ENSAIOS DE ULTRA-SOM, PACOMETRIA E ESCLEROMETRIA DO CONCRETO.pdf

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    Centro Universitrio De Patos De MinasUNIPAMCurso: Engenharia CivilTurma: 10 D

    Disciplina: Optativa (Percia Em Engenharia Civil)Professor: Me. Thiago Augusto Ribeiro

    ENSAIOS DE ULTRA-SOM, PACOMETRIA E ESCLEROMETRIA

    DO CONCRETO

    ALAN GONALVES REISAMARILDO BRAZ DE SILVA

    ANTNIO DANIEL JNIORLEANDRO SILVA LIMA

    LUCIANO REIS NOGUEIRA

    LUIZ HENRIQUE FERREIRAPAULA DE FTIMA BRASILEIRO

    VINICIUS SANTOS ANDRADE

    PATOS DE MINAS2015

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    ALAN GONALVES REIS

    ANTNIO DANIEL JNIOR

    AMARILDO BRAZ SILVA

    LUCIANO REIS NOGUEIRA

    LEANDRO SILVA LIMA

    LUIZ HENRIQUE FERREIRA

    PAULA DE FTIMA BRASILEIRO

    VINCIUS SANTOS ANDRADE

    ENSAIOS DE ULTRA-SOM, PACOMETRIA E ESCLEROMETRIADO CONCRETO

    PATOS DE MINAS

    2015

    Trabalho apresentado disciplinaOptativa (Percia Em EngenhariaCivil), ministrada pelo professorThiago Augusto Ribeiro, paraobteno parcial de nota no curso degraduao em Engenharia Civil 10Perodo Diurno doCentro Universitrio de Patos deMinas UNIPAM.

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    SUMRIO

    1 ENSAIOS NO DESTRUTIVOS ...................................................................................... 4

    1.1 Mtodo Ultrassom ........................................................................................................... 4

    1.2 Pacometria ....................................................................................................................... 6

    1.3 Esclerometria ................................................................................................................... 7

    2 MATERIAIS E MTODOS ............................................................................................... 9

    2.1 Ultrassonografia .............................................................................................................. 9

    2.2 Pacometria ..................................................................................................................... 10

    2.3 Esclerometria .................................................................................................................. 11

    3 RESULTADOS E DISCUSSO ...................................................................................... 12

    3.1 Ultrassom ....................................................................................................................... 12

    3.2 Pacmetro ...................................................................................................................... 14

    3.3 Esclerometria .................................................................................................................. 15

    4 CONCLUSES ................................................................................................................. 17

    REFERENCIAS ....................................................................................................................... 18

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    1 ENSAIOS NO DESTRUTIVOS

    Os ensaios no destrutivos so aqueles que no causam danos estrutura ou

    sistema sob ensaio, pois no influem na perda da capacidade resistiva do elemento ensaiado.

    Estes ensaios podem ser realizados em quaisquer idades do elemento, sendo usados inclusive

    para determinao da conformidade de concretagens, avaliao da possibilidade de desforma

    e retirada de escoramentos.

    Em elementos novos faz-se o uso dos ensaios para o controle da evoluo de sua

    resistncia e outras propriedades relevantes em estruturas de concreto como, corroso, ndice

    de vazios e permeabilidade. Os ensaios realizados em estruturas j existentes visam avaliar a

    sua integridade e capacidade resistiva a novas cargas.

    Os mtodos no destrutivos so convenientes para:

    Controle tecnolgico de pr-moldados;

    Monitoramento do desenvolvimento da resistncia;

    Localizao e determinao da extenso de fissuras, vazios e falhas de

    concretagem;

    Aumento do nvel de confiana de um pequeno nmero de ensaios

    destrutivos;

    Avaliao do potencial de durabilidade do concreto;

    Programao da remoo de formas e escoramento;

    Verificao de danos provocados por incndios;

    Acompanhamento dos efeitos de aditivos e adies.

    1.1

    MTODO ULTRASSOM

    Os primeiros relatos sobre estudos com ondas ultrassnicas foram nos Estados

    Unidos em meados de 1940. Constatou-se que a velocidade depende das propriedades

    elsticas do material e no da sua geometria. Nos anos 60 foi desenvolvido um aparelho

    porttil, cuja fonte de energia era bateria e que possua um mostrador digital que fornecia o

    tempo de trnsito da onda.

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    Figura 1 - Modelo de aparelho ultrassom

    O mtodo baseia-se no fato de que a velocidade de propagao est ligada a

    qualidade do concreto. Conhecendo-se distncia entre o transdutor emissor e o transdutor

    receptor da onda ultrassnica e medindo-se o tempo decorrido para este percurso calcula-se a

    velocidade de propagao da onda no concreto. A velocidade da onda depende principalmente

    dos seguintes fatores: coeficiente de Poisson, mdulo de deformao, massa especfica e

    tambm da presena ou no de armadura.O equipamento utilizado para a medio da velocidade da onda ultrassnica

    bastante simples de ser operado e de custo no muito elevado. A ligao entre o transdutor do

    aparelho e a superfcie do concreto um dos pontos crticos do mtodo. Outro problema que

    pode influenciar nos resultados a presena de fissuras, vazios ou descontinuidades no

    concreto. Desse modo, no se pode afirmar que haja uma relao terica entre a velocidade de

    propagao e a resistncia do concreto, sendo, portanto necessrio estudar cada caso aonde

    vai se aplicar o mtodo, fazendo as devidas correlaes entre a resistncia de testemunhos oucorpos de prova com a velocidade da onda. Ainda pode-se estabelecer correlaes com

    demais propriedades do concreto, como o mdulo elstico, de extrema importncia em lajes,

    vigas e pilares esbeltos.

    O ensaio pode ser realizado de trs formas distintas quanto ao posicionamento do

    emissor e do receptor, sendo recomendada a utilizao do mtodo direto. O mtodo indireto

    mais comum quando se tem acesso a apenas uma das faces do elemento, o que comum em

    lajes, marquises, paredes de conteno. A execuo do ensaio est condicionada ao

    atendimento da ABNT NBR 8802:2013.

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    Figura 2 - Formas de anlise

    Recomenda-se a utilizao do ensaio de ultrassonografia para a verificao da

    homogeneidade do concreto, para a deteco de eventuais falhas internas de concretagem,

    medio da profundidade de fissuras e outras imperfeies e para monitoramento da variaodas propriedades do concreto ao longo do tempo.

    O aparelho de ultrassonografia constitudo de um gerador eltrico de pulsos que

    excita um transdutor emissor, transformando a energia eltrica em vibraes mecnicas. No

    momento da emisso do pulso eletrnico um contador de tempo acionado. As vibraes

    percorrem o concreto e so ento captadas por um transdutor receptor, que recompe a forma

    inicial de energia. Neste momento o contador de tempo desativado, registrando-se em um

    visor digital o tempo total gasto para a onda atravessar a massa de concreto.

    1.2 PACOMETRIA

    A pacometria um mtodo de ensaio eletromagntico que visa principalmente a

    deteco de barras de ao no concreto, o cobrimento superficial e o espaamento entre elas;

    utilizando-se dos princpios da indutncia eletromagntica.

    O ensaio baseia-se na leitura da interao entre as armaduras e a baixa frequncia

    de um campo eletromagntico criado pelo aparelho. A partir dos dados recolhidos

    (intensidade e frequncia) possvel localizar as barras de ao, assim como estimar o

    dimetro e cobrimento das armaduras. No existe normatizao corrente no Brasil mas a base

    do mtodo de ensaio est descrita na ACI 228 2R-98.

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    Figura 3 - Funcionamento do pacmetro

    Aps a calibrao do aparelho, o ensaio consiste em percorrer os pontos

    previamente marcados com a sonda, identificando por sinal sonoro a existncia de armadura

    nas proximidades do ponto, fazendo-se ento a leitura do cobrimento da armadura e o

    espaamento entre essas. As medidas podem ser obtidas em milmetros para o cobrimento,

    para distncia horizontal entre armaduras e para o dimetro da armadura para a estrutura.

    O ensaio auxilia tambm ensaios de ultrassom, esclerometria, resistividade

    eltrica, potencial de corroso, e na extrao de testemunhos, ajudando a identificar pontos da

    estrutura sem a presena de armaduras, as quais deve-se evitar seccionar.

    E principalmente, este ensaio uma excelente opo no momento onde exista

    uma preocupao quando os projetos estruturais originais no esto disponveis para fins de

    reformas, ampliaes, recuperaes estruturais, entre outras situaes. Ou ainda, quando

    existirem dvidas em relao confiabilidade entre o que foi projetado x o que foi executado

    em uma determinada construo.

    1.3 ESCLEROMETRIA

    Em 1940 o engenheiro suo Schmidt relatou experincias com um martelo de

    ensaio de concreto capaz de medir a dureza da superfcie de concreto. O dispositivo

    conhecido como atualmente o Rebound Schmidt Hammer mede a repercusso de uma massa

    de mola impactando a extremidade livre de um mbolo (barra de ao) que mantido contra a

    superfcie do concreto.

    O martelo causa um impacto sobre o mbolo, e a massa controlada pela mola

    sofre um recuo, reflexo ou rebote aps o choque, registrando certo valor numrico,denominado de ndice escleromtrico ou ndice de reflexo, dependendo da rigidez da mola e

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    da massa selecionada. A esclerometria permite indiretamente a determinao da qualidade do

    concreto e sua resistncia compresso.

    A esclerometria amplamente utilizada em combinao com outros mtodos de

    ensaio no destrutivos, o que aumenta a preciso da previso. O mtodo fornece dados a

    respeito da dureza superficial do concreto e normalizado atravs da NBR-7584:2012.

    Atravs da medio da distncia de retorno do pisto obtida no ensaio possvel avaliar a

    resistncia compresso do concreto baseado em curvas de calibrao.

    O mtodo escleromtrico de uso simples e oferece um meio rpido e barato de

    avaliao da uniformidade do concreto endurecido in loco e a estimativa da resistncia do

    concreto, com danos praticamente nulos superfcie do material. Contudo, a preciso na

    estimativa da resistncia do concreto em ensaios de laboratrio pode variar de 15 a 20% e25% em ensaios realizados em estrutura de concreto. Alm disso, necessrio que os ensaios

    sejam realizados por um profissional capacitado, de modo a evitar possveis erros e decises

    precipitadas.

    Por ser um ensaio bastante antigo e difundido existe uma experincia consolidada

    assim como curvas de correlao. Entre as desvantagens podemos dizer que a sua utilizao

    isolada no recomendvel para a determinao da resistncia do concreto, onde se

    recomenda considerar pelo menos dois tipos de ensaio para uma avaliao mais precisa. Almdisso, os resultados dos ensaios de Esclerometria podem ser influenciados, ainda que de

    maneira no muito significante, pelos seguintes fatores:

    Tipo e teor de cimento utilizado

    Tipo de agregado utilizado

    Estado da superfcie ensaiada

    Grau de umidade da superfcie

    Profundidade de Carbonatao da superfcie

    Idade da estrutura ensaiada

    Posio do aparelho durante o ensaio

    Esbeltez do elemento ensaiado

    Falhas no concreto

    Estado de tenso do concreto

    Massa especfica

    Operador do aparelho.

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    2 MATERIAIS E MTODOS

    Realizou-se os ensaios no destrutivos de pacometria e ultrassom em vigas de

    concreto de pequenas dimenses presentes no laboratrio de Engenharia Civil do Unipam. O

    ensaio de esclerometria foi realizado em alguns postes de concreto armado junto ao campo de

    futebol do Campus, sob orientao do professor Thiago.

    As vigas de concreto presentes no laboratrio tem dimenses aproximadas de

    10x15x50cm e o objetivo dos ensaios no destrutivos foi a identificao de diferenas ou

    anomalias presentes nelas. Utilizou-se os seguintes materiais para o estudo:

    Trena metlicaDetector de barras Bosch

    Ultrassom

    Pacmetro

    Esclermetro digital

    2.1 ULTRASSONOGRAFIA

    Primeiramente, fez-se a calibrao do aparelho atravs de um cilindro prprio,

    denominado pino de calibrao, e verificou-se que o tempo gasto foi exatamente 25,4 s,

    assim como indicado pelo fabricante. O aparelho ento pde ser utilizado com confiana.

    Figura 4 - Aparelho ultrassom e calibrao

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    Determinou-se o tempo gasto para a onda atravessar cada viga de concreto, e

    assim, com a medida efetuada com a trena obteve-se a velocidade de percurso do pulso. A

    velocidade foi determinada trs vezes para cada medio.

    Figura 5 - Medio da velocidade de percurso da onda

    2.2 PACOMETRIA

    Utilizou-se o pacmetro da Proceq - profometer 5+, apenas na viga 2, onde foi

    detectada a presena de armadura pelo detector de barras Bosch. Fez-se a montagem doaparelho utilizando o carrinho para percorrer a superfcie da viga analisando-a. Quando o eixo

    do carrinho coincide com o eixo de uma barra o aparelho emite sinal sonoro, e apertando-se a

    tecla () fez-se a gravao dos resultados.

    Figura 6 - Ensaio de pacometria

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    2.3 ESCLEROMETRIA

    Foram realizados 10 ensaios de esclerometria em pontos distintos de alguns postes

    de concreto armado presentes no campo de futebol do Unipam. Os ensaios foram realizados

    em malhas retangulares de 3x3 pontos, totalizando 9 pontos assim como recomenda a ABNT

    NBR 7584:2012.

    Figura 7 - Ensaio de esclerometria

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    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    3.1 ULTRASSOM

    Abaixo, seguem os resultados das velocidades encontradas para as vigas, os tempos

    gastos de percurso, e as dimenses mensuradas pelo ultrassom.

    VigaVelocidade da ondano concreto (m/s)

    Desvio relativo mdia (%)

    V1 4248 3,33V2 4395 0,12

    V3 4526 3,01

    Tabela 1 - Velocidades de onda

    VIGA 1Dimensoreal (m)

    Tempo(s)

    Dimenso -ultrassom (m)

    Comprimento 0,510124,1 0,527124,8 0,530

    122,6 0,521

    Largura 0,09923,3 0,09922,8 0,097

    22,1 0,094

    Altura 0,13932,3 0,13730,8 0,13133,0 0,140

    Tabela 2 - Dimenses da viga 1

    VIGA 2Dimensoreal (m)

    Tempo(s)

    Dimenso -ultrassom (m)

    Comprimento 0,5

    119,2 0,524

    117,4 0,516

    114,9 0,505

    Largura 0,101

    22,5 0,099

    22,5 0,099

    22,8 0,100

    Altura 0,146

    31,2 0,137

    30,0 0,132

    31,6 0,139

    Tabela 3 - Dimenses da viga 2

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    VIGA 3Dimensoreal (m)

    Tempo(s)

    Dimenso -ultrassom (m)

    Comprimento 0,5

    130,1 0,589

    131,2 0,594

    129,5 0,586

    Largura 0,1

    26,7 0,121

    27,4 0,124

    21,7 0,098

    Altura 0,145

    33,4 0,151

    43,7 0,198

    32,7 0,148Tabela 4 - Dimenses da viga 3

    Primeiramente, percebe-se a proximidade entre os valores obtidos para a

    velocidade da onda nos concretos, o que permite a especulao de que o concreto utilizado

    seja o mesmo para a moldagem de todas as vigas. Os valores se situam acima de 4000 m/s,

    que considerado um timo valor de referncia para concretos.

    Nas tabelas 2 a 4 pde-se comparar a dimenso real das vigas com a dimenso

    obtida pelo aparelho. As divergncias significativas foram entendidas como sendo as

    anomalias presentes nas vigas. Segundo o conceito de velocidade, e sabendo que a velocidade

    da onda foi adotada como parmetro para a medio das vigas, entende-se que medidas

    maiores que as reais, esto ligadas ao fato da onda gastar mais tempo percorrendo o material.

    Medidas menores que as reais indicam a passagem da onda de forma mais veloz pelas vigas.

    As ondas se propagam bem em meio slido, e quo mais compacto, denso e

    rgido, este for, maior sero suas velocidades. Assim as medidas menores de altura

    mensuradas na viga 2, so reflexo da passagem da onda pelos estribos.

    Os valores acima do esperado encontrados na viga 3, em todas as direes de

    medio, do a entender que existe a presena de uma falha de concretagem nessa viga. As

    vigas estavam dividas em 5 faixas de 10 cm, e a falha de concretagem se mostrou influente

    nas medies realizadas nas faixas 2 e 3, da esquerda para a direita das vigas.

    A viga 1 por sua vez, apresentou valores coerentes s medies reais, apesar da

    visvel presena de um corte em sua superfcie. Esse corte, simulando uma fissura, foi objeto

    do estudo de medio indireta com o ultrassom. Emissor e receptor foram colocados

    primeiramente 5 cm afastados de cada lado da fissura, e posteriormente, afastados 10 cm.

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    Utilizando um mtodo do prprio aparelho ultrassom, foi possvel determinar a profundidade

    da fissura. O valor encontrado foi 14 mm, e visualmente se apresentou muito semelhante

    realidade.

    Figura 8 - Ensaio de medio indireta da profundidade de fissura

    3.2 PACMETRO

    Na viga 2, a qual tem presena de armadura, o pacmetro foi utilizado. Fez-se o

    carrinho com o sensor caminhar sobre a superfcie da viga, e ao se perceber a presena de

    barras, pelo sinal sonoro, era feita a gravao dos dados na tela.

    Foram encontrados 6 estribos, e uma barra longitudinal, porm os valores de

    cobrimento do concreto e do dimetro das barras no podem ser considerados vlidos devido

    sua magnitude. O ensaio utilizando o pacmetro, segundo o prprio manual e alguns

    autores, adequado para cobrimentos de at 12 cm, quando se conhece o dimetro das barras

    e estas tenham separao superior a 10 cm.

    Na viga 2 entretanto, h grande presena de armadura, seja pela influncia da

    barra longitudinal com os estribos, seja pelo fato dos estribos possurem quatro arestas em

    espao muito reduzido, ou por estes estarem muito prximos entre si. Segue abaixo tabela

    com os dados encontrados, ressaltando-se a invalidade destes perante ao j exposto.

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    Estribo / BarraDimetro

    (mm)Cobrimento deconcreto (mm)

    1 8,3 27,0

    2 24,7 32,0

    3 23,1 26,04 26,5 28,0

    5 22,4 21,0

    6 12,5 24,0

    Barra positiva 8,8 22,0

    Tabela 5 - Resultados da pacometria

    Pode-se notar claramente a desproporcionalidade encontrada para os valores de

    dimetro. As barras mais afastadas do centro como a barra positiva e os estribos 1 e 6,obtiveram os menores valores e os mais prximos da realidade, afirmando o fato da

    interferncia causada pela grande quantidade de ao na viga.

    O detalhamento da armadura segue abaixo, porm sem as bitolas do ao presente.

    3.3 ESCLEROMETRIA

    A programao do esclermetro digital seguiu os seguintes parmetros:

    Correlao com a forma de um cilindro 2:1

    Obteno de mdia simples

    Excluso dos valores que se afastam 10% da mdia

    Abaixo segue tabela de dados:

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    Ensaio Esclermetro

    Ensaiondice Escleromtrico

    Q (N.m)DesvioPadro

    fck (MPa)

    1 61,4 4,0 53,02 57,1 4,9 43,0

    3 45,8 4,0 25,0

    4 50,0 5,7 30,5

    5 48,3 3,2 28,0

    6 60,3 5,3 50,0

    7 60,6 3,6 51,0

    8 50,5 3,8 31,5

    9 41,3 3,8 20,0

    10 60,9 4,6 51,5

    Apesar do no conhecimento da resistncia real do concreto utilizado nos postes,

    os valores situados na faixa de 50 MPa so demasiado elevados para a aparncia que o

    concreto ensaiado apresentava. No grfico abaixo percebe-se nitidamente a correlao entre

    os valores de dureza superficial e o fck estimado pelo aparelho.

    Entretanto, como j falado, no se pode admitir a correlao de fbrica do

    aparelho, pois outros fatores foram preponderantes para a medio de durezas superficiais

    elevadas, como a carbonatao do concreto que j tem uma idade avanada, a rigidez dos

    postes com seo I, e a pequena espessura dos elementos submetidos a ensaio. O manual do

    esclermetro, por exemplo, cita que o objeto de teste deve ter espessura mnima de 100 mm, oque no ocorreu nos postes.

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    fck estimado (MPa) ndice escleromtrico (N.m)

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    4 CONCLUSES

    Os ensaios no destrutivos realizados so os mais avanados e consagrados entre os

    especialistas em todo o mundo, entretanto estes sofrem muita influncia da heterogeneidade

    do concreto e de todos os fatores importantes ao concreto fresco e s estruturas de concreto

    armado.

    O ensaio de ultrassom mostrou-se o mais adequado para a deteco das anomalias,

    alm de se mostrar rpido e prtico. A medio das vigas e da fissura de modo indireto se

    mostraram coerentes com os elementos estudados. O principal cuidado adotado no ensaio a

    preparao da superfcie, aumentando a rea de contato do aparelho atravs de gel prprio

    para ultrassom.

    A pacometria realizada se mostrou muito prejudicada pela proximidade entre as barras

    e estribos presentes nas vigas. Sugere-se a execuo ou adoo de outros modelos para testes

    futuros para que se possa fazer a identificao das armaduras e cobrimentos de maneira

    correta, sem interferncias.

    A esclerometria realizada por 10 operadores, em 3 postes diferentes, em direes

    diferentes (rigidez), foi sensivelmente afetada por tais fatores. Percebeu-se a grande influncia

    da dureza da superfcie dos concretos j carbonatados, e entendeu-se que os resultados desseensaio no destrutivo devem estar correlacionados com valores reais para maior

    confiabilidade dos dados.

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    REFERENCIAS

    ANDRADE, T., SILVA, A.J.C., 2005 ,Patologia das estruturas. Ed. Ibracon, So Paulo.

    EVANGELISTA, Ana C. J. Avaliao da resistncia do concreto usando diferentesensaios no destrutivos. 219 p. Tese (Doutorado em Cincias na Construo Civil)Coordenao de Programa de Ps-Graduao em Engenharia-COPPE, Universidade Federaldo Rio de Janeiro, 2002

    LAPA, J. S. Patologia, Recuperao e Reparo das Estruturas de Concreto 55 p. pag28Monografia (Especializao em Construo Civil), Escola de Engenharia da UFMG,Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.