ENSAIO DE ADERÊNCIA DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO

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    Monografia

    "ENSAIO DE ADERNCIA DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO "

    Autor: Heraldo Barbosa dos Santos

    Orientador: Prof. Antnio Neves Carvalho Jnior

    Dezembro/2008

    Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia

    Departamento de Engenharia de Materiais e Constru o Curso de Especializao em Construo Civil

  • 2

    Heraldo Barbosa dos Santos

    "ENSAIO DE ADERNCIA DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO "

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao e m Construo Civil

    Escola de Engenharia da UFMG

    nfase: Tecnologia e Produtividade das Construes

    Orientador: Prof. Antnio Neves Carvalho Jnior

    Belo Horizonte

    Escola de Engenharia da UFMG

    Dezembro/2008

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por tornar possvel a realizao de mais este objetivo.

    Agradeo aos meus pais pela minha vida e formao.

    Agradeo minha esposa e filhos pelo apoio e carin ho.

    Agradeo ao meu orientador Prof. Antnio Neves Carv alho Jnior.

    Muito obrigado.

  • 4

    SUM`RIO

    1. INTRODUO...................................... .............................................................. 8

    2. OBJETIVO........................................................................................................ 10

    3. REVISO BIBLIOGR`FICA.......................... .................................................. 11

    3.1 Argamassa de revestimento.................... .................................................... 11

    3.1.1 Estrutura dos revestimentos................ ................................................ 12

    3.1.1.1 Substrato................................ ....................................................... 12

    3.1.1.2 - Chapisco........................................................................................ 14

    3.1.1.3 Emboo................................... ...................................................... 15

    3.1.1.4 Reboco................................... ....................................................... 16

    3.2 - Propriedades das argamassas de revestimentos.........................................17

    3.2.1 - Propriedades no estado fresco..............................................................17

    3.2.1.1 Trabalhabilidade......................... ...................................................17

    3.2.1.2 Aderncia inicial.............................................................................17

    3.2.1.3 Reteno de gua......................... ................................................18

    3.2.1.4 Massa especfica e teor de ar incorporado ....................................18

    3.2.2 Propriedades no estado endurecido.......... ...........................................19

    3.2.2.1 Aderncia.......................................................................................19

    3.2.2.2 - Capacidade de absoro e deformaes..... ..................................20

    3.2.2.3 Retrao.................................. .......................................................21

    3.2.2.4 - Resistncia mecnica....................................................................21

    3.2.2.5 Durabilidade............................. ......................................................22

    3.3 - Materiais componentes das argamassas de revestimentos.........................23

    3.3.1 - Aglomerantes .......................................................................................23

    3.3.1.1 - Cimento..........................................................................................23

    3.3.1.2 - Cal .................................................................................................26

    3.3.2 Agregados (areia natural e artificial)..... ................................................28

    3.3.3 - Adies ................................... ..............................................................29

    3.3.4 - Aditivos..................................................................................................30

  • 5

    3.3.5 - `gua de amassamento........................ ..................................................31

    3.4 Tipos de preparo e fornecimento das argamassa s de revestimentos..........32

    3.4.1 Argamassa dosada na obra................... ...............................................32

    3.4.2 Argamassa industrializada fornecida em saco s....................................32

    3.4.3 Argamassa fornecida em silos............... ...............................................32

    3.4.4 Argamassa dosada na central................ ..............................................32

    3.4.5 Servios de revestimento............... ......................................................33

    3.5 Tipos de aderncia da argamassa ao substrato..........................................33

    3.5.1 Aderncia mecnica......................... ....................................................33

    3.5.2 Aderncia qumica................................................................................34

    3.6 Determinao da resistncia de aderncia tr ao....................................35

    3.6.1 Execuo do ensaio......................... .....................................................35

    3.6.1.1 Corpos-de-prova.......................... ..................................................35

    3.6.1.2 Definio da amostragem.................. ............................................35

    3.6.1.3 Quantidades de corpos-de-prova........... .......................................35

    3.6.1.4 Execuo dos cortes nos corpos-de-prova.. ..................................35

    3.6.2 Fixao das pastilhas...................... .....................................................36

    3.6.2.1 Preparo da superfcie.................... ................................................36

    3.6.2.2 Colagem das pastilhas.................... ...............................................36

    3.6.3 Ensaio..................................... ..............................................................36

    3.6.3.1 Taxa de carregamento..................... ..............................................36

    3.6.3.2 Acoplamento do equipamento de trao..... ..................................37

    3.6.3.3 Esforos de trao....................... ..................................................36

    3.6.3.4 Registro das cargas...................... .................................................36

    3.6.3.5 Falhas de colagem das pastilhas.......... ........................................38

    3.6.3.6 Formas de ruptura dos corpos-de-prova.... ...................................38

    3.6.3.7 Informaes sobre o revestimento ensaiado .................................39

    3.6.4 Apresentao dos resultados................ ................................................40

    3.6.4.1 Clculo da resistncia de aderncia trao................................40

    3.6.4.2 Resultados............................... ......................................................40

  • 6

    4 ENSAIO REALIZADO............................... ......................................................41

    4.1 Caractersticas do revestimento ensaiado..... ..........................................41

    4.2 Equipamentos e materiais de ensaio........... ............................................41

    4.2.1 Clula de carga............................ .....................................................41

    4.2.2 Demais equipamentos........................ ..............................................41

    4.3 - Resultados do ensaio...............................................................................43

    5. AN`LISE CRTICA................................. ............................ ..............................45

    6. CONCLUSES ..................................... ...........................................................47

    7. REFERNCIAS BIBLIOGR`FICAS...................... ........................................... 48

  • 7

    RESUMO

    Para garantir a proteo dos elementos de vedao d as edificaes contra aes

    de agentes agressivos, proporcionar estanqueidade gua, segurana ao fogo,

    resistir aos desgastes superficiais, apresentar textura uniforme e contribuir com o

    isolamento trmico e acstico, as argamassas de revestimentos devem ser

    elaboradas e produzidas para atender as exigncias das propriedades

    necessrias, tanto no estado fresco quanto no endurecido a fim de assegurar o

    bom desempenho, qualidade e durabilidade.

    Para a produo de argamassas de revestimentos, tor na-se necessria a seleo

    criteriosa dos materiais a serem empregados na sua composio, juntamente

    com a execuo dos controles tecnolgicos.

    Na sua aplicao devero ser observados os cuidados necessrios com os

    demais elementos que compem a estrutura do revesti mento.

    Para avaliao das caractersticas e desempenho das argamassas de

    revestimentos no estado fresco e endurecido, dever o ser realizados os ensaios

    especficos previstos em normas da ABNT (Associao Brasileira de Normas

    Tcnicas).

  • 8

    INTRODUO

    Argamassas so constitudas por materiais com propr iedades de aderncia e

    endurecimento obtidos atravs da mistura de aglomerantes, agregado mido e

    gua, podendo ser empregados aditivos.

    Uma argamassa de qualidade deve ser elaborada e produzida para obter o

    melhor desempenho e durabilidade. Deve-se ter como enfoque algumas

    propriedades, tais como: plasticidade, aderncia no estado fresco e endurecido,

    ausncia de fissuras, resistncia abraso e compresso, entre outras.

    A qualidade da argamassa depende tanto das caractersticas dos materiais, como

    do preparo e manuseio adequados (tempo de mistura, tempo de utilizao,

    aplicao e acabamento).

    Devem ser previstos nos projetos de fachadas os detalhes construtivos que

    contribuiro para um melhor desempenho do revestime nto de argamassa, tais

    como: juntas de trabalho, peitoris, pingadeiras, quinas, cantos e se necessrio o

    reforo do revestimento com telas metlicas.

    Para que ocorra a unio adequada da argamassa com o substrato, a mesma

    deve possuir boa adesividade, ou seja, capacidade de aderncia da argamassa

    ao substrato no estado fresco.

    O chapisco deve ser aplicado na superfcie do substrato para melhorar as

    condies de aderncia das argamassas.

    A aderncia ao substrato uma das principais propriedades exigidas a uma

    argamassa de revestimento no estado endurecido.

    Aderncia a resistncia de arrancamento da argamassa endurecida do

    substrato que influenciada pela condio superfic ial do mesmo, pela qualidade

  • 9

    e dosagem correta dos materiais, pela capacidade de reteno de gua, pela

    espessura do revestimento, entre outras.

    Os substratos devem ter superfcies slidas, limpas , dimensionalmente estveis e

    geometricamente planas. O emprego de aditivo desmoldante nas formas pode

    comprometer a aderncia da argamassa com o substrato, provocando

    descolamentos.

    Tendo em vista as caractersticas das nossas edificaes, a grande maioria dos

    substratos constituda por alvenarias e estrutura de concreto.

  • 10

    2 OBJETIVO

    Realizar reviso bibliogrfica sobre as argamassas de revestimento com

    abordagem da sua estrutura, condies adequadas dos substratos, tipos de

    revestimentos, propriedades no estado fresco e endurecido e materiais

    empregados na sua composio. Relacionar os tipos d e preparo e modalidade de

    fornecimento, bem como a descrio dos procedimento s normalizados para a

    execuo dos ensaios de aderncia trao. Aprese ntar o ensaio realizado pelo

    aluno em uma edificao residencial nesta capital, cujo revestimento serviu de

    base para aplicao de revestimento cermico e a re spectiva anlise dos

    resultados.

  • 11

    3. REVISO BIBLIOGR`FICA

    3.1 Argamassa de revestimento

    Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998), argamassa a mistura de aglomerantes,

    agregados e gua, possuindo capacidade de endurecimento e aderncia.

    A NBR 13281 (ABNT, 2001) prescreve que argamassa a mistura homognea

    de agregado(s) inorgnico(s) e gua, contendo ou no aditivos e adies, com

    propriedades de aderncia e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em

    instalaes prprias (argamassas industrializadas).

    Os revestimentos de argamassa tm como funo proteger os elementos de

    vedao das edificaes da ao direta dos agentes agressivos, auxiliar as

    vedaes no cumprimento das suas funes, regulariz ar a superfcie dos

    elementos de vedao, servir de base para aplicao de outros revestimentos ou

    constituir-se no acabamento final.

    Segundo Carasek (2007), as principais funes de um revestimento so:

    proteger a alvenaria e a estrutura contra a ao do intemperismo, no caso de

    revestimentos externos;

    integrar o sistema de vedao dos edifcios, contri buindo com diversas

    funes, tais como: isolamento trmico (~30%), isol amento acstica (~50%),

    estanqueidade gua (~70 a 100%), segurana ao fogo e resistncia ao

    desgaste e abalos superficiais;

    regularizar a superfcie dos elementos de vedao e servir como base para

    acabamentos decorativos, contribuindo para a esttica da edificao.

    A NBR 13749 (ABNT, 1996) prescreve que o revestimento de argamassa deve

    apresentar textura uniforme, sem imperfeies, tais como: cavidades, fissuras,

    manchas e eflorescncia, devendo ser prevista na especificao de projeto a

    aceitao ou rejeio, conforme nveis de tolernci as admitidas.

  • 12

    3.1.1 Estrutura dos revestimentos

    O revestimento de argamassa constitudo por diversas camadas com

    caractersticas e funes especficas, conforme exe mplificado na figura abaixo:

    Reboco

    Chapisco

    Figura 1 Estrutura dos revestimentos de uma super fcie pintada.

    3.1.1.1 Substrato

    a base para aplicao das camadas de revestimento , normalmente os mais

    empregados so as bases de alvenaria e estrutura de concreto. O substrato,

    principalmente aqueles que no so aplicados chapis cos, podem ter grande

    influncia na qualidade final do revestimento em funo da diversidade de

    caractersticas e textura: absorventes, impermeveis, lisos, rugosos, rgidos e

    deformveis.

    A NBR 7200 (ABNT, 1998) especifica que as bases de revestimentos devem

    atender s exigncias de planeza, prumo e nivelamento fixados nas normas de

    alvenaria e estrutura de concreto. Quando a base for composta por diferentes

    materiais e for submetida a esforos que gerem defo rmaes diferenciais

    considerveis, tais como, balanos, platibandas e ltimos pavimentos, deve-se

    utilizar tela metlica, plstica ou de outro material semelhante na juno destes

    materiais, criando uma zona capaz de suportar as movimentaes diferenciais a

    Pintura Substrato de Concreto ou

    Substrato de alvenaria

  • 13

    que estar sujeita. Alternativamente, pode ser especificada a execuo de uma

    junta que separe o revestimento aplicado sobre os dois materiais, permitindo que

    cada parte se movimente separadamente.

    Yazigi (2006) recomenda iniciar o preparo da base removendo sujeiras ou

    incrustaes como leo, desmoldante e eflorescncia empregando vassouras de

    piaaba, escova de ao ou equipamento de gua pressurizada. Devem ser

    removidos pregos, arames, pedaos de madeira e outr os materiais estranhos.

    preciso preencher os vazios provenientes de rasgos, quebra parcial de blocos,

    depresses localizadas e outros defeitos com argama ssas de mesmo trao da

    que ser utilizada no revestimento. Em caso de rasgos maiores para

    embutimento de instalaes necessrio colocar telas de ao zincada de fio 1,65

    mm e malha de 15 mm x 15 mm ou similar.

    Kazmierczak, Brezezinski e Collatto (2007) em seus estudos tecnolgicos sobre a

    influncia do substrato na resistncia de aderncia trao e na distribuio de

    poros de uma argamassa, demonstram na figura 2 os valores da resistncia de

    aderncia trao para cada tipo de substrato e pr eparo da base utilizada. Os

    resultados foram obtidos para as idades de 7 e 28 dias levando em conta que

    cada valor corresponde mdia entre o mnimo de cinco determinaes.

    0 ,2 5 0 ,2 5

    0 ,2 20 ,1 9

    0 ,1 30 ,1 3

    0 ,1 90 ,2 20 ,2 2

    0 ,1 1

    0 ,2 3

    0 ,1 6

    0 ,0 0

    0 ,0 5

    0 ,1 0

    0 ,1 5

    0 ,2 0

    0 ,2 5

    0 ,3 0

    b lo c oc e r m ic o

    c o mc h a p is c o

    b lo c oc e r m ic o

    s e mc h a p is c o

    t i jo lom a c i o c o m

    c h a p is c o

    t i jo lom a c i o s e m

    c h a p is c o

    b lo c o d ec o n c re to

    c o mc h a p is c o

    b lo c o d ec o n c re to

    s e mc h a p is c o

    (M P a )

    7 d ia s 2 8 d ia s

    Figura 2 Resistncia de aderncia trao

  • 14

    Analisando os resultados apresentados e de acordo com a norma NBR 13749

    (ABNT, 1996), que prescreve os limites de resistncia de aderncia trao (Ra)

    para emboo e camada nica, podemos comprovar que os revestimentos

    aplicados sobre os substratos de bloco cermico cha piscado, tijolo macio com e

    sem chapisco e bloco de concreto chapiscado atenderam as exigncias para

    aplicao de revestimento de parede interna e teto, para a opo de acabamento

    em pintura ou base para reboco em superfcies internas, pois apresentaram

    resistncias de aderncia trao acima dos 0,20 MPa exigidos pela norma.

    Para as demais opes de acabamentos no devem ser utilizados, pois esto

    abaixo dos 0,30 MPa exigidos.

    3.1.1.2 Chapisco

    Camada que serve de elemento de ligao entre o rev estimento e o substrato,

    sua funo cobrir e regularizar a superfcie da b ase e melhorar a aderncia do

    revestimento.

    Carasek (2007) define chapisco como a camada de preparo da base, aplicada de

    forma contnua ou descontnua, com a finalidade de uniformizar a superfcie

    quanto absoro e melhorar a aderncia do revesti mento.

    Segundo Yazigi (2006), o substrato precisa ser abundantemente molhado antes

    de receber o chapisco, para que no ocorra absoro da gua necessria cura

    da argamassa do chapisco. Entretanto, o autor observa que o excesso de gua

    (saturamento), pode ser prejudicial, uma vez que os poros saturados iro inibir o

    microagulhamento da pasta de aglomerante dentro dos mesmos (mecanismo que

    configura a aderncia sobre substratos porosos). Neste caso, o chapisco precisa

    ser feito com argamassa fluida de cimento e areia no trao 1:3 em volume, qual

    adicionado aditivo adesivo (aplicado sobre a alvenaria e estrutura). A

    argamassa tem de ser projetada energicamente, de baixo para cima, contra a

    alvenaria a ser revestida. Para bases de concreto a argamassa de chapisco deve

    ser preferencialmente industrializada, pois apresenta melhor aderncia do que a

  • 15

    preparada na obra. Neste caso a mesma aplicada com desempenadeira

    metlica dentada sobre a estrutura de concreto. O revestimento em chapisco se

    far tanto nas superfcies verticais ou horizontais de concreto como tambm nas

    superfcies verticais da alvenaria para posterior revestimento (emboo ou massa

    nica). A espessura mxima do chapisco dever ser de 5 mm. Em locais com

    baixa temperatura, deve-se ter o cuidado na umidificao do substrato para

    aplicao do chapisco, pois pode ocasionar excesso de umidade e inviabilizar a

    aderncia.

    Maciel, Barros e Sabbatini (1998) relacionam as seguintes caractersticas dos

    chapiscos:

    chapisco tradicional argamassa de cimento, areia e gua que

    adequadamente dosada resulta em uma pelcula rugosa, aderente e

    resistente;

    chapisco industrializado argamassa semelhante a rgamassa colante, sendo

    necessrio acrescentar gua no momento da mistura. A aplicao realizada

    com desempenadeira dentada somente sobre superfcie de concreto;

    chapisco rolado argamassa bastante plstica obtida atravs da mistura de

    cimento, areia, gua e adio de resina acrlica, A aplicao realizada com

    rolo para textura acrlica sobre superfcies de alvenaria e concreto.

    3.1.1.3 Emboo

    Carasek (2007) define emboo como a camada de reves timento executada para

    cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfcie que permita receber outra

    camada de reboco ou de revestimento decorativo.

    Segundo Yazigi (2006), o emboo somente poder ser aplicado aps a pega

    completa do chapisco. A NBR 7200 (ABNT, 1998) explicita que este chapisco

    dever apresentar idade mnima de trs dias antes da aplicao do emboo,

    sendo que para climas quentes e secos, com temperaturas acima de 30 C, este

    prazo pode ser reduzido para dois dias.

  • 16

    3.1.1.4 Reboco

    o revestimento aplicado sobre a camada de emboo ou diretamente sobre o

    substrato.

    Carasek (2007) define reboco como a camada de revestimento que utilizada

    para cobrimento do emboo, propiciando uma superfc ie que permita receber o

    revestimento decorativo ou que se constitui no acabamento final.

    A NBR 7200 (ABNT, 1998) prescreve que para cada aplicao de nova camada

    de argamassa exige, de acordo com a finalidade e com as condies do clima, a

    umidificao da camada anterior. A argamassa de rev estimento no deve ser

    aplicada em ambientes com temperatura inferior a 5 C. Em temperatura superior

    a 30 C, devem ser tomados cuidados especiais para a cura do revestimento,

    mantendo-o mido pelo menos nas 24 horas iniciais atravs da asperso

    constante de gua. Este procedimento deve ser adotado em situaes de baixa

    umidade relativa do ar, ventos fortes e insolao f orte e direta sobre os planos

    revestidos.

    A NBR 13749 (ABNT, 1996) estabelece as seguintes espessuras para

    revestimento interno e externo de paredes e tetos conforme a tabela 1:

    Tabela 1 Espessuras admissveis de revestimentos internos e externos

    Revestimento Espessura (mm)

    Parede interna 5 e 20

    Parede externa 20 e 30

    Teto interno e externo e 20

  • 17

    3.2 - Propriedades das argamassas de revestimentos

    3.2.1 Propriedades no estado fresco

    3.2.1.1 - Trabalhabilidade

    a combinao das caractersticas das argamassas r elacionadas com a coeso,

    consistncia, plasticidade, viscosidade, adesividade e massa especfica.

    Segundo Carasek (2007), trabalhabilidade a propriedade das argamassas no

    estado fresco que determina a facilidade com que elas podem ser misturadas,

    transportadas, aplicadas, consolidadas e acabadas em uma condio

    homognea. A trabalhabilidade uma propriedade complexa, resultante da

    conjuno de diversas outras propriedades, tais com o: consistncia, plasticidade,

    reteno de gua, coeso, exsudao, densidade de m assa e adeso inicial.

    3.2.1.2 Aderncia inicial

    a capacidade que a argamassa apresenta para ancor ar na superfcie da base

    atravs da penetrao da pasta nos poros, reentrnc ias e salincias seguidos do

    endurecimento gradativo da pasta.

    Segundo Carasek (2007), a adeso inicial, tambm denominada de

    pegajosidade a capacidade de unio inicial da a rgamassa no estado fresco a

    uma base. Ela est diretamente relacionada com as caractersticas reolgicas da

    pasta aglomerante, especificamente a sua tenso sup erficial. A reduo da

    tenso superficial da pasta favorece a molhagem d o substrato, reduzindo o

    ngulo de contato entre as superfcies e implementa o da adeso. Esse

    fenmeno propicia um maior contato fsico da pasta com os gros de agregado e

    tambm com sua base, melhorando, assim, a adeso.

  • 18

    3.2.1.3 Reteno de gua

    Segundo Maciel, Barros e Sabbatini (1998), reteno de gua a capacidade que

    a argamassa apresenta de reter a gua de amassamento contra a suco da

    base ou contra a evaporao. A reteno permite que as reaes de

    endurecimento da argamassa se tornem mais gradativa, promovendo a adequada

    hidratao do cimento e consequente ganho de resist ncia.

    A determinao da reteno de gua pode ser avaliad a pelo mtodo da norma

    NBR 13277 (ABNT, 2005) Argamassa para assentament o e revestimento de

    paredes e tetos Determinao da reteno de gua.

    3.2.1.4 Massa especfica e teor de ar incorporado

    Massa especfica a relao entre a massa da argam assa e o seu volume,

    podendo ser absoluta ou relativa. Na determinao d a massa especfica absoluta

    no so considerados os vazios existentes no volume da argamassa, em

    contrapartida, para determinao da massa relativa e/ou massa unitria,

    consideram-se os vazios conforme afirmam Maciel, Barros e Sabbatini (1998).

    De acordo com Carasek (2007), a massa especfica varia com o teor de ar

    (principalmente se for incorporado por meio de aditivos) e com a massa

    especfica dos materiais constituintes da argamassa, prioritariamente do

    agregado. Quanto mais leve for a argamassa, mais trabalhvel ser a longo

    prazo, reduzindo esforo em sua aplicao e resulta ndo em maior produtividade.

    A NBR 13278 (ABNT, 1995) prescreve que o clculo da densidade de massa (A),

    no estado fresco realizado atravs da seguinte equao:

    A = Mc Mv Vr

    Onde:

    Mc = massa do recipiente cilndrico, contendo argamassa de ensaio, em g;

    Mv = massa do recipiente cilndrico de PVC vazio, em gramas;

    Vr = volume do recipiente cilndrico de PVC, em cm3.

  • 19

    Teor de ar incorporado a quantidade de ar existente em um determinado

    volume de argamassa. A massa especfica e o teor de ar incorporado influenciam

    na trabalhabilidade das argamassas.

    A NBR 13278 (ABNT, 1995) define a seguinte equao para o clculo do teor de

    ar incorporado na argamassa (Al):

    Al = 100 x {1 A/B}

    Onde:

    A = valor da densidade da massa

    B = densidade de massa terica da argamassa, sem va zios.

    3.2.2 Propriedades no estado endurecido

    3.2.2.1 - Aderncia

    a propriedade de adeso das argamassas influencia da pela condio

    superficial do substrato, pelos materiais componentes da argamassa, pela

    capacidade de reteno de gua e pela espessura do revestimento.

    Maciel, Barros e Sabbatini (1998) afirmam que a aderncia uma propriedade

    que o revestimento tem em manter-se fixo ao substrato, atravs da resistncia s

    tenses normais e tangenciais que surgem na interfa ce base-revestimento.

    resultante da resistncia de aderncia trao, da resistncia de aderncia ao

    cisalhamento e da extenso de aderncia da argamassa. A aderncia depende

    das propriedades da argamassa no estado fresco, dos procedimentos de

    execuo do revestimento, da natureza e caracterst icas da base e da sua

    limpeza superficial. A resistncia de aderncia trao do revestimento pode ser

    medida atravs do ensaio de arrancamento por trao .

    Carasek (2007) informa que a aderncia da argamassa endurecida ao substrato

    um fenmeno essencialmente mecnico devido, basicam ente, a penetrao da

    pasta aglomerante ou da prpria argamassa nos poros ou entre as rugosidades

    da base de aplicao. Outra parcela menos signific ativa que contribui para a

  • 20

    aderncia das argamassas aos substratos so as ligaes secundrias do tipo

    Van der Waals. Quando a argamassa no estado plstico entra em contato com a

    superfcie absorvente do substrato, parte da gua de amassamento, que contm

    em dissoluo ou estado coloidal os componentes do aglomerante, penetra pelos

    poros e pelas cavidades do substrato. No interior dos poros ocorrem fenmenos

    de precipitao dos produtos de hidratao do cimen to e da cal, e transcorrido

    algum tempo, esses precipitados intracapilares exercem ao de ancoragem da

    argamassa base.

    3.2.2.2 - Capacidade de absoro e deformaes

    De acordo com Maciel, Barros e Sabbatini (1998) a propriedade que o

    revestimento apresenta quando exposto a pequenas tenses, devendo suportar

    as mesmas sem apresentar rupturas ou deformaes qu e comprometam sua

    estrutura, aderncia, estanqueidade e durabilidade.

    Segundo Carasek (2007) as deformaes podem ser de grande ou de pequena

    amplitude. O revestimento s tem a responsabilidade de absorver as

    deformaes de pequena amplitude que ocorrem em fun o da ao da umidade

    ou da temperatura e no as de grande amplitude, pro venientes de outros fatores,

    como recalques estruturais, por exemplo.

    A capacidade de absorver deformaes depende:

    do mdulo de deformao da argamassa - quanto menor for o mdulo de

    deformao (menor teor de cimento), maior a capacid ade de absorver

    deformaes;

    da espessura das camadas - espessuras maiores contribuem para melhorar

    essa propriedade; entretanto, devem-se tomar cuidado para no se ter

    espessuras excessivas que podero comprometer a ade rncia;

    das juntas de trabalho do revestimento - as juntas delimitam panos com

    dimenses menores, compatveis com as deformaes, contribuindo para a

    obteno de um revestimento sem fissuras prejudicia is;

  • 21

    da tcnica de execuo - a compresso aps a aplica o da argamassa e,

    tambm, a compresso durante o acabamento superficial, iniciado no

    momento correto, vo contribuir para o no aparecim ento de fissuras. O

    aparecimento de fissuras prejudiciais compromete a aderncia, a

    estanqueidade, o acabamento superficial e a durabilidade do revestimento.

    3.2.2.3 Retrao

    A retrao ocorre devido perda rpida e acentuada da gua de amassamento e

    pelas reaes na hidratao dos aglomerantes, fatos que provocam as fissuras

    nos revestimentos. As argamassas ricas em cimento apresentam maiores

    disponibilidades para o aparecimento de fissuras durante a secagem.

    Segundo Fiorito (2003), o endurecimento da argamassa acompanhado por uma

    diminuio do volume em funo da perda de gua eva porvel ocasionada pelas

    reaes de hidratao. Mesmos aps a secagem notamo s variaes

    dimensionais em funo do grau higromtrico do ambi ente, tal fenmeno

    conhecido como retrao.

    Carasek (2007) afirma que a retrao resultado de um mecanismo complexo,

    associado com a variao de volume da pasta aglomer ante e apresenta papel

    fundamental no desempenho das argamassas aplicadas, especialmente quanto

    estanqueidade e durabilidade.

    3.2.2.4- Resistncia mecnica

    De acordo com Carasek (2007), a resistncia mecnica diz respeito

    propriedade dos revestimentos de possurem um estado de consolidao interna

    capaz de suportar esforos mecnicos das mais diver sas origens e que se

    traduzem, em geral, por tenses simultneas de tra o, compresso e

    cisalhamento.

  • 22

    A NBR 13281 (ABNT, 2001) prescreve que os requisitos mecnicos e reolgicos

    das argamassas devem estar em conformidade com as exigncias indicadas na

    tabela 2:

    Tabela 2 Exigncias mecnicas e reolgicas para a rgamassas

    Caractersticas Identificao Limites Mtodo

    I 0,1 e < 4,0

    II 4,1 e 8,0 Resistncia compresso aos

    28 dias (MPa) III > 8,0

    NBR 13279

    Normal 80 e 90 Capacidade de reteno de gua (%)

    Alta > 90 NBR 13277

    A < 8

    B 8 e 18 Teor de ar incorporado (%)

    C > 18

    NBR 13278

    3.2.2.5 Durabilidade

    a propriedade que a argamassa apresenta para resi stir ao ataque de meios e

    agentes agressivos, mantendo suas caractersticas fsicas e mecnicas

    inalteradas com o decorrer do tempo e de sua utilizao.

    De acordo com Maciel, Barros e Sabbatini (1998), durabilidade uma

    propriedade do perodo de uso do revestimento no estado endurecido e que

    reflete o desempenho do revestimento frente s ae s do meio externo ao longo

    do tempo. Alguns fatores prejudicam a durabilidade dos revestimentos, tais como:

    fissurao, espessura excessiva, cultura e prolifer ao de microorganismos,

    qualidade das argamassas e a falta de manuteno.

    3.3 - Materiais componentes das argamassas de reves timentos

    3.3.1 - Aglomerantes

    Conforme definido por Silva (1991), aglomerantes s o substncias finamente

    pulverizadas que, pela mistura com gua, formam uma pasta que tem poder

    cimentante, isto , podem ligar materiais ptreos. O endurecimento se d

  • 23

    lentamente e resultante de uma reao qumica, f sica ou fsico-qumica entre o

    aglomerante e a gua.

    3.3.1.1 - Cimento

    De acordo com o Boletim Tcnico BT-106 (ABCP, 2002), cimento Portland um

    p fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece

    sob ao da gua. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido

    ao da gua, o cimento Portland no se decompe mais.

    O cimento Portland composto de clnquer e de adies. O clnquer o principal

    componente e tem como matrias-primas o calcrio e a argila. A rocha calcria

    primeiramente britada, depois moda e em seguida misturada, em propores

    adequadas com argila moda. A mistura formada atravessa ento um forno

    giratrio de grande dimetro e comprimento, cuja te mperatura interna chega a

    alcanar 1450 oC. O intenso calor transforma a mistura em um novo material,

    denominado clnquer, que se apresenta sob a forma de pelotas. Na sada do

    forno o clnquer, ainda incandescente, bruscamente resfriado para

    posteriormente ser finamente modo, transformando-se em p. O clnquer em p

    tem a peculiaridade de desenvolver uma reao qumi ca em presena de gua,

    na qual ele, primeiramente, torna-se pastoso e, em seguida, endurece, adquirindo

    elevada resistncia e durabilidade. Essa caracterstica adquirida pelo clnquer faz

    dele um ligante hidrulico muito resistente.

    As adies so misturadas ao clnquer na fase de mo agem e permitem a

    fabricao dos diversos tipos de cimento Portland d isponveis no mercado. As

    adies so o gesso, a escria de alto-forno, os ma teriais pozolnicos e os

    carbonticos. O gesso tem como funo bsica controlar o tempo de pega, isto ,

    o incio do endurecimento do clnquer modo quando este misturado com gua.

    Caso no se adicionasse o gesso moagem do clnque r, o cimento, quando

    entrasse em contato com a gua, endureceria quase que instantaneamente, o

    que inviabilizaria seu uso nas obras. Por isso, o gesso uma adio presente.

  • 24

    Segundo Bauer (2000) os constituintes fundamentais do cimento Portland so: a

    cal (CaO), a slica (SiO2), a alumina (Al2O3), o xido de ferro (Fe 2O3), certa

    proporo de magnsia (MgO) e uma pequena porcentag em de anidrido sulfrico

    (SO3), que adicionado aps a calcinao para retardar o tempo de pega do

    produto. Cal, slica, alumina e xido de ferro so os componentes essenciais do

    cimento Portland, e constituem, geralmente, 95% a 96% do total na anlise de

    xidos. A magnsia, que parece permanecer livre durante todo o processo de

    calcinao, est usualmente presente na proporo d e 2 a 3%, limitada pelas

    especificaes ao mximo permissvel de 6,4%. Os x idos menores comparecem

    em proporo inferior a 1%, excepcionalmente 2%.

    Em relao s propriedades fsicas do cimento Portl and, Silva (1991) considera

    trs aspectos distintos: propriedade do produto na sua condio natural em p,

    na mistura do cimento e gua em propores convenientes e na mistura da pasta

    com agregados. J as propriedades qumicas esto diretamente ligadas ao

    processo de endurecimento por hidratao.

    Segundo o Boletim Tcnico BT-106 (ABCP, 2002), existem no Brasil diversos

    tipos de cimento Portland, que diferem entre si, principalmente pela sua

    composio. Os principais tipos empregados nas dive rsas obras de construo

    civil so:

    cimento Portland comum;

    cimento Portland composto;

    cimento Portland de alto-forno;

    cimento Portland pozolnico.

    Os seguintes tipos de cimento so consumidos em men or escala em funo da

    oferta ou das suas caractersticas especiais de aplicao:

    cimento Portland de alta resistncia inicial;

    cimento Portland resistente aos sulfatos;

    cimento Portland branco;

    cimento Portland de baixo calor de hidratao;

  • 25

    cimento para poos petrolferos.

    (Todos os tipos de cimento mencionados so regidos pelas normas da ABNT).

    O primeiro cimento Portland lanado no mercado bras ileiro foi o conhecido CP,

    correspondendo atualmente ao CPI, um tipo de cimento Portland comum sem

    quaisquer adies alm do gesso que utilizado como retardador da pega. Ele

    acabou sendo considerado na maioria das aplicaes usuais como termo de

    referncia para comparao com as caractersticas e propriedades dos tipos de

    cimento posteriormente aparecidos. Foi a partir do amplo domnio cientfico e

    tecnolgico sobre o cimento Portland comum que pude ram desenvolver outros

    tipos de cimento, cujo objetivo inicial foi de atender aos casos especiais. Com o

    tempo verificou-se que alguns desses cimentos, inicialmente imaginados como

    especiais, tinham desempenho equivalente ao do cimento Portland comum

    original, atendendo plenamente s necessidades da m aioria das aplicaes

    usuais e apresentando, em muitos casos, inclusive, alguma vantagem adicional.

    A partir dos bons resultados dessas conquistas e a exemplo de pases

    tecnologicamente mais avanados, como o da Unio Eu ropia, surgiu no

    mercado brasileiro em 1991 um novo tipo de cimento, o cimento Portland

    composto, cuja composio intermediria entre os cimentos Portland comuns e

    os cimentos Portland com adies (alto-forno e pozo lnico), estes ltimos j

    disponveis h algumas dcadas. A tabela 3 apresenta a composio dos

    cimentos Portland comuns e compostos.

    Tabela 3 - Composio dos cimentos Portland comuns e compostos

    Composio (% em massa)

    Tipo de Clnquer Escria Material Material

    Cimento Sigla + Granulada pozolnico Carbontico

    Portland gesso de alto-forno (Sigla Z) (Sigla F)

    (Sigla E)

    Norma Brasileira

    CP I 100 - Comum

    CPI-S 99-95 1-5 NBR 5732

    CPII-E 94-56 6-34 - 0-10

    Composto CPII-Z 94-76 - 6-14 0-10 NBR 11578

    CPII-F 94-90 - - 6-10

  • 26

    Em relao aos cuidados necessrios no armazenamento do cimento Portland,

    Bauer (2000) recomenda que o local deve estar isento de qualquer risco que

    possa causar a hidratao. A embalagem de papel dos sacos de cimento no

    garante a impermeabilizao necessria, razo pela qual no se deve armazenar

    cimento por muito tempo. Os barraces para armazena mento de cimento devem

    ser bem cobertos e fechados, devendo o assoalho estar acima do nvel do solo.

    3.3.1.2 Cal

    A NBR 7175 (ABNT, 2003) define cal hidratada como um p obtido pela

    hidratao da cal virgem, constitudo essencialment e de uma mistura de hidrxido

    de clcio e hidrxido de magnsio, ou ainda, de uma mistura de hidrxido de

    clcio, hidrxido de magnsio e xido de magnsio.

    O processo industrial consiste nas seguintes opera es:

    extrao da matria-prima e britagem;

    seleo da faixa granulomtrica tima e transporte para o forno;

    calcinao e controle do grau de calcinao;

    moagem adequada para cada tipo de hidratador;

    armazenamento da cal virgem;

    hidratao e moagem;

    ensacamento e distribuio para comercializao.

    Segundo a ABPC, na construo civil a cal utiliza da principalmente na forma

    hidratada, como componente fundamental no preparo de argamassas de

    assentamento e de revestimento de grande durabilidade e timo desempenho.

    Bauer (2000) afirma que a cal hidratada oferece sobre a cal virgem algumas

    vantagens, entre elas a maior facilidade de manuseio, transporte e

    armazenamento. um produto pronto para ser utiliza do, eliminando em canteiro

    a operao de extino e de envelhecimento. Sendo u m produto seco e

    pulverulento, oferece maior facilidade de mistura na elaborao das argamassas

    do que a pasta de cal resultante da cal virgem.

  • 27

    A NBR 7175 (ABNT, 2003) especifica trs tipos de cal hidratada, CH-I, CH-II,

    CH-III e define os requisitos qumicos e fsicos conforme tabelas 4 e 5.

    Tabela 4 Exigncias qumicas

    Limites Requisitos

    CH I CH II CH III

    Na fbrica 5 % 5 % 13 % Anidrido carbnico(CO 2)

    No depsito 7 % 7 % 15 %

    xidos de clcio e de magnsio no hidratado calculado (CaO+MgO)

    10 % 15 % 15 %

    xidos totais na base de no-volteis

    (CaO + MgO) 90 % 88 % 88 %

    Tabela 5 Exigncias fsicas

    Limites Requisitos

    CH I CH II CH III

    Peneira 0,600 mm 0,5 % 0,5 % 0,5 % Finura (% retida acumulada) Peneira 0,075 mm 10 % 15 % 15 %

    Reteno de gua 75 % 75 % 70 %

    Incorporao de areia 3,0 2,5 2,2

    Estabilidade Ausncia de cavidade ou protuberncias

    Plasticidade 110 110 110%

    3.3.2 Agregados (areia natural e artificial)

    Conforme definies de Bauer (2000), agregado o m aterial particulado,

    incoesivo, de atividade qumica praticamente nula, constitudo de misturas de

    partculas cobrindo extensa gama de tamanhos. Ressalta, tambm, que as areias

    de rio provm de depsitos sedimentares que se formam nos leitos de alguns

    rios, cuja extrao se faz por dragas de suco que bombeiam a gua, contendo

    de 5 a 10% de areia, para lagoas de decantao, de onde o material retirado.

    Podem ser retiradas de depsitos aluvionares em fun dos de vales cobertos por

    capa de solo, cuja extrao realizada por escava o mecnica ou por desmonte

    hidrulico.

  • 28

    Podemos afirmar que so materiais de formato granul ar, relativamente inertes e

    classificados com base na sua composio granulomt rica. De acordo com a sua

    origem podem ser definidos como natural ou artificial.

    Agregados naturais - so obtidos atravs da explorao de jazidas naturais ou

    retirados dos leitos dos rios atravs de dragagem.

    Agregados artificiais so obtidos atravs de proc essos industriais como a

    britagem de rochas.

    A NBR 7211 (ABNT, 1983) classifica como agregado mido as areias de origem

    natural ou resultante do britamento de rochas estveis, ou mistura de ambas,

    cujos gros passam pela peneira ABNT 4,8 mm ficam r etidos na peneira ABNT

    0,075 mm. Define, tambm, que a granulometria determinada segundo a NBR

    7217, deve cumprir os limites de apenas uma das zonas indicadas na tabela 6.

    Tabela 6 Limites granulomtricos de agregado mido

    Porcentagem em peso, retida acumulada na peneira AB NT

    Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Peneiras

    ABNT

    (muito fina) (fina) (mdia) (grossa)

    9,5 mm 0 0 0 0

    6,3 mm 0 a 3 0 a 7 0 a 7 0 a 7

    4,8 mm 0 a 5 (A) 0 a 10 0 a 11 0 a 12

    2,4 mm 0 a 5 (A) 0 a 15 (A) 0 a 25 (A) 5 (A) a 40 (A)

    1,2 mm 0 a 10 (A) 0 a 25 (A) 10 (A) a 45 (A) 30 (A) a 70 (A)

    0,6 mm 0 a 20 21 a 40 41 a 65 66 a 85

    0,3 mm 50 a 85 (A) 60(A) a 88 (A) 70(A) a 92 (A) 80(A) a 95

    0,15 mm 85(B) a 100 90(B) a 100 90(B) a 100 90(B) a 100

    A: Pode haver uma tolerncia de at um mximo de 5% em um dos limites

    marcados com a letra A ou distribudos em vrios deles.

    B: Para agregado mido artificial este limite poder ser 80%.

    Segundo Silva (1991), os agregados devem ser isentos de substncias nocivas

    que prejudiquem as reaes e o endurecimento. Nas a reias naturais podem ser

    encontradas partculas de argila e silte (material pulverulento), hmus (impurezas

  • 29

    orgnicas), torres de argila, gravetos, micas, sai s, etc. J nas areias artificiais h

    elevado teor de material pulverulento que exige maior quantidade de gua e

    reduz a aderncia da pasta de cimento.

    3.3.3 Adies

    So materiais em p empregados na elaborao das ar gamassas a fim de alterar

    determinadas propriedades do material no estado fresco e/ou endurecido,

    tornando-o mais manusevel ou incrementando suas caractersticas em relao

    resistncia fsico-qumica.

    Segundo a NBR 13529 (ABNT, 1995), adies so mater iais inorgnicos naturais

    ou industriais finamente divididos, adicionados s argamassas para modificar as

    suas propriedades e cuja quantidade levada em considerao no proporciona

    mento.

    Segundo Carvalho Jnior (2005), adies so materiais finamente divi didos, com

    capacidade de conferir algumas propriedades argam assa. Na maioria das

    vezes, no possuem poder aglomerante, atuando como agregados, e, de modo

    geral, possuem poder aglutinante (promovem a liga). As adies mais comuns

    presentes nas argamassas so as pozolanas (materiai s provenientes de rochas

    vulcnicas, resduos de termoeltricas e outros que apresentem atividade

    pozolnica), o p calcrio, tambm conhecido como filler (material finamente

    dividido constitudo essencialmente de calcrio ou dolomitos) e os pigmentos que

    apenas conferem argamassa colorao, no interfer em em resistncia

    mecnica e se diferenciam entre si pelos tipos: org nicos e inorgnicos.

    3.3.4 Aditivos

    So produtos qumicos que se adicionam ao trao das argamassas com a

    finalidade de melhorar suas caractersticas relativas plasticidade, tempo de

    utilizao, resistncia mecnica, impermeabilidade, aparncia e durabilidade.

  • 30

    Bauer (2000) faz uma severa recomendao quanto q ualificao do pessoal

    que diretamente emprega o aditivo, no somente na o bra, mas nos prprios

    fabricantes que ficariam resguardados das conseqncias do mau emprego de

    seus produtos.

    Os principais aditivos empregados nas argamassas s o:

    incorporadores de ar que melhoram a plasticidade e a adeso inicial e

    aumentam a reteno de gua. Entretanto, reduzem as resistncias

    compresso, flexo e aderncia;

    plastificantes que melhoram a trabalhabilidade das argamassas. Segundo

    SILVA (1991), ocorre reduo na quantidade de gua e conseqente aumento

    da resistncia com menor consumo de cimento e diminuio da retrao;

    retentores de gua diminuem a absoro de gua pelo substrato, evaporao

    e exsudao de gua da argamassa fresca;

    retardadores de pega retardam o incio da hidrata o do cimento;

    adesivos proporcionam aderncia qumica com o substrato;

    hidrofugantes reduzem a absoro de gua da argamassa, sem impedir a

    troca de gazes com o meio;

    impermeabilizantes reduzem a permeabilidade, porm no garantem a

    impermeabilizao total devido suas falhas quando o correm novas fissuras no

    revestimento. Silva (1991) ressalta que podem agir de dois modos: por

    obturao dos poros ou por ao repulsiva sobre a gua.

    3.3.5 - `gua de amassamento

    A gua destinada ao amassamento da argamassa deve ser armazenada em

    caixas estanques e protegidas a fim de evitar a contaminao por substncias

    estranhas. Em caso de dvida sobre a qualidade da gua, ou quando for

    constatada qualquer contaminao, amostras devem se r coletadas para anlise.

    A princpio considera-se que toda gua potvel apropriada para uso em

    argamassa.

  • 31

    Silva (1991) denomina gua de amassamento como a gua usada na confeco

    da argamassa. Ressalta que deve ser livre de impurezas que afetem sua reao

    com o cimento.

    A NBR 11560 (ABNT, 1990) especifica como regra geral que as guas potveis so consideradas satisfatrias desde que apresentem os seguintes valores: pH entre 6,0 e 8,0;

    Matria orgnica (em oxignio consumido) = 5 mg/l;

    Resduos slidos = 4000 mg/l; Sulfatos (em ons SO2 ) = 300 mg/l;

    Cloretos (em ons cl-) = 250 mg/l;

    Acar = ausente.

    3.4 Tipos de preparo e fornecimento das argamassa s de revestimentos

    De acordo com Maciel, Barros e Sabbatini (1998) a produo de argamassa

    significa a mistura ordenada dos seus materiais constituintes, nas propores

    estabelecidas e por um determinado perodo de tempo, utilizando equipamentos

    especficos para este fim. Quanto maneira de prod uo a argamassa pode ser

    preparada em obra, industrializada fornecida em sacos ou silos. Cada um desses

    tipos de argamassa interfere nas atividades de produo e no seu

    sequenciamento, na escolha das ferramentas e equipamentos necessrios para

    produo, bem como na adequao do prprio canteiro de obras.

    3.4.1 Argamassa dosada na obra

    As quantidades dos materiais constituintes so medi das e transportados at ao

    equipamento de mistura. Os equipamentos necessrios so a betoneira ou

    argamassadeira, carrinhos-de-mo ou padiolas, ps e peneiras.

    4

  • 32

    3.4.2 Argamassa industrializada fornecida em saco s

    O material em p adicionado na quantidade especf ica no equipamento de

    mistura, seguida da adio de gua. Os equipamentos necessrios so a

    argamassadeira e os recipientes para a adio da gua.

    Segundo Alves (2006), os ingredientes dessas argamassas podem ser um ou

    mais aglomerantes, material inerte e ainda outros aditivos para permitir maior

    ancoragem mecnica e qumica.

    3.4.3 Argamassa fornecida em silos

    A medio mecanizada, onde o equipamento de mistu ra pode ser acoplado no

    prprio silo ou outro equipamento localizado nos pa vimentos do edifcio onde se

    efetua a mistura. Os equipamentos so os especfico s para este sistema.

    3.4.4 Argamassa dosada na central

    Nas argamassas dosadas em central so realizados to dos os controles de

    qualidades dos materiais onde so medidos em massa ou em volume, misturados

    e transportados em caminho betoneira. Os equipamen tos necessrios so o

    laboratrio, a p carregadeira, a central dosadora e o caminho betoneira.

    3.4.5 Servio de revestimento

    A NBR 7200 (ABNT, 1998) apresenta o seguinte organograma para o

    acompanhamento do servio de revestimento conforme Figura 3.

  • 33

    Figura 3 Organograma para acompanhamento dos serv ios de revestimento.

    3.5 Tipos de aderncia da argamassa ao substrato

    A NBR 13528 (ABNT, 1995) define aderncia como propriedade do revestimento

    de resistir a tenses normais ou tangenciais atuant es na interface dos substratos.

    3.5.1 Aderncia mecnica

    a penetrao da pastas da argamassa nos poros ou entre a rugosidade da

    base de aplicao caracterizada pela indentao ou engaste entre as partculas

    do substrato e da argamassa.

  • 34

    Carasek (2007) descreve que quando a argamassa no estado plstico entra em

    contato com a superfcie absorvente do substrato, parte da gua de

    amassamento, que contm em dissoluo ou estado col oidal os componentes do

    aglomerante, penetra pelos poros e cavidade do substrato. No interior dos poros

    ocorrem fenmenos de precipitao dos produtos de h idratao do cimento e da

    cal, e aps algum tempo, esses precipitados intraca pilares exercem ao de

    ancoragem da argamassa a base. Em seus estudos micro-estruturais

    empregando microscpio eletrnico de varredura, con firmou que a aderncia

    decorre do intertravamento principalmente da etringita (um dos produtos de

    hidratao do cimento) no interior dos poros do sub strato. Tendo em vista o

    mecanismo de ligao, pode-se concluir que quanto m elhor for o contato entre a

    argamassa e o substrato, maior ser a aderncia obtida. Dessa forma, a

    aderncia est diretamente relacionada com a trabalhabilidade (ou reologia) da

    argamassa, com a energia de impacto no processo de execuo, das

    caractersticas e propriedades dos substratos e de fatores externos. A figura 4

    ilustra os principais fatores que exercem influncia na aderncia.

    Figura 4 fatores que exercem influncia na aderncia de argamassa sobre base

    porosa.

    ARGAMASSA

    EXECUO

    ADERNCIA CONDIES

    CLIM`TICAS

    SUBSTRATO

    Reologia, adeso inicial, reteno de gua, etc.

    Temperatura e vento.

    Suco de gua, rugosidade, porosidade, etc.

    Energia de impacto, projeo mecanizada, limpeza e preparo da base, cura, etc.

  • 35

    3.5.2 Aderncia qumica

    A aderncia qumica proporcionada com a introduo de aditivos adesivos que

    possuem a capacidade de melhorar a aderncia das argamassas. Os aditivos

    adesivos podem ser base de PVA, polmeros e resin as. A introduo destes

    produtos se apresenta como uma opo para revestime nto em bases com

    condies de porosidade, rugosidade e absoro de gua incompatvel com o

    desenvolvimento do sistema de aderncia mecnico, como estruturas metlicas.

    3.6 Determinao da resistncia de aderncia tr ao

    A NBR 13528 (ABNT, 1995) prescreve o mtodo para determinao da

    resistncia de aderncia trao de revestimento de paredes e tetos de

    argamassas inorgnicas de acordo com a seguinte met odologia:

    3.6.1 Execuo do ensaio

    3.6.1.1 - Corpos-de-prova

    Os corpos-de-prova podem ser preparados in situ, em revestimento de

    construo acabada, antigas ou recentes, ou prepara dos em laboratrio, em

    revestimentos aplicados sobre painis de alvenaria, componentes de alvenaria

    (blocos e tijolos), placas de concreto, etc.

    3.6.1.2 Definio da amostragem

    Para amostragem, definir a rea de revestimento necessria ao nmero de

    corpos-de-prova a ser ensaiado.

  • 36

    3.6.1.3 Quantidades de corpos-de-prova

    Devem-se ensaiar pelo menos seis corpos-de-prova, para cada situao,

    espaados entre si e dos cantos ou quinas em no mn imo 50 mm.

    3.6.1.4 Execuo dos cortes nos corpos-de-prova

    Para corpos-de-prova de seo circular, o corte dev er ser realizado antes da

    colagem da pastilha, para corpos-de-prova de seo quadrada, o corte dever ser

    realizado aps a colagem da pastilha. O corte deve ser executado a seco ou com

    gua, conforme as caractersticas da argamassa. Quando o corte feito a mido,

    faz-lo com antecedncia suficiente para que o revestimento esteja seco no

    momento da colagem da pastilha. O corte no deve co mprometer a integridade

    do revestimento. O corte deve ser feito at 5 mm dentro do substrato, no caso de

    avaliao da aderncia entre camadas de revestimento, aprofundar o corte 5mm

    alm da camada de interesse.

    3.6.2 Fixao das pastilhas

    3.6.2.1 Preparo da superfcie

    Escovar e remover partculas destacveis da superfcie dos corpos-de-prova,

    completar a limpeza utilizando uma fita crepe para remoo de partculas soltas.

    3.6.2.2 Colagem das pastilhas

    Para a colagem de pastilhas circular em superfcie vertical necessrio colocar

    uma tira de papelo para impedir o escorrimento da cola e o deslizamento da

    pastilha. A superfcie da pastilha deve estar isenta de quaisquer resduos de

    ensaios anteriores, a cola deve ser aplicada com uma esptula sobre o

    revestimento durante cerca de 30 segundos. O excesso de cola deve ser

  • 37

    removido completamente com auxlio de uma faca ou estilete. Para a colagem de

    pastilhas de seo quadrada, deve-se evitar o desli zamento da pastilha.

    3.6.3 Ensaio

    3.6.3.1 Taxa de carregamento

    A taxa de carregamento deve ser selecionada conforme a tabela 7, em funo da

    resistncia de aderncia trao provvel e de tal modo que o ensaio dure entre

    10 e 80 segundos.

    Tabela 7 Taxa de carregamento para corpos-de-prov a de seo circular de 50

    mm de dimetro.

    Resistncia de aderncia Taxa de carregamento

    (MPa) (N/s)

    At 0,20 5

    Acima de 0,20 a 0,50 25

    Acima de 0,50 a 1,00 100

    Acima de 1,00 200

    Nota:

    Para corpos-de-prova de seo quadrada de 100 mm, m ultiplicar a taxa de

    carregamento por 5.

  • 38

    3.6.3.2 Acoplamento do equipamento de trao

    Acoplar o equipamento de trao pastilha conforme ilustra a figura 5.

    Figura 5 esquema para realizao do ensaio.

    3.6.3.3 Esforo de trao

    Aplicar o esforo de trao perpendicularmente ao c orpo-de-prova com a taxa de

    carregamento escolhida, at a ruptura do corpo-de-prova.

    3.6.3.4 Registro das cargas

    Anotar a carga de ruptura do corpo-de-prova, em N;

    3.6.3.5 Falhas de colagem das pastilhas

    Deve-se examinar a pastilha do corpo-de-prova arrancado quanto a eventuais

    falhas de colagem. Em caso de falha desta natureza a determinao deve ser

    repetida.

  • 39

    3.6.3.6 Formas de ruptura dos corpos-de-prova

    Examinar e registrar a forma de ruptura do corpo-de-prova conforme as situaes

    das figuras abaixo:

    Figura 6 (a) Ruptura na interface do revestimento com o substrato.

    Figura 7 (b) Ruptura da argamassa de revestimento .

    Figura 8 (c) Ruptura do substrato.

  • 40

    Figura 9 (d) Ruptura na interface do revestimento com a cola.

    Figura 10 (e) Ruptura na interface da cola com a pastilha.

    3.6.3.7 Informaes sobre o revestimento ensaiado

    A espessura do revestimento e de suas camadas constituintes devem ser

    medidas e registradas.

    3.6.4 Apresentao dos resultados

    3.6.4.1 Clculo da resistncia de aderncia tra o

    A resistncia de aderncia trao calculada pela seguinte frmula:

    Ra = P A

    Ra = resistncia de aderncia trao (MPa);

    P = carga de ruptura (N);

    A = rea da pastilha (mm2);

  • 41

    Nota:

    a carga (P) e a rea (A) devem ser registradas na frmula em nmeros inteiras,

    enquanto que os valores de resistncia de aderncia trao devem ser

    expressos com duas casas decimais;

    o clculo da mdia e do coeficiente de variao da resistncia de aderncia

    trao somente pode ser feito para as pastilhas que apresentarem a mesma

    forma de ruptura.

    3.6.4.2 Resultados

    O documento de apresentao dos resultados do ensai o deve fazer referncia a

    Norma 13528 e incluir as seguintes informaes:

    identificao da argamassa de revestimento;

    identificao do substrato;

    modo de preparo da argamassa;

    modo de aplicao da argamassa;

    identificao das paredes ou tetos em que os corpos -de-prova foram

    ensaiados;

    seo dos corpos-de-prova (circular ou quadrada);

    tipo de corte (a seco ou com gua) e a sua profundidade;

    caractersticas do equipamento de trao utilizado e taxa de carregamento;

    data ou perodo dos ensaios;

    valor da resistncia de aderncia trao, forma de ruptura ocorrida e

    espessura do revestimento em cada corpo-de-prova.

  • 42

    4 - ENSAIO REALIZADO

    4.1 Caractersticas do revestimento ensaiado

    Especificao: argamassa dosada em central trao 1:6 Tipo: REA

    Tabela 8 Trao da argamassa do ensaio.

    Aditivos Cimento

    Areia natural

    Areia artificial

    Filito `gua LA200 Sikanol

    Kg m3 m3 m3 l/m 3 l/m 3 l/m 3

    236 0,480 0,384 0,318 290 3,30 0,18

    Aplicao: revestimento externo para aplicao de r evestimento cermico.

    Idade do revestimento: >28 dias.

    Data do ensaio: 18/12/97

    Substrato: alvenaria de bloco cermico chapiscado.

    4.2 Equipamentos e materiais do ensaio

    4.2.1 - Clula de carga

    Marca: Kratos

    Modelo: III

    Capacidade: 200 Kg (leitura digital)

    Srie: IBG5622

    4.2.2 Demais equipamentos

    Base para trao mecnica;

    Jogos de pastilhas;

    Dispositivo de corte;

    Cola a base de resina epxi, etc.

  • 43

    4.3 Resultados do ensaio.

  • 44

    5. AN`LISE CRTICA

    Para que os revestimentos apresentem resistncias de aderncia adequadas com

    as prescries normativas, devero ser observados a lguns procedimentos a fim

    de garantir a qualidade da estrutura do revestimento.

    Na aplicao do chapisco, torna-se necessrio alguns cuidados, tais como,

    eliminao das sujeiras e incrustaes, preenchimen to correto dos vazios ou

    rasgos e traos adequados. recomendvel que seja realizada a cura do

    chapisco para que o mesmo possa receber a camada de reboco e/ou emboo,

    seno a ligao entre ambos ficar comprometida.

    J em relao ao revestimento, o mesmo dever possuir boa trabalhabilidade e

    reteno de gua que possibilitar boa adesividade inicial. A trabalhabilidade

    poder ser melhorada atravs da adio de aditivos incorporadores de ar, porm

    devem-se levar em conta os cuidados em sua dosagem para no prejudicar sua

    aderncia e resistncia.

    A aderncia do revestimento est relacionada, tambm, com a capacidade de

    absoro quando submetida a pequenas deformaes.

    Para obteno de revestimentos durveis so necessrios cuidados com os

    materiais a serem empregados na sua composio. Dev ero ser realizados todos

    os controles de qualidades especificados pela ABNT para verificao das

    condies dos materiais, observando os cuidados nec essrios para seu

    manuseio, armazenamento e dosagem.

    Aps o endurecido, a aderncia do revestimento poder ser avaliada atravs da

    execuo do Ensaio de Resistncia de Aderncia Trao conforme especifica a

    NBR 13528 (ABNT, 1995).

  • 45

    Para a realizao do ensaio apresentado no item 4.3 , foram usadas pastilhas de

    seo 5 x 5 cm, contrariando a NBR 13528 (ABNT, 199 5) que especifica pastilhas

    de seo 10 x 10 cm, tal procedimento foi adotado e m funo da capacidade de

    leitura mxima de 200 Kg da clula de carga.

    Formas de ruptura apresentado pelo revestimento ensaiado:

    Corpo-de-prova 01 na seo da pastilha foi observ ado 80% de chapisco e

    20% de alvenaria, ou seja, ocorreu descolamento do chapisco com ruptura do

    substrato;

    Corpo-de-prova 02 e 04 a seo da pastilha aprese ntou 100% de

    argamassa, a ruptura ocorreu na camada do revestimento;

    Corpo-de-prova 05 a seo da pastilha apresentou 80% de chapisco e 20%

    de argamassa, ou seja, houve descolamento do chapisco e ruptura da

    camada do revestimento;

    Corpo-de-prova 06 a seo da pastilha apresentou 100% de chapisco, neste

    caso ocorreu ruptura na interface chapisco e subs trato.

    Os resultados do ensaio apresentaram Resistncias de aderncias em mdia

    13% acima do especificado pela NBR 13749 (ABNT, 1996), exceto o resultado do

    corpo-de-prova 01 que ficou 23% abaixo do especificado. Analisando o item 5.7.2

    da norma supracitada, podemos afirmar que os resultados esto aprovados, pois

    o revestimento com idade superior a 28 dias apresentou para o grupo com seis

    ensaios, pelo menos quatro resultados superiores aos indicados na tabela 9.

    Tabela 9 Limites de resistncia de aderncia trao (Ra).

    Local Acabamento Ra

    Pintura ou base para reboco

    0,20 Interna

    Cermica ou laminado 0,30

    Pintura ou base para reboco

    0,30 Parede

    Externa

    cermica 0,30

    Teto 0,20

  • 46

    As espessuras do revestimento que variaram entre 20 e 23 mm esto de acordo

    com as especificaes da NBR 13749 (ABNT, 1996), co nforme tabela 10.

    Tabela 10 Espessuras de revestimentos internos e externos

    Tipo de revestimento Espessuras (e)

    (mm)

    Parede interna 5 e 20

    Parede externa 20 e 30

    Tetos internos e externos e 20

    6. CONCLUSES

    Para que uma argamassa de revestimento apresente bom desempenho,

    qualidade e durabilidade, alguns cuidados devero s er observado na sua

    elaborao, produo e aplicao.

    Na elaborao das argamassas de revestimentos devem ser levadas em conta

    todas as propriedades exigidas para o estado fresco e endurecido. Para os

    aglomerantes, agregados e adies devem ser observa dos todos os cuidados

    necessrios desde a sua seleo, armazenamento e controle de qualidade. Os

    materiais componentes devero atender as exigncias das normas especificas

    para que possam ser empregados nos traos.

    Para a produo das argamassas de revestimento, h diversas opes, tais

    como, dosadas no canteiro de obra, dosada na central, industrializadas ou

    fornecidas em silos. A opo que apresenta maior ri sco de ocorrer irregularidades

    na produo a argamassa dosada no canteiro de obr a, pois h grande

    possibilidade de ocorrncia de falhas que podero comprometer a qualidade e

    durabilidade, portanto recomendvel maior ateno nas operaes desse

    processo produtivo.

  • 47

    Na aplicao da argamassa de revestimento devero s er obedecidos alguns

    procedimentos em relao ao tempo a ser empregado n a mistura, no tempo de

    utilizao da argamassa, na aplicao e nas formas de acabamento.

    Assim sendo, podemos afirmar que se obedecidas s r ecomendaes registradas

    no resumo bibliogrfico e as demais recomendaes que no fizeram parte do

    escopo deste trabalho, poderemos garantir que o revestimento apresentar bom

    desempenho, durabilidade e qualidade.

  • 48

    7. REFERNCIAS BIBLIOGR`FICAS

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 6023: informao e

    documentao - Elaborao. Rio de Janeiro: ABNT, 20 02.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 7175: cal hidratada para

    argamassas. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 7200: execuo de revestimento

    de paredes e tetos de argamassas inorgnicas - Proc edimento. Rio de Janeiro:

    ABNT, 1998.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 7211: agregados para concreto

    - Especificao. Rio de Janeiro: ABNT, 1983.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 7217: determinao da

    composio granulomtrica. Rio de Janeiro: ABNT, 19 87.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 11560: gua destinada ao

    amassamento do concreto Qualidade e controle. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13277: argamassa para

    assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos determinao da

    reteno de gua. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13278: argamassa para

    assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinao da densidade

    de massa e do teor de ar incorporado. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13281: argamassa para

    assentamento e revestimento de paredes e tetos Re quisitos. Rio de Janeiro:

    ABNT, 2001.

  • 49

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13528: revestimento de parede

    e tetos de argamassas inorgnicas Determinao da resistncia de aderncia

    trao. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13529: revestimento de paredes

    e tetos de argamassas inorgnicas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 13749: revestimento de paredes

    e tetos de argamassas inorgnicas Especificao. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 14724: informao e documento

    trabalhos acadmicos - apresentao. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

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    CARASEK, Helena. Materiais de Construo Civil e Pr incpios de Cincia e

    Engenharia de Materiais. So Paulo, IBRACON, 2007.

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    mecnico. 2005. 331 f. Tese de Doutorado apresentad o ao curso de Ps-

    graduao em Engenharia Metalrgica e de Minas - Universidade Federal de

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    Minas Gerais, Minas Gerais, 2005.

    FIORITO, Antnio J. S. I. Manual de Argamassas e Re vestimentos. 1 Ed. So

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    YAZIGI, Walid. A Tcnica de Edificar, Walid Yazigi. 7 Ed. So Paulo, PINI, 2006.

    XXX