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CARTA Equipes de Nossa Senhora Mensal VIDA NO MOVIMENTO Colegiado Nacional 2012 pp. 15-29 FORMAÇÃO Balanço pp. 13,14 CORREIO DA ERI O dia seguinte pp. 7, 8 Ano LII • nov 2012 • nº 467

ENS - Carta Mensal - 467 - Novembro/2012

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A Carta Mensal é uma publicação do Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

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CARTAEquipes de Nossa SenhoraCARTACARTA

Mensal

VIDA NO MOVIMENTOColegiado Nacional

2012pp. 15-29

FORMAÇÃOBalanço

pp. 13,14

CORREIO DA ERIO dia seguinte

pp. 7, 8

An

o L

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v 2

012 •

467

CARTACARTACARTAMensal

CARTA

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RAÍZES DO MOVIMENtOA grande exigência ...............................31

tEStEMUNHOO mesmo Cordeiro em todo o mundo ....32Por que jesus chama? ..........................33Ser equipista no início do matrimônio ....................................34Amor e rotina .......................................35

PE. CAFFARElCaffarel intimista, um depoimento ........37

NOtÍCIAS ........................................... 39

REFlEXÃOO enterro da Igreja ...............................42

EjNSEncontro Nacional das EjNS .................43

CARTA MENSALnº 467 • nov 2012

EDItORIAl Da Carta Mensal ...................................01

SUPER-REgIÃOSinodo dos bispos ...............................02Uma comunidade de amor ...................03A missão das Equipes ................................ 04

CORREIO DA ERIPalavra do SCE da ERI ..........................06O dia seguinte .......................................07Ecos do XI Encontro Internacional ............ 09

IgREjA CAtÓlICAtodos os Santos .....................................11

MARIAMaria modelo da Igreja ..........................12

FORMAÇÃOOrtotanasia! um verdadeiro testamento vital .....................................13 Balanço .................................................14

VIDA NO MOVIMENtOColegiado Nacional 2012 ........................15I Encontro de Eq. Novas da Província Sul I ......................................30

Equipes de Nossa Senhora

ENCARTECarta de Brasília

da Equipe Responsável Internacional

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Cida e Raimundo N. Araújo - Equipe Editorial: Responsáveis: Zezinha e jailson Barbosa - Cons. Espiritual: Frei geraldo de Araújo lima O. Carm - Membros: Fatima e joel - glasfira e Resende - Paula e genildo - Zélia e justino - Jornalista Responsável: Vanderlei testa (mtb 17622)

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: [email protected] - Responsável: Ivahy Barcellos Diagramação: Samuel lincon Silvério - Impressão: Pancrom - tiragem desta Edição: 23.000 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Rua luís Coelho, 308 Cj. 53 11º andar - 01309-902 São Paulo - SP, ou através de email: [email protected] A/C de Zezinha e jailson Barbosa. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Tema: “ Vai, e também tu, faze o mesmo” (Lc 10,37)

Edit

ori

alQueridos irmãos

Novembro, mês de balanço nas nossas equipes. Tempo de voltar o olhar para dentro de nós mes-mos com humildade e esperança: humildade para descermos até o fundo de nossos corações e rever a caminhada, os esforços, as quedas, as fraquezas e omissões; esperança para recomeçarmos, para renovar nossa fé e confiança n’Aquele que nos criou sem nós, mas que não nos salvará sem nós.

Este ano do XI Encontro Inter-nacional em nossa Pátria, muito nos foi dado e certamente muito nos será pedido... é preciso pois, estarmos fortalecidos e preparados para irmos e também fazer o mes-mo como o Bom Samaritano.

Ainda ressoa em nós tudo que vivemos também no Colegiado Nacional, onde nos foram apresen-tadas as Orientações para 2013, (p.23 desta edição) que seguirão num desdobrar-se nos Encontros Provinciais e em seguida nos EA-CREs, dando-nos uma direção se-gura para nossa caminhada cristã e equipista.

Trazemos para vocês, um resumo do que foi o Colegiado Nacio-nal, donde saímos abastecidos para planejarmos nossa cami-nhada no ano que vem. Procura-mos registrar o máximo que o es-paço nos permitiu para dividir com vocês tudo que lá vivemos.

Em seu artigo “Uma comuni-dade de amor”, Cida e Raimundo com muito entusiasmo nos inse-

rem no espírito de responsabili-dade e amor que deve permear nossos Setores e lembram vários trechos do documento “OCRS”, que por inspiração do Espírito Santo foram escritos.

Lucita e Marialvo nos brindam com um belo texto sobre A Missão das Equipes. Referindo o texto do Bom Samaritano, contam-nos um belo testemunho que nos dá bem a dimensão da nossa missão: “Vai, e também tu, faze o mesmo”!

Em suas palavras, Pe. José Ja-cinto, novo SCE da ERI, atesta que de acordo com os testemunhos, o grande segredo das ENS se encon-tra na vivência dos PCE, e, particu-larmente na Oração Conjugal e no Dever de Sentar-se, e, convida-nos a sermos fiéis a estes pontos que são os grandes fortalecedores da Espiritualidade Conjugal.

O novo Casal Responsável da ERI, Tó e Zé do seu jeito con-vidam-nos a descer do Tabor (XI EI): “... a festa não pode esbater o resto. Com responsabilidade temos de nos ocupar do Dia Seguinte. Mais do que discursos teóricos e vazios, a sociedade plural em que vivemos, precisa do nosso testemu-nho de casais cristãos que cami-nham para a santidade”.

Nosso Encarte traz a “Carta de Brasília”, para que ela seja um nor-te na nossa caminhada dos próxi-mos seis anos e possamos com co-ragem “Ousar o Evangelho”!

Zezinha e JailsonCR Equipe da Carta Mensal

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Sup

er-R

egiã

o

Aconteceu do dia 07 ao dia 28 de outubro de 2012 a 13ª Assem-bleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano. O Sínodo teve como tema “Nova Evangelização para transmissão da fé Cristã”. A As-sembleia Sinodal dos Bispos, convo-cada pelo Papa, pode ser definida em termos gerais como uma assembleia consultiva de representantes dos epis-copados católicos de todo o mundo. O Sínodo dos Bispos aconteceu no mo-mento em que se comemora 50 anos da convocação do Concílio Vaticano II, os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica e a necessidade de um novo sopro de fé na Igreja. Durante o Síno-do, foi celebrada a abertura do Ano da Fé. “A fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «es-tar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita” (Porta Fidei, 10).

A assembleia sinodal foi marcada pela diversidade de temas e pre-ocupações apresentadas, da secu-larização e relativismo na sociedade à imagem que as mídias transmitem da Igreja, passando por questões ligadas à liturgia e sacramentos, formação do clero, organização territorial, imigra-ção, família, arte, cultura, direitos hu-manos, entre outros. A Igreja é cha-mada a estar em estado permanente de missão. Testemunhar a fé diante do indiferentismo religioso é funda-

mental para a ação evangelizadora e os movimentos da Igreja tem papel relevante nessa missão.

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um espaço privi-legiado para a ação evangelizadora e o testemunho da fé. Essa ação e esse testemunho compreendem um com-promisso eclesial de cada equipista na sua comunidade paroquial e nas vá-rias ações e iniciativas da Igreja local. É lamentável constatar que muitos equipistas resumem sua vida eclesial em participar apenas das reuniões e de outros encontros das suas equi-pes. O Movimento trabalha especifi-camente a espiritualidade conjugal e a busca da santidade, a partir desta. Porém numa atitude generosa e co-erente de agradecimento a Deus por nos proporcionar um movimento que busca a santificação do casal e con-sequentemente do lar, somos chama-dos a sair dos nossos lares e assumir-mos o protagonismo da ação evange-lizadora da Igreja, como verdadeiros discípulos missionários; isso deveria acontecer como algo óbvio e natural. Por outro lado, também constatamos que o compromisso com movimen-tos e pastorais da Igreja, por parte da maioria dos equipistas tem aumenta-do cada vez mais e que normalmente o trabalho que assumem o exercem com grande amor e eficácia.

Ousemos, pois, o Evangelho. Um abraço com carinho.

No coração de Jesus, Pe. Miguel Batista, SCJ

SCE Super-Região

SÍNODO DOS BISPOS

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UMA COMUNIDADE DE AMORQueridos irmãos:Estudando “mais uma vez” o

documento “O Casal Responsável de Setor” (CRS), em vista de nossa participação na formação específi-ca para essa missão, dirigida a casais das Regiões PE I e II, sentimos o im-pulso de partilhar com vocês a re-levância e necessidade desse nível de responsabilidade nas ENS.

Imaginemos um majestoso prédio de muitos andares: apesar de a bele-za ser um requisito a ser considerado, não é ela, porém, que garantirá a es-tabilidade do edifício. Se os responsá-veis pela sua construção não tiveram o cuidado com a qualidade do ali-cerce, não demorará a ruir. Houve a preocupação com sua imagem, mas não com a sua base, o sustentáculo.

Ousando trazer esta imagem para as Equipes, gostaríamos que re-fletissem conosco quanto é essencial conhecermos como funciona o “Se-tor” na estrutura do Movimento: • O Setor é o coração da organiza-

ção e da animação do Movimento (Guia das ENS, p.7).

• Sem o Setor, nenhuma vida flui aos membros da Equipe (Idem).

• A responsabilidade assumida em um Setor é de ordem humana e espiritual (Idem, 51).

• Trata-se da comunidade mais im-portante para a vida das equipes (Responsabilidade nas ENS, p.20).A fecundidade das ENS passa ne-

cessariamente pelos Setores. É este o primeiro nível de inserção da equipe, garantindo seu vigor, mediante o pa-pel do CRS, “encarregado de fazer

circular a vida do Movimento nas equipes do Setor”.

Para os CRS se dirigem todas as notícias, e deles saem para as Equi-pes de Base. É preciso cuidar do ali-cerce das ENS, por isso devem ser bem alimentadas, em relação ao co-nhecimento do Movimento (carisma, mística, pedagogia...) e à prática da espiritualidade conjugal.

Há muito para conhecermos e sa-bermos sobre esse nível de responsa-bilidade nas ENS. Em virtude de sua importância para a vitalidade do Mo-vimento, propomos que estudemos os documentos que tratam do assun-to (tarefa obrigatória para os CRS) e, juntos, tornemos nossos Setores fortes, como pedia Pe. Caffarel, en-tendendo que, “frequentemente, no mundo, o termo ´responsa-bilidade` é sinônimo de força e po-der. Cristo, porém, mostrou-nos uma maneira diferente de exercer nossa responsabilidade nas ENS, colocan-do-nos a serviço de nossos irmãos e irmãs”(O CRS,41).

Sempre unidos em oração, Cida e RaimundoCR Super-Região

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A MISSÃO DAS EQUIPESNo Guia das Equipes de Nossa

Senhora encontramos a definição da missão das ENS: ajudar os casais a vi-verem plenamente seu sacramento do Matrimônio. Mas, em outras palavras, como podemos entender esta missão?

Ao receber o sacramento do Ma-trimônio, assumimos a missão de casal cristão na Igreja e no mundo. É uma missão permanente que de-vemos exercê-la até chegarmos à glória de Deus.

Por sua vez, as ENS nos auxiliam nesta peregrinação. Na verdade, o Movimento nos oferece meios para ajudar a nossa conversão e espera que, através de nossas atitudes, pos-samos mostrar ao mundo a riqueza do sacramento do Matrimônio.

Quando o amor conjugal está presente no Matrimônio, esta união se deixa levar por um sentimento “altru-ísta”, sente-se a necessidade fraterna de servir, de ajudar, de se solidarizar com outros irmãos. Este deve ser o nosso maior desafio: tornarmo-nos cada dia mais fortes para fazermos algum progresso no bem.

Neste sentido, Pe. Caffarel faz a seguinte afirmação: “Se as Equipes de Nossa Senhora não são um viveiro de homens e de mulheres prontos a assumir, corajosamente, todas as res-ponsabilidades na Igreja e no mundo, elas perdem sua razão de ser”.

Portanto, no Movimento fortale-cemos a nossa fé, a nossa conjugali-dade, o nosso sentimento de partilha, de justiça, de solidariedade e frater-nidade para colocarmos em prática no nosso dia a dia. Na verdade, isto é uma das prioridades do Movimento:

a presença no mundo.Durante este ano, tivemos a opor-

tunidade de saborear a parábo-la do Bom Samaritano, através do Tema de Estudo e no XI Encontro Internacional realizado em Brasília. Nesta parábola pudemos refle-tir sobre o verdadeiro sentido da compaixão e quem é o nos-so próximo. Jesus nos ensina, com muita propriedade, qual é a nossa missão: “Vai, e também tu, faze o mesmo”.

Jesus habita nos necessitados. Portanto, tudo o que fazemos aos ne-cessitados é a Ele que fazemos, tudo o que deixamos de fazer é a Ele que deixamos de fazer.

Durante a nossa vida, poderemos nos encaixar em cada personagem desta parábola, mas esta reflexão nos lembrou um fato que aconteceu com um casal amigo, Helena e Mário, ela estudante e ele engenheiro.

Helena estava grávida do primei-ro filho e estudava à noite na Uni-versidade Federal em João Pessoa. Toda noite, Mário ia levá-la para faculdade e depois ia buscá-la. Em uma certa noite chuvosa, quando

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Mário retornava da universidade para aguardar o término da aula de Helena em casa, se deparou com um acidente automobilístico. Na verdade, tinha apenas um veículo porque o outro “fugira” do local do acidente. Não tinha mais ninguém no local, apenas alguns veículos que passavam e olhavam, mas não pa-ravam. Mário parou o seu carro e se dirigiu ao veículo acidentado. Encon-trou duas jovens garotas chorando, com os rostos totalmente embebidos de sangue porque o para -brisa tinha quebrado com o choque de suas ca-beças, inclusive, em uma delas tinha um verdadeiro escalpo. Elas estavam imóveis e pedindo ajuda.

Mário, nervoso porque tem pavor a sangue, colocou as duas garotas em seu carro e levou-as ao hospital. Por coincidência o hospital chama-se “Hospital Samaritano”. Ao chegar no hospital, chamou o serviço de urgên-cia, conversou com os médicos e ape-lou calorosamente que salvassem as meninas. Quando chegou a hora de buscar Helena, falou com o médico plantonista que precisaria se ausentar para pegar sua esposa na universi-dade, mas retornaria em seguida. Ao retornar com Helena, o médico plantonista disse que eles pode-riam se despreocupar porque os pais das garotas já estavam no hospital dando o devido apoio. Eles agrade-ceram ao médico e foram para casa.

Nove anos se passaram e Hele-na e Mário foram convidados para participar de uma Experiência Co-munitária com outros casais que não conheciam. Um ano depois, com a conclusão da EC, eles entraram no Movimento.

Após cinco anos, em uma reu-

nião da equipe na casa de Helena e Mário, o casal Maria e Antônio parti-lhou que rezava sempre em intenção de um engenheiro que socorreu a sua filha única em um acidente au-tomobilístico uns 15 anos atrás, mas que não sabia o seu nome. Ressal-tou que o pai da amiga que estava com sua filha no carro no momento do acidente, passou por elas, mas não as reconheceu e não parou para socorrê-las. Neste instante, Helena e Mário lembraram-se do fato ocorrido e partilharam sua participação efetiva no socorro às duas garotas. Foram momentos de fortes emoções.

Este fato é verídico e pode ser apenas uma mera coincidência, mas nos deixa vigilantes para ficarmos atentos e disponíveis ao próximo que Jesus nos envia.

Podemos melhorar o nosso en-tendimento sobre a missão das equi-pes e consequentemente a missão do casal cristão refletindo este versículo da Carta de São Tiago: Assim tam-bém a fé, se não se traduz em obras, por si só está morta (Tg 2,17).

Portanto, é necessário sairmos do nosso conforto, trabalhar pela digni-dade do ser humano, ajudar a cons-truir uma sociedade fundamentada na verdade e na justiça e vivificada pelo amor de Deus, levando às pes-soas alegria e esperança.

Enfim, convidamos todos equi-pistas para aderirem ao tema do XI Encontro Internacional: “Ousar o Evangelho”.

“Ousar o evangelho é ir além do programado! Ousar o evangelho é acolher o inesperado!

Fraterno abraçoLucita e Marialvo

Casal Secretaria/Tesouraria

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I Caríssimos Casais de Nossa Senhora

O Encontro Interna-cional realizado recen-temente em Brasília foi um momento de graça, pois mostrou a enorme vitalidade do nosso Mo-vimento, que não é uma grandeza fechada em si mesma, mas uma parte integran-te da Igreja, movida pela força do Espírito Santo para anunciar o Evangelho hoje a todos os homens e indicar-lhes o caminho da salva-ção, da qual a Igreja é “como um sinal ou sacramento” (LG 1).

Um dado constante nos teste-munhos mostrou que o segredo das Equipes de Casais se encon-tra no cumprimento dos Pontos Concretos de Esforço, e muito par-ticularmente, a Oração conjugal e o Dever de Sentar-se. Por isso, convido todos os casais para que sejam fiéis a estes dois pontos de esforço, que são o segredo da es-piritualidade conjugal. Os casais cristãos, unidos pelo sacramento do Matrimônio, são uma imagem viva de Cristo e da Igreja, realizam o grande mistério de que fala São Paulo (Ef 5,32). Num mundo divi-dido como o nosso, é missão dos casais cristãos serem sinal de que é possível viver o amor fiel, fecun-do e indissolúvel, desde que sejam fiéis e estejam disponíveis para receberem e viverem a graça do sacramento do Matrimônio. O que distingue e marca a diferença dos casais cristãos é precisamente isto: os esposos cristãos são dois discí-pulos, um homem e uma mulher, que vivem o seu amor no Senhor

(1Cor 7,39). Não é isto que se pretende com o Dever de Sentar-se, quan-do o casal reflete sobre a sua vida na presença do Senhor?

O Santo Padre Bento XVI declarou este ano o Ano da fé, de Outubro de 2012 a Novembro de

2013. Bento XVI está perfeitamente consciente de que a crise atual na Igreja e no mundo é essencialmente uma crise de fé, sob todos os pon-tos de vista em que consideremos a questão, tanto do ponto de vista das relações humanas como do ponto de vista teológico e cristão. De fato, a fé, como ato, pressupõe a confiança e o amor, pois só acre-ditamos naqueles nos quais confia-mos e só confiamos naqueles que merecem a nossa amizade e o nos-so amor.

Na Carta Apostólica «Porta da fé», Bento XVI convida toda a Igreja e cada um de nós, mesmo como Mo-vimento, a refletir sobre a fé, como conteúdo, ou seja, as verdades nas quais acreditamos e que são obje-to da fé e como ato, ou seja, como adesão, como assentimento cordial à Palavra de Deus e ao seu misté-rio que nos é anunciado na Igreja. Para tudo isto, é muito importante o Concílio Vaticano II, cujo cin-quentenário do seu início acaba-mos de celebrar, e o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos, enquanto instrumentos fun-damentais para a compreensão da fé, nas duas dimensões referidas.

Ora, aqui está um programa para o nosso Movimento, que quer caminhar ao ritmo do sentire cum

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Ecclesia. O Movimento das Equi-pes de Nossa Senhora deverá ser sempre mais uma expressão viva da fé tão necessária e urgente hoje, pelas razões que o Papa enuncia em Porta da Fé e que todos nós reconhecemos na nossa vida e no nosso mundo atual. Mas, segundo o Espírito do Evangelho, que de-vemos ousar viver, o nosso Mo-vimento e cada uma das Equipes deve estar no mundo, mas não ser do mundo (Jo 17,16). Bento XVI convida expressamente os Movi-mentos a preverem um momento, uma data precisa na qual possam pro-fessar a fé em comunhão com toda a Igreja. Por isso convido os Casais

Responsáveis e os Conselheiros Espirituais a estarem especialmen-te atentos a este desejo do Papa, de tal modo que seja possível rea-lizá-lo em todos os níveis do nosso Movimento.

Que a Virgem Maria, a padroei-ra do nosso Movimento, abençoe e proteja as nossas atividades e pro-jetos e nos conduza ao seu Filho, ensinando-nos a fazer tudo o que Ele nos disser (Jo 2,5).

Saúdo-vos a todos com amiza-de no Senhor.

Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scjConselheiro Espiritual da ERI

O DIA SEgUINtEAcabamos de celebrar o XI En-

contro Internacional das ENS em Brasília, o primeiro a ser realizado fora da Europa, numa vivência do espírito de internacionalidade do nosso Movimento.

Jamais esqueceremos como o estádio Nilson Nelson, local onde decorreram as cerimônias do En-contro, era inundado todas as ma-nhãs por milhares de vozes cantan-do “Ousar o Evangelho”.

Depois, seguiam-se os cânticos ao Espírito Santo, pedindo-Lhe que nos ajudasse nesta ousadia de ir-mos e fazermos o mesmo.

Já foram várias as vezes que nos juntamos para celebrar.

Com tonalidades diferentes, com ideias diversas de acordo com o es-pírito do tempo, mas sempre com a alegria de pertencermos a um Movi-

mento que cresce cada vez mais na internacionalidade e na vitalidade da fidelidade ao seu Carisma.

Comemora-se para criar ou re-forçar a unidade.

Comemora-se para afirmar a continuidade.

Comemora-se para utilizar a História a favor do presente e po-der dar continuidade ao que nos

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foi legado no passado. Comemora-se para passado e

presente fazerem parte do Dia Se-guinte.

Por isso a festa não pode esbater o resto. Com responsabilidade te-mos de nos ocupar do Dia Seguinte.

Não é possível passar ao dia de hoje sem olharmos para nós próprios.

Façamo-lo com humildade e simplicidade para sabermos o que fizemos de bem ou de menos bem e podermos dar às novas gerações o melhor que liga o passado com o futuro.

Todas as transformações que aconteceram são motivo de rego-zijo, mas não nos iludamos, temos de discernir o que ainda precisa de mudança.

A urgência do hoje obriga-nos a tratar do que é nosso, sem esperar que sejam outros a fazê-lo.

Mais do que discursos teóricos e vazios, a sociedade plural em que vivemos precisa do nosso teste-munho de casais cristãos que cami-nham para a santidade.

A missão que nos foi confiada será sustentada pelo sacramento do Matrimônio, sacramento que nos fornece a força e a luz para mostrarmos com ousadia ao Mun-do que nós, casais das ENS, fare-mos com o nosso testemunho um convite à mudança e à esperança .

Temos de redescobrir o funda-mento da esperança para poder dá-la aos outros.

“A fé torna-nos fecundos, por-que alarga o coração com a espe-rança e permite oferecer um teste-munho que é capaz de gerar”.

E porque hoje é o… Dia Seguin-te, é o dia do despertar, e despertar

é descobrir o caminho que deve-mos seguir para irmos ao encontro do Senhor.

Em Brasília, escutamos uma parábola muito forte, que nos inter-pelou e talvez nos tenha mudado o sentido da vida. Fomos convidados a fazer a viagem mais radical da nossa vida, virando-a do avesso.

Cabe a cada casal, consciente das suas dificuldades, seguir firme no Ca-minho que encetou, deixando a mar-ca da aliança que fez com o Senhor.

O caminho que escolhermos le-var-nos-á não apenas de Jerusalém a Jericó, mas ao reino onde desco-briremos quem somos…

“A fé é decidir estar com o Se-nhor, para viver com ELE”.

Cada casal tomou no dia do seu casamento a opção mais importan-te e a mais profunda da sua vida para seguir o plano de Deus. Não tenhamos medo da viagem. Deus está conosco, misericordioso e fiel à sua promessa… Com Ele seremos fortes e por Ele seremos fiéis…

Ir e fazer o mesmo é o convite a construir uma sociedade que ainda não existe e fazer a viagem é liber-tar-nos desta identidade amorfa.

Sempre que o cansaço chegar, saiba-mos beber a água que nos vai retem-perar as forças e matar a sede.

“Vós recebereis a força do alto, quando o Espírito Santo descer sobre vós e sereis minhas testemu-nhas em Jerusalém , em toda a Ju-deia e Samaria e até aos confins da terra”. (Atos 1,8)

Abraçamo-vos a todos, con-fiantes de que seremos companhei-ros da mesma viagem!

Tó e Zé CR ERI

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ECOS DO XI ENCONtRO INtERNACIONAlFOI FANTÁSTICO!!!Tudo excepcionalmente bem pre-

parado e organizado. Com certeza, realizado com sucesso, de 21 a 26 de julho de 2012.

Enquanto a Equipe Responsá-vel pela organização do Encontro Internacional trabalhava na orga-nização do XI EI, nós, Lourdes e Antonio, casal equipista de Nossa Senhora, sonhávamos em rece-ber um presente de Deus: partici-par desse Encontro. Recebemos o presente! E chegamos em Brasília às 18:30 horas do dia 21 de julho; iniciava o Encontro. Grande era a nossa expectativa! Como seria o tão sonhado Encontro? Por ter-mos acompanhado a preparação através da carta mensal e inúme-ros e-mails, sabíamos que tudo estava sendo cuidadosamente or-ganizado. Portanto, no decorrer dos cinco dias, até o seu término, concluímos que esse maravilhoso Encontro superou todas as nossas expectativas, que não eram pou-cas: Conferências, Testemunhos,

Palestras, Celebrações Eucarísti-cas, as Equipes Mistas, o Ato Pú-blico, Transportes, acolhimento, os locais (espaços) escolhidos, a equipe de apoio, enfim, tudo muito bem sincronizado. O mais importan-te foi o que recebemos no decorrer daqueles cinco dias. Com certeza, saímos com uma imensa bagagem de conhecimentos além-fronteiras, para aplicarmos em nossa equipe de base e a quem mais se fizer ne-cessário.

A escolha do Tema do Encon-tro, não podia ter sido melhor, “Ou-sar o Evangelho”! Que é Ousar o Evangelho? É nos colocarmos sob o olhar de nosso Deus. É estarmos em comunhão com Jesus. É rece-ber a força do Espírito Santo. Foi isso que aconteceu nesse Encontro. O clima mostrava em todo momen-to que o Espírito Santo estava pre-sente. Sentíamos isso até nos jan-tares no hotel. “Vai, e também tu, faze o mesmo”!

Gostaríamos de destacar e pa-rabenizar os voluntários equipis-

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tas da equipe de trabalho e apoio; aonde chegávamos, em qualquer local, a qualquer hora, a começar pelo Aeroporto, lá estavam eles, alegres e sorridentes, saudando cada participante, sem demonstrar cansaço e sempre bem-humora-dos, transmitindo a cada um que lá estava, longe dos seus, a vontade e o entusiasmo para prosseguir. Mui-tos deles não participaram do encon-tro na sua íntegra. Foram verdadeiros anjos da guarda dos que lá estavam.

Com duas palavras apenas, de-finimos tudo sobre o encontro, para cada item descrito a seguir: FOI LOUVÁVEL! LOUVÁVEL - Louvar a Deus aci-ma de tudo com entusiasmo, amor e dedicação. INTERESSANTE - Por conseguir reunir equipistas, quase que do mundo inteiro e fazer aquela in-tegração. MAGNÍFICO - Por transmitir nas diversas línguas, como em Pente-costes, o entendimento das confe-rências, testemunhos, palestras, etc. BELO - A beleza transparecia no palco concluído no evento da aber-tura do dia 21 de julho; A imagem de nossa Senhora Aparecida lá no barco olhando a todos com um olhar envolvente de Mãe. Nas cores usadas para distinguir as ilhas e pa-íses, nas idas e vindas, os casais de apoio com suas bandeirolas colori-das e sorriso nos lábios, fazendo en-tender a todos, o caminho a seguir. PONTUAL - Toda a programação foi realizada com eficiência, e su-cesso dentro dos horários previstos. SIMPÁTICO - No semblante de

cada participante, oriundos de diversos lugares do planeta, dos casais indicadores com suas jaque-tas amarelas, dos conferencistas, palestrantes e sacerdotes, todos im-buídos de um só ideal: Sucesso na realização do XI Encontro Interna-cional em Brasília, o primeiro reali-zado fora da Europa.AMÁVEL - A amabilidade existen-te nos participantes facilitava a rela-ção entre eles; nas filas dos ônibus, do almoço e até nos banheiros. SOLIDÁRIO - Onde víamos um participante que tinha uma peque-na deficiência, a regra era dar a vez a outro que tivesse uma deficiência maior. CUIDADOSO - Um Departamen-to Médico disponível e atuante para atender aos participantes, com pos-síveis problemas de saúde. FELIZ – Percebia-se no semblan-te de todos os presentes, a feli-cidade de poder estar ali. GRANDE - Pelo número de parti-cipantes de quase todos os países do mundo. SURPREENDENTE – Por tudo o que relatamos neste ar-tigo realmente surpreendeu a todos que participaram de um Encontro de tão grande porte. Se tivéssemos que dar nota, daríamos 10 com louvor.

Parabéns a toda Equipe de Co-ordenação desse Fantástico Encon-tro! E que Deus abençoe a todos.

Vamos à Aparecida em 2015, se Deus assim, nos permitir!

Lourdes e AntonioEq.06 - N. S. do Perpétuo Socorro

Olinda-PE

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licatODOS OS SANtOS

Ser Santo é permitir que Deus rei-ne em nós.

Ser Santo é estar próximo da per-feição. É o próprio Jesus que exorta a imitarmos a Santidade de Deus; “Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5.48).

Em novembro, concluímos o ano litúrgico com a grande soleni-dade de todos os Santos e de Jesus Cristo, Rei do universo. A liturgia de todos os Santos indica que somos eleitos para o céu, estamos a cami-nho da Pátria definitiva, a Jerusa-lém Celeste, onde nos encontrare-mos diante do trono e do cordeiro.

Os Santos apresentados oficial-mente pela Igreja servem-nos de modelo, de exemplo, de interces-são, de motivação, eles e elas nos asseguram que com a Graça de Deus é possível chegar lá.

Os Bem-Aventurados, os Santos e Santas, não são um “Pequeno Res-to”, mas, sim, uma multidão imensa de todas as raças, nações, línguas e povos, são aqueles que lavaram e branquearam suas vestes no san-gue do cordeiro e estão em íntima comunhão com Jesus Cristo, o filho de Deus (Ap.7,13-17).

Ter o ideal de Santidade não sig-nifica fuga do mundo, ou se esconder dos grandes problemas econômicos, sociais, políticos..., não é também fuga do mundo material para se viver uma realidade puramente espiritual. San-tidade se conquista nesta terra, com todas as dificuldades desta vida. Ser Santo é sinônimo de luta. E nunca desistir. Somos vocacionados à San-tidade como pessoas que levam uma vida normal: vestimos roupas nor-mais, casamos, temos filhos, convi-

vemos numa sociedade com toda sua problemática vigente, trabalhamos, nos divertimos, nos alegramos, nos an-gustiamos..., mas, buscamos dar tes-temunho da Fé, numa vida pau-tada pelo amor e fidelidade a Cristo.

Ser Santo é ter o ardente desejo de construir uma nova sociedade, é se tornar discípulo do reino.

Ser Santo é romper com o mun-do egoísta da busca de si mesmo; é o converter-se à pobreza evangélica, é renúncia à cobiça e o desapego das riquezas; é ser solidário com os excluí-dos, ser manso diante de tanta violên-cia, diante de uma sociedade injusta; é termos fome e sede de justiça, num mundo de apelos aos prazeres peca-minosos; é nos mantermos puros de coração; é procurar a paz como um Dom e sermos pacificadores.

O Compromisso do Matrimônio, a vida conjugal e familiar, a Espiritu-alidade das Equipes de Nossa Se-nhora, inspirada pelo Espírito Santo e indicada pelo Padre Henri Caffa-rel, são caminhos para uma vida de Santidade. Ser Santo é a plena reali-zação de uma vida humana e cristã.

Ver a Deus é desejo e esperan-ça suprema do ser humano. No céu celebraremos em plenitude o que aqui temos sacramentalmente. A plenitude da Santidade está reser-vada para a eternidade, quando nos encontraremos diante do trono do cordeiro e proclamaremos en-tão: “A salvação pertence ao nosso Deus que está sentado no trono e ao cordeiro” (Ap. 7,10 ).

Diácono Adonis Souza PintoEq. 07 - N. S. Rosa Mística

Caçapava-SP

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Maria é a perfeita realização da Igreja na interpretação do capítulo 12 do Apocalipse. A interpretação bíblica de quem seja essa mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça depende da interpretação do filho da mes-ma mulher, cujo filho é apresenta-do como aquele que deve gover-nar as nações com cetro de ferro. Ora, esse filho da mulher é o Filho de Deus encarnado e nascido da mulher (Gl 4, 4), que é Maria de Nazaré. Portanto, tendo gerado o Messias, o Ungido de Deus feito homem, Cabeça do Corpo da Igre-ja, Maria é modelo da maternidade da mesma Igreja, Corpo de Cristo, que gera seus filhos da água e do Espírito no Batismo. Maria, Mãe de Deus feito Homem, é modelo para a Igreja, a mãe sacramental dos resgatados pelo Grande Sacra-mento da salvação que é seu Jesus Morto e Ressuscitado.

Por sua incondicional aceita-ção da vontade de Deus, tornou-se Mãe do Redentor, tendo assim uma participação especial na história da salvação humana, quando, de pé junto à sua cruz, ela o oferece a Deus com a mesma profunda fé que também a salvou.

Ao pronunciar o seu SIM, aco-lhendo em seu coração e em seu seio o Cristo Redentor, Maria não foi instrumento apenas passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação da humanidade com fé li-

vre que se fez obediência amorosa. Maria, em sua caminhada de

Servidora do Senhor, nos encami-nha para Cristo Salvador, como primeira Catequista que conduz a Jesus Cristo. Assim sendo, o Con-cilio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), há cinquenta anos nos en-sina: “A função maternal de Maria de modo algum diminui a única mediação do Cristo entre Deus e a humanidade”.

Fonte: LUMEN GENTIUM, Ca-pítulo 08 – Concílio Ecumênico Va-ticano II (1962-1965) Mons. João Olímpio Castello Branco

SCE Setor Vale do JaguaribeRussas-CE

Mar

ia MARIA MODElO DA IgREjA(Ap 12, 1-7; lc 1, 26-37)

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Na edição de uma das revistas de maior circulação no Brasil, apare-ceu, nesta semana, uma edição es-pecial com o título: “Eu decido meu fim”. Não pretendo nem provocar, nem muito menos agredir ninguém. Quero ser uma espécie de voz, de tantos que em seus leitos ou desde os seus futuros leitos terminais pen-samos diferente. Com o passar do tempo, algumas pesquisas, levanta-mentos e análises são feitas de tal forma, que os resultados aparecem como algo definitivo, como se toda a população estivesse pensando da mesma forma. O direito à objeção é válido. Dissentir não é produto de ingenuidade ou mau caráter. Como seres éticos e morais, temos o direi-to de afirmar mais uma vez que o consenso não é sinônimo da verda-de moral. Por isso mesmo decidi es-crever o meu testamento vital. Pode ajudar você a pensar e refletir sobre este fato.

Eu, José Rafael Solano, diante de uma situação de doença grave em progressão e fora de possibilida-de de reversão, apresento minhas diretrizes antecipadas de cuidados à vida. Se chegar a padecer de al-guma enfermidade manifestamente incurável e o sofrimento chegar a ser insuportável, quero oferecê-lo por todos aqueles que, por diversas razões, me amaram nesta vida e me continuam amando no estado em que me possa encontrar.

Mesmo que esta dor me torne irracional e incapaz, quero pedir

que aqueles que sempre se mostra-ram meus amigos e amigas, não me abandonem; não se afastem de mim. Ainda que não possa possivel-mente compreender, gostaria que cantassem, que chorassem e que tivessem tempo para brincar comi-go. Minha autonomia não reside na minha razão; minha autonomia se encontra no coração que também é racional. Faço constar com base no princípio da dignidade da pessoa humana e da vontade; que aceito a contingência da minha vida como um dom; aceito as intervenções de médicos e pessoas humanas, que, mesmo sabendo que a ciência não tem mais a dizer ou que as terapias em nada possam ajudar, eles deci-dem continuar ao meu lado. Estou disposto a receber cuidados paliati-vos que não são outra coisa que a viva expressão de um gesto huma-nitário. Sou completamente ciente de que não posso fugir da dor, pois faz parte da minha condição huma-na, mesmo que tente amenizá-la. Mesmo que possa superá-la acre-dito que a dor produz esperança e sempre traz benefícios. Se por algum motivo tivesse que ir para a UTI, quero ali receber atenção e ternura, pois admiro o pessoal que desde a medicina ou a enfermagem reconhecem que este lugar é um es-paço para intensificar todo tipo de ajuda com quem se encontra neces-sitado. Não quero ser eu quem de-termine o tempo da minha doença. Seja lá o tempo que for, seja uma

Form

açãoORtOtANASIA!

UM VERDADEIRO tEStAMENtO VItAl

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doença difícil longa ou rápida, que-ro ser respeitado como pessoa, pois o paciente é pessoa. Quero receber todo tipo de reanimação, alegria conforto. Quero que, quando che-gue a hora de partir deste mundo, seja respeitada minha condição, minha decisão e especialmente seja feito de tudo para que, ao partir, possa levar comigo a melhor das

lembranças de todos aqueles que comigo fizeram parte deste mundo.

A ortotanasia é o respeito e o correto uso das terapias que me preparam para um dos momentos mais cruciais da minha vida.

Pe. José Rafael Solano Durán (Profº de bioética da PUC-PR)

SCE da Eq.08B - N. S. de Lourdes Londrina-PR

Novembro, mês do Balanço nas Equipes de Nossa Senhora! Oportu-nidade de rever a vida da Equipe, de forma amadurecida e fraterna, como disse Pe. Caffarel, isto é, de forma exigente, porém com o obje-tivo de engrandecer. Por isso, anual-mente todas as Equipes realizam a esperada Reunião de Balanço, mo-mento marcante para que as Equi-pes possam caminhar sob a luz do Espírito Santo, após uma avaliação, mediante a qual se verificam falhas e omissões cometidas durante o ano. Deve- se neste momento realçar as buscas atingidas no tocante à santi-dade, e pedir perdão pelos erros e faltas de todos.

Nesta reunião, destaca-se a parti-lha dos casais com os demais, sobre as dificuldades e os sucessos alcan-çados na caminhada do Movimento, na vida conjugal e pessoal, além de reconhecer o que é preciso fazer para proporcionar o crescimento de cada um e de todos da Equipe de base.

Há necessidade, nesta ocasião, de reflexão, humildade e capacida-de de perdão. Portanto, é esperado de Deus a Sua misericórdia em re-lação às atitudes no relacionamen-

BAlANÇOto com os amigos-irmãos, para depois renovar os compromissos de serem fiéis aos princípios do Movimento das ENS criado por Pe. Caffarel, nosso fundador.

Desta forma, é indispensável fazer uma avaliação, não só individual, mas também em casal e em Equipe. Partilhar, reconhecer os progressos e retrocessos no transcorrer do ano, em relação aos PCEs e esforçarem-se para se tornarem melhores na espiritualidade e santidade.

Enfim, o Balanço, nas Equipes de Nossa Senhora oferece a aná-lise da dimensão da descoberta de si próprio, a partir da seguinte reflexão: Fomos capazes neste ano de atingirmos um crescimento es-piritual, seja individual, familiar, pessoal e em Equipe?

Baseando–se nestas questões de-sejamos que todos façam um ótimo Balanço, com sabedoria e prudência, sob a Luz do Espírito Santo, a pro-teção de Maria e de seu Filho Jesus Cristo, em busca do objetivo único e maior, que é a Santidade.

Maria José e Wilmar Eq.02C - N. S. da Anunciação

Juiz de Fora-MG

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COlEgIADO NACIONAl 2012

No período de 24 a 26 de agos-to próximo passado, foi realizado o Encontro do Colegiado Nacional 2012 da Super-Região Brasil, na Vila Kostka em Itaici, São Paulo.

O Colegiado Nacional é com-posto pela Equipe da Super-Re-gião: SCE - Sacerdote Conselheiro Espiritual, CRSR - Casal Respon-sável Super-Região, CCE - Casal Comunicação Externa, CST - Ca-sal Secretaria e Tesouraria, CCM - Casal Responsável Equipe Carta Mensal, CP - Casais Provinciais e CRR - Casais Responsáveis Re-gionais e os respectivos SCE. Ao todo, fomos 65 casais e 43 Sacer-dotes Conselheiros Espirituais com o objetivo de vivenciar momentos de celebração, formação e convi-vência fraterna, para fortalecer a unidade do Movimento na fideli-dade ao carisma fundador e discer-nir sobre a caminhada das Equipes de Nossa Senhora no Brasil para o ano de 2013.

O Encontro iniciou com uma merecida e singela homenagem ao Pe. Mário José Filho. Ao ser apre-sentada no telão a sua foto, em que pesasse a saudade que sentía-mos, aplaudimos, agradecendo ao Pai por nos ter presenteado com tão importante Conselheiro para nosso Movimento.

Após as boas vindas do Casal Animador, Jussara e Daniel, foi iniciada a cerimônia de abertura com a entrada, de sete casais, re-presentando as sete Províncias. O plenário que estava na penumbra, apenas com o Círio Pascal aceso,

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foi aos poucos sendo iluminado por casais que portavam lanter-nas, e, em seguida, entraram ou-tros casais com cartazes onde se liam nomes de alguns instrumen-tos da caminhada espiritual: a Bíblia Sagrada, Eucaristia, Tema de Estudos e ao final, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ao som do canto de acolhida, os casais representantes das Provín-cias, acenderam as velas que ha-viam sido distribuídas com todos os participantes, iluminando todo plenário.

O Casal Cida e Raimundo apresentou a Equipe da Super--Região e em seguida, os Casais Provinciais solicitavam aos casais de suas Províncias que levan-tassem, ao tempo em que eram acolhidos com cantos de boas vindas.

O Casal Provincial da Sul II - Inez e Natal e o SCE - Pe. Leonil-do, fizeram a acolhida aos casais que iriam tomar posse no Cole-giado, tendo sido preparado um caminho com vasos de flores e cartazes com palavras animado-ras, por onde os mesmos passa-riam; saudaram a todos com um vídeo e uma canção. No palco, os casais foram cobertos por um manto, significando o acolhimen-to a todos por Deus e por todo colégio da SRB!

Após a acolhida, Cida e Rai-mundo encerrando a cerimônia de abertura, lembraram os Obje-tivos do Colegiado Nacional:• Animar os membros do Cole-

giado da Super-Região para o exercício da responsabilidade.

• Oferecer meios que auxiliem na reflexão e discernimento sobre a caminhada do Movimento.

• Proporcionar momentos de Evangelização, de Formação e de troca de experiências.

• Realizar e celebrar a unidade do Movimento.

Província Centro-Oeste

Província Norte

Província Nordeste

PROVÍNCIAS

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Foram realizadas 03 Palestras durante o Encontro.

Orientações 2013

Cida e Raimundo apresentaram as Orientações para o ano de 2013, bem como as ações propostas, que terá como pano de fun-do: OUSAR O EVANGELHO, retomando o ca-minho de san-tidade proposto pelo Movimento. Está publicada na p. 23 desta edi-ção.

Tema de estudo 2013

Pe. Miguel Batista, SCE da SRB apresentou o tema de estudo para

PALESTRAS

Província Leste

Província Sul I

Província Sul II

Província Sul III

2013: “O cami-nho da Vida Es-piritual em casal”, animando-nos a fortalecer nossa es-piritualidade conju-gal utilizando com firmeza os meios oferecidos pelo Movimento.

Tema de Estudos para Casais Idosos

Pe. Flávio Cavalca apresentou-nos uma belíssima e profunda exposição sobre os capítulos do livro do tema de estudos para casais idosos, levando-nos a ima-ginar desde já, os frutos que serão colhidos pelos casais que vão estudá-lo.

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FLAShS

Casal Ligação da Zona América com a ERI

Graça e Roberto agradeceram à Super-Região Bra-sil pelos trabalhos realizados na or-ganização e apoio do XI Encontro Internacional em Brasília. Falaram de

como estavam felizes com o sucesso do Encontro, e finalizaram pedin-do as orações de todos pela sua nova missão como Casal Ligação da Zona América.

Carta Mensal Eletrônica

O casal Zezinha e Jailson fez uma breve apresenta-ção sobre o lança-mento da Carta Mensal eletrônica, como uma opção de acesso mais rápido do nosso

veículo de comunicação, além dos já existentes: no site e em impres-são gráfica.

III Encontro Nacional das ENS

O casal responsável pela organização do III Encontro Nacional das ENS,

Vera e Zé Renato, apresentou-nos oficialmente o início dos tra-balhos para sua realização. Será em Aparecida-SP,

no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no período de 01 a 04 de julho de 2015. Apresentaram as primeiras informações da logística do Encontro, e, finalizaram pedindo as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida para o êxito de tão significativo evento.

TESTEMUNhO

Recém-Casados

O casal Eneida e Álvaro apre-sentou o relato da experiência de um trabalho de evangeliza-ção e acompa-nhamento com casa i s recém-casados. Refe -riram ser este um trabalho muito gratificante e que rendeu bons fru-tos, uma vez que alguns casais in-gressaram nas Equipes de Nossa Senhora.

VII Encontro Mundial das Famílias

Jussara e Daniel, casal Comuni-cação Externa da SRB, deram um testemunho so-bre o Encontro realizado em Milão, em maio/j u n h o d e s t e ano, represen-tando a Super-Região Brasil e lembraram o p r o p ó s i t o de zelar pela prioridade “Pastoral Familiar”.

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CM 467 19

CELEBRAçõES LITúRGICAS

Como sempre acontece nos En-contros do Colegiado Nacional, os momentos das Celebrações Litúr-gicas, são momentos muito espe-ciais, pois têm o objetivo de levar os participantes a absorverem o espírito da missão como serviço e doação apoiados sempre na Pala-vra de Deus e na Eucaristia.

Missa de Posse - Na sexta-feira após o final da cerimônia de abertu-ra, sob a organização da Província Sul I com o tema: “Vem e vê”, ti-vemos a 1ª Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Miguel Batista, SCE da Equipe da Super-Região, que refletiu conosco sobre a im-portância de reconhecermos Jesus como nosso Senhor e Salvador e a nos apoiarmos nesta certeza para realizarmos nossa missão de cris-tãos equipistas.

Nesta missa tivemos também a cerimônia de posse dos novos casais que estavam assumindo as Províncias Nordeste e Leste e mais outros casais assumindo Regiões das várias Províncias, bem como seus SCEs, como ve-rão nas fotos legendadas.

Casais e SCE que assumiram responsabilidade

neste Colegiado

Pe. Neto, Conceição e Macedo CR e SCE da Província Nordeste

Frei Arthur, Bete e Carlos CR e SCE da Província Leste

Responsáveis Regionais

Província Nordeste - Região Rio Grande do Norte I - Gorete e Adelmo

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Província Nordeste - Região Ceará I Vanessa e Rômulo

Província Centro-Oeste - Região Mato Grosso do Sul - Marta e Dirson

Província Centro-Oeste - Região Centro-Oeste III - Socorro e Juracy

Província Centro-Oeste - Região Centro-Oeste II - Afra e Beto

Província Nordeste - Região Piauí Maranhão - Lourdes e Antonio

Província Leste - Região Espírito SantoElzira e Paulo

Província Leste - Minas IICláudia e Paulo

Província Nordeste - Região Rio Grande do Norte II - Sonia e Aldo

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Província Sul I - Região Centro IMárcia e Rubens

Província Sul I - Região Sul IIKátia e Alexandre

Província Sul II - Região Oeste IAndréa e Silvio

Província Sul III - Região Santa Catarina IIGercy e Zanata

Província Sul III - Região Paraná NorteCélia e Alfonso

Província Sul III - Região Sul IDoris e Alfredo

Província Leste - Minas IIIMarisa e Antonio

Província Leste - Região Rio II Leila e Fernando

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ORAçÃO DA MANhà sábado

Iniciamos com a Oração da Ma-nhã, com o Ofício do Amanhecer (Ofício da Mãe do Senhor), organi-zada pela Província Centro-Oeste. Foi uma oração diferente e nos preparou para iniciarmos o dia de trabalho.

MISSA sábado

Ao final da tarde do sábado, tivemos uma Celebração Eucarísti-ca, conduzida pela Província Nor-te, com a motivação: “Não façais como eles, pois dizem e não fa-zem”. Mons. Marcelino levou-nos a reflexão de Mt 23 1-12. Que de-vemos ter cuidado para não fazer-mos como os fariseus que se preo-cupam com detalhes e aparências, mas omitem as coisas mais impor-

tantes. Dizem tudo certo, mas não agem como dizem. Lembrou fi-nalmente que “o maior dentre vós será aquele que vos serve”.

ORAçÃO DA MANhà domingo

Sob a orientação da Província Sul III, vivenciamos a oração da manhã do domingo. Uma oração alegre, re-cheada de salmos, cânticos, hinos e preces ao nosso bom Deus. Come-çamos o dia, alimentados pela ale-gria do louvor, na certeza de que “no meio dos louvores Deus habi-ta”, como nos fala um dos hinos do nosso cancioneiro religioso.

CELEBRAçÃO DO ENVIO

Finalizando o evento, tivemos a Missa animada pela Província Leste, presidida por Pe. Miguel e como sempre, concelebrada pe-los demais SCEs das Províncias e Regiões. Com o tema “A quem iremos?”, refletimos que, como o apóstolo Pedro, também “nós devemos crer e reconhecer que Jesus é o Santo de Deus” e que fomos escolhidos por Deus para cumprir nossa missão nas ENS e assim ser “presença no mundo”. Ao término da missa, o SCESRB - Pe. Miguel Batista presidiu a

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Queridos equipistas e conselheiros espirituais:

Depois do Encontro de Brasília, o primeiro a ser feito fora da Europa, numa vivência do espírito de internacionalidade do nosso Movimento, dirigimos esta Carta a todos vós, membros das Equipes de Nossa Senhora.

Para aqueles que estiveram em Brasília e tiveram a graça de participar e viver a grande Festa do nosso Movimento, temos a certeza que a profunda experiência de que participaram os levará a “OUSAR O EVANGELHO”.

Para todos os que não puderam estar presentes, a Equipe Responsável Internacional gostaria de que ouvissem esta voz que ressoa no coração de todos, e com a força do Amor façam “jorrar rios de água viva” neste mundo que pede com ousadia que “Partamos e façamos o mesmo que Ele fez”.

Estas considerações que nos ocorrem no final do Encontro Internacional de Brasília, que foi um momento de imensa felicidade, queremos partilhá-las com todos vós, no sentido de serem inspiradoras para os próximos tempos, nos quais, ao ritmo e no sentir com o coração da Igreja, desejamos caminhar, na obediência e na fidelidade ao Senhor. Sabemos que é na obediência que se vive a liberdade, e na fidelidade que se vive o amor, porque a fidelidade é a vitória do amor sobre o tempo, transformando-nos em anunciadores da liberdade.

“No último dia de festa, que é o mais solene, Jesus ficou de pé e gritou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em Mim, beba”. É como diz a Escritura: “Do seu seio jorrarão rios de água viva”. Jesus disse isto, referindo-se ao Espírito que deveriam receber os que acreditassem n’Ele (Jo 7, 37-39a).

Este texto do Evangelho convida-nos a contemplar o mistério de Cristo, como a fonte onde temos sempre de ir beber a água que mata a sede de paz e de felicidade que todos desejamos, mas que pelas nossas forças não podemos alcançar.

A orientação geral “OUSAR O EVANGELhO” é um desafio que nos conduzirá a ser:

I. Casais: Ousar ter um coração pleno do Amor de Cristo“ Se alguém tem sede, venha a Mim, e aquele que acredita em Mim,

beba”. ( Jo 7, 37b, 38a)

1. Voltar à FonteComo Casais das Equipes de Nossa Senhora, somos convidados nos

próximos anos a renovar este esforço de voltar às origens, ao mistério de Cristo

I

Page 26: ENS - Carta Mensal - 467 - Novembro/2012

II

e da Igreja, pois é neste grande amor que encontramos a nossa razão de ser.Este convite a que os casais das Equipes de Nossa Senhora regressem

à fonte deverá concretizar-se na fidelidade à Carta Fundadora (1947), revisitando os textos inspiradores do carisma, mística e pedagogia do nosso Movimento - assentes em três pilares fundamentais: Orientações de Vida; Pontos Concretos de Esforço e Vida de Equipe - e, mais recentemente, num desejo de fidelidade criativa, bem expressa na Segunda Inspiração.

Todos somos mobilizados para este percurso de retorno às origens, para que a vivência da espiritualidade conjugal, eixo da nossa vida, seja cada vez mais fecunda nestes tempos de grandes mudanças no mundo, mudanças que representam um desafio. Ousemos, pois, o Evangelho na fidelidade e na coerência da Fé “acolhendo os valores e as necessidades na medida em que sejam assimiláveis e em união ao Carisma Fundador” (padre Caffarel – discurso de Chantilly; Maio1987).

Na base de uma espiritualidade conjugal e familiar, podemos caminhar no sentido da redescoberta sempre mais profunda do sentido da fé, aqui entendida, como nos convida Bento XVI, como adesão a Deus, cujo amor reconhecemos na história e nas nossas vidas, como pessoas e como casais.

2. A relação do homem e da mulher, que nas Equipes de Nossa Senhora é iluminada e fortalecida pela graça do sacramento, é vivida no e com o Senhor. É importante aceitar as diferenças entre os cônjuges, não só na sua complementaridade psicológica e afetiva, mas também tendo em conta a diferenciação pessoal (sexual) inscrita no pensamento de Deus, que assim criou o homem à sua imagem e semelhança, e homem e mulher os criou (Gn 1,27), como se lê nas Sagradas Escrituras: “E Deus viu que era tudo muito bom” (Gn 1,31).

No matrimônio cristão celebramos a redenção do homem e da mulher no que diz respeito também à dinâmica dos afetos e das paixões.

Pelo dom do Espírito Santo e com o auxílio da graça, é possível passar de um amor passional para a dinâmica de um amor oblativo.

Para o casal cristão, o próximo mais próximo e prioritário é o próprio cônjuge. Este é chamado a ser constantemente um “bom samaritano” para o outro, vivendo a partir do outro e ao serviço das necessidades dele, em vez de seguir espontaneamente os desejos e projetos pessoais e a própria satisfação. Só é possível viver a santidade em qualquer estado de vida cristã, mas muito particularmente no matrimônio, seguindo a lógica da Cruz, ou seja, o amor oblativo, de dar a vida um pelo outro.

A nossa maior ousadia será a vivência da nossa relação conjugal - movida sempre pelo amor e pela abnegação – que deve ser testemunho de vida do casal e da família.

Em Chantilly, o Padre Caffarel afirmava a este respeito: “Não existe amor sem abnegação, e não se pode praticar uma abnegação que não venha do amor”, pois só um amor abnegado e fiel é verdadeiro. E continuava: “A vida conjugal comporta grandes riquezas, mas também grandes exigências”.

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III

II . Casais: Ousar acolher e tomar conta dos homens “Do seu seio jorrarão rios de água viva”. (Jo 7, 38b)

3. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, sendo e devendo permanecer um Movimento de espiritualidade, deve não só aprofundar para dentro a espiritualidade conjugal, mas também irradiá-la para fora, para aquelas situações problemáticas que muitos homens e mulheres hoje vivem e que não conseguem resolver. Todos os seus dons e carismas são suscitados e dados pelo Espírito Santo para o bem comum, para a promoção da unidade, da caridade e da santidade, para que irradie, como sinal visível, para o mundo.

Como afirmava o Padre Caffarel, dirigindo-se aos casais das Equipes de Nossa Senhora e lembrando o encontro com Paulo VI (1968): “Estou plenamente convencido de que vocês compreenderam de imediato que não são apenas os destinatários, mas sim os mensageiros diante desses milhares de casais …a respeito dos quais nos pedia o Papa que tivéssemos presentes em nosso pensamento”.

4. As Equipes de Nossa Senhora devem ser um Movimento, comunidades a caminho, dando razões de esperança às novas gerações, para que não tenham medo de correr o risco de celebrar o seu amor no Senhor (1Cor 7). O matrimônio é uma graça e uma missão.

Como nos dizia o Padre Caffarel, no editorial da carta mensal nº1, intitulado “O Êxito da Caridade”: “O amor fraterno é extraordinariamente fecundo. Ao seu redor e com seu influxo o mal retrocede e o deserto torna-se fértil”.

É urgente ajudar, até onde a caridade fraterna nos possa levar, os casais em dificuldade, bem como aqueles que fracassaram no amor e tentaram uma segunda oportunidade. (cf. Familiaris Consortio, 80 a 85). É urgente testemunhar a todos que a única palavra que faz sentido é a do perdão; por mais complexa que seja a situação do homem, por mais duro que seja o coração humano, o coração de Deus é diferente, é maior do que o nosso (cf 1 Jo 3, 20).

Outra questão importante para todas as Equipes, embora em momentos diferentes, é o envelhecimento dos casais. A espiritualidade do Movimento deverá ser uma preciosa ajuda para que as pessoas e os casais possam envelhecer com dignidade e viver a graça e o carisma próprios de cada fase da vida.

É importante que os Casais das Equipes de Nossa Senhora sejam fecundos na irradiação de uma cultura de presença e de solidariedade com todos aqueles que passam por grandes dificuldades. Ser óleo da consolação, procurando viver a caridade de uma forma inventiva, ao ajudar todos os que estão em dificuldade a viver o melhor possível as suas vidas com o espírito do Evangelho e o sentir da Igreja.

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III. Casais: Ousar partir para o Mundo ao serviço da Igreja“Jesus disse isto, referindo-se ao Espírito que deveriam receber os que acreditassem n’Ele”. (Jo 7, 39)

5. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora deverá nos tempos atuais dar sinais de esperança, aquele olhar confiante no presente e no futuro, porque sabemos em quem confiamos, as nossas vidas estão nas mãos de Deus; os nossos nomes, desde o Batismo, inscritos no Livro da Vida. O apelo à santidade em casal, como específico da graça e do Carisma das Equipes de Nossa Senhora, deve ser vivido também como missão, que pressupõe a fidelidade aos Pontos Concretos de Esforço, sobretudo à Oração Conjugal e ao Dever de Sentar-se.

A Missão traduzir-se-á na disponibilidade e abertura ao sentir da Igreja e às suas urgências pastorais mais imediatas, como seja a tarefa da nova evangelização dos casais e das famílias, do evangelho da santidade vivida na vocação e na missão do Sacramento do Matrimônio.

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora deve formar e preparar os seus casais para partirem em missão para o mundo, dando testemunho da sua vocação de casal cristão.

Assim, os casais das Equipes de Nossa Senhora sentir-se-ão membros vivos e ativos de uma grande comunidade, a Igreja, que ultrapassa todas as fronteiras, porque constituída por casais cristãos de todos os continentes, de todas as raças e culturas, nas quais se compõe e se executa a divina sinfonia do amor.

ConclusãoIluminados pela luz deste Encontro de Brasília, esperamos que o Movimento

cresça cada vez mais em riquezas espirituais, recebendo a força das vossas energias e a ousadia do vosso serviço.

As ENS permanecerão firmes na unidade e na fidelidade ao seu Carisma, mas também estarão abertas ao mundo e aos sinais dos tempos, com um novo ardor, um novo vigor, um novo fôlego.

Casais das Equipes de Nossa Senhora, sejamos na Igreja e no mundo de hoje, sinais de esperança e fermento de novas gerações que acreditam na Vida, dando testemunho de que o Sacramento do Matrimônio é caminho de Amor, Felicidade e Santidade.

Confiemos em Maria, nossa Mãe, que nos guiará para irmos e fazermos o mesmo que ELE fez.

Paris, 1 de setembro de 2012.

A Equipe Responsável InternacionalA Equipe Responsável Internacional

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Celebração do Envio sob o tema: “Ide por todo mundo, e pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc. 16,15). Fomos todos convocados a: nutridos pelas meditações, orações e estudos e revigorados pelo conví-vio fraterno, descermos do Tabor e sairmos para a planície em missão nas nossas funções no Movimento e na vida por onde passarmos.

GRUPOS DE ESTUDO

Visando a troca de experiências, uma melhor assimilação dos conte-údos, fortalecer os laços de amiza-de entre os irmãos equipistas e, de maneira especial, possibilitar chegar às equipes de base as orientações emanadas do Colegiado Nacional, foram realizados 02 grupos:

- Grupo misto: composto por casais e SCEs de diferentes Provínc ias para re f le t i rem sobre o tema de estudo para o ano de 2013;

- Grupo por Província: reu-nindo os SCE e CRR, coorde-nado pelos Casais Provinciais para apresentarem e refletirem assuntos relativos à sua Pro-víncia e planejarem o Encon-tro Provincial.

MOMENTOS ESPECIAIS

Foram vivenciados dois mo-mentos especiais com o objeti-vo de permitir um melhor co-nhecimento dos novos casais e SCE, bem como aprofundar laços de amizade e realizar a li-gação horizontal com as Regiões:

- O SCE da Super-Região com os demais SCE das Regiões e Províncias;

- O CR da Super-Região com os Casais Provinciais e Regio-nais.

CONVIVÊNCIA

Organizada e animada pelos casais apoio da Super-Região, ti-vemos no sábado à noite após o encerramento dos trabalhos do dia, a nossa Confraternização. Após os agradecimentos e des-pedidas aos casais que estariam participando pela última vez do Colegiado Nacional, iniciamos o “baile brega”, com apresen-tações de grupos de danças e musicais das Províncias. Foram momentos de alegre convivên-cia e “descobertas de talentos artísticos”, tudo isto regado por “iguarias e petiscos deliciosos”,

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trazidos pelos participantes, dos mais diferentes recantos do nos-so País.

ORIENTAçõES DA SUPER-REGIÃO BRASIL

ção dos quadros e dos equipistas da Super-Região, e, em especial, tem a responsabilidade de transmitir às equipes as grandes orientações do Movimento. (Guia das ENS, 36).

A fim de assegurar a unidade do Movimento, no mundo, realizam--se os Encontros Internacionais, de onde saem as grandes orientações.

Do Encontro de Lourdes (2006 – 2012), vivemos e meditamos a prioridade de reflexão “EQUIPES DE NOSSA SENhORA, CO-MUNIDADES VIVAS DE CA-SAIS, REFLEXOS DO AMOR DE CRISTO”, a partir dos seguin-tes temas:

À descoberta do Cristo (2006).A espiritualidade conjugal e os

compromissos nas Equipes de Nos-sa Senhora (2007).

Testemunhas a serviço dos casais (2008).

Textos escolhidos: Padre Caffarel (2009).

Casamento, Sacramento do dia a dia (2010).

Formação, para amar e servir como Jesus (2011).

Nosso olhar agora é para os pró-ximos seis anos. E, ainda ouvindo o som forte e entusiasmado de que “Ousar o Evangelho é ir além do programado! / Ousar o Evan-gelho é acolher o inesperado!”, damos graças ao Pai pelo XI Encon-tro Internacional de Brasília e pelas orientações dele advindas.

OUSAR O EVANGELhO! Será sobre esse trilho que as ENS andarão nos próximos seis anos. Rogamos a Deus que nossos passos sejam firmes e o nosso olhar como o de Jesus: sereno, atento, amoroso, a fim de que, dignamente, sejamos

“Ó tu que habitas no fundo do meu coração,

permite-me chegar a ti, no fundo do meu coração”

(Pe. Caffarel)

Introdução

Queridos casais e SCE, mem-bros do Colegiado da SRB, que-remos agradecer-lhes por estarem aqui. A presença de vocês é sempre um motivo de alegria e nos enche de esperança.

Esse Encontro anual, como é do conhecimento da maioria, tem os seguintes objetivos:• Animar os membros do Colegia-

do da Super-Região para o exer-cício da responsabilidade.

• Oferecer meios que auxiliem na reflexão e discernimento sobre a caminhada do Movimento.

• Proporcionar momentos de evan-gelização, de formação e de tro-ca de experiências.

• Realizar e celebrar a Unidade do Movimento.É missão do CR de Super-Região

observar a fidelidade ao carisma fundador, à vocação e missão das Equipes de Nossa Senhora; velar pelo cumprimento de sua pedagogia e seus métodos; ser responsável pela unidade e comunhão, e pela forma-

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para quem necessita o samaritano de cada dia.

Tema de estudo 2013

A vida do casal, pelo casamento cristão, é marcado pelo sacramento, sinal profundo de engajamento recí-proco dos esposos e sinal da Graça de Deus. O amor conjugal e o amor de Deus se completam. É, pois no cerne da união entre esses dois amo-res que nasce a espiritualidade con-jugal (Guia das ENS, 14).

Em 2013 as equipes de todo o mundo são chamadas a percorrer um caminho preparado com exclu-sividade para aqueles que querem se abrir ao amor, ao mesmo tempo mais intenso e de outra qualidade, isto é, amar-se mais e amar-se em Cristo em direção a

O caminho da vida espiritual em casal

Este TEMA DE ESTUDO re-toma a vocação do Movimento: o caminho para a santidade em casal. Eis, novamente, a intuição do início (P. Caffarel).

Lema 2013

“Vem e segue-me” é o apelo que Jesus faz a cada batizado. A nós, casais cristãos batizados, ele também nos chama para encontrar Deus no coração de nosso amor conjugal, dizendo:

“SE ALGUÉM TEM SEDE, VENhA A MIM, E BEBA” (Jo 7,37).

São João Evangelista nos diz que Deus é amor, luz e vida. So-mente comunicando-nos com ele e

deixando-nos amar por ele, senti-mos uma profunda transformação interior. Cabe ao casal, sedento de paz e alegria, procurar a “fonte cris-talina” onde vai encontrar a água viva. Principalmente, tendo a cer-teza de que “Se a alma procura a Deus, muito mais o seu Amado a procura” (São João da Cruz).

O passadoprepara o futuro

(Pedro Moncau)

Lançamos a âncora no passado, para ver, num futuro próximo, em cada casal, o mesmo rosto primave-ril dos quatro primeiros jovens, que irradiavam dinamismo e boa vonta-de. E, recordando o que se falou na primeira reunião, em 25 de fevereiro de 1939 - o amor no matrimônio: santificado por um sacramento, ima-gem do amor trinitário, fonte de san-tidade e de fecundidade, trazemos à superfície um dos elementos funda-mentais do Carisma Fundador: des-cobrir o pensamento de Deus sobre o casal e sobre todas suas realidades.

Que fazer para crescer e desen-volver esse germe inicial? O próprio Pe. Caffarel responde: Observar “um conjunto de meios concretos, para encarnar no cotidiano da vida”.

Com base nesta resposta, e na proposta do Tema “O caminho da vida espiritual do casal” e do Lema para 2013 “Se alguém tem sede, ve-nha a mim e beba”, bem como nas necessidades da Super-Região e da grande orientação da ERI, OUSAR O EVANGELHO, a SRB dirigirá suas Orientações e Ações em duas direções: para a “Vida do Casal” e para a “Vida do Movimento”.

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Orientações e ações para 2013

Na vida do casal

⇒ A participação na Eucaristia

A vida em Cristo exige ser cons-tantemente alimentada. O matrimô-nio, alimentado pela Eucaristia, pro-duzirá frutos de fidelidade, pureza, santidade conjugal.

Pe. Caffarel afirma que os cristãos pedem diariamente ao Pai o pão de cada dia, no entanto, descuidam-se de procurá-lo. E, por isso, faz um apelo: “Se a fé e a fome demasia-do fracas não bastam para levá-los à Eucaristia, deveriam pelo menos ir a ela por uma simples doci-lidade ao chamado de Cristo”. Com a abertura do Ano da Fé, em 11 de outubro p.p., todos os cristãos e, em especial, os equipistas são convidados para, em 2013, “inten-sificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é ´a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força´” (A por-ta da fé, 12).

⇒ A leitura, em casal, das obras do Pe. Caffarel

Muitos equipistas (casais e con-selheiros espirituais) desconhecem o espírito sobre o qual estão fundados o ideal, o carisma, a mística, a pe-dagogia das ENS por falta de leitura das obras do Pe. Caffarel. Tomem em suas mãos algumas de suas obras (O carisma fundador, discurso de Chantilly, Orar 15 dias com Henri Caffarel, Padre Caffarel: profeta do Matrimônio, Padre Caffarel, cente-

lhas de sua mensagem, A missão do casal cristão etc.), leiamnas com atenção, e descobrirão toda a pro-fundidade do que vem a ser “espiri-tualidade conjugal”, e seus frutos no dia a dia do casal que vivencia, com fidelidade, a pedagogia proposta.

Esta orientação tem duplo obje-tivo: além de nos orientar a experi-mentar o encontro com o Cristo, da mesma forma que o fez Pe. Caffarel, tornando-o um “sedento de Deus”, levar-nos-á a conhecer o pensamen-to do fundador das ENS acerca do matrimônio cristão, como caminho de santidade.

“Simultaneamente, ele (Pe. Ca-ffarel) propunha a alguns casais não somente empenhar-se nessa desco-berta exigente da dimensão espiritu-al e sacramental do casamento, mas também responder a Deus que os chamava à santidade” (J. Allemand).

⇒ A Regra de Vida

Os Pontos Concretos de Esforço são “meios espirituais” que orien-tam a vida dos casais, progressiva-mente, numa direção determinada: a da vontade do Senhor.

Considerando que, para os casa-dos, não há outro caminho para a santificação que não o seu amor pe-netrado e transfigurado pelo amor divino, Pe. Caffarel chama a atenção para o papel que deveria ter a Re-gra de Vida: Ela deveria “permitir a cada qual adotar, progressiva-mente, práticas que incluíssem exercícios religiosos e, com isto, favorecer o acesso a uma vida espiritual de cristãos adul-tos” (CM jun/jul 2012,25).

Preocupado com os cristãos ca-

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sados, São João Crisóstomo faz uma súplica:

“Eu vos suplico, vinde muitas vezes à Igreja, para ouvir a Sagrada Escritura; mas que não seja somente na Igreja; nas vossas casas, tomai em mãos os Livros divinos, de modo a recolher com grande cuidado o que de útil eles encerram... do mesmo modo que o alimento material au-menta as forças do corpo, a sua lei-tura aumenta as forças da alma. É um alimento espiritual que fortalece a alma, tornando-a mais enérgica e mais sábia...” (idem).

Então, diferentemente das regras que vimos realizando em nome de pequenas obrigações, vamos ado-tar, a partir de agora, com ênfase em 2013, o cuidado de fazer da Regra de Vida o instrumento de nosso pro-gresso espiritual.

Na vida do Movimento

⇒ A formação de Casal Piloto

A formação é uma das priorida-des das ENS. A formação, além de interpelar e ajudar cada um a discer-nir a vontade de Deus sobre o ca-sal, leva a praticar o discernimento humano e cristão, que move tanto a razão quanto o coração, na busca de uma estreita relação entre a fé e a vida.

Em se tratando da importante função do Casal Piloto na formação e informação de casais que não co-nhecem o Movimento, precisa que ele seja muito bem preparado, tanto no sentido espiritual, como no co-nhecimento do método e pedagogia das ENS.

Dentre as várias causas que po-dem levar uma ou mais equipes a

sintomas de fadiga e apatia, está o mau lançamento de equipes, tanto do ponto de vista da ausência de espiritualidade dos casais admitidos, como da precária formação dos Ca-sais Pilotos.

Em todas as províncias há re-gistro de falta de compromisso de casais equipistas em relação à par-ticipação nos eventos, à resposta do Tema de Estudo, às reuniões men-sais, à aceitação para assumir servi-ços no Movimento e, o mais grave, a não participação nas Missas domi-nicais.

Portanto, para termos uma Equi-pe forte, um Setor forte, um Mo-vimento forte, impõe-se que seus membros conheçam muito bem o que reza o Estatuto das ENS (a Car-ta). Por isso a Super-Região orienta que, em nome do zelo do Carisma Fundador, a partir de 2013, os Se-tores, na pessoa dos Casais Pilotos, cuidem de estudar o Estatuto das equipes (Guia das ENS, 51), “ex-plicado ponto por ponto”, em, pelo menos, três reuniões, antes de iniciar o estudo do “Vem e Segue-me”. É fundamental que os casais tenham a consciência de que não devem ade-rir ao Estatuto de má vontade, pois “Não há desonra para um casal ou um grupo em retirar-se. Mas aqueles que os adotam, que o façam sem re-ticências, de maneira resoluta” (Pe.Caffarel).

Cuidem, ainda, os CP de, ao longo da Pilotagem, ir preparando os casais para o Compromisso, a ser firmado no Encontro de Equipes Novas (EEN), no fim da Pilotagem, em um fim de semana de formação. Vale ressaltar que o “fim da Pilota-gem” acontecerá, quando os casais

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tiverem compreendido a razão de ser das Equipes de Nossa Senhora, mes-mo que prolongue o tempo previsto.

⇒ Tema de Estudo “Reunião de Equipe”

Dentre o conjunto de meios concretos capazes de fazer crescer e desenvolver a intuição inicial do Pe. Caffarel está a “troca de ideias”, ou melhor, o Tema de Estudo. Nor-malmente os assuntos são indicados pela Equipe Responsável Internacio-nal, como é o caso do Tema de Es-tudo 2013, ou pelas Super-Regiões, como o foi nos dois últimos anos. Isto “não em nome de um autorita-rismo arbitrário, mas com o fim de auxiliar os casais a adquirir uma vi-são tão completa quanto possível do pensamento cristão e a iniciar-se em uma autêntica espiritualidade conju-gal e familiar” (Guia das ENS, 56).

Para que a inclusão do Tema de Estudo “Reunião de Equipe”?

Reza o Estatuto que os três pri-meiros anos são consagrados aos temas fundamentais, referentes ao amor, ao casamento, à espirituali-dade conjugal. Atualmente, na SRB, os casais equipistas iniciam com o Tema da Pilotagem “Vem e Segue--me”. E, no segundo ano, estudam o Tema “Amor, Felicidade, Santida-de”. A partir do terceiro ano, essas equipes passam a trabalhar com o Tema do ano, juntamente com os outros equipistas.

Observemos que há uma lacu-na. Esta pode ser preenchida com mais um Tema: “Reunião de Equi-pe”. Essa obra foi produzida pela Equipe Satélite Pedagogia (ESP). É um excelente trabalho que será de

grande utilidade na formação dos casais que ingressam no Movimen-to, visto que, praticando e vivendo mês a mês saberão o que significa a Reunião de Equipe e seu valor dentro do “conjunto de meios con-cretos, para encarnar no cotidiano da vida”.

Importa que os equipistas te-nham a convicção de que é na “reunião de equipe” mensal que o Movimento acontece, em sua forma mais genuína e simples, sem, contu-do, deixar de reconhecer sua subs-tância sobrenatural e seu mistério: o pequeno grupo cristão é verdadei-ramente uma célula da Igreja (Pe. Caffarel).

Diante disso, a partir de 2013, os temas fundamentais dos três pri-meiros anos, obedecendo à seguinte ordem, serão: “Vem e Segue-me”, “Reunião de Equipe” e “Amor, Fe-licidade, Santidade”.

⇒ Os casais jovens nas ENS

A Equipe Satélite (ES) Casais Jovens elaborou um documento de reflexão sobre a experiência religiosa dos casais jovens das ENS e a neces-sidade da sua formação catequética. Para tanto, trabalhou o tema a partir de dados fornecidos por jovens ca-sais equipistas do Movimento em cinco idiomas (Francês, Inglês, Ita-liano, Português e Espanhol).

De todos os aspectos que mais preocupam e constrangem os casais no seu dia a dia, de forma unânime a todas as SR e RR, é a falta de tem-po para o casal e a falta de tempo para a oração!

“Esta falta de tempo está, na maioria dos casos, relacionada com

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os compromissos e horários labo-rais, nomeadamente: distância ao local de trabalho; acumulação de empregos; situação de trabalha-dores-estudantes; desencontro dos cônjuges por desencontro dos horá-rios de trabalho etc.”

A vida e educação dos filhos são o outro grande consumidor do tem-po dos cônjuges. Dedicam grande parte do tempo “livre” a tratar dos filhos (transportes, atividades, higie-ne e alimentação), que por seu turno têm cada vez mais atividades dentro e fora da escola. A preocupação com a educação, formação e segurança dos filhos condiciona de uma forma geral toda a dinâmica do quotidiano das famílias. A educação dos filhos, além de ser considerada como um dos principais fatores de falta de tem-po para o casal e para a oração, é, por si só, um dos principais motivos de preocupação e constrangimento do quotidiano dos casais jovens.

Diante dessa realidade, o Movi-mento, ajustando a sua metodolo-gia, sem perder seu carisma e mís-tica, deve se preparar “para acolher e dar uma resposta concreta aos casais jovens que os faça descobrir e viver a espiritualidade conjugal no seio do mundo em que vivem”.

ConclusãoSe observarmos as orientações

que desenvolvemos, elas conver-gem para um único caminho: o da espiritualidade conjugal. Com esse objetivo, esclarecemos que elas não são para ser vividas apenas em 2013, mas durante a vida de equipe.

As Orientações referentes à Vida

do Casal devem fazer parte do co-tidiano de todo cristão e, principal-mente, do equipista. As referentes à Vida do Movimento (Formação do CP e Os casais jovens nas ENS) requerem, em 2013, uma ação dos CRS em virtude de uma necessida-de circunstancial. Quanto ao Tema de Estudo “Reunião de Equipe”, tendo em vista melhor preparar os casais equipistas na compreensão das Orientações de Vida, PCEs e Vida de Equipe, passa a integrar a Estrutura dos temas iniciais e a “for-mação de quadros”.

A orientação geral da ERI é “OUSAR O EVANGELHO” para os próximos anos. Em 2013, esse “ousar o Evangelho” será o desa-fio que fará parte de nosso cami-nho da vida espiritual em casal. E que só venceremos se, radiantes e cheios de um amor alegre, formos juntos, o casal, beber da fonte de água viva: o Cristo.

No seu primeiro Editorial, data-do de dezembro de 1945, Pe. Caffa-rel assim expressou seu pensamento quanto ao êxito do Carisma Funda-dor, marcando, claramente, a orien-tação essencial do Movimento:

“Que Deus seja em vossas casas o primeiro a ser buscado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servi-do”.

E a condição? Ele a afirma: “´Amai-vos`: quando a caridade cresce em seu lar, cresce também na Igreja, da qual é célula viva”.

À Virgem Maria, Mãe de Deus, proclamada “feliz porque acreditou” (cf. Lc 1,45), confiamos este tempo de graça.

Cida e Raimundo CR Super-Região Brasil

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Após alguns meses de prepara-ção, o momento do I Encontro de Equipes Novas da Província Sul I, chegou. O friozinho no estômago, a ansiedade e a espera dos novos casais era uma realidade para toda equipe de formadores, mas sabíamos e estávamos confiantes que Deus não nos dá fardo que não pode-mos carregar. Hermelinda e Arturo, CRP, depositaram em nós, Sônia e Antonio Carlos de Guaratinguetá, Carmo e Renato da Capital, Dô e Chico de Vinhedo e Nena e Ronal-do de São José dos Campos, toda confiança e tranquilidade de que precisávamos. O SCE do EEN, Dom João, com seu carinho, foi o bálsamo para nossas dúvidas.

Os casais foram chegando e logo percebemos que todos estavam ali em busca da formação e comple-mentação do que viram na Pilota-gem. Todo o Encontro transcorreu em um clima de fraternidade, alegria e abertura, dado as perguntas feitas pelos participantes durante os plená-rios.

Ficamos muito contentes com alguns testemunhos enviados para nós, de maneira carinho-

sa e espontânea, por alguns casais participantes, que gostaríamos de compartilhar com todos os equi-pistas do Brasil: “ter Dom João como um dos palestrantes foi uma bênção; O Encontro foi perfeito; Pedimos a Deus que nos dê a graça de perma-necer no Movimento com a força, a dedicação, o amor que vocês têm; Quanto aprendemos! Viemos para casa renovados e mais apaixona-dos pelas ENS; O conhecimento, a experiência e a dedicação de vocês, são para nós, exemplos a serem se-guidos; O entusiasmo e o sentido de pertença ao Movimento, que senti-mos em todos os casais formadores, dando-nos ainda mais a certeza de ser este, um Movimento abençoado; Os PCEs ficaram bem mais claros na certeza de os vivenciarmos melhor”.

O entusiasmo e o sentido de pertença ao Movimento das Equi-pes de Nossa Senhora, que os casais demonstraram, foram para nós con-tagiantes e gratificantes e nos darão forças para continuar nossa missão.

Deus seja louvado!

Sônia e Antonio CarlosCasal Formador - Província Sul I

I ENCONTRO dE EquIPES NOVAS dA PROVÍNCIA SuL I

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AUXILIARMO-NOS uns aos outros em disc ernir os apelos e os desejos de Deus. AUXILIAR-MO-NOS uns aos outros em respon-der com lealdade, coragem e pres-teza a estes apelos e desejos, é a grande lei do nosso Movimento. Porque é a mais alta exigência da caridade fraterna. A nossa ambição é fazer de cada uma de nossas equipes uma vitória da caridade fraterna.

No início de cada ano, preci-samos colocar-nos em face desta grande ideia diretriz, nossa própria razão de ser.

Por isso mesmo eu vos peço:

1º Dedicar um momento da oração, no decurso da vossa próxi-ma reunião, em meditar esta grande lei das Equipes de Nossa Senhora;

2º Procurar juntos, numa troca de ideias sincera, de que modo pro-gredir neste auxílio mútuo es-piritual.

Procuremos ver se a “partilha” sobre as obrigações2 dos Estatutos3 não precisa ser levada mais a fun-do... Se a “abertura” de cada um de nós, ao confiar as próprias di-ficuldades e esforços, não deve orientar-se para uma simplicidade e uma franqueza maiores... Se

o estudo do tema não deve ser mais “sério” – quero dizer, procurar com mais realismo aquilo que as verdades descobertas irão transfor-mar nos nossos pensamentos e nas nossas vidas... Não seria o caso de verificar ainda, se não poderia ser melhorada a nossa maneira de acolher - ou de solicitar - os con-selhos dos nossos companheiros de equipe? Ou então, de ter a co-ragem de fazer aos outros as ob-servações que lhes podem ser de utilidade?

O que é verdade em relação à equipe de casais, é ainda mais verdade em relação à equipe con-jugal: Auxiliar-se um ao outro em discernir os apelos e os desejos de Deus; auxiliar-se em responder com lealdade, coragem e preste-za a estes apelos e a estes desejos: é a mais alta exigência do amor conjugal.

Por ocasião da realização de vosso próximo “dever de sentar-se”, perguntai a vós mesmos, em pre-sença do Cristo, de vosso casa-mento – e perguntai também a Ele – em que ponto vos en-contrais a este respeito, e de que modo podereis daqui por diante praticar melhor esta lei funda-mental do amor cristão.

Henri Caffarel

A gRANDE EXIgÊNCIA 1

1 Editorial do Pe. Henri Caffarel publicado na Carta Mensal nº 1, de fevereiro de 1953.2 Atualmente denominados Pontos Concretos de Esforço3 Atualmente no Guia das Equipes de Nossa Senhora

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Em abril passado eu e minha es-posa fomos fazer uma viagem para fugirmos um pouco da rotina e da correria diária. Deixamos nossa fi-lha pequena com os meus sogros e seguimos para Cancun, para uma semana em busca de muito sol, di-versão e descanso, mas uma surpre-sa especial estava reservada.

Era domingo, véspera de re-tornarmos para casa, a saudade da Maria Luiza, nossa pequena, já apertava nossos corações. Nos-so hotel tinha como característica proporcionar o relaxamento dos seus hóspedes, o ambiente era bem Zen, com aromaterapia e outros elementos do esoterismo. Porém, durante a semana, ficamos saben-do que aos domingos, no centro de convenções do hotel, eram cele-bradas missas a partir das 13h.

Recebi essa informação do meu cunhado e fiquei meio cético no iní-cio pela característica do hotel e da própria cidade, mas, questionando um dos funcionários recebi a con-firmação de que se tratava de uma missa católica. Nós nos programa-mos em sair da piscina mais cedo para participarmos da Celebração. Quando cheguei lá senti uma coisa diferente, uma paz, uma ardência no coração que só poderia vir de Nosso Senhor.

Como o Senhor se revela na simplicidade, um altar acanhado com um crucifixo de metal singelo, mas que transfigurava o Cristo Cru-cificado, como vi em poucos. Ha-via lugares para umas 300 pessoas

sentadas, mas presentes ali estavam pouco mais de 15. Aqueles lugares vazios pareciam não cansar de per-guntar: “Não eram 10 os curados”?

As músicas eram puxadas por duas mulheres no canto direito dos bancos da frente, sem microfones ou instrumentos, somente as duas, com grande desprendimento. As melodias eram cantadas por elas carregadas de amor, com suas vozes suaves que me emocionaram bastante a cada canto.

Na hora do Evangelho outro momento especial, Lucas capítulo 24, versículos de 35-48, falava dos discípulos de Emaús que corriam para avisar os outros sobre a expe-riência que haviam tido com Cristo, quando Ele mesmo havia caminha-do ao lado deles, fazendo crerem na ressurreição. Como não crer? Eu me dei conta de que aquele mo-mento de Cristo com os discípu-los que precedia o Pentecostes, foi que me proporcionou estar ali, em outro país, confirmando a mesma fé no ressuscitado.

Saí dali renovado, feliz, emocio-nado, com uma celebração tão sim-ples diante de tantas que já vi, mas, sem dúvida, a que mais me mostrou que nossa fé é realmente universal, não tem fronteiras, para o mesmo Cristo, que num mesmo partir do pão reconhecemos “Aquele Que Quita El pecado del mundo”.

Rafaella e Nilo Eq.09E - N. S. Mãe da Divina Graça

Florianópolis-SC

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o O MESMO CORDEIRO EM tODO O MUNDO

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Em 2004, fomos chamados pela primeira vez para servir ao Movi-mento e, desde então, não paramos mais. Fomos chamados para Casal Piloto e não nos negamos. Mas só quem já prestou esse serviço ao Movimento, sabe o quanto é grati-ficante a missão de caminhar com casais desejosos em conhecer um novo caminho em busca do cresci-mento da espiritualidade conjugal.

Durante o cumprimento des-sa missão, participamos da Hora Santa para discernimento de esco-lha do novo Casal Responsável de Setor. Lá, rezamos muito, conver-samos bastante com Jesus e, após o Dever de Sentar-se, fizemos a nossa lista tríplice de possíveis ca-sais que poderiam, perfeitamente, ser chamados para essa missão. É claro, que elencamos uma enorme lista de razões pelas quais jamais poderíamos ser chamados.

Saímos de lá aliviados, pois afinal estava tudo bem explicadi-nho para Jesus. Mas para a nossa surpresa, quando preparávamos a reunião de pilotagem, recebemos um telefonema que nos deixou atordoados: era do Casal Regional dizendo que gostaria de nos fazer uma visita. Esse telefonema nos tirou o sono e a tranquilidade. Co-meçamos a questionar Jesus. Se-nhor, nós Te explicamos naquela noite todas as nossas razões pelas quais não poderíamos aceitar esse convite.

Nossa resposta, sem sombra de dúvidas, seria NÃO.

Mas sentimos nossa incoerên-cia: pois queremos que outro casal assuma uma missão que julgamos muito pesada para nós, mas a jul-gamos leve para o outro!

Tivemos coragem de votar em casais que tinham crianças peque-nas, enquanto que nós, com os filhos já adultos, não tivemos a co-ragem de nos colocar à disposição do Movimento. Refletimos, ainda, sobre as maravilhas que Deus tem feito em nossas vidas.

Após nosso não, o CRR nos ouviu muito calmamente e nos deixou bastante à vontade para decidirmos. Mas nos fez um ques-tionamento: onde está o casal per-feito para assumir uma missão? A docilidade do então Casal Regio-nal nos desmontou e nos enco-rajou a dizer “sim” ao chamado de Jesus para a missão.

Toda inquietação se acabou no II Encontro Nacional, onde ou-vimos a homilia do Frei Avelino – “CASAIS, IDE E EVANGELIZAI!”. Guardamos esse trecho: “Eu, casal, sou o importante para Ele e não a mi-nha ação, pois esta é d’Ele, mais do que minha”. De fato, a missão é de Deus. Somos apenas instru-mentos em suas mãos.

Deus tem nos concedido todos os meios para facilitar o cumprimen-to da missão que nos foi confiada, a começar, colocando pessoas ma-ravilhosas para nos ajudar.

Outro grande ensinamento que aprendemos com o Frei Avelino foi: “Por que Jesus chama? Será

POR QUE jESUS CHAMA?

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para dar uma tarefa que deve ser cumprida com urgência? Certa-mente não é esta a finalidade pri-meira do chamado. Deus chama primeiro para que fiquemos com Ele, para que nos tornemos seus amigos, para fazer-nos sentir que somos amados”. Esse ensinamen-to se confirmou quando passamos por uma grande tribulação e Jesus não nos abandonou.

A nossa primeira netinha, a Olí-via, que é portadora de síndrome de down, com apenas 03 meses de idade, teve que se submeter a uma delicadíssima cirurgia do coração e outra do intestino. A Olívia per-maneceu por mais de dois meses internada numa Unidade de Tera-

pia Intensiva e durante todo esse momento de tribulação, senti-mo-nos muito amados por Deus e por nossa comunidade equipis-ta, que esteve em constante ora-ção pela recuperação da Olívia e nos cercou de carinho e atenção.

Querido casal equipista, “Deus, certamente quis e quer precisar da colaboração humana, da ação dos casais. Mas, mais do que da tua ação, Ele quer o teu coração”.

Ao ser chamado para uma mis-são, não tenha medo. Diga sim a Deus!.

Tiana e Luiz Eq. 36B - N. S. Rosa Mística

Brasília-DF

SER EQUIPIStA NO INÍCIO DO MAtRIMÔNIO

Faz quatro anos que estamos nas Equipes de Nossa Senhora e queremos contar, agora, as graças de mergulhar neste Movimento, ao mesmo tempo em que aprendía-mos a ser casal.

Fomos convidados, com apenas seis meses de casados, a entrar em uma equipe já formada há anos. Não tivemos dúvidas. Conhecía-mos um pouco do Movimento e desejávamos participar mais da vida da Igreja. Queríamos voltar a servir a Deus, pois estávamos em uma ci-dade nova e afastados daquilo que vivemos quando éramos solteiros, envolvidos em grupos de jovens e universitários.

Tanta organização e tantas “regras”! Como recém-casados e

detentores do status de “pessoas modernas e sem tempo”, nem de longe nossa vida era tão orga-nizada. Como católicos envolvidos em outros movimentos, as regras não eram novidades - ler e me-ditar a Bíblia, por exemplo - mas viver tudo isso em casal seria uma inovação.

Os outros casais, mais expe-rientes em vida e convivência, com certeza riram de muitas de nossas opiniões jovens, cheias de autorida-de e vazias de experimentação. Tí-nhamos, sim, muito conhecimento sobre ser Igreja, mas pouca vivência disso em casal. Ainda éramos inde-pendentes demais como pessoas para perceber que o matrimônio deve ser caminho para o céu.

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AMOR E ROtINA

Hoje, cremos que isso já mudou um pouco. Mas o que mais nos atin-giu no Movimento das Equipes de Nossa Senhora não foi saber que os PCEs nos levam mais próximos a Deus, ou aprender que doar-se ao cônjuge e à família são caminhos de Santidade. O que mais nos toca é a capacidade de uma equipe se trans-formar em família.

Envolver-se com o outro e sig-nificar algo, é difícil quando não existem laços sanguíneos. Perce-bemos que uma boa equipe con-segue fazer isso e mais, como ter carinho e se sentir responsável

mesmo quando não concorda-mos com o pensamento e algu-mas atitudes uns dos outros.

Sabe, ainda estamos longe de conseguirmos demonstrar nosso carinho por nossa equipe. A do-ação de nossa parte ainda é ín-fima perto do que eles nos dão. Mas estamos crescendo como indivíduos, como casal, como Igreja. E agradecemos a Deus por nos mostrar um caminho tão belo.

Joseane e FabianoEq.04- N. S. Aparecida

Santa Rita do Sapucaí-MG

Como todos vocês sabem, um dos grandes desafios do amor, qualquer que seja ele, é cui-dar para que não caia na rotina. Infelizmente, entre muitos casais não é raro que isso aconteça, e com uma velocidade bastante rápida. Depois de alguns meses, aquele sabor de novidade vai passando, o entusiasmo vai diminuindo, e o que fica é o peso da vida: o trabalho, as responsabilidades, as diferenças de temperamen-to, os assuntos recorrentes etc. O que muitas pessoas esquecem é que o amor não pode parar! Nesse sentido, é muito importan-te termos presente esta verdade fundamental para o amor: “o fogo do amor mantém-se vivo quan-do se queimam coisas novas”. Essa imagem do amor comparado ao fogo me parece muito feliz. De fato, o amor é um fogo que pode

se alastrar cada vez mais, sem li-mites. No entanto, assim como o fogo, ele precisa ser alimentado. Da mesma maneira que preci-samos alimentar continuamente o fogo, com carvão ou ar, para que ele não se apague, o amor precisa ser alimentado sempre. E como se alimenta o amor? Eu diria que de duas formas:

a) continuando a praticar os gestos de amor que existiam quando namorados: Muitos casais se esquecem de que aquilo que faziam quando eram namorados não pode parar quando se casam. O que faziam?

- vestiam-se com a melhor roupa para o outro;

- elogiavam continuamente o

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outro: “você é a criatura mais bonita que eu já vi”, “você é demais”, “tudo o que você faz é maravilhoso” etc;

- iam sempre a um restauran-te, a um cinema;

- davam-se presentes frequen-temente;

- comemoravam festas impor-tantes: dia do início do na-moro, dia do noivado, etc;

- estavam sempre se abraçan-do e se acariciando;

- ligavam um para o outro vá-rias vezes por dia etc, etc. Será que essas coisas con-tinuam acontecendo? Será que fui deixando de lado esses gestos porque me acomodei, porque a vida foi se tornando difícil, por-que fui me decepcionan-do com o outro cônjuge? Nada disso deve ser obstácu-lo para o amor. O amor não pode parar! Se para, o fogo se apaga.

b) tendo novos gestos e inicia-tivas de amor: A rotina não é própria do amor. Quem ama quer surpreender sem-pre a pessoa amada. Não é verdade? Nesse sentido, que iniciativas tenho tido? Que novidades? Que surpresas? Por exemplo:

- vou hoje levar um buquê de rosas para a minha esposa;

- vou hoje levar uma Nhá

Benta especial para o meu marido;

- vou quebrar o esquema: é terça-feira e vou levar minha esposa ao cinema;

- vou alugar um filme que meu marido adora e vou deixar tudo pronto para quando ele chegar em casa;

- faz anos que não escrevo uma carta: vou escrever uma para a minha esposa e dizer que está num lugar escondi-do;

- meu marido adora aquele jogador de futebol: vou com-prar um DVD com os seus melhores gols, etc, etc.

Será que estou pensando conti-nuamente em ter essas novida-des? Quando foi a última vez que tive uma iniciativa como essa? Como está o “fogo do meu amor”? Seja ele o amor a Deus, o amor ao próximo, o amor ao outro cônju-ge. Tenho alimentado esse amor? Façamos o propósito de não es-quecer esta frase valiosíssima para a nossa vida: “o fogo do amor mantém-se vivo quan-do se queimam coisas novas”! Coloquemos em prática essa ver-dade e nosso amor nunca deixa-rá de ser uma brasa e uma brasa que cresce a cada dia.

Pe. Paulo M. Ramalho

Contribuição de Nyza e JoséEq.04D - N. S. do Carmo

São Paulo-SP

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Ficamos a imaginar o florilé-gio que as ENS poderiam formar, se cada equipista do mundo in-teiro desse a conhecer a sua im-pressão pessoal e extravasasse o seu reconhecimento em referência ao nosso amado Servo de Deus, o nunca bastante louvado Padre Henri Caffarel.

Aqui trazemos, por um impe-rativo de justiça e afeição, o nosso particular depoimento a respeito do nosso Fundador, desvelando-lhe um aspecto mais intimista, ainda que nele, com seu grande coração, refulgisse sempre algo universal, proveitoso para todos.

Referimo-nos a uma carta que dele recebemos nos idos de 1983, em resposta a uma mensagem que lhe havíamos enviado, quando lhe dávamos notícia dos laços de gratidão que a ele nos uniam bem antes de ingressarmos nas ENS, o que ocorreu em1980.

Relatávamos-lhe, então, que já em 1968 nós dele nos valíamos, com seu prestimoso “O amor e a graça”, para a palestra sobre “O sentido do amor”, que abria o inci-piente “Curso de Noivos” promo-vido pela Arquidiocese de Brasília.

Comunicávamos-lhe, também, o gosto e o proveito de termos participado, na condição de “casal convidado”, do Primeiro Retiro das ENS realizado em nossa Cidade, no ano de 1974.

Enfatizávamos-lhe ainda a forte emoção que representou o nosso ingresso nas ENS, quando des-de logo assumimos (em 1983) a

responsabilidade de organizar o recém-criado Setor “D”.

Cientes, à época, de que o Pe. Caffarel já se afastara do Movi-mento, não perdemos a oportuni-dade para observar-lhe o quanto a sua oração era, ela própria, um prestimoso serviço à causa equi-pista, com alcance já então bem ampliado. Externávamos-lhe, por outro lado, o nosso apreço por sua excepcional vocação de escritor, razão bastante para encarecer-lhe que continuasse infatigavelmente neste relevante ofício.

Em sua car ta-resposta, Pe. Caffarel evidenciava toda a sua humildade ao afirmar que “l’encouragement est nécessai-re, surtout pour ceux qui, comme moi, peinent beaucoup pour écri-re” (o encorajamento é necessário, sobretudo para aqueles que, como eu, penamos para escrever).

A razão maior deste depoimen-to concentra-se, todavia, no fecho de ouro daquela carta, em que Caffarel expressa, de modo ine-fável, um voto que, endereçado a nós, tem alcance que extrapola os limites da privacidade, alcançan-do todos os casais equipistas.

Eis o que o nosso benemérito Fundador espera de cada família equipista:

“Que seu lar seja uma ‘peque-na Igreja’, onde o Cristo, no meio de vocês e por vocês, não cesse de adorar o Pai de imensa majestade e infinita ternura, e de interceder por nosso mundo enlouquecido”.

Pelos benefícios incontáveis que

Pe. C

affa

relCAFFAREl INtIMIStA, UM DEPOIMENtO

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nós, equipistas, haurimos da obra que nos legou Pe. Caffarel, “Profe-ta para o nosso tempo” e inspirado motivador do Sacramento do Ma-trimônio, não podemos deixar de revelar-lhe nossa gratidão, por pa-lavras e atitudes, inclusive tornan-do-nos membros da “Associação dos Amigos do Padre Caffarel”, em adesão à causa de sua Cano-nização.

Por oportuno, fazemos eco à conclamação feita por Cida e Rai-mundo–CRSR, na “Carta Mensal”

nº465. Justa é a aspiração de ver proclamados, pela Autoridade maior da Igreja, os méritos invul-gares daquele a quem todos so-mos devedores em nossa vocação equipista. Do Céu, o nosso Padre Caffarel decerto saberá retribuir toda manifestação de carinho, gra-tidão e justiça, da parte daqueles que somos seus beneficiários.

Marly e FranciscoEq.23D - N. S. do Bom Conselho

Brasília-DF BODAS DE DIAMANtE

ASSOCIAçÃO DOS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL

INSCRIçÃO OU RENOVAçÃO

1. Pagar no Banco do Brasil a Contribuição Anual Conforme valores a seguir:• Membro associado ...........R$ 33,00• Casal associado .............. R$ 50,00• Membro benfeitor ........... R$ 83,00 (ou mais)

Banco do Brasil 001 - Agência no 1636-5 Conta corrente 44747-1 - Equipes de Nossa Senhora

2. Escrever, em letra de forma, no verso do recibo do banco o nome com-pleto de cada um dos cônjuges (no caso de casal) ou da pessoa que está asso-ciado, ou preencher a ficha abaixo.

Obs. No caso de tratar-se de uma Equipe, além de ser o nome da Equipe deve ser acrescentado o nome do Setor, da Região e da Província.

3. Enviar o recibo do depósito bancário e ficha de inscrição para o Secretariado Nacional: Rua Luís Coelho, 308, 5o andar cj. 53 – 01309-902 – São Paulo

FIChA DE INSCRIçÃO

Novos Associados

Sobrenome _____________________________________________________________

Nome ______________________________ CPF ______________________________

Código Postal _______________ Cidade ___________________________________

E-Mail _________________________________________________________________

Data: _______/_______/________ Assinatura____________________________

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Janette e Wanderlei

Comemoraram, no dia 30.05.2012, 60 anos de casados com uma Mis-

sa celebrada pelo SCE da equipe Pe. Cristiano, na Paróquia Santa Teresa de Jesus. Estiveram presen-tes seus 09 filhos, 19 netos, 03 bis-netos, além de muitos amigos e os casais da Eq.05C - N. S. Aparecida em Porto Alegre-RS a qual perten-cem. Louvamos e agradecemos a Deus e a Mãe Maria Santíssima pela vida deste casal.

BODAS DE OURO

Aparecida e Manoel Integrantes da Eq.01A - N. S. Apa-recida em Mogi das Cruzes-SP, co-memoraram suas memoráveis Bo-

à família e Equipe. O Senhor ope-ra maravilhas na vida desse casal!

Neusa e Orlando Integrantes da Eq.12B - N. S. de Guadalupe em Bauru-SP, cele-braram no dia 08.07.2012, seus

50 anos de união conjugal junto com seus 04 filhos, 06 netos, pa-rentes e equipe. O ponto alto da comemoração foi a missa cele-brada na Paróquia Universitária do Sagrado Coração de Jesus pelo Pe. Enedir. Foi um momen-to muito importante para o Ca-sal, que agradeceu tantas graças recebidas, principalmente nas funções que exerceram dentro da Igreja e do Movimento.

jUBIlEU DE PRAtA DE EQUIPE

das de Ouro Matrimoniais no dia 07.07.2012. São 50 anos de união e testemunho de casal cristão junto

No

tíci

as

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Eq.05A - N. S. da Paz -No dia 08.08.2012 comemorou seus 25 anos de fundação com

uma Celebração Eucarística em ação de graças na Capela de N. S. dos Aflitos, local do lançamento da equipe na missão evangelizadora das ENS. A celebração contou com a participação do atual SCE Pe. Samuel Briano e do Frei Paulo Amâncio, (ex-conselheiro da Eq.05). Após a celebração da Santa Missa, houve um jantar com todos os casais e SCE.

jUBIlEU DE OURO SACERDOtAl

Pe. Arlindo Armando de Gaspari

No dia 25.01.2012, a Eq.03 N. S do Rosário em Limeira-SP com muita alegria participou das solenidades comemorativas dos 50 anos de sacerdócio do seu

SCE, também pá-roco da Igreja de Santa Terezinha da nossa cidade. Sempre presente na vida de todos os paroquianos. Quantos batiza-dos! Quantos ca-

samentos! Quantas famílias re-ceberam orientações para viver uma vida cristã! Destacou-se como “pescador de homens”, na busca incessante por vocações sacerdotais e acompanhamento dos jovens do seminário, pratica-mente trilhando com eles o ca-minho até a ordenação. Sempre como um verdadeiro pai assis-tindo os seus filhos. Há 44 anos, ele é SCE da nossa Equipe, fa-zendo parte das nossas famílias, aceitando-nos com as nossas li-mitações e sempre nos fazendo crescer. Estamos cheios de orgu-lho e emoção.Parabéns, Padre Arlindo, e que Deus, que nos abençoou com a sua presença, lhe dê saúde e mantenha o seu entusiasmo por muitos anos!

ORDENAÇÃO SACERDOtAl

Pe. Eufrazio Morais Sacerdote no dia 14.04.2012 pela imposição das mãos do Arcebis-

po Dom Orani Tempesta na Ca-tedral Metropolitana do Rio de Janeiro. Frei Wagner Gleyson Theodo-

ro, ofm

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No dia 10.08.2012, na Paróquia Santuário N. S. de Lourdes, na cidade de

Garça-SP, pela imposição das mãos e Prece de Ordenação de Dom Frei Irineu Andreassa, ofm, Bispo Dioce-sano de Lages (SC). Frei Wagner é SCE das Equipes 03 - N. S. das Gra-ças e 14 - N. S. das Famílias.

VOLTA AO PAICAThERINE NADAS

Jornalista Responsável

pela Carta MensalDurante longos anos, Catherine (fi-lha do Casal Hélène e Peter Nadas, da Eq.04D - N. S. do Desterro em São Paulo-SP) foi a Jornalista Res-ponsável da nossa Carta Mensal. Cathy, como era mais conhecida por todos, faleceu no último dia 10.09.2012 e seu nome agora será substituído por outro. Mas como constou à p. 40 da Carta Mensal de setembro/2012, esse não foi o único serviço prestado por ela à Igreja e ao Movimento. Ela lançou, nos anos 90, as Equipes Jovens de Nossa Senhora no Brasil. Nessa ta-refa, ela percorreu incansavelmen-te o Brasil de norte a sul e de leste a oeste, viajando em ônibus, visi-tando todos os lugares onde existia algum movimento ligado às Equi-pes e voltado para jovens. Con-seguiu engajar o primeiro casal acompanhador, Therezinha e Ro-naldo Wimmer, que trabalharam com ela durante aqueles primeiros anos pioneiros, realizando inclusi-ve o primeiro Encontro Nacional das EJNS em Aparecida.

Para Cathy, o reconhecimento e os agradecimentos pela valio-sa colaboração para com o nosso

Movimento e as Equipes Jovens de Nossa Senhora, confiantes de que ela foi recebida pelo nosso Bom Deus na sua nova morada.

Mila (do Osmar) No dia 27.06.2012

Integrava a Eq.03D - N. S. das Graças Infinitas

São Paulo-SP

Adeilza (do Cícero)No dia 28.07.2012Integrava a Eq.01 - N. S. das Graças

Maceió-AL

Calil (da Zezé)No dia 12.08.2012

Integrava a Eq.01B - N. S. Aparecida Catanduva-SP

Maria José (do Laerte)No dia 09.09.2012Integrava a Eq.02 -

N. S. do Sagrado CoraçãoAmericana-SP

José Fabri (da Adalgisa)No dia 13.09.2012Integrava a Eq.01 - N. S. Auxiliadora

Valinhos-SP

Um padre muito experien-

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te foi nomeado pároco de uma Igreja no interior. Lá chegando, percebeu que o seu apostolado seria difícil, pois, de fato, aque-le povo não queria nada com a Igreja.

O padre convidava para a missa e não aparecia ninguém, convidava para um encontro e não vinha ninguém, nem para o terço o povo aparecia. Fez até convites para uma festa, mas não apareceu ninguém. O padre ia ficando cada vez mais desa-nimado.

Um dia resolveu visitar as ca-sas da cidade, para falar sobre as necessidades da comunidade e orientar sobre a importância do dízimo. Em todas as casas que entrava, ouvia a mesma coisa: “Que é isso, seu vigário? Esse negócio de dízimo já era. A igreja aqui já morreu há muito tempo”.

Foi aí que o padre teve uma ideia: já que a igreja morreu, va-mos enterrá-la. E anunciou pelos quatro cantos da cidade que no dia e hora tal, que haveria o en-terro da Igreja. O povo lotou a igreja para ver o enterro. O pa-dre havia preparado um enorme caixão de defunto. O povo can-tou e rezou mais do que nunca. Foi a missa mais bonita e anima-da que já se viu naquela cidade! No final da missa, antes de levar o caixão para o cemitério, o pa-

dre convidou todo o povo para dar um adeus ao defunto, aliás, a defunta igreja. Um a um e em fila, combinou, também, o se-guinte: quem beijar a defunta e achar que está morta e que deve mesmo ser enterrada, fique de pé; quem a beijar e mudar de ideia, achando que não deve-mos enterrá-la, fique sentado.

Aconteceu uma coisa engra-çada. Todos os que passavam pelo caixão, e olhavam lá den-tro, saiam assustados e corriam para sentar. Uns ficavam ver-melhos, outros sérios, mas to-dos queriam sentar bem depres-sa. Ninguém queria enterrar a igreja. Alguns sentaram até no chão, em qualquer canto, mas ninguém ficou de pé.

Havia um profundo silêncio.

O padre colocara um enor-me espelho dentro do caixão. O povo, ao olhar o caixão, via a própria imagem e percebia que o defunto era quem estivesse olhando.

Foi assim que aquela cidade compreendeu que a Igreja é o povo. Não participar da comu-nidade, não dar o dízimo seria enterrar a Igreja, seria enterrar cada um deles.

Pe. José de Anchieta Romão Bezerra(Colaboração da Eq. da CM)

O ENtERRO DA IgREjA

Ref

lexã

o

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CM 462 43CM 467 43

Entre os dias 7 a 9 de setembro aconteceu no Centro Marista São José das Paineiras, em Mendes, interior do Rio de Janeiro, o déci-mo terceiro Encontro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa Se-nhora (EJNS). Sob o tema “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), o Encontro reuniu mais de 300 equipistas de todo o Brasil, entre jovens, casais acompanhadores e conselheiros espirituais.

Missas, adorações ao Santíssi-mo Sacramento, palestras, reza de terços, interequipes e festas, contri-buíram com momentos únicos de partilha e vivência em comunida-de: as missas foram presididas pelo Conselheiro Espiritual do Secretaria-do Nacional, Padre Demétrio Go-mes – missas de sexta e domingo –, e pelo Padre Leandro Lenin, diretor-executivo da Jornada Mun-dial da Juventude e reitor do Se-minário Menor do Rio de Janeiro, no sábado. Nas adorações foram experimentadas as maravilhas que

Deus pode fazer em nossas vidas quando nos entregamos a Ele de coração aberto. As palestras, por sua vez, deram ao Encontro Nacional um toque de formação. Vida de Oração, Sexualidade, Jor-nada Mundial da Juventude (JMJ), além do tema central do encontro, foram alguns dos assuntos aborda-dos pelos palestrantes Denis Du-arte, Adriano Gonçalves – ambos da Comunidade Católica Canção Nova – e pelos Padres Demétrio e Leandro. As interequipes foram pensadas para que os participan-tes pudessem trocar experiências, bem como discutir sobre os tópicos abordados em cada uma das pales-tras. E como a JMJ está prestes a acontecer no Brasil, cada uma das interequipes foi “batizada” com os nomes e as histórias dos patronos e intercessores da Jornada.

Os participantes puderam tam-bém conhecer um pouco mais so-bre as vocações cristãs no Fórum de Vocações: em meio aqueles

EJN

S

ENCONtRO NACIONAl DAS EjNS

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44 CM 467

que partilharam suas experiências estavam o ca-sal Graça e Deo (Setor Brasília); o Padre Demétrio Gomes; o semi-narista Robson (conselheiro es-

piritual no Setor Rio de Janeiro); a irmã Franceli (Conselheira Espi-ritual no Setor Barreiros); e a equi-pista Sílvia (Setor Rio de Janeiro), que falou sobre suas expectativas em se tornar leiga consagrada.

Além disso, duas festas ani-maram as noites dos que esti-veram presente no Centro Ma-rista: na sexta-feira, um Luau onde os jovens puderam con-versar e se conhecer um pouco mais. Já no sábado, a festa EN Samba Social Clube foi invadida por “malandros e damas” com di-ferentes sotaques que mostraram todo o seu suingue e alegria. Fo-ram momentos de muitas risadas, bate-papo descontraído e diversão.

Cabe destacar a participação dos casais acompanhadores, que foi algo realmente emocionante. Pela primeira vez um Encontro Nacional contou com a presen-ça recorde dessas figuras que são fundamentais na caminhada dos jovens nas EJNS; afinal, eles são o exemplo de família e matrimô-nio. Vieram para Mendes, de di-ferentes partes do país, 14 casais integrantes das Equipes de Nossa Senhora (ENS), Movimento que foi peça-chave para a participação de alguns jovens no evento, já que alguns deles só puderam estar pre-sentes no Encontro Nacional devi-

do ao apadrinhamento dos casais equipistas. Palavras não seriam ca-pazes de expressar a gratidão pela ajuda e pelo apoio recebidos por cada casal das ENS. Se as EJNS existem foi porque os jovens se ins-piraram em vocês. Vocês são parte de nós!

O Encontro Nacional das EJNS proporcionou aos equipistas três dias de muitas bênçãos. De Nor-te a Sul do Brasil, aqueles que lá estiveram afirmaram terem saído renovados e motivados a dividir todo o aprendizado e as experi-ências vividas com os demais jo-vens de seus setores. A semente foi plantada e, certamente, ela caiu em terreno fértil. Não há dúvidas de que muitos frutos brotarão Bra-sil afora a partir desse importante evento. Apesar de sabermos que não é fácil, temos a certeza de que se estamos juntos, Maria olha por nós. Que continuemos assim, uni-dos no amor, por Cristo através de Maria.

Se você ainda não conhece as EJNS, acesse o site

www.ejnsbrasil.com.br e procure pelos equipistas do movi-mento em seu Estado. Incentive seus filhos, sobrinhos, afilhados e todos os jovens que conhecerem a fazer par-te das EJNS. Seja um casal acom-panhador também. Lembre-se: sua experiência de vida pode ser a dife-rença na vida de um jovem.

Pense com carinho nesse con-vite e até o próximo Encontro Na-cional!

Nathalia Vianna e Diogo Diniz Coordenação de Comunicação

EJNS Brasil

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Cristo Rei! – expressão tão fácil de se pronunciar e propalar, e tão lógica para todos nós, cristãos! Afinal, Ele é “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1tm 6,15; Ap 17,14; 19,16). Porém, ao mesmo tempo, tão difícil de se encaixar nas nossas molduras culturais. Reza a sabedoria popular: “Quem foi rei nunca perde a majestade”. Mas Ele perdeu: seu retrato oficial nada tem de régio; é um condenado, contorcendo-se de dor numa cruz! O problema é que o seu reino não é deste mundo (jo 18,36); e nós só conhecemos reinos deste mundo.

talvez, neste ponto, possa trazer-nos alguma luz Napoleão Bonaparte, mesmo arrotando arrogância: “Alexandre, júlio César, Carlos Magno e eu construímos grandes impérios; mas todos na base da força. Somente um conseguiu construir um império imenso na base do amor: jesus Cristo"!

Escuta da Palavra em Ap 1, 4-16

Sugestões para a meditação:1. Quem é o joão que aparece nos vv. 4 e 9?2. Conte quantas vezes aparece o número 7 neste texto. Qual o seu sig-

nificado bíblico?3. Comente esta frase (na tradução da Bíblia de jerusalém): “Ele fez de nós

uma Realeza e Sacerdotes para Deus, seu Pai” (v.6).4. Por que esta expressão: “no dia do Senhor” (v.10)?

Frei Geraldo de Araújo Lima, O.Carm.

MEdITANdO EM EquIPE

Oração Litúrgica

“Digno és tu de receber o livro e de abrir seus selos, pois foste imolado e, por teu sangue, resgataste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.

Deles fizeste, para nosso Deus, uma Realeza e Sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.Em minha visão ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos que circundavam

o trono, os Seres vivos e os Anciãos - seu número era de milhões de milhões e milhares de milhares - proclamando em alta voz:

Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor!

E ouvi toda criatura no céu, na terra, sob a terra, no mar, e todos os seres que neles vivem proclamarem:

Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro pertencem o louvor, a honra, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos!

Os quatro Seres vivos diziam: “Amém!”, e os Anciãos se prostraram e adoraram” (Ap 5,9-14)!

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Movimento de Espiritualidade Conjugal

R. Luís Coelho, 308 • 5º andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SPFone: (0xx11) 3256.1212 • Fax: (0xx11) 3257.3599

[email protected][email protected] • www.ens.org.br

Equipes de Nossa Senhora

Passagem de Responsabilidade

Província Leste

Província Nordeste