ENTREVISTA COM O TEN CEL QOPM MARCELO JANSEN FERREIRA, SUBDIRETOR ADMINISTRATIVO DA DIRETORIA GERAL DE SAÚDE (DGS)

AME/RJ: No que consiste o FUSPOM?

TC JANSEN: É o Fundo de Saúde da Polícia Militar, constituído em parte de recursos financeiros captados por meio das contribuições dos policiais militares ativos e inativos, seus pensionistas e dependentes, denominados usuários do FUSPOM, e em parte de dotação orçamentária estadual, para o custeio e o funcionamento do Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Corporação. AME/RJ: Quais são as vantagens de se aderir a esse fundo? O que ele oferece ao policial militar e a seus familiares?

TC JANSEN: O Fundo de Saúde oferece aos seus usuários, por meio de suas unidades de saúde ou pela rede conveniada, uma grande variedade de procedimentos médicos, odontológicos e de exames, desde os mais simples, como atendimentos ambulatoriais e acompanhamento psicológico e de fonoaudiologia, até internações, cirurgias complexas, colocação de próteses e órteses, exames de alto custo, fisiatria e reabilitação; isso em uma realidade de incontestável caos pela qual passa a Saúde no Brasil e por valores absolutamente módicos, se comparados aos aplicados pelos planos de saúde. Para melhor esclarecer, veja que a contribuição do usuário titular, ou seja, daquele que desconta em contracheque para o FUSPOM, o policial militar e a pensionista, é de 10% (dez por cento) do valor de seus soldo, acrescido de 1% para cada dependente habilitado, independentemente da idade do contribuinte. Assim, pelos valores atuais de seus soldos, o soldado, primeiro grau hierárquico da carreira policial militar, desconta R$ 77,64

para si e R$7,76 para cada dependente, e o coronel, no topo da carreira, R$ 256,19 e R$ 25,61 respectivamente, o que nem de perto se compara aos valores cobrados pelos planos de saúde por uma cobertura muitíssimo inferior, que em regra nem contempla a assistência odontológica. Além disso, o FUSPOM possui uma rede de unidades própria, composta de dois hospitais, cinco policlínicas, um Centro de Fisiatria e Reabilitação, uma Odontoclínica e um número considerável de unidades primárias ou básicas de saúde e gabinetes médicos instalados em diversas OPM, além de uma rede complementar conveniada de ampla cobertura. AME/RJ: A contribuição para o Fundo de Saúde é compulsória? Pode o policial militar ou a pensionista optar por não descontar para o FUSPOM?

TC JANSEN: Desde 2014 a contribuição para o FUSPOM é facultativa. O policial militar e a pensionista são livres para ingressar, permanecer ou desvincular-se do FUSPOM, a qualquer tempo. AME/RJ: A contribuição para o FUSPOM é requisito para o atendimento nas unidades de saúde da Polícia Militar, ou não? Pode o policial militar ou a pensionista não contribuinte ser atendido pelas unidades de saúde da Polícia Militar?

TC JANSEN: Em regra o Sistema de Saúde da Polícia Militar destina-se exclusivamente aos contribuintes do FUSPOM; salvo em hipóteses muito específicas, relacionadas ao acidente em serviço e às perícias médicas, é vedada a sua utilização por não contribuintes. Esse entendimento, inclusive, encontra-se pacificado na jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Súmula 344. AME/RJ: Quem pode ser usuário do FUSPOM?

TC JANSEN: Todos os policiais militares, ativos ou inativos, seus dependentes e pensionistas, bem como o pessoal inativo, dependentes e pensionistas da Polícia do antigo Distrito Federal, que aderirem ao Fundo de Saúde. Os dependentes são aqueles listados no art. 48, §§ 2o e 3o, da Lei estadual no 443/81 (Estatuto dos Policiais Militares do ERJ). AME/RJ: O que vem a ser o recadastramento e por que fazê-lo?

TC JANSEN: O recadastramento consiste em uma atualização/ampliação do banco de dados de usuários do FUSPOM, exigida pela implantação do Sistema Integrado (de gerenciamento) de Dados da Saúde, o SIDS, uma nova ferramenta de gestão, que trouxe maior exatidão, segurança e controle ao trato das informações operadas pelo Sistema de Saúde da

Corporação. O banco de dados antigo mostrava-se deficitário em uma série de informações importantes para o correto planejamento das ações assistenciais, tais como CPF, endereço residencial, data de adesão, regularidade das contribuições e outros. Hoje em dia, em razão do recadastramento e de algumas outras medidas de gestão, tornou-se possível a conferência on-line, de qualquer unidade de saúde, da regularidade de contribuições do usuário, bem como a marcação remota de consultas e, caso necessário, o remanejamento de contingentes de saúde para reforçar o atendimento em áreas do Estado com grande número de usuários residentes. AME/RJ: Onde pode ser feito o recadastramento?

TC JANSEN: O recadastramento é presencial e pode ser feito em qualquer um dos doze polos espalhados no Estado. Na Capital foram instalados polos de recadastramento no QG e na OCPM (Centro/Zona Sul), PPM Cascadura e Olaria (Zona Oeste/Norte). No Interior é possível recadastrar-se na PPM/SJM (Baixada Fluminense), HPM-NITERÓI, UBS/7o BPM (São Gonçalo), UBS/25o BPM (Cabo Frio), UBS/26o BPM (Petrópolis), UBS/29o BPM (Itaperuna), UBS/36o BPM (Pádua) e PPM/Campos. AME/RJ: O usuário pode recadastrar-se em qualquer um desses polos?

TC JANSEN: Sim, lembrando apenas que o recadastramento compete ao policial militar ou à pensionista, ou seja, ao usuário titular, que fará o seu recadastramento e dos seus dependentes. AME/RJ: Quem não é usuário do FUSPOM precisa se recadastrar?

TC JANSEN: Não. O recadastramento destina-se exclusivamente aos usuários do Fundo de Saúde.

AME/RJ: Os contribuintes da antiga PMDF precisam se recadastrar?

TC JANSEN: Precisam recadastrar-se e poderão fazê-lo em qualquer polo de recadastramento. AME/RJ: Quanto à cobrança de assinatura de um “Termo de Adesão ao FUSPOM”, qual é a razão disso?

TC JANSEN: Tendo a participação no FUSPOM natureza voluntária, o Termo de Adesão consiste na manifestação livre e expressa da vontade do policial militar ou da pensionista em ingressar no Fundo de Saúde, segundo as regras previamente estabelecidas nas Normas Reguladoras da

Assistência Médico-Hospitalar na PMERJ (Portaria PMERJ no 574/2014). Trata-se, pois, de requisito regulamentar para ingresso no FUSPOM como usuário titular. AME/RJ: Todos os policiais militares devem assinar o Termo de Adesão ao FUSPOM?

TC JANSEN: Não. Está obrigado somente o policial militar ou pensionista da PMERJ que já contribui para o FUSPOM e não assinou o Termo de Adesão, especialmente por haver ingressado no FUSPOM antes de 2014, ou por qualquer outro motivo, e quem no momento desejar aderir ao Fundo de Saúde. AME/RJ: Existe um prazo para o cumprimento dessa exigência? Como deverá proceder o usuário para ficar regular com essa obrigação?

TC JANSEN: Sim. O prazo para a entrega dos Termos de Adesão nas OPM de lotação expira no dia 15 de outubro de 2018, conforme publicação em Bol PM no 081, de 17/07/18. Os Termos poderão ser baixados do site da PMERJ ou solicitados na P1 de qualquer OPM. AME/RJ: A assinatura do Termo de Adesão isenta o usuário do recadastramento?

TC JANSEN: Não, pois tratam-se de processos diferentes.