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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO / CAMPUS XIV COLEGIADO DE LETRAS/INGLÊS JOSÉ CARLOS DE JESUS ARAUJO ENSINO/ APRENDIZAGEM DE INGLÊS EM UMA VISÃO INTERCULTURAL Conceição do Coité 2012

Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

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Monografia de José Carlos de Jeus Araújo

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Page 1: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO / CAMPUS XIV

COLEGIADO DE LETRAS/INGLÊS

JOSÉ CARLOS DE JESUS ARAUJO

ENSINO/ APRENDIZAGEM DE INGLÊS EM UMA VISÃO INTERCULTURAL

Conceição do Coité 2012

Page 2: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

JOSÉ CARLOS DE JESUS ARAUJO

ENSINO/ APRENDIZAGEM DE INGLÊS EM UMA VISÃO INTERCULTURAL

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final para obtenção do Grau de Licenciatura em Letras - Inglês.

Orientador: Prof. Raulino Batista Figueiredo Neto

Conceição do Coité

2012

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JOSÉ CARLOS DE JESUS ARAUJO

ENSINO/ APRENDIZAGEM DE INGLÊS EM UMA VISÃO INTERCULTURAL

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final para obtenção do Grau de Licenciatura em Letras - Inglês.

Orientador: Prof. Raulino Batista Figueiredo Neto

Aprovado em ________/ ________/ _______

Banca examinadora

Raulino Batista Figueiredo Neto – Orientador Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Fernando Sodré Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV

CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me curado de um problema cardíaco, me

possibilitando, assim, o cumprimento dos meus objetivos, entre eles, o de cursar e

me formar nesta instituição. Agradeço muito a minha família em especial a minha

mãe, que sempre me deu forças com suas crenças de que seu filho era uma pessoa

capaz de lutar e vencer. Minha noiva Doralice Oliveira, por toda paciência e ajuda

durante as intermináveis noites de pesquisa e escrita. Agradeço a todos os amigos,

assim como todos meus colegas de curso e professores, em especial ao meu

professor e orientador Raulino Batista Figueiredo Neto, que sempre foi fonte de

inspiração para seguir a profissão de professor de língua Inglesa, e que ao fim dessa

jornada foi de suma importância para a finalização do trabalho de conclusão de

curso. Agradeço também a todos os funcionários dessa instituição. Muito obrigado a

todos vocês.

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Faz-se necessária a incorporação de culturas e relações

interculturais como forma de inclusão e cooperação dos

participantes do processo de aprendizagem [...]

Mendes

Page 6: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

RESUMO

O presente trabalho busca fazer uma análise do uso da interculturalidade por parte dos professores de LI como ferramenta norteadora para um ensino significativo da língua Inglesa, e havendo essa abordagem, como os alunos reagem diante de tais colocações. A interculturalidade busca um ensino pautado no respeito entre diversas culturas, idealizando um aluno consciente de seu papel na sociedade. O trabalho tem como objetivo, buscar viabilizar o ensino de LI através da interculturalidade. A metodologia aqui utilizada foi uma pesquisa etnográfica com o uso de questionários e observações das aulas de língua Inglesa com o intuito de conhecermos o atual estágio do ensino de LI. Os resultados obtidos após pesquisa serão demonstrados e então faremos uma análise da posição de professores e alunos a respeito dos materiais instrucionais utilizados nas instituições pesquisadas. Em suma o trabalho busca propiciar uma reflexão do ensino aprendizagem sobe o viés da interculturalidade.

Palavras – chaves: Interculturalidade. Ensino. Aprendizagem.

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ABSTRACT

The present paper, aims to analyze the use of interculturality by the teachers of English, as a main implement to teaching English language. Through this approach, we will investigate how students face these conditions. Interculturality, is a way of teaching based on the diversity of cultures, idealizing a conscious learner about their roles in the society. The study aims at promoting the English language teaching through an intercultural approach. The methodology used here was an ethnographic research using some questionnaires and some observation of English classes, with the purpose of unveiling the present stage of the teaching /learning in the English language. The results generated after this research will be shown and then we will seek to carry out an analysis on the position of teachers and students concerning the materials used at school. To sum it up, This paper seeks for a debate about teaching and learning through the lenses of interculturality. Keys- words – Interculturality. Teaching. Learning.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÂO 09

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11

2.1O Inglês como língua franca 11

2.2 Docência e discência a margem da interculturalidade 12

2.3 Livro didático; o ponto chave para o ensino intercultural 15

3 METODOLOGIA 18

3.1 Descrições do sujeito 18 3.2 Locais da pesquisa 18 3.3 Questionários utilizados na pesquisa 19 3.4 Procedimentos de análise

4 ANÁLISE DE DADOS 21

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

REFERÊNCIAS 26

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1 INTRUDUÇÃO

A interculturalidade é sem sombra de dúvidas uma ferramenta poderosa para

o devido acolhimento dos novos falantes da língua Inglesa, ela pode entre outras

coisas, mostrar para o aluno a interação cultural como fortalecimento das relações

entre os povos. A ideia de um ensino pautado no respeito e na tolerância para com o

outro, pode ser um alento para aqueles que buscam conhecimento através de um

novo idioma, mas, que alimentava suspeitas e medos de torna-se aculturado,

engolido pela cultura do outro, e assim, perder sua própria identidade cultural,

devido a um discurso monocultural abordado por muitos professores no ensino de

LI. Sendo assim, o trabalho se justifica por buscar e apresentar essa ideia do ensino

alicerçado no viés intercultural, objetivando verificar a participação dos professores

da língua Inglesa e dos materiais instrucionais utilizados nas escolas na criação de

aprendizes capazes de conhecer e lidar com novas culturas.

Essa perspectiva intercultural busca uma transformação na forma de agir dos

professores de LI. Busca-se também uma maior aceitação por parte dos alunos além

de garantir-lhes uma inserção nos diversos contextos com os quais ele não está

habituado. Mendes (apud FENNES; HAPGOOD, 1997), indivíduos de culturas

diferentes podem compartilhar de conhecimentos ajudando-se mutuamente

respeitando suas diferenças e que esse encontro não está fadado ao fracasso.

Diante dessa consideração podemos então nos valer do discurso intercultural,

promovendo essa ideia de cooperação mútua entre falantes que representam

culturas distintas.

O caminho para o aprendizado realmente significativo é o único objetivo

daqueles que, atribuem à interculturalidade essa capacidade de transformação do

individuo passivo, em um aprendiz atuante e confiante na sua capacidade de

aprender e ensinar sem agredir e sem corroborar com a agressão alheia. A

liberdade é o desejo de todos aqueles que buscam conhecer e usufruir uma nova

língua, e é daí que vem a urgente necessidade de aceitação por parte das

instituições da produção realizada por seus alunos, e que, estes podem usar a

língua estrangeira sem imergir na cultura dos falantes dessa língua. Por sua vez é

necessário que os alunos, tenham a consciência de que estão adquirindo

conhecimento de um novo idioma e que é necessário conhecer a cultura que

envolve esse idioma, haja vista que esses elementos são indissociáveis.

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O trabalho se inicia fazendo um levantamento do atual estágio da língua

Inglesa e como essa se tornou a língua franca dos nossos dias. O trabalho busca

analisar a posição dos professores diante dessa demanda da utilização da

intercuturalidade no ensino de língua estrangeira. Por último vamos verificar a

aceitação por parte dos alunos em relação ao material instrucional utilizado nas

escolas aqui estudadas, ao passo que buscamos entender até que ponto esses

materiais podem contribuir para a aculturação dos aprendizes. Tudo isso se valendo

das pesquisas realizadas através dos questionários aplicados nas escolas com

alunos e professores, assim como, as observações das aulas de LI que nos

propiciaram um maior contato e conhecimento do atual estágio do

ensino/aprendizagem da língua Inglesa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste primeiro capítulo, verificaremos a esfera de importância a que

ascendeu a língua Inglesa e porque ela se tornou a língua franca dos dias

atuais. A língua Inglesa tornou-se uma ferramenta de comunicação inigualável

capaz de transpor barreiras, estabelecendo uma comunicação comum aos

mais variados povos e culturas.

2.1 Inglês como língua franca

A expansão da língua Inglesa, em escala planetária, se torna cada dia

mais evidente nos mais variados contextos. Esse crescimento, no entanto,

também trás algumas controvérsias. Segundo Brown (2007) o chamado “World

English” criou a ideia de que cada lugar deve buscar seu jeito de falar Inglês,

ele cita que aprendizes indianos não buscam uma nova cultura, eles não

querem se expressar oralmente como imitadores dos falantes do “1Inner

circle”¹ Brown (2007, p. 205) revela que é um momento onde o Inglês é falado

de diferentes formas e visto distintamente pelos novos falantes e que esse

modo diferente de se expressar, é aceitável e considerado como legitimo, mais

do que isso, ele nos revela que a forma de ensinar a língua Inglesa vem se

transformando ao longo do tempo. Os professores de LI buscam mostrar para

os alunos outras vantagens que se sobrepõem ao ato de soar como um nativo

do Inner circle. Por esta razão, o trabalho busca analisar como as variantes do

idioma vêm sendo tratadas e estudadas, em instituições de ensino de LI e

escolas particulares. Para chegarmos a uma maior compreensão no que diz

respeito ao ensino de Língua Inglesa é preciso entender o seu processo de

expansão e as mudanças que se refletiram, sobretudo, na forma como essa

língua é ensinada/aprendida ao redor do mundo.

O inglês se difundiu de tal forma que, mesmo países como França,

Espanha, Brasil, Portugal, que possuem idiomas fortes e bem difundidos

sentem-se compelidos a adotar a Língua inglesa como língua de comunicação

1 Inner circle,que segundo Huston e Oakey (2010, p. 89), se refere principalmente a Inglaterra e aos

Estados Unidos

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comum. Por esta razão, a grande parte dos falantes dessa língua não são

nativos. Segundo Nerriére (2011):

Apenas 12% de todo o mundo têm o Inglês como língua materna, e que 4% da comunicação internacional ocorre entre falantes nativos de diferentes nações da língua Inglesa norte- americanos e australianos, por exemplo, sendo assim, afirma o autor, 96% da comunicação internacional em inglês é produzida com pelo menos um dos interlocutores não nativo. (p. 17)

Para a grande maioria das pessoas, o ato de aprender uma segunda língua,

por si só, amplia nossa visão de mundo, traz novas expectativas além de

possibilitar, em meio ao contexto de globalização no qual vivemos uma

ascensão pessoal e profissional, a qual se processa à medida que nos

utilizamos desta língua planetária. Assim, reconhecendo que essa é a mais

forte e difundida ferramenta para a comunicação mundial, agora nos resta

refletir acerca do fenômeno em questão e lançar mão de instrumentos que

venham a contribuir para a consolidação da Língua Inglesa nos contextos de

ensino-aprendizagem em que ela é trabalhada. Nesse sentido, e levando em

consideração o fundamental aspecto cultural presente em nossas práticas

linguísticas, torna-se fundamental a adoção de uma visão que seja

caracterizada por uma aprendizagem intercultural, a qual se define como

sendo a busca do equilíbrio e do conhecimento em relação ao outro,

valorizando o que é próprio de seu sistema lingüístico-cultural, mas tornando-

se também sensível e tolerante para com a novidade trazida pela Língua

Inglesa nos seus mais variados aspectos. Segundo Mendes (2007), faz-se

necessária a incorporação de culturas e relações interculturais como forma de

inclusão e cooperação dos participantes do processo de aprendizagem.

2.2 O papel do professor na criação da identidade intercultural

Nesse segundo capitulo, o trabalho volta-se para os agentes mais

importantes do processo de reconhecimento da interculturalidade como um

sólido caminho para o aprendizado, baseado no respeito ao outro, na cultura

do outro.

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O professor, que juntamente com seu alunado, vem buscando o verdadeiro

significado do aprendizado socialmente útil. O professor é esse agente e pode

ser uma peça chave para a criação da consciência intercultural em cada

aprendiz.

Mendes afirma que é preciso adotar uma perspectiva intercultural,

promovendo integrações e o respeito á diversidade dos povos. Segundo

Mendes essa perspectiva tem como objetivo a mudança de foco e

consequentemente uma mudança de postura por parte dos professores

incorporando aspectos culturais à suas praticas pedagógicas. Segundo

Mendes (apud FENNES; HAPGOOD, 1997), indivíduos de culturas diferentes

podem compartilhar de conhecimentos ajudando-se mutuamente, respeitando

suas diferencias e que esse encontro não está fadado ao fracasso.

Havendo falantes de língua inglesa em diferentes partes do globo, é de

se esperar que cada falante venha a incrementar e criar formas curiosas de

utilizar a referida língua-alvo. Assim, entende se que esses novos contornos

dados à Língua Inglesa, principalmente, nos aspectos relacionados à

pronúncia e vocabulário, representam uma importante manifestação das

culturas locais/regionais na Língua Inglesa. É diante da importância das

culturas locais, e do trabalho com o ensino da Língua Inglesa, que

observamos a necessidade de entender o processo de aprendizagem dessa

língua alvo, como algo que esteja situado num processo que seja sensível e

socialmente significativo para os sujeitos dessa aprendizagem.

Portanto o trabalho intercultural pode, entre outras coisas, promover

uma espécie de bilinguismo aditivo que segundo Lambert (1977), é um Tipo

de bilinguismo que se caracteriza pela aquisição de duas línguas socialmente

reconhecidas como úteis.

A interação e a sensibilidade para as diferenças culturais tornam-se o

principal veículo para uma aprendizagem verdadeiramente significativa.

Sendo assim, as instituições de ensino, escolas públicas e professores,

assim como todos os envolvidos no processo ensino/aprendizagem de LI,

necessitam entender e divulgar uma consciência de liberdade do uso da língua,

sem necessariamente imergirem-se na cultura dos falantes nativos de um único

lugar. Os alunos por sua vez, aprendem que o idioma é rico em diversidade e

que pode ser estudado e aprendido de formas diferentes. Haja vista que

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quando pensamos que o inglês é mundial, vem à ideia de que seria impossível

conhecer ou imitar todos os aspectos da língua inglesa, limitando-se a um

centro dominador. Não seria justo nem útil privilegiar apenas as vertentes,

americana ou, britânica, uma vez que a LI é uma língua mais utilizada por não

nativos, do que por nativos.

Diante dessa realidade, compreende-se que o ensino baseado na

interculturalidade, diferentemente de um ensino baseado apenas na cultura dos

países hegemônicos que a utilizam, visa à formação de um sujeito participativo

e envolvido com o mundo em que vivemos, atuando de forma significativa para

o desenvolvimento de uma aprendizagem crítica e socialmente engajada, com

a interação e cooperação para com todos, não importando a que cultura o outro

pertence. Segundo Papp (s/d, p.02) do departamento de linguagem e

linguística Inglesa da universidade de Miskolc na Hungria, o papel do inglês na

comunicação internacional, é real e por isso, nações vêm adotando medidas

para o aprimoramento do ensino aprendizagem dessa língua, ela cita que a

China oferece inglês nas suas escolas públicas para as crianças a partir dos

três anos de idade, isso só demonstra o quanto os Chineses buscam a

interação com outros povos porque sabem que isso é importante para sua

nação.

Segundo Walesko (apud PADILHA, 2004, p. 14), a interculturalidade pode

contribuir para “superar tanto a atitude de medo quanto a indiferença em

relação à tolerância para com o outro, construindo uma disponibilidade positiva

da pluralidade social e cultural.” Porque quem adquire uma nova língua, tem

então, a consciência de que busca conhecer uma nova cultura, porém,

mantendo e respeitando a sua cultura de origem reconhecendo-a tão

importante quanto qualquer outra. Os agentes dessa consciência são os

professores e esses devem levar para os alunos não somente a uma

competência comunicativa mais a capacidade de agir conscientemente na

sociedade. Walesko (2006 apud JORDAO, 2004).

[...] o sujeito que aprende uma língua estrangeira aprende também que sua identidade nacional não é a única possível; nem a melhor. É crucial que o professor de LE tenha ciência de seu papel de educador, que contribui para a formação dos futuros cidadãos do mundo e não apenas de transmissor de um sistema meramente linguístico, sem função social (p.31).

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Sabemos que é um desafio para professores criar uma cultura de ensino

baseado nos pilares da interculturalidade, sendo necessário, portanto, uma

conscientização prévia por parte de todos, e que conhecer a cultura do outro é,

na verdade conhecer-se melhor, comparando o que é semelhante e

reconhecendo o diferente, valorizando, desse modo, ambas as culturas. Sendo

assim, a conscientização de professores para a inserção de aulas e discursos

voltados para o conhecimento de uma nova cultura é benéfico para os alunos.

Walesko (2006) afirma que, existem equívocos de grande parte dos

professores de Língua, especialmente a língua Inglesa. Segundo a autora, os

professores creem que ensinar a margem da interculturalidade é simplesmente

propor atividades contemplando aspectos culturais de um determinado lugar,

Walesco, (2006, p.31), afirma que, muitos professores ainda negligenciam a

importância da reflexão intercultural como meio de desenvolver a competência

comunicativa.

2.3 Material instrucional; um aliado para o ensino intercultural

Este terceiro capitulo visa uma análise sobre o material utilizado no

ensino de LI e como este vem sendo trabalhado por parte dos professores de

língua Inglesa. Busca-se então, a valorização de um material inter cultural,

levando os alunos a perceber a diversidade do Inglês. O material didático é

uma ferramenta de suma importância para o professor de LI. Segundo

Carvalho (2006), o material didático carrega toda a cultura da língua a ser

estudada e que por isso, o professor deve estar atento para a utilização do

mesmo, pois, ele pode influenciar na visão do aprendiz para com os falantes da

língua alvo.

Tendo em vista a pluralidade da língua inglesa no cenário atual,

entendemos que não há mais espaço para privilegiar somente os países onde

o inglês é língua materna. O aluno, diante de um material instrucional alinhado

à perspectiva intercultural e portador de diferentes vozes lingüístico-culturais e

sotaques, aprende que seu Inglês será aceitável para a comunicação global e

que conhecer uma nova cultura através do material e do discurso intercultural

promovido pelo professor em sala lhe dará a oportunidade de reflexão em torno

das culturas diversas e de sua própria cultura.

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Carvalho (2006 apud Alvarez, 200 p.5): assim se posiciona com relação a

essa interação cultural a favor da interculturalidade no ensino/ aprendizagem

de LI.

Ao relacionar a cultura nativa e a cultura-alvo, promovem-se contatos de confrontos, por meio da análise de valores, da interpretação e da recepção de significados desses valores, o que desenvolve a capacidade de avaliar essa nova cultura, tentando-se aproximar e inserir nela.

O material didático tem grande influência na inserção da consciência

intercultural para o aluno, e a utilização por parte do professor deve ser feita

com competência, analisando a autenticidade dos textos, pois, trata-se de uma

ferramenta importante para o aluno e este pretende se reconhecer no texto

fazendo ligações com sua realidade e a realidade do mundo atual. O material

que possui diálogos com nativos interagindo somente com outros nativos, pode

dar a ideia de isolamento da língua, sendo a língua global, como é o caso do

Inglês, não há espaço para privilégios de uma única cultura ou pronúncia

padrão, uma vez que essa língua passa a ser de todos. Segundo Evans e John

(1998) o material didático tem um papel crucial na exposição do aprendiz à

língua alvo. Os referidos autores ainda afirmam e que esse material deve

apresentar uma linguagem real. Os autores citam jornais e revistas como uma

fonte de material rico em informação, e que podem contribuir decisivamente

para o êxito na aprendizagem de intercultural da língua-alvo. (isso quando

aborda assuntos globalizados), ou seja, é de grande importância a utilização

por parte do professor de um material contextualizado abordando assuntos do

dia a dia do aluno e acima de tudo, com aspectos culturais múltiplos, dando

assim a oportunidade do enriquecimento cultural para o aluno. Em relação à

questão do material didático assim se posiciona Walesko (2006 apud

ALPTEKIN, 2002),

A maioria dos materiais didáticos para o ensino de LE que se fundamentam na Abordagem Comunicativa apresenta “modelos” de comportamento a serem seguidos e a maioria dos diálogos apresentados ocorre entre falantes nativos.

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Sendo assim, percebe-se é uma disparidade se levarmos em conta a

realidade da língua Inglesa, pois se trata de um instrumento de comunicação

de varias culturas, porém, os materiais didáticos ainda não acompanham a

ideia de um ensino intercultural. Segundo Walesko (2006) é necessário uma

redefinição das praticas pedagógicas, visando alem dos aspectos linguísticos

que envolvem um idioma, é necessário a imersão de valores interculturais. De

acordo com Brown, (2007) cultura é uma maneira de viver, de sentir e de

pensar O autor cita John Done, o qual escreveu que nenhum homem é uma

ilha, somos parte de um todo. No ensino aprendizagem observa-se a

necessidade da imersão intercultural valorizando a nossa cultura sem

desprezar a cultura do outro. O ensino intercultural visa o não isolamento,

sendo necessária então a utilização de um material didático que aborde a

cultura estrangeira assim como a cultura do aluno.

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3 METODOLOGIA

3.1 Descrições do sujeito

Os agentes envolvidos na nossa pesquisa se dividem em dois grupos,

docentes e discentes de duas instituições distintas na cidade de Serrinha, os alunos

que participaram da pesquisa são estudantes do primeiro ano do ensino médio,

quatro garotas e quatro garotos que estudam no turno vespertino, os alunos da

escola E1 que é uma instituição particular, fazem parte desta mesma instituição

desde o sexto ano letivo e com idades que variam dos 15 – 16 anos, alunos que

revelaram ter uma vida de qualidade com condições de frequentar boas escolas

inclusive escolas de idiomas de renomes, tendo também boas perspectivas de

segurança familiar para o futuro nos estudos assim como na profissão que cada um

venha a escolher. Já os alunos da escola E2 que é uma escola estadual revelaram

que sentem certa pressão por parte da necessidade de colocação no mercado de

trabalho precocemente para poder ajudar no orçamento familiar, esses alunos não

tem condições de aprimorar os estudos em escolas de idiomas ou cursos de

informática, sendo assim, os estudos não é tão fácil para eles que tem a faixa etária

um pouco alta para alunos do primeiro ano do ensino médio. Com relação a língua

Inglesa eles revelaram que sabem da importância de adquirir o novo idioma mas que

o contato tardio com a língua estrangeira devido ao histórico de estudos em escolas

publicas fizeram o estudo de novos idiomas quase inalcançável para eles.

Os docentes da escola particular e que participaram da pesquisa trata-se de

um homem e uma mulher, os quais somam alguns anos de serviço na escola aqui

analisada, os professores mostraram-se interessados no tema da pesquisa e

buscaram colaborar com bastante entusiasmo para o andamento das pesquisas.

Ambos são formados pela Universidade estadual da Bahia em letras com

licenciatura em língua Inglesa e literaturas.

3.2 Locais da pesquisa

A pesquisa foi realizada em duas instituições da cidade de Serrinha, uma escola

particular e uma pública, a escola que vamos identificar como E1 da cidade de

Serrinha é uma instituição privada que oferece cursos que vão da pré-escola até o

Page 19: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

19

terceiro ano do ensino médio. O ensino da língua Inglesa nesta escola é iniciado já

no primeiro ano, as crianças que estudam nesta escola chegam ao fundamental I e II

com alguns anos de contato com o Inglês. Localizada em uma área privilegiada da

cidade a instituição é vista como uma grande escola, com bons educadores além de

ser considerada tradicional, haja vista a escolha de muitos pais pelo ensino da

mesma, a qual concentra um grande número de alunos de classe média. Nesta

escola houve a participação de dois alunos e dois professores um homem e uma

mulher.

A segunda escola pesquisada é uma instituição estadual que atende alunos

do ensino fundamental II e ensino médio. Os alunos que participaram da pesquisa

foram dois alunos, eles participaram com bastante atenção e colaboração para o

estudo da utilização do discurso intercultural ou da falta dele. A referida instituição é

muito tradicional na cidade de Serrinha com mais de 60 anos de serviços. A

instituição se orgulha de ter formado os habitantes mais ilustres da cidade, doutores,

advogados e principalmente os prefeitos e governadores que por lá passaram e que

governam ou governaram até pouco tempo a cidade de Serrinha.

3.3 Questionários utilizados na pesquisa

Os questionários foram entregues para alunos e professores em uma data

previamente instituída pelo entrevistador e foi dado então, um prazo de uma semana

para que os envolvidos retornassem com os questionários e as respostas. O

questionário utilizado na pesquisa foi constituído por oito perguntas direcionadas aos

professores de LI e seis perguntas para os estudantes. Foram elaboradas perguntas

simples com o intuito de observar como o processo do ensino da língua Inglesa vem

ocorrendo e como isso é percebido no discurso dos participantes. Tal percepção se

deu a partir das observações em torno de suas analises a respeito da difusão da

língua Inglesa como língua franca dos nossos dias. Além disso, foi possível

compreender mais aprofundadamente como se dá o discurso intercultural em sala

de aula e como é feita a articulação com o material instrucional utilizado pelas

instituições aqui citadas.

As perguntas utilizadas nos questionários foram elaboradas com a intenção

de observar os agentes envolvidos no ensino/ aprendizagem da língua Inglesa, ou

seja, alunos e professores, a respeito do uso do discurso intercultural tanto dos

professores como dos materiais instrucionais utilizados para as aulas de LI. As

perguntas feitas para os alunos tinham como objetivo analisar como estes recebem

Page 20: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

20

as informações dos professores, assim como, aquelas contidas nos livros utilizados

para o ensino da língua Inglesa. Com esse instrumento, buscava-se observar qual

era a reação dos alunos diante do discurso a respeito da importância da aquisição

de um novo idioma e porque seria esse novo idioma a língua inglesa. Havia

perguntas a respeito dos materiais conhecidos pelos estudantes até então, e, como

estes afetaram o posicionamento deles a respeito das diversas culturas.

3.4 Procedimentos de análise

A pesquisa teve caráter qualitativo utilizando-se de questionários e observações

das aulas de língua Inglesa para coletar dados que nos forneça a real imagem do

ensino de LI nas escolas aqui pesquisadas. Sendo assim, fizemos o uso da

pesquisa etnográfica que nos possibilitou a descrição das aulas e dos aspectos de

ensino e aprendizagem tangenciados pelos agentes envolvidos na pesquisa. Ao

passo que esperávamos o cumprimento do prazo de oito dias para recolher as

respostas dos questionários tanto dos alunos como dos professores, foram feitas

visitas no momento da aula de LI com o intuito de observar o discurso utilizado pelo

professor, um discurso que poderia ser monocultural perpetuando um modelo de

ensino que insiste em privilegiar os países nativos da língua Inglesa ou a presença

de um discurso multicultural com ênfase nas diversas culturas em pró do ensino do

mesmo idioma, a língua Inglesa. Buscávamos observar a reação dos alunos diante

do discurso trazido pelo professor de Inglês. Dessa forma foi possível traçar um

paralelo entre respostas obtidas através dos questionários e a realidade vida em

sala de aula.

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4 ANÁLISE DE DADOS

Podemos a partir de agora, fazer uma análise a respeito das respostas

obtidas, e criar um paralelo para chegarmos a um resultado que nos aponte o atual

estágio do ensino/ aprendizagem da língua Inglesa, que se respalde nas relações

interculturais promovendo respeito entre culturas diversas, sendo este, um aliado

para o ensino da língua Inglesa. Com as respostas dos discentes e docentes aqui

apresentadas, busca-se então verificar a posição das instituições e dos agentes

participantes destas instituições, uma posição diante da demanda de mudança de

foco, na utilização e aprimoramento do chamado ensino intercultural. O que

podemos analisar em primeira instância é que as respostas de cada um dos alunos,

seja da escola particular ou pública, no que diz respeito ao questionário, evidenciam

um distanciamento em algumas respostas dadas por eles, nota-se ainda uma

grande dificuldade por parte dos discentes em compreender e elaborar respostas

cabíveis a cada pergunta. Passadas as primeiras impressões, vamos analisar as

respostas dos alunos da escola E1.

De acordo com a observação feita nas respostas da aluna aqui chamada de

“estudante1” da instituição particular de ensino na cidade de Serrinha, alguns

professores buscam alertar os alunos para a importância do respeito mútuo entre as

diversas culturas. A segunda resposta dessa aluna também indica uma visão

intercultural dos professores de LI da escola E1já que ela revelou a preocupação

dos docentes em mostrar a importância das demais culturas até mesmo para o

aprendizado útil de uma língua estrangeira.

Há uma contradição na terceira resposta da aluna, quando perguntada se os

professores abordavam culturas diferentes com o devido respeito, ela escreveu:

“Sim, mas, com relação a outros países não há uma valorização”. Ou seja, há

momentos em que ela observa por parte dos professores imparcialidade e há

momentos em que ela acha que muitos países e culturas são deixados aparte nas

aulas de língua.

Ao ser perguntado a respeito dos livros utilizados na escola e como esse

poderia interferir na criação da imagem estrangeira no aluno, ela nos revela que

acredita que os diálogos contidos nos livros de LI podem mudar a identidade do

aluno, segundo ela, o fato de que o livro continha somente fatores positivos dos

países da língua alvo, no nosso caso a língua Inglesa, porem, sempre com foco na

Page 22: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

22

Inglaterra e Estados Unidos dando assim uma ideia de perfeição do modo de vida

dos agentes dessas culturas.

A aluna informa que, alguns livros nem chegam a mencionar outras culturas

ou países que falam inglês, a não ser Inglaterra e Estados Unidos como aqui já

mencionados. As respostas de uma forma geral não são opostas aquelas que

obtivemos com o aluno “Estudante 2” da mesma instituição. O aluno nos revela que

os professores não cobravam uma perfeição ao falar Inglês, dando a entender que a

produção linguística era mais importante do que aculturação ou a busca por uma

imitação exagerada da fluência de um nativo da língua Inglesa. O aluno pontuou que

os professores buscavam alertar seus aprendizes para a importância da interação

com todos os povos. Com relação ao livro didático ele se posicionou da seguinte

forma; “O livro não influenciava em nada, porém, não citava outras culturas com

frequência” ele revela também que os livros não citavam países dos quais a língua

Inglesa não fizesse parte, mas de uma forma geral, acredita que os professores da

escola em que estuda, está sim colaborando para que os alunos aceitem essa nova

abordagem para aproximar alunos e produto de estudo.

O professor P1 da escola particular a qual nos serve de guia revelou que

busca demonstrar aos seus alunos toda a diversidade cultural e o quão importante é

conhecer cada uma delas. Segundo o professor aqui chamado de P1, há uma

grande surpresa dos alunos ao ouvirem do professor que o que vale é ser

compreendido e que a produção de cada um deles é aceitável diante do mundo que

adotou o Inglês como língua franca, ele diz que utiliza textos interdisciplinares para

chamar a atenção do alunado para a cultura do outro e assim os alunos conseguem

aprender diferentes modos de ser tendo ao mesmo tempo o contato com a língua

alvo nos textos por ele trazidos para as aulas.

O professor demonstra uma preocupação com os livros utilizados nas escolas

como um todo, ele acredita que há muitos aspectos gramaticais que muitas vezes,

segundo ele, são irrelevantes para alunos nessa fase do aprendizado. O professor

revela que aceita toda a produção oral dos alunos desde que seja uma produção

oral compreensível para os receptores. A professora aqui chamada de P2 que

também trabalha na escola particular E1 demonstrou também a sua preocupação

com relação à qualidade dos textos estudados em sala de aula. Ela revela que os

alunos buscam fazer comparações entre as diversas culturas focalizadas naquela

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23

aula, e que essa parece ser a reação natural deles, ao ser perguntado a respeito de

como deveriam ser as aulas de língua Inglesa ela responde;

“Deveria se dar mais importância à aprendizagem, a começar pelo número de aulas

dedicado a mesma.”

Um dado relevante apontado pela professora e que nos chama a atenção é

que os livros didáticos utilizados na maioria das escolas do município são

confeccionados no sul ou sudeste do país e que por isso traz aspectos e costumes

fora da realidade dos alunos do semiárido baiano. Ela acredita que isso possa ser

um fator relevante para a costumeira desaprovação dos alunos com relação aos

livros utilizados na escola.

Diante disso, podemos observar que os professores da escola E1, utilizam da

ferramenta intercultural em suas aluas, alertando seus alunos para a importância do

conhecer, e também do auto reconhecimento, respeitando sua própria cultura diante

de todas as outras. De acordo com as respostas dos professores, podemos observar

que há uma grande preocupação em relação aos livros didáticos, que parecem

insistir em focar a gramática a dar lugar a textos contextuais. Todas essas

impressões do comportamento dos professores acima citados são comprovadas

através das observações feitas durante algumas aulas, pois muito dos alunos

utilizavam-se do discurso de que o livro era estranho e não tinha nada a ver com a

realidade da cidade ou ate mesmo do país em que eles moram.

Após a publicação das perguntas e respostas dos alunos da instituição

particular vamos então ao questionário aplicado na escola publica aqui chamada de

E2, ainda em uma análise feita com alunos do ensino médio que serão identificados

como estudante 3 e estudante 4, faremos então um breve resumo das respostas dos

mesmos. Uma das estudantes revelou que não recorda de ouvir os professores falar

em cultura associada a estudo de idiomas e que muitas vezes os professores não

são formados em letras Inglês, estariam somente cumprindo carga horária na

escola, ensinado uma disciplina desconhecida por eles em termos técnicos.

Porem elas revelam que muitas vezes os professores defendiam a ideia de

que é necessário conhecer costumes de diferentes povos e acima de tudo respeita-

los, os alunos ainda confirmaram o uso por parte dos professores do discurso de

respeito por todos. Em relação ao material utilizado pela escola eles revelam que

não vê modo de interferência advinda de livros didáticos para uma mudança de

identidade cultural. Mas, ao serem perguntados a respeito da abrangência dos

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24

temas contidos no livro os alunos acham que o livro ou muitas das vezes apostilas

adotadas pela escola só abordam assuntos dos Estados Unidos e Inglaterra e que

isso não era bem visto por elas e os demais da turma.

Page 25: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática da interculturalidade defendida ou aconselhada no decorrer deste

trabalho, não busca ofender ou ofuscar todo o esforço praticado por professores e

educadores ao longo dos anos, em ensinar com foco somente em gramática, regras

ou aspectos culturais de países de língua inglesa ou até mesmo alguns que se

utilizam de um discurso anglófilo. O que se busca é somente uma mudança no foco

do ensinar língua estrangeira, sem acolhimento assoberbado de uns poucos povos

que tem a língua inglesa como língua materna, mostrar para o aprendiz que ele

pode e deve se valer do conhecimento de línguas estrangeiras, mas, sem

necessariamente soar como um estrangeiro.

O trabalho revelou a expansão da língua inglesa em seus diversos aspectos,

o crescimento numérico das pessoas que utilizam essa língua, que necessitam dela

para estudar e trabalhar e interagir com o resto do mundo, e é por esse motivo que a

interculturalidade é vista como ferramenta poderosa para ensinar e preparar esses

novos falantes, para interagir não somente com o uso de aspectos linguísticos, mas

também com o conhecimento das diversas culturas, respeitando-as aceitando-as,

porem, sem perder de vista sua própria cultura.

A pesquisa realizada para este trabalho nos revelou que alunos e professores

sentem que o momento é de interação entre os povos. Os professores buscam

alertar o alunado para a necessidade de conhecer o que é estrangeiro levando em

conta que hoje em dia já não estamos tão distantes assim, e que a interação entre

os povos pode estar somente a um click. É notável, e lamentável, observar através

da pesquisa, que os materiais instrucionais utilizados nas escolas ainda não

acompanham essa nova visão de ensino e que ainda pecam em valorizar algumas

culturas e deixando outras a parte. Com tudo, podemos finalizar com a esperança de

dias melhores para o ensino/aprendizagem de LI sobe o viés da interculturalidade.

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REFERÊNCIAS

ALVAREZ, Maria Luiza Ortiz; SILVA, Kleber Aparecido da. (Orgs.). Linguística aplicada: múltiplos olhares. Campinas: Pontes, 2007. CARVALHO, Ângela de Alencar; O professor de línguas e a produção de materiais didáticos para o ensino da pronúncia: uma experiência com alunos do curso de letras da Universidade Estadual do Ceará, Ceará, 2006. DAGIOS, Marcele Garbin; As concepções de interculturalidade e suas aplicações no ensino de língua inglesa: uma analise da visão dos professores do sudoeste do Paraná. Curitiba; 2010. HUSTON, Susan; OAKEY, David. Introducing applied linguistic: concepts and skills. Disponível em: <http://books.google.com.br>. Acesso em: 03 fev. 2012. ______________Interculturalidade. Disponível em: <URL: http://www.infopedia.pt/$interculturalidade>. Acesso em: 03 dez. 2011. JUDIT. Szabóné Papp. English as the Main Language in Intercultural Communication. Disponível em: <http://www.pulib.sk/elpub2/FF/Ferencik2/pdf_doc/24.pdf>. Acesso em: 03 Jan. 2012. LAMBERT,W. E. Language, psychology, and culture. California: Stanford University Press, 1972. MOITA LOPES, L. P. da. Oficina de lingüística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras, 1996. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada, Belo Horizonte, v. 5, n.1. 2005, p.43-61. REIS, K.C, BROCK, M.P.S. Inter-relação cultura e língua para professores de língua inglesa. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/new/site/pdfs/perspectiva/128_139.pdf > .Acesso em: 10 Jan. 2012. SANTOS, Edleise M. O. A perspectiva intercultural no ensino de línguas: uma relação “entre-culturas”. In: ALVAREZ, M. L. O; SILVA, K. A. (Orgs.). Linguística aplicada: múltiplos olhares. Campinas: Pontes Editores, 2007. STEVEN PINKER. The Language Instinct, Harper, 1994. ISBN 0-06-097651-9.

Page 27: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

27

WALESKO, Angela Maria Hoffamnn. A interculturalidade no ensino comunicativo de língua estrangeira: um estudo em sala de aula com leitura em inglês: Disponível em: <http://dspace.c3slufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/10383/ANGELA_M_H_WALESKO.pdf;jsessionid=C84EFE9A8BBADC64106301648FE27311?sequence=1>. Acesso em: 01 fev. 2012.

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APÊNDICES

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO / CAMPUS XIV COLEGIADO DE LETRAS/INGLÊS

1- Qual a trajetória de sua vida docente?

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_____________________________________________________________________

2- Você acredita que é necessário alertar os alunos sobre a importância de aprender

aspectos culturais da língua Inglesa?

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_____________________________________________________________________

3- Você se utiliza do discurso intercultural de respeito mutuo entre as diversas culturas

chamando a atenção dos seus alunos para o diálogo entre línguas, ou línguas-

culturas enquanto ferramenta comunicativa?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4- Como você acredita que deveria ser o ensino de língua inglesa em relação aos

aspectos das línguas em jogo? (português e inglês)

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

5- Quando você está em sala de aula abordando temas como cultura, respeito as

diversidade e imersão cultural como ferramenta de aprendizagem, qual é a reação de

seus alunos?

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_____________________________________________________________________

______________________________________________________

6- Quais são os temas trabalhados por você em sala de aula que podem beneficiar os

alunos na compreensão do Inglês como agente intercultural?

____________________________________________________________________

7- O que pensa dos livros didáticos de Inglês normalmente utilizados nas escolas?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Page 29: Ensino/aprendisagem de Inglês em uma visão intercultural

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8- Você Costuma adaptar ou pesquisar materiais didáticos contextualizados para suas

aulas?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

9- O que você acha da produção comunicativa de seus alunos em relação à pronúncia

da língua inglesa? Você cobra uma pronúncia aproximada a de um nativo?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO / CAMPUS XIV COLEGIADO DE LETRAS/INGLÊS

1- Você percebe uma imparcialidade por parte dos professores no que diz respeito à

forma de falar inglês e conhecer culturas, sem necessariamente apossar-se delas?

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_____________________________________________________________________

2- Alguma vez foi abordado pelo professor assuntos como, cultura, relações entre

diferentes culturas para idealizar um aprendizado socialmente útil? Como você

recebeu esse tipo de abordagem?

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3- Você acha que o professor de Inglês aborda os fatores culturais dos países de língua

Inglesa de forma respeitosa para com sua própria cultura?

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_____________________________________________________________________

4- Você acha que o livro didático utilizado pelo professor de Inglês pode mudar ou

influenciar sua identidade cultural?

_____________________________________________________________________

5- As atividades do livro mostram o inglês abrangente ou somente informações dos

países onde o Inglês é língua materna?

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_____________________________________________________________________

6- Você acha que o livro didático de LI utilizado em sua escola trata de diversas culturas

com o mesmo respeito?

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