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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC RAFAEL CORDEIRO SOARES ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO PARA Leopardus tigrinus (GATO-DO-MATO PEQUENO): revisão de literatura MACEIÓ-AL 2018/1

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE …...Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini e coorientação da Médica Veterinária Ma. Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

RAFAEL CORDEIRO SOARES

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO PARA Leopardus

tigrinus (GATO-DO-MATO PEQUENO): revisão de literatura

MACEIÓ-AL 2018/1

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RAFAEL CORDEIRO SOARES

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO PARA Leopardus

tigrinus (GATO-DO-MATO PEQUENO): revisão de literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Professora Ma. Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini e coorientação da Médica Veterinária Ma. Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes.

MACEIÓ-AL 2018/1

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO

S676e Soares, Rafael Cordeiro Enriquecimento ambiental como ferramenta de reabilitação e

reintrodução para Leopardus tigrinus (Gato-do-mato pequeno): revisão de literatura / Rafael Cordeiro Soares .- Maceió: 2018.

21 f.

TCC (Graduação em Medicina Veterinária) – Centro Universitário CESMAC, Marechal Deodoro, AL, 2018

Orientadora: Giovanna Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini Coorientadora: Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes

1. Felídeos. 2. Bem-estar. 3. Cativeiro. I. Anderlini, Giovanna Patrícia de Oliveira e Souza. II. Lopes, Ana Cecília Pires de Azevedo, III. Titulo.

CDU: 619

Bibliotecário: Evandro Santos Cavalcante – CRB/4 – 1700

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RAFAEL CORDEIRO SOARES

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO PARA Leopardus

tigrinus (GATO-DO-MATO PEQUENO): revisão de literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Professora Ma. Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini e coorientação da Médica Veterinária Ma. Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes.

APROVADO EM: 06/08/2018

Profa. Ma. Giovana Patrícia De Oliveira E Souza Anderlini

ORIENTADORA

BANCA EXAMINADORA

Prof. Msc. Eduardo Melo Nascimento

Med. Vet. Epitácio Correia de Farias Júnior

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AGRADECIMENTOS

Como sempre esteve, acima de tudo, agradeço primeiramente a Deus. Por me

dar uma vida desafiadora e mesmo assim, nunca me deixar enfraquecer com esses

desafios.

Ao meu pai Vicente Paula Soares (in memorian) dedico essa etapa da minha

vida, agradeço por todo esforço prestado, por todo amor, por ainda “cedo” me colocar

no campo.

A minha mãe Madelene Porpino Cordeiro, não poderia deixar de expressar,

toda a minha gratidão; por seu amor, por seu carinho, pelo seu esforço, por suas

preocupações. Obrigado, por acreditar nesse plano de vida, te amo!

Agradeço ainda a minha companheira Daniela da Silva Lira, por sua paciência,

pelo seu carinho, por me fazer acreditar ser uma nova pessoa, por sempre me

estimular na vida acadêmica, por vencer comigo esta etapa, te amo!

Agradeço grandemente a minha tão querida orientadora Giovana Patrícia de

Oliveira e Souza Anderlini, por topar esse desafio, por me auxiliar nessa etapa tão

importante, obrigado professora por esse carinho imenso, obrigado por dedicar seu

tempo ao nosso projeto.

Agradeço a minha coorientadora Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes, por

também me auxiliar, por sua amizade, por sempre me ensinar quando trabalhamos

juntos.

Agradeço ao grande mestre José Andreey Almeida Teles, por praticamente ter

me estimulado no início das buscas científicas, por sempre intrigar cientificamente,

refletindo no aprendizado, e consequentemente, gerando conhecimento.

Agradeço ao meu irmão Rennys Alves de Lima Bezerra, pelos campos, pelo

companheirismo, pelos esforços em conjunto, por nossa irmandade.

Agradeço ao padrinho Marcos Antônio Bezerra Araújo por acreditar na minha

pessoa, por acreditar no potencial.

Agradeço ao amigo Lahert William Lobo de Araújo por provocar o incentivo da

busca científica, da escrita científica, pela consideração, por sempre me auxiliar

profissionalmente, por também acreditar muito no meu profissional.

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ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO PARA Leopardus tigrinus (GATO-DO-MATO PEQUENO):

revisão de literatura

ENVIRONMENTAL ENRICHMENT AS A TOOL FOR REHABILITATION AND REINTRODUCTION FOR Leopardus tigrinus (SMALL-WILD-CAT): literature

review

Rafael Cordeiro Soares Graduando de Medicina Veterinária

[email protected] Giovana Patrícia de Oliveira e Souza Anderlini

Mestre em Biociência Animal [email protected]

Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes Mestre em Biodiversidade e Conservação nos Trópicos

[email protected]

RESUMO O comércio ilegal e o hábito de se criar animais silvestres irregularmente, afeta diretamente o equilíbrio ecológico. Há a necessidade de pesquisas voltadas para o bem-estar animal trazendo um maior esclarecimento à população, bem como orientações aos profissionais que desenvolvem atividades de reintrodução desses animais, são imprescindíveis. E conforme classificação vigente da espécie em nível de extinção, este estudo visa revisar sobre o uso de enriquecimento ambiental como ferramenta de reabilitação e reintrodução para Leopardus tigrinus (gato-do-mato pequeno), é preciso que haja conhecimento das principais abordagens como o sentimento, que considera experiências subjetivas de um animal, visando reduzir as experiências negativas e promover as positivas. Este estudo consiste em uma revisão de literatura, utilizando artigos científicos, relacionados ao tema proposto, na língua portuguesa e/ou inglesa. O enriquecimento ambiental surge como uma ferramenta eficiente de reduzir o comportamento anormal, e os trabalhos científicos que visam o monitoramento, manutenção e conhecimentos específicos acerca de espécies, tornam-se ferramentas essenciais para a conservação, gerando um importante banco de dados para diferentes profissionais e acadêmicos envolvidos nessas atividades. PALAVRAS-CHAVE: Felídeos, Bem-estar, Cativeiro. ABSTRACT Illegal trade and the habit of creating wild animals irregularly, directly affects the ecological balance. There is a need for research aimed at animal welfare bringing a greater clarification to the population, as well as guidance to professionals who carry out activities of reintroduction of these animals, are essential. And according to the current species classification in extinction level, this study aims at reviewing the use of environmental enrichment as a rehabilitation and reintroduction tool for Leopardus tigrinus (small wild cat), it is necessary to know the main approaches such as the feeling, which considers subjective experiences of an animal, aiming to reduce negative experiences and promote positive ones. This study consists of a review of the literature, using scientific articles, related to the proposed theme, in the Portuguese and / or English language. Environmental enrichment emerges as an efficient tool to reduce abnormal behavior, and the scientific works that aim at the monitoring, maintenance and specific knowledge about species, become essential tools for conservation, generating an important database for different professionals and academics involved in these activities.

KEYWORDS: Felids, Wellbeing, Captivity.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 8 3 O USO DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO ........................................................................ 9 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 13 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 14

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos países que mais trafica animais silvestres ilegalmente,

movimentando mais de um bilhão de dólares comercializando cerca de 12 milhões de

animais anualmente no comércio interno, como no comércio externo, e ocupa a

terceira atividade clandestina mais praticada dentro do território brasileiro, onde o

hábito de se criar animais silvestres encontra-se amplamente difundido (RENCTAS,

2001; WWF, 2017).

De acordo com a legislação brasileira, é possível possuir um animal da fauna

silvestre desde que comprado de um criadouro comercial, devidamente autorizado

pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – IBAMA (ZAGO,

2008).

Ao se tornarem adultos, muitos desses animais silvestres comercializados

deixam de expressar as características atrativas por seus compradores e grande parte

das pessoas que possuem animais adquiridos ilegalmente, não possui a consciência

de estar incorrendo em crime ambiental (art. 29 da Lei Federal 9.605/98, BRASIL

1998), acreditando estar protegendo esses animais sem levar em consideração outros

fatores, como o sofrimento, estresse do animal e as consequências para o meio

ambiente (ZAGO, 2008; ZOOSP, 2017).

As piores consequências ao meio ambiente são a extinção de uma espécie,

com a perca de uma espécie, todo o patrimônio genético é perdido, afetando na

dinâmica das relações tróficas entre os seres vivos constituintes da cadeia alimentar

em que a espécie está inserida, e a perda de habitat, é a mais séria e frequente

ameaça para as espécies de vertebrados (PRIMACK, 2001; MENDONÇA; LOPES;

ANJOS; 2009; ANDREOLI et al., 2014).

A reintrodução de espécies de animais silvestres vem se firmando como uma

importante ferramenta para a conservação e como muitas espécies estão com suas

populações em declínio, é necessário obter informações para caracterizá-las, o que

pode ser feito em cativeiro, gerando um importante banco de dados (KLEIMAN et al.,

1996; SEDDON, 1999).

Segundo Jones (1990) e Gipps (1991), o processo de reintrodução tem como

objetivo elevar o tempo de sobrevivência das espécies, restabelecer espécies-chave

(bioindicadores), aumentar o montante da biodiversidade e buscar estabelecer o

equilíbrio ambiental acima de tudo. A realização de esforços paralelamente aos

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estudos das espécies em vida livre e cativeiro para manutenção dos ambientes

naturais, deve ser de caráter urgente (ROCHA; NAPOLI; MIKICH, 2006). Tal

perspectiva gera uma investigação mais profunda acerca da utilização da reintrodução

como ferramenta conservacionista (JULE; LEAVER; LEA, 2008).

Para os animais silvestres que são criados em cativeiro, existe ainda a

preocupação de que não possuam a mesma habilidade para sobreviver na natureza,

do que espécimes selvagens (SNYDER et al., 1996), pois podem ter sua saúde

debilitada pelas más condições do cativeiro, ou durante processo de soltura não

apresentarem características importantes, como o medo (MCPHEE; SILVERMAN,

2004) ou reconhecimento de predadores (GRIFFIN; BLUMSTEIN; EVANS, 2000).

De forma a proporcionar aos animais cativos a oportunidade de exercer seu

comportamento natural utiliza-se o Enriquecimento Ambiental (EA), que consiste em

uma série de procedimentos que modificam o ambiente físico e social, tais como a

introdução de aparatos alimentares ou brinquedos, tornando o recinto mais dinâmico

e permitindo maior atividade por parte dos animais (BOERE, 2001).

Quando se fala em felinos brasileiros, a maioria das pessoas pensam logo na

onça-pintada, maior e mais conhecido representante da família no país. No entanto, a

maioria delas não sabe que, além das grandes onças, vivem em campos nacionais

outras espécies de gatos selvagens, todas em risco de extinção (LEITE, 2009). No

Brasil ocorrem oito espécies de felinos (OLIVEIRA; CASSARO 1997) quais sejam o

gato-maracajá (Leopardus wiedii), gato-do-mato pequeno (L. trigrinus), gato-do-mato

grande (L. geoffroyi), jaguatirica (L. pardalis), gato-palheiro (L. colocolo), jaguarundi

(Puma yagouaroundi), onça parda (P. concolor), onça pintada (Panthera onca) e a

espécie em estudo faz parte da fauna nativa do Brasil (OLIVEIRA, 1994).

O gato-do-mato pequeno, L. tigrinus (SCHREBER, 1775) é a menor espécie de

felídeo brasileiro, frequentemente confundido com gato-maracajá, L. wiedii (SCHINZ,

182; EISENBERG; REDFORD, 1999). Tem ocorrência em todos os tipos de bioma,

de florestas densas e vegetação rasteira a grandes altitudes. (OLIVEIRA; BIANCHI,

2008). Possuí características assim como os demais gatos pequenos, solitário, com

hábitos diurnos e noturnos. Alimentam-se de pequenos animais como roedores,

répteis e aves (MARCHINI; CAVALCANTE; PAULA, 2011).

Segundo a portaria nº 444 de dezembro de 2014, o Leopardus tigrinus

encontra-se classificado, EN (Em perigo) na Lista Nacional Oficial de Espécies de

Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014) e a nível global seu status na Lista

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Vermelha se encontra VU (Vulnerável) (IUCN, 2016). Sabe-se que a perda de habitat

e a fragmentação de florestas são a maiores ameaças a diversidade biológica e outra

ameaça importante é a caça de felinos selvagens que ocorre por diversas razões,

como comercialização de peles, caça por troféu ou por indivíduos que causam

prejuízo econômico em propriedades rurais (HÜBNER; LINK 2011; FIGUEIREDO et

al., 2016).

Em alguns estudos de EA realizados com felídeos, foi aumentado a

complexidade do ambiente com uso de troncos (POWELL, 1995), galhos (MOREIRA

et al., 2007), alimentos inteiros (carcaças) (MCPHEE, 2002) presas vivas, ossos

(BASHAW et al., 2001), odores (POWELL, 1995; WELLS; EGLI, 2004; SKIBIEL;

TREVINO; NAUGHER, 2007) e locais de esconderijo (MOREIRA et al., 2007). O uso

desses elementos visa estimular os animais a forragear, investigar, caçar,

esconderem-se quando não quiserem ser vistos, enfim, estimular expressão dos

comportamentos mais próximos daqueles visualizados quando em ambiente natural

(SWAISGOOD; SHEPHERDSON, 2005).

Sabendo da classificação da espécie como (Em Perigo) na Lista Nacional

Oficial de Espécies de Fauna Ameaçadas de Extinção (Portaria nº 444, de 17 de

dezembro de 2014) e (Vulnerável), a nível global de acordo com (IUCN, 2016), é de

extrema importância descrever sobre as técnicas de EA aplicáveis nos processos de

reabilitação do L. tigrinus, deixando-o apto para reintrodução tornando, essa revisão

de literatura relevante para o meio científico.

Este estudo visa revisar sobre o uso de EA como ferramenta de reabilitação e

reintrodução para L. tigrinus (gato-do-mato pequeno).

2 METODOLOGIA

O artigo consiste em uma revisão de literatura, utilizando artigos científicos de

revistas indexadas, relacionados ao tema proposto, na língua portuguesa e/ou inglesa,

contemplando os anos de 1985 a 2018, encontrados nas bases de dados, Biblioteca

Central da Universidade de Brasília - UNB, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

da Universidade de São Paulo – USP, CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior - Portal Brasileiro de Informação Científica), Google

Acadêmico, PUBMED (US National Library of Medicine National Institutes of Health),

PUBVET (Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia), SCIELO (Scientific

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Eletronic Library Online). Foram utilizados os seguintes descritores e suas

combinações: felídeos, bem-estar, cativeiro.

3 O USO DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE REABILITAÇÃO E REINTRODUÇÃO

Com rápido declínio de espécies por todo o mundo, a manutenção das

populações que se encontram cativas tornou-se uma abordagem comum, quando

tratamos da conservação de espécies. Ainda assim, foi reconhecido pelos cientistas

que o cativeiro pode afetar drasticamente o comportamento animal não humano, e em

particular, as preocupações foram expressas sobre o possível efeito do cativeiro na

perda de comportamentos essenciais para a sobrevivência na natureza (RESENDE

et al., 2014).

Nesse cenário, a saúde e o bem-estar de animais cativos vêm recebendo maior

atenção nas últimas décadas (SCHETINI; CIPRESTE; YOUNG, 2007). A identificação

dos fatores estressantes e do seu efeito no bem-estar de animais cativos contribuiu

para a compreensão dos efeitos biológicos e psicológicos do cativeiro (ACCO;

PACHALY; BACILA, 2009). O conhecimento sobre o ritmo diário de atividade de uma

espécie é, portanto, de suma importância para a compreensão da biologia da espécie,

e relevante para entender seus estilos de vida e identificar de maneira geral como os

animais interagem com seu ambiente (DEFLER, 1995; ANTONIO, 2017).

Para salvar espécies ameaçadas exige-se esforços em dois principais

segmentos: reduzir as ameaças e viabilizar as populações (SOULÉ, 1985). Contudo

para que esses segmentos obtenham resultados satisfatórios são necessárias

pesquisas com intuito de procurar identificar a situação de espécies na natureza e a

formulação de um programa de manejo específico (CASSANO, 2006).

No ano de 1911, obtiveram-se os primeiros registros da utilização de técnicas

de EA, com utilização de brinquedos para ursos polares, mas sua importância teve

reconhecimento somente em 1925 por Robert Yerkes, que observou que a invenção

e instalação de aparatos que pudessem ser utilizados nas brincadeiras e trabalhos,

proporcionariam um enriquecimento para primatas em cativeiro. Entretanto a maioria

dos zoológicos, preocupava-se apenas na construção dos recintos, objetivando a

praticidade de higienização e manutenção, sendo que somente a partir da década de

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90, começou uma nova mudança na relação entre o homem e os animais (UFAW,

1997; GARCIA, 2015).

Em estudos sobre o bem-estar animal, deve-se utilizar como uma das principais

abordagens, o sentimento, que considera experiências subjetivas de um animal,

visando reduzir as experiências negativas e promover as positivias (FRASER et al.,

1997). Em animais cativos sejam eles jovens ou adultos o uso de estimulação

sensorial, gerada por técnicas originais, criativas e engenhosas, que visam manter os

animais ocupados por meio do oferecimento de oportunidades comportamentais e de

ambientes mais estimulantes é considerada EA (CHAMOVE, 1989; SHEPHERDSON,

1998; MELLEN; MACPHEE, 2001; COSTA; SOBRINHO; FERMOSELI, 2013).

O EA pode ser definido como “qualquer adição ao ambiente de um animal,

resultando em um aumento presumido na qualidade do meio ambiente e uma posterior

melhora do bem-estar do mesmo” (ELLIS, 2013). O EA surge como uma tentativa

eficiente de reduzir os comportamentos anormais que nesse caso podem ser variados,

como exemplo, ato de lambeduras em excesso, arrancar penas ou pelos (SHMIDT,

2011) e, também, aumentar a frequência de comportamentos mais apropriados para

a espécie (YOUNG, 2003). Em alguns trabalhos a utilização do EA surge como

encorajador para comportamentos de habilidades motoras que normalmente são

desenvolvidas em vida livre (BLOOMSTRAND et al., 1986).

Apesar de que não haja um consenso sobre o modo de avaliar um programa

de EA (SHEPHERDSON, 1998), critérios, como a redução de comportamentos

considerados anormais e o aparecimento de desempenhos típicos da espécie

(NOVAK; SUOMI, 1988), têm se mostrado como indicadores da eficácia das técnicas

utilizadas. Entretanto, é imprescindível escolher cuidadosamente o EA a ser utilizado

e adequar a complexidade do ambiente às características comportamentais e à

capacidade de cada espécie em interagir com o item de EA (COSTA et al., 2013).

De acordo com Broom; Molento (2004), a definição de bem-estar animal deve

considerar, ainda, outros conceitos como necessidades, liberdades, adaptação,

controle, capacidade de previsão, sofrimento, dor, ansiedade, medo, tédio, saúde e

estresse, sendo possível, para sua avaliação, a utilização de indicadores de bem-

estar. Dessa forma, muitos estudos em cativeiro são baseados em observações

comportamentais e, considerando as técnicas de amostragem, de observação e de

registro, associadas a um bom treinamento da equipe de observadores é possível a

obtenção de resultados significativos (DEL-CLARO, 2004).

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Existem diferentes formas de se promover o enriquecimento ambiental, que são

enquadradas em cinco categorias: 1. físico, com alterações no tamanho e forma do

recinto; 2. social, com modificação no grupo de indivíduos que dividem o recinto ou

relacionando-os direta ou indiretamente com outras espécies; 3. sensorial,

estimulando os sentidos; 4. alimentar, que consiste principalmente em alterar a forma

como a alimentação é oferecida aos animais, elevando o grau de dificuldade para

obtenção do alimento. 5. cognitivo, por meio de treinamento ou atividades que exijam

tempo para serem resolvidas (SHEPHERDSON, 1998).

Abrigos são ambientes potencialmente estressantes para felinos, e o EA é

comumente recomendado para ajudar a mitigar esse estresse (ROCHLITZ, 1999;

ELLIS, 2009). Além disso, quando se trata dos comportamentos relacionados à

alimentação, diminuir a previsibilidade sobre a forma com que o alimento é oferecido,

alterando itens, local e maneira de disponibilizá-lo, eleva a expressão de

comportamentos naturais, como os exploratórios e manipulativos, sugerindo que

nesses casos a falta de previsibilidade é benéfica para o bem-estar dos animais.

(BASSET et al., 2007).

Em felinos que se encontram cativos, em situação de estresse crônico em

cativeiro, Carlstead; Brown; Seidensticker, (1993) observaram uma redução nos

comportamentos exploratórios, e aumento da reação de alerta e grande permanência

em repouso ou em esconderijos. Possivelmente pelo fato de que os carnívoros

desenvolveriam mais comportamentos anormais em cativeiro, especialmente o pacing

(MASON et al. 2007), derivado da frustração de não desempenhar os

comportamentos de caça, como a procura pela presa e sua captura (MASON, 1991).

Os animais mantidos em cativeiro são importantes fontes de informação, como

recursos para a pesquisa e, o conhecimento obtido através da observação e estudo

de espécimes em cativeiro pode ser usado para promover a conservação, sendo os

programas de reintrodução, uma ajuda para espécies ameaçadas de extinção (KOHN,

1994), à exemplo do projeto Gatos do Mato - Brasil, que tem como objetivo avaliar o

potencial de reintrodução como ferramenta à conservação de espécies.

Oito espécies de felinos neotropicais estão em declínio e sob algum grau de

ameaça no Brasil, de acordo com a International Union for Conservation of Nature and

Natural Resources (IUCN), e um número considerável de indivíduos são mantidos em

cativeiro. Os felídeos selvagens, pertencentes à ordem Carnivora desempenham

papéis importantes nos ecossistemas em que vivem (MMA, 2008).

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O Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) é o menor gato brasileiro. Os machos

são geralmente maiores que as fêmeas; o peso corporal varia de 1,75 kg a 3,5 kg e o

comprimento varia de 40 cm a 50 cm (OLIVEIRA; CASSARO, 1999). É um predador

comum de aves de criação e presas pequenas, tende a ser terrestre, solitário,

territorial (PEREIRA, APRILE, 2012). Estudos sobre gatos neotropicais são difíceis

devido ao comportamento solitário desses animais e sua preferência por atividades

noturnas, tornando esparsas as observações de campo (OLIVEIRA; CASSARO,

1999). Assim, estudos em populações cativas podem fornecer informações sobre os

hábitos dessas espécies, e essa informação é essencial para o desenvolvimento de

planos de manejo e estratégias de conservação eficazes.

O EA pode atuar diminuindo comportamentos estereotipados em diversas

espécies: leopardos (MARKOWITZ; ADAY; GAVAZZI, 1995), elefantes (WELLS;

IRWIN, 2008) e lobos guarás (PRADO; VASCONCELLOS; ADES, 2007).

Beneficamente, pôde-se observar a elevação da expressão de comportamentos

desejáveis para felinos (MARKOWITZ; LAFORSE, 1987; JENNY; SCHMID, 2002;

GARCIA, 2015), raposas vermelhas (KISTLER et al., 2009) e passeriformes

(FAIRHUST et al., 2011).

A expressão de comportamentos naturais é importante para a conservação da

espécie e fundamental para o bem-estar animal que se encontra em cativeiro (MELFI;

THOMAS, 2005). E os animais cujo objetivo seja a reintrodução devem ser mantidos

com o menor contato possível com os seres humanos, com objetivo de desabituar a

presença humana para os animais (GARCIA, 2015).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os diferentes métodos de enriquecimento ambiental demonstrados na revisão

de literatura evidenciam que quando aplicados de forma estratégica tornam-se uma

importante ferramenta associada ao bem-estar de espécies que se encontram em

cativeiro e no sucesso da reabilitação de espécimes que serão destinados à soltura,

como o L. tigrinus. Portanto, revisões como esta são relevantes, pois enriquecem de

forma literária a comunidade acadêmica e profissional de biólogos e médicos

veterinários envolvidos na melhor qualidade de vida da espécie estudada, mesmo que

longe de seu habitat.

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REFERÊNCIAS

ACCO, A.; PACHALY, J.R.; BACILA, M. Síndrome do Estresse em Animais – revisão. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 2, n. 1, p. 71-76, 2009.

ANDREOLI, C. V. et al. Biodiversidade: a importância da preservação ambiental para manutenção da riqueza e equilíbrio dos ecossistemas. Coleção Agrinho, p. 444-463, 2014.

ANTONIO, S. B. et al. Daily rhythmicity of behavior of nine species of South American feral felids in captivity. Physiology & Behavior, 2017.

BASHAW, M. J. et al. A survey assessment of variables related to stereotypy in captive giraffe and ocapi. Applied Animal Behaviour Science, v. 73, n. 3, p. 235-247, 2001.

BASSETT, L. et al. Effects of training on stress-related behavior of the common marmoset (Callithrix jacchus) in relation to coping with routine husbandry procedures. Journal of Applied Animal Welfare Science, v.6, n.3, p. 209-220, 2003.

BRASIL. Decreto - lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 fevereiro, 1998, Seção 1.

BOERE V. Behavior and environment enrichment. In: Fowler, M. E.; Cubas, Z. S. Biology, medicine and surgery of South American wild animals. Ames, IA: Iowa University Press, p .263-266, 2001.

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