32
Joaquim Mourato preside ao Ccisp POLITéCNICO Ensino Magazine faz acordos em Moçambique LUSOFONIA C P 5 E 23 pub Boas Festas dezembro 2012 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XV K N o 178 Distribuição Gratuita www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Helena Sacadura Cabral admite não ter pa- chorra para a política e afirma que a partidari- te é uma doença complicada. De permeio fala do seu último livro e da irreparável perda do seu filho, Miguel. HELENA SACADURA CABRAL C P 2 A 4 pub pub Dez anos ao serviço do cliente José Carlos Pinheiro, Lda Nova Zona Industrial Castelo Branco Tel/Fax: 272 322 801 nº verde: 800 50 40 30 www.boschcarservice.pt - mail: [email protected] Car Service Oficina Multimarca “Partidarite é uma doença complicada” C P 15 Boas Festas pub Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS Viagem ao Ano do Brasil em Portugal C P 25 João Vasco H Ana Baião / Expresso H

Ensino Magazine nº 178

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição em papel digital de Dezembro de 2012

Citation preview

Page 1: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 01

Joaquim Mouratopreside ao Ccisp

politéCniCo

Ensino Magazinefaz acordos em Moçambique

lusofonia

C p 5 E 23

pub

Boas Festas

dezembro 2012Diretor fundador

João Ruivo

DiretorJoão Carrega

Publicação Mensal Ano XV K No178

Distribuição Gratuita

www.ensino.euAssinatura anual: 15 euros

Helena Sacadura Cabral admite não ter pa-chorra para a política e afirma que a partidari-te é uma doença complicada. De permeio fala do seu último livro e da irreparável perda do seu filho, Miguel.

hElEna saCaDura Cabral

C p 2 a 4

pub

pub

Dez anos ao serviço do cliente

José Carlos Pinheiro, LdaNova Zona Industrial Castelo Branco

Tel/Fax: 272 322 801 nº verde: 800 50 40 30www.boschcarservice.pt - mail: [email protected]

Car Service

Oficina Multimarca

“partidariteé uma doençacomplicada”

C p 15

Boas Festas

pub

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico.Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

Viagem ao ano do brasil em portugal

C p 25João Vasco H

ana baião / Expresso H

Page 2: Ensino Magazine nº 178

02 /// DEZEMBRO 2012

particular confesso que me apaixonei por um monarca: D. Dinis. Nós pensamos sempre nes-te monarca pelo prisma de «povoador» e das lendas da D. Isabel, do pão e das rosas, mas acabei por «descobrir» nele um rei que impôs o português como língua (fosse em tratados, contratos, etc, onde se usava o latim), que mandou compilar legislação que estava dis-persa e definiu administrativamente o país. Pensar com esta amplitude naquela época era de todo improvável e surpreendente. Fundou, através de diploma régio a Universidade de Coimbra e desenvolveu o ramo do Direito, para que pudéssemos contar com os nossos próprios especialistas.

os portugueses conhecem de modo sufi-ciente a sua história e os seus heróis?

Conhecem mal, facto que é comprova-do pela crise que vivemos. O momento que atravessamos não é nada de novo na história de Portugal. Já passámos por diversas crises de dívida pública. Para além disso, perdeu-se o orgulho pelos nossos heróis, e foram bas-tantes. Estou muito à vontade, porque sou sobrinha de um herói nacional, o aviador Sa-cadura Cabral, do qual já quase não se fala. Se perguntar na televisão a qualquer criatura saída da universidade quem é este homem, são capaz de lhe dizer que foi um Presidente da República ou um ministro.

sente alguma mágoa pessoal por esse facto?

Claro. Veja que até o feriado do 1.º de de-zembro foi nesta onda de crescente esqueci-mento. Constato que a nossa vizinha Espanha tem um orgulho nos seus e uma raça que eu gostava que nos contagiasse – Eu que até acho que a Ibéria podia ser um projeto a equacionar. O que acontece na Europa é que são os maiores a comerem os mais pequenos. Há muita memória curta no velho continente. A Alemanha não seria o que é hoje se não tivesse sido ajudada por alguns países.

pensa que os egoísmos nacionais estão a inviabilizar a construção europeia?

Sempre fui eurocética. Sempre duvidei que fosse possível fazer uma Europa com os grandes e os pequenos, com uma moeda úni-ca e mais nenhuma identidade em comum. Acredito que só será possível conciliar inte-resses se avançarmos num projeto federal. Os fenómenos separatistas em Espanha, na Bél-gica e na Escócia devem ser encarados com grande preocupação.

a Europa nasceu torta e dificilmente se endireita?

É preciso lembrar que o projeto europeu nasce, não para criarmos uma Europa do fu-turo, mas para que no futuro não se repe-tissem as guerras do passado. Torna-se, por isso, impossível construir um futuro assim. No mundo globalizado em que vivemos o ;

6 Sempre rejeitou incursões na política, mas durante toda a sua vida viveu rodeada por familiares que nela se aventuraram. Em discurso direto, Helena Sacadura Cabral admi-te não ter pachorra para a política e afirma que a partidarite é uma doença complicada. De permeio fala do seu último livro e da irre-parável perda do seu filho, Miguel.

no seu último livro, «os nove magníficos» (Edição Esfera dos livros) conta o lado mascu-lino do poder exercido, após já ter escrito «as nove magníficas», em que se debruçou sobre como o lado feminino influencia o exercício do poder. Qual foi o critério usado para escolher estas nove personalidades?

Foi uma escolha muito pessoal e subjeti-va. O meu critério de magnificência não será o mesmo de outras pessoas, mas fiquei satisfei-ta quando o Dr. Bagão Félix, que apresentou o meu livro, me confidenciou que se fosse ele a escolher, os nomes não seriam muito diferen-tes. Uns foram escolhidos pela forma esplen-dida como exerceram o seu cargo, enquan-to outros foram forçados a aceitar um cargo para o qual não contavam. Creio que uma das boas maneiras de se ensinar história é falar das «estórias» da história e, no meu caso,

partidarite é uma doença complicadahElEna saCaDura Cabral

que sou economista, fiz uma história divul-gativa. Trata-se de uma ferramenta extraordi-nária de enquadramento para os movimentos económicos que nascem dos comportamen-tos da sociedade e das formas de pensar.

há algum traço em comum aos nove reis que analisou?

Imensos. Sabe, depois de me ter debruça-do, primeiro sobre as mulheres e depois so-bre os homens, fiquei a perceber o que é que se diz do ADN português. Nestes séculos de história temos características surpreendente-mente comuns: somos donos de uma grande-za e simultaneamente de um grande orgulho, mas com uma auto-estima mínima. Parece que há ciclos na história de Portugal em que passamos do grande ao pequeno, sem se sa-ber bem como. Não é por acaso que o portu-guês é profundamente marcado por uma can-ção como o fado. Isto de ser português não é fácil. Mas eu tenho uma teoria: Talvez por nos querermos sentir mais europeus do que portugueses é que às vezes nos esquecemos dos nossos heróis.

todas os que retratou foram, à sua manei-ra, bons governantes?

Nem todos. Isso varia de época para épo-ca. Uns foram mais combativos, outros menos. Uns pensaram Portugal virado para o mundo, como o foi o caso da saga dos “Descobrimen-tos”, enquanto outros pensaram o país terri-torialmente, outros definiram Portugal como pensamento e como história, etc. Veja o caso particular de D. José, que se escudava na per-sonagem marcante do Marquês de Pombal, que executava a vontade do rei. No meu caso

Publicidade

Page 3: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 03

efeito dominó pode mudar tudo, de um mo-mento para o outro. Podemos ser vítima de tsunamis financeiros ou económicos ou sofrer o efeito dominó de escândalos como foi o que aconteceu com Madoff, nos Estados Unidos. Perante este mundo de tremenda contingên-cia, era muito bom que tivéssemos um teci-do nacional à prova de bala. A começar pelo sentimento de gostar de ser português. Eu intitulo-me como uma mulher do século XXI que ama apaixonadamente o país onde nas-ceu. Posso discordar das decisões de algumas pessoas que nos comandam, mas que remé-dio eu tenho, se lhes deram o poder de forma legítima e democrática? Com ditaduras é que não vamos lá…

Voltando aos nossos heróis. Desconhecer a nossa história é ignorar o presente?

Vamos por mau caminho se não transmi-tirmos o orgulho de termos tido uma determi-nada história e persistirmos em limpar certas passagens que, por algum motivo, não agra-dam. Os próprios programas de ensino têm vindo a sofrer com isso. Quando é que se fa-lará nestes país, em termos normais, do perí-odo do Estado Novo? Vejo que 40 anos passa-dos, ainda se fala dos bons e dos maus. Em termos políticos considero que as democra-cias quando não são personalizadas tornam vagas as culpas, tornam dispersos os orgu-lhos. Fica tudo muito diluído. As democracias diretas são melhores nesse aspeto, porque há alguém a quem pedir contas. No regime que temos são os partidos o rosto da responsabi-lidade. Sabemos o nome do primeiro da lista, mas daí para trás não fazemos ideia.

Este livro que agora lançou foi escrito du-rante a doença do seu filho, que acabou por falecer em abril. Este é um tributo a Miguel portas?

A morte de um filho é a dor maior a que um ser humano pode ser submetido. Este li-vro é-lhe inteiramente dedicado e teria dado muito prazer ao meu filho. A escrita ajudou-me a colocar a cabeça em ordem. Durante o período da doença do Miguel, tive dias de trabalhar 12 horas a fio. Talvez por isso editei 5 livros em apenas 2 anos e meio. A morte do Miguel teve um lado de exposição pública tão grande que eu não pude chorar o meu filho nos dias que se seguiram ao falecimen-to. Para além disso fiquei imensamente grata e comovida com as múltiplas manifestações de solidariedade que me chegaram. O Miguel faleceu a 24 de abril e no dia 1 de maio eu es-tava na Feira do Livro a dar autógrafos. A me-lhor homenagem que lhe podia fazer era dar seguimento ao seu pedido para que a minha vida continuasse no dia em que ele partisse.

li que quer fazer um dos próximos livros de divulgação histórica sobre líderes políticos carismáticos. o que nos pode revelar? há al-gum português?

Estrangeiros gostaria de abordar Chur-chill, Mitterrand e De Gaule, por exemplo. Um político português seria Mário Soares. É um homem indubitavelmente corajoso e Portugal deve-lhe muito. Toda a história pós-revolu-cionária poderia ter sido diferente se ele não tivesse intervindo. O problema é que eu não gosto de biografias de vivos, logo agora que há muito esse hábito. Já temos Sampaio, te-

mos Marcelo, etc…A política é fascinante enquanto objeto de

estudo e os políticos são pessoas muito curio-sas para se biografar. As duas dimensões, en-quanto atores da cena politica, e o seu lado mais pessoal, com os medos, as vidas familia-res, os dramas, etc.

a análise do exercício do poder é algo que a atrai fortemente?

Odeio o poder, porque leva ao de cima tudo o que os seres humanos têm de menos bom, mas gostaria de me colocar na posição de um homem de poder. A autoridade nunca é um exercício agradável, nem mesmo para quem a exerce. Quem toma medidas, sabe que vai sempre causar desagrado e descon-forto a alguém. É muito mais fácil ser man-dado, do que mandar. Quem é mandado, obedece e lava sempre as suas mãos porque a responsabilidade é sempre de cima. Recor-do-me o quão diabólico é um ato de mandar, porque quando eu estava no Banco de Portu-gal (BP), um dos momentos que me tirava o sono era quando se aproximava a avaliação dos meus colaboradores. Há tanta coisa que dita comportamentos pessoais, como um filho doente, pode explicar uma menor atenção ou uma dificuldade de concentração por parte do trabalhador. Já cheguei a interrogar-me, como é que eu reagiria se tivesse acontecido uma fatalidade a algum dos meus filhos quando eu estava no auge das minhas responsabilidades profissionais, como economista do BP?

foi a primeira mulher a entrar nos qua-dros técnicos do bp, em 1973, para além de ter ocupado outros lugares de chefia na admi-nistração pública. De alguma forma sente-se pioneira?

Não. Tenho o lugar pelo qual lutei. Mas, no meu tempo, paguei um preço altíssimo por defender o que defendi e por ter sido a primeira. Atrás de mim vieram outras econo-mistas, como a Teodora Cardoso, Irene Gon-çalves, etc. Mas não foi fácil. Atravessei fases de profundo machismo em Portugal. Só para lhe dar um exemplo, em 1957, eu tinha que ter autorização do marido para trabalhar.

De lá para cá, progrediu-se, nesse campo, como do dia para a noite?

Apesar de existirem muitas mulheres no mercado de trabalho, as empresas de gran-de dimensão têm, excecionalmente, uma ou duas mulheres em lugares de chefia. É certo que se progrediu fortemente, até porque lem-bro-me bem que, no meu tempo, uma mulher não podia ser juiz, não se podia sair do país sem autorização do marido, etc.

na política as mulheres começam a fazer o seu caminho. também aqui o preconceito foi mitigado?

No Parlamento, ainda há poucas mulheres em comparação com os homens. Inventarem a lei da quotas que é mais ou menos o mes-mo que obrigar um homem a casar com uma mulher feia…(risos). Mas eu tenho uma dúvi-da: Nós somos maioritárias em termos popu-lacionais, qual a razão porque somos menos na quota? Tivemos uma primeiro-ministra 90 dias, que foi Maria de Lurdes Pintassilgo, e pouco mais.

Mas na alemanha, angela Merkel é dona e senhora da nação mais poderosa do velho continente. Qual é a sua explicação?

Sabe porquê? Porque veio da Alemanha de Leste. Aprecio, por exemplo, Dilma Rous-sef, no Brasil, que está a fazer uma limpeza sem piedade do pior que ficou do tempo de Lula da Silva. É certo que também tivemos mulheres marcantes na Índia, no Paquistão, com Benazir Bhutto, e em Israel com Golda Meir, só para citar alguns exemplos, mas penso que nos casos que referi estamos na presença de casos especiais. Contam-se pelos dedos das duas mãos as mulheres que exer-ceram o poder deixando um legado.

Contra a vontade do seu pai e fazendo va-ler o seu lado «pespineta», iniciou os estudos universitários e em boa hora o fez porque foi a melhor do seu curso. Como foi essa aven-tura?

O meu pai desejava, como qualquer pro-genitor que se prezasse naquele tempo, que a sua filha casasse bem, soubesse línguas e tocasse piano. A minha mãe, bem mais nova do que ele, sempre me disse: «Nunca depen-das de um homem, faz tudo aquilo que eu não tive oportunidade de fazer». Isso era, tirar um curso, ganhar a independência e, só de-

pois, casar com um homem que entendesse que as mulheres têm direito a exercer uma profissão. Devo muito à minha mãe. O meu pai acabou, mais tarde, por ter orgulho no desempenho académico da filha, que creio, acabou por suplantar o seu desidério de me ver bem casada.

o facto de ser oriunda de uma família tra-dicionalista pesou na educação recebida?

Tive uma educação conservadora, mas sempre com a liberdade que me dava a res-ponsabilidade. O que prevalecia era a regra de confiança mútua. Hoje temos muitas famí-lias reconstruídas nas sociedades modernas, mas não lhes dou menos valor ou importân-cia. Pode-se viver um ambiente igualmente saudável, mas é preciso gerir vidas distintas. Dar sentido à família nuclear continua a ser possível, mesmo na atual conjuntura, em que as famílias ou são monoparentais ou pluripa-rentais, mas reconstruídas. A família é mais do que o sangue, são as pessoas que se en-treajudam, é o espírito de unidade.

a sua prioridade de vida é acompanhar o crescimento dos seus netos, o andré e o frederico, com 19 e 16 anos, respetivamente, especialmente agora, depois do falecimento do pai…

Eles são como eram os meus dois filhos, Paulo e Miguel, bastantes diferentes. Nutrem uma amizade muito funda. O mais velho é muito autosuficiente, vive na sua casa com uns amigos, estuda e trabalha, tem paradig-mas muito definidos. O mais novo é mais dis-perso, é mais parecido com o pai. Com a par-ticularidade de ter sempre algo de inesperado a acompanhá-lo.

augara-lhes um futuro na política, seguin-do as pisadas do pai e do tio?

O meu neto mais velho estava a interes-sar-se, mas creio que eles ficaram vacinados, com o exemplo do pai, do tempo que a polí-tica rouba à família. Aliás, eu tenho uma es-pécie de perseguição familiar com a política. Os meus filhos continuaram as pisadas do pai (o arquiteto e antigo secretário de Estado da Habitação, Miguel Portas) e seguiram o meio da política.

teme que os seus netos sejam arrastados pela geração que está a fazer as malas e a procurar emprego no estrangeiro?

Tenho a plena noção que isso pode acon-tecer. E ninguém me garante que se o meu filho Paulo sair da política – o que seria um autêntico milagre de Fátima – ele não vá tra-balhar para o estrangeiro. É preocupante que um país que investe nos seus jovens veja esta geração fazer num país estrangeiro o que po-diam fazer no seu país de origem: contribuir para rejuvenescer a pirâmide etária, colaborar na segurança social dos outros e, finalmen-te, o investimento que o país fez neles será rentabilizado noutro território. Depois de se estabelecerem no estrangeiro, é lá que consti-tuem família e que produzem com base numa educação cujos fundos saíram dos cofres do Estado português.

há meia dúzia de anos falava-se da ge-ração «mileurista», agora é a geração ;

Page 4: Ensino Magazine nº 178

04 /// DEZEMBRO 2012

«nem-nem» que emerge. a geração que não estuda, nem trabalha e que regressa à casa dos pais veio para ficar?

Infelizmente, temo que sim. As dificulda-des são muitas e transversais. Há uma ge-ração que é a minha, e até um pouco mais nova, para quem a reforma não chega para o casal e para os filhos que já deviam ser inde-pendentes e ter casa própria. E também há os que se divorciam e não têm remédio senão regressar a casa dos pais.

a incerteza das prestações sociais, nome-adamente com as reformas, aumenta o cená-rio de um futuro negro?

Eu tenho uma reforma do Banco de Por-tugal, mas estou consciente de que há uma geração que não vai ter reforma. Quem não se acautelar estará completamente desprote-gido. E mesmo que subscrevam PPR podem não estar a salvo devido à volatilidade do nosso sistema de segurança social e à alte-ração da taxa de rentabilidade desses planos poupança. Hoje em dia, no nosso país, não temos a certeza de nada. Repare no meu caso particular, numas contas grosseiras que fiz, cheguei à conclusão que quase não vale a pena trabalhar no próximo ano. Se eu pro-duzir, nomeadamente editar um livro ou fa-zer um programa de televisão, arrisco a que 3/4 vão direitinhos para o Estado e o restante para mim.

Que alterações provocou a crise nos seus hábitos quotidianos?

Não me queixo, porque ainda tenho traba-lho, mas posso revelar que reduzi em muito o meu nível de vida, para além de fazer econo-mias sérias. Tenho uma empregada doméstica apenas em caso de necessidade, quem cozi-nha, faz os aproveitamentos e vai às compras sou eu. Sou eu que passo a roupa, a máquina de louça acabou. Eu passei pela guerra, por isso nada disto me causa choque.

Como economista de formação que é, o que correu mal para chegarmos a um estado de pré-bancarrota?

O descontrolo começou há muito tempo. Tudo começou com os fundos comunitários. A partir daqui começámos a fazer estradas e estádios que nem uns doidos, e convence-mo-nos de que éramos ricos. Foram toma-das decisões gravíssimas. Houve fundos que entraram em Portugal para se abandonar a agricultura, quando agora se fala no regres-so à terra. Abateu-se a frota pesqueira e hoje defende-se o regresso ao mar. Nós temos uma Zona Económica Exclusiva imensa, que pode conferir ao nosso país uma outra dimensão. É claro que se tivéssemos petróleo debaixo do Mosteiro da Batalha, não era nada mau…

foi bastante crítica deste governo quan-do foi anunciada, em setembro a tsu, depois retirada. Então, afirmou: «Governar é atenuar dificuldades, abrir oportunidades e evitar in-justiças». Este governo está a cumprir algu-mas dessas premissas?

Quem não for capaz de cumprir, é melhor que não esteja lá. Se for necessário criticar o governo, critico, tenho muita pena de o meu filho o integrar, mas paciência. Angustia-me

imenso esta política dos partidos, sejam de direita ou esquerda. Nunca sei onde é que co-meça o interesse partidário e começa o inte-resse do país, isto para não falar do interesse pessoal.

a receita da austeridade tem margem para continuar?

O que temos constatado é que por aqui não vamos no caminho certo, também acho que não, e há um (o ministro) que diz que é por aqui e temos todos de ir atrás. Temos de acreditar e pagar. E estamos todos no mesmo barco. E não dependemos de nós. É bom que tenhamos consciência, que se a França não se aguentar, isto vai ser um «petisco».

Diz que os «intocáveis» são o outro lado dos partidos políticos. as forças partidárias são a causa do mal de que enferma a de-mocracia?

A partidarite é uma doença complicada. Os partidos políticos aguentam-se através de bases de apoio, que, por sua vez, têm de ser alimentadas com retribuições para compen-

sar a chegada ao poder. E nós não saímos deste ciclo vicioso! Deixo um caso para re-flexão. Na banca, nos governos PS e PSD, os seus apaniguados vão-se transferindo entre bancos ao sabor dos ciclos políticos. Nos úl-timos 20 anos verá que não há grandes di-ferenças. Por isso é que o mais importante não é ser ministro, mas sim ter sido. Defen-do a existência de uma lei que proibisse que quem ocupou determinados lugares públicos transitasse para entidades privadas relacio-nadas com o setor em que desempenhou esse cargo público.

acredita que algo pode mudar verdadei-ramente num futuro próximo?

Acho que esse dia vai chegar, mas vai demorar tempo. Aliás, porque eu acho que o preço da democracia é este. Não há de-mocracias sem grandes interesses. Não nos podemos iludir: A base de apoio deste sistema tem que ter contrapartidas. É uma utopia pensar o contrário. Churchill dizia, e bem, que «a democracia é a pior forma de governo, com a exceção de todas as outras». Tem-se liberdade, correto, mas a liberdade não dá de comer.

Como estaríamos liderados por uma mo-narquia?

Eu não sou monárquica, mas as monar-quias constitucionais não me inquietam nada. Isto se não forem mais dispendiosas do que a República. Haver um Presidente ou um Rei é indiferente, porque são meras figuras deco-rativas, desde que haja uma Constituição que garanta os direitos essenciais dos indivíduos e líderes do governo escolhidos de acordo com os votos populares. Por exemplo, não me im-portava nada que o Dr. Mário Soares tivesse sido rei, como o D. Juan Carlos de Espanha, e creio que ao próprio também não devia afligir muito…

Penso que os nossos Presidentes da Repú-blica também não exercem todos os poderes que têm. O Dr. Jorge Sampaio, se fosse atual-mente Presidente da República, estou em crer que desfazia o Parlamento neste momento, como o fez durante o executivo do Dr. San-tana Lopes. Estranho que nenhum jornalista lhe tenha feito essa pergunta recentemente…

O destino dos países depende de muitos fatores. Há pessoas que estão certas no lugar errado e outras que estão erradas no tempo certo.

refere-se a alguns dos ex-presidentes?

Nem todos. O general Ramalho Eanes tem tido uma postura impecável. De recato, ho-nestidade e que não vem para a praça pública dar bitaites. Há cargos que uma vez exercidos obrigam a uma enorme contenção. O proble-ma é que temos demasiados presidentes de bancada, ministros de bancada e ministros sombra. Somos um povo de «achadistas», todos acham qualquer coisa. Não tenho a mí-nima pachorra para a política.

a carga fiscal progride a níveis nunca vis-tos por cá. a fraude e a evasão são o caminho que muitos vão preferir?

O peso dos impostos atingiu o nível do insuportável. O problema é que a carga fiscal gera uma cadeia de acontecimentos: Senão veja: aumenta o IVA, as pessoas compram me-nos, ao comprarem menos há menos receita de IVA. E há outro perigo: O nível de esbulho fiscal é tão grande que as pessoas vão refu-giar-se nas profissões da economia paralela. Se eu der explicações, ninguém sabe quanto é que eu ganho. Se eu escrever um livro, e como declaro tudo às Finanças, a maior parte do que me pagam vai para o Estado. Estou convencida que a economia não declarada já anda nos 30 por cento. Por outro lado, estou convicta que esta economia funciona como uma válvula de segurança para atenuar os 16 por cento de desemprego, na medida em que alguns desses oficialmente desempregados estarão nessa espécie de subemprego. Está-se a criar um «monstrozinho» paralelo que um dia, quando se despertar para o proble-ma, já não será possível controlar.

Como é que se resolve isto?

Só o Dr. Vítor Gaspar é que sabe… K

nuno Dias da silva _ H

Cara Da notÍCia6 helena com h grande

Acaba de completar 78 anos e para muitos portugueses é a mãe dos irmãos Portas. Mas ela é muito mais do que isso. Define-se como «economista, jornalista, escrevinhadora, politicamente centrada e consciente dos seus deveres cívicos». Chama-se Helena Sacadura Cabral, nasceu em Lisboa, a 7 de dezembro, o mesmo dia de anos do ex-presidente, Mário Soares, e considera-se «profunda-mente portuguesa».

Licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, foi a primeira mulher a ser admitida no Banco de Portugal. Chegou mesmo a lecionar na universidade.

Colaborou na televisão, na rádio e nos jornais, mas é no campo da literatura que mais tem trabalhado nos últimos anos. Publicou os livros «Coisas que sei... ou julgo saber», em 2010, «As nove magníficas», em 2008, «Porque é que as mulheres gostam dos homens», em 2007, «Bocados de nós», em 2006, e «Um certo sorriso», em 2005. O seu último trabalho chama-se «Os nove magníficos» e tem a chancela da Esfera dos Livros.

Já teve página pessoal no Facebook, mas entretanto, optou pelo seu encerramento. Ali-menta quatro blogs simultaneamente, sendo o «Fio de Prumo», o mais ativo. Várias vezes cativada para a política, nos tempos da universidade, a todos disse que não: «Nunca me in-teressou». Mas, quis o destino, que «de dentro de mim tivessem saído dois políticos», Miguel e Paulo. O resto da história já todos sabem. K

Page 5: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 05

Ensino Magazine faz acordo em Maputo CoM a uniVErsiDaDE EDuarDo MonDlanE

6 O Ensino Magazine assi-nou um protocolo de coopera-ção com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior insti-tuição de ensino superior pú-blico moçambicana, a qual tem mais de 30 mil alunos.

O acordo rubricado pelo rei-tor da UEM, Orlando Quilambo, e pelo diretor da publicação, João Carrega, foi um dos momentos altos da missão empresarial efetuada pela Associação Co-mercial, Industrial e Serviços de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão (ACICB), a qual decorreu de 15 a 24 de novembro.

A assinatura deste acordo representa para o Ensino Ma-gazine uma “aposta clara nos Países Africanos de Língua Ofi-cial Portuguesa, onde o jornal já está a ser distribuído”, diz João Carrega. Aquele responsá-vel recordou que este acordo surge na mesma lógica de ou-tros já assinados pelo Ensino Magazine, como acontece com a UNESCO, em que a publicação portuguesa é parceira da rede de escolas associadas daquela organização das Nações Unidas.

“Isto demonstra que a edu-cação não tem fronteiras e que através de parcerias todos po-demos ficar mais fortes”, adian-ta João Carrega.

O Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) ma-

nifestou em Maputo toda a sua satisfação pela concretização do

protocolo e pela mesma ter ocor-rido numa missão empresarial a Moçambique. “Deviam ser mais os empresários a interessarem-se pela educação e pelas univer-sidades, como acontece neste caso”, referiu Orlando António Quilambo momentos depois da assinatura, em que participaram os vice-reitores e os diretores das diferentes faculdades, bem como toda a comitiva de empre-sários portugueses, os autarcas Joaquim Morão e Jorge Neves e os dirigentes da ACICB.

Nas instalações da nova rei-toria da UEM, em obras finais e ainda por inaugurar oficialmente, Orlando Quilambo quis que este momento ficasse intimamente ligado à nova fase que a uni-versidade que dirige se prepara para enfrentar e fez questão de sublinhar que “esta assinatura decorre neste local simbolizando uma pré-inauguração do mesmo porque esta é, sem dúvida, uma parceria inteligente”.

“Como instituição de ensino superior temos de ser mais in-ternacionais, não chega efetuar-mos intercâmbios de estudan-tes e de docentes, precisamos apostar também na troca de informação e na divulgação das nossas atividades pelo que esta parceria nos abre portas impor-tantes nessa área”, declarou o

reitor da UEM. Orlando Quilam-bo entende que “a presença da universidade no mundo lusófo-no da comunicação é uma hon-ra, na medida em que temos um longo caminho a fazer nesta área, sobretudo numa altura em que já percorremos cinco déca-das de ensino superior”.

Adelino Minhós, presiden-te da ACICB, e Joaquim Morão, presidente da Câmara de Cas-telo Branco, também intervie-ram nesta sessão protocolar, o primeiro lembrando que as instituições a que presidem dão uma atenção muito especial aos setores da educação e da for-mação das pessoas. “Não é por acaso que aqui viemos”, disse Adelino Minhós, enquanto Jo-aquim Morão aproveitou para lembrar a importância “de uma comunidade científica e de ho-mens do conhecimento no de-senvolvimento das sociedades em que vivemos”.

Através deste protocolo será criada uma secção no Ensino Ma-gazine dedicada às atividades da Universidade, ficando também definidas vantagens comerciais para aquela instituição no que respeita à divulgação dos seus cursos. Por seu lado, o Ensino Magazine torna-se parceiro das atividades desenvolvidas pela universidade. K

Page 6: Ensino Magazine nº 178

06 /// DEZEMBRO 2012

wi-Go ganha prémio proJEto CiEntÍfiCo Mais inoVaDor

6 A Fundação Altran para a Inovação acaba de distinguiuir o projeto wi-GO como o mais inova-dor no concurso nacional de 2012, pelo que os jovens empreendedo-res da Universidade da Beira Inte-rior ganharam seis meses de apoio tecnológico e científico e vão uma vez mais representar Portugal inter-nacionalmente.

“Tecnologia e Inovação ao servi-ço da Inclusão Social” era o tema da competição que pela primeira vez se realizou a nível nacional e que a jovem equipa, liderada por Luís de Matos, conquistou com o seu carro de compras, que permite acompa-nhar pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O júri, com-posto por especialistas nacionais e internacionais de diversas áreas, não teve dúvidas em considerar que o projeto era o que melhor uti-lizava a tecnologia para combater a exclusão social.

Com esta distinção, para além de visibilidade e reconhecimento, os jovens que trabalham no wi-GO ganharam uma importante ajuda. Durante os próximos seis meses o projeto vai contar com o apoio tec-nológico e científico de uma equipa de engenheiros da Altran. Especia-lizados em diferentes áreas, estes profissionais terão como objetivo

ajudar a desenvolver mais rapida-mente e de forma fiável o projeto.

Luís de Matos salienta a impor-tância deste apoio e aponta uma área para a aplicação. “Em conjunto com a equipa e com a Altran vamos averiguar as nossas necessidades e então decidir em que área vamos atuar. Mas seguramente que irá incidir na temática da industrializa-ção”. Para além desta importante recompensa a jovem equipa têm ainda a oportunidade de participar na final internacional e representar uma vez mais Portugal, desta vez em Paris, no mês de Janeiro.

A lista de prémios já é longa, mas a verdade é que o produto con-

tinua sem chegar ao mercado, cená-rio que Luís espera que mude já em 2013. O jovem engenheiro salienta que o maior problema tem sido o financiamento. “Neste momento precisamos de financiamento para executar os fundos europeus que temos aprovados e deste modo fi-nalizar o wi-GO para o colocar no mercado”. As expectativas em re-lação aos próximos meses são por isso altas e se tudo correr como esperado Luís de Matos admite que é uma questão de meses até o wi-GO estar disponível em superfícies comerciais. K

ricardo Morais _

alunos não tomam posseConsElho GEral Da ubi

6 Os cinco representantes dos estudantes eleitos para o novo Conselho Geral da Universi-dade da Beira Interior, não toma-ram posse. No dia em que os 21 novos membros se preparavam para tomar posse, Carlos Salema, presidente do órgão até eleição de novo responsável, anunciou que um dos estudantes eleitos não reunia as condições legais para tomar posse. Em solidarie-dade, os restantes quatro estu-dantes não quiseram ocupar os seus lugares.

Pedro Bernardo, presidente da Associação Académica da Univer-sidade da Beira Interior (Aaubi), encabeçou a Lista C na eleição dos alunos para o Conselho Geral. Contudo, segundo os estatutos da Universidade da Beira Interior e dos seus órgãos, existe uma incompatibilidade de funções. O presidente da Aaubi tem presen-ça no Senado, por inerência, e os estatutos do Conselho Geral da UBI referem que nenhum mem-bro do Senado pode desempe-nhar funções no Conselho Geral.

Mediante esta situação, Sale-ma explicou que está a aguardar mais alguns pareceres jurídicos para tomar uma posição final. O presidente deste órgão deu pos-se aos membros eleitos pelos professores e também pelos fun-cionários. No caso dos estudan-tes nenhum dos cinco eleitos se mostrou disponível para ocupar os seus lugares enquanto não existir uma posição definitiva so-bre este caso. Nestas condições, Salema adiantou ainda que o CG não vai avançar para a fase se-guinte, a de proposta e eleição de oito membros cooptados da sociedade civil, externos à Uni-

versidade da Beira Interior.Pedro Bernardo acabou tam-

bém por deixar as suas impres-sões sobre este assunto. No en-tender do aluno de Engenharia Civil, qualquer aluno da universi-dade deve estar apto a ter lugar no Conselho Geral caso seja eleito para tal. “Tínhamos conhecimen-to destes problemas, mesmo até durante a entrega das listas. Se a Lista C foi aceite e esteve nas eleições não sei porque é que os seus membros eleitos não podem tomar posse. É com alguma sur-presa que encaro esta decisão”, aponta. K

Eduardo alves _

Publicidade

boas festas

Ciência é aposta

aluna da ubi ganha

lEonor parrEira na ubi

portuGal fashion nEws

6 A secretária de Estado da Ci-ência, Leonor Parreira, esteve este mês na Universidade da Beira Inte-rior entregar os prémios de mérito da instituição, tendo-se manifesta-do surpreendida com o crescimen-to da Universidade onde realizou o seu estágio de medicina.

“Há um par de décadas a ci-ência era algo muito difícil de se conseguir. Hoje, apesar das con-tingências orçamentais, os jovens têm uma sorte enorme”, confes-sa a responsável. Para dar provas disso mesmo recorreu à Faculdade de Ciências da Saúde onde consta-tou, na visita a esta estrutura “um conjunto significativo de trabalhos científicos desenvolvidos por jo-vens investigadores”.

Na Covilhã, a secretária de Es-

6 Priscila Franco, aluna do Mestrado em Design de Moda da Universidade da Beira Inte-rior, venceu o primeiro prémio do concurso Portugal Fashion News, tendo sido distinguida entre 15 finalistas. O prémio engloba uma parte financeira e a participação na próxima edição do Portugal Fashion, junto de outros designers conceituados.

A aluna refere que “o apoio dos laboratórios e oficinas do departa-

tado deu como certo o corte de 4,4 por cento nos orçamentos para as universidades e para a ciência. Uma redução que vai “levar a apos-tar mais na qualidade. Em tempos de enorme dificuldade, o dinheiro tem de ser bem utilizado, pelo que prometemos uma aposta na qua-lidade e nos jovens, para que os melhores fiquem por cá”, atestou.

Em relação aos prémios de mérito, no valor de cinco mil eu-ros cada, foram quatro os docentes agraciados: Fernanda Domingues (Faculdade de Ciências), António João Carvalho de Albuquerque (Fa-culdade de Engenharia), Maria de Fátima de Jesus Simões (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) e Ilídio Joaquim Sobreira Correia (Fa-culdade de Ciências da Saúde). K

mento têxtil, técnicos e docentes foi muito importante para a concreti-zação deste projeto, e posso dizer que estou muito satisfeita de ter saído do Brasil e aproveitar estas oportunidades que, quer Portugal quer a UBI, me estão a dar”. Para a diretora do curso, Madalena Pe-reira, “é muito importante que os alunos tenham esta experiência e possam participar com uma coleção no Portugal Fashion, há cerca de 10 anos”. K

Page 7: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 07

projeto de biogás no MinhotransforMar rEsÍDuos aGrÍColas EM EnErGia

6 O Centro para a Valo-rização de Resíduos da Uni-versidade do Minho partici-pa num projeto europeu que quer promover a valorização de alguns dos resíduos dos sectores agrícola, pecuário e agroindustrial, através da produção local de biogás. O objetivo é reduzir o impacte ambiental destes sectores, especialmente nas zonas rurais, diminuindo a sua de-pendência energética.

“No sudoeste europeu há um enorme potencial dos resíduos da agricultura, agroindústria e pecuária, que podem converter-se em biocombustível para as in-dústrias ou em adubo para as terras, por exemplo. Este

CiênCia CrEsCE na ubi

T Mesmo ainda sem o UBIMedical, estrutura mul-tidisciplinar que representa uma aposta de mais de cinco milhões de euros, a produção científica da Universidade da Beira Interior cresceu muito nos últimos três anos.”A par-ticipação em projetos inter-nacionais, na academia, au-mentou mais de cinco vezes, desde 2009”, enquanto, en-tre 2005 e 2011, o número de publicações cresceu 200 por cento, “um sinal muito claro do reconhecimento de todos da importância da investiga-ção e das publicações”. Os dados foram apresentados por Ana Paula Duarte, vice-reitora para a investigação, que falava na cerimónia de entrega dos prémios de mé-rito da UBI. K

santanDEr CoM ubi

T João Catalão, docen-te do departamento de En-genharia Eletromecânica da Universidade da Beira Inte-rior, venceu o prémio Uni-versidade Técnica de Lisboa – Santander, na categoria das Ciências da Computação e Engenharia Eletrotécnica, Informática e Aeroespacial (Aviónica), pelo trabalho de-senvolvido nos últimos cinco anos como investigador no CIE3 – Centro para Inovação em Engenharia Eletrotécnica e Energia. Sistemas de Ener-gia, recursos Energéticos e

Publicidade

projeto pode ser determi-nante para o crescimento, o emprego e o desenvolvi-mento sustentável dos ter-ritórios rurais”, diz a inves-tigadora Bruna Fonseca. O incremento da procura mun-dial por alimentos de origem animal leva a uma intensifi-cação das explorações, daí ser cada vez mais importan-te o tratamento eficiente dos resíduos.

O projeto Agrogas vai ser desenvolvido até junho de 2014 e visa atingir cerca de cem explorações espanho-las, francesas e portuguesas. O consórcio é financiado em cerca de 740 mil euros pelo Fundo Europeu de Desenvol-vimento Regional, ao abrigo

do programa Interreg. Foi eleito em condições mui-to competitivas, entre 319 candidaturas, sendo o único da primeira fase da terceira convocatória aprovado no tema Ambiente.

O Agrogas, junta ainda a Agencia Extremeña de la

Energía, a Fundación Gene-ral de la Universidad de Sa-lamanca, a Fundaçión Fun-dagro (todas da Espanha), o Institut National Polytech-nique de Toulouse e a École Supérieure des Technologies Industrielles Avancées (am-bos da França). K

sobretudo Redes Elétricas In-teligentes (Smart Grid), são as principais áreas de inves-tigação do docente da UBI, que lidera desde junho o projeto europeu “Smart and Sustainable Insular Electri-city Grids Under Large-Scale Renewable Integration”, no valor de 5 milhões de euros e no qual estão presentes mais cinco universidades e 11 empresas. K

aaubi Vai a Votos

T A Associação Acadé-mica da UBI vai a votos dia 17 de Dezembro. A data foi marcada no dia 14, duran-te a Assembleia Geral de Alunos. Questionado sobre eventual recandidatura, o atual presidente da Aaubi garante responder dentro de poucos dias em comuni-cado. Até lá, Pedro Bernardo diz-se em “período de ba-lanço e reflexão” para per-ceber até que ponto pode dar mais aos estudantes da UBI. K

CrEsCiMEnto EM DEbatE

T Emanuel Augusto dos Santos, antigo secretário de Estado Adjunto e do Orça-mento, entre 2005 e 2011, profere, no dia 12 de dezem-bro, pelas 14h30, na Facul-dade de Ciências Sociais e Humanas, a conferência “Ha-verá consolidação orçamen-tal sem crescimento econó-mico?”. A entrada é livre. K

Page 8: Ensino Magazine nº 178

08 /// DEZEMBRO 2012

YoubeQ conquista mundo

investigadores distinguidos

uniVErsiDaDE DE CoiMbra

EstuDo Do CanCro Da MaMa

6 A plataforma youbeQ, desen-volvida pela iNovmapping, empresa em incubação no Instituto Pedro Nunes (IPN), foi selecionada pela Google e pela Mozilla Firefox como “aplicação de referência mundial”, anunciou a Universidade de Coim-bra (UC).

A Google e a Mozilla Firefox “já estabeleceram parcerias” com a iNovmapping, para inserirem a “pla-taforma nas respetivas lojas de apli-cações web”, adianta uma nota da UC, salientando que a empresa (sua ‘startup’) “volta a estar em desta-que pela inovação”.

As parcerias “coincidem com os lançamentos da nova versão e da versão mobile para Android” da youbeQ, disse, à agência Lusa, Ro-gério Coelho, sócio-gerente e um dos fundadores, em 2009, da iNov-mapping.

6 Dois grupos de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad) acabam de ser homenageados pela Sociedade Por-tuguesa de Senologia, no âmbito do estudo do cancro da mama. A ho-menagem decorreu no Porto, a 17 de Novembro, durante o Congresso Nacional de Senologia, onde estive-ram presentes alguns dos nomes mais marcantes da atualidade na investigação em cancro da mama, nacionais e internacionais.

Um dos grupos é liderado por Felisbina Queiroga (que inclui Isabel Pires e Justina Prada e os alunos de doutoramento Teresa Raposo, Hugo Gregório e Maria Isabel Carvalho). Este grupo está integrado no Cen-tro de Ciência Animal e Veterinária da Utad e tem desenvolvido a sua investigação em estudos clínicos e de prognóstico em tumores espon-tâneos de mama de cadela, dando especial ênfase à pesquisa de novos alvos terapêuticos.

O outro grupo desenvolve a sua

Aquelas versões permitem ob-ter uma realidade híbrida, ou seja, “aliar o mundo real ao mundo vir-tual”, afirmou aquele responsável, sublinhando que “isso não é con-seguido por nenhuma outra rede social”.

Uma das “maiores inovações destas novas versões” reside na “georreferenciação de tudo o que se faz no youbeQ”, o que permi-te obter “um precioso conjunto de informações”, salientou Rogério Coelho, referindo que, para validar essa informação, a sua empresa desenvolveu “um algoritmo que estabelece um ranking da qualida-de da informação georreferencia-da”.

Outra das potencialidades da youbeQ permite ao utilizador ‘tele-portar-se’ para qualquer ponto do planeta ou convidar um amigo, em

atividade de investigação no Labo-ratório Associado Instituto de Bio-tecnologia e Bioengenharia, Centro de Genómica e Biotecnologia da UTAD (cujo diretor na UTAD é Henri-que Guedes-Pinto) e é liderado por Raquel Chaves (que inclui Filome-na Adega, e os alunos de douto-ramento Ana Luisa Borges, Cláudia Baptista, Daniela Perneta, Sandra Louzada, Sara Santos e Susana Me-les). Este grupo tem desenvolvido

qualquer parte do mundo, “a ‘tele-portarem-se’ para uma determina-da cidade e efetuarem uma visita em conjunto, trocando impressões sobre os locais visitados.

Concebida há um ano, “a you-beQ é a primeira rede social a três dimensões, a ‘correr’ em Google Earth” e representa a realidade como nenhuma outra plataforma: “os utilizadores são representados por avatares e a abordagem é fei-ta de forma inovadora e intuitiva, estabelecendo uma relação das pessoas com os locais e permitin-do conhecer o mundo através de viagens virtuais”.

Desenvolvida de raiz pela iNo-vmapping, a plataforma youbeQ (www.youbeq.com) tem um ano de existência, 70 mil utilizadores registados e mais de um milhão de visitantes. K

estudos de genética usando tumo-res espontâneos de mama de gata e linhas celulares de cancro de mama de gata e rato.

Nas palavras do presidente da Sociedade, Carlos da Silva Lopes, não se tratou de premiar um inves-tigador individual por um trabalho publicado, mas sim de homenagear grupos de investigação constituídos, sólidos, que evidenciem ter projetos sustentáveis e duráveis nesta área. K

novo Conselho Geral

aveiro ajuda timor

Química com curso

uniVErsiDaDE DE éVora

Manuais Do sECunDário

uniVErsiDaDE Da MaDEira

Publicidade

boas festas

6 Os membros eleitos do Con-selho Geral da Universidade de Évora tomaram posse, no passado dia 7 de Dezembro. A cerimónia foi presidida por Maria do Céu Macha-do, presidente cessante do primeiro Conselho Geral.

Maria do Céu Machado alertou os novos membros para o papel relevante que eles deverão desem-penhar no referido órgão. Sublinhou que o Conselho Geral deve ser re-ativo onde deverá discutir e apro-var as propostas da equipa reitoral, mas também pró-ativo nas ações em prol do bom funcionamento da

6 A Universidade de Aveiro re-cebeu o novo ministro da Educação de Timor-Leste, Bendito dos Santos Freitas, numa das paragens do seu périplo por três universidades por-tuguesas envolvidas em projetos de cooperação em educação com aquele jovem Estado do Sudeste Asiático.

Em Aveiro ficou a conhecer pon-to da situação do projeto, que inclui a elaboração de programas de 14 disciplinas do 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, respetivos manuais para alunos e guias de professor. Pôde ainda apreciar versões impres-

6 O Centro de Química da Madeira (CQM) vai organizar a segunda edição do Curso sobre Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear, nos dias 13 e 14 de dezembro, das 09h30 às 17h30, no Campus da Pente-ada. A formação é dirigida aos investigadores do CQM, alu-nos do 2º ciclo em Bioquímica Aplicada e em Nanoquímica e Nanomateriais, do 1º ciclo em

Universidade de Évora. Refira-se que o Conselho Geral

é composto por 13 docentes, três alunos, dois funcionários e por sete membros externos à academia.

Saliente-se que no dia 28 de no-vembro, o Conselho Geral cessante reuniu e aprovou a revisão/alteração dos Estatutos da Universidade de Évora. Uma das alterações relevan-tes nos Estatutos é que os professo-res auxiliares podem ser eleitos para o Conselho Científico das referidas Escolas que compõem a referida instituição. K

noémi Marujo _

sas dos 28 manuais para alunos, para 10.º e 11.º anos.

Ao longo de cerca de três anos e até março de 2013, o projeto “Falar Português –Reestruturação Curricu-lar do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste” produzirá 84 volumes contextualizados e preparados es-pecificamente para a realidade ti-morense, um trabalho desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de 62 pessoas, professores e investiga-dores da Universidade de Aveiro e de outras Universidades e, também, professores experientes do ensino secundário. K

Bioquímica da Universidade da Madeira, e ainda a técnicos de laboratórios públicos e priva-dos.

O curso tem por objetivo do-tar os participantes de conheci-mentos básicos de RMN de 1D e 2D, bem como a formação em aspetos práticos através da uti-lização do equipamento dispo-nível nesta unidade de investi-gação (Bruker Avance 400+). K

Page 9: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 09

Carlos Maia é candidato

fisioterapia na Esald

ElEiçõEs no instituto politéCniCo DE CastElo branCo

DE JanEiro a Julho

6 Carlos Maia é, de novo, candidato ao cargo de presidente do Instituto Politécnico de Cas-telo Branco (IPCB). A garantia foi dada pelo próprio ao Ensino Ma-gazine depois do atual presiden-te da instituição ter comunicado a sua decisão aos diretores das escolas.

Carlos Maia revela que a de-cisão foi “ponderada, até porque os tempos são muito difíceis. Mas esse foi um fator que tive em conta na decisão de me re-candidatar, pois não poderia vol-tar as costas à instituição”. O atu-al presidente do IPCB acrescenta que o “compromisso assumido com a instituição há quatro anos atrás não se esgota neste primei-ro mandato”.

As eleições para a presidência do Instituto deverão acontecer no primeiro semestre de 2013, mas já em janeiro inicia-se o processo para a eleição do Conselho Geral, órgão que posteriormente elegerá o presidente do IPCB. “Indepen-dentemente da sua constituição, fiz questão de informar os direto-res das escolas de que irei apre-sentar a minha recandidatura ao cargo que agora desempenho para o próximo quadriénio”.

Carlos Maia recorda que os últimos anos no IPCB foram mar-cados “por algumas conquistas e pela reorganização do Politéc-nico, pois foi publicada muita legislação nova, como o estatuto da carreira docente, ou as altera-ções legislativas face ao pessoal não docente, etc. Para além disso acompanhámos atentamente a questão orçamental da institui-ção, pois tem-se verificado uma asfixia gradual.

6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias vai disponibilizar, de janeiro a julho de 2013, três programas de fisioterapia para pessoas com dor lombar cróni-ca, insuficiência venosa crónica e promoção de saúde na popula-ção idosa. As atividades estarão inseridas em projetos de investi-gação científica e decorrerão em grupo.

O programa de intervenção em grupo “dor lombar crónica” será realizado em meio aquáti-co e é destinado a pessoas com dor lombar há mais de 3 meses e com idades inferiores a 65 anos.

Apesar dessas dificuldades, Carlos Maia mostra-se satisfeito com o desempenho da equipa que lidera. “Temos motivos para estar satisfeitos. Obviamente que a avaliação do nosso traba-lho caberá à região (sobre o pa-pel que o IPCB desempenha) e à academia”. O presidente do IPCB dá alguns exemplos que consi-dera importantes: “conseguimos construir um centro de investi-gação em zoonoses, temos mais docentes inseridos em centros de investigação de universida-des (no IPCB mantém-se o desa-fio de se criarem novos centros de investigação, agora com uma nova estratégia que passará pela

criação de centros de estudos), e foi desbloqueada a situação da Escola Superior de Artes Aplica-das numa batalha terrível [onde a Câmara de Castelo Branco as-sumiu a componente nacional do investimento]. Tendo em conta a conjuntura orçamental, os de-safios do IPCB mantém-se e são ainda profundos”.

Carlos Maia recorda as avalia-ções e as acreditações obtidas pela instituição. “Em dezembro de 2010, foi atribuída pela APCER (Associa-ção Portuguesa de Certificação) a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade do IPCB; em 2011 submetemo-nos a uma avaliação internacional pela EUA com resul-

tados bastante favoráveis como é do conhecimento de todos e a A3ES tem avaliado de forma positiva e acreditado os nossos cursos de licenciatura e de mestrado, numa altura em que dos 420 cursos ava-liados 107 foram encerrados”, diz.

O presidente do IPCB conside-ra “grande parte dos desafios de há quatro anos atrás mantêm-se atuais, com a particularidade de termos de lhe dar resposta com recursos financeiros muito mais diminutos, uma vez que os cor-tes orçamentais têm sido muito acentuados, como é do conhe-cimento público. Em 3 anos, de 2010 para 2013, o IPCB sofreu cor-tes na ordem dos 34,9%”.

Em termos de oferta forma-tiva, Carlos Maia considera que “há um esforço contínuo no sen-tido de adequar às necessidades identificadas, tanto em termos de licenciatura como de mestrados. Também a qualificação dos recur-sos humanos continuará a cons-tituir uma prioridade, com metas claramente definidas, uma das quais passa por em 2014 o IPCB ter cerca de 60% do seu corpo docente com o grau de doutor”.

A investigação é uma área que é necessário alavancar e re-organizar. “Foi feito algum traba-lho, no sentido da própria insti-tuição e dos seus docentes terem um conhecimento mais aprofun-dado das capacidades instaladas e dos projetos em curso, mas é necessário agora dar um incre-mento maior, envolvendo mais as empresas da região nesta verten-te da missão do IPCB”, diz.

O presidente do IPCB adianta que a “internacionalização será sempre transversal ao desen-

Para esta atividade, que tem a duração de 6 semanas, estão disponíveis 40 vagas.

Já o programa de “promoção de saúde na população idosa” será realizado em terra e destina-se a pessoas sem problemas es-pecíficos de saúde, com idade su-perior a 60 anos. Esta atividade, com 20 vagas disponíveis, tem a duração de 4 semanas e realizar-se-á três vezes por semana.

Para as pessoas com diag-nóstico de “insuficiência venosa crónica”, confirmado por Eco-doppler, exame que poderá ser realizado na ESALD, o programa

volvimento estratégico da insti-tuição e apesar de nestes anos termos aumentado o número de países parceiros e o número de fluxos de mobilidade internacio-nal, há projetos de parceria com outras instituições que poderão ser estratégicos para o IPCB e que poderão ser uma realidade muito em breve”.

Carlos Maia aborda também a questão da modernização admi-nistrativa. “Essa aposta vai conti-nuar, no sentido de nos tornarmos mais eficazes e mais eficientes, nomeadamente através de uma forte aposta na desmaterialização dos processos e de agilizarmos o contacto com a instituição.

Há um desafio fundamental num futuro próximo não só para o IPCB como para todo o ensino superior em Portugal, que é a re-organização da rede. O IPCB está preparado, não só para participar em todas as discussões sérias sobre o assunto mas também para liderar projetos”.

Carlos Maia considera que estão criadas condições para que “durante o primeiro semestre de 2013 o processo eleitoral para a presidência da instituição esteja concluído. O Conselho Geral fica-rá constituído em janeiro e ficam criadas as condições para que esses prazos se cumpram. Isso será vantajoso para que o presi-dente eleito possa ter condições para preparar o novo ano letivo”.

O Instituto Politécnico de Cas-telo Branco foi o mais procura-do pelos candidatos ao ensino superior no interior do país, mi-nistrando cursos de licenciatura, mestrado, pós graduações e de especialização tecnológica. K

de intervenção em grupo será realizado em meio aquático ou em terra. Estas atividades desti-nam-se a pessoas com idade in-ferior a 65 anos e têm a duração de 8 semanas. Para este progra-ma estão disponíveis 20 vagas.

A participação nestes pro-gramas está condicionada a uma consulta de fisioterapia na ESALD para avaliação da capaci-dade em integrar as atividades.

Durante o mês dezembro es-tão abertas pré-inscrições para os referidos programas que de-correrão ao longo do 1º semes-tre do próximo ano civil. K

Page 10: Ensino Magazine nº 178

010 /// DEZEMBRO 2012

o futuro passa por aquiEsaCb CElEbra 29 anos

6 O 29º aniversário da Escola Superior Agrária de Castelo Bran-co foi aproveitado pelo seu dire-tor apresentar seis aspetos que considera fundamentais para o futuro da instituição. Celestino Almeida destacou o “o reforço colaboração com a EST (dando corpo à estratégia do IPCB) ten-do como resultado a aprovação de novos cursos conjuntos: CET e licenciatura em Sistemas de informação Geográfica e pós-gra-duação em Proteção Civil”.

O diretor da ESACB focou também as “parcerias estabe-lecidas e outras que estão em discussão com instituições de ensino superior, no sentido de ministrar cursos de mestrado em conjunto, contando já com a oferta de quatro cursos”. Celes-tino Almeida destacou também o facto da escola ter retomado “a formação em Ciências Agrá-rias. Deste modo contamos com a fileira de formação completa

neste domínio com vários CETs, a licenciatura e vários mestrados associados”.

Outro dos aspetos foca-dos por Celestino Almeida foi a conclusão da construção e equipamento do Centro de In-vestigação de Zoonoses. “Esta infraestrutura vem disponibili-zar aos alunos de ciências ve-terinárias (licenciaturas e mes-trados) excecionais condições técnicas e laboratoriais para as aulas práticas, e para desenvol-ver atividades de experimenta-ção e investigação”.

A visita de responsáveis de universidades brasileiras à esco-la também foi sublinhada. Celes-tino Almeida lembrou que essas entidades manifestaram “o seu reconhecimento sobre a quali-dade e diversidade dos labora-tórios, das áreas produtivas e instalações pecuárias da Quinta srª de Mércules, as quais todos consideraram excecionais para

se poder ministrar um ensino prático de qualidade nos diver-sos graus de ensino”.

A ligação à comunidade foi outra das notas que o diretor da ESACB fez questão de evi-denciar. “Tanto individualmen-te, como em parceria com as demais escolas do IPCB tem dado resposta às solicitações da comunidade. Entre os estu-dos, ensaios, projetos realiza-dos, e as parcerias estabele-cidas com diversas entidades regionais e nacionais, podemos destacar:o projeto de incubado-ra de empresas de base rural em Idanha-a-Nova; a realização de planos estratégicos para dois municípios, a colaboração com o Centro de Ciência Viva de Pro-ença-a-Nova; colaboração com o CATAA; participação na Comis-são Regional de Combate à De-sertificação; colaboração com a ANPC; e a prestação de serviço na área da formação”. K

luís Costaapresenta livro

Viagem a Cabeço de Vide

Ex-DirEtor Da EsECb

Da tErra a MartE

6 O investigador Luís Costa apresenta, no dia 17 de dezembro, pelas 18h00, no Auditório da Esco-la Superior de Educação de Caste-lo Branco o seu novo livro “Debita Nostra – O espírito protestante e a ética do capitalismo”. A obra desenvolve o tema da sua última lição, lição pública a que deu o tí-tulo “As ideias que nunca vos di-rei”, proferida na Escola Superior de Educação, em 25 de novembro de 2011.

Tratando-se de uma apreciação pessoal do momento crítico por que passam as sociedades portu-guesa e europeia, o livro convoca toda uma série de informação que vai das ciências sociais (história, sociologia, antropologia) ao jorna-lismo, à política, à teologia e dou-trina social da Igreja, propondo-se, como lição, facultá-la para o seu uso na formação de outras e me-lhores apreciações.

Nos três primeiros capítulos: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”; “Perdoai-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores” e “O espírito protestante e a ética do capitalis-

6 O Departamento de Tecno-logia e Design da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Ins-tituto Politécnico de Portalegre (ESTG-IPP) organizou, no âmbito das actividades da Semana da Ciência e Tecnologia 2012, um evento intitulado “Da Terra a Marte: uma viagem por Cabeço de Vide?”. O evento, que teve lu-gar nas instalações da ESTG-IPP no passado dia 21 de Novembro, contou com a presença de mais de uma centena de participan-

mo” o autor aborda a questão da relação entre religião e economia (dívidas, juros, capitalismo), tan-tas vezes desconsiderada, na sua opinião, a partir de leituras mais ligeiras da consagrada obra do sociólogo alemão Max Weber, “A Ética Protestante e o espírito do Capitalismo” (1905).

Nos dois capítulos seguintes: “Outro Estado, melhor Estado” e “Ainda é cedo para saber…” o autor volta-se para a atualidade e para a, pelo menos aparente, con-tradição entre a dimensão global dos seus problemas e muitas das respostas que se lhes oferecem, tantas vezes decalcadas das dife-rentes posições políticas perante a “Questão Social”, enquanto fe-nómeno histórico do séc. XIX, su-gerindo, no último capítulo, “Mu-dem-se os tempos, mudem-se as vontades”, a reiterada capacidade da humanidade para enfrentar e resolver a presente crise. K

www.ensino.euPublicidade

tes, entre estudantes e professo-res do ensino secundário, do en-sino superior e público em geral.

O objectivo do evento foi o do esclarecimento de questões sus-citadas por reportagens televisi-vas recentes onde eram noticia-dos os trabalhos de investigação que decorrem já há alguns anos nas termas da Sulfúrea - Cabeço de Vide e a relação recente entre esses trabalhos de investigação e as missões da NASA ao planeta Marte. K

Page 11: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 011

politécnico da Guarda mostra o seu valoripG EM aniVErsário

6 O Instituto Politécnico da Guarda tem um impacto significativo na região em que está inserido, o qual no ano de 2011, é de 24 milhões 648 mil 508,01 euros. Os núme-ros foram apresentados pelo presidente da instituição durante mais um aniversário do IPG, o qual se realizou no passado dia 3 de Dezembro. Constantino Rei, num discurso abrangente, demonstrou a importância do IPG no desenvolvimento da região em que está inserido.

Os números resultam de um estudo efetuado pelo próprio instituto. “Este valor corresponde a 1,6% do PIB de toda a região da Guarda (SE+BIN). Salienta-se assim que cada euro gasto pelo Estado português no financiamento do IPG produz um efeito mul-tiplicador, e gera 2,01 euros de atividade eco-nómica na região. Em 2011, estima-se que o número de indivíduos com atividade profis-sional atribuída à presença do IPG situava-se entre 7,3% e 10,9% da população ativa do distrito da Guarda”, disse.

O presidente do IPG lembra que o estudo, cujos resultados finais serão apresentados a curto prazo, “visou também tirar conclusões sobre a valorização do capital humano. As-sim, concluiu-se que, em valor total, os gra-duados pelo IPG, vão contribuir durante a sua vida ativa para os rendimentos do Esta-do na forma de impostos, com um total de 8 milhões 267 mil 368,89 euros. De acordo com os dados apresentados, o estado receberá aproximadamente sete milhões de euros provenientes do concelho da Guarda e 1,3 milhões de euros do concelho de Seia, devi-do exclusivamente aos graduados do IPG que permaneçam nas duas regiões. Se para além desta região considerarmos ainda a região Centro como contributiva e que retém 34% dos graduados pelo IPG, o impacto é ainda mais marcante”.

Constantino Rei salientou ainda que “es-tes valores têm apenas em consideração os alunos que permanecem na região e que responderam ao inquérito. Se tivermos em atenção ainda os alunos que se graduarão nos anos posteriores a 2011, os impostos totais a receber pelo Estado serão bastante superiores”.

O presidente do IPG explica que com este estudo pretende-se, sem demagogia, “mas com rigor e objetividade, sensibilizar e tentar convencer aqueles que ainda pensam que temos ensino superior a mais e pouco IPG.

Temos consciência que muito há ainda para fazer, mas não podemos menosprezar o que já fizemos”.

No seu discurso, Constantino Rei disse existir a convicção, “sobretudo entre os res-ponsáveis políticos com poder de decisão e também nos meios institucionais mais in-formados, uma perceção clara que qualquer reforma ou reorganização do ensino superior em Portugal não pode ser feita com base no encerramento de instituições de ensino su-perior e muito menos visando as instituições de ensino superior do interior do país”.

O presidente do IPG relembrou que “as instituições de ensino superior do interior do

país são absolutamente vitais para manter alguma coesão das regiões e não aprofundar ainda mais o fosso litoral-interior. Não são os poucos milhões que o Estado aqui gasta que resolverão os problemas de défice do país, nem estas instituições são geradoras de défi-ces, antes pelo contrário: são instituições di-nâmicas capazes de gerar riqueza e puxarem pelo país. É verdade que existem problemas, mas eles são transversais a toda a sociedade e a todos os setores. Não podemos contu-do acordar dia após dia nesta esquizofrenia coletiva de que tudo está mal, que vamos morrer ou que alguém nos vai liquidar e por isso não vale a pena esforçarmo-nos. Mais

6 A sessão solene do aniversário do IPG ficou marcada pela distinção dos docentes que terminaram o seu doutoramento e pela entrega dos prémios aos melhores alunos da instituição, os quais foram entregues pelo BES e pelo Ensino Magazine. O nosso jornal atribuiu uma bolsa de mérito ao aluno Hugo Esteves, do curso de Comunicação e Relações Públicas, com média de 15 valores.

A atribuição deste prémio Ensino Magazine surge no âmbito da política social do nosso jornal, a qual passa pelo apoio aos melhores alunos das instituições parceiras do Ensino Magazine. Este ano foram já entregues os prémios a alunos da Universidade da Beira Interior, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Instituto Politécnico de Portalegre e Instituto Politécnico da Guarda, estando ainda prevista a atribuição do prémio a um aluno do Insti-tuto Politécnico de Leiria. K

do que discutirmos os mais tenebrosos ce-nários, procuremos antes as soluções, seja-mos imaginativos e criativos, fortes e ousa-dos, humildes e trabalhadores”.

Sobre o número de candidatos ao en-sino superior, Constantino Rei diz estar-se perante um novo desafio e um novo público alvo. “Há cada vez mais jovens a conclu-írem o ensino secundário através de cur-sos profissionais e cada vez menos jovens que concluem o ensino secundário regular. O desafio que se nos coloca é pois o se-guinte: se há um desvio do ensino regular para o ensino profissional e um crescente aumento deste, se é intenção do governo promover ainda mais o aumento desta via de ensino, não estaremos aqui perante um novo público alvo para o ensino superior, em especial para o ensino politécnico que melhor e mais naturalmente se poderá afir-mar na fileira deste tipo de ensino? Não de-vemos pensar em novas formas de acesso para estes jovens que, seja por força de um sistema chamado “provas de ingresso”, seja por abandono, acabam, muitos deles, por não prosseguir estudos?”.

Constantino Rei, esclareceu que a ideia não é “de os Institutos Politécnicos ministra-rem os atuais cursos profissionais de ensino secundário, mas antes de explorarmos esta fileira como uma oportunidade para o ensino superior politécnico captar mais jovens”. K

Magazine atribuiu prémio

Publicidade

boas festas

Page 12: Ensino Magazine nº 178

012 /// DEZEMBRO 2012

“politécnicos podem chegar a mais público”João QuEiró no aniVErsário Do ip portalEGrE

6 O Secretário de Estado do Ensino Su-perior, João Queiró, considera que os ensino superior politécnico pode “chegar a mais pú-blico, através do ensino pós-secundário”. O governante falava durante as comemorações do Dia do Instituto Politécnico de Portalegre, as quais decorreram no final de novembro.

João Queiró referiu ainda que para o “desenvolvimento integrado do país e para o equilíbrio do território as instituições de ensino superior são fundamentais”. Sobre o Politécnico de Portalegre, o secretário de Es-tado referiu que a instituição enfrenta um problema comum a outras instituições, que é demográfico. “Esta é uma questão séria”, dis-se. Para aquele responsável, há fatores que devem ser tidos em conta, como a qualidade, a concentração do IPP em áreas que seja for-te e a articulação com outras instituições de ensino.

João Queiró falou à comunidade académi-ca depois de ter ouvido Joaquim Mourato. O presidente do IPP aproveitou a ocasião para recordar o trabalho efetuado pelo instituto. “No corrente ano, fruto do trabalho de toda a comunidade académica e de todos aqueles que com ela se relacionam, têm sido muitas as metas alcançadas, em alinhamento com o Programa de Desenvolvimento, aprovado para o período 2009-2012”.

Joaquim Mourato recordou que “a aposta na qualificação do corpo docente já começa a ter resultados. Desde o início do programa já triplicámos o número de doutorados e temos mais de 70 docentes em programas de dou-toramento, o que permite, em 2014, ultrapas-sar a barreira dos 50% do corpo docente com doutoramento. Este é um esforço enorme dos nossos professores que quero aqui realçar, porque o fazem garantindo, em simultâneo, a sua atividade normal de docência e de in-vestigação”.

A área da investigação também foi focada por Joaquim Mourato: “foram submetidas di-

os prémios foram entregues por diferentes entidades

Boas FestasPublicidade

versas candidaturas a projetos de I&DT, mais que duplicando o número de candidaturas apresentadas no ano anterior, destacando-se a apresentação de oito projetos à FCT. Além disso, foram submetidas e já aprovadas as candidaturas no âmbito do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia. O projeto da Bioenergia, com o valor global de 4,6 milhões de euros, foi aprovado parcialmente, tendo sido contratado um investimento elegível de 1,775 milhões de euros, cerca de 40% do valor global da candidatura. Também foi assinado o contrato de financiamento para a aquisição de equipamentos para o Centro de Atendimento

Veterinário, no valor de cerca de 50 mil euros. Esperamos que ainda neste Quadro Comuni-tário ou no próximo tenhamos o restante fi-nanciamento”.

Joaquim Mourato destacou “ainda o facto do IPP, no ranking ibero-americano SIR 2012, apresentar-se numa posição de destaque ao nível das Instituições Politécnicas, relativa-mente ao indicador Colaboração Internacional, com mais de metade das publicações do IPP a terem autores de vários países, o que torna muito significativa a internacionalização da in-vestigação do IPP.

Na área da divulgação e do empreendedo-rismo, Joaquim Mourato destacou a ENOVE+, Feira do Emprego e do Empreendedorismo, “ponto de encontro entre os estudantes e as empresas, evento que aconteceu este ano em Sousel e no próximo ano realizar-se-á em Campo Maior”. O Centro de Línguas e Cultura do IPP também mereceu referência com os seus 122 estudantes inscritos.

A cerimónia integrou ainda a divulgação dos resultados do programa IPP Saudável e a oração de sapiência, a cargo de Domingos Bucho, sobre “Elvas, património Mundial da Unesco: o significado da classificação”. O coordenador do dossier de candidatura abor-dou, de forma objetiva, a importância daquela classificação. K

prémios aos melhoresEnsino MaGazinE atribuiu bolsa DE Mérito

6 A entrega de prémios aos melhores diplomados da instituição constituiu ou-tro dos momentos altos da cerimónia. O Ensino Magazine, seguindo a sua política de premiar os melhores alunos, atribuiu um prémio monetário a Olímpia Nabo, a melhor diplomada do IPP com o grau de mestre. A mesma aluna recebeu também o prémio da Câmara de Portalegre. Miguel Dias recebeu o Prémio Delta Cafés, Herme-negildo Castanho o da Cidade de Elvas, Jo-ana Nobre o prémio Lusodata, e Nuno Leão o prémio Dr. Francisco Tomatas.

A Caixa Geral de Depósitos atribuiu pré-mios aos melhores alunos de primeiro, a

saber: Cláudia Dias, Pedro Livramento, Dia-na Sousa, Lorena Sousa e Joana Reis

No âmbito do prémio Boas Práticas no IPP, foram distinguidos com menção hon-rosa os seguintes projetos: iM – Portal dos Alunos (apresentado por Ana José, Carolina Santos, Naíde Neves, Paulo Canário e Pedro Rainho), Levantamento de Dados de Saúde no Concelho de Portalegre (Olga Louro, So-fia Roque e Andreia Silva), e Centro de Lín-guas e Culturas (Lucilia Candeias, Fátima Miranda, Joaquim Marchão, Aida Cordas, Júlia Ladeira, Margarida Dias, Maria do Car-mo Maridalho, Susana Dias, Amélia Canho-to, Teresa Coelho e Margarida Coelho). K

Page 13: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 013

assunção Cristas visitaEsCola supErior DE tECnoloGia Do Mar

6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar alia os recur-sos da região à ambição da forma-ção e investigação de excelência, realçou Assunção Cristas, ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, du-rante a visita que realizou no pas-sado dia 30 de novembro, àquela escola do Instituto Politécnico de Leiria, no âmbito do Grupo de Ação Costeira do Oeste.

“É necessário criar âncoras sóli-das para o desenvolvimento do mar enquanto recurso, e isto é possível, com base no dinamismo ao nível da investigação, por exemplo como a que vemos nesta excelente escola”, afirmou Assunção Cristas, exempli-ficando com o projeto Bubblenet (utilização de um “cerco” de bolhas para concentrar o pescado), desen-volvido naquela escola.

Nuno Mangas, presidente do Politécnico de Leiria, referiu que a instituição é “uma Escola de ex-celência, de facto, com um corpo docente muito jovem e qualificado, e perfeitamente integrado no ob-jetivo de dinamizar os recursos

marinhos e o turismo”, salientou, aproveitando ainda para, no encer-ramento da sessão, apresentar a Assunção Cristas a recente certifi-cação de qualidade de todas as li-cenciaturas da área do Turismo da ESTM pela Organização Mundial de Turismo.

Apelando à riqueza da região, António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche (CMP), afirmou que Peniche bem podia ser a sede do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, já que tem todos os recursos, a agri-

cultura, o mar, as florestas, e o Tur-ismo, exemplificando com o projeto de energia das ondas, desenvolvido neste município.

O Grupo de Ação Costeira do Oeste está integrado no Eixo 4 do Programa Operacional das Pescas integrado no Fundo Europeu das Pescas. Na sua visita, a ministra da Agricultura teve a oportunidade de conhecer, entre outros, os projetos de I&D do Grupo de Investigação em Recursos Marinhos e do Grupo de Investigação em Turismo, sediados na escola e financiados pelo GAC Oeste, do Governo Português. K

leiria junta-se à GalizaExploração Do potEnCial MarÍtiMo

6 O Instituto Politécnico de Lei-ria acaba de se associar ao Campus do Mar, um projeto que pretende explorar o potencial marítimo e oti-mizar os recursos existentes na Eu-roregião Galiza-Norte de Portugal. O acordo de colaboração, assinado a 7 de novembro, pretende contribuir para criar a maior concentração de talento em investigação marinha na Europa, além de impulsionar a cola-boração entre as instituições envol-vidas e desenvolver novos projetos dentro do Campus do Mar – Interna-tional Campus of Excellence.

A colaboração decorre da ten-tativa conjunta de dar força a este setor económico, de vital importân-cia para a Euroregião, em termos de docência, investigação, inovação, tecnologia e transferência de co-nhecimento. João Paulo Marques, vice-presidente do Politécnico de Leiria, representou a Instituição na assinatura do protocolo, e refere: “temos muitas coisas em comum com Espanha e com a região da Ga-liza, uma delas é o mar. Para nós re-presenta um potencial enorme, do ponto de vista económico, estraté-gico e científico, e esta parceria vem demonstrar também a reputação e reconhecimento que a nossa Esco-la Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, e o Grupo de Investigação em Recursos Marinhos, que agora passa a representar Portugal neste

projeto, têm vindo a granjear em Portugal e no estrangeiro”.

O acordo, que tem como obje-tivo final criar na Galiza um centro científico-tecnológico capaz de se transformar numa forte referência a nível internacional, permitirá a incorporação dos investigadores do Politécnico de Leiria nos clusters de I+D do Campus do Mar, e a co-operação em atividades docentes e em programas de doutoramento DO*MAR ou mestrado do Internatio-nal Campus of Excellence. Os inves-tigadores podem ainda participar por tempo indefinido na criação e desenvolvimento de programas, e na execução de projetos e contratos de investigação e desenvolvimento de projetos de divulgação científica. O acordo tem uma duração de qua-tro anos, podendo ser renovável.

O Campus do Mar – International Campus of Excellence é um projeto encabeçado pela Universidade de Vigo e promovido por três univer-sidades galegas, quatro universida-des do norte/centro de Portugal, do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha (CSIC) e pelo Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO), juntando os agentes socioeco-nómicos e os investigadores mari-nhos da Euroregião Galiza-Norte de Portugal, para explorar o potencial desta região e otimizar os recursos disponíveis. K

autoeuropa com ip leiriaQualiDaDE CiEntÍfiCa E liGação às EMprEsas

6 O diretor-geral da Volkswa-gen Autoeuropa, António de Melo Pires, quer reforçar a parceria en-tre a empresa e o Instituto Politéc-nico de Leiria, tendo-o afirmado durante a sua visita ao Laboratório de Engenharia Automóvel da Esco-la Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, a 27 de novembro.

Salientando a grande quali-dade científica e a forte ligação ao mercado de trabalho e às empre-sas, afirmou que esta parceria é do maior interesse para a Autoeu-ropa, e tem sido muito proveitosa, principalmente tendo em conta a sua ligação à região de Leiria, onde se localiza uma grande parte dos fornecedores da empresa.

A visita esteve integrada numa iniciativa dinamizada pela As-sociação Empresarial da Região de Leiria e pela D. Dinis Business School, e levou o diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa a conhec-er pessoalmente o Laboratório de Engenharia Automóvel, onde foi recebido por diretores, docentes e estudantes de licenciatura, mes-trado e CET nesta área. A apresen-tação do Instituto esteve a cargo do seu presidente, Nuno Man-gas, que destacou a dimensão e abrangência do Politécnico de Lei-

ria, as suas áreas de formação e caraterísticas ao nível científico e de ligação às empresas.

Nuno Martinho, coordenador da Licenciatura em Engenharia Automóvel, apresentou os vários graus de formação nesta área: a licenciatura que tem atualmente cerca de 200 estudantes, o mes-trado, com 40 estudantes, e o Curso de Especialização Tecnológi-ca (de nível V, com duração de dois anos), com cerca de 50 es-tudantes. O coordenador da licen-ciatura em Engenharia Automóvel

apresentou igualmente os diver-sos projetos desenvolvidos e em desenvolvimento no Laboratório, alguns deles, inclusivamente, usando tecnologia oferecida pela Volkswagen Autoeuropa. Referiu o estudo de eficiência de catali-sadores, estudos de aerodinâmica interior e exterior de veículos, efeitos da utilização de biodiesel em veículos, desenvolvimento de sistemas de admissão, crash tests e reconstituição científica de acidentes de viação, e ainda a atuação e instrumentação de um veículo automóvel para condução autónoma, projeto particular-mente destacado por António de Melo Pires.

Relativamente às parcerias da Engenharia Automóvel do IP Leiria, Nuno Martinho referiu diversas escolas e empresas portuguesas e estrangeiras, no âmbito das quais se desenvolve formação, trabalhos em ambiente empresarial, proje-tos de investigação, desenvolvim-ento de veículos de competição, e outro tipo de prestação de serviços a empresas. A empregabilidade de praticamente 100% do curso foi também salientada, apresentando casos de diplomados colocados em empresas de todo o mundo. K

leiria debate tecnologiasEDuCação

6 O Instituto Politécnico de Leiria recebeu, a 4 de dezembro, uma reflexão sobre o papel das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) na educação e aprendizagem, uma conferência organizada pela Fundação Francis-co Manuel dos Santos, no âmbito do ciclo de conferências “Questões chaves da educação”, e que visi-ta também as cidades de Lisboa e Porto. A organização explica a pertinência do encontro pelo papel que as TIC têm tido desde que “en-traram” nas escolas, e traz a Leiria três especialistas que analisarão se

estaremos de facto a utilizar bem as TIC em prol da aprendizagem. Jeroen Van Merriënboer, docente na Universidade de Maastricht, dis-cutiu o modo de conceber e utilizar recursos tecnológicos para pro-mover a aprendizagem, enquanto Secundino Correia, diretor peda-gógico da Cnotinfor, e João Paiva, docente na Universidade do Porto, abordaram as mais-valias das no-vas tecnologias para a aprendiza-gem, tanto por alunos com neces-sidades especiais, como por alunos do ensino básico e secundário na área das ciências. K

Page 14: Ensino Magazine nº 178

014 /// DEZEMBRO 2012

Gerir é no barreiro

projetos financiados

Dia Da GEstão Da Construção

politéCniCo DE portalEGrE

6 A Escola Superior de Tecnolo-gia do Barreiro promove, no dia 14 de dezembro, o Dia da Gestão da Construção, que surge associado à Licenciatura em Gestão da Constru-ção, que é única no país e em todo o espaço de Língua Portuguesa, e pouco usual na Europa, sendo coor-denada por Susana Lucas e Bogusla-wa Sardinha.

O evento pretende ser “uma plataforma de interação entre os diferentes agentes que atuam na área da Construção, nomeada-mente entre potenciais estudan-tes, empresas ou instituições do sector da construção”, explica a organização.

A manhã é dedicada a ativida-des no âmbito da Rede de Gestão, que consiste num jogo em que equipas de estudantes, potenciais estudantes e antigos alunos atua-rão em duas áreas intituladas Ges-tão de Risco e Gestor de Projetos.

6 Os projetos Bioenergia e Centro de Atendimento Veterinário Escolar/ Análises Clínicas Veteriná-rias, liderados pelo Instituto Poli-técnico de Portalegre, têm luz ver-de para avançar após a assinatura dos contratos de financiamento, no âmbito do Programa Operacional do Alentejo (2007-2013), que decor-reu a 12 de novembro, em Évora.

A criação dos projetos esteve integrada no quadro do Sistema Regional de Transferência de Tec-nologia e do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo que, pela primeira vez, juntou todas as ins-tituições de ensino superior da re-gião, bem como um conjunto alar-

À tarde são analisados os resul-tados, num painel intitulado Rede de Conhecimento, que envolve pro-fissionais da área que vão, por outro lado, apresentar as suas experiên-cias profissionais. Diversas entida-des já confirmaram presença, tais como a Associação Portuguesa de Gestão de Projetos, a EDP e o Grupo Lena, empresa portuguesa de âmbi-

gado de empresas e instituições de desenvolvimento regional, com projetos complementares e articu-lados.

O projeto Bioenergia, com um montante global da ordem dos cin-co milhões de euros, foi financiado em 1,5 milhões. Entre os seus obje-tivos visa desenvolver e implemen-tar, em termos industriais, tecnolo-gias economicamente viáveis, que permitam uma conversão eficiente de biomassa em combustíveis só-lidos, líquidos ou gasosos, energia elétrica e térmica. O Politécnico de Portalegre espera que, ainda no atual Quadro Comunitário de Apoio ou no próximo, possa ter lugar uma

to internacional que atua nas áreas Construção, Turismo, Automóveis e Inovação.

O dia termina com a Cerimónia de Entrega do Certificado à Escola Superior de Tecnologia do Barreiro como entidade formadora em Ges-tão de Projetos pelo representante do International Project Manage-ment Association. K

nova fase de financiamento, para a concretização total do projeto.

O Centro de Atendimento Vete-rinário Escolar/Análises Clínicas Ve-terinárias prevê um investimento de 50 mil euros e foi financiado em mais de 42 mil. Visa reequipar o Centro de Atendimento Veterinário Escolar e remodelar o Laboratório de Análises Clínicas, ambos sede-ados na Escola Superior Agrária de Elvas. Um dos objetivos passa por realizar e promover o desenvolvi-mento de atividades de investiga-ção e desenvolvimento, bem como a prestação de serviços na área das Ciências Veterinárias e Produção Animal. K

Publicidade

20 anos de vida

Cães de busca em Elvas

EnGEnharia CiVil EM VisEu

politéCniCo DE portalEGrE

6 O Departamento de En-genharia Civil da Escola Supe-rior de Tecnologia e Gestão de Viseu comemora este ano leti-vo, 2012/2013, o seu vigésimo aniversário, tendo organizado várias iniciativas de caráter téc-nico-científico, como conferên-cias, seminários e exposições no domínio da Engenharia Civil.

A iniciar o ciclo comemora-tivo, leva a efeito, no próximo dia 5 de dezembro, a partir das 14h00, o Seminário Novos de-senvolvimentos na reabilitação e construção sustentável. Os te-mas a tratar pretendem realçar a necessidade de incrementar

6 A Escola Superior Agrária de Elvas está a organizar o Seminá-rio “Cães de Busca e Salvamento”, que irá decorrer a 13 de dezembro. Da responsabilidade da Coordena-ção da licenciatura de Enferma-gem Veterinária, o evento conta com o apoio da Unidade Cinotéc-

o setor da reabilitação de edi-fícios apontando metas e cami-nhos a percorrer, bem como o recurso a soluções tecnológicas que possam aliar a eficiência energética à sustentabilidade dos materiais.

A parte final do seminário está reservada para as conclu-sões sobre as matérias aborda-das.

O evento é aberto a toda a comunidade, i.e., alunos e ex-alunos da ESTGV, técnicos e pro-fissionais do setor da constru-ção. K

Joaquim amaral _

nica de Resgate do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e da Equipa Canina de Resgate do Algarve. O seminário é gratuito e aberto à comunidade, sendo no entanto indispensável a inscrição uma vez que o número de lugares é limitado. K

Page 15: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 015

Mourato preside ao CcispprEsiDEntE Do ipp ElEito na GuarDa

6 O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, foi eleito, no passado dia 5, por maioria, presidente do Con-selho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Joaquim Mourato foi eleito na reunião do CCISP que decorreu no Instituto Politécnico da Guarda, com nove votos a favor, dos 16 elementos que compõem o colégio eleitoral, indicou o presidente ces-sante Sobrinho Teixeira, presidente do Politécnico de Bragança.

Segundo o responsável, no ato eleitoral foram ainda apurados quatro votos no nome do presiden-te do politécnico de Lisboa, Vicente Ferreira, um no dirigente do poli-técnico de Santarém, Jorge Justin0, um branco e outro nulo,

Em declarações aos jornalistas, o presidente eleito do CCISP disse que irá procurar dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor.

Joaquim Mourato referiu que Sobrinho Teixeira “deu tudo o que podia ao sistema” e que nos pró-ximos dois anos irá procurar “ter

toda a disponibilidade solicitada e necessária para ajudar a dar conti-nuidade” ao trabalho realizado.

Numa altura em que o país atravessa uma crise económica, o novo presidente do CCISP acredita no futuro dos Institutos Politécni-cos: “São instituições que estão mais fortes do que nunca e, por isso, o futuro só pode ser melhor”.

Apesar “dos tempos difíceis” promete trabalhar para que as ins-tituições de ensino superior que representa sejam “melhores ama-

nhã”.Observou que o sistema de

ensino superior “não é causa da dívida pública”, justificando que “cumpre com os seus orçamentos” e “não cria” défice.

“Os males deste país não re-sidem no ensino superior. Se o ensino superior está devidamente estruturado para as necessidades do país, é um esforço contínuo que temos feito” nesse sentido, disse.

Quanto ao futuro, Joaquim Mourato garante estar preparado

Publicidade

para discutir uma eventual reestru-turação da rede do ensino superior.

“Estamos muito interessados em encontrar a melhor solução para o país. Se passa por trans-formações na rede, cá estare-mos”, declarou.

Sobrinho Teixeira, presidente cessante do órgão que reúne os presidentes dos politécnicos do país, fez na ocasião um breve ba-lanço positivo do trabalho desen-volvido durante os seus mandatos.

“Dei o melhor que soube e pude para fortalecimento do en-sino superior politécnico e das regiões”, afirmou.

Joaquim Mourato tem 47 anos e é casado. Doutorado em Ciên-cias Económicas e Empresariais pela Universidade da Extremadu-ra (Espanha) e pós-graduado em Gestão Estratégica de Instituições de Ensino Superior, pela Univer-sidade Politécnica da Catalunha (Barcelona - Espanha), é, desde 2009, presidente do Instituto Po-litécnico de Portalegre e, desde 2000 a essa data, administrador do mesmo instituto. K

inClusão EM lEiria

T O Instituto Politécnico de Leiria e a Câmara Municipal de Lei-ria vão celebrar a solidariedade com a realização da III Gala da Inclusão, a 8 de dezembro, pelas 21h30, no Teatro José Lúcio da Silva, em Lei-ria, onde será feita a oferta formal dos brinquedos que foram recolhi-dos e adaptados para crianças com necessidades especiais no âmbito da campanha “Mil brinquedos, mil sorrisos”. Este evento conta com Alto Patrocínio da Primeira Dama, Maria Cavaco Silva, e, nesta edição, os brinquedos revertem para Equi-pas locais de Intervenção Precoce da Zona Norte, e serão entregues simbolicamente à Subcomissão Re-gional Norte de Intervenção Preco-ce. A III Gala da Inclusão pretende comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, e distinguir boas práticas na área. K

Page 16: Ensino Magazine nº 178

016 /// DEZEMBRO 2012

Moedas inaugura EstiG

beja ganha sete estágios

aniVErsário Do ipbEJa

lEonarDo Da VinCi

6 O Secretário de Estado Ad-junto do Primeiro Ministro, Carlos Moedas, inaugurou, no último mês, as novas instalações da Es-cola Superior de Tecnologia e Ges-tão de Beja. A cerimónia esteve integrada nas comemorações de mais um aniversário do Instituto Politécnico de Beja, onde o seu presidente sublinhou a impor-tância que a instituição tem na região.

Vito Carioca aproveitou a inau-guração da escola, para lembrar que a ESTIG tem 1200 alunos, os quais estão distribuídos pelas li-cenciaturas, mestrados e cursos de especialização tecnológica.

Já o Secretário de Estado des-tacou o contributo que o ensino superior politécnico pode dar a Portugal, para que este saia da crise.

No entender daquele membro do Governo, os politécnicos “por

6 O Politécnico de Beja acaba de ver aprovada a sua candidatura ao Programa Leonardo da Vinci, o que lhe garante a realização de sete estágios, de seis meses cada, num financiamento total da ordem dos 38 mil euros.

Os diplomados do Politécnico de Beja que estejam interessados em apresentar a sua candidatura na primeira fazem, devem fazê-lo até 31 de Janeiro, prevendo-se que os estágios tenham início em Abril próximo. Os selecionados poderão beneficiar de uma experiência pro-fissional de qualidade em contexto internacional, favorecendo o desen-volvimento de competências profis-sionais e pessoais, a mobilidade e a sua integração no mercado de trabalho europeu.

Para além dos benefícios dire-

terem base regional e vocação pedagógica, conseguem respon-der de forma mais direta, rápi-da e eficaz às necessidades das comunidades e empresas, «têm um lugar central na criação de uma economia mais equilibrada e mais amiga das empresas que geram crescimento e emprego”.

Carlos Moedas abordou tam-

tos para os estagiários, em termos pessoais e profissionais, este pro-jeto terá um impacto ao nível do desenvolvimento da região, na medida em que favorece a inte-gração de técnicos qualificados no mercado de trabalho europeu, po-tenciando o desenvolvimento de parcerias e sinergias internacionais bem como uma cultura de qualida-de e a interculturalidade

Para o Instituto Politécnico de

bém a questão da crise económi-ca que o país atravessa, deixan-do a ideia de que “os institutos politécnicos, pelos serviços que prestam, serão sempre parte da solução e não do problema, con-tribuindo para que Portugal saia da crise de forma rápida e com melhores capacidades para com-petir”. K

Beja, a possibilidade de colocar os seus diplomados em estágios pro-fissionais internacionais e de de-senvolver uma plataforma web de comunicação e acompanhamento, significa aprofundar a internacio-nalização dos curricula, inovar as práticas e metodologias utilizadas, desenvolver parcerias assentes nas TIC e estimular o empreendedoris-mo e a dinâmica internacional dos cursos, alunos e docentes. K

beja já é membro

Viseu com aviação

talentos na EsE

rEDE portuGuEsa Do tErritório

ipV

CastElo branCo

6 O Instituto Politécnico de Beja formalizou, a 26 de Novembro, a sua adesão à Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território – Instituto do Território, na sequência de um convite que lhe foi endereça-do em Abril.

A presidência do Politécnico considera que os objectivos do Ins-tituto do Território se enquadram na sua missão institucional, e a adesão a esta Rede irá permitir estabelecer um conjunto de parcerias estratégi-cas com as instituições que a inte-gram, potenciando as capacidades científicas e tecnológicas instaladas,

6 O curso de Turismo da Esco-la Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu organizou uma palestra sobre Aviação Comercial a 30 de novembro. A palestra esteve in-serida nas Jornadas de Turismo, uma organização deste curso da

6 Os alunos do 2.º ano do curso de Desporto e Atividade Física pro-moveram, no dia 24 de novembro, no auditório do IPCB/Escola Superior de Educação a ação de formação “Scouting – Observação de Equipas e Jovens Talentos”.

Perante uma plateia de cerca de uma centena de participan-tes, João Sá Pinho, Pedro Malta e Vasco Guerra, que desenvol-vem um trabalho de prospeção de talentos e de análise de jogo para clubes nacionais e interna-cionais de nomeada, foram os

em prol do desenvolvimento do território nacional, em particular do território de baixa densidade onde se insere.

A adesão a esta Rede será mais um instrumento através do qual o Politécnico pretende co-locar ao serviço da região as ca-pacidades técnico-científicas da sua comunidade académica, e a investigação que esta tem desen-volvido, através de um processo de transferência de conhecimen-to, que se poderá constituir como uma mais-valia para a administra-ção do território e fomento. K

Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, que vai decorrer ao longo de todo o ano letivo. Já a 12 de novembro realizou-se a pri-meira iniciativa no âmbito destas jornadas, alusiva à temática Ver-tentes da Animação Turística. K

especialistas que apresentaram comunicações.

Esta iniciativa foi a primeira de um ciclo de Formações que engloba ainda as ações “Treino Funcional na Prevenção de Le-sões”, que irá decorrer no dia 8 de dezembro, e “Treino de Guar-da-redes”, a 15 de dezembro.

Estas ações estão inseridas no âmbito da unidade curricular de Projetos e Eventos Desporti-vos e contam com o apoio dos professores da área científica de Desporto e Bem estar. K

publicidade

Page 17: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 017

Page 18: Ensino Magazine nº 178

018 /// DEZEMBRO 2012

Católica vence no Cine

beja solidária

fEstiVal EM CastElo branCo

i EnContro DE tunas

6 A Tuna da Universidade Ca-tólica Portuguesa, do Porto, ven-ceu o Festival Internacional de Tunas Universitárias da Cidade de Castelo Branco, que subiu ao palco do Cine Teatro Avenida em novembro. A organização da Es-tudantina Académica de Castelo Branco vai no sexto ano e juntou cinco tunas a concurso. A Católica do Porto ficou com o maior pré-mio da noite e ainda o de melhor pandeireta. Mas o maior número de prémios foi para a Luz&Tuna, da Universidade Lusíada de Lis-boa. Ao todo foram quatro: se-gunda melhor tuna, instrumental, porta-estandarte e tema original.

A ESTuna, Tuna de Engenharia da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, alcançou o prémio de tuna mais tuna e a Estudantina Académica da Madeira o de me-

6 Tuna Feminina Universi-tária de Beja, em parceria com o Instituto Politécnico de Beja, promoveu, a 27 de Novembro, o I Encontro de Tunas - Solidário, no Auditório I do Instituto Poli-técnico de Beja. Estiveram pre-sentes neste evento as tunas da Cidade de Beja, a “ESE’s Tu-

lhor serenata, que decorreu na noite anterior na igreja de Santa Maria, no Castelo.

Para os espanhóis da Tuna de Derecho de Valladolid foi o prémio de melhor solista.

A noite abriu ao som da Tuna da Universidade Sénior Albicas-trense e pelo cine teatro passou ainda a Tuna de Veteranos de La

nis“ – Tuna Académica da Escola Superior de Educação de Beja, “Ma’Estig’ama Tuna” – Tuna Académica Masculina da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja, “Semper Tesus” – Tuna Académica da Escola Superior Agrária de Beja, “TAEB” – Tuna Académica de Enfermagem de

Coruña, da Galiza. Um dos momentos da noi-

te ficou reservado para a atu-ação da Estudantina Académica de Castelo Branco, que parou a meio para um pedido de ca-samento em palco. Um pedido que apanhou de surpresa um dos elementos da tuna, que dis-se sim. K

Beja, “TUB” – Tuna Universitária de Beja e “TFUB” - Tuna Femi-nina Universitária de Beja. Sa-lienta-se ainda, que este evento conta também com a especial participação do grupo musical Adiafa. Com este evento foram angariados bens alimentares e artigos de higiene pessoal. K

Publicidade

Cartoon: Bruno Janeca HArgumento: Dinis Gardete _

Desertuna faz 10 anos

Coimbra contra cobrança

ubi

paGaMEnto CoErCiVo

6 A Desertuna – Tuna Académi-ca da Universidade de Beira Interior completou dez anos no passado 20 de novembro. Ao completar uma década de sucessos, de muitos pré-mios ganhos e de muito reconheci-mento, Simão “Ranger do Texas” Lo-pes, atual ensaiador da Desertuna, mostra-se satisfeito por ser o res-ponsável pela parte musical nesta data tão importante para a Tuna. A Desertuna é uma “família de ami-

6 A Associação Académica de Coimbra (AAC) repudiou a cobran-ça coerciva de propinas, anunciada pela Autoridade Tributária e Adua-neira, considerando que o Estado não tem “autoridade moral” para agir dessa forma, sobre quem tem menos recursos.

Em comunicado, a direção da AAC, liderada por Ricardo Morgado, refere que a decisão da autoridade fiscal merece “o total repúdio”.

“Numa altura em que as dificul-dades financeiras dos alunos e das suas famílias se tornam cada vez maiores, torna-se incompreensível este tipo de ações por parte das autoridades nacionais, e reforça-se a incompreensão dos estudantes pelas medidas tomadas”, lê-se no documento.

gos” muito reconhecida pela Uni-versidade da Beira Interior, sendo uma das tunas mais acarinhadas.

O ensaiador refere ainda que os fundadores da Desertuna tiveram um trabalho muito importante e no-tório ao “mostrar sempre a solidez e os princípios da tuna”, fazendo com que ao longo dos anos essa tradição nunca se tenha perdido.K

lara silva _

A maior estrutura académica do país considera que “o Estado por-tuguês não tem autoridade moral para agir de forma coerciva sobre aqueles que têm menores recursos, principalmente quando é o primeiro a falhar e a desresponsabilizar-se das suas funções constitucional-mente previstas”.

“Se um estudante não cumpre no pagamento da sua propina ou abandona a sua instituição por ca-rência financeira, vai o Estado agir sobre alguém que não tem condi-ções, por falta de resposta do pró-prio Estado para aceder a um direi-to básico como a educação? Ou vai atuar sobre o seu agregado que não tem também condições para custe-ar a sua frequência?”, questionou a AAC. K

Page 19: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 019

Page 20: Ensino Magazine nº 178

020 /// DEZEMBRO 2012

património Cultural subaquático

novo concurso na ubi

pEnsar, Criar, aGir…. EM DEfEsa DE uMa hErança Cultural Da huManiDaDE

pontEs DE EsparGuEtE

6 Entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918, milhares de embarcações foram afundadas no decorrer da 1ª Grande Guerra e mil-hões de pessoas perderam as suas vidas durante este conflito. As ilhas Atlânticas assumiam-se então como importantes pontos estratégicos no domínio das comunicações. Desde então, um considerável conjunto de testemunhos e de sítios históricos permanecem submergidos. Este património cultural subaquático é uma valiosa herança cultural da hu-manidade, no entanto, apenas pas-sou a usufruir de um instrumento internacional de proteção a partir da adoção pela UNESCO, em 2001, da Convenção sobre a Proteção do Património Cultural Subaquático.

O 100º Aniversário da Primeira Grande Guerra é, por isso, uma oportunidade para desenvolver ações que permitam contribuir para preparar melhor os jovens para enfrentarem os desafios de um mundo cada vez mais global e com-plexo. Designadamente, torna-se fundamental consciencializar para os aspetos humanitários resultantes deste conflito e para o património cultural subaquático em sítios sub-mersos.

6 A 11ª edição do concurso Pontes de Esparguete Humberto Santos, promovido pelo Depar-tamento de Engenharia Eletro-mecânica da Universidade da Beira Interior, juntou este ano 46 pontes a concurso. O primeiro classifica-do atingiu o valor de 76 quilos e 900 gramas, peso suportado pela ponte vencedora na categoria de resistência.

O concurso realizou-se no dia 29 de novembro, na Faculdade de Engenharias da Universidade da Beira Interior. Marco Canário, antigo aluno de Engenharias Elec-tromecânica, foi o vencedor, pela sexta vez, ao apresentar uma

6 O docente do Politécnico de Setúbal e colaborador do Ensino Magazine, Luís Souta, acaba de edi-tar o seu livro de poesia (des)AM-ARRA, numa edição da Bubok.

O livro pode ser adquirido, na versão papel ou em e-book, no site http://www.bubo.pt. K

luís soutalança livrode poesia

sEtúbal

Os desafios colocados por uma sociedade diversificada, caracter-izada por complexas interações, com problemas sociais múltiplos, associados a conflitos difíceis, exi-gem uma cidadania cada vez mais ativa. O património (em particular o património cultural) deve ser con-siderado como um meio para alca-nçar o desenvolvimento humano, promover a diversidade cultural e

ponte construída com 300 gramas de esparguete e que suportou 76 quilos e 400 gramas.

O ex-aluno, que dedicou 30 horas à construção da sua ponte, confessa que “a participação em edições anteriores ajuda a con-struir uma ponte melhor nos anos seguintes, através da análise das fragilidades do trabalho realizado”. Para si, o segredo da vitória está “na construção de uma ponte si-métrica e na colocação de mais massa para construir uma ponte estável”, pois a maior dificuldade é a compressão do esparguete. Marco Canário é também o atual detentor do recorde de 108 quilos,

estimular o diálogo intercultural, constituindo assim parte integrante do modelo de desenvolvimento económico baseado nos princípios da utilização sustentável dos recur-sos (Conselho da Europa 2005).

À escola assiste o dever de pro-curar respostas flexíveis e adapta-das a este mundo em mudança. A era da comunicação e da informa-ção exige que a escola recrie um

obtido há dois anos. “A atual ponte não atingiu os mesmos valores por se tratar de uma ponte diferente, com um desenho diferente e que está pela primeira vez em experi-mentação”, explicou o vencedor.

Marco Canário será pelo se-gundo ano consecutivo o repre-sentante de Portugal no concurso internacional de Pontes de Espar-guete “RECCS 2013 - World Champi-onship in Spaghetti Bridge”. O pro-fessor mostra-se confiante com a representação e acredita que com “os conhecimentos adquiridos ao longo destas edições é possível fazer uma boa figura a representar Portugal no estrangeiro”.

ambiente de aprendizagem, rico em recursos, onde haja acesso às novas tecnologias de comunicação, carac-terizada pela interatividade.

No Colégio Valsassina prossegui-mos um ideal educativo que pro-cura compatibilizar com a vida em sociedade e, por isso, promovemos uma educação para a diferença, uma educação para a mudança, uma educação globalizante. A par-

ticipação na rede internacional SEA-UNESCO permite às escolas partil-harem informações e experiências ente si. Neste contexto, pretendem-os elaborar um blogue para publica-ção de trabalhos relacionados com o património cultural subaquático em sítios submersos resultantes da 1ª Grande Guerra. Este blogue de-verá assumir-se como o elemento central do trabalho realizado pelo Colégio Valsassina e escolas parcei-ras de Cabo Verde.

O recurso às Tecnologias de In-formação e de Comunicação facilita o acesso a diferentes fontes de con-hecimento, potencia a interdiscipli-naridade, promove o pensamento sobre si mesmo (metacognição), motiva os alunos, reduz “distân-cias” entre alunos de diferentes escolas e países e facilita a trans-missão de informação.

Está aberto assim um caminho para Pensar, Criar, Agir… de forma a contribuir para a formação de jovens com pensamento crítico, inquietos, curiosos e interventivos no contexto de uma educação para a cidadania, para a paz e a preservação do pat-rimónio cultural subaquático. K

João Gomes _(Coordenador SEA UNESCO/Colégio Valsassina)

publicidade

Quem também já não é uma estreia nas vitórias é Igor Costa, aluno de Arquitetura que, à semel-hança do ano passado venceu as Pontes de Esparguete na categoria de Estética. Na edição deste ano o vencedor utilizou massa de três cores (branco, laranja e verde).

Pedro Gaspar Dinis, um dos re-sponsáveis da organização, fala de “um entusiasmo crescente de ano para ano”. Considera este evento é “uma prática motivadora para os alunos, que podem executar al-guns conhecimentos que adquirem nas disciplinas”. K

Eugénia inácio _

Page 21: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 021

o país do faz de conta

os passos da educação…

EDitorial

priMEira Coluna

7 Faz de conta que somos um país. O Ministro da Educa-ção não dispensou (despediu?) cerca de 30 mil professores (co-laboradores?), num só mês. Que se tratava de gente qualificada, experiente, e de dádiva diária. Faz de conta que tudo isto não se passou no grupo socioprofission-al europeu em que há mais ca-sais no exercício da mesma pro-fissão. Faz de conta que qualquer notícia de um despedimento de tal monta, em qualquer empresa mundial, mesmo a ser aplicada apenas para próximos dois ou três anos, não seria notícia de ab-ertura de todos os telejornais do mundo, dito, ocidental… Por aqui, faz de conta que foi considerada uma mera medida de ajuste do sistema educativo. Faz de conta que essa medida foi sustentada em qualquer relatório de uma qualquer comissão de avaliação externa, independente e credív-el… Faz de conta que a OCDE não disse, nesse mesmo dia, que o número de alunos no básico e secundário tinham aumentado em Portugal em 70 mil. Faz de conta que, no mesmo dia, o Min-istro da Educação não disse que os estudantes tinham diminuído em 200 mil.

Faz de conta que a EU não nos obriga a aumentar para 40% o número de diplomados no ensino superior, entre os 30 e os 34 anos, até 2020. Por isso mesmo, faz de conta que não vivemos num país em que inúmeros pais dos nossos alunos ainda têm menos habilita-ções académicas do que os seus filhos. Faz de conta, ainda, que já não há alunos com avós analfabe-tos. Faz de conta que não se reduz-iram as actividades, os currículos e horas curriculares nas escolas, para provocar fictícios excedentes de professores e de educadores. Faz de conta que, actualmente, os professores não fazem um pouco de tudo, menos o que deveriam (e sabem) fazer: isto é, ensinar, edu-car, orientar e promover o desen-volvimento dos seus alunos.

Faz de conta que não há escolas onde se morre de frio. Assim como não há escolas com novíssimo aquecimento central e ar condicio-nado topo de gama, mas que am-bos estão desligados… por falta de verbas orçamentais para pagar as contas à EDP/GALP. Faz de conta que não há estudantes com fome nas aulas, e que o ensino já é tão gratui-to que ainda querem que ainda seja mais bem pago. Faz de conta que os professores podem (devem?)

ficar em casa, desocupados, num país onde ainda falta muita escola, cultura, aprendizagem da cidadania e, sobretudo, apoio a alunos com necessidades educativas especiais e a grupos socioculturais altamente carenciados e diferenciados.

Faz de conta que o ministro não tem os corredores do seu ministério apinhados de asses-sores de duvidosa proveniência e que não é imune aos grupos de pressão, sobretudo os que tentam repartir o bolo entre o público e o privado. Faz de conta que os rankings das escolas traduzem a real e verdadeira situação des-sas organizações educativas, na sua globalidade. Faz de conta que não temos uma das redes euro-peias mais pequenas de ensino superior público e que os ditos mega agrupamentos não se ba-seiam em medidas de caracter exclusivamente orçamental. Faz de conta que os professores não têm que fazer centenas de horas extraordinárias não remuneradas, e adicionalmente, tenham que pagar os transportes públicos para se deslocarem, diariamente, para o seu local de trabalho, ao con-trário de outros grupos sociopro-fissionais do Estado. Faz de conta que os docentes nunca souberam

o que significava a expressão mo-bilidade geográfica e profissional e que Portugal não está a custear a formação dos seus jovens para que outros países os acolham, já formados, e sem qualquer custo adicional. Faz de conta que os melhores e mais capazes, regres-sam logo que podem, em recon-hecimento do esforço que a pátria por eles fez. Faz de conta que não temos ministros e secretários de estado que não fazem a mínima ideia do que é estudar e obter um diploma a sério (com trabalho, sacrifício, suor e, quantas vezes, até lágrimas…).

Faz de conta que o país não exige demais, sobretudo às fran-jas sociais mais fragilizadas. Aliás, sabe-se, que a primeira coisa que um governante faz quando tem um familiar doente é correr para as urgências do hospital pú-blico mais próximo, ou integrar a fila das 8 da manhã do centro de saúde do seu local de residência. Faz de conta que os governantes se fazem deslocar em veículos que estariam ao alcance do seu orça-mento familiar, se fossem comuns cidadãos. Faz de conta que os professores e a educação não são considerados em todos os relatóri-os internacionais como o melhor

7 As declarações do Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, de que a Constituição da República Portuguesa permite mais alterações às funções do Estado no sector da educação do que no da saúde, deix-ando no ar uma hipótese (que viria a desmentir quatro dias depois em Cabo Verde?!) de que há “margem de liberdade, na área da educação, para poder ter um sistema de finan-ciamento mais repartido entre os ci-dadãos e a parte fiscal directa que é assegurada pelo Estado”, colocaram o ensino obrigatório na mira do me-diatismo.

Portugal vive uma das piores crises económicas (e prepara-se para enfrentar uma das maiores cri-ses sociais dos últimos 30 anos) e, por vezes, quem manda esquece-se que de que é preciso saber ouvir

o povo. É certo que em épocas de crise todas as medidas anunciadas no sentido de cortar isto e aquilo (desde que não nos toque a nós) são sempre bem vistas. Mas o en-sino obrigatório toca-nos a todos e dificilmente o futuro de Portugal aguentaria algum tipo de propina encapotada no ensino obrigatório. Digo Portugal, porque é do futuro do país que se está a falar. Um país sem qualificação é um país conde-nado ao fracasso e repartir (ainda mais, pois a educação também já, nesses níveis, é suportada pelos contribuintes) por quem tem filhos em idade escolar obrigatória, é as-sinar uma guia de marcha rumo à desqualificação e ao abandono es-colar (o qual mesmo sem as ditas medidas continua em níveis muito elevados).

bem de cada país e apontados como O recurso indispensável ao progresso dos povos. Faz de conta que não somos um país nas mãos dos “Jotas”, formados no espírito corporativo da fidelidade cega ao chefe e da ascensão fácil, quantas vezes por desmérito.

Por tudo isto, o nosso ministro vai dando uma no crato, quando diz que os professores (ainda) são necessários ao desenvolvimento, e outra na ferradura, quando quer ostentar publicamente o preço por aluno, sem base em critério uni-versalmente aceite e estabelecido por entidade idónea.

Somos o país do vai andando, o país do outro lado do espelho. Mas também somos o povo do faz de conta onde, um dia, se acorda e se percebe que, afinal, já toda a gente percebia o que todos nós também já tínhamos percebido, e que eles teimavam em querer que a gente fingisse que ainda não percebera. Perceberam?! K

João ruivo [email protected]

Este texto não segue o novo Acordo

Ortográfico _

Menino Jesus. O Pai Natal é que é bom. Mas também ele já con-heceu melhores dias, não há din-heiro para as prendas e, a pouco e pouco, começa a pensar-se noutro tipo de ofertas que consigam mel-horar a auto-estima de quem en-sina e de quem aprende. Se calhar isso já nem o Menino Jesus, nem o Pai Natal conseguirão fazer. Mas o mais certo é terem percebido mal as minhas palavras… Um bom Natal para todos. K

João Carrega [email protected]

Este texto não segue o novo Acordo

Ortográfico _

Felizmente todos percebemos mal as palavras do Primeiro Min-istro. Há noites assim. Os jogos de palavras levam a que isso acon-teça, mas Pedro Passos Coelho já afastou a ideia de que não haverá esse acréscimo de custos. Então, perguntam-nos, não há problema no sector educativo? A resposta é clara. No sector educativo há sem-pre problemas e quem sofre somos todos enquanto sociedade. As re-gras de avaliação dos alunos são mudadas a meio do jogo pela tute-la, a questão dos mega agrupamen-tos continua na ordem do dia com reuniões entre escolas e nas di-recções regionais de educação, para ver quem fica com o melhor casa-mento. Como se por trás da criação dessas mega estruturas houvesse outra intenção que não fosse cortar

na despesa e reduzir postos de tra-balho. Como se despedir ou colocar em listas de futuros despedimentos (juridicamente a palavra não será essa, mas na prática é quase a mes-ma coisa) pessoas fosse bom para alguém. Como se colocar mais alu-nos por turma melhorasse o ensino (há sempre rankings internacionais que nos dizem que no país A até há mais alunos que cá e que os resul-tados são bons, mas esquecem-se de fazer o real diagnóstico desse mesmo país).

O silêncio, por parte de quem por menos juntou centenas de milhares de docentes em Lisboa, é aterrador, quase tanto como o medo que uma grande parte dos professores vive na escola, com receio do amanhã. Já nem o Natal é como era. Agora ninguém fala no

www.ensino.eu

Page 22: Ensino Magazine nº 178

022 /// DEZEMBRO 2012

Publicação Periódica nº 121611Dep. Legal nº 120847/98

Redacção, Edição, AdministraçãoAv. do Brasil, 4 R/C

Apartado 262Telef./Fax: 272324645

6000-909 Castelo [email protected]

Director FundadorJoão Ruivo [email protected]

DirectorJoão Carrega [email protected]

EditorVitor Tomé [email protected]

Editor GráficoRui Rodrigues [email protected]

Serviço Reconquista:Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata

Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ri-beiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael.

Guarda: Rui AgostinhoCovilhã: Marisa RibeiroViseu: Luis Costa/Cecília MatosPortalegre: Maria BatistaÉvora: Noémi Marujo [email protected]: Jorge Azevedo [email protected] Nuno Dias da SilvaParis: António NatárioAmsterdão: Marco van Eijk

EdiçãoRVJ - Editores, Lda.Jornal Reconquista

GrafismoRui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda.

SecretariadoEugénia SousaFrancisco CarregaRogério Ribeiro

Relações PúblicasCarine Pires [email protected]

Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Car-los Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Flo-rinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mes-quita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joa-quim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Jan-eca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Ma-ria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nas-cimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susa-na Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos

Contabilidade: Mário Rui Dias

Propriedade:RVJ - Editores Lda.NIF: 503932043Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social)Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/AnoEmpresa Jornalistica n.º221610Av. do Brasil, 4 r/c Castelo BrancoEmail: [email protected]: 20.000 exemplaresImpressão: Jornal Reconquista - Zona In-dustrial - 6000 Castelo Branco

universidad y estado del bienestar en la Europa del sur

proyecto señala la dificultad para emprender

CróniCa salaManCa

uniVErsiDaD DE salaManCa

6 Un ciudadano de a pie de la Europa del Sur en los últimos cinco años viene percibiendo y sufriendo en carne propia la disminución de su salario, los efectos de la terrible plaga del paro que le afecta de lleno o le rodea, la sensación generali-zada de parón social, de riesgo de pérdida de servicios públicos bá-sicos (o severa disminución de su oferta y calidad), como la atención social, las pensiones, la educación pública, la universidad pública, la sanidad para todos de carácter pú-blico. Es decir, los llamados pilares principales del Estado del Bienestar, que representan una de las señas de identidad de la Unión Europea, si se compara con otros continen-tes y modelos sociales, comienzan a resentirse, a aparecer en peligro, a dudarse de su continuidad.

En concreto, la universidad pública, que es el modelo de edu-cación superior de mayor tradición, peso y representatividad en la Eu-ropa del Sur (principalmente Grecia, Italia, Francia, España y Portugal) está sufriendo un ataque frontal por parte de los gobiernos conservado-res que gestionan la crisis financie-ra iniciada en Estados Unidos desde 2007 (así ocurre con los actuales de Italia, España, Portugal, Grecia).

Nuestras universidades públi-cas están siendo sometidas cada día de los últimos años al bloqueo y a un bombardeo de actuaciones di-rigidas a desestabilizar su funciona-miento y modelo: bloqueo total de las plazas de funcionario que han de salir a concurso, cierre total a la posibilidad de contratar nuevos pro-fesores, fomento de las jubilaciones de funcionarios de más nivel y larga trayectoria, disminución de salarios

6 Un estudio llevado a cabo entre los estudiantes de la Universidad de Salamanca Jor-ge Velerdas y Leyre Zaldívar y Kier Ferris y Fincham Michael, por parte de la Universidad de Leeds, establece las dife-rencias entre el modelo de negocio familiar y la actividad emprendedora entre España y Reino Unido. Este proyecto ha contado con la colaboración de Banco Santander, la Cátedra de Empresa Familiar de la Univer-sidad de Salamanca y el “Leeds Entreprise Centre” de la Uni-

y de poder adquisitivo superior al doce por ciento en tres años, eli-minación de la paga extraordinaria, supresión o drástica disminución de los programas sociales de fomento de la igualdad en el seno de las universidades, frontal ataque a la investigación (sobre todo en cien-cias sociales y y humanidades) dis-minuyendo los capítulos de proyec-tos de investigación y de partidas asignadas para nuevos y jóvenes investigadores, paralización total de los capítulos de inversiones para nuevos edificios o su rehabilitación, suspensión plena de los puestos y contratos de personal no docente, disminución de las becas para es-tudiantes (las de protección, movi-lidad interna, Erasmus), incremento de tasas y de coste de matrícula, su-presión de programas de mejora de instrumentos de investigación como laboratorios, bibliotecas y prácticas, proyectos en firme para degradar la enseñanza universitaria, para reor-ganizar campus, facultades, depar-tamentos, grupos de investigación.

En fin, el listado de barbari-dades y afrentas cometidas ( y las que parecen estar a punto de llegar) contra las universidades públicas es de tal calibre que puede conside-rarse como la más brutal agresión contra la educación superior de los países europeos antes citados, y en especial España, en toda su histo-ria contemporánea. Mientras tanto, todo son felicitaciones y apoyos a las universidades-empresa, a las universidades confesionales, a las privadas, que se van frotando las manos todos los días, a costa cierta-mente de los derechos incumplidos y fracasados de miles de ciudada-nos que van a ver incumplidas sus

expectativas de promoción social a través de la universidad pública.

Lo que ocurre con estas polí-ticas de dura y brutal reconversión capitalista de nuestra universidad es una parte no pequeña de ese proceso de desmantelamiento del modelo social representado en Eu-ropa por el modelo del estado del bienestar que ha garantizado en Europa democracia y paz social des-pués de la segunda guerra mundial, y en España y Portugal inmediata-mente después de las largas dicta-duras fascistas que finalizan en los años setenta del siglo XX.

Ahora, como vamos sintien-do y lamentando todos los días, comienzan a crecer los estados permanentes de pobreza entre mi-llones de ciudadanos, pero dentro de muy poco tiempo, si no es ya, crecen los grados de dependencia científica e intelectual del exterior de Europa, decae el nivel cultural medio de la sociedad, se incremen-tan las respuestas sociales de des-afecto a la democracia y el culto a los líderes cargados de elementos soteriológicos. Es un panorama de-solador, ciertamente.

Pero ello no debe evitar que postulemos una defensa numan-tina de nuestros logros y derechos adquiridos dentro de las universida-des, y sobre todo para el conjunto de la sociedad, en particular los de-rechos más perentorios y básicos. El mundo social que hemos cons-truido y disfrutado no representa el paraíso, pero sí niveles elevados de dignidad humana y democracia, donde los derechos quedan salva-guardados. De ahí emerge la necesi-dad de su defensa.

Hace unos días la Universi-

dad de Salamanca, en su sesión de claustro general, aprobó por unani-midad una declaración institucional en defensa precisamente del Estado del Bienestar, al tiempo que de to-dos los proyectos propios impres-cindibles para su avance docente, científico, investigador, social, y al fin democrático. Es una llamada de atención y una denuncia explícita frente a tanta agresión que campea impunemente desde los cuadros de una política de profesionales parlamentarios y gobernantes com-pletamente desautorizados por la incompetencia y la corrupción de muchos de ellos. Desde las aulas y laboratorios, desde las bibliotecas y las palestras, en seminarios y con-ferencias, desde la calle cuando sea preciso, no podemos renunciar a la denuncia, a la defensa pacífica de un modelo de universidad pública y democrática, para todos, de to-dos los sectores sociales, géneros, etnias, idearios y confesiones polí-ticas y religiosas. O sea, la universi-dad pública. K

José Maria hernández Díaz_ Universidad de Salamanca

[email protected]

versidad de Leeds.Los resultados del estudio

desarrollado por los estudian-tes de ambas universidades su-gieren una serie de diferencias existentes entre los países del estudio, que han sido recopila-dos para proporcionar sugeren-cias y recomendaciones sobre cómo cada país puede benefi-ciarse de sus diferentes expe-riencias.

En cuanto a las empresas familiares, los resultados de la investigación ofrecen una imagen similar entre el Reino

Unido y España. Así, las difi-cultades de financiación son similares en ambos países, existe reticencia a la hora de vender participaciones en las empresas familiares, las deci-siones empresariales se toman de forma informal, aunque esto sucede más en España que en el Reino Unido y en ambos paí-ses, aunque las empresas se-ñalan que la flexibilidad va a ser la clave para continuar en el futuro, los empresarios pare-cen centrarse únicamente en la calidad de producto en el día a

día de su negocio. Sin embargo, la primoge-

nitura parece más común en España que en el Reino Unido. Además, en España existe un mayor esfuerzo en la interna-cionalización y la mayoría de empresas españolas, al contra-rio que las inglesas, coinciden en los problemas que surgen a la hora de trabajar con el Esta-do. De hecho, todas las empre-sas españolas consultadas que han trabajado con el Estado han manifestado tener proble-mas. K

Page 23: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 023

Publicidade

MarCElo rEbElo DE sousa DEstaCa

EsCola portuGuEsa DE MoçaMbiQuE

7 A língua portuguesa tem um “valor incomensurável” para a afirmação de Portugal na lusofonia e no mundo, disse Marcelo Rebelo de Sousa, na apresentação do livro Potencial Económico da Língua Por-tuguesa, que decorreu em Lisboa.

“Não se trata de uma obra aca-démica. É o começo de um proces-so. É preciso ouvir o que o Brasil pensa deste tema e também é preciso uma obra semelhante nos países irmãos da lusofonia”, referiu Rebelo de Sousa, em jeito de de-safio perante uma assembleia que encheu o salão nobre do palacete Seixas, a sede do Camões – Instituto da cooperação e da Língua.

O trabalho de investigação, efe-tuado por uma equipa liderada por Luís Reto, reitor do ISCTE-IUL, e cons-tituída pelos investigadores José Paulo Esperança, Mohamed Azzim Gulamhussen, Fernando Luís Ma-

7 O Ensino Magazine assinou, no passado dia 22 de novembro, em Maputo, um protocolo de co-laboração com a Escola Portugue-sa de Maputo. O acordo foi rubri-cado no âmbito de uma missão empresarial realizada pela ACICB, onde participaram empresários e autarcas portugueses.

Para o diretor do Ensino Ma-gazine, João Carrega, o acordo “vem reforçar a promoção do ensino e da educação à esca-la global, numa lógica de que a educação não tem fronteiras e de que a multiculturalidade enrique-ce a educação e o conhecimento. A Escola Portuguesa em Maputo é uma das mais prestigiadas insti-tuições de ensino, e nós enquan-to publicação referência na área educativa, defendemos este tipo de parcerias, ligando a escola à comunidade”.

João Carrega frisou ainda que “para além da secção que irá ser criada na edição em papel, tam-bém o portal www.ensino.eu inte-

chado e António Firmino da Costa, é composto por duas partes.

Na primeira parte são apresen-tados estudos ligados às relações entre variáveis económicas/sociais e a língua e na segunda parte são analisados os resultados de um in-quérito sobre “usos e perceção dos utilizadores da língua”, realizado junto de cerca de 2.500 estudantes de português nas universidades e escolas do mundo em que existem centros de língua e leitorados apoia-dos pelo instituto Camões.

“É preciso olhar para o setor privado e social, que devem dar a sua perspetiva”, insistiu Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado na mesa por Luís Reto e pela presiden-te do Camões, Ana Paula Laborinho, perante uma plateia que incluiu embaixadores e representantes de países lusófonos, incluindo o se-cretário-executivo da CPLP, Murade

grará as notícias daquela escola, através de atualizações frequen-tes”.

Do pré-escolar ao 12º ano de escolaridade frequentam-na 1700 alunos de 19 diferentes nacionali-dades. “Ficamos muito contentes por esta escola ficar ligada à vossa missão empresarial com a parce-

o valor da línguas portuguesa

Ensino Magazine faz acordo em Maputo

Murargy. “Levar o livro às escolas, ao

básico e secundário, para que se perceba o que está a ser tratado” ou “sensibilizar os decisores polí-ticos e económicos” foram outras sugestões do académico e comen-tador político, que também fez um apelo “aos órgãos de comunicação social para que não se esqueçam do livro”.

ria que efetivamos na assinatura deste protocolo”, referiu a diretora da instituição, acrescentando que “esta é uma casa aberta, multicul-tural e funcional, é um bocadinho do mundo que temos aqui dentro e isso a todos nos enriquece”.

“O respeito e o conhecimen-to pelo outro é uma das nossas

tencer a uma comunidade em cres-cendo económico e demográfico, com 250 milhões de falantes, signifi-ca um potencial económico grande, uma vantagem comparativa face a outro país que não pertença a uma comunidade linguística com esta di-mensão”.

O coordenador de Potencial Económico da Língua Portuguesa destacou ainda “duas asserções” na área económica, que considera essenciais.

“Quando se muda de língua e tem de se comerciar com outro país a língua funciona como uma barrei-ra à entrada, como se fosse mais um imposto. Mas se estivermos na mesma comunidade linguística, o que designamos por proximidade linguística e cultural, está barrei-ra é fraca ou desaparece. Assim, há mais facilidade em negociar na mesma comunidade”. K

Converter a “sensibilidade do livro em ação” para que este tema “possa ser cimeiro em 2013” foi o último repto lançado por Marcelo Rebelo de Sousa, que mereceu a anuência da generalidade dos pre-sentes.

Luís Reto disse à Lusa à margem da sessão que foram analisadas “quatro variáveis, o investimento direto estrangeiro, turismo, fluxos migratórios e comércio externo, e esta vantagem comparativa no caso português é notória particularmente no investimento estrangeiro, e co-meça a ser ainda no turismo e na emigração”.

“Quanto mais a economia do Brasil, Angola ou Moçambique se desenvolverem, na nossa opinião maior será a potencialidade de per-tencer a esta comunidade”, sublin-hou.

Para o reitor do ISCTE-IUL, “per-

mais-valias, ajudamos a fazer formação de professores moçam-bicanos, editamos publicações e temos parcerias locais que ago-ra estendemos a esta publicação especializada portuguesa, com a qual nos iremos empenhar para fazer esta ideia frutificar”, sublin-hou a mesma responsável. K

TVI H

Page 24: Ensino Magazine nº 178

024 /// DEZEMBRO 2012

Cartas desde la ilusión CróniCa

7 Querido amigo:Hoy me vas a permitir que

rompa la continuidad de mi re-flexión acerca de la Evaluación para el Aprendizaje. Volveremos sobre ello, porque creo que es un tema crucial.

La razón de esta interrup-ción es que hace unos días, leí en una noticia de prensa una referencia a la conferencia que pronunció la finlandesa Elise Tarvainen en Doha, en el trans-curso del WISE 2012, World In-novation Summit for Education (cumbre mundial de la innova-ción para la Educación), sobre «El profesor, el catalizador más importante para el éxito y la in-novación en la Educación».

En realidad, esta interven-ción hubiese pasado desaper-cibida, para mí, si no hubiese expuesto los aspectos funda-mentales sobre los que gira, a su juicio, la educación en su país. Aquí te los expongo:

El objetivo fundamental que

un profesor se ha de proponer en su aula, afirma, es «excitar el deseo de aprender» y «me-jorar el flujo del aprendizaje». Esto segundo se traduce en no permitir que nadie quede para-do en el aula, tímido, inactivo, apático.

Para ello, para conseguir ese objetivo fundamental, el docen-te necesita cinco resortes más:

-Evaluar de un modo cons-tructivo, dando apoyo.

-Llevar la clase de una for-ma cohesiva, como lo haría un buen dirigente de empresa.

-Tener una concepción inte-gradora, conjunta, de la ense-ñanza y del aprendizaje.

-Emplear métodos de trabajo flexibles y variables.

-Crear entornos de aprendi-zaje que inspiren.

Esto me ha llamado la aten-ción por una razón muy sencilla: es algo que los profesores cono-cemos y que hemos desarrollado a lo largo de multitud de cursos

de formación del profesorado (lamentablemente ya extingui-dos), y que tú y yo hemos re-flexionado a lo largo de varios años ya (¡cómo pasa el tiempo!). Son temas o aspectos recurren-tes sobre los que pivota la edu-cación actual, no cabe duda.

Ahora bien, la pregunta es ¿por qué en Finlandia esto fun-ciona y en nuestros países –en el resto o casi en todos los res-tantes países– no funciona?

Me gustaría conocer tu res-puesta a esta pregunta. Pero, mientras me la envías, yo te apuntaré algunas ideas que componen mi opinión.

En primer lugar, si el am-biente socio-económico no aporta el apoyo necesario a los profesores, ya tenemos un primer obstáculo que impedirá que pongamos en marcha nues-tras ideas y convicciones.

En segundo lugar, si los pro-fesores no creemos en nosotros mismos, es decir, en nuestra ca-

pacidad para llevar a cabo una práctica educativa realmente eficaz, basada en la creatividad, la promoción de las competen-cias personales, el respeto de las opiniones y los procedi-mientos de cada uno de nues-tros alumnos, la estimación de su manera de proceder (en otras palabras, de su “tempo” psicológico), la valoración de sus limitaciones puntuales en determinados momentos, etc., entonces, nos encontramos ante un segundo obstáculo di-fícilmente superable.

Pero, además, si no cambia-mos nuestra actitud frente a las instituciones (sé que esto sue-na a revolución socio-educativa, pero parece que hoy no existe otro camino) y frente a noso-tros mismos (esto suena a otra revolución personal-educativa), difícilmente conseguiremos lo que, desde siempre y desde el fondo de nuestro corazón, hemos anhelado y anhelamos:

una educación realmente eficaz que promueva el desarrollo ar-mónico de todas las personas implicadas en ella. Tal vez esta “inercia psicológica” que nos lleva a mantenernos en actitu-des pasivas, conservadoras y peligrosamente complacientes sea el más grande de los obstá-culos que habremos de superar.

La pena es que todo esto ten-gamos que llevarlo a cabo “en solitario”, ya que no se nos ofre-cen las posibilidades de antaño para reunirnos en grupo y man-tener y profundizar en nuestra educación como profesionales con alta vocación educativa.

Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K

Juan a. Castro posada [email protected]

Camané – o príncipe do fadoCom José Manuel neto na guitarra portuguesa

faDo é patriMónio MunDial E iMatErial Da Cultura

7 Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos nasceu em Oei-ras a 22 de dezembro de 1967. Este jovem, mais conhecido por Camané, é uma das grandes vo-zes da nova geração fadista.

Começa como quase todos por ganhar a Grande Noite do Fado que, quer queiramos quer não, é o grande trampolim para a maior parte dos fadistas e não só.

Depois de alguns anos de interregno começou a atuar em diversas casa de fado. Integrou também o elenco de algumas produções de Filipe La Féria como a Grande Noite, Maldita Cocaína e Cabaret onde se evi-denciou.

Em janeiro de 1995 grava o disco Uma Noite de Fados com a colaboração de José Mário Bran-co. Acerca deste trabalho José Mário Branco afirmou:

“ ... A experiência acabou, creio, por não ser difícil, e por

tratasse, afinal, de um diálogo harmónico melódico entre cul-turas e épocas diferentes, mas totalmente cúmplices na busca da autenticidade e da comuni-cação intangível, dos sentimen-tos profundos, que são, a meu ver, a própria matriz da arte fa-dista.”

Vários trabalhos se lhe se-guiram: Na Linha da Vida; Pelo Dia dentro; Como sempre... Como dantes.

Camané esteve envolvido no projeto Humanos ao lado de Ma-nuela Azevedo e David Fonseca bem como dos músicos Nuno Rafael, João Cardoso e Hélder Gonçalves, do qual resultaram dois álbuns Humanos e Huma-nos ao Vivo e um DVD, relativo aos concertos nos Coliseus de Lisboa e do Porto, onde Camané mostrou a sua versatilidade de interpretação.

Em 2006 é lançado o DVD Ao vivo no São Luíz.

ser acústica e artisticamente compensadora. Sobretudo por-que se pôde contar com um in-térprete excecional, excelentes músicos, ótimas condições e apoio logístico da editora e, re-pito, uma grade mestria de cap-tação. Só uma palavra sobre os ‘arranjos’: a nossa opção em re-lação aos fados ditos ‘clássicos’ ou tradicionais foi, como se po-

derá constatar, a de lhes ‘mexer com pinças’. Quero dizer: toma-mos como referência segura e historicamente estratificada o imenso repositório de estilos, versões e interpretações que a tradição oral do Fado trouxe até nós, mas ao mesmo tempo não nos coibimos de procurar toques de modernidade ou apu-ramento de gosto. Como se se

De regresso aos estúdios, Camané brinda o seu público com o trabalho Sempre de Mim.

Em 2010 lança o álbum Do Amor e dos Dias. Este trabalho acrescenta à sua carreira o co-mentário a um poema de Ale-xandre O’Neill, O amor é o amor.

Em 2011 regressa ao Tea-tro Municipal de São Luíz para mais uma noite de Fados onde a mistura de um cenário meto-dicamente pensado, contrasta com a explosão lírico poética do fadista.

A penumbra, o silêncio, o declamar, as pausas, a respira-ção fazem de Camané um dos vultos do Fado da contempora-neidade. K

J. Vasco _HImagem de João Vasco, texto de Rui

Manuel Ferreira, extraído do livro Fadis-

tas do Séc. XXI, com apresentação pre-

vista para 13 deste mês, no Museu do

Fado, em Lisboa

Page 25: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 025

Publicidade

Valdemar RuaADVOGADO

Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1ºTelefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

a ráDio no sEu MElhor!acompanhamos o desporto da região

Cernache do bom Jardim | tel. 274 800 020 | [email protected]

boas festas

boas festas

antônio Grassi, CoMissário-GEral Do ano Do brasil EM portuGal

6 Portugal e o Brasil estão a promover desde 7 de setembro, até ao próximo dia 10 de junho de 2013, o evento Ano de Portugal no Brasil - Brasil em Portugal. A iniciativa tem como comissário-geral o ator brasileiro, Antó-nio Grassi, e decorre em simultâneo, por ini-ciativa conjunta dos dois países.

Da programação constam espetáculos e concertos, exposições de arte e design, um festival literário, gastronomia e um seminário de economia criativa. O Ensino Magazine tem estado a acompanhar o evento. Antônio Gras-si, em discurso direto, a partir do Brasil (por e-mail) explica quais os objetivos da iniciativa e fala das relações entre os dois países.

é o comissário do ano do brasil em por-tugal, que começou no dia 7 de setembro, termina no dia 10 de Junho de 2013, e, deco-rre em simultâneo com o ano de portugal no brasil. Quais são os objetivos do ano do brasil em portugal?

O principal objetivo do Ano do Brasil em Portugal, e do Ano de Portugal no Brasil, é aproximar e aprofundar as relações entre os dois países em diversas áreas, possibilitando assim que nos conheçamos mais e melhor.

Como vai ser o programa do ano do brasil em portugal?

O programa do Ano do Brasil em Portugal, iniciado em setembro de 2012 e que vai até junho de 2013, inclui várias ações mostrando um Brasil moderno e contemporâneo, através da diversidade da nossa produção cultural. É composto por atividades nas diversas áreas e inclui o Espaço Brasil, um espaço de animação e cultural situado na Lx Factory, em Lisboa, especialmente construído para essa comemo-

ração e que se pretende que seja um legado do Ano do Brasil em Portugal.

as relações comerciais e empresariais en-tre portugal e o brasil saem reforçadas com estas iniciativas conjuntas?

Seguramente nossas relações saem refo-rçadas. Além das comerciais e empresariais ganham nossas relações na área do conhe-cimento, da tecnologia, das relações culturais e turísticas.

o ano do brasil em portugal e o ano de portugal no brasil podem alterar a imagem que o brasil tem de portugal e vice-versa?

O objetivo é possibilitar um maior conheci-mento. Um Portugal além do fado e um Brasil

Mais que o fado e que o samba

além do samba, ou seja, os países para além das ideias pré-concebidas de parte a parte.

o brasil continua a ser um dos destinos turísticos mais procurado pelos portugueses. o turismo cultural será o grande vencedor do ano do brasil em portugal?

O turismo cultural será, seguramente, um grande ponto nesse Ano. Acredito que muitos dos brasileiros que até agora têm utilizado o aeroporto de Lisboa apenas para conexões europeias, vão passar a ter curiosidade por este maravilhoso país e vão querer explorá-lo.

é conhecido em portugal pelos papéis que tem interpretado para a televisão, nomeada-mente nas novelas Chocolate com pimenta; ribeirão do tempo; ou Como uma onda. a

presidência da funarte (fundação nacional da arte) e o Comissariado do ano do brasil em portugal deixam-lhe tempo para o trabalho de actor?

Tem sido muito difícil conciliar as tarefas. No momento tenho-me dedicado exclusiva-mente ao comissariado e a Funarte - que ocu-pam boa parte do meu dia.

Começou a fazer teatro nos anos 70, nos anos da ditadura no brasil. ser artista nesse tempo era uma profissão arriscada?

Era uma profissão com enormes desafios, além dos habituais. A arte era uma ferramen-ta muito importante na luta contra a ditadura e a ela nos dedicámos.

é filiado no pt (partido dos trabalhadores) e já desempenhou vários cargos políticos. a sua consciência política começou a despertar quando?

No colégio secundarista. Os jovens estu-dantes brasileiros, naqueles tempos som-brios, eram impulsionados a estudar mais e a se interessar pela política e as ciências sociais

Este é também o ano em que os portu-gueses vivem uma grave crise económica,há casos de pobreza a surgir diariamente no país e duras medidas de austeridade. Quer deixar-nos um conselho para estes tempos difíceis?

Não me sinto gabaritado a aconselhar uma nação tão importante como Portugal. Mas tenho certeza que o povo português saberá ultrapassar esse momento difícil. Foi com oti-mismo e alegria que os brasileiros venceram várias dificuldades ao longo da história. K

J.Vasco HJ.Vasco H

Page 26: Ensino Magazine nº 178

026 /// DEZEMBRO 2012

“Chamam-lhe um fado” JorGE fErnanDo EM EntrEVista

7 Jorge Fernando tem uma carreira de quase quatro décadas dedicadas à músi-ca, especialmente ao fado. Acompanhou Amália, à viola, hoje, compõe canções que Mariza e Ana Moura interpretam. A 27 de Novembro de 2012, um ano depois de o fado ter sido considerado Patrimó-nio Imaterial da Humanidade, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu-lhe a meda-lha de mérito pelos serviços prestados ao Fado. “Chamam-lhe Fado” é o seu mais recente trabalho em disco.

neste trabalho surge um interessan-te naipe de músicos, da nova geração da música portuguesa. algum tempo atrás, seriam “convidados improváveis” de um disco seu. Como é que surgiu a oportunidade de trabalhar com estes músicos?

Ouvir determinadas bandas moder-nas, de uma geração fantástica que está em Portugal, cria entusiasmo. Tal como no último disco, quando me cruzei com o Sam Kid, Expensive Soul, New Soul Fami-ly, que são rapazes de um talento enor-me. O fado fica beneficiado, quando trago para o seu seio gente com esta capaci-dade de fazer coisas bonitas. E a músi-ca tem o factor importantíssimo de, para além de nos unir musicalmente, ficarmos profundamente amigos. É assim que tem acontecido, sempre. Daí, contar com a participação deles nos Coliseus que vou fazendo.

para um compositor tão credenciado, com quase quatro décadas de carreira, é especial trabalhar com as novas gera-ções?

Sim. Já ouvi entrevistas de músi-cos, com quem trabalhei, que dizem ter aprendido comigo. Mas, na verdade, sou eu quem aprende. As novas gerações estão sempre à frente das mais antigas. Normalmente, há um conflito geracional, porque os mais antigos acham que são melhores que os mais novos. Essa não é a minha opinião. Os mais novos estão sem-pre à frente, já colheram o que está feito e evoluem a partir daí. Em boa verdade, sou eu que tenho aprendido com eles.

a edição deste disco é muito recen-te. Em termos de feed-back, por parte da crítica musical, está satisfeito com os co-mentários recebidos?

Estou bastante satisfeito. Penso que há muita gente atenta ao que faço e a percebê-lo, pois é preciso perceber as coisas para se falar delas. Mas, é muito recente este trabalho e ainda estou à es-pera que o “bloco pesado” das críticas aí venha. Sou muito atento às críticas, prin-cipalmente por parte de quem as sabe fa-zer, e sabe o que está a dizer. Contudo, o que me move, acima de tudo, é a minha paixão pela música, mesmo enfrentado a crítica. A minha carreira tem sido sem-

pre à beira-risco, a inovar e a fazer coisas que para algumas pessoas seriam impen-sáveis, no fado. Mas, acredito que vale a pena fazê-las.

Vários temas da música portuguesa, - vou dar o exemplo da “Chuva”, conhecido na voz da Mariza, - são da sua autoria. Mas, muitas pessoas desconhecem esse aspecto…

É uma questão cultural, em Portu-gal, liga-se pouco a quem faz estas coi-sas. Por exemplo aos arranjos, à produ-ção, que são coisas importantíssimas na exponenciação do fado. O fado, que se tornou património mundial, deve-se muito a toda esta nova corrente. Mas, em Portugal não temos a curiosidade de saber quem fez os poemas, a música. No entanto, o importante é que a música passe, se torne um aconchego para as pessoas, independentemente de quem a faz. Claro, seria muito melhor se soubes-sem quem a faz.

o fado ser património imaterial da humanidade é uma merecida prenda?

Sim. O fado é uma música que tem re-sistido com o esforço de muitos fadistas, que têm vivido na pobreza, que o têm carregado aos ombros, até ele chegar ao que é hoje. Por outro lado, também me parece uma bofetada de “luva branca” a uma classe mediática, pseudo-intelectual, sobretudo urbana, que sempre achou que o fado era algo menor. Agora, está prova-do que não.

uma das grandes referências do fado será sempre a voz de amália. Escreveu letras para ela, tocou ao lado dela e guar-da com certeza óptimas recordações da amália…

Sim, guardo. O mais profundo que guardo dela é perceber que se não tivesse passado os anos que passei ao lado dela, a tocar, hoje, não seria a mesma pessoa. Os ensinamentos que colhi foram por de-mais preciosos, não só no campo musical, como social. Tornaram-me um homem di-ferente.

o fado tem evoluído ao longo dos anos. alguns artistas tentaram fazer a fu-são do fado com outros estilos musicais, por exemplo o colectivo amália hoje. na sua opinião isso é benéfico para o fado?

É muito benéfico. Gosto muito do pro-jecto Amália Hoje. É um trabalho que, para além de estar muito bem feito, tira aquele ar redutor do fado, transforma-o numa coisa mais abrangente. Em 1996, lanço o primeiro disco de fado com bate-ria, percussão e piano, com os elementos da Brigada Victor Jara e dá-me um prazer enorme ver que, passados 16 anos, ain-da se faz o que tenho feito neste tempo todo. Foi bom tê-lo feito, mesmo enfren-tando as críticas às quais fui sujeito.

Consegue imaginar como será a o fado daqui a uma década?

Não sei. Como tudo isto é cíclico, da-

qui a cinquenta anos, talvez o fado volte à sua forma original. O regresso ao prin-cípio do fado, mas numa espiral superior, com a modernidade da época.

tendo em conta as novas gerações, os novos talentos vocais e na componente da escrita, o futuro do fado está bem as-segurado?

O futuro do fado sempre esteve asse-gurado e a prova é que ele existe. Hoje, diz-se que as novas gerações estão no fado. Mas, se as novas gerações não es-tivessem estado há 20, 30 anos atrás, ele não existia. O que há é o aparecimento de grandes talentos e o lado mediático mais atento ao que se faz no fado.

numa entrevista que deu à televisão, há já alguns anos atrás, dizia que por nor-ma compunha as suas músicas à noite, a melhor altura para trabalhar. isso con-tinua?

Sim. De noite o astral está baixo, há menos ondas de pensamento no ar e aí consigo absorver melhor o que está pron-to a ser-me dado, para por cá fora. Um pouco estranha a minha resposta, mas é isso que sinto.

Durante a década de oitenta, participou algumas vezes no festival da Canção. portugal nunca conseguiu vencer o festival da Eurovi-são. tem sido falta de sorte na recta final?

Não. O que fala mais alto é a com-ponente comercial. Somos um país de

Page 27: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 027

de lidar com as suas necessidades e frustrações. O freudianismo seria o produto do pensamento de um homem reaccionário, que admirava Mussolini e que odiava as mulhe-res. O autor é um filósofo popular e controverso no seu país, a França.

EDitorial EstaMpa. Rómu-lo de Carvalho/António Gedeão, de Cristina Carvalho. António Gedeão foi o pseudónimo escolhido pelo poeta Rómulo de Carvalho para se esconder atrás da sua obra. E é da sua obra que este livro trata. «Esse nome, António Gedeão, simultane-amente vulgar e também, de certo modo, estranho, aconteceu surgiu-lhe no pensamento quando, em 1956, com cinquenta anos, se dis-pôs a revelar o seu primeiro livro, Movimento Perpétuo (...). » afirma Cristina Carvalho.

GuErra&paz. A Dona de Casa Perfeita, de Mónica Duarte. Tudo co-meçou por um site onde a autora dava soluções de limpeza, organiza-ção e poupança. Agora é um livro prático que quer facilitar a vida às donas de casa. Orçamentos do-mésticos, propostas de arrumação, truques de limpeza, reciclagem de objectos, e poupança nas despesas diárias são algumas dicas que Móni-ca Duarte propõe ensinar. K

paul tordayGEntE E liVros

novidades literáriasEDiçõEs

7 «8 de JunhoTivemos hoje uma reunião no

departamento para avaliar o texto final da minha comunicação

«Efeitos da crescente acidez da água na larva da mosca-de-água». To-dos elogiaram muito, principalmente o David Sugden. Será uma proposta de paz? Não voltou a pressionar-me com o projecto do salmão do Iémen e eu, é claro, nada fiz. Tenho tentado passar despercebido e aguardo que toda esta história passe. Ainda as-sim, o louvor público do director ao trabalho sobre as moscas-de água foi um elogio para a minha equipa. De facto, o David foi ao ponto de dizer que, depois da publicação do meu artigo, provavelmente não valia a pena dizer mais nada sobre a mos-ca-de-água. Foi efectivamente um elogio. Nestes momentos sei que, no fundo, o dinheiro não interessa. A Mary, às vezes, queixa-se de que não me pagam o suficiente, mas na vida há coisas muito mais importan-

tes do que o salário. Fiz avançar as fronteiras do conhecimento huma-nos sobre um pequeno insecto cas-tanho, que conquanto insignificante, é um indicador vital da saúde dos nossos rios.»

In A Pesca do Salmão no Iémen

Paul Torday nasceu na Ingla-terra, em 1946. Estudou Litera-tura Inglesa em Oxford mas, os

anos seguintes foram dedicados ao mundo dos negócios. Aos 59 anos, cumpre o sonho antigo de escrever e publica o primeiro romance, A Pesca do Salmão no Iémen. Inspirado na paixão pela pesca à linha e no seu fascínio pelo Médio Oriente, Torday cria uma sátira em torno do poder político, do ideal absurdo e gran-dioso de um Xeque que sonha pescar salmões no Iémen e do académico a quem cabe concreti-zar esse projecto. A Pesca do Sal-mão no Iémen depressa se torna um bestseler em vários países da Europa. Em Portugal está editado pela ASA. O romance venceu o Prémio Bollinger Everyman Wo-dehouse, para o melhor romance cómico de 2007.

A Pesca do Salmão no Iémen foi adaptado ao cinema pelo reali-zador Lasse Hallström e conta nos papéis principais com os actores Ewan McGregor e Emily Blunt.

7 bizânCio. O Perfeito Cava-lheiro, de Imran Ahmad. Divertida autobiografia de um rapaz muçul-mano, a crescer dividido entre a identidade islâmica e o desejo de integração na sociedade inglesa. Entre Maomé, Jesus Cristo e James Bond ele deseja ser o perfeito cavalheiro inglês, com um carro de sonho e uma namorada des-lumbrante. É com humor que são abordados temas tão sérios como o encontro de civilizações e a xe-nofobia ocidental.

Casa Das lEtras. D. Maria I - A Vida Notável de uma Rainha Louca, de Jenifer Roberts. Conhecida pela sua fragilidade mental, a pri-meira rainha portuguesa viveu no meio de um fogo cruzado entre a Igreja e o Estado, a Religião e a di-tadura do Marques de Pombal. Ela interiorizou as contradições desse tempo, mas soube compreender o Ilumisnismo, e os ideais humanis-tas que despontavam.

alfaGuara. Os Chouriços são Todos para Assar, de Ricardo Adolfo. «Desde que fiquei maluco que me sinto muito melhor. A vida corre-me bem. Não vejo proble-mas e percebo que todos os dias têm um fim.» A afirmação é de Fernando. Depois, temos Natália, a carpideira que deseja morrer; Nela, que sonha ser hospedeira; Joel Maria, que foi atacado por um talibã disfarçado de javali; Va-lentim, à espera que a mulher se torne respeitável para se tornar pastor. São personagens originais, em situações delirantes.

Costa Book Award 2010 e o Prémio Ondaatje Award 2011.

GraDiVa.Mel, de Ian McEwan. Grã-Bretanha, anos setenta. A Guerra Fria entre o Ocidente e Les-te não apresenta sinais de abran-dar. A frequentar o último ano de Cambridge, Serena Frome é recru-tada pelos Serviços Secretos do seu país. A primeira missão leva-a ao mundo do escritor Tom Haley. Não confiar em ninguém é a primeira regra de um espião mas Serena arrisca falhar como agente secre-ta. Ian McEwan é autor de outros sucessos literários como Expiação, Sábado e Amesterdão.

rElóGio DE áGua. Um Apar-tamento em Atenas, de Glenway Wescott. Os Helianos, casal grego a residir em Atenas, assiste à ocu-pação do seu país pelos Nazis. A ocupação estende-se à sua própria casa, ao serem obrigados a divir o modesto apartamento onde vivem com um oficial alemão. Os efeitos da guerra na vida quotidiana são magistralmente retratados neste ro-mance. GlenWay Wescott é também autor da novela O Falcão Peregrino.

obJECtiVa. Anti-Freud, de Mi-chel Onfray. O autor defende que a psicanálise é uma espécie de alu-cinação colectiva, sem fundamento científico, de um homem incapaz

; dez milhões de habitantes com pouco poder de compra, que se manifesta na venda dos discos. Vencer o Festival da Canção também é um negócio. Países com 50 ou 60 sessenta milhões dão um ar comercial muito mais abrangente. Países pequenos ganharam o festival, quando cantavam em inglês. No caso dos ABBA, por exem-plo, são suecos mas ganharam o Festival a cantar o Waterloo, em inglês. Um tema cantado em inglês tem um mercado enorme na Europa e fora da Europa.

apesar do momento de cri-se que o país vive nesta altura, a música portuguesa atravessa um bom momento, em relação a novas vozes?

A música portuguesa atra-vessa um grande momento, não só no fado, mas no apare-cimento de músicos jovens de um talento enorme, descom-plexados, sem medo de fazer as coisas. O que não atravessa um bom momento é o estado das coisas em Portugal. O povo português entre um quilo de bifes e um CD, com certeza vai comprar um quilo de bifes. Isso torna muito mais difícil o tra-balho dos músicos em Portu-gal. Estou bastante apreensivo. Pessoas que trabalharam uma vida inteira, hoje vêem-se num estado miserável e os jovens que querem iniciar uma vida, não têm como.

sopram maus ventos na Eu-ropa?

Continuo a achar que está tudo errado. Esta política de austeridade só traz mais auste-ridade. Mesmo o governo que falhou, como falhou, e nos sub-meteu a este estado, não en-tende que este não é o cami-nho. A austeridade faz com que o dinheiro não gire e não se recupere economicamente um país. Na Europa, chegaram aos postos de governo os tecnocra-tas que não vêem mais o que a ponta da caneta, ou do próprio nariz. O que fazem é pôr em prática o que está nos livros e muitas vezes as soluções eco-nómicas dos povos não passam por aquilo que está escrito. O papel aceita tudo aquilo que lá quiseres pôr. Não acredito que esses tecnocratas estejam a re-solver o problema da Europa. K

Entrevista: hugo rafael _ texto: Eugénia sousa _

foto: João Vasco H

Da bibliografia de Paul Torday fazem também parte, os roman-ces: The Irresistible Inheritance of Wilberforce (2008); The Girl on The Landing (2009); The Hopeless Life of Charlie Summers (2010); More Than you Can Say (2011); e The Le-gacy of Hartlepoll Hall (2012).

a pesca do salmão no iémen. É ao serviço do Centro Nacional de Excelência das Pescas, em Londres, que o Dr. Alfred Jones recebe uma proposta tão absurda como me-galómana: a de criar um rio com salmões no Iémen, que permita a pesca à linha. O sonho é do Xe-que Muhammad, que vê a pesca como um factor de união entre os homens e um “acto de fé”. Para o governo inglês um rio com sal-mões no Iémen é uma manobra de distração para as más notícias que chegam do Medio Oriente. K

página coordenada porEugénia sousa _

sExtantE. A Lebre dos Olhos Cor de Âmbar, de Edmund de Waal. Quando Edmund de Waal, um reputado oleiro inglês, recebe de herança uma colecção de 264 “netsuke”, - pequenas esculturas japonesas, em madeira e marfim - decide escrever a historia da famí-lia que as coleccionou e de como elas atravessaram os séculos. O livro venceu o Prémio de Biografia

Page 28: Ensino Magazine nº 178

028 /// DEZEMBRO 2012

2012pEla obJECtiVa DE J. VasCo

3 Tenho medo!!!Talvez esta imagem sintetize o ano de 2012 e o futuro próximo tal como se vive no meio académico.

Esta fotografia é o registo de uma performance da autoria de uma escola superior de teatro, tirada em Lisboa, durante a manifestação de artistas no passado dia 13 de outubro, na Praça de Espanha, iniciativa da plataforma “Que se lixe a Troika! Queremos as nossas vidas”.

Os Estudantes de Teatro estiveram presentes e, como muitos milhares de outros, manifestaram o enorme medo sobre o seu futuro e o deste país. Este é um sentimento transversal a grande parte da sociedade portuguesa nos dias de hoje. K

prazErEs Da boa MEsa

Publicidade

Crème brulèe com pimenta longa (8 pax)

3ingredientes p/ crème brulèe:120 gr gemas110 gr açúcar1/2 un vagem de baunilha215 gr leite650 gr natas2 gr pimenta longa

ingredientes p/ finalizar:30 gr açúcar demeraraqb physalis

preparação:Levar o leite ao lume a aque-

cer com a baunilha cortada ao

meio no sentido longitudinal.À parte juntar as gemas e

o açúcar. Adicionar o leite quente e

mexer bem sem bater para não ganhar espuma.

Juntar as natas a pimenta

Mário rui ramos _Executive Chef

Ô Hotels and ResortsMonfortinho

longa raspada.Dispor em taças e levar ao

forno a cozer de 80ºC a 90ºC, durante 1:30 a 2:00 horas.

Deixar arrefecer completa-mente depois de cozido.

Empratamento:Aplicar uma camada fina de

açúcar demerara e queimar de seguida com um maçarico.

Decorar um physalis ou ou-tra fruta a gosto.

Servir de imediato. K

fado revisitado

o concelho de s. Vicente

ColaboraDor Do Ensino lança

noVo liVro DE José tEoDoro

6 O colaborador do Ensino Ma-gazine, João Vasco, e o escritor Rui Ferreira, apresentam no próximo dia 18 de dezembro, o Museu do fado, em Lisboa, o livro “O Fado revisitado em biografias várias”. A obra apresenta os principais intér-pretes do fado em Portugal numa viagem pelo tempo.

A obra, que tem referências ao Ensino Magazine, é apresentada às 18H30. K

6 O investigador e professor José Teodoro Prata apresenta, no próximo dia 14 de dezembro, o seu último livro “O concelho de S. Vicente da Beira nos finais do An-tigo Regime”.

A iniciativa decorrerá às 18 horas no Auditório da Biblioteca Municipal de Castelo Branco e a apresentação estará a cargo de Adelaide Salvado e Pedro Salvado.

A obra remete-nos para o final do Antigo Regime, há cerca de 250 anos atrás e retrata o modo como viviam os habitantes do extinto concelho de S. Vicente da Beira, nos aspetos socioeconómico, po-lítico e religioso.

Durante a iniciativa haverá uma prova e venda de produtos regionais. K

Page 29: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 029

prEss Das Coisas

sonY hrD-as 153 A nova Action Cam da Sony foi concebi-

da a pensar no espírito de aventura. Com cinco modos de gravação em Full HD, tem Wi-Fi in-tegrado para partilhar vídeos instantaneamen-te. O sistema SteadyShot põe fim às imagens tremidas. Equipada com uma potente lente Carl Zeiss e sensor CMOS, possibita filmar em condições de pouca luz, mantendo as imagens suaves, mesmo quando o movimento aumenta. O Kit mãos-livres permite filmar em todas as condições, mesmo debaixo de água, com a cai-xa estanque pode mergulhar até os 60 metros de profundidade. K

luMix DMC-tz 303 A nova câmara fotográfica digital

da Panasonic DMC-TZ 30 vem equipada com uma potente lente leica DC com zoo óptico de 20* e sensor MOS de alta sen-sibilidade com 14.1 megapixéis. Permite gravação de vídeo Full HD e dispõe de sis-tema avançado de GPS, com World Map Information. Com gravação Full e Light Speed Power OIS (Optical Image Stabilizer) com Active Mode impede as distorções.

O preço aproximado é de 399 Euros. K

robbiE williaMs – CanDY

3 Depois da participação no mais recente disco dos Take That, Robbie Willians está de volta com o seu nono álbum de estúdio.

A primeira amostra deste registo foi o single “Can-dy”, que colheu boas críticas, contrariando o pessimis-mo de uma parte dos média devido à má prestação do álbum “Reality killed the video star”, de 2009.

O novo “Take the crow” apresenta um conjunto de canções na linha de anteriores álbuns, numa mistura de pop com a mais recente eletrónica que tira partido das novas tecnologias de estúdio.

Apesar desta tentativa de regresso ao passado, Robbie Wiliams continua a anos luz de temas como “She´s the one” ou “Angels” que o notabilizaram à escala global.

Destaque para o single “Candy” e os temas “Be a boy”, Hunting for you” e “Into the silence”. K

Christina aGuilEra – lotus

3 Com o aproximar da época Natalícia multiplicam-se as edições de discos, uma das muitas novidades deste mês de Novembro é o novo longa duração de Cristina Aguilera.

O primeiro avanço deste novo “Lotus” foi o single “Your body” que roda nas rádios desde o passado mês de Se-tembro.

As novas composições deste quinto trabalho de estúdio da cantora norte-americana, continuam na linha r&b com a eletrónica à mistura e uma pequena incursão no dub step.

Depois de ouvir o alinhamento deste trabalho é fácil perceber que não existe nenhum tema com grande potencial de single de sucesso, que tenha a capacidade de atingir o topo das tabelas de singles. Mesmo assim é um álbum equilibrado, sem altos e baixos, com baladas e ritmo à mistura, sendo elevado o risco de mais um flop comercial! K

hugo rafael _

MúsiCa

natal é quando…boCas

7 Já aqui escrevemos sobre os filmes sobre ou em que o Natal é tema. E este ano não resistimos a voltar ao tema. Estamos, apesar da malfadada crise, em plena época na-talícia. E se não fosse caso disso, a exibição de “O Amor Acontece” (Love Actually, 2003), de Richard Curtis, já o referi, uma fabulosa comédia, aí está mais uma vez para não esquecer-mos a quadra. Aliás os filmes à volta do Natal são um filão, nem sempre bem aproveitado, é claro, mas do qual podemos extrair um bem nutri-do lote de boas películas. Podemos começar por versões do intemporal “Conto de Natal” de Charles Dickens, do fiel “Scrooge”, de Henry Edwar-ds, de 1935, com Sir Seymour Hicks como Scrooge, à também britânica de Ronald Neame, de 1972, em que o velho avarento é Albert Finney, acoli-tado por um fantasmagórico Sir Alec Guiness, passando pela notável “The Muppet Christmas Carol”, de 1992, com um muito humano Michael Cai-ne como Scrooge. Se a história de Dickens é um hino ao espírito nata-lício, que dizer do filme de Frank Ca-pra, “Do Céu Caiu Uma Estrela” (It’s a Wonderful Life, 1946), seguramente o filme mais passado no Natal pela televisões, apesar de ultimamente ter perdido para o de Curtis. “De Ilusão Também Se Vive” (Miracle on

34th Street, 1947), de George Seaton, é outro dos grandes clássicos dos contos da Natal, quando Maureen O’Hara e a sua filha, uma pequena Natalie Wood, num dos seus primei-ros filmes, recebem a visita de um velhote que diz ser o Pai Natal, papel que valeu a Edmund Gwenn o Oscar de Melhor Actor Secundário.

Podemos ainda enumerar um sem número de filmes em que o tema é recorrente. Um deles é “How The Grinch Stole Christmas”,2000, de Ron Howard, sobre a popular personagem criado por Dr. Seuss, o monstro verde, personificado por Jim Carrey, a quem a alegria dos habitan-tes da cidade pelo Natal o intrigava e que ao chegar a Whoville para dar a sua visão pessoal do Natal, conhe-ce a pequena Cindy Lou Who, com

algumas dúvidas sobre o aconteci-mento; noutro registo “Santa Claus: The Movie”, 1985, de Jeannot Szwarc, com Dudley Moore, um dos muitos Santa Claus movies, alguns tão es-tapafúrdios como “Santa Claus Con-quers the Martians”, 1964, de Nicho-las Webster, e “Sozinho em Casa”, de Chris Columbus, 1990, ou como uma família que vai passar o Natal a Paris se pode esquecer de um filho em casa, o puto gostou da aventu-ra e quis repetir noutro Natal, fita exaustivamente repetida nos nossos pequenos écrans.

Natal diferente é também o de Jack no “O Estranho Mundo de Jack”, um filme de animação realizado por Tim Burton em 1993, em que rapta o Pai Natal e transforma os brinquedos em pequenos monstros. Um verda-

deiro pesadelo antes do Natal. Pesa-delo é também o que passa Arnold Schwarzenneger em “Jingle All The Way”, 1996, de Brian Levant, à pro-cura dum há muito esgotado boneco Turbo Man, na véspera de Natal, que havia prometido ao filho. Um dos fil-mes para a época, mas com pouca graça.

Claro que as séries de televisão não poderiam deixar de assinalar a data. Só para referir algumas, em “The Office”, todas as épocas há uma festa de Natal na empresa. “ Christmas Party”, em 2005, com Mi-chael a quebrar uma regra do escri-tório e, para animar o pessoal, com-pra umas garrafas de vodka; ou em 2006 “A Benihana Christmas”, com duas festas de Natal em competição e Michael a não querer que haja fes-ta porque rompeu com a namorada. Por seu lado também os “Ficheiros Secretos” assinalaram a data com “How The Ghosts Stole Christmas”, de 1998. “Mad Man”, em 2010, com “Christmas Comes But Once a Year”, perante mais um aperto de tesoura-ria, para impressionarem um cliente de peso, a Lucky Strike, no tempo em que se fumava à grande nos fil-mes, e não só, avançam para uma festa em grande. Podíamos percorrer aqui quase todas as séries de que nos lembramos pois em todas elas

há um episódio dedicado ou espe-cial para o Natal. De “Friends”, a “O Meu Nome é Earl”, de “Os Sopranos” a “Sobrenatural”, passando por “Alf” ou pelas séries de animação como “Os Simpsons” ou “Charlie Brown” que já em 1965, desgostoso com o consumismo da quadra, Charlie Bro-wn que conhecer verdadeiramente o significado do Natal”!

Sendo caso disso, bons filmes, e Feliz Natal e Bom Ano Novo!

PS: Morreu no passado dia 5 um grande nome do Jazz: Dave Brubeck. Posso dizer que sem “Take Five”, a minha iniciação no género teria sido seguramente mais tardia. Pianista, compositor, com o seu Dave Brubeck Quartet, principalmente com a for-mação mais sólida, com Paul Des-mond, no sax alto, Eugene Wright, no contrabaixo e Joe Morello na bate-ria, além de outros, deu-nos esse ál-bum icónico, “Time Out”, onde cons-ta aquele tema, que para além de outros como “Blue Rondo a la Turk”, “IRremembre You” ou “Three To Get Ready”, abrilhantaram as bandas sonoras de dezenas de filmes, de” Paragem no Bairro Boémio” (Next Stop, Greenwich Village), de Paul Ma-zursky, a “Ana e as suas Irmãs”, de Woody Allen, ou, para citar só esta, da série “Sete Palmos de Terra”. K

luís Dinis da rosa _

Page 30: Ensino Magazine nº 178

030 /// DEZEMBRO 2012

Publicidade

Publicidade

a história das redes sociaisDot CoM

7 “Muitas das gran-des descobertas estão mesmo debaixo do nos-so nariz”, explica Bill Buxton, guru do design na Microsoft Research. “Muitas das coisas que emergem como novas têm as suas raízes em acontecimentos do pas-sado - e em alguns ca-sos, num passado muito

distante”. Antes de olhar-mos para o futuro dos te-clados, vamos olhar para a sua evolução.

olhando para o pas-sado

Uma das maiores influências no teclado moderno foi a máquina de escrever Selectric da IBM. A empresa lançou

o primeiro modelo da sua máquina de escrever electromecânica em 1961, numa altura em que a ca-pacidade de escrever rá-pido e com precisão era um requisito muito pro-curado.

Um dos primeiros te-clados de computador do princípio dos anos 70 in-corporava reed switches, que funcionam com um íman e dois filamentos de metal. Quando o campo magnético está suficien-temente perto, empurra simultaneamente os dois filamentos e completa o circuito - ou, neste caso, um caracter.

Entretanto a Key Tro-nic desenvolveu um switch capacitivo, que colocava um pouco de alumínio por baixo do cimo da tecla. Quando a tecla era premida, a do-bra alterava a capacidade eléctrica do circuito e o micro-processador regis-tava a tecla.

os diferentes switchesEm 1978, a IBM pa-

tenteou o mecanismo de tecla “buckling Spring” (mola). Esta encolhia quando premida mas “prendia”, criando um “clique”, activava o cir-cuito e gerava um carac-ter. Cúpulas de borracha, que funcionam com o mesmo princípio de “cli-que” como um desentu-pidor, e scissor switches (mecanismo de tesoura), tornaram-se populares no fim dos anos 80 e princí-pio dos anos 90.

Actualmente, as teclas scissor switch são usadas em portáteis e teclados finos, incluindo aqueles em “chiclete” dos portá-teis da Apple. A cúpula de borracha mais alta é tipicamente encontra-da em teclados comuns de desktop e usam uma

estrutura em “chaminé” para estabilizar a tecla.

o futuro dos tecladosOs designers têm em

conta uma estrondosa quantidade de matemá-tica e análise de hábitos até chegar a distâncias e posições muito precisas entre as teclas, sendo exactamente aquelas que o nosso cérebro espera. As teclas côncavas guiam os dedos para o seu cen-tro, mas esta forma torna mais difícil fabricar portá-teis finos.

Uma empresa chama-da Pacinia espera apre-sentar protótipos comer-ciais em meados de 2013. Agora chamada tecnolo-gia Synaptics’ ThinTouch, conseguirá metade da distância de viagem das teclas de um MacBook Air. A Apple não tem esta-do a dormir neste campo: em Fevereiro deste ano patenteou o seu próprio teclado super fino. Outros fabricantes de hardware estão entretanto a traba-lhar nos teclados touchs-creen que a Apple ajudou a popularizar. O fãs de teclados touch queixam-se da falta de feedback físico e então, empresas como a Immersion, estão a incorporar mecanismos vibratórios de feedback.

Uma tecnologia cha-mada Tactus usa “botões” de micro-fluidos - peque-nas bolsas de líquido na superfície do ecrã, estan-do cheias apenas quando é necessário escrever.

O problema é que, tal como Buxton da Micro-soft aponta, quando é implementado um novo teclado, o utilizador tem de aprender a teclar de novo. Mas pode valer a pena. [Adaptação]. K

ana narciso _Pplware.com

Direitos reservados H

Page 31: Ensino Magazine nº 178

DEZEMBRO 2012 /// 031

Quatro roDas

atacar a mediocridadec Todos os anos, por esta altura, o foco

do desporto automovel nacional, passa das pistas para os gabinetes. Estamos pois na época da definição dos calendérios para o novo ano.

A elaboraçao dos calendários tem sido um jogo de forças, em que cada clube organi-zador tenta execer o seu poder lobista junto da federação para tentar organizar as suas provas, nos melhores campeonatos e conse-guir as melhores datas. Situação inteiramente legítima.

Para tentar regular estes interesses, a entidade federativa chegou a estabelercer regras para entrada e saída de clubes, na organização de provas para determinados campeonatos, baseadas nos relatórios dos observadores que envia a cada organizaçao. Assim, um clube que tivesse organizado uma prova de um campeonato regional, com boa prestação, poderia aspirar a entrar para um campeonato nacional e vice versa. Sabendo-se das ligações dos observadores a alguns clubes e da capacidade lobista (dos clubes estabelecidos) junto dos orgãos diretivos, constatamos que desde há anos, nos prin-cipais campeonatos, temos quase sempre os

a mediocridade em que caiu o campeonato português de ralis, onde nas últimas provas houve menos de 10 inscritos.

Meus senhores, é preciso trabalhar para se construir uma estrutura profissional que consiga gerir e evoluir o campeonato. Para isso, em vez de ter um presidente que per-ceba muito de ralis, temos que colocar na ACOR um dirigente executivo com provas da-das no marketing desportivo. A ser assim, será esta uma excelente notícia o apareci-mento da ACOR.

Desejo pois uma longa e promissora vida à nova ACOR, a bem do desporto automóvel. Vou estar atento. K

paulo almeida _

sECtor autoMóVElporsChE 919

3 A marca germânica Porsche acaba de registar a patente para a designação 919. Com esta decisão nenhuma outra marca pode utilizar a designação e fica em aberto que o 919 seja um dos modelos que a marca lan-çará em 2018. O novo modelo situa-se entre o 911 e o 918 Spyder (na ima-gem). K

MazDa Cx-3

3 A Mazda deverá apresentar, em bre-ve, um novo mini SUV para o CX-5, o qual deverá ser feito tendo em conta a platafor-ma do próximo Mazda2. Com a designação de CX-3, o novo modelo, potencial rival do Ford EcoSport e do Nissan Juke, promete ser mais pequeno e mais leve que o CX-5. K

Vw CrossoVEr

3 A VW está a desenvolver uma nova versão do Up, denomi-nado Cross Up. Um crossover cuja versão de produção deverá ser apresentada no Salão de Genebra, em março de 2013.O novo modelo surge com alargamentos em plás-tico negro nos guarda-lamas, para-choques com desenho específico, barras no tejadilho e uma suspensão ligeiramente mais alta que a das versões convencionais. K

mesmos clubes organizadores. Poderei por ventura estar a ser injusto

nesta análise e os clubes que sempre estive-ram nos campeonatos de topo serem efetiva-mente os melhor preparados para organizar essas provas, o certo é que, por vezes, saltam para a comunicação social erros graves de or-ganizadores, que impavidamente continuam com lugar cativo nos principais campeonatos.

Concluo pois que esta “fórmula” não tem funcionado, para o bem do desporto auto-móvel.

Aparece agora um novo ator, neste am-biente em que cada clube se tenta colocar

na melhor posição para defender os seus “territórios”. Mais propriamente, no campo dos ralis surge uma associação de organi-zadores com seis membros, com intenções comunicadas. Trata-se da ACOR, Associação de Clubes Organizadores de Ralis.

Espero pois que a ACOR não seja ape-nas uma associacção criada para “defender o flanco” dos 6 clubes que a criaram, mas que possa evoluir para algo mais executi-vo e pedir à federação que nela delegue a organização dos campeonatos. Não estamos pois numa fase de defender o que quer que seja, mas sim de atacar. Sim atacar. Atacar

Publicidade

Page 32: Ensino Magazine nº 178

032 /// DEZEMBRO 2012

Ministério da Educação acaba com planosrECupEração DE alunos CoM fraCos rEsultaDos

6 O Ministério da Educação decidiu acabar com os planos de recuperação de alunos com fracos resultados escolares, dei-xando às escolas a escolha de outras medidas que entenderem mais adequadas à avaliação e promoção do sucesso escolar.

O despacho, anunciado e já enviado para publicação em Diá-rio da República, “elimina os até aqui chamados planos de recu-peração, de acompanhamento e de desenvolvimento, previstos na legislação”.

Em comunicado, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) afir-ma que termina assim “a eleva-da carga burocrática” provocada nas escolas em determinados momentos do ano letivo, retiran-do tempo aos professores para se dedicarem ao trabalho efetivo com os alunos”.

O MEC defende que o diplo-ma vem na sequência da preten-dida autonomia das escolas na tomada de decisões, de forma a garantir uma avaliação “cada vez mais rigorosa e exigente e um acompanhamento mais eficaz”.

No final de maio, o Governo havia já aprovado em Conselho

de Ministros o fim do Plano Indi-vidual de Trabalho (PIT), obriga-tório para os alunos com exces-so de faltas, no âmbito do novo Estatuto do Aluno.

O ministro da Educação, Nuno Crato, explicou na altura

que ficariam igualmente ao cri-tério das escolas as medidas a aplicar em cada situação.

De acordo com o texto divul-gado pelo MEC, incentiva-se ago-ra as escolas a que, após deteta-das as primeiras dificuldades, de

imediato se implantem um con-junto de atividades pedagógicas contempladas na legislação em vigor.

O despacho normativo agora em causa regulamenta a avalia-ção e certificação de conheci-mentos no ensino básico, bem como as medidas de promoção do sucesso escolar que podem ser adotadas pelas escolas no acompanhamento aos alunos.

São também definidas as condições para a frequência do período de acompanhamento ex-traordinário aos alunos do 4.º e 6.º anos, depois da primeira fase de provas finais e das reuniões de avaliação, que podem usu-fruir de um prolongamento da duração do ano letivo.

A segunda fase destas provas é obrigatória para os alunos que obtenham negativa a Português ou a Matemática.

A medida, conforme havia já anunciado o ministro, visa dar “uma segunda oportunida-de” àqueles alunos, procurando “consolidar os conhecimentos e capacidades nas duas áreas es-truturantes do currículo”, numa fase fundamental de transição

entre ciclos.Estão dispensados da realiza-

ção das provas finais dos 2.º e 3.º ciclos os alunos inseridos em percursos curriculares alternati-vos e no ensino vocacional, bem como em programas de educa-ção e formação ou que não te-nham o português como língua materna.

Por outro lado, é introduzida a realização de provas de equi-valência à frequência no final do 2.º Ciclo do Ensino Básico em disciplinas não sujeitas a prova final, “dando aos alunos mais uma oportunidade de pro-gressão para os ciclos seguintes, depois de um acompanhamento adaptado às dificuldades verifi-cadas”.

As provas de equivalência à frequência incidem sobre os conteúdos dos programas, têm como referência as metas cur-riculares estabelecidas para os três ciclos e contemplam uma prova oral, no caso de Portu-guês, Português Língua Não Ma-terna e línguas estrangeiras.

Realizam-se em duas fases em todos os ciclos e destinam-se aos alunos auto-propostos. K

Publicidade

Ensino Magazine | Arquivo H