-39). Como acontece em qualquer diálogo, nem sempre haverá acordo sobre todosos aspectos mas as mudanças significativas que fizemos em função do feedback do comitê fortaleceramnosso relatório.

Espero que este relatório, bem como as informações adicionais que se encontram no website, ajudemvocê a formar sua própria opinião sobre como estamos cumprindo nosso compromisso de satisfazer asnecessidades energéticas do mundo de maneiras ambiental e socialmente responsáveis.

Introdução do Executivo Principal

QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOSSomos um grupo global de companhias de energiae petroquímicas que opera em mais de 130 países eemprega cerca de 108.000 pessoas.

Nossos negócios se dividem em:

UPSTREAMNossos dois negócios do setor de upstream,Exploração e Produção (Exploration & Production)e Gás & Geração de Energia (Gas & Power):

• Procuram e produzem petróleo e gás natural.• Liquefazem e transportam o gás natural.• Comercializam e negociam com gás natural e

eletricidade.• Convertem gás natural em combustíveis de

transporte mais limpos e outros produtos.• Desenvolvem oportunidades de negócios para

nossa tecnologia de gaseificação do carvão.

DOWNSTREAMNossos dois negócios do setor de downstream,Derivados de Petróleo (Oil Products) e ProdutosQuímicos (Chemicals):

• Refinam o óleo cru para produzir uma série decombustíveis, lubrificantes e insumos químicos.

• Negociam e transportam óleo cru e produtosrefinados em todo o mundo.

• Fornecem e distribuem gasolina, óleo diesel eoutros produtos refinados por intermédio de umarede de instalações de armazenamento, oleodutose caminhões-tanque.

• Comercializam gasolina, óleo diesel e outroscombustíveis e lubrificantes para uso doméstico,industrial e no setor dos transportes.

• Misturam, distribuem e comercializambiocombustíveis de transporte.

• Produzem e vendem petroquímicos a clientesindustriais globais.

RENEWABLES, HYDROGEN AND CO2

(RENOVÁVEIS, HIDROGÊNIO E CO2)• Desenvolve negócios baseados em fontes

renováveis de energia, inclusive energia eólica e solar.

• Desenvolve oportunidades de negócios emtecnologia do hidrogênio.

• Coordena pesquisas para mitigar as emissões dedióxido de carbono (CO2), inclusive captação earmazenamento do CO2.

Sobre a Shell

Jeroen van der VeerEXECUTIVO PRINCIPAL

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A Shell e o desafioenergético

O desafio energético com que o mundo se defronta é monumental.No momento em que a Shell comemora seu 100º aniversário,fazemos uma retrospectiva para ver o que o século passado pode nosensinar sobre a satisfação das crescentes necessidades energéticas doséculo atual.

Cem anos deenergiaNo correr de um século de fornecimento daenergia necessária para o crescimento econômico,aprendemos algumas lições úteis para oenfrentamento do atual desafio energético.

Mais energia para o desenvolvimentoEm primeiro lugar, o desenvolvimento econômicoe social requer suprimentos cada vez maiores deenergia moderna. O século passado demonstrouque as sociedades precisam de muito mais energiamoderna para fazerem a transição que as libertarádo estado de pobreza. Quando as populaçõescrescem e os padrões de vida se elevam, pode-seesperar que a demanda de energia modernatambém cresça. A riqueza global é agora mais de30 vezes maior do que era em 1907, quando aShell foi constituída, e desde então a populaçãomundial quadruplicou. O resultado é que hoje ademanda global de energia é dez vezes maior, umatendência que tem probabilidade de continuar. Deacordo com nossos cenários e a AgênciaInternacional de Energia (AIE), é possível que oconsumo de energia seja mais que o dobro em2050, dado o crescimento da população mundialem mais 50% e o prosseguimento daindustrialização da China e da Índia.

Segurança energéticaEm segundo lugar, a energia é estratégica e osgovernos vão agir no sentido de garantir ossuprimentos. Desde o primeiro caso denacionalização no setor, ocorrido no México em1938, até os embargos petrolíferos da década de1970, a política tem feito intervenções comregularidade nos mercados de energia. A segurançaenergética no século passado dependeu da garantia,pelos países consumidores, de uma série de opçõesde suprimento de energia a fim de evitar umadependência excessiva em relação a umadeterminada região ou fonte. Não é provável que aimportância estratégica da energia diminua, dado a

Você sabia?• A Shell produz aproximadamente

2,5% do petróleo mundial e 3% dogás natural mundial.

• Detemos a maior parcela decapacidade de Gás Natural Liquefeito(GNL) de todas as companhiaspetrolíferas internacionais. A produçãogerada por essa capacidadeproporciona GNL suficiente para gerareletricidade para mais de 31 milhõesde lares.

• A cada quatro segundos umaaeronave é abastecida comcombustível da Shell Aviation.

• Temos a maior rede de varejo domundo (45.000 postos de serviço) que reabastecem 200 veículos por segundo.

• Somos um dos maiores distribuidoresde biocombustíveis de transporte.

2 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

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grande quantidade adicional necessária e o fato deque o que resta de petróleo "fácil" no mundo estácada vez mais concentrado em uns poucos países.

Energia mais limpaEm terceiro lugar, a energia está ficando cada vezmais limpa. As expectativas das sociedades seelevam à medida que elas enriquecem. Novosdesafios ambientais vêm à tona. Os governosrespondem com novas diretrizes e as companhiasenergéticas inovadoras desenvolvem novastecnologias e melhores maneiras de trabalhar. Noséculo passado o automóvel (a "carruagem semcavalos") solucionou o problema do estrume nascidades congestionadas. A eletricidade eliminou asvelas e lâmpadas a gás fumarentas e perigosas. Nasdécadas de 1970 e 1980 as leis sobre ar limpomotivaram soluções técnicas para a chuva ácida e osmog, que é a mistura de nevoeiro e fumaça. Astecnologias de carvão mais limpo, motores ecombustíveis de transporte mais limpos e, maistarde, a rápida disseminação do uso de gás naturalacarretaram melhoras notáveis na qualidade do ardo mundo desenvolvido. Hoje os novos veículosemitem acima de 90% a menos de poluição localdo que emitiam há 30 anos. É provável que asatuais cidades poluídas do mundo emdesenvolvimento venham a se tornar muito maislimpas à medida que essas sociedades se tornaremmais prósperas e adquirirem condições de arcarcom o custo de fábricas, veículos e combustíveismodernos.

A mudança climática é o desafio mais recente e omaior já surgido. Vai requerer ação em muitasfrentes, desde melhorias em eficiência energética eum maior uso de energia renovável até captação earmazenamento em larga escala do CO2 oriundode combustíveis fósseis, além da redução do ritmodo desflorestamento. O mais provável é que, maisuma vez, a mudança decorra da combinação depolíticas governamentais e nova tecnologia,desenvolvida e implementada pelas companhias.

Combustíveis fósseis e alternativasFinalmente, o século passado mostrou que somenteas fontes energéticas que combinam alta qualidade,conveniência e viabilidade em termos de custo irãodisseminar-se. A alta densidade energética e adisponibilidade em larga escala dos combustíveisfósseis tornam esses combustíveis difíceis de seremsuperados. Eles ainda satisfazem cerca de 80% dasnecessidades energéticas totais, parcela que poucose alterou durante a maior parte do século passado.As fontes hídrica e nuclear cobrem a quasetotalidade da parcela restante. Até o momento aviabilidade em termos de custo tem sido oprincipal problema das fontes renováveis, como aeólica, a solar e os biocombustíveis, queatualmente suprem apenas 1% das necessidadesenergéticas.

À medida que a demanda de energia e aspreocupações ambientais continuam a aumentar,tanto os cenários da Shell quanto a AIE prevêemque as fontes renováveis crescerão rapidamente apartir da base reduzida de hoje em dia. Sua parcelano 'mix' energético total também deverá aumentar.Mas o uso dos combustíveis fósseis igualmenteprecisará aumentar, porque o mundo vai requerermuita energia adicional. Prevemos que oscombustíveis fósseis continuarão a proporcionar a

maior parte da energia mundial durante muitasdécadas ainda.

Existem mais de 100 anos de reservas de carvão.Acreditamos que ainda exista bastante petróleo egás a serem desenvolvidos, embora os novossuprimentos se encontrem em locais cada vez maisremotos e difíceis. A experiência do século passadosugere que os avanços tecnológicos e oinvestimento continuarão a tornar econômico odesenvolvimento desses recursos e a possibilitarmais produção a partir de fontes nãoconvencionais, como as areias petrolíferas.

Nossa contribuiçãoHá cem anos provemos tecnologia, investimento ehabilidades para satisfazer as mutáveis necessidadesenergéticas da sociedade. Agora estamos investindomais, dedicando a maior parte dos nossos lucros àprocura, produção e refino de petróleo e gásnatural. Nossos níveis de investimento são mais deduas vezes superiores aos de 2000, tendo atingidoUS$25 bilhões em 2006. Técnicas avançadas nosajudam a extrair mais petróleo de depósitosexistentes e a tornar econômico o desenvolvimentode campos menores ou mais difíceis. Odesenvolvimento de novas fontes em águas ultraprofundas e em areias petrolíferas (página 14) e oaumento da produção do gás natural liquefeito(GNL) (página 9) estão contribuindo para adiversificação dos suprimentos de petróleo e gásnatural.

Estamos desenvolvendo substitutos para o petróleonos setores de transportes e geração de energiaelétrica. Nossa tecnologia patenteada de conversãodo gás em líquidos (Gas to Liquids - GTL)transforma gás natural em combustíveis detransporte de queima mais limpa, o que multiplicaas alternativas de suprimento (página 9). A ShellHydrogen operou cinco estações demonstradorasde reabastecimento em 2006. A Shell Renewablesestá investindo nas fontes solar e eólica, e somosum dos maiores distribuidores mundiais debiocombustíveis (página 15).

O gerenciamento dos impactos da produção e usode combustíveis fósseis continua merecendo altaprioridade. Os avançados combustíveis detransporte da Shell, com baixo teor de enxofre,estão contribuindo para reduzir a poluiçãoatmosférica local e aumentar a eficiência decombustível dos veículos. Nossa tecnologia degaseificação está ajudando a reduzir as emissõesgeradas pelo uso do carvão, enquanto nossonegócio de Exploração e Produção está investindocom o propósito de pôr fim à queima contínua ereduzir as emissões de gases de efeito estufa(GHG) de nossas operações (página 16).

Shell Trading tornou-se líder no comércio docarbono e estamos desenvolvendo e demonstrandotecnologias de captação e armazenamento de CO2(página 20).

Enfrentando o desafioenergéticoPor intermédio do nosso pessoal, nossoinvestimento e nossa tecnologia, estamos:

• Acelerando os esforços no sentido deencontrar e desenvolver mais petróleo egás natural.

• Ajudando a manter uma grandevariedade de fontes de petróleo e gásnatural de diversas regiões.

• Desenvolvendo substitutos para opetróleo no setor dos transportes.

• Desenvolvendo fontes alternativas deeletricidade.

• Encontrando novas maneiras de lidarcom os impactos ambientais daprodução e uso de combustíveis fósseis.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 3

2,5 bilhões a mais que os 6,5 bilhões de hoje.A população mundial em 1907 erainferior a 1,7 bilhão

9 bilhões de pessoas

do que hoje, com a maior parte dariqueza adicional proveniente de paísesem desenvolvimento em processoacelerado de industrialização.

4 a 5 vezes maisprósperas

Usando duas vezes mais energia do quehoje e quase 25 vezes mais do que em1907, quando a Shell foi constituída.

O dobro da energia

Duas vezes mais eficienteUsando metade da energia queusa agora para produzir cada dólar de riqueza.

6 a 10 vezes mais energiaproveniente de fontes renováveis -eólica, solar, hídrica ebiocombustíveis - do que hoje.

O mundo em 2050:

Conteúdo adicional na web:

• A história dos primeiros 100 anos da Shell • Nossos Cenários Energéticos de longo prazo

www.shell.com/energychallenge

Page 6: Enfrentando o desafio energético · Por exemplo, no ano passado aumentamos em 50% nossos gastos com pesquisa e desenvolvimento. O ano passado demonstrou, mais uma vez, a importância

Sustentabilidade e nossa estratégia comercial

A SHELL E O DESAFIO ENERGÉTICO

Jeroen van der Veer e Aron Cramer,Presidente e CEO da Business for SocialResponsability (Negócios pelaResponsabilidade Social), discutem aestratégia comercial da Shell e seu papel nacontribuição para o desenvolvimentosustentável em um mundo em rápida transformação.

4 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Como você vê o futuro da Shell - comocompanhia petrolífera, companhiaenergética ou companhia de energiasustentável?Somos uma companhia de hidrocarbonetos, o queinclui petroquímicos e tecnologia de carvão limpo.Estamos também tentando fazer deslanchar pelomenos uma tecnologia de energia alternativa.Espero que continuemos a ser exatamente isso,pelo menos durante as próximas décadas. Como odesenvolvimento requer tanta energia adicional,especialmente na China e na Índia, estouconvencido de que existe um futurofinanceiramente sustentável para uma companhiade hidrocarbonetos responsável. E responsável querdizer também ser uma companhia líder namitigação do CO2. Nossa estratégia é adequada aoque somos - mais investimento no upstream, naprodução de petróleo e gás, e aumento dalucratividade das nossas atividades de downstream,de refino e marketing.

Isto sugere que você ainda acredita que dátempo de evitar uma crise climática.É evidente que a sociedade precisará fazer grandesreduções globais das emissões dos gases de efeitoestufa. Quão grandes? Os cientistas e os governossão os mais bem posicionados para decidir. Oscientistas determinam as conseqüências climáticasdos diversos níveis de CO2 e em seguida cabe aosgovernos determinar qual é o nível aceitável epropor as políticas necessárias para alcançá-lo.

Como líderes corporativos nós incentivamos a açãoe nos baseamos naquilo que sabemos sobre energiapara fazer recomendações aos governos. Investimosem tecnologias e projetos destinados aproporcionar tanto a energia adicional quanto assoluções integradas de CO2 de que as sociedadesprecisam. Com nossa experiência e expertise, vejouma oportunidade comercial concreta para a Shellna descoberta de soluções inovadoras para asemissões de CO2 dos combustíveis fósseis. Oarmazenamento subterrâneo do CO2 ou seu uso naextração de mais petróleo de campos existentes sãodois exemplos. Estou otimista quanto a isso.

Mas se vão acontecer grandes reduções decarbono, então por que transferirinvestimento para os tipos de petróleo commaior teor de CO2 - xisto e areiaspetrolíferas? Como é que isso pode sersustentável, seja em termos financeiros ouambientais?Os governos especificam seu 'mix' energético porintermédio de royalties, patamares fiscais econcessão de autorizações. Eles decidem, porexemplo, se as areias petrolíferas serãodesenvolvidas para atender a preocupações desegurança energética. Decidem também o graunecessário de mitigação de CO2. Nossaresponsabilidade é mostrar quanto CO2 é emitido,desenvolver soluções de tecnologia e indicar quaissão as diretrizes ou incentivos financeirosnecessários para incentivar sua adoção. Uma veztomada a decisão pelo governo, nossaresponsabilidade é ser um dos operadores dessafonte de energia com menor índice de CO2, comoacontece com a Shell Canadá no caso do Projetodas Areias Petrolíferas de Athabasca.

A nacionalização de recursos retornou comforça total no ano passado. Afetou vocês emSakhalin e em outros lugares. Vocês aindatêm condições de levar a cabo a estratégianesse ambiente?Quando os preços da energia estão altos, certosgovernos produtores tendem a ajustar seus royaltiese impostos. Os grandes países consumidoresprocuram garantir suprimentos no exterior e fazemlances mais altos. Os custos aumentam, a vida ficamais difícil. Mas em tais circunstâncias vocêprecisa ser mais inteligente, e um bom ouvinte.Você precisa permanecer na dianteira graças amelhor tecnologia e melhor gerenciamento deprojetos, bem como apoio às prioridades dosgovernos parceiros.

Nós já trabalhamos com companhias petrolíferasnacionais segundo o que chamo de "sistema deamigo", em que cada um se beneficia dos pontosfortes do outro. É o que fazemos, por exemplo,com a Saudi Aramco e com parceiros em Omã ena China.

A vida ficou obviamente mais difícil noprojeto Sakhalin no ano passado. A jointventure ainda pode cumprir as promessassociais e ambientais que fez, a despeito detodas as mudanças que ocorreram lá?Acho que pode. Após algumas negociações difíceis,encontramos um meio de fazer com que oSakhalin desse certo para todos os envolvidos.Nosso parceiro russo, a Gazprom, compreende queo projeto não se refere apenas a oleodutos e aço,mas requer também tecnologia avançada, umgerenciamento de projeto excepcional e umenfoque de primeira linha das questões ambientaise sociais. O fato de que, nos termos do acordo, aShell continua a prestar orientação técnica e de queo orçamento de desenvolvimento revisto foibasicamente aceito por todos, indica que a respostaé afirmativa. É evidente que o projeto também sebeneficiará com a presença a longo prazo de umparceiro russo forte.

Acho que, em geral, as pessoas realmentesubestimam o que estamos fazendo emSakhalin. A entrega de um projeto destamagnitude é como construir uma cidade apartir da estaca zero. Dentro de uns poucosanos ele será considerado um projetointegrado espetacular, que respeitou o meioambiente e contribuiu para orejuvenescimento da ilha.

As pessoas se preocupam com a 'maldiçãodo petróleo' - a idéia de que as receitas da produção energética não beneficiam a população local. Isso é problema para a Shell?Como demonstra a Nigéria, se as pessoas quevivem nas áreas de produção energética pensamque seus filhos não terão uma vida melhor que adelas, você está com problemas sérios. Comocompanhia responsável nós podemos criarempregos, ajudar a estabelecer negócios locais e dar

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Como o desenvolvimento requer tantaenergia adicional, especialmente naChina e na Índia, estou convencido deque existe um futuro financeiramentesustentável para uma companhia dehidrocarbonetos responsável.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 5

um bom exemplo. Mas o que faz a verdadeiradiferença são instituições e serviços públicoseficientes. Somente os governos podem e devemproporcioná-los. De modo que encontramosmaneiras indiretas de ajudar. Por exemplo, damosimenso apoio à Iniciativa de Transparência dasIndústrias Extrativas (ITIE), pela qual damosconhecimento ao público de quanto dinheiropagamos aos governos. Acredito que isso terá umimpacto considerável.

A Nigéria continuou sendo um lugar muitodifícil de operar no ano passado. Está nahora de sair?A saída da Shell não beneficiaria em nada o povodo Delta. Não seria bom para o ambiente nempara a luta contra a corrupção. A operaçãosimplesmente continuaria marcando passo,possivelmente com companhias menostransparentes trabalhando segundo padrões maisbaixos.

E não se esqueça de que temos três operações naNigéria: além da joint venture que operamos noDelta, existe a produção offshore e a Nigéria LNG,que estão se expandindo com sucesso.

De modo que a resposta é não, não estamospensando em sair. Estamos concentrados emmanter nosso pessoal seguro. Quando o nosso staff- pessoal local e expatriados - passa a correr perigo,nós suspendemos temporariamente a operação. É oque temos feito no Delta.

Existem inúmeros exemplos de desempenhoambiental e social excelente na Shell, bemcomo alguns exemplos insatisfatórios. Comovocês vão conseguir a uniformidade de queprecisam?Geralmente, quando cometemos erros, istoacontece nos estágios mais iniciais de um projeto.Portanto precisamos nos concentrar em comofazemos os primeiros desenhos e como lidamoscom o início do engajamento das partesinteressadas.

Dialogar. Desenhar. Entregar. É assim queprecisamos trabalhar. É o que já fazemos em

muitos projetos, aqueles dos quais você não ouvefalar. Mas não o fazemos em toda parte.Exploration & Production e Gas & Power, porexemplo, estão fazendo um bom trabalho demelhoramento de seus processos de projeto deforma que as questões ambientais e sociais sejamidentificadas e solucionadas mais cedo em todos oscasos.

Mas com mais de 100 mil pessoastrabalhando na Shell em todo o mundo,como é que vocês podem garantir que todascompreendem seus princípios e vivem deacordo com eles?Ter as palavras certas impressas no papel representaapenas 5 a 10% da batalha. O resto écomportamento. Portanto, significa que precisamosdar seguimento com treinamento, coaching ereforço contínuos - repetindo inúmeras vezes asmesmas coisas simples.

Significa também assegurar conseqüências claraspara aqueles que não agem de acordo e vincular aremuneração ao desempenho das pessoas. Nossoscorecard inclui desenvolvimento sustentável. Oscorecard é um dos fatores que determinam osbônus dos empregados.

Se algo sai errado, é importante sertransparente. Essas falhas são oportunidadesde aprender. Portanto, precisamos garantiràs pessoas que é seguro falar comfranqueza quando as coisas não estãodando certo.

Nossos programas de ouvidoria são importantesnesse sentido. E para completar, os líderes da Shellprecisam dar um exemplo pessoal, a começar pormim. Se o chefe não dedica tempo às partesinteressadas nem faz perguntas sobre odesempenho ambiental quando visita nossasoperações, ele não tem credibilidade parapontificar sobre desenvolvimento sustentável.

Em termos de desempenho ambiental esocial, o que foi que deixou você morrendode raiva em 2006?As fatalidades. Cada vida perdida é uma perdaexcessiva. É totalmente inaceitável que issoaconteça.

Outra coisa foram as violações antitruste. Foramtotalmente contrárias aos nossos valores. Mesmosabendo que os empregados foram embora hámuito tempo, eu ainda morro de raiva.

E as prioridades ou esperanças para a Shellem 2007?Reduzir as fatalidades. Sem dúvida alguma.Precisamos aprender as lições da indústria emelhorar a segurança pessoal e de processos. Alémde fazer um bom progresso nas soluções integradaspara o CO2.

Espero que possamos mostrar às pessoas que aShell encara o CO2 com seriedade e é pró-ativa emrelação ao problema. Isto não se refere apenas a seraceitável, mas a ser preferido. É o que a sociedadeprecisa. E também é o que nosso pessoal quer.Com nosso know-how técnico, nós vamosconseguir.

“”

www.shell.com/strategy

Conteúdo adicional na web:

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6 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

A SHELL E O DESAFIO ENERGÉTICO

Nossa estratégia em ação

Exemplos de aplicação prática da nossaestratégia - mais Upstream e Downstreamrentável

TRABALHANDO COM FABRICANTES DE AUTOMÓVEISCombustíveis e motores avançados precisam ser desenvolvidos em conjunto. Estamostrabalhando com fabricantes de veículos no desenvolvimento de combustíveisavançados para a próxima geração de motores mais limpos e eficientes. Em junho de2006 um Audi R10 alimentado com uma mistura especial de Shell GTL e diesel,baseado na tecnologia V-Power da Shell, venceu as 24 Horas de Le Mans, uma dascorridas de enduro mais rigorosas do mundo.

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PETRÓLEO E GÁS NOVOSProjetos que estão sendo considerados ou em fase de produção

PETRÓLEO NÃO CONVENCIONALProjetos em andamento ou que estão sendo considerados paraprodução de petróleo a partir de xisto e areias petrolíferas.

GÁS NATURAL LIQUEFEITOInstalações de produção e terminais receptores de GNL.Expansões e novos projetos em andamento ou aprovados.

CONVERSÃO DE GÁS EM LÍQUIDOSNova instalação de conversão de gás natural em combustível detransporte e outros produtos.

COMBUSTÍVEIS DIFERENCIADOSMercados em que estão disponíveis os combustíveis diferenciados da Shell, como o Shell V-Power.

EXPANSÃO DE REFINARIA/FÁBRICA DE PRODUTOS QUÍMICOSInvestimentos destinados a aumentar a produção de gasolina,diesel e produtos químicos.

EXPANSÃO DE DOWNSTREAM NA ÁSIAExpansão de nossas atividades petroquímicas, de refino e marketing nos mercados asiáticos de crescimento acelerado.

ENERGIA ALTERNATIVA E SOLUÇÕES DE CO2

Novos projetos que estão sendo considerados ou desenvolvidos para reduzir o custo das fontes de energia alternativas e demonstrar a viabilidade de tecnologias de captação e armazenamento do CO2.

GASEIFICAÇÃO DO CARVÃOLicenças comerciais ou joint ventures para conversão de carvãoem gás de queima limpa.

CHAVE:

COMBUSTÍVEL DE TRANSPORTE COM BAIXO TEOR DE ENXOFREFomos uma das primeiras companhias a produzir diesel com zero de enxofreem escala comercial. Os combustíveis mais limpos permitem que os fabricantesde automóveis introduzam motores e sistemas de exaustão que reduzem asemissões locais e aumentam a eficiência (página 16).

TECNOLOGIAAceleramos nossa busca de novas tecnologias para proporcionar mais energia,energia segura e energia mais limpa. Em 2006 nossos investimentos empesquisa e desenvolvimento, incluindo testes de campo e participação emtecnologias de terceiros, aumentaram para US$1,2 bilhão. Recrutamos mais de3 mil profissionais técnicos e abrimos um novo e importante Centro deTecnologia em Bangalore, Índia.

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Energia segura

A diversidade é essencial à proteção do mundocontra interrupções no suprimento de energia.Estamos ajudando com investimentos em umagrande variedade de opções energéticas a fim deevitar a dependência excessiva em relação a qualquerregião ou fonte específica.

Os preços mais altos e o fim do petróleo"fácil" estão contribuindo para transformar aenergia, mais uma vez, em alavancapolítica. Os grandes países consumidores deenergia estão cada vez mais preocupadoscom a vulnerabilidade de seus suprimentos.

A independência energética não é uma perspectivarealista para os grandes países consumidores. Os EUA, por exemplo, usam cerca de 25% dopetróleo mundial mas têm menos de 3% dasreservas petrolíferas comprovadas restantes. O mesmo pode ser dito sobre o consumo e asreservas de gás natural da União Européia. Os mercados internacionais competitivos são amaneira mais garantida de aumentar ossuprimentos globais e proporcionar uma grandevariedade de alternativas de suprimento - tanto apartir de regiões diferentes quanto de fontes deenergia diferentes.

São necessários investimentos maciços e condiçõesde investimento estáveis, bem como tecnologiasofisticada, a capacidade de gerenciar projetoscomplexos e o acesso a recursos para ascompanhias petrolíferas internacionais quedispõem desse conhecimento. As medidas deeficiência energética, incentivadas pelos governos,também precisarão desempenhar um papelimportante.

Estamos ajudando a diversificar as opçõesenergéticas de quatro maneiras principais:prolongando a vida de campos de petróleo e de gásnatural já existentes; viabilizando novos campos eregiões; desenvolvendo novas maneiras de produzircombustíveis de transporte; e oferecendo umamplo leque de opções para geração deeletricidade.

Extraindo mais dos campos existentesA nova tecnologia está nos ajudando a prolongar avida de recursos energéticos existentes nasproximidades dos mercados. Atualmentecostumam ser extraídos apenas 30 a 40% dopetróleo contido na maioria dos depósitos. Bastaelevar as taxas de extração em uns poucos pontospercentuais para aumentar acentuadamente osuprimento a longo prazo. Por exemplo, a injeçãode vapor, gás ou substâncias químicas nosdepósitos está retardando o declínio natural daprodução de campos maduros em que temosparticipação na Califórnia, no Canadá e em Omã.Uma equipe da Shell está investigando apossibilidade de injetar CO2 descartado emcampos petrolíferos ao largo da costa da Noruega,o que fomentaria a produção e reduziria asemissões de gases de efeito estufa (página 13).

Desenvolvendo novos camposGraças à nova tecnologia estamos tambémdesenvolvendo novos campos próximos a mercadosimportantes, campos cuja exploração foraconsiderada excessivamente difícil ou dispendiosa.Estamos desenvolvendo, por exemplo, um novoprojeto em águas de quase 2,5 km deprofundidade no Golfo do México. Com maisavanço tecnológico, os xistos e areias petrolíferasnão convencionais também poderiam contribuirpara aumentar significativamente os suprimentosdestinados a alguns dos maiores paísesconsumidores de energia do mundo (ver box). Asplataformas de produção destripuladas, como as do

8 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Segurança atravésda diversidade

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Mar do Norte, alimentadas pela energia renovávelde turbinas eólicas e painéis solares, estão nospermitindo explorar depósitos cada vez menoresque antes não eram econômicos (página 13).

Mais opções para combustíveis de transporteOs substitutos que podem ser misturados comgasolina ou diesel podem aumentar as opções desuprimento e reduzir a dependência em relação aopetróleo no setor dos transportes. Somos um dosprincipais distribuidores mundiais de combustíveisde transporte de origem vegetal (biocombustíveis -página 15). Nossa tecnologia de conversão do gásem líquidos (GTL) transforma gás natural emcombustíveis de transporte de queima mais limpa.Operamos uma instalação de GTL na Malásia eestamos construindo uma segunda, a maior domundo, no Qatar (ver box).

A Shell Hydrogen está explorando maneiras depromover o hidrogênio como opção decombustível a longo prazo e em 2006 operou cincoestações demonstrativas de reabastecimento emtodo o mundo.

Uma maior capacidade de refino contribuirá paraevitar congestionamentos nos suprimentos decombustível. Na dependência de uma decisão finalde investimento, poderiam ter início em 2007 ostrabalhos de construção destinados a tornar aprodução da nossa refinaria de Motiva, uma jointventure em Port Arthur, Texas, mais de duas vezesmaior que a atual. Após a expansão a refinariapassaria a processar 600 mil barris de petróleodiários, produzindo gasolina suficiente paraabastecer mais de um milhão de automóveis pordia. O projeto tornaria a refinaria de Port Arthur amaior do mundo.

Opções de eletricidadeA Shell Renewables é uma importantedesenvolvedora de energia elétrica de fonte eólica eestá investindo na próxima geração de tecnologiasolar de película fina (página 15).

Nossa produção de gás natural oferece aos clientesuma alternativa para o carvão e o óleo na geraçãode eletricidade. A liquefação do gás natural porresfriamento, para permitir que seja transportadode maneira econômica por longas distâncias,proporciona aos usuários de gás natural umaescolha mais ampla de fornecedores. Somos líderesem GNL (ver box). As operações de GNL dasquais participamos suprem mais de um terço dogás natural de que o Japão precisa e a totalidadeque a Coréia consome, além de atender a clientesna Europa, Índia, América do Norte e Taiwan.

A Shell é líder também em tecnologia degaseificação do carvão. A transformação do carvãoem gás permite que países famintos de energiacomo a China, a Índia e os EUA utilizem suasabundantes reservas de carvão de maneira maiseficiente e limpa (página 13).

GÁS DIVERSIFICADOParticipamos atualmente de operações quefornecem mais de 35% do GNL mundial. Asinstalações existentes na Austrália e na Nigériaestão em processo de expansão e há novosprojetos em construção no Qatar e na ilha deSakhalin, na Rússia (páginas 34-35). Até 2010nosso objetivo é quase duplicar nossa capacidadede GNL em relação a 2004.

Atualmente o diesel contendo combustível GTLproduzido pela nossa planta na Malásia estádisponível em cerca de 4.000 postos de serviçoShell na Europa e na Tailândia. O projeto de

PETRÓLEO NÃO CONVENCIONALAté 2015, 10 a 15% da nossa produção total depetróleo e gás poderia provir de fontes nãoconvencionais como as areias petrolíferas e aconversão do gás em líquidos (página 16).Estamos empenhados em trabalhar nodesenvolvimento dessas fontes de maneiraresponsável do ponto de vista ambiental e social(página 14).

Acredita-se que as vastas areias petrolíferas doCanadá - uma mistura de areia e óleo pesadosemelhante ao alcatrão - contenham tantopetróleo extraível quanto a Arábia Saudita contémpetróleo convencional. O Projeto das AreiasPetrolíferas de Athabasca já está produzindopetróleo suficiente para satisfazer o equivalente a10% das necessidades do Canadá. Em 2006 foitomada a decisão de ampliar a produção doprojeto em 65%, de forma atingir 255 mil barrisde petróleo por dia. Estamos considerando aexpansão de outras areias petrolíferas, o que

GTL Pearl, no Qatar, produzirá gás natural apartir de um campo offshore e utilizará tecnologiapatenteada pela Shell para transformar esse gás emcombustível de transporte e outros produtos. Aplanta de GTL Pearl vai produzir combustível detransporte suficiente para abastecer mais de 265mil automóveis por dia. O Qatar tem as terceirasmaiores reservas mundiais de gás natural, depoisda Rússia e do Irã. O projeto proporcionará umamaneira adicional de levar esse gás aos usuários deenergia e contribuirá para reduzir a dependênciaem relação ao petróleo no setor dos transportes.

poderia representar um aumento da produçãopara mais de 500 mil barris diários. Após umaproposta bem-sucedida de compra da participaçãodos acionistas minoritários da Shell Canadá, aShell está em vias de adquirir as ações restantes,um passo que reforçará nossa posição na futuraprodução das areias petrolíferas.

No Colorado, EUA, o projeto Energia deRecursos Não Convencionais (UnconventionalEnergy Resources - SURE) da Shell está testandotecnologia para produzir petróleo a partir do xistobetuminoso. A colocação de aquecedores sob osolo eleva a temperatura subterrânea acima dos300ºC a fim de converter o xisto em óleo leve dealta qualidade - um processo que na natureza levamilhões de anos. O governo norte-americanocalcula que o xisto betuminoso contenha umtrilhão de barris de petróleo somente nos EUA -quatro vezes mais que as reservas comprovadas daArábia Saudita.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 9

Conteúdo adicional na web:

• Nossos esforços para desenvolver novas tecnologiasenergéticas.

• O negócio de GNL da Shell• Como estamos desenvolvendo novas fontes de

petróleo e gáswww.shell.com/secureenergy

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Energia responsável

Como estamos lidando com as preocupações ambientaise sociais sobre nossas operações e produtos de maiorimportância para as partes interessadas.

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Mudança climática

Em 2006 as preocupações a respeito da mudançaclimática causada pelo homem atingiramproporções inéditas (e um possível ponto detransbordamento) em muitos países. Um influenterelatório para o governo britânico, de autoria deSir Nicholas Stern, antigo economista-chefe doBanco Mundial, destacou os riscos financeiros comque arcaria a economia global caso a ameaça damudança climática não fosse enfrentada.Chamando a mudança climática de “o maiorfracasso de mercado a que o mundo jamaisassistiu”, o relatório fez um apelo no sentido desólidas políticas governamentais,internacionalmente coordenadas, destinadas aincentivar a redução dos gases de efeito estufa. Noinício de 2007, os cientistas que compõem oPainel Intergovernamental sobre MudançasClimáticas das Nações Unidas reconfirmaram oconsenso científico, a essa altura com mais de 90%de certeza, de que a mudança climática causadapelo homem está ocorrendo.

A Shell foi uma das primeiras companhiasenergéticas a reconhecer a ameaça da mudançaclimática; a solicitar ação por parte dos governos,da nossa indústria e dos usuários de energia; e atomar, ela própria, a iniciativa de agir.

Em 1998 estabelecemos para nós mesmos metasvoluntárias de redução das emissões de gás deefeito estufa pelas nossas operações. Desde então aShell Renewables formou um dos mais amplosportfólios de energia alternativa entre as principaiscompanhias energéticas. Aumentamos osuprimento de gás natural, o combustível fóssil demenor teor de carbono, e dos combustíveis detransporte com menor teor de enxofre, necessáriosaos modernos motores de maior eficiênciaenergética. Desde 2000 os custos futuros previstosda emissão de CO2 têm sido incluídos em nossas

decisões de investimento, o que nos ajuda aelaborar novos projetos de forma que permaneçamlucrativos no mundo com restrições ao carbonoque está emergindo.

Estamos buscando parcerias para desenvolvertecnologias de menor teor de carbono econsiderando com atenção projetos em larga escalapara demonstração de captação e armazenamentode CO2. Nossos negócios varejistas fazemcampanhas públicas destinadas a incentivar ainovação e promover a conservação da energia.

Em 2006 nós intensificamos o apelo aos governospara que assumam a liderança nessa questão eintroduzam políticas eficazes para combater amudança climática. A importância da liderança dogoverno tornou-se clara. Sem políticas querecompensem as tecnologias de menor teor decarbono e determinem um custo previsível, a longoprazo, para a emissão de gases de efeito estufa, ascompanhias, individualmente, não terão incentivopara fazer os maciços investimentos necessários.

Nosso apelo aos governos tem quatro elementos:em primeiro lugar, engajar os principais paísesemissores e todos os setores, não apenas aindústria, para evitar uma distorção daconcorrência; em segundo lugar, estabelecer metasestáveis e de longo prazo relativas aos gases deestufa para permitir que as companhias planejem einvistam; em terceiro lugar, recorrer maisamplamente a sistemas de comércio de emissõescomo um meio econômico de lidar com os GEFsprovenientes das atividades industriais e incluirnesses esquemas reduções decorrentes da captaçãoe do armazenamento de CO2; e finalmente,elaborar um suporte mais direcionado para asfontes de energia alternativas a fim de ajudá-las achegar ao ponto de competir sem subsídios.

Para nós como companhia, o debate sobre se a mudança climática é uma realidade estáencerrado. Agora o debate é sobre o que podemos fazer a respeito. É essencial que asempresas, tal como a nossa, transformem a gestão do dióxido de carbono em umaoportunidade comercial, liderando a busca de maneiras responsáveis de lidar com o CO2 eusar a energia de modo mais eficiente. Mas isso requer também uma ação combinada daparte dos governos para criar as políticas de longo prazo, baseadas no mercado, que sãonecessárias para que o investimento pelas companhias passe a valer a pena. Como o uso docombustível fóssil e os níveis de CO2 continuam a aumentar aceleradamente, não há tempo aperder.

Como estamos ajudando:• Reduzindo as emissões das nossas operações.

• Aperfeiçoando a tecnologia de captação e armazenamento do CO2 de combustíveis fósseis.

• Provendo mais gás natural, tecnologia de carvão limpo e combustíveis de transporteavançados.

• Trabalhando para desenvolver um negócio sólido em pelo menos uma fonte alternativa de energia.

• Incitando os governos a adotarem as políticas necessárias para lidar com a redução dasemissões de GEFs.

”Jeroen van der Veer EXECUTIVO PRINCIPAL

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 11

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ZEROGEN: ELETRICIDADE INOFENSIVA ALIMENTADA A CARVÃO O governo do Estado de Queensland, na Austrália, está trabalhando em umprojeto destinado a demonstrar que eletricidade alimentada a carvão e baixaemissão de CO2 não são incompatíveis. Caso tenha andamento, o projetoZeroGen será a primeira usina demonstrativa do mundo a produzireletricidade com baixa emissão graças à combinação de gaseificação do carvãocom captação e armazenamento de CO2.

O plano é transformar o carvão em um gás rico em hidrogênio e CO2 de altapressão. Em seguida o gás seria queimado para alimentar uma turbina de altaeficiência a fim de produzir eletricidade. O CO2 seria canalizado ao longo decerca de 220 km para armazenamento em aqüíferos subterrâneos. A Shell é oprovedor preferencial da tecnologia de gaseificação e no momento estáprovendo expertise em perfuração e armazenamento de CO2.

Gerenciando nossas emissões de gases deefeito estufaJá atingimos nossa primeira meta voluntária:reduzir em 10% as emissões de gases de efeitoestufa provenientes de nossas operações, situando-as abaixo dos níveis de 1990 em 2002.* Asreduções se deveram sobretudo ao fato de queacabamos com a saída de gás natural nasinstalações de produção de petróleo. Agora estamos concentrados em nossa segunda meta:manter essas emissões em 5% abaixo dos níveis de1990 até 2010.

Torna-se cada vez mais difícil encontrar reduçõespara contrabalançar o aumento das emissões denosso portfólio mutável. A quantidade de energianecessária para produzirmos cada unidade de óleoou gás natural já ultrapassa em mais de 50% o queera em 2000 e continuará aumentando à medidaque nossos campos envelhecem e uma parte maiorda nossa produção provém de um óleo maispesado e de areias petrolíferas. A produção de maiscombustíveis de transporte com baixo teor deenxofre contribuirá para reduzir as emissões deCO2 dos nossos clientes, mas esses combustíveisaumentam nossas emissões diretas, pois suaprodução requer mais energia de refino.

Até o momento conseguimos contrabalançar essasemissões mais altas. Em 2006 as instalações queoperamos emitiram 98 milhões de toneladas degases de efeito estufa, cerca de 7 milhões detoneladas a menos que no ano anterior e mais de20% abaixo dos níveis de 1990.

As reduções logradas desde 2002 deveram-sesobretudo à redução da queima contínua. Desde2000, por exemplo, a joint venture SPDC naNigéria investiu mais de US$3 bilhões emequipamento para captar e utilizar o gás antesqueimado no flare. A SPDC é responsável, emmédia, por dois terços da nossa queima contínua.

Em 2006 o total da nossa queima no mundointeiro diminuiu. Isto aconteceu sobretudo devidoaos cortes de produção motivados por gravesproblemas de segurança na Nigéria. Mas asmudanças operacionais destinadas a aumentar arecuperação do gás associado em Omã e o novoequipamento instalado em 2005 para reduzir aqueima no Gabão também ajudaram.

Outro fator que reduziu ainda mais nossasemissões de gás de efeito estufa foram osmelhoramentos na eficiência energética de nossasrefinarias e fábricas de produtos químicos. Asrefinarias Shell aumentaram sua eficiênciaenergética em 3% desde 2002, conforme medidopelo Índice de Intensidade Energética (EII) doSolomon Associates. Nossas fábricas de produtosquímicos ganharam 9% em eficiência energéticadesde 2001, segundo nosso Índice Energético deProdutos Químicos . Obtivemos esses ganhosgraças à operação de nossas instalações a nível maispróximo de sua capacidade de produção total, commenos casos de suspensão de atividades eaplicando, na maioria dos locais, nosso programade eficiência energética EnergiseTM e o processoRevisão de Melhoria do Negócio. O EnergiseTM

e a Revisão de Melhoria do Negócio reduziramnossas emissões de gás de efeito estufa em quase

um milhão de toneladas por ano e nos pouparammais de US$70 milhões anuais nas refinarias efábricas de produtos químicos.

Não conseguimos atingir nossa meta anual emtermos do EII em 2006, em parte porquehavíamos subestimado a quantidade de energiaadicional que seria necessária para produzircombustíveis com menor teor de carbono e maisinofensivos ao meio ambiente, e em parte devido ainterrupções não planejadas no funcionamento deequipamentos em várias instalações, o querequereu energia adicional para a reativação.Nossas fábricas de produtos químicos atingiramsua meta a despeito de várias interrupções nãoplanejadas.

Lançamos no início de 2007 um novo programade eficiência energética em nosso setor deupstream, o que compensará parcialmente oaumento. Continuaremos envidando esforços parapôr fim até 2008 à queima contínua nos locais dosetor de upstream, além da Nigéria. Na Nigéria ajoint venture Shell Petroleum DevelopmentCompany (SPDC) espera pôr fim à queimacontínua no correr de 2009, conforme planejado.A concretização desse plano depende degarantirmos financiamento por nossos parceiros emjoint venture na Nigéria e de que as comunidadesnos permitam acesso livre e seguro a nossos locaisde produção. Outras reduções de gases de efeitoestufa resultarão do atual impulso à eficiênciaenergética em nossas refinarias e fábricas deprodutos químicos.

Até 70% das emissões de CO2 da usina elétrica (até cerca de 420 mil toneladasanuais) poderiam ser captados e armazenados. As versões comerciais teriamemissões de CO2 inferiores em quase 40% àquelas de uma usina elétricaalimentada a gás de tamanho comparável.

No momento os proprietários de usinas elétricas alimentadas a gás não têmqualquer razão econômica para fazer investimento adicional em captação earmazenamento de CO2. Para que esta tecnologia promissora seja maisdifundida será necessário suporte do governo sob a forma da determinação deum preço sinalizador para a emissão de CO2.

ENERGIA RESPONSÁVEL

12 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

*As Diretrizes da Indústria Petrolífera para Estimativa de Gás de Efeito Estufa, dezembro de 2003 (API, IPIECA, OGP) indicam que a incerteza nas medições de gás de efeito estufa pode ser significativa.Assim sendo, pressupomos que a incerteza associada a nossas medições de CO2 de 1990 tenha sido igual àquela associada às medições que fizemos em 2002.

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MONOTORRES: APRENDENDO AS LIÇÕESDO NEGÓCIO DE ENERGIA ALTERNATIVAEm 2006 começamos a operar as primeirasplataformas de produção de gás natural offshoredo mundo alimentadas a eletricidade de fonteeólica e solar. Esta plataforma leve, de baixocusto e zero de emissões - que se chamamonotorre porque está montada sobre um pilarúnico - baseia-se no desenho usado para asturbinas eólicas offshore. As monotorrespermitem a exploração de pequenos campos degás natural do Mar do Norte que não seriameconômicos com os equipamentos tradicionais.O desenvolvimento desses campos contribui parao aumento e a diversificação dos suprimentos deenergia ao prolongarem a vida produtiva deregiões maduras como o Mar do Norte.

Começamos a operar duas monotorres em 2006.Cada plataforma usa apenas 1,2 kilowatts deeletricidade por dia, menos que o necessário paraferver uma chaleira e muito menos que os 30kilowatts necessários à operação de umaplataforma destripulada tradicional ou os 40megawatts requeridos por uma instalaçãotripulada de tamanho normal.

Tecnologia de captação de CO2O mundo está exigindo muito mais energia para odesenvolvimento (o que atualmente significa maiscombustíveis fósseis) e uma solução para amudança climática. Mas não poderá ter ambas, amenos que sejam descobertas maneiras seguras eeconômicas de captar e armazenar o CO2proveniente do carvão, do petróleo e do gásnatural.

Existem muitas opções técnicas para a captação doCO2. Uma vez captado, o dióxido de carbonopode ser armazenado sob o solo (em aqüíferos ouem certos campos de petróleo e gás) ou pode serutilizado em processos industriais. Mas a captaçãoe o armazenamento de CO2 são atividadesdispendiosas, de consumo intensivo de energia.Em uma usina elétrica de porte médio, alimentadaa carvão, por exemplo, a captação e oarmazenamento reduziriam a eficiência energéticada usina em cerca de 10% e acrescentariam váriascentenas de milhões de dólares aos custos deinvestimento. O armazenamento requeria tambéma concordância das autoridades de planejamento edas comunidades locais.

Estamos participando em projetos demonstrativosde larga escala nessa área. Um deles é o ZeroGen,um projeto de eletricidade alimentada a carvãocom baixo CO2 que está sendo estudado naAustrália (ver box). Outro, na Noruega, é o maiorprojeto offshore até o momento a armazenar CO2e usá-lo para intensificar a recuperação do óleo. Sefor levado avante, o projeto Halten, em queestamos trabalhando com o governo norueguês e aStatoil, solucionaria a insuficiência de eletricidade

da região central da Noruega e reduziria asemissões de CO2 em até 2,5 milhões de toneladasanuais. Ambos os projetos se encontram em estágiode viabilidade.

Além disso estamos fornecendo a estufasholandesas o CO2 descartado pela nossa refinariade Pernis e explorando oportunidades degerenciamento do CO2 no Oriente Médio emcolaboração com as Indústrias Pesadas Mitsubishi.

As políticas governamentais desempenharão umpapel decisivo na determinação do futuro dacaptação e do armazenamento de CO2. Devido aovultoso investimento adicional requerido, taisatividades não serão disseminadas em larga escalasem ação da parte dos governos. No momento asreduções de emissões obtidas por meio de captaçãoe armazenamento não se qualificam para recebercréditos de emissão. O apelo que fazemos se referea uma maior efetividade na autorização de projetose medidas destinadas a reduzir custos, como porexemplo por intermédio da Plataforma Européiade Tecnologia para Usinas Elétricas alimentadaspor Combustíveis Fósseis com Zero de Emissão.Tais medidas incluem a concessão de créditos decarbono pelo CO2 captado e o estabelecimento demetas de emissão para além de 2012 a fim de criarum arcabouço de investimento estável e de longoprazo.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 13

O vencedor da Eco-maratona Shell de 2006. Um protótipoabastecido com biocombustível que venceu com um consumode energia equivalente a 2,885 km/l de gasolina.

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Ajudando os usuários de energia agerenciar suas emissões de CO2Mais de 80% do CO2 proveniente de combustíveisfósseis são emitidos durante o uso de produtos deenergia. Nossos clientes emitem seis ou sete vezesmais CO2 ao usarem nossos produtos do que nósao fabricá-los - mais de 750 milhões de toneladasde CO2 em um ano típico. Nós incentivamos ouso eficiente da energia e provemos tecnologias ecombustíveis para facilitar a tarefa.

Eletricidade com menos CO2Entregamos mais de 1,44 milhões de barris depetróleo equivalente a gás natural por dia em2006. Isto representou mais de 40% da produçãototal do nosso setor de upstream. Se todo esse gásfosse usado para gerar eletricidade, seria suficientepara alimentar cerca de 180 milhões de lares.Como o gás natural contém menos carbono que ocarvão e pode ser transformado em eletricidadecom maior eficiência, uma usina elétricaalimentada a gás produz cerca de metade dasemissões de CO2 de uma usina convencional,alimentada a carvão. Isto acontece mesmo se hánecessidade de energia adicional para liquefazer ogás e transportá-lo.

O carvão é o combustível fóssil mais abundante domundo. Atualmente o carvão satisfaz quase 40%da demanda total de eletricidade e espera-se quecontinue sendo cada vez mais utilizado. Ascompanhias Shell não produzem carvão, mastemos uma tecnologia patenteada de gaseificaçãodo carvão que, quando usada em conjunto comuma usina elétrica de ciclo combinado, aumenta aeficiência energética. Produz-se mais eletricidade apartir de cada tonelada de carvão, reduzindo asemissões de CO2 em até 15% em comparação comas mais recentes usinas elétricas convencionaisalimentadas a carvão. O processo produz um CO2

CO2 E PETRÓLEO NÃO CONVENCIONALÀ medida que a era do petróleo "fácil" chega ao fim,a produção de petróleo continua cada vez maisintensiva em termos de energia e de CO2. Oaumento da produção a partir de fontes locais nãoconvencionais, como as areias petrolíferas e, nofuturo, possivelmente os xistos betuminosos, fazparte dessa tendência da indústria. Tais fontesprovêm um suprimento de longo prazo seguro,situado nas proximidades de mercados importantes.No entanto, a energia adicional necessária a essaprodução significa o aumento das emissões de CO2.Em termos de ciclo vital, a gasolina produzida apartir de areias petrolíferas emite atualmente cercade 10% mais CO2 que a gasolina do petróleoconvencional. É possível que a produção de gasolinaa partir de areias petrolíferas requeira ainda maisenergia, de modo que encontrar maneiras de reduzirou contrabalançar as emissões de CO2 dessas fontesé tarefa altamente prioritária.

A Shell é líder em petróleo não convencional, oque faz parte de nossa estratégia dedesenvolvimento de uma ampla gama de opçõesenergéticas. Estamos empenhados em desenvolvertais recursos de forma responsável. Por exemplo, aprimeira operação de exploração de areiaspetrolíferas da Shell Canadá, o Projeto das AreiasPetrolíferas de Athabasca (Shell Canadá 60%), tem

uma meta voluntária de redução de gases de efeitoestufa: tornar as emissões combinadas de CO2provenientes da produção e uso da sua gasolinainferiores àquelas geradas pela gasolina importadaque substituirá até 2010. O projeto busca obterreduções por meio de melhorias na eficiênciaenergética e na captação e armazenamento de CO2em nossas instalações que trabalham com areiaspetrolíferas, bem como de medidas de mitigaçãofora do âmbito do projeto que contrabalancem asemissões do mesmo. O Painel de MudançaClimática, um painel externo da Shell Canadá,proporcionou orientação independente sobre oprograma de redução deste projeto. E continuamosa aperfeiçoar a tecnologia das areias petrolíferas. Aprimeira expansão do Projeto Athabasca,anunciada em 2006, utilizará a nova tecnologiaShell Enhance, que reduz energia e emissões deCO2, a partir da etapa do processo de produçãoem que o petróleo é separado da areia, em 10%relativamente a tecnologias comparáveis.

Para a expansão será elaborado um planovoluntário de gerenciamento de gases de efeitoestufa. Estamos, por exemplo, trabalhando comgovernos e outras partes interessadas nodesenvolvimento de novas tecnologias, como acaptação e o armazenamento de CO2.

de alta pressão e relativamente puro que é maisfácil de captar e armazenar. Essa tecnologia foiescolhida pelo projeto ZeroGen (página 12) e étambém parte importante da nossa AliançaEnergética do Carvão Limpo, formada em 2006com a Anglo American plc, um dos maioresprodutores de carvão.

Estamos apoiando ativamente um diálogo entre aUnião Européia (UE) e a China cujo objetivo épermitir que companhias européias façam uso doEsquema de Comércio de Emissões da UE a fimde equipar novas usinas elétricas chinesasalimentadas a carvão para que as mesmas passem acaptar e armazenar CO2.

Transportes com menos CO2A disseminação em larga escala de veículosalimentados a hidrogênio é incerta e vai demorarpelo menos 10 a 20 anos. Isto significa que ostransportes continuarão a depender sobretudo dopetróleo durante muitos anos ainda. Nesse meiotempo, as reduções das emissões de gases de efeitoestufa no setor dos transportes deverão provirprincipalmente da mistura de biocombustíveis àgasolina e ao diesel, de tecnologias destinadas aaumentar a eficiência dos combustíveis e veículosconvencionais e dos esforços para lidar com aprocura de transporte por parte das pessoas.

Somos um dos mais importantes distribuidoresmundiais dos biocombustíveis de transporte atuaise estamos desenvolvendo, juntamente comparceiros, uma nova geração de biocombustíveiscom menos CO2 (página 15). Continuamos aatualizar nossas refinarias para que produzamgasolina e diesel com menor teor de enxofre. Taiscombustíveis não apenas ajudam a reduzir apoluição atmosférica local (página 16) comotambém permitem aos fabricantes de automóveis aprodução de motores de maior eficiência em

termos de combustível (e portanto emissores demenos CO2).

Nossa nova fórmula Fuel Enomony, por exemplo,disponível em 19 países, reduz o consumo decombustível sem custo adicional para osmotoristas. Em 2006 os vencedores da competiçãoShell Fuel Economy World Record Challengeestabeleceram o recorde mundial de eficiência decombustível, usando uma versão desse combustívele técnicas de direção especiais para obter maioreficiência de combustível.

Organizamos a Eco-maratona Shell todo ano naEuropa (e nos EUA em 2007). Trata-se de umdesafio a estudantes que consiste no desenho econstrução de um veículo com o máximo possívelde eficiência de combustível. Em 2006 o vencedorda competição foi um carro com a eficiência decombustível média de 2,885 km pelo equivalente aum litro de combustível. Em 2005-2006 fizemosCampanhas de Aproveitamento Máximo deCombustível, que consistiram no ensino detécnicas de direção mais eficientes para ajudar os motoristas a usar menos combustível e reduzir o CO2.

ENERGIA RESPONSÁVEL

14 THE SHELL SUSTAINABILITY REPORT 2006

www.shell.com/climate

Conteúdo adicional na web:

• A trajetória do carbono de nossos produtos.• Nosso trabalho em seqüestro e captação de CO2.• Em que consiste nossa participação no debate sobre

políticas relativas à mudança climática.• Como usamos os custos do carbono nas decisões sobre

investimento.• A ajuda que estamos prestando aos clientes para que

reduzam suas emissões.

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 15

Energia alternativa

O interesse pelas alternativas em relaçãoaos combustíveis fósseis cresce rapidamenteà medida que aumentam as preocupaçõesrelativas a mudança climática e segurançaenergética. Nossa meta é ter um negóciosólido com atividade comercial em pelomenos uma tecnologia de energiaalternativa.

Estamos focando nas tecnologias mais promissoras- biocombustíveis avançados e hidrogênio para otransporte, eólica e solar de película fina para aeletricidade - e trabalhando com afinco na reduçãodos custos dessas tecnologias para que possamcompetir de forma eficiente com os combustíveisfósseis.

Opções para o transporteOs biocombustíveis de transporte costumam sermais caros que a gasolina ou o diesel, mas reduzema dependência em relação ao petróleo e, como asplantas absorvem CO2 à medida que crescem,podem também emitir menos carbono em geral,apesar da energia adicional necessária para suacolheita e processamento. Vários governos estãodando grande impulso aos biocombustíveis, comsubsídios, metas e mandatos. Para que tais esforçossejam bem-sucedidos será preciso desenvolverbiocombustíveis mais avançados tecnologicamente,baseados no lixo agrícola.

Os atuais biocombustíveis de primeira geraçãopodem entrar em competição com as colheitasalimentares pelo uso da terra arável e as reduçõesde CO2 que eles alcançam são limitadas, em várioscasos. Para ajudar a solucionar essa questãocontinuamos a investir em biocombustíveis desegunda geração, como através da parceria com aChoren e a Iogen (ver box), e a desenvolvercódigos de conduta para a obtenção sustentável debiocombustíveis (página 18).

O hidrogênio é uma opção de longo prazo. Trata-se de um novo tipo de combustível que requereriainfra-estrutura adicional para a distribuição emotores modificados para o uso, o que levariatempo e exigiria um investimento considerável.Fomos a primeira companhia energética aconstruir postos demonstrativos de abastecimentode hidrogênio na Ásia, Europa e EUA. Além dissoa Shell Hydrogen está trabalhando em "mini-redes", nas quais se oferece a opção do hidrogênioem postos de abastecimento normais para que osveículos a hidrogênio possam operar livremente ese reabastecer em qualquer lugar da cidade.

Fontes de eletricidadeA Shell Wind é um importante desenvolvedor deenergia eólica, com participação em projetos quegeram 850 megawatts de eletricidade (parcela daShell: 415 MW). A companhia planeja expandirseu portfólio para perto de 1.000 MW (parcela daShell: 500 MW) até o final de 2007. Issorepresenta eletricidade suficiente para mais de meiomilhão de lares. Na Europa estamos desenvolvendoprojetos no mar, onde apesar dos custos mais altose das dificuldades de conexão com as gradesterrestre os ventos são mais fortes, pode-se usarturbinas maiores e a perturbação visual é menor.Em 2006 teve início a produção na fazenda eólicaoffshore Noordzee Wind (ver box) e o projeto de1.000 MW London Array, em que somos

IOGEN: TRANSFORMANDO PALHA EM COMBUSTÍVEL No momento o desafio para os biocombustíveisconsiste em torná-los mais baratos, reduzir oCO2 emitido durante sua produção e fazer usode fontes que não concorram com a produçãoalimentar pelo uso da terra arável. Foram essas asrazões que nos levaram a investir na IogenCorporation, cuja tecnologia patenteada usaenzimas para produzir etanol a partir da palha.O "etanol de celulose" resultante é umcombustível que emite 90% de gases de efeitoestufa a menos que a gasolina convencional combase no ciclo vital e não requer terra aráveladicional. As instalações de demonstração da

Iogen vêm produzindo combustível a partir dapalha desde 2004. O etanol da Iogen tempotencial para ser mais barato de produzir do quea maioria dos biocombustíveis atuais. Em 2006 obanco de investimentos Goldman Sachs investiuna Iogen. No início de 2007 a Iogen foi uma dasseis companhias selecionadas para receberfinanciamento pelo programa de celulose de etanoldo Departamento de Energia dos EUA, que temuma verba de US$385 milhões, no que constituiumais um voto de confiança no potencial comercialdesta interessante tecnologia.

parceiros, recebeu permissão para a construçãooffshore. A autorização para a construção daconexão terrestre depende do resultado de umaconsulta pública local. London Array seria a maiorfazenda eólica do mundo e está sendo apoiadaativamente pela Sociedade Real de Proteção às Avese pelo Fundo Mundial da Vida Selvagem. Tiveraminício em 2006 as atividades de construção doprojeto Mount Storm (164 MW, parcela da Shell:50%), em West Virginia, EUA, enquantoprosseguiram os esforços pelo desenvolvimento deprojetos de energia eólica na China.

Tal como a onda atual de capitalistas de risco queestá investindo em energia solar, nós acreditamosque as tecnologias de película fina são as maispromissoras no que se refere à redução dos custosda conversão da luz solar em eletricidade. Em2006 concluímos, com sucesso, um acordo dejoint venture com o fabricante de vidro Saint-Gobain para desenvolver a próxima geração datecnologia de película fina Cobre-Índio-Disselenide (CIS). A CIS usa 100 vezes menosmatéria-prima que os atuais módulos de siliconecristalino, é mais fácil de produzir e esperamos quesua produção em grandes volumes seja mais barata.A joint venture, AVANCIS GmbH, deu início àconstrução de uma fábrica de painéis de 20 MWna Alemanha em novembro de 2006.

NOORDZEE WIND: DENTRO DO PRAZO EDO ORÇAMENTOEm outubro de 2006 as residências holandesascomeçaram a receber a eletricidade limpa daFazenda Eólica Offshore Egmond aan Zee,situada no Mar do Norte. Desenvolvida pelaShell Wind Energy e a empresa elétrica Nuon,esta fazenda eólica de 108 MW forneceeletricidade sem carbono suficiente paraabastecer mais de 100 mil lares holandeses,poupando cerca de 140 mil toneladas anuais deemissões de CO2.

Nossa experiência em petróleo e em gás offshorecontribuiu para a superação dos desafios técnicose a conclusão do projeto dentro do prazo e doorçamento. Agora o foco está voltado para amelhoria do desempenho operacional da energiaeólica offshore através da redução dos custos demanutenção e do aumento do tempo dedisponibilidade das turbinas para produção deenergia elétrica. Atualmente, a atividade de gerarenergia eólica offshore custa cerca do dobro dageração em terra, de modo que o suporte dogoverno continua sendo essencial para tornar aenergia eólica uma alternativa viável para ageração convencional de energia elétrica.

www.shell.com/alternativeenergy

Conteúdo adicional na web:

• Nossos esforços para formar negócios competitivos deenergia eólica, solar e hidrogênio

• O enfoque que adotamos para os biocombustíveisresponsáveis

• Investindo em biocombustíveis de segunda geração(Choren GmbH e Iogen)

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Poluição do ar

EXPULSANDO O CHUMBODurante muitos anos o chumbo foi acrescentado àgasolina para obter um melhor desempenho domotor, mas devido a preocupações relativas à saúdee porque o chumbo bloqueia os conversorescatalíticos dos motores modernos, acabou sendoeliminado gradativamente na maioria dos países.Mas a eliminação gradual do chumbo foi umdesafio em algumas partes do mundo emdesenvolvimento. Às vezes as refinarias estatais nãodispõem dos fundos necessários para modernizarsuas instalações e, em muitos casos, os governosdesses países têm prioridades de desenvolvimentomais urgentes. A eliminação gradual do chumbonas refinarias em que temos participação foiconcluída em 2005, quando as instalações dasjoint ventures na África do Sul e no Quêniadeixaram de usar chumbo. Nós apoiamosativamente a eliminação progressiva e total dochumbo dos combustíveis por intermédio daParceria por Combustíveis e Veículos Limpos dasNações Unidas e da Iniciativa do Ar Limpo naÁfrica, do Banco Mundial.

COMBUSTÍVEL DE CONVERSÃO DO GÁS EMLÍQUIDOS: MAIS DESEMPENHO, MENOSPOLUIÇÃO DO AR.O combustível resultante da conversão do gás emlíquidos (GTL) é incolor, inodoro e praticamentelivre de enxofre. Produzido a partir do gás naturalcom o uso da tecnologia pioneira da Shell, podeser misturado ao diesel e usado nos motoresmodernos já existentes.

Este combustível gera uma quantidade muitomenor de poluentes locais, como os particulados,os óxidos nitrosos, o enxofre e o monóxido decarbono, do que o óleo diesel convencional. Estásendo usado para abastecer táxis e ônibus emalgumas das cidades mais congestionadas domundo, inclusive Bangkok e Xangai, onde sãomaiores os benefícios ambientais e para a saúde. O combustível GTL pode também contribuir paraa eficiência de combustível.

ENERGIA RESPONSÁVEL

Poluição do ar decorrente da geração de eletricidadeA demanda de eletricidade está crescendorapidamente. A cada 14 dias a China acrescentauma nova usina elétrica alimentada a carvão.Embora em muitos lugares as usinas elétricastenham-se tornado muito mais limpas, a geraçãode energia elétrica ainda é responsável por quaseum quarto das emissões mundiais de NO2causadas pelo homem e por 15% das emissões departiculados como a fuligem e a fumaça. A eletricidade gerada por usinas avançadas,alimentadas a gás, produz um mínimo de NO2 ede particulados. Portanto o aumento da nossaprodução de gás natural para alimentar essas usinasajuda a reduzir as emissões atmosféricas; nossatecnologia avançada de gaseificação do carvão temo mesmo efeito: reduz acentuadamente a poluiçãolocal decorrente das usinas elétricas alimentadas acarvão, convertendo o carvão em um gás sintéticocuja queima é tão limpa quanto a do gás natural. A redução dos custos da energia eólica e solartambém pode contribuir para acelerar ocrescimento dessas fontes de eletricidade com zerode emissões.

Poluição do ar decorrente dos transportesAté 2050 é possível que haja mais de dois bilhõesde veículos em circulação, mais do dobro donúmero atual. Espera-se que a quase totalidadedesse crescimento ocorra nas megacidades domundo desenvolvido de hoje, onde o ar já tende aser de má qualidade.

Não existe incompatibilidade entre maistransportes e melhor qualidade do ar. Graças aoinvestimento em combustíveis e motores maislimpos, somado a uma regulação mais severa porparte dos governos, houve uma diminuição dapoluição do ar local causada por veículos nomundo desenvolvido. Na UE, por exemplo, asemissões de VOCs e NO2 do transporte rodoviáriobaixaram em mais de 50% no correr dos últimosdez anos, mesmo dado o aumento do uso deveículos.

O primeiro passo é a disseminação do uso decombustíveis sem chumbo e com menor teor deenxofre, que tornam possível a introdução demotores modernos, dotados de conversores

catalíticos e armadilhas para particulados. Estesmotores reduzem as emissões da maioria dospoluentes locais em mais de 90%. Todas as nossasrefinarias deixaram de produzir combustíveis comchumbo (ver box) e fomos uma das primeirascompanhias a produzir diesel com zero de enxofreem escala comercial.

Somos também um dos principais fornecedores degás liquefeito de petróleo (GLP), também chamadoAutogás. O GLP oferece uma opção para a reduçãode outras emissões locais, especialmente nos paísesem desenvolvimento em que ainda não há grandedisponibilidade de veículos modernos e combustíveiscom baixo teor de enxofre.

Uma vez que se difunda o uso de motores ecombustíveis modernos em todo o mundo, outrasmelhorias virão graças ao aperfeiçoamento contínuodas tecnologias de motores e combustíveis com oobjetivo de melhorar a eficiência do combustível ereduzir as emissões. Isto requer maior coordenaçãoentre produtores de combustíveis e fabricantes deveículos. Estamos trabalhando em estreitacolaboração com companhias como a Audi, a Ducatie a Ferrari a fim de permitir o desenvolvimentoparalelo das novas tecnologias de motores ecombustíveis necessárias para reduzir mais ainda asemissões. A intenção da Shell é, por intermédiodessas parcerias, tornar-se o mais importanteprovedor da próxima geração de combustíveis maislimpos.

A prazo mais longo, os veículos a célula decombustível alimentados a hidrogênio poderãoproporcionar grandes reduções da poluição do arcausada pelos transportes. A única emissão localdesses veículos é a água pura. A Shell Hydrogen estátambém trabalhando em parceria com fabricantes deautomóveis para procurar transformar esses veículosem uma opção viável do ponto de vista comercial.

A mudança climática pode estar dominandoas manchetes, mas a necessidade de reduzira poluição do ar local causada pela queimade combustíveis fósseis não desapareceu. O progresso alcançado no correr dos últimos20 anos foi considerável. As companhiasresponderam à regulação com tecnologiainovadora. Mas é preciso mais, sobretudonas megacidades que crescem em ritmoacelerado no mundo desenvolvido.

A Shell tem 100 anos de experiência nodesenvolvimento de combustíveis inovadores etecnologias de energia mais limpa para lidar com apoluição do ar local.

As emissões atmosféricas das nossasoperaçõesNossa contribuição começa pela redução dasemissões das nossas instalações que contribuempara a criação de uma mistura de nevoeiro comfumaça e a chuva ácida - óxido nitroso (NO2),dióxido de enxofre (SO2) e compostos orgânicosvoláteis (VOCs). As emissões de VOCs das nossasoperações diminuíram em mais de 50% desde1998, sobretudo, porque deixamos de expelir o gásassociado nas instalações de produção de petróleo.Nossas emissões de NO2 também diminuíram,embora usemos agora muito mais energia pararefinar combustíveis mais limpos. As reduções sedeveram principalmente ao investimento emequipamentos de controle da poluição, sobretudo,em nossas refinarias e fábricas de produtosquímicos em Cingapura e nos EUA. As emissõesde SO2 das nossas refinarias e fábricas de produtosquímicos também baixaram em quase 10% desde2001. No setor de upstream as emissões de SO2têm aumentado, principalmente, devido à queimade maior volume de gás ácido (sulfeto dehidrogênio) em locais remotos no Canadá e emOmã. O resultado foi o aumento do total deemissões de SO2 da Shell em 8% desde 2001.Com nossa ajuda, as pessoas que vivem nasproximidades de alguns dos locais em queoperamos passaram a participar da monitoração daqualidade do ar em suas comunidades.

16 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

www.shell.com/airpollution

Additional web content:

• Os avançados combustíveis de transporte mais limpos da Shell

• Nossa tecnologia de gaseificação do carvão• O trabalho que fazemos em parcerias internacionais para

produzir combustíveis mais limpos na África e na Ásia

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Derramamentos

Reduzir os derramamentos em nossasoperações e navios é tarefa que requerprocedimentos claros, disciplina constantee monitoração eficiente.

Entre 1997 e 2005 o volume de petróleo ederivados derramado por nossas operaçõesdevido a causas que podemos prevenirdiretamente, como a corrosão ou as falhasoperacionais, diminuiu gradativamente. Osderramamentos decorrentes de atos desabotagem ou fenômenos naturais extremos,como os furacões, flutuaram conforme osacontecimentos.

Os volumes derramados devido a corrosão oufalhas operacionais aumentou ligeiramente em2006, o que se deveu em grande parte a doisgrandes derramamentos ocorridos na Nigéria.No primeiro caso, a tubulação de um oleodutosubterrâneo foi danificada durante oassentamento de outro oleoduto. O segundocaso foi causado pela corrosão. A perda depetróleo resultante foi de quase um quarto dototal que derramamos em 2006. Nos locais daNigéria em que o trabalho foi suspenso devido àsituação de segurança somente haverádisponibilidade de informações confiáveis sobrederramamentos quando voltarmos paraempreender reparos e reiniciar as operações. Emoutras regiões da Nigéria, nas áreas em quetivemos condições de operar, os derramamentosdecorrentes de corrosão e falhas operacionaisforam os menores dos últimos sete anos, graças ainspeção e reparos mais eficientes quepermitiram um desempenho cada vez melhor.

Fora da Nigéria, o número e o volume dederramamentos evitáveis continuou a diminuirdurante o ano passado. Em nosso setor deupstream a melhoria nas atividades de inspeção emanutenção dos oleodutos permitiu umaredução dos derramamentos evitáveis em quase60% em Omã, por exemplo, desde 2000. Nosetor de downstream o número e o volume dederramamentos evitáveis tornaram a baixar em2006. Em nossas refinarias e fábricas deprodutos químicos estamos rastreando os

pequenos vazamentos com maior cuidado esolucionando mais cedo as causas subjacentes.Nossa rede de distribuição também implementouum programa destinado a impedir de forma pró-ativa os derramamentos por meio de inspeção emanutenção mais focadas nas canalizações dosoleodutos e nos tanques nos depósitos dearmazenamento, ao mesmo tempo que envidaesforços para prevenir derramamentos a partir decaminhões-tanque, especialmente na África.

Vinte e dois milhões de toneladas de petróleoforam transportadas em 2006 por navioscontrolados pela Shell. Foram derramadas menosde duas toneladas, o que reflete o rigor dos nossosprocedimentos operacionais.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 17

www.shell.com/spills

VOZES“ ”

Conteúdo adicional na web:

• Nossos esforços para melhorar ainda mais a integridadedos ativos (inclusive derramamentos)

• Desempenho relativo a derramamentos na Nigéria noRelatório Ambiental e Social sobre a Shell na Nigéria

Atualmente os motores limpos e de altaeficiência estão irredutivelmente vinculadosaos combustíveis de alta qualidade. Paraque as emissões e o consumo de combustívelsejam reduzidos ainda mais no futuro, serápreciso tanto uma tecnologia inovadoraquanto combustíveis avançados.

A Volkswagen e a Shell estão trabalhandoem estreita colaboração em combustíveisinovadores como os biocombustíveis desegunda geração e os combustíveissintéticos. Premiações altamenteconceituadas, como o 'Prêmio ProfessorFerdinand Porsche 2005' e a primeiravitória de um carro a diesel na longa históriada corrida de Le Mans, que conquistamosem 2006 com o Audi R10 usando ocombustível Shell GTL, demonstram o sucessodessa colaboração.

Continuaremos a seguir rigorosamente essecurso e a oferecer, também no futuro,mobilidade sustentável e de custo acessívelaos nossos clientes. A Volkswagen AGencontrou na Shell um parceiro competente einovador no empreendimento dessainiciativa.Professor Dr Martin WinterkornPRESIDENTE DA DIRETORIA DA VOLKSWAGEN AG

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O crescimento das populações e da riqueza está ameaçando muitosecossistemas sensíveis e ricos em biodiversidade. A satisfação danecessidade mundial de suprimentos de energia mais numerosos ecada vez mais diversificados acarreta o risco de uma pressão aindamais intensa. Fazem-se necessárias novas opções em tecnologia,parcerias e maneiras de trabalhar. A Shell está empenhada emajudar e faz um progresso lento mas constante na tarefa detransformar esse empenho em ação.

Como a Avaliação de Ecossistemas do Milênio deixou claro em 2005, osgovernos precisam urgentemente encontrar o equilíbrio certo entredesenvolvimento e conservação da natureza. O maior problema é a intrusãodas atividades agrícolas e de construção de moradias. Mas a produção deenergia também desempenha um papel, desde a busca de petróleo e gás emáreas sensíveis até a necessidade de terras adicionais para a infra-estruturaenergética e, cada vez mais, para as colheitas energéticas.

Fomos a primeira companhia energética a adotar um padrão de biodiversidade,segundo o qual devemos respeitar os locais protegidos, trabalhar com outrospara manter os ecossistemas e buscar parcerias com o propósito de conservar abiodiversidade. Assumimos o compromisso de não levar a cabo atividades deexploração ou desenvolvimento de petróleo e gás natural em sítios protegidosdo Patrimônio Mundial (World Heritage) - mais de 170 locais reconhecidospela Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas(UNESCO). Assumimos também o compromisso de cumprir práticasoperacionais rigorosas nos locais designados pela União Internacional pelaConservação da Natureza (IUNC) como áreas protegidas da Categoria I-IV eem outras áreas de alto valor em termos de biodiversidade. No momentoestamos trabalhando em normas referentes à obtenção sustentável debiocombustíveis de transporte (ver box).

Transformando compromissos em açãoAgora as avaliações de impacto social e ambiental que são feitas nos estágiosiniciais de nossos projetos incluem checagens de biodiversidade. Nosso Sistemade Gestão de HSSE passou a incluir instruções sobre operação em áreas de altovalor em termos de biodiversidade.

Além disso, requeremos que as operações em áreas protegidas da Categoria I-IV da IUNC tenham planos de ação pela biodiversidade. Estes planosincluem medidas destinadas a conservar ou enriquecer a biodiversidade local echecagens para verificar se tais medidas estão implementadas e são eficientes.No início de 2006 todas essas operações - em Brunei, na Holanda, na Nigéria(ver box) e nos EUA - já haviam implementado seus planos. Nosso objetivo éque existam planos semelhantes para as operações em outras áreas de alto valorem termos de biodiversidade até o final de 2007.

Mas o valor dos planos depende inteiramente da nossa capacidade paraexecutá-los. Disseminar a conscientização e as habilidades de gestão dabiodiversidade entre o pessoal chave dos projetos continua sendo uma tarefaprioritária, em que somos ajudados pela nossa biblioteca de estudos de casos,que foi atualizada e ampliada em 2006. Outra fonte de ajuda é a rede dabiodiversidade, que compartilha exemplos de boa prática entre equipes deprojetos. Além disso, estamos desenvolvendo programas de treinamento naimplementação de planos de ação relativos à biodiversidade.

Trabalho de colaboraçãoA fim de apoiar a conservação da biodiversidade global e reduzir os impactossobre a biodiversidade nas áreas adjacentes às nossas operações, trabalhamosem colaboração (e aprendemos) com mais de 100 organizações científicas econservacionistas em 40 países. Os detalhes do trabalho que fazemos comalgumas dessas organizações acham-se disponíveis na web.

www.shell.com/biodiversity

Conteúdo adicional na web:

• Nosso enfoque da biodiversidade na prática (estudos de casos)• Nosso trabalho de colaboração para promover a conservação• Protegendo a biodiversidade em operações em áreas protegidas pela IUNC.

PLANO DE AÇÃO PELA BIODIVERSIDADE: FLORESTAS NATIVAS DA NIGÉRIATemos concessões para extração de petróleo e gás em duas reservasflorestais nativas do Delta do Niger que são áreas protegidas pelaIUNC. Essas áreas não produzem há muitos anos mas temos poçosinoperantes em uma delas e oleodutos ativos na outra. É possível queos caminhos que abrimos quando estávamos produzindo na regiãotenham permitido o acesso de outros às áreas e possibilitadoatividades madeireiras e de caça ilegais.

Em 2005 a joint venture SPDC lançou dois planos de ação pelabiodiversidade destinados a preservar a floresta e desenvolver fontesalternativas de renda para a comunidade local.

O plano foi preparado com a participação de agricultores, degrupos locais e do governo. As ações incluíram programas deconscientização da biodiversidade na comunidade local e projetosde desenvolvimento de fontes alternativas de renda a partir dasflorestas. De acordo com o plano, o controle da atividade madeireirafoi transferido do governo para um comitê comunitário de gestãoflorestal, cujo desempenho vamos financiar. Os planos são depropriedade das comunidades baseadas na floresta e a elas cabe aresponsabilidade pela implementação.

Jonathan AmakiriCONSULTOR AMBIENTAL PRINCIPAL, SHELL NIGÉRIA

Biodiversidade

ENERGIA RESPONSÁVEL

18 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

VOZES“ ”

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EXPLORAÇÃO AO LARGO DO LITORAL NORTE DO ALASCAEstamos explorando os mares de Beaufort e Chukchi, ao largo da costa nortedo Alasca, em busca de petróleo e gás natural. Essas áreas não estão sobproteção nacional ou do IUNC e há muitos anos são cenário de atividadesrelativas a petróleo e gás natural. Mas são áreas remotas, de clima rigoroso eem rápida transformação, grandes populações de baleias, leões marinhos efocas, além de comunidades locais cujo meio de subsistência é a caça.Estamos empenhados em agir com muito cuidado, cumprindo nossasnormas de biodiversidade e de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (HSSE),aprendendo as lições de outros projetos da Shell com experiência emoperações sob condições árticas. Continuamos a mitigar e monitorar oimpacto de nossas atividades, além de consultar e trabalhar com ascomunidades locais. Completamos em 2005 uma avaliação de impactocomo preparação para a exploração sísmica. Esse estudo destacou anecessidade de reduzir ao mínimo a perturbação das baleias da Groenlândiaque passam os meses de verão na região. Em resposta a essa questão,implementamos um programa de monitoração de mamíferos marinhos emitigação de impacto que emprega pessoas experientes da região comoobservadores. Tivemos certo grau de atividade de exploração sísmica no marde Chukchi em 2006, mas no mar de Beaufort não foi feito nenhumtrabalho devido ao pesado gelo marinho. Planejamos realizar mais testessísmicos no mar de Chukchi em 2007 e, se as condições permitirem,também no mar de Beaufort. Planejamos, também, dar início à perfuraçãoexploratória no mar de Beaufort em 2007 logo que cumprirmos os requisitosdo governo e concluirmos uma avaliação de impacto de acordo com osrequisitos da Shell para esse trabalho.

BIOCOMBUSTÍVEL E BIODIVERSIDADEOs governos estão se voltando cada vez mais para a contribuição doscombustíveis vegetais e provenientes do lixo orgânico (biocombustíveis) paraajudar nas questões de segurança energética e mudança climática. A Lei daEnergia de 2005, por exemplo, estabeleceu nos EUA metas novas e agressivaspara os biocombustíveis, enquanto a União Européia quer ter 5,75% dostransportes abastecidos por biocombustíveis até 2010.

Mas existem riscos. A produção de combustível a partir de colheitas competirácada vez mais com a produção alimentar pela água e a escassa terra arável. Istopode acarretar a derrubada de florestas tropicais e a conseqüente ameaça ahabitats frágeis da vida selvagem. É provável que a meta norte-americana sejaalcançada, sobretudo, com o etanol do milho que, se não fosse aproveitadodessa forma, teria sido usado com alimento para o gado. Calcula-se que seránecessário encontrar mais 1,6 milhão de hectares de terra cultivada parasubstituir o milho. É possível que o cumprimento da meta norte-americanarequeira de 10 a 30% das terras agrícolas da região para o cultivo de colheitasenergéticas.

Estamos trabalhando com ONGs, governos, fornecedores e consumidoresindustriais na produção de colheitas energéticas sustentáveis, como porexemplo através da Mesa Redonda sobre o Azeite de Dendê Sustentável.Enquanto isso monitoramos o desempenho dos nossos fornecedores debiocombustíveis em relação ao padrão de biodiversidade e aos PrincípiosEmpresariais Gerais da Shell. Estamos também investindo em biocombustíveisavançados de segunda geração, derivados de restos de madeira e da palha, quenão competem com a produção alimentar (página 15) e poderiam contribuirpara reduzir a demanda de milho e azeite de dendê.

Sobrevoando o Delta do Mackenzie, Ártico canadense, local doprojeto de gás Niglintgak da Shell Canadá.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 19

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Vivendo de acordo comnossos princípios

Como ressaltou o chefe do setor de downstream,Rob Routs, dirigindo-se aos 73 mil integrantes deseu quadro de pessoal no ano passado, após oanúncio das decisões sobre os cartéis do betume eda borracha: "A infração das leis da concorrêncianão será tolerada na Shell. Minha posição quanto aisto é inequívoca. Se vocês participarem deentendimentos ilegais com concorrentes, sofrerãomedidas disciplinares que poderão incluir ademissão".

Desde meados dos anos 1990 mantemos umextensivo programa de treinamento destinado aajudar os empregados a cumprirem as leis daconcorrência e estamos trabalhando com afincopara reforçar a cultura da conformidade. Ocumprimento das leis da concorrência é parteessencial do novo Código de Conduta da Shell.Nosso Programa Global de ConformidadeAntitruste foi reforçado. Qualquer pessoa quemantenha contato com concorrentes, fornecedoresou clientes comerciais deve submeter-se atreinamento.

AS LEIS DA CONCORRÊNCIAEm junho de 2006 a Shell Itália e a Shell Aviationforam multadas em mais de 56 milhões de eurospela entidade italiana reguladora da concorrência(Italian Competition Agency) por terem,supostamente, trocado informações através de jointventures de aeroportos. As multas foram reduzidasalguns meses mais tarde para um total de 37,64milhões de euros. Em outubro de 2006 fomosacusados na Argentina de parcelamento demercado em gás liquefeito de petróleo e multadosem cerca de US$83.000. Estamos apresentandorecurso em ambos os casos.

Em 2006 recebemos uma multa de 108 milhões deeuros por termos participado de um cartel nomercado holandês do betume. A ComissãoEuropéia (CE) constatou que a Shell e outras 13companhias haviam fixado preços de meados dosanos 1990 até o início de 2002. O empregadoenvolvido aposentou-se da Shell antes do início dainvestigação.

A CE nos multou também em 161 milhões deeuros no ano passado por nossa participação emum cartel de borracha sintética entre 1996 e 1999.A investigação da CE tivera início em 2003.

Os Princípios Empresariais Gerais da Shellforam criados há 30 anos e continuam adefinir o que representamos e como noscomportamos. Em 2006 lançamos umCódigo de Conduta comum, aplicável àtotalidade da companhia, a fim de prestaruma orientação mais minuciosa sobre ocomportamento que nossos princípiosrequerem.

Comportando-se com integridadeA integridade é um dos nossos três valores centraise um dos alicerces dos Princípios Empresariais daShell. Expressamos este valor em ação por meio deuma política clara e simples: zero de tolerância desuborno e fraude.

Em certas partes do mundo nossa política deproibição do suborno contraria a prática comum epara obter a conformidade dos empregadosprecisamos recorrer a treinamento e monitoraçãoextensivos.

De acordo com nosso questionário interno dirigidoao mais alto representante da Shell em cada país,em 2006 empregados de mais de 100 paísescompareceram a sessões sobre o uso correto deintermediários em transações comerciais (maissobre esses dados na página 37).

Para nos ajudar a seguir os Princípios Empresariais,os empregados recebem treinamento on-line e facea face em áreas chave, que incluem prevenção dosuborno e da corrupção.

Introduzimos uma helpline e um website globaisem 2005, que implementamos país por país. Emalguns países esses recursos substituíram as linhasde assistência locais que haviam operado durantemuitos anos. O novo recurso global está disponível24 horas por dia e permite que empregados eparceiros comerciais solicitem orientação ereportem preocupações (anonimamente, sequiserem) relativas à suspeita de incidentes desuborno e fraude, bem como de outras violaçõesdo Código de Conduta e dos PrincípiosEmpresariais da Shell. Os casos de suborno efraude são reportados ao Comitê de Auditoria daDiretoria da Royal Dutch Shell plc. Em 2006foram reportados 96 casos de violação, emresultado dos quais a companhia encerrou seurelacionamento com 143 empregados econtratados.

A cada dois anos a pesquisa Shell People Survey(página 25) pergunta aos empregados, entre outrascoisas, se a parte da Shell em que trabalham agecom integridade ao lidar com o mundo externo.Na pesquisa de 2006, 81% do pessoalresponderam afirmativamente, enquanto 4%deram resposta negativa. Isto confere com osresultados obtidos desde o início da pesquisa em1999, inclusive em 2004, após a recategorização denossas reservas comprovadas de petróleo e gás.

Contratados Espera-se dos contratados que cumpram nossosprincípios empresariais, ou princípios equivalentes,quando trabalham para nós. Em muitos locais nós

ENERGIA RESPONSÁVEL

20 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

trabalhamos com os contratados para ajudá-los acompreender e aplicar esses princípios. Quandonão podem fazê-lo precisamos rever orelacionamento, até o ponto de incluir ocancelamento do contrato. Em 2006 cancelamosmais de 40 contratos por essa razão, segundo oquestionário interno dos altos representantesnacionais da Shell (mais sobre esses dados napágina 37). Foram cancelados, por exemplo, várioscontratos no Brasil, Canadá, Nigéria, Trinidad eTobago e EUA.

Atividades políticas e de lobbyingNossos Princípios Empresariais permitem eincentivam a contribuição para debates sobrequestões importantes de política que afetem nossasatividades comerciais, nossos empregados ou ascomunidades locais em que operamos (ver box).Os princípios proíbem pagamentos pelascompanhias Shell a partidos políticos e, a razãodisso é evitar que as mesmas comprem favores oudêem a impressão de fazê-lo. Segundo nossoquestionário interno anual (ver a página 37), em2006 não fizemos nenhum pagamento a partidosou campanhas políticas.

Como muitas outras corporações nos EUA, a ShellOil Company administra um comitê de açãopolítica (Comitê de Conscientização Política dosEmpregados da Shell Oil Company), que é umaorganização voluntária, fundada e dirigida porempregados, que faz contribuições em dinheiro apartidos políticos ou a candidatos individuais acargos públicos, ou a organizações que os apóiam.

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LOBBYING RESPONSÁVEL A Nota de Orientação sobre o LobbyingResponsável, que distribuímos entre o pessoal em2006, estabelece as regras básicas a seguir quandorevelamos nossas opiniões a outros. Os princípiosincluem o acatamento das práticas locais e,sempre que possível, o trabalho conjunto comuma grande variedade de stakeholders. A Notacontém exemplos ilustrativos extraídos do mundoreal, como a decisão da Shell de se retirar daCoalizão Climática Global nos fins da década de1990, quando as atividades da coalizão deixaramde ser compatíveis com nosso apelo no sentido deação relativamente à mudança climática.

Falamos com os governos diretamente, porintermédio de associações da indústria e, às vezes,juntando forças com outras companhia e ONGs arespeito de questões específicas. Quando nosdedicamos a lobbying por intermédio de gruposda indústria, nossa voz é uma entre muitas.Embora trabalhemos com afinco para influenciaresses grupos, sua posição nunca reflete comexatidão as nossas opiniões sobre todos os tópicos.Em 2006 publicamos em nosso website os nomesdas principais associações comerciais, bancos deidéias e outras organizações que falam em nomeda Shell em todo o mundo.

Entre os esforços de lobbying que empreendemosrecentemente estão a participação no Grupo deLíderes Corporativos sobre Mudança Climáticano Reino Unido. Integrado por 19 companhias, o grupo faz parte do Programa Cambridge de

Negócios e Meio Ambiente de Sua Alteza Real o Príncipe de Gales. O programa estáincentivando o governo britânico a tomarmedidas baseadas no mercado para lidar com asemissões de gases de efeito estufa no país eproporcionar liderança internacional na questãoda mudança climática.

O presidente da Shell Oil Company nos EUAestá apelando publicamente, em nome da Shell,por medidas governamentais que estabeleçam umlimite obrigatório para as emissões de gases deefeito estufa e permitam que as companhiasnegociem as quotas de emissão.

Em 2006 a Shell defendeu a abertura de umaparte maior do Golfo do México à exploração dopetróleo e do gás para aumentar a segurançaenergética, pois acreditamos que isso pode serfeito de maneiras ambientalmente responsáveis.

Em dezembro de 2006 o presidente da ShellNederland BV e outros líderes da indústriapublicaram uma carta aberta em nome de suascompanhias, encorajando o governo holandês aintensificar o foco da atenção sobre as questõesambientais.

Em janeiro de 2007 nosso Executivo Principalpediu ao governo uma regulação eficiente sobremudança climática em carta aberta ao jornalFinancial Times.

CÓDIGO DE CONDUTANo final de 2006 lançamos um Código deConduta para toda a Shell. Há muitos anos asoperações da Shell em vários países, inclusive nosEUA, adotaram códigos próprios, mas este é oprimeiro a abarcar a totalidade da companhia,aplicando-se a todo o pessoal que trabalha seja nascompanhias Shell, seja em joint ventures em quetemos participação controladora.

O objetivo do código é ajudar o pessoal a aplicarna prática nossos Princípios Empresariais,definindo as regras e padrões básicos queesperamos que o pessoal siga, bem como ocomportamento pertinente. O código proporcionaorientação em mais de vinte áreas, da lei antitrusteao abuso de tóxicos. A mensagem do código é "Sevocê está em dúvida, pergunte".

Todos os empregados receberam um exemplar doCódigo de Conduta em 2006. Agora temosprogramas de conscientização e treinamento on-line compulsórios em andamento para garantirque todos compreendam e sigam o código.

O comitê fez doações no total de US$109,000entre 2005 e 2006. Todas as doações feitas sãodivulgadas publicamente à Comissão EleitoralFederal do governo norte-americano. Embora aShell Oil Company proporcione suporteadministrativo ao comitê, a companhia nãofinancia as doações feitas pelo mesmo nem faz, elaprópria, nenhuma contribuição política.

Cumprindo as leis da concorrênciaNossos Princípios Empresariais requerem queconcorramos de maneira ética, imparcial e de acordocom as leis da concorrência aplicáveis. Em 2006fomos obrigados a lembrar, penosamente, casos emque no passado alguns empregados deixaram deviver segundo nossos princípios e intensificamos osesforços para que isso não aconteça no futuro (ver box).

Conteúdo adicional na web:

• Nosso enfoque para lidar com suborno e corrupção(incluindo a cartilha da direção)

• O trabalho de colaboração da Shell para promover aintegridade comercial (incluindo a Iniciativa deTransparência das Indústrias Extrativas)

• O novo Código de Conduta para toda a Shell

www.shell.com/integrity

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 21

O funcionário responsável por Ética eConformidade lança o Código de Conduta.

Page 24: Enfrentando o desafio energético · Por exemplo, no ano passado aumentamos em 50% nossos gastos com pesquisa e desenvolvimento. O ano passado demonstrou, mais uma vez, a importância

Segurança pessoal e de processo

A segurança é nossa primeira prioridade emtodas as ocasiões. Estamos empenhados emprevenir incidentes, como derramamentos,incêndios e acidentes, que coloquem emrisco nosso pessoal, nossos vizinhos e nossasinstalações.

Nossa meta é o zero de fatalidades. Queremos quetodos os nossos 108.000 empregados e os cerca de300.000 contratados que trabalham em nossasoperações voltem para casa em segurança todos osdias.

Fazer progresso rumo a essa meta depende daexistência de processos seguros e de uma sólidacultura de segurança, o que começa pela aplicaçãode normas e sistemas em comum. NossosPrincípios Empresariais requerem que todas ascompanhias Shell, os contratados e as jointventures que controlamos operem de acordo comnosso padrão de HSSE. Isto significa uma gestãosistemática dos riscos de HSSE, a certificação dasprincipais instalações segundo um padrãoambiental externo, como o ISO 1400 e a adoçãode planos de resposta de emergência, testadosperiodicamente, para minimizar os danos em casode incidente. Investigamos todos os incidentesgraves e os casos de quase-acidente. As lições queextraímos dessas investigações são compartilhadascom outras partes do nosso negócio a fim deajudar a prevenir a ocorrência de incidentessemelhantes.

Desempenho em segurança Inspira-nos profundo pesar o fato de que 37pessoas (dois empregados e 35 contratados)perderam a vida enquanto trabalhavam para a Shellem 2006. Um caso a mais que em 2005. Dezessetedessas mortes ocorreram na Nigéria, sendo noveresultantes de seqüestros ou agressões em umcontexto de aumento acentuado da violência commotivação política e criminal.

Outras fatalidades ocorreram recentemente fora denossas operações e do horário de trabalho, quando

temos menos supervisão. Houve, por exemplo, umaumento do número de casos de agressão,afogamento e acidentes rodoviários com vítimasfatais em 2006. Essas três causas foramresponsáveis por mais de 75% da perda de vidas noano passado.

Devido sobretudo ao maior número de fatalidadesdaí decorrentes, nossa taxa de acidentes fatais (onúmero de fatalidades por 100 milhões de horas detrabalho), que havia melhorado em mais de 50%desde 1997, não apresentou alteração significativano ano passado. Isto reconfirma não só aimportância das nossas medidas para proteger opessoal na Nigéria como também a importânciados esforços que fazemos no sentido de modificarcomportamentos e reforçar nossa cultura desegurança.

Tudo indica que tais esforços estejam contribuindopara reduzir os casos de lesão corporal. O índice delesões corporais referente a pessoal e contratadosmelhorou em cerca de 45% desde 1997. Os casosde lesão corporal no trabalho diminuíramnovamente em 2006, ultrapassando a meta quehavíamos estabelecido.

Modificando o comportamentoNosso programa premiado Hearts and Minds,introduzido na totalidade da companhia em 2004,destaca a necessidade dos empregados impediremqualquer comportamento inseguro no momentoem que o identifiquem. No ano seguinte,acrescentamos as três Regras de Ouro de HSSEpara esclarecer nossas expectativas e fazer com queas pessoas se sintam mais responsáveis pelocomportamento seguro, tanto da parte delaspróprias quanto de seus colegas. As Regras deOuro são: "Você e eu devemos: Cumprir a lei, asnormas e os procedimentos; Intervir em situaçõesinseguras ou atos de não conformidade; e Respeitaros nossos vizinhos". Nosso programa decompetência em HSSE fez progresso em 2006. Oprograma verifica se os mais de 20.000 empregados

HEARTS AND MINDSEu relutava em impedir atos insegurosporque não queria ofender meus colegas.Mas depois de participar do exercícioHearts and Minds do programa"Compreendendo sua Cultura", perdi omedo de reportar meus erros ou os atosinseguros de outras pessoas. Agora aintervenção é normal e bem-vinda emnosso local de trabalho, na maioria doscasos. A equipe está mais disposta aaprender com os erros dos outros,sabendo que poderia acontecer conosco.As lições aprendidas em função deincidentes de segurança ocorridos nopassado são compartilhadas a nível dechão de fábrica para prevenir ocorrênciassemelhantes. Agora aplicamos também apolítica Stop Work (Suspender o Trabalho)sempre que necessário para evitarsituações perigosas. Isto é progresso, masprecisamos ter paciência para veracontecer a verdadeira mudança cultural,especialmente entre os contratados.

Dana EmpadingTÉCNICO DE OPERAÇÕES ESPECIALIZADAS

BRENT BRAVOEm 2003 dois contratados perderam a vidatragicamente em um dos pilares que suportam aplataforma de Brent Bravo, no Mar do Norte. Ainvestigação interna revelou que não estávamos àaltura dos padrões de segurança a que aspiramos.Declaramo-nos culpados das acusações que foramformalmente apresentadas após uma investigaçãolevada a cabo pelo Executivo de Saúde e Segurançado Reino Unido e fomos multados emGBP900.000 em 2005.

Após a tragédia fizemos uma revisão minuciosa detodas as nossas instalações offshore no Mar doNorte e em 2004 lançamos um programa de US$1 bilhão destinado a melhorar essas operações.

Estamos trabalhando com afinco para modificarcomportamentos. Por exemplo, agora osworkshops "Taking Responsibility" (AssumindoResponsabilidade) são organizados para o pessoal eos contratados, com a participação de atores pararessaltar as trágicas conseqüências do trabalho sem

segurança. Foi adotado um novo programa, "DeepLearning" (Aprendizagem Profunda), para nosajudar a compreender as causas subjacentes, denatureza cultural ou estrutural, de um acidente e amodificar o comportamento dos decisores chave.Foram organizadas sessões do "Deep Learning"para o pessoal que trabalha em Brent Bravo e para400 empregados de Exploração e Produção naEuropa. Além disso o programa foi adaptado eusado pelo negócio de fabricação do nosso setor dedownstream.

A Investigação de Acidente Fatal sobre asfatalidades de 2003 em Brent Bravo foi concluídaem 2006. Aceitamos suas conclusões, queidentificaram áreas em que os sistemas haviam sidoineficientes, e tomamos medidas para solucionaresses problemas. A investigação não fez nenhumaoutra recomendação no sentido da tomada demedidas.

ENERGIA RESPONSÁVEL

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VOZES“ ”

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responsáveis por tarefas que envolvem um riscosignificativo de HSSE, inclusive altos gerentes, têmo treinamento necessário.

Foi lançado em 2006 um pacote de aprendizagemon-line sobre comportamento seguro, ao mesmotempo que intensificávamos nossos esforços decomunicação interna, com maior foco sobre anecessidade de pessoas em posições de liderança. A Semana da Segurança de 2006 do setor dedownstream consolidou a noção de que asegurança é responsabilidade de todos e aprioridade máxima dos elementos chave dadireção. Agora os líderes do nosso negócio deExploração e Produção são avaliados a cada doisanos pelo respectivo pessoal, que julga até queponto eles demonstram liderança em segurançausando a ferramenta "Seeing Yourself As OthersSee You" (Veja-se Como os Outros Vêem Você).Os líderes devem incorporar o feedback querecebem.

Programas de segurança para motoristas Todo ano empregados e contratados da Shellcobrem 1,9 bilhão de quilômetros de distânciadirigindo a serviço da companhia, o que equivale acircundar o equador 130 vezes por dia. Nossosesforços para melhorar a segurança na estrada estãocomeçando a dar resultado em alguns dos lugaresde maior perigo para motoristas em todo omundo. No ano passado a campanha da Shell OilProducts África, "Drive to Live Campaign"("Campanha Dirigir para Viver"), foi disseminadado Quênia até a Etiópia, Gana, Marrocos e Áfricado Sul. Embora o total geral de fatalidadesrodoviárias em nosso setor de upstream tenhaaumentado em 2006, houve alguns sucessosevidentes. Na ilha russa de Sakhalin, o programade cintos de segurança da joint venture SakhalinEnergy reduziu o número de fatalidadesrodoviárias entre pessoal e contratados de quatroem 2004 para zero em 2006. O programa foiestendido à totalidade da ilha a fim de beneficiar ascomunidades locais.

Segurança de processoSegurança de processo se refere a cuidar para quenossas instalações sejam bem planejadas, operadasdentro dos seus limites e bem mantidas. Comodestacou o recém-publicado Relatório Baker sobreo acidente na refinaria da BP, no Texas, em 2005, a tomada de tais providências em base sistemática éessencial para evitar incidentes de vulto.

Estamos sempre buscando maneiras de melhorar asegurança de processo. Nosso negócio deExploração e Produção tem planos de gastar maisna integridade dos ativos. No correr dos últimostrês anos quase dois terços do investimento quefizemos no setor de downstream foram dedicados àmanutenção da confiabilidade e da segurança dasinstalações existentes, um nível de investimentoque, em termos gerais, esperamos manter. Alémdisso nossos Negócios estão conferindo maior rigoraos padrões de desenho e revendo limitesoperacionais e práticas de manutenção. Nomomento estamos estudando as recomendações econclusões do Relatório Baker em busca de lições aaprender.

Protegendo nosso pessoal O aumento acentuado dos casos de agressão comvítimas fatais verificado no ano passado na Nigériafoi um lembrete trágico da importância demedidas de segurança para a proteção de pessoal econtratados. Nossa rede regional de consultores desegurança foi ampliada em 2006 a fim deproporcionar suporte prático e imediato àsoperações da Shell. Foi um ano em que sofremosincidentes de segurança significativos, tais comoassalto à mão armada, seqüestros e vandalismo, em19 países. A segurança armada foi empregadatambém em 19 países. Estes dados provêm donosso questionário interno dirigido aos mais altosrepresentantes da Shell em cada país (mais sobreesses dados na página 37).

PREPARAÇÃO PARA FURACÕES NO GOLFO DO MÉXICOEm 2005 a gigantesca plataforma Mars foi devastada pelo furacão Katrina noGolfo do México. Em maio de 2006 a plataforma retomou suas atividades deprodução. Foi uma das últimas e, tecnicamente, a mais espetacular das fases donosso esforço de recuperação que se seguiu ao Katrina. Aplicamos o queaprendemos com a recuperação da Mars à tarefa de melhorar ainda mais acapacidade do nosso equipamento offshore para resistir a furacões e reduzir asinterrupções quando o equipamento sofre danos. Acima do nível do mar, a maiorparte dos danos sofridos pela Mars ocorreu quando os imensos grampos queprendem parte da estrutura da plataforma sucumbiram ante as rajadas de vento de270 km por hora. Abaixo do nível do mar, a âncora da sonda móvel de outracompanhia, que se soltara, colidiu com a tubulação e produziu uma rachadura.

Em 2006 instalamos sistemas de grampeamento redesenhados que são quatro vezesmais resistentes, não apenas na Mars mas também, como precaução, em todas asnossas plataformas do Golfo do México. Participamos de um projeto conjunto daindústria cujo objetivo é tornar mais rigorosas as especificações relativas àancoração de sondas móveis durante a estação dos furacões. Antecipando futurastempestades, estamos aperfeiçoando nossos sistemas de comunicações, aumentandoo número de helicópteros, embarcações e peças avulsas que mantemos emdisponibilidade, e trabalhando em colaboração com outros em busca de meiosalternativos para levar o petróleo às refinarias de forma segura em caso de dano deuma parte da rede de tubulações dos oleodutos.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 23

www.shell.com/safety

Conteúdo adicional na web:

• Nosso enfoque de segurança, incluindo compromisso epadrão de HSSE

• Como o programa Hearts and Minds está reforçandonossa cultura de segurança

• Nosso enfoque de proteção do pessoal (incluindo nosso Padrão de Segurança)

A plataforma Mars após os reparos, abril de 2006.

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24 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

ESFERAS DE AÇÃO ERESPONSABILIDADEDurante os últimos 20 anos cresceramas expectativas da sociedade emrelação aos negócios no que se referea essa área. As companhiaspassaram a enfrentar incertezassobre seu próprio papel e sobre aatribuição de responsabilidadequando os governos não cumpremsuas obrigações de direitoshumanos. Está em andamentoatualmente uma iniciativa dasNações Unidas destinada a clarificaras fronteiras entre responsabilidadespúblicas e privadas. A Shell estáparticipando desse processo.

Direitos humanos

ENERGIA RESPONSÁVEL

O apoio aos direitos humanos fundamentaisfaz parte dos nossos Princípios EmpresariaisGerais e é um aspecto essencial da maneirapela qual operamos.

Acreditamos que as companhias têm um papel adesempenhar na defesa e promoção dos direitoshumanos, de formas práticas que se relacionamdiretamente com suas atividades comerciais, bemcomo no apoio aos esforços dos governos paramelhorar o respectivo desempenho em termos dedireitos humanos.

Segurança e direitos humanosO Padrão de Segurança do Grupo determina comodevemos proteger nosso pessoal e nossasinstalações, mantendo, ao mesmo tempo, orespeito pelos direitos dos demais, o que inclui ascomunidades locais. A segurança armada somenteé permitida quando exigida por lei ou quando nãohá nenhuma outra opção aceitável para lidar comos riscos. Quando recorremos a guardas armados,requeremos dos mesmos o cumprimento dasdiretrizes da Shell nesta área, que se baseiam emdiretrizes e convenções das Nações Unidas sobre ouso da força. Segundo nossas diretrizes, os guardasarmados devem receber cartões de bolso quedescrevem como a força pode ser empregada.Devem primeiro procurar resolver qualquerincidente de segurança sem fazer uso de força; seisto não der resultado, somente a força mínimanecessária pode ser empregada e os guardas ficamobrigados a prestar socorro a qualquer pessoa quesofra ferimentos em resultado da ação, o que incluios próprios agressores. Fazemos checagensperiódicas para verificar se os guardas armadoscompreendem essas regras.

No final de 2006, várias operações em países comalto risco de segurança, inclusive a Nigéria e oPaquistão, estavam implementando também osPrincípios Voluntários de Segurança e DireitosHumanos, que foram desenvolvidos para o setorenergético por companhias, governos eimportantes ONGs de direitos humanos.

ReassentamentoEm todos os países, às vezes, é preciso deslocarpessoas a fim de criar espaço para novasinstalações, inclusive infra-estrutura energética. O reassentamento costuma ser feito pelosgovernos. Nós incentivamos a aplicação de normasinternacionais no contexto de nossos projetos,inclusive a consulta às comunidades sobre planosde reassentamento e a provisão de compensação afim de, pelo menos, restaurar os padrões de vidaanteriores. Para permitir a construção do complexopetroquímico de Nanhai, na China, por exemplo,mais de 2.700 famílias foram reassentadas segundoas normas chinesas e do Banco Mundial. Nossajoint venture apoiou o programa do governo paraprovisão de moradia de melhor qualidade aosaldeões reassentados e continua a lhes proporcionarajuda para que encontrem emprego, desenvolvamhabilidades e estabeleçam pequenos negócios.

Lidando com riscos nacionaisA busca de petróleo e gás pode levar as companhiasenergéticas a lugares onde o histórico de direitoshumanos não é bom, o que, evidentemente,apresenta desafios e trocas. Se nos recusamos aoperar, deixamos o caminho livre paraconcorrentes com princípios menos sólidos.Permanecer em tais países expõe a companhia aorisco de ser vista como cúmplice nas práticas dogoverno nacional. A Shell toma suas decisões casopor caso e a decisão se baseia no fato de termos ounão termos condições de seguir nossos PrincípiosEmpresariais. Trabalhamos com o Instituto deDireitos Humanos da Holanda a fim decompreender e lidar com os riscos relativos adireitos humanos que enfrentamos emdeterminados países. As Avaliações de RiscoNacionais do instituto comparam leis e práticaslocais à Declaração Universal dos DireitosHumanos e mais de 80 outros tratadosinternacionais, seguindo-se a identificação dasprincipais áreas de risco de um país, como porexemplo direitos trabalhistas para trabalhadoresestrangeiros ou o comportamento das forças desegurança. Em seguida, testamos nossosprocedimentos e práticas relativos ao respeitodesses direitos e fazemos o trabalho necessário parapreencher quaisquer lacunas. Em 2006 foram feitasavaliações iniciais para a Ucrânia e o Cazaquistão.

A conscientização do pessoal e o aprimoramentode suas habilidades relativas a direitos humanoscontinuam sendo prioridades para nós. Fizemosuma revisão, juntamente com o instituto holandês,dos nossos esforços de treinamento em direitoshumanos na Nigéria. Como nos havíamoscomprometido a fazer em 2005, treinamos mais500 operadores de campo na gestão de situaçõesdifíceis, como resposta a conflito em comunidadeslocais.

Direitos dos empregadosOs empregados da Shell podem se manifestar arespeito de conflitos interpessoais por intermédiode procedimentos formais, foros de pessoal,consultores confidenciais e uma helpline globaldisponível 24 horas por dia. O pessoal temliberdade para afiliar-se a um sindicato sempre quea lei nacional o permita. Com base em nossoquestionário interno anual dirigido ao mais altorepresentante da Shell em cada país, calcula-se que12% do pessoal, nos países em que a lei permite adisponibilização dessa informação, pertenciam asindicatos em 2006 (mais sobre esses dados napágina 37).

Mantemos o compromisso de não explorarcrianças, seja no emprego direto, sejaindiretamente por intermédio de joint ventures,contratados ou fornecedores. De acordo com omesmo questionário interno, no final de 2006 ascompanhias Shell em 95% dos países em queoperamos tinham procedimentos para impedir otrabalho infantil. Das 5% restantes quase todasoperavam em países que aplicam solidamente suasleis sobre trabalho infantil. O mesmo questionárioindicou que as companhias Shell em cerca de 90%dos países tinham procedimentos em vigor paraprevenir o uso do trabalho forçado.

Usamos este diagrama desde 2000 como ajuda na definição de nosso papel frente aos direitos humanos:1. Empregados: Responsabilidade direta. As questões incluem direitos trabalhistas e condições

de trabalho, por exemplo, proporcionar um local de trabalho seguro e saudável (página 22) eevitar a discriminação.

2. Fornecedores, contratados (inclusive pessoal de segurança): Influência importante pormeio de triagem, estabelecimento de normas sobre contratos e provisão de treinamento. Asquestões incluem: segurança, tratamento respeitoso dos cidadãos de terceiros países,contratação local.

3. Comunidades: Oportunidade de apoio aos esforços do governo. As questões incluem: aplicação de normas internacionais na relocação de pessoas, criação de oportunidadescomerciais locais através de operações ou investimento social (página 26).

4. Governos nacionais: Oportunidade de apoiar os esforços do governo contribuindo para odesenvolvimento econômico e incentivando a transparência das receitas, como por exemplopor meio da EITI (página 28).

5. Esforços internacionais: Oportunidade de ajudar, por exemplo, apoiando declarações einiciativas voluntárias internacionais de direitos humanos, fornecendo insumo para códigosinternacionais e desenvolvendo ferramentas para facilitar o cumprimento por parte das empresas.

5 4 3 2 1

Conteúdo adicional na web:

• Lições aprendidas com o uso das nossas Avaliações deRisco Nacionais

• Outras ferramentas, diretrizes e treinamentos da Shellrelativos a direitos humanos

• Histórico do uso dos Princípios Voluntários de Segurança e Direitos Humanos pela Shell

www.shell.com/humanrights

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 25

DIVERSIDADE NOS POSTOS DE SERVIÇOA Shell é a única companhia energéticainternacional com licença para construir e operarpostos de serviço na Índia. Trouxemos conoscoos padrões ambientais e sociais que adotamos,inclusive nosso compromisso com a diversidadee a inclusão. A rede de postos de serviço Shell,que está crescendo em ritmo acelerado, tem feitoum esforço especial no sentido de empregarmulheres, portadores de deficiências e elementosdesprivilegiados da sociedade.

Demos início à tarefa ouvindo com atenção paragarantir que compreendíamos as necessidadesespecíficas dessas pessoas.

Para o pessoal feminino isso significou ainstalação de vestiários e banheiros separados. As mulheres trabalham nos turnos diurnos paraevitar a necessidade de trabalhar ou se deslocardepois que escurece. Várias ONGs locaisajudaram a convencer as famílias de que nossospostos de serviço são lugares apropriados para asmulheres trabalharem. O resultado foi que até ofinal de 2006 havia em média 17 mulherestrabalhando em cada posto de serviço.

Para os portadores de deficiências tornamosnossos postos acessíveis, instalando, porexemplo, rampas para cadeiras de rodas. Emcada posto há um supervisor que sabe usar alíngua de sinais. Até o final de 2006 havia emmédia 4 portadores de deficiências trabalhandoem cada posto.

Nosso pessoal

A implementação da nossa estratégia e ocrescimento do negócio dependem dorecrutamento para a companhia de grandenúmero de profissionais de alta qualidade ea manutenção do empenho total do nossopessoal.

Os Princípios Empresariais da Shell determinamnosso empenho em proporcionar ao pessoal umambiente de trabalho seguro (página 22); respeitarseus direitos humanos (página 24); promover seudesenvolvimento profissional e criar um ambientede trabalho inclusivo.

RecrutamentoEstamos começando a ver os resultados daintensificação dos nossos esforços de recrutamento.Em 2006 contratamos perto de 6.000 pessoas,quase 50% a mais que em 2005 e mais do dobrodos níveis de recrutamento que mantínhamos nosanos finais da década de 1990. Mais da metadepertence à área técnica e, pela primeira vez,recrutamos mais pessoas na Ásia do que emqualquer outra região.

Procuramos recrutar pessoal local e fazê-lo deforma sensível às condições locais. A fim decontribuir para a formação de novas habilidades naArgélia, por exemplo, estamos contratando etreinando pessoal local recém-formado em vez dedar preferência a pessoal experiente da companhiaenergética nacional. Em 2006, contratamos quase200 graduados das universidades locais e 75profissionais indianos experientes para apoiar oestabelecimento da Shell Technology Índia. NaNigéria recrutamos mais de 350 profissionaisgraduados e experientes, um total recorde queincluiu o maior número de nigerianos a retornardo exterior para seu país natal.

Formação de habilidadesPara ajudar essa onda de pessoal novo acompreender nossos valores desde o começo, osprogramas de treinamento introdutórios foramaprimorados. Os novos empregados são convidadosa participar de uma série de sessões de treinamentoe workshops que inclui cursos sobre os PrincípiosEmpresariais.

Proporcionamos equilíbrio entre aprendizado notrabalho e fora dele. Em 2006 cerca de 10.000empregados participaram dos nossos cursos dedesenvolvimento da liderança, que abrangeram atotalidade da companhia. As questões dedesenvolvimento sustentável foram integradas aoscursos, que são ministrados em conjunto comimportantes faculdades denegócios da Ásia, Europae EUA. Nosso Projeto Academy, lançado em 2005,é um programa de aprendizagem especializado queinclui avaliação e suporte contínuos a gerentes deprojeto para ajudá-los a formar habilidades,aprender com a Shell e com peritos externos, eaplicar nossos padrões e enfoques. Em 2006 foilançada a Commercial Academy (AcademiaComercial), destinada ao pessoal da área comercial.

Shell People SurveyA cada dois anos fazemos uma pesquisa entre todosos empregados sobre o que acham da Shell e suasexperiências no trabalho. Isso nos ajuda aidentificar problemas e avaliar o moral do pessoal.Em geral os resultados da pesquisa de 2006 forampositivos e melhores que os da pesquisa anterior,levada a cabo em 2004, que fora realizada logoapós a recategorização das nossas reservascomprovadas de petróleo e gás.

Já comunicamos ao pessoal os resultadospormenorizados da pesquisa de 2006 e estamosadotando os planos para lidar com as áreas defraqueza identificadas a níveis local, dos Negócios eda companhia.

Diversidade e inclusãoEstamos empenhados em criar um local detrabalho que valoriza as diferenças. Uma força detrabalho diversificada tem condições decompreender melhor os clientes e os stakeholders.Uma força de trabalho inclusiva tem maismotivação e é mais capaz de pôr seus talentos emação. Temos três metas nessa área:

• Aumentar a proporção de mulheres na altadireção para um mínimo de 20%. Fizemos bomprogresso em 2006, tendo a proporção demulheres em cargos elevados aumentado para11,6% a partir dos 9,9% de 2005. Intensificamosnosso esforço para atrair candidatas femininas eintroduzimos programas de desenvolvimento emonitoração dirigidos ao pessoal feminino. Em2006 as mulheres corresponderam a quase 30%do total do pessoal novo.

• Fazer com que pessoal local preencha mais dametade dos cargos de alta direção em todos ospaíses em que operamos. Vinte e cinco por centodesses países atingiram esta meta em 2006, emcomparação com os 36% do ano anterior. Odeclínio se deveu sobretudo a um pequenonúmero de mudanças de pessoal em países compoucos cargos de alta direção.

• Melhorar as percepções do pessoal sobre ainclusão em seu local de trabalho, conformemedida pela Shell People Survey. A pesquisa de2006 revelou que 64% dos empregados encaramde maneira positiva a inclusão na parte da Shellem que trabalham.

Estamos empenhados na igualdade deoportunidades em recrutamento, desenvolvimentode carreira, promoção, treinamento e recompensapara todos os empregados, inclusive os portadoresde deficiências. A avaliação de todos os candidatosa emprego e empregados é feita segundo critériosclaros e objetivos.

Conteúdo adicional na web:

• Concretizando nosso compromisso com igualdade e diversidade

• Como estamos promovendo a diversidade do pessoal na Índia

• Carreiras na Shell

www.shell.com/ourpeople

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26 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Nossos vizinhos

ENERGIA RESPONSÁVEL

O QUE É?• Um projeto para trazer o gás extraído a 80 km de distância do litoral até a

costa ocidental da Irlanda, onde o mesmo é processado e ingressa na redenacional de distribuição do gás.

• Irá satisfazer até 60% das necessidades de gás do país uma vez atingido o pico deprodução.

• O maior investimento de todos os tempos no Condado de Mayo, criando 700empregos na fase de construção e mais de 100 durante a operação.

• Operado pela Shell, que tem uma participação de 45%.

Corrib, Irlanda

Nosso objetivo é sermos bons vizinhos nas comunidades em queoperamos. Isto significa mais do que a execução limpa e seguradas nossas operações; significa também trabalhar com apopulação local para solucionar as questões que as preocupam eajudá-las a aproveitar os benefícios decorrentes das nossasatividades.

Conquistar a confiança de nossos vizinhos começa pela tarefa de ouvir comatenção os diferentes pontos de vista de uma comunidade. Costumamosfazer uso das informações proporcionadas por painéis comunitários, “opendays”, pesquisas e governos locais para compreender quais são os principaisimpactos que exercemos e o que é mais importante para a comunidade. Emseguida procuramos trabalhar em parceria com as comunidades a fim dereduzir os impactos negativos de nossas operações e gerar benefícioseconômicos por meio das atividades comerciais e do investimento social aque nos dedicamos (página 28).

Em ocasiões passadas, alguns locais estabeleceram excelentes relacionamentosde trabalho com seus vizinhos, enquanto outros perderam a confiança dascomunidades. Muita coisa dependeu do interesse pessoal e das habilidades deengajamento dos diretores locais. Em resposta a isso criamos uma abordagemmais estruturada e trabalhamos para compartilhar a boa prática na totalidadedas nossas operações.

Até o final de 2006 mais de 60 locais tinham planos de performance social.Tais locais incluíam nossas principais instalações de fabrico e de produtosquímicos, bem como as operações do setor de upstream com potencial paraexercer grandes impactos sociais. Os planos se baseiam nas diretrizes dosnossos consultores de performance social. Sua implementação requer que asinstalações identifiquem, e trabalhem em colaboração com seus principaisstakeholders locais, avaliem e lidem de forma sistemática com os impactosque exercem sobre a comunidade.

Existe mais a ser feito. A disseminação das necessárias habilidades deengajamento e compromisso é uma prioridade evidente, sobretudo, para asequipes que estão desenvolvendo novos e importantes projetos. Para ajudar,nossos consultores de performance social trabalham com especialistasexternos na provisão de “coaching” (processos específicos) e suporte aoperações existentes e projetos futuros. As habilidades de performance socialfazem parte dos nossos programas de treinamento de liderança e estão sendointegradas ao currículo de nossas Academias Comercial e de Projetos(pagina 25).

Seguem-se três exemplos de interação com vizinhos. As páginas 32 a 35contêm informações sobre nosso trabalho com comunidades na Nigéria e emSakhalin. Nosso website contém atualizações relativas a outros locais.

O projeto de gás natural de Corrib obteve permissão para planejamento eautorização do governo em 2004, mas a população local continuoupreocupada com a segurança do gasoduto e os benefícios que extrairia doprojeto. Infelizmente cinco residentes locais foram presos em junho de 2005por terem bloqueado ilegalmente as atividades do projeto. A construção foisuspensa logo depois para permitir uma revisão de segurança independente emais diálogo com a comunidade. A revisão de segurança foi concluída emmaio de 2006, tendo a Shell aceito todas as recomendações da mesma econcordado em limitar a pressão operacional máxima do gasoduto terrestre.

Seguindo a recomendação do mediador designado pelo governo, concordamosem modificar a rota do gasoduto terrestre a fim de acalmar as preocupações deque o mesmo iria passar perto demais de algumas residências. Estabelecemosum processo para decidir a rota alternativa, processo esse que envolve extensaconsulta a proprietários de terras e à comunidade.

Tendo assumido esses compromissos públicos e pedido desculpas pelosofrimento causado à comunidade local, a Shell reiniciou os trabalhos noterminal em outubro de 2006. Isto motivou alguns protestos de pessoas quebloquearam a estrada que leva ao local. A polícia manteve a estradadesimpedida e o trabalho está em andamento.

É com satisfação que constatamos que o projeto está acarretando benefíciospara os residentes locais. No momento, mais de 200 pessoas estão trabalhandono sítio da construção e outras 500 deverão começar até o final de 2007. Acompanhia nacional distribuidora de gás anunciou recentemente que 11cidades do Condado de Mayo serão conectadas à rede nacional deabastecimento. Isto quer dizer que eventualmente o gás natural de Corribfluirá para cidades do oeste da Irlanda, bem como através de todo o país. Umapesquisa independente feita em novembro de 2006 mostrou que a maioria dosresidentes locais apoiava o projeto.

Embora não possamos mudar o passado, aprendemos as lições que nosproporciona. Continuamos empenhados no projeto, que sabemos somentepoderá ser bem-sucedido em parceria com a comunidade local.

www.shell.com/neighbours

Conteúdo adicional na web:

• Como trabalhamos com comunidades locais.• Mais dados sobre os locais descritos neste relatório.• Atualizações sobre locais descritos em Relatórios de Sustentabilidade Shell anteriores.

“Sentimo-nos encorajados pelo fato de ter aShell compreendido que o caminho até esseterminal poderia ter sido muito mais suave. Tero apoio e a compreensão da comunidade localé sempre o fator mais importante para se podercumprir as metas de um projeto. Isso ajuda acomunidade a se sentir à vontade,experimentando um senso de propriedade emrelação ao projeto, e garante que a mesma sebeneficie das melhorias de infra-estrutura e dasconseqüências econômicas que esse tipo deprojeto pode acarretar.Nicholas Whyte and Gerard McDonnellREPRESENTANTES DA COMUNIDADE NO COMITÊ DE MONITORAÇÃO DO PROJETO

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Pinedale, EUA

A pitoresca cidade de Pinedale, em Wyoming (população: 1.600 habitantes) évizinha do campo de gás natural Pinedale Anticline. A Shell vemdesenvolvendo parte desse campo tecnicamente desafiador desde a compra doprojeto em 2001, tendo, desde o início, dado atenção e trabalhado em estreitacolaboração com os reguladores e a comunidade a fim de gerar benefícioslocais e minimizar os impactos ambientais do projeto.

Foi-nos dito, por exemplo, que a poluição do ar e a proteção da vida selvagemeram questões importantes e que os moradores da cidade estavam interessadosem melhorias no setor da educação e medidas para reduzir o alcoolismo e oabuso de tóxicos. Em resposta, estamos usando motores com baixa emissão eintroduzimos novas técnicas de complemento de poços que reduzem a queimaem pelo menos 95%. Encontramos maneiras de acessar mais gás a partir demenor número de locais, reduzindo assim o impacto sobre a terra. Além dissoestabelecemos duas instituições beneficentes independentes, com verba de US$ 1 milhão, dirigidas por uma fundação da comunidade local, com oobjetivo de proteger a vida selvagem e lidar com questões sociais tais comoabuso de tóxicos e educação.

Em 2005 foi levada a cabo uma revisão de performance social relativa aoprojeto, que recorreu à experiência acumulada na totalidade da companhia eidentificou novamente a importância da conservação para a população local. Afim de proteger a vida selvagem, o governo não permite perfuração emAnticline de meados de novembro até maio, o que, na prática, criou problemasde natureza social e ambiental, além de dificultar o desenvolvimento docampo. Os operadores trabalham mais intensivamente durante a curta estaçãode perfuração, causando mais perturbação do que causariam se pudessemdistribuir suas atividades ao longo de todo o ano. A comunidade tem umaonda sazonal de trabalho em lugar de emprego estável durante o ano inteiro.

Trabalhando com stakeholders e os outros operadores presentes na área,desenvolvemos uma abordagem de trabalho responsável durante todo o ano efizemos uma demonstração bem-sucedida do projeto no inverno de 2005/06.Esperamos ter no verão de 2007 a decisão do governo sobre o trabalho duranteo ano inteiro.

O QUE É?• Um projeto de produção de gás natural nas Montanhas Rochosas dos EUA.• Pico de produção previsto equivalente a 3,5% do total da produção de gás

da Shell em 2006.• Requer até 1000 poços; 175 perfurados até o final de 2006.• Criou 300 empregos permanentes e com contratados, dos quais 40% foram

preenchidos por residentes locais.• Operado pela Shell, que tem participação de 33%.

Preocupações relativas a segurança e meio ambiente nos levaram a perder aconfiança dos reguladores e de alguns dos vizinhos da nossa refinaria deGeelong. Em 2004 elaboramos um plano de melhoria ambiental juntamentecom a comunidade e os reguladores, mas logo ficou evidente que o planoprometia melhorias cuja plena concretização dentro do prazo estabelecidoera impossível, o que prejudicou ainda mais a confiança.

Em 2005 recebemos uma ajuda da Unidade de Gestão do PerformanceSocial da Shell (SPMU), uma entidade central, que nos trouxe experiência emelhor prática provenientes da totalidade da companhia. Juntos fizemosuma revisão da performance social que identificou o que precisava sersolucionado e como fazê-lo.

A pesquisa mostrou que nosso foro comunitário existente já não representavacom exatidão aquela vizinhança. Ajudados pela SPMU, trabalhamos comorganizações locais para criar um novo Painel Comunitário de Consultoriaque agora tem reuniões periódicas e nos orienta em questões tais comoengajamento da comunidade, melhorias ambientais e nosso programa deinvestimento social.

A primeira prioridade do painel foi prestar orientação sobre nosso Plano deMelhoria Ambiental. Os integrantes do painel, juntamente com um auditorindependente, passaram a monitorar nosso progresso. Até o final de 2006havíamos concluído cerca de 85% das ações do plano. Trabalhamos comafinco para restaurar relacionamentos e, juntamente com o painel, estamosagora trabalhando para concluir as tarefas restantes e passar a um novoplano, que nos ajudará a ir além da conformidade legal.

Além disso, pedimos ao painel que nos fizesse recomendações sobre comopoderíamos melhorar nossa comunicação. O objetivo era ouvir as opiniõesde nossos vizinhos e ajudá-los a compreender melhor nossas operações eplanos de melhoria. Seguindo as recomendações do painel, além de nossoboletim informativo e de colunas mensais no jornal estabelecemos umacabina de informação móvel. O pessoal da refinaria usa a cabina para ouviras questões de interesse do público, fornecer informações e responder aperguntas.

O QUE É?• Uma refinaria de cinqüenta e dois anos no Estado de Victoria, Austrália,

que provê mais da metade do combustível de transporte daquele estado.• Contribui anualmente com US$860 milhões por meio de impostos,

compras e emprego direto e indireto.• Está gastando cerca de US$100 milhões (2003 - 2011) para melhorar a

confiabilidade e o desempenho ambiental.• Operada pela Shell, que tem propriedade total.

Geelong, Austrália

Vivo em Pinedale há quase 40 anos e fuiprefeita durante 10 anos, até 1996. Trabalheicom nossos cidadãos e com as companhiasenergéticas para garantir que os benefícios dodesenvolvimento do campo de gás superassemsuas desvantagens. A Shell apóia programaseconômicos e sociais nesta cidade decrescimento acelerado e trabalha paraproteger a vida selvagem. Em minha opinião aShell está empenhada em extrair gás damelhor maneira possível, empregando a maismoderna tecnologia.Rose SkinnerEX-PREFEITA, CIDADE DE PINEDALE, WYOMING

Como presidente do Painel Comunitário deConsultoria da refinaria e membro eleito daAssembléia Administrativa da Cidade deGreater Geelong, estou em contatopermanente com residentes locais, queexpressam livremente suas preocupações.Muitos deles acreditam agora que a Shell estáempenhada em reduzir a poluição que causae está realmente fazendo o que disse que iriafazer. Estou especialmente impressionada como fato da refinaria ter-se empenhado em iralém do que a lei requer, o que é animadorpara a comunidade de Geelong.Lou BrazierPRESIDENTE DO PAINEL COMUNITÁRIO DE CONSULTORIA

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 27

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Desenvolvimento local

Nossa maior contribuição para odesenvolvimento é a provisão da energia edos petroquímicos necessários às economiasmodernas. Também ajudamos os governoslocais de outras maneiras: gerando receitaspara eles e incentivando-os a gastar essesfundos de forma inteligente; criandooportunidades comerciais para fornecedoreslocais e empregos para a população local; e apoiando programas de investimentosocial, inclusive aqueles da entidadeindependente Fundação Shell.

Transformando pagamentos a governos embenefícios sociaisOs royalties costumam ser a principal fonte dereceita dos países produtores de energia. Se bemadministrados, esses fundos podem ser responsáveispor um desenvolvimento econômico e socialabrangente. Se mal administrados, o dinheiro podeestimular corrupção, desigualdade social e conflito.

Embora a responsabilidade pela transformaçãodesse dinheiro em benefícios sociais caiba aosgovernos, a Shell pode ajudar e de fato ajuda.

Uma das maneiras de ajudar é através de um bomexemplo, pelo cumprimento da nossa política detolerância zero em relação ao suborno (página 20).Outra maneira é a prestação de sólido apoio àIniciativa de Transparência das IndústriasExtrativas (ITIE), que requer das companhias demineração e petróleo a publicação dos pagamentosque fazem aos governos anfitriões e incentiva essesgovernos a manter uma atitude de abertura eassumir a responsabilidade final pelo destino dadoaos fundos. Acreditamos que a necessidade daITIE aumentará cada vez mais, à medida quenovos concorrentes procuram conquistar negóciosna África e na Ásia Central. Em 2006 tornamos areportar pagamentos ao governo nigeriano eintensificamos nossa participação na ITIE,passando a integrar sua diretoria e continuando aapoiar os programas do Azerbaijão, Camarões,Gabão e Cazaquistão.

Pagamos mais de US$17 bilhões em impostoscorporativos a governos em 2006, além de US$1,6bilhão em royalties. Arrecadamos US$71 bilhõesem imposto de consumo e impostos sobre asvendas em nome dos governos.

Compra localComprar de fornecedores locais é uma opçãoespecialmente eficiente para incentivarmos odesenvolvimento nos locais em que operamos, poiscontribui diretamente para a economia local, criaempregos e forma habilidades. Promovemosativamente o uso de fornecedores e contratadoslocais, assim como treinamos companhias locaispara ajudá-las a corresponder aos nossos padrões.Por exemplo, no projeto de produção de petróleode Salym, na Sibéria, organizamos uma série dereuniões para companhias russas que foramconvidadas a apresentar propostas relativas aimportantes contratos de construção. Nessassessões, ajudamos as companhias a compreendernossos requisitos de cotação de preços e contrato,bem como o processo de licitação eletrônica.

Graças a esse e a outros esforços, as companhiasrussas conseguiram 80% dos contratos (com baseno valor) concedidos até o final de 2006.

Nós ajudamos as comunidades locais a estabelecernegócios para a venda de produtos e serviços àShell. No Projeto das Areias Petrolíferas deAthabasca, por exemplo, a Shell Canadá ajudou acomunidade aborígine vizinha a estabelecernegócios de transporte por caminhões,manutenção, catering e segurança que agoratrabalham para o projeto e para outros operadoresque atuam nas areias petrolíferas.

Com base no questionário interno anual dirigidoaos mais altos representantes da Shell em cada país,em 2006 tivemos programas de promoção do usode fornecedores locais em mais de 90% dos paísesde renda baixa a média em que operamos (maissobre esses dados na página 37). Calcula-se quetenhamos gasto cerca de US$10 bilhões emprodutos e serviços adquiridos de companhias depropriedade local nesses países. A compra localcontribui também para a criação de oportunidadespara minorias e mulheres. Na África do Sul, porexemplo, em apoio a políticas do governo mais de60% do nosso dispêndio se destina a conferirpoder a empresas da economia negra econtinuamos a patrocinar negócios pertencentes amulheres e minorias nos EUA.

Às vezes os governos anfitriões estabelecemrequisitos relativos a compra ou contratação local.Em 2006 a Sakhalin Energy atingiu mais uma vezos alvos desafiadores de 70% de materiais eserviços de fontes russas no projeto Sakhalin II(página 34.)

Investimento socialO suporte de projetos de desenvolvimentocomunitário é outra contribuição, de menor porte,que fazemos ao desenvolvimento local. Com baseno mesmo questionário interno, nossos mais altosrepresentantes nacionais calculam que tenhamosgasto cerca de US$140 milhões em 2006 ematividades de investimento social. Os maioresprogramas foram os da Nigéria e dos EUA. Essetotal não inclui as atividades da entidadeindependente Fundação Shell (ver box).

28 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Nossa contribuição na África[A]

ENERGIA RESPONSÁVEL

www.shell.com/development

Conteúdo adicional na web:

• Como encorajamos a transparência nos pagamentos agovernos

• Exemplos extraídos dos nossos principais programas deinvestimento social

• Nossa contribuição total às Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas.

pagos em salários a mais de 8,000empregados na África

US$500 milhões

gastos em suprimentos africanos[B]

US$2 bilhões

pagos em impostos corporativos,impostos sobre vendas e royalties a governos africanos

US$6 bilhões

doados por meio de investimento social[B]

US$22 milhões

PAÍSES EM QUE A SHELL OPERA NA ÁFRICA

[A] Por companhias em que temos participação controladora.[B] Com base em nosso questionário interno anual (mais sobre esses dados

na página 37).

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COMBATENDO O MICRÓBIO: MALÁRIA NASFILIPINASNas proximidades do nosso projeto de gás deMalampaya, a Shell Filipinas e a FundaçãoShell Filipinas estão trabalhando emcolaboração com o governo e as comunidadeslocais a fim de erradicar a malária de umadas áreas mais seriamente afetadas dasFilipinas. O programa tem alcançadoresultados impressionantes: o número demortes causadas pela doença baixou de 85em 2000 para 20 em 2006. Parte do sucessodecorreu da aplicação das habilidades desolução de problemas que usamos no trabalhocomo recurso de rotina. Quando perfuramosem busca de gás, o fato de sabermos ondenão devemos ir muitas vezes nos mostra ondedevemos perfurar. O mesmo se aplicou aocaso da malária. Em vez de tentar eliminar osmosquitos, concentramo-nos em mantê-losafastados da pessoas, especialmente à noite, eem prestar tratamento imediato a quem viessea apresentar sintomas. O programa forneceucortinados às famílias das áreas de alto riscoe providenciou para que cada povoado tivesseum microscópio e paramédicos treinados parautilizá-lo. Agora as pessoas já não precisamviajar vários dias para obter um diagnósticopreciso e o tratamento necessário.

Ding RocoSHELL FILIPINAS

A Fundação Shell é uma instituição beneficenteindependente que foi estabelecida em 2000 comuma dotação de US$250 milhões da Shell. Seupropósito é encontrar e desenvolver soluçõessustentáveis para problemas relacionados àpobreza, energia e meio ambiente.

Colocando os empresários africanos emprimeiro lugarEm 2004 a fundação concedeu capital parainvestimento inicial a uma pequena empresa defrutas secas de Uganda para compra decomputadores e treinamento, além de ajudá-la aobter financiamento de um banco local para aconstrução de uma nova fábrica. Dois anosdepois a empresa havia criado centenas de novosempregos e agora vende suas frutas em mais de700 supermercados britânicos.

A fundação está investindo mais de US$50milhões em ajuda a outros empresários africanosna criação tanto de retorno financeiro quantodos empregos que se fazem tão necessários.

Este é um exemplo do enfoque baseado no"empreendimento" que a fundação adota - odesenvolvimento de soluções que possam seautofinanciar rapidamente e ser copiadas comfacilidade por outros para que se disseminem.

A fundação aplica esse enfoque por acreditar queno mundo em desenvolvimento existe umnúmero excessivo de programas que dependemdo próximo cheque de auxílio, que muitas vezesnunca chega. Portanto, ao contrário da maioriadas fundações corporativas, a Fundação Shellnão distribui cheques entre as boas causas, masage como um investidor, procurando soluçõesque possam resultar em retornos financeiros esociais.

Se as organizações estão lutando peloautofinanciamento, a fundação ajudaproporcionando conhecimento comercial,disciplina e treinamento de habilidades, pormeio de peritos empresariais que às vezesincluem pessoal da Shell

Congestionamento de trânsito e poluiçãoA fundação está trabalhando para reduzir ocongestionamento de trânsito e a poluição queassolam as megacidades como Istambul, Hanói e

Xangai. Na Cidade do México ajudou aimplementar o Metrobus, uma rota alternativaservida por 97 ônibus de alta capacidade. AMetrobus transportou seu 100.000.000º

passageiro após apenas 18 meses de operação,tendo substituído 350 ônibus menores, reduzidoà metade o tempo de percurso e reduzido apoluição.

Um assassino na cozinhaMais da metade da população mundial ainda usamadeira, esterco e outros tipos de biomassa paracozinhar. Calcula-se que a fumaça resultantemate cerca de 1,6 milhão de pessoas por ano, oque a transforma na quarta maior causa demortes no mundo em desenvolvimento. Afundação está aplicando enfoques comerciais aoenfrentamento do problema e espera fornecernos próximos cinco anos 20 milhões de fogõesque reduzem os vapores perigosos e usam menoscombustível.

A opção orgânicaAo fornecer adubos orgânicos e suportecomercial, a Fundação está provando que osplantadores de algodão do mundo emdesenvolvimento têm condições de passar daprodução com uso intensivo de pesticidas àprodução orgânica apesar de um processo detransição assustador de três a cinco anos. Aadoção da opção orgânica contribui paramelhorar a fertilidade do solo e a retenção deágua, além de reduzir a poluição e tambémgarantir aos agricultores um preço justo para seusprodutos. Nas palavras de um agricultor que feza transição: "O solo está melhorando, oambiente já melhorou e com a rotação dascolheitas estamos conseguindo alimentos maissaudáveis para nosso próprio consumo e paranossos clientes".

Na Índia mais de 900 agricultores obtiveram acertificação orgânica com a ajuda do programa.Vários milhares de hectares de colheitasorgânicas encontram-se em produção e o modeloestá se expandindo rapidamente.

Metas de Desenvolvimentodo MilênioAs Nações Unidas estabeleceram em 2000 suas Metasde Desenvolvimento do Milênio (MDMs), que sãooito alvos a serem atingidos até 2015 e incluemreduzir à metade a pobreza extrema, inverter adisseminação de HIV/AIDS e garantir asustentabilidade ambiental. A concretização dessasmetas depende acima de tudo dos governos, já que aredução da pobreza requer instituições públicaseficientes que permitam às companhias a criação deempregos e riqueza.

A Shell apóia as MDMs e até agora nossa maiorcontribuição foi, decididamente, a provisão daenergia moderna necessária ao desenvolvimentoeconômico e social. É especialmente importante atarefa de levar energia ao quase 1,6 bilhão de pessoasque no momento vivem sem ela.

Através de nossas operações nós geramos empregoslocais, contratos e receita para os governos em 50%dos 50 países mais pobres do mundo. Ajudamostambém por intermédio da entidade independenteFundação Shell (ver box), bem como de nossospróprios programas de investimento social, queincluem medidas sobre HIV/AIDS relativamente anossos empregados, suas famílias e comunidades,juntamente com a Coalizão Global de Empresas, ecombater a malária nas áreas próximas a nossasoperações nas Filipinas (ver abaixo).

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 29

Fundação Shell: soluções empreendedoras para a pobreza

O Metrobus é apoiado pela Fundação Shell.

www.shellfoundation.org

Conteúdo adicional na web:

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ENERGIA RESPONSÁVEL

Tornar o desenvolvimento sustentávelelemento central da nossa maneira detrabalhar requer os padrões, a governança,os controles e incentivos certos. Segue-seuma perspectiva geral desses fatores, cujadescrição detalhada pode ser vista em nossowebsite.

Em 2006 tomamos medidas adicionais paraclarificar aquilo que esperamos do pessoal, ampliarsuas habilidades e melhor compartilhar nossosconhecimentos em toda a Shell.

Padrões Todas as companhias e joint ventures em quetemos participação controladora - por exemplo,como acionista ou operador majoritário - aplicamos Princípios Empresariais Gerais da Shell, oCódigo de Conduta e os demais elementos quecompõem o Arcabouço de Controle da Shell.

Nossos Princípios requerem a conformidade comtodas as leis aplicáveis e o suporte aos direitoshumanos. Proíbem o suborno, a fraude e qualquercomportamento anti-competitivo, além dedeterminarem nosso compromisso de contribuirpara o desenvolvimento sustentável, o que inclui oengajamento de stakeholders externos.

Essas companhias e joint ventures devem tambémaplicar os padrões ambientais e sociais adotadospela totalidade da Shell. Fazem parte deles apolítica de HSSE do Grupo, seu empenho e suasnormas referentes a testes com animais,biodiversidade, mudança climática, gestãoambiental, gestão da saúde, segurança, qualidadedas embarcações e nosso relacionamento com opessoal da Shell.

Requeremos dos contratados que administremHSSE de acordo com nossos padrões e esperamosque eles sigam nossos Princípios Empresariais ou

princípios equivalentes quando trabalham paranós. Além disso incentivamos as joint ventures emque não temos participação controladora, bemcomo os fornecedores, a adotar e seguir princípiose normas de HSSE equivalentes. Se essescontratados, fornecedores e empreendimentos nãopodem corresponder a nossas expectativas dentrode um prazo razoável, somos obrigados a rever orelacionamento, o que pode envolver até, einclusive, o encerramento do mesmo.

Os princípios e padrões se refletem em nossosprocessos comerciais, que fazem parte dos critériossegundo os quais avaliamos propostas deinvestimento, bem como no planejamento edesenho de grandes projetos novos. Por exemplo,levamos em consideração o futuro custo previstoda emissão de CO2 na tomada das principaisdecisões de investimento. Devemos fazer umaavaliação de impacto antes de dar início a qualquertrabalho importante relativo a um projeto ou emuma instalação existente. As ações identificadaspela avaliação de impacto devem fazer parte dodesenho e da operação do projeto. Nossasprincipais instalações de refino e produtosquímicos, assim como as operações do setor deupstream com potencial para exercer alto impactosocial, devem ter também planos de performancesocial.

Estes planos determinam como a instalação vaigerir seus impactos sociais e gerar benefícios para acomunidade local (página 26).

Em 2006 nosso negócio de Exploração e Produçãotornou ainda mais rigorosos seus requisitos nestaárea no que se refere a novos projetos nos estágiosiniciais de desenho. Introduziu revisões dos nossos70 mais importantes empreendimentos de novopetróleo e gás em perspectiva, a cargo de peritosambientais e sociais das funções centrais e do

Negócio. Alguns desses projetos ainda seencontram em fase de exploração ou no início dafase de desenho.

Além disso, compatibilizamos nossos requisitoscom princípios e padrões externos, tais como aDeclaração Universal dos Direitos da PessoaHumana das Nações Unidas, o Compacto Globaldas Nações Unidas, as Diretrizes da OCED paraEmpresas Multinacionais e a Iniciativa deTransparência das Indústrias Extrativas (ITIE)(página 28).

GovernançaO Comitê de Responsabilidade Social da Diretoriarevê nossas políticas e desempenho relativos adesenvolvimento sustentável (ver box). O Executivo Principal é responsável pelodesenvolvimento sustentável; em seu nome, o Diretor de Assuntos Corporativos preside aExecutiva de Desenvolvimento Sustentável e HSSEdo Grupo, que revê desempenho e estabeleceprioridades, indicadores e metas chave dedesempenho. A Unidade de Gestão daPerformance Social, a Função de HSSE do Grupoe a Gestão de Questões do Grupo, todas entidadescentrais, desafiam e apóiam nossos Negócios,ajudando-os a desenvolver as habilidades de queprecisam, compartilhar lições aprendidas e adotarum enfoque coerente ao lidar com as questõesambientais e sociais com que se defrontam.

O desenvolvimento sustentável faz parte dasobrigações de todos os gerentes. O suporte éfornecido por especialistas das áreas de HSSE,performance social, segurança, recursos humanos efinanças. Cada um dos Negócios é responsável pelocumprimento de nossos requisitos e a realização desuas metas específicas nesta área.

Padrões, governança, controlese incentivos

30 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Novidades de 2006 • Lançamento do primeiro Código de

Conduta a abranger toda a Shell.

• Revisão da orientação para novosprojetos do setor de upstream com vistasà integração de consideraçõesambientais e sociais em estágios maisiniciais da tomada de decisões de vulto.

• Emissão de orientação sobre lobbyingpúblico responsável.

• Roll-out dos primeiros eventos deaprendizagem da Academia de Projetospara consolidar habilidades de gestãode projeto e compartilhar melhor prática.

Page 33: Enfrentando o desafio energético · Por exemplo, no ano passado aumentamos em 50% nossos gastos com pesquisa e desenvolvimento. O ano passado demonstrou, mais uma vez, a importância

O Comitê de Responsabilidade Social A Diretoria da Royal Dutch Shell plc tem quatro comitês. Um deles é o Comitê de ResponsabilidadeSocial, encarregado de rever e prestar orientação sobre nossas políticas e desempenho em relação aoPrincípios Empresariais, ao Código de Conduta, à política de HSSE e outras normas sociais e ambientaispertinentes, bem como a questões importantes de interesse público. É integrado por três diretores nãoexecutivos, o que inclui o Chairman, Wim Kok, ex-Primeiro Ministro da Holanda.

O comitê desempenha um papel ativo na avaliação e orientação de nossas atividades nessa área em nomeda Diretoria. Reúne-se quatro vezes por ano, recebendo relatórios e entrevistando diretores a respeito donosso desempenho geral na área social e em HSSE, bem como de nossa gestão de impactos ambientais esociais relativos aos principais projetos e operações. O comitê contribui para este relatório e revê esboçosprévios do mesmo, o que inclui reuniões face a face com nosso Comitê Externo de Revisão. Além dissoo Comitê de Responsabilidade Social visita locais da Shell, onde se reúne com pessoal local estakeholders externos com vistas a observar diretamente o desempenho operacional no local, como sãoos relacionamentos com a comunidade local e como nossos padrões estão sendo implementados naprática. Em 2006 o comitê visitou os projetos de gás natural de Corrib, Irlanda, e Pinedale, Wyoming,além da refinaria da joint venture de Motiva em Port Arthur, Texas. Visitou também Nova Orleans, naLouisiana, para ver como vai a recuperação da cidade após os furacões de 2005 e compreender acontribuição da Shell. No início de 2007 o comitê visitou nossa operação na ilha de Sakhalin e WimKok foi à Nigéria acompanhando o Chairman da Diretoria. Em seguida, a cada visita o comitêcompartilha suas observações com a Diretoria, incluindo o diretor executivo responsável pelo projeto oulocal em questão.

Formando habilidades ecompartilhando boa prática naAcademia de Projetos

Maarten van den Bergh Wim Kok Nina Henderson

Somos um comitê que encara com seriedade a necessidade de adquirir umaperspectiva de primeira mão relativamente ao desempenho ambiental e social dacompanhia, o que inclui os relacionamentos com as comunidades locais. As visitas quefazemos aos locais são essenciais para isso, pois nos permitem conversar diretamentecom o pessoal da Shell e seus stakeholders externos. Wim Kok

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 31

Conteúdo adicional na web:

• Mais informações sobre nossos compromissos e padrõesambientais e sociais aplicáveis a toda a companhia.

• Como fazemos avaliações de impacto ambiental, social e sobre a saúde

• Mais informações sobre nossa governança corporativa(incluindo termos de referência para o Comitê deResponsabilidade Social).

www.shell.com/makingithappen

Reforçando controles e alinhando incentivosMonitoramos a conformidade por meio de umprocesso anual de carta de garantia, que requer doalto gerente pertinente um reporte ao ExecutivoPrincipal sobre o desempenho de seu Negócio oufunção no cumprimento dos PrincípiosEmpresariais e das Normas do Grupo. Osresultados são reportados ao Comitê de Auditoriada Diretoria.

Além disso submetemos os sistemas de gestão deHSSE de nossas instalações a auditorias regulares.Exigimos que as principais instalações tenham umacertificação externa segundo padrões ambientaisinternacionais, como por exemplo o ISO 14001.O Código de Conduta proporciona orientaçãominuciosa sobre o comportamento que osPrincípios Empresariais requerem do nosso pessoal(página 21).

Além disso, temos a ajuda de painéis eobservadores externos na monitoração dodesempenho ambiental e social. Por exemplo, umpainel de peritos científicos examina aconformidade com nossa norma sobre testes comanimais.

Em várias instalações do setor de downstreamexistem painéis comunitários que observam e nosorientam no que se refere a nossa performancesocial (páginas 26-27). Peritos independentes estãomonitorando a construção do oleoduto daSakhalin Energy e os esforços dessa joint venturepara evitar qualquer dano às baleias cinzentasocidentais (páginas 34-35).

O desenvolvimento sustentável também contribuipara as avaliações de desempenho e a remuneração.Em 2006 respondeu mais uma vez por 20% doscorecard na totalidade da companhia.

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proporções tão grandes. Os grupos milicianospoliticamente motivados continuam a exigir, entreoutras coisas, a libertação de um ex-governadorestadual e de um líder miliciano acusado detraição, bem como uma parcela maior da receitado petróleo para os Estados do Delta.

A intensificação da violência prejudica o Delta e aNigéria. Tivemos que fechar a maior parte dasinstalações no Delta do Niger Ocidental, o quereduziu em 50% a produção de 2006. Osmilitantes sabotaram as estações de escoamento eos oleodutos, impossibilitando nosso acesso amuitas dessas instalações para reparar os danos oulevar a cabo a manutenção de rotina. O Ministériodas Finanças calculou que a crise custou US$4.4bilhões ao governo em receitas perdidas.

Cinqüenta e quatro dos nossos empregados econtratados foram seqüestrados no ano passado.Nove foram mortos em ataques ou seqüestros.Trata-se de uma perda terrível que me atingemuito profundamente.

Não existe um grande risco de que ogoverno se decida por uma abordagemmilitar que violará os direitos humanos?Acho que não. O governo sabe que uma reaçãoopressiva significa o risco de mais incidentes e aperda de suporte local. A abordagem do governotem consistido em liderar pelo desenvolvimento,continuar o diálogo e, essencialmente, fomentar alei e a ordem.

Nosso papel, como companhia, é apoiar esseesforço e incentivar o governo a respeitar osdireitos humanos. Estou orgulhoso da forma pelaqual estamos fazendo isso junto aos dois gruposencarregados da segurança no Delta. Um deles é aPolícia Supranumerária, com suporte da ForçaPolicial da Nigéria. Eles protegem nossasinstalações e geralmente não portam armas.

Decidimos em conjunto os termos deengajamento, cuidando para que estejam de acordocom nossas diretrizes de segurança. Além dissoorganizamos programas de treinamento para eles ereportamos quaisquer violações das nossas normasde segurança.

O segundo grupo é a Força Tarefa Conjunta, cujopessoal militar guarda o pequeno número deinstalações da Shell com status de ativosestratégicos nacionais. Comunicamos claramente àForça Tarefa Conjunta nossa postura de direitoshumanos, inclusive o compromisso que mantemoscom os Princípios Voluntários de Segurança eDireitos Humanos e nossas diretrizes sobre o usode armas. Todos os nossos frentistas tambémrecebem treinamento em direitos humanos paraajudá-los a cumprir os procedimentos dacompanhia e monitorar o pessoal de segurança queguarda as instalações.

Quais são as chances de reconciliação como povo ogoni?Minha atitude geral é de otimismo cauteloso.Saímos de Ogoniland em 1993 e desde então nãoproduzimos petróleo lá. Ainda temos a concessão,inclusive os poços de petróleo, que ocasionalmenteainda são alvo de sabotagem ou incêndioprovocado.

Sempre dissemos que só retornaremos com aconcordância da comunidade e para tal fimcontinuamos a apoiar a iniciativa de reconciliaçãodo Presidente, que busca paz duradoura ereconciliação em Ogoniland.

Tanto o governo quanto os soberanos tradicionaisnos dizem que desejam o nosso retorno. Em meusencontros com líderes ogoni eles falaram em deixaro passado para trás e sentar em volta da mesa paraconversar. Vai requerer paciência e compreensão,mas acho que conseguiremos.

Trabalhando em locais desafiadores

Como estamos lidando com aspreocupações ambientais e sociais em dois de nossos locais mais importantes e desafiadores.

Entrevista de Basil Omiyi a Roger Hammond

Nigéria

Roger HammondDIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DA LIVING EARTH

A escalada da violência no Delta do Nigerfoi alarmante em 2006. O que estáacontecendo?Existem três questões. A primeira é a pobreza noDelta, que está sendo solucionada, mas comexcessiva lentidão. A segunda é a maneira pela qualo Delta está representado na política nacional. Aterceira é o crescimento do crime organizado,impulsionado pelos roubos de óleo cru em largaescala. Pense nesses fatores como círculos que sesobrepõem - quanto maior a superposição, maior acrise.

Foi devido à eleição presidencial iminente [Editor:abril de 2007] que a crise atual adquiriu

32 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Basil OmiyiDIRETOR-GERAL DA SPDC, CHAIRMAN NACIONAL DA SHELL NA NIGÉRIA

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Você transformou em prioridade oenfrentamento da corrupção na Shell naNigéria. Tarefa impossível?Em 2006 mantivemos o foco sobre esse problemana SPDC e nas outras operações que temos naNigéria, a despeito da crise de segurança. Aintegridade faz parte das avaliações do pessoal. ASPDC divulga casos comprovados de corrupçãoatravés de seu website para que as pessoas fiquemsabendo o que acontece quando elas cometem essetipo de infração.

A Shell foi acusada de aplicar padrõesambientais mais baixos na Nigéria. É verdade?Absolutamente falso. Aplicamos os mesmospadrões da Shell em todo o mundo e todos osnossos ativos na Nigéria têm certificação segundo oISO 14001, concedida por avaliadores externos. Oque temos, no entanto, é um acúmulo considerávelde trabalho a fazer na área da integridade dosativos a fim de reduzir derramamentos e queima.As causas desse acúmulo foram o financiamentoinsuficiente da parte de parceiros no correr demuitos anos, problemas operacionais e, maisrecentemente, a falta de acesso seguro àsinstalações.

Continuamos, em 2006, o trabalho relativo àintegridade dos ativos, apesar da crise desegurança. Por exemplo, dos 253 locais de antigosderramamentos programados para limpeza em2006, restauramos com sucesso todos os 179 locaisaos quais conseguimos acesso. Concluímos otrabalho de inspeção dos oleodutos que havíamosplanejado para 2006 nas áreas a que tivemosacesso, cerca da metade do total planejadoinicialmente. No momento estamos discutindocom o governo diferentes opções de financiamentopara esse trabalho, que nos permitiriam umprogresso muito mais rápido no futuro.

O QUE É?

A Shell Petroleum Development Company daNigéria (SPDC)• Operador da maior joint venture de petróleo e gás

da Nigéria (Nigerian National PetroleumCompany: 55%, Shell: 30%, EPNI: 10%, Agip:5%).

• Em um ano típico produz aproximadamente 40%do petróleo do país a partir de mais de 1000poços terrestres no Delta do Niger.

• Gera mais de US$40 por barril produzido para ogoverno (e US$1.46 para a Shell) ao preço deUS$50 por barril.

Shell Nigeria Exploration and ProductionCompany (SNEPCo)• Operador e acionista com 55% de participação

no campo petrolífero offshore de Bonga, oprimeiro projeto em águas profundas da Nigéria.

Nigeria Liquefied Natural Gas Company(NLNG)• Joint venture (Shell: 26%) que produz 8% do

GNL mundial.

As operações dirigidas pela Shell na Nigéria pagaramUS$3.5 bilhões ao governo em impostos e royaltiesem 2006.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 33

Você mencionou a queima - vai cumprir seucompromisso de pôr fim à queima contínua?Já não existe queima contínua de gás natural emnossas operações offshore, nem na NGLG.Continuamos empenhados em pôr fim à queimacontínua nos mais de 1000 poços da joint venturecom a SPDC durante o ano de 2009. Acreditamosque essa meta ainda possa ser atingida, desde quetenhamos acesso a tempo, bem como ofinanciamento necessário. Lamento não poder sermais preciso. Devido à situação de segurança, nãosabemos exatamente quando voltaremos adeterminados locais. Mas quando conseguirmosacesso nossa intenção é acelerar os projetos decoleta do gás restante, dando conta de muitos delescomo parte dos reparos necessários para reiniciar ofuncionamento de operações que foram suspensas.Pôr fim à queima contínua é um esforçogigantesco, em que já investimos mais de US$3bilhões desde 2000, tendo reduzido nossa queimaem 30% até 2005. Em 2006 conseguimos instalarequipamento de coleta de gás em um local.

Está claro que muita coisa depende dasituação de segurança. Então, qual é ocaminho para sair da crise atual?Os três círculos superpostos da crise precisam serseparados. O mais importante é odesenvolvimento, em que o progresso ajudará aenfrentar o problema da violência. Odesenvolvimento solaparia o apoio que oscriminosos têm porque eles se apresentam comoporta-vozes dos oprimidos. Agora os governosestaduais estão recebendo dinheiro suficiente parao desenvolvimento no Delta. Os quatro estados doDelta em que operamos recebem agora mais deUS$3.5 bilhões por ano do governo federal. Mas odinheiro não está sendo usado da devida maneirapor causa da corrupção e da falta de capacidadelocal para investi-lo.

Então é um problema que cabe ao governoe não à Shell?Não. Fazemos parte da vida do Delta e da Nigéria.Nosso sucesso depende de paz e prosperidade naregião. E estamos profundamente empenhados emajudar a fazer com que isso aconteça, o quefazemos não só através da geração de receitas depetróleo e gás para o governo; ajudamos o governoa consolidar instituições públicas, como porexemplo através da Iniciativa de Transparência dasIndústrias Extrativas e de nossos relacionamentoscom peritos em desenvolvimento internacional.Ajudamos também por meio de nossos própriosprogramas de desenvolvimento. As operaçõesdirigidas pela Shell gastaram mais de US$59milhões (parcela da Shell: US$18 milhões) comesses programas em 2006 e contribuíram comoutros US$114 milhões (parcela da Shell: US$61.5milhões) para a Comissão de Desenvolvimento doDelta do Niger, que é uma comissão do governonigeriano.

Em geral, como você vê o futuro do Delta edas operações da Shell na região?Estamos atravessando um momento muito difícilpara todos os nigerianos. É com satisfação que vejocomo nossas operações offshore e a joint ventureda NLNG conseguiram se expandir com tantosucesso durante este período. Mas minha principalpreocupação é a segurança - do nosso pessoal, doscontratados e das comunidades locais. Estamostotalmente empenhados em trabalhar com ogoverno para promover paz e segurança no Delta etrazer o desenvolvimento de que a região precisatão desesperadamente.

www.shell.com/nigeria

Conteúdo adicional na web:

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Oitenta por cento da construção estão concluídos,de modo que agora a prioridade é colocar oprojeto em atividade, a tempo, com segurança e deforma responsável. Todos os acionistas estãototalmente empenhados em entregar um projetode primeira linha sob todos os aspectos, inclusiveem termos de desempenho ambiental e social.

Travessias fluviaisDurante o assentamento da parte terrestre dastubulações do projeto foi adotada uma abordagemnova e transparente para proteger o salmãoselvagem. As tubulações atravessam cerca de 180rios sensíveis de desova do salmão. A SakhalinEnergy requer que os contratados apliquemtécnicas de baixo impacto para essas travessias, oque inclui trabalho durante o inverno quando osrios estão congelados ou com fluxo reduzido.Quando alguns contratados deixaram de cumpriresse requisito no inverno de 2004-2005, a SakhalinEnergy suspendeu o trabalho, reforçou os controlese recorreu à ajuda de peritos externos.Observadores independentes e representantes deagências ambientais foram convidados a monitorar,em primeira mão, a maneira pela qual foi feitacada travessia durante os invernos de 2005-2006 e2006-2007. Foi a primeira vez que isso aconteceuna indústria. As conclusões dos observadores estãopublicadas no website da Sakhalin Energy.

A maioria dessas travessias sensíveis foi feita noinverno de 2005-2006. Além das precauçõestomadas durante a construção, foram instaladoscontroles de erosão temporários e a relva foireplantada nas margens íngremes dos rios ao longoda rota do oleoduto para prevenir o escoamento desedimento para o leito dos rios durante o degelo daprimavera. Alguns dos rios sofreram maiorsedimentação do que o planejado, mas o impactoprovável sobre as áreas de desova do salmão é

O Sakhalin II emergiu do ano tumultuado de2006 com um novo acionista emperspectiva, a Gazprom, e um acordo emprincípio com o governo russo sobre umorçamento de desenvolvimento emendadopara a Fase 2. São avanços importantes,que ajudam a posicionar o projeto paraconcluir a construção, entregar GNL aosclientes pela primeira vez em 2008 ecumprir seus compromissos ambientais, além de gerar benefícios duradouros para a comunidade.

O Sakhalin II é um exemplo típico dos projetosque se fazem necessários para enfrentar o desafioenergético - grandes, complexos e muitas vezessituados em áreas de fronteira sensíveis do pontode vista ambiental. O projeto acrescentará 6% àatual capacidade mundial de GNL, contribuindopara satisfazer a demanda de gás natural do Japão,Coréia e América do Norte, que está crescendorapidamente. A conclusão bem-sucedida doSakhalin II ajudará também a Rússia a demonstrarsua contínua capacidade para atuar como anfitriãde projetos de primeira linha com parceirosestrangeiros. Ao preço de US$34 por barril depetróleo, os governos federal e local ganharão,segundo estimativas, US$50 bilhões com oSakhalin II no correr da vida do projeto.

Com o ingresso da Gazprom, que a Shell recebecom satisfação, espera-se que o Sakhalin IIcontinue a proporcionar valor significativo, a longoprazo, aos nossos acionistas. De acordo com ostermos do contrato, o Sakhalin II acrescentaráquase 100.000 barris de equivalente de petróleopor dia (sendo dois terços gás natural) à produçãoda Shell em seu pico e criará a possibilidade deexpansão das atividades com a Gazprom emSakhalin.

Sakhalin

O QUE É?

• O maior e mais complexo projeto de petróleoe GNL em construção no momento.

• A Fase 1 do Sakhalin II começou a produzirpetróleo a partir da primeira plataformaoffshore da Rússia em 1999.

• A Fase 2, no valor de US$20 bilhões, incluimais duas plataformas offshore, mais de 1800km de tubulações e a primeira instalação deGNL da Rússia.

• Cerca de 80% da construção estavamconcluídos no final de 2006. O início daprodução de GNL está programado para2008.

• Uma joint venture operada pela SakhalinEnergy Investment Company Ltd (SEIC).

• Em dezembro de 2006 foi assinado o acordopara a venda de 50% mais uma ação doSakhalin II à Gazprom pela soma de US$7.45bilhões. Isto reduzirá a participação da Shellna SEIC de 55% para 27,5%, a da Mitsui de25% para 12,5% e a da Mitsubishi de 20%para 10%.

TRABALHANDO EM LOCAIS DESAFIADORES

34 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

limitado e temporário, pois espera-se que os riosretornem ao normal dentro de dois ou três anos.No final de abril de 2007 todas as travessiashaviam sido concluídas.

As baleias cinzentas ocidentaisA maior parte do que os cientistas sabem a respeitodas baleias cinzentas ocidentais, que estãoseveramente ameaçadas de extinção e passam osmeses de verão ao largo da ilha de Sakhalin,decorre do projeto de pesquisa e monitoração novalor de US$1 bilhão por ano que a SakhalinEnergy e a Exxon Neftegas Ltd vêm patrocinandohá muitos anos.

A Sakhalin Energy buscou a orientação de peritosindependentes para proteger as baleias durante aconstrução offshore. O projeto modificou a rota dooleoduto offshore, afastando-a em mais 20 km daárea de alimentação das baleias, além de recorrer auma acústica avançada e a rigorosos limites develocidade para as embarcações a fim de reduzir aomínimo a perturbação causada às baleias. Osimpactos sobre as baleias foi monitoradocuidadosamente e a população de baleiasaumentou.

Em 2006 foi estabelecido um painel de consultoriaa longo prazo sobre a baleia cinzenta ocidental.Organizado pela União Internacional pelaConservação da Natureza (IUNC), os peritoscientíficos que o integram estudarão os hábitos dasbaleias e monitorarão os impactos do projetodurante as fases finais de construção e a operação.

Permissões ambientaisEm outubro de 2006 a agência ambiental dogoverno russo ameaçou suspender licençasessenciais, alegando infrações de permissõesambientais. As ditas infrações não teriam causadonenhum dano ambiental a longo prazo. A Sakhalin

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VOZES

OBSERVADOR DAS TRAVESSIASFLUVIAISDurante os dois últimos invernos trabalheicomo um dos observadores independentesdo programa de travessias fluviais daSakhalin Energy. Nós monitoramos aconstrução do oleoduto nos pontos em queatravessa rios ecologicamente sensíveis,apresentamos reportes públicos sobre aspráticas de construção e prestamosorientação aos técnicos de oleoduto doprojeto. Tivemos acesso irrestrito àstravessias que estamos monitorando eliberdade para reportar com franqueza oque observamos. Em minha opinião, aSakhalin Energy assumiu com seriedade odesafio de levar os contratados acumprirem seus padrões. A conformidademelhorou regularmente, reduzindo osimpactos ambientais.

Mark DunniganBIÓLOGO AQUÁTICO GOLDER ASSOCIATES LTD

“ ”

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 35

Energy elaborou um Plano de Ação Ambientalque, após um refinamento mais minucioso, foireapresentado às autoridades em março de 2007para novo exame.

Benefícios sustentáveis para a populaçãolocalA Sakhalin Energy está ajudando ativamente osmoradores da ilha a se beneficiarem dodesenvolvimento do petróleo e do gás. Além dosUS$100 milhões com que contribuiu para oFundo de Desenvolvimento de Sakhalin dogoverno regional, outros US$390 milhões estãosendo gastos na modernização e construção denova infra-estrutura na ilha.

No final de 2006 havia 17.000 pessoastrabalhando no Sakhalin II, entre pessoal econtratados, sendo quase 7.000 moradores locais.Uma vez concluída a construção, o nível deemprego e de atividades comerciais relativas aoprojeto será menor.

Ainda assim, espera-se que o Sakhalin II tenha umstaff permanente de cerca de 2.400 pessoas e crieempregos para aproximadamente 7.000contratados e fornecedores locais. A gestão datransição é prioridade para a ilha e a SakhalinEnergy.

População nativaDesenvolvimentos energéticos em larga escalarepresentam desafios para os 3.500 moradoresnativos da ilha. A Sakhalin Energy foi a primeiracompanhia a apoiar e trabalhar com o Conselhodas Minorias Nativas de Sakhalin, eleitodemocraticamente e constituído em 2005 pararepresentar esse grupo. Em 2006 o Conselho, ogoverno regional e a Sakhalin Energy lançaram o

primeiro Plano de Desenvolvimento das MinoriasNativas, um plano qüinqüenal desenvolvido com aorientação do Banco Mundial, que identificamaneiras práticas de mitigar os impactos dodesenvolvimento de petróleo e gás sobre apopulação nativa, além de promover meios desubsistência tradicionais e negócios sustentáveis. ASakhalin Energy financia o plano (US$1.5 milhão)e é membro dos grupos de supervisão encarregadosde garantir a execução do mesmo.

Financiamento do projetoO ingresso da Gazprom e a modificação daparticipação poderão alterar a maneira pela qual éfeito o financiamento do projeto. Por essa razão, oBanco Europeu de Reconstrução eDesenvolvimento (BERD) encerrou no início de2007 a revisão da atual proposta de financiamento.

[Editor: texto finalizado em 2007, enquanto asnegociações entre a joint venture e a Gazpromainda estavam em andamento.]

Conteúdo adicional na web:

www.sakhalinenergy.com

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Dados de desempenho

DESEMPENHO AMBIENTAL 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Emissões de gases de efeito estufa milhões de toneladas de equivalente de CO2 109 103 99 101 103 106 112 112 105 98

Metano (CH4) milhares de toneladas N/C 522 456 398 315 241 234 243 211 154

Dióxido de carbono (CO2) milhões de toneladas 95 92 90 92 95 100 106 106 100 94

Queima (somente Exploração e Produção) milhões de toneladas 8,9 9,1 8,1 9,3 10,3 7,6 9,3 9,2 8,0 5,7

Dióxido de enxofre (SO2) milhares de toneladas 343 337 304 277 274 270 292 304 300[A]

296

Óxidos de nitrogênio (NO2) milhares de toneladas 230 252 218 202 213 213 219 197 184 180

CFCs/halons/tricloretano toneladas N/C 11 12 6,0 5,0 8,0 3,3 2,6 1,0 0,6

Compostos orgânicos voláteis (VOCs) toneladas N/C 584 499 538 372 379 294 265 244[B]

224

Derramanentos milhares de toneladas 19,3 13,2 18,7 9,9 17,8 7,4 6,7 6,1 9,0 5,7

Petróleo em efluentes para o ambiente de superfície milhares de toneladas 5,6 5,2 3,3 2,8 2,9 2,5 2,4 2,3 2,5 2,1

Uso de água doce[C]

milhões de metros cúbicos N/C N/C N/C 681 683 679 667 657 638 560

Lixo milhares de toneladasPerigoso N/C 240 272 400 445 504 554 455 451

[B]522

Não perigoso N/C 521 468 490 452 524 510 470 668[B]

1.060Total N/C 761 740 890 897 1.028 1.064 925 1.119

[B]1.582

[D]

Intensidade energéticaEm nossas refinarias: Índice de Intensidade Energética N/C N/C N/C N/C N/C 86,5 85,9 85,0 83,9 84,0Em nossas fábricas de produtos químicos: Índice Energético de Produtos Químicos N/C N/C N/C 100 101,4 99,7 98,3 93,3 95,8 92,5Exploração e Produção: (gigajoules por tonelada de produção) N/C 0,8 0,8 0,7 0,7 0,8 1,0 0,9 1,0 1,1

Percepção externa do desempenho ambiental[E]

Públicos especiais - % que declara ser o melhor/um dos melhoresShell N/C N/C N/C N/C N/C 31 39 31 32 28Concorrente mais próximo N/C N/C N/C N/C N/C 19 31 24 28 25

Público em geral - % que declara ser o melhor/um dos melhoresShell N/C N/C N/C N/C N/C 25 26 24 26 20Concorrente mais próximo N/C N/C N/C N/C N/C 17 17 14 18 16

= indicadores chave de desempenhoN/C = não calculado[A] Reapresentado com redução de 323 para 300 milhares de toneladas devido a erro de cálculo em uma das

nossas operações na Nigéria.[B] Erro de dados no Relatório de 2005.[C] Reapresentado para todos os anos de forma a excluir a água de resfriamento que passa pela fábrica apenas uma

vez e é devolvida ao ambiente.[D] Aumento em 2006 devido, sobretudo, ao descarte de lixo não perigoso após os furacões de 2005 no Golfo do

México. Devido também à inclusão de lixo perigoso e não perigoso nestas categorias por algumas operações dosetor de downstream. Aumento em 2006 devido, sobretudo, ao descarte de lixo não perigoso após os furacões de2005 no Golfo do México. Devido também à inclusão de lixo perigoso e não perigoso nestas categorias poralgumas operações do setor de downstream.

[E] Continuamos a obter os escores mais altos da indústria em “responsabilidade ambiental” na pesquisa de reputaçãorealizada em nome da Shell em 13 dos nossos principais mercados pela agência de pesquisa de opinião públicaIpsos MORI. No entanto, nos 7 mercados que temos em comum com nosso concorrente internacional mais

próximo, os públicos especiais nos conferem um escore marginalmente inferior – 3% – e o público em geral nosclassifica no mesmo nível.

[F] Os dados refletem a mudança no alcance dos cargos mais altos de liderança e direção em 2005. Os dadosrelativos aos anos anteriores foram reapresentados.

[G] Antes de 2003 perguntávamos se os procedimentos existiam e não se eram aplicados ativamente. [H] Nível de renda do país conforme definido pelo índice de desenvolvimento humano do UNDP (Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento).[I] Incidentes de suborno e fraude, coletados por nosso sistema de auditoria interna.[J] Pequenos erros de dados corrigidos para evitar a prévia duplicação da contagem abrangendo suborno e fraude. [K] O público em geral nos conferiu escores mais altos que os dos concorrentes desde o início da pesquisa de

reputação Conservamos essa posição em 2006 embora, entre o público em geral, a diferença em relação anosso concorrente mais próximo tenha diminuído consideravelmente. Acreditamos que se trate do resultado de umadeterioração geral dos sentimentos do público em relação a todas as companhias petrolíferas, verificada em2006. A Shell tem um perfil de mercado destacado nos países selecionados para medição e como líder demercado sofreu mais do que alguns dos concorrentes em conseqüência da queda na opinião do público em geral.

36 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

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O reporte de dados ambientais e sociais difere do reporte de dados financeirosde várias maneiras importantes. Existem limitações inerentes relativas aexatidão, precisão e integralidade dos dados ambientais e sociais. Taislimitações decorrem da natureza desses dados. Certos parâmetros dependemdo comportamento humano, sendo, portanto, afetados pela cultura e apercepção pessoal. Outros parâmetros dependem de medições complexas querequerem sintonização constante, enquanto outros ainda dependem deestimativas e modelagem. A Shell reconhece o fato de que os dados ambientaise sociais que publicamos foram afetados por essas limitações inerentes.Continuamos a aprimorar a integridade dos dados por meio do reforço doscontroles internos. Quanto a isto, as técnicas de medição dos níveis de CO2progrediram bastante desde o estabelecimento do nosso nível básico de CO2em 1990. Há pouco tempo atrás a função de auditoria interna constatou que

certos controles em nossa medição de 1990 não correspondem aos padrõesatuais da Shell e conseqüentemente estamos reforçando os controles relativos anossa linha de base de 1990 e a todas as medições de CO2.

Os dados ambientais e de segurança são coletados de companhias e jointventures em que temos participação controladora e de certas companhias àsquais prestamos serviços operacionais. Esses dados são reportados em uma basede 100%, seja qual for nossa participação acionária na companhia. Asoperações que foram adquiridas ou descartadas durante o ano são incluídasapenas com relação ao período em que tivemos a propriedade. Outros dadossão coletados de fontes externas, pesquisas de pessoal e outras fontes internas,conforme indicado, e devidamente reportados.

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FatalidadesEmpregados 7 6 3 5 3 8 5 2 3 2Contratados 60 57 44 55 37 45 42 35 33 35Total 67 63 47 60 40 53 47 37 36 37

Taxa de acidentes fataisNúmero de fatalidades por 100 milhões de horas de exposição (empregados e contratados) 9,0 8,6 6,9 8,2 5,2 6,3 5,6 4,4 4,4 4,6

Lesões corporais - Freqüência total de casos reportados (TRFC)Por milhão de horas de exposição (empregados e contratados) 4,1 4,4 3,7 3,2 2,9 2,6 2,6 2,6 2,5 2,3

Freqüência de lesões com afastamento (LTIF)Horas de lesão por milhão de horas de exposição (empregados e contratados) 1,6 1,6 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 1,0 0,9 0,8

Freqüência total de doenças ocupacionais reportáveis Doenças por milhão de horas de exposição (somente empregados) N/C 3,2 3,5 2,2 2,3 2,0 2,0 2,1 2,0 1,8

Segurança % de paísesUsam segurança armada N/C 24 26 22 18 16 22 18 19 15Usam segurança armada da companhia N/C 4 2 2 2 1 2 2 2 2Usam segurança armada de contratados N/C 16 15 12 12 12 22 11 11 9

Diversidade de gênero % de mulheres[F]

Em cargos de supervisão/profissionais N/C N/C 15,4 17,1 17,7 18,9 19,5 20,7 21,8 23,2Em cargos de direção N/C N/C N/C 8,9 9,3 9,2 11,3 12,2 12,9 16,2Em altos cargos de liderança N/C N/C N/C 7,2 7,9 8,8 9,6 9,6 9,9 11,6

Sindicatos e foros de pessoal% calculada de empregados afiliados a sindicatos N/C N/C N/C N/C 19 19 13 12 13 12

Foros de pessoal e procedimentos de queixa% do pessoal com acesso a foro, procedimento de queixa ou outro sistema de suporte N/C N/C N/C N/C 99,9 99,9 99,9 100 100 99,2

Trabalho infantil % de países que verificam para assegurar presença de procedimentos

[G]implantados

Nas próprias operações N/C 64 82 84 89 86 78 83 88 95Contratados N/C 39 46 51 57 56 57 61 69 89Fornecedores N/C 21 30 31 41 42 50 53 62 82

Contratação e comprasEstimativa do gasto com produtos e serviços oriundos de companhias de propriedade local em países com nível baixo e médio

[H]US$ bilhões N/C N/C N/C N/C N/C N/C 5,2 6,3 9,2 10

Contratos cancelados devido a incompatibilidade com os Princípios Empresariais N/C 69 62 106 100 54 49 64 63 41

Joint ventures alienadas devido a incompatibilidade com os Princípios Empresariais N/C N/C 1 2 0 0 1 0 0 0

Integridade empresarial[I]

N/C N/C N/C N/C N/C N/C N/C 123[J]

102[J]

96

Investimento social (participação acionária) US$ milhões N/C N/C N/C 85 85 96 102 106 127 140

Favorabilidade[K]

Público especialShell N/C N/C N/C N/C N/C 43 59 43 47 49Concorrente mais próximo N/C N/C N/C N/C N/C 39 52 46 45 47

Público em geral Shell N/C N/C N/C N/C N/C 44 46 44 41 29Concorrente mais próximo N/C N/C N/C N/C N/C 40 37 35 33 25

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 37

DESEMPENHO SOCIAL 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

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Os dados assinalados com um na tabela de dados sociais provêm de umapesquisa interna que foi respondida pelo mais alto representante da Shell emcada país. O grau de precisão desses dados é significativamente inferior ao dosdados obtidos por meio de nossos sistemas financeiros. Este ano realizamosverificações adicionais dos números obtidos através dessa pesquisa de modoque a mesma nos possa proporcionar maior confiabilidade e continuamos areforçar nossos controles internos sobre esses dados a fim de melhorar suaqualidade.

Estabelecemos melhorias internas como metas para nossos principaisparâmetros ambientais e de segurança, além de termos metas públicas, deprazo mais longo, para a eficiência energética em nossas fábricas de produtosquímicos, para a eliminação do descarte de gás através da queima contínua epara a redução das emissões de gases de efeito estufa a partir de nossas operações.

S Exceto quando indicado em contrário, o número de residências servidas pelasnossas atividades foi calculado, para fins deste relatório, com base no consumomédio de eletricidade de uma unidade familiar na Europa e na eficiência decombustível e tamanho do tanque de gasolina de um carro pequeno típico(Ford Fiesta).

Veja mais informações no Guia de Monitoração e Reporte de Desempenho doGrupo.

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Conteúdo adicional na web:

www.shell.com/performancedata

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38 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Nossoreporte

O que fizemosPelo segundo ano sucessivo a Shell convidou umComitê Externo de Revisão para examinar seuRelatório de Sustentabilidade. Concentramo-nosem três perguntas principais:

1. A companhia selecionou os tópicos maisimportantes para o relatório?

2. Até que ponto o relatório lidou bem com essestópicos e atendeu aos interesses dosstakeholders?

3. A Shell nos deu informação e acesso suficientespara fazermos nosso trabalho com eficiência?

Como trabalhamosEm 2006 nós contribuímos para a seleção detópicos e revimos o esboço do relatório no final domesmo ano. Os rascunhos sucessivos foramrevistos entre dezembro de 2006 e março de 2007.O comitê se reuniu pessoalmente duas vezes,entrevistou altos executivos, inclusive o ExecutivoPrincipal e o chefe de Exploração e Produção, eproporcionou feedback direto ao ExecutivoPrincipal e ao Comitê de Responsabilidade Socialda Diretoria. O acesso do comitê a altos decisoresda Shell foi exemplar e a companhia respondeubem a nossas perguntas e preocupações.

A revisão que fizemos se limita ao relatórioprincipal. Apreciamos a inclusão dos links parainformações suplementares publicadas na web, masnão as revimos.

Esta é a nossa própria avaliação do Relatório deSustentabilidade da Shell 2006; expressamos nossasopiniões como indivíduos e não em nome denossas respectivas organizações. Além doscomentários sobre o reporte da companhia, nocorrer de discussões com pessoal da Shelloferecemos nossas observações a respeito damaneira pela qual a companhia lida comimportantes desafios de sustentabilidade.

Em reconhecimento pelo tempo e a expertise queaplicamos à tarefa, foi-nos oferecido um honorárioa ser pago a cada um individualmente ou àorganização da nossa escolha, e a Shell nosreembolsou pelas despesas de viagem ehospedagem.

O reporte da ShellA Shell continua sendo um dos mais importantesrelatores nesta área e seu Relatório deSustentabilidade de 2006 faz uma contribuiçãovaliosa para a bem-vinda evolução da atividade dereporte sobre sustentabilidade.

Em nossa opinião, o relatório cobre os tópicos demaior interesse para os stakeholders da Shell eaqueles de maior impacto material sobre acompanhia. O foco no "desafio energético",especialmente no que se refere à mudançaclimática, prioriza a mais importante questão desustentabilidade com que a Shell se defronta.

Constatamos com satisfação que a Shell respondeude maneira sensível, no corrente relatório, àmaioria dos comentários constantes da carta docomitê sobre a revisão do Relatório deSustentabilidade de 2005. Isto se aplicaparticularmente à maior clareza na declaração daShell sobre a importância de enfrentar o desafioenergético e como planeja fazê-lo. Referimo-nos,novamente, este ano, à transferência deaprendizagem entre projetos e ao investimento emrenováveis, aspectos que não foram abordados tãoprofundamente quanto teríamos desejado.

Lidando com o desafio energéticoO relatório da Shell descreve o desafio energéticocom muita clareza e reconhece explicitamente anecessidade de ação combinada para lidar com amudança climática.

Recebemos com satisfação a afirmação da Shell deque o debate sobre a ciência da mudança climáticaestá encerrado. A companhia reportou claramenteas reduções de emissões conseguidas em suaspróprias atividades nos últimos anos, bem como osdesafios que estão por vir. E mencionou os tipos deação que os governos precisam empreender paraestabelecer arcabouços de política em apoio a umaação efetiva sobre o clima. São declarações degrande importância.

No entanto, em nossa opinião o relatório nãofornece aos leitores informações suficientes paralhes permitir julgar se a velocidade com que a Shell

Jermyn Brooks

DIRETOR DE PROGRAMAS DO SETOR PRIVADOTRANSPARENCY INTERNATIONAL

Aron Cramer NOVO MEMBRO

PRESIDENTE E EXECUTIVO PRINCIPALBUSINESS FOR SOCIAL RESPONSIBILITY

CHAIRMAN DO COMITÊ DE REVISÃO

Roger Hammond

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTOLIVING EARTH

Como estamos satisfazendo asnecessidades dos nossosstakeholders em termos dereporte honesto e transparentesobre nosso desempenhoambiental e social.

As conclusões do Comitê Externo de Revisão

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 39

Karin Ireton NOVO MEMBRO

CHEFE DE MERCADOS E ECONOMIAS DEDESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELANGLO AMERICAN PLC

Dr Li Lailai

LIDERANÇA PARA O MEIO AMBIENTE EDESENVOLVIMENTO (LEAD) - CHINA

DIRETORA DO INSTITUTO PARA O MEIOAMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, BEIJING

Jonathan Lash

PRESIDENTEWORLD RESOURCES INSTITUTE

está agindo para enfrentar a mudança climáticacorresponde à magnitude do desafio, que a própriacompanhia descreve como urgente. Isto se refleteem:

• Explicação insuficiente sobre como o previstoaumento futuro das emissões absolutas anuaisdas operações da Shell se enquadra noenfrentamento da mudança climática.

• O fato de não ter sido publicada nenhuma metapara redução de emissões além de 2010.

• O reconhecimento de que uma parte importanteda redução obtida até o momento decorreu dofim da queima do gás, sem dizer o suficiente aosleitores sobre de onde virão as futuras reduçõesuma vez que a queima do gás tenha cessado porcompleto.

• Maior dependência em relação a fontes nãoconvencionais de energia, como o xistobetuminoso e as areias petrolíferas, que têm altosníveis de CO2, sem explicar suficientementecomo essas emissões serão gerenciadas.

• Ausência de informação suficiente sobre oequilíbrio das despesas nas atividades depesquisa e desenvolvimento da Shell parapermitir que os leitores avaliem o empenho daShell no desenvolvimento de fontes renováveisde energia e mitigação do gás de efeito estufa.

• Falta de definição de uma data-alvo para oestabelecimento de um negócio de energiaalternativa em escala comercial. Gostaríamos,também, que no futuro a companhia relatassemais sobre o progresso no desenvolvimento dastrês tecnologias a que está visando:biocombustíveis, energia eólica, película finapara energia solar.

• Finalmente, embora a Shell solicite mais açãodos governos sobre a mudança climática, não dizmuito neste relatório sobre o que fará paraajudar a impelir os arcabouços de política nadireção certa.

Conteúdo adicional na web:

• Mais informações sobre nosso enfoque de reporteambiental e social.

• Mais informações sobre os membros do Comitê Externo de Revisão (incluindo os Termos de Referênciado comitê).

www.shell.com/reviewcommittee

Trabalhando em condições difíceisO relatório declara que as operações da Shell irãodesenrolar-se cada vez mais em locais complexos,envolvendo tecnologia de crescente sofisticação,parcerias com outras empresas e difíceis condiçõessociais. Vemos com satisfação como o relatórioenfoca dois desses locais, Sakhalin e Nigéria, queilustram bem tal tendência. Observamos que ascondições em ambos os locais estavam mudandorapidamente enquanto o relatório atravessava suasfases finais.

Aplaudimos o empenho da Shell em sustentar odesempenho social e ambiental em todas as suasoperações. Mas o relatório não proporciona insightsuficiente sobre como isto será feito em ambientescomplexos ou em mudança acelerada.

O relatório apenas menciona como a Shellimplementará seus padrões de forma efetiva nasjoint ventures cujos parceiros tenham influênciasignificativa sobre as operações, como é o caso deSakhalin. Trata-se de questão de importânciaespecial quando a Shell tem participação minoritáriaem um projeto e quando está lidando com parceirosque talvez não apliquem princípios empresariaisequivalentes a respeito de desempenho ambiental esocial. Gostaríamos de ter visto mais informaçõessobre que tipos de estruturas de governança econtroles operacionais a Shell acredita irão ajudá-la alidar com tais situações.

A Shell poderia ter proporcionado no relatóriomais perspectiva sobre como transfere a experiênciada aplicação de seus princípios sociais e ambientaisde um projeto para outro através da totalidade desuas operações.

A Shell se refere com sinceridade louvável àsabrangentes questões de segurança que exasperamos desafios interligados de direitos humanos,desenvolvimento e governança. Essas questõescontinuam a exercer um grave impacto sobre asoperações no Delta do Niger. A Shell reporta queexiste a possibilidade da companhia não tercondições de cumprir sua meta de pôr fim à

queima de gás na Nigéria até 2009 devido aoprosseguimento da agitação e à falta de acesso afinanciamento. Gostaríamos que o relatório tivessedito mais claramente como a Shell lidará com aquestão do financiamento e de que maneiraresponderá se o conflito civil prejudicar os planos.

SegurançaGostaríamos de compreender melhor como acompanhia planeja refinar sua estratégia desegurança à luz do aumento do número defatalidades no ano que passou. Este aspecto assumeum destaque especial devido à entrevista doExecutivo Principal neste relatório, em que eledeclara ser a segurança a prioridade máxima para opróximo ano.

Direitos humanosEm resposta ao feedback do comitê, a Shell ajustouseu reporte de direitos humanos de forma aenfocar as questões de maior interesse para osstakeholders, o que constituiu uma mudançaimportante e bem-vinda. Acreditamos que osleitores vão querer saber também como a Shellseleciona diretrizes em questões de direitoshumanos, aspecto que se aplica especialmente àabordagem segundo a qual a companhia lida como reassentamento.

ConclusãoAgradecemos à Shell tanto por seu empenho emreportar quanto pela qualidade rara de boa vontadeque demonstra ao buscar esta revisão externa. Acompanhia preparou seu relatório de 2006 comseriedade de propósito e abertura ante nossasperguntas e preocupações. Apresentamoscomentários críticos com a intenção exclusiva depossibilitar futuras melhorias no sólido enfoque dereporte da Shell e acolhemos com satisfação aoportunidade de ajudar a companhia a avançarnessa direção.

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40 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006

Continuamos a refinar nossa atividade dereporte a fim de corresponder às crescentese cada vez mais diversificadas necessidadesdos nossos numerosos stakeholders.

Desde 1997 a Shell reporta voluntariamente seudesempenho ambiental e social.

Fazemos isso em função do compromisso dehonestidade e transparência que assumimos eporque esse desempenho é importante para nossosstakeholders, bem como para nosso desempenhocomercial.

Tamanho único não serve para ninguémOs stakeholders têm necessidades de reporte muitodiversas. Para os investidores nosso enfoque degerenciamento de riscos e oportunidadesambientais e sociais está descrito no RelatórioAnual de 2006/Formulário 20-F. Cooperamos comnumerosos grupos que fornecem aos investidoresinformações e análise sobre o desempenhoambiental e social das companhias, o que inclui osprodutores dos Índices de Sustentabilidade DowJones, do FTSE4Good, do índice sócio-ambientaldas empresas de energia da Goldman Sachs(Global Energy Environmental, Social andGovernance Index) e do Projeto de Revelação doCarbono. Para o pessoal temos uma Revisão deSustentabilidade separada que faz parte de umesforço mais amplo de comunicação internadestinado a ilustrar o que nosso compromisso coma sustentabilidade significa para o trabalho diáriodo pessoal.

O alvo do Relatório de Sustentabilidade são osstakeholders externos, muitas vezes especialistas.Nosso website de Meio Ambiente e Sociedadeproporciona a esse público a oportunidade deexaminar mais profundamente nossa resposta àsquestões ambientais e sociais específicas do seuinteresse, ao mesmo tempo que apresenta nossoenfoque de sustentabilidade a um público maisamplo.

Novidades de 2006Demos ouvidos ao Comitê Externo deRevisão e:• Ampliamos e refinamos o papel do comitê

na avaliação do relatório.• Melhoramos o processo de seleção de

conteúdo para o relatório.• Ampliamos a cobertura de direitos

humanos, lobbying de interesse público enossa contribuição para as Metas deDesenvolvimento do Milênio.

Demos ouvidos ao feedback de leitores eperitos e:• Reforçamos o vínculo entre o relatório

impresso e as informações maisdetalhadas em nosso website.

• Introduzimos mudanças com vistas aoalinhamento com as novas diretrizes G3da Global Reporting Initiative.

O que garante?Ainda há muito a aprender sobre garantia dereporte de sustentabilidade. Acolhemos comsatisfação as novas diretrizes G3 para Relatório deSustentabilidade da Global Reporting Initiative ,que dão espaço às companhias para queexperimentem diferentes modelos de garantia.Continuamos a aprimorar a abordagem quelançamos em 2005, recorrendo a um ComitêExterno de Revisão integrado por peritos paraverificar se nosso reporte é equilibrado, pertinentee responsivo aos stakeholders. As reações dosleitores ao Comitê de 2005 foram decididamentepositivas. Beneficiamo-nos dos diversificadosdesafios e recomendações do comitê, que sebasearam nos profundos conhecimentos de seusmembros acerca das questões e em sua experiênciadireta de trabalho conosco. O comitê foi ampliadoem 2006, participou mais cedo da seleção detópicos para o relatório e teve maior acesso à altadireção.

Entre 1998 e 2004, sob a orientação de auditoresexternos, desenvolvemos uma série de controlesinternos destinados a contribuir para garantir aprecisão dos fatos contidos em nossos Relatórios deSustentabilidade. Entre esses controles estão trilhasde auditoria para todos os dados e declaraçõescontidos no relatório, atestadas por altos gerentes edisponíveis para auditoria interna. Os controlesinternos foram aprimorados ainda mais em 2006.

Agora, por exemplo, os líderes empresariais doescalão superior atestam a qualidade de seus dadosde HSSE. Introduzimos extensivas verificaçõesestatísticas a fim de detectar erros nesses dados. NaNigéria a KPMG forneceu garantia externa daprecisão e integralidade dos dados de HSSE einvestimento social. Acha-se em andamento umtrabalho de reforço dos controles da informaçãorecebida por intermédio do questionário internodirigido a nossos mais altos representantes em cadapaís em que operamos, trabalho esse cujo objetivoé aumentar a confiabilidade de tais dados.

Alinhamento com diretrizes emergentesA Global Reporting Initiative divulgou suas novasdiretrizes G3 para relatórios de sustentabilidade nofinal de 2006. Em resposta a elas fizemos uma sériede mudanças, principalmente na web, com vistasao alinhamento com essas diretrizes. Segundonossa própria avaliação, alcançamos o nível A+ naaplicação das diretrizes. Além disso, reportamos deacordo com as diretrizes da AssociaçãoInternacional da Indústria do Petróleo paraConservação do Meio Ambiente e descrevemos naweb nossa contribuição ao Compacto Global dasNações Unidas e às Metas de Desenvolvimento doMilênio.

Nosso enfoque de reporte

NOSSO REPORTE

Workshop com peritos em reporteLondres, outubro de 2006.

Conteúdo adicional na web:

• Como estamos reportando de acordo com a GlobalReporting Initiative.

• Nosso enfoque de garantia e reporte.• O processo que usamos para selecionar o conteúdo do

nosso reporte.• Nossos Relatórios de Sustentabilidade anteriores.• Relatórios de Sustentabilidade de operações locais.

www.shell.com/sdreporting

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE SHELL 2006 41

REPORTANDO O QUE É MAIS IMPORTANTEO reporte de sustentabilidade deve enfocar as questões ambientais e sociais de maiorimportância para uma companhia e seus stakeholders. Por isso, tornamos aselecionar "Enfrentando o Desafio Energético" como nosso tema; por isso, usamosindicadores chave de desempenho que foram desenvolvidos em conjunto com osstakeholders para o reporte de nossos maiores impactos ambientais e sociais; e, porisso, recorremos a um processo consagrado e auditável para selecionar as questões a abordar.

Etapa 1. Perguntar aos leitores o que consideram mais importante, recorrendo apesquisas, entrevistas, apreciações da mídia e workshops com peritos emreporte.

Etapa 2. Usar nossos sistemas internos de gerenciamento de risco para determinarquais são as questões ambientais e sociais que mais afetam nossa estratégiacomercial.

Etapa 3. Combinar os resultados (ver ilustração). Na medida do permitido pelasrestrições legais, incluímos em nosso relatório todos os tópicos de mais altaprioridade. Os tópicos enquadrados no nível seguinte de importância sãoabordados em nosso website.

Etapa 4. Verificar junto aos stakeholders e ao Comitê Externo de Revisão se acobertura que damos a esses tópicos é equilibrada e completa.

O comitê nos ajudou a refinar esse processo em 2006. Agora as ponderaçõesutilizadas na Etapa 1 levam mais em conta os tópicos que são importantes para asociedade mas atraem menos atenção da mídia.

DESOBRIGAÇÃO LEGAL As companhias em que a Royal Dutch Shell plc tem investimentos, diretaou indiretamente, são entidades separadas. Neste relatório as expressões“Shell”,“Grupo” e “Grupo Shell” e as referências à Shell como uma“companhia” são empregadas às vezes por conveniência, nos casos dereferência a empresas do Grupo em geral. Da mesma forma, as palavras“nós” e “nossas/os” também são usadas com referência a companhias doGrupo em geral ou àqueles que trabalham para as mesmas. Essas expressõessão empregadas ainda quando não existe propósito na identificação decompanhias específicas. Termos tais como “Shell Trading”, “ShellHydrogen”, “Shell Wind Energy” e “Shell Solar” referem-se às váriascompanhias que se dedicam a atividades comerciais, aos negócios dehidrogênio, energia eólica e energia solar, respectivamente.

Este relatório contém declarações de perspectiva futura relativamente àsituação financeira, resultados de operações e negócios da Royal DutchShell. Todas as declarações que não sejam declarações de fato de naturezahistórica são, ou podem ser consideradas, declarações de perspectiva futura.As declarações de perspectiva futura são declarações de expectativas futurasque se baseiam em expectativas e pressuposições correntes da direção eenvolvem riscos e incertezas, conhecidos e desconhecidos, que poderiamfazer com que resultados, desempenho ou eventos concretos se tornemdistintos substancialmente daqueles expressos ou implícitos nessasdeclarações. As declarações de perspectiva futura incluem, entre outrascoisas, declarações referentes à exposição em potencial da Royal Dutch Shella riscos de mercado e declarações que expressam expectativas, convicções,estimativas, previsões, projeções e pressuposições da direção. As declaraçõesde perspectiva futura são identificadas pelo fato de fazerem uso de termos efrases tais como "antecipar", "acreditar", "poderia", "calcular", "esperar","tencionar", "poderia/poderiam", "planejar", "objetivos", "perspectiva","provavelmente", "projeto", "irá/irão", "buscar/procurar", "visar", "riscos","metas", "deveria/deveriam" e termos e frases semelhantes. Existem váriosfatores que poderiam afetar as futuras operações da Royal Dutch Shell efazer com que aqueles resultados se tornem distintos substancialmentedaqueles expressos nas declarações de perspectiva futura contidas nesterelatório, o que inclui (sem limitar-se a): (a) flutuações dos preços do óleocru e do gás natural; (b) alterações na demanda dos produtos do Grupo; (c) flutuações cambiais; (d) resultados de atividades de perfuração eprodução; (e) estimativas de reservas; (f ) perda de mercado e concorrênciada indústria; (g) riscos físicos e ambientais; (h) riscos associados àidentificação de propriedades e alvos adequados para aquisição empotencial, e a negociação e conclusão bem-sucedidas de tais transações; (i) o risco de manter atividades comerciais em países em desenvolvimento epaíses sujeitos a sanções internacionais; (j) desenvolvimentos de naturezalegislativa, fiscal e reguladora, inclusive litígio em potencial e efeitos deregulação decorrentes da recategorização de reservas; (k) condições demercado de natureza econômica e financeira em diversos países e regiões; (l) riscos políticos, atraso ou antecipação de projetos, aprovações eestimativas de custo; e (m) mudanças nas condições comerciais. Todas asdeclarações de perspectiva futura contidas neste relatório estãoexpressamente qualificadas, em sua inteireza, pelas declarações acauteladorascontidas ou mencionadas nesta seção. Os leitores não devem basear-seexcessivamente em declarações de perspectiva futura. Os fatores adicionaisque podem afetar resultados futuros estão contidos no formulário 20-F daRoyal Dutch Shell para o ano encerrado a 31 de dezembro de 2006(disponível em www.shell.com/investor e www.sec.gov). O leitor deve levarem consideração esses fatores. Cada uma das declarações de perspectivafutura se aplica apenas a partir da data deste relatório, 8 de maio de 2007.Nem a Royal Dutch Shell nem qualquer das suas subsidiárias assumequalquer obrigação no sentido de atualizar ou rever publicamente nenhumadeclaração de perspectiva futura em resultado de novas informações, eventosfuturos ou outras informações. Levando em consideração tais riscos, osresultados poderão diferir substancialmente daqueles declarados, implícitosou inferidos a partir das declarações de perspectiva futura contidas neste relatório.

CRÉDITOSDesenho: FlagEdição: ContextFoto da capa: Adrian BurkeFoto do Comitê Externo de Revisão: Jaap van den BeukelFotografia adicional: Biodiversidade, Ben Seligman; Pinedale, WilmerGaviria; Poluição do Ar, Alex NevillTradução: Vera Hallam, E-mail: [email protected]

Compartilhe sua opiniãoDiga-nos quais são suas opiniões sobre este relatório, ou sobrequaisquer questões abordadas no mesmo, enviando um email [email protected]

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PEDIDO DE PUBLICAÇÕES

Exemplares de todas as publicações do Grupo estão disponíveis em:

Royal Dutch Shell plcc/o BanksideTel: +44 (0)1635 232700E-mail: [email protected]

Maiores informações sobre o Grupo estão disponíveis em: www.shell.com

PUBLICAÇÕES

Relatório Anual e Formulário 20-F para o anoencerrado a 31 de dezembro de 2006Uma perspectiva abrangente do Grupo.Disponível em www.shell.com/annualreport

Revisão Anual e Demonstrações FinanceirasResumidas de 2006Uma perspectiva geral resumida e o desempenhooperacional e financeiro do negócio.Disponível em www.shell.com/annualreport

Jaaroverzicht en verkorte jaarrekening 2006Versão em holandês.Disponível em www.shell.com/annualreport

Operações Financeiras e Operacionais 2002-2006(disponível em maio de 2007)Cinco anos de informações financeiras e operacionais,incluindo mapas de atividades de exploração e produção.Disponível em www.shell.com/faoi

Relatório de Sustentabilidade da Shell 2006Reporta o progresso na contribuição para odesenvolvimento sustentável.Disponível em www.shell.com/envandsociety

Relatório de Tecnologia da ShellUma perspectiva geral de 27 tecnologias avançadas.Disponível em www.shell.com/technology

Princípios Empresariais Gerais da Shell Os princípios fundamentais que determinam amaneira pela qual cada companhia Shell conduz suasatividades.Disponível em www.shell.com/sgbp

Código de Conduta da ShellFornece as padrões de comportamento que osempregados devem apresentar.Disponível em www.shell.com/codeofconduct