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D iz um velho ditado: “Tolerar o que é fácil está ao alcance de todos, mas a verdadeira to- lerância significa tolerar o que é intolerável”. Ou- tro ditado aconselha: “Carrega sempre contigo o saco da paciência e costura-o toda vez que ele se romper”. Encontro boas razões nesses con- selhos. As pessoas me perguntam: “Que práticas ascéticas o senhor realizou? Subiu alguma mon- tanha para banhar-se numa cachoeira, jejuou ou fez outras penitências?” Então esclareço que ja- mais pratiquei tais coisas. Todas as minhas “pe- nitências” consistiram em tolerar a tortura das dí- vidas e reprimir a ira. Quem ouve, fica espantado, mas é a pura verdade. Creio que Deus determi- nou aperfeiçoar-me mediante purificações desse tipo, pois continuamente têm aparecido fortes motivos para eu ficar irritado. Por natureza, de- testo irritar-me, mas há sempre alguma coisa que me afeta nesse sentido. Certa vez, passei por tanta vergonha devido a um desentendimento, que mal conseguia enca- rar as pessoas. Minha indignação atingia o auge e eu não conseguia reprimi-la. Foi quando me fi- zeram um convite para comparecer a uma festa. Nas circunstâncias, o convite era irrecusável. Lá, entretanto, permaneci desligado, sem poder con- centrar meu espírito. Tomei até uma dose de sa- quê, para me descontrair. Isso demonstra como eu estava perturbado. Somente após alguns dias consegui recobrar a tranquilidade. Mais tarde, vim a saber que a minha ida àquela festa salvou-me de uma grande desgra- ça. Se não fosse a indignação daquele momento, eu não teria comparecido a ela, e teria recebido um golpe fatal. Realmente fui salvo pela ira e não pude conter minha gratidão. Quem tem missão importante, é submetido por Deus a muitos aprimoramentos. Creio que ter de reprimir a raiva, é uma das maiores provas. Aqueles que têm muitas razões para irritar-se, devem compreender que sua missão é grandio- sa. Se conseguirem resistir a todo tipo de provo- cação, mantendo calma absoluta, terão concluí- do uma etapa do seu aprimoramento. (…) 25 de janeiro de 1949 Alicerce do Paraíso vol. 4 (trechos) IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL BOLETIM INFORMATIVO DEZEMBRO 2016 42 Não se irrite “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama Shin Verdade Zen Bem Bi Belo ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

ENSINAMENTO DE MEIShU-SAMA Não se irrite - Sejam bem-vindos! · àquela festa salvou-me de uma grande desgra-ça. Se não fosse a indignação daquele momento, eu não teria comparecido

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Diz um velho ditado: “Tolerar o que é fácil está ao alcance de todos, mas a verdadeira to-

lerância significa tolerar o que é intolerável”. Ou-tro ditado aconselha: “Carrega sempre contigo o saco da paciência e costura-o toda vez que ele se romper”. Encontro boas razões nesses con-selhos.

As pessoas me perguntam: “Que práticas ascéticas o senhor realizou? Subiu alguma mon-tanha para banhar-se numa cachoeira, jejuou ou fez outras penitências?” Então esclareço que ja-mais pratiquei tais coisas. Todas as minhas “pe-nitências” consistiram em tolerar a tortura das dí-vidas e reprimir a ira. Quem ouve, fica espantado, mas é a pura verdade. Creio que Deus determi-nou aperfeiçoar-me mediante purificações desse tipo, pois continuamente têm aparecido fortes motivos para eu ficar irritado. Por natureza, de-testo irritar-me, mas há sempre alguma coisa que me afeta nesse sentido.

Certa vez, passei por tanta vergonha devido a um desentendimento, que mal conseguia enca-rar as pessoas. Minha indignação atingia o auge e eu não conseguia reprimi-la. Foi quando me fi-

zeram um convite para comparecer a uma festa. Nas circunstâncias, o convite era irrecusável. Lá, entretanto, permaneci desligado, sem poder con-centrar meu espírito. Tomei até uma dose de sa-quê, para me descontrair. Isso demonstra como eu estava perturbado. Somente após alguns dias consegui recobrar a tranquilidade.

Mais tarde, vim a saber que a minha ida àquela festa salvou-me de uma grande desgra-ça. Se não fosse a indignação daquele momento, eu não teria comparecido a ela, e teria recebido um golpe fatal. Realmente fui salvo pela ira e não pude conter minha gratidão.

Quem tem missão importante, é submetido por Deus a muitos aprimoramentos. Creio que ter de reprimir a raiva, é uma das maiores provas. Aqueles que têm muitas razões para irritar-se, devem compreender que sua missão é grandio-sa. Se conseguirem resistir a todo tipo de provo-cação, mantendo calma absoluta, terão concluí-do uma etapa do seu aprimoramento. (…)

25 de janeiro de 1949Alicerce do Paraíso vol. 4 (trechos)

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALBoletim informativo

DeZemBro 2016 nº 42

Não se irrite

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

ENSINAMENTO DE MEIShU-SAMA

O meu nome é Dulce Helena Barros Martins, sou membro há 20 anos e

dedico no Johrei Center de Lisboa.Há algum tempo vinha crescendo a

vontade de um dia conhecer os Solos Sa-grados. Estar presente e vivenciar toda a Obra de Deus e do Messias Meishu-Sa-ma, através dos pioneiros e sucessores, como ouvimos nas orientações e relatos de experiências de fé.

Durante o ano de 2015, já vinha sen-do informada e preparada que, junta-mente com os meus colegas, iríamos ser dispensados do trabalho. Após 10 anos neste local, minha missão estaria concluída. Os últimos meses foram um período muito complicado para o grupo, mas sempre me mantive otimista, tentan-do passar a mensagem: “Que seja feita a vontade de Deus”. E continuei a pen-sar: “Com esta oportunidade que Deus e Meishu-Sama me proporcionaram, pre-tendo dar um pouco mais do meu tempo à Obra Divina”. Isso era algo que eu sen-tia e ao mesmo tempo precisava fazer, mas não tinha forças suficientes para se-guir em frente com a decisão de dedicar.

Em janeiro de 2016, comuniquei ao Ministro a situação de desemprego e a minha tomada de decisão para dedicar alguns dias na semana, além de realizar um donativo de gratidão especial de 10% da indemnização que receberia.

Mediante às orientações do Minis-tro, passei a dedicar durante a semana e num dos Cultos Mensais foi oficialmente comunicado sobre a viagem para os So-los Sagrados do Japão e Tailândia. Fiquei muito emocionada e acreditei que esta seria a oportunidade que esperava.

Durante as dedicações diárias, foram surgindo vários contratempos. O meu cartão de cidadão estava para caducar e quando fui renová-lo, descobriu-se que havia um erro interno no meu registo. Passado uma semana, voltei para levan-tá-lo e desta vez, informaram-me que es-tavam a aguardar uma resposta do tribu-nal. Depois de passar mais algum tempo, voltei para saber se já podia levantar e, mais uma vez, informaram-me que ainda se encontrava em análise jurídica, mas que desta vez, o motivo era sobre a mi-nha naturalidade “Cabo-verdiana” e que haviam outras pessoas na mesma situa-ção. Com isso, comecei a ficar preocu-pada e a achar estranho sobre o porquê disso tudo, já que dependia do cartão para poder fazer o meu passaporte.

Tentei manter a calma e passei a fazer a prática do Sonen com o desejo de rea-lizar mais 10% do valor da minha indem-nização, totalizando, assim, 20%. Esta decisão foi fruto de uma reflexão sobre o meu sentimento de gratidão.

Nessa mesma semana volto à Loja do Cidadão e sem complicações, levanto o documento e no mesmo dia consigo dar entrada no meu passaporte.

Na semana seguinte, durante a de-dicação recebo duas propostas de em-prego. Uma delas, tinha que decidir se aceitava ou não, porque legalmente não teria direito às férias e já tinha o bilhete comprado. Fui à entrevista numa manhã,

“O agradecimento constante conduz-nos à melhor

compreensão da Vontade Divina nos momentos de dificuldades!”

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experiência De fÉ

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MORADAS E CONTACTOS DA IMMPCategoria Unidade Morada Código Postal Telefone Responsável EmailPresidente

Sede CentralRua António Granjo, nº105/107 - Bonfim

4300-029 Porto 225 092 143 Min. Carlos Eduardo Luciow [email protected]

Secretaria Min. Jorge Manuel Azevedo [email protected].: 225 092 143 - De 2ª feira a 6ª feira das 10h às 19h - Sábado das 14 às 18h

Johrei Center Porto Rua António Granjo, nº105/107 - Bonfim

4300-029 Porto 916 124 188 Min. António Carlos Pessoa [email protected]úcleo V.N. de Gaia 935 602 181 Min. Rosa Duarte [email protected]

Telf.: 225 092 143 - De 2ª feira a 6ª feira das 10h às 19h - Sábado das 14 às 18hJohrei Center Lisboa Rua António Albino Machado, 15A

Quinta dos Barros

(Também reuniões nos respectivos locais)

1600-831 Lisboa

912 201 420 Min. Luciano Vita da Silva [email protected]úcleo Amadora e Sintra 912 545 269 Min. Octávio Fonseca [email protected]

Núcleo Margem Sul 912 269 525 Min. Filipa Pimenta [email protected] 807 455 Srta. Elisabete FerraresiNúcleo Oeiras e Cascais 912 269 525 Min. Filipa Pimenta [email protected]

Telf.: 213 156 576 - De 2ª feira a 6ª feira das 10h às 19h - Sábado das 14 às 19h

Núcleo Ribatejo (Reuniões nas casas dos membros) 912 201 420 Min. Luciano Vita da Silva [email protected] 205 353 Min. João Lima

Núcleo Algarve931 320 563 Min. Jorge Manuel Azevedo

[email protected]ão (Reuniões nas casas dos membros) 913 340 970 Sra. Karla CaiadoPortimão (Reuniões nas casas dos membros) 965 224 317 Sra. Zenaide Lyra

Johrei Center Coimbra Rua do Brasil, 222 D, R/c Esq. 3030-775 Coimbra 239 482 637 Min. Fernando Chagas Alambert [email protected] 310 898De 2ª feira a 6ª feira das 10h às 19h - Sábado das 12 às 19h

Núcleo Vila Real Rua Miguel Torga, 42 - 2º Dto, Frente 5000-524 Vila Real 912 201 419 Min. José Araújo Rego [email protected]ª feira das 16h às 19h

Núcleo AmaranteRua de Freitas - Edif. do Salto 3 Bloco 5 - 3º Esq. - São Gonçalo

4600-081 Amarante912 201 419 Min. José Araújo Rego

[email protected] 286 843 Sra. Mª. Leonor Mesquita5ª feira das 16h às 20h

Núcleo Lixa Largo do Terreiro - Edif. Mesquita, 72 4615-688 Lixa 912 201 419 Min. José Araújo Rego [email protected] 224 981 Sra. Paula Leite3ª feira das 16h às 20h

Núcleo Oliveira do Bairro Rua Cândido dos Reis, 86 - 2º Esq. - T23770-209

Oliveira do Bairro912 201 419 Min. José Araújo Rego

[email protected] 136 936 Sra. Mª. de Jesus Afonso

Sábado das 14h às 16h30

e no final desta, comuniquei que já tinha uma viagem marcada para aquela altu-ra. Eles agradeceram a minha sincerida-de e disseram que voltariam a contatar. No mesmo dia, à tarde, telefonaram-me a informar que tinha sido aceite e que co-meçaria na próxima semana. Não podia acreditar tamanha permissão que estava a ter!

A peregrinação aos Solos Sagrados foi de facto uma viagem maravilhosa! A minha alegria é tanta que as palavras não surgem com facilidade para transmitir e agradecer esta imensa permissão. Para materializar, tomei decisão de realizar uma gratidão especial no valor integral de um salário.

Com esta experiência, aprimorei os seguintes pontos na prática da minha fé:

• O agradecimento constante conduz-nos à melhor compreensão da Vontade Divina nos momentos de dificuldades;

• A situação do despedimento era uma enorme brecha para cair no sen-timento de ingratidão e justificação, mas graças a determinação e gratidão alinhados à Vontade de Deus, conse-gui trabalho de forma rápida e inespe-rada, e também, tive a permissão de concretizar o objetivo de peregrinar aos Solos Sagrados.

Ao retornar da peregrinação, iniciei logo um trabalho de acompanhamento numa área de Lisboa com 9 membros e 4 frequentadores. O meu compromisso é empenhar-me em conduzir as pes-soas para que possam, também, ter a permissão de conhecer a grandiosida-de da Obra do Messias Meishu-Sama.

Mais uma vez, agradeço a Deus e a Meishu-Sama e espero que esta expe-riência seja útil para todos os senho-res.

Muito obrigada!

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Bom dia a todos! Os senhores estão a passar bem?

(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!) Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sa-ma!

Como sempre, quero iniciar as mi-nhas palavras, agradecendo a todos os senhores, pela vossa sincera dedicação, que nos permite expandir a Obra de Sal-vação de Deus e Meishu-Sama aqui em Portugal! Muito obrigado!

Gostaria de saber quem está a vir hoje pela primeira vez, pode levantar a mão? Puxa, tanta gente! Parabéns! (Palmas) Bem-vindos à casa de Deus e Meishu-Sama! É uma honra muito grande estar a receber os senhores e senhoras pela pri-meira vez! Desejamos, do fundo do cora-ção, que seja a primeira de muitas outras visitas! Hoje estão vindo num dia muito especial, fico muito feliz por isso! (Palmas)

Também estamos a receber membros

CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO - DEZEMBRO / 2016

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALMINISTRO CARLOS EDUARDO LUCIOw

de várias Unidades Religiosas aqui de Portugal. Estão presentes membros de Amadora e Sintra, Margem Sul, Lisboa, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Amarante, Lixa, Porto e Vila Nova de Gaia. Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Também do exterior, estamos a rece-ber membros do Brasil e também do Rei-no Unido. O Ministro Eduardo de Sousa Neto com a sua esposa, Professora Dei-se Crivelario da Silva e Sousa e a mis-sionária Lúcia Murphy. Como também o casal que faz difusão na Irlanda, o Sr. Joaquim e D. Edna Artero. Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Mas hoje é um dia especial! Deixei a ultima apresentação, a mais importan-te para o final. No almoço a gente sem-pre deixa a sobremesa, o mais gostoso para o fim, não é? (Risos) Então gostaria de apresentar, para quem não conhece ainda, o Reverendo Keizo Miura, que é

nistro Daniel Dinelli, que acredito, alguns dos senhores conhecem, porque ele acompanha os caravanistas do exterior que vão aos Solos Sagrados do Japão. É uma pessoa muito querida de todos nós e a quem temos muita gratidão, pela forma carinhosa como nos guia e asses-sora no Japão. Sejam muito bem-vindos!

O Reverendo Keizo Miura é a primeira vez que está a vir à Europa. Chegou pela Grécia, passou por Roma e de lá viemos a Lisboa. No dia seguinte estivemos no Santuário de Fátima e em Coimbra e no mesmo dia chegou ao Porto. Aqui no

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o Diretor do Departamento Internacional do Solo Sagrado; responsável por todas as Igrejas fora do Japão. Ele recebe dos países os relatórios e por sua vez, faz re-latório para o Presidente da nossa Igreja, Reverendo Masayoshi Kobayashi e para Kyoshu-Sama. Seguidamente, recebe deles a orientação, que depois passa para nós, sendo assim o intermediário entre a difusão no exterior com o Presi-dente Mundial e Kyoshu-Sama; que na verdade nos ligam a Deus e a Meishu-Sama.

Ele está a ser acompanhado pelo Mi-

Ofertório de gratidão pela representante dos participantes, Min. Maria Theresa Pinto da Costa Silva

Experiência de Fé da Sra. Dulce Helena Barros Martins

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Porto, ontem, orientou os Ministros e Professoras de Ikebana e hoje, está nos dando a honra da sua presença neste Culto Mensal da Sede Central. Pediria que todos, por favor, que o recebessem com uma calorosa salva de palmas! (Pal-mas)

PALAVRAS DO REVERENDO KEIZO MIURA

Bom dia a todos! Hoje, gostaria muito de falar em por-

tuguês, mas se eu falar em português o Ministro Dinelli não tem dedicação! (Risos) Então vou falar em japonês, está bem? (Risos) (Palmas)

É a primeira vez que venho à Europa e para mim é uma grande oportunidade estar aqui hoje, participando deste Culto Mensal da nova Sede no Porto com to-dos os senhores! Estou muito feliz pelo convite, muito obrigado! (Palmas)

Vim do Japão, onde se localizam os três Solos Sagrados: Hakone, Atami e Kyoto. Desde abril do ano passado, me tornei responsável do Departamento In-ternacional da Igreja e comecei a viajar por vários países; tudo é como se fosse

a primeira vez; tudo é novo para mim. Estou muito feliz e satisfeito porque, na Europa, receberam-me calorosamente! Também quero agradecer aos dedican-tes que adornaram, com flores, os quar-tos do hotel. Maravilhoso! Consegui sen-tir a felicidade, o calor humano de todos os senhores. Muito obrigado! (Palmas)

Na verdade, já se passaram trinta e oito anos, desde que eu me tornei in-tegrante da Igreja Messiânica. Antes de nascer, os meus avós e pais já eram membros da nossa Igreja. Assim, eu sou um “Johrei Baby”. (Risos) Por isso, sempre recebia Johrei desde pequeno e graças a Deus e Meishu-Sama nunca precisei fre-quentar hospitais ou tomar medicamen-tos. Mas quando a gente vai crescendo, entrando para a escola, vamo-nos, aos poucos, nos afastando e acabamos não praticando a Fé, não é? (Sim) Por isso, o meu Ohikari só ficava pendurado no ca-bide! (Risos)

Mas, aos catorze anos, o meu olho esquerdo começou a doer e minha mãe falava: “Olha, vamos para Igreja receber Johrei!” Eu respondia: “Não, obrigado!” (Risos) A minha mãe insistia: “Filho, vamos para Igreja receber Johrei.” Eu voltava a

também para as pessoas fora da Igreja!” Então, na época, a minha avó que era

Missionária e conhecia muitos membros, me indicou lares onde poderia ir para dar assistência de Johrei. Eu tinha dezasseis anos, mais ou menos. Uma das assis-tências era a um menino de cinco anos, que tinha problema de asma, com crises muito fortes. Frequentava a casa dele diariamente. Entretanto, essas crises fi-caram cada vez mais intensas. Quando as crises chegaram ao ápice, de repente começou a aparecer no corpo dele fu-rúnculos, de onde saía muito pus e só então ele começou a melhorar.

Houve outro caso, de um rapaz, que tinha sofrido um acidente muito grave de mota e passou a mancar. Comecei a mi-nistrar Johrei também para ele todos os dias. Passado uma semana ele veio ter comigo e entregou-me um envelope. Eu perguntei: “O que é isso?” Ele respon-deu: “A minha perna ficou boa! Então, por favor, aqui está a minha gratidão para o Supremo Deus!”. Na verdade, após isso ele até conseguiu jogar futebol!

Com essas dedicações, através des-ses resultados, aos 18 anos, tomei a de-cisão de me tornar Ministro da Igreja

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responder: “Não quero, obrigado!” (Risos) Mas as dores no meu olho continuavam. Aí a minha mãe falou firmemente: “Va-mos para a Igreja para receber Johrei!”. Nesse momento eu respondi: “Está bem! Se receber Johrei uma vez e melhorar, vou fazer o favor de ir à Igreja!” (Risos) Mi-nha mãe respondeu: “Então vamos!” Fo-mos e recebi Johrei do Ministro. Quan-do regressamos, à noite, pensei: “Puxa vida! Não está a doer mais!” Ou seja, com apenas um Johrei melhorou! Mais do que contente, fiquei muito assustado e pensei: “Esse Johrei, apesar de ser in-visível, realmente funciona!”

Naquele momento decidi: “Se isso é mesmo verdade, preciso me empenhar mais seriamente no Johrei!” Depois des-se acontecimento, todos os domingos, ia à Igreja dedicar. Pegava o meu Ohikari, que estava na parede pendurado, colo-cava ao pescoço e ia para a Igreja. (Risos) No início, somente recebia Johrei, mas aí o Ministro falou: “Olha, você não pode só receber! Deve também ministrar nas pessoas!” Como eu era muito obediente, assim o fiz. (Risos) Tempos depois, o Mi-nistro falou: “Você não pode só ministrar Johrei dentro da Igreja, tem que ministrar

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Messiânica Mundial. Então pensei: “O Johrei é realmente a verdadeira força de salvação do mundo! Eu preciso me empenhar seriamente nisso!” A partir daí, todos os dias, passei a me dedicar duas horas na leitura dos Ensinamentos de Meishu-Sama. Nessa altura, através das dedicações, eu sentia cada vez mais a atuação dessa força misteriosa. “Ela existe! O que está escrito nos Ensina-mentos de Meishu-Sama, o Mundo Es-piritual, existe!” E assim, me empenhava cada vez mais.

Mas como eu também queria muito ir para a faculdade, acabei por me formar como Engenheiro Mecânico. Em segui-da, fui para o Seminário de Formação Sacerdotal da Igreja Messiânica Mun-dial, em Kyoto, por dois anos.

Em 1996, me mudei com a família para o Havaí (Estados Unidos da Amé-rica). O Havaí é bom, não é? (Risos) Me tornei responsável da Igreja Messiânica do Havaí, por dezassete anos. Meus três filhos cresceram e foram educados

na América. Hoje, dois deles já estão formados e um ainda continua a viver com a minha esposa, no Havaí. Por isso, estou a morar sozinho em Atami. Tenho que cozinhar, lavar, passar… (Risos) Já fazem quatro anos. Em abril do ano pas-sado, me tornei o responsável do Depar-tamento Internacional do Solo Sagrado, e a minha missão é visitar vários países e conhecer a realidade de todos os mes-siânicos espalhados pelo mundo.

Hoje, eu trouxe uma lembrancinha de vários países, que vou entregar para o Ministro, para depois ele dar aos se-nhores, Ok? (Palmas) Tem chocolate da América, castanha de caju, café do Ha-vaí, chá Indiano e postais dos Solos Sa-grados! (Palmas) Na verdade, são muitas coisas, mas talvez não dê para todos! (Risos) Por isso quem não receber desta vez, receberá na minha próxima vinda, Ok? (Palmas)

Gostaria agora, de falar um pouco de como está se desenvolvendo a Difusão Mundial. O que mais gostaria de trans-

Reverendo Keizo Miura

reção. Com isto, conseguimos perceber como ele se importa realmente com os membros que estão no exterior! (Palmas)

Os membros do exterior que partici-pam das caravanas, sempre tiram fotos com Kyoshu-Sama. Mesmo a esposa e o filho de Kyoshu-Sama também fazem questão de estar presentes nestes mo-mentos. Anualmente recebemos nos So-los Sagrados de Atami, Hakone e Kyoto aproximadamente mil membros de todo o mundo.

Em 1950, Meishu-Sama disse em Seus Ensinamentos: “A partir de ago-ra, a Difusão Mundial vai começar” e, de facto, começou em 1953 no Havaí. O Reverendo Ajiki e a Reverenda Higu-chi receberam diretamente a missão de Meishu-Sama e foram enviados para aquele país, para iniciar a Difusão Mun-dial. O Rev. Ajiki tem atualmente oitenta e nove anos, está muito bem de saúde e dedica no Johrei Center Tucson (Estado de Arizona, Estados Unidos da América). A difusão seguiu-se, posteriormente, em 1954 à Argentina e no ano seguinte ao Brasil. Aqui em Portugal se iniciou em 1977 e por isso, no início do próximo ano, vamos comemorar quarenta anos de Difusão. (Palmas)

A partir da década de 90, a Difusão Mundial teve uma expansão muito gran-de, coincidindo com o início da constru-ção do Solo Sagrado de Kyoto.

Este ano, o nosso Presidente Mun-dial visitou o Brasil e os Estados Unidos da América e, depois, no mês de novem-bro, esteve a visitar a Tailândia.

No Brasil existem, atualmente, qui-nhentos mil membros e na Tailândia, seiscentos mil membros.

Creio que é do conhecimento de to-dos o falecimento do Rei da Tailândia recentemente. Quando visitamos este país, encontramos na entrada dos hotéis um altar para as pessoas poderem fazer sua oração por ele. Estava inclusive pro-gramado realizar uma grande comemo-ração dos vinte anos de Inauguração

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mitir é que todos nós somos membros da Família Messiânica de Meishu-Sama. A Difusão Mundial, essa Obra de Salva-ção de Meishu-Sama, está atualmente em noventa e seis países, com um to-tal de dois milhões de membros. Assim como existem grupos grandes, também existem grupos pequenos. Exemplifican-do, são com as engrenagens de um reló-gio, se nele faltar alguma peça, por me-nor que seja, ele não vai funcionar, não é? (Sim) Então, mesmo as funções sendo diferentes, cada um de nós é uma peça muito importante dentro da Obra Divina de Salvação de Meishu-Sama!

No último mês de agosto estiveram muitos membros participando do Cul-to no Solo Sagrado de Atami. Tivemos a presença do nosso Líder Espiritual e também o nosso Presidente Mundial Rev. Masayoshi Kobayashi esteve presente. Vamos recebê-lo em Portugal no próxi-mo ano, não é? (Sim) (Palmas). Na verda-de, eu vim antes que ele para provar um pouquinho do amor dos senhores! (Risos)

O nosso Líder Espiritual gosta muito e dá extrema importância aos membros que estão no exterior. Aqui no Porto, no mês de julho foi realizada a inauguração desta Sede Central Provisória, não foi? (Sim) Naquela ocasião, enviei aos senho-res uma mensagem, parabenizando a todos. Na realidade, o Líder Espiritual, Kyoshu-Sama, leu estas palavras antes de enviá-la. Mas ele além de ler, acres-centou algumas palavras, fez uma cor-

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do Solo Sagrado da Tailândia, mas como o Rei faleceu, foi feito somente uma sim-ples oração. Mesmo não conseguindo comemorar como o previsto, naquele Culto estiveram presentes cerca de vinte mil pessoas.

Eu também fui levar os meus senti-mentos ao túmulo do Rei e havia uma fila tão grande, que fiquei durante quatro horas e meia para entrar no local. O tem-plo do Solo Sagrado de Saraburi, na Tai-lândia, tem cinco mil assentos, mas ge-ralmente, de quinze a vinte mil pessoas participam dos Cultos, inclusive mem-bros do exterior. Nele dedicam, diaria-mente, 250 funcionários e nos arredores do Solo Sagrado está a ser construído o Centro de Aprimoramento de Agricul-tura Natural. A Reverenda Pairo é a Pre-sidente da Igreja Messiânica Mundial da Tailândia.

Em Laos, país vizinho da Tailândia, existem 2600 membros. O regime po-litico do país é comunista e não nos é permitido ministrar Johrei, também não

se podem fazer orações; se cinco pes-soas se reunirem, a polícia logo vem e lhes prendem.

Em Agosto do ano passado, 240 pessoas de Laos participaram do Culto Mensal do Johrei Center mais próximo que fica na Tailândia. Os membros atra-vessam o rio que faz fronteira dos dois países, através de uma ponte, para che-gar à Tailândia e poder participar das ati-vidades.

Eles habitualmente utilizam trajes bo-nitos e coloridos, mas quando atraves-sam essa ponte, vêm com roupa normal para não chamar a atenção e quando chegam finalmente ao Johrei Center, na Tailândia, trocam de roupa e se vestindo com os seus trajes tradicionais.

Em Laos, apenas numa única casa, está entronizada a Imagem da Luz Divina e nela se mantém tudo fechado, as jane-las e as cortinas, porque toda atividade deve ser feita em segredo. Só participam os familiares, as pessoas que vivem na casa. O nosso Presidente Mundial tam-

bém visitou este país neste ano e nesta ocasião gostaríamos de ter convidado outros membros, mas não é possível.

Há uns quatro ou cinco anos, cem pessoas em Laos se reuniram para rea-lizar uma aula de aprimoramento. Logo em seguida, a polícia chegou. Seis mem-bros foram presos, incluindo a missioná-ria que tem o Altar da Luz Divina. Eles foram colocados junto com os outros presidiários na mesma cela. Mesmo na-quele local, começaram a ministrar Jo-hrei e ocorreu algo muito interessante: um presidiário que recebeu Johrei e que estava há dez anos preso e nunca havia sido visitado por seus familiares. Porém, no dia seguinte, após ter recebido Jo-hrei, incrivelmente, veio um familiar fa-zer-lhe uma visita! (Palmas) Então, os ou-tros presidiários viram aquilo e disseram: “Eu também! Eu também! Eu também!” (Risos) E os seis membros ficaram muito ocupados, ministrando Johrei a todos! (Risos) Entretanto, o Delegado disse: “Pa-rem! Não podem fazer isso aqui!” Nesse momento, os levaram para outra cela, separados dos demais detentos. Mesmo assim, os presidiários fizeram fila e eles ministraram Johrei através da parede! (Risos) Dessa vez, os policias retiraram os Ohikari aos membros. Passada uma semana, depois da investigação policial, esses 6 messiânicos foram libertados. Nesse mesmo dia à noite, o Delegado foi visitar a missionária em sua casa. Ela, ao vê-lo à porta de sua casa assustou-se e

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perguntou: “O que eu fiz agora?!” Entre-tanto, o Delegado foi direto ao assunto e perguntou: “Como é que se faz para se receber esse Ohikari? (Risos) (Palmas)

Realmente fiquei muito emocionado porque, no Laos, apesar de ser um país comunista, existem 2600 pessoas que já receberam o Ohikari. São messiânicos que querem trabalhar em prol da Obra Divina! Mas lá não existe Johrei Center, nem Ministro, somente um Altar da Luz Divina na casa dela!

Vamos falar agora sobre a África. Neste continente existem 54 países e dentre eles, 26 países já tem membros da Igreja. Ao todo são oitenta mil mem-bros em todo o continente africano; se-tenta mil em Angola. Eu estive naquele país no passado mês de agosto, num encontro onde se reuniram 16 mil mem-bros. Do Brasil também participaram 45 membros. Como os senhores sabem, também em Angola existe a Escola Pri-mária Mokichi Okada e durante este ano já foram inaugurados 15 novos Johrei Center!

A capital, Luanda está ficando cada vez mais bonita e desenvolvida, constru-íram um estádio de futebol para 50 mil pessoas e há hotéis maravilhosos. Mas à medida que nos distanciamos do cen-tro da cidade, vemos as pessoas viven-do em condições desumanas, sem água, sem luz, com muita sujeira e inclusive as crianças brincam sobre o lixo.

Por isso, compreendi o porquê da importância das atividades de limpeza e entrega de flores realizadas pelos mem-bros nas cidades. O que acontece é que quando um novo Johrei Center é inaugu-rado numa cidade, todo o mundo fica fe-liz, porque toda a cidade fica mais limpa! O Presidente, Ministro Cláudio Pinheiro, costuma dizer que a dedicação de lim-peza também é Obra de Meishu-Sama!

Nos afastando aproximadamente 20 minutos em carro de Luanda, em dire-ção ao norte, num local chamado Ca-cuaco, está sendo construído o futuro Nave externa

Solo Sagrado. Neste local, já existe uma Escola de Agricultura Natural com uma horta maravilhosa! A terra não é muito boa, mas consegue-se ter maravilhosos resultados!

Também no Sri Lanka temos 20 mil membros; na verdade, como eles não têm grandes locais para se reunir, em ocasiões especiais alugam um estádio para poder fazer cerimónia de Outorga de Ohikari, por exemplo! (Palmas)

Na Mongólia temos 500 membros; no ano passado, em novembro, estive nes-te país e a temperatura estava em 30 graus negativos. Desde a capital demo-ramos 12 horas para chegar a um Johrei Center no interior e neste longo percurso só há um local de paragem. No Verão se pode ver a vegetação, então o local fica muito bonito, mas no Inverno é só neve. Uma senhora que foi a minha tradutora quando eu lá estive pela primeira vez e que na época não era membro, depois de uma semana me acompanhando em

aulas e aprimoramentos da Igreja, me disse: “Nossa, a Igreja Messiânica é re-almente muito boa!” E assim, ela decidiu se tornar membro e está se empenhando ao máximo na sua dedicação!

Existe uma senhora membro brasi-leira que vive em Singapura e que veio encontrar-se comigo nas Filipinas. Ela é membro há 40 anos e no início deste ano perdeu o seu Ohikari e ficou desespera-da. Nas Filipinas há Johrei Center, mas não temos Ministro; em Singapura ela é a única membro junto com o esposo. Eu lhe disse que no dia em que eu chegas-se às Filipinas, ela poderia vir e receber o Ohikari novamente; então ela veio ao meu encontro e voltou à Singapura no mesmo dia. Ela possui em casa o Altar da Luz Divina e lhe orientei para, uma vez por semana, definir um dia e horário para realizar encontros de Johrei. Ela iniciou essa práticas com o esposo. Ao princí-pio, houve muitos dias em que não vi-nha ninguém, mas ela deu continuidade;

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sempre às quartas-feiras pela tarde, ela persistiu e continuou sempre e passados seis meses, ela recebe dezesseis pesso-as em sua casa! Senti como a continui-dade nas dedicações é tão importante!

Na Índia também temos uma pessoa que ministra Johrei em sua casa, empe-nhando-se ao máximo!

Em Taiwan, há mil e quinhentos mem-bros!

Os senhores conhecem o Nepal? É o país mais pobre da Ásia e lá também existem membros; no ano passado acon-teceu lá um grande terramoto, não foi? (Sim) Então a capital ficou num estado de caos; completamente destruída; mas os membros não desistiram e utilizam a sala de suas casas para poderem fazer as dedicações; realmente este sentimen-to de acreditar em Meishu-Sama faz as pessoas se empenharem e fazerem tudo o que for possível.

No Brasil como disse há pouco, te-mos quinhentos mil membros! O Presi-dente da Igreja do Brasil é o vosso co-nhecido Rev. Marco Resende. Existe um site de turismo da cidade de São Paulo que apresenta o Solo Sagrado como um dos 20 melhores locais para se visitar.

Em Salvador da Bahia, o dia 15 de junho foi designado pela Prefeitura Mu-nicipal como “Dia do Johrei” e o dia 23 de setembro como “Dia da Ikebana”.

Existem membros e Johrei Center em muitos países da América do Sul e Amé-rica Central, como por exemplo: Argen-tina, Peru, Bolívia, México e Guatemala.

Nos Estados Unidos existem Johrei Center em vários estados e cidades. Em Nova York por exemplo, não temos Jo-hrei Center, mas uma vez por mês, alu-gam um espaço para o Culto Mensal. Nos dias de semana alugam um escri-tório depois do expediente de trabalho e nos lares de 7 membros se realizam encontros de Johrei. Na Universidade de Harvard, houve uma apresentação sobre as Três Colunas da Salvação feita pelo meu filho do meio, para médicos,

especialistas em saúde e estudantes.Na Europa também há vários Johrei

Center e Núcleos de Johrei como os se-nhores sabem. No mês passado na Gré-cia, foi inaugurado um novo Johrei Cen-ter. Os outros países onde há Johrei Cen-ter e ou Núcleos de Johrei são: Portugal, Itália, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Rússia e França. Neste último, inclusive, temos um Polo de Agricultura Natural. (Palmas)

Dessa forma, existem locais com grandes grupos de membros e locais mais pequenos, mas todos fazem par-te desta grande família messiânica de Meishu-Sama! Todos nós somos muito importantes para Meishu-Sama, todos nós! (Palmas)

Gostaria de vos falar do que eu ve-nho praticando no meu dia-a-dia: Todos os dias, quando acordo, ainda deitado, logo quando abro os olhos, faço esta oração: “Eu vou receber em mim o Mes-sias Meishu-Sama, que nasceu nova-mente como Verdadeiro Filho do Supre-mo Deus”; e antes de levantar da cama, eu digo por cem vezes: “Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obriga-do…” Leva pouco mais de um minuto. Por que eu falo isso antes de levantar da cama? Na verdade dizendo por cem vezes “obrigado”, quando levanto, auto-maticamente, o meu cérebro começa a procurar: “Puxa vida, o que que eu esta-va agradecendo tantas vezes?” O nosso cérebro começa a procurar motivos para agradecer e, sem querer, começamos a perceber até coisas que eram tão insigni-ficantes e que até então ainda não tinha me dado conta. Na verdade, falando por cem vezes “obrigado”, vamos descobrir durante o dia, cem coisas agradáveis, diferentes, que não tínhamos percebido; é isso que eu faço todos os dias. Come-ço o meu dia com gratidão!

(mostrando um slide): Quem vê esta mulher como uma senhora de idade ou quem a vê como uma mulher muito jo-vem e elegante? Analisando o seu

perfil, dá para ver que é uma mulher jo-vem, aqui são os olhos, nariz, orelha, não é? Só que na realidade tem algo mais, um grande nariz; aqui a boca…Vêm a senhora que se parece uma bruxa? (Ri-sos) Quer dizer, no mesmo desenho, há pessoas que vêm coisas diferentes, ou seja, existem várias maneiras diferentes de ver uma mesma coisa.

Todos os dias acontecem várias situ-ações, não é? (Sim) Essas situações, eu digo que elas são neutras. Por exemplo: se vocês perderem uma carteira com duzentos euros; essa situação na verda-de é neutra, mas o que acontece logo? Dizemos: “Oh, Não! Puxa vida!” e essa situação transforma-se num problema. Se dissermos: “Oh, yes! (obrigado!)”, essa situação torna-se uma purificação.

A gente sempre está escolhendo en-tre: “Oh não!” ou fala “Oh yes!”. Em to-das as situações existem duas saídas: “Oh não!” = problema = ingratidão, “Oh yes!” = purificação = gratidão.

O que vocês gostariam de falar? – “Oh yes!” Se a gente fala “Oh yes!”, va-mos ganhar vontade de se nos adiantar em agradecer a situação, e isso quer dizer que há uma mensagem que Deus

está querendo nos transmitir. Então, por trás de todos os acontecimentos, existe a Vontade Divina. Por isso, tudo o que acontecer, seja o que for, eu digo: “Oh yes!”; eu quero viver assim… Meishu-Sama nos ensina: “Gratidão gera grati-dão e lamúria gera lamúria…”

Está-se a aproximar o Natalício de Meishu-Sama; quem foi Meishu-Sama? Que tipo de existência seria Meishu-Sama para mim? Qual seria o desejo de Meishu-Sama para mim? Gostaria que vocês se preparassem para o Natalí-cio de Meishu-Sama, pensando nesses pontos, refletindo mais uma vez sobre isto que eu disse hoje.

No Solo Sagrado de Atami, nos dias 22 e 23 festejando o Natalício, teremos a presença de Kyoshu-Sama; recebe-remos aproximadamente duzentos e cinquenta membros do exterior. Então, vamos participar no Culto, em sintonia, também na Grécia, Itália, Espanha, em Portugal, no Solo Sagrado, com essa gratidão, para poder receber e louvar o Messias Meishu-Sama.

No ano que vem comemoramos os quarenta anos de expansão em Portugal e vamos receber com muita felicidade e

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gratidão o Presidente Mundial, Rev. Ma-sayoshi Kobayashi. Ele n os tem orienta-do com muita frequência: “Devemos es-cutar com muita atenção o que as pes-soas nos dizem; então, vamos encontrar com as pessoas, escutá-las e lhes mi-nistrar Johrei”. Como ele vem insistindo nisso, para que a gente possa recebê-lo no ano que vem, vamos nos empenhar nessas práticas.

Como hoje, nesta visita, tive a permis-são de me encontrar com todos vocês, com os vossos rostos gravados no meu coração, voltarei ao Japão e nos Cultos Diários estarei orando pela felicidade e sucesso de todos!

Desejo que cada vez mais os senho-res se elevem e se tornem muito felizes!

Muito obrigado! (Palmas)

PALAVRAS FINAIS DO PRESIDENTE DA IMMP

MIN. CARLOS EDUARDO LUCIOW

Gostaria de, em nome de todos, agradecer as maravilhosas orientações do Rev. Miura. As suas palavras toca-ram profundamente os nossos corações! Muitas vezes estamos concentrados só nos nossos locais de dedicação e não sabemos o que está acontecendo pelo mundo afora, nas outras Igrejas.

Não sei para os senhores mas, para mim, aquela senhora do Laos me tocou muito… Me pergunto: se nós estivés-semos em risco de ir para a cadeia por

causa do Johrei, quantos de nós estaría-mos com a mão levantada?

Às vezes estamos reclamando que a vida é assim..., que a Igreja é pequena..., colocando defeitos nas situações, nas pessoas e nas coisas… e outras pessoas pelo mundo sem Johrei Center, fazendo difusão na própria casa, com proibição, comunismo, etc... conseguiram conduzir e formar dois mil e seiscentos membros!

São grandes exemplos dos nossos irmãos messiânicos, que não procuran-do problemas para criticar e superando toda e qualquer dificuldade, com amor no coração, estão conseguindo servir à Deus e Meishu-Sama.

Muito obrigado Rev. Miura por nos trazer esse conhecimento do que está acontecendo pelo mundo e pelas suas maravilhosas orientações e experiências que nos vieram dar muita força para con-tinuarmos a nossa missão! (Palmas)

Muito obrigado!

Apresentação de Fado no final do Culto

CULTO ESPECIAL DO NATALÍCIO DE MEISHU-SAMA

Johrei Center's e Núcleos de Johrei é favor consultar os horários nos locais.

Dia 23 de Dezembro - sexta-feiraSede Central (Porto) às 11:00 horas

Entre os dias 1 e 4 de dezembro, o Diretor

do Departamento Inter-nacional do Solo Sagrado do Japão, Rev. Keizo Miu-ra, acompanhado pelo seu secretário, Min. Da-niel Dinelli, visitou o nos-so país, representando o Presidente Mundial Rev. Masayoshi Kobayashi e nosso Líder Espiritual Kyoshu-Sama, trazendo a Luz Divina dos Solos Sagrados para todos nós!

No dia 1, esteve com os membros de Lisboa; Amadora e Sintra; Mar-gem Sul e Oeiras/Cas-cais, no Johrei Center em Lisboa. No dia seguinte, fez oração no Santuário de Fátima e depois este-ve com os membros da região centro, no Johrei Center de Coimbra.

No dia 3, viajou para a Sede Central no Porto onde orientou os Minis-tros e Professores de Ike-bana.

No último dia, deu-nos a honra da sua pre-sença no Culto Mensal de Gratidão da Sede Central no Porto, onde tivemos a permissão de receber Johrei e a sua maravilho-

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VISITA MISSSIONÁRIA A PORTUGAL, DO DIRETOR DO DEPARTAMENTO INTERNACIONAL,

REVERENDO KEIZO MIURA

Orientação para os Ministros e Professores de Ikebana na Sede Central

Oração no Santfuário de Fátima

sa orientação, na qual fez uma apresentação das atividades da Igreja pelo mundo e também nos dei-xou as bases de como nos prepararmos para a visita a Portugal, em novembro do próximo ano, do Pre-sidente Mundial Rev. Ma-sayoshi Kobayashi, por ocasião do Culto Especial pelos Antepassados.

Muito obrigado Rev. Keizo Miura, pelo seu exemplo de humildade e simpatia que nos conta-giou a todos e pela força que nos deu!

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Visita ao Johrei Center de Lisboa

Visita ao Johrei Center de Coimbra

Rev. Keizo Miura com Ministros e Professores de Ikebana de Portugal, Espanha e Reino Unido

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A FORMAÇÃO DO PARAÍSO NO LAR Aprender com o estilo de liderança de Meishu-Sama

5ª Parte

Bem, hoje gostaria de falar sobre a meia-idade (considerada por mim, o período

que vai dos 45 aos 64 anos).Em 1926, aos 44 anos de idade, Meishu-

Sama tomou consciência de sua missão por meio da revelação divina e, no ano seguinte, recebeu do mestre Onissaburo Deguchi, lí-der da religião Oomoto, as seguintes pala-vras de encorajamento: “Daqui para frente, se você se dedicar à cura de doenças, po-derá fazê-lo quanto quiser. Faça-o o máxi-mo possível.” Aos 45 anos, deixou os ne-gócios ao encargo de seu gerente e passou a dedicar-se exclusivamente à Obra Divina. Em 1935, aos 52 anos, Meishu-Sama insti-tuiu a Dai Nippon Kannon Kai (Associação Kannon do Japão) e, no dia 30 de agosto de 1947, fundou a Nippon Kannon Kyodan (Igreja Kannon do Japão), empenhando-se durante todo este período na difusão da sal-vação por meio do Johrei como tratamento terapêutico.

Meishu-Sama deixou de ser um empre-sário para se tornar um religioso após rece-ber a revelação divina na meia-idade. Por-tanto, podemos dizer que esta fase da vida é uma época em que somos obrigados a enfrentar muitas transformações, nos mais diversos sentidos. De modo geral, entramos em uma fase na qual devemos utilizar todo o aprendizado obtido por meio do esforço, para concretizar os próprios sonhos em be-nefício de outras pessoas, para tornar suas vidas mais plenas. Em outras palavras, en-tramos na fase mais séria de nossas vidas, quando saímos da posição de pessoa que recebe educação para assumir a da pessoa que educa.

A CRISE DA MEIA-IDADE

Tal transformação pode ocorrer quando se tem a oportunidade de mudar de posto ou de função. Se as pessoas forem funcio-nárias de uma empresa, por exemplo, creio que muitas delas assumem, nesta fase da vida, cargos de gerência; algumas come-çam a orientar outras pessoas, não sendo poucas as que passam a ocupar posições centrais dentro da empresa. Mesmo no lar, com a emancipação ou autossuficiência dos filhos; seja por terem ingressado na uni-versidade, no mercado de trabalho ou, ain-da, por terem-se casado, tanto o ritmo da casa como o papel do casal também mu-dam bastante.

Essa mudança ocorre tanto no aspec-to físico quanto no psicológico. A perda da força física começa a se manifestar de uma forma jamais sentida até então. O tempo ne-cessário para que nos recuperemos de um

Encontro de Meishu-Sama como monge Gyoin Hashimoto, em 24 de agosto de 1952.

Continuação da entrevista à revista Izunome (edição Japão) do Revmo. Tetsuo Watanabe

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esforço maior também aumenta, e o mesmo ocorre com o risco de ocorrência das cha-madas doenças da civilização. Nós nos de-paramos com o facto de que, no Japão, por exemplo, uma dentre cada quatro mulheres na menopausa, com eça a sofrer de algum tipo de síndrome ou doença. Ultimamente, temos visto que os homens também estão começando a sofrer com o surgimento de doenças na pós-andropausa.

Como podemos ver, o stress decorrente das mudanças vividas durante esse período é algo que não se pode ignorar. Creio que, para que possamos evitar tal crise, devemos lidar muito bem com a mudança do ambien-te em que passamos a viver e também com nossas mudanças físicas e, de acordo com isso, nos empenhar em adquirir bons hábi-tos diários e repensar nossa maneira de vi-ver, seja quanto ao aspecto psicológico ou comportamental.

TÓPICOS DA LIDERANÇA AO ESTILO DE MEISHU-SAMA

Creio que dentre as pessoas que, até a meia-idade, vieram atuando na linha de frente dos negócios, há muitas que, agora, precisam deixar esse tipo de atividade para começarem a orientar os que chegarem de-pois. Ou seja, este período é também aquele em que devemos nos adaptar a tal mudança e manifestar nossa liderança mais concre-tamente, mais seriamente. Não só aqueles que foram nomeados líderes, mas todos os senhores que, seja de que forma for, estão dedicando, dando assistência às pessoas. Sendo assim, gostaria que continuassem a ler este artigo com a consciência de que também são líderes.

A partir de agora, farei uma reflexão com base nos Ensinamentos de Meishu-Sama, que nos sugere como deve ser um líder. Uma vez que Ele, em seus Ensinamentos, dá diversas pistas sobre “pequenas ações altruístas”, prática na qual estamos nos em-penhando atualmente, creio que devemos prestar uma maior atenção a este ponto.

INSPIRANDO-SE NO DESEJO DO FUNDADOR

Na obra “Reminiscências sobre Meishu-Sama”, consta que Ele orientava os dedican-tes que serviam junto a si da seguinte forma: “Não desviem os olhos de mim. Observem-me e dediquem de corpo e alma.” No mundo empresarial, esta é uma maneira de sempre reconfirmar o “desejo do fundador da em-presa”.

Somente quando esse desejo é compar-tilhado e se propaga entre todos os funcio-nários é que vemos crescer a força propul-sora. Se o sentimento dos chefes se afastar do desejo do fundador e eles se esquecerem do seu comprometimento com este desejo, passando tão somente a criticar a instituição, seus subalternos começarão a pensar: “Por que eu estou trabalhando aqui?”, o que fará com que os resultados comecem a piorar.

“O Homem que se empenha em viver de acordo com a Vontade de Deus,

é um Homem verdadeiro.”

O “desejo do fundador”, para nós, é o desejo de Meishu-Sama de “pensar cons-tantemente em como fazer o próximo feliz”. Devemos ter tal desejo vivo em nossos cora-ções, em uma constante autocrítica: “Como estou-me empenhando para que meu sen-timento, palavras e ações correspondam a esse desejo?” - o importante é o empenho em melhorar.

SEGUIR APRENDENDO

Meishu-Sama sempre perguntava aos servidores que dedicavam ao seu lado so-bre o conteúdo dos Ensinamentos: “Estão compreendendo o sentido? Será que os membros entenderão estas expressões? E você, o que acha?”, ouvindo a opinião deles. Um verdadeiro líder aprende, humildemen-te, com todo mundo. Uma grande verdade é que quanto mais humilde a pessoa souber ser, mais ela será respeitada como líder.

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O próprio Meishu-Sama participava de várias palestras e buscava aprender com to-das as pessoas com quem se encontrava. No verão de 1952, o responsável pelo tem-plo Yakushiji de Nara, monge Gyoin Hashi-moto, visitou o museu de belas-artes de Hakone e encontrou-se com Meishu-Sama. Ele nos relata o seguinte: “O que mais me impressionou na conversa com o fundador foi o seu ardor em desejar aprender com a pessoa que estava diante dele - era algo patente! Ele anotava tudo e, apesar de ocu-par uma alta posição, vivia uma vida voltada para o constante aprimoramento. Era uma pessoa notável!”

E não era só isso, Meishu-Sama conti-nuamente, registrava tudo, mesmo quan-do escutava as notícias pelo rádio; lia mais de 10 jornais, vários artigos relacionados à Arte, Arquitetura, e estava sempre procuran-do saber o que estava acontecendo na so-ciedade, quais eram as aflições e os anseios das pessoas. Por viver com um pé no futuro, era bastante sensível às mudanças da épo-ca. Hoje, vivemos dias em que tudo muda com uma velocidade muito maior do que na época em que Meishu-Sama estava entre nós. Os líderes que não se acostumaram a aprender ininterruptamente nos tempos atu-ais, acabam sendo deixados de lado.

O líder deve ter a coragem de observar a si mesmo, descobrir os pontos que deve corrigir e empenhar-se em aperfeiçoar-se. Mais do que isso, é esforçando-se para au-mentar sua capacidade, tanto no campo afetivo como profissional, que os subordina-dos passam a segui-lo naturalmente, oca-sionando, assim, a melhora dos resultados.

Meu pai (conselheiro da Igreja, Revmo. Katsuichi Watanabe), antes de ingressar na fé, fazia negócios com muitas pessoas e a verdade é que ele estudava muito. Interes-sava-se, particularmente, pela Moralogia, ciência fundada pelo jurista Chikuro Hiroike (1866-1938) e transmitia seu aprendizado sobre o homem aos funcionários por meio das palavras e da postura; convidava regu-larmente um pastor cristão para fazer prele-ções e buscava apreender o modo de vida

correto para um ser humano que respeita o poder invisível que transcende nossa com-preensão.

“Pesquisando a causa dos sofrimentos da humanidade, descobri que eles

se originam na ignorância.”

Com relação aos resultados proporcio-nados pela prática das “pequenas” ações altruístas, é possível dizer que existem os diretos e os indiretos. Os diretos se refe-rem à própria ação realizada em benefício de uma pessoa, ou seja, à atuação sobre o outro. Os indiretos são a própria elevação, do praticante, em benefício do próximo. Se formos polindo, por pouco que seja, nossa espiritualidade, maneira de pensar, personalidade e inteligência, naturalmen-te, conseguiremos a alegria do outro, pois seremos capazes de elevar a qualidade do amor que dedicamos ao nosso semelhante. Para isso, antes de mais nada, precisamos ter autocrítica. As instituições que já alcan-çaram pleno desenvolvimento e os grandes líderes nunca deixam de exercitá-la.

Consideramos o relato das graças re-cebidas como uma “prova” concedida por Meishu-Sama, mas não podemos esque-cer que tal “prova”, originariamente, não se limita aos resultados desejados por nós, mas também àqueles não desejados. Ou

Revmo. Tetsuo Watanabe

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seja, Meishu-Sama também está se ma-nifestando aí. Sendo assim, não devemos deixar nossos fracassos e falhas encerra-dos em algum lugar, devemos ganhar co-ragem e enfrentá-los, pois assim teremos a permissão de sermos orientados por Meishu-Sama. Esta é a autocrítica a ser re-alizada pelo homem de fé, creio ser tam-bém a maneira de se alcançar a elevação.

Seja na religião ou no mundo empre-sarial, se não prosseguirmos aprendendo e evoluindo, chegará o dia em que nossa existência perderá seu valor e acabare-mos sendo enterrados e esquecidos pela sociedade.

DAR ALEGRIA

Meishu-Sama também nos ensina o seguinte: “Não devemos deixar que o tra-balho nos pressione! Nós é que devemos pressioná-lo.” - “Não devemos trabalhar com sofrimento. Se não trabalharmos com prazer, não conseguiremos obter um bom resultado” (“Reminiscências sobre Meishu-Sama”). O ser humano só conse-gue trabalhar bem quando está alegre. O líder é aquele que se empenha para que surja tal alegria e, para utilizar todo o po-tencial dos elementos humanos que tem à sua disposição, o esforço em tornar ale-gre seus funcionários, aqueles que estão ligados a ele, é imprescindível. É muito im-portante manter um elevado grau de sa-tisfação dos clientes e dos empregados. Quando os funcionários estão satisfeitos, ou seja, felizes com o trabalho, têm mais energia, ânimo e disposição. Somente as-sim eles passam a lidar com os clientes com o verdadeiro desejo de alegrá-los, em uma relação de igualdade, de pessoa para pessoa, deixando de agir somente de acordo com o manual explicativo. Depen-dendo do sentimento, até mesmo a ma-neira de atender o telefone fica diferente. A felicidade do cliente que foi atendido com tal amor vai se espalhando de boca em boca, e os negócios vão prosperando. Ou seja, surge a “corrente da felicidade”.

“Se você deseja corresponder à Vontade de Deus, torne-se uma pessoa

que deseja a felicidade do próximo.”

Na difusão, acontece a mesma coisa. No ensinamento “Paraíso Terrestre”, há a seguinte passagem: “Muitas pessoas que pretendem salvar o próximo, fazem autopro-paganda, apesar de ainda não viverem livres das desgraças. A intenção pode ser boa, mas os meios são incorretos” (livro “Alicerce do Paraíso”).

No livro “Reminiscências sobre Meishu-Sama”, temos: “Quando as pessoas nos observam, devemos dar a seguinte impres-são: Se for uma pessoa assim, acho que me conseguirá salvar”. Desta forma, aqueles que dedicam, mesmo que estejam passan-do por uma purificação, não podem deixar escapar seus sonhos, desejos e vontade de viver. As pessoas só reconhecem o poder de uma religião, só demonstram interesse se nos veem felizes. Os ministros não podem esquecer isso de maneira alguma.

RECONHECIMENTO

Como agir para que o próximo tenha alegria? O que podemos dar como primei-ra condição é o “reconhecimento”, a “acei-tação”. Meu pai também era empresário e, durante a Segunda Guerra, pôs em prática as palavras do almirante-de-esquadra, Iso-roku Yamamoto, na formação de seus fun-cionários: “Se não mostrarmos como se faz, se não explicarmos, se não dermos a opor-tunidade de experimentar fazer e elogiar, o ser humano não se moverá”. Além disso, Yamamoto nos deixou algumas palavras, como: “Sem conversar, escutar, reconhecer e delegar tarefas, não se forma uma pessoa” - “Se não observarmos com gratidão o seu empenho, se não confiarmos, ela não dará frutos” - são realmente máximas de profun-da verdade e todas nos falam sobre a im-portância de “reconhecer”, “aceitar” o ser humano. Aprendi algo com meu pai: sempre que descobria o ponto forte de uma pessoa, dizia: “Esse ponto em você é maravilho-

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so!”, e seguia elogiando-a e encorajando-a. Independentemente da pessoa se dar conta ou não, tal ponto forte começava, misterio-samente, a sobressair e muitos se tornaram grandes ministros que continuam dedican-do até hoje, com toda disposição.

Em determinada empresa prestadora de serviços, uma das mais conhecidas do mer-cado, existe um cuidado para que não haja sequer uma pessoa que passe desperce-bida no quadro de funcionários. Mesmo os diretores que estão na cúpula da empresa, vão ao encontro dos funcionários nos seus locais de trabalho e conversam com eles. Não falam somente sobre suas funções: preocupam-se em conhecer um pouco mais sobre cada um, perguntando sobre seus ho-bbies e família. O funcionário que vive esta experiência retoma sua tarefa com disposi-ção redobrada, pois ficou alegre pelo facto de uma pessoa tão importante se preocupar com sua família. Trata-se de um gesto tão simples, não é?

Há também aquelas empresas que es-timulam seus funcionários a se elogiarem e a agradecerem, estabelecendo um sistema de avaliação não só da pessoa que é elogia-

da, mas também daquela que elogia. Com isso, levanta-se o moral do funcionário, o que acaba se refletindo nos lucros.

A propósito, as pessoas que procuram a própria morte, na sua maioria, estão per-dendo de vista o significado de sua própria existência. No entanto, se houver alguém na vida delas que reconheça o valor da sua existência e demonstre isso com palavras como: “Você é uma pessoa importante”, o suicídio é evitado. Creio que existam muitos casos assim. Portanto, o reconhecimento e a afirmação da própria existência nestes termos, juntamente com a alegria, transfor-mam-se em energia para viver.

“Saibam os fiéis que a essência da fé consiste em manter a civilidade.”

Meu pai sempre dizia: “Uma pessoa que não consegue cumprimentar direito, algo que faz parte da boa educação, é uma pes-soa que não tem condições de falar sobre fé. Na condição de filho de Deus, ele deve se envergonhar.” O cumprimento alegre no lar e no trabalho é como se fosse uma de-monstração de que “eu te aceito como mi-

Encontrar-se com muitas pessoas e seguir aprendendo com humildade é uma condição necessária para o líder.

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nha família (como meu companheiro)”.Uma vez, há muito tempo, fui visitar o

lar de um membro. A esposa era uma fiel fervorosa, mas o marido criticava a religião. Quando cruzei o portão da casa, por falta de sorte, dei de cara com ele que estava no jar-dim, cuidando das flores. Quando o cumpri-mentei, ele ficou calado, franziu as sobran-celhas e virou a cara, como era esperado. Eu pensei: “Parece que o hobby dele é o cultivo de flores... uma pessoa que ama as flores, não pode ser ruim!”. Aproximei-me dele e disse o que me passou pela cabeça naquele momento: “Que flores bonitas! É o senhor que as cultiva? Nossa! São tão bonitas que dá vontade de mostrar a todo mundo, não é?” Ao ouvir minhas palavras, sua cara fe-chada se transformou num grande sorriso e a conversa começou a render. No final, ele me disse: “Reverendo, se o senhor conhe-cer uma pessoa que esteja sofrendo ou do-ente, por favor, leve estas flores para ela!”, e me estendeu uma enorme braçada. Sua esposa, que estava ao lado observando, se deu conta de que, até então, não entendia o esposo. A partir daquele dia, ela começou a cultivar as flores com ele e, assim, ambos conseguiram construir um lar harmonioso centralizado na fé.

Esse tipo de pessoa apenas deseja que o que esteja fazendo com todo o empenho, seja reconhecido, independentemente do que for. Reconhecê-la e estimulá-la causa-lhe uma alegria sem par.

GRATIDÃO PELA FAMÍLIA: ALGO QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO

Podemos dizer o mesmo em relação à família. Devemos reconhecer o esforço da esposa, que se empenha incessantemente na execução das tarefas domésticas e na educação dos filhos. Devemos reconhecer o marido, que trabalha fora com todo afin-co. Devemos reconhecer também as crian-ças que, mesmo que seja só um pouquinho, estão se esforçando em retribuir o esforço empreendido pelos pais em relação à sua criação. Basta isso para que o outro reco-

nheça o valor da própria existência, compre-enda o significado da vida e obtenha forças para viver. Se a isso juntarmos a palavra “obrigado” ou outra que expresse gratidão, a pessoa terá vigor para avançar ainda mais. Creio que se pensarem que a “Prática do Sonen” começa com o reconhecimento da existência de nossos antepassados, com-preenderão quão importante ela é.

Em uma instituição, os funcionários são como a própria família. E cada funcionário tem a sua família. Ou seja, a instituição é responsável pela vida de muitas pessoas e acredito que ela deve se responsabilizar por tais vidas. O líder deve se preocupar com as famílias de seus empregados e ter sempre dentro de si o sentimento de gratidão. Gra-ças ao apoio familiar, o funcionário conse-gue trabalhar tranquilo e com saúde e ter um bom desempenho.

Meishu-Sama tratava a família de seus dedicantes como se fosse sua, preocupan-do-se sempre com a saúde deles e com cada membro da família em particular. Ele ainda nos ensina: “Aquele que não dá valor à esposa não próspera” (“Reminiscências sobre Meishu-Sama”). Obviamente, o opos-to, ou seja, “aquela que não valoriza o mari-do”, também tem o mesmo efeito. Mais do que lamentar-se dizendo “meu marido não compreende a fé”, deve-se agradecer: “Gra-ças ao trabalho de meu marido, eu posso dedicar!”. Creio que à pessoa que tem fé, é necessário presença de espírito para, quan-do o marido reclamar: “Quem é mais impor-tante para você, eu ou Deus?” Responder: “Você é tão importante para mim que não posso nem fazer comparações!” O homem é um ser que gosta de fazer comparações e dá uma importância demasiada ao pró-prio orgulho. Se a mulher agir sem ferir esse orgulho e resguardá-lo sempre, o homem acaba vivendo sem se aborrecer com quase nada.

“Aquele que consegue encontrar uma solução harmônica, para qualquer

problema, é amado e respeitado por todos.”

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

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continua no próximo boletim

cansado de saber disso”. Todavia, não é su-ficiente apenas saber, para melhorar a situ-ação. Meishu-Sama orienta firmemente so-bre o “pragmatismo religioso” e nos adverte:

“Se pregarmos o amor e aconselharmos a misericórdia, mas isso não for acompanhado

de prática, nossas palavras serão como o sussurro do vento nos pinheiros.”

Desta forma, somente ao demonstrar-mos nosso desejo por meio de ações e de práticas é que conseguimos mudar algo no mundo real. Creio que, por isso, nos foi concedido um corpo físico. Naturalmente,

como diz o ditado: “Falar é fácil, fazer é difícil”, às vezes, mesmo que este-jamos decididos a praticar, acabamos sendo levados pelas circunstâncias e não o fazemos. Contudo, não tenho a mínima intenção de, agora, mudar de opinião e dizer: “É, o ser hu-mano é assim mes-mo!” Por isso, acre-dito que devemos,

cada vez, refletir e nos esforçar para tentar-mos passar, nem que seja um pouquinho, à prática.

Assim o ser humano vai crescendo e amadurecendo: amando e sendo amado, reconhecendo e sendo reconhecido. Acre-dito que, ao dar continuidade às “peque-nas práticas de amor altruísta”, a pessoa sem que nem mesmo se dê conta, começa a amadurecer e, um dia, será respeitada e amada por todos. Com isso, a atmosfera do lar, do Johrei Center, do trabalho, tudo co-meça a se tornar paradisíaco. Desejo que, por meio disso, consigamos nos aproximar, nem que seja um passo, nem que seja meio passo, de Meishu-Sama.

Realmente, o segredo da felicidade e da harmonia do casal é semelhante às regras para o líder: agradecer e reconhe-cer. Além disso, Meishu-Sama também nos ensina, que é muito importante não nos esquecermos de que estamos sempre sendo observados e avaliados por outras pessoas e que, portanto, precisamos cui-dar também da nossa aparência, preocu-pando-nos em nos vestir apropriadamente e em causar uma boa impressão. E isso se aplica não só ao mundo da fé, mas tam-bém ao mundo dos negócios; é uma men-sagem muito importante que está presen-te nos Ensinamentos, nos poemas, nas Reminiscências e em outras obras.

O livro “Remi-niscências sobre Meishu-Sama”, em particular, é uma lei-tura essencial para os integrantes, minis-tros responsáveis e para todos os mem-bros. Contudo, não devem lê-lo como uma série de episó-dios relacionados a Meishu-Sama, mas como um apanhado de mensagens dirigi-das a nós. Ao invés de se prenderem, leiam e adaptem as pas-sagens às circunstâncias em que cada um se encontra e reflitam, tentando captar o sentimento de Meishu-Sama. Gostaria que os senhores voltassem a ler esta obra ago-ra com o sentimento renovado.

AGORA É SÓ PRATICAR

Hoje, tive a oportunidade de falar um pouco sobre a postura necessária a um lí-der às pessoas de meia-idade, que têm um papel central na sociedade e que foram in-vestidas da missão de deixar pessoas que as substituam. Talvez haja, entre os senho-res, aqueles que estão pensando: “Já estou

Revmo. Watanabe, que entra em contato com o sentimento de cada membro e agradece pela dedicação diária de cada um.