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MARCO 2011 /// 1 pub Consultores e Serviços, Lda. pub Março 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K N o 157 Distribuição Gratuita www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Salamanca ganha Campus Internacional C P 16 E 17 ENTREVISTA A DANIEL HERNÁNDEZ RUIPÉREZ UNIVERSIDADE C P 7 Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS Silva Lopes, Ex-Ministro das Finanças e Ex-Governador do Banco de Portugal con- sidera que o sistema de incentivos que existe para a classe docente não é o mais adequado. Em vez do mérito premeia-se a antiguidade, acusa. Robótica médica para cirurgia ortopédica C P 9 CASTELO BRANCO SUPLEMENTO Políticas e Políticos da Educação reúne entrevistas do Magazine Faltam incentivos aos bons Professores C P 2 A 5 António Pedro Ferreira / Expresso H Direitos Reservados H Hipocondria dos Klepht ENSINO JOVEM UBI e Gdansk lançam mestrados conjuntos ´

Ensino Magazine nº 157

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Ano XIV Publicação Mensal

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MARCO 2011 /// 1 ‘

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Consultores e Serviços, Lda.

pub

Março 2011Director Fundador

João Ruivo

DirectorJoão Carrega

Publicação Mensal Ano XIV K No157

Distribuição Gratuita

www.ensino.euAssinatura anual: 15 euros

Salamanca ganha Campus Internacional

C p 16 e 17

entrevISta a DanIeL HernÁnDeZ rUIpÉreZ

UnIverSIDaDe

C p 7

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico.Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

Silva Lopes, Ex-Ministro das Finanças e Ex-Governador do Banco de Portugal con-sidera que o sistema de incentivos que existe para a classe docente não é o mais adequado. Em vez do mérito premeia-se a antiguidade, acusa.

robótica médica para cirurgia ortopédica

C p 9

CaSteLo branCo

SUpLeMento

políticas e políticos da educação reúneentrevistas do Magazine

Faltam incentivos aos bons professores

C p 2 a 5 antónio pedro Ferreira / expresso H

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UbI e Gdansk lançam mestrados conjuntos

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«Falta disciplina nas escolas portuguesas»

SILva LopeS, eConoMISta

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6 O ex-ministro das Fi-nanças não tem dúvidas: Portugal não conseguirá sair desta situação de cri-se tão cedo e sem a ajuda externa. O endividamento continua a um ritmo ga-lopante, muito devido aos investimentos dispendio-

sos em auto-estradas e estádios de futebol, mas o vício de pedir dinheiro emprestado está a termi-nar. Silva Lopes diz que resta continuar a apertar o cinto e fazer com que os ricos contribuam de forma mais substancial para o

sacrifício nacional. Sobre a educação, o ex-Governa-dor do Banco de Portugal lamenta que peque, à se-melhança de outros ser-viços públicos, pela inefi-ciência. Crítico impiedoso dos pedagogos e da falta de disciplina nas escolas,

Silva Lopes refere que são os grupos de interesse que dominam o Ministério da Educação.

Define-se como um pessimista. Diz mesmo que estamos a atravessar a pior crise económico-

financeira das últimas dé-cadas. era previsível esta hecatombe?

Esperava um cenário negativo, mas confesso que não tão mau como está a ser. Como é que aqui chegámos? Basica-mente por duas razões: perdemos competitivida-de internacional e gastá-mos muito e mal. Quanto à questão da competitivi-dade, a Europa, para onde as nossas exportações ti-nham acolhimento privile-giado, abriu as fronteiras aos países de leste e às nações não europeias e a concorrência aumen-tou bastante. Entretanto, o mercado nacional foi ocupado por empresas estrangeiras em áreas em que tínhamos produção. Foram factores que contri-buíram para que o cresci-mento fosse muito redu-zido de 2000 até aos dias de hoje. Por isso é que o rendimento em média dis-ponível pelos portugueses pouco ou nada progrediu.

e como explica que tivéssemos sido perdulá-rios em período de vacas gordas?

Apesar de não crescer-mos, o consumo não ces-sou. O consumo aumen-tou muito mais do que a produção. Por outro lado, o investimento registou uma tendência de queda nos anos recentes, inclu-sive no domínio da habi-tação. Apostou-se muito em investimento pouco eficiente e com escassa perspectiva de futuro. Se-ria preferível apostar na construção de uma fábri-ca competitiva com vista ao crescimento do país.

já para não falar dos grandes investimentos públicos, os materializa-dos e outros idealizados, muitos deles com reduzi-da relação custo-benefí-cio…

O país encheu-se de auto-estradas, que reco-

nheço é um investimento que traz grande comodi-dade para quem gosta de passear de norte a sul, mas sem grandes repercussões para o crescimento econó-mico. Temos mais automó-veis por habitante que os holandeses e os belgas. Passámos directamente da carroça e do burro, para o automóvel e a auto-es-trada, mas no resto ficá-mos iguais. Cometeram-se disparates enormes. Por exemplo, os estádios do Euro 2004. Em Leiria querem deitar o estádio abaixo. Defendo, meio a brincar, meio a sério, que se mantenha o estádio, a ganhar erva, para servir de exemplo à população de como se gasta dinheiro de forma perdulária. Seria um monumento à estupidez nacional. O endividamento foi muito grande. Anual-mente estamos a gastar, em média, mais de 10 por cento do que aquilo que podemos. Isto é incompor-tável. A solução tem sido ir ao estrangeiro pedir em-prestado, mas qualquer dia fecham-nos a torneira.

e sobre os investimentos que estão em projecto?

O TGV Lisboa-Porto é um disparate absoluto. Quanto à linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, aqui fala o econo-mista e o português, acei-to, já que não gostaria de ver o TGV acabar em Ba-dajoz. Não tenho dúvidas que vai dar prejuízo, mas Portugal pertence à União Europeia e não pode alhe-ar-se disso. Pelo menos que sirva para transpor-tar mercadorias em bitola europeia, de Lisboa até à Polónia ou à Finlândia. Isso era de utilidade fun-damental.

aos erros estratégicos do estado soma-se o des-controlo e desgoverno por parte dos particulares. Há algum fenómeno de imi-tação?

Depois de na ;

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década de 80 termos tido uma alta taxa de poupança, especialmente quando os emigrantes enviavam para cá dinheiro, a taxa de aforro dos particulares é, prova-velmente, uma das mais baixas da Eu-ropa. O mesmo se passa com o aforro do Estado e das empresas. Um país que insiste em viver à custa do empréstimo externo não consegue sair deste ciclo vicioso. Eu sinceramente pensava que a crise estalava por volta de 2005, o que teria sido melhor para nós.

teríamos recuperado mais cedo?

Em 2005 as condições económicas mundiais eram melhores e a nossa dí-vida ainda não era tão avultada. Seria mais fácil recuperar. Agora a situação é especialmente complexa. Os mercados estão a emprestar cada vez menos a Por-tugal que está a viver muito à sombra do Banco Central Europeu. Temos de sa-crificar o investimento para não castigar demasiado o consumo. A taxa de investi-mento ameaça o crescimento económico no futuro de modo preocupante. Perante este quadro, não há outro remédio que não seja apertar o cinto, tanto do lado do Orçamento do Estado, das famílias e das empresas.

Como se costuma dizer, o doente não morre da doença, acaba por morrer da cura?

O grande problema do apertar o cinto é que faz diminuir a produção nacional. Com a retracção do consumo, adquire-se menos produtos produzidos cá, as fa-mílias vão menos aos restaurantes, fre-quentam menos hotéis dentro de portas, etc. O resultado é o que já conhecemos: menos produção, menos crescimento e mais desemprego. O desemprego vai continuar a subir.

o défice não é o maior problema que enfrentamos?

Fala-se muito do défice orçamen-tal, mas o desequilíbrio externo é que é verdadeiramente gravoso e, pelo me-nos até final de 2010, ainda não estava a ser combatido como deve ser. No meu entender não saímos disto tão depressa.

Quando acontecer, a nossa recupe-ração será mais lenta que a dos outros países europeus?

Certamente, porque o nosso desequi-líbrio externo não tem paralelo. Temos perspectivas de crescimento económico no médio prazo francamente pessimistas face aos restantes parceiros europeus, exceptuando porventura a Grécia. Nos próximos 5/6 anos não vejo que a situa-ção se altere. Talvez consigamos aumen-tar algo as exportações. Internamente creio que se o Estado não tivesse cortado 5 por cento na função pública, dentro de

alguns meses os funcionários públicos não receberiam o seu salário.

Colhe o argumento que se ouve da “vox populi” que são sempre os mais desfavorecidos a sofrerem a maior fatia dos sacrifícios?

Quem sofre verdadeiramente com as restrições orçamentais são os desempre-gados e a parcela mais pobre da popu-lação que perde os apoios sociais que tinha. Disso não tenhamos dúvidas. Se compararmos com as pessoas que man-tiveram o seu emprego, constata-se que estas até não sofrerem um abalo tão forte. Os grandes protestos estão a vir de grupos bem organizados, que estão longe de ser os mais necessitados, mas que não querem abdicar de ceder o seu bocadinho. Hoje em dia ninguém quer perder direitos adquiridos, toda a gente acha que deve ganhar mais. Os polícias, os professores, etc. Quando devia acon-tecer o contrário, deviam ganhar menos.

pensa que os portugueses já interio-rizam a crise nos actos concretos do dia-a-dia?

Registou-se uma grande transforma-ção cultural na sociedade portuguesa. A poupança é um valor do passado. Aforra-se pouco ou nada. O poder do marketing e o firme desejo de querer manter apa-rências faz disparar o consumo. O que é

censurável é que os portugueses se re-velem extremamente imprudentes visto que certas funções que o Estado Social garantia há uns anos atrás, em breve po-dem não existir.

Subscreve que pagamos muitos im-postos, mas ao contrário de outros paí-ses não temos contrapartidas reflectidas, por exemplo, na Saúde, justiça ou edu-cação?

A carga fiscal em Portugal não é ex-cessiva em relação à média europeia. Não é isto que surpreende. Chocante é a ineficiência dos serviços públicos. No domínio da educação devíamos se calhar investir ainda mais dinheiro, e melhor, devido às tais razões de natureza so-cial que atrás referi. O sistema de Saú-de é bem melhor que o da Educação e da Justiça. Existe uma clara ineficiência, mas não é dos piores no contexto euro-peu. Mas isto explica-se pelo paradigma cultural: Aqui, à mínima dor de cabeça, corre-se para as urgências. Em Inglater-ra, sistema que conheço bem porque a minha filha trabalha lá, os médicos dão aos doentes apenas aquilo que devem dar e não tudo aquilo que eles lhe pe-dem. Aqui os médicos não têm autorida-de suficiente para se impor. Neste sector como na educação os lóbis são ainda mais diversificados e quiçá mais podero-sos, mas não vejo outra alternativa que não seja racionar os medicamentos. ;

antónio pedro Ferreira / expresso H

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Cara Da notÍCIa

6 José da Silva Lopes, nasceu em Seiça, Ourém, a 10 de Maio de 1932. Licenciado em Finanças, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG), iniciou a sua carreira como técnico do Ministério da Economia, de 1955 a 1969, vindo a ter um papel importante nos processos de adesão de Portugal à EFTA e no Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio. Entre 1969 e 1974 foi, simultaneamente, vogal do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos e director do Gabinete de Estudos e Planea-mento do Ministério das Finanças, tendo sido chefe-adjunto das negociações do Acordo de Comércio Livre com a CEE, em 1972. Foi governador do Banco de Portugal, de 1975 a 1980, num dos períodos mais conturbados da história económica portuguesa. É a si que se devem as negociações para os planos de estabilização do FMI que impediram uma crise grave em Portugal. Fez parte dos primeiros quatro governos do pós-25 de Abril e, mais tarde, foi mi-nistro das Finanças e do Plano, em 1978. Representante de Portugal junto do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, entre 1991 e 1993, exerceu funções como consultor do FMI e do Banco Mundial, a partir de 1980. Foi Deputado à Assembleia da República, entre 1985 e 1987. Entre 1988 e 1995, presidiu sucessivamente a Comissões para a reforma dos Sistemas Fiscal e Financeiro. Foi presidente do Conselho Económico e Social entre 1996 e 2003. Na banca privada foi técnico consultor do Banco Lisboa & Açores, de 1965 a 1969, e presidiu ao Conselho de Administração do Montepio Geral, de 2004 a 2008. É actualmente vogal do Conselho de Administração da EDP Renováveis, desde 2008, e deputado eleito pelo PS na Assembleia Municipal de Ourém, desde 2009. Tem proferido conferências em Portugal e no estrangeiro, publicou várias dezenas de artigos e é autor do livro A Economia Portu-guesa desde 1960 (1999, Gradiva). Recebeu das mãos do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo (2003). K

os mais poderosos ficaram, uma vez mais, à margem dos sacrifícios?

Concordo com a crítica que os ricos estão a pagar pouco a crise e não es-tão a contribuir suficientemente para o sacrifício nacional. Contudo, existe um pormenor que dificilmente se conseguirá iludir: os mais abastados têm facilidade em escapar, conseguindo depositar o seu dinheiro no estrangeiro, eventual-mente em paraísos fiscais, fugindo aos impostos, etc. Não é uma situação dese-jável, mas é o mundo em que vivemos…

a ajuda internacional, nomeadamen-te a entrada do FMI ou o recurso ao fun-do europeu de estabilização financeira, tem sido o tabu das últimas semanas. É inevitável que portugal solicite auxílio de instâncias internacionais?

Não vejo alternativa. Há meses que alimentamos a esperança de escapar, mas é apenas uma questão de tempo, visto que os mercados não nos estão a emprestar dinheiro. Só nos resta o Banco Central Europeu, mas não durará muito tempo. Se ficarmos isolados e sem nin-guém que nos empreste o país cai num caos absoluto, com consequências difí-ceis de imaginar. O empréstimo externo é o ar que nos faz sobreviver.

o FMI ou o fundo de estabilização fi-nanceira vão fazer o que ainda não foi feito?

Sem dúvida. As medidas serão mais dolorosas ainda. Os sacrifícios serão ain-da maiores, mas creio que nos trarão mais benefícios do que desvantagens.

o empresário antónio Carrapatoso defendeu que o estado deve ser gerido como uma empresa. Concorda?

Há muitos problemas associados ao funcionamento do Estado. A máquina es-tatal está capturada por lóbis e continua a não atrair os mais competentes. Traba-lhar para o Estado já não tem o prestígio de outrora. É vulgar auferir mais numa pequena empresa do que ganha um mi-nistro num alto cargo executivo do go-verno. Quanto aos lóbis eles sentam-se à mesa do orçamento sempre que lhes deixam. Como o Estado não se consegue impor, vão-se sentando e deixando-se estar.

os melhores têm medo ser salpicados pela lama política?

Essa é uma razão, mas a “massa” é outro factor determinante. Infelizmente, as pessoas são mais avaliadas pelo ta-manho do carro do que pelo mérito, são mais reconhecidas por terem passado férias num destino de moda do que por alcançarem uma grande realização pro-fissional, etc.

Defendeu recentemente que os polí-ticos responsabilizados por situação de défice orçamental devam ser penaliza-dos pelo tribunal de Contas. Que trâmi-tes processuais teriam que ser ultrapas-

sados?

Em primeiro lugar, essa é uma pro-posta que deve ser estudada. É preciso definir com rigor o que é que se entende por défice orçamental. Há muitas práti-cas de desorçamentação que denunciam que não se cumpriu o défice, quando à

primeira vista não é isso que parece. E a desorçamentação anda por todo o lado. Veja que as câmaras municipais deram em criar empresas municipais e é lá onde colocam os custos, quando no fun-do estão endividadas até ao cucuruto. Mais um exemplo: o governo da Região Autónoma da Madeira nunca cumpriu os

orçamentos e depois consegue sempre obter o dinheiro que desbaratou com ajuda do governo da República. Com este tipo de comportamento vamos em direc-ção ao abismo.

os prevaricadores deviam sofrer pe-nas de prisão?

Não defendo esse limite. Preconizo sim que se percam direitos públicos. Muitos dirigentes autárquicos e regionais já deviam estar inabilitados da política há muito tempo pela forma como admi-nistram os dinheiros públicos. Estou em crer que seria um passo importante para promover uma cultura de responsabili-zação.

Qual é o maior problema do sistema educativo português?

São vários. Residem, fundamental-mente, no Ministério da Educação, nos pedagogos e na falta de disciplina exis-tente nas escolas. Mas há um ponto que importa ressalvar: Portugal é dos que pior desempenho têm em matéria de en-sino na União Europeia e que gasta em termos de proporção do PIB o equivalen-te, mais ou menos, à média europeia. Resumindo, gasta o mesmo que outros, mas apresenta muito piores resultados.

a culpa é do sistema?

O sistema de ensino é ineficiente, mas a principal responsabilidade reside nas famílias. Os filhos de pais analfabe-tos têm menos possibilidade de suces-so escolar do que os filhos de pais com um nível de instrução médio ou alto. O Banco de Portugal fez um estudo recen-te que demonstra que a ineficiência do ensino é atribuída ao facto de termos um sistema social em que a ignorância e pobreza familiar ainda dominam. Por estes factores até admito que Portugal invista mais que os outros países euro-peus, visto que o Estado tem de fazer o esforço que a família não faz por falta de condições.

a falta de exigência é a eterna pecha que há que ultrapassar?

Tem de acabar a ideia de que o aluno vai passando sempre sem dar provas. É inaceitável. É uma lógica negativa para os alunos maus e perigosa para os alu-nos bons. Andam todos a passo de ca-racol por causa dos menos capazes. Co-nheço o caso dos Estados Unidos, onde estudam os meus netos, em que exis-te uma turma central e depois os mais avançados e os com mais dificuldades têm aulas extra em turmas separadas. É fundamental que se adopte este mo-delo. Lamento que os interesses corpo-rativos, nomeadamente os sindicatos, e episodicamente uma associação de pais, dominem excessivamente a educação e prejudiquem fortemente o seu natural desenvolvimento. Na educação segura-mente que a maioria dos ministros que por lá passaram, nem 30 por cento do que o sector precisava fizeram. Toda a gente sabe que quem manda no minis-tério da 5 de Outubro são os grupos de;

Silva Lopes diz que portugal precisa da ajuda externa

antónio pedro Ferreira / expresso H

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interesse e não o ministro. E sempre que se quer fazer alguma coisa neste país, seja a avaliação, fechar escolas com dois alunos ou outra coisa qualquer, os sindi-catos opõem-se.

a crispação decorrente do braço de ferro entre sindicatos e a ex-ministra, Maria de Lurdes rodrigues, prejudicou o normal funcionamento do sector?

Bom não foi. Admito que o modelo de avaliação preconizado por Maria Lurdes Rodrigues se tornou demasiado compli-cado e pecou por inoperância. Não po-demos é tratar por igual o professor que é mandrião e nada sabe da profissão, ao que trabalha e sabe o que está a fazer. E actualmente tratam-se todos da mesma maneira. Não pode ser. Acho extraordi-nário como no acesso à carreira docente não se fazem exames. Há uma coisa que se chama concurso documental que é uma verdadeira farsa. E isto passa-se há anos. Do mesmo modo que acho pouco próprio o sistema de incentivos que exis-te em Portugal para a classe docente. O comportamento racional de um professor seria não trabalhar. Aqui progride-se pela antiguidade, em vez de se avançar pelo mérito. Para quê ser competente, dedica-do e esforçado?

o debate entre o público e o priva-do, tanto em termos de qualidade como nos apoios estatais, são tema recorrente.

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toma partido por qual?

Eu entendo que o privado só deve ter auxílio do Estado quando não cobra pro-pinas. Se cobrar, estamos a dar a estas instituições não públicas uma vantagem competitiva enorme.

relembro uma frase sua: «Há qual-quer coisa de atávico de não valorizar em portugal o conhecimento e a forma-ção». o ensino juntamente com a justiça são duas marcas do desastre do portugal moderno?

O ensino português é um desastre. O analfabetismo decaiu, mas o nível de li-teracia nacional é provavelmente o mais baixo de toda a Europa. Um escândalo. Sem mão-de-obra qualificada não se pode ir a parte nenhuma e não temos oportunidade de concorrer com países que possuem sistemas educativos mui-to mais evoluídos. O crescimento econó-mico depende, fundamentalmente, da qualidade profissional dos recursos hu-manos. Empresas eficientes e competiti-vas precisam de gente capaz. No que diz respeito à Justiça, temos uma legislação excessivamente garantística. Os exem-plos estão aí. O caso BPN que envolve o Oliveira e Costa tem 800 testemunhas!?! Qual é o sistema que permite isto? Den-tro de 10 anos prescreve. O Maddof foi condenado em 6 meses.

as universidades salvam a honra do convento?

De facto, há que reconhecer que en-quanto o ensino primário e secundário regrediram para um nível insatisfatório, as universidades progrediram. O ensi-no superior português produz recursos humanos de qualidade média e muitos deles dão o salto para o exterior. Temos várias instituições que fazem boa figura em qualquer parte do mundo. K

nuno Dias da Silva _antónio pedro Ferreira / expresso H

antónio pedro Ferreira / expresso H

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ConCUrSo na CovILHã

T O pólo Ernesto Cruz da UBI re-cebeu este mês a terceira confe-rência da iniciativa do Gabinete de Saídas Profissionais, que pretende trazer grandes empresas à insti-tuição de ensino. Esta foi a vez de a EDP vir à UBI promover um con-curso destinado a universitários, o EDP University Challenge 2011. Na UBI esteve Nuno Pereira, que apresentou o concurso que tem como temática central a “EDP e a eficiência energética”. O conceito deste concurso é apresentar um plano de marketing e comunica-ção para a empresa baseado no tema proposto, sendo direcciona-do a alunos de marketing, comu-nicação e gestão. O vencedor terá direito a um prémio duplo, uma bolsa de 10 mil euros e um está-gio na empresa portuguesa. K

eLeCtroMeCânICa eM Debate na CovILHã

T Engenharia Electromecânica foi o tema principal da conferên-cia realizada a 3 de Março, no edifício das Engenharias da Uni-versidade da Beira Interior. Neste seminário os investigadores De-nis Coelho, José Páscoa e Carlos Xisto tiveram a oportunidade de apresentar os seus trabalhos e as suas investigações, tal como dar a conhecer os projectos desenvol-vidos pelo CAST - Centre for Ae-rospace Science and Technology da UBI, cujos trabalhos “têm tido reconhecimento em Portugal e no estrangeiro”. O seminário, coorde-nado pela professora Anna Guer-man, serviu para dar continuidade à apresentação de alguns estudos desenvolvidos pela Universidade da Beira Interior. O ciclo de semi-nários de Engenharia Electromecâ-nica irá continuar no mês de Abril, com calendário e planos de traba-lho a serem apresentados durante este mês. K

CIênCIaS bIoMÉDICaS na UbI

T A Universidade da Beira Inte-rior (UBI) foi o local escolhido para realizar o ciclo de conferências As novas fronteiras do conhecimen-to, a 3 e 4 de Março, onde esti-veram doze oradores de sete cen-tros de investigação do país. Luís Crisóstomo, presidente do núcleo de Ciências Biomédicas da UBI, faz um balanço positivo das jornadas

referindo que permitiram “trans-mitir o que de melhor se faz a ní-vel internacional na investigação em distintas áreas integradas nas Ciências Biomédicas”. Luís Crisós-tomo sublinha a importância de haver “várias abordagens para o mesmo problema, com o uso de diferentes métodos”. O presidente do núcleo de Ciências Biomédicas explica que “um determinado pro-blema pode ter solução com uma teoria farmacêutica, uma concep-ção ligada à engenharia ou à bio-logia”. K

UbI LIDera projeCto IbÉrICo De Inovação

T A Universidade da Beira In-terior vai liderar projecto trans-fronteiriço INESPO (Innovation Network Spain-Portugal), com um montante de financiamento global de cerca de um milhão de euros, em parceria com a Uni-versidade de Aveiro, a Universi-dade de Coimbra e o Conselho Empresarial do Centro / Câmara de Comercio e Indústria. O pro-jecto visa promover a cooperação institucional, social e empresarial transfronteiriça entre agentes do Sistema Científico Tecnológico das Regiões Centro de Portugal e Castela-Leão, bem como entre estes e as empresas. Propriedade industrial e intelectual, Inovação e transferência de conhecimento, Espírito empreendedor e criação de EBT e Acções Transversais se-rão os vectores fundamentais do projecto. K

reItor De MaCaU HonorIS CaUSa

T A Universidade da Beira Inte-rior aprovou por unanimidade em Senado a atribuição do doutora-mento Honoris Causa ao Reitor da Universidade de Macau, Wei Zhao, por recomendação do Conselho de Reitores das Universidades Portu-guesas. Esta distinção deve-se ao perfil académico e científico ímpar do Prof. Doutor Wei Zhao, bem como ao seu contributo para o desenvolvimento de Portugal, dili-genciando a consolidação do inter-câmbio de estudantes, docentes e investigadores entre Portugal, Macau e a República Popular da China. A Universidade da Beira In-terior assinou um protocolo de co-operação com a Universidade de Macau em 1998 que mantém até à actualidade, e através do qual recebe dezenas de alunos maca-enses todos os anos. K

UbI amiga do ambientereSIDênCIa CoM enerGIa SoLar

6 A residência universitária Pedro Álvares Cabral, na Covi-lhã, é a primeira a ter um sis-tema solar térmico de produção de energia para aquecimento de águas sanitárias. Uma in-tervenção que representa uma nova política ambiental que os responsáveis da Universidade da Beira Interior (UBI) estão a implementar e que visa a ins-talação de equipamentos seme-lhantes em diversos pontos da instituição.

Os 78 painéis solares insta-lados na residência represen-tam o primeiro equipamento do género a ser montado nas insta-lações da UBI, que quer utilizar equipamentos que recorram às energias renováveis, mais es-paços verdes nos campus uni-versitários e uma mais eficaz gestão de recursos, como por exemplo, a água.

Vítor Cavaleiro, vice-reitor responsável pelas instalações da universidade explica que “o novo equipamento vai permitir baixar a conta de gás em 30 por cento e dentro em breve vai co-brir mais de 65 por cento das nossas necessidades”. Os pri-meiros planos para a implemen-tação de equipamentos deste

género datam já de há alguns anos, mas nunca tinham sido colocados em prática.

Passados dois meses sobre a sua tomada de posse como ad-ministrador da academia, João Leitão candidatou a UBI a fun-dos do programa “Mais Centro”. No total vão ser investidos cer-ca de 730 mil euros em equipa-mentos deste género, a serem distribuídos pelas residências universitárias e pelos pavilhões desportivos. Para além de equi-pamentos que permitem um maior peso das energias reno-váveis da academia, há também projectos para a criação de zo-nas verdes junto dos vários pó-

Global village na UbIeStUDanteS eraSMUS

6 Quem passou perto do bar principal da UBI ao início da tarde no último dia 3 de Março não pôde deixar de notar algo diferente. Várias mesas expon-do amostras de comida, panfle-tos promovendo países mais ou menos longínquos, alunos de diferentes origens dançando em harmonia, conversas cruzadas em diferentes línguas, o pano-rama era diferente do habitual. Tudo graças a uma iniciativa da AIESEC, que juntou representan-tes da Polónia, França, Turquia e Roménia para promoverem o que de melhor têm estes paí-ses.

As apostas principais nos stands estrangeiros recaíram nas mais ou menos doces so-bremesas, mas os estudantes Erasmus também puderam ficar a conhecer melhor as tradições portuguesas. Entre um petisco e uma dança desenrolavam-se amenas conversas entre os alu-nos. Todos concordavam num

ponto: tinham feito a escolha certa ao vir estudar para Portu-gal, pois sentiam-se bem aco-lhidos, mas não percebiam o porquê de o contrário não acon-tecer. “É seguro. Não devem ter medo”, afirma Abraham Erdur sobre a Turquia.

O dia só acabou com um ci-clo de conferências e workshops organizado em conjunto pela AIESEC e pelo Lancaster Colle-

ge, todas à volta da temática “Aldeia global”, que deu mote a esta feira cultural. Em Língua como uma barreira, o professor António Barros mostrou aos pre-sentes como qualquer idioma, desde que aprendido e usado correctamente, pode ser um ponto unificador de diferentes culturas. K

Sérgio Cardoso pereira _

los académicos, nomeadamente no Pólo IV e na Faculdade de Ciências de Saúde.

Os responsáveis estão con-fiantes que os novos equipa-mentos, para além de ajudar o ambiente levem também a uma redução nos custos de energia. João Leitão, administrador da academia e dos Serviços de Ac-ção Social adianta que “há ago-ra uma preocupação crescente com a elaboração do relatório de sustentabilidade onde está incluída toda a política de efi-ciência energética e de inves-timento socialmente responsá-veis. K

eduardo alves _

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Mestrados europeusprovaS reaLIZaDaS na CovILHã

6 Duas dissertações de mes-trado que representam um exercí-cio de recuperação de duas antigas fábricas na Covilhã, acabam de ser defendidos nas universidades da Beira Interior e de Gdańsk e atribu-íram às autoras um diploma reco-nhecido nos dois países.

O primeiro trabalho da autoria de Magda Czapuk denomina-se “Center of Tourism and Recreation in Covilhã, Portugal - Architectural Project of Rehabilitation”. Trata-se de uma proposta arrojada para a criação de um Centro de Turismo e Recreação nos edifícios da antiga Tinturaria Alçada e Tinte Velho, onde se prevê criar um centro de infor-mação turística e de actividades desportivas “indoor”, relacionadas com as actividades de montanha. Este edifício seria apoiado por uma zona de estacionamento automóvel de apoio na parte exterior do edifí-cio, com ligação adequada ao rele-vo e elementos naturais e cuja co-bertura ajardinada seria uma zona de lazer e a base de partida para actividades de exploração da Serra da Estrela como caminhadas, mon-tanhismo e escalada.

Já Eliza Borkowska propõe a adaptação do edifício da antiga Ul-

timação Estrela / Fábrica Francisco Mendes Alçada ou Leitão & Quintela para alojar uma Faculdade de Arqui-tectura e Centro Estudantil de Cria-tividade, um trabalho denominado “Architecture Faculty and Students‘ Creativity Center in former textile factory in Covilhã – Architectural Project of Rehabilitation”.

Os trabalhos foram também orientados pelos professores Mag-dalena Podwojewska (UTG) e Jacek Dominiczak (UBI) e mereceram nota máxima por parte do júri. “Vejo es-tes estudos com muito interesse porque nós temos um grande pa-trimónio de edifícios construídos que estão desocupados e podiam

brasil atribui medalhaUnIverSIDaDe Do MInHo

6 A Força Aérea Brasileira aca-ba de atribuir a Medalha de Mérito Santos-Dumont a duas pessoas da Universidade do Minho, a profes-sora catedrática Margarida Proen-ça, vice-reitora para a área Admi-nistrativa e Financeira, e a técnica superior Estela Vieira, da Escola de Economia e Gestão (EEG). A comen-da representa o reconhecimento público, pelo Governo brasileiro, do empenho manifestado em prol do desenvolvimento das relações de amizade e cooperação a nível do Ensino entre a Força Aérea Brasilei-ra e a Universidade do Minho.

O galardão foi criado em 1956 para homenagear o espírito de Al-berto Santos-Dumont (1873-1932), considerado pelos brasileiros o in-ventor do avião, do dirigível e do

ultraleve. A distinção é dada a mi-litares brasileiros ou estrangeiros que se destacaram e, também, a cidadãos brasileiros ou estrangei-ros que prestaram notáveis servi-ços à aeronáutica brasileira. A en-trega das condecorações é feita a

20 de Julho, no aniversário do “pai da aviação”. No entanto, dada a situação especial das agraciadas, a solenidade foi realizada recente-mente na Embaixada do Brasil em Lisboa, presidida pelo embaixador Mário Vilalva. K

ganhar outras utilizações. A univer-sidade tem dado exemplo disso e a UBI tem feito um grande trabalho ao longo destes anos, no que respei-ta ao aproveitamento e reabilitação desses edifícios para a instalação das suas faculdades, como é o caso desta. Há muito caminho ainda por fazer, mas há também já a aposta de alguns particulares em seguir este tipo de solução. O interessante aqui é verificar que existem pessoas em países bastante distantes e dife-rentes do nosso que se interessem pelo nosso património”, avança João Lanzinha, docente da UBI. K

eduardo alves _

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Drama vence prémioUnIverSIDaDe De CoIMbra

6 Com o objectivo de valorizar o conhecimento, a Universidade de Évora criou o Instituto de Investi-gação e Formação Avançada (IIFA).

Segundo Soumodip Sarkar, Di-rector do IIFA, esta unidade orgâ-nica “pretende assumir a liderança da vida científica da Universidade de Évora, com o objectivo de esta-belecer sinergias entre a oferta de formação avançada (doutoramen-tos e mestrados internacionais) e as capacidades científicas instala-das a nível das Unidades de I&D”.

As prioridades do referido ins-tituto centram-se essencialmente na promoção da internacionaliza-ção das equipas de investigação, no desenvolvimento da cultura científica, no acompanhamento dos processos de acreditação dos cursos, no apoio aos centros nos processos de avaliação internacio-nal e nos pós-doutoramentos e,

também, na organização das es-truturas científicas de uso comum como, por exemplo, oficinas de apoio à investigação científica.

Para o director do IIFA, “o desa-fio é conseguir colocar a investiga-ção e a formação avançada da Uni-versidade de Évora na órbita das grandes universidades europeias e mundiais, o que só será possível com tempo e o esforço e as von-tades de todos os envolvidos”. K

UbI em frentevoLUntarIaDo UnIverSItÁrIo

6 Os estudantes da UBI que desejem ser voluntários já o po-dem ser através da universidade. A instituição beirã, em conjunto com a associação Coolabora, lan-çou o projecto UbiCool para vo-luntariado universitário. A apre-sentação deste projecto deu-se no passado dia 2 de Março, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), numa conferên-cia onde além de se apresentar o programa se debateu de forma breve o problema da violência es-colar.

Segundo Amélia Augusto, pró-Reitora da UBI “veio em melhor timing”. Além de ser útil para a

sociedade, esta iniciativa “pode fazer muito pela vida profissio-nal dos estudantes”. Uma ideia que é partilhada por Pedro Gue-des, presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que “tem estado na linha da frente das acções de voluntariado que têm sido feitas na região”.

Os estudantes que se queiram inscrever podem fazê-lo aceden-do à ficha de inscrição através do site da Coolabora, ou dirigindo-se ao gabinete de Carla Loureiro na FCSH. O prazo das inscrições ter-mina no dia 31 de Março. K

tiago Lacerda _

Minho pioneiroInveStIGação enDoSCópICa e CIrúrGICa

6 A Escola de Ciências da Saú-de da Universidade do Minho, em Braga, acaba de inaugurar o pri-meiro laboratório português de investigação e treino em cirurgia minimamente invasiva. No Labora-tório de Investigação Endoscópica e Cirúrgica (Research Endoscopic Lab) far-se-á investigação em téc-nicas de cirurgia sem cicatriz e, simultaneamente, formação dife-renciada de médicos/cirurgiões com alcance internacional. A es-trutura está totalmente equipada com material e imagem em alta definição e resulta de uma parce-

ria com a multinacional Karl Storz, num investimento superior a um milhão de euros.

O projecto resulta de uma ex-pansão do laboratório existente no domínio de investigação em Ciências Cirúrgicas, do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho. A va-lência regista, nos seus tópicos de investigação, a maior produti-vidade científica dentre todos os laboratórios da Península Ibérica. Passa agora a estar equipada com sete mesas cirúrgicas de última geração. K

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UtaD assinala 25 anosCoM HoMenaGeM a FernanDo reaL

6 A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) co-memora, a 22 de Março o seu 25º Aniversário, com uma sessão sole-ne na Aula Magna, pelas 15 horas, onde, para além das intervenções do Magnífico Reitor e do Presidente da Associação Académica, será pro-ferida a Oração de Sapiência sob o tema A química que existe entre nós é só amor? Ou também ajuda a economia?, por José Artur Martinho Simões, professor catedrático da Universidade de Lisboa. Será ainda ocasião para a entrega de Cartas Doutorais 2010, atribuição de me-dalhas aos funcionários com 20 anos de serviço na Instituição e de prémios escolares aos alunos com mais alta classificação.

No período da manhã, será

prestada homenagem póstuma ao antigo Reitor e antigo Minis-tro do Ambiente, Fernando Real, com a atribuição do seu nome ao Museu de Geologia da UTAD, do qual foi fundador há 25 anos. A

cerimónia oficial desta homena-gem terá início pelas 10horas, no auditório de Geociências, onde in-tervirão Rogério Rocha (Presidente da Sociedade Geológica de Portu-gal), Armando Mascarenhas Ferrei-ra (Reitor Honorário da UTAD), um representante dos antigos alunos (Virgílio Alves) e um representan-te da família (Fernando P. Ferreira Real).

O programa inclui ainda a inau-guração de uma exposição sobre a vida e obra de Fernando Real, de um monumento evocativo que perpetuará a sua memória e que ficará colocado no Museu de Ge-ologia e a inauguração da Sala de Exposições Temporárias, onde se encontra patente a exposição “Silí-cio: da Pré-História ao Futuro”. K

alzira Seixo distinguidaÉvora

6 Maria Alzira Seixo foi o nome escolhido para a atribuição do Prémio Vergílio Ferreira 2011. Ensaísta, crítica literária e profes-sora catedrática, Maria Alzira Seixo é especialista em Literatura Fran-cesa, Comparada e Portuguesa.

Maria Alzira Seixo tem uma vasta bibliografia publicada da qual se destaca o livro, edita-do em 1968, “Para o Estudo da Expressão do Tempo no Roman-ce Português Contemporâneo”, tendo-se seguido “Discursos do texto” de 1977, “O Essencial sobre José Saramago” de 1987, “Lugares da ficção em José Saramago. O es-sencial e outros ensaios” de 1999 e “Os romances de António Lobo Antunes; análise, interpretação, resumos e guiões de leitura” de 2002, entre outros. É especialista do romance português contem-porâneo e, em especial, da ficção de António Lobo Antunes, tendo publicado em 2010 “As flores do Inferno e Jardins Suspensos”, um estudo aprofundado sobre os ro-mances de António Lobo Antunes.

Maria Alzira Seixo colaborou com a Universidade de Évora, ten-do sido patrono de José Saramago, aquando da atribuição do Douto-ramento honoris causa ao escritor

na Universidade de Évora em 1999, e coordenou pedagógica e cientifi-camente a Literatura Francesa na Universidade de Évora até meados da década de 90. Impulsionou e presidiu à Associação Portuguesa de Literatura comparada e à Fede-ração Internacional de Línguas e Literaturas Modernas.

O prémio Vergílio Ferreira foi criado em 1997 com o objectivo de homenagear o escritor que lhe dá o nome, Vergílio Ferreira, e premiar o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do en-saio. Atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa e, em 1998, a Maria Judite de Carvalho que, a título póstumo, recebeu esta homenagem da Universidade de Évora. K

ramôa ribeiro toma posseUnIverSIDaDe tÉCnICa De LISboa

6 A cerimónia de Investidura de Fernando Ramôa Ribeiro como Reitor da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), para o mandato de 2011/2015, teve lugar no final de Fevereiro, tendo contado com vá-rias figuras da vida académica, po-lítica e social do país, tendo o Rei-tor destacado a racionalização da rede e oferta educativa do Ensino Superior, as Universidades funda-cionais e a execução orçamental.

A cerimónia foi precedida da as-sinatura do protocolo entre o reitor da UTL, Fernando Ramôa Ribeiro, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, que en-quadra o processo de construção

da residência universitária do Pólo do Alto da Ajuda, em Lisboa.

A residência universitária do Pólo da Ajuda terá capacidade para albergar entre 300 e 400 alunos e deverá estar pronta já no ano lecti-vo de 2012/2013.

Para o Reitor da UTL, “a existên-cia de uma residência universitária na zona da Ajuda é de relevante importância para a comunida-de académica porque permitirá à Universidade garantir a fixação de estudantes, professores e in-vestigadores, criando condições para captar alunos fora de Lisboa e mesmo de outros países”. Este é de resto um importante passo

para o objectivo da UTL de aumen-tar a sua percentagem de alunos estrangeiros que hoje se fixa nos 12% mas que daqui a 2 anos Ra-môa Ribeiro espera que se situe já nos 20 por cento.

A construção da residência universitária do Pólo do Alto da Ajuda, através da integração na mesma área de serviços como cor-reios, banco, comércio, cultura e lazer, vai permitir uma maior dina-mização deste Pólo Universitário e uma maior integração da cidade com a comunidade académica. O investimento na construção da re-sidência rondará os 5 milhões de euros. K

nova lança prémiojornaLISMo eConóMICo

6 A 5.ª edição do Prémio de Jornalismo Económico 2010, uma iniciativa conjunta da Universi-dade Nova de Lisboa e do Banco Santander Totta, visa premiar a excelência de trabalhos jornalís-ticos publicados em Portugal, no-meadamente nas áreas de Gestão de Empresas e Negócios, Merca-dos Financeiros e Sustentabilida-

de Empresarial. Podem concorrer todos os jornalistas que tenham publicado trabalhos na comuni-cação social impressa ou electró-nica entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2010 nas áre-as acima referidas. As inscrições terminam no dia 15 de Abril. No entanto, deve ser feita uma pré-inscrição no site www.pje.uni-

versia.pt até 8 de Abril. O melhor trabalho concorrente às três áreas receberá o “Grande Prémio”, com um valor pecuniário de 15 000 eu-ros, sendo igualmente o vencedor da correspondente área a que se candidatou. Os outros prémios, cada um com o montante de 7 500 euros, distinguirão o melhor artigo das respectivas áreas. K

www.ensino.pt

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UtaD assinala 25 anos

ramôa ribeiro toma posse

nova lança prémio

Mundo sem esconderijosDoCenteS Da eSe

6 As docentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco/ Escola Superior de Educação, Maria Margarida Morgado e Ma-ria da Natividade Pires acabam de apresentar o livro “Educação Intercultural e Literatura Infan-til. Vivemos num mundo sem esconderijos”. A obra resulta do Projecto de Investigação apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

O livro apresenta uma refle-xão sobre as potencialidades de promoção da educação intercul-tural através da literatura para crianças. Com um enquadramen-to teórico alargado, no âmbito dos estudos culturais, propõe de modo genérico que se repense a literatura infantil e o seu papel literário, sociocultural e educa-tivo nas sociedades, à luz das grandes transformações socioe-conómicas das sociedades actu-ais e, em particular, que se tome consciência da necessidade de configurar práticas de intercultu-ralidade pela leitura.

Misto de texto académico sobre a relação da literatura in-fantil com a educação intercul-tural e um manual a usar por professores do ensino básico sobre modos possíveis de ‘ler’ as obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade, de modo a contribuir para que os jovens leitores pensem de forma crítica sobre as suas realidades contemporâneas envolventes e desenvolvam a sua sensibilidade intercultural, esta obra oferece a possibilidade de conjugar duas formas de ler: uma mais aca-démica e outra mais orientada para a prática situada de profes-sores em contextos de sala de aula. Nela o leitor encontrará, na sua qualidade de investigador e/ou professor, pistas de reflexão e propostas de abordagem de obras de ficção infantil e juvenil que lhe permitirão actualizar os seus conhecimentos sobre a re-lação da educação intercultural com a literatura infantil. K

robótica médica na eStCaSteLo branCo

6 Uma investigação em Robó-tica Médica que está a ser desen-volvida no IPCB/Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) vai permitir, a breve pra-zo, aumentar a exactidão e pre-cisão do procedimento cirúrgico na área da ortopedia. A investi-gação é uma aplicação robótica para a cirurgia ortopédica, no-meadamente para a Artroplastia de Substituição da Superfície da Anca, cujo projecto, de nome HI-PROB, está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto Superior Técnico e também com especia-listas em Ortopedia.

A aplicação em desenvolvi-mento baseia-se na co-manipu-lação pelo cirurgião e robô da ferramenta de furação, baseada em informação obtida por ultra-sons. Segundo o coordenador do

projecto, o investigador e profes-sor do IPCB/EST Paulo Gonçalves, “aumenta-se assim a exactidão e precisão do procedimento cirúr-gico actual, ficando este também menos invasivo. Actualmente, a furação da cabeça do fémur, para a colocação de um espigão para o recobrimento da anca, é realizada de forma manual pelo cirurgião. Desta forma aumenta-se em mui-to a probabilidade do sucesso do procedimento cirúrgico.”.

A equipa do IPCB/EST a traba-lhar no HIPROB desde Outubro de 2010, é coordenada por Paulo Gon-çalves e integra o docente Pedro Torres e os bolseiros de investiga-ção Nuno Catarino e Rui Carvalho. Entre outras fontes de financia-mento, o projecto HIPROB conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Paulo Gonçalves recorda que a Robótica tem evoluído exponen-cialmente nos últimos anos sendo hoje em dia companhia de crian-ças e adultos, em actividades de lazer e trabalho diário. “Na indús-tria são inúmeras as aplicações em Portugal e recentemente chegou à sala de operações de um Hos-pital em Portugal o robô comercial mais avançado do mundo, o Da-Vinci. Mas em Portugal também se concebem aplicações robóticas na área médica em várias uni-versidades do país e no Instituto Politécnico de Castelo Branco em particular pelo que é um privilégio poder contribuir para o avanço da robótica em Portugal e que esse trabalho, reconhecido pela FCT, possa ser realizado em Castelo Branco”, refere ainda o professor Paulo Gonçalves. K

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Leiria na alimentáriaDe 27 a 30 De Março na FIL

6 Os projectos Algelo e Hi-drolisados Funcionais de Proteí-na de Sardinha, dos professores Rui Pedrosa e Susana Silva, res-pectivamente, da Escola Supe-rior de Tecnologia e Turismo do Mar (ESTM), do Instituto Politéc-nico de Leiria (IPL), estarão, de 27 a 30 de Março, em exposição na Feira Alimentária & Horexpo, em Lisboa.

Inseridos no Espaço Food

I&DT, os projectos dos docentes da ESTM constavam entre os 52 apresentados pelas Entidades do Sistema Científico Nacional, dos quais foram seleccionados ape-nas 20.

Trata-se de um feira desen-volvida com o objectivo de pro-mover a mostra e concurso de tecnologia para o sector alimen-tar. Assim, a iniciativa Food I&DT resulta num espaço dedicado à

inovação na área alimentar, o qual tem como finalidade apre-sentar as tecnologias resultan-tes de projectos de investigação e desenvolvimento tecnológico com um forte potencial de uti-lização comercial. Desta forma, esta iniciativa pretende, igual-mente, dinamizar parcerias en-tre investigadores, empresas, centros tecnológicos e entidades do ensino superior. K

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Miguel Carvalhinhofaz doutoramento

eSart

6 O músico Miguel Carva-lhinho acaba de concluir o seu Doutoramento em Espanha, mais precisamente na Universidade de Extremadura, em Cáceres. Com um trabalho de fundo para a tese que incidiu na “Música de tradição oral em Alcongosta, Al-pedrinha, Casal da serra, Castelo Novo, Louriçal do Campo, S. Vi-cente da Beira, Soalheira e Souto da Casa”. Agora reconhecido por aquela universidade do país vizi-nho, Miguel Carvalhinho conclui assim mais uma etapa do seu percurso académico.

Etapa essa que ficou marcada também pelo projecto musical “Ninho” cuja génese está umbi-licalmente ligada a esta fase de estudo que o músico iniciou há uns anos. Miguel Carvalhinho re-feriu esta semana ao Reconquis-ta que “a linha de investigação seguida prevê a recolha de can-ções de tradição oral, a edição em partitura e a sua difusão”.

Ora, “o CD Ninho tem tam-bém a função de divulgar esta

música e alertar as pessoas para a riqueza deste património”, como refere. Assim sendo, “a di-vulgação destas canções no seu estado original, ou com outros arranjos, garantirá a preserva-ção desta arte, que faz parte do património inteligível do nosso

povo”, explica Miguel Carvalhi-nho.

Terminado o Doutoramento em Espanha, o músico deixa no entanto a promessa de “o gru-po Ninho continuar a trabalhar à volta deste repertório”. K

agrária marca presençano encontro nacional

Dias de Campona escola agrária

SISteMaS De InForMação GeoGrÁFICa

De 4 De MaIo a 15 De jUnHo

6 A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) es-teve presente no Encontro de Utilizadores de Sistemas de In-formação Geográfica (EUE’11), que este ano decorreu nos dias 2 e 3 de Março, no Centro de Congressos de Lisboa. A inicia-tiva teve como media partner o Ensino Magazine, tendo sido distribuídos exemplares da pu-blicação aos cerca de 1200 par-ticipantes.

A ESACB esteve representada pela Comissão Científica do Cur-so de Mestrado em SIG, Cristina Alegria e Paulo Fernandez, e do Sector de Informação Geográ-fica, José Massano Monteiro e Natália Roque.

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua Escola Superior Agrária, rea-liza de 4 de Maio a 15 de Junho, diversas acções de formação para alunos do 10a ao 12a ano.

A iniciativa, denominada “Dias de Campo”, decorre todas as quartas-feiras, e consiste em aulas de campo com formações em temáticas ambientais, agrá-rias, veterinárias e protecção civil ou aulas de laboratório.

De acordo com a organização, “o objectivo das formações pas-sa por sensibilizar os estudantes do ensino secundário para as temáticas consideradas prioritá-rias no contexto das actividades desenvolvidas na Escola Superior Agrária”.

Além disso, assegura o IPCB, “pretende-se despertar o inte-

Subordinado ao tema “Visão Unívoca”, a 9a edição do Encon-tro de Utilizadores da Esri Por-tugal “reuniu utilizadores das mais diversas áreas de negócio, para partilhar conhecimento no universo dos Sistemas de Infor-mação Geográfica e dar a conhe-cer os mais avançados projectos realizados no último ano”.

No espaço de exposição do IPCB/ESACB foi feita a divulga-ção das actividades de ensino, investigação e serviços reali-zadas na área das Tecnologias de Informação Geográfica, ao mesmo tempo que será dado destaque aos trabalhos e pro-jectos efectuados pelos alunos do mestrado em SIG. K

resse dos jovens pelos temas abordados, fornecendo-lhes a possibilidade de usufruírem dos espaços físicos da Quinta de Sra. de Mércules e ainda de serem formados por especialistas”.

A inscrição nas acções de for-mação é gratuita e no final de cada uma será emitido o respec-tivo certificado.

As formações abordarão os seguintes temas: Estudo da mor-fologia e identificação de plantas (3h, 4 de Maio); Análise sensorial vs. química dos gostos básicos (2h, 11 de Maio); Descobrir os Sistemas de informação geográfi-ca (3h, 11 Maio); Infusões e tisa-nas (3h, 18 de Maio); Percurso de orientação (3h, 25 de Maio); Me-dição de árvores (3h, 8 de Junho); e Conhecer a flora do iogurte (2h, 15 de Junho). K

IpCb abre vagasMaIoreS De 23

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco tem disponíveis 32 cursos de licenciatura para o Concurso Maiores de 23 anos. O prazo de inscrição para as pro-vas especialmente destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos decorre de 1 de Março a 22 de Abril.

Para o presidente do IPCB, Carlos Maia, “a disponibilização de vagas para este público aju-da a concretizar o compromis-so do IPCB com a aprendizagem ao longo da vida, uma vez que através destas provas os candi-datos, que não são possuidores da habilitação tradicional para aceder ao ensino superior, têm a possibilidade de demonstrar que possuem capacidade para o frequentar, constituindo uma oportunidade para os maiores de 23 anos poderem obter uma qualificação de nível superior”.

As inscrições podem ser fei-tas directamente em cada uma das escolas. Na página web do IPCB os interessados poderão

consultar todos os dados re-ferentes ao Concurso Maiores de 23 anos, nomeadamente in-formações sobre os conteúdos das provas a realizar e leituras recomendadas, calendário e re-gulamento das provas.

A inscrição nas provas e a obtenção de uma classificação

final igual ou superior a 9,5 va-lores não garantem a entrada no Ensino Superior. Todos os candidatos que obtiverem nota final igual ou superior a 9,5 va-lores deverão candidatar-se aos Concursos Especiais dentro dos prazos a fixar pelo Director Ge-ral do Ensino Superior. K

Arquivo H

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estudantes na DomusbraGança

6 A Câmara e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) oficializaram uma parceria que promete ajudar a revitalizar a zona histórica da cidade com a recuperação de edifícios aban-donados para residências de es-tudantes estrangeiros.

Fazer do centro histórico a “Domus (casa) Universitária” é o propósito do projeto que, em pouco mais de um ano, deve ter as duas primeiras residências concluídas.

Numa fase inicial está pre-vista a recuperação de três edi-fícios degradados que permiti-rão disponibilizar cerca de meia centena de camas.

Contrariar a desertificação da zona histórica com a fixação de jovens é um dos propósitos do projeto que vai permitir ao IPB reforçar a sua estratégia de internacionalização.

Segundo explicaram hoje os promotores, estas residências destinam-se exclusivamente a estudantes estrangeiros que frequentam o IPB em programas de mobilidade.

O investimento é feito na to-talidade pela Câmara, que adqui-riu os edifícios e vai entregá-los ao IPB recuperados e mobilados pelo prazo de 20 anos.

Para o presidente da autar-quia, Jorge Nunes, “esta é a forma mais segura e eficaz de, através de investimento públi-co, assegurar um relançamen-to da actividade económica no centro histórico”.

“A cidade ganha: há mais jo-vens, há mais culturas presen-tes, há mais oportunidades para os nossos jovens também irem conhecer outras instituições, ganharem conhecimento com outras realidades. Portanto, só podemos estar a estruturar um quadro de maior competitividade global para a nossa cidade e para a nossa região”, considerou.

Jorge Nunes acredita tam-bém que “vai abrir o apetite para os investidores olharem para o seu património de forma diferente, também o recupera-rem, valorizarem e arrendarem ou até promoverem a instalação de actividades económicas”.

O projeto consiste na recu-peração imediata de dois edi-fícios com um investimento de 750 mil euros, mas existe já um terceiro que o autarca es-pera conseguir recuperar ainda na primeira fase até ao final do primeiro semestre de 2012.

Ao todo ficarão disponíveis 49 camas, mas o autarca social-democrata já definiu como “de-safio mínimo” para o futuro a duplicação desta oferta.

A nova ”Domus” vem refor-çar aquela que tem sido das principais estratégias do IPB: a internacionalização, segundo o presidente Sobrinho Teixeira.

O aumento da oferta irá per-mitir mais protocolos com outros países e servir de suporte ao fu-turo centro de estágios europeus, a que o IPB vai candidatar-se.

Atualmente, o IPB tem cerca de mil estudantes em mobilida-de, o que para o presidente “re-presenta uma diversidade cultu-ral que é também uma riqueza para a própria cidade, para além de ser também um fator econó-mico para o desenvolvimento da cidade e região”.

O IPB tem três residências ex-clusivamente para os alunos bol-seiros portuguesas e ainda tem de recorrer ao parque habitacio-nal da cidade.

É no mercado de arrendamen-to que tem encontrado também respostas para muitos dos alunos estrangeiros em mobilidade e num protocolo com a Pousada da Juventude de Bragança. K

Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

Leiria ganha prémio

politécnico lidera pedidos

ConCUrSo naCIonaL De DeSIGn De MobILIÁrIo

LeIrIa

6 Sean Patrick Santos Silva, estudante do curso de Mestra-do em Design do Produto, da Escola Superior de Artes e De-sign (ESAD.CR), das Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) conquistou o pri-meiro prémio no 2.º Concurso Nacional de Design de Mobiliá-rio. O estudante venceu com o projecto “Banco Bind”, na cate-

6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) registou, no ano de 2010, um total de 18 pedidos de invenção nacional, posicionando-se à frente das restantes institui-ções de ensino superior nacio-nais.

Desde 2008, a par com a con-solidação das actividades do Cen-tro de Transferência e Valorização do Conhecimento (CTC) e a cria-ção de unidades de investigação, assistiu-se a um crescimento sig-nificativo quanto ao número de

goria de mente verde.Ainda neste concurso, des-

taque para Tiago Filipe Pereira de Sousa e Raphael das Neves Morais, ex-estudantes da licen-ciatura em Design Industrial, da mesma escola, distinguidos com uma menção honrosa com o produto linha de “Mobiliário Harmonia” e “Estante Imagina-rium”, respectivamente.

pedidos de invenção. Assim, em 2008, o IPL havia registado três

Promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal – AIMMP, este concurso pretende distin-guir os produtos de mobiliário mais inovadores, desenvolvi-dos por designers nacionais e produzidos em Portugal com o intuito de valorizar a ligação do design aos produtos de ma-deira. K

pedidos, em 2009 registou um total de 23 e em 2010 foram 18. K

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IpL desenvolve projectosprÉMIo “Ser CapaZ – Inovação e teCnoLoGIa”

6 João Leite e João Ferreira, estudantes de mestrado em Con-cepção e Desenvolvimento do Pro-duto, e Flávio Soares, estudante do curso de licenciatura em Enge-nharia Electrotécnica, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), foram distinguidos com o Prémio Ser Ca-paz – Inovação e Tecnologia, uma iniciativa da Associação Salvador.

Os estudantes, João Leite e João Ferreira, vencedores do 1.º prémio, desenvolveram uma pró-tese especial para acompanhar o crescimento de crianças amputa-das. Já Flávio Santos foi distingui-do com uma menção honrosa pela criação de um projecto que permi-te accionar um dispositivo eléctri-co activado pela cadeira de rodas.

projectos premiados:João Leite e João Ferreira de-

senvolveram o Projecto Walk HD, uma prótese desenvolvida com o objectivo de acompanhar o cres-cimento de crianças amputadas,

evitando desta forma a constan-te necessidade de se proceder à troca destes dispositivos. Assim, é possível rentabilizar todos os ele-mentos constituintes da prótese, dando-lhes um tempo de vida útil muito superior ao normal.

Flávio Rosa Soares, com o Si-

mon Project, criou um sistema que possibilita que no momen-to em que uma pessoa entre no quarto a luz se acenda e ao sair a luz apague. O sistema é activado através da cadeira de rodas e fun-ciona com qualquer dispositivo eléctrico. K

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Santarém analisaplantas medicinais

LIvro LançaDo

6 A Escola Superior Agrária de Santarém será palco, a 30 de Mar-ço, do lançamento do livro Cultura e Utilização de Plantas Medicinais, cujos autores são António Proença da Cunha, Odete Roque e Natália Gaspar.

Esta obra vem preencher uma lacuna a nível da bibliogra-fia nacional, ao abordar temas como a qualidade das plantas

medicinais, farmacologia e fi-totecnia. Abrange a multidisci-plinaridade necessária para a produção de plantas medicinais, para obtenção de produtos fito-terápicos de qualidade, seguros e eficazes. São descritos para cada táxon (espécie ou grupos de espécies), aspectos botâni-cos, ecológicos, farmacológicos e agronómicos. K

alunos ganham no Design Integrado

vIana Do CaSteLo

6 Os alunos Ana Cruz, Fernando Lima, Marina Abreu e Pedro Oliveira, do curso de Mestrado em Design In-tegrado do Instituto Politécnico de Viana do Castelo acabam de ser dis-tinguidos com o Prémio Larus Arqui-tecturas 2011 - Equipamento Urba-no Ibérico – na categoria de Projecto Académico.

O Prémio promovido pelo Peri-ódico Arquitecturas (publicação do Grupo About Media) e patrocinado pela empresa Larus – Design Urbano teve como principal objectivo o re-conhecimento público de projectos de equipamento urbano desenvol-vidos nos últimos cinco anos por designers, empresas e estudantes de design, em Portugal e Espanha, e contou com o apoio institucional do Centro Português de Design.

O prémio foi atribuído ao cande-eiro de iluminação pública “Popup” por decisão unânime do júri inter-

nacional. A cerimónia de entrega do prémio realizou-se no Centro de Congressos do Estoril, no dia 25 de Fevereiro, no âmbito da 7a UrbaVer-de, Feira das Cidades Sustentáveis.

Esse trabalho teve origem no projecto protocolar Greenlight, em que os alunos desenvolveram pro-postas de sistemas de iluminação pública baseadas em tecnologias de ponta; energia solar e power led. Uma equipa de docentes das áreas de Design, Produção e Multimédia coordenou este projecto de forma integrada constituído pelos docen-tes Acácio Pereira, que liderou o pro-cesso de Design, Pedro Vasconcelos e Pedro Faria. O acompanhamento e validação dos trabalhos teve a par-ceria do grupo de empresas Fundi-viana (Viana do Castelo) e GCE Solar (Zamora). Este projecto apresentou uma vertente de respeito pela natu-reza e a sustentabilidade. K

Saúde em jornadasna GUarDa

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai promover, no dia 29 de Abril de 2011, as IV Jorna-das Nacionais sobre Tecnologia e Saúde.

Divulgar os mais recentes projectos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estruturas de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, profissionais e estudantes das áreas da saúde e da tecnolo-gia) são os principais objectivos destas Jornadas, já projectadas em termos nacionais e interna-cionais. Procura-se ainda incre-mentar a interacção entre ensino superior e as empresas vocacio-nadas para as áreas subjacentes a este evento.

Os interessados podem ob-ter a ficha de inscrição e outras

informações em http://www.ipg.pt/tecnologia-saude2011/, pelo email [email protected] ou através do telefone (351) 271 220 162. À se-melhança do ano anterior haverá

um espaço destinado a Exposito-res (a ficha de expositor e a in-dicação da data limite de envio estão disponíveis no sítio das Jor-nadas). K

Hélder Sequeira H

Seia na btLInStItUto poLItÉCnICo Da GUarDa

6 A Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda voltou a marcar presen-ça na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorreu na FIL- Parque das Nações entre 23 e 27 de fevereiro, no seguimento da parceria estabe-lecida desde o ano transacto entre a ESTH / IPG a Câmara Municipal de Seia e a Entidade de Turismo da Serra da Estrela.

Este evento que se realiza anualmente em Lisboa é o maior e mais importante evento da in-dústria do Turismo no nosso país e reúne anualmente milhares de profissionais e visitantes. Neste sentido, Anabela Sardo, diretora da ESTH/IPG afirmou que «é ex-tremamente importante a presen-

ça e participação neste tipo de eventos, uma vez que permite dar maior visibilidade e credibilidade à Instituição junto dos agentes do setor bem como reforçar as rela-ções estratégicas com os nossos parceiros institucionais.»

Para a promoção dos produtos gastronómicos da Serra da Estrela estiveram destacados alunos dos cursos de Gestão Hoteleira, Res-tauração e Catering e do CET de Técnicas de Restauração, que pre-pararam as criações dos chefes da ESTH/IPG Diogo Rocha, Luís Almei-da, Gonçalo Costa e José Teixeira Bastos, as quais resultaram em combinações surpreendentes tais como Pudim de Hidromel, Chee-se Cake de Requeijão com Doce

de Abóbora, Torta de Cebola com Morcela ou Cogumelos Assados com Canela entre outras iguarias.

Aos alunos finalistas do Curso de Turismo e Lazer coube a tare-fa do atendimento ao público e a informação turística dos diversos destinos e produtos da Região da Serra da Estrela.

Para António Melo, subdiretor da ESTH/IPG, e que acompanhou os alunos durante a Feira é «cru-cial para a afirmação e crescimen-to dos alunos de Turismo e Hotela-ria a participação nestes eventos e o contacto efetivo com tecido em-presarial e institucional do setor turístico.» K

Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

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tomar debate ambienteIpt

6 As Jornadas do Curso de Engenharia do Ambiente e Biológica com a temática “Ambiente e Bioenergias” decorrem nos dias 25 e 26 de Março, no auditório Dr. Júlio das Neves O106, no campus do Instituto Po-litécnico de Tomar.

Esta acção de formação destinada aos docentes do ensino superior, básico, secun-dário, alunos do ensino superior e técnicos dos sectores energético e ambiental visa discutir temas, como o Ambiente e Susten-tabilidade, Água, Atmosfera, Solos e Bioe-nergias.

Estas jornadas perspectivam-se multi-disciplinares reunindo diferentes metodo-logias de transmissão de conhecimentos e têm como objectivos aprofundar os conhe-cimentos sobre o ambiente e as energias alternativas, promover os valores e a impor-tância do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, incentivar o princípio de apli-cação da interdisciplinaridade através da ar-ticulação entre diferentes campos do saber como o ambiente, a energia, as tecnologias e os recursos naturais entre outros.

Proporcionar aos investigadores a opor-tunidade de divulgarem os resultados de estudos realizados e facultar aos partici-pantes a possibilidade de adquirir ferra-

6 O jornalista da TSF Bruno Sou-sa Ribeiro é o novo docente da Esco-la Superior de Tecnologia de Abrantes que, a partir deste semestre, passará a leccionar aos alunos de Comunicação Social “Discursos e Formatos Radiofó-nicos”.

Há 5 anos na Rádio TSF, onde é jor-nalista desportivo e uma das vozes do Jornal de Desporto, Bruno Sousa Ribeiro tem também desempenhado funções de repórter de pista, cobrindo jogos na-cionais e internacionais (Selecção Na-cional, Liga dos Campeões, Liga Europa, várias finais da Taça de Portugal, Taça da Liga ou Supertaça).

Natural de Amarante, licenciou-se em Comunicação Social na Escola Supe-rior de Tecnologia de Abrantes do Ins-tituto Politécnico de Tomar, iniciando a sua carreira de jornalista no Jornal de Notícias, no Porto.

O novo docente da ESTA irá igual-mente apoiar o desenvolvimento do projecto de Rádio da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. K

mentas e conteúdos que lhes permitam a actualização de conhecimentos e eventu-almente a introdução de melhorias no seu desempenho profissional e social é outro do objectivo. Finalmente, visa dinamizar a participação pública na tomada de cons-ciência para a importância da sustentabi-lidade e a problemática da dependência energética face aos combustíveis fósseis,

além de criar uma plataforma de discus-são aberta a todos os participantes, com o intuito da sensibilização colectiva para a utilização racional dos recursos naturais e energéticos. Finalmente, visam promover uma relação de proximidade entre a comu-nidade docente, a comunidade local, a ins-tituição (Instituto Politécnico de Tomar) e o meio envolvente. K

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Mestres em viseueStGv

6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV) acaba de atri-buir cinco títulos de Mestre.

Maria de Fátima Nunes apresentou o tema Relato da Informação Financeira por Segmentos: IFRS 8 – PSI 20, tendo obtido uma classificação de 14 valores. Seguiu-se Ana Cristina Ribeiro com o tema A Importância da Consolidação de Contas nas Autarquias, tendo obtido a classificação de 13 valores. Prestou ain-da provas Andreia Gouveia, com o tema O Impacto das Decisões de Marketing no

Desempenho Financeiro das Empresas: O Caso da Evidência Física no Sector da Restauração, tendo obtido a classifica-ção de 15 valores.

Elsa Saraiva apresentou o tema A Au-ditoria Interna em Instituições de Ensi-no Superior – O Caso do Ensino Superior Politécnico, tendo obtido uma classifi-cação de 16 valores. Seguiu-se António Pereira O Justo Valor do Activo Biológi-co – A Vinha – Na Região Demarcada do Dão, tendo obtido a classificação de 16 valores. K

Sousa ribeiro Lecciona na eSta

abranteS

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14 /// MARCO 2011‘

Como criar empregoaCt & eMpreenDe eM vISeU

6 Promover o empreendedoris-mo é um dos objectivos do Politéc-nico de Viseu (IPV), no sentido de incentivar a criação do próprio em-prego por parte dos diplomados. Esta foi a ideia deixada pelo pre-sidente do Politécnico, Fernando Sebastião, na abertura da segunda edição do ACT & Empreende, a 1 de Março, na Aula Magna.

O mesmo responsável deixou claro que, apesar da dificuldade em obter o primeiro emprego, a inserção no mercado de trabalho é sempre mais fácil para quem tem qualificação superior e adiantou acerca do esforço que o IPV tem vindo a fazer para dotar os seus alunos de motivação e conheci-mentos empreendedorísticos, que se está a “pensar em criar uma pós-graduação em empreendedo-rismo”.

O ACT & Empreende, evento so-bre Empreendedorismo, Inovação e Inserção na Vida Activa é uma iniciativa dirigida a todos os estu-dantes do IPV, especialmente aos finalistas e diplomados, e visa, as-sim, fomentar uma cultura empre-endedorística.

O evento foi subordinado à te-mática Vidas Empreendedoras. O

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Cartas de Curso entregues

poLItÉCnICo De SetúbaL

6 O Instituto Politécnico de Se-túbal (IPS) entregou em Fevereiro as Cartas de Curso a 215 graduados de licenciatura e mestrado das suas cinco Escolas Superiores, designada-mente Escola Superior de Educação, Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, Escola Superior de Ciências Empresariais, Escola Superior de Tecnologia do Barreiro e Escola Su-perior de Saúde.

Durante a cerimónia Armando Pires, presidente do IPS, referiu que “num mundo em rápida e profun-da transformação, não há saberes definitivos, tornando-se necessário manter uma constante preocupa-ção com a actualização dos conhe-cimentos, na promoção de cons-tantes aprendizagens ao longo da vida”. O responsável apelou, assim, para a partilha de conhecimentos e experiências, adiantando que “é im-portante que os antigos alunos nos façam sentir as suas necessidades de formação para que o Politécnico de Setúbal possa melhorar continu-

amente o seu desempenho e pres-tação”.

“É igualmente relevante que participem nas nossas actividades de investigação e desenvolvimento, através da concretização de projec-tos que promovam parcerias entre o IPS e as instituições e empresas às quais pertencem e pertencerão. Que sintam também que o IPS pode ser um excelente parceiro e um su-porte credível para as vossas inicia-tivas empreendedoras”, acrescenta.

Esta ligação ao Politécnico de Setúbal é possível através da re-cém-criada Associação de Antigos Alunos do IPS apresentada formal-mente durante a cerimónia, pelo seu presidente, Ricardo Pereira, que salientou as vantagens dos associados, nomeadamente ao ní-vel dos benefícios na utilização de contingentes especiais de acesso a pós-graduações e respectivos des-contos, bem como um conjunto de vantagens no potencial de utiliza-ção das infra-estruturas do IPS. K

seu programa incluiu o lançamento do 8º Poliempreende, conferên-cias sobre empreendedorismo e inovação, entrega dos prémios re-ferentes à 7a edição do Concurso Regional Poliempreende (1a, 2a, 3a

e menções honrosas), bem como a apresentação da ideia de negócio vencedora regional de 2010, “Net Services Solution – Recomenda-ções para comércio electrónico”, conquistado pela equipa da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego do IPV.

Acerca do Serviço de Inserção na Vida Activa, existente no IPV, falou o vice-presidente José Cos-ta, que salientou que o SIVA “foi criado para facilitar a vida aos es-tudantes e diplomados”, ajudan-do os jovens a integrar-se na vida activa. E concluiu: o “SIVA é uma janela aberta que permite espreitar e agarrar oportunidades”.

O Coordenador Institucional do Poliempreende no IPV, Samuel Barros, apresentou o 8o Concurso Poliempreende e apontou os ob-jectivos, destinatários e requisitos dos projectos inerentes à iniciativa.

No momento seguinte teve lu-gar a conferência Vidas Empreende-doras, em que foram intervenien-

tes João Pedro Xavier, presidente do Conselho de Administração da Lanidor e Nelson Sousa, antigo alu-no do IPV, e actual Administrador dos Transportes JLS, que deram o testemunho das suas experiências em empresas familiares. José Ari-mateia, Presidente da Comissão Executiva da Visabeira – Turismo, apontando casos concretos de al-gumas iniciativas que ali têm sido levadas a cabo, deu uma visão do modo como se podem descobrir e pensar novas oportunidades, no fundo de como se pode ser empre-endedor. Margarida Nave, Directora Comercial de Particulares e Negó-cios da CGD – Viseu, orientou as suas palavras de modo a esclarecer como é que aquela entidade ban-cária pode ajudar os jovens empre-endedores.

O encerramento da sessão este-ve a cargo de Luís Rasquilha, Sénior Vice-Presidente da AYR Consulting – Trends and Innovation. Este últi-mo interveniente, também docente da Escola Superior de Educação do IPV, numa comunicação que muito entusiasmou a plateia, falou sobre empreendedorismo e inovação. K

ester araújo _

prÉMIo para vIana

T O Projecto Sistema de Infor-mação e Apoio à Decisão (SI.ADD) desenvolvido e coordenado pelo Politécnico de Viana do Castelo para a ARH do Norte, I.P. recebeu o prémio Melhor Prática 2010, no âmbito do Fórum Boas Práticas Partilhar para melhorar o desem-penho, do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. O pro-jecto inclui actividades e produtos de sistematização e modelação de bases de dados, o desenvolvi-mento de aplicações de gestão de apoio ao licenciamento de títulos de recursos hídricos, monitorização de recursos hídricos, aplicações de relato interno e para o WISE (Water Information Systems for Europe),

plataforma colaborativa de gestão de projecto e uma plataforma WEB-SIG que permite a gestão, comuni-cação e participação on-line de um conjunto alargado de utilizadores internos e externos, mesmo de âmbito especializado. K

SaúDe anIMaL eM portaLeGre

T A Escola Superior Agrária de El-vas do Instituto Politécnico de Por-talegre organiza, a 26 de Março, o II Seminário Clilegre – Pfizer Saúde Animal Doenças de Rebanho. O se-minário é aberto a produtores pe-cuários e alunos do 1o, 2o e 3o ano de Enfermagem Veterinária, bas-tando que para isso se inscrevam junto da Recepção da ESAE ou da docente, Lina Costa. K

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Ipbeja vai plantar uma árvorepor CaDa novo “GoSto” no FaCebooK

6 O Instituto Politécnico de Beja (IP-Beja) vai lançar, no Dia Mundial da Árvore, a campanha Planta uma árvore à distância de um clique. Por cada novo “gosto” na página do Politécnico de Beja no Facebook irá reverter na plantação de uma árvore.

Para assinalar o arranque da iniciati-va, o Politécnico vai apresentar esta cam-panha, no dia 21 de Março, às 11h, no Auditório dos Serviços Comuns, numa ce-rimónia que incluirá os primeiros cliques na página do Facebook, por parte de al-gumas personalidades, e a consequente plantação simbólica das primeiras árvores no campus.

A Liga de Protecção da Natureza e o Instituto (LPN) Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) são algumas das entidades que já se associa-ram à campanha e que vão estar presen-tes na cerimónia de abertura.

No final da campanha, as árvores re-sultantes dos cliques na página do Face-book irão ser plantadas nas explorações agrícolas do Politécnico, por alunos do próprio instituto.

O objectivo desta iniciativa passa por sensibilizar toda a comunidade, em es-pecial os mais jovens, nomeadamente

6 O Instituto Politécnico de Beja (IP-Beja) acaba de receber receber 35 estu-dantes, provenientes da Bélgica, Bulgá-ria, Espanha, Lituânia, Polónia, República Checa e Roménia.

Os alunos vão estudar para Beja no âmbito do Programa de mobilidade Eras-mus, aos quais se vão juntar mais 9 es-tudantes que decidiram prolongar a sua estadia iniciada no 1o semestre. A recep-ção aos estudantes Welcome Meeting, organizada pelo Gabinete de Mobilidade e Cooperação, realizou-se no início de Março e teve como objectivo acolher e integrar da melhor forma possível os alu-nos estrangeiros.

Durante a sua estada no IPBeja os estudantes serão acompanhados de per-to por alunos portugueses que com eles partilham a experiência de terem sido também estudantes internacionais. K

os estudantes universitários e do ensino secundário, para a importância que as ár-

vores e a preservação e conservação das florestas assumem. K

politécnicode beja recebe alunos erasmus

MobILIDaDe

QUaLIDaDe GarantIDa na GUarDa

T O Instituto Empresarial do Minho, em parceria com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e a Agência para a Pro-moção da Guarda, promoveu no passado dia 17 de Março, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG, um Workshop sobre “Norma Internacional SA 8000: Certificação em Responsabilidade Social”.

Informar as empresas relativamente à Norma SA 8000, disseminar pelo tecido empresarial o conceito de Responsabilida-de Social e incentivar as empresas a uma participação mais activa na sociedade fo-ram os principais objectivos desta iniciati-va, que decorreu a partir das 9h30.

MaIoreS De 23 eM toMar

T O Politécnico de Tomar acaba de abrir as inscrições para as provas especial-mente adequadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do Ensino Superior dos Maiores de 23 anos. As ins-crições podem ser efectuadas até ao dia 31 de Março na área de alunos da respec-tiva Escola.

peLICano FaZ worSHop

T A Escola Superior de Educação, Co-municação e Desporto/IPG realizou, nos

dias 15 e 16 de Março, um Workshop em “Vídeo Documentário”, que será orienta-do por Jorge Pelicano.

Esta iniciativa integrou-se no projecto anula do curso de Comunicação Multimé-dia e teve por objectivo desenvolver a for-mação integral dos estudantes a facilitar a inserção na vida activa, complementan-do a aprendizagem curricular na área do vídeo.

De referir que no primeiro dia, pelas 21h30, teve lugar no Café Concerto do TMG a projecção do documentário “Pare, Escu-te e Olhe”, de Jorge Pelicano (ex-aluno da ESECD/IPG), a que se seguiu uma tertúlia.

MaIoreS De 23 anoS na GUarDa

T No Instituto Politécnico da Guarda decorre até ao próximo dia 22 de Abril o prazo de inscrição para a realização de provas especialmente adequadas, desti-nadas a avaliar a capacidade para a fre-quência de cursos superiores por parte de maiores de 23 anos.

A realização das provas teóricas e/ou práticas decorrerá na Escola Superior do Instituto Politécnico da Guarda em que o candidato pretenda ingressar, entre 26 de Maio e 17 de Junho de 2011. A divulgação das listas definitivas de seriação ocorrerá a 15 de Julho.

Os interessados podem obter mais in-formações no Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda, em www.ipg.pt ou através do e-mail [email protected] K

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ou apenas a distância - me parece positivo. No entanto, no futuro o modelo misto será o mais interessante.

Qual tem sido a relação da Universidade de Salamanca com as instituições de ensino superior portuguesas?

Temos uma forte relação com a Univer-sidade de Coimbra, através da qual temos um programa de titulação conjunta que vai até aos cursos de doutoramento. Além disso,

temos boas relações com as universidades do Porto, Beira Interior, Lisboa, Lusófona, Ins-tituto Superior Técnico, ou com o Politécnico de Bragança, entre outras instituições. Neste momento temos em curso um programa de desenvolvimento com as universidades do Norte de Portugal, no âmbito Macro Região Europeia, o qual envolve as regiões espanho-las de Galícia e Castilla e Leon.

esses projectos a desenvolver em con-junto são de que áreas?

Estão relacionados com o desenvolvi-mento económico, social, científico, e de investigação. Neste momento há várias co-missões de trabalho que já estão a funcionar.

De que forma bolonha alterou o ensino na Universidade de Salamanca?

Bolonha pressupõe uma grande mudan-ça no modo de ensinar, desde logo no que respeita ao paradigma educativo. Aos estu-dantes nós temos que lhes ensinar a fazer coisas e não os conteúdos delas, como suce-dia anteriormente. Os objectivos e o sistema de ensino requerem mais dedicação e tempo dos professores, o que obriga a uma mudan-ça organizativa das universidades.

e Salamanca está a saber corresponder a esse desafio?

Este ano todos os primeiros cursos estão a funcionar de acordo com Bolonha. Ou seja, a integração é completa, apenas as licencia-

DanIeL HernÁnDeZ rUIpÉreZ, reItor Da USaL

Salamanca ganha Campus de excelência Internacional

6 Fundada em 1218, a Universidade de Salamanca (USAL) é uma das mais concei-tuadas da Península Ibérica e uma referên-cia no ensino superior do velho continente. Anualmente muitos são os estudantes por-tugueses que procuram aquela instituição para ali tirarem os seus cursos. A área da medicina é uma das mais procuradas, mas as pós-graduações, como os doutoramentos, também levam muitos portugueses e alunos de outras nacionalidades a escolher a Uni-versidade de Salamanca.

Com mais de 30 mil alunos, a Universi-dade de Salamanca é a segunda universida-de de Espanha onde estudam mais alunos que não são oriundos da sua região. Daniel Hernández Ruipérez, reitor da USAL, explica ao Ensino Magazine quais os desafios que a universidade tem pela frente, a forma como Bolonha foi implementada e as suas implica-ções, e as relações com Portugal.

Quais os desafios que se colocam à Uni-versidade para os próximos anos?

A Universidade de Salamanca tem que se saber transformar para ser uma universidade do século XXI. Isso implica mudanças estru-turais que, em momentos de crise como a que actualmente vivemos, não são fáceis de implementar. Além disso temos também pela frente dois desafios importantes: as come-morações do seu 800º aniversário - os quais incluem diferentes actividades -, e o desen-volvimento do nosso Campus de Excelência Internacional, o qual teve o parecer positivo do Ministério da Educação, e que nos coloca na linha da saída para a transformar numa universidade de referência, nas áreas em que hoje estamos mais desenvolvidos: estu-do da língua espanhola e em diversas áreas científicas como a oncologia ou neurociên-cias, entre outras.

no mercado global, onde há uma forte concorrência entre as universidades, que plano estratégico delineou a Universidade de Salamanca para manter o seu prestígio?

Desenvolvemos, numa primeira fase, um Plano Estratégico parcial, através do qual conseguimos ser Campus de Excelência In-ternacional. Neste momento estamos a alar-gar esse plano parcial, a um global, que tem de fomentar não só uma boa docência, mas também uma investigação competitiva, e in-crementar a transferência tecnológica junto do tecido empresarial. Este plano deve ser implementado sem abandonar os estudos fundamentais de ciência básica e de huma-nidades, que foram a fonte de prestígio da nossa universidade durante 800 anos.

em que mais áreas vai incidir esse plano?

Queremos ser a universidade referência no estudo da língua espanhola. Algo que de certo modo já somos. Depois temos outros eixos estratégicos importantes, como a apos-ta em áreas em que temos tradição, como a jurídica e humanística. Há ainda a aposta nas áreas científicas e na transferência tec-nológica.

o ensino a distância é outra aposta da Universidade?

Sim. O ensino a distância deve ser com-plementar do ensino presencial. Podem-se desenvolver formações que sejam desenvol-vidas na sua quase totalidade no regime de ensino a distância, mas haverá sempre uma parte em que o contacto directo com o pro-fessor é importante. É evidente que já existe a possibilidade do aluno e o professor fala-rem através, por exemplo, do Skype ou do messenger, mas não é a mesma coisa que um contacto presencial.

ou seja defende um ensino b-learning?

Qualquer um dos três modelos - total-mente presencial; a distância e presencial;

Daniel Hernández ruipérez, reitor da USaL

o reitor da USaL com joão Carrega e jose Maria Hernandez Diaz

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turas que começaram há alguns anos atrás, ainda estão com o modelo antigo. É eviden-te que fazer estas mudanças numa altura de restrição económica torna a tarefa mais difícil. Mas existe um compromisso e empe-nho de toda a Universidade em implementar Bolonha.

ao nível do corpo docente, esse novo modo de ensinar já está enraizado?

Este é um processo lento. Há professores que já vinham a implementar este modelo, pelo que para eles Bolonha não é novida-de. Há outros em que a implementação de Bolonha implicou muitas mudanças ao nível das metodologias. Metodologias através das quais os próprios professores se haviam for-mado, pelo que a mudança torna-se mais di-fícil. Mas o importante é que está a ser feita.

bolonha pressupõe uma maior abertura do espaço europeu de ensino superior. Mas nem todos os países adoptaram o tempo de formação inicial de forma igual. por exemplo, em portugal a licenciatura é apenas de três anos e em espanha de quatro. Isso cria difi-culdades de articulação entre as instituições?

Sim. Isso verificou-se quando desenvol-

vemos o programa de titulação conjunta com a Universidade de Coimbra. Mas são situa-ções que conseguimos resolver. É evidente que é mais fácil articular esse tipo de progra-mas nas pós-graduações. É uma pena que na Europa não tenhamos estado de acordo em eleger uma coisa ou a outra.

a reorganização da rede de ensino supe-rior em espanha é uma necessidade?

É uma questão polémica. Existe o sen-timento comum de que o nosso país tem imensas universidades. Mas também é ver-

dade, que depois de estarem criadas é muito difícil fechá-las ou tentar uni-las. Muito pro-vavelmente continuaremos como estamos. O que acontece é que em muitas acções as universidades já desenvolvem projectos co-muns. Exemplo disso foi o programa lançado pelo Ministério da Educação para a criação de Campus de Excelência internacionais, em que muitas universidades concorreram em conjunto. Ou seja, de alguma forma as insti-tuições já se estão a agrupar para desenvol-verem determinadas acções ou programas.

e nessa lógica de agrupamentos, não sur-ge desconfiança de umas universidades para

com as outras?

Isso faz parte da condição humana. Mas todos temos a consciência que esse tipo de situações devem ser ultrapassadas, pois todos juntos seremos mais fortes. Ao reu-nirmos as potencialidades de três ou quatro universidades ficamos com a capacidade de desenvolvermos projectos mais ambiciosos e interessantes. Cooperando uns com os ou-tros, todos ganhamos.

o mercado português é apetecível para a Universidade de Salamanca?

Há já muitos alunos portugueses a es-tudar aqui. Para alguns estudantes portu-gueses, a Universidade de Salamanca é a instituição de ensino superior de maior di-mensão que está mais perto das suas regi-ões. Ou seja, a proximidade é importante. Nos últimos anos temos tido muitos alunos portugueses nas áreas de medicina e bio-sanitária. Penso que o mercado português é apetecível para a Universidade de Salaman-ca, como Espanha é um mercado apetecível para as instituições portuguesas. K

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teatro em tempo de criseDIa MUnDIaL É a 27 Março

6 Dia 27 de Março assinala-se o Dia Mundial do Teatro. Uma data que a crise económica internacional pode ensombrar, mas que merece ser subli-nhada, sobretudo pela capacidade que a arte de representar tem em juntar à sua volta pessoas de todas as idades. Como forma de nos associarmos a esta data, fomos ouvir quem faz do teatro uma arte. Mário Trigo, actor, e um dos responsáveis pelo projecto Impressões, a partir de textos de Jean-Jacques Rous-seau. A entrevista escrita a duas mãos, com as respostas na volta do e-mail, aqui fica.

Dia 27 assinala-se mais um Dia Mun-dial do teatro. Como é que em tempos de crise se consegue chamar espectado-res às salas?

Não me ocorre um modelo de pro-moção e divulgação que responda efi-cazmente a essa pergunta. Que por si só leve um grande número de pessoas ao Teatro. Existem, evidentemente, va-riadas formas de publicitar um espectá-culo, independentemente dos recursos financeiros que cada produção ou com-panhia possam dispor.

No entanto, e para responder direc-tamente à pergunta colocada, o mode-lo de divulgação que me parece mais eficaz é ainda o designado na gíria por passa-a-palavra , isto é, o parecer que cada espectador faz de um determina-do espectáculo, influenciando com isso outros espectadores a deslocarem-se e a assistirem.

Com menos apoios torna-se di-fícil colocar de pé diferentes pro-jectos. De que forma é que as companhias, neste caso a sua, conseguem ultrapassar essa questão?

Recorrendo a uma mobi-lização co-lectiva dos e l e m e n t o s que cons-tituem um determinado projecto que se quer levar a cena. Esse e s t ímu l o , que não é

obviamente de natureza finan-ceira, tem necessariamente

que ser encontrado no va-lor literário, intelectual,

conceptual, que se vai experimentan-

do durante todo o processo de

montagem

de um espectáculo. Acresce a isso um forte envolvimento humano no seio da equipa, responsabilizando cada elemen-to pelo resultado artístico obtido.

Hoje existem vários cursos, alguns superiores, na área. Sente que os jovens actores surgem mais bem preparados?

Pela experiência que vou tendo, noto perfeitamente uma diferenciação no estilo de representação entre as vá-rias gerações de actores. Digo que neste momento existe um grande número de novos actores muito bem preparados tecnicamente, que possuem, para além disso, uma boa cultura teatral. Noto ain-da que o mais consequente plano de formação e desenvolvimento, dentro do sector, consiste no trabalho que diferen-tes gerações de actores vão fazendo em conjunto, contagiando-se e desafiando-se mutuamente.

numa altura em que muito se fala na «Geração à rasca» que conselho daria aos jovens que querem entrar no mun-do do teatro?

Para mim o critério mais válido para enveredar por uma determinada área de trabalho consiste na paixão que por ela se sente. Depois deve-se “pôr no terre-no” uma vontade forte que permita ir alcançando resultados… e deixar que a realidade nos vá surpreendendo.

para quem ainda não teve oportuni-dade de assistir, como é que caracteriza essa peça?

É um espectáculo feito por dois acto-res e uma actriz, que representam três personagens. Existe um espaço cénico e um desenho de luz que os serve. E um texto que os vai configurando. Do outro lado, estão os espectadores. São 60 mi-nutos de convivência… K

joão vasco H

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Cartoon: Bruno Janeca HArgumento: Dinis Gardete _

nuno Álvares em obrasCaSteLo branCo

6 A Escola Secundária Nuno Álvares (ESNA) vai entrar em obras dentro de meses, mas o edifício com 65 anos não vai per-der a identidade que o tornou conhecido. O projecto de remo-delação e ampliação do velho li-ceu foi apresentado esta semana e implica mais de 12 milhões de euros de investimento e 18 me-ses de trabalho no terreno. Ao todo são quase dois anos lectivos de convívio forçado entre os tra-balhos e as aulas. A Parque Es-colar, a responsável pelas obras,

garante que a intervenção vai decorrer por fases, o que impede que haja obras nos edifícios com aulas a decorrer. Os alunos serão

instalados em monoblocos clima-tizados, vulgarmente conhecidos como contentores.

O edifício primitivo vai man-

ter-se e no espaço onde se en-contram os pré-fabricados vai nascer um novo edifício, que se estende ao longo da Rua dos Bombeiros Voluntários. Do lado da Rua Conselheiro Albuquerque vai nascer um outro edifício des-tinado às Novas Oportunidades. Os espaços desportivos, nas tra-seiras, também vão ser cobertos.

Na ESNA estudam cerca de 1200 alunos, dos quais 900 duran-te o dia. Os restantes fazem parte do Centro Novas Oportunidades e dos cursos nocturnos.K

etepa faz anos

Ciência na escola

anIverSÁrIo

aGrUpaMento CIDaDe De CaSteLo branCo

6 A Escola Tecnológica e Profis-sional Albicastrense - Etepa atingiu a maioridade. São 18 anos de um projecto sustentado. Um projecto que, como destaca a directora Olga Preto, foi realizado “com muita ale-gria, muito trabalho, sempre pondo a tónica de que os alunos dentro da sala de aula aprendem, mas fora dela aprendem muito mais. É este tipo de alunos que temos tido, com aptidões mais para a prática”.

Uma formação mais profissio-

6 Os «SIG e a nossa Vida mais sustentável» foi um dos projectos seleccionados entre mais de 700 apresentados a ní-vel nacional, para a 2ª fase do concurso Ciência na Escola pro-movido pela Fundação Ilídio Pi-nho. O projecto está a ser de-

nal que tem tido boas saídas ao nível do emprego. Também em ter-mos de estudos há muitos alunos que acabam por entrar no ensino superior.

A região, segundo a directora da escola, está bem servida ao ní-vel do ensino porque, por exemplo, há cursos do Politécnico que dão continuidade aos que existem na escola. “Assim, completamo-nos uns aos outros e eu só vejo o ensi-no deste modo. K

senvolvido no Clube Europeu/Meteor-Escola do Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco e envolve actividades que vão da georeferenciação das plantas existentes no espaço ex-terior da escola, à produção de óleos, essências, detergentes e

produtos de beleza biológicos. A Meteorologia está também inse-rida neste projecto que abrange alunos, professores e funcioná-rios mas também se estende aos pais/encarregados de educação, de forma a envolver as famílias na vida da escola. K

olga preto, directora da etepa

MaIoreS De 23 eM LeIrIa

T O Instituto Politécnico de Leiria tem abertas as inscrições até 11 de Abril, para as Provas Especialmente Adequadas Des-tinadas a Avaliar a Capacidade para a Frequência dos Cursos Superiores do IPL dos Maiores de 23 Anos (M23). Estas provas têm como objectivo permitir às pessoas que completem 23 anos de idade até ao dia 31 de Dezembro do ano anterior que antecede a realização das pro-vas e que não tiveram oportu-nidade de frequentar o Ensino Superior, a possibilidade de o fazerem.

reCrUtaMento na GUarDa

T O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) pretende consti-tuir uma bolsa de potenciais in-teressados com vista ao even-tual preenchimento, em futuro próximo, de posições contra-tuais para o recrutamento de pessoal docente especialmente contratado e de formadores.Os potenciais interessados, de nacionalidade portuguesa ou outra, deverão apresentar candidatura através do preen-chimento e envio de respecti-vo formulário e documentação constante em www.ipg.pt. A informação divulgada pelo IPG visa exclusivamente a deter-minação da existência de po-tenciais interessados com o perfil académico e profissional pretendido por esta instituição, tendo em vista uma adequada preparação das decisões que neste âmbito venham eventu-almente a ser tomadas. K

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aprendizagem cooperativa eSCoLa bÁSICa DoS 2º e 3º CICLoS Do CanIço- MaDeIra

6 Na Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Caniço, Madeira, oito turmas, quatro do 6º ano e quatro do 8º ano de escolari-dade, desenvolvem uma met-odologia de trabalho baseada na aprendizagem cooperativa. De acordo com essa estratégia de ensino/aprendizagem, as tarefas são realizadas em pequenas eq-uipas, cada uma das quais, for-mada por alunos com diferentes características/competências e gostos. Cada elemento da equipa assume um papel individual de acordo com a tarefa estabelecida na equipa e ao longo do projecto torna-se responsável não só pela sua aprendizagem, mas especial-mente, por participar de forma activa na aprendizagem dos out-ros, ajudando os colegas da eq-uipa a ultrapassar as dificuldades e construindo uma atmosfera de sucesso, baseada na partilha. É de salientar que para que os alunos tenham o sucesso preten-

dido, é necessário que a equipa de professores seja igualmente unida, desenvolva um espírito de partilha e camaradagem e que esteja 100% disponível para ori-entar os alunos neste processo.

No passado dia 16 de Fever-eiro, os alunos das turmas do 6º ano apresentaram à comunidade

educativa os vários projectos de-senvolvidos de acordo com o tema geral da escola - Saber Estar, Saber Relacionar-se, de modo a contri-buir para a concretização de um dos objectivos definidos no plano educativo de escola. Os subtemas abordados foram variados e apre-sentados de forma criativa e diver-

Consciência ambiental na MadeiraeSCoLa eb1 / pe rIbeIro DoMInGoS DIaS, FUnCHaL

6 A construção de uma con-sciência ambiental é uma das marcas que a EB1 PE Ribeiro Do-mingos Dias gostaria de deixar nas crianças que passam pela escola.

Umas das formas de o fazer foi através da criação de Brigadas de Monitorização aos temas Água, Energia e Resíduos. Os alunos são convocados através do painel Eco-Escolas e pelo coordenador do programa. Usam um crachá iden-tificativo e através de uma ficha registam todas as observações re-alizadas sobre as diversas temáti-cas, como por exemplo verificar se as luzes estão ligadas quando não há ninguém nas salas, se o lixo foi colocado nos contentores cer-tos, ou se as torneiras estão bem reguladas.

Pelas palavras que nos comu-nicaram acreditamos ter trans-mitido a serenidade necessária. “Não é uma tarefa para ser feita com rapidez…. as coisas im-portantes precisam de tempo.” (Francisca Abreu)

Acreditamos que estas crian-ças são um importantíssimo veí-culo de transmissão de compor-tamentos. A comprová-lo estão as afirmações feitas por algumas delas:

“…. apago a TV no botão, fecho a água quando lavo os dentes e não deito papel na san-

ita. (Francisca Abreu) “... Digo a minha avó se já

reparou nos litros de água que gasta ao lavar os dentes.” (Hel-ena Ascenção). Entre as mais val-ias deste projecto destacamos os valores que vêm por acréscimo, como a independência, respon-sabilidade e autonomia.

Publicação Periódica nº 121611Dep. Legal nº 120847/98

Redacção, Edição, AdministraçãoAv. do Brasil, 4 R/C

Apartado 262Telef./Fax: 272324645

6000-909 Castelo [email protected]

Director FundadorJoão Ruivo [email protected]

DirectorJoão Carrega [email protected]

EditorVitor Tomé [email protected]

Editor GráficoRui Rodrigues [email protected]

Serviço Reconquista:Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata

Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ri-beiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael.

Guarda: Rui AgostinhoCovilhã: Marisa RibeiroViseu: Luis Costa/Cecília MatosPortalegre: Maria BatistaÉvora: Noémi Marujo [email protected]: Jorge Azevedo [email protected] Nuno Dias da SilvaParis: António NatárioAmsterdão: Marco van Eijk

EdiçãoRVJ - Editores, Lda.Jornal Reconquista

GrafismoRui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda.

SecretariadoEugénia SousaFrancisco CarregaGonçalo Inês

Relações PúblicasCarine Pires [email protected]

Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Car-los Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Flo-rinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mes-quita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pe-dro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Ma-ria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faus-tino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évo-ra) e Valter Lemos

Contabilidade: Mário Rui Dias

Propriedade:RVJ - Editores Lda.NIF: 503932043Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social)Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/AnoEmpresa Jornalistica n.º221610Av. do Brasil, 4 r/c Castelo BrancoEmail: [email protected]: 20.000 exemplaresImpressão: Jornal Reconquista - Zona In-dustrial - 6000 Castelo Branco

sificada, sendo notória a evolução destes alunos que integram este projecto desde o 5º ano, a nível da aquisição de competências sociais e metodológicas.

Esta apresentação contou com a presença do presidente do Conselho Executivo, Armado Morgado, dos professores que integram o projecto e dos en-carregados de educação destas turmas. Algumas equipas de tra-balho foram premiadas por se terem destacado no cumprimen-to dos objectivos estabelecidos, pela forma como trabalharam e pela demonstração da aquisição de competências metodológica e sociais essências à formação de qualquer aluno, que se pretende venha a ser um cidadão respon-sável e activo no futuro. K

Cristina Freire _A coordenadora SEA do projecto

UNESCO

Quando perguntamos sobre o que este papel lhes faz sentir eles não hesitam: “Sentimo-nos responsáveis” (António), “senti-mo-nos adultas pois estamos a trabalhar.” (Maria Francisca)

As crianças relataram com in-dignação uma situação ocorrida na sala: “Estava uma garrafa de plástico no lixo geral! Há colegas que sabem separar mas não têm cuidado!” (Helena). Quando in-terrogadas sobre o que deveria então ser feito elas concluíram que “… temos que fazer o que sabemos.”. (idem)

Sendo a nossa escola um Eco-Escola, toda a Comunidade Edu-cativa assume um compromisso na continuidade do trabalho diário, tentando melhorar o am-biente envolvente, contribuindo para uma verdadeira educação para a cidadania e para o desen-volvimento sustentável. K

joel Dimitri Lopes _Coordenador SEA

www.ensino.eu

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alunos queremmais segurança

vISeU

6 A Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu (AAI-PV), em colaboração com a PSP, vai promover sessões de aconse-lhamento na sequência de preo-cupações manifestadas pelos es-tudantes relativamente à falta de segurança.

O presidente da AAIPV, Tiago Santos, refere em comunicado ter reunido já com o governador civil e o comandante da PSP de Viseu, transmitindo-lhes “as preocupa-ções demonstradas pelos estu-dantes” e alguns casos que foram expostos à direção da associação.

“Todos os intervenientes na reunião admitiram que o clima de suspeição e medo não é desejável

e prejudica o bem estar de todos os cidadãos”, conta.

Neste âmbito, a AAIPV “irá agendar sessões de esclarecimen-to com todas as associações de estudantes, núcleos e comissões de curso para aconselhar os estu-dantes a desenvolver os melhores procedimentos neste processo”, acrescenta.

Tiago Santos apela ainda a que os estudantes afetados formali-zem a queixa à PSP ou informem a associação, usando-a “como inter-mediária no caso de terem receio de apresentar a queixa diretamen-te às autoridades”. K

Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

IpL com pódio e oito recordesatLetISMo pISta Coberta

6 O Instituto Politécnico de Lei-ria (IPL) arrecadou, em Fevereiro, duas medalhas de ouro, três de prata e umas de bronze no Campe-onato Nacional Universitário (CNU) de Atletismo Pista Coberta.

João Alexandre alcançou a medalha de Ouro no Salto em Al-tura (2.01 m) enquanto João Leal subiu ao pódio para receber a mes-ma medalha na categoria de 800m com o resultado de 1.58,51 minu-tos. As medalhas de Prata foram conquistadas pelos atletas Wilson Martins, João Alexandre, Ivanildo Barreto e Eliseu Ribeiro, na catego-ria de estafeta masculina com um tempo de 1.33,26 minutos.

Tiago Marques e Wilson Mar-tins arrecadaram igualmente a Prata na categoria de 3000m e

60m, respectivamente. O Bronze foi conquistado Liliana Jorge no Salto em Altura com um resul-tado de 1.45m. Os atletas do IPL conseguiram, ainda, nesta prova

bater oito recordes do Instituto nas categorias de 60m, 60m bar-reiras, 400m, 800m, 3000m, salto em altura, salto em comprimento e ainda estafeta. K

tunas no femininoFeStIvaL eM CaSteLo branCo

6 A apresentação de uma adaptação para português da ban-da sonora do filme “Os Coristas” é uma das novidades do Olimpo, o Festival de Tunas Femininas que começa dia 26 em Castelo Branco.

O festival, cuja sessão de ab-ertura decorre no Cine Teatro Avenida, começará com a música do filme do realizador francês Christophe Barratier, que a Tuna Académica Feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco vai interpretar a três vozes, acompan-hadas ao piano. “Optamos ainda por retirar algumas das nossas músicas mais conhecidas e vamos colocar uma versão do ‘Vejam Bem’, do Zeca Afonso”, destacou a ensaiadora Mónica Azevedo du-rante a apresentação do festival.

A tuna organizadora convidou ainda Daniela Varela, a vocalista do grupo Flor de Lis, para interpre-tar uma versão de “Todas as Ruas do Amor”, a música que a banda

levou ao Festival da Eurovisão de 2009. O concurso vai contar com a participação das tunas femini-nas do Instituto Superior Técnico de Lisboa, de Ciências do Porto, Escola Superior de Educação de Setúbal e da Universidade da Beira Interior, da Covilhã.

Fora de concurso actuam a Tuna da Universidade Sénior Albi-castrense e ainda as tunas aca-démica masculina e feminina do Instituto Politécnico de Castelo

Branco. A organização convidou uma tuna espanhola para par-ticipar no concurso, mas disse que o grupo não consegue vir a Portugal por indisponibilidade de agenda.

Marília Sousa, a presidente da Tuna Académica Feminina do Insti-tuto Politécnico de Castelo Branco, garantiu, no entanto, que no próx-imo ano a internacionalização vai ser uma aposta, provavelmente com uma tuna colombiana.K

Guarda ganha nacional anDeboL

6 A equipa de andebol do In-stituto Politécnico da Guarda (IPG), na categoria de infantis masculi-nos, está a participar no campe-onato nacional da modalidade.

De referir que neste campe-onato participam equipas como o F.C.Porto, o ABC, Águas Santas e CB Penafiel, entre outras.

estudantes de Setúbal mais solidários

voLUntarIaDo

6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), em conjunto com o Instituto Português da Juventude e as Associações de Estudantes das Escolas Superiores do IPS, or-ganizou, em, Março, uma sessão intitulada Voluntariado Local: po-tencialidades e constrangimentos, no âmbito das comemorações do início do Ano Europeu do Volun-tariado.

A iniciativa contou com a presença de vários docentes do IPS, bem como responsáveis do Instituto Português da Juventu-de (IPJ), da Caritas Portuguesa e Associação Entrajuda e teve como objectivo estimular o incremento da actividade voluntária junto da

comunidade do IPS, apelando a valores de solidariedade e de ser-viço pelos outros.

Armando Pires, Presidente do IPS, realçou a importância deste evento pela interacção que se con-seguiu juntamente com o IPJ e o papel das Associações de Estudan-tes na organização do mesmo. Ar-mando Pires referiu a importância de se criar um movimento organi-zado de voluntariado no Politécni-co de Setúbal, considerando que para além da atitude das pessoas “a existência de estímulos, por parte da instituição a que perten-cemos, irá potenciar mais acções de voluntariado junto da comuni-dade do IPS”. K

www.ensino.eu

A equipa do IPG defrontou no dia 26 de Fevereiro, a equipa AED Fuas Roupinho, na Nazaré e no dia seguinte o grupo de AA Águas Santas, no pavilhão daquela colectividade. A terceira jornada decorreu a 13 de Março, com a equipa do IPG a receber o FC Porto. O Instituto Politéc-

nico, através do Gabinete de Formação, Cultura e Desporto e em cooperação com a Associação Académica da Guarda, vai iniciar, em breve, actividades ao nível de futebol de salão e voleibol com vista à formação de equipas para participação, futura, em provas nacionais. K

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o desencanto dos professores

Um Homem da meia Maratona(um conto de entrudo)

eDItorIaL

CrónICa

7 Os professores portugue-ses não vivem momentos facilita-dores do desabrochar da ilusão, da fantasia criadora e da utopia que leva à vontade de fazer e de vencer.

O clima percepcionado na maioria das escolas é de desi-lusão, de desencanto, de anomia profissional.

Os mais jovens interrogam-se sobre as escolhas que fizeram no momento em que decidiram vir a ser professores. Os que acumularam mais experiência no desenrolar do seu percurso pro-fissional questionam-se sobre o sentido da dádiva desinteres-sada com que se envolveram numa carreira que, pela sua nobreza e relevância social, de-veria ter sido indiscutivelmente gratificante.

As políticas de reconstrução do tecido curricular, organizacio-nal e de vida activa dos docentes e das escolas correram mal. Cor-reram mal a todos e pelos piores motivos. Correram mal aos gover-nantes, por precipitação, autismo e muita soberba. Correram mal aos professores pelo desrespeito com que foram mimados, pelo desgaste da sua imagem social, e

pela total desestruturação do seu mundo conceptual sobre a escola e sobre o seu futuro.

Há muito que os especialistas tentam compreender estes está-dios de carreira, ou ciclos de vida dos professores.

Porque são previsíveis e, logo, facilmente controláveis, em termos de expectativas e de procedimentos, a literatura acon-selha a manter os docentes em um dos três estádios clássicos do seu percurso profissional: 1-O estádio da sobrevivência, ou da fantasia, que geralmente coincide com o início da carreira, e que se singulariza pela necessidade de afirmação do professor, no con-tacto que mantém com os seus alunos, com os colegas e com co-munidade educativa; 2-O estádio da mestria, em que o professor foca o seu esforço no desem-penho profissional, na preocupa-ção de ser um “bom” professor, dominando competências ineren-tes a essa intencionalidade, pelo que procura respostas adequadas para determinadas situações que o acto de ensinar lhe coloca: o número de alunos por turma, a ausência de regras bem defini-das de acção, a falta de materi-

ais e condições para o exercício do seu trabalho na classe, a falta de tempo para a consecução dos objectivos, ou para a abordagem dos conteúdos; e 3-O estádio da estabilidade, em que o docente tenta individualizar o ensino, pre-ocupando-se quer com os seus alunos, quer com as suas neces-sidades e anseios, sejam elas tanto de ordem curricular, como de natureza social e, até, familiar.

A instabilidade incontrolável surge quando a entropia pro-longada e persistente os retira de um destes três estádios e os con-duz ao abismo que se adivinha no desenhar dos períodos de desencanto.

Infelizmente, vivemos em Por-tugal um desses momentos raros e que presumimos indesejáveis para todos os intervenientes: professores, pais e governantes. Momento em que se rompeu com um período em que os professo-res se encontravam em ciclos da carreira de desinteressada dádiva ao sistema, à escola e aos alunos, e que os tinham levado a optimi-zar o seu investimento pessoal.

O ataque à sua profissionali-dade surgiu uma vez e outra, até que esta inesperada e evitável

curva do desencanto os atingiu fatalmente.

O acumular de situações pro-vocadas por esta já longa e in-suportável conjuntura, por todos conhecida, o retomar insistente de promessas incumpridas de verdadeira descentralização do sistema educativo português, e a negação de se atribuir mais poder de decisão aos professores e às escolas, também contribuíram para que a desilusão e o desen-canto se enquistassem no siste-ma, transformando as sinergias naturais em processos de entro-pia irrefreáveis.

O trabalho do professor é so-cialmente incontornável. Não de-pende apenas das políticas e dos políticos. É uma exigência social, reconhecida e validada, que im-plica com a construção do futuro e com o bem-estar da novas e das mais seniores gerações.

A escola é um bem não nego-ciável. Não pode ser objecto de argumentos de facção, de olhares recriminatórios e de invectivas de tirania psicológica. Não pode, porque o que se faz à escola tem um efeito multiplicador e de im-previsível bumerangue. O desres-peito desleal pela escola marca e

7 Hoje vou ocupar o meu sítio para traçar, neste exíguo espaço que me cabe, o perfil aproximado e não merecido pelo tempo des-perdiçado, do homem da meia maratona, que é como quem diz, metade homem, metade mara-tona.

Não merecido, em primeiro lugar, porque é sabujo e refrac-tário a qualquer vacina de cidada-nia e de confronto honesto. Além do mais, corre apenas com quem tem de o seguir, nunca ultrapassar. Zanga-se porque quer dar ares de saudável e número um entre todos os números um que o rodeiam. É o seu circo preferido.

Desconheço, no entanto, se corre por gosto. Sei que me canso de o ver correr. A maior contradição em mim é de, apesar disso, ter um

desejo profundo que o ponham a correr para sempre…

Das transumâncias que lhe vi fazer até às planícies do sul, nunca soube se foram por lã, leite ou erva fresca. Sei apenas que as fez. Sei da lábia com que as diz ter feito e oiço falar das habilitações truculen-tas que lhe são atribuídas e de que peço escusa para interpretar, tal é o enleio. Digamos que teve as suas oportunidades em tempo de vacas gordas. Aliás, tenho bons amigos e excelentes cidadãos que nunca frequentaram qualquer escola. O meio-maratonista, porém, gosta de dizer que é letrado, licenciado, superior nas coisas do saber, mas não passa dum saloio esperto com vocação para a patranha política.

Anuncia mil vezes a única vez que afinal não fez e tem descul-

pas para os incautos, do género: aquele menino está a fazer-me caretas. É um queixinhas.

Os queixinhas não são de fiar. Fundamentalmente porque efabu-lam, como é o caso, mentem e, ainda por cima, gesticulam como náufragos, para que os outros se compadeçam e o deixem continuar a meia corrida, que só ele parece não se aperceber de que vai para o abismo.

Na fala, não na língua, tem o seu melhor aparelho. Se em idi-omas estrangeiros é língua de tra-po, na sua é capaz de por um cego a ver, sendo que este continua a ver tudo escuro.

A maratona (meia) é outro ar-dil. As camisolas suadas são a ima-gem de que lhe saem pelos poros o que lhe entra pelas ideias: água.

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Água nas promessas, água na retóri-ca, água nas contas que todos temos de pagar. Os subsídios para esta cor-rida estão a esgotar-se e ainda não obteve os mínimos para o próximo campeonato. Os pódios da Europa são provavelmente as suas próximas ambições. Lá fora, a corrida é tenta-dora, os patrocínios são chorudos e apetecíveis e faz-se um figurão.

Oxalá a equipa não lhe renove o contrato, já que a contratação por outra está fora de questão, mesmo da segunda bê e do fundo da tabela.

Por último, queria apenas acrescentar que há dias retive do seu discurso algo que me intriga. Dizia-se convencido de que uma mulher trazia a sua fotografia no bolso. Aparentemente a frase é in-génua, embora mais pareça ironia

vitima os acusadores. A cicatriz social que daí resulta leva tempo a sarar.

O mal-estar que se instalou por demasiado tempo tem cus-tos que ainda estão por calcu-lar. E pagamos todos. Mesmo aqueles que, como nós, contin-uam a pensar que para com os professores temos uma dívida impagável que releva os mo-mentos menos felizes do exer-cício da profissão. Porque lhes devemos uma boa parte do que somos e do que ainda queremos vir a ser. K

joão ruivo [email protected]

própria de machão no bar da coxa.Esta era a peça que me faltava.

No bolso? As mulheres não põem quase nada, e muito menos foto-grafias, no bolso. Quando muito, na bolsa. Querem ver que o meio-maratonista corre de calções ap-ertados!... K

joão de Sousa teixeira [email protected]

Page 23: Ensino Magazine nº 157

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Geração na redeprIMeIra CoLUna

7 As redes sociais tornaram-se num instrumento valioso para a organização de manifestações em todo o mundo, algumas de-las com consequências concre-tas para a vida das populações, como aconteceu no Egipto. Há meia dúzia de anos o poder das mensagens de telemóvel (SMS’s) levou a que em Espanha as son-dagens se enganassem, e uma reunião de milhares de pessoas saísse às ruas nas vésperas das eleições legislativas.

Em Portugal, país democrá-tico, onde a rede de ensino su-perior existente tem garantido a oportunidade dos seus jovens ti-

rarem os seus cursos, promoveu-se um protesto em várias cidades lusitanas, denominado Geração à Rasca. Mais uma vez as redes so-ciais serviram de plataforma para a organização do evento. No pro-testo não surgiu uma geração en-rascada, mas várias gerações que decidiram manifestar-se, ordeira-mente, contra aquilo que lhes ía na alma, sem qualquer alvo em particular, mas com muitas críti-cas para se fazerem ouvir.

A sociedade nunca foi tão exi-gente como agora. É importante que os jovens percebam isso. É importante que compreendam que as manifestações são válidas

para demonstrar o seu descon-tentamento ou indignação, como também é importante o apare-cimento de propostas, de ideias inovadoras, que consigam trans-formar as dificuldades em opor-tunidades.

As redes sociais podem ser um excelente instrumento para potenciar o empreendedorismo. Ao contrário do que sucedia há algumas décadas atrás, concluir-se um curso no ensino superior não significa emprego garantido. Mais, não significa, necessaria-mente, arranjar emprego na área de formação inicial. Da mesma forma entusiasta com que mui-

tos estudantes, legitimamente, quiseram fazer ouvir a sua voz, também deveriam procurar eles próprios lançar ideias inovadoras de negócio, potenciando-as atra-vés do mundo virtual.

A questão do empreendedo-rismo tem merecido uma atenção especial por parte das institui-ções de ensino superior. Os ins-titutos politécnicos apostam num concurso nacional, o Poliempre-ende e as universidades também têm promovido desafios seme-lhantes aos seus alunos e do-centes. Os próprios currículos já incluem conteúdos de empreen-dedorismo. É claro que isso não é

a arte de coisa nenhumaarQUIvo Morto

6 O legado de Anna Livia Be-llacqua permanece um mistério. Até muito recentemente passava por uma perfeita desconhecida, apesar das ligações familiares com Roberto Muzzarelli, contra-ponto não declarado de Fillippo Tommaso Marinetti. Nos anos em que o pai putativo do “fu-turismo” ainda não descobrira as virtualidades eléctricas da velocidade, nem se lançara em senis louvaminhas ao motor de explosão, ou sequer abotoara a suada e gordurenta “camisa negra”, Muzzarelli permaneceu tranquilamente à sombra, na sua habitação campestre, elabo-rando as bases da “arte lenta” que, décadas mais tarde, veio a ser uma refrescante e inespera-da fonte de inspiração para deri-vados mais ou menos turísticos, como o “slow food”, o “slow travel”, ou o “siesta forever”, todos eles de sabor bem medi-terrânico.

Anna Livia, que cresceu nes-se ambiente bucólico mas vi-brante, apreendeu e desenvol-veu os princípios estéticos do tio, dando ao mundo das artes a sua extraordinária e improvável expressão, através da “arte in-visível”, feita de uma deliberada

lentidão, elipses instantâneas e exaltações sensuais. Alguns dos seus contemporâneos afiançam ser ela a musa secreta de James Joyce, que conhecera em Trieste, quando o irlandês aí viveu, en-tre aulas soturnas e monumen-tais bebedeiras. A ser verdade, não seria apenas a instigadora do delírio idiomático de escritor, mas a causadora de uma notória confusão linguística, que os anos agravariam sem remédio. Mas deixemos as digressões oníricas de um taberneiro insone, para conhecermos, se tal for possível, o sinuoso percurso artístico de Bellacqua.

Possuidora de uma beleza estonteante, aliada ao tempera-mento de uma diva estouvada, dizem que era confundida bas-tantes vezes com a fotógrafa Annemarie Schwarzenbach, tal a semelhança visual, mas nun-ca praticou ciclismo, nem foto-grafia. Aliás, detestava grandes viagens, sendo por natureza va-garosa, mas implacável, quando se tratava de realizar a sua “arte invisível”. Nos anos Vinte, em Berlim, concebeu um “Red Letter District”, onde exibia os colegas masculinos que, pela inserção de moedas, declamavam poemas e

liam contos. Todavia, o seu maior feito nunca pôde ser publicitado. Para dar uma lição de humildade ao parolo e irritante Hemingway, disfarçada de toureiro, sonegou do comboio a célebre mala dos manuscritos, depositando-a num banco suíço. E pouco lhe impor-tou que a mulher do americano arcasse com as culpas.

Na monografia “O Fantasma Alpino ”, Luciano Asnidoro refe-re a dimensão metafísica de tal comportamento, como sendo “a expressão acabada da incessante busca de auto-satisfação narcísi-ca”, estabelecendo um paralelo com o culto das bacantes. Como se sabe, estas foram banidas por excesso de zelo selênico. A “arte invisível” da artista toscana, te-ria assim uma filiação discreta, mas efectiva, nos arcanos desse passado remoto e lunar. Na sua mais acabada manifestação, ape-lava ao inconsciente nocturno, tema então muito em voga nos cenáculos intelectuais.

Frequentou os círculos da vanguarda parisienses, depois de actuar com grande estrondo no célebre Cabaret Voltaire, e noutros antros menos calvinis-tas. Em todo o lado deixou uma marca invisível, mas indelével.

Num daguerrótipo da época, vêmo-la vestida de alva túnica, falso diadema, asas sulfurosas e olhar penetrante. Nasceu aí o apodo de “cisne de tule ”, não se sabendo se o seu anónimo au-tor zombava ou, pelo contrário, sugeria outras ligações mitológi-cas. O escândalo maior, contudo, veio a declarar-se de um modo inusitado, quando uma amante rejeitada, declarou a um periódi-co helvético que, afinal, ela era um ele. O escarcéu aumentou de volume com o súbito desapare-cimento da personagem que en-carnava a extravagante artista.

Num inquérito sumário, pro-movido pela magistratura judi-ciária, não se deu como provado nenhum dos supostos crimes de desfalque, vulgo “golpe do baú”, ou outra trapaças financeiras. Mais: no relatório final da inves-tigação, nem sequer foi possível certificar a existência civil de tal pessoa, pois não foram en-contrados, nos registos oficiais, quaisquer dados conducentes a afirmar ou negar, o local e data de nascimento, filiação, sexo e tutti quanti. Roberto Muzzarelli, por seu lado, também sumiu de circulação, havendo quem apon-te o dedo à influência política de

Marinetti, ciumento da não re-conhecida, mas da bem maior real valia do seu rival.

Os anos da Segunda Guerra Mundial revelaram-se proveito-sos para o adensar do enigma, com a destruição de arquivos e registos. O certo é que a in-fluência de Bellacqua, por mais invisível que seja, prova, à sa-ciedade, a premonição da mes-ma, ao afirmar, a um jornalista veneziano: “A arte que preco-nizo será aquilo que nenhum outro movimento antes, agora ou depois, ousará proclamar: agir sonhando não é diferente de imaginar acordado; ambos partilham da mesma substân-cia, da mesma ilusão e da mes-ma inexistência”. Asnidoro con-corda: “A arte invisível apenas existe como a aspiração volup-tuosa do cisne antes de alçar o seu voo em direcção a coisa nenhuma”.

( Artigo in “Gazeta de Ar-tes”, Basel, nº 5, vol.55, ano de 1955 K

josé Guardado Moreira _

suficiente para resolver todos os problemas de que uma geração à rasca diz ser alvo. Mas vistas bem as coisas à rasca sempre estiveram todas as gerações, só que agora as mais novas estão melhor qualificadas, pelo que devem ser mais exigentes... até consigo próprias. K

joão Carrega [email protected]

www.ensino.eu

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24 /// MARCO 2011‘

beatería en la UniversidadCrónICa SaLaManCa

6 En la lengua española , en estilo familiar, se dice que una per-sona es beata cuando frecuenta mucho los templos y se dedica a toda clase de devociones. En con-secuencia, la beatería sería equiva-lente a la actitud permanente adop-tada por una o varias personas en esa misma dirección. Es, por ello, un lenguaje coloquial, pero correc-to, derivado del mundo religioso, de las prácticas religiosas, donde al fin prevalece la fe sobre la razón, las creencias y aceptaciones sobre la disensión.

Pero cuando se aplica la bea-tería, o el nombre de beato, más allá de estos espacios y ambientes religiosos, y es muy frecuente ha-cerlo, cada vez más, viene a equi-valer a una actitud conformista y acrítica, casi angelical y mística, ante lo que sucede. O sea, una es-pecie de posición de parálisis por parte de un hombre o mujer, de no intervención, de aceptación sin más de los hechos, o al mismo tiempo de bobería crédula, carente de todo tipo de crítica.

Cuando aplicamos este con-cepto de beatería a la universidad debemos tener un cierto cuidado, cuando no prevención, porque pue-de resultar peligroso caracterizar una actitud colectiva, incluso masi-va, muy débil en cuanto a su talante crítico. Es decir, que a nadie le gusta en la universidad que le llamen con-formista con lo que observa y vive, porque una de las claves normales de toda vida universitaria es la de mostrarse crítico, inconformista, re-

formista, incluso revolucionario. En el espacio donde domina la razón, la disensión, como sucede con la universidad, la crítica es un ejerci-cio habitual, sano y consustancial al devenir universitario.

Estas reflexiones vienen a si-tuarse en el corazón de los proble-mas de la vida cotidiana que viven nuestras universidades europeas en el presente, hoy muy condicio-nadas por la aplicación del llamado modelo universitario de Bolonia. Ya sabemos que tal modelo no se ha elaborado en esa histórica ciudad y universidad italiana que le presta su nombre, sino que en realidad se trata del modelo organizativo y di-dáctico de procedencia anglosajona, y en particular de Estados Unidos, para ser aplicado en nuestras uni-versidades, siguiendo las pautas ya practicadas durante años en esos ambientes anglosajones, donde muchas universidades dejan tanto que desear, aunque algunas, pocas, sean consideradas punteras, según el canon de calidad que ellas mis-mas se conceden.

Ese plan Bolonia (o cons-trucción del Espacio Europeo de Educación Superior) para reorgani-zar las universidades europeas en los inicios del siglo XXI representa en realidad una ruptura frontal de los históricos modelos europeos de universidad que han estado vi-gentes hasta hoy, en concreto el francés y alemán, por ser éstos los más influyentes y articulados. En consecuencia, el llamado de Bolonia es un decidido plan de imponer un

modelo distinto, anglosajón, muy funcionalista y hasta taylorista en muchos momentos. El lenguaje de las competencias, corazón didáctico de ese plan, huele mucho al len-guaje de los objetivos operativos, propio de una didáctica funcionalis-ta muy bien definida y triunfante en los años sesenta del siglo XX, proce-dente de los USA, como parece fácil de deducir.

Es cierto que en años pasados nosotros mismos hemos pensado y defendido algunas de las bonda-des de este nuevo modelo docente, en la medida que frente a un tipo anacrónico de docencia universita-ria hacía posible una mayor parti-cipación de los estudiantes en su proceso de aprendizaje, a lo que tampoco ahora renunciamos. Pero bien es cierto que ya antes muchos profesores dábamos oportunidades todos los días para que los estu-diantes fuesen agentes directos de su propio proceso de aprendizaje.

Lo tremendo y preocupante que ahora nos llama la atención es la actitud desmovilizada, seguidista y bastante papanata, que ofrecen al observador la gran mayoría de paises europeos y sus universi-dades (desde luego las españolas) ante le empecinada imposición de un modelo extraño a la tradición eu-ropea como es este de procedencia anglosajona.

Mientras la tradición europea habla de licenciatura universitaria, desde hace 800 años, ahora de gol-pe tenemos que aceptar sin más la denominación anglosajona de

grado. Y nadie dice nada. Mientras nuestra tradición contempla el nivel de la maestría, ahora tenemos que adoptar el nombre de master, y en plural másteres. No hablemos de la reorganización de los estudios, que representa una decidida minoración de contenidos, saberes y exigen-cias. No dejemos de mencionar la prevalencia del modelo tecnocrático y tecnológico de los planes de es-tudio, especialmente grave en las ciencias sociales, en las de la educa-ción, en las humanas, y desde luego en las experimentales. Está repre-sentando el triunfo de los tecnócra-tas desideologizados, por ejemplo de forma descarada en Ciencias de la Educación, sin ir más lejos.

Nuestra universidad está poco a poco quedando ayuna y vacía de ideología, está casi impedida y casi castrada para suscitar las grandes preguntas y respuestas propias de las ciencias en general. Solamente parece importar a la cultura domi-nante lo tecnológico, las patentes, los efectos inmediatos sobre la eco-nomía y la producción de objetos y productos que alcancen un buen éxito en el mercado, que represen-ten la máxima posición para el be-cerro de oro, el dinero, el capital. Las pautas que traza la OCDE para los sistemas educativos, y para las universidades en particular, se con-vierten en el único camino posible, y desean que sin retorno.

Lo grave, lo muy grave, es que estamos cayendo en una pendiente que carece de capacidad de resis-tencia y crítica ante este arrollador

proceso tecnocrático que nos engu-lle, desprovisto de preguntas pro-pias de la ciencia y de los hombres, proceso al fin desmovilizador, mi-mético, acrítico, conformista, beato, lleno de beatería.

Si añadimos a todo ello el terri-ble momento de dificultades econó-micas que padecen nuestros paises, parece que asistimos a un ciclo de grave y profunda reordenación uni-versitaria, de reajuste, de explícita reconversión, que se muestra es-pecialmente preocupante para las universidades públicas. Es el actual, pues, al mismo tiempo un peligroso paso hacia una reconversión social de las universidades, que aminora el efecto democratizador que en las pasadas décadas había alcanzado la educación superior de muchos paises europeos, desde luego muy visible en casos como los de Portu-gal y España.

Por ello, nada de conformis-mo, de aguantarse, de hacer con-cesiones, de ceder, de no ejercitar la crítica, de no vocear las desigual-dades y denunciar los pasos atrás dados en la vida de las universida-des. Nada de beatería en nuestra universidad.K

josé Maria Hernández Díaz _ Universidad de Salamanca

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reordenamento da rede do Superior opInIão

7 Quando Abril despontou, eram apenas oito as instituições de ensino superior público. As uni-versidades Nova de Lisboa, Aveiro, Minho e Instituto Universitário de Évora criadas em 1973, no âmbito da reforma de Veiga Simão, eram ainda muito recentes. Anteriores àquela data existiam apenas as universidades de Coimbra, Lisboa, Técnica de Lisboa e Porto. Estas úl-timas, concentradas no litoral, sa-tisfaziam apenas a procura de uma pequena elite.

A este propósito, Stephen R. Stoer, da Open University do Reino Unido (”A Reforma de Veiga Simão no Ensino”, Análise Social, vol. XIX, 1983), citando António Reis, subli-nha que o discurso de Veiga Simão, no que se refere ao direito de cida-dania – em que a democratização do ensino tem um papel insubsti-tuível, enquanto garante da igual-

dade de oportunidades –, repre-senta uma ruptura com a ideologia nacionalista de então.

Citado por António Reis (“Uni-versidade, ideologias e politicas”, Seara Nova, nº.1507, Maio/1971), Veiga Simão refere: “Decididamen-te, o futuro da Nação não reside apenas em elites fechadas e dimi-nutas – Às reduzidas aristocracias da cultura contrapõe-se a educa-ção de massas.”

Nas palavras de Pedro Lourtie (“Ensino Superior Em Portugal”, DGES, 1999), com o 25 de Abril, despontou também “a pretensão de uma rápida melhoria das con-dições de vida e ascensão social” (p.10), tendo esta então repercus-são no sistema de ensino superior.

Para Lourtie, as expectativas de ascensão social, o aumento do número de alunos que concluem o secundário e as necessidades

de reestruturação económica do país, na sequência da adesão de Portugal à comunidade europeia, exercem uma enorme pressão sobre o crescimento da rede de ensino. Ainda durante a década de 70, foram criados os institutos universitários dos Açores, Madei-ra, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Interior e a universidade do Algarve. Posteriormente, na década seguinte, aqueles institutos foram convertidos em universidades.

Ainda no final da década de 80, assiste-se a uma forte procura do ensino superior em consequência do elevado número de alunos que conclui o secundário e das dificul-dades do tecido produtivo em ge-rar empregos. A falta de lugares no mundo do trabalho acaba por “em-purrar” muitos dos jovens para o sistema de ensino.

É neste contexto que, face à in-

capacidade da rede pública de en-sino satisfazer a crescente procura, o sector privado se expande, dan-do assim resposta às expectativas de muitos jovens que pretendiam frequentar o ensino superior. O número de vagas disponibilizadas pelas instituições privadas foi, pela primeira vez, em 1991, superior ao número de vagas do sector públi-co.

De acordo com a informação disponibilizada pela Direcção Ge-ral de Ensino Superior (1999, p.14), para a expansão do sector privado, contribuiu decisivamente “a aboli-ção, em 1989, do carácter elimina-tório dos exames de acesso.”

Disperso por todo o território nacional, o ensino superior poli-técnico é criado em 1979 e 1980, com o propósito de propiciar o de-senvolvimento regional e se cons-tituir como parceiro privilegiado do

tecido produtivo. Ao contrário do ensino universitário, de natureza teórica e conceptual, o ensino poli-técnico afirma-se pelo primado da prática e pelo seu pendor profis-sionalizante. A Lei de Bases do Sis-tema Educativo de 1986 (Lei 46/86, de 14 de Outubro) institui o siste-ma binário, ou seja, a separação dos dois sistemas (universitário e politécnico).

No final da década de 90, a rede de ensino superior público era já constituída por 14 universi-dades, 5 instituições universitárias não integradas, 16 institutos poli-técnicos e 32 instituições politécni-cas não integradas. K

Fernando raposo _

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MARCO 2011 /// 25 ‘

o Cinema também gosta de morenasboCaS Do GaLInHeIro

7 Aquando da exibição na Cine Teatro de “Os Sonhadores” (The Dreamers), de Bernardo Ber-tolucci, escrevemos aqui sobre a semelhança entre o filme e “O Último Tango em Paris”: a carga erótica e uma mão cheia de cenas de sexo explícito. Fui um dos que passou pelo S. Jorge, em Lisboa, depois do 25 de Abril de 1974, derrubadas que estavam as amar-ras da censura, para ver o filme que valera ao realizador, na sua pátria, ser-lhe retirado o direito de voto e os tribunais proibirem a exibição do filme por blasfémia e indecência.

Trazemos aqui de novo “O Úl-timo Tango em Paris”, um filme em que a intensidade dramática é obnubilada pela tal carga erótica e recordado pelo uso dado à vulgar manteiga de cozinha por Marlon Brando, um (outro) americano em Paris, com vontade de esquecer o suicídio da mulher e que encontra, num apartamento que ambos que-riam arrendar, uma jovem de espí-rito aberto que aceita uma relação sem compromisso, a propósito da morte recente de Maria Scneider.

Muito se falou então, e depois,

desta jovem de 19 anos, de repen-te transformada em sex symbol, e do filme, que disse depois, lhe deu cabo da carreira, apesar das várias dezenas que fez depois, dos quais se destaca “Profissão: Repórter” (1975), de Michelangelo Antonioni, ao lado de Jack Nicholson e “cró-nica da Mais Velha Profissão do Mundo”, (1979), de Daniel Duval, que lhe valeu uma nomeação para o César de Melhor Actriz Secundá-ria. O resto foram quase sempre papéis secundários, o último dos quais em “Cliente” (2008), de Jo-siane Balasko. Morreu em Feverei-ro, aos 58 anos, amargurada com Bertolucci.

“Os Homens Preferem as Lou-ras” (1953), de Howard Hawks, é um filme que se vê e revê sem-pre com inegável prazer. Um fil-me que confirma Marilyn Monroe como grande estrela, ao lado de uma das morenas mais célebres de Hollywood: Jane Russell. Sobre a morena diria Hawks: “Jane é muito, muitíssimo real”. De cima, abaixo, dizemos. E nunca se inibiu de mostrar na tela todos os seus atributos que, felizmente, eram muitos. Que o diga Howard Hughes

quando a escolheu para protagoni-zar “The Outlaw” (A Terra dos Ho-mens Perdidos, 1943). Foi o bom e o bonito. O filme saiu sem o visto prévio da censura. Foi proibido. Hughes multado. Só veio a estrear em 1946. Por imposição de Hughes, diz-se, Sternberg dirigiu-a em “Ma-cao” (1952). No ano seguinte veio então “Gentlemen Prefer Blondes”. Na comparação perde para Marilyn, mas a sua interpretação não deixa de ser brilhante. Estamos a lembar-nos da magistral sequência com a equipa olímpica na piscina e ela “Pares. Alguém para jogar? O cam-po está vago”. Qual campo? Adian-te. Não foi ela que disse “gosto de

Cartas desde la ilusión CrónICa

7 Querido amigo:Cuando te escribo esto estamos

ya a mitad del trimestre y a pocos días de que comience la primavera. La primavera es la estación del re-surgir, y este simple hecho me lleva a comentarte otro de los beneficios que esperamos obtener al poner en marcha la comunidad de apren-dizaje en nuestro centro: nuestra expectativa se concreta en un com-promiso de todos los profesores (no sólo de los directivos del centro) para hacer cambios significativos y duraderos, con lo que conseguire-mos una más alta probabilidad de llevar a cabo un cambio sistémico fundamental.

Creo que en alguna otra oca-sión (hace tiempo), te comentaba que mi opinión acerca del cambio educativo se concreta en la creen-cia de que el cambio del sistema no llegará por ley orgánica tras la que se pondrán en marcha unos cuantos decretos-ley para desarro-llarla y concretarla. A mi juicio, por el contrario, el cambio del sistema educativo sucederá cuando los pro-

fesores sean capaces de sensibili-zarse ante la necesidad del cambio, en primer lugar, y, a continuación, sean capaces de promover una nue-va “primavera educativa”, es decir, un resurgir de nuevas condiciones que emanan del nuevo talante de los profesores y que se concreta en cambios significativos y duraderos. El cambio significativo y duradero, a mi entender, no puede provenir de la ley sino del talante, o, si quieres, en otros términos (aunque pueda llegar a sonar cursi) del corazón de los educadores.

De hecho, una de las cosas que yo trato de transmitir a los profe-sores en mis cursos de formación es: cuando los profesores actuamos ante las situaciones (problemáti-cas o no) que promueven nuestros alumnos, no lo hacemos “con la memoria” (es decir, tratando de re-cordar qué técnica o procedimiento se nos explicó en algún curso de formación, o se recoge en alguna ley o decreto-ley…), sino “con la actitud” que nace del talante. Por eso, hay profesores que tienen éxi-

to en su actuación con sus alum-nos, porque son capaces de “leer” lo que sucede en cada momento y, a partir de ese análisis, son ca-paces de proponer la solución más adecuada. Por el contrario, otros profesores “no aciertan” en sus ac-tuaciones porque están rígidamente anclados a “verdades”, “procedi-mientos”, “reglas”, “principios dis-ciplinarios”…, lo que les lleva a un comportamiento “quasi-robótico” ante sus alumnos, basado más en la reacción que en el análisis y la actuación subsiguiente. Con estos profesores no se puede esperar el cambio, porque buscan, por encima de todo, anclarse en la seguridad de lo que “aprendieron” como única-mente correcto y verdadero (como te decía en mi carta anterior).

El cambio exige flexibilidad, y la flexibilidad de la persona sólo se consigue mediante un trabajo per-sonal que se base en la reflexión sobre la diversidad que nos carac-teriza como personas y el respeto profundo a esa diversidad. Cuando los profesores nos situamos en la

“orto-didáctica”, tratando de “ser siempre perfectamente perfectos”, es cuando cometemos el que pro-bablemente sea el mayor de los errores en educación.

Y lo peor de todo esto es que funciona como un círculo vicioso. A este propósito, recuerdo una fra-se que me impactó desde hace ya mucho tiempo: “si haces siempre lo que siempre has hecho, serás siem-pre lo que siempre has sido”.

Creo que esta frase resume el talante de los que se aferran a la seguridad por encima de todo y “odian”, en consecuencia, cualquier cambio, porque lo enjuician como un peligro, una amenaza, una si-tuación desestabilizadora… En uno de mis últimos cursos de formación del profesorado (sobre “Aprendi-zaje Cooperativo”), les trataba de hacer reflexionar acerca de esto: si no introducimos esta nueva meto-dología es porque, en el fondo, la vemos como una amenaza contra la tranquilidad y el orden en el aula, con lo que, en consecuencia, no se producirá aprendizaje y supondrá

una pérdida de tiempo. Nada más alejado de la realidad. El ambiente de aprendizaje cooperativo es mu-cho más productivo que el ambien-te del aula tradicional (en la que se impone el silencio, el orden, la jerar-quía, la disciplina, etc.), pero para conseguir ese ambiente lo primero que se necesita es un cambio de perspectiva: no se produce un caos, sino una nueva y diferente forma de enseñar/aprender…

Nosotros, en nuestra comunidad de aprendizaje, esperamos superar, poco a poco, todos esos miedos que vienen del pasado y afrontar, con decisión y con esperanza, el cambio necesario y, en consecuen-cia, los nuevos retos que se nos irán presentando…

Por hoy te dejo, pues ya casi me falta espacio. Como siempre, salud y felicidad. K

juan a. Castro posada [email protected]

homens mais velozes do que eu”? E a dança no tribunal francês? Com aqueles argumentos todos já nem o Marcel Dalio sabia o que fazer com o martelo. Mas, como sempre, Hawks sabia o que queria das suas actrizes.

Nascida Ernestine Jane Geraldi-ne Russell, em 21 de Junho de 1921, a sua carreira no cinema foi curta mas preenchida. Em 1954 um filme de Lloyd Bacon, “The French Line”, volta a ser proibido. Mais uma vez os dotes físicos de Jane estavam demasiado expostos. Só que desta vez não houve cortes nem paga-mento de multas. A RKO fez ouvi-dos moucos à decisão. Foi o princí-pio do fim de McCarthy e de Hays. Em 1955 ainda fez perder a cabeça a Clark Gable e a Robert Ryan no western “The Tall Men”, de Raoul Walsh. No ano seguinte filma “Hot Blood”, de Nicholas Ray e em 56 “The Revolt of Mamie Stover”, tam-bém de Walsh, com Richard Egan e Agnes Moorehead. Retirou-se aos 36 anos para se dedicar a uma instituição de adopção de crianças. Voltou ao écran, esporadicamente, como guest star. Os tempos eram outros, O seu, marcou-o e de que

maneira. Morreu no último dia de Fevereiro aos 89 anos.

Outro desaparecimento recente foi o de Annie Girardot, actriz fran-cesa que se tornou conhecida no papel de Nádia em “Rocco e seus Irmãos” (1960), de Luchino Viscon-ti, ao lado de outro francês, Alain Delon, e que nos anos 60 a 80 do século passado marcou o cinema francês, sendo mesmo considera-da por Claude Lelouch, realizador que a dirigiu em “Os Miseráveis” (1996), filme que lhe valeu o César como secundária, a maior actriz do cinema francês do pós-guerra. O César de Melhor Actriz havia-o conseguido em 1977 por “Docteur Françoise Gailland”, de Jean Louis Bertucelli, e em 2002 repetiria o de secundária em “A Pianista”, de Mi-chael Haneke. Sofria de Alzheimer há alguns anos, tendo mesmo par-ticipado num documentário sobre a doença. Morreu também dia 28 de Fevereiro. Tinha 79 anos.

Com a morte destas morenas, não só cinema ficou mais pobre, como está por provar que os ho-mens preferem as louras.

Até à próxima e bons filmes!KLuís Dinis da rosa _

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7 André Letria começou a carreira de ilustrador há quase vinte anos e já venceu o Prémio Gulbenkian e o Prémio Nacional de ilustração. Filho de José Jorge Letria, um dos mais reconhecidos escritores de literatura infantil portugueses, já assina livros em conjunto com o pai e com outros nomes da literatura infantil como Luísa Ducla Soares, Alice Vieira ou António Torrado. Extra ilustra-ção, realizou a curta-metragem Zé Pimpão, O Acelera, e criou e rea-lizou a série de animação infantil Foxy&Meg, premiada no festival britânico Stokes Your Fires e por cá no Festival Zone. Ao Ensino Ma-gazine o ilustrador afirma que a literatura infantil «Está numa fase muito positiva» tem conseguido re-novar-se e a profissão de ilustrador é hoje mais respeitada e valorizada do que há 15 anos atrás.

trabalha como ilustrador de Livros infantis desde 1992. em que momento percebeu que era isto que queria fazer?

Não foi uma decisão muito clara. Foi mais o resultado de várias circunstâncias que acon-teceram ao mesmo tempo. Na altura estava a estudar na Fa-culdade de Belas Artes. Soube desde sempre que gostava de fazer uma actividade que tives-se relacionada com pintura e me pudesse manter ligado ao dese-nho. A escolha para a ilustração foi um bocadinho por acaso. Comecei, se calhar como não poderia deixar de ser, com tra-balhos relacionados com o meu pai. Sendo escritor de livros para crianças, havendo esse contacto tão próximo, mais tarde ou mais cedo acabaríamos por nos en-contrar. Houve um convite, infor-mal de uma Editora - as Edições Paulinas - que me perguntou se estaria disponível para experi-mentar fazer uma capa para uma colectânea de textos de teatro, do meu pai, para crianças. Essa foi a minha primeira experiência como ilustrador, mas sem saber exactamente que seria isso que iria fazer nos anos seguintes. Foi mais um trabalho extra Facul-dade, para tentar tapar alguns buracos que poderia haver na Editora. A partir daí as coisas co-meçaram a acontecer e a correr bem, algumas ainda ligadas ao meu pai, outras com outros es-critores, e outros editores, e por isso mesmo cá estou, hoje em dia, a fazer a mesma coisa.

as Histórias protagonizadas pela raposa Foxy e pela galinha Meg foram adaptadas a uma sé-rie de animação, nomeada para o Festival britânico Stokes Your Fires, na categoria de melhor ani-mação profissional. Como é que estes personagens saltam do pa-pel para o ecrã e se tornam co-nhecidas internacionalmente?

As personagens nasceram para livros e para um público muito jovem, para dar a conhe-cer às crianças aqueles conceitos básicos dos opostos, das viagens, dos animais da quinta, coisas desse género. Não fazia ideia que elas se iriam transformar naquilo que são hoje, personagens ani-madas, com uma série de anima-ção já concluída. Provavelmente é isso que acontece quando elas ganham vida própria. Se elas fun-cionam como personagem para livro, se houver interesse de ou-tras pessoas, como aconteceu no caso do produtor de animação que me convidou, talvez o passo seja muito pequeno para se tor-narem no que são hoje em dia. Para além desse Festival inglês a série acabou de receber passada um segundo prémio, do festival Zone. É mais uma prova de que de facto as personagens nasce-ram bem, continuam bem vivas e de saúde, e a mim deixa-me mui-to satisfeito que seja assim. Elas foram imaginadas com os ingre-

dientes necessários para continu-arem a vida delas, já quase sem a minha intervenção. Espero que elas continuem sempre ligadas a mim, mas na verdade algumas coisas deixam de ter só haver comigo, com as minhas decisões, individualmente, como acontecia nos livros. Neste momento, fazer uma série de animação, como foi o caso da Foxy & Meg, envolve equipas grandes, com outras pes-soas que também tomam deci-sões, para além daquelas que são precisas tomar quando se fazem livros, como aqueles da Ambar.

já trabalhou em parceria com

vários escritores e também com o seu pai o escritor josé jorge Letria, nomeadamente nos livros avô Conta-me outra vez, Letras e Letrias, e Domingo vamos à Luz. Como é trabalhar em parceria com o seu pai?

Nós temos a vantagem de ser-mos pai e filho e isso ajuda muito na forma como as coisas nascem. Não nos limitamos a trabalhar um para o outro, com material já acabado, que nos chega às mãos vindo do outro lado. Às vezes isso acontece, recebo textos que estão acabados, sobre os quais eu tenho de trabalhar, como aconteceria com outro escritor qualquer. Mas há muitos outros casos em que criamos projectos e imaginamos livros em conjunto,

mesmo antes do meu pai come-çar a escrever ou eu começar a ilustrar. São ideias partilhadas no seio da família e que por vezes até nascem de conversas, e não de trabalho. De resto é uma li-gação profissional como acontece com qualquer outro escritor, com quem acabo por trabalhar. A par-tir de um momento que existe um texto trabalho sobre ele da mesma forma como trabalharia com outra pessoa. Existe uma proximidade que se há-de man-ter sempre, uma vez que somos pai e filho, e isso pode facilitar o trabalho, se for possível alguma alteração, discutir alguma coisa num processo a meio. Mas de resto é uma ligação profissional como outra qualquer. Há outras pessoas que estão envolvidas, que precisam de ver também a nossa parte cumprida, têm ex-pectativas em relação a nós como profissionais. Há essa parte fami-liar, mas, uma vez que o trabalho começa, ela fica posta de lado e vemos as coisas como dois pro-fissionais.

a profissão de ilustrador é vista de que forma em portugal?

É vista de uma maneira mui-to mais respeitosa do que acon-tecia, talvez há quinze anos. O público encara o trabalho da ilustração como fundamental para a leitura de um livro e para a fruição dos álbuns ilustrados. Há escolhas que são feitas pelo público que já não dependem só do texto. A ilustração ganhou um peso que permite às pesso-as ter interesse em escolher os livros também pela forma como são ilustrados. Também se es-tende aos editores que já não escolhem os ilustradores de qualquer forma, escolhem-se os ilustradores com critério para cada texto em particular. Isso fez com que houvesse mudan-ças nas editoras, ao ponto de haver até cargos de direcção ar-tística, que não existiam antes, e têm como responsabilidade a escolha da parte visual. As Edi-toras passam a ter um critério que defina a sua imagem junto do público. Tudo isto faz com que o trabalho da ilustração em Portugal seja hoje bastante mais confortável. Vista de uma outra forma, com maior respeito e maior valor.

o seu trabalho de realização de curtas-metragens é fruto de

editoras respeitam mais a ilustraçãoanDrÉ LetrIa eM entrevISta

que circunstâncias?

É também um bocadinho fruto do puro acaso. Não é nada que tivesse procurado e decidi-do fazer convictamente, como se isso fizesse parte de um pro-jecto da minha vida profissio-nal. Acontece mais uma vez a partir dos livros. Tenho só duas experiências como animador, e nas duas tenho a ligação com o produtor Humberto Santana, da produtora Animanostra. É ele o responsável principal por ter enverdado por esta área. Ele andava à procura de pessoas que estivessem interessadas em participar nos concursos que são organizados anualmen-te pelo Instituto de Cinema, e, achou que um livro que ti-nha ilustrado para um texto do meu pai, chamado Zé Pimpão, O Acelera, poderia dar um bom projecto para apresentar nes-ses concursos. Foi assim que começou a minha primeira ex-periência de animador. Fizemos um projecto que foi aprovado pelo Instituto e como conse-quência foi trabalhado até dar o que acabou por ser a curta-metragem com o mesmo título, Zé Pimpão, O Acelera. O filme não se pode dizer que tenha tido êxito comercial, porque estas coisas são muito compli-cadas em Portugal. A vida das curtas- metragens é uma vida curta também, têm pouca di-vulgação e depende muito dos Festivais para onde as coisas são escolhidas. Mas a verdade é que num desses festivais o filme acabou por ter também um prémio e isso fez que hou-vesse interesse das duas par-tes, minha e da produtora, em continuar esta experiência. O passo seguinte foi o da série de animação Foxy&Meg, mais uma vez também nascido a partir de uma colecção de livros para crianças. A série de animação são 26 episódios, de três minu-tos cada um. Não é pouco tra-balho, mas de facto são só dois episódios ligados à animação.

Que análise faz sobre a litera-tura infantil em portugal?

Está numa fase muito positiva. Tem conseguido renovar-se, o que é sempre um desafio importante. Houve uma fase em que não apa-reciam escritores novos mas pare-ce-me que isso está a acontecer ;

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das pirâmides.

CIvILIZação. Os 33, de Jona-than Franklin. Durante 69 dias, os olhos do mundo inteiro estiveram suspensos da sorte dos 33 minei-ros presos a 688 metros abaixo do solo, na Mina de San José, no Chile. Jonathan Franklin, que teve acesso privilegiado às operações de salva-mento e foi o primeiro jornalista a assegurar entrevistas com os mi-neiros resgatados, conta a história de coragem e esperança destes ho-mens.

CavaLo De Ferro. Pan, de Knut Hamsun. Através dos papéis deixados após a morte, o leitor co-nhece a trágica paixão do Tenente Thomas Glahn pela jovem Edwarda. Um sentimento de crescente exal-tação, marcado por um profundo panteísmo. Grandes nomes da li-teratura como Mann, Hemingway, Gide, Gorky e Kafka admiraram o trabalho do escritor norueguês Knut Hamsun, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1920. K

Don DeLilloGente e LIvroS

novidades LiteráriaseDIçõeS

7 «Estávamos dentro de casa, era tarde, ele vestia as ve-lhas calças amarrotadas, uma camisola suja, os enormes pés desajeitados metidos numas san-dálias de couro cheias de estilo.

- Uma coisa te digo. A guerra cria um mundo fechado, não so-mente para os que estão a com-bater, mas também para os que a congeminam, para os estrategas. Só que a guerra destes é feita de acrónimos, de projectos, de ava-liações de risco, de metodologias.

Salmodiava estas palavras, entoava-as liturgicamente.

- Eles ficam paralisados pelos sistemas ao seu dispor. Travam uma guerra abstracta. Julgam que estão a enviar um exército para um lugar num mapa.»

In Ponto Ómega

Don DeLillo nasceu a 20 de No-vembro de 1936, em Nova Iorque. Descendente de uma modesta família Italiana, na sua infância não faltaram os jogos de rua. O interesse pela Literatura desper-ta cedo e as maiores referências encontra-as nos escritores James Joyce, William Faulkner, Flannery O`Connor e Ernest Hemingway. Formou-se em Communication Arts, em 1958, na Fordham Uni-versity, no Bronx. Antes de ser um escritor publicado trabalhou como redactor numa empresa da Quinta Avenida.

É autor de quatro peças de teatro e 16 romances, entre os quais: A Americana (1971); Cão em Fuga (1978); Os Nomes (1982); O Ruído Branco (1985); Libra (1988); Mao II (1991); Submundo

(1997); O Corpo Enquanto Arte (2001); Cosmópolis (2003); O Ho-mem em Queda (2007); e Ponto Ómega (2010).

O Homem em Queda; Ruído Branco; Submundo; e Ponto Óme-ga foram editados em Portugal pela Editora Sextante.

Galardoado com o Natio-nal Book Award, o PEN/Faulkner Award e o Jerusalem Prize; o ro-mance Submundo foi considerado um dos melhores romances dos últimos vinte e cinco anos, pelo New York Times Book Review.

Don DeLillo vive actualmente em Bronxville, Nova Iorque.

ponto ómega. Um jovem reali-zador de cinema vive para a ideia de fazer um filme com um único plano sequência e um único per-

sonagem, Richard Elster, um inte-lectual em declínio, que ao ser-viço do Pentágono participou na Guerra do Iraque. No deserto do Arizona, na casa de Elster, os dois homens travam longas conversas filosóficas enquanto amadurecem ideias para o filme. Quando Jes-sie, a jovem filha de Richard, apa-rece lá em casa o diálogo é inter-rompido. Jessie traz à vida deles a maior das interrogações. K

página coordenada poreugénia Sousa _

7 eSFera DoS LIvroS. Curso de Cozinha, de Henrique Sá Pessoa. O nome Henrique Sá Pessoa é sinó-nimo de boa cozinha. O Chef ensina num curso rápido com 4 níveis de aprendizagem, pratos simples, pra-tos complexos e sobretudo a gostar e a tirar prazer da cozinha. Curso de Cozinha tem mais de cem receitas, truques, dicas e conselhos práticos. Para além dos livros, Henrique Sá Pessoa é autor de dois programas de sucesso, na RTP2, Entre Pratos e Ingrediente Secreto.

D.QUIxote. O Feitiço de Xan-gai, de Juan Marsé. É numa Bar-celona marcada pelas feridas de uma Guerra Civil recente que vive Daniel. O jovem aprendiz de joalhei-ro, pobre, que divide o tempo entre a escola e o trabalho e tem como distracção as deambulações pela cidade. Junto de Susana, a menina tísica que ele ama, conhecem na ci-dade um visitante misterioso, que os “enfeitiça” com heróicas histó-rias de Xangai.

eUropa-aMÉrICa. O Cientis-ta Disfarçado, de Peter J. Bentley. Fascinado pela ciência que envolve os acontecimentos quotidianos, o autor organizou o livro a partir dos pequenos acidentes que podem ir desde a explicação científica para as nódoas de vinho, as razões por-que os computadores avariam, as torradas queimam ou os raios não caem duas vezes no mesmo lugar. O Cientista Disfarçado investiga os pequenos acidentes do dia-a-dia e dá-lhes respostas.

preSença. As Pirâmides de Napoleão, de William Dietrich. No período histórico em que Napo-leão começa a delinear a estra-tégia para um império, o aventu-reiro americano e antigo aprendiz de Benjamin Franklin, Ethan Gage, entra numa extraordinária aventu-ra. Ao ficar na posse de um estra-nho medalhão, Gage não poderia sequer imaginar este o levaria para uma campanha Napoleóni-ca no Egipto e era a chave para o mistério que envolve a construção

cada vez mais, o que é muito sau-dável. Novas visões sobre as coi-sas e novas formas de escrita e de contacto com o público. De uma forma geral este sector dos livros para crianças, não só por causa da ilustração, mas também por causa da escrita, está bastante vigoroso e bastante saudável. Felizmente tive a sorte de trabalhar com mui-tos escritores, desde que comecei a actividade como ilustrador des-de o António Torrado, até à Alice Vieira, passando pela Luísa Ducla Soares. Mas para além desses - sei daquilo que conheço e daquilo que vou vendo todos os dias - que há outras gerações que estão também a despontar. É um perío-do saudável. Só espero que esta crise não faça diminuir o investi-mento que as editoras têm feito nos últimos anos para que con-tinuemos a ter bons livros, como os que têm aparecido até agora.

já venceu o prémio Gul-benkian, o prémio nacional de Ilustração. Que papel tem um prémio numa carreira?

Pode ser visto de duas manei-ras diferentes. A questão finan-ceira, que ajuda nesse aspecto de sobrevivência financeira. Por-tanto, o dinheiro que se ganha com um prémio não pode ser desprezado. De facto permite que as escolhas que sou obrigado a fazer como ilustrador possam ser mais convictas e não só escolhas baseadas na necessidade de so-brevivência financeira; depois há o destaque e a visibilidade que ele proporciona. Ao sermos dis-tinguidos com um prémio a aten-ção das pessoas vira-se para nós e isso mais uma vez permite que possamos ter trabalhos de maior qualidade e mais condições para os fazer.

em que projectos se encontra a trabalhar actualmente?

Em várias coisas ao mesmo tempo. Estou a começar a pre-parar um novo concurso para o Instituto do Cinema; estou nes-te momento a acabar livros que ainda vêm do ano passado, com-promissos que tenho com várias Editoras; e estou a tentar manter a produção da minha Editora, que criei o ano passado e cuja pro-dução foi inaugurada com o livro Domingo Vamos à Luz. São várias frentes de trabalho que estão a acontecer ao mesmo tempo. É um bocado complicado, mas é o que têm de ser. K

entrevista: eugénia Sousa _

rvj Lança terraS perDIDaS

7 “História - Terras Perdidas” é o novo livro de José Carlos Moura, o qual sublinha a im-portância da cultura popular da Beira Baixa, dos provérbios e ditos populares que ao longo do tempo foram construindo a sua história. Editado pela RVJ - Editores, esta obra resulta da tese de mestrado de José Car-los Moura, em estudos ibéricos. “A literatura popular da Beira Baixa constitui um caso único, um acervo ancestral vivo em pequenas localidades isoladas. Os provérbios e os ditos popu-lares desempenham um papel bastante importante nas mais diversas comunidades”, revela o autor. Nesta obra surge tam-bém um glossário sobre termos populares. K

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navegar, navegar...tejo InternaCIonaL

3 Navegar no rio Tejo, em pleno Parque do Tejo Internacio-nal, constitui uma óptima opor-tunidade para a observação da fauna e flora existente naquele território classificado. Desde o passado dia 15 de Março que já é possível fazer um percurso que liga Espanha a Portugal pelo maior rio que atravessa o nosso país. A partir da povoação espa-nhola de Santiago (na outra mar-gem surge a portuguesa Malpica do Tejo), é possível ir até à Bar-ragem de Cedillo.

Mas a aposta dos municípios portugueses e espanhóis é que o barco navegue também no Rio Ponsul, perto de Castelo Branco, no âmbito do Programa de Co-operação Transfronteiriça, que envolve municípios de Portugal e Espanha.

O autarca albicastrense, Jo-aquim Morão, marcou presença na viagem inaugural do barco e assegura que “os operadores turísticos querem utilizar o Rio Ponsul”. Joaquim Morão diz que na margem portuguesa irão ser feitos os acessos e cais de em-barque, quer na zona de Malpica do Tejo, quer nos Lentiscais.

Neste momento o barco parte apenas de Espanha, em Santiago, passa por Herrera e Cedillo, mas quando o cais e os acessos estiverem concluídos na freguesia de Malpica do Tejo (que se situa na margem oposta onde actualmente parte o bar-co) e na povoação de Lentiscais, será possível embarcar no lado português.

A colocação do barco no Rio Tejo é um dos objectivos do pro-grama de Cooperação Transfron-teiriça, em Junho de 2008 entre os municípios de Castelo Bran-co, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Portalegre, Gavião, Nisa, Marvão e Castelo de Vide (do lado português) e a Deputación de Cáceres (chefe de fila de toda a candidatura) e

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diversos organismos da Junta da Extremadura espanhola.

O investimento global do pro-jecto é de 9 milhões 790 mil eu-ros, e pretende dinamizar o Tejo Internacional e torná-lo navegá-vel para fins turísticos, num pro-grama que terminará em 2013. Na aquisição do barco foram in-vestidos 500 mil euros.

O Programa de Cooperação Transfronteiriça é visto para os responsáveis espanhóis e portu-gueses como uma oportunidade de ouro para que a zona do Tejo Internacional seja valorizada do ponto de vista turístico, econó-mico e da preservação ambien-tal.

Esse programa pressupõe que as autarquias do distrito de Castelo Branco invistam cerca de dois milhões 690 mil euros, sendo mais de dois milhões pro-venientes de fundos Feder (eu-ropeus). “Este projecto pretende contribuir para a valorização dos recursos naturais, culturais e históricos, e promover o desen-volvimento social e económico no espaço fronteiriço demarcado pelo Tejo Internacional”, refere o acordo. K

recheio de Sapateira em Crocante de FillopraZereS Da boa MeSa

3 Ingredientes (10 pax): 1 Sapateira com Ovas1 Dente de Alho1 C. S. de Azeite2 C. S. Maionese100g de Rúcula100g de Raddichio100g de Alface Romana1 Cebola pequena75g de Pickles10 Folhas de Massa Fillo150g de Manteiga3 cl de CR&F Reserva1 C. S. Salsa PicadaQ.B. de VinagretteQ.B. de Flor de SalQ.B. de MalaguetaQ.B. de Pimenta Preta de Moinho2 Ovos Cozidos10 Fatias de Pão de Penha GarciaQ.B. de Grão Seco preparação:

Cozer a sapateira 20ml por KG em água temperada com sal.Depois de cozida arrefecer de imediato em água e gelo com

sal.Derreter a manteiga (sem dei-xar ferver. Separar a gordura do soro eliminando este últi-mo. Pincelar com a manteiga clarificada metade da folha de massa fillo. Dobrar. Pincelar novamente metade e voltar a dobrar. Colocar numa forminha antiaderente e encher com o

te, a CR&F e a maionese. Recti-ficar os temperos.Escolher e lavar as alfaces.

empratamento:

Depois de todos os temperos rectificados, colocar a forma de sapateira no centro dum prato, encher com o recheio de sapa-teira e completar com as alfa-ces e uma tostinha fina de pão de Penha Garcia. Pingar tudo com o vinagrette.

Servir! K

grão. Levar ao forno a 180ºC até ficar dourado. Deixar arre-fecer e retirar o grão (guardar o grão para outra situação deste género).Picar a cebola, o alho, os ovos, a malagueta e os pickles. Abrir a sapateira e retirar tudo o que é comestível. Misturar com os elementos anterior. Juntar azei-

Chef Mário rui ramos _(Chef Executivo Complexo

Termal de Monfortinho)

6 Depois do sucesso alcança-do no ano passado, o passatem-po “Apanha-me! Se Puderes” está de regresso ao Alegro Alfragide e, desta vez, estende-se também ao Alegro Castelo Branco. A realiza-ção nos dois centros comerciais deve-se ao elevado número de candidatos na edição de 2010, ou seja, 800 inscrições de participan-tes vindos de norte a sul do país, bem como Açores e Madeira.

O desafio lançado a 70 parti-cipantes, seleccionados em cada um dos centros comerciais, é o de colocarem a mão no Honda Jazz Easy e de nunca a retirarem. O participante que aguentar mais tempo, sem retirar a mão do car-ro, de acordo com as regras es-tabelecidas no regulamento, é o vencedor do passatempo.

O Alegro lança o desafio aos jovens com idades compreendi-das entre os 18 e os 35 anos de idade. Basta inscreverem-se, no Balcão de Informações de um dos Centros comerciais, no wesbite (www.alegro.pt) ou via facebook, até ao dia 11 de Abril. K

apanha-me se puderes

no aLeGro

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Mais de 200 mil lutam por trabalho digno

peLa objeCtIva De j. vaSCo

3 A doze de Março último, por todo o país, cerca de 200 mil pessoas revoltaram-se contra a precarieda-de no emprego, melhor, contra a falta de dignidade no mesmo. Como dizia Sophia de Mello Breyner “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”.

Da esquerda à direita, de novos a idosos, lutou-se contra a falta de um trabalho digno. Há quem diga que a situação é inevitável, que os tempos mudaram. É verdade, o tempo mudou, mas continua a mudar e o que hoje é verdade amanhã será diferente (e tudo cai mesmo quando pensamos sólido – veja-se o próximo oriente).

Lembrando agora José Régio o povo clamou: Não sabemos para onde vamos, sabemos que não vamos por aí!O sonho, na rua, volta a comandar a mudança. Felizmente em festa. K

preSS DaS CoISaS

SonY vaIo C

3 O Sony já apresentou o novo Vaio C. O computador portátil tem ecrã Led de 14 polegadas com processador Sandy Bridge da Intel. A resolu-ção é de 1366*768 pixels, com placa gráfica AMD Radeon HD 6470 M, com saída HDMI incorporada. O VAIO C tem até 4GB de RAM DDR3, três portas USB 2.0 e uma porta 3.0. Das suas características fazem ainda parte o disco rígido de 320 GB; gravador de DVD; teclado é retro-iluminado; WiFi 802.11 b/g/n e Bluetooth.

O preço aproximado é de 890 Euros. K

HaMa 3D SHUtter GLaSSeS

3 A Hama lança-se no mercado de acessórios para vídeo 3D com um modelo de óculos concebido a pensar nos televisores 3D da Samsung. Com um formato mais arredondado e ergonómico, os óculos 3D da Hama estão concebidos para conduzir a visão do utilizador para um campo que lhe proporcionará uma melhor ex-periência 3D, comparativa com os modelos convencionais. Utilizam bateria de lítio (tipo CR 2032) para uma autonomia de 70 horas, pesam apenas 47 gramas e podem ser usados sobre os óculos nor-mais. Desligam-se automaticamente quando não detectam sinais relativos a informação 3D.

Preço aproximado de 79,90 Euros. K

avrIL LavIGne - GooDbYe LULLabY

3 O single “What the well” edita-do bem no início deste ano de 2011 foi o cartão-de-visita para o novo álbum da carreira de Avril Lavigne.

A jovem Canadiana está de volta com “Goodbye lullaby”.Trata-se do quarto dis-co de estúdio da cantora e chegou às lojas no início deste mês de Março. Foi em 2002 com o tema “Complicated” que ficámos a conhecer a voz de Avril Lavigne, na altura tinha apenas 19 anos. O novo “Goodbye lullaby” foi produzido por Max Martin e contou com as colaborações de Butch Walker, Detyck e Evan Taubenfeld. A sonoridade das novas canções continuam a utilizar a mesma identidade de cariz rock com algumas baladas pelo meio. Nota-se, sobre-tudo nas letras, uma tentativa de mostrar maturidade e de colocar para segundo plano o seu lado mais rebelde. Este trabalho é francamente melhor que o seu antecessor, as novas composições estão melhor conseguidas e os singles provavelmente vão ter mais sucesso. A fechar o alinhamento do cd, surge como bónus o tema “Alice”, da banda sonora do filme Alice no País das Maravilhas, que foi editado já é 2010. Destaque para o single “What the well” e as faixas “Push”, “Stop standing there” e “Everybody hurts”.

Esperamos que Avril Lavigne coloque Portugal na lista de actuações na tour de promoção do novo trabalho! K

r.e.M. - CoLLapSe Into now

3 Os veteranos R.E.M. lançaram neste mês de Março o seu 15º álbum de estúdio, que recebeu o título de “Collap-se into now”. Antes da edição do registo foram revelados dois singles: primeiro foi “Discoverer” e algumas semana depois foi o tema “ÜBerlin”, que continua a ser o single corrente.

O primeiro tema revelado é franca-mente mau, a sonoridade não é apelativa e a letra é mediana, mas o segundo tema é bem diferente. “ÜBerlin” é um tema com outra dinâmica, dentro do espírito rock vibrante a que a banda nos tem habituado. Destaque para o naipe de convidados especiais deste “Collapse into now”, Patty Smith, Peaches e Eddie Vedder, o vocalista dos Pearl Jam, dão a voz em alguns temas. Felizmente não se trata de um trabalho de continuidade, o espírito deste trio liderado por Michael Spite demonstra um rejuvenescimento vigoroso, que procura explorar o melhor das suas raízes rock. Apesar de ficarem longe da qualidade de temas como “Losing my religion”, que consagrou a banda no início dos anos 90, neste trabalho as novas composições tentam fazer uma nova abordagem dentro do rock, com letras que falam da actualidade, deixando até com recados para o Presidente Obama. Os temas fortes do álbum são o single “ÜBerlin” e os temas “Oh my heart”, “It hapened today” e “That someone is you”.

Os R.E.M. já passaram a barreira das três décadas de carreira e continu-am em grande forma! K

CUt CopY - ZonoSCope

3 Mais uma novidade que nos che-ga das terras dos cangurus, bomerangs, e de muito outras coisas interessantes, “Zonoscope” é o novo trabalho da dupla Australiana Cut Copy.

Foi em 2008 que esta dupla ficou conhecida através do tema “Lights and music” que fazia parte do seu primeiro trabalho. Antes da edição do registo fo-ram conhecidos dois singles, ainda em 2010 saiu “Take me over” e mais recentemente foi editado o fantástico “Need you now” que tem conquistado o lugar cativo no cenário radiofónico. É fantástica a evolução criativa desta dupla que muito recentemente visitou o nosso País, e é bem perceptível a ambição e vontade de surpreender até as vozes mais críticas. Os Cut Copy utilizam uma mistura de sonoridades influenciada pelos sons dos anos oitenta, numa toada suave de dança, as suas batidas são bastante melódicas e bem conseguidas. Em alguns temas á uma incursão no universo pop recriando um ambiente sonoro intimista em que os sintetizadores ficam em segundo plano. Trata-se de música de dança servida em doses mais suaves, sem utilizarem as batidas tradicio-nais da vertente comercial da música de dança. Em relação aos melhores temas de “Zonoscope” destaque para os singles “Take me over”, “Need you now” e as faixas “Where im going”, this is all weve got”, e” Hanging onto every heartbeat”. Apresentamos uma interessante proposta para a Prima-vera 2011! K Hugo rafael _

MúSICa

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pinhal ganha no ttoLeIroS e proença-a-nova

6 A Escuderia de Castelo Branco (ECB) acaba de garantir uma segunda prova do Campeo-nato de Portugal de Todo-o-Terre-no. A novidade foi comunicada , logo após o rali do Campeonato Open, Rota do Medronho, o qual teve o apoio do Ensino Magazine e do Oleiros Magazine.

Apoiando-se na parceria com os municípios de Oleiros e Pro-ença-a-Nova, que tão bons resul-tados tem dado no Rali Rota do Medronho, e aproveitando o fac-to de uma das provas previstas (Montes Alentejanos) ter visto a sua realização anulada pelo clu-be organizador, a ECB encontrou as condições ideais para reforçar a sua posição no seio de uma das disciplinas mais apreciadas no âmbito do desporto automó-vel e que contará em 2011 com o regresso do conceituado Carlos Sousa, aos comandos de um Mit-subishi Racing Lancer.

A realização desta prova no território do Pinhal, entre 2 e 4 de Setembro, “é resultado da estrei-ta colaboração entre a Escuderia e aqueles municípios”, referiram os responsáveis do clube sedea-do em Castelo Branco, alicerçada na aposta das duas edilidades no

porSCHe apreSenta panaMera S HYbrID

3 O Pana-mera S Hybrid é movido por um motor-com-pressor 3.0 V6 que debita 333 cv, assistido por um motor eléc-trico de 47 cv (34 kW), ambos funcionam tanto individualmente como combinados. Este vem equipado com uma caixa Tiptronic S de oito velocidades e acelera dos 0 aos 100 km/h em 6,0 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 270 km/h.

O Panamera S Hybrid vai ser comercializado em Portugal a partir de Junho de 2011, com um preço a partir de 117.419 euros. K

MonovoLUMe r-SpaCe Da renaULt

3 A Renault apresentou, o pro-tótipo de um novo monovolume cha-mado R-Space.

Com um motor de 900cc de três ci-lindros a gasolina, com 110 cv e 160 Nm de binário.

O R-Space vem associado a uma caixa EDC acelera dos 0 aos 100km/h em 11 segundos e atinge uma velocidade máxima de 200 km/h. Em termos de consumos, a marca anuncia uma média de 3,7l/100km e emissões de CO2 de 95g/km.

A grelha proeminente, o pára-brisas panorâmico, as portas de aber-tura antagónica e as jantes de liga leve de 21 polegadas evidenciam-se no desenho do Renault R-Space. K

SeCtor aUtoMóveL

desporto automóvel e na confian-ça que depositam nas capacida-des organizativas da ECB, vendo nos eventos um veículo privile-giado de promoção das terras.

Nesta altura, segundo infor-mou a Escuderia, “ainda não há um modelo de prova perfei-tamente definido”, mas as pri-meiras ideias assentam, preci-samente, “na visibilidade das sedes de concelho envolvidas”, beneficiando da diversidade de estradas e trilhos existentes na zona. “Não será difícil encontrar os cerca de 300 quilómetros ne-cessários para cumprir o caderno

de encargos de uma prova deste tipo”, acrescentam os dirigentes da ECB.

De uma forma genérica, a estrutura destes ralis de todo-o-terreno, assenta numa dupla passagem por um percurso de cerca de 150 quilómetros, por um super-especial de lançamento das emoções e do espectáculo e pela colocação de um parque de assistência numa das sedes de concelho. Estas zonas de assis-tência permitem, habitualmente, uma grande aproximação das máquinas de competição ao te-cido socioeconómico da região. K

percepção em 3DQUatro roDaS

c Temos de nos conscien-cializar que a nossa sociedade de consumo nos transportou para um mundo onde as percepções têm mais importância que a realidade.

Lembro-me durante a segunda guerra do golfo, quando o exército americano estava já em Baghdad, o ministro Iraquiano da defesa apa-receu na TV, numa conferencia de imprensa com dezenas de microfo-nes à sua frente, dando a percep-ção que estava numa sala cheia de jornalistas. Soube-se mais tarde que era um cenário bem montado, numa sala deserta.

Já no que respeita ao mundo das finanças os casos em que se quer dar a percepção de uma situ-ação que na verdade é falsa, são muitos. Por cá tivemos alguns bem conhecidos, mas recentemente o mundo tremeu quando o ex-pre-sidente do Nasdaq não conseguiu segurar o seu esquema. Madoff, na teoria geria um fundo de investi-mento, ou seja recebia dinheiro de clientes (e que clientes) que dizia investir em acções de empresas que geravam mais-valias fortes.

torna impossível termos a verda-deira percepção da informação que deviríamos receber dos sinais de tráfego. Salvo raras excepções, não há uma coerência na colocação da sinalização. Temos sinais escondi-dos atrás uns dos outros, alguns contraditórios, temos sinais com di-mensões diferentes, com índice de reflexão diferente, e da péssima dis-posição nos troços em obras nem vale a pena falar.

Perdoem-me a comparação, mas o facto é que quando entro em Espanha, por qualquer das frontei-ras, sinto que consigo absorver toda a informação de sinalização, há nes-te caso uma coerência, que facilita a percepção da informação útil.

Se Espanha poderá ser conside-rado um bom exemplo, não posso deixar de falar num país em que recentemente conduzi, onde a si-nalização também não prima pela coerência. Refiro-me à Polónia onde percorri cerca de 300 Kms em vá-rios tipos de estradas. Esperava encontrar um país tristonho, mas o que encontrei foi um país cheio de painéis publicitários tornando a via

Apurou-se depois que, pelo menos nos últimos anos, nem uma acção foi comprada, usando o dinheiro dos novos investidores para pagar os ganhos dos mais antigos, numa corrente que rebentou quando os depósitos deixaram de ser suficien-tes para pagar os resgates.

Vou resistir a comentar os re-quintados esquemas que os políti-cos nacionais montam para criar em nós a percepção que tudo vai correr bem, num país sem viabilidade com a actual estrutura produtiva. Deixo isso para os especialistas como Ca-milo Lourenço que recentemente esteve no Ensino Magazine e cuja clareza na denúncia destas situa-ções vou admirando.

Depois deste prólogo chega-mos à altura de introduzir o tema da percepção, naquilo que é o nosso “core”. Toda esta conversa tem a ver com as percepções que vamos tendo quando conduzimos por uma estrada, e a forma como somos confundidos com informa-ções contraditórias, na sinalização horizontal e vertical. Há uns tempos foram proibidos os painéis publici-

tários nas auto estradas, para lim-par um pouco as informações que nos chegam, mas lá foram sendo encontrados esquemas alternativos como publicidade em recintos des-portivos perto destas vias, que em vez de anunciarem para o interior do recinto, estão ali com a intenção de influenciar os condutores.

Deparamo-nos muitas vezes, com uma tal contaminação, que

pública muito colorida, situação que dificulta a recepção de informação útil ao condutor.

Parece no entanto que os pola-cos tiveram consciência que há situ-ações onde seria imprescindível os condutores absorverem mesmo in-formação de certos sinais. No meio, de tanta sinalética apercebi-me que, nas proximidades das escolas me saltava à vista o aviso de apro-ximação das mesmas. Decidi parar junto a um deles, e constatei que estava perante um sinal em 3D pela simples colocação de um painel re-flector uns centímetros atrás, uma solução simples com grande resul-tado. Podíamos fazer o mesmo por cá…enquanto houver escolas para proteger. K

paulo almeida _ Direitos reservados H

rr H

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enove + em elvaspoLItÉCnICo De portaLeGre proMove

6 O ministro da Economia, Vieira da Silva, foi convidado para inaugurar, dia 23 de Março, a ENO-VE + - Feira de Emprego e Empre-endedorismo, que se realiza até 24 de Março, em Elvas, no Centro de Negócios Transfronteiriço.

Organizada pela Associação de Desenvolvimento Regional do Ins-tituto Politécnico de Portalegre, o certame terá a presença do Ensino Magazine, e segundo a organiza-

ção assume-se como “sendo uma iniciativa inovadora e encoraja-dora, com a perspectiva de criar oportunidades para a aproximação das empresas e das instituições ao público em geral, esclarecendo dúvidas e complexos, assim como abrindo horizontes e caminhos de sucesso”. A feira pretende pro-mover e debater o emprego e o empreendedorismo na Regiões de Portalegre e da Extremadura

jovem Cientista do ano 2010

rIta DoMInGUeS

6 Rita Branco Domingues, in-vestigadora do Centro de Investi-gação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, acaba de ser distinguida com o prémio Jovem Cientista do Ano, pelo Flu-viário de Mora, com o tema “Nu-trient limitation of phytoplankton growth in the freshwater tidal zone of a turbid, Mediterranean estuary”, publicado na revista Es-tuarine, Coastal and Shelf Science. O artigo aborda o efeito dos nu-trientes no crescimento do fito-plâncton no estuário do Guadiana e as suas implicações dos inputs antropogénicos no ecossistema estuarino.

No seu artigo, Rita Domingues explica que “o estuário do Gua-diana, apesar de ser um estuário relativamente prístino, tem sofri-do, nos últimos anos, um aumen-to significativo da pressão urbana e, consequentemente, da polui-ção aquática. Adicionalmente, a

retenção de água e sedimentos na barragem de Alqueva pro-vocou uma alteração não só no caudal do Rio, mas também no fornecimento de nutrientes para o estuário. O fitoplâncton, micro-algas extremamente importantes em qualquer ecossistema aquá-tico, é o primeiro a ser afectado por estas alterações, pois produz oxigénio e serve como fonte de alimento para os outros organis-mos”. K

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Espanhola, assim como em Portu-gal. Entre os objectivos anuncia-dos destacam-se o “incentivar o diagnóstico das necessidades de recursos humanos por parte dos empresários; identificar oportuni-dades de emprego para os actuais e potenciais colaboradores; esti-mular o empreendedorismo dos actuais e futuros empresários; e interligar as instituições de forma-ção com o tecido empresarial”. K

Cespu em angolaMeStraDoS InteGraDoS jÁ eSte ano

6 A Cooperativa de Ensino Su-perior Politécnico e Universitário (CESPU) vai abrir em Junho deste ano, na cidade do Huambo, cursos de mestrado integrado nas espe-cialidades de psicologia clínica, educação e gestão. De acordo com a assistente de direcção da CES-PU em Angola, em à agência de informação angolana, Angop, Bela Faro, estão a ser criadas condições

logísticas e administrativas para que na data prevista as aulas ar-ranquem na cidade do Huambo.

Informou que a CESPU já re-cebeu, em pouco menos de 15 dias, 759 pedidos de inscrição, nú-mero que demonstra a apetência da população estudantil local em prosseguir com a sua formação. “Inicialmente a nossa previsão era apenas de abrirmos o curso

de psicologia clínica, mas a julgar pela adesão massiva de candi-datos vimo-nos na obrigação de abrirmos mais cursos para satisfa-zermos a procura”, frisou.

A Cooperativa de Ensino Su-perior Politécnico e Universitário, criada em Portugal há 28 anos, está actualmente fixada em Ma-drid (Espanha), Paris (França), Brasil, Cabo Verde e Angola. K