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Ensina-me a falar de amor Luiz Sérgio Psicografia: Irene Pacheco Machado Todos os direitos de publicação e reprodução desta obra estão reservados à Casa Espírita Recanto de Maria - REMA SÉRGIO, Luiz (Espírito)

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Ensina-me a falar de amor

Luiz Srgio

Psicografia: Irene Pacheco Machado

Todos os direitos de publicao e reproduo desta obra esto reservados Casa Esprita Recanto de Maria - REMA

SRGIO, Luiz (Esprito)

Ensina-me a falar de amor; Luiz Srgio!psicografado por irene pacheco Machado.- 3ed.- Braslia: Livraria e Editora Recanto, 2002

1. Espiritismo. 2. Comunicaes medinicas.I. Machado, Irene Pacheco. II. TtuloCDD 133.9

ISBN 85-86475-32-7

Capa e ilustraes: Maurcio Maia Soutinho

Este livro foi psicografado no ano de 19981 Edio -2000 '.' . *'

SUMRIO

Algumas palavras 7Mensagem ao Leitor. 13Captulo I-Viveiro divino. A Rocha 17Capitulo II-A busca da reforma interior. 31Captulo III-A evoluo da essncia espiritual 37Captulo IV-A renovao da Terra 45Captulo V- A beleza da Criao 57Captulo VI-A famlia esprita 65Captulo VII-O segundo estgio evolutivo 77Captulo VIII-Caridade: amor em ao 95Captulo IX-A tarefa da psicografia 105Captulo X-A imposio das mos 117Captulo XI-A alma animal. As tendncias do Esprito 127Captulo XII-O Espiritismo nas Escrituras 137Captulo XIII-Livre-arbtrio, diadema da razo 143Captulo XIV-As moradas da Casa do Pai 157Captulo XV-O respeito aos mais velhos 175Captulo XVI-O avano da tuberculose 183Captulo XVII-Auto-estima: chave da felicidade 191Captulo XVIII-O flagelo das drogas 219Captulo XIX-A tarefa dos livros 235Captulo XX - Encontro consolador. 249Captulo XXI- Crescimento moral e intelectual 263Captulo XXII- A oportunidade do aprendizado 287

ALGUMAS PALAVRAS

Em uma fria manh de junho de 1973, o telefone tocou em casa de Zilda e Jlio, no Rio de Janeiro. Foi ela quem atendeu. Do outro lado da linha, identificou-se ALAYDE DE ASSUNO E SILVA, sua prima, residente emSo Bernardo do Campo, So Paulo:

- Zilda, Alayde quem fala. No sei como voc e o Jlio iro receber o que eu tenho a lhes dizer. Recebi ontem noite uma mensagem de LuizSrgio. Na verdade, uma longa mensagem.

O corao de Zilda bateu forte. Ela sabia que seu filho Luiz Srgio, desencarnado em 12 de fevereiro daquele ano, vtima de um acidente decarro, estava procurando meios de se comunicar, mas no pensara que isso iria acontecer to rpido, e justamente atravs de uma pessoa to prxima.Pediu que Alayde lesse a mensagem, bem devagar.

Enquanto se desenrolava a leitura, Zilda acompanhava com a maior ateno as palavras pronunciadas, que foram encerradas com um recado muito tocante para Valquria, com quem Luiz Srgio iria firmar compromisso.A saudosa me no pde fazer qualquer comentrio, pois as lgrimas corriam por sua face. Parecia estar ouvindo seu filho falar, apenas a voz era diferente. Meu Deus! - pensou ela, uma carta enviada da Espiritualidade.Identificava todo o linguajar, o modo de escrever, os trocadilhos que gostava de fazer, a sua curiosidade despertada para pesquisar o que desconhecia.Tudo denunciava Luiz Srgio como o autor daquelas linhas.Alayde lhe explicou que o inesperado havia surgido, quando, passado algum tempo do desencarne de seu priminho, ele foi trazido at ela com a inteno de lhe transmitir uma mensagem. Aceitou a incumbncia e ali estavao resultado.Zilda confiou, porque sabia que Alayde fora levada ao Espiritismo auns vinte anos atrs, ao se deparar com o Esprito de sua me, desencarnadano mesmo ano de sua apario. Profundamente tocada por aquele fenmeno, que desconhecia, resolveu esclarecer o fato e recorreu Federao Esprita do Estado de So Paulo. Ali iniciou os estudos da Doutrina Esprita,preparando suamediunidade, entregando-se, particularmente, aos trabalhospsicogrficos. Professora de profisso, logo se interessou em prestar suacolaborao ao Lar da Criana Emmanuel, de So Bernardo do Campo.Expandiu esse trabalho, ao integrar o grupo de mdiuns do Hospital Psiquitrico Bezerra de Menezes, como tambm do Centro Esprita Obreiros doSenhor, de Rudge Ramos, So Bernardo do Campo. Dedicou-se inteiramente sua mediunidade, depois de sua aposentadoria, passando a psicografarcom diversos Espritos, cujos trabalhos nunca vieram a pblico.Aps a primeira mensagem de Luiz Srgio, comearam outras a chegar, detalhando, pormenorizando o seu aprendizado espiritual, enviando recados para a famlia, bem como palavras de agradecimento e incentivo atodos os que acompanhavam sua trajetria. Esse foi o incio das notcias, queculminaram na idia de ser publicado um volume que levasse a pblico aquelas informaes. Tudo foi passado pelo crivo da razo, examinado por vriose eminentes espritas, antes de serem apresentadas ao leitor. O livro O Mundo Que Eu Encontrei foi a alavanca que o impulsionou, vindo, logo depois,Novas Mensagens de Luiz Srgio.A sade de Alayde, porm, comeou a fraquejar. Um derrame cerebral impossibilitou-a de continuar o trabalho psicogrfico, ficando algumasmensagens inditas, que foram entregues me de Luiz Srgio. Aps permanecer em tratamento mdico por muitos anos, desencarnou, em 15/11/1999,aos oitenta anos de idade, tendo cumprido sua romagem terrena, com dignidade. Sem Alayde, talvez no existisse hoje o "reprter" Luiz Srgio.

8Entretanto, depois de lanada a semente, era necessrio que algumdesse continuidade a esse trabalho. , ; ;*Certo dia, Zilda foi convidada a assistir abertura de um Culto Cristono Lar, por ter sido escolhido Luiz Srgio como mentor espiritual do grupo.Estava presente a mdium psicgrafa LCIA MARIA SECRON PINTO. Ocorreu,ao final, mensagem de Luiz Srgio, incentivando os participantes ao trabalhoe agradecendo a homenagem, que dizia no merecer. Depois desse encontro, vrias mensagens de Luiz Srgio foram trazidas pelo mesmo canalmedinico.

Lcia, quando jovem, freqentou a Mocidade do Centro EspritaElias, localizado em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, participando, depois, de vrios trabalhos medinicos no Centro Esprita AmaralOrnelas, no bairro do Engenho de Dentro. Chamada ao Espiritismo porsua mediunidade ostensiva, dedicou-se a este chamamento. Voltando,mais tarde, ao Centro Esprita Elias, galgou vrios postos na diretoria,chegando a presidente por mais de uma vez. Dedica-se at hoje quela Casa.

O livro Intercmbio traz maiores informaes sobre esseentrosamento espiritual Lcia/Luiz Srgio, pois s mensagens remanescentes de Alayde foram juntadas as de Lcia, alternando-se o livro comas duas mdiuns e ainda os desenhos preparados pelo talento de Lcia.A simbiose foi perfeita. uma leitura leve, com relatos ainda firmadospor Alayde e mensagens temticas, obtidas pela psicografia de Lcia.Interessante observar que o prefcio do escritor esprita Luciano dosAnjos prenunciava o trabalho de Luiz Srgio, pois as circunstncias posteriores demonstraram o seu interesse em trazer ao plano fsico informaes referentes ao mundo dos vcios, acentuadamente ao das drogas.

Lcia no prosseguiu nessa tarefa, por motivos pessoais e de sade.Submetida a uma cirurgia, na ocasio, manteve-se afastada das tarefasmedinicas por longo tempo. Mas Luiz Srgio tinha pressa. O "reprter" nopodiaparar.9

E foi assim que surgiu IRENE PACHECO MACHADO em seu caminho, observando-se um trao comum nas trs mdiuns: Irene, moradora de Braslia,tambm foi levada ao Espiritismo por sua mediunidade. Um grupo de amigasdecidiram reunir-se com a inteno de fazerem trabalhos caritativos. Da,comearam as entidades espirituais, atravs de Irene, a se manifestar, indicando-lhe a leitura de alguns livros. Eram obras de Allan Kardec, desconhecidas inteiramente por ela. Procurou, ento, a Comunho Esprita de Braslia,decidida a iniciar o aprendizado doutrinrio, tendo como condutor de suamediunidade e disciphnador o Esprito Lzaro. Ali, durante muitos anos, participou de grupos medinicos, onde sua mediunidade pde ser minuciosamente analisada, sem, contudo, deixar aquele primeiro grupo, que foi crescendo, at que surgiu o Grupo Assistencial Recanto de Maria, hoje CasaEsprita Recanto de Maria-Rema. Continua, ali, com assiduidade e intenso labor, a assessorar os grupos medinicos, os de estudo e os de artesanatopara os bazares anuais.

Em 1979, Irene, que j conhecia o Esprito Luiz Srgio, obteve dele ainformao de que levaria sua me, Zilda, sua casa, durante a reunio, paraque Irene a conhecesse. E assim ocorreu, pois uma amiga, que freqentava ogrupo inicial, apresentou-a a Irene. Fatos importantes ocorreram, ento. Pelamediunidade de Irene, detalhes da vida fsica de Luiz Srgio foram trazidos,roupas que ele estava usando eram descritas com preciso, objetos que lhehaviam pertencido eram mencionados, e muitas outras questes familiaresforam confiadas a Irene e passadas a Zilda.No havia mais jeito, e se qualquer dvida pairasse em relao presena de Luiz Srgio, j havia desaparecido. Estava determinado pelo Mundo Maior: Luiz Srgio iria trabalhar com Irene.E, assim, surgiu o quarto livro dele e primeiro psicografado por IrenePacheco Machado: Na Esperana de Uma Nova Vida. A seguir, vieram:

N.E. - Para saber mais sobre o incio do trabalho de Luiz Srgio com a mdium Irene PachecoMachado, consultar a obra O Barco de Maria, Cap. XII - Luiz Srgio, desta Editora, escrito porMaurcio Maia Soutinho.

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ningum Est Sozinho, Os Miostis Voltam a Florir, O Vo Mais Alto, UmJardim de Esperanas, Mos Estendidas, Conscincia, Chama Eterna, Lrios Colhidos, Driblando a Dor, Deixe-me Viver, Dois Mundos To Meus,Cascata de Luz, Na Hora do Adeus, Universo de Amor, Amigo e Mestre.

Alm de conservar sua eterna curiosidade por tudo saber, Luiz Srgioapresenta, pela psicografia de Irene, sua personalidade alegre, divertida,emotiva, descontrada, mas de uma responsabilidade que sempre caracterizou tudo o que fazia, quando estava no plano material - estudo e trabalho.Depois da abordagem de temas da maior importncia, tais como: famlia, drogas, aborto, suicdio, mediunidade, obsesso, tratamento psicolgico espiritual, desencarne, Casas Espritas, estudo evanglico-doutrinrio,passes, puericultura, arte psicopictogrfica, msica, aparelhagem tcnico-cirrgica espiritual e muitos outros, dentro da tica do Espiritismo, apresentanos agora, em seu vigsimo livro, o tema da criao e evoluo do ser.Convidamos o estimado leitor a conhec-lo, para que possa compreender os anseios de Luiz Srgio, ao pedir: ensina-me a falar de amor.

Braslia, julho de 2000.

A EDITORA

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MENSAGEM AO LEITOR

Eclesistico, Cap. XVI, v. 24-30: Ouve-me, filho, e aprende a cincia. Aplica teu corao s minhaspalavras, com medidas exatas revelarei a instruo e com exatido anunciarei a cincia. Quando o Senhor criou suas obras, desde o princpio,depois de hav-las feito, disps-lhes as funes. Estabeleceu uma ordemeterna para suas obras e suas atribuies para as geraes futuras: nosofrem fome nem fadiga nem interrompem tarefas. Nenhuma se chocoucontra as outras e nunca desobedeceram sua palavra. A seguir, o Senhor voltou os olhos terra e cumulou-a de seus bens. Cobriu-lhe asuperfcie com toda sorte de seres vivos que, por sua vez, voltaro terra.

Querido leitor, transcrevi esta passagem do Eclesistico pois gostomuito de estud-lo e hoje estou de volta, trazendo a voc mais um livrorepleto de lies que aprendi na Universidade Maria de Nazar. Cada livrorepresenta um curso que realizei, graas bondade Divina. Sou ainda apenasaprendiz, talvez por isso achem simples demais o meu vocabulrio.Quando escrevo, fao-o com o corao de aluno curioso e com asede de aprender, jamais querendo passar para voc, leitor, a impresso deque muito sei ou a de que j me tornei Esprito evoludo. No essa a minhaproposta, a minha tarefa. Quando chamado fui a levar at o plano fsico asminhas mensagens, bem sabia que ainda muito teria de aprender, e esse13aprendizado no cessou ainda, por merc de Deus. Mas nem por isso deixei de sero Luiz Srgio, filho da Zilda e do Jlio-o Luiz Srgio ainda necessitado daspreces dos encarnados.Nunca tive a pretenso de me tornar um nome conhecido na DoutrinaEsprita. Como aprendiz do Evangelho, coloquei os ps no caminho do Mestre, ps estes ainda pesados pela imperfeio. No porque ditei livros quej me considero um escritor ou um Esprito superior; no, pelo amor de Deus,compreenda-me. Sou apenas um Esprito que busca desesperadamente aprender e evoluir, e para que isso venha a acontecer preciso de seu respeito, desua amizade, leitor amigo.No me incomodam as crticas de que o vocabulrio dos meus livros pobre e que sou s vezes irreverente. Sou o que sou e as pessoas que bemde perto me conhecem, ao ler os meus escritos, logo certificam-se de queestou vivo, bem vivo, por merc de Deus. Entristece-me muito presenciarmdiuns que usam o meu nome em mensagens que longe esto de me pertencer. Caso sejam levados a fazer isso por me querer bem, gostaria que gostassem de mim de outra maneira: estudando a Doutrina e indo at os carentes, porque muitas vezes deixam de colocar o nome de seus mentores e deseus amigos espirituais nas mensagens, por eles ainda no serem conhecidosno mundo esprita.Escrevi este livro em poucos dias, porm, dado severa fiscalizaodo Departamento da Psicografia do mundo espiritual, ele ficou sendo revisado pelos Espritos amigos um bom tempo. Como voc pode ver, leitor amigo, as coisas do mundo espiritual no so levadas at o mundo fsico semobedecerem ao plano Maior.Quando iniciei o trabalho de psicografia pelas mos amorosas daAlayde, com O Mundo que eu Encontrei, eu era uma criana dando osprimeiros passos na estrada da psicografia, mas fui muito ajudado por ela epor minha famlia e ainda mais por voc, leitor amigo, e a no parei mais deescrever, porm sempre obedecendo rgida disciplina do Departamento da Psicografia.14

Os meus livros sempre procuram trazer uma mensagem de amor eeste, que hoje lhe entrego, chega at voc molhado de lgrimas pelos fatosdesagradveis que vm ocorrendo, os quais, dado o nosso trabalho na Doutrina, no nos cabe revelar. Mas gostaria de pedir-lhe, leitor amigo, que ficasse mais atento com tudo o que lhe chegar s mos. Analise; no sopalavras difceis que mostram se o Esprito est evoluindo, e sim a mensagemque ele transmite a voc, leitor.Hoje tenho a felicidade de convid-lo a desfolhar este livro bem devagar e tentar extrair do seu contedo aquilo que pedimos ao Senhor: ensiname a falar de amor.

LUIZ SRGIO

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Captulo IVIVEIRO DIVINOA ROCHA

Ao terminar o livro Amigo e Mestre, quando ainda me encontravaescrevendo sobre o ltimo versculo do Sermo da Montanha, detive-meno Evangelho de Mateus, Cap. VII, versculo 24:Todo aquele, pois, que ouve estas palavras, e as observa, sersemelhante ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.Quem estuda a Doutrina Esprita bem conhece a escalada do Espritopelos trs reinos. No Evangelho de Mateus encontramos, no Captulo III,v. 9:

(...) Deus pode fazer destas pedras filhos de Abrao.

Tambm no Antigo Testamento encontramos, em Isaas, Captulo LI,v. 1.:

Ouvi-me, vs todos os que seguis a justia, e buscai o Senhor;considerai a rocha donde fostes criados e o manancial donde sastes.

Nesse instante, meus olhos divisaram a escalada do Esprito, a sua lutapela evoluo, e fiz este grfico: ?

Os trs reinos e o Seu Criador

Reino MineralPedra | AlicerceRocha | Essncia espiritual

Reino VegetalPlanta | Sensibilidade

Reino AnimalInteligncia rudimentar

AnimalPerisprito em formaoIncio da vontade

Reino Hominal

HomemPerispritoConscinciaComeo da razoIntelignciaLivre-arbtrio

, Deus

Vida eternaInteligncia Suprema

Cu

Plenitude

Comeo e fim

Vida eterna

Fim dos sofrimentos

Vida Plena

* ! Aqui inicio este livro, que dedico a todas as pessoas que lutam paratransformar seus coraes de pedra em coraes de carne, porque mesmoj na condio de homens, no conhecem o amor, o amor universal, ondetodos se respeitam, como irmos que somos.

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Este grfico que fiz explica muitos fatos, um deles: a evoluo do sercriado simples e ignorante e sua escalada evolutiva.S mesmo a Doutrina Esprita d respostas precisas a perguntas quetodos ns fazemos: por que as diferenas dos seres?Ao pensar na evoluo da espcie, senti-me feliz, porque fui criadopela Inteligncia Mxima do Universo: Deus. Ele o nosso Pai, o nossocriador e, sendo o nosso Pai, temos dentro de ns a sabedoria e a bondade,como tambm est em ns a luta para desenvolver os nossos sentimentos.. Setodos pensassem assim, iniciariam a luta pela perfeio, a grande renncia.Mas os homens param diante das coisas materiais e se esquecem de mergulhar em seu "eu" em busca das coisas boas que h nele, porque, se fomoscriados simples e ignorantes e passamos por diversas fases da nossa existncia, algo ficou de bom e proveitoso. O importante o homem descobrir-se;s assim ele vai amar o seu semelhante, os seus irmos que, como ele, tm delutar para evoluir.

Desde que o mundo mundo, Deus manda os Seus emissrios paraelucidar a Humanidade, mas esta, julgando no ter compromisso com Deus,passa as existncias indiferente aos chamados espirituais. fato absurdo oque dizem certos religiosos, que o Criador s forma a alma quando ela nasceno mundo fsico. Por isso alguns pais se julgam donos dos filhos, porquetambm pensam que eles so almas criadas no instante do nascimento, conforme as velhas afirmativas de algumas religies.Mas a Doutrina Esprita ensina ao homem tudo sobre a sua origem.Agora, como fazer para saber de onde viemos e para onde iremos? Muitofcil: s jogar a preguia fora e iniciar a jornada. O caminho spero erepleto de sobressaltos, mas medida que o conhecimento banha o nossoser, este vai libertando-se das amarras da ignorncia e se aproximando doCristo, nico caminho que nos leva a Deus. Todos os dias o Cristo bate nossa porta, mas muitos ainda relutam em seguir Suas pegadas, porque preciso renunciar. Ele, Jesus, o nosso Amigo Mestre, o verbo de Deus.Quem no O escuta no deseja evoluir.

i > Ali estava eu novamente, esperando a turma para uma nova jornada.Voltei a olhar o grfico, recordando o nosso livro Chama Eterna.

- Boa tarde, Luiz Srgio. ,

Levantei a cabea.

- Boa tarde.

- Estava desenhando?- Sim, estava tentando grafar no papel a evoluo do homem.Palrios sorriu.

2 N.E. - Consultar O Vo mais Alto, stimo livro da Srie Luiz Srgio, no qual o autor espiritualapresenta seu mentor.

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- Assunto difcil, porque o homem no deseja conhecer as suasresponsabilidades como esprito imortal que . muito mais fcil ignoraros planos de Deus do que lutar por eles. A cada ser, Deus ofertou talentos, feliz aquele que no os tenha enterrado no lodo da prpria conscincia- Palrio, foi muito bom encontr-lo. Estou indo ao Departamentodo Trabalho, pois recebi um chamado para novas tarefas.Palrio abaixou a cabea. Percebi que orava, uma lgrima umedeceuos seus olhos. Levantei-me ligeiro, perguntando: ^- O que aconteceu? Errei em alguma coisa?

- No, Luiz, apenas recordava o irmo chegando ao mundo Espiritual, assustado, muito assustado. E hoje, com alegria, percebo o quanto lutapara aprender e ser til. Sentimo-nos felizes quando olhamos para trs evemos uma sementinha lutando desesperadamente para no deixar infrtil aterra que a envolve.

- Tem razo, Palrio. A terra so todos os ensinamentos que venhorecebendo junto a abnegados irmos, onde voc um dos mais queridos.

-Vamos, Luiz, vamos. Nunca devemos deixar algum nossa espera.

Envolvi o ombro do amigo e logo estvamos na sala de Anna. Estasomente nos apresentou Marry que, muito sorridente, falou-me: ,

- Luiz, estamos aqui para inteir-lo do nosso trabalho.

- s suas ordens, irm.Ela sorriu. Dirigindo-se a Palrio, disse:

- com certeza o Luiz vai gostar muito da nova tarefa. '

Abracei-me com Palrio e as lgrimas caram fortes. Anna, comovida,confortou-me: '

- Benditas sejam todas as lgrimas de amor.

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Palrio desejou-nos xito e dali samos. Marry, muito simptica, tudofazia para me tranqilizar, conversando sobre vrios assuntos:

-Luiz, a Doutrina Esprita passa por dura prova. o final do milnio,e os homens encarregados da Terceira Revelao esto um pouco parados,apenas espera. E no pode ser assim. Temos de distribuir as guas da fontedo conhecimento em todos os lugares.- No entendo, a irm quer dizer que os espritas tm de sair pelasruas em busca de seguidores?-No. O esprita deve ser esprita em todos os lugares que freqenta, ele tem de se tornar o Consolador prometido por Jesus.- A que as coisas ficam pretas.- No, Luiz. Quem bom bom mesmo, e no porque deseja queos outros julguem-no bondoso.

- Irm, no momento tenho visto acontecerem fatos tristes em algumas Casas Espritas.

- Por isso a nossa preocupao. Temos de levar a palavra de Deusaos coraes endurecidos. Faz-los despertar para o amor. Milhes de pessoas sentem-se sozinhas, perdidas e desanimadas, sem saber o que fazer. NaTerra, o que est faltando o amor. E as religies, que deveriam unir aspessoas em nome do amor, hoje o que fazem separ-las. No s naIrlanda que catlicos e protestantes se odeiam, existe esse dio tambm entre um nmero cada vez maior de pessoas em outros pases. Jamais na Histria houve tanta falta de amor no mundo como agora. Por que est acontecendo isso? Na Bblia est a resposta: os ltimos dias. Estamos vivendo operodo no qual, segundo os profetas bblicos, as pessoas estariam sem afeio natural. Jesus Cristo predisse que o amor da maioria se esfriaria.Em // Timteo, Captulo III, v. 1 -5, encontramos:

Sabe, porm, que nos ltimos dias sobreviro tempos perigosos.Porque haver homens egostas, avarentos, altivos, soberbos, blasfeninos,desobedientes a seus pais, ingratos, malvados, sem afeio, semluz, caluniadores, incontentes, desumanos, sem benignidade, traidores,imprudentes, orgulhosos e mais amigos dos prazeres do que de Deus,lendo uma aparncia de piedade, porm, no sendo a realidade.

- Irm, como parece a Terra de hoje!

- Sim, Luiz, tudo foi previsto por Jesus. A atual falta de amor, portanto, parte da evidncia de que vivemos os ltimos dias deste mundo.

-Do fim do mundo, irm?

- No. Os ltimos dias dos maus na Terra.

- Como? Pode explicar-me?

- Sim. Os homens tm de aproveitar o chamado, porque quem nose tornar melhor ser deportado para mundos onde tero de recomear umanova vida. Felizmente isso tambm significa que este mundo de pessoas mpiasem breve ser substitudo por um novo, muito mais justo, governado pelo amor.

- Ser, irm, que podemos acreditar em tais mudanas? Ser possvel que todos consigam amar uns aos outros e vivam juntos em paz?

- Sim, Luiz Srgio. Para viver neste novo mundo deveremos seguirJesus. Ele nos ensinou que depois do amor a Deus nossa vida deve ser governada pelo amor ao prximo, em Mateus, Captulo XXII, v. 23-40:

No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem no haver ressurreio, e o interrogaram, dizendo: Mestre, Moiss disse: Se morreralgum, no tendo filhos, seu irmo casar com a mulher dele, e suscitar descendncia a seu irmo. Ora, havia entre ns sete irmos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, no tendo descendncia, deixou suamulher a seu irmo; da mesma sorte tambm o segundo, o terceiro, ato stimo. Depois de todos, morreu tambm a mulher. Portanto, na ressurreio, de qual dos sete ser ela esposa, pois todos a tiveram? Jesus,porm, lhes respondeu: Errais, no compreendendo as Escrituras nem o

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poder de Deus; pois na ressurreio nem se casam nem se do em casamento; mas sero como os anjos no cu. E, quanto ressurreio dosmortos, no lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abrao, oDeus de Isaque, e o Deus de Jac? Ora, ele no Deus de mortos, masde vivos. E as multides, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina. Os fariseus, quando souberam que ele fizera emudecer os saduceus,reuniram-se todos; e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou-o, dizendo: Mestre, qual o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amars ao Senhor teu Deus de todo o teu corao, detoda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, : Amars ao teu prximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas..

- Irm, torno a perguntar: ser que isso vir a acontecer? Poucos,muito poucos, so aqueles que amam o prximo. Acho mesmo que s osprimeiros cristos. Eles, sim, eram conhecidos pelo amor que nutriam unspelos outros. isso que nos pede Jesus, em Joo, Captulo XIII, v. 34-35:

Eu vos dou um novo mandamento: Que vos ameis uns aos outros,assim como eu vos amei, para que vs tambm mutuamente vos ameis.Nisto conhecero todos que sois meus discpulos, se vos amardes uns aos outros.

- As religies so as primeiras a se odiarem. Veja o que fazem comos espritas, irm!

- Tem razo, Luiz Srgio. Por isso os espritas tm de lutar pela suaDoutrina. E esta luta deve ocorrer nas Casas Espritas, onde os seus presidentes devem unir as pessoas e transform-las em irmos. Existem CasasEspritas em que ningum se conhece. A fraternidade deve reinar nos ncleosespiritistas.

-Acho difcil, irm, porque j vimos esse filme: os Espritos convidarem as pessoas para eventos, para um melhor entrosamento, e as pessoasno comparecerem, sempre apresentando desculpas.

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- Se duas ou trs pessoas no vo, mesmo assim outras aprendema viver no grupo e formam nele uma nova famlia. ,

-No sei, irm, como j disse, j vi esse filme e no gostei do final. Afamlia carnal mais forte e bem disse Jesus, em Lucas, Captulo XII,versculos 49-53: (...) De hoje em diante haver, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, trs contra duas e duas contra trs. Estaro divididos o pai contra o filho e o filho contra seu pai; a me contra afilha,e afilha contra a me; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.Os inimigos do homem sero os seus mesmos domsticos.

- Mas o tempo, Luiz, agora, temos de lutar para no deixar paratrs as nossas oportunidades. O tempo est-se esgotando, e infeliz aqueleque recebeu o talento e o jogou fora, principalmente porque no teve coragem de lutar contra as adversidades da vida.

-Irm, se a me de famlia, por exemplo, vai todos os dias igreja ouao Centro Esprita, a famlia vai culp-la por negligncia familiar.. Que fazer?

- Se for uma mulher forte, vai impor a sua f; no so duas horasorando a Deus que iro abalar o alicerce de um lar. Muitas vezes essas mulheres usam a desculpa da famlia para justificar as suas fraquezas. So elasque, muitas vezes, querem ficar deitadas ou vendo televiso. , ,

-Algumas famlias so fogo, tudo motivo de briga.

- J imaginou, Luiz, se todas as mes do circo de Roma tivessemdesistido de ser crists? Hoje no teramos exemplos a serem seguidos.. '

-Tem razo, mas os cristos de hoje so to fraquinhos...

-Falou muito bem: fracos, muito fracos. Temem amar a Deus e serviro prximo. No sabem eles o tempo que esto perdendo.

-Irm Marry, convivendo com o cotidiano dos encarnados, percebo< > quanto difcil levar a eles as noes de responsabilidade com os trabalhosdo Cristo. Se dizemos que seus filhos esto passando dos limites, eles achamque estamos falando para os dos outros, no para os filhos deles. Se pedimos25

para fazerem caridade, eles julgam que para o vizinho e no para eles..Como v, irm, a cada dia o trabalho dos Espritos est ficando mais difcil.

- Luiz, no podemos desistir. O Cristo at hoje espera por uma Humanidade renovada e, lutando junto a Ele, tambm estaremos lutando pelanossa melhoria. Agora, infelizes so todos aqueles que ouvem, lem, tmcontato com os Espritos, mas nada fazem para se tornar melhores. Acreditamos, Luiz, que para usufruir as bnos sob o reino de Deus, preciso quecomecemos a cultivar o amor em nossos coraes e fazer do prximo umirmo em Cristo. Sem essa mudana interior no existe paz em nossa conscincia.

- Irm Marry, sabemos que a Doutrina Esprita passa por uma fasedifcil, com desentendimento at entre federaes. O que est acontecendo?

-Muito simples: falta de humildade. Os que reclamam desse ou daquele irmo no tm uma alma humilde, porque s nos melindramos quandoalgum nos fere o amor prprio. Se andamos direito, se servimos o Cristo,dificilmente encontramos tempo para as brigas.

-A irm est por fora, temos visto cada cena em Casas Espritas porcausa de posto na diretoria, que tirariam Allan Kardec do tmulo!... Porquenessas Casas, a pureza doutrinria est bem longe.

-Nesses dias que ficaremos juntos, Luiz, teremos oportunidade deestudar o comportamento de alguns ditos religiosos, aqueles que falam "Senhor, Senhor", mas distante se encontram dele.

- De todas as religies, ou s dos espritas?

- Trataremos de estudar o comportamento dos filhos de Deus, das ovelhas de Jesus.

- Irm, confesso que estou curioso.

* - Para comear, vamos a uma conhecida Casa Esprita.

- Sempre adorei cuidar deles, e agora que Deus me ofertou estetrabalho, tudo fao para bem realiz-lo.

- Notei que a irm conversa com eles e parece at que eles a compreendem.

- Compreendem de acordo com as suas possibilidades. O animal animal em qualquer mundo onde esteja vivendo. Conversamos com eles eeles sentem que so amados por ns, mas no passa disso. Nesta colnia,eles ouvem mais os homens, mas o princpio inteligente deles ainda continuasendo de animal, de um Espirito em evoluo.

-Pensei que os animais daqui entendessem melhor o homem.

- Irmo, eles s mudam de reino depois de uma longa caminhada.Acreditamos que existem vrias escalas e grandes mestres no trajeto da evoluo do Esprito, mas ainda desconhecemos esse trabalho divino, dada anossa imperfeio. Aqui eles chegam, mas logo partem em busca da conscincia.

-, irm, e quantos homens, Espritos formados, esto violentando aconscincia, um trofu que o Esprito lutou tanto para ganhar!

-Tem razo. Esses homens julgam que no pediram para nascer nomundo fsico, pois acreditam terem sido criados no momento da concepo.Devido a essa ignorncia no se respeitam e jogam a encarnao fora, no seimportando com a perfeio. Por julgarem que no tm responsabilidadepara com a vida, eles no buscam amar o Criador. Enquanto a Humanidadedesconhecer a escalada do Esprito, faltar amor na Terra. medida que ohomem compreender o tempo que j levou o seu Esprito para chegar

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condio de homem, ele ir refletir e iniciar a luta para tornar-se melhor.

Uma bela cadela, chamada Flor, chamou-me a ateno, pois nela sentiuma vibrao de amor.

- O que esse co tem de diferente? - indagamos a Lcia.

- O irmo notou o magnetismo da Flor? perguntou, sorrindo.

- Sim. Por que ela portadora desse magnetismo?

- Muito simples, irmo: que todos os dias o seu antigo dono ora eora pelo seu crescimento.

- O seu dono esprita?

- Sim, e por isso implora a Deus que proteja sua Flor.

- Irm, isso vai ajud-la? !

-Deus seria injusto se s tivessem acesso escalada evolutiva os animais que foram amados quando encarnados. A vibrao amorosa s ajuda Flora se sentir envolvida por fluidos salutares, que muito prazer lhe do. S isso.

-Irm, ento se ns vibrarmos em direo Tulipa, a querida cadela quetnhamos, quando encarnado, ela receber a nossa vibrao de amor e saudade,no importa onde esteja?

- Luiz, o homem deve tudo fazer para no ser envolvido por vibrao negativa. Onde quer que estejamos, recebemos as vibraes a ns dirigidas,e feliz aquele que s recebe fluidos positivos. Onde a sua Tulipa estiver, elasentir as vibraes do seu amor e da sua saudade.

- Mesmo se ela j tiver passado de um reino para outro?

- Sim, no importa. A vibrao de amor um presente que os Espritos encarregados da nossa evoluo sempre entregam ao verdadeiro dono.

- E as ms?

-Estas, quando emitidas, atingem apenas aqueles cujo corao esteja repleto de revolta. Se vivermos em paz com o nosso corao, no nos

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atingem. No entanto, devemos tomar cuidado e no plantar intrigas no nosso caminho. , ,, ^ ..,

-Irm, ningum vibra contra um animal?

-Vibra, sim, aqueles, por exemplo, que possuem algum da famlia vtima de um animal.

- E estas vibraes o atingem?

-No, pois os Espritos o isolam, mas esse animal tambm no recebe as boas vibraes, pois foi violento.

- E isto os prejudica?

-No. A vida nos trs reinos semelhante vida das crianas: quando atingem a maioridade est escrito no seu livro: "nada consta".

- Ainda bem, porque assim j existiria a cobrana desde cedo. Irm, impressionante como existe animal violento e outros to bonzinhos! Perdoea minha ignorncia, mas sempre indago uma coisa: o princpio inteligente dacobra poder tornar-se um bom homem?

- Claro, Luiz. O fermento de um bolo no se torna imprestvel se obolo solou ou queimou. O princpio espiritual caminhar, no importa queindumentria vestir; importa, sim, quando atingir a maioridade e for levado ao"paraso", o momento do trmino de uma etapa de vida, onde receber umdiploma chamado livre-arbtrio, ou conscincia. A cobra de hoje pode tornar-se o santo de amanh. O pssaro de hoje poder tornar-se o assassinode amanh. O perigo quando ele ganha o poder e recebe a carta de alforria,a sua liberdade, e sente-se igualzinho a um adolescente, que se deslumbracom a liberdade e a vida. A que mora o perigo: ele buscar as boas companhias ou sair em busca da vida, do orgulho ou do egosmo? A que temincio o afloramento das tendncias.

- Irm, pode nos explicar melhor as tendncias? Como as adquirimos?

- Muito simples: as tendncias so do Esprito, que as cria na sua

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conscincia. como se colocssemos vrias crianas e lhes mostrssemosvrias coisas, e no final perguntssemos a cada uma delas do que mais gostaram. Teramos as mais variadas respostas. Algumas nem perceberiam o que acontece sua volta. Isso ocorre, porque somos seres diferentes, temos a nossa individualidade. Cada filho de Deus gosta de uma coisa e pensadiferente. Se fssemos criados sem liberdade, tornar-nos-amos fantoches teleguiados. Mas a bondade de Deus tamanha, que cada um de ns apreciade modo diferente as coisas do Universo. As tendncias so conquistas doEsprito, que podem ser boas ou ms. Elas so os frutos da rvore do bem edo mal; somos livres para escolher. O Pai no nos obriga a saborear o frutoque Ele gostaria que ns escolhssemos. como os pais de famlia: quantosgostariam que o filho escolhesse uma profisso e o filho escolhe outra, ounem estuda. Isso liberdade de escolha. Cada um direciona a sua existnciade acordo com a bssola da sua conscincia. E queira Deus, muito maisEspritos tenham descoberto as boas tendncias, pois criou o homem paraser feliz. Francisco de Assis tinha razo quando respeitava a natureza, porque os Espritos em formao precisam muito das nossas oraes; eles aindairo caminhar muitas e muitas lguas, e Deus os ajuda a escolherem o frutoda bondade. Quando Francisco orava para os animais, para que o lobo deGbio fosse amansado, por exemplo, ele pedia para que a fera de hoje setornasse o santo de amanh. Todos precisam da ajuda da orao, e aqui,junto aos animais, oramos a mais bela orao ensinada por Jesus, a oraodo amor s criaturas de Deus, principalmente estes princpios inteligentes,que tanto necessitam de cuidado.Recitando o Pai-Nosso bem devagar, meus olhos foram ficandomarejados de lgrimas. Marry deixou-me por alguns instantes sozinho.

136Captulo XIIO ESPIRITISMO NAS ESCRITURAS

- Marry, este lugar to resguardado por Deus, que no sei comoum Esprito to pequeno como o meu pde aqui chegar.

- Luiz, voc um reprter do mundo espiritual e a um reprter soabertas as fronteiras; o seu trabalho passar informao, e isto o queestamos fazendo aqui. Muitos julgam tudo isso bobagem. Tambm existemaqueles que no aceitam a evoluo em linha reta do Esprito. Veja bem ocuidado dos Espritos evoludos para com os Espritos em evoluo.. O respeito e o amor se fazem presentes em cada ato.

Olhamos aquele lugar e percebemos como o homem desconhece asua origem. Mesmo se dizendo esprita, ataca e fere, quando no aceita omodo de pensar dos prprios companheiros da Doutrina, enquanto ela translcida e bem explica a escalada do Esprito em formao e suas tendncias.

-Este lugar, Luiz, um viveiro de almas. Daqui, o princpio inteligente levado at os laboratrios, onde recebe tratamento, depois ainda passapor algumas espcies intermedirias, at ser levado a lugares apropriados preparao para o grande mergulho na humanidade.

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-Pena que poucos se conscientizam do valor do seu prprio Esprito, julgando-se imperfeitos e nada fazendo para melhorar. No dia em quetodos os homens estudarem esta doutrina maravilhosa, que a Doutrina Esprita, iro compreender por que esto no corpo fsico e vero que, mesmopossuindo fortuna, nada tm, porque o que da matria na matria ficar. Oesprita que estuda a Doutrina compreende que tem de se desapegar dascoisas perecveis e, quando isso acontece, busca desesperadamente ajudarseu prximo. O esprita no conhece milagre. Para conquistar a felicidade,ter de lutar por ela. Na Doutrina, o homem no gozar de privilgios, somente por ter chegado Casa Esprita, porque o Deus que a Doutrina apresenta ao homem justo e bom. Se Ele justo e bom, no castiga um filhoporque usou mal o livre-arbtrio presenteado por Ele. Por que no fortalecero rebanho, proporcionando-lhe conhecimento bblico? No item 59 de O Livro dos Espritos, Kardec esclarece: Dever-se- (...) concluir que a Bblia um erro? No; a concluso a tirar-se que os homens se equivocaram ao interpret-la. A Doutrina est anunciada, grafada, embelezadano Antigo Testamento. Quem fica indo contra esse livro divino porque nodeseja estud-lo. Ser que esses fariseus julgam que quem estuda a Bbliaest traindo Allan Kardec, ou temem alguma proibio nela contida? OsEspritos superiores, que to bem conhecem a Bblia, recomendam a todosos estudiosos da Doutrina, principalmente aos jovens, que leiam a Bblia. Elacontm as grandes revelaes, um livro esprita. Nela encontramos os profetas e os apstolos, que eram mdiuns, as manifestaes espritas, a reencarnao, as materializaes, os passes. Por que no criarmos grupos paraestud-la, principalmente as crianas e os jovens? Voltamos a repetir: soeles, e no os mais idosos, que comporo as futuras diretorias, enfim, osencarregados do Espiritismo em terras brasileiras. Os antigos viveram umapoca tranqila, mas as crianas e os jovens devero estar bem preparadospara os grandes ataques, quando ocorrerem. A Doutrina possui meios paraoferecer aos seus iniciantes material suficiente para bem elucidar os jovens eas crianas. O livro Quem inventou o Espiritismo, do irmo Joo, d aoestudante da Doutrina elucidaes sobre como se portar diante de falsosprofetas. Se cada Casa adotar um estudo do Antigo Testamento para crianas138

e jovens, eles tero maior capacidade de entender o Espiritismo codificado por Allan Kardec, pois a Bblia um cntico esprita. Os mdiuns somuito reais, na figura dos profetas, e as manifestaes espritas ocorrem emtodos os lugares. Mas o intuito deste livro no elucidar o leitor espritasobre os livros bblicos. No tenho capacidade para tanto. No livro Amigo eMestre, tentei mostrar a beleza do Sermo do Monte, entrelaado-o comalgumas pginas do Antigo Testamento. O livro do irmo Joo, sim, coloca oesprita frente verdade da filosofia esprita, to velha quanto a prpria Humanidade. Os profetas maiores e menores eram verdadeiros mdiuns, ntegros e conhecedores da lei de Deus. E os espritos sempre se manifestavam,como na passagem de Daniel, quando todos viram uma mo materializadaescrever, e tambm no trecho da mula que falou com Balao. Quanto aosespritos trevosos que se manifestavam no Antigo e no Novo testamentos,Jesus muito bem os doutrinou. Se o esprita continuar sem ler e estudar aBblia, vai ficar acuado, porque os tocadores de trombetas esto de casa emcasa, nas ruas e fundando igrejas, enquanto alguns Centros Espritas estovazios. Sabem por qu? Porque o Espiritismo, codificado por Allan Kardec,procura melhorar o homem, cur-lo das imperfeies, mas poucos desejamrealmente se curar. mais fcil ir a uma igreja que diz operar milagres, fazendo com que tenhamos carros, bens materiais, timos casamentos, do que Casa Esprita, que revela a verdade sobre as vidas sucessivas, dizendo que ohoje representa a colheita do ontem e que temos de lutar pela perfeio; queno mundo espiritual existe trabalho, responsabilidade, universidades, e que acada um dado conforme as suas obras. Quem deseja conhecer estas verdades? Muito poucos. Mas que esses poucos tenham conhecimento e abracem a Doutrina que escolheram, porque o "maria-vai-com-as-outras" noir agentar o peso da responsabilidade como Esprito. Portanto, vamos iniciar hoje a elucidar a criana e o jovem sobre a grande responsabilidade dese dizer esprita. Tornar-se esprita no s admirar o Espiritismo; sofreruma transformao moral, fazendo surgir, do materialista de ontem, um serrenovado. Se cada esprita fugir da reforma interior e apenas freqentar asCasas Espritas, perdoe-me por falar to duro, mas os auditrios das CasasEspritas ficaro cada vez mais vazios.

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- Luiz, o que voc acha que est faltando nas Casas Espritas?

- No s nas Casas, mas o movimento esprita em geral est precisando de humildade, fraternidade e trabalho. Como diz Lzaro Jos:"no se atiram pedras nas rvores do vizinho, ainda mais nas do nossoprprio quintal." Os cardeais de ontem, hoje reencarnados e militandono meio esprita, s no mandam as pessoas para a fogueira porque nopodem, porm criticam sem piedade aqueles que eles julgam nada entender de Doutrina Esprita. Enquanto os donos da verdade, os ditos defensores da Doutrina Esprita, desentendem-se, os Centros esto ficandovazios, porque muitos espritas, desiludidos com os homens da Doutrina,partem em busca de outras crenas. Mas, por merc de Deus, a Doutrinapermanecer atravs dos sculos, porque a Doutrina de Deus, ningumpode destru-la.- Em vez dos espritas atacarem uns aos outros, por que no atacamos ofensores da Doutrina?

- Causa pena, Marry, assistir a esses ditos pregadores do Cristo nateleviso, onde os pobres Espritos so os culpados por tudo de mau queacontece no plano fsico.

...-.,. -Os espritas precisam se defender?-Acho que no, Marry.-Mas eles tm de se organizar, fortalecer, amar, unir, lutar pelo Espiritismo.-Luiz, voc tem razo. O homem, por ser imperfeito, busca o sobrenatural e os fenmenos, os espetculos. Uma Casa equilibrada, disciplinada,s oferece a seus freqentadores a paz. Mas eles, muitas vezes, desejammais, muito mais. E quando ouvem dizer que existem igrejas que iro lev-los riqueza, felicidade, correm a busc-las.

- Marry, h Centros Espritas lotados, mas somente nos dias de trabalho de cura ou de desobsesso.

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- verdade. Poucos buscam uma Casa para aprenderem a se portarem sociedade. E sabemos que somente o estudo srio e a evangelizao decada um leva conquista da paz interior.

Conversvamos diante dos nossos irmos animais. E pensei: "at quando o homem ir fugir da verdade de sua existncia? Ser que pode ser felizna ignorncia, julgando-se sem compromisso com Deus e com a vida? Serque feliz uma pessoa materialista? Pode sentir-se feliz algum que nadaespera do amanh?" Claro que no. O homem sem f um rio sem gua. Smesmo aquele que deseja tornar-se melhor ir buscar o Centro Esprita, fazendo dele uma universidade e um hospital de almas, entregando-se ao trabalho e ao estudo. Mas sempre existiro aqueles que, sem f raciocinada,ligaro a televiso e deixaro que os pregadores, repletos de promessas,adentrem seus lares, e neles acreditaro. Querido leitor, tenho certeza de quevoc ir sorrir e mudar de canal, dizendo: o Luiz Srgio tem razo, se possome banhar no conhecimento do ontem, do hoje e do amanh, por que viverde sonhos, do sobrenatural? E buscar O Livro dos Espritos, esse mapa docaminho evolutivo, procurando as respostas para todas as suas perguntas.Depois de pensar, pedir por eles: "perdo, Pai, eles no sabem o que fazem".

Marry enlaou meus ombros e fomos saindo devagar. Nisso, uma florbalanou em seu galho, como se estivesse despedindo-se de ns. Sorri e deigraas ao Senhor por ter andado muitas lguas. Marry orou baixinho:

- "Senhor do Universo, benditas mos que seguram as nossas.Imaculado o Teu conhecimento, que to bem nos transmites. Perdoa, bomDeus, os nossos erros, e fortalece-nos para que jamais nos sintamos ofendidos. Seja feita a tua vontade e nunca a nossa, por sermos ainda ignorantes.D-nos, Senhor, a paz, a esperana de um mundo melhor, e no nos deixesperdidos na estrada da vida, longe do Teu corao de Pai, porque o Teureino de amor glria prometida a todos aqueles que lutam pela perfeio."

141Captulo XIIILIVRE-ARBTRIO, DIADEMA DA RAZO

Diante daqueles animais, pensei: "como longo o caminho da evoluo e como precisamos uns dos outros!" Havamos aprendido que, naquelelugar, as espcies do reino animal encontravam abrigo numa passagem rpida.- O que tanto olha? perguntou-me Marry.

- Irm, os animais no desfrutam do livre-arbtrio, mas no so fantoches, sua liberdade de ao limitada pelas suas necessidades. Eles gozamde uma liberdade restrita, enquanto o homem, ao atingir a maioridade, torna-se livre.

-Luiz, os animais tm uma inteligncia que lhes d certa liberdade deao; o princpio inteligente que sobrevive ao corpo fsico, porm o princpio inteligente do animal est bem distante da inteligncia do homem. O princpio inteligente do animal, o Esprito em formao, o que os individualiza,como seres criados por Deus que so. No entanto, este princpio inteligenteno lhes d a conscincia de si mesmos.

- , irm, a escalada evolutiva uma bno divina. Hoje, vendoesses animais, dou maior valor ao meu Esprito j formado, com sua 143

individualidade e a conscincia de si mesmo. Que bno, o livre-arbtrio: possuir opoder de escolha!

-Luiz, mas existem muitos homens que procedem como animais.

- Como assim, Marry?

- So aqueles que ignoram a existncia de Deus e, julgando-se semindividualidade, no querem saber que tm o poder de escolher o corpo quelhes dar o direito de reencarnar.

- mesmo, Marry. Quanta ignorncia!

- Alguns at julgam que os corpos esto guardados no tmulo paraserem ressuscitados por Deus e voltarem a ser como eram antes da morte.

-Fcil, no, Marry?

- No, Luiz Srgio, no acho fcil. Acho absurdo um homem, cominteligncia, no parar para pensar que alm da vida existe vida, e que essavida mais completa do que a que a alma vive quando encarnada. Comoretornar o Esprito a um corpo que foi cremado?

- verdade, Marry, como pessoas cultas, inteligentes, no procurama verdade! Por motivos religiosos, afundam-se na ignorncia e atacam aqueles que j esto bem mais adiantados na estrada do conhecimento. Claro que mais fcil o pecador se julgar perdoado, apenas porque hoje carrega aBblia na mo; muito mais fcil comungar e se confessar, do que ouvir osEspritos dizerem que s nos livraremos das faltas cometidas praticando umaboa ao; que cada criatura o autor do livro da sua vida e que s com apriso na carne que pagamos as nossas dvidas pretritas. Se mais fcilser perdoado pelos homens, por que iremos buscar o espelho que ir nosmostrar as imperfeies da alma? muito melhor bater no peito e pedirperdo, do que o homem pecador de ontem renascer em Cristo, com opropsito de jamais praticar erros. A Doutrina Esprita, codificada por AllanKardec, uma universidade; quem a ela chega recebe vasto conhecimentode onde veio, o que deve fazer no hoje e como se preparar para o amanh.Tambm na universidade do conhecimento, o homem aprende que o plantio

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livre, mas a colheita, mais que obrigatria; que no basta pedirmos perdo,faz-se necessrio buscar a perfeio, porque s nela est a completa felicidade; que no existe homem algum, nem mesmo Jesus Cristo, com o poderde dizer a um homem mau, violento, estuprador: "fique bom", e ele se transformar. Se assim fosse, Deus no outorgaria o livre-arbtrio a cada ser. Nohaveria valor algum em ser bom. O que pode acontecer, e o que a Doutrinanos ensina, que poderemos mudar o nosso comportamento quando encontrarmos o Homem que nos serve de exemplo das coisas de Deus, quandodescobrirmos o Cristo como irmo e dele nos tornarmos amigo, escutandoLhe as palavras e tentando colocar os ps nas Suas pegadas. Maria Madalenaencontrou o Cristo, mas nem por isso virou santa de uma hora para outra. Selermos a histria de sua vida, saberemos da luta desse Esprito para se livrardas imperfeies. E pelo que vemos hoje, basta o assassino cruel, que tantasvidas roubou, segurar a Bblia e se dizer convertido e logo torna-se pastor dealmas, criatura considerada pura. Na Doutrina, aprendemos que isso impossvel. Podemos, apesar das nossas imperfeies, pregar a palavra de Deus,mas com a conscincia de que teremos de pagar ceitil por ceitil. Depois deconhecer as Suas palavras, seremos mais cobrados em nossos atos. H muitos que se dizem espritas ou simpatizantes, agora, esprita verdadeiro, que,como J, mesmo nas horas difceis a f se agiganta e permanece fiel purezadoutrinria, so poucos, muito poucos. No adianta buscar o Espiritismopara conquistar boa posio financeira, enfim, melhorar de vida. Ela no para isso. A Doutrina Esprita um arco-ris, unindo as criaturas que desejamalcanar a perfeio para ter a felicidade da vida plena ao lado de Deus. Serque um dia, Marry, a Terra se tornar esprita?

- Sim, quando todos deixarem de lado as amarras da matria e viverem em esprito e em verdade. Diz O Livro dos Espritos, em sua questo591.a: "H entre a alma dos animais e a do homem distncia equivalente que medeia entre a alma do homem e Deus."

- Quanta verdade, Marry! Tenho a imensa alegria de olhar para trs,ver o caminho percorrido, apalpar o meu corpo perispiritual e nele sentir oscentros de fora, que s conquistamos quando recebemos de Deus o145

diploma como Esprito formado, j munido de inteligncia. como a vitria doestudioso, quando recebe o canudo de concluso dos anos de faculdade. Eleconquistou o diploma, mas ainda primrio na sua profisso, ainda precisada prtica, pois s tem a teoria. a que o homem precisa fazer fluir a bondade para no se perder no orgulho e na vaidade. O homem, ao receber olivre-arbtrio, dele faz o que a sua conscincia determinar, igual ao formando,que vai usar o diploma para o bem ou para o mal. O mdico pode salvarvidas ou cortar a oportunidade de um Esprito reencarnar. O engenheiro, nabusca do poder, da riqueza, deixa carem as casas e os edifcios que constri,por colocar material de m qualidade. A professora pode negligenciar o ensino dos seus alunos, ou fazer de cada um deles filhos do seu corao. Eassim, cada um faz do seu diploma a mesma coisa que faz o homem quandorecebe o diadema da razo, o livre-arbtrio. Agora, que religio nos elucidasobre isso? Somente a Doutrina Esprita. Feliz aquele que tem a oportunidade de encontr-la; no comeo, ficar aturdido diante de tanta luz, mas se forabrindo os olhos devagar, subindo degrau por degrau, ir bem compreendla, respeit-la e am-la, como o aluno inteligente faz com o seu diploma,conseguido com muito sacrifcio. Desejar conquistar ganhos fceis, fazendomal ao prximo, pregar a mentira, desculpe, mas bateu em porta errada.

Aps breve pausa, comentei:- Sabe, Marry, olho este lugar, onde aps a morte dos animais elespara c so trazidos, e cujo princpio inteligente trasladado, pelos Espritosincumbidos dessa tarefa, quase imediatamente, para os laboratrios, e pergunto: como os animais vem os homens, principalmente estes Espritos incumbidos dessa tarefa?

- Os animais vem nos homens os seus amigos, os seus protetores,os seus "chefes". Por isso no se concebe a um homem a busca dos dolos..Um portador de inteligncia deve buscar a Deus, o Pai amado. No homem,a inteligncia tambm progride, assim como a vida moral, por isso ele tem delutar para livrar-se dos laos, que so inmeros quando o homem embrutecido; estes laos que o ligam matria. Podemos dizer que esseslaos nos acompanham durante a passagem pelo reino animal; eles so os146

restos dos corpos que tivemos nos reinos da natureza. Os laos so os elementos da matria que, ao sarem do reino animal e adentrarem o reino nominal,se encaixam no perisprito do homem, dos quais ele se livra somente quandono mais deles precisa. medida que o homem se depura, esses laos vose desmaterializando e ficando cada vez mais etreos, fundindo-se ao

perisprito. Quando Jesus Se referiu a Joo Batista como o Esprito mais

perfeito dos nascidos de mulher, tambm ficamos sabendo que Joo Batistano adormeceu na carne os nove meses, como acontece com os espritosainda imperfeitos. Tanto Joo estava consciente, que saudou a Me de Jesus, mesmo estando ligado ao tero de Isabel.

- Como ocorreu isso?

- Devido ao seu crescimento espiritual, Joo Batista quase no possua mais os laos que o prendiam ao corpo fsico.

-Vivendo e aprendendo, Marry. Portanto, nada se perde na natureza, no mesmo?

- Sim, Luiz, os laos, que so a expanso do perisprito, foram oselementos que compuseram a pedra, a flor e o animal. Esses laos existem,mas no reino mineral so uma condensao de matria, e assim vo-se depurando. Ento, ao se desmaterializar a essncia espiritual da pedra, ela retirada e revestida dos elementos que depois se transformam em laos fludicos;quando o Esprito conquista o perisprito, so esses laos que o ligam aocorpo fsico.

- Marry, explique-me, por favor. Ento os laos que hoje se encontram no nosso perisprito, envolvendo os nossos centros de fora, j nosacompanham desde o mineral?

- Sim. Formaram a veste do Esprito em formao. E logo, maisapurados, juntos se encontraram na veste do Esprito, o perisprito.

-Volto, ento, questo de a pedra, o vegetal e o animal no possurem perisprito.

- No podemos dizer que possuem perisprito, porque so apenas

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perispritos em formao.

-E quando nos tornarmos Espritos puros, o que ser feito dos nossos laos?

-Eles se fundiro no perisprito. No mais precisaremos deles, poisso eles que nos amarram ao corpo fsico. No mais precisando reencarnar,eles se fundem no corpo perispiritual.

-E os centros de fora?

- Jamais sero destrudos.

- Mas os laos tambm no?

- Claro que no. No decorrer da escalada do Esprito, a matriaperispiritual vai-se depurando. Para melhor conhecer os laos do perisprito,busquemos as questes 155 e 157 de O Livro dos Espritos:

155. Como se opera a separao da alma e do corpo? .,,, , ;"Rotos os laos que a retinham, ela se desprende."

a) - A separao se d instantaneamente por brusca transio?Haver alguma linha de demarcao nitidamente traada entre a vida ea morte?

"No; a alma se desprende gradualmente, no se escapa como umpssaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles doisestados se tocam e confundem, de sorte que o Esprito se solta pouco apouco dos laos que o prendiam. Estes laos se desatam, no se quebram."

157. No momento da morte, a alma sente, alguma vez, qualqueraspirao ou xtase que lhe faa entrever o mundo onde vai de novoentrar?

"Muitas vezes a alma sente que se desfazem os laos que a prendemao corpo. Emprega ento todos os esforos para desfaz-los inteiramente.J em parte desprendida da matria, v o futuro desdobrar-se diante de si egoza, por antecipao, do estado de Esprito."

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-Ento, Marry, do perisprito parte uma fiao, chamada de lao. Eestes laos que so "amarrados" no duplo etrico. no duplo que se encontram as rodas energticas, que amortecem a luz do Esprito, bem como o corpo que interliga o perisprito ao corpo fsico. Gostaria de desenh-los,para melhor compreenso:

Perisprito Duplo etrico Corpo fsico

- Voltemos questo 155: Como se opera a separao da alma e do corpo?

"Rotos os laos que a retinham, ela se desprende."Durante a vida, o Esprito se acha preso ao corpo pelo seu envoltriosemimaterial ou perisprito.

- Marry, ento os laos so a parte mais grosseira do perisprito?

- Sim, por isso, com a evoluo do Esprito, sua veste vai ficandomais etrea e os laos vo diminuindo at no mais o Esprito necessitardeles, pois alcana a vida plena, sem precisar reencarnar.

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- Podemos chamar os laos de escada, pois que eles nos permitemchegar ao corpo fsico?

Marry sorriu.

- Os laos so como a garra de platina que ornamenta um anel, que o perisprito; o brilhante o Esprito imortal.

- Veja se entendi: o anel o perisprito; a garra so os laos, extenso do anel, e o brilhante o Esprito

- Sim, Luiz, uma forma alegrica para melhor compreenso do quevm a ser os laos.

-Marry, com a depurao do Esprito, as garras vo-se diminuindo,at desaparecerem?

- Sim, elas vo ficando mais etreas, medida que o Esprito nomais precisa delas. Podemos pensar que as tendncias esto alojadas nos laos.

-Irm Marry, quanto mais endurecido o Esprito, mais laos ele tem?

- Sim, a sua garra mais forte. Num brilhante grande e valioso, ningum repara a garra; agora, quantos brilhantes minsculos esto em anisenormes e muito trabalhados!...

- Pensando bem, Marry, no ser justo no conservarmos nada docorpo que nos serviu, nos reinos por que passamos.

- , Luiz, a evoluo uma marcha constante e feliz o Esprito quebusca a verdade e compreende a razo da vida, ainda quando no corpo fsico.

Olhei o lugar com muito respeito. Reverenciei, mais uma vez, aquelesEspritos em formao, lembrando-me da seguinte passagem evanglica, emMateus, Captulo X, v. 28, 29, 31: No temais os que matam o corpo,mas no podem matar a alma(...). No verdade que dois pssaros sevendem por um asse? Nada, portanto, temais; bem mais vales do quemuitos pssaros. Quanta verdade! O Esprito, quando recebe o diadema da razo, o livre-arbtrio, atinge a maturidade, j um Esprito formado. Se ele olhar para trs, ter a alegria de perceber o quanto j evoluiu. Ciente disso,tudo deve fazer para jogar fora o restante das imperfeies que se alojaram no seu perisprito. Portanto, devemos tudo fazer para cumprir com a nossa tarefa, nada temendo, adquirindo confiana em Deus medida do caminhopercorrido. E aqui, onde acompanhei a evoluo das espcies, senti-me felizpor conhecer a escalada da essncia espiritual.Corri frente de Marry com os braos estendidos, gritando: "Obrigado, Pai, por nos ter ofertado a vida e o maior dos mestres para nos ensinar oCaminho, a Verdade e a Vida. Obrigado, Pai, por um dia ter-nos criado simples e ignorantes, mas tambm por nos ter matriculado na universidade da vida para aprendermos a falar de amor."Nesse estado de enlevamento, ainda pensava nos trs reinos, ou melhor, quatro, pois no podemos separar o homem dos nossos irmos pedra,planta e animais, quando perguntei a Marry:- Estudando os reinos da Natureza, aprendemos que nem todas asessncias espirituais, princpios inteligentes, passam por outras espcies noplano material onde se encontram. Eles vo para o plano espiritual e l que,no viveiro do Universo, passa pelas espcies intermedirias. A irm pode meresponder por que isso ocorre?

- Sim, isso se d pelo fator tempo. Levaria muito tempo se as essncias espirituais ficassem, no mundo fsico, pulando de espcie em espcie, eisso ocorre quando se tornam necessrias as sucessivas materializaes.

; - Ser, Marry, que isto ocorre quando o homem violenta os reinos?

- Pode ser - respondeu, sorrindo.

- Como linda a evoluo do ser, a escalada do Esprito. No reinomineral a essncia espiritual est adormecida, quase da mesma maneira queo esprito resguardado no ventre materno, quando o corpo fsico apenasum ovo. Portanto, o reino mineral o vulo de onde se inicia o crescimentodo Esprito em formao. Depois, no reino vegetal, uma nova etapa da sua151

existncia. nessa fase que comea a ter a impresso do que acontece noexterior, mas ainda sem conscincia. No reino vegetal reina a vida, a beleza,a utilidade. A essncia espiritual est sendo preparada para a vida ativa. asemente que j est brotando, a raiz que est tornando-se rvore. a florque, bela e radiante, alimenta os pssaros. Enfim, no reino vegetal que oEsprito em formao j marca presena, entre a exuberncia da natureza. Oprincpio espiritual caminha e logo adquire uma inteligncia relativa, pormbem mais perto do homem. Os animais locomovem-se, portanto, j possueminstinto. outra fase, como a do feto que j se movimenta no tero materno.O animal torna-se til funo que lhe atribuda, ao fim determinado nanatureza. No possuindo ainda o livre-arbtrio, ele no independente. Mesmo no sendo independente, o princpio inteligente, que anima a matria, jlhe propicia uma marcha progressiva, de onde chega s formas de espciesintermedirias, as quais j o aproximam do reino humano. o feto que esttornando-se ser e logo sair do ventre materno, que a Natureza, para soltaro grito forte do homem, munido da inteligncia e do livre-arbtrio.

-Luiz, o Esprito em formao passa por todas as transformaes damatria e por todas as fases de desenvolvimento, at atingir a inteligncia.Quando cessa o instinto e ganha o livre-arbtrio, isto se d, porque o Espritoadentrou o reino humano, depois de ter sido preparado nos mundos paraesse fim e para essa finalidade. E nesse momento que o Esprito recebe a suaveste composta de fluido magntico, a que chamamos perisprito. Portanto,o perisprito o instrumento outorgado por Deus para o Esprito realizar oseu progresso. E nesse momento que o Esprito, j munido de inteligncia,tem de us-la de acordo com a liberdade conquistada. Ele recebeu operisprito, ou melhor, ele, o Esprito, que organizou a constituio fludicado seu perisprito, graas s suas tendncias.

- Marry, nessa hora que o perisprito formado, de acordo com oreservatrio das tendncias de cada Esprito? muito complicado.

- No, Luiz, no complicado. Lembre-se de que o animal no temperisprito, pois Esprito em formao; quando o princpio espiritual conquista inteligncia plena, o Esprito comea a organizar o seu perisprito. O

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temperamento do Esprito resultado das suas tendncias boas e ruins..

- Marry, as tendncias esto alojadas nos laos?Ela sorriu.

- Querido amigo, o Esprito o dono do seu plantio. Vemos o Esprito em formao como a criana educada por nobres pais. As que nadaassimilaram de uma boa educao preferem juntar-se s turmas de mentesperturbadas, com as quais seus fluidos perispirituais se assemelham.

- O perisprito modifica-se medida que o Esprito evolui?

- Sim, mas ele modifica-se tambm, voluntariamente, quando o seratinge a perfeio. Como temos encontrado perispritos completamente deformados, dado a erros cometidos! Quando o Esprito atinge a perfeio, oseu perisprito vai deixando de ser matria, entrando no estado etreo. Osperispritos deformados dos Espritos imperfeitos no foram destrudos, esim deformaram-se. Sendo o perisprito matria, vai-se tornando mais pesado quando o Esprito mau; depurando-se, quando praticam boas aes.Por isso, os antigos, ao verem os Espritos puros, julgavam-nos anjos, tal asua leveza. Os Espritos puros levitam e a luz que os envolve d-lhes a aparncia de anjos celestiais. Portanto, o que deforma o perisprito a maldadedo Esprito. A sua vibrao faz com que assimile os fluidos pesados, que sealojam no seu perisprito, deformando-o; como se essa deformao fosseuma crosta de fluidos pesados.

- Compreendi. como se um homem encarnado se cobrisse de piche ou de lama. Quando ele toma um bom banho, volta a ter boa aparncia.

- isso mesmo. Se o Esprito cresce em moralidade, ele vaiembelezando o seu perisprito.

- Hoje, minha amiga querida, sinto-me muito mais bonito, graas sua explicao...

-Bravo, Luiz, ficamos felizes por isso!

- Sim, Marry, medida que vamos compreendendo a grandeza das153leis de Deus, devemos empenhar-nos para pensar bem, viver bem e tentarprogredir cada vez mais.- Luiz Srgio, somos os autores da nossa histria; cabe a ns a felicidade ou o drama que nela escrevemos. Deus, como pai bondoso, a ningum criou para ser infeliz. Qual o pai que deseja a infelicidade do filho? Seanalisarmos a famlia de hoje, veremos os filhos abusando do livre-arbtrio,vivendo sem limites e cada vez mais se comprometendo. A culpa dos pais?Claro que no. A cada um basta a sua conscincia. Se o homem no desejarmultiplicar-se em amor, a cada dia mergulhar em si mesmo, no seu egosmo,esquecido de que a Humanidade a nossa famlia.

- Querida amiga, muito venho aprendendo com a querida irm. Lugares fantsticos tenho conhecido, um aprendizado presenteado por Deus.Nessa escalada de conhecimento, tive a oportunidade de conhecer o crescimento do Esprito, as fases da sua evoluo, e, diante de fatos to naturais,percebi que o que complica tudo a nossa ignorncia. Portanto, Marry, felizo homem que, ainda preso ao corpo fsico, divisa o mundo maravilhoso doEsprito e que tudo faz para tornar-se melhor, porque nada to concretocomo a separao alma e corpo. Que nesse momento o homem esteja preparado para uma nova etapa de vida.

-Nossa preocupao, Luiz, vem a ser com aquele esprita que, mesmo crendo, nada est fazendo para mudar seus hbitos milenares. Vive queixando-se, melindrando-se, atacando, enfim, chega Doutrina mas no temtempo para dedicar-se a ela. Quando criana, dizem os pais: "coitadinho, to pequeno para ter encargos espirituais!" Se jovem, os pais comentam:" muito novo para ter responsabilidades, est no auge da mocidade, temnecessidade de aproveitar bem a vida." Se est com trinta, quarenta anos,pensa: "como dedicar-me a Deus, se no encontro tempo? Trabalho demaispara acumular bens, e depois, tambm quero aproveitar a vida, viajar, sair noite, porque sou ainda jovem." Se esto velhos, dizem: "coitado de mim,cansado, alquebrado, doente, como servir a Deus? Sair noite? Nunca! E osono? Como velho sente sono!... Estou com o corpo cansado, as pernasdoentes, a vista fraca..." O verdadeiro trabalhador do Cristo no envelhece.

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E assim, crianas, jovens e velhos caminham pela estrada da vida, mas noencontram coragem para colocar os ps nas pegadas do Mestre Jesus, nicocaminho onde o homem aprende a amar a Deus e ao prximo. Infelizmente,muitos ainda no encontraram tempo, e as desculpas so sempre as mesmas:falta de tempo e problemas familiares. Ao chegar o grande dia, quando chamados a prestar exame dos anos que ficaram na universidade do plano fsico,quanta vergonha ao dizerem: "fiz to pouco, ignorei a oportunidade ofertadapor Deus", ou "nada fiz de bom, apenas vivi no plano fsico, preocupadocom os bens materiais, com a famlia e com os meus encargos sociais. Somente isso. Comi, vesti-me, aproveitei a vida, viajei, enfim, gozei as friasque tinha direito na matria. No sabia que vim ao plano fsico para crescerem moralidade e em inteligncia..."

- Que cara de bobo a gente faz quando isso acontece! E o pior queisso ocorre com quase todos os encarnados.

- Luiz, o homem brinca com o amor de Deus. Quando o amor demais, o homem no lhe d o real valor. Os Espritos do Senhor vm aoplano fsico, buscam os ncleos de orao e pregam as palavras de Deus.

- Mesmo assim, poucos so os que as ouvem e as praticam.

- As coisas materiais cegam os fracos e estes, distantes de Deus,deixam de escrever uma bela histria de suas vidas.Aproveitei o momento para apreciar o lugar onde estvamos, que eralindo, muito lindo.

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Captulo XIV , , . 'AS MORADAS DA CASA DO PAI

Enquanto aprecivamos o local, aproximaram-se de ns dois Espritos: Marie de Ia Trinit e Paul. Marry, com muito respeito, reverenciou-os.

-Trinit e Paul, este Luiz Srgio, um aluno da Universidade Mariade Nazar, que sempre leva para o plano fsico as lies aqui recebidas.

Cumprimentei-os e a irm Trinit sorriu, perguntando-me: -Gostou dos nossos laboratrios?

- Irm, agradecido sou a Deus pela beleza e bondade do Seu corao. Foi muito bom acompanhar o crescimento do ser criado por Deus. Aoestudar os reinos da natureza, curvei-me diante das pedras, pois Deus tosublime que tirou das lascas das pedras os filhos de Abrao, conforme apassagem bblica.

- Sim, Luiz - disse Paul -, da pedra sai a luz e a luz caminha at aeternidade. Por isso, as moradas do homem se iniciam pelo alicerce, porqueo homem comeou do infinitamente pequeno, at atingir o topo, a plenitude da vida.-Marry, aqui estamos para convid-los a visitar nossas dependncias, onde teremos o prazer de receb-los- falou Trinit.

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Minhas pernas estavam trmulas de emoo, diante daqueles Espritosto iluminados. Eles flutuavam, pareciam pssaros, e nos olhos tinham a luzda sabedoria. Marry, compreendendo a minha emoo, enlaou meu ombro, dizendo:

- Luiz Srgio, sabemos que Deus chama o obreiro quando ele estpronto para o trabalho.

- Sempre foi assim, irm-falou Trinit. Moiss foi preparado porDeus, e levou anos para completar a obra para a qual foi chamado. JooBatista, que foi Elias, tambm teve um caminho longo de renncias e de lutas.Em nenhum momento, podemos imaginar o caminho dos homens escolhidos,como fcil. Jesus levou trinta e trs anos preparando-Se para a vida messinica.E Ele o Governador da Terra... Paulo de Tarso primeiramente foi um fielseguidor das leis moisaicas, mas no dia em que Jesus o chamou, ele no ficoudando desculpas: "eu no posso, sou um homem imperfeito para trabalhar aolado dos Seus leais apstolos". Allan Kardec no era jovem, quando osEspritos do Senhor lhe apresentaram o belo trabalho da Codificao, nempor isso sentiu-se incapaz.-Luiz, na escolha de um missionrio-falou Paul -, no se leva emconta os anos que ele tem, mas sim se est apto a servir em nome do Pai.Como Deus prepara os missionrios por vrios anos, tambm chama os maisjovens ainda bem cedo. Foi o caso de Joo Evangelista, de Marcos, o amigode Pedro, do evangelista Lucas. Todos eram jovens. Antnio de Pdua, muitojovem, iniciou o trabalho do Cristo. Joana d'Are, a grande mdium francesa,to bem cumpriu sua tarefa. Vicente de Paulo, com vinte e poucos anos,tornou-se um apstolo da caridade. Teresa de Lisieux tornou-se uma servado Cristo, bem jovem, e como dignificou a sua misso! Francisco de Assis,jovem milionrio, tudo renunciou por Jesus. Na Doutrina Esprita, tambmalguns jovens muito dignamente a serviram: as senhoritas Japhet, Julie eCaroline Baudin, Elisabeth d'Esprance, que bem pequena falava com osEspritos e na juventude tornou-se uma das maiores mdiuns de efeitos fsicos e de materializao, todas souberam cumprir com sua tarefa. Tambm amdium de Katie King, Florence Cook, que teve notvel participao na

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histria do Espiritismo. Igualmente a mdium do Conde Rochester, WeraKrijanowsky. Est vendo, Luiz Srgio? O Esprito no tem idade, tem responsabilidade, e feliz aquele que, quando chamado, est pronto para prosseguir viagem. No somente esses nomes fizeram a histria do Espiritismo.Ainda jovem, o querido Lon Denis e Camille Flammarion foram chamados.No Brasil, Zilda Gama, Francisco Cndido Xavier, Divaldo Franco, IvonnePereira e o querido Leopoldo Cirne, que aos vinte e cinco anos de idade foieleito vice-presidente da Federao Esprita Brasileira e aos trinta anos, seupresidente. E assim muitos outros que, mesmo vestindo uma indumentrianova, no se furtaram a ouvir a voz do Cristo. Portanto, Luiz, quando vocouvir o trovo das crticas ao seu trabalho, por ter sido jovem no mundofsico, recorde que o trabalho s aparece quando o trabalhador est pronto.Se existiu um Judas Iscariotes, que se ofereceu para ser apstolo, mas noestava preparado para isso, ele apenas uma gota no oceano e serve delio para todos ns, que, em qualquer lugar, s devemos nos apresentarquando chamados. Esta passagem lembra Jesus pregando sobre os ltimoslugares. Ningum deve desejar aparecer se no foi chamado. Voc, jovem,h muito vem prestando trabalho ao seu prximo. Prossiga, e nunca deixeque algo o atinja; por mais pesado que seja o tronco de madeira colocadopor mentes perturbadas em seu caminho, transforme-o, com pacincia, emuma cruz, como fez Jesus no Calvrio. Carregue com coragem e dignidade asua cruz, sem jamais deix-la beira do caminho. Nada pode perturbar oseu trabalho, muitos esperam por suas narraes. Hoje, quando presenciamos uma juventude to sem Deus, buscamos alguns jovens e vemos que elesvoltaram a ter esperanas, graas a alguns dos seus livros.

- Obrigado, muito obrigado. Fico feliz, porque tudo fao para no decepcionar aqueles que em mim confiam. Entretanto, muitas vezes, chega o cansao e sinto que mais uma vez serei enterrado no tmulo da morte, tantas e tantas aspreocupaes que s vezes me atingem. Mas, graas a Francisca Theresa, quenos mostra um caminho estreito, onde o perdo uma bela cano de esperana, prossigo viagem, orando para que Jesus possa me amparar quando a minhacruz pesar demais em meus ombros. Confesso que s vezes me sinto muito fracodiante de fatos que ocorrem, que jamais podemos aceitar.

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- Sabemos disso e oramos sempre a Deus por todos aqueles que sepropuseram a levar as palavras do amor ao plano fsico.

Nessa altura, meus olhos no contiveram mais as lgrimas. E Marry,carinhosamente, mais uma vez me envolveu com seus braos carinhosos.

- Marry - falou Paul -, a vida daqueles que lutam na estrada doCristo repleta de surpresas, e feliz aquele que estiver sempre ligado com oAlto. Pode chover granizo, podem surgir vrios empecilhos, mas o trabalhador do Senhor prossegue viagem.

- Vamos, agora, dar uma chegada a nossa faculdade, convidou-nos Trinit.

Logo divisamos um belo prdio azul bem claro, cujas portas brancasofereciam-nos uma bela passagem. Paul conversava com Marry. Trinit orava baixinho e eu, confesso, estava por demais impaciente. Aquela faculdadeera muito singela, pois o branco sobressaa pela beleza das flores, as maisbelas que j havamos visto. Fomos recebidos por Fani, que, sorridente, noscumprimentou. Trinit adentrou aquele lugar com tanta naturalidade, que cheguei concluso de que ela ali morava. Eu tudo examinava. Os amplos sales continham tantos aparelhos que me aguaram a curiosidade. A ala decirculao era toda decorada por belos quadros, e todos muito coloridos..Reparando meu interesse, Paul me perguntou: ,, ; /",)", > "

Tanaj convidou-nos a acompanh-lo ao seu local de trabalho e aliencontramos vrios outros mdicos. Cumprimentamo-los, mas ficamos poucos minutos, pois Tanaj levou-nos a uma ampla sala com vriosretroprojetores - no como os do plano fsico, porm os mais modernosque se pode imaginar.

-Tanaj, h pouco, falamos com o doutor Ken e ficamos assustadoscom o avano da tuberculose; ela, que parecia doena do passado, agoravolta com mais fora.

- Luiz, tudo preocupante, mas o que tambm nos tem deixadoapreensivos por demais so as doenas psicossomticas.

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- Parece que ficar estressado moda, Tanaj.

- A vida moderna leva o homem ao estresse, porque ele no buscaum momento para si.

- Como, Tanaj? Explique.

-Est provado cientificamente que a prece ajuda o homem. Quantaspessoas oram? Muito poucas. Alguns acham que ignorncia orar.

- Quer dizer que a prece nos ajuda na manuteno do nosso crebro?

- Luiz, a prece, a meditao, a dietoterapia energtica, a nutrologia,a medicina ortomolecular e a fitoterapia so tambm caminhos eficazes parao homem proteger-se contra a danificao dos neurnios e a deficincia dosneurotransmissores. com nutrientes adequados, poupamos o crebro dodesgaste que ele teria, com todas as turbulncias da vida moderna. normalo declnio da memria pela morte de um grande nmero de neurnios, devido aos radicais livres e ao menor aporte de sangue e oxignio ao crebro.

- Tanaj, o que leva ao desses radicais livres?

- O desequilbrio, a insuficincia entre vrias substncias responsveis pela neurotransmisso, que so conseqncias dos desarranjos que ohomem causa ao crebro com a sucesso de maus tratos e instabilidades.

;, -O estresse ento leva a isso tudo?

- Em relao ao estresse, ocorre o excesso de secreo cortical, umdos hormnios fabricados pelas glndulas supra-renais, que em excesso nodia-a-dia, danifica e mata milhes de neurnios. O homem, por qualquercoisa, se desespera, vendo-se acuado e amedrontado. E a diminui-lhe aauto-estima, vindo, ao mesmo tempo, a tristeza, pelo dficit de serotonina, ea diminuio da libido, pela deficincia hormonal, porque corpo e mente esto desgastados.

- Ento o homem deve evitar o estresse, que pode levar depresso, e esta causar danos ao crebro, certo?

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-Luiz Srgio, o homem suicida-se atravs da m alimentao e dosmaus pensamentos. Ele no deseja aprender a pensar bem; almeja, sim, viveralm das horas do relgio, e como o seu corpo tambm uma mquina, queprecisa ser respeitada, quando agredida, vem a falhar. O estresse afeta osistema imunolgico, aumentando o risco tambm das infeces.

-Em um livro nosso falamos da fadiga crnica.

- Muitos remdios ajudam a reduzir os efeitos da fadiga crnica, aoinibirem a liberao de cortisol, o hormnio do estresse, impedindo, destaforma, que ele sobrecarregue o sistema imunolgico.

- Ento, Tanaj, a f que traz alegria ao corao, podendo fortalecer a mente?

- Sim. O homem deve dar os passos de acordo com sua capacidade. O mal da poca moderna que o homem est parecendo um animal:corre, corre e corre, e muitas vezes esquece-se at de se alimentar. Vemospessoas cuja vida lhes proporcionou todo conforto, famlia equilibrada, masvivem estressadas e em depresso, tudo as aborrece. O que o homem necessita buscar Deus e fazer um acordo com Ele, para que o Criador possaouvi-lo todos os dias, atravs da meditao; s assim o homem vai parar umpouco o fluxo do seu pensamento e procurar fortalecer o crebro. Os orientais costumam dizer que o corao rege a mente, e o que bom para ocorao bom para o crebro. Hoje vemos que o homem est infeliz, porque o seu corao est inquieto e vazio. E quando o corao est desocupado, a mente entra em desalinho. A vem a falta de auto-estima e, sem motivao, o homem se entristece. Quem pode viver sem sonhos? O sonho aesperana de alcanar a felicidade. Portanto, vamos, como disse o MestreJesus, tornar-nos misericordiosos, principalmente conosco mesmos, respeitando-nos, amando-nos, porque s assim saberemos como bom ser amado e respeitado; e com isso vamos amar e respeitar o prximo. Ter o corao

N.E. - Consultar o livro Driblando a Dor, 13. da Srie Luiz Srgio, Cap. VI - Caia Esprita:Oficina de Deus. A Caridade cobre a Multido de Pecados.

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vazio de sentimentos nobres faz com que coloquemos nele a tristeza e omedo; e a, como o corao que rege a mente, esta morre de tristeza, comodizem os orientais. O homem corre em busca do conforto, da projeo social, dos divertimentos, sem recordar que o ar que respira uma emanaodivina, sem se lembrar de agradecer a fonte de onde provm. O homem querganhar o cu, mas no deseja colocar os ps na estrada do Mestre, preferindo os caminhos asfaltados do mundo material. E ningum vive bem, longe dafonte da vida e do equilbrio: Deus. Esta a causa de presenciarmos, nomomento atual, tanto desequilbrio, tais como incompreenso conjugai, desrespeito famlia, falta de fora na educao dos filhos, enfim, o desconhecimento total das leis de Deus. Muitos homens julgam que no possuem ummandatrio, que no tm um dono e que, estando no plano fsico, a ningumdevem satisfao de seus atos. Puro engano. Cada ser, por mais simples queseja, obedece hierarquia da vida, e seus atos esto sendo catalogados noscomputadores do Plano maior. Poucos se contentam com o que tm, oumelhor, sabem aproveitar as horas de um dia. Alguns choram de saudades;outros preocupam-se com o dia de amanh. Por que no procuram viver ashoras do dia, como se elas fossem os doze meses do ano? Desde o amanhecer, ao se espreguiar na cama, deve o homem parar um pouco e perguntar:quem capaz de fazer um corpo to perfeito como este que eu tenho? Procure espreguiar o mximo possvel, bem devagar. Se prestar ateno nofluxo da sua respirao, ir sentir que Deus est dentro de si, que o ar querespiramos dele emana. Ao nos auto-analisramos, adentramos o nossocorpo fsico e descobrimos que cada departamento seu merece respeito,principalmente a nossa mente e o nosso corao. Por que sobrecarreg-loscom o lixo da saudade em desequilbrio? No bastam as muitas horas do diaque devemos bem aproveitar no hoje, e ainda vamos buscar as que j passaram ou as que ainda nem sabemos como sero: as do amanh? "Morrer desaudade", como dizem alguns, ou ficar irritado ao recordar os fatos tristesque vivemos causados por algum - tudo lixo, e esses detritos poluem onosso crebro e fazem mal para o nosso corao. O Cristo, como Mestreque , e grande conhecedor das almas, alertou a todos de que no se preocupassem com o dia de amanh, tambm falando: "deixai os mortos enterrarem194

seus mortos". Aquele que no aproveita o dia que chega com o alvorecer, e fica jogando lgrimas no jardim da saudade e da revolta um "mortoque enterra morto", porque quem "vivo" busca viver, e viver aproveitarbem as horas de um dia, plantando a cada segundo um jardim de esperanosas realidades. Para que isso venha a acontecer, o homem tem de buscar aauto-estima, nunca desanimar, nunca pensar negativamente, nunca sentir-sea pior e a mais infeliz das criaturas. com a chegada da aurora, que o amanhecer de cada dia, o homem tem de buscar o nctar da vida e do amor, que Deus. Se no nos agarrarmos a Ele, no obteremos a fora necessria parasuperar a ociosidade da alma, muitas vezes comprometida com o ontem,sendo esta a causa de hoje, mesmo vivendo uma nova existncia, no desejarmos lutar para obter a felicidade. A ignorncia leva o homem a no observar o que se passa ao seu redor e o desequilbrio leva-o a desejar uma felicidade fictcia. Muitas vezes, ao procur-la, deixa lgrimas no seu caminho e,em vez de felicidade, sente remorsos. Uns dizem que a f apalerma; outros,que leva ao fanatismo; outros, ainda, que coisa de gente ignorante. Queremos dizer que a f em Deus, o respeito Sua constituio, que imutvel,jamais conduz ao fanatismo. Muitas vezes so essas pessoas sem f que setornam presa fcil dos dolos de pedra, que so as seitas com homens desprovidos do amor a Deus. Mas aquele que segue as leis divinas encontrarfora nele mesmo para se auto-educar, e quem se auto-educa tem autoestima..

- Tanaj, hoje parece que todo mundo sofre de depresso. Podedizer-me a causa?

- Luiz Srgio, o que acabamos de falar uma verdade. O homemvive insatisfeito com tudo. Ele no agradece a Deus o que tem e, muitasvezes, perde at o que considera pouco. Na vida fsica, Luiz Srgio e Marry,o homem est sempre estudando; desde que nasce ele reaprende a viver emum corpo fsico e, quando atinge a maioridade, comea a ter vida independente. o mesmo que j lhe aconteceu, quando era apenas uma crianaespiritual, vivendo no reino mineral. Portanto, o Esprito retorna carne e recebido por uma famlia composta no de desconhecidos, mas de velhos

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companheiros nos erros e nas conquistas. E esta famlia - como fazem osEspritos encarregados de velarem pelas essncias quando elas esto adormecidas, ou sonhando, ou despertando dos seus reinos - tem de ajud-lo,orient-lo, gui-lo, at o despertar da conscincia, para que se veja livre etome o caminho do resgate das dvidas passadas. Por isso importante ofortalecimento da famlia, que tem um papel relevante no crescimento espiritual de cada Esprito confiado a ela. Aos pais que abandonam os filhos, quelesque so indiferentes a eles, ou aos fracos, muito ser cobrado.

-Ento, o certo a famlia preparar a criana para ter auto-estima,s assim ela vai respeitar a si mesma e ao prximo?

- Sim, Luiz. Auto-estima auto-equilbrio. Sem equilbrio, disciplinae amor o homem no tem o que ofertar a outrem. A educao da crianadeve iniciar-se no ventre materno. O triste muitos desconhecerem a responsabilidade da procriao, julgando que o momento sexual apenas ummomento de prazer-no deixa de ser, pois o sexo prazeroso - mas ele,assim como d prazer, tambm traz conseqncias srias se no for respeitado como deve ser.

-Tanaj, parece que atualmente normal, para os jovens, ter inmeros parceiros. Por que isso est acontecendo?

- Porque a famlia est desequilibrada. Hoje os lares so apenas pousadas, poucos chefes de famlia ainda sentam-se mesa e exigem a presenados filhos. As crianas, os jovens e os adultos tm vida independente e muitas vezes no se vem, so estranhos uns dos outros, desconhecendo o queest-se passando com aquele que foi escolhido por um e por outro paraviverem uma existncia juntos. essa indiferena familiar a causa de quasetodas as neuroses que hoje o homem carrega vida afora. Poucos podemdizer: "eu tenho um lar onde os meus pais, os meus irmos, preocupam-se comigo". ,

- Tanaj, essa a causa da gravidez precoce?

- Luiz Srgio, as meninas esto ficando adolescentes muito cedo,e as adolescentes ficando mulheres ainda mais cedo. Sem preparo para

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enfrentar a vida sozinha, a jovem inicia a bela poca de uma vida, a adolescncia, com graves problemas, como: controlar a natalidade, esconder relacionamentos dos pais, conciliar estudo e vida sexual, que s vezes intensa. No acham que isso demais para um corao e um crebro jovens? Ns achamos que uma bomba poderosa, criando conflitosde conscincia que vo tornar fraca e insegura a jovem que tinha tudopara ser feliz. So esses pais que amanh entregaro sociedade homense mulheres. Queira Deus a imaturidade no faa com que eles entreguemao convvio social doentes do corpo e da alma.

- No h meios de segurar essa juventude?

- Sim, atravs da orientao da famlia. A mulher e o homem adultosdevem olhar ao redor e avistar bem junto de si almas que lhe foram confiadas

por Deus, e no bonecos de carne.

- O irmo acha que a mulher liberou-se demais?

- No, Marry. A liberdade nunca demais, ela uma conquistado homem, como so os conhecimentos. Entretanto, no podemos confundir liberdade com irresponsabilidade. O que vemos agora no umajuventude vivendo com liberdade. Deparamo-nos com uma juventude semlimites, dizendo-se livre, mas prisioneira dos vcios, matando sonhos,destruindo lares, envergonhando os pais com seus atos indignos. Liberdade total ningum tem. Cada um de ns tem nas mos algo sublime,chamado livre-arbtrio, e quem conhece o valor desse tesouro respeita oque chamamos liberdade. Quem no conhece o que vem a ser o livrearbtrio julga que quem plantar irresponsabilidade vai colher felicidade.Hoje, acreditam que tm liberdade para tudo fazerem: abortar, trair, furtar, causar escndalo, matar sonhos e esperanas, causar dores, desenganos, enfim, serem semeadores de desgraas. Isso liberdade? Claroque no. Liberdade ser livre para pensar, e feliz aquele que s pensacoisas boas e cujos pensamentos se concretizam em aes nobres. esta a liberdade que algumas grandes mulheres lutaram para conquistar,em uma poca em que a mulher era considerada apenas uma fmea. A

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emancipao conquistada pelas grandes mulheres deu-se graas lutapara tornarem-se respeitadas, para terem direito educao, ao trabalho, segurana, enfim, para deixarem de ser tratadas apenas como fmeas que serviam aos homens e tinham filhos. A liberdade que as grandes mulheres do passado lutaram para obter no foi essa liberdade desexo que hoje algumas mulheres dizem ter conquistado. Ao contrrio,acreditamos que as grandes mulheres que lutaram pelos seus direitos devem chorar de tristeza ao verem que, infelizmente, muitas no entenderam a mensagem que elas gravaram com as letras da dignidade. Todos homens e mulheres - desfrutam de relativa liberdade, porque, quando anossa liberdade vai contra a constituio divina, deixa de ser liberdade,tornando-se irresponsabilidade. O que est faltando hoje a busca dofortalecimento espiritual; s assim iremos dar valor passagem recebidadas mos de Deus para retornarmos ao corpo fsico, para continuar atarefa que deixamos inacabada, como diz Ocaj: a volta s oportunidadesperdidas no ontem.

-Tanaj, a auto-estima no pode levar o homem ao egosmo?

- No, Luiz, ao adquirir a auto-estima, o homem no levado aoegosmo por ela, por que a auto-estima a descoberta dos valores da alma.Quem a descobre aprende a respeitar a alma do seu prximo. Ao conhecera prpria alma, buscar no causar trauma na alma do prximo, enfim, respeitar, somente respeitar.

- Tanaj, no perigoso, ao procurar ajuda teraputica, o homemno entender bem o que auto-estima e assumir uma posio dura em relao ao seu prximo? indagou Marry.

- Irm, no queremos acreditar que um psiclogo venha a causardano a um dos seus pacientes. Seria muito triste para a cincia se algum quecursa uma faculdade, tendo nas mos a responsabilidade de adentrar a almade outro, abusasse dessa regalia. Quando um paciente abre a porta da suaalma para o terapeuta, este tem de conscientizar-se de que, antes do diploma, deve vir o seu prprio equilbrio. ;

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-Hoje, vemos um nmero cada vez maior de crianas sendo levadasaos consultrios.- Isso est acontecendo porque os pais no encontram tempo paraouvir seus filhos.

- A meditao to importante quanto a prece, Tanaj?

- Sim. Est provado cientificamente que a prece acalma e traz esperana alma. A meditao proporciona paz interior e faz com que o homemencontre o descanso por alguns momentos. Se ele imaginar que amado, sentir-se- mais feliz?- Sim, Luiz, quando o homem imagina que amado, sente que amado, isso aumenta a sua auto-estima. Quando se aproxima dos outros,no tem medo de no ser aceito. Ele possui um reservatrio magntico queatrai as pessoas e o torna simptico. Agora, se o homem se julga um traste,sem valor, feio, pavoroso, insignificante, ningum vai julgar o contrrio. Seele no gosta de si prprio, quem ir gostar dele? O homem de baixa estimavive imaginando situaes negativas, enxergando somente desentendimentos; basta algum no notar sua presena para sentir-se ofendido. Vive exagerando os defeitos das outras pessoas e torna-se maledicente. E ningumsuporta uma pessoa descontrol