Entrevista Luiz Carlos Travaglia

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    N.52 Doenas tropicais Novembro 2015

    Entrevista: Luiz Carlos TravagliaO verbo e a expresso de tempo nas lnguas

    Imagem: ReproduoPor Patrcia Mariuzzo e Mrcia Azevedo16/4/14

    A lngua uma das formas pelas quais expressamos nossa percepo do tempo. Por meio dela, definimos as aes que esto acontecendo agora, no presente, as queaconteceram no passado e as aes futuras: fiz, fao, farei. Nesta entrevista, conversamos sobre isso com Luiz Carlos Travaglia. Ele foi professor do ensinofundamental e mdio por quase duas dcadas e, hoje, pesquisador do Instituto de Letras e Lingustica da Universidade Federal de Uberlndia (UFU).

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    Pr-Univesp: A linguagem apresenta algumas formas ou categorias para expressar a noo de tempo. Quais so elas?

    Luiz Carlos Travaglia: O tempo aparece na lngua basicamente de duas formas: por meio das categorias gramaticais de tempo (pelas flexes modo-temporais doverbo) e aspecto(que expresso por algumas flexes do verbo, mas tambm por outros recursos como as perfrases verbais). O tempo uma categoria gramaticalditica, isto , relacionada com o momento da enunciao, pois indica se o processo expresso pelo verbo tem ocorrncia: a) anterior ao momento em que se fala(passado): Joo leu o livro / Joo liao livro quando voc ligou/ Joo tinha lido / lerao livro quando voc chegou b) simultnea ao momento em que se fala(presente): Joo est lendoo livro ou c) posterior ao momento em que se fala ( futuro): Joo vai ler / lero livro.

    PU: E o que seriam essas perfrases verbais?

    LCT: Alm desses valores temporais, o verbo, por meio de perfrases, pode exprimir as seguintes noes de tempo do passado at o presente: Joo tem lidoo livrotodas as tardes do presente para o futuro: Vocs vo lendoo livro enquanto eu vou diretoria o onitemporal, ou seja, algo que vale para o passado, presente efuturo: Joo l muitos livros. O aspecto uma categoria gramatical no ditica, porque se refere ao tempo interno da situao ou processo indicado pelo verbo,registrando sua durao e/ou uma de suas fases, que podem ser: a) as fases de realizao (no comeado, comeado, acabado) b) as fases de desenvolvimento(incio, meio, fim) e c) as fases de completamento (completo, incompleto).

    PU: Todas as lnguas utilizam os verbos para expressar a percepo do tempo?

    LCT: Geralmente, sim, mas existem outros recursos. O tempo tambm pode ser comunicado pela expresso de momentos e perodos. Fazemos isso usandoadvrbios (hoje, amanh etc.) sintagmas adverbiais ( noite, no meio do dia, nessa manh, s trs horas etc.) oraes adverbiais (quando eles chegaram /enquantoespervamos, logo que voc nos chamar etc.), substantivos (semana, dia, ano, era etc.) datas (25 de maro de 2014, em 2030 etc.) etc.

    PU: O senhor poderia definir o que so os verbos?

    LCT: De modo bem simples, podemos dizer que os verbos so uma classe de palavras que pode ser identificada pelas seguintes caractersticas bsicas: a)semanticamente, os verbos exprimem processos de vrios tipos: aes, ou seja, algo que se faz (lavar, escrever, correr etc.) fatos, isto , algo que acontece (morrer,cair etc.) fenmenos da natureza (chover, ventar, nevar etc.) ou ligam uma caracterstica a um ser so os chamados verbos de ligao (ser, estar, parecer, ficaretc.) b) morfologicamente , o verbo se caracteriza por ter flexes, mudando de forma para indicar tempo e modo e c) sintaticamente, os verbos so considerados ocentro da orao, pois eles se referem a um sujeito e pedem complementos ou no.

    PU: O aspecto verbal apresenta, muitas vezes, uma noo de tempo que difere do tempo verbal especfico. Por exemplo, quando dizemos "Almoo aqui todos osdias, o tempo verbal, que presente, se alarga e deixa de se referir a uma ao que se restringe ao exato momento do enunciado. De onde se origina esse valor

    paralelo dado ao sentido temporal do verbo?

    LCT: Na verdade, no um alargamento do tempo verbal, referente ao presente. Nestes casos (como o do exemplo Almoo aqui todos os dias), voc tem a formaverbal presente do indicativo, indicando o onitemporal, sobre o qual falamos acima. Temos que tomar cuidado para no confundir a forma verbal com o tempo(categoria) que ela indica. As gramticas registram que o presente do indicativo (forma verbal), por exemplo, pode indicar passado ( o presente histrico), futuro,

    presente ou onitemporal (que o presente de conh ecimento que aparece muito nas dissertaes). O alargamento, que se sente em casos como o do exemplo, vemtambm da noo aspectual de durao ilimitada descontnua que caracteriza o que chamamos de aspecto habitual, porque, quando temos essa durao ilimitada,descontnua, tem-se geralmente a expresso de algo que habitual.

    PU: Isso mais frequente na lngua falada do que na escrita?

    LCT: No. Esse uso do presente do indicativo com valor temporal de onitemporal e aspectual de habitual aparece tanto na lngua falada quanto na escrita.

    PU: Na lngua falada parece haver uma predileo pelo presente quando se deveria utilizar o futuro. No caso do verbo ir, por exemplo, parece ser mais comum aspessoas dizerem "vou a sua casa amanh" do que irei a sua casa amanh. H algum fator que determine essa alternncia do tempo no uso verbal?

    LCT: A predileo a que voc se refere seria o uso do presente do indicativo pelo futuro do presente para exprimir tempo futuro. Na verdade, essa uma questo devariao lingustica, e a sociolingustica (ramo da lingustica que estuda a relao entre a lngua e a sociedade) poderia explicar as condies que regulam aalternncia. Todavia, posso dizer que h hoje uma tendncia muito grande para exprimir o futuro pela perfrase ir (no presente do indicativo) + infinitivo (Joo vaicomprarum carro) e no pelo futuro do presente (Joo comprar um carro). Isto acontece no s na lngua falada. No caso do verbo ir, para no usar a perfrase quesoaria mal (Joo vai ira sua casa), usa-se apenas o verbo ir no presente do indicativo que, como j falamos, pode indicar o futuro.

    PU: De forma parecida, o gerndio, na sua forma simples, pode expressar uma ao em curso, simultnea ou at mesmo a ideia de progresso indefinida.Percebemos, entretanto, que essa forma verbal sendo utilizada para reforar uma ideia de processo no futuro, como nos exemplos: Senhor, vou estar transferindosua ligao... Senhor, vamos estar verificando ... Em sua opinio, este uso constitui um vcio de linguagem?

    LCT: Realmente o gerndio tende a expressar algo incompleto, em curso, em oposio ao particpio, que tende a exprimir algo completo, acabado, como j ensinavaMattoso Cmara Jr., nosso famoso linguista brasileiro. Esta oposio , na verdade, um valor aspectual. Quando voc considera as perfrases verbais, essa tendncia

    permanece de modo geral: Eu estou lendoo livro (presente, ao de ler em curso) x Eu tinha lidoo livro (passado, ao de ler j terminada). O uso que voc refere o chamado gerundismo. No propriamente um erro, mas estigmatizado por muitos por ser visto como uma forma esteticamente pouco recomendvel,havendo, portanto, restries ao seu uso. Assim, via de regra, nas abordagens normativas, recomenda-se que seria prefervel dizer: Senhor, vou transferir sualigao... Senhor, vamos verificar ...A gramtica normativa que trata do que seria uma norma culta tem muitos critrios para recomendar ou banir umdeterminado uso: a esttica , sem dvida, um deles. Esse uso seria perfeito em situaes como a que se pode deduzir de um texto como: No me ligue amanh cedo,

    porque vou estar viajando para So Paulo.Ou seja, tem-se aqui algo que efetivamente vai estar em curso em um dado momento do futuro e a forma no vista comnenhuma restrio nesses casos. Alguns defendem o gerundismo, dizendo que, apesar do valor de futuro, se coloca a perfrase estar + gerndio, usada atualmente

    para marcar o presente, para dar a ideia de qu e to certo o que se est dizendo que o falante o apresenta at como j em curso. Mas, realmente, do meu ponto devista, no esteticamente bom.

    PU: Como o professor poderia tratar dessa questo em sala de aula, j que comum ensinar os tempos verbais, mas esse aspecto parece ser pouco trabalhado nasaulas de Lngua Portuguesa.

    LCT: Creio que, ao abordar este tipo de fato com os alunos, o professor deve referi-los tal como expliquei na questo acima, sendo honesto com os alunos sobre apossibilidade de variao e que h restries ao uso de uma forma em determinadas circunstncias, e que estas restries podem desaparecer em outras. Alis, avariao lingustica tem sido um aspecto do estudo da lngua que sempre se apaga nas salas de aula e nem sempre c om uma razo plausvel. preciso mostrar queela existe e nem sempre uma questo de certo ou errado.

    Sugesto de leitura:Na trilha da gramtica:conhecimento lingustico na alfabetizao e letramento. So Paulo: Cortez, 2013. (Coleo biblioteca bsica dealfabetizao e letramento)

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