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V Sociedade D éficit real de tesouraria e impossibilidade de cumprir compromissos, nomeadamente de natureza salarial», adverte o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). «Não re- novação de contratos, o que vai implicar o aumento do número de alunos por turma, mais horas de trabalho lectivo dos profes- sores e menos de trabalho tuto- rial», diz Luciano de Almeida, 55 anos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Desde 2007 que universida- ( ENSINO SUPERIOR ) Último fôlego? As instituições não têm dinheiro para pagar a funcionários e culpam o Governo pela situação FOTO: JORGE BRILHANTE COM A CORDA NA GARGANTA As instituições com graves situações financeiras 84 v3 DE JULHO DE 2008 neste ano, 11 por cento. O problema é que o Orçamen- to de Estado para 2008 não contemplou esta subida, nem os 2,1% de aumentos salariais. Por isso, as universidades reclamam 100 milhões de euros e os politécnicos 30 milhões. «É um problema de gestão das universidades», já disse Teixeira dos Santos. «Não pensem que, no fim do dia, basta apresentar a conta.» A frase do ministro bastou para os responsáveis das instituições de ensino supe- rior virem à praça denunciar o sufoco em que vivem. Para Luciano de Almeida, Teixeira dos Santos «não sabe do que fala. Se o controlo orçamental seguisse o rigor das instituições de ensino superior, não precisa- ríamos de andar nisto.» Seabra Santos, presidente do CRUP, já anunciou que recusa discutir o orçamento de 2009 enquanto a actual situação não for resolvi- da. O representante dos reitores tinha uma reunião agendada para hoje (quinta-feira, 3) com o ministro Mariano Gago e será recebido por José Sócrates, a 22, para uma reunião de «emergên- cia». PEDRO SANTOS des e politécnicos transferem uma percentagem sobre as remunerações dos funcionários para a Caixa Geral de Aposenta- ções. No ano passado, foram 7%, Universidades Évora; Açores; Algarve; Trás-os-Montes e Alto Douro Politécnicos Portalegre; Bragança; Viana do Castelo ENSINO SUPERIOR Modelo de Bolonha pode estar comprometido por causa do garrote financeiro das universidades

Ensino superior

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As instituições não têm dinheiro para pagar a funcionários e culpam o Governo pela situação Universidades Évora; Açores; Algarve; Trás-os-Montes e Alto Douro Politécnicos Portalegre; Bragança; Viana do Castelo COM A CORDA NA GARGANTA des e politécnicos transferem uma percentagem sobre as remunerações dos funcionários para a Caixa Geral de Aposenta- ções. No ano passado, foram 7%, 84 v 3 DE JULHO DE 2008 As instituições com graves situações fi nanceiras

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V

Sociedade

‘D éfi cit real de tesouraria e impossibilidade de cumprir compromissos,

nomeadamente de natureza salarial», adverte o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). «Não re-novação de contratos, o que vai implicar o aumento do número de alunos por turma, mais horas de trabalho lectivo dos profes-sores e menos de trabalho tuto-rial», diz Luciano de Almeida, 55 anos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

Desde 2007 que universida-

( ENSINO SUPERIOR )

Último fôlego?As instituições não têm dinheiro para pagar a funcionários e culpam o Governo pela situação

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COM A CORDA NA GARGANTA

As instituições com graves situações fi nanceiras

84 v 3 DE JULHO DE 2008

neste ano, 11 por cento. O problema é que o Orçamen-to de Estado para 2008 não contemplou esta subida, nem os 2,1% de aumentos salariais. Por isso, as universidades reclamam 100 milhões de euros e os politécnicos 30 milhões. «É um problema de gestão das universidades», já disse Teixeira dos Santos. «Não pensem que, no fi m do dia, basta apresentar a conta.» A frase do ministro bastou para os responsáveis das instituições de ensino supe-rior virem à praça denunciar o sufoco em que vivem. Para

Luciano de Almeida, Teixeira dos Santos «não sabe do que fala. Se o controlo orçamental seguisse o rigor das instituições de ensino superior, não precisa-ríamos de andar nisto.» Seabra Santos, presidente do CRUP, já anunciou que recusa discutir o orçamento de 2009 enquanto a actual situação não for resolvi-da. O representante dos reitores tinha uma reunião agendada para hoje (quinta-feira, 3) com o ministro Mariano Gago e será recebido por José Sócrates, a 22, para uma reunião de «emergên-cia». PEDRO SANTOS

des e politécnicos transferem uma percentagem sobre as remunerações dos funcionários para a Caixa Geral de Aposenta-ções. No ano passado, foram 7%,

UniversidadesÉvora; Açores; Algarve;

Trás-os-Montes e Alto DouroPolitécnicos

Portalegre; Bragança; Viana do Castelo

ENSINO SUPERIOR Modelo de Bolonha pode estar comprometido por causa do garrote fi nanceiro das universidades