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Adilson Farias. 2008. Digital. Música Ensino Fundamental 1 . o ano – 1 . o ao 4 . o volume

Ensino Fundamental 1.o ano – 1.o ao 4.o volume · Ao explorar as habilidades vocais, não se pode abordar apenas as vocalizes ou os exercícios de técnica vocal. O que se propõe

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Adilson Farias. 2008. Digital.

Música

Ensino Fundamental

1.o ano – 1.o ao 4.o volume

todos os direitos reservados à editora Positivo Ltda.

Neste livro, você encontra ícones com códigos de acesso ao Portal da internet. Veja o exemplo:

Para consultar o material indicado, acesse o Portal e digite o código no campo específico, conforme o exemplo abaixo:

Se preferir, utilize o endereçohttp://www.saibamais.com.br e digite o código no local indicado.

ok@CIE190

@CIE190 – Os cinco sentidos

diretor-suPerintendenteRuben Formighieri

diretor-geraLEmerson Walter dos Santos

diretor editoriaLJoseph Razouk Junior

gerente editoriaLMaria Elenice Costa Dantas

gerente de arte e iconografiaCláudio Espósito Godoy

autoriaAna Cristina Rissette Schreiber Lidiane Fontana de MoraesMarilene Arndt Barreto do NascimentoComposição e gravação das músicas:Marcos Schreiber

coLaBoradoresAna Cristina Gama dos Santos TourinhoAndré Acastro EggLuciano de LimaMaristella Figueiredo Abdala

edição de conteÚdoGissele Chapanski

ediçãoMaria Elenice Costa Dantas

S000 Schreiber, Ana Cristina Rissette. Ensino fundamental : 1°. ano música / Ana Cristina Rissette Schreiber, Marilene Arndt

Barreto do Nascimento, Lidiane Fontana de Moraes ; ilustrações Reinaldo Rosa. Curitiba : Positivo, 2010.

: il. Sistema Positivo de Ensino.Composição e gravação das músicas: Marcos Schreiber.1°. ano (Regime 9 anos)ISBN ???-??-????-???-? 1. Ensino fundamental – Currículos. 2. Música. I. Rosa, Reinaldo. II. Título.

CDU 372.3

Pesquisa iconográficaSusan Rocha de Oliveira

edição de arteCarina Stalchmidt

coordenação de arteFabíola Castellar

iLustraçãoReinaldo Rosa

Projeto gráficoCommcepta BrandDesign, Fabíola CastellarIlustração: Adilson FariasÍcones: Evelise Ferretti

editoraçãoCezar Eduardo Hasenauer Perelles, Liliane de Fatima TeixeiraRosana da Silva Cunha, Ueliton Eugênio de Oliveira

ProduçãoEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 174 – 80440-120 – Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 – Fax: (0xx41) 3312-3599

imPressão e acaBamentoGráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 500 – 81310-000 – Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452 – E-mail: [email protected] em 2011

[email protected]

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Mônica Catani M. de Souza/CRB9-807/Curitiba, PR, Brasil)

© Editora Positivo Ltda., 2010Este livro foi atualizado segundo as definições do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, presentes na 5a. edição do

VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), publicado em 2009; porém, há possibilidades de alteração, visto que tais modificações vêm sendo implantadas, podendo gerar dúvidas e novas orientações.

MATERIAL DIDÁTICOCÓDIGOS DO

ENSINO FUNDAMENTAL 1.O ANO

1.O AO 4.O vOLUME

SUMÁRIO

projeto pedagógico .............. 4Habilidades musicais ............ 5programação aNual .............. 9coNceitos musicais ............ 11

1o. volume

1. ViVeNdo em HarmoNia ..... 17

2o. volume

2. seNtiNdo os soNs ..... 37

3o. volume

3. briNcadeiras musicais ..... 57

4o. volume

4. Nossa terra, Nosso som ..... 67

Reinaldo Rosa. 2010. Digital.

Ensino Fundamental4

PROJETO PEDAGÓGICO

Concepção de ensino

A educação musical começou a ser repensada no Brasil por meio da obrigatória inserção da música como disciplina no currículo da escola regular. Não se deve esquecer, no entanto, que a legislação já esta-belece, há mais de trinta anos, a presença da música na escola, muito embora, durante esse período, as práticas musicais escolares tenham sido marcadas por “indefinição, ambiguidade e multiplicidade” (Penna, 2008, p. 120).

Apesar de a música ser reconhecida como capaz de ampliar a capacidade expressiva e reflexiva dos indivíduos (Britto, 1998) e como uma atividade importante para o desenvolvimento das crianças, muitos professores ainda encontram dificuldade em realizar um planejamento para suas aulas, pois, em alguns casos, associa-se o ensino de música somente ao cantar ou tocar um instrumento.

Este trabalho, portanto, tem o objetivo de auxiliar o planejamento do professor, oferecendo sugestões para as aulas de música no Ensino Fundamental 1.

O planejamento desta proposta pedagógica musi-cal fundamenta-se nos conceitos e nas atividades do educador musical inglês Keith Swanwick.

Swanwick (1979) acredita que criar (compor, inventar), tocar e apreciar, práticas, complementadas por leituras e técnicas, constituem-se em atividades essenciais para a sala de aula. A sigla C(L)A(S)P1, em inglês, representa atividades fim (C,A,P), entremeadas por atividades meio (L,S).

Entende-se, aqui, também, a música em suas especificidades, sendo fundamental manter as ideias es-senciais dessa área de conhecimento. Dessa forma, é importante que a educação musical se efetue por meio de aulas de música e não somente sobre música, como ressalta o próprio Swanwick, referindo-se a conceitos teóricos ou informações sobre autores e obras dissociadas da prática musical.

Organização didática

A organização didática desta coleção abrange aspectos próprios da música, os quais contemplam, em todos os volumes, conceitos explicitados para o professor acerca das atividades específicas a serem traba-lhadas com as crianças, a fim de desenvolver suas habilidades musicais.

A aquisição de conceitos musicais para as crianças acontecerá de forma prática, por meio de experiências musicais diretas, de acordo com o recomendado por Swanwick (2004, p. 39), o qual afirma que “a música nas-ce em um contexto social e que ela acontece ao longo de e intercalando-se com outras atividades culturais” – o que significa que a prática e o discurso musical não podem ser dissociados de outras formas de expressão.

Buscando sistematizar os conteúdos, a coleção conta com cinco livros, do 1.o ao 5.o ano (Regime 9 anos) do Ensino Fundamental, sendo que cada livro está dividido em quatro volumes.

Os conteúdos presentes em cada livro foram selecionados também levando em conta os conteúdos dos ou-tros componentes do currículo da escola regular, procurando integração com as demais áreas de conhecimento.

Espera-se que este trabalho promova momentos para reflexões e discussões, de acordo com o interes-se de cada professor. No intuito, ainda, de ampliar os horizontes críticos das discussões e diálogos sobre música, são apresentadas, ao longo dos volumes, obras que podem contribuir para o constante aperfei-çoamento do professor. Além disso, o material foi produzido com o objetivo de levar às escolas propostas claras, porém versáteis, que possam ser aplicadas de acordo com as concepções e realidades de cada professor.

1 C: creation (criação); L: literature (literatura); A: apreciation (apreciação); S: skill (técnica); P: performance (execução).

@MUS006 – Keith Swanwick

Entrevista com Keith Swanwick sobre o ensino de música nas escolas.

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Música

Os livros desta coleção estão compostos em seções divididas da seguinte forma:

• Para ler e pensar: nesta seção, os alunos são incentivados a explorar, no Portal ou em textos comple-mentares, os assuntos abordados.

• Pare e repare!: aborda sugestões de livros, vídeos, CDs e sites.

• você sabia?: esta seção apresenta curiosidades sobre os assuntos trabalhados nas aulas.

• grandes nomes!: aborda-se um pouco da vida e da obra de grandes músicos.

• de olho nos instrumentos musicais: esta seção traz informações e curiosidades sobre os instrumen-tos musicais, ilustrações e áudio.

• faça você mesmo!: nesta seção, são apresentadas sugestões de construção de instrumentos musi-cais.

Além disso, este material didático inclui atividades no material de apoio (jogos, encartes, entre outras), partituras, faixas gravadas em MP3, vídeos demonstrativos e textos relacionados aos assuntos, disponíveis no Portal.

Conhecimentos privilegiados

Os conhecimentos privilegiados foram organizados a fim de possibilitar aos alunos a experiência mu-sical dentro de uma sequência progressiva de conceitos e habilidades musicais. Para isso, selecionamos alguns eixos (conceitos e habilidades musicais) que nortearão a prática do 1.o ao 5.o ano do Ensino Funda-mental.

conceitos musicais: ritmo, melodia, harmonia, timbre, forma e qualidades expressivas.Habilidades musicais: habilidades vocais, motoras, instrumentais, auditivas e criativas.

HABILIDADES MUSICAIS

Habilidades vocais

Ao explorar as habilidades vocais, não se pode abordar apenas as vocalizes ou os exercícios de técnica vocal. O que se propõe é cantar e brincar com os sons; afinal, a voz é um instrumento natural, um meio de expressão e comunicação.

O ato de cantar espontaneamente ou de forma dirigida em sala de aula pode ativar os sistemas da lin-guagem, da memória e da ordenação sequencial, sistemas que são vitais para o desenvolvimento cognitivo infantil (Ilari, 2003).

Podemos desenvolver o trabalho vocal com as crianças, explorando, com a boca, possibilidades so-noras, como, por exemplo, imitando ruídos e sons em diferentes alturas, timbres, intensidades ou so-norizando histórias e imagens. É importante criar uma conduta que estimule bons hábitos vocais nos diferentes ambientes em que as crianças vivem. Atitudes como não gritar, não forçar a voz para falar, articular bem as palavras, manter uma postura corporal adequada, respirar corretamente, ter boa dicção ao pronunciar palavras e canções podem ajudar a despertar nas crianças o interesse de adquirir hábitos vocais saudáveis.

Ensino Fundamental6

É muito comum a competição sonora nos ambientes de ruído excessivo, como na escola durante o re-creio, nas atividades em grupo e atividades físicas. Isso faz com que aumentemos o volume da voz e come-cemos a fazer esforços para sermos entendidos, gritando e falando alto ao invés de tentarmos diminuir o barulho do ambiente. Boa parte do problema da competição sonora poderia ser amenizado com pequenas atitudes, como fechar a janela se o barulho externo for excessivo, articular bem os sons ao falar e cantar ou falar mais próximo do ouvinte.

Assim, é importante observar atentamente a voz das crianças, pois quando elas começam a apresentar alterações no timbre, ficando roucas (disfônicas) ou sem voz (afônicas), faz-se necessário, em alguns casos, encaminhá-las para um profissional da área de saúde, como o otorrinolaringologista ou o fonoaudiólogo para uma avaliação detalhada.

Em geral, os sintomas dessas alterações vocais estão associados a fatores físicos ou psicológicos. Pro-blemas de saúde, como rinites, sinusites, bronquites e asmas podem refletir em uma voz cansada ao falar, apresentando um esforço vocal que pode levar ao aumento do volume do pescoço, pigarros e tosses secas, resultando em uma disfonia. Os professores devem estar atentos em crianças que falam muito alto ou gri-tam, porque, em muitos casos, a disfonia é consequência do uso incorreto da voz. Outra situação acontece quando as crianças não se sentem “ouvidas” e querem chamar a atenção.

Habilidades motoras

Dentro da habilidade motora, aborda-se, de diferentes maneiras, a importância da utilização e da cons-ciência corporal na prática musical, por meio de jogos, brincadeiras, danças, histórias e canções. Busca-se, também, por meio do corpo, vivenciar conceitos e elementos musicais, como a conservação do pulso e os parâmetros do som, pois a música e o movimento estão diretamente relacionados.

O movimento é um aspecto muito importante na Educação Musical. O compositor alemão Carl Orff defen-dia a integração da música com o movimento e do elo rítmico entre esses dois elementos, como base para uma educação musical moderna. Orff considerava a unidade rítmica do movimento, da palavra e da música inerentes ao ser humano, como base para Educação Musical Elementar.

Cada indivíduo traz dentro de si a pulsão do movimento a partir do momento em que começa a existir no útero materno. E, após o nascimento, antes mesmo de saber falar, o ser humano já consegue se comunicar por meio do corpo. Gosta de dançar, bater palmas, rodar, emitir sons, e isso continua presente no decorrer da infância.

Na sociedade urbana atual, porém, o espaço físico disponível para o desenvolvimento motor das crian-ças está cada vez mais restrito. Poucas são as crianças que ainda dispõem de um quintal para correr, árvores para subir, e raras são aquelas que podem sair para brincar na rua. Atualmente, as crianças estão passando seu tempo livre em frente à televisão e ao computador. Esses fatores estão levando as crianças a uma perda crescente das habilidades corporais e das destrezas motoras.

O movimento ajuda a vivenciar e a comunicar a forma e os elementos contidos na música, assim como a sua expressividade.

Ilari (2003) comenta que, quando o canto acompanhado de movimentos corporais acontece em sala de aula, as crianças ainda têm a possibilidade de desenvolver a socialização, o sistema de orientação espacial e motor.

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Música

Para ler e pensar

Quem foi Carl Orff?

Carl Orff (10.07.1895 – 29.03.1982) foi maestro, professor e compositor alemão que influenciou a educação musical a partir da primeira metade do século XX. A abordagem pedagógica, segundo Orff, tem como objetivo construir o aprendizado de conceitos e habilidades musicais por meio do envolvimento com atividades de fala, canto, manuseio de instrumentos e expressão corporal, enfatizando a criativida-de e o aprendizado intuitivo da criança.

Um dos aspectos mais conhecidos dessa pedagogia é o uso de instrumentos elementares. Os ins-trumentos são ideais para o acompanhamento criativo de canções, histórias e poemas e auxiliam no desenvolvimento das habilidades de composição e na prática de conjunto.

Elemento fundamental na execução dos instrumentos é a utilização de bordões, melodias pentatô-nicas e do ostinato. Importante é perceber que a utilização dos instrumentos vem sempre associada a atividades com a voz e com o corpo, pois, segundo Orff, deve-se praticar a “Música ligada ao movimento, dança e fala – não para ser apenas ouvida, significativa somente com participação ativa”.

ORFF, Carl. das schulwerk - rückblick und ausblick. In: Orff-Institut, Jahrbuch, 1963. Mainz: Schott, 1964. p. 15-16.

Em 1990, foi inaugurado, em Munique, o Instituto Estatal Orff de Investigação e Documentação. Em São Paulo, foi fundada, no ano de 2004, a Associação ORFF no Brasil, que tem como objetivo divulgar para os educadores de todo o país as ideias pedagógicas de Orff.

Habilidades instrumentais

Desde as culturas mais primitivas, o ser humano se expressa musicalmente. Além da voz, que é o primei-ro instrumento que se possui e se utiliza, suas manifestações musicais, por mais rudimentares que sejam, fazem uso de instrumentos capazes de concretizar o pensamento musical.

Dessa forma, o professor deve proporcionar às crianças o maior número de oportunidades para se ex-pressarem musicalmente com o uso de instrumentos. No entanto, diferentemente do que ocorre no ambien-te familiar, na escola, o pensamento musical e a intenção didática precisam ser cuidadosamente planeja-dos, de modo a estimular e sustentar o aprendizado musical.

Vale lembrar que o instrumento que está à disposição de qualquer pessoa é o próprio corpo e que, ex-plorado de maneira criativa, pode ser uma ferramenta útil e divertida no fazer musical. É importante que as crianças experimentem com o corpo o que se pretende realizar com os instrumentos de percussão, de modo que estes possam ser considerados extensões dos instrumentos naturais existentes em nosso corpo como as mãos, os pés e os dedos.

Na Alemanha, no início do século XX, Carl Orff propôs a utilização de instrumentos de percussão na educação musical e desenvolveu uma série de instrumentos que ele denominou “elementares”, também conhecidos como Instrumental Orff.

Ensino Fundamental8

Para ler e pensar

Além dos instrumentos de percussão, também podem ser utilizados instrumentos e objetos sonoros construídos pelas crianças, pesquisando e buscando diversidade de timbres.

Os instrumentos de percussão possibilitam explorar uma variedade rítmica (pulso, ritmo real, células rítmicas) e de timbres, desenvolvendo a percepção auditiva e favorecendo a criatividade.

A execução instrumental será, ao mesmo tempo, ferramenta de ensino para o professor e fonte de prazer para os alunos. Assim, aos poucos, o professor deve explorar e aprimorar a técnica de manuseio dos instru-mentos, formando a base para uma boa execução.

Os instrumentos de percussão e os objetos sonoros podem ser utilizados para sonorizar histórias, acompa-nhar canções e possibilitar diversas brincadeiras que despertam a percepção auditiva, promovendo a socia-lização e a sensibilidade musical em um ambiente de muita curiosidade, interesse e descobertas.

Habilidades auditivas

Segundo Brito (2003), “Escutar é perceber e entender os sons por meio do sentido da audição, detalhan-do e tomando consciência do fato sonoro. Mais do que ouvir (um processo puramente fisiológico), escutar implica detalhar, tomar consciência do fato sonoro”.

É muito importante despertar nas crianças o aprendizado de uma escuta detalhada e consciente, tornan-do-as, assim, mais sensíveis e reflexivas ao universo sonoro.

Se a intenção é estimular a habilidade auditiva por meio da apreciação musical, deve-se respeitar esses momentos, focar no que se está ouvindo e buscar não usar a música como “pano de fundo” para outras atividades.

A apreciação musical é um exercício de consciência, atenção, concentração, sensibilidade e emoção. É o resultado de um afetuoso esforço pessoal, para diferenciar os estímulos audíveis que chegam até nós constantemente.

Deve-se trabalhar a apreciação musical de forma ativa e lúdica, utilizando diferentes recursos visuais, objetos sonoros, instrumentos de percussão, representações gráficas, a voz e o movimento expressivo para facilitar a compreensão de conceitos musicais (ritmo, melodia, harmonia, timbre, forma e qualidades expressivas).

Habilidades criativas

A habilidade criativa está relacionada a cada uma das habilidades mencionadas anteriormente. A criativi-dade é um impulso natural do ser humano, qualquer que seja o seu campo de atuação. Tanto maior é esse im-pulso nas artes e, no nosso caso, na Música. As atividades praticadas com a voz, com o corpo e com instrumen-tos têm como objetivo desenvolver a sensibilidade musical da criança e incentivar a sua capacidade de criação.

Cabe ao professor, ao trabalhar cada habilidade, incentivar paralelamente a habilidade criativa de seus alunos. A seguir, exemplos do que, nesse sentido, pode ser feito em cada habilidade.

Xilofones Instrumental Orff

Camera Show/Valter Abdalla

Animações, letras e áudios de várias músicas com atividades, jogos e ideias sobre o tema música.

@MUS007 – Mundo da música

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Música

• Habilidade vocal: criar diferentes sons com a boca e a voz; criar e vocalizar letras para músicas; impro-visar melodias com a voz.

• Habilidade auditiva: criar uma história utilizando objetos sonoros. Pode ser realizada num grupo grande ou em pequenos grupos. Os objetos podem ser trazidos de casa pelos alunos e o tema pode ser definido pelo professor ou pelo grupo.

• Habilidade motora: criar movimentos “utilizando o corpo”, de acordo com os sons. Explorar a impro-visação dos movimentos (percussão corporal) nos aspectos rítmicos trabalhados.

• Habilidade instrumental: improvisar ostinatos e acompanhamentos rítmicos no repertório trabalhado.Construir instrumentos e objetos sonoros utilizando materiais comuns ou sucata.

Seja na improvisação de letras de canções, de melodias ou de acompanhamentos rítmicos, seja na trans-ferência da música percebida para o campo do movimento, seja na construção de instrumentos musicais, a criança usa sua criatividade desde muito jovem, e a faculdade de pensar e de criar algo novo é valiosa em todos os aspectos da sua vida, sendo um privilégio do professor de música a possibilidade de instigá-la nos seus alunos.

PROGRAMAçãO AnUAL – 1.o ao 5.o ano

1.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

• Percussão: chocalho, caxixi, ganzá, clavas, reco-reco, coco, tambor

• Piano• FlautaOutros instrumentos:• Viola caipira• Rabeca• Violino• Berimbau• Flauta doce soprano• Cavaquinho• Saxofone• Flauta transversal• Cravo• Violão

• Jogo da memória• Chocalhos • Vidrofone• Monocórdio• Coco• Tambor

• Beethoven• PixinguinhaCitação comentada:• Orff• Bartolomeu• Cristofori• Purcell• Kodály

2.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

• Percussão: triângulo, reco-reco, zabumba, ganzá, instrumentos de placas: xilofones e metalofones

• Classificação dos instrumentos• Cordas Friccionadas: violino, viola, violoncelo e

contrabaixo• Acordeão

• Reco-reco• Copinhos do Pizzicati• Ganzá

• Saint Saens• Heitor Villa LobosCitação comentada:• Orff• Liszt • Vinícius de Moraes

Ensino Fundamental10

2.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

Outros instrumentos:• Piano• Viola Caipira• Clarineta• Violão• Reco-reco• Cuíca

______ • Purcell• Bach• Leo Delibes• Antonio Stardivari• Antônio Vivaldi• Carlos Gomes• Luiz Gonzaga

3.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

• Sopros: madeira e metal• Madeira: oboé, fagote, clarineta, flauta• Metais: trompa• Percussão: tímpano• Quarteto de Cordas e Quinteto de Cordas: violino,

viola, violoncelo e contrabaixo• Família da Flauta Doce: sopranino, soprano,

contralto, tenor e baixo• Viola caipira

Outros instrumentos:• Diversidades de flautas: doce, transversal, flauta de

pã, flauta de êmbolo, ocarina, pífaro...• Cravo• Violino• Piano• Didgeridoo• Instrumentos de placas: xilofone e metalofone

• Copinho do relaxamento (bolinhas de isopor)

• Pauta musical

• Prokofiev• Mozart

Citação comentada:• Orff• Haydn, Beethoven e

Mozart, conhecido como “Trindade Vienense”

• Tchaikovsky• Guido D’Arezzo• Chico Buarque

4.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

• Sopro – metais: trompete, trombone, tuba• Agogô• Pandeiro• Celesta• HarpaOutros instrumentos:• Flauta doce• Recursos Alternativos• Instrumentos de placas: xilofone e metalofone

• Bexigofone de Vara• Kazoo• Tambor • Baqueta

• Chiquinha Gonzaga• Tchaikovsky

Citação Comentada:• Orff• Carlos Gomes• Ernesto Nazareth• Chico Buarque• Aaron Copland• Ravel

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Música

5.o ano

de olho nos instrumentos musicais faça você mesmo! grandes nomes

• Instrumentos “típicos” dos paísesimigrantesItália: TamburelloAlemanha: “Bandinhas alemãs”Espanha: guitarra flamenca,castanhola e cajónJapão: kotoÁfrica: agogô, atabaque eberimbau

• Bateria• Viola• Eletrofones: theremin, guitarra, baixo, teclados,

sintetizadores, bateria eletrônica• Alaúde• Órgão• Carrilhão da Orquestra

Outros Instrumentos:• Flauta doce• Instrumentos de placas: xilofone e metalofone

______ • Nhá Gabriela e Nhô Belarmino

• Bach• Haydn• Brahms• Carlos Gomes

Citação Comentada:• Orff• Afrika Bambaataa• Marcelo Cirino• Michael Jackson• Renato Teixeira• Marcus Biancardini• Cornélio Pires• Tonico e Tinoco• Léon Theremin• Rachmaninov• Vangelis• Jean Michel Jarre• Benjamin Britten• Viajando pelo Mundo

da Música: diversos compositores de cada período

Para cada conceito musical, foram elencados vários objetivos educacionais trabalhados nesta coleção, os quais estão apresentados a seguir.

COnCEITOS MUSICAIS

1.o ano

Ritmo

• Perceber, realizar e identificar o pulso, ausência de pulso e apoio (tempo forte e fraco)• Diferenciar a duração dos sons: curto e longo• Vivenciar células e ostinatos com semínimas, colcheias e pausa da semínima

Melodia• Diferenciar a altura dos sons graves e agudos (distâncias extremas) e perceber o contorno

melódico (sons ascendentes e descendentes)

Harmonia• Perceber a presença e ausência de acompanhamentos e identificá-los (piano, violão,

percussão, voz)

Timbre• Explorar a diversidade de timbres: sons da voz, da natureza, do corpo e de instrumentos

musicais (piano, violão e percussão)

Ensino Fundamental12

1.o ano

Forma• Identificar a introdução no repertório musical• Perceber frases iguais e diferentes

Qualidades expressivas

• Conhecer a música da nossa cultura e de diferentes povos e culturas• Explorar a intensidade (forte e suave) e andamento (rápido e lento) no repertório

trabalhado

2.o ano

Ritmo

• Perceber, realizar e identificar o pulso, ausência de pulso e apoio (tempo forte e fraco), dando noções de compasso (binário e ternário)

• Diferenciar a duração dos sons: curto e longo• Vivenciar células e/ou ostinatos com semínimas, colcheias e pausas

Melodia

• Diferenciar a altura dos sons graves e agudos (distâncias extremas) e perceber o contorno melódico (sons ascendentes e descendentes)

• Vivenciar células melódicas: ostinato melódico e melodias repetidas, introduzindo o movimento melódico com intervalos de segunda (passos)

Harmonia• Perceber a presença e a ausência de acompanhamento e identificá-los (cordas, percussão, voz)• Identificar e executar acompanhamentos com ostinatos rítmicos e melódicos

Timbre• Explorar a diversidade de timbres: sons da voz, sons do corpo e de instrumentos musicais

da família das cordas e da percussão

Forma

• Perceber e identificar a introdução no repertório musical• Perceber frases iguais e diferentes, longas e curtas e identificar as formas musicais:

pergunta, resposta e eco

Qualidades expressivas

• Conhecer a música da nossa cultura e de diferentes povos e culturas• Explorar a intensidade (forte e suave, crescendo e diminuindo), andamento (rápido, lento,

acelerando e retardando) e caráter no repertório trabalhado

3.o ano

Ritmo

• Perceber, realizar e identificar o pulso, ausência de pulso e apoio (tempo forte e fraco), dando noções de compasso (binário e ternário)

• Diferenciar e comparar a duração dos sons: curto e longo• Vivenciar células e/ou ostinatos com semínimas, colcheias e pausas

Melodia

• Diferenciar a altura dos sons graves e agudos (encurtamento da distância nas comparações dos intervalos) e perceber o contorno melódico (sons ascendentes e descendentes)

• Vivenciar células melódicas: ostinato melódico e melodias repetidas, introduzindo o movimento melódico com passos e saltos (intervalos de 2.a e 3.a)

• Sistema de notação: pauta, claves e notas musicais

Harmonia

• Perceber a presença e a ausência de acompanhamento e identificá-los (cordas, percussão, voz e sopros)

• Identificar e executar acompanhamentos com ostinatos rítmicos e melódicos• Perceber mudanças harmônicas

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Música

3.o ano

Timbre

• Explorar a diversidade de timbres: instrumentos musicais da família das cordas, percussão, sopro (diferenciação da família dos sopros de metal e madeira) e família da flauta doce

Forma

• Identificar a introdução no repertório musical• Perceber frases iguais e diferentes, longas e curtas e identificar as formas musicais:

pergunta, resposta e eco• Diferenciar as formas: AB, ABA

Qualidades expressivas

• Conhecer a música da nossa cultura e de diferentes povos e culturas• Explorar a intensidade (forte e suave, crescendo e diminuindo), andamento (rápido, lento,

acelerando e retardando) e caráter no repertório trabalhado• Andamento como uma ferramenta expressiva (rápido, lento, acelerando, retardando,

mudanças súbitas de andamento)

4.o ano

Ritmo

• Consciência de pulso e ausência de pulso• Pulso silencioso (pausa)• Duração dos sons, introduzindo a mínima e a pausa de semínima e revendo a semínima e

a colcheia• Percepção e realização do apoio (tempo forte e fraco), introduzindo os compassos binário,

ternário e quaternário• Células rítmicas regulares (mínimas, semínimas, colcheias, semicolcheias e pausas)

Melodia

• Contorno melódico: sons ascendentes e descendentes• Movimentos melódicos com passos e saltos próximos e distantes• Sistema de notação: pauta, claves e notas musicais

Harmonia

• Conceito de harmonia: dois ou mais sons simultâneos• Variedade de arranjos (harmonizações): vocal e instrumental• Mudança de harmonia (I - V - I)• Cânones

Timbre• Conjuntos instrumentais: banda sinfônica, militar, fanfarra• Instrumentos de sopro: metais

Forma

• Introdução e interlúdio• Frases: iguais e diferentes, longas e curtas• Formas: AB, ABA, AABA, rondó• Cânone

Qualidades expressivas

• Relação entre texto e melodia – influência do estilo• Músicas de diferentes povos e culturas• Diferenças estilísticas determinadas por andamento, ritmo, melodia e timbre• Intensidade (forte e suave, crescendo e diminuindo), andamento (rápido, lento, acelerando

e retardando) e caráter no repertório trabalhado• Andamento como uma ferramenta expressiva (rápido, lento, acelerando, retardando,

mudanças súbitas de andamento)

Ensino Fundamental14

5.o ano

Ritmo

• Consciência de pulso e ausência de pulso• Pulso silencioso (pausa)• Duração dos sons, introduzindo as semicolcheias e revendo a mínima pontuada, a mínima,

a semínima, a colcheia e as pausas• Percepção e realização do apoio (tempo forte e fraco), dando noções de compasso binário,

ternário e quaternário e compassos irregulares (quinário e setenário)• Células rítmicas regulares e irregulares (mínima, semínimas, colcheias, semicolcheias e

suas variações e pausas)

Melodia

• Contorno melódico: sons ascendentes e descendentes• Movimentos melódicos com passos e saltos próximos e distantes• Notação e leitura musical

Harmonia

• Conceito de harmonia: dois ou mais sons simultâneos• Variedade de arranjos (harmonizações): vocal e instrumental• Mudança de harmonia (I - IV – V - I)• Cânone• Canções com melodias complementares (contracanto)

Timbre

• Instrumentos étnicos• Revisão dos instrumentos da orquestra• Orquestra

Forma

• Introdução e interlúdio• Frases: iguais e diferentes, longas e curtas• Formas: AB, ABA, AABA, rondó• Cânone• Sinais de repetição

Qualidades expressivas

• Relação entre texto e melodia – influência do estilo• Músicas de diferentes povos e culturas (imigrantes)• Diferenças estilísticas determinadas por andamento, ritmo, melodia e timbre• Intensidade (forte e suave, crescendo e diminuindo), andamento (rápido, lento, acelerando

e retardando) e caráter no repertório trabalhado• Andamento como uma ferramenta expressiva (rápido, lento, acelerando, retardando,

mudanças súbitas de andamento)

Avaliação

Alguns aspectos em relação à arte, mais especificamente em relação à música, devem ser considera-dos quando se trata de avaliar o conhecimento adquirido nessas áreas. Faz-se, então, oportuno identificar aspectos importantes, como a posição que a arte e a música adquirem diante da dicotomia objetividade/subjetividade no contexto avaliativo dentro da escola.

Não se pode esquecer, também, que a avaliação é necessária na educação, pois possibilita a valorização do programa de ensino que se propõe, bem como comunicar às pessoas (aluno, família, profissionais) envol-vidas no processo a respeito de como está sendo o aprendizado, proporcionando, dessa forma, a constante revisão dos objetivos, conteúdos e propostas.

Os estudos sobre avaliação em música têm avançado muito nos últimos anos, tanto no âmbito interna-cional quanto no nacional. Nesse sentido, Swanwick tem apresentado contribuições inestimáveis. A Teoria

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Música

Espiral de Desenvolvimento torna-se uma das mais completas, uma vez que se concentra na forma como a criança se desenvolve musicalmente no decorrer do processo, não se limitando apenas a descrever as habilidades adquiridas. Sendo assim, a teoria possibilita “não só que o modelo Espiral sirva de suporte para o desenvolvimento curricular, mas também sirva de critério para a avaliação dos produtos musicais” (Hentschke, 1993, p. 64).

Em sua mais recente publicação, ensinando música musicalmente, Swanwick chama a atenção para um processo avaliativo musical pautado nas camadas do discurso musical: materiais, expressão, forma e va-lor. Os critérios que permitem avaliar, de maneira cumulativa, o desenvolvimento musical dos alunos, nas diferentes atividades musicais, são: “Consciência e controle de materiais sonoros, Consciência e controle do caráter expressivo, Consciência e controle da forma musical e Consciência do valor pessoal e cultural da música” (Swanwick, 2003, p. 91).

Todos os educadores devem assumir uma postura instigante para que o processo de aprendizado seja recheado de descobertas e significados. Como diz Adélia Prado, “o que a memória marca fica eterno”. É preciso levar em consideração que a prática do ensino e aprendizagem seja consciente e criativa e não me-ramente intuitiva e reprodutora, lembrando que, ao mesmo tempo em que se ensina, também se aprende.

Anotações

Ensino Fundamental16

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