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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CAIO VINÍCIUS SCHLÖGEL ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA AVALIAÇÃO DO SUBLEITO DE VIA FÉRREA DISSERTAÇÃO CURITIBA 2020

ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

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Page 1: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAIO VINÍCIUS SCHLÖGEL

ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA AVALIAÇÃO

DO SUBLEITO DE VIA FÉRREA

DISSERTAÇÃO

CURITIBA

2020

Page 2: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

CAIO VINÍCIUS SCHLÖGEL

ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA AVALIAÇÃO DO

SUBLEITO DE VIA FÉRREA

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção

do título de Mestre em Engenharia Civil, do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná.

Orientador: Prof. D.Sc. Ronaldo Luis dos Santos Izzo

CURITIBA

2020

Page 3: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

_________________________________________________________________

Schlögel, Caio Vinícius

Ensaio de cone de penetração dinâmica para avaliação do subleito de via férrea [recurso

eletrônico] / Caio Vinícius Schlögel. -- 2020.

1 arquivo texto (129 f.): PDF; 5,01 MB.

Modo de acesso: World Wide Web.

Título extraído da tela de título (visualizado em 23 jun. 2020).

Texto em português com resumo em inglês.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Civil, Curitiba, 2020.

Bibliografia: f. 115-129.

1. Engenharia civil - Dissertações. 2. Cone de penetração dinâmica. 3. Solos -

Compactação. 4. Materiais granulados – Solos. I. Izzo, Ronaldo Luis dos Santos, orient. II.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil,

coorient. III. Título.

CDD: Ed. 23 -- 624

Biblioteca Ecoville da UTFPR, Câmpus Curitiba Bibliotecária: Lucia Ferreira Littiere – CRB 9/1271

Aluna de Biblioteconomia: Josiane Mangueira

Page 4: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 192

A Dissertação de Mestrado intitulada: Ensaio de cone de penetração dinâmica para avaliação do

subleito de via férrea, defendida em sessão pública pelo Candidato Caio Vinícius Schlögel, no dia

13 de abril de 2020, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, área de

concentração: Estruturas e Geotecnia, linha de pesquisa: Construção Civil, e aprovada em sua forma

final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Ronaldo Luis dos Santos Izzo - Presidente - UTFPR

Prof. Dr. Matheus Domingos - UTFPR

Prof. Dr. Adauto José Miranda de Lima - UTFPR

Dr. Maurício Abramento - MIT

Dr. José Carlos Silva Filho - IME

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a

assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Curitiba, 13 de abril de 2020.

Page 5: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

AGRADECIMENTOS

Neste espaço quero expressar minha gratidão aos amigos, familiares,

professores e colegas de trabalho pelo suporte, direto e indiretamente, fornecido ao

desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço também a todos que sempre me perguntavam: “E o mestrado, termina

quando?” Sempre me motivou a correr atrás do tempo perdido.

Page 6: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

RESUMO

Este trabalho busca avaliar a utilização do Dynamic Cone Penetrometer (DCP) como

ferramenta capaz de estimar a massa específica aparente seca do solo in situ,

ajudando, dessa forma, engenheiros e equipes de campo, no controle tecnológico de

compactação. Além disso, o trabalho objetiva desenvolver uma metodologia prática e

eficaz para avaliar qualitativamente o grau de compactação (GC) dos solos, auxiliando

em planos de manutenção da infraestrutura ferroviária, modal de extrema importância

para o desenvolvimento de uma nação. Atualmente, o ensaio mais utilizado para

determinar a massa específica aparente seca em campo é o frasco de areia. Porém,

sabe-se que o ensaio demanda uma certa quantidade de escavação e recursos a fim

de pesar o frasco de areia após sua utilização. Isso faz com que o ensaio tome um

certo tempo para ser executado. Sob essa ótica, o intuito é o de estudar o DCP como

uma alternativa mais prática aos serviços de campo. A área de estudo encontra-se

próximo à cidade de Itu, estado de São Paulo, Brasil. O estudo foi realizado através

de ensaios laboratoriais e in situ a fim de correlacioná-los em busca de uma

correspondência entre a penetração do DCP (DN) e a massa específica aparente seca

(ρ). Os resultados da estimativa dos valores de grau de compactação apresentaram-

se satisfatórios para a correlação, haja visto os baixos valores de erro padrão e

margem de erro, principalmente se avaliados dentro de um trecho com o mesmo tipo

de solo e de cerca 5 km de distância. Porém, a metodologia apresenta falhas na

proposta da avaliação do subleito a fim de auxiliar na determinação de pontos de

manutenção, haja visto a grande influência do teor de umidade no ensaio.

Palavras-Chave: DCP. Penetrômetro. Grau de Compactação. Massa Específica

Aparente Seca.

Page 7: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

ABSTRACT

This work aims to assess the use of the Dynamic Cone Penetrometer (DCP) as a tool

to evaluate in situ bulk dry density of the soil, thus helping engineers and staff in the

quality control assurance of the soil. Besides that, another objective is to develop a

practical and useful methodology to evaluate degree of compaction (DC) of a soil,

aiding in the development of maintenance plan for railroad infrastructure. Nowadays,

the most common in situ test to evaluate the soil bulk dry density is the sand

replacement test, but it is known that such test demands some sort of excavation, extra

resources as a scale to weight the material replaced, therefore making it time

consuming. Based on that, this thesis objective is to study the DCP as an easy and

functional tool to in situ tests. The area chosen to be studied is located nearby the city

of Itu, state of São Paulo, Brazil. The study correlates in situ and laboratorial tests in

order to obtain an association between de penetration of the DCP (DN) and bulk dry

density (ρ). It is expected to obtain a satisfactory correlation between DN and ρ and

develop an easy and practical methodology to estimate degree of compaction in situ.

The results collected from the estimation of the compaction degree were considered

satisfactory based on the valued of standard error and margin of error obtained from

the correlation of bulk dry density, moisture content and DN, especially in smaller

distances, circa 5 km. However, the methodology designed for aiding the development

of maintenance plans showed flows especially if considers the effect of moisture

content of the soil on the results.

Keywords: DCP. Penetrometer. Degree of Compaction. Dry Density.

Page 8: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Malha Ferroviária Brasileira ...................................................................... 18

Figura 2 – Principais produtos transportados pela ferrovia brasileira em 2019 ......... 19

Figura 3 - Resultado do volume transportado pelas principais concessionárias

ferroviárias do país em milhares de toneladas úteis (MTU) em 2019 ....................... 20

Figura 4 - Evolução dos investimentos na malha ferroviária brasileira em milhões de

reais (MMR$) ............................................................................................................. 20

Figura 5 - Comparação matriz transporte de cargas ................................................. 21

Figura 6 - Camadas Via Permanente ........................................................................ 22

Figura 7 - Perfil de trilho depositado sobre o lastro formado por boletim, alma e patim

.................................................................................................................................. 23

Figura 8 – (a) Tirefond com arruela dupla de pressão (b) Prego de via .................... 24

Figura 9 - Trilho e sistema de fixação - tirefond e grampo pandrol ........................... 25

Figura 10 - Dormentes de madeira ............................................................................ 26

Figura 11 - Dormente de concreto monobloco .......................................................... 27

Figura 12 - Dormente de aço ..................................................................................... 28

Figura 13 - Dormente de plástico .............................................................................. 28

Figura 14 - Estrutura da via em função da contaminação: (a) desgaste dos elementos

de via e infiltração de rejeitos pela superfície; (b) infiltração de materiais subjacentes

ao lastro; (c) bombeamento de finos do subleito. ...................................................... 30

Figura 15 - Equipamento DCP .................................................................................. 35

Figura 16 - Curva DCP .............................................................................................. 37

Figura 17 - Característica das curvas DCP (a) penetração linear (b) penetração com

perda de resistência (c) penetração com ganho de resistênia .................................. 38

Figura 18 - Diagrama estrutural DCP ........................................................................ 39

Figura 19 - Ábaco de classificação de solos tropicais ............................................... 48

Figura 20 - Localização aproximada dos pontos de ensaios de campo .................... 51

Figura 21 – Organização dos ensaios de campo e laboratoriais ............................... 52

Figura 22 – Localização da área de estudo .............................................................. 53

Figura 23 - (a) Execução da coleta do solo para ensaios laboratoriais (b) Cava de

coleta de solo ............................................................................................................ 54

Figura 24 - Sistema de drenagem com cota superior igualada à cota inferior do lastro

ferroviário .................................................................................................................. 55

Page 9: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Figura 25 - Camadas sedimentares que foram o varvito ........................................... 55

Figura 26 - (a) Realização de peneiramento do solo (b)Realização de sedimentação

da porção fina do solo ............................................................................................... 57

Figura 27 - Solo após sedimentação ......................................................................... 58

Figura 28 - (a) Ensaio de limite de liquidez (b) Ensaio de limite de plasticidade ....... 59

Figura 29 - (a) Amostras de solo e picnômetros (b) Dessecador e bomba de vácuo 59

Figura 30 - (a) Compactação com Mini MCV (b) Realização de ensaio de perda por

imersão ..................................................................................................................... 60

Figura 31 - (a) Molde e soquete para realização do ensaio de compactação (b) Solo

compactado no molde ............................................................................................... 61

Figura 32 - (a) Realização do ensaio de compactação (b) Baldes com água destilada

e moldes com solo compactado ................................................................................ 62

Figura 33 - (a) Prensa realizando ensaio CBR (b) Software de coleta de dados do

ensaio CBR ............................................................................................................... 62

Figura 34 - Moldes compactados e ensaiados na prensa ......................................... 63

Figura 35 - Molde de CBR com comparados para medição de expansão ................ 63

Figura 36 - Ensaio DCP sobre molde de CBR .......................................................... 65

Figura 37 - Efeito do confinamento em corpos de prova durante execução de DCP 66

Figura 38 - Efeito do confinamento em corpos de prova durante execução de DCP 67

Figura 39 - Localização aproximada dos pontos de ensaios de campo .................... 68

Figura 40 - Locação ensaio DCP na plataforma ........................................................ 69

Figura 41 - Realização ensaio DCP em campo ......................................................... 70

Figura 42 - (a) Realização ensaio de densidade através da cravação de PVC (b)

Madeira sendo utilizada para não danificar o tubo de PVC ....................................... 71

Figura 43 - (a) Tubo de PVC cravado até a borda superior (b) Tubo de PVC removido

do solo com amostra devidamente ocupando todo o volume do tubo ....................... 71

Figura 44 - Curva granulométrica .............................................................................. 74

Figura 45 - Gráfico de plasticidade e resultado do solo estudado ............................. 75

Figura 46 - Resultado ensaio MCT ............................................................................ 77

Figura 47 - Sintetização dos resultados de compactação e locação das curvas de

saturação................................................................................................................... 78

Figura 48 - Heterogeneidade do solo ........................................................................ 80

Figura 49 - Valores indicados pela ISF 207 para valores de CBR de plataformas

ferroviárias................................................................................................................. 81

Page 10: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Figura 50 - Resultado correlação teor de umidade (%) e ISC (%) ............................ 83

Figura 51 - (a) Correlação energia de compactação (kfg/cm²) e CBR (%) e (b)

Correlação energia de compactação e CBR (%) ....................................................... 83

Figura 52 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia normal ................ 84

Figura 53 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia intermediária ....... 85

Figura 54 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia modificada .......... 85

Figura 55 - Curvas DN para umidades próximas em diferentes energias de

compactação ............................................................................................................. 86

Figura 56 - Correlação DN (mm/golpe) x w (%) ........................................................ 87

Figura 57 - Correlação DN (mm/golpe) x w (%) e ganho de resistência próximo à

umidade ótima ........................................................................................................... 88

Figura 58 - Correlações CBR (%), DLP (mm/golpe) e w (%) e ganho de resistência

próxima à umidade ótima .......................................................................................... 89

Figura 59 - Avaliação da reprodutibilidade dos ensaios DCP ................................... 91

Figura 60 - (a) Ensaio DCP em campo no Ponto 1 (b) Ensaio DCP em campo no Ponto

2 ................................................................................................................................ 92

Figura 61 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 3 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 493

Figura 62 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 5 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 694

Figura 63 - Ensaio DCP em campo Ponto 7.............................................................. 95

Figura 64 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 8 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 9 (c)

Ensaio DCP em campo Ponto 10 .............................................................................. 96

Figura 65 - Correlação Densidade Calculada pela formulação versus as obtidas pelo

ensaio de compactação .......................................................................................... 103

Figura 66 - Valores de Massa Esp. Seca e ρ (g/cm³) - calc2 .................................. 107

Figura 67 - Correlação entre resultados de GC1 (%) e GC2 (%) obtidos através dos

ensaios de campo de penetração do tubo PVC e ensaio DCP, respectivamente ... 110

Page 11: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Concessões ferroviárias brasileiras .......................................................... 17

Tabela 2 - Densidade das malhas ferroviárias .......................................................... 21

Tabela 3 - Resumo de características de solos tropicais .......................................... 47

Tabela 4 - Resumo de Ensaios Laboratoriais............................................................ 50

Tabela 5 - Informações dos solos na região dos ensaios de campo ......................... 51

Tabela 6 - Resultado ensaio granulometria ............................................................... 73

Tabela 7 - Resultado ensaios de limites de Atterberg ............................................... 74

Tabela 8 - Resultado ensaio de densidade real dos grãos ....................................... 75

Tabela 9 - Comparação resultados de densidade real de grãos entre a literatura e este

trabalho ..................................................................................................................... 76

Tabela 10 - Resultado ensaios de compactação em três energias de compactação 78

Tabela 11 - Resumo dos resultados de teor de umidade ótima e massa específica

aparente seca máxima para as três energias............................................................ 78

Tabela 12 - Resultados de massa específica aparente seca máxima (g/cm³) e teor de

humidade ótimo (%) encontrados na literatura .......................................................... 79

Tabela 13 - Resultados ensaios de expansão........................................................... 80

Tabela 14 - Resultados ensaio ISC ........................................................................... 82

Tabela 15 - Avaliação da reprodutibilidade dos ensaios DCP ................................... 90

Tabela 16 - Teor de Umidade ótimo versus Teor de umidade de campo .................. 98

Tabela 17 - Valores dos pontos de estudo de classificação do solo ......................... 99

Tabela 18 - Resultados ensaio PVC para estimativa da massa específica aparente

seca ......................................................................................................................... 100

Tabela 19 - Avaliação valores de massa específica aparente seca e teor de umidade

frente aos valores ótimos obtidos em energia normal ............................................. 101

Tabela 20 - Correlações para obtenção da massa específica (g/cm³) em função de DN

(mm/golpe) e Umidade (%) ..................................................................................... 102

Tabela 21 - Valores de massa específica seca calculados a partir das fórmulas de

correlação................................................................................................................ 104

Tabela 22 - Resultados de massa específica aparente seca para valor de teor de

umidade e DN de campo ......................................................................................... 105

Tabela 23 - Comparação dos resultados de GC (%) por meio do ensaio DCP e do

ensaio PVC ............................................................................................................. 108

Page 12: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

Tabela 24 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação dos resultados de 〖GC

〗_1e 〖GC〗_2 (%) em cada ponto de ensaios de campo ................................... 109

Tabela 25 - Avaliação de erro padrão, margem de erro e intervalo de confiança para

os valores de GC (%) obtidos através do ensaio de penetração do PVC e DCP em

campo ..................................................................................................................... 111

Tabela 26 - Cálculo do erro entre o cálculo de GC1 e GC2 em cada ponto de avaliação

de campo................................................................................................................. 112

Page 13: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

LISTA DE SÍMBOLOS

ρ - Massa Específica Aparente Seca

𝝆𝒎𝒂𝒙 - Massa Específica Aparente Seca Máxima

CBR - California Bearing Ratio

DCP - Cone de Penetração Dinâmica

DN - Índice de Penetração do DCP

GC - Grau de Compactação

ISC - Índice de Suporte Califórnia

IP - Índice de Plasticidade

LL - Limite de Liquidez

LP - Limite de Plasticidade

w - Teor de Umidade

wot - Teor de Umidade Ótima

Page 14: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

1.1 OBJETIVO PRINCIPAL ............................................................................ 15

1.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ................................................................... 15

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17

3.1 HISTÓRICO DA FERROVIA NO BRASIL ................................................. 17

3.2 PANORAMA ATUAL DA FERROVIA NO BRASIL .................................... 18

3.3 VIA FERROVIÁRIA PERMANENTE ......................................................... 22

3.3.1 Trilho .................................................................................................. 23

3.3.2 Fixações ............................................................................................. 24

3.3.3 Dormentes .......................................................................................... 25

3.3.3.1 Madeira ......................................................................................... 25

3.3.3.2 Concreto ....................................................................................... 26

3.3.3.3 Aço ................................................................................................ 27

3.3.4 Lastro ................................................................................................. 29

3.3.5 Sublastro ............................................................................................ 31

3.3.6 Subleito .............................................................................................. 32

3.4 CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA (DCP) ........................................... 34

3.4.1 Histórico Cone de Penetração Dinâmica ............................................ 34

3.4.2 Método de ensaio ............................................................................... 35

3.4.2.1 Resultados do DCP ...................................................................... 36

3.4.3 Aplicações do DCP ............................................................................ 39

3.4.3.1 Correlações DCP x CBR ............................................................... 40

3.4.3.2 Correlações DCP x Módulo de Resiliência (MR) .......................... 41

3.4.2.3 DCP aplicado na caracterização de solos .................................... 41

3.4.2.4 DCP aplicado no controle de qualidade ........................................ 42

Page 15: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

3.4.2.5 Erros e Desvantagens do DCP ..................................................... 44

3.5 SOLOS TROPICAIS ................................................................................. 45

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 49

4.1 ÁREA DE ESTUDO .................................................................................. 53

4.2 METODOLOGIA LABORATORIAL ........................................................... 57

4.2.1 Granulometria ..................................................................................... 57

4.2.2 Limites de Atterberg ........................................................................... 58

4.2.3 Densidade Real dos Grãos ................................................................ 59

4.2.4 Metodologia MCT ............................................................................... 59

4.2.5 Ensaio ISC ......................................................................................... 60

4.2.6 Ensaio DCP ........................................................................................ 64

4.3 METODOLOGIA in situ ............................................................................. 68

4.3.1 Ensaio DCP in situ ............................................................................. 68

4.3.2 Estimativa Massa Específica Aparente Seca (ρ) in situ ..................... 70

5. ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................. 73

5.1 ANÁLISE DE RESULTADOS LABORATORIAIS ...................................... 73

5.1.1 Granulometria ..................................................................................... 73

5.1.2 Limites de Atterberg ........................................................................... 74

5.1.3 Densidade Real dos Grãos ................................................................ 75

5.1.4 Metodologia MCT ............................................................................... 76

5.1.5 Ensaio CBR ........................................................................................ 77

5.1.5.1 Compactação ................................................................................ 77

5.1.5.2 Expansão ...................................................................................... 79

5.1.5.3 Índice de Suporte Califórnia (ISC) ................................................ 81

5.1.6 Ensaio DCP ........................................................................................ 84

5.2 ANÁLISE DE RESULTADOS IN SITU ...................................................... 92

5.2.1 Ensaio DCP in situ ............................................................................. 92

Page 16: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

5.2.2 Ensaio de PVC para Massa Específica Aparente Seca ..................... 99

5.3 CORRELAÇÃO DN, TEOR DE UMIDADE E MASSA ESPECÍFICA ...... 101

6. CONCLUSÃO .................................................................................................. 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 115

Page 17: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

13

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, 2019),

há mais de 29.000 km de ferrovias concedidas no Brasil, as quais transportaram cerca

de 570 milhões de toneladas úteis (TU) apenas no ano de 2018. O valor é cerca de

6% superior ao que foi transportado no ano de 2017. Esse crescimento vem andando

junto com o aumento dos investimentos. A Associação Nacional dos Transportadores

Ferroviários (ANTF) informa que os investimentos totalizam cerca de R$ 23 bilhões

entre os anos de 2015 – 2018 (ANTF, 2019).

Entretanto, de acordo com a Associação, a ferrovia representa 15% da matriz

de transporte do país, sendo ela controlada majoritariamente pela rodovia – 65%

(ANTF, 2019). Essa representatividade faz com que as produções acadêmicas sejam

voltadas para o aprimoramento de técnicas de dimensionamento de pavimentos

rodoviários (SILVA FILHO, 2018).

Apesar disso, o modal ferroviário vem ganhando espaço. Segundo a ANTF

(2019), 95% dos minérios chegam ao porto via trem, 40% dos commodities vem

trafegando sobre trilhos e houve um crescimento de 128 vezes no transporte de

containers de 1997 a 2018. Ainda de acordo com a ANTF (2019), se houver o plano

de renovação antecipada das concessões ferroviárias, será possível que o modal

ferroviário aumente sua participação de 15 para 31% até 2025.

Segundo Dariva (2016), com o aumento das cargas transportadas e o ciclo de

carga imposto ao pavimento ferroviário, para que não haja comprometimento à

infraestrutura existente, faz-se necessária uma criteriosa investigação das condições

do subleito, objetivando a minimização dos custos oriundos da manutenção e

tornando-a mais segura.

Silva (2016) comenta que os pavimentos ferroviários apresentam mais

complexidade de modelagem do que os pavimentos rodoviários. Os elementos

constituintes da ferrovia, sendo eles: fixações, trilhos, dormentes, lastro, sublastro e

subleito, formam um sistema de múltiplas camadas, com relações de transferência de

cargas totalmente interligadas. Isso torna obrigatória a modelagem numérica de cada

uma das camadas com suas respectivas características físicas a fim de se obter

resultados mecânicos, tensão e deformação individual de cada elemento.

Page 18: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

14

No pavimento ferroviário, quando o lastro está corretamente dimensionado,

ou seja, com capacidade portante de acordo com a carga solicitante, o subleito torna-

se o componente de maior influência sobre a deformabilidade da via, contribuindo

substancialmente para a deflexão elástica do trilho sob o carregamento dinâmico

imposto pelo tráfego. Assim, a resiliência do subleito influencia na velocidade de

deterioração dos componentes da superestrutura, sendo a principal fonte de

deformação permanente da via (MUNIZ DA SILVA, 2002). De acordo com

Navaratnarajah et al. (2016), a infraestrutura ferroviária é o componente principal na

ferrovia quando se trata de estabilidade.

Hong et al. (2017) afirmam que estudos envolvendo rigidez e resistência do

subleito ferroviário são fundamentais, porque esses componentes são responsáveis

por receber toda a carga proveniente das rodas, cargas laterais e cargas de frenagem

e aceleração dos trens. Caso o subleito esteja em deterioração, ele não realizará a

função de absorção das cargas solicitantes.

Tendo isso em vista, a investigação do subleito se faz muito importante e

juntamente a implantação de novas técnicas, tecnologias e parâmetros de avaliação.

Hong et al. (2016) mencionam que ensaios, como: a Percussão (SPT), Cone (CPT),

Pressiômetro (PMT) e Dilatômetro (DMT), podem causar perturbação no solo devido

ao diâmetro dos equipamentos. Outro ensaio que vem sendo encontrado muito na

literatura é o Light Weight Deflectomer (LWD), o qual, de acordo com Nabizadeh et al.

(2019), vem se destacando no âmbito de controle de qualidade de compactação de

rodovias.

Em compensação, conforme Paige-Green e Van Zyl (2019), as pesquisas com

o equipamento Dynamic Cone Penetrometer (DCP) passaram de apenas uma

correlação com California Bearing Ratio (CBR) para um método mais sofisticado, em

que o próprio resultado do ensaio DCP, DN (mm/golpe), é o fator usado para

dimensionamento dos pavimentos.

O ensaio de Penetração Dinâmica (DCP), que foi criado em 1956 na Austrália

(SCALA, 1956) e modificado em 1969 na África do Sul, vem sendo cada vez mais

utilizado no Brasil. O DCP é muito utilizado em países Europeus e da América do

Norte no âmbito de projetos rodoviários por ser fácil de utilizar e de transportar, mais

barato que os outros métodos, mais simples e por não sofrer influência do operador

que realizará o teste. O DCP é um ensaio empírico que permite avaliar o grau de

Page 19: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

15

compactação do solo através da avaliação de sua resistência à penetração e estima,

dessa maneira, o módulo de deformabilidade da camada compactada.

Este trabalho apresenta uma metodologia detalhada de execução do ensaio

DCP in situ, mostra os resultados obtidos na área experimental estudada e compara

com os resultados obtidos em laboratório, objetivando alcançar o grau de

compactação do solo trabalhado.

1.1 OBJETIVO PRINCIPAL

Estudar a utilização do Dynamic Cone Penetrometer (DCP) para avaliar o

subleito de vias férreas a partir do grau de compactação (GC) obtido por meio da

correlação entre DN (mm/golpe) e massa específica aparente seca (g/cm³).

1.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

• Desenvolver uma correlação entre DN (mm/golpe) x ρ (g/cm³) para solos de

granulometria fina e com coesão.

• Definir metodologia de avaliação qualitativa do subleito ferroviário localizado

na Região Sudeste do Brasil com base no GC (%).

• Avaliar o impacto do teor de umidade nos resultados de DN (mm/golpe) e a

projeção disso sobre os resultados da massa específica aparente seca.

• Avaliar a metodologia proposta por Matisinhe (2016) para obtenção da

densidade in situ do solo.

Page 20: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

16

2. JUSTIFICATIVA

Para que o modal ferroviário passe de 15% para 31% de participação na

matriz de transporte nacional, novas linhas deverão ser implantadas (ANTF, 2019) e

a manutenção assertiva focada no menor tempo de interrupção possível deve ser

planejada e executada.

De acordo com Prasad (2016), um planejamento efetivo economiza valores

monetários desembolsados para manutenção e recursos, além disso, afeta

positivamente a segurança e a eficiência da intervenção de manutenção. Boddupalli

et al. (2019) comentam que pesquisas realizadas nos EUA, em empresas de

transporte ferroviário, encontraram valores partindo de $0,59 até $3,00/milha

aplicados na manutenção. Simson et al. (2000) informam que os custos com

manutenção podem reduzir de 5 até 10% em uma ferrovia Australiana, através de

planejamento.

Para que se torne possível realizar uma manutenção assertiva com menor

consumo de tempo, tempo o qual seria utilizado para a circulação de trens, e com

custos dentro do planejamento, é necessário que sejam feitas as devidas prospecções

em campo. Atualmente existem poucas metodologias de prospecção de campo que

possam auxiliar na avalição preliminar da plataforma ferroviária. Desta forma, ou se

parte para avaliações que possam impactar a circulação ferroviária, onerosas ou

então para ensaios laboratoriais.

Dessa forma, essa dissertação busca desenvolver uma metodologia de

prospecção inicial da plataforma ferroviária através do uso do DCP. Essa prospecção

pode resultar na necessidade de ensaios complementares ou não, porém o objetivo

dele é viabilizar uma análise simples e econômica para dar o ponta pé inicial na

avaliação do local em questão. Além disso, sabendo da importância que o modal

ferroviário ocupa na economia nacional, considera-se importante o desenvolvimento

de trabalhos ligados ao tema.

Page 21: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 HISTÓRICO DA FERROVIA NO BRASIL

As primeiras estradas de ferro foram construídas no país no século XIX. As

linhas ligavam a cidade de Petrópolis a Mauá, no estado do RJ, a ferrovia D. Pedro II,

ligando a capital carioca às cidades de Rio Paraíba e o sul de Minas Gerais e a linha

que ligava Santos a Jundiaí, no estado de São Paulo (MONASTIRSKY, 2006). No

início do século XX, a malha ferroviária paulista acabou assumindo mais destaque

devido à expansão dos cafezais, tornando-se a maior e mais eficiente do país na

época (MONASTIRSKY, 2006).

De acordo com Schoppa (2004), até meados do ano 1950, a ferrovia foi o

principal meio de transporte do Brasil, havendo o predomínio das concessões

estrangeiras no primeiro momento. Em seguida passou a ser explorada pelo estado,

até a malha ser devolvida ao setor privado (MONASTIRSKY, 2015).

Já no século XX, iniciaram-se os processos de privatização das estradas de

ferro do Brasil. Desde então fusões e alterações de nomes ocorreram nas detentoras

das malhas ferroviárias. A Tabela 1 mostra a extensão de cada malha de acordo com

a empresa privada, que é a atual responsável pela concessão.

Tabela 1 - Concessões ferroviárias brasileiras

FERROVIA NOME EXTENSÃO

(km)

RUMOMN Rumo Malha Norte 735,26

RUMOMO Rumo Malha Oeste 1.973,12

RUMOMP Rumo Malha Paulista 2.055,32

RUMOMS Rumo Malha Sul 7.223,37

EFC Estrada de Ferro Carajás 977,97

EFPO Estrada de Ferro Paraná Oeste 248,10

EFVM Estrada de Ferro Vitória-Minas 894,22

VLI VLI 7.222,13

FNSTC Ferrovia Norte Sul - Tramo Central 855,80

FNSTN Ferrovia Norte Sul - Tramo Norte 744,50

FTC Ferrovia Tereza Cristina 163,45

FTL Ferrovia Transnordestina 4.295,14

MRS MRS 1.685,43

TOTAL >>> 29.073,80

Fonte: ANTT, 2017

Page 22: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

18

3.2 PANORAMA ATUAL DA FERROVIA NO BRASIL

Atualmente há cerca de 29.000 km de malha ferroviária no Brasil, conforme

pode ser visto na Tabela 1. A distribuição da malha ferroviária brasileira ocorre mais

na Região Sul do país, tal como mostrado na Figura 1. Entretanto, a ferrovia mais

produtiva no ano de 2019, ou seja, a que transportou mais toneladas de produto por

quilômetro de ferrovia implantado, Tonelada Quilômetro Útil (TKU), está localizada na

Região Norte e Nordeste.

Figura 1 - Malha Ferroviária Brasileira

Fonte: ANTF, 2020

Page 23: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

19

A grande maioria das ferrovias implantadas são concessões para empresas

privadas que utilizam as estradas de ferro para transporte de açúcar, milho, soja,

minério de ferro, celulose, entre outros produtos de exportação ou utilização no próprio

país. A Figura 2 demonstra a divisão dos produtos mais transportados, a partir dos

dados de toneladas úteis, pelas ferrovias brasileiras no ano de 2020, de acordo com

a ANTF.

Figura 2 – Principais produtos transportados pela ferrovia brasileira em 2019

Fonte: ANTT, 2020

O país possui ferrovias consideradas heavy haul, as quais transportam cargas

por eixo superiores a 25 toneladas e demanda transportada acima de 20 milhões de

toneladas brutas anuais. A Figura 3 mostra o resultado das principais ferrovias do país

no ano de 2019 em milhares de toneladas úteis transportadas. Dentre as ferrovias

heavy haul destacam-se: Estrada de Ferro Carajás e Vitória Minas, ambas

pertencentes à Vale, MRS Logística e à Rumo.

Segundo a ANTF (2018), desde 1997, ano seguinte ao início do processo de

privatização, já ocorreu um acréscimo de 98,8% no volume transportado, chegando a

cerca de 500 milhões de toneladas transportadas.

Page 24: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

20

Figura 3 - Resultado do volume transportado pelas principais concessionárias ferroviárias do país em milhares de toneladas úteis (MTU) em 2019

Fonte: ANTT, 2020

Esse acréscimo se deve ao valor de investimento que vem sendo feito nas

estradas de ferro. Com base em valores publicados pela agência, Figura 4, já foram

investidos mais de R$ 50 bilhões de reais desde o início do processo de concessão

(ANTF, 2018). Esse investimento foi feito na recuperação das vias e no material

rodante, como aquisição de novos trilhos e rodeiros de vagões e locomotivas,

respectivamente, aquisição de novas tecnologias e capacitação profissional dos

recursos humanos.

Figura 4 - Evolução dos investimentos na malha ferroviária brasileira em milhões de reais (MMR$)

Fonte: ANTF, 2020

Entretanto, apesar do grande aumento citado anteriormente, a matriz

ferroviária ainda representa apenas 15% do que é transportado no país, muito abaixo

Page 25: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

21

de países como EUA e Rússia. A Figura 6 compara esse valor ao de outros países de

dimensão territorial similar.

Figura 5 - Comparação matriz transporte de cargas

Fonte: ANTF, 2019

Esse desiquilíbrio se dá pelo fato de que há pouca extensão de ferrovia no

Brasil se comparado a outros países em desenvolvimento, ou já considerados de

primeiro mundo. A razão extensão de quilômetros de ferrovia sobre a área do país

pode ser vista na Tabela 2.

Tabela 2 - Densidade das malhas ferroviárias

Área (milhões km²)

Ferrovia (mil km)

Ferrovia/Área (km/1.000 km²)

EUA 9,83 224,79 22,87

Índia 3,29 68,53 20,83

China 9,60 191,27 19,92

África do Sul 1,22 20,99 17,20

Argentina 2,78 36,92 13,28

México 1,96 15,39 7,85

Canadá 9,98 77,93 7,81

Rússia 17,10 87,16 5,10

Austrália 7,74 36,97 4,78

Brasil 8,52 28,54 3,35 Fonte: ANTF, 2018

Page 26: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

22

3.3 VIA FERROVIÁRIA PERMANENTE

De acordo com Muniz da Silva (2002), a terminologia via permanente é

oriunda do fato de que as linhas se originaram das vias carroçáveis, as quais

continuaram permanentes mesmo passando por adversas condições climáticas.

A via permanente é dotada de trilhos, fixação de trilhos, dormentes, lastro,

sublastro, reforço do subleito, quando necessário, e subleito. As camadas

constituintes da via permanente podem ser vistas na Figura 7.

Figura 6 - Camadas Via Permanente

Fonte: Selig e Waters, 1994

Os componentes apresentados na Figura 7 são ainda divididos em dois

grupos, infra ou subestrutura e superestrutura. Selig (2001) classifica como

subestrutura os elementos: lastro, sublastro, subleito, obras de arte especiais e obras

de arte correntes existentes. Já Brina (1979) entende que o elemento lastro já faz

parte da superestrutura da via permanente, enquanto a infraestrutura é constituída

pelo sublastro, subleito e obras de arte especiais e correntes.

As funções de cada um dos elementos constituintes da via permanente são

discutidas nos itens seguintes.

Page 27: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

23

3.3.1 Trilho

Conforme explica Sousa (2016), o trilho possui a função de guiar e oferecer

suporte ao tráfego do veículo. Segundo Nabais (2014), o trilho transfere para os

dormentes as solicitações do material rodante.

Os trilhos são fixados aos dormentes em distâncias denominadas bitolas.

Essa distância é medida entre as faces internas da parte superior do trilho,

denominado boleto e, de acordo com Brina (1979), no Brasil existem duas dimensões

de bitola, sendo elas de 1000 mm e 1600 mm, sendo a segunda definida de acordo

com o Plano Nacional de Viação como o padrão nacional. O valor de bitola standard

e adotado em outros países é de 1435 mm e foi estabelecido na conferência

internacional de Berna.

Inicialmente os trilhos eram duas vigas de madeira colocadas paralelamente

para facilitar o serviço dos animais que puxavam as cargas. Após vários anos foi

criado o perfil de trilhos que é usado atualmente. De acordo com Ribeiro (2012), o

perfil foi criado por Vignole em 1836, que idealizou uma peça que permitia uma fixação

adequada e uma alta resistência.

O perfil, Figura 7, é constituído por boleto, alma e patim e possui as seguintes

características: massa de boleto é quase idêntica à massa do patim, o trilho possui

resistência à torção transversal e raio de curvatura no topo do boleto compatíveis ao

contato de distribuição de carga das rodas.

Figura 7 - Perfil de trilho depositado sobre o lastro formado por boletim, alma e patim

Fonte: Autoria própria

Page 28: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

24

Silva (2016) acrescenta que a normatização vigente classifica os trilhos de

acordo com sua massa por metro (kg/m), e as especificações dos trilhos padrão

Vignole estão consolidadas na NBR 7590/2012.

3.3.2 Fixações

Selig e Waters (1994) explicam que a função das fixações, Figura 8, é a de

manter os trilhos corretamente posicionados nos dormentes, evitando que o trilho

sofra qualquer tipo de deslocamento vertical, longitudinal ou lateral devido a esforços

provenientes das rodas dos veículos ou da variação de temperatura.

As fixações mais conhecidas são: tirefond (Fig. 8a) e prego (Fig. 8b),

denominadas fixações rígidas, e pandrol, deenik e geo, denominadas fixações

elásticas. As fixações elásticas são instaladas sob pressão no patim dos trilhos,

diferentemente dos elementos de fixação rígida, que são parafusados ou pregados

nos dormentes.

Figura 8 – (a) Tirefond com arruela dupla de pressão (b) Prego de via

Fonte: (a) Autoria própria (b) Google

Conforme explica Klincevicius (2011), as fixações rígidas tendem a se

afrouxar com o tempo por causa de impactos e vibrações da via, ao passo que as

fixações elásticas mantêm uma pressão mais constante no trilho.

Os elementos de fixação elástica precisam de placas de apoio para serem

instalados. As placas também auxiliam na distribuição da carga do trilho para o

dormente.

Page 29: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

25

Figura 9 - Trilho e sistema de fixação - tirefond e grampo pandrol

Fonte: Autoria própria

3.3.3 Dormentes

Os dormentes são peças postas perpendiculares aos trilhos e são mais

comumente constituídos de madeira, concreto e aço (KLINCEVICIUS, 2011). Brina

(1979) destaca as seguintes características que o dormente deve possuir: dimensões

compatíveis, rigidez e elasticidade, resistência aos esforços da via, durabilidade,

permitir o nivelamento da via e manter o espaçamento dos trilhos.

3.3.3.1 Madeira

Brina (1979) expõe que o dormente de madeira (Fig. 10) possui o uso mais

tradicional, pois suas características se encaixam muito bem nas necessidades da

ferrovia. Entretanto, devido à escassez da madeira de lei e ao alto custo vinculado ao

material, buscaram-se alternativas.

Sousa (2016) coloca que a normativa que define termos aplicáveis às

madeiras utilizadas como dormentes para ferrovias é a NBR 6966/1994. O autor

também ressalta que os fatores que podem afetar a durabilidade do material são:

clima, drenagem inapropriada da via, peso das composições, velocidade, tratamento

da madeira – época do corte e grau de secagem – entre outros.

Page 30: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

26

Figura 10 - Dormentes de madeira

Fonte: Autoria própria

3.3.3.2 Concreto

Em virtude da escassez da madeira, muitos países começaram a estudar e a

adotar os dormentes de concreto protendido (Fig. 11). Atualmente existem dois tipos

de dormente de concreto, sendo eles o monobloco e o bibloco (SOUSA, 2016). Os

dormentes de concreto podem ser protendidos, como os desenvolvidos no Reino

Unido, ou pós-tensionados, como os desenvolvidos na Alemanha. Nabais (2015)

destaca esse material devido à rigidez e à durabilidade, embora apresente

dificuldades de manejo pelo peso elevado. Vias construídas com esse tipo de

dormente apresentam qualidade estrutural superior, melhor estabilidade e menor

necessidade de manutenção.

Page 31: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

27

Figura 11 - Dormente de concreto monobloco

Fonte: Google

Esveld (2001) destaca algumas desvantagens do concreto sendo aplicado no

dormente: baixa capacidade de absorver vibrações, maior transmissão de cargas

dinâmicas para o lastro – aumento de 25% − e aumento dos riscos de danos por

impacto.

3.3.3.3 Aço

O dormente de aço, Figura 12, é definido por Brina (1979) como sendo uma

chapa de aço laminado, com formato de “U” invertido, curvada nas extremidades para

formar garras que possam ser introduzidas no lastro e se opor ao deslocamento

transversal da via. Entre as características do material, Nabais et al. (2014) destacam:

alta propagação de ruídos, bom condutor de eletricidade, mais rigidez e difícil fixação

dos trilhos – tende ao afrouxamento, necessitando de manutenção permanente –, os

furos de passagem dos parafusos enfraquecem o dormente e causam fissuras que,

se prolongadas, tornarão o dormente inútil e dificultarão a socaria do lastro.

Page 32: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

28

Figura 12 - Dormente de aço

Fonte: Google

• Plástico

Nabais et al. (2014) expõem as seguintes vantagens do material (Fig. 13):

resistência mecânica comparada à da madeira, resistência ao apodrecimento, à

umidade e à ação de insetos e fungos, previsão de vida útil entre 40 e 50 anos,

reciclável. Durante o ciclo de vida, possui menor taxa de emissão de gases de efeito

estufa e dióxido de carbono quando comparado aos outros materiais. Como

desvantagem, Macedo (2009) menciona o alto custo final do produto.

Figura 13 - Dormente de plástico

Fonte: Google

Page 33: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

29

3.3.4 Lastro

Selig (2001) coloca o lastro como sendo um elemento que ancora a linha,

reduz a tensão transmitida para o subleito e facilita as correções geométricas que se

fazem necessárias.

Klincevicious (2011) completa informando que o lastro é formado por um

material granular, cuja espessura varia entre 250 mm e 350 mm e ressalta as

principais funções do elemento, sendo elas: suportar e distribuir as tensões verticais,

transmitir tensões para o subleito, garantir uma estabilidade para a grade – conjunto

trilho, dormente e fixação – lateral e longitudinal, permitir a drenagem de via, prover

elasticidade para a via e amortecer vibrações e ruídos.

Silva (2016) destaca as principais características que o agregado graúdo deve

ter a fim de ser utilizado como lastro, de acordo com a AREMA, 2003: dureza,

durabilidade, resistência à abrasão, isento de contaminantes, elevado coeficiente de

permeabilidade e trabalhabilidade.

Medina e Motta (2015) apontam que a composição do lastro é de rocha dura

britada em grãos cúbicos e angulares, uniformemente graduados, variando entre 63 e

80 mm. Nabais et al. (2014) apontam que as rochas mais apropriadas para essa

função são o granito, gnaisse, quartzito, micaxisto, deorito e diabásio.

Selig (2011) por fim ressalta que a melhor escolha de lastro para um lugar é

o com melhor custo, devendo ser levados em consideração o tráfego até o local, as

condições ambientais e o custo para entrega até o local. Assim, nem sempre o melhor

material para o local será o de melhor qualidade.

Selig (2011) também explica como é gerado um dos principais defeitos nas

linhas ferroviárias, o lastro colmatado. De acordo com o autor, em virtude da

degradação do lastro, há criação de materiais mais finos. Esses materiais gerados

pela degradação se unem a materiais finos existentes na linha e se fixam nos vazios

gerados pelo agregado graúdo. Esse processo é denominado no Brasil de colmatação

dos vazios e, conforme menciona Silva (2016), compromete a função de absorção das

solicitações impostas na via.

Marques (2017) menciona mais dois outros tipos de contaminação de lastro.

Um deles ainda é muito ligado à degradação do agregado graúdo, já o terceiro é

Page 34: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

30

vinculado a resíduos que caem sobre as vias férreas lastreadas. Segundo Marques

(2017), quando há ausência de sublastro ou quando foi executado de maneira

inadequada, pode haver a migração desses elementos para as camadas superiores

do lastro. Esses tipos de lastro contaminados podem ser vistos na Figura 14.

Figura 14 - Estrutura da via em função da contaminação: (a) desgaste dos elementos de via e infiltração de rejeitos pela superfície; (b) infiltração de materiais subjacentes ao lastro; (c) bombeamento de finos

do subleito.

(a)

(b)

(c)

Fonte: Adaptado de Marques (2017)

Selig (2011) ainda coloca que a renovação ou substituição do lastro é cara e

tende a durar muito tempo, além de comprometer o tráfego de trens. Dessa forma, a

decisão de realizar esse procedimento deve ser bem estudada. Ainda de acordo com

o autor, a substituição do lastro não terá o melhor dos efeitos para a linha se o sistema

de drenagem da plataforma não estiver funcionando corretamente.

Rudolf et al. (2005) colocam que uma operadora austríaca chega a necessitar

de 500.000 t a 700.000 t de lastro por ano. De acordo com Stefani (2003), na estrada

de ferro norte-americana Burlington Northern Santa Fe (BNSF), dos anos de 1983 até

2002 foram substituídos em média 50,8 m³ de lastro por km de ferrovia.

Page 35: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

31

Já no Brasil, Sgavioli et al (2015) informa que quando há uma renovação

parcial da camada de lastro, ou seja, descarga de uma camada superficial, o consumo

gira em torno 500 m³/km para uma das linhas principais da Estrada de Ferro Vitória

Minas (EFVM). Entretanto, quando há renovações com substituição do lastro variando

entre 50 e 100%, os volumes passam para 900 e 2.100 m³/km, respectivamente.

3.3.5 Sublastro

O glossário ferroviário do DNIT coloca o sublastro como sendo uma camada

inferior ao lastro que possui contato direto com a plataforma de terraplenagem, sendo

constituída de material de menor custo que o do lastro e de qualidade suficiente para

prover drenagem e capacidade de suporte para os esforços mecânicos do pavimento.

Brina (1979) cita que o sublastro deve possuir as seguintes características:

• Aumentar a capacidade de suporte da plataforma e permitir projetos

com menores alturas de lastro;

• Evitar migração de material para as camadas adjacentes, seja lastro

para o subleito, sejam finos do subleito para o lastro através do

bombeamento;

• Aumentar a resistência do subleito à erosão;

• Servir como elemento do sistema drenagem da via e;

• Colaborar com a elasticidade da via.

Fortunato (2005) diz que no sublastro usam-se materiais naturais graduados,

areias cascalhentas, materiais naturais britados ou detritos de pedreira. As partículas

devem ser de boa resistência ao desgaste e sua granulometria deve proporcionar as

funções de filtro e de separação entre o lastro e a fundação.

Selig (2011) menciona que o sublastro é a segunda camada estrutural que

auxilia na redução de tensão para o subleito, tendo uma função muito importante na

drenagem. De acordo com o autor, o sublastro deveria receber mais atenção do que

vem recebendo atualmente graças ao seu papel fundamental na qualidade da via.

Silva Filho (2018) destaca, entretanto, que a utilização do sublastro como

camada impermeável construída com solos tropicais já laterizados apresentaram

excelentes resultados. A camada, se atendendo os parâmetros de compactação e

umidade, auxilia na proteção mecânica do subleito e na impermeabilização dele,

Page 36: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

32

garantindo por mais tempo as condições estruturais da plataforma e por consequência

a qualidade da via permanente no local.

3.3.6 Subleito

Kennedy (2011) coloca que o subleito, ou plataforma, é considerado a

fundação da ferrovia e pode ser feito com solo natural do local ou com material

selecionado. Kennedy (2011) adiciona informando que a função do subleito é a de

prover uma fundação estável, tendo uma importância significativa para a via férrea.

De acordo com Silva (2016), dentre as características que devem ser

observadas em fase de projeto para o subleito, mencionam-se:

• Propriedades físicas do material do subleito: coeficiente de Poisson,

granulometria, módulo de resiliência, dentre outros;

• Espessura do subleito ou da camada final de terraplenagem.

Medina et al. (2015) ressaltam a atenção que deve ser dada à camada do

subleito. Segundo Medina et al. (2015), as especificações de subleito consideradas

para a ferrovia são semelhantes à da rodovia, porém não levam em consideração as

peculiaridades das estradas de ferro. Além disso, o subleito não vai ser acessível para

melhorias posteriores e, tendo em vista o crescimento da velocidade e das cargas por

eixo, é fundamental prover o melhor subleito possível desde o início.

Selig (2011) menciona seis métodos de tratamento de subleito conforme

abaixo:

1 Mistura de solo: a mistura de solo com cimento tem como objetivo reforçar o

solo para compressão e tensão cisalhante;

2 Mistura de Cal: mistura física de cal em argilas a fim de melhorar as

características da argila para que ela seja compactada;

3 Reconstrução: compactar solos existentes ou substituir os solos do local com

tipos de solo de melhor compactação;

4 Reforço: instalação de elementos celulares de plástico ou metal, como

geotêxteis, tendem a reforçar o solo;

5 Redução de tensão: aumento da espessura de lastro e sublastro tendem a

diminuir a tensão repassada para o subleito;

Page 37: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

33

6 Grouting: Por último, a injeção de misturas de grout a fim de reforçar o solo,

reduzir a percolação de água.

Page 38: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

34

3.4 CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA (DCP)

3.4.1 Histórico Cone de Penetração Dinâmica

Dynamic Cone Penetrometer (DCP), ou Cone Penetração Dinâmica, foi

desenvolvido primeiramente na Austrália em 1956 por Scala, com o intuito de analisar

subleitos (TRICHÊS et al., 1999). Posterior a isso, foram desenvolvidos pesquisas e

métodos de ensaio para avaliar a capacidade de suporte do solo, característica

principal para a construção de pavimentos.

Segundo Alves (2002), o DCP vem sendo utilizado desde 1973 na África do

Sul, para medições rápidas de resistência pelo Departamento de Estradas do país,

além de ser estudado e utilizado na Austrália, Argentina e Indonésia. Alves (2002)

menciona também que o equipamento criado por Scala foi empregado na avaliação

da capacidade de suporte do substrato do Aeroporto de Ben Gurion, Israel.

De acordo com Paige - Green et al. (2009), pesquisas continuaram sendo

realizadas na África do Sul, mais especificamente com o uso do software Heavy

Vehicle Simulator (HVS). Através desse teste conseguiu-se adicionar parâmetros,

como: tempo de penetração, intensidade de tráfego, umidade, rachaduras,

deformação e deflexão em diferentes profundidades, desenvolvendo assim uma

relação entre a penetração do DCP e a expectativa de vida útil do pavimento.

No Brasil, Alves (2002) destaca os estudos desenvolvidos por Heyn no DER-

PR, Rohn e Nogueira na USP de São Carlos, por Oliveira e Vertamati no Instituto

Tecnológico de Aeronáutica (ITA), na Paraíba por Rodrigues e Lucena em 1991 e

Santana et al. em 1998, Santa Catarina por Cardoso e Trichês. Além desses nomes,

o autor deste trabalho aproveita para mencionar a própria autora Alves, e Dal Pai da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a autora Berti da Universidade

Estadual de Campinas (UNICAMP) pelos seus trabalhos.

Page 39: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

35

3.4.2 Método de ensaio

O equipamento de cone penetração, Figura 15, consiste em uma haste de aço

de 16 mm de diâmetro, possuindo no final da haste uma ponta cônica de aço de 60º

e 20 mm de diâmetro. Há também um martelo de 8 kg, que se desloca por uma

distância de 575 mm do topo da haste até a parte inferior dela. A penetração da ponta

de aço é medida por uma régua posta ao lado da haste vertical. O DCP é projetado

para penetrar de 800-1.200 mm, segundo Kleyn e Savage (1982).

O primeiro passo do ensaio é realizar a leitura inicial na escala no momento

que o penetrômetro é posto na vertical. Seguinte a isso, deve-se elevar o martelo até

o topo da haste deslizante de 575 mm, e deixar o corpo de massa de 8 kg cair. Essa

queda deve ser livre de qualquer influência de força externa, tal como o movimento

da mão do operador.

Figura 15 - Equipamento DCP

Fonte: Dal Pai (2005)

Page 40: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

36

De acordo com a norma americana ASTM D-6951 (2003) e a do departamento

de estradas e rodovias de Saskatchewan, Canadá, devem ser anotados os avanços

da ponta cônica em uma tabela a cada golpe do martelo. Entretanto, Saskatchewan

Highways and Transportation (1992) afirma que as leituras podem ser alteradas se a

penetração que vem sendo apresentada é menor que 20 mm/golpe:

• Uma leitura a cada dois golpes caso leituras estejam entre 10-20 mm

• Uma leitura a cada cinco golpes caso leituras estejam entre 5-9 mm

• Uma leitura a cada dez golpes caso leituras estejam entre 2-4 mm

Já a norma americana ASTM D-6951 (2003) comenta que as leituras podem

ser feitas após um número fixo de golpes, sendo: 1 golpe para materiais “moles”, 5

golpes para um material “normal” e 10 golpes para um material mais “resistente”.

Existem outros tipos de mecanismo que compõem o DCP, apresentando

variação na angulação da ponta cônica, 30º e 60º, e pela energia de cravação. De

acordo com Kleyn e Savage (1982), a ponteira de 60º possui mais durabilidade de

serviço e produz uma definição de pontos críticos mais correta.

3.4.2.1 Resultados do DCP

Com base nos valores lidos do equipamento durante a realização do ensaio,

é plotado em um gráfico de penetração, no eixo vertical, versus número de golpes, no

eixo horizontal. Trichês e Cardoso (1999) afirmam que a curva DCP obtida indica o

número de golpes para se alcançar uma dada profundidade.

De acordo com Trichês e Cardoso (1999), a primeira leitura de penetração do

DCP é sempre desconsiderada, pois, no primeiro golpe, a superfície de contato entre

o cone e o solo não é a mesma dos golpes posteriores. Segundo Oliveira e Vertamatti

(1998), no cálculo da razão de penetração não se deve levar em consideração o

deslocamento do cone correspondente ao primeiro golpe.

Citadas por Herrick et al. (2001), as medidas do cone de penetração podem

ser expressas como o número de golpes por milímetro de penetração ou como a

resistência média do solo por profundidade do solo penetrado. De acordo com Trichês

e Cardoso (1999), e como pode ser visto na Figura 16, a inclinação da reta obtida pelo

gráfico “golpes versus penetração” indica a resistência do solo e é denominado índice

Page 41: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

37

DCP, também denominado DN. Quando verticalizada, os materiais apresentam menor

capacidade de carga, todavia, quanto mais horizontalizadas, os materiais apresentam

mais capacidade de carga.

Dando continuidade a essa análise, segundo Alves (2002), quando há uma

alteração na inclinação das retas, há um indicativo de que uma camada de material

foi atravessada, variação do teor de umidade, ou ainda, variação da massa específica

aparente.

Figura 16 - Curva DCP

Fonte: Dal Pai (2005) apud Cardoso e Trichês (1999)

O índice DCP, ou DN, representa a resistência do material e é obtida através

da Fórmula 1:

𝑫𝑵 = 𝑫𝑪𝑷 =𝒑𝒓𝒐𝒇𝒖𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆

𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒈𝒐𝒍𝒑𝒆𝒔 (1)

Com base no índice de DCP e características das curvas do ensaio,

representadas na Figura 17, podem ser feitas algumas interpretações.

Page 42: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

38

Figura 17 - Característica das curvas DCP (a) penetração linear (b) penetração com perda de resistência (c) penetração com ganho de resistênia

Fonte: Alves e Trichês (2002)

De acordo com a curva da Figura 17a, pode-se interpretar que o solo está

compactado homogeneamente de acordo com a profundidade, mostrando assim um

eficiente controle de compactação. A Figura 17b indica que a parte superior da

camada está compactada com um grau de compactação maior que a parte inferior.

Essa curva pode indicar que há um gasto desnecessário de energia para

compactação, ou o equipamento utilizado não é adequado para a operação, ou ainda

que a camada seja muito espessa. Por último, a Figura 17c indica que a parte superior

da camada apresenta um grau de compactação ruim em relação à parte inferior à cota

-400 mm, portanto, há uma necessidade de recompactação (ALVES e TRICHÊS,

2002).

Alves e Trichês (2002) ainda demonstraram outra maneira de representação

gráfica da curva DCP. Dessa vez, como pode ser visto na Figura 18, o eixo das

abcissas representa o índice DCP (DN), e o eixo das ordenadas, a profundidade.

Segundo os autores Alves e Trichês (2002), o Diagrama Estrutural auxilia na

compreensão de algumas características do material, como: teor de umidade ou

massa específica aparente. O Diagrama Estrutural também auxilia na visualização da

mudança de camada de material.

Page 43: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

39

Figura 18 - Diagrama estrutural DCP

Fonte: Alves (2002)

Quando o diagrama apresenta uma constância da curva plotada, há uma

indicação de que não há alteração das características do material em estudo. O

Número Estrutural DCP (DSN), representado pelo Diagrama Estrutural, representa o

número de golpes necessários para a penetração de uma profundidade de camada.

3.4.3 Aplicações do DCP

Amini (2003) publicou um documento juntamente com o Departamento de

Transporte do Mississipi nos Estados Unidos, em que mencionava os potenciais usos

do DCP. Na época Amini (2003) desenvolveu uma revisão bibliográfica mencionando

as principais pesquisas desenvolvidas envolvendo o equipamento. As pesquisas

tiveram início cerca de três décadas anteriores à publicação do autor.

Page 44: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

40

3.4.3.1 Correlações DCP x CBR

Dentre as principais aplicações mencionadas por Amini (2003), ressaltam-se

as seguintes: correlação DCP x CBR, DCP x Módulo de Resiliência, DCP x

Resistência à compressão e DCP aplicado no controle de qualidade de compactação.

No âmbito da correlação DCP x CBR, Parmar (2019) desenvolveu uma curva

específica para sua região de estudo na Índia, onde encontrou solos arenosos, argilo-

arenosos e argilosos. De acordo com o autor, a correlação obtida por ela pode ser

considerada boa, pois obteve um R²> 0,7.

Chibwe (2019) aplicou as correlações publicadas pela TRL (1990) entre CBR

e DN para redimensionar pavimentos de baixo volume de tráfego. De acordo com

Chibwe (2019), os resultados obtidos através da correlação CBR x DCP utilizadas no

trabalho levaram a uma redução na dimensão do pavimento devido a melhor avaliação

da situação in situ do solo.

Amadi et al. (2018) desempenharam seu trabalho da mesma forma, ou seja,

desenvolveram uma correlação local entre CBR x DCP para sua região de estudo

localizada em Minna, Nigéria. De acordo com os autores, as correlações publicadas

pela TRL (1993) levaram a valores de CBR superiores aos estimados pela curva

obtida Amadi, et al. (2018). De acordo com os autores, isso se justifica pelo tipo de

solo com o qual a correlação da TRL (1993) foi publicada – solos de granulometria

grossa e fina, em compensação o trabalho de Amadi et al. (2018) retratou a correlação

para solos classificados como: A-2-6 (SC), A-2-4 (SM) e A-6 (CL). Amadi et al. (2018)

concluíram, a partir dos resultados obtidos no ensaio DCP em campo, que a camada

superior do local de estudo apresentava compactação ruim e/ou era um solo mal

selecionado para a finalidade de fundação de rodovia.

Wilches et al. (2019) desenvolveram uma correlação específica para a área

de estudo na qual trabalharam na Colômbia, onde os solos trabalhados possuíam

coesão e partículas finas. Wilches et al. (2019) concluíram que a curva obtida por eles

também apresentou boa correlação com R²> 0,8.

Al-Obaidi et al. (2018) realizaram pesquisas com um solo colapsível no Iraque,

mas, mesmo assim, obtiveram correlações muito similares às publicadas por Harison

(1986) e pela MnDOT (1996).

Sidhu et al. (2018) também buscaram trabalhar sobre a correlação DCP x

CBR, porém notaram que os valores obtidos através da correlação proposta por eles

Page 45: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

41

variaram de acordo com mudança da densidade e teor de umidade. Fato esse já

descrito nos trabalhos de Kleyn e Savage (1982), Hassan (1996), Lima (2000), Alves

(2002), Schlögel (2015), Torres (2017).

3.4.3.2 Correlações DCP x Módulo de Resiliência (MR)

Quanto às atuais pesquisas relacionadas ao módulo de resiliência e DCP,

destaca-se o trabalho de George e Udin (2000), os quais desenvolveram um trabalho

para o Departamento de Transporte do Mississipi, no qual pode ser vista uma

correlação para solos coesivos e não coesivos. Os autores informaram que outras

propriedades físicas do solo são importantes e devem ser levadas em consideração

ao relacionar DCP e Módulo de Resiliência.

Herath et al. (2005) realizaram pesquisas em solos coesivos e obtiveram bons

resultados para a correlação. No entanto, reforçam a influência que a densidade,

umidade e tipologia de solos causam nos resultados.

Mousavi et al. (2018) avaliaram as curvas de correlação de Hasan (1996),

George e Udin (2000), NCHRP (2004), Herath et al. (2005) e Mohammad et al. (2008)

para o tipo de solo argiloso (A-4) com o qual estavam trabalhando e concluíram que a

correlação era muito baixa, justificando a busca por novas correlações específicas.

Por fim, Cruz (2019) obteve a correlação do DCP com o módulo resiliente do

sublastro de uma ferrovia com a finalidade de desenvolver uma avaliação simplificada

da condição da plataforma da ferrovia.

3.4.2.3 DCP aplicado na caracterização de solos

Quanto aos trabalhos com o objetivo de caracterização de camadas de solo,

destaca-se, primeiramente, o trabalho realizado por Hong et al. (2016), os quais

utilizaram um DCP estático e dinâmico para avaliar a espessura de uma camada de

lastro e sublastro de uma ferrovia na Coreia do Sul. Além disso, Hong et al. (2016)

promoveram algumas mudanças no equipamento DCP utilizado na pesquisa,

tornando-o capaz de coletar informações de tensão de ponta e atrito lateral na haste

de penetração.

Page 46: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

42

Seguindo a mesma linha de trabalho, Haddani et al. (2016) fizeram uso do

PANDA e Geoendoscópio para realizar avaliações do lastro e sublastro. PANDA é um

DCP adaptado com sensores que passam informações da energia aplicada a cada

golpe e deslocamento vertical para central de aquisição de data. (HADDANI et al.,

2016).

Lee et al. (2014) fizeram uso do DCP para validar informações obtidas por

meio do Soil Stiffness Gauge em solos arenosos mal graduados, siltes arenosos e

areais bem graduadas com silte da Coreia do Sul. De acordo com Lee et al. (2014),

as correlações foram satisfatórias, porém não deixou de mencionar que o silte arenoso

e a areia bem graduada com silte tiveram influência da umidade nas respostas.

Hamid et al. (2018) avaliaram o impacto da densidade e do nível da água

sobre os resultados de grau de compactação de areias através do uso do DCP.

Através desses estudos, Hamid et al. (2018) concluíram que areias bem drenadas

poderiam aumentar sua resistência de penetração do DCP em até 170%.

Por fim, Almeida et al. (2019) utilizaram o DCP para identificar parâmetros de

um solo laterítico, residual e colapsível formado por intemperismo de basalto e de

baixa permeabilidade na Região Oeste do Estado do Paraná, Sul do Brasil. Os autores

concluíram que o DCP é uma ótima ferramenta para estimativa de índices físicos e

parâmetros de resistência ao cisalhamento. Porém, para que obtivessem correlações

aceitáveis (R²>0,5 e p-valor<0,05), foram necessárias realizações de regressões

duplas, ou seja, obtenção de um valor em função de outros dois parâmetros.

3.4.2.4 DCP aplicado no controle de qualidade

Outra função do DCP é no controle de compactação de aterros. Como há

necessidade da verificação constante e ao longo de uma área grande, prefere-se usar

o DCP pelo preço e agilidade de obtenção de resultados (JAYAWICKRAMA et al.

2000). Amandi et al. (2018) comentam que, de maneira geral, o controle de qualidade

convencional de compactação não é confiável devido à baixa amostragem do ensaio,

em que, segundo eles, apenas 1% da área é controlada.

Voltado para esse assunto, ressalta-se o trabalho de Alam et al. (2014), os

quais correlacionaram os valores de DN (mm/golpe) com a resistência à penetração

em areia em diferentes graus de compactação em Bangladesh. Os autores notaram

Page 47: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

43

que os resultados obtidos por eles apresentaram uma pequena variação devido à

influência de material fino. Dessa forma eles propuseram uma correção da curva

obtida em laboratório. Aplicando essa correção nos valores de grau de compactação

estimados através da equação obtida e, validando-os por meio do ensaio de frasco de

areia, os resultados tornaram-se satisfatórios.

O trabalho de Torres (2017) utilizou o DCP para controle executivo de

compactação de vias urbanas na Região Sul do Brasil. De acordo com Torres (2017),

os resultados provaram-se positivos quanto à viabilidade de utilização do

penetrômetro dinâmico.

Chennarapu et al. (2018) avaliaram o grau de compactação de três tipos de

solo: areias argilosas com pedra, argilas arenosas e siltes arenosos. A avaliação foi

feita através do DN (mm/golpe) em áreas desenvolvidas especificamente para o

ensaio na Índia. Os autores também investigaram a influência da altura de queda do

martelo de 8 kg do DCP nos resultados de DN. Os autores concluíram que em

comparação ao frasco de areia, ensaio utilizado para elaboração da correlação DN

(mm/golpe) x massa específica seca [ρ (g/cm³)], o DCP se mostrou mais rápido,

prático e com resultados de correlação satisfatórios se comparados com o trabalho de

Mohammadi et al. (2008). A mesma observação a respeito da comparação com frasco

de areia já havia sido feita por Aguiar et al. (2011) e Schlögel (2015).

Quanto à influência da variação de altura de queda do martelo de 8 kg,

Chennarapu et al. (2018) informam que obtiveram variações entre 11 – 26% nos

valores de DN (mm/golpe), fato importante a ser destacado, pois pode ser um fator

gerador de erros relacionados ao ensaio. Chennarapu et al. (2018) reforçaram

também o que foi identificado por Kleyn e Savage (1982), Hassan (1996), Lima (2000),

Alves (2002), Schlögel (2015) e Torres (2017) a respeito da influência do teor de

umidade nas leituras do DCP. Os autores destacaram que, para o mesmo valor de

massa específica (g/cm³), o teor de umidade pode estar no ramo úmido ou no ramo

seco da curva de compactação, fato que resulta numa variação das leituras de DN.

Ranasinghe et al. (2019) utilizam valores de densidade em termos de DN

(mm/golpe) a fim de modelar um algoritmo que, com base no número de passadas de

um rolo compactador, estima a densidade do solo. Os autores concluíram que o

modelo apresentado é confiável para alguns tipos de solos.

Mohajerani et al. (2019) estudaram exemplares de areia do estado do Oeste

Australiano, aos quais correlacionaram valores de penetração por golpe do DPL

Page 48: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

44

(Dynamic Lightweight Cone Penetrometer) e obtiveram resultados satisfatórios

(0,6>R²>0,85), inclusive afirmando que o equipamento confere resultados rápidos,

simples e pouco custosos. De acordo com Mohajerani et al. (2019), o DPL é uma

modificação já normatizada do DCP e apresenta carga de impacto 2,25 kg em vez dos

8 kg do DCP de Scala (1959).

MacRobert et al. (2019) realizaram um estudo estatístico dos resultados de

DN (mm/golpe) obtidos para areias (SP e SW) presentes na literatura e os comparou

com os resultados densidade relativa. Os autores compararam os resultados

coletados por eles com os dos autores Mohammadi et al. (2008) e concluíram que,

mesmo que as areias apresentem a mesma distribuição de partículas, a chance de

que a curva obtida por MacRobert et al. (2019) represente os valores de Mohammadi

et al. (2008) é menor que 1%. MacRobert et al. (2019) concluíram informando que a

correlação DN (mm/golpe) x densidade relativa (%) apresentou um erro de 11%.

3.4.2.5 Erros e Desvantagens do DCP

Gholami et al. (2019) avaliaram a influência do atrito lateral na haste de

penetração do DCP e os possíveis erros de leitura e resultados que esse parâmetro

pode causar quando utilizado em siltes e areias finas com pouca coesão. De acordo

com os autores, deve-se ter atenção em manter o equipamento sempre verticalizado

e rotacioná-lo sempre que possível para evitar a aderência dele ao solo.

Gholami et al. (2019) também comentam que o DCP deve ser utilizado em

profundidades de até 1000 mm devido a possíveis alterações na inércia da penetração

da ponta cônica.

De acordo com Berti (2005), as desvantagens são criadas pelo clima,

intempéries e pela tentativa de análise de camadas mais profundas. A influência do

clima se dá pela conservação de umidade nos vazios do solo, principalmente siltosos

e argilosos em países tropicais. Os solos argilosos também podem apresentar

disparidade no momento da avaliação à resistência em profundidades maiores. Há

possibilidade de o solo aderir-se à haste do equipamento. Para evitar esse tipo de

acontecimento, lubrifica-se o equipamento com substâncias oleosas, diminuindo a

possibilidade de isso ocorrer. Já os solos arenosos, de granulometria maior, com baixa

Page 49: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

45

coesão apresentam índices superficiais de DCP baixos, os quais aumentam no

decorrer da penetração.

Outra desvantagem do DCP, conforme amplamente divulgado na literatura, é

a influência da umidade, densidade e tipologia do solo encontrado na região. Tais

características levam à necessidade de curvas de correlação locais com os

parâmetros de controle de qualidade e dimensionamento de pavimentos (LIMA, 2000,

CHUKKA et al., 2012, TORRES, 2017, D. MACROBERT et al., 2019), principalmente

para solos tropicais, os quais, de acordo com Carvalho et al. (2015), apresentam

características diferentes de estrutura e resistência de acordo com o microclima no

qual foi gerado.

Entretanto, apesar das desvantagens enumeradas, o equipamento ainda

assim apresenta baixo custo, facilidade no manuseio e uma vasta gama de

correlações a serem desenvolvidas. Além disso, a concessionária ferroviária possui

um dos equipamentos à disposição para desenvolvimento de ensaios. Portanto,

decidiu-se utilizar o DCP no desenvolvimento do trabalho.

3.5 SOLOS TROPICAIS

De acordo com Nogami e Villibor (1995), em virtude da atuação de processos

geológicos e/ou pedológicos das regiões tropicais e úmidas, os solos apresentam

características e comportamentos diferentes dos solos não tropicais.

De acordo com Lepsch (2002), o processo de intemperismos físico e químico

é constante e atua até que o maciço rochoso entre em equilíbrio com o ambiente no

qual está inserido.

A partir disso, de acordo com Silva Filho (2018), Nogami e Villibor propuseram

na década de 80 uma classificação denominada Miniatura Compactada Tropical

(MCT), denominando o solo entre laterítico e não laterítico.

De acordo com Rocha et al. (2017), o solo laterítico está localizado no

horizonte mais superficial e passou por intensas evoluções pedogênicas. Já o solo

saprolítico tem origem da decomposição da rocha-mãe.

Souza (2016) comenta que os dois solos são encontrados quase sempre em

camadas superpostas, contudo, apesar de possuírem índices físicos semelhantes,

possuem propriedades de engenharia e comportamento diferentes.

Page 50: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

46

Dariva (2016) adiciona informando que o horizonte superficial dos solos

tropicais pode apresentar centímetros ou até metros de espessura. A transição entre

esses horizontes pode ser gradual ou abrupta e apresentam variação de coloração

entre as camadas.

De acordo com Santos (1998), o processo de formação dos solos tropicais

ocorre em três etapas:

• Decomposição: estágio inicial onde ocorrem as quebras físico-

químicas dos minerais primários;

• Laterização: estágio secundário de transformação no qual envolve o

processo de lixiviação de bases e sílicas. Bennati e Miguel (2013)

complementam informando que a laterização também pode ser

explicada devido à presença da cimentação por causa da influência dos

óxidos de alumínio ou ferro, podendo resultar em comportamento

colapsível. Nogami e Villibor (1995) completam informando que os

óxidos possuem papel importante na formação de torrões de solo

devido a propriedades cimentantes;

• Desidratação: estágio terciário onde ocorre a desidratação de óxidos e

perda de água.

Sousa (2016) completa informando que uma característica peculiar do solo

laterítico é o surgimento de trincas de retração após a compactação.

Esse fato também foi observado por Carvalho (2015), o qual ponderou que

algumas estradas executadas sobre solos tropicais podem ter uma durabilidade

reduzida devido ao aparecimento de fissuras que são oriundas da retração do solo

quando compactado. Entretanto, em estudos mais recentes, Silva Filho (2018) avaliou

a utilização de solos laterizados (LA’) no nordeste brasileiro e obteve resultados bons

no ponto de vista de deformação.

Viana (2007) publicou uma tabela (Tab. 3) resumindo algumas características

dos solos tropicais com base nos principais ensaios geotécnicos realizados.

Segundo Sousa (2016), bastam dois ensaios para que seja possível realizar a

classificação MCT. São eles: compactação em equipamento miniatura – Mini-MCV e

o ensaio de perda de massa por imersão. As normativas que regem os ensaios são

ME 258 (DNER, 1994) e ME 256(DNER, 1994), respectivamente.

Page 51: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

47

Tabela 3 - Resumo de características de solos tropicais

Propriedade Solos Lateríticos Solos Saprolíticos

CBR

Geralmente, apresentam CBR mais elevados (face aos seus índices

classificatórios)

Frequentemente apresentam valores piores (face aos seus índices

classificatórios). Contudo algumas variedades podem ser muito resistentes.

Na densidade seca máxima da energia intermediária, as areias finas argilosas podem atingir CBR de 80% e as argilas

CBR de 40%

Valor de suporte muito dependente da sobrecarga.

Perda de suporte por imersão em água

Reduzida Grande

Expansão Mais baixa

Frequentemente apresentam valores piores face aos seus índices

classificatórios.

Valor de expansão muito dependente da sobrecarga.

Classificação HRB/ AASHTO

De uma maneira geral, possuem capacidade de suporte maior do que a

prevista pela classificação.

Muitas variedades de solos dos grupos A-1, A-2 e A-4 podem ter capacidade de

suporte inferior à prevista pela classificação.

Os solos dos grupos A-2 e A-4 podem ser usados como base. Índice de grupo zero, ou baixo, pode

corresponder a tipos de solo com capacidade de suporte baixo e

expansivo.

Os solos do grupo A-7 podem ser usados como reforço ou sub-base/sublastro de

pavimentos, mesmo que tenha índice de grupo bem acima de zero.

Fonte: Adaptado de Viana (2007)

Sousa (2016) completa dizendo que, por meio desses resultados, os parâmetros

c’ e e’ são obtidos. O primeiro parâmetro está relacionado à granulometria e o segundo

está vinculado à perda de massa e com a curva de compactação. Com base nos

resultados obtidos para os parâmetros, obtém a classificação do solo de acordo com

a localização dele no ábaco representado na Figura 19.

Page 52: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

48

Figura 19 - Ábaco de classificação de solos tropicais

Fonte: Villibor e Nogami (2009)

Page 53: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

49

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O capítulo de Materiais e Métodos aborda a respeito da área onde foi coletada

a amostra de solo utilizada nesta pesquisa, da metodologia empregada nos ensaios

de laboratório e de campo a fim de alcançar a curva de correlação entre DN

(mm/golpe), teor de umidade (%) e densidade in situ (g/cm³).

Foram realizadas duas coletas de material em um mesmo ponto ao lado da

ferrovia que cruza a cidade de Itu, localizada no interior de São Paulo. Neste local,

marco quilométrico ferroviário 198+300, foram feitas duas cavas de onde coletou-se

cerca de 300 kg de material. As coletas foram feitas em oportunidades distintas e

tiveram que ser realizadas para que não faltasse material para a totalidade de ensaios

performada. As escavações foram feitas sem segregação de horizontes e foi retirada

toda a camada de lastro existente até chegar no solo. A finalidade da coleta é realizar

os ensaios de classificação, obtenção dos índices físicos e ensaio DCP para obtenção

da curva de correlação, que é o objetivo deste trabalho.

Posterior à coleta, o material foi levado até o laboratório da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, localizada em Curitiba – PR, para que o solo

passasse pelos ensaios de caracterização dos índices físicos, índice de suporte de

solo (ISC), ou também como é conhecido California Bearing Ratio (CBR), ensaio de

expansão e o ensaio com o Dynamic Cone Penetrometer (DCP). Realizou-se também

a classificação do solo através da metodologia MCT, porém esse ensaio foi feito na

Universidade Estadual Paulista (UNESP) na cidade de Bauru – SP.

Tendo em vista o volume de ensaios que foi realizado e o tempo disponível

para fazê-los, optou-se em obter a curva de compactação do solo através do próprio

ensaio de índice de Suporte de Solo, ao invés de se fazer o ensaio de compactação

Proctor normatizado pela NBR 7182 – Ensaio de Compactação.

Referente ao ensaio DCP, ele foi realizado sobre os corpos de prova

moldados para o ensaio de obtenção do índice de Suporte de Solo. Isso foi feito por

dois motivos. Primeiramente, para reduzir os efeitos de confinamento que os moldes

do ensaio de compactação Proctor, com diâmetro de 10 cm, poderiam gerar no solo

durante a penetração da ponta cônica do DCP, já que o molde utilizado para o ensaio

de índice de suporte de solo possui 15 cm de diâmetro. Este assunto será mais bem

discutido em capítulo específico. Segundo, pois não foi feito ensaio de compactação,

Page 54: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

50

conforme descrito anteriormente. A Tabela 4 mostra um resumo dos ensaios

realizados no laboratório com o solo coletado.

Tabela 4 - Resumo de Ensaios Laboratoriais

Ensaio Número de Ensaios

Granulometria Duas (2) vezes incluindo peneiramento

e sedimentação. Uma (1) vez apenas o peneiramento

Limites de Atterberg Uma (1) vez

Densidade Real dos Grãos Uma (1) vez

Metodologia MCT Uma (1) vez

Ensaio de ISC Quinze (15) ensaios

Cinco (5) em cada energia de compactação

Ensaio DCP Trinta (30)

Fonte: Autoria Própria

Posterior à finalização dos ensaios laboratoriais e ao desenvolvimento das

correlações propostas nesta dissertação, regressou-se a campo para execução de

baterias de ensaio DCP e ensaio de determinação da densidade in situ por meio da

cravação de tubo de PVC no solo. Nos pontos onde foram feitos os ensaios DCP e

PVC só foi coletado material a fim de obtenção do teor de umidade.

A realização dos ensaios de campo tem como objetivo a validação dos valores

obtidos em laboratório. A localização deles foi definida de acordo com a tipologia do

solo, tendo sido escolhidos os pontos com mais similaridade ao solo coletado dentre

a lista fornecida. Informações como: ensaios granulométricos, limites de Atterberg,

classificação do solo, resultado de ensaio de compactação Proctor e ISC,

apresentados na Tabela 5, já eram conhecidas, pois a concessionária cedeu para o

desenvolvimento do trabalho.

Page 55: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

51

Tabela 5 - Informações dos solos na região dos ensaios de campo

Ponto de ensaio 𝝆𝒎á𝒙 (E.N)

Wot (%) Granulometria

% que passa Limites Atterberg Classificação

Ponto km g/cm³ (%) 2,00 0,42 0,074 LL LP IP HRB SUCS

P1 177+900 1,71 15,10 100,00 97,36 86,58 35 23 12 A-6 CL

P2 178+450 1,82 12,60 100,00 89,91 68,54 28 17 11 A-6 CL -ML

P3 182+200 1,67 20,20 100,00 98,53 78,91 39 24 15 A-6 CL

P4 183+050 1,77 15,75 100,00 95,95 74,75 38 23 15 A-6 CL

P5 196+500 1,81 15,40 95,70 92,50 52,80 27 23 4 A-6 ML

P6 198+300 1,63 18,80 100,00 93,99 86,19 34 21 13 A-6 CL

P7 201+500 1,90 16,50 100,00 90,15 48,60 36 17 19 A-6 CL

P8 212+600 1,77 14,40 100,00 86,85 38,13 0 A-6

P9 214+900 1,89 14,90 100,00 87,45 37,41 24 16 8 A-6 -

P10 216+200 1,71 18,70 100,00 76,07 48,03 41 22 19 A-6 CL

Fonte: Autoria Própria

Em campo foram realizados três ensaios de DCP e cravação de tubo PVC por

ponto (P) exposto na Tabela 5. Mais detalhes de como foram feitos os ensaios serão

tratados nos subcapítulos específicos. Foram realizados no total 30 ensaios de DCP

e PVC. Os resultados serão expostos e discutidos posteriormente. A localização

aproximada dos pontos de ensaio pode ser vista na Figura 20.

Figura 20 - Localização aproximada dos pontos de ensaios de campo

Fonte: Autoria própria

Page 56: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

52

A Figura 21 mostra o fluxograma do desenvolvimento em laboratório e em

campo discutidos até aqui. Os demais subcapítulos de Materiais e Métodos

descreverá cada um dos ensaios laboratorial e em campo.

Figura 21 – Organização dos ensaios de campo e laboratoriais

Fonte: Autoria Própria

Page 57: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

53

4.1 ÁREA DE ESTUDO

A área de coleta da amostra de solo está localizada próximo ao município de

Itu, São Paulo, tal como está representada na Figura 22. As coordenadas geográficas

do local de extração são: 23°16'14.5"S 47°19'48.6"L.

Figura 22 – Localização da área de estudo

Fonte: Autoria própria

A amostra foi coletada em um dia seco de inverno, por volta das dez horas da

manhã. A região passava por um período sem chuva que durava cerca de dois meses.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, (2019),

a região onde foi coletada a amostra de solo e foram realizados os ensaios de campo

encontra-se em um clima tropical, com as temperaturas podendo variar, em média, de

15 – 18 °C em pelo menos um mês do ano. Além disso, a região pode passar por 1 a

2 meses secos.

Page 58: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

54

Nesse local passa uma das principais linhas férreas do país, a qual liga o porto

de Santos até a Região do Centro-Oeste. Trafegam por essa linha cerca de 20 trens

por dia, totalizando por volta de 100 mil toneladas de produtos sendo levados ao porto.

Esse trecho passou por uma recente duplicação e para isso foram realizadas

coletas de material para determinação do tipo de solo da região e posterior

desenvolvimento de projetos de engenharia para implantação da nova linha férrea.

A amostra de solo foi coletada no marco quilométrico km 198+300, ao lado da

ferrovia, conforme pode ser visto na Figura 23a. Foram feitas duas cavas em

oportunidades diferentes, ambas com cerca de profundidade de 70 cm (Fig. 23b).

Figura 23 - (a) Execução da coleta do solo para ensaios laboratoriais (b) Cava de coleta de solo

Fonte: Autoria própria

O trecho onde foram realizadas as coletas e posteriormente os ensaios possui

sistema de drenagem superficial paralelo à linha em formato de canaletas trapezoidais

de concreto. Entretanto, na parcela dentro de uma topografia de corte, há drenos

horizontais profundos apenas no lado recém-implantado. Deixando o lado onde foram

feitos os ensaios apenas com canaleta de drenagem de águas superficiais. O sistema

de drenagem encontra-se com cota a superior no mesmo nível que com a cota inferior

do lastro ferroviário, o que pode ser visto na Figura 24.

Page 59: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

55

Figura 24 - Sistema de drenagem com cota superior igualada à cota inferior do lastro ferroviário

Fonte: Autoria Própria

Segundo o IBGE (2019), a pedologia do solo da região pode ser classificada

como ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico, textura média/argilosa e

argilosa. Além disso, a região de Itu é conhecida por sediar o Parque Nacional do

Varvito, o qual encontra-se 1,5 km de distância do local onde foi coletado o material.

De acordo com Carneiro (2016), o varvito, Figura 25, é uma rocha sedimentar

originada do depósito de camadas de argila-silte, ou argila-areia fina em ambientes

pró-glaciais, formando acumulações de camadas claras e escuras.

Figura 25 - Camadas sedimentares que foram o varvito

Fonte: Adaptado de Carneiro (2016)

Page 60: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

56

A justificativa da escolha dessa região para o desenvolvimento do estudo se

dá por alguns motivos. O primeiro deles é pela recorrente necessidade de manutenção

no ponto em que foi coletado o material, o qual origina grandes desnivelamentos na

linha. Segundo, pelo histórico de dados recentes que foi disponibilizado para o

enriquecimento da pesquisa.

Page 61: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

57

4.2 METODOLOGIA LABORATORIAL

O solo coletado na cidade de Itu, São Paulo, foi transportado em sacos de

ráfia para o laboratório de Mecânica dos Solos da Universidade Tecnológica Federal

do Paraná, onde passou pela campanha de ensaios laboratoriais. Previamente à

execução dos ensaios laboratoriais, foi feita preparação das amostras conforme

orientação da NBR 6457 (ANBT, 2016).

À medida que foi sendo necessário mais solo para os ensaios, as amostras

passaram pelo processo de secagem e destorroamento, tal como é indicado na

normativa para preparação para ensaios de compactação e ensaios de

caracterização.

4.2.1 Granulometria

Posterior à preparação do material, conforme orientado na NBR 6457 (ABNT,

2016), partiu-se para a realização do ensaio granulométrico. Esse ensaio é descrito

na NBR 7181 (ABNT, 2016) e orienta que a porção mais grossa do material coletado

passe por peneiramento, enquanto a porção fina seja submetida ao processo de

sedimentação. As Figuras 26a e 26b evidenciam a realização das etapas descritas. O

ensaio foi repetido três (3) vezes, sendo duas (2) vezes realizada a lavagem da fração

grossa e fina e a realização da sedimentação. A terceira granulometria foi feita apenas

lavando a fração grossa, porém sem realizar a sedimentação

Figura 26 - (a) Realização de peneiramento do solo (b)Realização de sedimentação da porção fina do solo

Fonte: Autoria própria

Page 62: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

58

A Figura 27 mostra como ficou o solo após o processo de lavagem e

peneiramento descrito na normativa mencionada anteriormente.

Figura 27 - Solo após sedimentação

Fonte: Autoria própria

4.2.2 Limites de Atterberg

Em seguida, foram realizados os ensaios dos Limites de Atterberg. Os limites

de Atterberg são compostos pelo Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP).

O ensaio de determinação do Limite de Liquidez segue procedimento descrito na

normativa NBR 6459 (ABNT, 2016) (Fig. 28a). O ensaio de determinação do Limite de

Plasticidade segue normativa NBR 7180 (ABNT, 2016) (Fig. 28b). Ambos têm a

função de auxiliar na determinação do valor do Índice de Plasticidade (IP), o qual foi

obtido algebricamente. Os resultados obtidos para os ensaios serão tratados no

capítulo de resultados.

Page 63: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

59

Figura 28 - (a) Ensaio de limite de liquidez (b) Ensaio de limite de plasticidade

Fonte: Autoria própria

4.2.3 Densidade Real dos Grãos

A amostra de solo coletada passou pelo ensaio de densidade real dos grãos.

Ele foi realizado a partir da norma NBR 6458 (ABNT, 2017) (Fig. 29a). A intenção da

aplicação da bomba de vácuo de 88 kPa (Fig. 29b) é remover toda a parcela de vazios

do solo composta por ar através da aplicação de vácuo no interior do dessecador de

vidro.

Figura 29 - (a) Amostras de solo e picnômetros (b) Dessecador e bomba de vácuo

Fonte: Autoria própria

4.2.4 Metodologia MCT

O solo coletado em Itu passou pelos ensaios de Mini – MCV, de acordo com

a normativa ME 258 (DNER, 1994), e determinação de perda de massa por imersão,

Page 64: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

60

a partir da normativa ME 256 (DNER, 1994). Esses ensaios têm como objetivo avaliar

sua estabilidade superficial à ação de intempéries e, dessa forma, poder classificá-lo

como sendo um solo laterítico ou não laterítico.

Esses ensaios foram realizados no laboratório de mecânica dos solos da

Faculdade de Engenharia de Bauru da UNESP (Fig. 30a e 30b).

Figura 30 - (a) Compactação com Mini MCV (b) Realização de ensaio de perda por imersão

Fonte: Autoria própria

4.2.5 Ensaio ISC

Após a realização dos ensaios de caracterização, partiu-se para o ensaio de

capacidade de suporte do solo. O procedimento adotado para a realização do ensaio

CBR foi o da NBR 9895 (ABNT, 2016) – Índice de Suporte Califórnia (ISC) – Método

de Ensaio.

Foram moldados quinze (15) corpos de prova para esse experimento, sendo

cinco (5) deles com energia de compactação normal, outros cinco na energia

intermediária e, por último, cinco na energia modificada.

Page 65: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

61

O objetivo de moldar nas três energias é a obtenção das curvas de correlação

proposta por este trabalho nas três energias, haja visto que não se sabe qual energia

de compactação foi empregada nas obras de implantação da linha férrea, apesar da

ISF 207 prescrever que as camadas de subleito e sublastro devem ser compactadas

nas energias normal e intermediária, respectivamente.

O molde pode ser visto na Figura 31a e o molde já com solo compactado na

Figura 32b. Tal como prescreve a norma 9895 (ABNT, 2016), os moldes possuem

cerca de 15 cm de diâmetro por 17 cm de altura.

Figura 31 - (a) Molde e soquete para realização do ensaio de compactação (b) Solo compactado no molde

Fonte: Autoria própria

Conforme descrito anteriormente, optou-se por obter as curvas de

compactação do solo através do ensaio ISC, possibilitando assim traçar a curva que

relaciona massa específica aparente seca (ρ), dada em g/cm³, com a umidade, dada

em percentagem (%), tornando-se possível a obtenção da massa específica aparente

seca máxima (𝜌𝑚á𝑥) e umidade ótima (𝑤𝑜𝑡).

Póstuma à compactação do solo no cilindro metálico, a qual pode ser vista na

Figura 32a, realizou-se a imersão dos quinze (15) moldes em baldes de água, etapa

que pode ser vista na Figura 32b, para obtenção dos valores de expansão e ISC.

Page 66: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

62

Figura 32 - (a) Realização do ensaio de compactação (b) Baldes com água destilada e moldes com solo compactado

Fonte: Autoria própria

Carvalho (2005) menciona em seu trabalho que, de acordo com as

preposições iniciais do CBR, a imersão do corpo de prova em água por um período

de 96 horas tem como objetivo simular a situação de degelo na primavera em países

de clima temperado. Entretanto, neste trabalho se manteve a execução do ensaio

conforme orientado na norma NBR 9895 (ANBT, 2016).

Para a realização do ensaio CBR, utilizou-se o equipamento disponível no

laboratório de Mecânica dos Solos da UTFPR – Curitiba, Figuras 33a, b, cujo

fabricante e modelo são Emic DL3000N. A prensa foi submetida à calibração no dia

11/12/2017 pela SIMMETRO.

Figura 33 - (a) Prensa realizando ensaio CBR (b) Software de coleta de dados do ensaio CBR

Fonte: Autoria própria

A Figura 34 mostra os corpos de prova saturados após a execução do ensaio

CBR na prensa mencionada anteriormente.

Page 67: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

63

Figura 34 - Moldes compactados e ensaiados na prensa

Fonte: Autoria própria

Conforme é orientado na NBR 9895 (ANBT, 2016), também foram realizadas

leituras para avaliar a expansão do solo quando submetido à submersão em água. A

Figura 35 evidencia um dos cilindros metálicos com o suporte e o relógio comparador

devidamente instalado.

Figura 35 - Molde de CBR com comparados para medição de expansão

Fonte: Autoria própria

Page 68: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

64

Os corpos de prova selecionados a passar por esse ensaio foram

compactados mais próximo da umidade ótima da curva de compactação nas três

energias trabalhadas.

4.2.6 Ensaio DCP

Após obtenção da curva de compactação por meio do ensaio ISC, foram

moldados trinta (30) novos corpos de prova para os ensaios DCP. Dez (10) deles em

cada energia de compactação. Todos os moldes respeitaram os teores de umidade

obtidos na curva de compactação. Isso foi feito para que seja possível estabelecer a

curva de correlação proposta neste trabalho e também avaliar a reprodutibilidade do

ensaio DCP para o solo em estudo.

Os ensaios de penetração foram realizados sobre os moldes do ensaio ISC e

tomou-se cuidado para posicionar a ponta cônica do DCP na posição central do solo

compactado dentro do molde, tal como mostra a Figura 36.

O procedimento seguido para a realização desse ensaio está contido na

normativa norte-americana D-6951 (ASTM, 2003). Entretanto, tendo em vista a altura

limitada dos corpos de prova do CBR, houve alguns casos em que o ensaio foi

encerrado antes que a ponta cônica do DCP atingisse o disco espaçador que está

posicionado na parte interna e inferior do cilindro.

Page 69: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

65

Figura 36 - Ensaio DCP sobre molde de CBR

Fonte: Autoria própria

A justificativa pela escolha de realizar os ensaios DCP em moldes de 15 cm

de diâmetro se dá pelo efeito de confinamento discutido na bibliografia. Torres (2017)

menciona que o efeito de borda que o corpo de prova metálico gera sobre o solo

durante o ensaio DCP pode levar a pequenos erros. Berti (2005) menciona que, devido

à pequena dimensão do cilindro, esse efeito não pode ser desconsiderado. Ambas

utilizaram moldes com 10 cm de diâmetro para o desenvolvimento do trabalho delas.

Hassan (1996) avaliou o efeito do confinamento lateral em solos finos (A-6 e

A-7-6) durante ensaios de DCP. Para isso, o autor colocou uma carga lateral nos

moldes no qual compactou o solo. Em seguida ele realizou os ensaios DCP na região

central do molde. Pode ser visto na Figura 37, a qual mostra o resultado adaptado do

trabalho do autor, que na medida em que houve o acréscimo da pressão de

confinamento não houve grande redução do valor de DN para quase todas as

amostras. O autor concluiu que para esses solos finos (A-6 e A-7-6) não houve efeito

do confinamento significante, desde que estivessem no mesmo teor de umidade e

densidade.

Page 70: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

66

Figura 37 - Efeito do confinamento em corpos de prova durante execução de DCP

Fonte: Adaptado de Hassan (1996)

Lima (2000) colaborou com o caso cravando um cilindro com 15 cm de

diâmetro e 17 cm de altura numa camada de sub-base arenosa e realizando o DCP

dentro e fora do cilindro. O autor pôde verificar a inexistência do efeito de

confinamento do cilindro CBR sobre o ensaio DCP para solo composto por areia de

granulometria fina.

Os autores Mohammadi et al. (2008) avaliaram o efeito do molde com

diâmetro de 300 mm, 500 mm e 700 mm durante ensaios DCP à medida que iam

aumentado os valores de densidade relativa de areias. De acordo com eles, o efeito

aumenta de acordo com o acréscimo do valor de densidade relativa. Porém, o efeito

pode ser descartado para moldes com diâmetro superior a 500 mm, ou que a distância

da ponta cônica até a borda do cilindro rígido seja superior a 250 mm.

Ampadu et al. (2015) compararam os resultados de DN obtidos em campo

com os realizados em um molde que possuía 7,5 vezes o valor do cone de penetração

e concluíram que a diferença observada se deu pela influência da borda do molde.

Ackah (2016) realizou uma avaliação do efeito do confinamento em moldes

com diâmetro variando de 100 até 600 mm sobre os resultados do DCP e concluiu

que para uma areia siltosa, de acordo com a USCS, as variações de DN (mm/golpe)

podem chegar a dobrar. A Figura 38 mostra o gráfico obtido pela autora. Na pesquisa,

Page 71: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

67

Ackah (2016) avaliou o efeito da borda dos moldes sobre solos em três graus de

compactação diferentes, 80%, 90% e 100% à medida que ia aumentando a razão

diâmetro molde (Dm) pelo diâmetro do cone (Dc).

Figura 38 - Efeito do confinamento em corpos de prova durante execução de DCP

Fonte: Adaptado de Ackah (2016)

Com base no que foi exposto, pode-se concluir que o efeito de borda

realmente é um fator importante nos resultados laboratoriais. Entretanto, o erro que

esse efeito pode gerar em materiais de granulometria mais fina, argila e silte, apesar

de inferior ao impacto sobre solos com percentual de areia prevalecendo à

granulometria do solo, ainda são imensuráveis. Desta forma, possíveis variações

encontradas nos resultados podem ser provenientes desta influência.

Page 72: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

68

4.3 METODOLOGIA in situ

A campanha de ensaios em campo foi realizada nos pontos destacados na

Figura 39. Em cada um desses pontos foram estabelecidas áreas de ensaio onde

foram realizados três ensaios DCP e três ensaios de cravação do tubo de PVC para

estimativa da densidade de campo. A finalidade dessa etapa é validar a correlação

obtida no laboratório, conforme descrito anteriormente.

Figura 39 - Localização aproximada dos pontos de ensaios de campo

Fonte: Autoria própria

4.3.1 Ensaio DCP in situ

A campanha de ensaios em campo, posterior à coleta de solo, teve seu início

com a realização de ensaios DCP e obtenção do teor de umidade. Os locais de

Page 73: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

69

realização do ensaio foram dispostos na base do ombro do lastro sobre plataforma

ferroviária. A localização está destacada por uma flecha azul na Figura 40.

Figura 40 - Locação ensaio DCP na plataforma

Fonte: Adaptado de ISF 207/2015

Apesar de o ensaio ter sido realizado no pé do ombro do lastro, ainda assim

existia uma pequena camada de cerca de 5 cm de material britado, o qual entende-se

que é proveniente das constantes descargas de pedra que são realizadas. Portanto,

nos pontos de investigação se decidiu remover a camada de brita existente. Caso não

fosse removida essa camada, seria necessária a avaliação da curva DN (mm/golpe)

para estimar a altura da camada de agregado. Com a retirada do lastro tornou-se

possível a determinação visual do início da cravação da haste do cone de penetração

dinâmico no solo.

Foram realizados trinta (30) ensaios DCP (Figura 41), três em cada marco

quilométrico e não distantes mais de cinco (5) m, conforme descrito anteriormente. O

procedimento adotado para o ensaio seguiu a normativa norte-americana D-6951

(ASTM,2003).

Os critérios de paralização empregados no ensaio foram o alcance de uma

profundidade de ensaio até 50 cm e/ou a não variação de mais de um centímetro a

cada três golpes do martelo de cravação.

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70

Figura 41 - Realização ensaio DCP em campo

Fonte: Autoria própria

4.3.2 Estimativa Massa Específica Aparente Seca (ρ) in situ

A segunda etapa da campanha de campo consistiu na realização de medições

da massa específica aparente seca nos pontos de realização do ensaio DCP. Para

que isso fosse feito, tubos de PVC com diâmetro nominal de 50 mm foram cortados

com 100 mm de altura e cravados no solo (Figura 42a). Os tubos utilizados são

comercialmente utilizados na condução de água fria e possuem coloração marrom.

Os cilindros plásticos foram cravados com auxílio de uma marreta de três (3)

quilogramas, a qual batia sobre um pedaço de madeira, para que assim o tubo de

PVC penetrasse no solo. A madeira foi utilizada para que não houvesse danos nos

tubos de PVC (Figura 42b).

Page 75: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

71

Figura 42 - (a) Realização ensaio de densidade através da cravação de PVC (b) Madeira sendo utilizada para não danificar o tubo de PVC

Fonte: Autoria própria

O tubo de PVC foi cravado até que a borda superior dele estivesse rente ou

abaixo do nível do solo (Figura 43a). Posterior à cravação, o tubo foi retirado (Figura

43b). Para que não houvesse risco da perda de material ou risco de danificar o tubo,

foi realizada uma escavação manual em volta do corpo de prova e em seguida retirado

lateralmente. Após a retirada dos corpos de prova, eles foram devidamente

embalados e armazenados em um cooler a fim de não perder umidade. Durante a

extração dos tubos de PVC com solo, uma amostra foi coletada para a obtenção do

teor de umidade. O solo coletado estava nos arredores do tubo de PVC.

Figura 43 - (a) Tubo de PVC cravado até a borda superior (b) Tubo de PVC removido do solo com amostra devidamente ocupando todo o volume do tubo

Fonte: Autoria própria

Previamente à ida a campo, todos os tubos foram pesados e medidos com

paquímetro. Foram medidos três valores para o diâmetro interno e altura das peças.

Page 76: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

72

O cálculo da massa específica aparente seca levou em consideração a média dos

valores de altura e diâmetro interno.

Tal metodologia foi realizada por Matsinhe (2016), o qual concluiu que a

metodologia do tubo de PVC pode ser aplicada para a obtenção da massa específica

em campo, obtendo resultados mais precisos que métodos, como: anel volumétrico,

torrão parafinado e escavação. A metodologia é uma variação da descrita pela

normativa NBR 9813/1987 – Determinação da Massa Específica Aparente in situ com

emprego de cilindro de cravação, a qual indica a utilização de cilindro metálico com

110 mm de diâmetro e 116 mm de altura.

Page 77: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

73

5. ANÁLISE DE RESULTADOS

5.1 ANÁLISE DE RESULTADOS LABORATORIAIS

Neste item serão tratados os ensaios laboratoriais, sendo eles: granulometria,

densidade real dos grãos, limites de Atterberg, CBR, MCT e DCP.

5.1.1 Granulometria

Com base nos ensaios laboratoriais de granulometria e sedimentação, o solo

estudado pode ser classificado como uma argila areno siltosa de baixa plasticidade

(CL) pela USCS (Unified Soil Classification System) e como um solo argiloso (A6) pela

HRB (Highway Research Board). A Tabela 7 mostra um resumo dos resultados

obtidos.

Tabela 6 - Resultado ensaio granulometria

Tipo %

Argila (%) 51,51

Silte (%) 11,48

Areia fina (%) 31,12

Areia média (%) 3,20

Areia grossa (%) 1,83

Pedregulho (%) 0,86

Classificação USCS CL

Classificação HRB A6 Fonte: Autoria própria

As curvas granulométricas podem ser vistas na Figura 44. Destaca-se a curva

azul no gráfico, a qual diz respeito à média dos dois ensaios realizados com

peneiramento e sedimentação do material coletado, conforme preconizado pela

normativa.

Page 78: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

74

Figura 44 - Curva granulométrica

Fonte: Autoria própria

Os dados são corroborados por resultados obtidos anteriormente pela

concessionária durante ensaios de investigação geotécnica no local para obras, os

quais são expostos na Tabela 5, e chegaram nos mesmos resultados de classificação

de solo.

5.1.2 Limites de Atterberg

O limite de liquidez e plasticidade, assim como o índice de plasticidade, são

apresentados na Tabela 8 e a locação do ponto do gráfico de plasticidade pode ser

vista na Figura 45.

Tabela 7 - Resultado ensaios de limites de Atterberg

LL (%) LP (%) IP (%) Classificação

34,00 23,00 11,00 Baixa plasticidade Fonte: Autoria própria

Page 79: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

75

Nota-se com base no gráfico de plasticidade que o solo está quase sobre a

“Linha A”, função delimitadora de solos argilosos e siltosos.

Figura 45 - Gráfico de plasticidade e resultado do solo estudado

Fonte: Autoria própria

Comparando os valores obtidos neste trabalho com os valores de limite de

liquidez (LL), plasticidade (LP) e índice de plasticidade (IP) fornecidos pela

concessionária, 34, 21 e 13, respectivamente, pode-se notar que são muito

próximos, corroborando os resultados obtidos em laboratório.

5.1.3 Densidade Real dos Grãos

Os valores obtidos para a densidade real dos grãos da argila, conforme

exposto anteriormente na seção 5.1.1, são expostos na Tabela 9.

Tabela 8 - Resultado ensaio de densidade real dos grãos

P1 (g) P2 (g) P3 (g) P4 (g) t2 Dt D20

Tara

picnômetro Picnômetro+solo

Picnômetro+solo+água total

Picnômetro+água total

Temperatura Densidade dos grãos

Densidade a 20 °C

P1 74,25 84,32 179,85 173,49 22,90 2,7143 2,7125

P5 70,58 80,62 176,27 169,93 22,90 2,7135 2,7118

2,7122 Fonte: Autoria própria

Page 80: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

76

Conforme orientação da normativa, a diferença entre a média dos valores com

os valores obtidos não foi superior a 0,009, nesse caso, sendo de 0,0004.

Comparando o valor obtido a resultados existentes na literatura (Tab. 10), é

possível notar que o resultado de densidade real dos grãos (g/cm³) encontrado neste

trabalho possui valores superiores ao caso de solos arenosos e resultado muito similar

a outro solo argiloso. A partir disso, conclui-se que os resultados estão coerentes.

Tabela 9 - Comparação resultados de densidade real de grãos entre a literatura e este trabalho

Autor Solos Gs

Mohammadi et al. (2008) Areia mal graduada 2,66

Ampadu et al. (2015) Areia siltosa 2,66

Mohajerani et al. (2019) Areia branca de sílica 2,61

Almeida et al. (2019) Argila siltosa 2,70 Fonte: Autoria própria

5.1.4 Metodologia MCT

Os resultados dos ensaios executados de acordo com as normativas ME 258

(DNER, 1994) - Mini – MCV e ME 256 (DNER, 1994) - Determinação de perda de

massa por imersão concluíram que o solo coletado em Itu é um solo argiloso não

laterítico (NG’) (Fig. 46).

Page 81: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

77

Figura 46 - Resultado ensaio MCT

Fonte: Autoria própria

5.1.5 Ensaio CBR

5.1.5.1 Compactação

A partir do ensaio CBR, obtiveram-se os valores de massa específica

aparente seca máxima (𝜌𝑚á𝑥), a umidade ótima e também os valores de índice de

suporte de solo.

Os resultados obtidos para massa específica aparente seca máxima (𝜌𝑚á𝑥) e

umidade ótima, a cada uma das energias de compactação, estão expostos na Tabela

10, e os valores de massa específica aparente seca máxima e umidade ótima na

Tabela 11.

Page 82: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

78

Tabela 10 - Resultado ensaios de compactação em três energias de compactação

Energia Normal Energia Intermediária Energia Modificada

w (%) pd (g/cm³) w (%) pd (g/cm³) w (%) pd (g/cm³)

9,34 1,65 5,85 1,61 3,77 1,72

11,69 1,69 9,63 1,74 7,90 1,85

16,49 1,76 15,07 1,84 11,87 1,91

19,12 1,73 16,70 1,79 15,15 1,85

21,58 1,65 21,29 1,67 17,62 1,73 Fonte: Autoria própria

Tabela 11 - Resumo dos resultados de teor de umidade ótima e massa específica aparente seca máxima para as três energias

Energia 𝒘ó𝒕𝒊𝒎𝒂 (%) 𝜌𝑚á𝑥 (g/cm³)

EN 17,00 1,76

EI 13,87 1,86

EM 11,87 1,91 Fonte: Autoria própria

A Figura 48 sintetiza os resultados obtidos para as três energias de

compactação em um só gráfico e localiza as curvas perante os valores de saturação

de 80%, 90% e 100%.

Figura 47 - Sintetização dos resultados de compactação e locação das curvas de saturação

Fonte: Autoria própria

Page 83: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

79

Com base na Figura 48, é possível ver o valor de correlação existente entre

os pontos de umidade ótima (𝑤ó𝑡𝑖𝑚𝑜) e 𝜌𝑚á𝑥 , a qual chegou a 0,9851.

Além disso, é visível o aumento de densidade e redução de umidade graças

ao incremento de energia de compactação empregado nas amostras. Outra

observação passível de ser feita é a posição dos pontos ótimos das curvas, os quais,

de acordo com Pinto (2000), devem estar posicionados próximo aos valores de

saturação a 80% e 90%, o que pode ser visto nas curvas apresentadas na Figura 48.

Tabela 12 - Resultados de massa específica aparente seca máxima (g/cm³) e teor de humidade ótimo (%)

encontrados na literatura

Autor Solos 𝝆𝒎á𝒙 (g/cm³) 𝒘ó𝒕𝒊𝒎𝒐 (%)

Nguyen et al. (2015) Argila inorgânica 1,52 19,60

Ampadu et al. (2015) Areia siltosa 1,87 13,50

Wachiraporn et al. (2018) Areia mal graduada 2,07 9,30

Chennarapu et al. (2018) Argila arenosa 2,08 9,50 Fonte: Autoria própria

Comparando os resultados expostos na Tabela 12 com os obtidos neste

trabalho, nota-se que os valores de massa específica aparente seca máxima e

umidade ótima para os solos classificados como areia ficaram superiores e inferiores,

respectivamente. Ou seja, as areias apresentaram 𝜌𝑚á𝑥 maiores com teores de

umidade inferiores. Já comparando com a argila inorgânica de Nguyen et al. (2015),

verifica-se que o valor de 𝜌𝑚á𝑥 é inferior ao obtido neste trabalho. Isso se dá ao alto

percentual de areia presente na amostra coletada no interior de São Paulo, fazendo

com que os valores sejam ligeiramente superiores.

Conclui-se, portanto, que os resultados obtidos neste trabalho estão

coerentes frente aos encontrados na literatura.

5.1.5.2 Expansão

Conforme orientado na normativa do ensaio, NBR 9895/16 – Índice de

Suporte Califórnia (ISC) – Método de Ensaio, posterior ao ensaio de compactação, os

corpos de prova mais próximos à umidade ótima foram imersos em água e durante

Page 84: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

80

cinco dias foi acompanhada a expansão do solo devido graças à absorção de água.

A Tabela 13 mostra os resultados do ensaio.

Tabela 13 - Resultados ensaios de expansão

Energia w (%) Expansão (%)

EN 11,69 4,12

EI 15,07 3,70

EM 11,87 0,63 Fonte: Autoria própria

Pode-se notar que a variação de expansão entre as energias normais e

intermediárias é inferior se comparada à diferença entre intermediária e modificada.

O autor credita essa variação à heterogeneidade do solo no local da coleta (Figura

49), haja visto que o local é o aterro de acesso a uma ponte, levando a crer que jazidas

diferentes tenham sido utilizadas para construí-lo. Outro aspecto que pode ter

causado uma variação no resultado seria a não segregação dos horizontes – sublastro

e subleito - no momento da coleta.

Figura 48 - Heterogeneidade do solo

Fonte: Autoria própria

De acordo com a normativa ISF – 207 – Estudos Geotécnicos/2015, o solo

com finalidade de subleito deve apresentar expansão menor ou igual a 2% para

energia normal e, de acordo com a ISF – 212 – Projeto de Superestrutura de Via

Permanente/2015 expansão inferior a 1% para energia intermediária para sublastro.

Page 85: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

81

Tendo em vista os resultados obtidos após o ensaio de expansão, ambos os valores

só seriam alcançados com energia de compactação modificada.

5.1.5.3 Índice de Suporte Califórnia (ISC)

Após as leituras da expansão, os corpos de prova foram submetidos à prensa

hidráulica adaptada do laboratório da UTFPR, para avaliação do índice de suporte

Califórnia. A Tabela 14 mostra os resultados sintetizados. De acordo com a ISF – 207

– Estudos Geotécnicos/2015, Figura 50, o valor de ISC (%) para subleito deve ser

maior ou igual a 4. Com base nos resultados, seriam alcançados os resultados

indicados pela normativa apenas nas energias de compactação intermediária e

modificada.

Figura 49 - Valores indicados pela ISF 207 para valores de CBR de plataformas ferroviárias

Fonte: ISF – 207 – Estudos Geotécnicos/2015

Page 86: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

82

Tabela 14 - Resultados ensaio ISC

Energia Normal Energia Intermediária Energia Modificada

w (%) ISC (%) w (%) ISC (%) w (%) ISC (%)

6,35 0,85 4,06 1,46 4,06 2,03

9,53 0,85 8,67 1,56 8,67 2,01

12,80 1,51 12,39 1,66 12,39 3,47

17,64 3,04 13,87 4,17 13,87 5,72

22,66 2,71 20,46 3,73 20,46 2,61 Fonte: Autoria própria

Importante destacar neste ponto da análise de resultados uma das funções

do sublastro que foram apresentadas no capítulo 3.3.5 Sublastro, o qual tem a

finalidade de reduzir a tensão que chega no subleito. Isso garante a durabilidade da

estrutura.

Partindo-se do pressuposto que o local ensaiado não possui sublastro, os

resultados de ISC (%) deveriam ser iguais ou superiores a 20%, a fim de que a

estrutura do solo alcance a rigidez necessária para absorver a propagação das

tensões vindas do lastro. Essa avaliação é extremamente pertinente, haja visto que o

local foi escolhido devido à recorrência do serviço de nivelamento de via, o qual está

vinculado à penetração do lastro no subleito.

Do ponto de vista da avaliação do resultado do Índice de Suporte de Solo

nota-se, com base nos resultados, que os maiores valores de ISC (%) foram obtidos

nos corpos de prova moldados próximos ou nas umidades ótimas. Esse fato já era

esperado, haja visto que a massa específica do solo está diretamente ligada à

capacidade de suporte dele. Dessa forma, os resultados apresentam-se coerentes.

A Figura 51 mostra a curva de correlação dos pontos expostos na Tabela 14.

Page 87: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

83

Figura 50 - Resultado correlação teor de umidade (%) e ISC (%)

Fonte: Autoria própria

Comparando-se o comportamento das curvas da Figura 51 em relação aos

dados obtidos por Lima (2000), Dal Pai (2005), Zica (2010) e Almeida (2017), nota-se

uma corroboração do que vem sendo encontrado na literatura, ou seja, na medida que

é acrescida energia na compactação dos solos, os valores de ISC (%) aumentam.

Entretanto, de acordo com os trabalhos de Zica (2010) e Almeida (2017),

Figura 52a e b, conclui-se que o aumento da energia de compactação não

necessariamente resulta em um aumento representativo no valor de ISC (%) em solos

argilosos (A-7-5). Dependendo da variação de energia que é aplicada, não há

incremento no valor de ISC (%).

Figura 51 - (a) Correlação energia de compactação (kfg/cm²) e CBR (%) e (b) Correlação energia de

compactação e CBR (%)

Fonte: (a) Almeida (2017) e (b) Zica (2010)

Com base, portanto, nas referências da literatura, pode-se concluir que os

resultados obtidos para ISC (%) neste trabalho estão coerentes.

Page 88: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

84

5.1.6 Ensaio DCP

Conforme mencionado no subitem 4.2.6 – Ensaio DCP, foram realizados trinta

(30) ensaios em corpos de prova moldados em moldes de CBR. Dez (10) moldes

foram compactados na energia normal, dez (10) na intermediária e dez (10) na

modificada.

Os resultados da penetração do DCP no solo podem ser interpretados através

de uma reta que relaciona profundidade de cravação, eixo das ordenadas, com

número de golpes, eixo das abcissas. O resultado da razão profundidade (mm) pelo

número de golpes (unid.) é denominado DN (mm/golpe). Os gráficos da relação DN

(mm/golpe) são apresentados nas Figuras 53 até 55.

Figura 52 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia normal

Fonte: Autoria própria

Page 89: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

85

Figura 53 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia intermediária

Fonte: Autoria própria

Figura 54 - Ensaio DCP em corpo de prova moldado em energia modificada

Fonte: Autoria própria

Page 90: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

86

A partir dos resultados expostos, é possível concluir que os corpos de prova

apresentam uma boa homogeneidade na compactação. Isso se dá devido à reta de

avanço de profundidade por número de golpe, DN (mm/golpe), não apresentar

variações na inclinação. Caso houvesse uma variação, ela indicaria uma camada do

corpo de prova mais ou menos compactada que outra, ou seja, mais ou menos

resistência à penetração.

Observando o eixo “N.º de golpes” das Figuras 53, 54 e 55, pode-se observar

que o número vem crescendo de acordo com a energia de compactação que vem

sendo empregada. Ou seja, há mais resistência de penetração de acordo com a

energia utilizada para compactar o solo. Isso fica mais claro na Figura 56, em que se

destacam as curvas DN para umidades próximas em diferentes energias de

compactação. Os valores de DN para as energias normais, intermediária e modificada

são, respectivamente, 16,30 mm/golpe, 6,41 mm/golpe e 3,76 mm/golpe.

Figura 55 - Curvas DN para umidades próximas em diferentes energias de compactação

Fonte: Autoria própria

Page 91: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

87

Por fim, outra conclusão que pode ser feita a partir das Figuras 53, 54 e 55 é

que não necessariamente o corpo de prova com massa específica aparente seca

máxima e umidade ótima resultou no maior valor de DN. De acordo a literatura

publicada, Lima (2000), Alves (2002), Dal Pai (2005), Nguyen (2015), Ampadu (2015),

Torres (2017), Zhang (2018) e Sidhu (2019), nota-se que há uma variação muito

pequena na resistência de penetração no ramo seco da curva de compactação.

Entretanto, na medida que o teor de umidade chega próximo à umidade ótima, ou a

ultrapassa, há uma perda de resistência exponencial. Essa variação é o resultado da

influência da umidade no ensaio DCP. Influência essa discutida no item 3.4.3 –

Aplicações do DCP na revisão bibliográfica deste trabalho. O gráfico plotado na Figura

57 representa de maneira mais clara o que foi descrito anteriormente.

Figura 56 - Correlação DN (mm/golpe) x w (%)

Fonte: Autoria própria

Torres (2017) cita que a resistência inicial no ramo seco, e a consequente

perda de resistência no ramo úmido, é resultado da influência da sucção. Hamid

(2018) consente com a justificativa de Torres (2017), acrescentando ainda que o fato

de haver mais resistência se dá porque a sucção induz uma pressão neutra negativa,

dessa forma aumentando o valor da tensão efetiva. Nguyen (2015) reforça a influência

da sucção comentando que, se a massa específica aparente seca é a mesma para

umidades no ramo seco e úmido, o ganho de resistência se dá pela sucção. Além

disso, Nguyen (2015) relaciona essa questão como índice de vazios do solo.

Page 92: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

88

Com base nisso, pode-se concluir que a facilidade de penetração da ponta do

DCP, após o acréscimo do teor de umidade, dá-se pela lubrificação dos grãos do solo

e da redução da tensão efetiva pelo aumento da quantidade de água na matriz do solo

e consequente repulsão das partículas de solo. (HAMID, 2018 e GODFREY et al.,

2019)

Apesar de a curva de compactação no ramo seco deste trabalho apresentar

uma certa linearidade, há na literatura curvas que apresentam ganho de resistência

na medida que vão chegando próximo do teor de umidade ótimo, conforme Figuras

58 e 59.

Figura 57 - Correlação DN (mm/golpe) x w (%) e ganho de resistência próximo à umidade ótima

Fonte: Adaptado de Torres (2017)

A Figura 58 foi extraída do trabalho de Torres (2017), a qual comparou os

resultados obtidos por ela em solos com alto teor orgânico, com os solos de Schlögel

(2015) e Karunaprema e Edirisinghe (2002). É possível notar que, na maioria das

curvas, o efeito de ganho de resistência na medida que ia se aproximando do teor de

umidade ótimo foi visto. Tal situação coincide com a Figura 59, adaptada do trabalho

de Ngueyn (2015).

Essa característica tem grande importância quando se trata de controle de

grau de compactação do solo correlacionando o valor do DN, pois, para o mesmo

Page 93: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

89

valor de DN, pode ser possível encontrar um resultado com maior teor de umidade e,

possivelmente, um solo mais bem compactado ou um teor de umidade inferior e,

provavelmente, um solo menos compactado.

Figura 58 - Correlações CBR (%), DLP (mm/golpe) e w (%) e ganho de resistência próxima à umidade ótima

Fonte: Adaptado Nguyen (2015)

Com base nisso, o resultado de GC só poderá ser obtido em casos que

venham a ser coletadas amostras para obtenção do teor de umidade dela em campo,

tornando-se assim possível a sua localização na curva representada pela Figura 57.

O autor Chennaraparu (2018) concluiu que é possível obter valores iguais de massa

específica seca para os mesmos valores de DN, justificando ainda mais a necessidade

de obter o teor de umidade em campo e/ou trabalhar com curvas de cada ramo da

curva de compactação em separado.

A fim de avaliar a reprodutibilidade dos ensaios, comparou-se os valores de

DN em moldes compactados com teor de umidade similares (Tabela 15). Foram

comparados dois moldes de cada umidade, em que se calculou a média da massa

específica seca, o desvio-padrão relativo da massa específica seca, a média do valor

de DN, o desvio-padrão e o coeficiente de variação do valor de DN e da massa

específica seca por dupla.

Page 94: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

90

Tabela 15 - Avaliação da reprodutibilidade dos ensaios DCP

wcr(%) pd (g/cm³) DN Média

pd (g/cm³)

Desvio Padrão

pd (g/cm³) CV (%) Média DN

Desvio Padrão

DN (mm/golpe)

CV (%) Umidade corrigida

Massa esp. Corrigida

mm/golpe

8,59 1,56 16,30 1,55 0,01 0,62% 14,09 2,21 15,71%

9,53 1,54 11,88

11,06 1,59 16,20 1,61 0,02 1,48% 15,27 0,93 6,11%

12,80 1,64 14,33

20,78 1,61 83,50 1,62 0,01 0,69% 80,75 2,75 3,41%

22,66 1,63 78,00

4,07 1,70 5,29 1,70 0,00 0,25% 6,49 1,19 18,40%

5,91 1,70 7,68

8,68 1,74 6,33 1,76 0,02 1,12% 6,37 0,04 0,59%

9,77 1,78 6,41

13,87 1,86 16,50 1,84 0,02 1,19% 14,69 1,81 12,34%

15,33 1,82 12,88

16,70 1,79 31,50 1,76 0,04 2,07% 33,17 1,67 5,03%

18,79 1,72 34,83

3,77 1,72 3,86 1,73 0,01 0,74% 3,83 0,03 0,82%

4,91 1,75 3,79

5,58 1,85 3,10 1,88 0,03 1,60% 3,80 0,70 18,42%

7,94 1,91 4,50

8,81 1,84 3,76 1,84 0,01 0,37% 4,38 0,62 14,09%

11,87 1,85 5,00

17,62 1,73 51,50 1,73 0,00 0,25% 48,00 3,50 7,29%

18,60 1,74 44,50 Fonte: Autoria própria

Com base nesses valores, encontrou-se um desvio-padrão máximo (%) de

até 0,03 para os valores de massa específica aparente seca e até 3,5 para o DN. Ao

comparar os valores obtidos com Lima (2000), o qual utilizou sete moldes para

avaliação do erro, e um sistema de compactação mecanizado disponibilizado pelo ITA

– 0,2 para massa específica aparente seca e 5,2 para DN – conclui-se que o resultado

está coerente. Hamid (2018) também comprovou a reprodutibilidade dos ensaios ao

realizar ensaios DCP em três moldes compactados na mesma densidade, Figura 60,

e obteve curvas DN realmente similares.

Page 95: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

91

Figura 59 - Avaliação da reprodutibilidade dos ensaios DCP

Fonte: Adaptado de Hamid (2018)

Page 96: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

92

5.2 ANÁLISE DE RESULTADOS IN SITU

5.2.1 Ensaio DCP in situ

Conforme descrito no item 4.3.1 – Ensaio DCP in situ, foram realizados três

ensaios DCP por quilômetro nominal, totalizando assim 30 ensaios. O conjunto de três

ensaios não foi espaçado mais que cinco metros. Foram realizados no pé do ombro

do lastro ao lado da linha, porém ainda sobre a plataforma. Os marcos quilométricos

onde foram executados os ensaios são representados pela letra P, já as estações

onde foram feitos os ensaios DCP naquele mesmo marco quilométrico são

representados pela letra E.

Os gráficos 61a até 65b representam os resultados do ensaio DCP em campo.

Eles representam a curva de penetração (cm) por golpe, ou seja, DN (cm/golpe).

Optou-se em mostrar os gráficos com o eixo vertical em centímetros para facilitar a

visualização ao plotá-los neste trabalho.

Figura 60 - (a) Ensaio DCP em campo no Ponto 1 (b) Ensaio DCP em campo no Ponto 2

Fonte: Autoria própria

Page 97: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

93

O ponto 1 e 2, Figuras 61a e b, estão localizados nos quilômetros 177+900 e

178+450, respectivamente. É possível notar, a partir das figuras, que a distância entre

os pontos representou uma diferença de resistência de solo e, consequentemente,

tipos de solo diferentes. Isso se dá, primeiramente, pelo fato de o avanço alcançado

no ponto 1 ser superior ao ponto 2. Enquanto o primeiro ponto avançou até cerca de

50 cm, o ponto 2 chegou até uma profundidade de 30 cm. Outra avaliação passível

de ser feita, e que corrobora com a hipótese de que o solo apresenta características

diferentes, são os valores de DN. Para o ponto 1, os valores de DN para as estações

1, 2 e 3 são, respectivamente: 33,9, 29,9 e 55,4mm/golpe. Já no ponto 2, os valores

de DN para as estações 1, 2 e 3 são, respectivamente: 9,7, 9,1 e 10,3mm/golpe.

Por fim, conclui-se, também, que o ponto 2 apresenta um solo

homogeneamente mais bem compactado que o solo no ponto 1. Isso se dá pelos

valores de DN possuírem pequena variação, enquanto no ponto 1 a estação 3

apresentou DN cerca de 100% maior que os outros pontos.

Figura 61 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 3 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 4

Fonte: Autoria própria

Os pontos 3 e 4 estão localizados nos marcos quilométricos 182+200 e

183+050, respectivamente, ou seja, cerca de 850 m. Tal distância também

Page 98: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

94

representou uma variação em resistência de solo e, possívelmente, tipo de solo, tal

como observado nas Figuras 62a e b.

No ponto três foram obtidos valores de DN (mm/golpe) para as estações 1, 2

e 3 com os seguintes valores, respectivamente: 4,4, 9,4 e 7,3. Já os valores obtidos

para o ponto 4 nas estações 1, 2 e 3 foram: 10,1, 14,0 e 23,5, respectivamente.

As estações dos dois pontos em questão, P3 e P4, apresentam considerável

variação, até 100% de variação entre pelo menos uma das estações. Isso mostra a

existência de pontos com resistência inferior aos demais, o que pode se dar por

alguma movimentação do solo no local.

Importante notar também as curvas referentes ao ponto 4. Até uma

profundidade de cerca de 25 cm, as três curvas estavam seguindo com valores de DN

muito próximos, porém, a partir dessa profundidade, cada uma delas demonstrou ter

resistências diferentes. Isso se pode dar devido a uma variação no serviço de

compactação executado ou a uma mudança no tipo de solo do local. A segunda opção

é mais viável, uma vez que o local fica localizado em uma região de corte.

Figura 62 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 5 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 6

Fonte: Autoria própria

Page 99: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

95

As Figuras 63a e b dizem respeito, respectivamente, aos marcos

quilométricos 196+500 e 198+300, ou seja, pontos 5 e 6. Os DN (mm/golpe) obtidos

para as estações 1, 2 e 3 para cada um dos pontos são, respectivamente: 11,0, 2,9,

5,5, 37,5, 49,5 e 20,9.

Apesar da diferença encontrada nos valores de DN do quilômetro 196+500

em cada uma das estações, é possível notar que a curva possui características

similares. Algo parecido ocorre para o marco quilométrico do km 198+300, onde as

estações 1 e 3 apresentaram por volta do golpe de número 6 um incremento na

resistência. Esse incremento é notado pela variação da inclinação da curva de

penetração por golpe e pode representar uma camada de solo diferente ou um melhor

serviço de compactação executado.

Figura 63 - Ensaio DCP em campo Ponto 7

Fonte: Autoria própria

As curvas plotadas na Figura 64 são referentes aos ensaios DCP realizados

no ponto de ensaio 7, o qual representa o marco quilométrico 201+500. A partir da

avaliação das curvas da Figura 64 é possível notar a característica similar de

resistência, a penetração do equipamento naqueles pontos.

Page 100: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

96

Figura 64 - (a) Ensaio DCP em campo Ponto 8 (b) Ensaio DCP em campo Ponto 9 (c) Ensaio DCP em campo Ponto 10

Fonte: Autoria própria

Por fim, as Figuras 65 a, b e c referem-se aos pontos de ensaio 8, 9 e 10, nos

quilômetros 212+600, 214+900 e 216+200, respectivamente.

Page 101: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

97

O ponto 8 apresentou uma cerca semelhança na taxa de cravação da ponta

cônica entre as três estações onde foram realizados os ensaios. Dentre os pontos

avaliados, os pontos 9 e 10 apresentaram uma das maiores variações de DN, sendo

para o P9: 16,3, 8,3 e 12,5 e, para o P10: 4,8, 11,1 e 29,5. Nota-se que os valores

apresentaram variação de cerca de 50 até 400% e isso é facilmente notado pela não

concordância das curvas. Apesar da variação encontrada, os valores de DN não foram

os maiores encontrados entre os pontos, concluindo-se que, apesar de possível

variação do tipo de solo, ele ainda apresenta uma boa resistência.

Tomando como premissa uma possível camada de sublastro com cerca de 25

cm, espessura essa obtida por Silva Filho (2013) para uma ferrovia com carga por

eixo de 37,5 toneladas por eixo, 5 toneladas por eixo acima da estudada neste

trabalho, pode-se notar dois aspectos importantes nos valores de DN (mm/golpe). O

primeiro aspecto é baixa variação de DN após os 25 cm de espessura, pois se

houvesse uma camada de sublastro, os resultados do ensaio deveriam confirmar essa

informação através da variação inclinação de DN, o que não ocorreu.

Isso nos leva ao segundo aspecto, que é a inclinação da curva de DN após a

espessura supracitada ter passado a ficar mais horizontal, significando que o solo

ficou mais resistente. Tendo em vista a função do sublastro e da maneira que ele é

construído, energia de compactação maior e maior valores de ISC (%), os valores de

DN deveriam ser inferiores na camada superior e, na medida que fosse ultrapassada

a espessura referente a ele, os valores de DN deveriam aumentar. Entretanto, não foi

isso que foi observado.

Avaliando-se a possibilidade de um possível alto teor de umidade possa ter

levado à baixa resistência da camada superficial de solo, a Tabela 16 mostra que de

maneira geral os pontos estavam localizados no trecho seco da reta, ou seja, eles

deveriam estar com resistência à penetração elevada. Isso acaba confirmando a

hipótese da falta de sublastro e esse resultado é importante para a compreensão das

falhas existentes na via permanente no local.

Page 102: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

98

Tabela 16 - Teor de Umidade ótimo versus Teor de umidade de campo

Ponto de ensaio Wot (%)

DN (mm/golpe)

w%

Ponto km PVC

P1 177+900 15,10

33,92 14,51 Seco

29,92 23,41 Úmido

55,43 15,78 Úmido

P2 178+450 12,60

9,70 11,76 Seco

9,05 10,89 Seco

10,30 10,65 Seco

P3 182+200 20,20

4,36 14,83 Seco

9,43 14,70 Seco

7,32 14,81 Seco

P4 183+050 15,75

10,12 9,40 Seco

14,00 10,76 Seco

23,46 10,18 Seco

P5 196+500 15,40

11,00 9,55 Seco

2,87 14,58 Seco

5,50 4,05 Seco

P6 198+300 18,80

37,53 18,06 Seco

49,50 13,49 Seco

20,85 13,46 Seco

P7 201+500 16,50

32,88 7,68 Seco

45,40 9,84 Seco

36,24 9,84 Seco

P8 212+600 14,40

8,80 20,58 Úmido

16,50 18,82 Úmido

15,85 10,93 Seco

P9 214+900 14,90

16,30 3,05 Seco

8,29 2,51 Seco

12,48 0,98 Seco

P10 216+200 18,70

4,80 18,47 Seco

11,10 17,19 Seco

29,50 19,16 Úmido Fonte: Autoria própria

Outra justificativa para as variações encontradas no ensaio DCP entre cada

ponto são as variações nas características dos solos. A Tabela 16 mostra os valores

resumidos de massa específica aparente seca máxima, teor de umidade ótimo, ambos

para o Próctor normal, granulometria, limites de Atterberg e a classificação seguindo

a USCS e HRB. Todos os valores foram cedidos para este trabalho. As células que

não possuem valores não tiveram resultados fornecidos.

Page 103: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

99

A partir dos resultados apresentados na Tabela 17, pode-se perceber a

diferença no teor de finos dos solos, índice de plasticidade (IP) e massa específica

aparente seca máxima. Esses valores podem ser indicativos de respostas diferentes

do solo quando o ensaio DCP for realizado no local, porém, ressalta-se que a

qualidade da compactação in loco e o teor de umidade têm grande influência nos

valores de DN, conforme descrito no item 3.4.3 – Aplicações do DCP.

Tabela 17 - Valores dos pontos de estudo de classificação do solo

Ponto de ensaio 𝝆𝒎á𝒙 (E.N)

Wot (%) Granulometria

% que passa Limites Atterberg Classificação

Ponto km g/cm³ (%) 2,00 0,42 0,074 LL LP IP HRB SUCS

P1 177+900 1,71 15,10 100,00 97,36 86,58 35 23 12 A-6 CL

P2 178+450 1,82 12,60 100,00 89,91 68,54 28 17 11 A-6 CL -ML

P3 182+200 1,67 20,20 100,00 98,53 78,91 39 24 15 A-6 CL

P4 183+050 1,77 15,75 100,00 95,95 74,75 38 23 15 A-6 CL

P5 196+500 1,81 15,40 95,70 92,50 52,80 27 23 4 A-6 ML

P6 198+300 1,63 18,80 100,00 93,99 86,19 34 21 13 A-6 CL

P7 201+500 1,90 16,50 100,00 90,15 48,60 36 17 19 A-6 CL

P8 212+600 1,77 14,40 100,00 86,85 38,13 0 A-6

P9 214+900 1,89 14,90 100,00 87,45 37,41 24 16 8 A-6 -

P10 216+200 1,71 18,70 100,00 76,07 48,03 41 22 19 A-6 CL

Fonte: Autoria própria

5.2.2 Ensaio de PVC para Massa Específica Aparente Seca

Conforme descrito no item 4.3.2 – Estimativa Massa Específica Aparente

Seca (ρ) in situ, foram realizados no total 30 ensaios com os tubos de PVC. Os ensaios

seguiram a mesma metodologia do ensaio DCP, ou seja, realizados três em cada

marco quilométrico, não distantes 5 m entre eles, ao lado do pé do ombro de lastro,

porém ainda sobre a plataforma. Os ensaios foram feitos próximo aos ensaios DCP,

porém não no mesmo lugar, a fim de não impactar no resultado da cravação do tubo

PVC devido à movimentação do solo.

Os resultados dos ensaios estão demonstrados na Tabela 18. Os valores de

média, desvio-padrão e coeficiente de variação foram calculados entre os resultados

obtidos em cada marco quilométrico. Os resultados que apresentam asterisco (*) ao

Page 104: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

100

lado foram descartados dos cálculos. Devido a falhas executivas no ensaio, eles

apresentaram uma grande variação nos resultados.

De maneira geral, os resultados apresentaram um coeficiente de variação

(CV) considerado baixo (CV<25%) e desvios-padrão variando entre 0,04 até 0,10. Os

valores de coeficiente de variação ficaram muito próximos aos obtidos por Matisinhe

(2016), o qual obteve valores de CV com cerca de 5% para ensaios realizados em até

10 cm de profundidade. Dessa forma, a partir dos resultados obtidos neste trabalho e,

com os obtidos por Matisinhe (2016), pode-se afirmar que a metodologia do PVC

apresenta resultados confiáveis para o tipo de solo que vem sendo desenvolvido neste

trabalho.

Tabela 18 - Resultados ensaio PVC para estimativa da massa específica aparente seca

Ponto de Ensaio Teor de

Umidade (w%)

Massa Esp. Seca

(g/cm³)

Média Massa

Esp. Seca (g/cm³)

Desvio- Padrão

Massa Esp. Seca

Coeficiente de variação

(CV)

Ponto km

P1 177+900

14,51 1,54

1,51 0,06 3,65% 23,41 1,44

15,78 1,56

P2 178+450

11,76 1,46

1,50 0,07 4,83% 10,89 1,61

10,65 1,44

P3 182+200

14,83 1,55

1,48 0,05 3,33% 14,70 1,45

14,81 1,43

P4 183+050

9,40 1,54

1,52 0,04 2,92% 10,76 1,46

10,18 1,57

P5 196+500

9,55 1,47

1,55 0,08 5,06% 14,58 1,63

4,05 1,19*

P6 198+300

18,06 1,62

1,66 0,04 2,69% 13,49 1,71

13,46 1,31*

P7 201+500

7,68 1,50

1,65 0,10 6,31% 9,84 1,75

9,84 1,69

P8 212+600

20,58 1,42

1,47 0,04 2,41% 18,82 1,47

10,93 1,51

P9 214+900

3,05 1,53

1,56 0,04 2,30% 2,51 1,55

0,98 1,61

P10 216+200

18,47 1,79

1,70 0,10 5,77% 17,19 1,75

19,16 1,56 Fonte: Autoria própria

Page 105: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

101

Comparando a média de teor de umidade e de massa específica seca obtidos

em campo com os valores fornecidos, Tabela 19, é possível notar que a grande

maioria dos pontos se encontra com densidades de campo inferiores às densidades

máximas obtidas em laboratório com energia do Próctor normal.

Tabela 19 - Avaliação valores de massa específica aparente seca e teor de umidade frente aos valores ótimos obtidos em energia normal

Ponto de Ensaio

Valores Calculados Valores Fornecidos

Média Massa Esp.

Seca (g/cm³)

Média Teor de

Umidade (%)

Média Massa Esp. Seca Máx.

(g/cm³)

Teor de Umidade ótimo (%)

Ponto km

P1 177+900 1,51 17,90 1,71 15,10

P2 178+450 1,50 11,10 1,82 12,60

P3 182+200 1,48 14,78 1,67 20,20

P4 183+050 1,52 10,11 1,77 15,75

P5 196+500 1,55 9,39 1,81 15,40

P6 198+300 1,66 15,00 1,63 18,80

P7 201+500 1,65 9,12 1,90 16,50

P8 212+600 1,47 16,77 1,77 14,40

P9 214+900 1,56 2,18 1,89 14,90

P10 216+200 1,70 18,27 1,71 18,70 Fonte: Autoria própria

A hipótese de baixa densidade in situ foi levantada anteriormente durante a

realização dos ensaios DCP em campo devido à inclinação da curva no início da

penetração da haste do DCP. A partir dos valores obtidos no ensaio PVC, constata-

se a eficiência da avaliação do subleito através do uso do DCP.

5.3 CORRELAÇÃO DN, TEOR DE UMIDADE E MASSA ESPECÍFICA

A obtenção da correlação entre DN (mm/golpe), teor de umidade [w (%)] e

massa específica seca [ρ (g/cm³)] torna-se necessária, para que, ao final, seja

calculado o grau de compactação (GC) do solo com o qual está sendo trabalhado.

Já foi discutido anteriormente nesta dissertação a respeito da influência da

umidade nos resultados do ensaio DCP. A partir dessa discussão, pode-se concluir

que a inclusão desse fator na formulação de obtenção da massa específica aparente

Page 106: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

102

seca em campo se torna fundamental para localizar o resultado frente à curva de

compactação.

A fim de se obter uma correlação entre estes três valores, utilizaram-se os

valores dos ensaios de compactação e DCP realizados em laboratório. Aplicou-se

nestes valores a regressão linear múltipla presente no programa Excel. A regressão

linear foi escolhida pela necessidade de correlacionar três fatores em uma mesma

fórmula. Tendo em vista que foi feita a segregação da curva em ramo seco e úmido,

essas secções formam uma reta, tornando-se possível a utilização da regressão

linear. Além do que já foi exposto, a ferramenta é disponibilizada no próprio Excel e é

prática de ser utilizada.

As regressões foram feitas para o ramo seco e úmido das curvas de

compactação de energia normal, intermediária e modificada desenvolvidas em

laboratório. As correlações obtidas são apresentadas na Tabela 20 juntamente com

os respectivos valores de R².

Tabela 20 - Correlações para obtenção da massa específica (g/cm³) em função de DN (mm/golpe) e Umidade (%)

Energia Ramo Seco Ramo Úmido

Formulação R² Formulação R²

Normal 𝜌 = 𝐷𝑁 ∗ 9,18 𝑥 10−7 + 𝑤 ∗ 0,02 + 1,37 0,73 𝜌 = −𝐷𝑁 ∗ 1,92 𝑥 10−3 − 𝑤 ∗ 0,01 + 2,06 0,91

Intermediária 𝜌 = −𝐷𝑁 ∗ 7,18 𝑥 10−3 + 𝑤 ∗ 0,01 + 1,67 0,93 𝜌 = −𝐷𝑁 ∗ 7,54 𝑥 10−4 − 𝑤 ∗ 0,02 + 2,21 0,99

Modificada 𝜌 = 𝐷𝑁 ∗ 2,83 𝑥 10−2 + 𝑤 ∗ 0,03 + 1,52 0,65 𝜌 = −𝐷𝑁 ∗ 3,25 𝑥 10−3 − 𝑤 ∗ 0,01 + 1,99 1,00 Fonte: Autoria própria

As correlações foram separadas para cada ramo da curva de compactação

ensaiada no laboratório, tal como foi discutido no capítulo 5.1.6 - Ensaio DCP. Lá

concluiu-se que, devido ao acréscimo de resistência, à penetração observada no solo

e à possibilidade de obtenção de valores de DN (mm/golpe) iguais para teores de

umidade diferentes, faz-se necessária a obtenção dos teores de umidade em campo

e/ou trabalhar com curvas segregadas. O objetivo disso é tornar mais fácil a definição

em campo da densidade do solo.

As formulações dispostas na Tabela 20 confirmam ainda mais a influência do

teor de umidade na obtenção dos valores de DN e densidade de campo. Isso pode

ser concluído pelo fator multiplicador do teor de umidade ser cerca de 32 vezes maior

do que o DN.

As equações dispostas na Tabela 20 levaram a valores de massa específica

aparente seca [ρ (g/cm³) – calc.] calculadas muito próximas aos obtidos através do

Page 107: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

103

ensaio de compactação executados em laboratório [ρ (g/cm³) – lab.]. Os valores de

massa específica aparente seca calculado frente aos obtidos por laboratório são

plotados na Figura 66, enquanto a Tabela 21 mostra os resultados juntamente com o

erro relativo de cada ponto.

Figura 65 - Correlação Densidade Calculada pela formulação versus as obtidas pelo ensaio de compactação

Fonte: Autoria própria

Conclui-se, com base nos resultados expostos na última coluna da Tabela 21,

que os valores de erro relativos obtidos são considerados bem satisfatórios, uma vez

que variaram de 0 a 4%. Os valores de erro relativos foram calculados através da

aplicação da equação 1.

𝐸𝑟𝑟𝑜 (%) =𝐿0−𝐿

𝐿 ................................................................................ (1)

As variações podem ser resultado de pequenas correções aplicadas na curva

de compactação efetuada em laboratório e pelo efeito de confinamento que os moldes

confirmadamente geram na penetração do DCP.

Page 108: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

104

Tabela 21 - Valores de massa específica seca calculados a partir das fórmulas de correlação

Energia Compactação

Ramo Curva Compactação

Teor de Umidade

(%)

DN (mm/golpe)

ρ (g/cm³) – lab.

ρ (g/cm³) – calc.

Erro Relativo

(%)

Energia Normal

Ramo Seco

9,53 11,88 1,54 1,57 1,9%

12,80 14,33 1,64 1,64 0,4%

8,59 16,30 1,56 1,55 0,7%

11,06 16,20 1,59 1,60 1,1%

13,05 24,25 1,72 1,65 4,0%

16,39 41,75 1,69 1,72 1,6%

Ramo Úmido

17,64 20,20 1,78 1,80 0,7%

22,66 78,00 1,63 1,62 0,5%

19,12 61,00 1,73 1,70 1,8%

20,78 83,50 1,61 1,64 1,7%

Energia Intermediária

Ramo Seco

4,07 5,29 1,70 1,69 0,1%

8,68 6,33 1,74 1,75 0,8%

5,91 7,68 1,70 1,70 0,1%

9,77 6,41 1,78 1,77 0,6%

Ramo Úmido

13,87 16,50 1,86 1,86 0,0%

20,46 57,00 1,67 1,67 0,3%

16,70 31,50 1,79 1,78 0,8%

15,33 12,88 1,82 1,83 0,5%

18,79 34,83 1,72 1,73 0,3%

20,85 92,00 1,63 1,63 0,3%

Energia Modificada

Ramo Seco

3,77 3,86 1,72 1,74 1,2%

7,94 4,46 1,94 1,89 2,8%

5,58 3,12 1,83 1,78 3,0%

4,91 3,79 1,75 1,78 1,7%

8,81 3,76 1,84 1,89 3,1%

Ramo Úmido

11,87 5,00 1,91 1,91 0,2%

17,62 51,50 1,73 1,73 0,2%

12,49 6,24 1,91 1,90 0,2%

16,41 21,50 1,84 1,83 0,2%

18,60 44,50 1,74 1,74 0,4% Fonte: Autoria própria

Para que seja possível concluir se as curvas são replicáveis em campo, faz-se

necessária a obtenção dos valores de massa específica seca a partir dos valores de

DN e teores de umidade obtidos nas campanhas de campo realizadas nos pontos P1

até P10. Os resultados de massa específica aparente seca serão apresentados como

ρ (g/cm³) – calc2, para que não haja confusão com os valores dispostos na Tabela 21.

Neste ponto é importante destacar que, com base nos valores presentes na

Tabela 21, assume-se que foi aplicada energia normal de compactação no subleito da

plataforma ferroviária entre os marcos quilométricos 177 a 216. Isso se dá porque os

valores de massa específica seca obtidos por meio do ensaio de cravação do tubo de

PVC superaram apenas em um ponto os valores de massa específica aparente seca

máxima fornecidos pela concessionária a apresentados na Tabela 17. Portanto, a

Page 109: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

105

Tabela 22 apenas representará valores de massa específica seca calculados a partir

das curvas da energia normal de compactação.

Tabela 22 - Resultados de massa específica aparente seca para valor de teor de umidade e DN de campo

Ponto de Ensaio

1 2 3 4 5 6

Massa Esp. Seca (g/cm³)

Teor de Umidade

(%)

DN (mm/golpe)

Ramo ρ (g/cm³) - calc2

Erro Relativo

(%)

177+900

1,54 14,51 33,92 Seco 1,68 9,1%

1,44 23,41 29,92 Úmido 1,71 18,8%

1,56 15,78 55,43 Úmido 1,75 12,2%

178+450

1,46 11,76 9,70 Seco 1,62 10,8%

1,61 10,89 9,05 Seco 1,60 0,4%

1,44 10,65 10,30 Seco 1,60 10,5%

182+200

1,55 14,83 4,36 Seco 1,69 9,1%

1,45 14,70 9,43 Seco 1,68 15,9%

1,43 14,81 7,32 Seco 1,69 17,6%

183+050

1,54 9,40 10,12 Seco 1,57 1,6%

1,46 10,76 14,00 Seco 1,60 9,3%

1,57 10,18 23,46 Seco 1,59 1,3%

196+500

1,47 9,55 11,00 Seco 1,57 6,8%

1,63 14,58 2,87 Seco 1,68 3,2%

1,19* - - - 1,45 -

198+300

1,62 18,06 37,53 Seco 1,75 8,4%

1,71 13,49 49,50 Seco 1,66 3,0%

1,31* - - - 1,66 -

201+500

1,50 7,68 32,88 Seco 1,53 1,9%

1,75 9,84 45,40 Seco 1,58 9,7%

1,69 9,84 36,24 Seco 1,58 6,4%

212+600

1,42 20,58 8,80 Úmido 1,78 25,2%

1,47 18,82 16,50 Úmido 1,79 21,6%

1,51 10,93 15,85 Seco 1,60 6,2%

214+900

1,53 3,05 16,30 Seco 1,43 6,2%

1,55 2,51 8,29 Seco 1,42 8,2%

1,61 0,98 12,48 Seco 1,39 13,8%

216+200

1,79 18,47 4,80 Seco 1,76 1,2%

1,75 17,19 11,10 Seco 1,74 0,9%

1,56 19,16 29,50 Úmido 1,76 12,6%

Fonte: Autoria própria

Os números seguidos de asterisco (*) foram descartados dos cálculos, devido a

falhas executivas no ensaio. Isso foi feito previamente no ensaio de PVC.

Page 110: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

106

Os valores das colunas 1 a 3 dizem respeito aos ensaios realizados em campo

para obtenção da massa específica seca, através da metodologia PVC e já foram

apresentados anteriormente. A coluna 4 indica em qual ramo da curva de

compactação Próctor o ponto se encontra frente ao valor de massa específica

aparente seca máxima, os quais foram apresentados na Tabela 17. A coluna 5 contém

os resultados de massa específica seca calculados a partir das fórmulas na Tabela

20, e a coluna 6 mostra o resultado percentual entre aos valores das colunas 5 e 1.

Os resultados expressos na coluna de erro relativo variaram entre 0,4% até

25,2%, o que aparentemente pode ser considerado ruim, apesar de apenas dois

valores terem alcançado a casa dos 20% de erro. Porém, ao analisar dentro do mesmo

ponto de ensaio, por exemplo o P5 – km 195 + 500 – nota-se que os valores de erro

relativos calculados variaram de 3,2 até 6,8%. Valores que resultam um uma média

de 5% de erro relativo e um desvio-padrão de 1,89%, apenas. Outro ponto que

apresentou resultados satisfatórios é o P6 - km 198+ 300 – o qual obteve valores de

erro relativo variando entre 3,0 até 8,4%, média de erro relativo em 5,70% e desvio-

padrão de apenas 2,74%.

Entretanto, um ponto que vale a pena ser destacado é o expresso na coluna 5,

em que 70% dos valores calculados para massa específica seca através do DCP

ficaram ligeiramente superiores aos resultados obtidos pelo método proposto

Matisinhe (2016) e reproduzido nesta dissertação. A Figura 66 apresenta os

resultados dos valores de massa específica seca, coluna 1, e ρ (g/cm³) - calc2, coluna

5, da Tabela 22 na forma de gráfico de barras, facilitando a visualização dessa

diferença.

Page 111: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

107

Figura 66 - Valores de Massa Esp. Seca e ρ (g/cm³) - calc2

Fonte: Autoria Própria

Essa variação pode prejudicar muito o controle de qualidade de compactação

que se objetiva com essa análise, uma vez que que pode levar a falsos graus de

compactação.

O erro também pode estar vinculado aos possíveis baixos valores de massa

específica seca obtidos pelo método PVC, os quais podem se dar a pequenas perdas

de massa de solo após extração do molde cilíndrico do solo, possíveis espaços vazios

na parte interna do PVC. Entretanto, ainda assim os resultados apresentados para o

coeficiente de variação são satisfatórios.

Apesar dos erros averiguados nos resultados de massa específica aparente

seca, é importante ainda avaliar o quanto isso impacta no resultado do grau de

compactação (%), o qual é o resultado da razão da massa específica aparente seca

de campo pela massa específica aparente seca máxima.

A Tabela 23 mostra os resultados do grau de compactação obtidos aplicando-se

os valores de massa específica aparente seca pelo método PVC e pelo método DCP.

Page 112: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

108

Tabela 23 - Comparação dos resultados de GC (%) por meio do ensaio DCP e do ensaio PVC

Ponto de

Ensaio

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Massa Esp. Seca Máx.

(g/cm³)

ρ (g/cm³) - PVC

ρ (g/cm³) - calc2

𝑮𝑪𝟏(%) [(2)/(1)]

𝑮𝑪𝟐 (%) [(3)/(1)]

Erro Relativo (%)

177+900 1,71

1,54 1,68 90% 98% 9%

1,44 1,71 84% 100% 19%

1,56 1,75 91% 103% 12%

178+450 1,82

1,46 1,62 80% 89% 11%

1,61 1,60 88% 88% 0%

1,44 1,60 79% 88% 10%

182+200 1,67

1,55 1,69 92% 101% 9%

1,45 1,68 87% 101% 16%

1,43 1,69 86% 101% 18%

183+050 1,77

1,54 1,57 87% 89% 2%

1,46 1,60 83% 90% 9%

1,57 1,59 89% 90% 1%

196+500 1,81

1,47 1,57 81% 87% 7%

1,63 1,68 90% 93% 3%

1,19* 1,45 - 80% -

198+300 1,63

1,62 1,75 100% 108% 8%

1,71 1,66 105% 102% 3%

1,31* 1,66 - 102% -

201+500 1,90

1,50 1,53 79% 81% 2%

1,75 1,58 92% 83% 10%

1,69 1,58 89% 83% 6%

212+600 1,77

1,42 1,78 81% 101% 25%

1,47 1,79 83% 101% 22%

1,51 1,60 85% 91% 6%

214+900 1,89

1,53 1,43 81% 76% 6%

1,55 1,42 82% 75% 8%

1,61 1,39 85% 73% 14%

216+200 1,71

1,79 1,76 105% 103% 1%

1,75 1,74 103% 102% 1%

1,56 1,76 92% 103% 13% Fonte: Autoria própria

Os valores da coluna 1 representam as massas especificadas aparentes secas

máximas obtidas em cada ponto de trabalho e fornecidos para esta dissertação. As

colunas 2 e 3 trazem os valores de massa específica obtidos através do ensaio PVC

e da formulação proposta para energia normal de compactação disposta na Tabela

Page 113: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

109

20, respectivamente. As colunas 4 e 5 mostram os valores de GC (%) calculados a

partir dos resultados expostos nas colunas anteriores e, por fim, a coluna 6.

Outra ótica de avaliação dos resultados de grau de compactação para 𝑮𝑪𝟏 (%)

e 𝑮𝑪𝟐(%) é a análise local dos dados. A Tabela 24 mostra os resultados de média,

desvio-padrão e coeficiente de variação de cada ponto de ensaio de campo

Tabela 24 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação dos resultados de 〖GC〗_1e 〖GC〗_2 (%)

em cada ponto de ensaios de campo

Ponto de Ensaio

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Média 𝑮𝑪𝟏

Desvio- Padrão

CV (%) Média

𝑮𝑪𝟐 Desvio- Padrão

CV (%)

177+900 88,56% 3,23% 3,65% 100,25% 1,80% 1,79%

178+450 82,72% 4,00% 4,83% 88,27% 0,56% 0,64%

182+200 88,27% 2,94% 3,33% 100,68% 0,08% 0,08%

183+050 86,22% 2,52% 2,92% 89,62% 0,68% 0,75%

196+500 79,02% 10,07% 12,75% 86,74% 5,08% 5,86%

198+300 95,19% 10,33% 10,85% 103,95% 2,85% 2,74%

201+500 86,62% 5,46% 6,31% 82,28% 1,15% 1,39%

212+600 83,04% 2,00% 2,41% 97,58% 4,89% 5,02%

214+900 82,62% 1,90% 2,30% 74,78% 0,99% 1,32%

216+200 99,69% 5,75% 5,77% 102,81% 0,71% 0,69%

Fonte: Autoria própria

Analisando localmente é possível notar que as variações dos valores de grau de

compactação através do uso do DCP, 𝑮𝑪𝟐 (%) apresentaram desvios-padrão e

coeficiente de variação baixos, todos na ordem de 0,08% até cerca de 6%, coluna 5 e

6, respectivamente. Comparando com a metodologia do PVC, 𝑮𝑪𝟏, os resultados para

desvio-padrão e coeficientes de variação foram superiores, podendo chegar até

10,5% para desvio-padrão e 12,75% para o coeficiente de variação, colunas 2 e 3,

respectivamente.

Plotando-se os valores de grau de compactação representados pelas colunas 1

e 4, as quais representam, respectivamente os valores de grau de compactação

calculados com base nos valores do ensaio de tubo de PVC e no ensaio DCP,

encontramos a correlação presente na Figura 67.

Page 114: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

110

Figura 67 - Correlação entre resultados de GC1 (%) e GC2 (%) obtidos através dos ensaios de campo de penetração do tubo PVC e ensaio DCP, respectivamente

Fonte: Autoria própria

O coeficiente de determinação (R²) apresentado na Figura 67 mostra que a

correlação entre os valores pode ser considerada moderada quando avaliada numa

amplitude de cerca de 40km de distância entre o Ponto P1 e o P10. Porém, ao plotar

a mesma correlação para uma amplitude de 5 km, representada pelos quilômetros

196+500, 198+300 e 201+500 o valor do coeficiente de determinação praticamente

duplica, como pode ser visto na Figura 68.

Essa análise auxilia na compreensão de que avaliando-se localmente a

correlação desenvolvida nesta dissertação para o ensaio DCP possui melhor

representatividade quando utilizada em áreas de menor amplitude geográfica.

Page 115: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

111

Desenvolvendo uma análise através do erro-padrão (𝑒𝑝), intervalo de confiança

de 95%, os quais são calculados através das Equações 2 e 3, respectivamente,

podemos avaliar o nível de confiança dos resultados com nível de significância de 5%.

𝑒𝑝 =𝑑𝑝

√𝑛 .......................................................................................................... (2)

�̅� − 3,72𝑥𝑑𝑝

√𝑛 , �̅� + 3,72𝑥

𝑑𝑝

√𝑛 ............................................................................ (3)

Os fatores representados nas formulações têm os seguintes significados:

�̅� sendo a média, n sendo o número de amostras, 𝑑𝑝 o desvio-padrão e, 3,72 diz

respeito ao percentil associado ao nível de significância de 5% através da distribuição

de T-Student, já que possuímos n inferior a 30. Os valores foram obtidos através de

equações do software Excel.

Tabela 25 - Avaliação de erro-padrão, margem de erro e intervalo de confiança para os valores de GC (%) obtidos através do ensaio de penetração do PVC e DCP em campo

Ensaio PVC Ensaio DCP in situ

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ponto de Ensaio

Erro- Padrão

Margem de Erro

Limite Inferior

Limite Superior

Erro- Padrão

Margem de Erro

Limite Inferior

Limite Superior

177+900 2,16% 8,03% 80,53% 96,59% 1,20% 4,46% 95,79% 104,71%

178+450 2,67% 9,93% 72,79% 92,66% 0,38% 1,40% 86,87% 89,67%

182+200 1,96% 7,30% 80,97% 95,58% 0,05% 0,19% 100,49% 100,87%

183+050 1,68% 6,25% 79,97% 92,46% 0,45% 1,68% 87,94% 91,30%

196+500 2,89% 10,77% 74,92% 96,46% 3,39% 12,63% 74,11% 99,36%

198+300 1,83% 6,83% 95,49% 109,14% 1,90% 7,08% 96,87% 111,02%

201+500 3,64% 13,57% 73,05% 100,20% 0,76% 2,85% 79,43% 85,13%

212+600 1,33% 4,96% 78,08% 88,01% 3,26% 12,16% 85,42% 109,74%

214+900 1,26% 4,71% 77,91% 87,33% 0,66% 2,45% 72,32% 77,23%

216+200 3,84% 14,29% 85,39% 113,98% 0,48% 1,77% 101,04% 104,58%

Fonte: Autoria própria

Analisando os resultados presentes na Tabela 25, mais especificamente nas

colunas 2 e 6, denominadas Margem de Erro dos valores obtidos para GC (%), pode-

se notar que os valores variaram entre 4,7% até cerca de 15% para os ensaio de

penetração do PVC e, 0,19% até cerca de 12,5% para o ensaio DCP. Isso significa

que os resultados alcançados através da utilização das formulações propostas nesta

Page 116: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

112

dissertação obtidas por meio da correlação entre teor de umidade, massa específica

e cravação do DCP provaram-se com maior acurácia frente ao ensaio utilizando um

cilindro de volume conhecido cravado no solo.

Ao avaliar os resultados descritos, percebe-se que a reprodutibilidade do ensaio

DCP é alta para ensaios de campo, tal como foi mostrado anteriormente no Capítulo

5.1.6 – Ensaio DCP através da Tabela 14. Além disso, pode-se atestar a qualidade de

compactação de uma área com melhor exatidão, mesmo com um número baixo de

ensaios DCP realizados em campo, apesar da facilidade de o ensaio acabar

promovendo um maior número de ensaio avaliativos.

Ao comparar os erros relativos obtidos entre os valores de 𝑮𝑪𝟏 (%) e 𝑮𝑪𝟐(%),

Tabela 26, pode-se concluir que os valores são aceitáveis, uma vez que o maior valor

obtido ficou com cerca de 17%.

Tabela 26 - Cálculo do erro entre o cálculo de GC1 e GC2 em cada ponto de avaliação de campo

Ponto de Ensaio

Média 𝑮𝑪𝟏

Média 𝑮𝑪𝟐

Erros Relativos

(%)

177+900 88,56% 100,25% 13,20%

178+450 82,72% 88,27% 6,71%

182+200 88,27% 100,68% 14,06%

183+050 86,22% 89,62% 3,95%

196+500 79,02% 86,74% 9,77%

198+300 95,19% 103,95% 9,20%

201+500 86,62% 82,28% 5,02%

212+600 83,04% 97,58% 17,50%

214+900 82,62% 74,78% 9,49%

216+200 99,69% 102,81% 3,13% Fonte: Autoria própria

De forma geral, os erros podem ser creditados à influência da borda do molde

de CBR na obtenção da curva de correlação laboratorial, na obtenção da curva de

compactação e na profundidade do ensaio DCP e do PVC. Também à influência de

possíveis bolsões da água durante o processo de investigação com o DCP, uma vez

que o equipamento acaba avaliando uma espessura maior de solo se comparado ao

PVC.

Page 117: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

113

6. CONCLUSÃO

Levando como base os resultados obtidos nesta pesquisa, as seguintes

conclusões podem ser tomadas:

• O ensaio PVC proposto por Matsinhe (2016) e reproduzido nesta dissertação é

comprovadamente mais prático frente ao ensaio de frasco de areia e traz

resultados que podem ser considerados satisfatórios. Entretanto, é importante

salientar que se deve ter muito cuidado para que, no momento da remoção dos

cilindros, não haja perturbação ou perda do solo existente nele;

• O DCP é de fácil utilização, prático e, tendo em vista os resultados obtidos

nesta dissertação, possui uma boa reprodutibilidade para a Região Sudeste do

Brasil, mais especificamente próximo à cidade de Itu/SP;

• Apesar de o DCP ser uma ferramenta ótima para atividades de campo, a

metodologia proposta neste trabalho não auxilia na inspeção do subleito por

alguns motivos: possibilidade de encontrar bolsões de água presos no subleito,

os quais podem levar a avaliações errôneas da condição do solo e o valor de

massa específica aparente seca não traz consigo resultados da condição de

deformação do solo, fator importante e obtido através do módulo de resiliência;

• A segregação da curva de compactação em dois ramos, seco e úmido, auxilia

na estimativa de resultados da massa específica aparente seca de campo e

reduz as chances das equipes erroneamente obterem valores de DN baixos,

porém como solo fora da umidade ótima dele. Fato esse visto por outros

autores em trabalho com o DCP;

• Conclui-se também que as equações propostas neste trabalho obtiveram

valores considerados satisfatórios ao avaliar os baixos valores de erro-padrão

e margem de erro obtidos frente ao ensaio de cravação de cilindro de PVC.

Dessa forma, elas podem ser reutilizadas na Região Sudeste do Brasil, em

solos com características similares, para controle de qualidade de camadas de

compactação;

• É confirmado que o DCP é um equipamento ótimo para utilização em campo.

Portanto, as pesquisas futuras indicadas aqui o utilizarão;

• Definir valores para o efeito da borda sobre o ensaio DCP realizado em

laboratório, a fim de corrigir as curvas de correlação propostas para ele;

Page 118: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

114

• Definir mais curvas de correlação entre DN (mm/golpe) e massa específica

aparente seca em campos de trabalho mais reduzidos, a fim de alcançar erros

e coeficientes de variação ainda menores;

• Definir curvas de correlação entre DN (mm/golpe) e massa específica aparente

seca para amostras não deformadas;

• Desenvolver uma curva de correlação entre o DCP e o módulo de resiliência,

objetivando avaliar a condição dos subleitos das vias férreas, a fim de definir

planos de manutenção mais eficientes e assertivos.

Page 119: ENSAIO DE CONE DE PENETRAÇÃO DINÂMICA PARA …

115

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