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Entrevista com Dona Angélica da Conceição Martins Cardoso Guarulhos – SP 02 de maio de 2013

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Page 1: Entrevista com Dona Angélica da Conceição Martins Cardoso Guarulhos – SP 02 de maio de 2013

Entrevista com Dona Angélica da Conceição

Martins Cardoso

Guarulhos – SP 02 de maio de 2013

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1. Irmã Jaira: Dona Angélica como a senhora está? E a saúde?

Dona Angélica: Com a idade que tenho, noventa anos a completar em 28 de junho

deste ano, se reclamar estarei pecando, não tomo nenhum

medicamento, não sinto dores, alimento e durmo bem, apenas

um pouco de fraqueza nas pernas e às vezes esquecimento.

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2. Irmã Jaira: Conte-me sua experiência quando conviveu com Madre Assunta, juntamente com outras crianças e adolescentes.

Dona Angélica: Minha mãe morreu muito nova, eu era muito pequena quando fui para o orfanato, mais ou menos em 1930, e lá foi que conheci Madre Assunta; ela é quem resolvia tudo, por isso não podia estar sempre junto com as crianças, mas a cada dia fui percebendo que ela trabalhava e tudo resolvia pensando em nosso bem, sentia que ela amava muito as crianças.

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3. Irmã Jaira: Houve um período de guerras e o alimento tornou-se escasso. Como era a alimentação das crianças nesta época?

Dona Angélica: Sempre tinhamos alimentação, às vezes simples; hoje reflito e sei que era uma época difícil, eramos muitas crianças e adolescentes, mas tinhamos o suficiente; Madre Assunta e as outras irmãs juntamente com as crianças rezavamos pedindo para que as pessoas de mais posses abrissem o coração para nos ajudar e muitos ajudavam.

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4. Irmã Jaira: Como era o relacionamento com as irmãs e outras pessoas?

Dona Angélica: Em minha época de criança, havia muito rigor na educação e muitas famílias tinham o costume de bater nas crianças para que elas obedecessem, mas no orfanato não era assim; Madre Assunta era contra este costume, nunca batia e as crianças sempre a obedeciam e a respeitavam muito; ela não admitia a ninguém encostar as mãos para bater nas crianças.

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5. Irmã Jaira: E o relacionamento da senhora naquela época, entre as crianças e adolescentes? Como vocês eram orientadas?

Dona Angélica: Não havia desrespeito grave ou violências entre nós, apenas intrigas de crianças, ciúmes; por exemplo: algumas criavam casos quando perdia nos jogos, não sabiam perder. Quando acontecia qualquer desentendimento, Madre Assunta nos dizia: Para que Deus nos deu a palavra? E ensinava-nos a resolver com o diálogo e o perdão.

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Nós tinhamos o direito de reclamar quando sentiamos ofendidas por uma colega, Madre Assunta chamava à parte para corrigir e orientar, sempre usando a palavra firme, mas sem ofender. Aquela que havia cometido o erro reconhecia e pelo respeito que tinha por Madre Assunta, ficava um pouco com vergonha, mas logo tudo passava e já voltavamos a brincar com a mesma paz e alegria de antes.

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6. Irmã Jaira: Dona Angélica, pelo que percebi em suas palavras, Madre Assunta teve um papel importante em sua vida. Dona Angélica: Sim, ainda como

criança já percebia como Madre Assunta nos queria bem e à medida que fui crescendo entendia ainda mais a

bondade que ela tinha no coração para comigo e com as outras crianças. Hoje reconheço o quanto foi importante o acolhimento, o amor, a educação que recebi, por isto lembro com carinho e gratidão das Irmãs e em especial de

Madre Assunta.

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Irmã Jaira: Dona Angélica, a senhora é um exemplo de idosa: piedosa, serena, alegre... Certamente as lições e exemplo de Madre

Assunta também lhe ajudaram nesta preparação para viver bem

esta nova etapa da vida.

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“Amando a Deus sobre todas as coisas é possível

doar-se incondicionalmente ao

irmão.”(Madre Assunta Marchetti)