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ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014
1951
ENSINO DE GEOGRAFIA FÍSICA PRESENTE NO SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA NOS ANOS 2003 E 2013
Fernanda Silva Clemente
[email protected] Curso de Geografia (PIIC/UFSJ)
Carla Juscélia de Oliveira Souza [email protected]
Curso de Geografia (Profa. DEGEO/UFSJ)
Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar e discutir os resultados parciais da pesquisa intitulada “Produção e Tendência do Ensino da Geografia Física no Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, no Período 2003 a 2013”, em andamento. Foram investigados 34 artigos, publicados em 2003 e 44 em 2013, no eixo sobre Ensino, do referido simpósio. O trabalho fundamenta suas discussões a partir da história da geografia escolar e do ensino de geografia física. Os artigos foram analisados considerando os aspectos: origem institucional do trabalho, subáreas contempladas - Geologia, Geomorfologia, Biogeografia, Geotecnologia, Climatologia, Pedologia e Análise Ambiental e outras - e o tipo de trabalho - relato de experiência, discussão teórica ou metodológica. Entre os resultados, verifica-se o expressivo aumento de trabalhos na área de Climatologia, de 5,9% em 2003 para 20,5% em 2013. A temática Educação Ambiental apresentou decréscimo dos números, sendo 8 em 2003 e nenhum em 2013. Nos dois eventos a abordagem da questão ambiental esteve presente, principalmente em 2013. Palavras-chave: Geografia Física; Simpósio, Ensino.
Abstract
This study discuss the preliminary results of research “Production and Trend of Teaching Physical Geography on Brazilian Symposium of Applied Physical Geography in the Period 2003-2013”. In the 2003 event were investigated 34 articles and 44 articles published in 2013 in the axis about teaching. The work is based upon discussions from the history of school geography and physical geography teaching. The articles were analyzed considering the following aspects: Institutional source of the work, contents - Geology, Geomorphology, Biogeography, Geotechnology, Climatology, Soil and Environmental Analysis and other - and the type of work - reporting experience, theoretical or methodological discussion. Among the results, there is a significant increase in jobs in the field of climatology, 5.9% in 2003 to 20.5% in 2013. The Thematic Environmental Education showed a decrease in numbers, with 8 in 2003 and zero in 2013. In both events the approach to environmental issues was present mainly in 2013. Keywords: Physical Geography; Symposium, Teaching
Eixo de inscrição: 15 - A Geografia na educação básica: metodologia, tecnologia e formação
docente.
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Introdução
Este trabalho apresenta e discute os conteúdos de geografia física, a partir de
pesquisa realizada sobre os trabalhos presentes no eixo “Ensino de Geografia”, nos
Anais dos “Simpósios Brasileiros de Geografia Física Aplicada” realizados em 2003 e
2013. Composto por vários eixos, o referido simpósio passou a considerar a temática
“Ensino”, em 19951 entre os seus eixos temáticos. A inclusão desse eixo nesse tipo de
evento revela o interesse da comunidade científica em valorizar e divulgar trabalhos
teóricos e/ou práticos produzidos no campo do ensino, tanto no âmbito acadêmico
quanto o escolar. Sabe-se que os conteúdos e o ensino de geografia física na escola,
durante os séculos XIX e XX, apresentam trajetória histórica marcada pela abordagem
tradicional tanto do ensino, quanto da Geografia, a qual compreende ensino descritivo,
mnemônico, enciclopedista e sem interação dos aspectos físicos e humanos. No final
do século XX, veio à tona discussões referentes à questão ambiental, as quais tiveram
suas manifestações, internacionalmente, na década de 1970. Desde essa década,
outros movimentos no interior da ciência geográfica aconteceram, quanto aos
métodos, conteúdos, metodologias e abordagem escalar. O reflexo desses
movimentos e discussões chegou à geografia escolar, à geografia acadêmica e aos
respectivos conteúdos de geografia física.
Ciente dessas mudanças e da valorização do ensino de geografia física, algumas
questões vieram à mente: Quais são as “subáreas” e seus conteúdos mais
contemplados nos Simpósios de Geografia Física Aplicada, nos últimos 10 anos? Qual
a natureza desses trabalhos - teórica, metodológica, relato de experiências? Verifica-
se uma tendência do ensino de Geografia Física, revelada por meio dos artigos
completos presentes nesses simpósios?
Portanto, conhecer as mudanças e as permanências sobre o ensino de geografia
física na década de 2010, expressas em simpósio que se dedica à divulgação das
discussões e reflexões no âmbito da Geografia Física, constituiu motivação para
realizar a pesquisa “Produção e tendência do Ensino da Geografia Física no Simpósio
Brasileiro de Geografia Física Aplicada, no período 2003 a 2013”, em
1 No 1º Simpósio de Geografia Física Aplicada, realizado em 1984, existiu uma mesa redonda que contemplou a Geografia Física em instituições de ensino e pesquisa. Em 1989, abordou-se a questão do ensino em mesa redonda, mas nenhum trabalho em comunicação foi apresentado, assim como em 1993. Já no evento de 1995 forame 5 trabalhos num rol de 174, em 1997 foram 43 trabalhos no eixo intitulado “Ensino de Geografia Física e Educação ambiental”, com 43 trabalhos num total de 405.
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desenvolvimento, no âmbito da iniciação científica, no Departamento de Geociências
da Universidade Federal de São João del-Rei.
Objetivos
O objetivo é apresentar os resultados parciais da referida pesquisa, alcançados com a
análise dos trabalhos apresentados nos Simpósios Brasileiros de Geografia Física
Aplicada, realizados em 2003 e 2013. A pesquisa apresenta como objetivos
específicos verificar a produção quantitativa e temática de trabalhos referentes ao
ensino de geografia física, ao longo de 10 anos; verificar se há alterações nesse
número e no tipo de trabalhos e a origem desses trabalhos, ao longo dos últimos 10
anos.
Fundamentação teórica
Discorrendo brevemente sobre a Geografia no Brasil, pode-se dizer que ela está
presente na escola desde o século XIX, antes mesmo de existir o curso de formação
de professor de Geografia, que aconteceu a partir de 1934, com a fundação da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP)
e do Departamento de Geografia, em 1946, (PONTUSCHKA, PAGANELLI e CACETE,
2007). Inicialmente, os seus conteúdos apresentavam-se como um saber estratégico e
depois se tornou um saber “apropriado” pela escola e redirecionado para os alunos
(MELO, VLACH e SAMPAIO, 2012). Enquanto se consolidava como matéria escolar, a
“Geografia incorporou paradigmas vigentes na sociedade, como por exemplo, o ensino
enciclopédico, mnemônico, com listas de nomes para serem decorados” (MELO,
VLACH e SAMPAIO, 2012, p.2686).
Nas escolas brasileiras, era um conhecimento simplório e considerado fácil e,
portanto, ensinado nos primeiros anos, considerado compatível com a fase de
desenvolvimento cognitivo dos alunos. Enquanto nos países da Europa,
especificamente França e Alemanha, a Geografia já compreendia um significativo rol
de trabalhos científicos e alcançara o reconhecimento acadêmico (MELO, VLACH e
SAMPAIO, 2012).
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No Brasil, o conhecimento geográfico principal referia-se aos aspectos físicos, uma
vez que esse conhecimento, a respeito das características e condições dos recursos
do território, constituía importante informação militar para o Estado. Na época, os
aspectos contemplados pela Geografia Física se destacavam se comparados com os
da Geografia Humana entre os conteúdos estudados pela sociedade, a qual faz
referência, ainda hoje, à geografia como disciplina que estuda os elementos físicos
presentes na superfície terrestre e representados nos mapas.
No âmbito acadêmico, na primeira metade do século XX, as várias “disciplinas” que
compõem a Geografia Física - Climatologia, Geomorfologia, Biogeografia - se
especializaram, cada qual com a definição epistemológica e metodológica de seu
objeto e de suas técnicas, a partir do final dos anos 1940 e com maior intensidade na
década de 1950 (VITTE, 2008). Essa especialização reforçou a abordagem já
fragmentada e positivista da Geografia no contexto escolar, onde o ensino de
Geografia iniciava com a descrição dos elementos que compõem quadro natural, para
em seguida abordar as atividades econômicas humanas sobre o espaço físico,
tomando-o como palco. No 1º Congresso Brasileiro de Geógrafos (CBG), ocorrido em
1954, os estudos e comunicações contemplavam a Geomorfologia, Biogeografia,
Geologia e Geografia Agrária. Uma década mais tarde, durante o 2º CBG, realizado
em Ribeirão Preto em 1965, além dessas “subáreas”, outras foram contempladas
como Hidrologia e Solos, além de Geografia das Indústrias, Geografia Urbana,
Geografia Regional, Planejamento (SOUZA, 2006) e, também, pela primeira vez o
Ensino da Geografia, com a presença de dois trabalhos.
Durante as décadas de 1970 e 1980 os conteúdos referentes à Geografia Física foram
questionados quanto a sua abordagem e importância social no âmbito escolar. Os
conteúdos de geografia física para a formação escolar não eram relevantes
socialmente, no contexto da Geografia Crítica. Muitas críticas foram feitas à geografia
descritiva e mnemônica e aos seus conteúdos ensinados na escola, principalmente os
referentes à parte física. Segundo Afonso e Armand (2009), com o advento da
Geografia Crítica, verificou-se um desconforto entre professores para manter temas
relacionados à climatologia, geomorfologia, geologia, pedologia entre outros nas
prioridades curriculares.
Apesar dessa trajetória de valorização estratégica e depois desvalorização social e
política dos aspectos da Geografia Física, discussão a respeito desses conhecimentos
vem retomando espaço no contexto da formação acadêmica e da Geografia desde a
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década de 1990, com a abordagem ambiental. No 3º Simpósio Brasileiro de Geografia
Física Aplicada (3ºSBGFA), realizado em 1989, 55% dos trabalhos publicados
referiam-se à temática “Análise Ambiental” e no 4º SBGF, em 1991, trabalhos
referentes à questão ambiental (33%) também foram maioria (SOUZA, 2006).
De acordo com Mendonça (1993), a Geografia desde sua origem tem tratado direta ou
indiretamente a temática ambiental, elegendo-a, de maneira geral, uma de suas
principais preocupações com atenção para a Natureza. No período anterior a década
de 1950, a preocupação recaia sobre os elementos da natureza, enquanto recurso a
ser identificado, categorizado, mapeado, como fonte de riqueza natural de um Estado,
numa perspectiva naturalista do ambiente. Nessa perspectiva, a Geografia abordava a
temática ambiental de maneira descritiva do quadro natural independente da ação do
homem. Na segunda metade do século XX, a Geografia fortaleceu a preocupação com
o tipo, a velocidade e as consequências das transformações que ocorrem no espaço
humanizado pela sociedade e nos elementos da natureza, à luz da perspectiva
ambientalista, principalmente a partir de 1980. Nesta perspectiva crítica, a Geografia
passou a conceber meio ambiente de forma mais complexa, na interação
Sociedade/Natureza, como expõe MENDONÇA (1993, p.66):
Nesta nova abordagem o meio ambiente deixa de receber aquela “tradicional” visão descritivo-contemplativa, por parte da geografia, como se fosse um santuário que existe paralelamente à sociedade. O meio ambiente é visto então como um recurso a ser utilizado e como tal deve ser analisado e protegido, de acordo com suas diferentes condições, numa atitude de respeito, conservação e preservação.
A partir de 1980, a importância da temática ambiental passou a ser destacada também
com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (FARENZA, TONINI e CASSOL,
2001). Nesta, a Legislação Ambiental normatizou as atividades relacionadas ao meio
ambiente. De acordo com Farenza, Tonini e Cassol (2001), esse fato, esse contexto e
essa legislação favoreceram o trabalho do geógrafo - através da elaboração de laudos
técnicos, diagnósticos ambientais, planejamento para recuperação de áreas
degradadas - assim como o do licenciado em Geografia, no trabalho escolar e na
Educação Ambiental, como meios para equacionar ou minimizar os impactos da inter-
relação sociedade e meio ambiente. A emergência da questão ambiental veio, então,
definir novos rumos à Geografia Física (SUERTEGARAY e NUNES, 2001).
Os trabalhos específicos da Geografia Física, nas “subáreas” Climatologia,
Biogeografia, Geomorfologia, Pedologia, Hidrologia e outras, passaram a contemplar
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também a influência da sociedade sobre os diferentes elementos da natureza dentro
de uma análise sistêmica e complexa do ambiente. Essas “subáreas” reformularam
suas análises, privilegiaram algumas abordagens e algumas escalas de análise em
detrimento de outras, em função do contexto econômico e social contemporâneo
(SUERTEGARAY E NUNES, 2001).
No 4º Congresso Brasileiro de Geografia, ocorrido em 1984, entre os trabalhos
apresentados, 32% referia-se à “Produção do espaço brasileiro” (SOUZA, 2006)
seguindo pela temática “Questão ambiental” (25%) e pelo “Ensino de Geografia”
(16%). Uma década depois (1994), 30% dos trabalhos apresentados no 5ºCBG
referiam-se à Geografia Física e Meio Ambiente, enquanto no 6º SBGFA, realizado em
1995, 64% dos trabalhos publicados referiam-se também à subárea/temas “Geografia
Física e Meio Ambiente” (SOUZA, 2006). De acordo com esse autor, esses valores
mostram a preocupação dos geógrafos com a questão ambiental naquele momento e
que se estendeu para o final da década de 1990 e início dos anos 2000.
No âmbito da Geografia escolar, a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN’s) para a Geografia, em 1998, trouxe para o ensino a questão da relação
Sociedade/Natureza, na perspectiva ambientalista. Nessa publicação, os conteúdos
considerados como parte da Geografia Física, são tratados a partir dos fenômenos
naturais ou simplesmente Natureza, cujos processos e dinâmicas são considerados
para que se possa dar conta da Questão Ambiental (FURIM, 2012).
Os PCN’s de Geografia propõem para o ensino fundamental “um trabalho pedagógico
que visa ampliar as capacidades dos alunos de observar, conhecer, explicar, comparar
e representar as características do lugar em que vivem e de diferentes paisagens e
espaços geográficos” (PONTUSCHKA, PAGANELLI e CACETE, 2007, p.75). E, ainda,
propõe orientações referentes a objetivos, eixos temáticos, conteúdos, critérios de
avaliação, desenvolvimento de atividades pedagógicas, planejamento de aulas e
auxílio na inserção dos recursos tecnológicos no ensino, além da inserção dos “temas
transversais” na escola básica, para o âmbito nacional de ensino. Entre esses temas
transversais está o Meio Ambiente.
Entre as orientações e a presença da abordagem ambiental nos PCN’s toma-se como
exemplo, o texto presente na proposta para o quarto ciclo (antiga 7ª e 8ª séries), a
saber:
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[...] propõe-se um trabalho mais detalhado com a modernização, modos de vida e a problemática ambiental. Ao cuidar dos temas desse eixo, o professor poderá dar um tratamento mais aprofundado, abordando o campo da ecologia política, discutindo temas tais como as mudanças ambientais globais, a questão do desenvolvimento sustentável ou das formas de ocorrência e controle da poluição (BRASIL, 1997, p. 46)
Dentro dessa perspectiva sobre Geografia e Meio ambiente nos PCN’s valoriza-se,
também, a questão da abordagem escalar, entre o local/global, assim como as
categorias Lugar e Paisagem. Suertegaray (2000), ao discutir sobre o que se ensinar
da Geografia Física na escola, aborda a importância de se considerar o ensino a partir
do conceito lugar, como espaço vivido e como “espaço de expressão de relações
horizontais (relações da comunidade com seu meio) e espaço de relações verticais
(relações sociais mais amplas determinando em parte a especificidade dos lugares)”
(SUERTEGARAY, 2000, p. 99). As colocações da autora somam-se às propostas
presentes nos PCN’s no que diz respeito à questão do ensino de geografia física.
No Currículo Básico Comum (CBC), de Geografia, elaborado para o Estado de Minas
Gerais (2006) verifica-se, também, atenção à questão ambiental. Esse fato é claro em
diversos eixos, como no Eixo Temático IV – “Meio ambiente e cidadania planetária”,
que apresenta o tema central “Ambiente, Tecnologia e Sustentabilidade”. Nesse tema,
o tópico 16 reflete a preocupação com a educação voltada para a sustentabilidade, em
que destaca a importância de ensinar aos alunos a relação existente entre o consumo
da natureza e a sustentabilidade ambiental. A abordagem no CBC, referente à parte
que cabe à Geografia Física, também, é considerada a partir da Natureza, atenta a
sua dinâmica e processos, para que se possa pensar a relação sociedade e natureza.
Verifica-se nos documentos oficiais destinados à educação e ensino de geografia na
escola básica atenção aos estudos referentes aos aspectos ambientais e da
sociedade. Essa preocupação resulta da combinação de vários fatores, entre eles
pode ser citada “a necessidade de compreender a dinâmica ambiental e sua relação
com os modelos de desenvolvimento urbano-industriais adotados, com os padrões
culturais e com as relações socioeconômicas entre países, classes sociais e
categorias produtivas” (AFONSO e ARMOND, 2009, p.3). Apesar dessa pressão, o
reconhecimento dessa importância aconteceu aos poucos no âmbito educacional
nacional.
Metodologia
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A pesquisa de natureza qualitativa adota como metodologia o estudo de conteúdo,
considerando os seguintes parâmetros na leitura dos textos: instituições de origem dos
trabalhos; as principais subáreas do conteúdo apresentado - Climatologia,
Geomorfologia, Biogeografia, Hidrografia, Pedologia, Outras -, a natureza dos
trabalhos - relato de experiência, discussão teórica ou metodologia - e as palavras-
chave. Esses parâmetros foram propostos a partir das leituras iniciais. Para o
desenvolvimento deste, elegeram-se os artigos apresentados nos anais dos eventos
de 2003 e 2013, referentes ao Simpósio Brasileiro de Geografia Física. A escolha
desses dois anos como ponto de partida se deve à possibilidade de se levantar
“rapidamente” mudanças significativas ocorridas no prazo de 10 anos.
A primeira tarefa foi realizar o levantamento dos trabalhos e a leitura daqueles que
abordam o ensino de geografia física e a geografia escolar, além de leituras referentes
a documentos como Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), Currículo Básico
Comum (2006), Cadernos SECAD (2007), entre outros que fundamentam a pesquisa.
Para as leituras e fichamento dos artigos apresentados no referido simpósio, elaborou-
se um quadro de categorização, contendo os parâmetros adotados para o estudo dos
conteúdos dos textos. Inicialmente foram lidos os resumos dos 44 trabalhos
apresentados no evento de 2013 e os 34 do evento de 2003. As informações contidas
nesses resumos foram registradas no quadro de categorização. A leitura do trabalho
completo ocorreu sempre que a leitura do resumo não era suficiente para levantar os
aspectos investigados. As informações levantadas foram tabelas e representadas
graficamente por meio do recurso Excel da ferramenta Office do Programa Windows.
Resultados
O XV Simpósio Brasileiro de Geografia Física de 2013, ocorreu na cidade de Vitória,
entre os dias 08 e 12 de Julho, e foi organizado pela Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES), enquanto o X Simpósio foi realizado em 2003 na cidade do Rio de
Janeiro e organizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), entre os
dias 11 a 16 de Novembro. Nesses eventos, os eixos referentes ao ensino eram
identificados como “Aplicação da Geografia Física ao Ensino” (2003) e “Ensinando
Geografia Física” (2013).
Nos dois simpósios, nos referidos eixos, foram levantados 34 trabalhos em 2003 e 44
em 2013. À medida que se lia os resumos, observou-se trabalhos que não se
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encaixavam nas categorias propostas inicialmente. Portanto, ao longo das leituras e
categorização dos assuntos outras categorias foram sendo apresentadas. Entre essas,
encontram-se “Análise Ambiental”, “Geografia física” e “Geotecnologia”. Os artigos
classificados como “Análise Ambiental” refere-se àqueles que contemplam várias
subáreas da geografia física de maneira integrada e considera um ambiente/lugar
específico ou estudo de caso. Já os artigos classificados como “Geografia Física”, são
aqueles que apesar de considerarem as várias subáreas da geografia física, não
abordam a interação entre elas no estudo realizado. Na categoria “Geotecnologia”
foram considerados os artigos que enfocaram o uso de computadores, tablets, internet
e/ou programas de Sensoriamento Remoto para auxiliar as atividades de ensino com
algum conteúdo de geografia física. Após essa etapa de classificação, foram
produzidos gráficos via Excel para melhor visualizar e trabalhar os resultados obtidos,
conforme apresentado e discutido nos parágrafos seguintes.
Os trabalhos apresentados foram ainda contabilizados de acordo com a instituição de
origem dos mesmos, sendo essa apuração importante para verificação da incidência
de envios de trabalhos ao referido evento pela rede pública e da rede privada de
ensino superior. O Quadro 1, mostra que a maioria dos trabalhos é proveniente das
instituições públicas, sendo possível explicar esse resultado ao se considerar que há
um grande investimento público nos projetos de pesquisa, ensino e extensão nessas
instituições de ensino.
Quadro 1: Origem institucional dos trabalhos nos SBGFA (2003 e 2013).
ORIGEM INSTITUCIONAL DOS TRABALHOS NOS SBGFA DE 2003 E 2013
Público Privado Indefinido TOTAL DE TRABALHOS
2003 23 10 1 34
2013 43 1 0 44
Fonte: Levantamento da pesquisa, 2013/2014 (PIIC, UFSJ).
Os trabalhos apresentados em 2013 são originários da região Sudeste (34,1%), do Sul
(27,3%), do Nordeste (24,9%), do Centro Oeste (9,1%) e da região Norte (4,6%). Entre
essa produção, a maioria é da Graduação e vieram dos estados do Rio Grande do Sul,
Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Estes respondem por 52,4% do total dos
trabalhos. Já em 2003, a região Sudeste enviou mais da metade dos trabalhos
(58,8%), seguida pelo Nordeste (23,5%), Sul (8,8%), Norte (6%) e Centro Oeste
(2,9%), sendo que a maioria é procedente dos estados do Rio de Janeiro e Minas
Gerais, perfazendo 56% do total.
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Acredita-se que a localização geográfica das cidades que sediaram os dois simpósios
influenciou no número de trabalhos oriundos do Sudeste e Sul, devido à maior
proximidade e facilidade de acesso físico.
O gráfico 1 apresenta dados referentes à categorização dos conteúdos levantados nos
77 trabalhos investigados nos anos de 2003 e 2013. Nota-se que, com exceção das
categorias Geologia e Geotecnologia, as demais aumentaram em número de 2003
para 2013. As “subáreas” que mais cresceram foram Análise Ambiental e Climatologia.
Gráfico 1: Comparativo entre as subáreas similares nos SBGFA de 2003 e 2013
Fonte: Levantamento da pesquisa, 2013/2014 (PIIC, UFSJ).
Neste texto, a categoria Análise Ambiental refere-se aos conteúdos dos trabalhos que
contemplam várias subáreas da geografia física de maneira integrada e considera um
ambiente/lugar específico ou estudo de caso. É importante encontrar trabalhos
voltados ao ensino básico que contemplam mais de um aspecto físico,
correlacionando-os. Segundo o levantamento desta pesquisa científica, esse modelo
de trabalho triplicou, passando de 4 em 2003 para 12 em 2013. Durante muito tempo,
o ensino de Geografia que didaticamente separava os conteúdos ditos de Geografia
Física, dos conteúdos de Geografia Humana era pautado em um ensino descritivo e
fragmentado, que exigia do aluno habilidades e competências de memorização de
coisas e lugares. Não havia uma preocupação com a “explicação da inter-relação
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entre os processos, fossem eles de ordem natural ou social” (SUERTEGARAY, 2000,
p.98), conforme já exposto pela autora,
Além da Análise Ambiental, outra “subárea” que recebeu destaque em 2013 foi a
Climatologia, que representou 20,5% dos 44 trabalhos sobre ensino de geografia
física, contrapondo apenas 6%, em 2003, num total de 34. Um dado importante a ser
registrado é que 7 entre os 9 trabalhos classificados como Climatologia em 2013
envolvem também o uso das tecnologias nas atividades pedagógicas. Os mesmos não
foram contabilizados na subárea Geotecnologia porque suas fundamentações teóricas
são climáticas, sendo uso da tecnologia utilizado apenas como subsídio para
construção do trabalho. Também houve acréscimo de trabalhos nas categorias
Cartografia e Geomorfologia, ambas passaram de 6% trabalhos em 2003 para,
respectivamente, 7% e 9% em 2013. Ao contrário das subáreas anteriores, que
apresentaram aumento, as categorias Geotecnologia e Geologia obtiveram redução no
número de trabalhos publicados no eixo de ensino do Simpósio, sendo a primeira
reduzida de 17,5% para 9,3% e a segunda de 9% para 4,5%, em 2013.
O aumento no número de trabalhos relacionados ao ambiente e ao clima vai de
encontro ao que SUERTEGARAY e NUNES (2001, p.16) dizem a respeito da
Geografia Física contemporânea:
A emergência da questão ambiental vai definir novos rumos à
Geografia Física. Esta tendência e a necessidade contemporânea
fazem com que as preocupações dos geógrafos atuais se vinculem à
demanda ambiental. Por conseguinte, não abandonam a compreensão
da dinâmica da natureza, mas cada vez mais não desconhecem e
incorporam a suas análises a avaliação das derivações da natureza
pela dinâmica social.
Ensinar Climatologia nos dias de hoje requer o entendimento do tema por parte dos
professores, pois este conteúdo desempenha forte ligação no dia a dia dos alunos
através dos noticiários e jornais, devido à própria abordagem atual das mudanças
climáticas e fenômenos como o Aquecimento Global, Efeito Estufa, Ilhas de Calor, etc.
(OLIVEIRA, CHAGAS e ALVES, 2012).
O uso das novas tecnologias que está presente tanto nos trabalhos de Climatologia
em 2013, quanto nos trabalhos classificados como Geotecnologia de 2003 e 2013,
denota a importância dessas ferramentas no ensino/aprendizagem dos temas mais
atuais. Estudos e debates têm sido realizados sobre a evolução tecnológica no
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ambiente escolar visto que os alunos cada vez mais cedo se apropriam de
equipamentos eletrônicos - celulares, videogames, máquinas fotográficas,
computadores, tablets - e os professores precisam saber adota-los como aliados no
ensino.
Os PCN’s tratam a tecnologia como um auxílio no processo de construção do
conhecimento, citando que:
[...] o recurso tecnológico é usado como um meio didático no processo de ensino aprendizagem. Mediante o uso das tecnologias da comunicação é possível problematizar os conteúdos específicos de Geografia. [...] O computador, por sua vez, possibilita a aprendizagem de conteúdos de Geografia na medida em que: favorece a interação com uma grande quantidade de informações, que se apresentam de maneira atrativa (diferentes notações simbólicas, gráficas, linguísticas, sonoras etc.). As informações são apresentadas por meio de textos informativos, mapas, fotografias, imagens, gráficos, tabelas, utilizando cores, símbolos, diagramação e efeitos sonoros diversos. (BRASIL, 1997, p.142-143)
Além dos resultados demonstrados no gráfico 1, outros resultados obtidos referem-se
aquelas subáreas que não apareceram em comum nos 2 simpósios, Quadro 2.
Quadro 2: Outras categorias de trabalhos no SBGFA - 2003 e 2013.
OUTRAS CATEGORIAS DE TRABALHOS NO SBGFA 2003 E 2013
Eventos Educação Ambiental
Formação de
professores
Abordagem teórica
Geografia Física
Hidrologia Biogeografia
2003 23,5% 11,5% 5,8% 0 0 0
2013 0 0 0 11,5% 7% 4,5%
Fonte: Levantamento da pesquisa, 2013/2014 (PIIC, UFSJ).
No SBGFA 2013, foram contabilizados 2 trabalhos de Biogeografia, 3 de Hidrografia e
5 de Geografia Física. Esta, como consta na metodologia deste estudo, compreende
os artigos que trabalham várias subáreas da geografia física, porém sem ligação entre
elas. Já no SBGFA 2003, aparecem 1 trabalho de Pedologia, 2 de Abordagem
Teórica, 4 de Formação de Professores e 8 de Educação Ambiental.
Nessa comparação o que chama a atenção são as categorias referentes as três de
2003 que não se repetem em 2013. Essas categorias se devem à própria organização
dos “subeixos” dentro do eixo “Aplicação da Geografia Física ao Ensino”. No evento de
2003, havia eixos referentes à Pós-graduação e Formação profissional, Ensino
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Fundamental e Médio e Educação Ambiental. O primeiro possibilitou o envio de
trabalhos de cunho teórico e/ou específico sobre formação. Enquanto o de Educação
Ambiental atraiu trabalhos que mostram como esta sendo tratada a Educação
Ambiental na sala de aula, pela perspectiva da Geografia Física.
No Brasil, a ECO 92 foi marco para ampliar a discussão sobre o ambiente e introduzir
a educação ambiental. Na época foi elaborado o Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Nesses documentos encontram-
se os princípios da educação ambiental e destaca a necessidade de formação de
pensamento crítico, coletivo, solidários, interdisciplinar e o processo participativo
voltado para a recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade
de vida (SECAD, 2007). No 7º Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada,
realizado em 1997, existiu o eixo “Ensino de Geografia Física e Educação ambiental”,
com a apresentação de 43 trabalhos num total de 405. Apesar da importância e da
existência de discussões sobre Educação Ambiental na atualidade, os dados e
informações levam a pensar que a maior efervescência de trabalhos, no campo da
Geografia Física, ocorreu entre 1992 e 2003.
Outro aspecto considerado nesta pesquisa diz respeito à natureza dos trabalhos
apresentados nos 2 simpósios, podendo ser de natureza teórica, metodológica ou um
relato de experiência.
Gráfico 2: Natureza dos trabalhos apresentados nos SBGFA de 2003 e 2013
Fonte: Levantamento da pesquisa, 2013/2014. (PIIC, UFSJ).
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No gráfico 2, observa-se que o número de trabalhos originados de um relato de
experiência aumentou de 35% em 2003 para 59% em 2013. Já os trabalhos teóricos
que representavam 50% em 2003 diminuíram para 23% em 2013. Trabalhos
metodológicos não obtiveram grande variação, sendo 15% em 2003 e 18% em 2013.
Possivelmente a redução no número de trabalhos de caráter teórico se deva à
extinção, em 2013, do subeixo “Pós-graduação e Formação profissional”.
Conclusão
Com base nos resultados, conclui-se que os conteúdos clássicos da geografia -
Geologia, Hidrografia, Geomorfologia - mantêm-se presente na educação básica,
contudo está havendo um enfoque maior nos assuntos relacionados ao ambiente
desde a década de 1995, devido aos problemas contemporâneos que afligem a
sociedade e esses refletem nos trabalhos dentro do ensino de geografia física na
escola. Essa valorização da abordagem da Geografia, pela perspectiva ambiental se
deve à combinação de vários fatores, mas, principalmente, à importância social que os
conteúdos e as discussões da Geografia Física promovem na interpretação da relação
sociedade e natureza, à luz da questão da dinâmica e dos processos da natureza e
das questões socioambientais.
Somada a essa valorização, tem-se o uso das tecnologias. Conforme apresentado
nesta discussão, as ferramentas tecnológicas se mostraram de grande valia na
produção dos trabalhos enviados aos Simpósios e no ensino e aprendizagem dentro
da escola básica. Com a rápida disseminação da tecnologia pelo mundo, a utilização
contínua da mesma pelos professores no ensino básico já é realidade em alguns
lugares pelo mundo, e representa uma forte tendência para daqui alguns anos no
Brasil.
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