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z ~ 'I. N~tação I~horte EDITORA

Ensinando Natação

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N~taçãoI~horteEDITORA

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Introdução •••••••....••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••11

Capítulo 1MATIJRAÇÃO .........•...........••..•........••................................... 15

Capítulo 3MÉTODOS DE APRENDIZAGEM .•..•..•..••.••..•..•..•...•.........31Piaget. . 33Aprendizagem Através da Resposta Condicionada 43Aprendizagem Através do Erro e Acerto .. . 44Aprendizagem Através das Aproximações Sucessivas 45AprendizagemAtravés da Gestalt 47

Capítulo 4NÍVEIS DEAPRENDIZAGEM ...................................••....... 49

Capítulo 5APRENDENDO AENSlNAR OS NADOS ..................•.•••.•.•61NadoCrawl . .. 69Nado Costas .. . 91Nado Peito. .. 105Nado Golftnho. .. 121Nado Medley.. . 133

Capítulo 6APRENDENDOA ENSlNAR SAÍDAS E VIRADAS .•........ 139Quando ensinar? 139Fases do mergulho elementar 139Comentários sobre saídas e viradas. . 144Qual técnica de saída é mais interessante? '" 145Saída de agarre com os pésafastados e as mãos entre os pés.. . 147

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Impulso durante a saída .. . .. 149Procedimento básico para saídas de costas 150Virada, . . 152Educativos para a virada docrawl 153Educativos para a virada de costas.. .. 154Educativos parà a virada do peito 157Educativos pama virada de golfinho. . 158Educativos para a virddado medley 159

Capítulo 7DESENVOLVENDOCRIATIVIDADENAS AULAS 161Mudar é sempre difícil 163Como mudar? 164Postura de professor explorador 164Postura de professor artista.. .. 165Postura de professor juiz.. . 165Postura de professor guerreiro.. . 166Ambiente adequado 166Adaptação ao meio liquido.. . 167Respiração geral. . 167Rutuação... . 168Propulsão das pernas.. . 168Propulsão dos braços.. . 169Coordenação de braços e pernas 169Outras estratégias.. . 170

Capítulo 8MÚSICAS E APRENDIZAGEM 173

Capítulo 9CONSIDERAÇÕES FINAIS 177

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Durante anos a aprendizagem da natação no Brasil foi reali-zada dentro de um modelo mecanicista e detalhista, quevisava mais o plano técnico do que o pedagógico, devidoprincipalmente ao fato de a aprendizagem ter sido iniciada esupervisionada pelos técnicos.

Durante a década de 60, quando foram implantados nos clu-bes associativos, os cursos de aprendizagem com o objetivode formar novos nadadores eram coordenados e supervisio-nados por técnicos, que transmitiam aos seus professoresnoções da técnica dos estilos em cursos que duravam de 30dias 00 08 aulas, e nos quals os professores tinham de fazercom que os alunos caracterizassem a técnlca dos estilos.

Como normalmente os alunos demonstravam dificuldadeem assimilar as informações pela velocidade eespecificidade, muitos não assimllavam os exercicios e sedesinteressavam da natação. A causa principal daespecificação da aprendizagem da natação é sua origem,pois primeiro os orientadores foram os técnicos e posteri-ormente os professores, influenciados pelos pedagogos eespecialistas de outras áreas.

A própria Educação Física mudou com a introdução deatividades lúdicas nos programas de aprendizagem das ati-vidades físicas. Não deveria acontecer, mas encontramos,nos dias atuais, professores que ainda mantêm modelosmecarticistas na aprendizagem da natação e que, quando

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acadêmicos, receberam fOlte influência de uma visão técni-ca e não pedagógica. Muitas instituições de ensino aindaprivilegiam nos seus conteúdos programáticos a técnica dosestilos e regras. Não que esses temas não sejam interessan-tes, mas não bastam para que os acadêmicos tenham no-ções sobre nível maturacional, aspectos pedagógicos, ni-veis e dificuldades na aprendizagem.

A Educação Física, no aspecto pedagógico, manteve du-rante muito tempo o modelo mecanicista e detalhista, influ-enciada pela idéia de a aprendizagem dos movimentos, prin-cipalmente esportivo, ser copiada dos atletas. Esses mode-los foram durante muito tempo aplicados à Educação Físi-ca. Quando os professores de Educação Física começa-ram a aproximar-se dos pedagogos, psicólogos e passa-ram a estudar a origem dos movimentos, ou seja, os aspec-tos intrínsecos e extónsecos da aprendizagem, os alunospassaram a realizar os movimentos mais descontraídos erelaxados, possibilitando um aprendizado que fugia dos mo-delos até então praticados.

Com a natação aconteceu o mesmo. Nos anos 60 o Prof. DavidMachado edita um dos primeiros livros de aprendizagem denatação: "Metodologia da Natação", incluindo num dos seuscapítulos a fase de adaptação ao meio líquido até então ignora-da pelos professores. Na época muitos professores de nataçãonão entravam na água e ministravam suas aulas com varas debambus, flutuadores de cortiças, em piscinas fundas etc.Um dos objetivos desse livro é difundir a aprendizagem danatação de uma maneira lúdica, distante da realidade de

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uma ótima técnica. mas a partir de exercícios simples. res-peitando o nível maturacional dos alunos, enfatizando osaspectos intrínsecos e extrínsecos da aprendizagem, o am-biente e principalmente auxiliando os leitores a criarem no-vas estratégias no ensino da natação.

Atualmente a natação é uma das atividades físicas mais reco-mendadas não somente aos portadores de asma br6nquica,por causa de seu ótimo poder de fortificar e tonificar osmúsculos das vias respiratórias. mas também por sua con-tribuição no aspecto neuromotor, sendo que cabe aos pro-fessores alertarem os pais quanto a possíveis problemas neu-rológicos, auxiliando na prevenção e tratamento.

Outro fator interessante da natação é a faixa etária, pois éuma das atividades físicas que as pessoas podem praticar,com mínimas restrições, desde O nascimento até o fim davida. Sabemos de nadadores centenários que ainda partici-pam de eventos masters. No Brasil encontramos o exem-plo da nadadora Maria Lenk que aos 85 anos, demonstrandoalegria, motivação e tenacidade, participa ativamente doscampeonatos de masters e está sempre na borda da piscinacom seu material, pronta para dar umas braçadas, seja en-tregando prêmios no Troféu Brasil ou em qualquer piscinaao redor do mundo.

Muitos professores durante as aulas de aprendizagem de nata-ção atuam como técnicos, aproximando-se "perigosamente"da técnica, justificando: Quando o aluno "aprende errado" omovimento fica mais difícil para "consertar" futuramente.

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o importante é saber o que é "aprender errado": realizar omovimento como os melhores nadadores do mundo preco-cemente ou realizá-Io conhecendo e explorando o meio lí-quido, demorando um pouco mais, mas de maneira lúdica?Os relatos aqui apresentados preconizam a segunda opção.

Espero que a leiturd dessas páginas seja uma feliz viagematravés do Aprendizado do Ensino da Natação e que apro-veitem bastante.

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Quando o grego Arquimedes (287-212 a.C.) saiu correndopelas ruas de Atenas gritando "Eureka", após ter tomado umbanho de banheira e descoberto o princípio da f1utuabilidade:"Todo corpo imerso 110 meio líquido recebe um empuxode baixo para cima igual ao volume da massa líquidadeslocada", não imaginava que a natação evoluísse tanto eque atualmente para ensinar natação necessitássemos estu-dar o nível maturacional dos nossos alunos, pois este é defundamental importância para a assimilação dos exercíciospelos alunos.

Muitos professores. ao utilizarem determinados exercícioscomo propulsão das pernas do estilo crawl para criançasde 03 anos, não obtêm êxito, pois crianças nessa faixa etárianão estão maduras e suficientemente desenvolvidas pararealizar determinados exercícios que exigem coordenaçãomaior e movimentos mais refinados. Portanto, os primeirosconhecimentos e estudos do ensino da natação versam so-bre O nível ou estado maturacional do aluno. Uma das defi-nições que me agrada é:

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MATURAÇÃO É o ESTADO DE PRONTIDÃONEUROFlSIOLÓGICA DO ORGANISMO EM REA-LIZAR DETERMINADAS TAREFAS, INDEPENDEN-TES OU NÃO DOS FATORES AMBIENTA/S.

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Quando ensinamos exercícios sem o conhecimento damaturação dos alunos, podemos incorrer no erro de desen-volverrnos determinadas tarefas precoces, levando os alu-nos a possíveis frustrações e desistências.

Os rumos do desenvolvimento do ser humano podem ser:próximo distal ou cefalocaudal, ou seja, primeiro desen-volve-se o cérebro, tórax e posteriormente, no estágio dapuberdade, é que braços e pernas são desenvolvidos. Aoatingir 06 anos de idade, o cérebro alcança 80% do seu de-senvolvimento.

Podemos dizer que os indivíduos aprendem os nados com-petitivos quando desenvolvem a coordenação mais fina,pois os movimentos exigidos são semelhantes ao de escre-ver e ler, que ocorrem dos 04 aos 06 anos, precocementeaos 03 anos e tardiamente aos 06 anos.

Aprendizagem, maturação dos nados e faixa erária

NADOCRAWLCOSTASPEITO

GOLFINHO

JFA.lIXA ]E04 aos 0604 aos 0605 aos 0707 aos 09

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Quadro demonstrativo do desenvolvimento maturacional das crianças,do nascimento até os 06 anos.

][j I Inicialmente letraielocom eslranhos I Im~alrabaJhocasejro I \ I Poe os sapatos II I

Rireativamenle II Brinca, Dança ou canta I Usacolher,derramapouoo 11 Abotoa

I Rlesponlaneamente I II Joga bola com o examinador II1

Lava e seca as mãos ,

I

I Come biscoitos I Indica desejo (nàochora) I Ajudaemcasa-Tarefassimples I Veste-se comsupervisão

Resiste a reliradade brinquedos

I Separa·sefacilmenledamàeI I I

I Brinca de esconder I Bebe do copo I Brinca com jogos inleralivos

I Procurabrlnquedosforadoalcance I Veste·sesamII Remove roupas supeMsão

I I I

ª Agarrachocalho I I Senta,olhaum!lo II I I I I I I I

Rabisca espontaneamente I Oopia+linha média I

I II II I Torre de 2 cubos Co~a O IMovimentos I Olha objeto I Senta· pega 2 cubos I Co~a O

~II Procura II I Torre de 4 cubos Irnilapontel. lmitademostraçâo O

Seque após umobjeloBale 2 cubos seguros nas mãos

linha média

IIII Seque 1aoo I Ajunta bolinhas I I Imita linha vertical denlro de 30" I Desenha homem com 3 partes

I~I Mãos juntas I I IAgarraCOm polegar o dedos II Derrama bolinhas do recipiente· espontaneamente I~~~~s~on

I Passa um cubo I I I rrrde mão para mão Derrama bolinhas do recipiente· demonstração

I I I I I I I I I I I I

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I IIII Papa ou mama não específico I 3 palavras além de mama, papa I Compreende'r. II

E~" IVolta-seaochamaclo I Combirla2 palavras diferentes

~:;~~~3de4Cfl IReconhece cores 3de4

Nomeia uma figura

Grita Sequeordens2de3 IEmparelhaanaklgia2de3

I lmila sons de palavras I

Usa pl~rais I I Definepalavras6de9

De l' e último nomeI I I I

Da composição objelos

~Mantém algum peso nas pernas I Fica em pé momentaneamente Empurra a bola para dianle

I· I I I I ·1°'9·i:'~r :';';40' I I Pu"do paras",lar I I Anda segurando oos móveis I I

Arremessa bola de cima para baixoI Pulacomumpé I1

~ I Senta sem apoio IMantem-se bem de pé

Pega bola saltandoI '''9

~:o1~'~o~:;os Fica em pé seguro I Para e recomeça I I Pula no lugar I Marchacalcanhar-pé IPuxa para licar de pé I Anda bem I Pedala Triciclo

Mantém cabeça estável Anda para Irás calcanhar-pé

I Allda para trás I Pulo amplo III Rola I Consegue sentar I I I I I1-55eg ISDbedegraus

Teste do Desenvolvimento de Denverl'eL Fl'unkenblll"g WK - Denver Developmental Screening Test. J Ped 71 : 181- 91,1967 .

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Quadro demonstrativo do desenvolvimento pedagógicona natação das crianças do nascimento até os 06 anos(WiIliam, 1998).

Água no rosto - bloqueios respf'ratórios - observa o ambiente, mo-vimentando braços, pernas e oolhar. Os movimentos aqui apre-sentados são rústicos. Realiza mo-vimentos na água com auxílio doprofessor.Bloqueios respiratórios - observao ambiente, movimento de braçose pernas semelhantes ao engatinbar.Salta da borda e movimenta-se naágua com auxílio do professor. Asmúsicas são utilizadas mais comotranqüilizantes e para a obtenção doelo de ligação professor - criança.

Sociabilização - Reconhece oprofessor - Salta da borda e des-loca-se na água sem auxílio - ficaem apnéia durante 10 a 20 segun-dos. Entende soltar o ar "bolinhas"dentro da água. Abre os olhos em-baixo da água, facilitando sua ori-entação. Brinquedos educativos

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""" '<>\,'-\" '<. "","\\L'I>.<I,."" <:,""" ,,1,,)'<.\\-vos pedagógicos. As músicas ser-vem para a interação entre o pro-fessor, exercício e aluno e manu-tenção da motivação.

Aumenta o tempo de apnéia de 10 a30 segundos. Maior o relacionamen-to com meio líquido. Durante o des-locamento submerso, abre os olhose melhora a curiosidade. exploran-do o meio. Relacionamento com OSbrinquedos realiza-se através de fan-tasias, nas quais as estórias fazemparte das aulas. Nessa fase, as fan-tasias e as música,; são as estratégi-as mais importantes, coincidindocom a prontidão neurofisiológica Anoção de profundidade e os primei-ros sinais de defesa aparecem nes-sa fase (medo de não colocar ospés no fundo da piscina).

Primeiros movimentos caracterizan-do os nados competitivos. Movimen-tos da~ pemas conduzidos, semelhan-tes aos estilos crawl e costas. Movi-mentos dos braços rudimentares, s0-mente utilizados como apoio pararespirar (elevar a cabeça, não respi-ração específica dos estilos).

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A sociabilização manifesta-se pe-las fantasias e músicas, estratégi-as adequadas à faixa etária. Acen-tua-se o receio pela parte mais fun-da da piscina, pois entende tudoo que se passa no meio ambientecomo: atitudes do professor, pais;local mais fundo. Primeiras no-ções de segurança - como entrare sair da piscina - fundo - raso -evitar conidas.

Surgem os primeiros movimen-tos oriundos da coordenaçãomais fina, com pernas de crawl ecostas mais caracterizados. Mo-vimentos de braços não somentecomo apoio, mas também comodeslocamento. Como braçada decrdwI, somente a fase submersa- mais fácil. Caracterização dasfantasias nos exercícios como: Ja-caré - braços estendidos, umamão sobre a outra, deslizar pelaágua. Comportamento de explo-rar a piscina realizado através debrincadeiras como "caça ao te-souro". Atividades recreativas du-rante e ao fmal das aulas; saltosda borda com apoio de aros sãobem aceitos.

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Acentua-se a coordenação mais fina, con-seqüentemente os movimentos das pernasde crawl e costas ficam mais elaboradosaproximando-se do movimento ideal. Nes-se momento as pernas começam a auxiliara sustentação (apoio) do corpo. Quantoaos movimentos de braços, ainda são rea-lizados com dificuldade, principalmente omovimento aéreo (recuperação) pela difi-culdade em tirá-Ias da água.

É comum encontrarmos nessa fase maisintensa da coordenação, crianças comdesenvolvimento mais tardio em rela-ção a outras e' crianças que ficam du-rante alguns meses sem apresentar evo-lução nos movimentos. Alguns realizamrapidamente o exercício, outros não.Apresentamos aos alunos a coorden-a-ção das pernas e braços e a respira-ção específica do crawl - respiraçãolateral. Os movimentos da braçada sãorealizados com mais facilidade princi-palmente a parte aérea. É importanteincrementar os movimento das mãosnas diferentes direções com o objetivode desenvol ver a sensibilidade quantoà sustentação e propulsão (desloca-mento). Iniciamos a coordenação dosmovimentos das pernas, braços. respi-

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ração especifica, até ãIcançarmoso nado completo, complexidadede movimentos que a criança de-verá realizar.

Os movimentos coordenados dosnados crawl e costas são mais ela-borados, iniciando a fase do aper-feiçoamento. É incrementado omergulho elementar, movimentosmais elaborados do que os saltosapresentados nas idades anteriores.As crianças realizam alguns movi-mentos de pernada de peito.Maturaóonalmente é a idade emque as crianças mais assimilam osmovimentos dos estilos crawl, cos-tas e mergulho elementar, encerran-do praticamente a primeira fase dapedagogia da natação.

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ela 11/1'il/spira dois semimellfos: Ternura pelo qllere~peilu pelo qlle pode ser.

Piaget

Analisando e estudando as inúmeras definiçães de aprendi-zagem, elaborei uma que gosto muito de praticar:

"Aprendizagem é um processo de ação recíproca entre oser humano e o meio biológico ou cultural".

o processo da aprendizagem é desencadeado quando acon-tece um fato novo. Concluindo, podemos afirmar que:

"Aprendizagem é o indivíduo estar diante de um fato novo,(exercício) ocorrendo uma interdependência entre os fato-res intrínsecos (internos, representados pelo nívelmaturacional e vivências anteriores dos indivíduos) e os fa-tores extrínsecos (externos, representados pelo meio ambi-ente e estratégias do professor), resultando na redução da

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tensão do indivíduo em aprender determinado exercício,tensão esta decorrente da exposição dele a um fato novonão assimilado anteriormente.

APRENDIZAGEMfator novo

fatores internos(maturação - vivências anteriores )

xfatores externos

(ambiente - escola - materiais - estratégias do professor)

Movimento aprendidoRedução da TensãoNecessidade de Aprender

Movimento não aprendidoAumento da Tensão

Necessidade de Aprender

É interessante, durante a aprendizagem da natação, apre-sentar aos alunos exercícios e estratégias coerentes com osníveis pedagógico e maturacional, de simples assimilação,pois a tensão (gerada pela expectativa de acertar ou errar)está presente durante a aprendizagem da natação.

Muitos nadadores que se aventuram a ministrar aulas de nata-ção, sem uma formação pedagógica específica, preocupam-se mais com que o aluno faça o que ele (professor) conseguefazer, esquecendo que eles praticaram a natação muitos anos eo aluno não, distanciando-se pedagogicamente do aluno.

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Isso acontece também com técnicos que não se atualizamquanto à pedagogia, propondo aulas de natação com mui-tas explicações e pouco conteúdo pedagógico.

É comum observannos professores que explicam minucio-samente os exercícios ou pennanecem a aula inteira cha-mando a atenção de determinado aluno que não obtém êxi-to na sua técnica. Isso não é interessante na aprendizagemda atividade física, pois o movimento humano é muito com-plexo, diferente da atividade do pensar. Quando movimen-tamos o nosso corpo na água, não basta somente pensar;mas pensar e movimentarmos 'nossos ossos, articulações,músculos na direção certa.

Um aluno adulto, por exemplo, que passa por uma experi-ência de aprendizagem em que o professor explica e exigedemais dos seus movimentos durante a fase da aprendiza-gem da natação, aprenderá os movimentos de uma maneiramais contraída e tensa. Basta observarmos as piscinas dosclubes nos finais de semana para comprovannos que mui-tos alunos nadam contraindo muito os músculos, quandodeveriam nadar mais naturalmente. o mesmo não aconte-cendo com os' adultos que aprenderam de maneira maisrelaxada e com movimentos mais fáceis.

Há alguns anos atrás, quando não havia escolas de nataçãoe nem processos pedagógicos mais elaborados, criançasque aprendiam a nadar nos rios e lagos realizavam movi-mentos mais naturajs do que muitos alunos apresentam nasescolas atualmente, pois eram movimentos livres, espontâ-

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neos; evidentemente que no aspecto medo e receios domeio líquido, as crianças que aprendiam a nadar nos riostinham bem mais medo que o apresentado atualmente nocaso de crianças que recebem orientação.

Quanto mais nos aprofundarmos nos processos da apren-dizagem, nas diferenças entre o aprender, aperfeiçoar e trei-nar, melhor será o nível das nossas aulas e conseqüente-mente o ensino da natação.

Tomando como base que a realidade técnica são os estilosdos melhores nadadores do mundo, Gustavo Borges,Scherer, Popov, podemos adotar os seguintes parâmetros:

Aprender: noções simplificadas da realidadeAperfeiçoar: noções mais próximas da realidadeTreinar: realizar e tentar ultrapassar a realidade.

Segundo pesquisas recentes sobre o cérebro humano e pre-conizado pelos neurolingüístas, o cérebro divlde-se em doishemisférios o esquerdo e o direito:

criativoamploartisticocorporal

racionaldetalhista

mecanicistalógico

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Onde podemos situar a atividade física e natação no as-pecto da aprendizagem? Exatamente no hemisfério direito,devido ao fato de trabalharmos mais com O corpóreo ecom atividades lúdicas.

Sendo assim, é mais produtivo desenvolvermos aulas cria-tivas, sem muitos detalhes da técnica. Atividades globais,em que o mais importante é a realização dos movimentos,mesmo que não sejam "tecnicamente" perfeitos, lembran-do as crianças que aprendem a nadar sozinhos ou jogamfutebol nos campos de várzeas e que, na maioria das vezes,aprendem de uma forma mais descontraída e sem muitascobranças e pressões. Isso não quer dizer que os alunosnão devam ser orientados, mas sim que as orientações es-tejam ao alcance deles.

Quanto ao hemisfério esquerdo, utilizamos na atividade fí-sica e natação, principalmente nos treinamentos. É comumobservarmos atletas que ficam horas e horas treinando de-terminada técnica de nado, virada ou saída.

Durante uma sessão de treinamento dos Jogos Pao-america-nos disputados em Havana - Cuba, lembro-me de que du-rante uma hora ficamos treinando a equ.ipe feminina derevezamento 4xlOü livre (Paula Marsiglia - Paula Aguiar- Paoletti Filippini - Isabele Vieira) com o objetivo demelhorar a saída e troca de posições entre as nadadoras.Todos os detalhes foram observados: posicionamento dospés no bloco de partida, momento do giro dos braços, omomento em que a companheira passava na direção das

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mãos, técnica da saída (algumas não estavam adaptadas aogiro dos braços) e o resultado foi uma medalha de bronze.Normalmente os técnicos filmam os atletas durante as saí-das a 11m de observarem todos os detalhes.

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Ao se deparar CO/llnOl'os e emociollalltes exercícios. 11(/0 se COII-lente somente com a emoção momelltânea que ele nos oferece,desperte sI/a cllriosidade, procure os molivos e as causas de eles

Alguns autore~ ge natação evidenciam, nos seus livros, mé-todos estudados pela pedagogia como concepções analíti-cas, globais, proprioceptivas.

Catteau e Garotf no livro "O Ensino da Natação", colo-cam no capítulo 02, 5 I a 109, com muita propriedade, osmétodos utilizados na aprendizagem da natação.

Quando freqüentei a Faculdade de Psicologia, ministravaaulas e treinamento de natação e chamou-me a atenção osestudos sobre os métodos de aprendizagem na disciplinaPsicologia do Desenvolvimento, em que pela primeira vezouvi falar de métodos de aprendizagem desenvolvidos apartir de estudos da teoria de Pavlov, Thorndike e outros.Procurei aliar a experiência adquirida nas aulas de nataç,ão

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aos métodos estudados na psicologia do desenvolvimentoe ao ler os exercícios propostos nos livros de natação, fuiadaptando os métodos, ou seja, comecei a dar significadoaos inúmeros exercícios sugeridos durante a aprendizagem.

Fiquei feliz ao ler o livro "Metodologia da Natação" doprofessor David Camargo Machado, no qual se mencio-na a teoria e metodologia do "Erro e Acerto", propostapor Thorndike, método que a Psicologia do Desenvolvi-mento preconizava.

Lembro que ao ler o livro "Natação para o meu Neném",de L. Borges, revisado pela professora Liselotte Diem, de-parei-me com propostas de exercícios para as crianças re-alizarem o salto da borda, o deslocamento na água e comosegurar as mãos do professor, tudo isso através das "Apro-ximações Sucessivas", metodologia que o livro nada ex-plicava. Mas foi gratificante constatar que poderia utilizaros estudos da Psicologia do Desenvolvimento em benefí-cio da aprendizagem da natação.

Constatar isso foi muito bom e poderá sê-Io também paratodos os professores que, ao depararem com exercícios,despertem a própria curiosidade e procurem explicaçõescientíficas e metodológicas para eles, pois além de toma-rem a leitura mais agradável, também poderão adaptar no-vos métodos à aprendizagem da natação.

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Segundo Piaget. a criança está orientada para o triunfo. Osatos que dão certo são preservados, os que fracassam, desa-parecem.

Épor volta de dois ou três anos de idade que a criança come-ça a buscar a verdade, compreender e não somente explorar.Podemos aplicar os estudos desenvolvidos por Piaget na apren-dizagem da natação, principalmente na natação para bebês, poisPiaget estudou com muita propriedade o período do na'iCimen-to aos 24 meses, cienominado período sensório-molor.

Quando analisamos os exercícios que realizamos nas aulaspara bebês e os relacionamos aos estudos sobre o períodosensório-motor, observamos que os exercícios, criados nummomento de "magia" por parte do professor. têm muitodos estudos de Piaget.

Piaget propõe 04 fases ou estágios do desenvolvimento doser humano do nascimento até a fase adulta:

Estágio O I: Período Sensório-MotorEstágio 02: Período Pré-OperacionalEstágio 03: Período das Operações ConcretasEstágio 04: Período das Operações Formais

Podemos relacionar os exercícios da aprendizagem comos estágios propostos por Piaget.

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Estágio O I: Período Senso-Motor - período compreen-dido do nascimento até a criança completar 24 meses.

A criança durante esta fase adquire habilidades e adapta-ções do tipo comportamental. Durante esta fase a criançaainda não desenvolveu habilidades como raciocínio, coor-denação motara mais fina. Os exercícios são realizados atra-vés de adaptações de estímulos e respostas. Uma detenni-nada música, por exemplo. "A galinha do vizinho", que aprincípio é um estímulo neutro, ou seja."nada tem a ver"com a natação, passa a constituir um estímulo condiciona-do, pois é agradável e motivante. Piaget, ao observar ascrianças durante o penodo senso-motor, chegou às con-clusões:

A criança utiliza mais os reflexos no relacionamento com omeio ambiente. Qualquer ruído ou uma luz mais forte cha-mará a atenção da criança fazendo com que a atenção delavolte-se para a origem do estímulo ou a afaste, como nocaso da luz. Os primeiros banhos são importantes para aadaptação ao meio líquido. A maneira com que os paismolham o rosto ou transferem o seu calor para a criançaorientarão futuros trabalhos de aprendizagem da natação.Geralmente os banhos são realizados em ambiente agradá-vel, sem muitas interferências, justamente para não voltar aatenção da criança para outros estímulos.Uma das perguntas freqüentes em natação é qual a idadeideal para as crianças praticarem-na.

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Desde o nascimento, se as condições forem favoráveis (pis-cina com a temperatura próxima do banho, muito bem trata-da) e os fatores culturais o pennitirem.

Sabemos que nos países europeus os pais colocam as crian-ças desde o nascimento. Observamos nas matérias dostelejomais imagens de professores colocando crianças depoucos meses em lagos gelados. Imaginem realizarmos issocom crianças latinas!

Durante este período de vida, a criança fortalece o seu rela-cionamento com o mundo exterior; começa a perceber ocalor do seio da mãe, quando suga toma o leite; ao chorar,é seguro no colo ou suga o seio para saciar a fome. Come-ça a sentir O prazer pela água e as diferenças de temperatu-ra. Praticamente o elo de ligação entre a criança e o meioambiente é o choro.

Durante este período a criança começa a manipular o meioexterno. Chora quando deseja sentir o calor da mãe ou sen-te fome e quando não quer ficar no berço durante a noite,mas na cama dos pais. É o período mais lnteressante para

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colocá-I os na natação, pois sua imunidade já está mais de-senvolvida, sendo a época ideal não para aprenderem osestilos, mas sim para se adaptarem ao meio líquido.

Comportamento instrumental e busca do objeto desa-parecido.

Período de ótimo desenvolvimento na natação, principalmen-te quando relacionamos nas aulas os exercícios aos brinque-dos. Até então, durante as aulas, o brinquedo exercia afunção de atrair a atenção da criança e agora os brinquedostêm como objetivo o de integrar os exercícios.

Trabalhar escondendo os bri nquedo é bem ti pico desseperíodo e chama a atenção das crianças.

A partir desse período a criança inclui no seu universo afigura das pessoas que estão com ela espomdicamente, comoprofessores de natação, maternal, avós, tias, amiguinhos,aumentando o seu relacionamento.

Na natação realiza movimentos de perna semelhantes ao doengatinhar e começa a perceber e a entender melhor o meioambiente.

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o relacionamento com o meio ambiente é concretizado nesseperíodo, aparecendo os primeiros sinais de medo. Umainteressante experiência vivenciada por mim ilustra muitobem esses sinais.

Estava passando os meses de verão na casa dos meus paise tive a oportunidade de brincar com o meu primo de 18meses numa piscina de 25 metros. O garoto realizava ativi-dades de bloqueio de respiração, saltava, deslocava-se esentia-se muito confortável.

No próximo verão nos encontramos novamente e atravésdas informações da mãe, ele nunca mais havia entrado numapiscina e qual não foi a minha surpresa ao perceber que elenão queria mais saltar ou colocar a cabeça na água.

Os professores de natação devem acompanhar as modifica-ções comporta mentais dos seus aJunos e nesse períodomanifesta-se claramente o medo das crianças do lugar fun-do, onde não dá pé. Caso seja alarmada quanto à profundi-dade da piscina: "Não entre no lugar fundo"; "Cuidado quevocê poderá afogar-se", poderá adquirir o medo da água.Uma das estratégias trabalhadas com as crianças nessa fai-xa etária são as fantasias. É comum os professores utiliza-rem estratégias: "Estamos no aquário do tio" ou "olha, oPedrão engoliu um peixão".

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É comum obtermos resultados através dos estímulos mu-sicais, como uma música que cantamos para as criançascolocarem a cabeça na água:

As crianças entram no "cllma" e acabam colocando a cabe-ça na água.

COMPORTAMENTOSADAPTA T1VOSIINTELIGENTES

A utilização de brinquedos - imitação de bichos - animaisaquáticos - fantasias são as principais estratégias do perío-do senso-motor. Tome-se o exemplo citado na página 38do livro Natação para o meu Neném, de Lothar Borges,no item Novos passos para o mergulho: "A criança nes-sa idade já tem certa noção de tempo; acostumando-se àduração do mergulho, ela começará a espernear, se o tem-po ultrapassar".

Analisando o exercício acima, espemear significa que a cri-ança relacionou o espernear com a atitude do professor detirá-Ia da água. Um comportamento que poderá ser adquiridodos 04 aos 08 meses, período das adaptações intencionais.

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Fim do período comportamental e início da compreensão,do entendimento, agrupamento dos conceitos, aquisição edesenvolvimento da coordenação mais tina e desenvolvimen-to das habilidades do aprendizado dos estilos da natação.

Período de transição entre aquisição de novos agrupamen-tos para o mais elevado, que é o operacional. Oferecemuma maior dificuldade a compreensão e comportamentomais sensato e lógico nas situações de brinquedo livre. Pa-ralelamente ao ler, escrever e à capacidade de compreendernovos conceitos, a criança aprende também a nadar osestilos. iniciando por movimentos mais rústicos até a reali-zação de movimentos complexos do estilo golfinho, assi-milados mais naturalmente aos 07 anos.

Podemos afmnar que é o período mais significativo para O

aprendizado dos estilos, mergulho elementar e melhora dascondições das vias respiratórias e, conseqüentemente, dosmúsculos envolvidos no processo (estemoc!eidomastóideo- peitoral- abdominal- diafragma - intercostais).

- Caracterização dos movimentos específicos da pemada- Coordenação dos movimentos da propulsão das per-nas e braços.

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- Coordenação das pernas, braços e respiração específica.~ Atlvidades recreativas.

Durante o período Pré-Operacional é comum encontrarmoscrianças que atingem em deteminadas fases da aprendizagem"platôs", permanecendo por períodos prolongados na mes-ma fase. Exemplo: uma criança de 04 anos permanece durante04 meses na fase de coordenação das pernas, braços e respi-ração específica. Até então seu desenvolvimento foi acelera-do, mas nessa fase temos a impressão de que "parou", fatocomum, pois maturacionabnente ainda não atingiu os movi-mentos mais ftnos e complexos exigidos para a tarefa.

SISTEMAS INTER-RELACIONADOSe ORGANIZADOS

FIM DO EQUILÍBRIO ESTÁVELCOMPORTAMENTAL

Período de agrupamento de novos conceitos, desenvolvimen-to de noções de distãncia, comprimento e organização. Casoas crianças tenham aprendido e desenvolvido as habilida-des dos nados, iniciam a fase do aperfeiçoamento da técni-ca, o aprendizado das saídas e viradas, a participação nosfestivais e iniciação competitiva.

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Nesse período as crianças possuem uma concepção rudi-mentar de tempo, espaço, número e lógica.

- Aperfeiçoamento da técnica dos nados crawl, costas,peito e golfinho.- Aprendizado das saídas, viradas.- Desenvolvimento dos exercícios de nado combinado(medley).- Participação nos festivais.- Iniciação competitiva.- Desenvolvimento de habilidades como: saber o seu tempoem determinados percursos; merragem dos treinos; ritmo eespaço.

Período de desenvolvimento do pensamento causal, lógico eexperimentação científica. O indivíduo, ao alcançar a puber-dade, adquire uma visão mais crítica do mundo que o rodeia,procura a independência dos pais, gerando conflitos. Na nata-ção desenvolvemos as habilidades como o aperfeiçoamentodos nados, defInição das provas específIcas para nadadores

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velocislaS, meio fundistas e fundistas e o condicionamentopara a natação ou para os diversos esportes.

No outono de 1998 fui procurado pelo atleta Alexandrepara desenvolvermos treinamento específico para veloci-dade, haja vista seu desempenho numa clínica de nataçãorealizada nos USA.

Durante o inverno, quem me procurou foi seu irmão Bruno,que adora futebol e procurou a natação para melhorar o seucondicionamento. Muitos desses casos ocorrem nas esco-las, academias ou clubes de natação.

- Condicionamento físico;- Correções posturais;- Fortalecimento dos músculos envolvidos no processorespiratório ou específico de cada esporte;- Treinamento de atletas velocistas, meio fundistas efundistas;- Treinamento de médio nível;- Participação em travessias de médio percurso (até 10.000metros).

EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA

PENSAMENTO LÓGICO

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APRENDIZAGEM ATRAVÉSDA RESPOSTA CONDICIONADA

Tem como base e origem o condicionamento clássico dePavlov, que, ao trabalhar com animais em estado de priva-ção alimentar, criava uma situação de aquisição de novoscomportamentos através da apresentação de estímulos con-siderados prioritamente neutros e posteriormente condicio-nados no organismo dos animais.

Pavlov, ao apresentar o som de uma campainha (estímuloneutro )seguido do alimento ao cachorro, percebeu que este,no intervalo de tempo da escuta do som e a apresentaçãodo alimento (estímulo condicionado), salivava, ou seja,um estímulo (som) incialmente neutro incorporou-se aoorganismo do cachorro, tomando-se um estímulo condi-cionado.

Esse método é muito utilizado pelos professores de nata-ção na faixa etária O a 02 anos, no período senso-motor,proposto por Piaget, por se tratar de um períodocomponamental e pouco cognitivo.

- Aula para a faixa etária 12 meses. Através do estímulomusical (neutro), condicionamos a criança que, em deter-minado momento, ela afundará a cabeça ou sua cabeça seráafundada, tomando o estímulo musical condicionado.

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- Na p. 39 do livro "Natação para o meu Neném",observamos o seguinte exercício: "Irrite um pouquinho acriança e retire-a do fundo somente quando ela intensificasua atividade. Ela descobrirá a relação entre espemear e serretirada do fundo e logo tentará acelerar esta retirada, inici-ando mais cedo os movimentos". Espernear tomou cará-ter de sinal, isto é, a criança associa determinada con-duta a determinada expectativa.

É um método proposto e desenvolvido por Thorndike,em que a motivação é a condição fundamental.

Determinados comportamentos são elogiados ou recom-pensados e outros não. Aprendizagem reforçando o êxito.

Presente em todas as atividades físicas, principalmente quan-do o professor está diante de um grupo de alunos heterogê-neos e propõe determinado exercício. Alguns alunos reali-zam, outros não, dependendo do nível do exercício ematuracional.

Na natação não poderia ser diferente, pois está presente namaioria das aulas, principalmente no início quando aindadesconhecemos a realidade e o nível do aluno.

Em uma situação de teste ou em aulas para deficientes men-tais, praticamente utilizamos exercícios que poderão ou nãoserem realizados pelos alunos.

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- Flutuabilidade - Quando propomos um exercício deflutuação, caso O aluno não obtenha êxito, propomos aalternativa de realizar os movimentos de perna; não conse-guindo, alternamos para mudar o posicionamento dos bra-ços e assim sucessivamente até acertar.

- Há alguns anos atrás ministrei aulas para Viviane, porta-dora da Síndrome de Het. A maioria das estratégias adotadasnas aulas foram baseadas no erro e acerto.

A impressão que tinha era que estava "tateando no escuro",pois além de desconhecer a aluna, também desconhecia asíndrome. Sendo assim, procurei observar os estímulosquc a atraíam para que pudesse criar um elo de comunica-ção. Após várias tentativas e fracassos, optei pelo estímulomusical e foi estabelecida a via de comunicação.

o SUCESSO DESTE MÉTODO É O MAIORNÚMERO DE ESTRATÉGIAS.

APRENDIZAGEM ATRAVÉS DASAPROXIMAÇÕES SUCESSIVAS

O princípio básico deste método é, através de um objetivoproposto, desenvolver uma cadeia de elos que seinterdependem e na qual a condição básica é a de realizar oelo ou etapa anterior com sucesso.

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Exemplo na natação:Objetivos:

- Criança dos 06 aos 24 meses - Saltar, movimentar-sepor baixo da água, emergir e segurar nas nossas mãos.

Elos:1. Adaptação ao meio líquido - molbar a nuca e orosto da criança.2. Afundar a criança e passar para a mãe.3. Ser afundada e ser retirada do fundo.4. Ser afundada - espemear - perceber as nossas mãos- agarrá-Ias, ser puxada e retirada do fundo.5. Saltar sem afundar o corpo e sentir nossas mãos.6. Saltar - mergulhar a cabeça e o corpo - movimentar-sepor baixo da água - emergir e segurar nossas mãos.

Objetivos:- Aprendizagem dos nados crawl- costas - peito e golfinho.

Elos:1. Adaptação ao meio líquido2. Respiração Geral3. Flutuação ventral, dorsal e vertical4. Propulsão das pernas5. Propulsão dos braços6. Coordenação dos braços e das pernas7. Respiração Específica8. Coordenação de braços, pernas e respiração(nado completo)

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Retomando à introdução, enfatizamos a importãncia de nosafastarmos dos modelos de aprendizagem mecanicista edetalhista, pois são modelos utilizados pelos que priorizama técnica e não a pedagogia do movimento. Ao utilizarmosa Gestalt, preconizamos a aprendizagem dos movimentosatravés do todo ou do movimento global. Na realidade oque a pedagogia nos mostra é a importância de desenvol-vermos exercícios que não tragam dificuldades à sua reali-zação. mas sim movimentos simples, de fácil execução eentendimento por parte do aluno. Ao orientarmos o aluno,quanto mais fácil o exercfcio ou menos explicações ou de-talhes, melhor será sua compreensão.

- O aprendizado da braçada dos nados. Podemos ensi-nar conduzindo os movimentos da braçada, sem a preo-cupação dos detalhes, como sai e entra a mão na água, oucomo são os movimentos submersos. Simplesmente, po-demos conduzir os movimentos ou solicitar ao aluno queimite os movimentos realizados pelo professor, dizendo-lhe "Um braço entra na água e outro sai "ou então "Umbraço sente calor (dentro da água) e outro sente frio (forada água).

- Através da música podemos orientar o movimentodos braços dos nossos alunos: "O bracinho do crawlzinhofaz assim - tcham - tcliam - o bracinho do crawlzinho faz

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assim - tcham - tcham - cotovelo levantado o bracinho"esticado" o bracinho do crawlzinho faz assim - tcham -teham".

Quando iniciamos os movimentos de uma maneira glo-bal, utilizamos o hemisfério direito cerebral.

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A estratégia do modelo ortodoxo da aprendizagem na nata-ção é a realização das aulas sem a preocupação com a faixaetária e principalmente com os níveis dos alunos. Algumasescolas de natação, para baixar os custos e manter um nú-mero baixo de professores. ainda adotam esse modelo.Assim, alunos que estão aprendendo a adaptação ao meiolíquido, realizam aulas com os que já nadam o crawI com~pleto ou alunos de 08 anos realizam aulas com adultos.

Outro modelo ortodoxo realizado é o de aulas com umnúmero elevado de alunos para cada professor, falhandoinclusive no aspecto da segurança.

Quanto ao primeiro modelo, é interessante formarmos gru-pos de alunos da mesma faixa etária e do mesmo nívelpedagógico e, no segundo modelo, termos o número ideal

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de alunos por professor. Para que isso aconteça, precisa-mos observar a profundidade da piscina e os níveis.Por exemplo: Nas aulas de natação para adaptação ao meiolíquido, respiração geral e f1utuabilidade em piscinas comprofundidade maior que a dos alunos, o número máximode alunos (crianças) por professor seria de 03 alunos e, deadultos, 06 alunos.

Já em piscinas onde "dá pé" para os alunos, esses númerosaumentariam para 06 alunos (criança,) e 10 alunos (adultos).

Podemos dividir uma aula em diferentes níveis, dependen-do das dimensões das piscinas, facilitando inclusive o des-locamento dos pais e acompanbantes. Irmãos em diferen-tes níveis da aprendizagem poderão realizar a aula no mes-mo horário.

Fase posterior à aprendizagem. Quando o aluno aprendeos movimentos dos estilos, como coordenação dos movi-mentos da perna, braços e respiração específica, inicia oaprimoramento ou aperfeiçoamento da técnica e a melhorado condicionamento físico.

Durante a fase do aprendizado, os alunos pouco melhoramsua condição fisiológica, por exemplo aeróbica. A partir doaperfeiçoamento é que acontece significativa melhora.

Podemos também qualificar o aperfeiçoamento de progra-mas de condicionamento.

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Divisão dos níveis pedagógicos na piscina de 20 x 08 - horário: 9:30às 10:15 horas - 3/5 - 03 a 08 anos

IV

IV

I 11 III

Profundidade Profundidade1.00 metro 1.50

Níveis Alunos (máximo) ProfessoresI 06 0211 08 01III 08 01IV 16 01

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NIVEIS DE APRENDIZAGEM 03 a ORANOSNÍVEL] NIVEL 11 N VEL 111 NI ELIVlambari cavalo-marinho cação dourado

adaptação ao adaptação ao meio aperfeiçoamento aperfeiçoamento crawlmeio lí uido ml li uidom I crawl e costas m 1 costas ~J?,?_it9._1)11 "respiração geral respiração geral !TI I propulSão das propulsão das ~ml crnas ml pºrrt~_~__lJl.!

flutuabilidade flutuabilidade propulsão dos propulsão dos "ml 111) braços ml bra os mlpropulsão das propulsão das coordenação br/pr coordenação br/p

emasml crnas ml ml ml'" propulsão dos propulsão dos respiração respiração espccíti"ca c:'" bra os m2 braços m I es ecífica 1112 m2

coordenação coar enaçao r pr nado ,)Cito --- nado borboletabr; r m2 111\ cOIll)lcto 1112 m2

nado crawl e resplraçao mergulho sa-idas c viradas !TI2 "-,costas m2 es ecífica!TI2 elementar 1112

saltos nado craw! c costas iniciação "j-ti"iciaçãom2 m2 com etitiva 1112 com etitiva 1112

sobrevivência m2 sobrevivência 1112 sobrevivência 1112 salvamento 1112

saltos m2 sobrev"ivênc(a'dura ão das aulas: 45 minutos módulo 01: ml -16 aulas

fre üencia semanal: 2 aulas módu)o 02: m2 - 16 aula

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NIVEIS DE AI'RENDIZAGEM 09 a 12 ANOSNÍVEL I NíVEL 11 NIVEL III!!olfinho boto cor-de-rosa tubarão

adaptação ao meio líquido 1111 aperfeiçoamento crawl- iniciação ao treinamento 111 Icostas ITI 1/2 peito-

"Jolfinhoresniracão 'cral !TI I saídas e viradas ITI 1/2 saídas e viradas ITI 1/2flutuabilidadc 111 I iniciação competitiva iniciação competitiva 111 1/2

ITI 1/2propulsão das pernas/braços salvamento tn 112 salvamento 111 1/2

1111 sobrevivência sobrevivênciacoordenação pernas/braços desenvolvImento desenvolvimento acr6bio

ITII ael:6bio ITI 1/2 ITI 1/2resoiracào esoecí fica ITI 112 teclllca 111I 2 tecl1Ica m 112nado cmwl e costas ITI 1/2

saltos ITI 1/2sobrevivência 11l 1/2

duração da aula: I/li 45 111 - 60 a 90 minutos módulo 01: 16 aulasminutos

freqüência semanal: mOdulo 02: 16 aulas'3 a 5 aulas

* ou contínuo

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Divisão dos alunos dos 03 aos 08 anos e dos 09 aos 12anos, com objetivos de diferenciar os alunos quanto aoaspecto maturacional, pedagógico e psicológico. Evidente-mente que os alunos de 03 aos 08 anos apresentarão umtempo de aprendizagem maior que os alunos de 09 aos 12anos, devido ao aspecto maturacional. Sendo assim, osalunos de 03 aos 08 anos foram divididos em 04 níveis e osalunos de 09 aos 12 anos em 03 níveis.

Podemos com objetivos motivacionais determinar nomesde peixes para os níveis: larnbari, cavalo-marinho, cação,dourado, golfinho, boto cot-de-rosa e tubarão, do menorpara o maior peixe. Muitas escolas utilizam distintivos dospeixes quando as crianças passam de níveis ou adotamtoucas de diferentes cores, geralmente as cores da escola.

Aplicabilidade mais fácil nos clubes e escola de espones,com períodos mais rígidos de início dos programas denatação, como de janeiro a junho ou de agosto a dezembroou em escolas de natação com filas de esperas nos horári-os (fato difícil de encontrarmos nos tempos alUais) eaplicabilidade mais difícil nas escolas particulares de nata-ção, onde o "tum-over", entrada e saída dos alunos, é gran-

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de. Mesmo assim, deveria constar dos planejamentos dasescolas, pois é de grande valia para acompanharmos a evo-lução pedagógica dos alunos.

Após os alunos aprenderem o nado, iniciam a fase do aper-feiçoamento, em que introduzimos a iniciação competltiva:

l.a etapa: tomada de tempo individual, observando e com-parando o tempo do aluno com o próprio aluno. Após a toma-da de tempo individual durante 08 semanas, passamos para ...

2.a etapa: tomada de tempo coletiva, observando e com-parando o tempo do aluno com o próprio aluno, mas não ocolocando sozinho na tomada, mas com outros compa-nheiros. O professor não compara os tempos, deixandoesta tarefa para os alunos. Após a tomada de tempo comoutros alunos durante 04 semanas, passamos para..

3.a etapa: Participação em festivais internos, eventoscom objetivos lúdicos nos quais a premi ação é igual paratodos, com duração no máximo de 60 minutos.Os tempos são cronometrados, não com objetivos de disputade lugares, mas com o de melhorar os tempos individuais.

Oportunidade para os alunos conhecerem os alunos de ou-tras turmas e os pais iniciarem o aprendizado do ambientecompetitivo. Após a realização de 02 a 04 festivais inter-nos, passamos para..

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4.a elilpa: Participação em festivais externos, eventos comobjetivos lúdicos semeJhantes aos do festivais internos, com aparticipação de duas ou mais escolas, com o objetivo de oaluno e os pais conhecerem outros ambientes (escolas, clu-bes, centro educacionais etc.). Após a participação em váriosfestivais, o aluno estará pronto para iniciar nas competições,desde que sejam adequadas ao seu nível, idade e objetivos.SALTOS: Atividades básicas do mergulho elementar. ExercÍ-cios de saltar da borda,sentado ou em pé, com objetivos deaprender a saltar. Exigimos somente o salto sentado ou em pé,não propriamente o mergulho. que será assimilado no mergu-lho elementar.

SOBREVIVÊNCIA: Ensinar os alunos a flutuar num lu-gar mais fundo do que a sua estatura durante um tempodeterminado. Flutuação nas diferentes posições, como ver-tical, horizontal e dorsa!. Nadar e alterar as posições. Porexemplo: JOmetros crawl, 05 metros costas, 10 crawl. Des-locar-se na água com coletes salva-vidas, de roupa. Levaros alunos a locais com maior profundidade ou nadar nomar, rios, lagos ele. Sempre com critérios e sob a orienta-ção dos professores.

SALVAMENTO: Ensinar regras básicas de salvamento,como - noções sobre profundidade, correntezas dos riose praias, aprender a nadar com nadadeiras e flutuadores(auxiliar no salvamento). Noções sobre transporte e técni-cas respiratórias, desobstrução das vias respiratórias.

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DESENVOLVIMENTO AERÓBIO: Atividade física emque utilizamos prioritariamente o sistema de energia oriun-do do oxigênio, proveniente do ar que respiramos atravésda cadeia respiratória. Éo sistema primário de obtenção deenergia. Quando os alunos desenvolvem esse sistema, pra-ticamente estão desenvolvendo sua base aeróbica, primor-dial para seu futuro desempenho como atleta ou indivíduosadio, pois realizar atividades aeróbicas significa aumentaro número de capilares funcionais e melhorar a capacidadede trocar o C02 (dióxico de carbono) pelo oxigênio.

PLANOS DE AULAS• TEMA: Aprendizagem• OBJETIVOS: Propulsão das pernas.• FAIXA ETÁRLA: 04 anos.• NÍVEL MATURACTONAL: Alunos qne estão no períodopré-operacional proposto por Piaget. Espera-se que a coor-denação mais fina já apresente os seus primeiros sinais.• DURAÇÃO: 45 minutos.• FREQUÊNCIA SEMANAL: 2 vezes.• NÍVEL!: 5' Aula

1. Exercício fora da água: com uma prancha na mão, baternuma bola e não deixá-Ia cair no chão.2. Exercício de respiração geral, em forma recreativa.

PARTE PRINCIPAL - 30 minutos

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1. Deslocar-se na água na vertical, cantando a música dochapeuzinho vermelho.2. Brincar de pega-pega, deslocamentos frontal e lateral.3. Deslocamento lateral- caranguejo.4. Foguetinho - deslocamento frontal com propulsão das per-nas.5. Deslocamento dorsal com a prancha nos joelhos.6. Deslocamento frontal com a prancha.7. Deslocamento na vertical, correndo, pegar objetos nofundo da piscina.8. Foguetinho de frente, altenar para costas a cada 2 metros.9. Deslocamento frontal com a prancha, levando materiaisem cima da prancha.10. Roda gigante - os alunos seguram no braço do profes-sor e este gira algumas vezes.

1. Brincar de saltar, imitando o professor.2. Brincar de tirar a tonca do professor.3. Brincar de gira-gira - o professor segura uma das mãosdo aluno e gira algumas vezes.

OBJETOS: Adaptação ao meio líquido.FAIXA ET ÁRIA: 06 anos.NÍVEL MATURACIONAL: Alunos no período pré-operacional proposto por Piaget.DURAÇÃO: 45 minutos.

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FREQÜÊNCIA SEMANAL: 2 vezes.2' Aula do programa

l. Exercício fora da água - "morto - vivo".2. Irnitarum "gigante" - imitar um "anãozinho".3. Sentar nas pranchas quando a música parar de tocar.4. Exercício na água, cantiga de roda, ciranda, cirandinha,dramatizando e interpretando.

1. Deslocar-se na água na vertical, cantando a música dochapeuzinho vermelho.2. Imitar gestos - quando acordar, espreguiçar, escovar osdentes e lavar o rosto.3. Deslocamentos frontal com O aquatubo, em duplas ou trios.4. Andar no cavalo marinho. Aquatubo entre as pernas.5. Roda cantada, música do caranguejo.6. Roda cantada, música da galinha do vizinho.7. Brincadeira da centopéia.8. Os alunos seguram uma prancha, explorando o planeta X.9. Deslocamentos com a prancha na posição vertical. Lan-cha supersônica.10. Roda gigante.

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I. Brincar de pegador.2. Brincar de tirar a touca do professor.3. Pêra ou maçã.

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I. Adaptação ao meio líquido2. Respiração geral3. Flutuação ventral - dorsal - vertical - lateral.t. Propulsão das pernas5. Propulsão dos braços6. Coordenação das pernas e dos braços7. Respiração específica lateral - frontal8. Coordenação das pernas/braços e respiração

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SEQÜÊNCIA PEDAGÓGICA COMUM AOS 4NADOS DE NATAÇÃO

1. Adaptação ao meio líquido: fase inicial do aprendizadodos nados crawl, com objetivos de adaptar o aluno à escola,estrutura da piscina (comprimento, largura, profundidade),aos professores. funcionários. A paciência e o número deestratégias específicas são marcantes neste período. Con-vém ao professor diminuir a ansiedade e não acelerar dema-siadamente os exercícios, podendo afastar precocemente osalunos das aulas. O aluno, quando inicia o aprendizado danatação, possui, através de suas vivências anteriores, experi-ências positivas ou negativas quanto ao aprendizado não so-mente da natação, mas de outras atividades. Caso tenha umavivência negativa - a "tia" do jardim ou maternal não se rela-ciona bem com a aluna, esta pensará que o comportamentoda "tia" da piscina será semelhante. Sendo assim, estratégiascomo: brincadeiras, músicas, o professor na água, transmi-tindo segurança e energia, brinquedos são bem vindas nesteperíodo. A natação ortodoxa pantia do princípio de que aprimeira etapa do aprendizado era a propulsão das pernas.Simples para os professores que permaneciam durante otranscorrer da aula do lado de fora da piscina, colocandof1utuadores e prdIlchas nos alunos.

Posteriormente observaram o quanto estavam errados, dis-pensando a fase da adaptação ao meio líquido. Muitas can-tigas realizadas em terra podem ser adaptadas aos exercíci-os na água. como por exemplo: ciranda, cirandinha; atirei

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um pau no gato; a galinha do vlzlnho; chapéuzinho verme-lho. etc.

'\Iuiros professores como Fontanelli utilizam interessantesestratégias durante a adaptação ao meio líquido. Uma dasidéias é colocar bacias na borda da piscina com brinque-dos e água na mesma temperatura que a da pisclna. A cri-ança ficará brincando dentro da bacia durante o início daaula, enquanto as outras crianças já adaptadas realizam aaula dentro da piscina. Quando o professor perceber que acriança está mais descontraída, segura a bacia, coJoca-adentro da piscina, gira, criando um clima de "fantasia", atéa água da bacia misturar-se com a água da pisclna; depois,segura a criança pelas axilas - transmitindo mais segurança- e termina o processo. O professor Fontane]]i tem tidosucesso com essa estratégia, eu mesmo tentei algumas ve-zes e os resultados foram favoráveis.

2. Respiração Geral: muitos estranham quando explicosobre a respiração geral, o que a diferencia da respiraçãoespecífica e quais os motivos de incluí-Ia após a adaptaçãoao meio líquido. Para os alunos flutuarem é importante queaprendam a colocar o rosto na água, pois necessariamentenão o colocam na adaptação e para colocar o rosto naágua, também é importante que aprendam o controle darespiração. Normalmente, quando estarnos fora da água,inspiramos pelo nariz e expiramos pela boca.

Na água é conveniente trocarmos inspiramos peJa boca eexpiramos pelo nariz, pelo menos nos primeiros exercí-

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cios, pois inspirar pela boca é mais prudente. Caso pegue-mos água e não ar, facilmente a expelimos pela boca, o quenão seria tão fácil pelo nariz, causando irritações. Para arealização de uma boa tlutuabilidade é necessário colocar acabeça na água, com objetivos de diminuir a resistênciafrontal e melhorar a posição horizontal. Portanto, a respira-ção geral auxilia a tlutuabilidade e ensina os alunos a respi-rar no meio líquido. Alguns exercícios auxiliam a aprendi-zagem da respiração geral: caranguejo (caranguejo, caran-guejo, faz tchibum, faz tchibum).

3. Flutuabilidade: basicamente a diferença de tlutuabilidadeocorre entre o estilo costas e os estilos crawl, peito e golfinho,diferença em relação à posição do corpo na água; enquantono estilo costas a posição do corpo é dorsal, nos outros esti-los, ventral. Sendo assim, podemos, durante a fase datlutuabilidade, ensinar aos alunos as variações de posição nomesmo período. Esse é um dos motivos pelo qual ensinamosos estilos costas e crawl ao mesmo tempo. Sem a utilização dealguns recursos, o ser humano não deveria tlutuar, devido adensidade do corpo humano ser maior que a densidade daágua. Ao estudarmos a tlutuabilidade dos corpos no meio lí-quido, a água, observamos as seguintes situações:

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a) composição corporal:Aspectos endomórficos - % massa de gordura, ectomórficos- % massa óssea - mesomárficos - % massa muscular. Parauma ótima flutuabilidade sem deslocamento é importante queo indivíduo tenha wna maior massa de gordura e músculos,sem muita hipertrofia. Já durante o deslocamento é importanteque esta porcentagem de gordura seja controlada, por exem-plo: nadadores fundistas geralmente apresentam uma porcen-tagem maior de gordura que os nadadores velocistas; encon-tramos valores de massa de gordura nos velocistas de: mascu-lino - 10% ~ feminino - 12% e nos fundistas: masculino-12% - feminino 14%. O motivo das variações entre velocistase fundistas é devido ao tempo de permanencia na água, ouseja, a duração da prova.

b) Faixa etária:Geralmente as crianças têm mals facilidade para flutuar doque os adultos, devido ao fato de as crianças possuírempouca massa muscular e vlvências anteriores menos negati-vas, possibilitando um melhor relaxamento muscular.

c) Sexo:Devido a fatores biológicos de composição e estrutura cor~poral, as mulheres (quadril mais largo) têm mais facilidadepara flutuar do que os homens.

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Variações da densidade:água potável 250 1.000água do mar 250 1.025corpo humano/homem 0.982 (ar nos pulmões)corpo humano/mulher. .0.971 (ar nos pulmões)gordura humana... . 0.938músculos humanos. ..1.052ossos humanos. . 1.800

Observando os vários aspectos da variação da densidadedo corpo humano, podemos afIrmar que o corpo humanopossui uma densidade maior do que a da água, sendo assim,não poderia flutuar. O que faz o corpo humano flutuar é o arnos pulmões que funcionam como uma bóia e os músculosrelaxados. É importante, no início dos exercícios deflutuabilidade, os professores utilizarem estratégias que dei-xem os alunos relaxados e solicitando que eles encham ospulmões de ar e inspirem profundamente antes da realizaçãoda flutuação.

Podemos variar as posições de flutuabilidade dependendodos objetivos: no estilo costas, - dorsal; outros estilos ven-tral; sustentação ou sobrevivência: vertical ou lateral; sen-sibilidade: lateral.Podemos variar os exercícios de flutuabilidade, utilizandoexercícios de flutuabilidade dorsal (Fig.3) e ventral (FigA),dorsal e lateral ou ventral e lateral, melhorando a noçãoespacial e o conhecimento corpóreo no meio líquido.

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1. Adaptação ao meio líquido2. Respiração geral3. Flutuação ventral - lateral4. Propulsão das pernas5. Propulsão dos braços6. Coordenação das pernas e dos braços7. Respiração específica lateral8. Coordenação das pernas/braços e respiração

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o nado crawl varia de acordo com a individualidade dosnadadores. Quanto à variação da propulsão das pernas eciclo da braçada, o atleta poderá realizar 2 pemadas paracada ciclo (2 braçadas), 4 pemadas para cada ciclo e 6perna das para cada ciclo.

No início dos anos 70, acreditava-se qu~os atletas fundistas,com objetivos de obter uma ótima performance, deveriam rea-lizar 2 pemadas para cada ciclo. Motivo: uma nadadora aus-traliana, Shane Gould, venceu as provas dos 400 m e 800 mnado livre nas Olimpíadas de Munique em 1972, nadando atécnica de 2 pemadas para ciclo. Devido a esse fato, muitostécnicos na época forçavam seus nadadores a nadar com amesma técnica, 2 pemadas para cada ciclo de braços.

Um nadador brasileiro, Djan Madruga, estreando nas Olim-píadas de Montreal em 1976, adotou a técnica de 6 pemadaspara cada ciclo de braçada, provando que os fundistas po-deriam nadar outra técnica além das 2 pemadas para cadaciclo de braçadas.

Evidentemente que a maioria dos nadadores fundistas apre-sentam 2 pemadas para cada ciclo. No mundial de piscinade 25 metros realizado em Gotemburgo, Suécia, em abril de97 a nadadora costa-riquenha Cláudia Pool nadou os 400metros em 4.00.08, utilizando a técnica de 2 pemadas paracada ciclo de braçadas. Geralmente os nadadores que apre-sentam 2 pemadas para cada ciclo são nadadores que pos-

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suem uma ótima flutuabilidade e não necessitam da pernapara sustentação, mas sim, para propuJsão e equilíbrio.

É importante, durante a aprendizagem, enfatizarmos a pro-pulsão das pernas, pois a pemada representa não somentea propulsão, mas equilíbrio e sustentação (flutuação). Mui-tos nadadores incrementam o trabalho de perna ao final daprova para melhorar a sustentação do corpo e diminuir aresistência frontal do corpo em relação à água.

o afastamento entre as pernas no plano vertical deverá sermais ou menos a largura do corpo, a distância do quadril.O movimento parte da articulação coxofernural. significan-do que devem estar retas ou estendidas; desde que o movi-mento seja realizado com toda a perna partindo da articula-ção coxofemural, os movimentos das pernas são realiza-dos com uma pequena flexão.

A pressão da resistência da água deve ser colocada no pei-to dos pés.

Muitos alunos apresentam dificuldades na propulsão das per-nas de crawI, devido a atividade das pernas ser muito específicae que somente se treina na água. Sendo assim, encontramosalunos com gnmde dificuldade. Muitos nem saem do lugar devi-do à especificidade dos movimentos. Estratégias, como a utili-zação de nadadeiras (pé de pato) nos adultos, são bem aceitas.pois melhoram a flexibilidade articular do tornozelo.

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Quanto ao movimento dos braços, a seqüência da entradana água é a mão entrando ligeiramente inclinada para fora,entrando primeiramente o dedão e posteriormente toda amão, punho, antebraço e braço à frente do corpo e na linhado ombro, evitando uma maior resistência frontal.

Ao entrar na água, a mão realiza um pequeno movimentode afastamento lateral, depois em direção à linha medianado corpo com o cotovelo alto, com objetivos de EMPUR·RAR GRANDE QUANTIDADE DE ÁGUA A CURoTAS DISTÂNCIAS EM PONTOS DIFERENTES(princípio de Bernonlli), depois em direção à coxa. Avariação da posição da mão durante a braçada submersa éque detennina movimentos laterais, verticais, alcançandouma melhor força propulsiva.

Adaptação do princípio de Bemoulli realizado por Coun-s11man aos movimentos dos nadadores.

Para Counsilman (1971), existe uma lei natural na natação:quanto maior a velocidade na água, menor a pressão que elaexerce. Já Daniel Bemoulli (1700-1782), matemático holan-dês radicado na Suiça, dizia que quanto maior a velocidadede um fluido, menor a pressão exerci da.

Exercícios de variação da posição das mãos durante asbraçadas poderão ser realizados na fase da aprendizagemda braçada, solicitando ao aluno flutuando ou em pé que

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realize movimentos para a lateral e em diferentes posiçõespara desenvolver sensibilidade. Estes movimentos são cha-mados de palmateios ou de "Sculling".

Os ombros exercem um importante papel na eficiência dabraçada, pois ao utilizarmos os ombros, conseguimos ummaior alongamento e distância da braçada; uma melhor res-piração, quando realizamos o rolamento do ombro, auto-maticamente a cabeça gira. facilitando a respiração.

2 braçadas e I respiração (unilateral)3 braçadas e I respiração (bilateral).j braçadas e I respiração (unilateral)5 braçadas e I respiração (bilateral)

Devemos tomar cuidado quanto ao excesso de bloqueiosrespiratórios, pois quanto mais bloqueamos, mais aumentao nível de eo., na corrente sangüínea, ocasionando doresde cabeça aos- nadadores.

EstratégiasRespiração bilateral:

- Avaliannos a recuperação da braçada contrária à respiração.- Observação do adversário durante a prova.- Nas travessias longas, alterna-se o lado da respiraçãoquando sentimos dores de "lado".

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Melhorar a posição horizontal do corpo, evitando uma re-sistência frontal e conseqüente diminuição da velocidade.O cansaço faz com que o nadador perca a posição ideal .

Acentuar ou incrementar a aceleração da mão duran-te a braçada:

Durante a realização das braçadas, os nadadores não utili-zam sempre e com a mesma intensidade a força de resis~tência e a de sustentação, gerando forças propulsivas. Sen-do assim, no início da braçada, quando os nadadores afun-dam a mão para pegar mais água e sentem o "apoio" daágua, realizam mais força de sustentação da que a de resis-tência. Os nadadores utilizam na mesma proporção a forçade sustentação e a de resistência do meio para o final dabraçada e é neste momento que eles devem incrementar avelocidade, pois estão atingindo O máximo de forçapropulsiva e exigindo força muscular para enfrentar a resis-tência da água.

Realiza-se a seguinte equação F x V = P oU FE, em quetemos F = a força muscular enfrentando a resistência daágua; V = a velocidade da aceleração da mão durante a bra-çada; P é a potência da braçada oU FE., força explosiva dabraçada.

Counsilmann, em 1981, realizou um experimento com maisde 60 ótimos nadadores. Realizou uma série de filmagens

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subaquáticas utilizando um diagrama na frente da câmera,observando as fases da braçada e a aceleração da mão.Chegou à conclusão que a maioria dos nadadores realiza-vam a aceleração progressiva da mão durante a braçada.Nadadores de crawJ iniciavam o movimento da braçada comuma acelaração de 2 pés por segundo, chegavam ao meiocom 8 pés por segundo e finalizavam com 22 pés por se-gundo. O que mais deixou Coulsimann incrédulo foi que aorientação da aceleração da mão jamais havia sido orienta-da pelos treinadores. Os nadadores faziam inconsciente-mente.

Desenvolver a atenção do atleta quanto à eficiência mecâni-ca da braçada.

Relação: porcentagem de esforço x tempo x gastoenergético.

Exemplo: Nadador realizou os 50 metros em 30 segundoscom 40 braçadas, logo após realizou o mesmo exercício em29 segundos com o mesmo número de braçada. Isso signifi-ca que melhorou a eficiência mecânica do movimento. Me-lhorando a técnica, o gasto energético também diminui.

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EXERCÍCIOS PARA ODESENVOLVIMENTO DO NADO CRAWL

I. Na posição vertical, segurar a raia ou apoiar na borda,realizar movlmentos com a perna direita e com a esquerda,no início movimentos lentos e com grande amplitude entrea'i pernas, progressivamente diminuir a amplitude e aceleraros movimentos. Realizar variações utilizando ritmos diferentes.

FiguraS

Por exemplo: 8 movimentos com a esquerda, 8 com a direi-ta, depois 6 com a direita, 6 com a esquerda, depois 4 com adireita e 4 com a esquerda e finalmente 2 movimentos com adireita e 2 com a esquerda. Com os adultos podemos utilizarmúsicas com ritmos diferentes: para pemada lenta utilizarbolems e valsas e nas pemada rápidas, axé music (Fig.S).

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2.Aproveitando o exercício anterior, deslocar-se na água.na vertical, utilizando materiais como flutuadores , pran-chas ou espaguete, enfatizando o movimento partindo daarticulação coxofemoral (Fig.6).

Figura 6

3. Posição horizontal - cabeça na água, braços estendidos,uma mão sobre a outra, braços estendidos, movimentos daspernas, quando não agüentar a respiração, colocar os pés nofundo da piscina e descansar. Continuar o exercício até com-pletar a distância da piscina ou parar até onde der pé (Fig.7).

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4. O mesmo exercício anterior com prancha ou espaguete,trocar o parar e descansar por respiração frontal e contÍ-nua, ou respiração lateral com o braço do lado da respira-ção solto, ao lado do corpo com objeti vo de incrementar orolamento do ombro, facilitando a respiração lateral (Fig.S).

FiguraS

5. Movimentos de pemada com prancha 5 metros com aspernas fora da água (Fig.9a) e 5 metros dentro da água (Fig.9b),com objetivo de sentir a diferença de realizar o movimentosubmerso e o movimento fora da água. No submerso, apesarde mais difícil, a sensação é de que a água prende as pernas,sendo o mais eficiente.

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I. Na posição vertical - em duplas, segurando o espaguetena frente - deslocar-se na água. Variar a posição do espa-guete no alto (Fig.1 Oa e IOb). Mesmo exercícios em duplasrepresentando equipes e disputando entre si. Anota-se otempo de cada equipe. Exercícios interessantes de seremministrados em colônia de férias, acampamentos, hotéis.

2. Em duplas, segurando o espaguete, realizar o movimentodas pernas. Passar para trios e quádruplos (Fig.II).

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3. Em duplas pemada de crawl- um de cada lado, segtrrandouma prancha ou espaguete, realizar o movimento durante 15 a30 segundos, tentando deslocar o companheiro do lugar(Fig.12).

4. Duas colunas - o primeiro de frente e a 5 metros aproxi-madamente dos companheiros, inicia realizando a propul-são das pernas e quando chega aos companheiros, passapor baixo das pernas. Quando chegar ao final da coluna,avisa o próximo. Quando o primeiro da frente passar porbaixo da perna do primeiro da coluna, este, andando, iráaté a borda e aguardará o aviso do primeiro que passoupela coluna e assim sucessivamente até o fmal.

5. Revezamentos perna de crawl - os alunos na posiçãode "jacaré", decúbito ventraJ na água com os braços noplOlongamento do corpo e cabeça entre os braços.

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I. Com os braços submersos, sem elevação dos braços,(fase aérea) flutuando na posição horizontal, realizar os mo-vimento da braçada. Podemos utilizar a música: "Cavoca,cavoca, para achar uma minhoca" (Fig.13).

Figura 132. Segurando a prancha com a mão esquerda, propulsão daspemas, braçada somente com o braço direito. O movimento dobraço direito deverá ser contínuo. Caso o aluno tenha dificulda-de na continuidade e parar o braço na frente, o professor deveráauxiliá-Io. A cada 3 bmçadas, trocar o lado. Na realização dabmçada, realizar a respimção específica do nado cmwl, a lateral(Fig.14).

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3. Realizar o movimento dos braços com auxilio do pro-fessor, que segura as mãos e conduz os movimentos, umamão entra e outra sai da água. Em se tratando de crianças,podemos utilizar a música: "O bracinho do crawlzinho fazassim, faz assim (bis), cotovelo levantado, o bracinho esti-cado, o bracinho do crawlzinho faz assim" (Fig.15).

Figura 15

4. Em deslocamento na água, na posição vertical com ospés mo fundo da piscina, uma mão entra na água e outrasai. Alternar 02 ciclos (4 braçadas) com a cabeça fora daágua e 02 ciclos com a cabeça submersa, sem respirar(Fig.16).

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1. Em pé, tronco inclinado, cabeça dentro da água, braçosatrás do corpo, realizar um giro lateral com a cabeça ten~tando pegar água com a boca. A opção do lado cabe aoaluno escolher, caso seja jovem ou adulto e cabe ao profes-sor escolher, caso o aluno seja criança (Fig.17).

2. Em pé, segurando na borda, tronco inclinado, cabeça den-tro da água, uma mão segurando a borda e outra realizandoo movimento do braço e giro lateral para pegar o ar (Fig.18).

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I. Pemada submersa ventral, sem ou com a utilização denadadeiras; com os braços à frente ou com a prancha.

2. Pemada submersa lateral, sem ou com a utilização denadadeiras; um braço à frente e outro ao lado corpo.

3. Pernada lateral, sem ou com a utilização de nadadeiras;braço esquerdo estendido à frente, braço direito ao ladodo corpo, alternando o lado a cada 6 pernadas.

4. Pernada vertical, variando a posição dos braços, assimcomo das mãos; braços ao lado do corpo, movimentandoas mãos, mãos na nuca (Fig.20b), Segurar a prancha nafrente do corpo (Fig 20a),

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1. Revezamento acumulando pranchas. Cada participantecom uma prancha, na troca, o 2' leva duas pranchas, oterceiro 3 e assim sucessivamente.

2. Revezamento com pranchas. O primeiro aluno da turma comuma prancha que, na troca, entregará para o companheiro.

3. Revezamento com prancha. Um dos companheiros ficarána piscina do lado fora. O primeiro com uma peça de roupa,por exemplo: \Una saia, leva até o companheiro de fora, veste eretoma com a prancha; o segundo levará a blusa; outro, obatoo; O próximo, a peruca etc. Termina o revesamento quan-do a equipe conseguir vestir primeiro o companheiro do ladode fora. Depois disso uma foto com todos os participantesil'

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I. Braço esquerdo estendido, braço direito realiza a braça-da, enfatizando bem a propulsão das pernas. Trocar o bra-ço a cada 2 ou 3 braçadas (Fig. 21).

Figura 21

2. Posição lateral, um braco ao lado corpo e outro estendi-do. Realizar 6 pemadas e 3 braçadas sem respirar e alternaro lado. Respiração lateral.

3. Realizar uma distância curta de J 5/20/25 ou 50 metros,contando o número de braçadas. Marcar o tempo ecompará-Ia com outro tempo, observando a melhora daeficiência. Caso o aluno faça o mesmo tempo ou melhorcom o mesmo número de braçadas. significa que melhoroua eficiência mecânica da braçada.

4. Realizar a braçada, durante a recuperação (fase aérea),tocar os dedos nas axilas, enfatizando a elevação do coto-velo na recuperação. Importante: não deixar o aluno preju-dicar O final da braçada submersa (Fig. 22).

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S. Respiração bilateral, variando no máximo 5 braçadas e Irespiração.

1. Nadar preso a um tubo cirúrgico (referências 202, 204ou 206) e dependendo da faixa etma (202 é a mais fraca),realizar estímulos 8x30s. Na ida realiza o movimento contrao elástico (força e resistência muscular) e na volta a favordo elástico (velocidade).

2. Nadar com a cabeça fora da água, queixo no nível daágua, propulsão forte das pernas (Fig.23).

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2. Revezamento, levando uma bexiga cheia na boca e na-dando com a cabeça fora da água.

3. Em duplas, o aluno da frente realiza o movimento debraço e o de trás, de pernas (Fig. 24).

Figura 24

4. Em duplas, um segurando a mão do outro. Realizar abraçada completa com respiração lateral (Fig. 25).

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5.Revezamento, nadando de roupa. Somente de calça, ca-miseta ou traje completo.

1. Praticamente o crawl é o nado mais utilizado nas provasde nado livre, em que os nadadores podem nadar qualquerestilo e trocar durante as provas.

2. Durante a saída e as viradas, os nadadores podem reali-zar movimentos submersos (pernada de golfinho) até os 15metros. A referência é a cabeça.

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fiCHA DE AVALIAÇÃO DO NADO CRAWLUtilizar somente no aperfeiçoamento

Conceito da técnica

POSIÇÃO DO CORPO

1. Posicão elevada do COrDa 1 2 3 4 52. A água passa por cima da nuca I 1 2 3 4 53. Flutuabilidade 1 2 3 4 5

MOVIMENTO DAS PERNAS

I. Tornozelos estendidos e relaxados I 2 3 4 52. Os pés saem da água I 2 3 4 53. Perna estendida no final da fasedescendente 1 2 3 4 54. Afastamento das pernas lateralment~ 1 2 3 4 5

MOVIMENTOS DE BRAÇOS E COORDENAÇÃO

I. O braco entn! ligeiramente flexionado I 2 3 4 52. A mào entra fora da linha do ombro I 2 3 4 53. Um braco esoera o outro 1 2 3 4 54. A mào realiza o movimento para fora I 2 3 4 55. O cotovelo alcança sua máxima flexào 1 2 3 4 56. Braço estendido no final da braçada 1 2 3 4 57. Movimento da mão submersa é comoc um "s" invertido 1 2 3 4 58. Recuperação da mão 1 2 3 4 59. A cabeça abaixa antes das mãosentrarem na água I 2 3 4 5

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1. Adaptação ao meio líquido2. Respiração geral3. Flutuabilidade dorsal4. Propulsão das pernas5. Rolamento dos ombros6. Propulsão dos braços7. Coordenação dos braços e das pernas8. Respiração específica9. Coordenação das pernas I braços e respiração.

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A proteção do professor durante a aprendizagem daf1utuabilidade dorsal é de suma impOltância. Uma boa es-tratégia é apoiar a cabeça do aluno com uma das mãos eapoiar a parte inferior da coluna com outra mão. À medidaque o aluno adquira confiança na posição, soltamos pri-meiramente a mão que apoia a coluna e posteriormente amão da nuca. Lembre-se que nesta fase nenhum materialsubstitui a segurança do professor.

A pemada é a "chave" do sucesso do nado costas. O na-dador deverá desenvolver uma pemada forte para um me-lhor posicionamento horizontal corpóreo, evitando umamaior resistência frontal. Melhorar a força abdontinal tam-bém auxilia o nadador de costas a manter o seu quadrilelevado, mas exercícios visando a melhora da tonicidade eresistência abdominal deverão ser:

Incrementados a partir do aperfeiçoamento ou condiciona-mento. Quando o nadador desenvolve boa propulsão das per-nas e força abdominal, observamos a elevação do quadril quefica na linha da superfície da água. Durante os movimentos daspernas, os pés devem permanecer soltos. Como no nado crawl,os movimentos partem da articulação coxofemoral e não dosjoelhos, como acontece com a maioria dos nadadores loiciantes.

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Iniciamos a recuperação da braçada com a palma da mãopróxima ao corpo, com ênfase na elevação do ombro e odedão vollado para cima. O importante nesse momento éque o braço saia estendido da água, porém relaxado (estaposição favorece ao iniciante não "jogar" água no rosto).

Na altura da cabeça, quando o braço permanece num ângulode 900 em relação ao tronco, a mão realiza um giro econsequentemente o braço entra estendido na água no prolon-gamento do ombro, com o dedo núnimo entrando primeiro(esta posição favorece uma menor resistência frontal (ombro)e diminui o atrito da mão com aágua (dedo mínimo).

A entrada da mão na água, no final da recuperação e inícioda braçada, é realizada com o dedo mínimo para uma me-lhor posição hidrodinâmica. Atletas que "batem" as costasda mão na água geram atritos, perdendo velocidade e pro-fundidade. Muitos atletas puxam a água imediatamente apósa entrada da mão na água, isto representa um erro, pois éimportante afundar a mão aproximadamente 20 centíme-tros abaixo da superfície da água.

Um fator determinante·e que auxilia a mão á afundar é aelevação do ombro contrário, do braço que neste momento

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realiza a fase aérea. Caso o nadador não afunde a mão noinício da braçada, realizará o movimento na maior distância eempurrando a mesma água, contrariando o princípio deBernoulli, que preconiza "uma maior quantidade de águaa uma curta distância e em pontos diferentes". Logoapós o nadador afundar a mão, muda a direção do movi-mento, dedos para a lateral ou ligeiramente para cima, em-purra a água para trás e para baixo e no final da braçadaempurra a água para baixo (força de sustentação), com obje-tivos de auxiliar a elevação do quadril e diminuir a resistênciafrontal. A braçada na fase submersa é finalizada com a pal-ma da mão próxima da coxa com o dedão para cima.

A CABEÇA FIXA E OS MOVIMENTOS DOS OM-BROS ACO;\IPANHANDO OS BRAÇOS SÃO DE-TALHES IMPORTANTES.

1. Durante a saída e as viradas é permitido ao nadadorrealizar movimentos de propulsão das pernas submerso atéos 15 metros. A referência utilizada é a cabeça.

2. No procedimento da virada é permitido ao nadador per-der a posição horizontal, inclusive realizando a "cambalho-ta", desde que não caracterize pemada de outro estilo (al-guns nadadores, erroneamente, quando se viram longe daborda realizam a propulsão das pernas de crawl , no planofrontal. Durante o procedimento da virada de costas parao peito nas provas de medley, aplica-se a regra da chegada

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do estilo costas que deverá ser na posição dorsal e nãofrontal. Sendo assim a regra da virada de costas não aplica-se a virada de costas para peito no medley pois trata-se dachegada de um estilo para o outro aplicando-se a regra dachegada do costas - sem r,erder a posição dorsal.

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EXERCíCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DONADO COSTAS

I. Sentado na borda da piscina, propulsão das pernas ten-tando livrar os pés de um chinelo (Fig.26).

2. Propulsão das pernas com os braços ao lado do corpo(Fig.27).

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3. Propulsão das pernas, braços ao lado do corpo, enfatizara 6' pernada.

4. Propulsão das pernas, braços no prolongamento do cor-po, uma mão sobre a outra (Fig.28).

5. Propulsão das pernas, segurando a prancha com asmãos e braços estendidos, prancha sobre os joelhos (evi-tando assim tirar os joelhos fora da água) (Fig.29).

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1. Deitar na borda da piscina, realizando o movimento dosbraços. O corpo do nadador fica fora da água e somente obraço realiza o movimento na água (Fig. 30).

2. Nadar movimentando somente o braço esquerdo, braçodireito ao lado do corpo (muitpoos professores, baseadosnos exercícios de crawl, orientam seus alunos à colocar obraço que não movimenta no prolongamento do corpo, estaposição não é interessante, pois prejudica o movimento doombro que auxilia o braço contrário a afundar) (Fig. 31).

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3. Nadar movimentando somente o braço direito, braçoesquerdo ao lado do corpo.

4. Nadar 2 braçadas com O braço direito e 2 braçadascom o braço esquerdo.

I. Propulsão das pernas, trazendo altemadamente os om-bros no queixo (Fig. 32).

I. Nadar costas completo, enfatizando os ombros respirare soltar o ar na mesma braçada. Respira na saída da mão esolta o ar do meio para o final da braçada.

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I. Propulsão das pernas,braços no prolongamento do cor-po, dedos entrelaçados, manter o quadril alto (Fíg.33).

2. Propulsão das pernas, braços no prolongamento do cor-po, segurar uma prancha na posição horizontal (Fig.34).

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3. Propulsão das pernas, braço esquerdo no prolongamen-to do corpo e braço direito ao lado do corpo (Fig.35).

4. Propulsão das pernas, braço direito no prolongamentodo corpo e braço esquerdo ao lado do corpo.

5. Propulsão das pernas com nadadeiras, braços estendi-dos no prolongamento do corpo (Fig.36).

Figura36

Braçada:

1. Nadar com braçada dupla (importante para corrigir pos-sível entrada de braço errado, além da linha do ombro.aumentando a resistência frontal).

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2. Movimentar o braço mais ou menos a 90' e relaxar.(Fig.3?).

4. Nadar com O braço direito a cada 4 a 6 braçadas, trocarpara o braço esquerdo.

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5. Nadar enfatizando o "rolamento" dos ombros, facilitan-do a profundidade do braço contrário (Fig. 39).

1. Nadar uma detel111jnadametragem de costas com pernadasubmersa de golfinho até os 15 metros.

2. Nadador preso a um tubo cirúrgico (202-204-206) reali-zar estímulos de 8x30s. Na ida realizando força e na voltanadando a favor do elástico.

Figura 40

4. Nadar 25 metros com movimento das pernas fone.

103

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5. Nadar costas partindo da posição venical, com granderesistência frontal, passando para a posição horizontal commuita aceleração da braçada.

FICHA DE AVALIAÇÃO DO NADO COSTAS(utilizar somente no aperfeiçoamento)

Conceito da técnica

POSIÇÃO DO CORPO

1. Posicão elevada dos auadris I I 2 3 4 52. Agua passa na altura da orelha I 2 3 4 53. Cabeça fixa I I 2 3 4 5

MO~ENTOSDASPERNAS

1. Pés estendidos e relaxados I I 2 3 4 52. Os Dês e .oelhos nào saem da á!ma I I 2 3 4 53. Perna estendida no final da fase I I 2 3 4 54. Afastamento das pernas entre 30° e 50° I I 2 3 4 5

MOViMENTO DOS BRAÇOS E COORDENAÇÃO

1. Entrada da mão na á{lli3 I 2 3 4 52. Profundidade da bracada 30" I 2 3 4 53. Recuoeração da bracada I 2 3 4 54. lnspiração o ar na recuperação de umbraco C solta o ar no outro I 2 3 4 55. Posição dos ombros I 2 3 4 56. Saida do braço na água I 2 3 4 57. Final da braçada 1 2 3 4 5

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NADO PEITOSeqüência pedagógica

1. Adaptação ao meio líquido2. Respiração geral3. Flutuação ventral - vertical4. Propulsão das pernas5. Propulsão dos braços6. Coordenação das pernas e dos braços7. Respiração específica frontal8. Coordenação das pernas I braços e respiração

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Apesar dos professores e técnicos erroneamente denominá-Ia de nado clássico, modemamente é denominado PEITO.Clássico é mais ortodoxo. Nado ou estilo peito origina-sedo inglês Breastroke. É o nado que mais sofreu moditica-ções nos últimos anos. Na década de 60 muitos nadadores,principalmente russos e americanos, que dominavam o esti-lo, davam maior ênfase à propulsão das pernas, os braçossomente alisavam a água.No final da década de 60, um atleta brasileiro destacou-semundialmente, José Silvio Fiolo, muito bem treinado peloProf. Roberto de Carvalho Pável. Fiolo, ao superar orecorde mundial nos 100 metros nado peito com a marcade 1.06.67, causou surpresa aos técnicos de vários países,pois dava maior ênfase à propulsão dos braços de queoutros nadadores. Até então os nadadores recuperavam coma palma da mão para cima e no prolongamento dos braçosà frente (recuperação), colocava a palma da mão para bai-xo. No inícios dos anos 70, o estilo ainda tinha como ca-racterística um trabalho forte das pernas e um breve deslizeà frente, ou seja, os nadadores finalizavam a pemada unin-do os calcanhares e deslizavam os braços à frente, DavidWilkie, nadador inglês que treinava na Universidade deMiam.i com o técnico Bill Diaz , superou o recorde mundi-al e olímpico nas Olimpíadas de Montreal em 1976 nos 200peito, trazendo como novidade a eliminação da fase dosdeslize dos braços à frente. Quando seus calcanharesuniam-se, seus braços já estavam na primeira fase da bra-çada.

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Na mesma época a nadadora americana Tracy Caulkinsapareceu nadando o estilo peito ondulado, bem diferentedo estilo até então praticado. Esta nova técnica consistiaem elevar mais os pés ao fmal da braçada, abaixando umpouco a mão em relação à superfície da água e uma eleva-ção dos quadris. Esta técnica de elevação e ondulação foimuito confundida com "estilo golfinbada" no peito o queevidentemente consistia em erro tenninológico. A introdu-ção dessa modificação técnica deveu-se à necessidade dediminuir a resistência frontal, pois o estilo peito é entre osestilos, que tem mais resistência frontal. Em 1986, umanadadora americana, durante as eliminatórias dos america~nos para o Campeonato Mundial de Madrid, apareceu rea-lizando a recuperação dos braços com as mãos acima dasuperfície da água, semelhante a recuperação dos braçosde golfinho. Analisando o movimento, é interessante sob O

ponto de vista propulsivo, tomando o nado mais ondula-do, porém, o investimento energético é grande. Atualmen-te observamos o nado peito com uma forte tendência indi-vidual. Ao observarmos a final A de uma competição inter-nacional, percebemos o nado peito sendo nadado em dife-rentes técnicas. A técnica do nado peito, dependerá de fa-tores como: Biótipo do nadador, composição corporal ehabilidades do nadador.

Os movimentos do estilo peito são iniciados realizando o inícioda braçada e afastando lateralmente os braços estendidos comas mão llgeiramente inclinadas (esse movimento também é

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propulsi vo). Após os braços atingirem o afastamento além dalinha dos ombros, é realizada a tração dos braços pra trás e parabaixo dependendo do atleta. Se o nadador desejar realizar maisa força de elevação ou sustentação, força mais para baixo. Estemovimento de tração é realizado até a linha dos ombros. Atéesse momento a cabeça permance na água. e as pernas paradas.

Ao final da tração dos braços (fase propulsiva e ativa), acabeça é elevada para o início da respiração frontal, recu-peração dos braços e recuperação das pernas. Durante arespiração, dependendo do tipo de força realizado pelosbraços dos nadadores, O queixo estará mais elevado ounão da superfície da água.

Queixo mais elevado do que a superfície da águapredomina a força de sustentação.

Queixo mais próximo da superfície da água - predo-mina a força de tração.

A recuperação dos braços inicia com um rápido movimentodos cotovelos, que determina a velocidade do nadador. Acabeça entra na água no mesmo instante em que é realizada apemada e alongamento dos braços à frente. A recuperaçãodos braços poderá ser realizada com as mãos submersas ouacima da superfície da água. O dedo mínimo deverá ficarpróximo da água. Quando o atleta eleva muito as mãos odesgaste energético será maior ou caracterizar a braçada doestilo golfinho, descaracterizando o estilo peito.

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"A COORDENAÇÃO É O PONTO MAIS IMPOR-TANTE DO NADO PEITO"

Regras do nado peito - modificações a partir demarço 1998

I. É permitido ao nadador, durollfe o procedimento devirada e percurso, desnivelar os ombros, desde que toquecom as duas mãos a borda nas viradas e saída e nc70caracterize a braçada de golfinho, tirando os cotovelosfora da água.

EXERCícIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DONADO PEITO

I. Professor na água, encostado na parede, segurando oaluno nos pés, mantendo a ponta dos pés para fora(Fig.s 41A e 4IB).

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Figura41B

2. Professor na água, segurando o aluno nos pés. Alunorealiza o movimento da pemada e o professor acompanha,parando após várias pemadas. O aluno coloca os braçosno prolongamento do corpo a frente.

3. Professor na água, segurando o aluno nos pés. Alunorealiza o movimento das pernas com uma prancha (Fig. 42).

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4. Aluno na posição dorsaJ, braços ao Jado do corpo(FigA3).

Os joelhos podem sair da água e devem permanecer noafastamento do quadril.

5. Pemada utilizando a prancha com a cabeça dentro daágua. Respirar somente quando não agüentar (Fig.44).

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6. Fora. da água o professor segura nos pés do aluno eorienta quanto a empurrar a água com a sola do pé, repre-sentada pela mão do professor (FigA5).

Figura 45

Braçada

I. Na posição vertical, apoiado no fundo da piscina, reali-zar a braçada de peito, sem ou colocando as axilas sobre araia, determinando até onde os braços tracionam e iniciama recuperação (FigA6a e 46b).

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2. Pernas paradas, vários movimentos de braços de peito,quando não agüentar e desejar respirar, parar, colocar ospés no fundo da piscina e descansar (Fig. 47).

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3. Pemada de crawl e vários movimentos de braço de pei-to, quando não agüentar parar e descansar (Fig. 48).

4. Segurar o aluno pelos pés na posição horizontal, pernasparadas, orientar o aluno e conduzir os movimentos da bra-çada (Fig. 49).

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I.Aluno na posição horizontal, o professor segura as mãos,conduz os movimentos da braçada, orienta a respiração,movimento de pernas e alongamento dos braços à frente.Ordem: braço, respiração e perna. (exercício bom paraquando o aluno descansa no momento da respiraçãoprocurando um apoio, isto deverá ocorrer na fase fInal dapemada e conseqüente deslize à frente) (Fig. SOA e SOB).

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1. Pernada na posição dorsaJ, mãos embaixo das nádegas,tentando encostar os pés nas mãos.

2. Pernada com os braços estendidos à frente, uma mãosobre a outra (Fig. 51).

FiguraS!

3. Pernada na posição vertical, variando a posição dosbraços - ao lado do corpo, mãos na nuca. Séries de 8x 30s(Fig.52).

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4. Pemada de peito, somente com a esquerda, depois direi-ta e completa (Fig. 53).

Figura 53

5. Pemada na posição vertical, pés apoiados no fundo dapiscina. O nadador realiza várias impulsões, utilizando ofundo da piscina (Fig. 54).

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I. Posição dorsal, realizar a braçada ao lado do corpo,procurando afundar bem as mãos (Fig. SSA e SSB).

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2. Nadar com o braço direito estendido à hente, braçadacom o esquerdo, respiração e pemada, braçada com o di-reito, respiração e pemada.

4. Nadar uma determinada metragem contando o númerode braçadas, tentando melhorar o tempo.

5. Braçada de peito com o flutuador, três braçadas e umarespiração, acelerando o cotovelo.

I. A cada ciclo de braçada incrementar + 1 pemada. Braça-da respiração pemada, braçada respiração 2 pemadas, bra-çada respiração 2 pemadas.

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FICHA DE AVALIAÇÃO DO NADO PEITOUtilizar somente no aperfeiçoamento

Conceito da técnica

POSIÇÃO DO CORPO

I. Posicão de extensão máxima deslize I 2 3 4 52. Posição de máxima flexão, cabeça e ombrosfora da ámJa. bracos flcxionados abaixo do oeito I 2 3 4 53. Os ombros oermanecem na mesma altura I 2 3 4 5

MOVlMENTO DAS PERNAS

I. Máxima f1exào das pernas 1 2 3 4 52. Os pés se encontram em rotaçào externa I 2 3 453. Os pés de encontram mais afastados que osjoelhos 1 2 3 4 54. As pernas se unem no final da Dernada 1 2 3 4 55. Movimento da perna é circular I 2 3 4 5

MOVIMENTO DOS BRAÇOS E COORDENAÇÃO

I. As mãos estão mais baixas que os cotovelos I 2 3 4 52. Os braços separem-se estendidos à umaprofundidade de 20 ou 30em I 2 3 4 53. As màos não ultrapassama linha dos ombros I 2 3 4 54. Ao final da tmção, realiza a respiração 1 2 3 4 55. Os braços tracionarn e as pernas estão estendidas 1 2 3 4 56. As pernas realizam a propulsão e os braçosestendem I 2 3 4 5

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NADO GOLFINHOSeqüência pedagógica

1. Adaptação ao meio líquido2. Respiração geral3. Flutuação ventral4. Propulsão das pernas5. Propulsão dos braços6. Coordenação das pernas e dos braços7. Respiração específica - frontal8. Coordenação das pernas / braços e respiração

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ANÁLISE TÉCNICADO NADO GOLFINHO

o nado golfInho (é comum encontrmmos a denominaçãoborboleta, pois ainda denomina-se a prova de borboleta,apesar do nado ser realizado através de golfinhada e não"tesourada" como no peito) é um dos últimos à ser minis-trado, pois requer do nadador muita habilidade e força.Recuperar os braços simultaneamente da água exige deter-minadas habilidades e força do nadador, lanto que obser-vamos nos aprendizes a intenção de apoiar-se na água,empurrando a água mais para baixo que para cima (susten-tação).

Durante os anos 60, antes dos estudos hidrodinâmicos ebiomecânicos, acreditava-se que o nado golfinho utilizadonas provas de borboleta, supera-se as marcas das provas denado livre, onde utilizava-se e atualmente também utiliza-se ocrawl, pois as marcas eram próximas a 53 segundos para os100 metros livre e 55 segundos para os 100 borboleta.

Mas através de estudos hidrodinâmicos e segundo citaçãode Coulsimann, no livro a Ciência da Natação, as pro-vas de 100 borboleta jamais superaria as de 100 livre, poiso nado crawl é mais contínuo que o golfinho. O fato donadador recuperar os braços simultaneamente e a coorde-nação das pernas, faz com que o golfinho seja mais lentoque o crawl. Atualmente encontramos as provas de 100livre nos 47.84 (Hoogenband) e as de 100 borboleta nos50.76 (Ian Crocker).

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"Portanto, uma importante 'dica' para melhorar a ve-locidade do golfinho é evitar parar o braço na frenteesperando a pernada."

As mãos entram na água na linha dos ombros, ligeiramenteinclinada; o dedão entra primeiro, criando menor resistên-cia.

Quando as mãos entram fora da linha dos ombros aumen-tamos a resistência forntal . Após a entrada das mãos naágua realiza-se o afastamento lateral dos braços auxiliandoo apoio e a imersão das mãos. Logo após aproximarmosas mãos na frente do corpo coincidindo com a elevação dacabeça, respiração e pemada (movimento descendente).

o final da braçada ocorre com o afastamento das mãospara a lateral e posteriormente a elevação dos cotovelos .Durante a recuperação dos braços, primeiramente coloca-mos a cabeça na água após a respiração e posteriormenteas mãos iniciando um DOVO ciclo.

É fundamental uma boa propulsão das pernas no estilo gol-finho, além de melhorar a propulsão também contribui paraa sustentação do corpo no momento da respiração. Consi-dero um erro colocar força e enfatizar a ondulação na inici-ação da pemada. A ênfase deve ser dada nos pés e o movi-

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mento das pernas parte da articulação coxo-femural. Du-rante a aprendizagem do golfinho é importante que os alu-nos relaxem o quadri I e concentrem a força no peito dospés,pois os pés empurram a água.

Logo após a iniciação da braçada, que poderá ser realizadana vertical, orientamos a coordenação de braço e pemada ,enfatizando os movimentos de perna e braço (3 ou 4 braça-das) sem respiração. Neste momento não nos preocupa-mos em dizer ao aluno que realize urna pemada com osbraços à frente e outra com as mãos próximas da altura doabdome, importante que preocupamos que não pare os bra-ços na frente. A coordenação das pernas e dos braçosacontece automaticamente. Após a realização de vários exer-cícios de bloqueios de respiração, diminuímos o númerode braçadas e aumentamos a respiração, por exemplo:

- 4 braçadas e nma respiração, 3 braçadas e uma respira-ção, 3 braçadas e uma respiração, 2 braçadas e uma respi-ração até chegar a uma braçada e uma respiração. Depen-dendo do aluno, isso poderá demorar algumas semanas,mas o importante é não parar O braço à frente.

Iniciamos a braçada realizando uma pemada , os braçosafastam-se lateralmente e durante a aproximação das mãosrealizamos a segunda pemada e a elevação da cabeça paraexecutarmos a respiração. O momento da respiração ocor-re quando as mãos estão próximas na altura do abdome e

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executamos a pemada. Muitos nadadores e técnicos acre-ditam que devemos realizar uma pemada forte e uma fracano estilo golfinho. Particularmente acredito que o ideal se-ria duas pemadas fortes. Alguns nadadores que disputamas provas de 50 metros têm realizado 3 a 4 pemadas porciclo de braçada. Para isso, é necessário muita habilidade eque a amplitude da pemada diminua e aumente a velocidade.

Alterações das regras nas provas de borboleta - a par-tir de março 1998

I. Não é mais exigido que os nadadores mantenham osombros nivelados durante as viradas e chegadas. Impor-tante tocar a borda com as duas mãos.

2. Durante o procedimento das saídas e viradas, é permiti-do que o nadador realize movimentos submersos até os 15metros. A cabeça é o ponto de referência.

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EXERCÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DONADO GOLFINHO

Aprendizagem

Pernada

1. Propulsão das pernas imitando os movimentos do "ho-mem ao fundo do mar".

2. Propulsão das pernas com a prancha, cabeça na água,respirar a cada 6 pemadas (Fig. 57).

3. Propulsão das pernas na posição dorsal, braços ao ladodo corpo (Fig. 58).

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4. Propulsão das pernas na posição ventral, cabeça na água,braços ao lado do corpo. Quando desejar respirar, parar,colocar os pés no fundo e descansar (Fig. 59).

5. a posição vertical, pés apoiados no fundo da piscina,realizar movimentos de quadril, mantendo-os relaxados.

1. Posição vertical, pés apoiando no fundo da piscina, rea-lizar a braçada, observando a entrada das mãos na água. 3braçadas e 1 respiração (Fig. 60A e 60B).

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2. Nadar realizando 4 braçadas, 8 pemadas, parar colocaros pés no fundo da piscina e descansar. (as pemadas de-vem estar coordenadas com a braçada).

3. Nadar realizando 4 braçadas, 8 pemadas, completar orestante da metragem no nado crawl (as pemadas devemestar coordenadas com a braçada).

4. Nadar realizando 3 braçadas, 6 pemadas uma respira-ção, mantendo a seqüência até o final do percurso.

1. Nadar 2 braçadas 4 pemadas e uma respiração, contÍ-nuo sem parar as mãos na frente.

1. Propulsão das pernas na posição dorsal, braços no pro-longamento do corpo (Fig. 61).

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2. Propulsão das pernas na posição lateral, um braço es-tendido no prolongamento do corpo e outro ao lado docorpo, com ou sem nadadeiras, trocar a cada 6, 8 ou 10pernadas de cada lado (Fig.62).

Figura 62

3. Pemada de golfinho submersa com ou sem nadadeira,braços no prolongamento do corpo (Fig.33).

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4. Propulsão das pernas na posição vertical, variando oposicionamento - mãos apoiando na água ou mãos na nuca(Fig.64).

Figura 64

5. Propulsão das pernas com a prancha, cabeça fora da água(Fig.65).

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1. Nadar com um braço, outro estendido na frente, respi-rar, trocar de braço, respirar, os dois braços respirar ereiniciar o exercício.

2. Um dos braços estendidos à frente, realizar 2 braçadas comum braço,respirar 2 braçadas com outro braço respimr, duasbraçada!;) com os dois braços. respirar e reiniciar o exercício.

3. Propulsão das pernas e dos braços sem respirar, percur-so de curta metragem.

1. Realizar distância de 25 metros, com pernada submersaaté os 15 metros e completar a metragem nadando comple-to. Contar o número de pemada submersa e o número debraçadas.

2. Nadar 25 metros I braçada e 1 respiração, anotar o tem-po. Nadar com 2 braçadas e I respiração, anotar o tempoe avaliar qual técnica é a melhor.

3. Nadar completo dando ênfase na segunda pemada maisforte, alternar para a primeira e tentar nadar completo comas duas fortes.

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ACHA DE AVALIAÇÃO 00 NADO GOLFINHO(utili= somente para o aperfeiçoamento)

POSIÇÃO 00 CORPOconceito técnico

1. Posição horizontal durante a fase ~s propulsiva I 2 3 4 52. Quadril alto na primeira pemada,. braços à frente. I 2 3 4 53. Quadril próximo à superficie na segunda pemada. I 2 3 4 5

MOVIMENTO DAS PERNAS

1. Pes estendidos e relaxados durante a nernada. I 2 3 4 52. Pemada unidas com movimentos simétricos. I 2 3 4 53. Extensão na fase descendente. I 2 3 4 54. Na fase ascendente f1exionam e o peito do pé estápróximo da superfície da água I 2 3 4 5

MOVIMENTOS OOSBRAÇOS E COORDENAÇÃO

1. O braço entra quase estendido e as mãos na I 2 3 4 5direcào dos ombros.2. As mãos entram na á-oua antes dos cotovelos. I 2 3 4 53. No início da braçada as màos se dirigem para I 2 3 4 5fora e oara baixo.4. As màos se aproximam na metade da puxada,. I 2 3 4 5desenho em forma de ferradura.5. Os cotovelos estão mais altos Que as mãos. I 2 3 4 56. No final da braçada as mãos se dirigem para I 2 3 4 5trás e para fora7. As mãos saem da água próxima do quadril I 2 3 4 58. A cabeça entra na água antes qua as mãos I 2 3 4 5

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1. Aprendizagem nado crawl2. Aprendizagem nado costas3. Praticar o costas e o crawl4. Demonstrar metros de costas e crawl5. Aprendizagem nado peito6. Praticar o costas, peito e crawl7. Demonstrar metros de costas, peito e crawl8. Aprendizagem nado golfinho9. Praticar golfinho, costas, peito e crawl!O. Demonstrar metros de golfinho, costas, peito e craw!11. Praticar revezamento medley costas· peito· golfinhoe crawl

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Apesar da tradição brasileira de possuir bons nadadores demedley, Ricardo Prado, é nm dos exemplos. Campeão erecordista Mundial dos 400 metros nado medley em Guaia-quil - Equador, no Campeonato Mundial de Natação realiza-do em 1982, seu tempo 4.19.72, muitos professores não pre-conizam o ensinamento da variação dos nados.

As provas de nado medley são 200 e 400 metros individuais,apesar de encontrarmos provas não oficiais de J 00 metros(Copa do Mundo de Natação, não confundir com Campeo-nato Mundial) e 4x I00 metros, nos revezarnentos medley avariação é quanto a ordem dos nados, enquanto no medleyindividual a ordem correta é golfinho, costas, peito e outroestilo que não seja os nadados anteriormente e que normal-mente é nadado o crawl e nos revezamentos a ordem é cos-tas, peito, golfinho e outro nado não nadado (crawl).

o motivos pelos quais O medley não seja tão praticadotalvez seja o da ausência de um trabalho específico para omedley, pois o que se preconiza na maioria das vezes sãoos nados separados e os professores e técnicos acabamimprovisando quando juntam os estilos e a ausência de pro-vas nas competições ou festivais específicas para o medley.

Uma prova de 50 metros nado livre masculino no Campeo-nato Brasileiro de Junior li de 1997, contou com a partici-pação de 32 nadadores, enquanto que na prova dos 400medley participaram 10 nadadores.

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Para prepararmos os alunos para nadar, é necessário queiniciemos os exercícios logo após os alunos aprenderemdois nados. Acompanhando o raciocínio que ensinamos ocrawl e costas paralelamente pela semelhança dos movi-mentos, ao praticarem os nados costas e crawl, os alunosjá estão se preparando para o medley. As participações nosfestivais internos deverão ser realizadas coordenando osnados crawl e costas aprendidos, por exemplo: 40 melros- 20 de costas e 20 de crawl. Esta estratégia permite aoalnno já adaptar-se com a troca de estilos e trabalhargrupamento muscular diferente. Quando o aluno aprende onado peito, incorporamos esse estilo a outros ensinados. Àpartir deste momento as participações nos festivais serãonos nados costas, peito e crawl, para posteriormente incor-por31mos o golfinho e completarmos o medley.

o medley deverá ser iniciado durante o período de aperfei-çoamento dos alunos, tanto nas escolas particulares e clu-bes. Não devemos deixar de ensinar o medley pelo motivodo aluno nadar numa escola particular e a escola não sercompetitiva, pois não sabemos o futuro do nadador, sendoassim devemos orientá-Io e motivá-lo à nadar os quatro na-dos.

Geralmente o aluno que nada bem os nados crawl, costas egolfinho, apresenta dificuldade no estilo peito, dificuldadeesta devido a variação da posição dos pés no nado peito,enquanto nos nados crawl, costas e golfinho empurramosa água com o peito do pé, no peito empurramos a águacom a sola do pé. Esta variação dificulta os movimentos

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no nado peito ou vice-versa, muitos nadadores de peitotêm dificuldades em nadar o nado costas. Dois anos antesdo Ricardo Prado superar o recorde mundial e sagrar-secampeão mundial, apresentava um nado peito deficiente esem dúvida necessitava melhorar. Prado dedicou-se muitoao nado peito, melhorando o nado e o seu treinamento,baixando seus tempos nas provas de 100 e 200 metrospeito, provas as quais não eram a sua especialidade. Quan-do participou do mundial os movimentos estavam muitoharmônicos, não havia nado mais fraco ou forte. Segredodo Ricardo: treinou a deficiência, que era o nado peito.Diariamente observo nadadores que simplesmente "odeiam"praticar o pior nado e a chave do sucesso do nadador demedley é treinar O pior nado.

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EXERCícIOS E ATIVIDADES DO MEDLEYVariando o medley

3. variações -100 medJey / 25go1fi nho /100 medley / 25cos-tas / IOOmedley / 25 peito / 100 medJey / 25 crawl.

4. pior nado - 50 golfinho / 100 costas / 50 peito / 50 crawlou 50 golfinho / 5Ocostas / 100 peito / 50 crawl.

5. séries variadas - 8 x 100 30s. ímpares: 50 golfinho / 50costas pares: 50 peito / 50 crawl ou 8 x 100 30s. ímpares:50 costas / 50 peito pares: 50 peito / 50 crawl;

6. mais variações - 25 goltinho / 50 crawl / 75 peito / 100crawl / 50 golfinho / 75 costas / 100 peito / 25 crawl / 75golfinho / 100 costas / 25 peito / 50 crawl /100 golfinho /25 costas / 50 peito / 75 crawl.

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Após o aluno ter assimi lado e aprendido o nado e O mergu-lho elementar. Isso ocorre no início dos cursos de aperfei-çoamento e condicionamento. Maturacionalmente, obser-vamos crianças na faixa etária dos 08 aos 10 anos comocerta facilidade para assimilar os fundamentos das saídas eviradas, pOIS os movimentos são mais complexos que osensinamentos dos nados. Podemos iniciar através de exer-cícios educativos que levarão os alunos a assimilar melhoros ensinamentos. Uma boa estratégia é realizar alguns exer-cíeios educativos, unir os exercícios, colocando em prátl-ea a saída e virada completa.

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l. Saltos da borda, caindo na água, sentado, sem caracteri-zar mergulho (Fig. 66).

2. Sentar na borda pernas afastadas colocando as mãos umasobre a outra protegendo a cabeça, braços estendidos nafrente do corpo, o professor protege a aluna (Fig. 67).

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Figura 68

4. Em pé na borda, pernas afastadas e flexíonadas, colocandouma mão sobre outra protegendo a cabeça, braços estendidosna frente do corpo aproximar o máximo as mãos da superfícieda água, deixando o corpo cair. Preferencialmente entrar nestaordem: mãos, braços, cabeça, tronco, quadril, pernas e pés.Manter os dedos flexionados para apoio na borda, evitandoescorregães. O professor segura as mãos da aluna (Fig. 69).

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S. Em pé na borda, pernas próximas uma da outra e flexionadas,colocando uma mão sobre a outra protegendo a cabeça, braçosestendidos na frente do corpo, aproximar o máximo as mão dasuperfície da água , deixando o corpo cair. Manter os dedosIlexionados para apoio na bonda evitando escorregães (Fig.70).

Figura 70

6. Em pé na borda, pernas próximas uma da outra - treinaro impulso realizando somente a elevação dos calcanhares.Pés flexionados na borda (Fig.71).

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7. Em pé na borda pés flexionados, pernas próximas umada outra, dar o impulso, saltar em pé ou sentado (Fig.72).

Figura 72

8. Em pé na borda pés ílexionados , pernas próximas umada outra. Dar o impulso e mergulhar (Fig.73).

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É comu.m ouvirmos comentários dos país e assistentes danatação sobre a eficiência das saídas e viradas dos alunose atletas. Constatamos O quanto os comentários estão cer-tos e ao assistirem torneios regionais, campeonatos estadu-ais, nacionais e ficam ainda mais surpresos quando compa-ram nossos atletas com os de outros países.

Ao observarmos os nadadores nos campeonatos de altaperformance, verificamos a diferença de produtividade equalidade dos movimentos realizados nas saídas e viradas.

Acredito que a diferença da qualidade das saídas e viradasnos nossos nadadores e os estrangeiros seja motivada pelosseguintes fatores:

1. Pouca atividade de exercícios educativos e fundamentostécnicos durante a fase de aperfeiçoamento dos nados. Nãobasta ensinar a técnica, mas sim conscientizá-Ios da impor-tância, para a obtenção de uma performance, da realizaçãodas saídas e viradas.

2. Ausência de treinos ou aulas específicas de saídas e vira-das, seja através da prática ou de recursos audio visuais.

3. Alunos e atletas que não são estimulados à treinar saídase viradas, também deixam de praticar.

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4. Qualidade dos blocos de partida existentes no Brasil.Saídas e viradas são importantes na natação competitiva.Determinadas provas como 50, 100 e 200 metros solicitama mesma proporção de investimento nos treinos das saí-das e viradas, já nas provas mais longas, acima dos 400metros a saída não é fundamental, mas sim as viradas. Écomum observarmos nadadores nas provas de 1.500 metrosque durante o percurso aproxima-se do adversário e perdeum tempo precioso durante a virada.

A saída mais utilizada na natação competitiva é a denomi-nada "grab start" ou normalmente chamada de saída de agar-re. É uma saída que foi introduzida na natação competitivanos anos 70, substituíndo a saída convencional, atualmen-te utilizada nas provas de revezamento. A saída convencio-nal é mais lenta que a de agarre e obtemos mais impulso.Recentes comparações entre as saídas mostraram que a deagarre é a melhor. Para avaliarmos os nossos nadadoresquanto as saídas, adotamos os seguintes parâmetros inter-nacionais:

- saídas de nado livre e borboleta, marcar o tempo doestímulo até a cabeça do nadador atingir os 10 metros enas saídas do nado peito e costas, marcamos o tempodo estímulo até os 15 metros.

Um dos motivos que tem prejudicado a prática de saídasno Brasil é a qualidade dos blocos de partida. A maioriados construtores de piscinas competitivas prefere os blo-

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cos de partida de concreto que impossibilita o agarre eapoio do nadador. Ultimamente a variedade de blocos departida produzidos pelo mercado tem possibilitado aos na-dadores a melhora significativa da performance das saídas,principalmente os nadadores americanos, pois os EstadosUnidos é o país de melhor tecnologia relacionados a mate-riais de natação. Recentemente, março 1998, dnas impor-tantes modificações foram realizadas: os nadadores ao su-birem nos blocos podem permanecer na posição que dese-jarem, inclusive já se posicionando para a partida e não épe111litidanenhuma saída em falso, a não ser nos eventosde pequeno porte, ficando a decisão a critério do árbitrogeraL Para alcançar uma ótima eficiência nas saídas é impor-tante que o praticante salte do bloco alcançando altura e de-pois distância, adotando uma técnica semelhante ao salto emdistâucia no atletismo.

o salto em distância no atletismo melhorou muito nos anos50 quando foi introduzida a técnica de saltar para o alto edepois para à frente. Nos anos 70, com a precursão da técni-ca da saída de agarre, foi também adaptada a técnica dosalto em extensão do atletismo para a saída das provas denado livre, peito e borboleta na natação.

Um dos cuidados que devem(% ter em relação a esta técnicade saída é a profundidade da piscina. Lembro que durante arealização da Copa Latina em 1982 em Lisboa, Portugal, oatleta da seleção brasileira Maviael Sampaio Neto (100 e200 peito), realizando a técnica de saída de alcançar o pon-to mais alto para posteriormente mergulhar, raspou o narizno fundo da piscina.

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Saída de agarre com os pés afastados e as mãosentre os pés

o nadador posiciona-se no bloco, colocando os pés afas-tados e tlexionados, com as mãos entre os pés, agarrandoo bloco. Importante que levante o quadril para um melhorimpulso no bloco. Para que isso aconteça é importante de-senvolver no aluno ou atleta exercícios de alongamento paraa parte posterior da coxa. Tentar desequilibrar um pouco ocorpo para a frente (Fig.74).

Saída de agarre com os pés próximos e as mãos segu-rando o bloco na frente ou na lateral

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o nadador posiciona-se no bloco colocando os pés próximosum do outro e ílexionados, com as mãos agarrando o bloco nafrente ou na lateral, dependendo da adaptação do nadador. Ten-tar desequilibrar um pouco O corpo para frente (Fig.75).

Figura 75

Saída de agarre com um pé na frente e outro atrás(saída de atletismo):

o nadador posiciona-se no bloco colocando um dos pés(impulsão) na frente do bloco e outro atrás (apoio), agarran-do o bloco na frente ou lateral. Esta saída foi introduzida nanatação competitiva á partir dos anos 80 , quando ao obser-var nadadores com deficiências de impulsão em uma daspernas solicitavam aos nadadores que colocassem uma per-na na frente e outra atrás (Fig.76).

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Figura 76

PARA F.sCOLHER ENTRE AS SAÍDAS DE AGARRE,BASTA RECORRERMOS A ESTRATÉGIA DE AFE·RIRMOS OS TEMPOS OBTIDOS ENTRE ELAS.

Podemos realizar exercícios fora da água com objetivos de me-Ihomr a impulsão da saída. F1exão das pemas, saltar para o alto edepois para a frente. Realizar o mesmo movimento de impulsão,posicionado no bloco de partida e caindo em pé ou sentado naágua. Objetivando a melhom do impulso, colocamos uma conlaa um melro de a1tum e aproximadamente 3Cbn. de espaço entre obloco e a corda, fazendo com que obrigatoriamente o nadadorrealize movimentos para cima (l melro) e para frente (3Ocm).Após vários execuções iniroduzimos a saída completa.

Antigamente, acreditava-se que para realizar uma ótima saídao atleta deveria "chapar" a água, posteriormente esta teoria

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foi desprezada, pois o atrito do corpo com a água é grande ecom pouco deslize. A melhor entrada na água e que oferecemenor atrito do corpo e melhor deslize é a seguinte:

MÃOS - PUNHOS - ANTEBRAÇOS - BRAÇOS -CABEÇA - OMBROS - TRONCO - QUADRIL -PERNAS - PÉS,

No lugar onde entra as mãos entra praticamente todo ossegmentos corpóreos.

Blocos de partidas ineticientes são as justificativas de técnicos eprofessores para saída de costas deficientes. Podemos impro-visar um bloco através de um atleta em pé de costas pam apiscina seguro por um companheiro. O atleta que realiza a saídasegum nas pernas do companheiro que esta em pé (Fig.??).

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Partindo da premissa de que a saída de costas é um mergu-lho, ensinamos os alunos com apoio, com os pés fora daágua (a regra não pennite este posicionamento, mas é im-portante na aprendizagem), para posteriormente orientar-mos a colocação abaixo da superfície da água, que é o quediz a regra. Quando o nadador coloca um pé mais paracima que outro auxilia no apoio. Muitos nadadores que nãoadotam este procedimento, escorregam e praticamente em-purram o corpo para baixo e não para trás. Outra posiçãoimportante é a dos braços quando seguram o bloco. Nãosegurar o bloco com os braços muito flexionados e simsómente uma semi-f1exão, para justamente não posicionaros pés para baixo, ocasionando um deslize dos pés econsequente impulsão para baixo e não para trás.

No momento da impulsão o nadador deverá elevar os qua-dris projetando os ombros para cima e para frente. Tam-bém podemos realizar a mesma estratégia de colocar umacorda com objeti vos do nadador ir para cima e para frente.Quando as mãos deixam o bloco, os braços realizam omovimento para a lateral, auxiliando a elevação do quadril.

Como na saída de cima do bloco, a posição das mãos é impor-tante no momento da entrada na água, devem estar uma sobre aoutra, voltada para cima, braços estendidos e protegendo a ca-beça na entrada da água, diminuindo a resistência frontal.

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Como na saída de cima do bloco, onde entra as mãos entratambém os braços," cabeça, tronco, quadril, pernas e ospés,evitando assim uma maior resistêncla. Normalmenteobservamos que os melhores nadadores mantém os pésestendidos e relaxados durante o procedimento da saída eé a última parte do corpo a entrar na água.

I. Aproximação2. Toque das mãos: peito e golfinho e medley (costas para

peito) pés: costas e crawl3. Rotação ou giro4. Impulso5" Deslize6. Movimentos iniciais.

Temos que enfatizar o aumento da velocidade na entrada davirada e não a diminuição, como normalmente ocorre com osnadadores. Alguns atleta~de nível, cometem o erro de diminuir aaceleração na entrada da, virada," As viradas devem ser apro-veitadas como mais uma estratégia de nadar bem uma prova ourealizar um bom teste de natação. As diferenças de tempos obti-dos nas piscinas de 25 e 50 metros, reside no fato de maiornúmero de viradas. Um detalhe curioso desta diferença é de umnadador sueco, vencedor do mundial de piscina de 25 metrosem Gotemburgo, abril de 1997, não aparecer entre os 16finalistasdas olimpíadas de Atlanta, seis meses antes"

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Suas viradas são tão eficientes e produtivas que a diferençaentre a metragem das piscinas toma-se um fator relevante.

1. Cambalhota completa no colchão ou colchonete, fora dapiscina (Fig.78).

F1gura78

2. Cambalhota completa na água, fora da borda, com ousem auxílio do professor ou da raia, ou espaguete (Fig.79).

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3. Cambalhota completa na borda, saindo na posição de cos-tas, braços estendidos no prolongamento do corpo (Fig.80).

FiguraSO

4. Saída da borda frontal, mantendo os braços no prolonga-mento do corpo, protegendo à cabeça, dar o impulso e deslizar(após o impulso, o corpo enfrenta grande resistência frontal ecaso o aluno não estenda os braços e proteja a cabeça a tendên-cia é tlexionar os braços e aumentar a resistência frontal).

5. Cambalhota na borda, no meio do giro, passar para aposição frontal. Durante a realização da primeira braçada,retomar o corpo para a posição frontal.

1. Aproximação da borda, contar o número de braçadasantes da virada. Para o sucesso do exercício é impoltante amanutenção diária das bandeirolas de orientação para o nadocostas. Não impona O tamanho da piscina, as bandeirolasdeverão ficar a 5 metros da borda.

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2. Aplicando os educativos da virada de crawl 01, 02 e 03.Introduzir ou não, dependendo da habilidade do nadadorpemadas submersas de golfinho. As pemadas submersasdeverão ser realizadas com uma angulação menor que apemada de golfinho e com mais velocidade. Após a apro-ximação da borda, passar para a posição ventral e executara cambalhota de frente.Durante o movimento da virada não é permitida a propul-são das pernas na posição frontal, gesto este que caracteri-za pemada de outro estilo e não o costas. Virada simplesde costas ou de costas para o peito no medJey:

1. Na posição de costas, executar o giro lateral no colchãoou colchonete, fora da água (Fig.Sl ).

FiguraS1

2. O mesmo movimento dentro da água, realizando o giro late-ral, fora da borda. Com as crianças, brincamos de nadar nabanheira.

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Figura 82

4. Executar o giro lateral com apoio da mão, abaixo dasuperfície da água.

5. Durante o giro lateral, elevar ou não as pernas. Na viradade costas para costas sair da borda na posição dorsal e navirada do medley de costas para o peito, sair na posiçãofrontal, realizar a Filipina, pemada e elevar a cabeça, acimada superfície da água (Fig.83).

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6. Saída da borda com o corpo e os braços estendidos,mãos uma sobre a outra, protegendo a cabeça, realizandoou não pemada de golfinho.

I. Aproximação da borda, acelerar a braçada e pemada commuita eficiência, evitando diminuir a velocidade de entradana borda.

2. Apoio na borda com as duas mãos, aproximando a ca-beça da borda e das mãos e evitando afastar a cabeça daborda, para que o impulso seja forte e tenha apoio.

3. Giro na borda - um braço é estendido à frente dando adireção do movimento (importante que o braço estejasubmerso e durante a trajetória o cotovelo direciona o mo-vimento com velocidade) e outro braço fora da água serácolocado à frente da cabeça orientando à profundidade davirada. Caso o nadador coloque o braço estendido, afastadoem relação a cabeça, não afundará muito o corpo sofreráuma maior resistência frontal e a virada será mais rasa, nãohavendo tempo suficiente para uma filipina aproveitá velo

.i.l. Fora da água, com um tubo cirúrgico (ref. 2021204) rea-lizar o movimento da braçada do golfinho que é semelhante àda filipina. O ponto divergente é quanto ao final da braçada,""quanto que na braçada do golfinho as mãos não vão até o

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final, na filipina as mãos realizam o movimento até os dedospassarem pela coxa na extensão máxima dos braços.

4.2. Na água, fora da borda, somente a braçada de golfinhosubmersa, sem movimentos da fase aérea. Realizar quantosmovimentos conseguir sem respirar.

4.3. Realizar somente o movimento da filipina, anotandoquantos metros realizou e comparar com outras tentativas.

IMPORTANTE NA VIRADA DO PEITO É MAN-TER A CONTINUIDADE DOS MOVIMENTOS,

QUANDO SENTIR QUE O CORPO ESTIVERPARANDO APÓS O IMPULSO, REALIZAR AFILIPINA E NA SEQÜÊNCIA A PERNA DA.

I. Praticar os exercícios da virada do peito 01, 02 e 03,procurando no educativo 03 não afundar muito o corpo,pois a virada do golfinho é mais rasa que à do peito.

2. Após o impulso, durante o deslize, realizar de 03 à 06pemadas submersas, passando para 04 e finalmente 03pemadas. Caso a opção seja virada explorando a pemadasubmersa de golfinho. manter 6 pemadas ou o número su-ficiente para a cabeça não ultrapassar os 15 metros.

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3. Após 03 ou várias pemadas até atingir os 15 metros,realizar o movimento braçada sem respirar, com objetivosde manter a velocidade adquirida e não aumentar a resIstên-cia frontal respirando antes da braçada. Evidente que o na-dador necessita pegar bem o ar antes do giro e treinar bemesta técnica.

Aproximar da borda incrementando a propulsão das pernas,tocar na borda com as duas mãos, um braço permanecesubmerso e é estendido na linha do ombro, no prolonga-mento do corpo com um movimento rápido do cotovelo parafrente, outro braço acima da superfície da água é colocadona água, juntando com outro submerso, movimentos depemada de costas ou gOlfinho submerso.

A vimda mais importante do medley é a passagem do nadocostas para o peito. Como a regra diz que o atleta deveráchegar de costas e sair de peito, aplica-se a regm de chegadade um nado e não da viràda de um nado para o mesmo nado.

Sendo assim, não é permitido que durante a virada de costaspara o peito no medley os nadadores realizem a virada decambalhota frontal. Podemos realizar a virada de costaspara o peito de duas maneiras:

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1. Colocar uma das mãos na borda da piscina abaixo donível da água, aproximadamente dois azulejos ou 30 em.,realizar uma cambalhota completa de costas saindo na posi-ção frontal, impulso filipina e movimento da pemada . Nestavirada é importante a última inspiração antes da cambalhotapara o nadador ter uma ótima condição de virada (o tempode permanência submerso é maior que a de outra técnica).Para a aplicação desta virada é necessário muito treinamentoe é mais interessante para as provas de 100 e 200 medley.

2. Colocar uma das mãos na borda da piscina na superfícieda água, elevar as pernas realizando um giro lateral, no meioda trajetória, passar para a posição frontal, impulso, filipinae pemada.

ACELERAR NA ENTRADA + TÉCNICA +ACELERAR NA SAÍDA

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Quer rOrtUlr-Je criarim? Fuja do t'Jperado. do curidümu, Ser (1'0 siMII(fica rer a oll.mdia de [(mIar ~'elll receio de errtlJ:

William

Tenho observado nos últimos anos, seja através dos relatose perguntas nas palestras ministradas ou de informações comos colegas profissionais uma sensível melhora no nível dasaulas e conteúdos ministrados pelos professores nas escolasparticulares e escolas de natação dos clubes associativos,porém, muitos seguem modelos de aprendizagem basea-dos em métodos calistênicos ou através de movimentosrobotizados e detalhados, modelos estes oriundos na mai-oria das vezes da metologia de teóricos ou professores quepreconizam o ensino da natação especificamente atravésde exercícios que mais se assemelham ou aproximam dosestilos da natação, deixando de lado a metodologia onde serelacionam: meio líquido. movimentos gerais e não especí-ficos, motivação e a comunicação através de estratégiascomo músicas e fantasias. Observo que a constante preo-cupação dos coordenadores e professores das escolas denatação é o rápido aprendizado dos nados, principalmente

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para dar satisfação aos pais da eficiência dos métodos pe-dagógicos aplicados pela escola.

Causou surpresa no meio aquático quando, na década de70, o professor de natação Salvador Felizete introduziu umnovo conceito da aprendizagem da natação utilizando comoestratégia no processo pedagógico, alguns pedaços de ma-deira envemizados e pintados, câmara de ar e tubos cilíndri-cos, pois até então a prancha era o único material auxiliar ,inclusive pranchas de madeira que no decorrer da aulaabsorviam muita água e pesavam cada vez mais. Me recor-do da primeira vez que entrei na Escola de Natação Golfi-nho da propriedade do professor Salvador situada na VilaOlímpia em São Paulo e observei a piscina toda enfeitadacom módulos, bandeiras e material diversos, com certezaera uma piscina diferente com um professor diferente, poisalém de brincar e fantasiar com seus alunos, estudava Piaget.Alguns dos meus atletas como Priscila Assuar, Paulo SeijeTone, Liselotte Tone e Ruy Tone, saíram de suas fantasiase da sua piscina que mais parecia um circo.

Muitos professores, ainda utilizam como estratégia das au-las somente a prancha como material auxiliar e suas pisci-nas são tristes e com pouco ares circenses, decorrente dafalta de criatividade nos seus métodos de trabalhos.

Costumo dizer que a aprendizagem da natação surgiu danatação competitiva, pois os primeiros métodos e cursos deaprendizagem foram preconizados por técnicos de nataçãoe posteriormente por professores. Muitos professores da

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disciplina de natação da Faculdade de Educação Física,célula mater da origem do professor de natação, infeliz-mente, adotam como leitura básica da disciplina, somentebibliografias de escritores, técnicos de natação, com defi-ciência de escritores mais pedagogos ou que utilizam pro-cessos mais próximos da realidade da aprendizagem e nãoda competição da natação, formando professores com bomnível de conhecimento sobre técnica dos nados e regras,mas com pouco ou quase nenhum conhecimento sobre afundamentação pedagógica e psicológica da natação, difi-cultando a criatividade nas aulas.

A natação é realizada num ambiente muito favorável eprazeroso para o ser humano, afinal de contas nascemos nomeio líquido e porque não realizar aulas tão prazerosas quan-to ao útero materno? Desde que tenhamos uma adequadainfra-estrutura como piscina ténnica, coberta e com um vi-sual agradável; um professor com boas estratégias e criati-vo, podemos obter excelentes resultados na aprendizagemda natação. Muitos alunos desaparecem das escolas de na-tação pela ausência de criati vidade nas estratégias desen-volvidas. Se a água fornece prazer para o ser humano, qualo motivo do afastamento? Com certeza preconizar resulta-dos imediatos e ausência de criatividade são alguns moti-vos que não podemos menosprezar.

Mudar é difícil, pois envolve uma séries de fatores dentreeles, os modelos de aprendizagem imposto a nós através

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da educação e principalmente dos estudos. Quando apren~demos a ministrar aulas seguindo receitas, na maioria dasvezes repetitivas. perdemos alunos e não percebemos oquanto não somos criativos e não ousamos tentar novosexercícios.

Não ousamos, pois nos acostumamos a repetir receitas enão a pensar em exercícios diferentes, é difíci I para O pro~fessor perceber. É comum o professor atribuir O fato dosalunos desistirem da natação devido a motivos fmanceiros,de estrutura etc. menos da estratégia por ele adotada e émais difícil ainda ele mudar, pois mudar significa pensarsobre seus métodos e tentar novos rumos e o pensar etentar fica difícil para os professores que realizam suas ati~vidades anos após anos baseados em receitas.

Questionar dlariamente os exercícios, as brincadeiras, ro-teiro das aulas, estratégias e principalmente perguntar a sipróprio: Que tal? Que tal eu mudar determinado exercício,acrescentar algo na aula ou colocar uma musica para rela-xar a aula dos adultos? Além do questionamento é impor~!ante para o professor adotar algumas posturas que geral~mente quebram alguns tabus adotados, através das ativida~des do dia a dia ou acadêmicas.

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que podemos enriquecer nossas estratégias através de exem-plos oriundos de outras profissões ou áreas.

Muitas das idéias das aulas de natação que ministro são oriun-das das apresentações dos palhaços, acompanhando mi-nhas filhas nas festas de aniversário de crianças, dos tea-tros infantis. É impressionante observarmos a comunica-ção destes profissionais, principalmente com as crianças.

Ultimamente tenho aprendido novas estratégias com os pro-fessores de recreação. Somente se ater às idéias da própriaárea restringe a criatividade. Explorar outras áreas enriquecea criatividade.

o artista quebra as regras, normas e tabus da sociedade. Oato de criar requer a quebra de alguns sistemas impostos erepetitivos. Um dos exemplos de criatividade é a pinturasurrealista, poucos entendem sua mensagem, pois se tratade uma quebra das regras comuns e cotidiana das pinturascomo paisagens, natureza morta, etc. Muitas vezes nos aco-modamos em determinados esquemas de aulas e aJi fica-mos anos após anos sem quebrar aquela situação de falsasegurança e ausência de criatividade.

Ao criarmos novas idéias ou exercícios, devemos adotar apostura de um juiz, julgando as idéias e os exercícios se

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são importantes e se beneficiaram nossos alunos. Muitasidéias se perdem pela falta de critérios e respeitabilidade. Acapacidade de julgar uma idéia depende de conhecimentosdas estratégias e do nível maturacionaI dos alunos.

Com certeza, quando apresentamos uma nova idéia, mui-tos serão os contras e poucos prós, lembram-se dos gran-des inventores? Copérnico, Newton, Santos Dumont,Thomaz Edson, Marconi, demoraram muito para seremcompreendidos. O mesmo acontece conosco ao criarmosnovas idéias. Muitas pessoas não aceltam novas idéias, poiselas mexem demais com o cotidiano e encontramos pesso-as que não estão dispostas a investir ou aceitá-Ias. Geral-mente essas pessoas são nossos chefes, coordenadores,donos de escolas ou diretores.

Tenho obtido ótimos resultados nas aulas e na vida profissi-onal adotando as posturas acima apresentadas.

Voltando à criatividade e estratégias do ensino da natação,acredito que para fugirmos de certos padrões adotados naaprendizagem, devemos observar alguns pontos importantes:

É importante a participação e colaboração do professor jun-to à direção administrativa da escola de natação quanto aoambiente como piscina estruturada para as aulas de crianças,

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jovens ou adultos. Criança, necessitam de piscina com de-senhos, aparelhos de som, ambiente menor, mesmo que sejapiscina maior, dividir O espaço da aula com raias, dando aidéia de um espaço menor. Par.a os jovens, aparelho de som,quadros par.a anotações de tempos e séries e cronômetros.Para os adultos é importante manter um ambiente tranqüilo eacolhedor, com raias deter.minadas para cada aluno e climade confiança entre O professor e O aluno.

Introdução de novos exercícios, dependendo da fasedo aprendizado:

Explorar ao máximo as fantasia" principalmente através dasmúsicas. A música tem como objetivos: "quebrar o gelo" norelacionamento entre o aluno e O professor, é o elo de comuni-cação entre ambos e motivação. Podemos criar variações mes-mo que não tenhamos veia artística para tal. A música, água ecomunicação do professor poderão desencadear O prazer doaluno pela prática da natação. A movimentação do aluno naágua através de pequenos jogos, músicas ou livremente, desdeque não perca o contato com o fundo da piscina, tem comoobjetivos a procura de novas for.mas de adaptação, equilJbrio enoção do espaço que ocupa no meio líquido.

Utilização de músicas: material flutuante e exercícios comoassoprar a água são importantes, passando posterior.mente

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para colocação do rosto e cabeça na água e procura deobjetos no fundo da piscina. Os movimentos de flexão daspernas, braços para a lateral, realizados espontaneamentesão importantes para a globalização e o futuros movimen-tos das pernas e braços.

Quando o aluno pratica a flutuação na realidade está perce-bendo e conhecendo o espaço que O seu corpo ocupa nomeio líquido. Quanto mais variamos o poslcionamento docorpo melbor, tanto para a percepção corpórea quanto parao relaxamento. Podemos utilizar fantasias colocando nomescomo jacaré, foguetinho, lancha. É importante que O pro-fessor progressivamente faça com que o aluno sinta O espa-ço que ocupa e a movimentação das pernas e mãos paraauxiliar o equilíbrio e a sustentação do corpo. A presençado ar nos pulmões, motivo pelo qual o corpo flutua, poderáser incentivado através de brincadeiras como pegar objetosno fundo, passar entre arcos submersos, flutuação lateralou imitação de "cachorrinho" durante um determinado tempobloqueando a respiração.

Deslocamentos livres ou exercícios com música na posiçãovertical são importantes para a iniciação da pemada. Exercíciosna vertical desenvolvem a percepção global do movimento daspernas e a sensibilidade do aluno de sentir a perna toda movi-mentando e a pressão dos pés, vencendo a resistência da água.

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Dificilmente o aluno sente a pressão nos pés quando nosprimeiros movimentos preconizamos a posição horizontal.Saltos na vertical com os pés no fundo da piscina, poderádar noções aos alunos da pemada de peito. O importante écriarmos exercícios diferentes da posição horizontal, maisdifíceis de executar e perceber. É mais fácil o aluno execu-tar o movimento de andar que na posição de tlutuação.Deslocamentos de forma recreativa, com os alunos dividi-dos em dois gmpos, um de frente para o outro, cada umcom um número determinado. Ao sinal do professor, elejoga uma bola e anuncia um número, por exemplo o núme-ro 02, sai o 02 de um grupo e do outro quem pegar a bolamarca um ponto para a equipe.

Um dos exercícios que gosto de ministrar durante a fase doaprendizado da braçada é a movimentação das mãos para oslados, através do afastamento lateral dos braços ou com vari-ações como afundar as mãos e movimentando em todas asdireções, lateral, para baixo ou para trás. Quando solicita-mos aos alunos realizar onda na piscina, objetivamos a varia-ção das mãos nas diferentes posições. Saltos para a frente emergulho empurrando a água para baixo e para trás fazemcom que o aluno tenha noção da resistência da água.

Gosto de realizar variações como: Vamos brincar de movi-mentar as pernas bem rápido e os braços bem lento? Agora

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vamos brincar ao contrário, os braços rápidos e as pernaslentas. Estes exercícios são realizados sem o movimento dacabeça para respirar.

I. Observar os temas de interesse dos alunos, dependendoda faixa etária. Observar o que as crianças mais falam comomúsicas, games, estórias, ete.

Os jovens geralmente gostam de músicas,de desafios comomelhorar tempos,participação em duatlhon e atividadesgrupais. Os adultos já gostam que os professores falem sobreos programas das aulas, a melhora da metragem ou da massamuscular ou de gordura e de aulas diferentes. Muitas receitasde doces e bolos aprendi durante as aulas para os adultos,além dos famosos almoços de natal realizados na escola.

2. Diversificar, iniciamos e finalizamos a aula com recreação, naoutra colocamos a recreação no meio. Numa determinada aulaprática da faculdade, percebi que os alunos que ficaram de forada aula observando somavam o mesmo número dos que esta-vam realizando a aula na água Tinha que adotar uma estratégiapara chamar atenção deles, para não desviarem a atenção comconversas paralelas. Sem planejar anteriormente, observei nacaixa dos materiais uma pequena bola verde e comecei a jogá-Iapara os alunos de fora pegarem e devolverem. Realizei esseexercício várias vezes sem avisar e consegul segumf a atençãode todos. Para que isso acontecesse, foi necessário que eu esti-vesse com o pensamento solto e disposto a criar.

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3. Quanto sinto que a aula esta meio parada, sem motiva-ção, procuro incansavelmente um pequeno detalhe solto noar, como uma frase de um aluno, ou uma determinada atitu-de e em cima do fato crio uma situação motivante.

4. Criar um ambiente lúdico educativo: "O educador pode,portanto, construir um ambiente que estimule a brincadeiraem função dos resultados desejados. Não se tem certeza deque a criança vá agir, com esse material, como desejaría-mos, mas aumentamos, assim, as chances de que ela ofaça" (Brougere, 1997).

5. Aulas temáticas: histórias contadas (contos de fadas efábulas) = faz-de-conta/imaginação. Atividades de aula re-lacionadas com: personagens; ação dos personagens; oslugares da história; o enredo da história.

A AULA É UM MOMENTO PLENO, NECESSITADE UM CLIMA ALEGRE .

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Se de.çejm um ambiell1e alegre (' jestil'(J em suas aulas. lItili:e amlÍsica. e/a desperta a u"sibilidade e alegria "o.~alullos.

Williml1

Olha a dona aranha subindo pelas paredesVeio a chuva fone e a derrubou!A chuva parou e o sol já vem surgindoE a dona aranha pela parede continuou a subir...

Comprei um peixinho, lindo e vermelhinho,Comprei um aquário para ele morar,O peixinho nada, nada depressinha,Eu não sou peixinho, mas eu sei nadar!!!

Fui nadar numa piscina, na, na,Infestada de tubarão, rão, rão,Saiu de lá, lá, lá,Uma tartaruga, ga, ga,Olhou para mim, olhou para mim,E fez assim, Buuuuuuu!!!

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Cavoca, cavoca,Para achar umaMinhoca, minhoca,Minhoca estouFicando louco.

A gente gosta de brincar de circoDar cambalhotas, fazer palhaçadasA gente adora imitar os bicbos,Como é bom brincar.A gente faz a mágica mais lindaTransforma a vida numa grande festaA gente canta, dança, bate palma e não quer pararVem a foca com a bola no narizO elefante fazendo chafarizVem a macacada todo de uma vezTira, bota a gente pede bisO palhaço deixa tão felizQuando o grito bate forte no seu coração.

Croc, croc, croc, crocSapo puJa, pula entrou lá na minha casaDa porta da cozinha foi atrás da criançadaVovó soltou um grito, pois estava bem na entradaO sapo deu um salto bem em cima da almofadaPula, pula, pula, pula e faz rtrulaO sapinho lá de casa pula, pula, pula (bis)

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Pato Zico mais popularPato Zico pato cantorAbre o bico e pões prá quebrarA canção do quá-quáA canção do quá-quá (bis)

Eu conheço uma galinhaGalinha da vizinha, avezinha magricela e depenadaQuem tem pena da galinha, avezinha depenadaA galinha magricela da vizinhaBota ovos, bota ovos sem pararA galinha magricela bota ovos sem pararA galinha magricela bota 1,2,3 e sem pararA galinha magricela vira cambalhota e bota 4 de uma vezA galinha magricela bota 10, 100 e 1000A galinha magricela bota ovo, bota a galinha do Brasil.

Ciranda, cirandinha vamos todos cirandarVamos dar a meia volta, volta e meia vamos darO anel que tu me destes era vidro e se quebrouO amor que tu me tinhas era vidro e se quebrou

A canoa virou, foi deixar ela virarFoi por causa do (nome do aluno) que uão soube remarSe eu fosse um peixinho e soubesse nadarEu tirava (nome do aluno) do fundo do marSiriri pra cá, siriri pra lá o (nome do aluno) é velho mais nãoquer casar

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Respirações e bloqueios:Caranguejo

Caranguejo, caranguejo, faz tchibun, faz tchibunCaranguejo, caranguejo, faz tchibun, faz tchibun

A galinha do vizinho bota ovo amarelinhoBota 1,2 ...9 e bota 10(comentários do professor: a galinha ficou preguiçosa ebotará OS ovos, depois 2 e 1 ).

o sapo não lava o pé, não lava porque não querEle mora lá na lagoa e não lava o pé porque não querHummmmmmmnun mas que chulé!!!!!

obracinbo do crawlzinbo faz assim, faz assim ou (tcham, tcham)O bracinbo do crawlzinbo faz assim, faz assim ou (teham, tcham)Cotovelo levantado, o bracinho esticadoO bracinho do crawlzinho faz assim (tcham, tcham)

Todas as músicas deverão ser cantadas com muita partici-pação e vibração por parte do professor, criando uma situ-ação de fantasia e magia. É importante a expressão facial ecorporal, levando a criança a parricipar da fantasia. Nãodesista se nas primeiras vezes a criança não cantar, poderáestar cantando nas próximas aulas, basta ter paciência.

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Iniciei a nobrc arte de dar aulas de natação aos 16 anos,numa época em que o número de especialista da área e deFaculdade de Educação Física era deficiente e a oferta deespaço para ministrar aulas de natação era maior que os pro-fessores.

Diferente dos dias atuais, encontramos opções de bons pro-fessores fOffilados na ãrea de natação. Sempre me preocu-pei com o fato de a natação ser levada a sério e de umamaneira científica. Jamais aceitei idéias sem testá-Ias, vivenciá-Ias ou questioná-Ias e isto me ajudou na busca de explica-ções para várias situações e metodologias das aulas.

Ao finalizar este livro, sinto um grande prazer, o prazer delevar até vocês os conhecimentos adquiridos nesses anoscomo professor de natação. Praticamente deixei de ser pro-fessor de natação dos 20 até os 33 anos para dedicar-me àprofissão de técnico de natação nos clubes Juventus e Pi-nheiros de São Paulo. Ao sair do Pinheiros, continuei comotécnico de outras equipes e reiniciei minha participaçãocomo professor. Quando menos eu esperava iniciei comoprofessor na Escola Polé de Natação, cantando, motivan-do, segurando crianças de um lado para outro na piscina.Fiquei muito emocionado ao redescobrir os encantos daaprendizagem da natação para as crianças. A partir desse

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momento, junho de 1984, iniciei meus estudos e experiên-cias concluídas neste livro que vocês acabaram de ler, fo-lhear ou analisar capítulos mais importantes. Meu maiorobjetivo ao escrever essas experiências é o de levar até acomunidade aquática uma proposta diferente das apresen-tadas até o momento.

Descrever sobre maturação; incluir métodos jamais menci-onados nas literaturas de natação; descrever os estilos ealguns exercícios interessantes e atuais; dissecar a aprendi-zagem do mergulho, sa.ídas e viradas, temas geralmenteabordados num enfoque mais técnico; a cri atividade dasaulas e músicas na aprendizagem. Seria muita pretensão daminha parte acreditar que esgoto o assunto da Aprendiza-gem da Natação, mas com certeza os temas descritos abri-rão novos horizontes, principalmente para os apaixonadospela natação, didática e o seu ensino. Termino esse livronão cansado, exausto por escrever, mais satisfeito, alegre emotivado a continuar a escrever mais sobre minhas experiên-cias aquáticas.

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ANDRIES IR., O; Pereird, M. D.; Wassal, R. Natação Animal. São Paulo:Manole, 2001.BALDW1N, A. Teorias do Desenvolvimell1o da Criança. São Paulo:Pioneira, 1973.

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Professor de Educação Física graduado pela Faculdade deEducação Física de Santos. CREF - 00023-SP-4-G

Psicólogo Clínico pela Universidade Metodista de SãoBernardo do Campo - CRP - 6775-SP

Coordenador do Centro de Preparação Psicológica doEsporte Clube Pinbeiros - SP - 1981 - 1984

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Supervisor Técnico do Projeto IGbon de Natação - SP -1987- 1991

Diretor e Professor da Escola Dolphins de Natação e Fitness- SP - Desde 1988

Especialização em Escolas de Natação do Japão - Toldo -Japão -1977

Mérito Esportivo Brahma corno Melhor Técnico do Brasil _1980

Técnico da Seleção Brasileira - Sulamericano- 1977n8n9180/81182/83/84/87 - 1990/911921 - 1998 Copa Latina- 1979180181/82189/1998 , Panamericano 1991199 e Mundial 1995197/99.

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Técnico da Seleção Brasileira Universitária - Universiade-Edmonton - Canadá - 1983

Técnico da Seleção Brasileira Universitária - Universiade-Messina - Sicilia - ltália- 1997

Técnico da Seleção Paulista - Campeonato Brasileiro deSeleções. 1974175176177178179/80/81/82/83/87/88/89190/96

Colaborador do Jornal Aquático - Órgão da FederaçãoPaulista de Natação -1996 - 1998

Comentarista esportivo especializado em natação pela ESPNBrasil - Desde 1996

Professor da disciplina de natação Faculdade de EducaçãoFísica do UniF.M.U - SP. Desde 1990

Professor da disciplina de natação Faculdade de EducaçãoFísica da UN1CID-SP - 1998 - 1999

Coordenador e Professor do Curso de Pós Graduação emNatação da Facnldade de Educação Física do UniF.M.U. SP.- Desde 1994

Coordenador e Professor do Curso de Pós Graduação emNatação da Faculdade de Educação Física da UniversidadeGama Filho. RJ. - Desde 2003

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Professor convidado do Curso de Pós Graduação dasFaculdades Claretiauas de Batatais - SP. Desde 1998

Professor convidado do Curso de Pós Graduação da Faculdadede Educação Física de Catanduva - SP . 1998

Professor convidado do Curso de Pós Graduação na Faculdadede Educação Física de Santo André - SP. 2001

Palestrante do 4° Simpósio Internacional de MedicinaEsportiva - Rosário -Argentina - RFA. 1995

Supervisor Técnico da Seleção Brasileira Feminina deNatação. 1997 - 2001

Palestrante nas várias Clinícas e Palestras de Natação doBrasilCBDA - FITNESS BRASIL-ENAF -JüPEF-SESC-

Editor dos livros - Treinamento em Academias - Editora Íconc- 1996 e Natação e Liberdade - Editora Referência - 2004

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