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O MAGISTRADO EM FESTA Baile Celebrando a Magistratura congrega juízes goianos Em noite memorável, a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) recebeu em sua sede administrativa cerca de 600 pessoas – entre associados e seus convidados – para o baile Celebrando a Magistratura, organizado pela Diretoria Social da entidade. Todos os detalhes da festa foram pensados para proporcionar um momento de descontração e troca de experiências entre os magistrados. E MAIS: ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO ESTADO DE GOIÁS | GOIÂNIA, MAIO 2012 | NÚMERO 132 | www.asmego.org.br | Distribuição gratuita >> BOAS PRÁTICAS Juízes de Itumbiara transformam pena alternativa em solidariedade 4 3 >> CONGRESSO Palestrantes confirmam participação em evento 10 Raimundo Moraes >> ENTREVISTA Juiz Rinaldo Aparecido Barros fala sobre tráfico de pessoas >> ARTE Concurso Literário entra em sua fase final. 6 Hernany César ASMEGO Cultural Este suplemento é um encarte do jornal O MAGISTRADO, editado sob a supervisão da Diretoria Cultural da ASMEGO. Seleção: desembargador Itaney Francisco Campos, diretor de Cultura. Edição: Deire Assis (jornalista). O PROJETO idealizado pela Diretoria de Cultura da ASMEGO pretende transformar em coletânea de poesias textos inéditos de autoria de magistrados goianos VALORIZA PRODUÇÃO DE MAGISTRADOS

ENTREVISTA O MAGISTRADO...O MAGISTRADO MAIO / 2012 3. A noite do dia 19 de maio desse ano foi marcada pela oportunidade, quase sempre rara, de reencontrar os amigos para celebrar o

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O MAGISTRADO

EM FESTABaile Celebrando a Magistraturacongrega juízes goianosEm noite memorável, a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) recebeu em sua sede

administrativa cerca de 600 pessoas – entre associados e seus convidados – para o baile Celebrando a

Magistratura, organizado pela Diretoria Social da entidade. Todos os detalhes da festa foram pensados

para proporcionar um momento de descontração e troca de experiências entre os magistrados.

E MAIS:

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO ESTADO DE GOIÁS | GOIÂNIA, MAIO 2012 | NÚMERO 132 | www.asmego.org.br | Distribuição gratuita

>> BOAS PRÁTICAS

Juízes de Itumbiara transformampena alternativa em solidariedade 4

3

>> CONGRESSO

Palestrantes confirmamparticipação em evento 10

Raimundo Moraes

>> ENTREVISTA

Juiz Rinaldo Aparecido Barros falasobre tráfico de pessoas

>> ARTE

Concurso Literário entra em sua fase final. 6

Hernany César

ASMEGOCulturalEste suplemento é u

m encarte

do jornal O MAGISTR

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editado sob a s

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Diretoria Cultu

ral da ASMEGO.

Seleção: desem

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O PROJETO

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textos inéditos de autoria

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magistraturaValorizar e celebrar a

EDITORIAL |

Sem compromisso com a verdade, manifestações superficiaisque instigam as paixões da opinião pública dão conta deque as prerrogativas da magistratura se tornaram privilégios.A par disso, os magistrados goianos estaduais não têmreajustes salariais há quase sete anos, não recebem nadapor atividades administrativas extraordinárias, são cobradospor metas e são ameaçados, sem proteção institucional.Com a obrigação legal de equilíbrio e comedimento, os

juízes questionam se podem reivindicar direitos sem serem bombardeadospela imprensa e repreendidos pelo Conselho Nacional de Justiça. Em meio atantas inquietudes, tem sido gratificanteacompanhar a atuação da ASMEGO parademonstrar a relevância, fortalecer aatuação do Poder Judiciário perante asociedade e lutar pelo direito de quem sededica a dizer o direito.Segundo o Código de Ética daMagistratura Nacional, “o exercício daatividade jurisdicional impõe restrições eexigências pessoais distintas dasacometidas aos cidadãos em geral”. O juizé um agente transformador. Defende adignidade do cidadão, comprometido comos valores da equidade e da justiça. Julgacom equilíbrio sem temer pressões. Aresponsabilidade é inerente à função judicante. Tudo isso o torna umverdadeiro missionário.O presidente da ASMEGO, juiz Gilmar Luiz Coelho, zelando pela manutençãoda confiança dos magistrados, não se limita ao combativo e exaustivotrabalho de reivindicar direitos, mas também se preocupa em prestigiar evalorizar os juízes. Para tanto, o primeiro evento festivo realizado em suagestão teve como tema “Celebrando a Magistratura”, com o objetivoprimordial de valorização e integração dos associados.Momentos assim propiciam reencontros, troca de experiências, descontração,confraternização, renovação de ideias. Para a conquista de nossos anseios,indispensável a união de todos os magistrados e a certeza de que juntossomos mais fortes. Lutamos muito para sermos dignos do uso da toga. Alamentação não deve substituir nossa motivação para trabalhar comabnegação, coragem e união.

O MAGISTRADOMAIO/ 2012

.2“O JUIZ é um agentetransformador.Defende a dignidadedo cidadão,comprometido com os valores da equidadee da justiça. Julga com equilíbrio, semtemer pressões.”

Rua 72, esquina com BR-153, nº 272, Jardim Goiás.CEP 74805-480 – Tel.: (62) 3238-8900

www.asmego.org.br / [email protected]

DIRETORIA EXECUTIVAGilmar Luiz Coelho

PresidenteArivaldo da Silva Chaves

1º Vice-PresidenteMurilo Vieira de Faria2º Vice-PresidenteWilton Müller Salomão

Diretor AdministrativoWalter Carlos LemesDiretor Financeiro

Fernando de Melo XavierDiretor de EsportesItaney Francisco Campos

Diretor CulturalAndré Reis Lacerda

Diretor de ComunicaçãoLevine Raja Gabaglia Artiaga

Diretor Institucional e LegislativoFlaviah Lançoni Costa Pinheiro

Diretora SocialRodrigo de Melo Brustolin

Diretor de Coordenação RegionalRoberto Horácio Rezende

Diretor de SPS e PecúlioRicardo Silveira Dourado

Diretor de Clube e PousadasRosa Lúcia Perillo de A. CamargoDiretora dos AposentadosAntônio Cezar Pereira Meneses

Diretor de Segurança dos MagistradosStefane Fiúza Cançado Machado

Diretora Extraordinária da Mulher Magistrada

COORDENADORES REGIONAISGoiânia e Entorno: Donizete Martins de OliveiraAnápolis e Entorno:Mateus Milhomem de Sousa

Entorno de Brasília: Alano Cardoso e CastroNordeste: Fernando Oliveira Samuel

Norte I: Andrei Máximo FormigaNorte II: Lázaro Alves Martins

Sul: Roberto Neiva BorgesSudoeste: Ricardo Luiz Nicoli

Sudeste: Ricardo de Guimarães e SouzaVale do Araguaia: Gustavo Braga Carvalho

Mato Grosso Goiano: Ailton Ferreira dos Santos Júnior

CONSELHO DELIBERATIVOPaulo César Alves das NevesAlessandra Gontijo do AmaralPaulo Maria Teles AntunesFelipe Vaz de QueirozMaria Lúcia Fonseca

Maria Aparecida de S. GarciaVitor Umbelino Soares Júnior

Assessoria de Comunicação e ImprensaCoordenação:

Jornalista Deire Assis (GO 01197 JP)

Integrantes: Catherine Moraes e Raquel Antonini

Gestão de Conteúdo na Internet: NOZZZ Web

O MAGISTRADOJornalista responsável: Deire Assis (GO 01197 JP)Redação: Jornalistas Deire Assis e Catherine Moraes

Edição: Deire AssisInformativo da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

Arte final e diagramação: Flávio ComunicaçãoImpressão: Cir Gráfica

FLÁVIAH LANÇONICOSTA PINHEIRO

FLÁVIAH LANÇONI COSTA PINHEIRO é juíza de Direito, titular da Vara dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comarca de Goianira, coordenadorado Grupo de Sentenças Cíveis da Corregedoria-Geral de Justiça de Goiás e diretora Social da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO).

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O MAGISTRADOMAIO / 2012

3.A noite do dia 19 de maio desse

ano foi marcada pela oportunidade,quase sempre rara, de reencontrar osamigos para celebrar o ofíciocompartilhado. A festa Celebrando aMagistratura, organizada pelaDiretoria Social da Associação dosMagistrados do Estado de Goiás(ASMEGO), mais que um eventofestivo representou para os juízesgoianos um momento deconfraternização, de troca deinformações e de partilha dasexpectativas quanto à carreira e àsações da entidade que osrepresentam. Mais de 600 pessoascompareceram ao salão de eventosda ASMEGO para uma noitememorável.Quem se empenhou com cada

detalhe para que a recepção aosmagistrados associados daASMEGO se desse em grandeestilo foram as magistradas FláviahLançoni Costa Pinheiro e ElaineChristina Alencastro Veiga Araújo,diretora e diretora-adjunta Socialda entidade, respectivamente. “Émaravilhoso poder organizar umevento assim, que reúne a maioriados associados. É umaoportunidade de prestigiar nossosamigos e trocar ideias. O dia a diaé muito corrido e decidimos a vidade muita gente. A festa é ummomento exclusivamente nosso”,

ASMEGO

SOCIAL |

pontuou a diretora Fláviah. Para ajuíza Elaine Christina, a satisfaçãode organizar o evento também éimensa. “É com gratidão querecebemos nossos convidados.Nossa intenção sempre foiproporcionar integração entre osmagistrados”, disse a magistrada.

O presidente da ASMEGO, juizGilmar Luiz Coelho, parabenizou eagradeceu o trabalho das diretoras.Segundo ele, eventos como o baileCelebrando a Magistratura devem serepetir. “Só posso dar os parabéns atodos que colaboraram para que oevento fosse um sucesso. E oimportante é isso: celebrar amagistratura, nos reunirmos econseguirmos essa integração entreos associados”, afirmou o presidenteda ASMEGO.

Patrícia César, Paulo César, Gilmar Coelho, Fláviah Lançoni,Beatriz Figueiredo, Elaine Christina e Adriano Brito

As diretoras Elaine Christina e Fláviah Lançoni

Para o cerimonial do baile,Lozzi Eventos disponibilizou 13profissionais, incluindorecepcionistas, seguranças edois cerimonialistas. A partegastronômica ficou por contade Hanna Buffet e a decoração

foi de Valéria Junqueira. Paraanimar a festa, show de sambacom Mara Cristina, quetambém é assessora dodesembargador FlorianoGomes, e um show deanimação com Tom do Lazer.

Organização

Os juízes goianos aposentadosdeixaram de lado a formalidade eforam os primeiros a ocupar a pista dedança. Entre os que sempre marcampresença em festas da associaçãoestava o aposentado José Ronaldo deQueiroz. Ele parabenizou a iniciativada ASMEGO e agradeceu a oportu-nidade de reunir magistrados quenem sempre têm oportunidade de seencontrarem.“Não temos muito tempo de nos

reunirmos com colegas, porqueficamos envolvidos com o trabalhonas comarcas. Alguns dos colegasque encontrei em nossa festa não viahá mais de dez anos. A ação mereceparabéns”, afirma a juíza de Anápolis,a magistrada Edna Maria Ramos.A opinião é compartilhada com o

juiz Rozemberg Vilela da Fonseca, de

Satisfação

Uma noite de festa na

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Formosa. “O estresse que nos dominaé enorme, assim como a responsabili-dade. O trabalho é árduo e são rarasas oportunidades que temos de con-versar e encontrar amigos de profis-são. Dessa forma, esse tipo de eventoé excelente”, conclui.No site da ASMEGO, os associa-

dos podem conferir galeria de fotoscom os melhores momentos do even-to. Acesse www.asmego.org.br/.

BAILE Celebrando a Magistratura, organizada pela Diretoria Social da ASMEGO, lotou o salão social da entidade

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Comissão da ASMEGO visita desembargadores

A comissão de magistrados instituída porocasião da Assembleia Geral Extraordináriarealizada pela Associação dos Magistrados doEstado de Goiás (ASMEGO) no dia 21 de abrildesse ano esteve por duas ocasiões,recentemente, no Tribunal de Justiça de Goiás(TJGO) com o objetivo de se informar sobre o

andamento dos diversos pleitos de interesseda magistratura atualmente em tramitaçãonaquele órgão.No último dia 4, os magistrados estiveram

com o desembargador Geraldo LeandroSantana Crispim; com o juiz auxiliar daPresidência, Wilson da Silva Dias e com odiretor-geral do TJGO, Stenius Lacerda. No dia5, os juízes conversaram com o presidente doTJGO, desembargador Leobino ValenteChaves.Integram a comissão o presidente da

ASMEGO, juiz Gilmar Luiz Coelho; o diretorInstitucional e Legislativo da entidade; juizLevine Raja Gabaglia Artiaga; a diretoraSocial, juíza Fláviah Lançoni Costa Pinheiro; odiretor de Segurança da ASMEGO, juizAntônio César Pereira Meneses, o membro da

Comissão de Prerrogativas da associação, juizCarlos Eduardo Rodrigues de Souza; adiretora da Mulher Magistrada, juíza StefaneFiúza Cançado Machado; o presidente doConselho Deliberativo da ASMEGO, juiz PauloCésar Alves das Neves e os magistradosRodrigo Silveira e Hamilton Gomes Carneiro.O desembargador Leobino manifestou aos

diretores e demais magistrados que ovisitaram sua constante preocupação emproporcionar aos juízes uma melhor estruturae, ainda, informou que analisará com zelo asreivindicações apresentadas pela entidade.“As visitas, sob o ponto de vista institucional,foram importantes e a comissão saiu bastantesatisfeita e otimista dos encontros de hoje”,afirma o presidente da ASMEGO, juiz GilmarLuiz Coelho.

GRUPO DE magistradosbusca se informar sobre pleitosapresentados pela instituiçãoem busca de melhorescondições de trabalho para amagistratura

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Soar

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Parte da comissão: Magistrados Fláviah Lançoni, Antonio Cezar, desembargador Leobino Valente, presidente Gilmar Coelho, Stefane Fiúza, Paulo César, CarlosEduardo e Rodrigo Silveira

DIREITOS E PRERROGATIVAS |

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5.

Ativismo Judicial – Contornos Constitucionais

CONGRESSO |

O que significa ativismo judicial? Quais são os limitese as possibilidades constitucionais das decisões judiciais –tanto de primeiro grau e até mesmo do Supremo TribunalFederal? A teoria clássica de separação dos Poderestalhada desde os idos de Montesquieu comporta umareformulação atualizada diante do Estado Democráticode Direito e do perfil que se espera da magistratura hojeem dia? Há "criação de direito" na atividadedesempenhada pelos magistrados? Quais são os critériosaptos a legitimar democraticamente a jurisdiçãoconstitucional, já que os membros do Poder Judiciário nãosão eleitos pelo povo? Estas são apenas algumas dasperguntas hoje em voga tanto no meio acadêmico, nosdebates jurídicos de temas complexos, quanto colocadasà lume na imprensa – já que envolvem diretamente nãosó o dia a dia da atividade judicial, mas os temas maisimportantes e controversos de nossa sociedade que têmchegado aos Tribunais como se tem visto nas tãodebatidas decisões do STF envolvendo células-tronco,nepotismo, ficha-limpa, união homoafetiva, foroprivilegiado e dezenas de outras.

Como se pode ver, em nossa sociedademultifacetada e pluralista é inegável o crescimentosignificativo da Jurisdição Constitucional no mundo todoe importância que tem se dado ao papel do PoderJudiciário na defesa dos direitos e garantiasfundamentais. Veja-se pelo incremento exponencial deprocessos sobre temas os mais variados. Tal fenômenotem sido denominado de "Judicialização da vida" e, namedida em que os temas judicializados confundem-secom matérias próprias, em tese, dos demais Poderes, échamado também de "Judicialização da Política".

Para correntes tidas pela doutrina como maisconservadoras, uma postura ativista por parte doJudiciário significaria uma escolha deliberada e ideológicado Poder, tendente a extrapolar suas funções típicasdelineadas na Constituição de modo a interferir, comcritérios subjetivos, em questões sociais controvertidasque deveriam ser decididas pelos poderes legitimadospelo voto popular.

COMISSÃO organizadorado 11º Congresso Goiano da Magistratura aborda tema que será trazido para debateem evento que será realizadoem outubro

Para outras, mais progressistas, o termo ativismo,longe de ser encarado com conotação pejorativa,significaria a postura judicial, dentro do campo delimitadode suas competências constitucionais, de protagonismoprocessual e de maior flexibilidade na interpretação deprincípios de direito. Ainda, ativista seria a opção de umJudiciário deferente para com as escolhas razoáveis dosdemais órgãos, mas intransigente com o ataque direto aonúcleo essencial da Constituição – documento que todostêm a missão de fazer valer para a consolidação de nossoEstado Democrático de Direito.

Assim, independente do critério ou visão que se

pretenda adotar quanto ao controverso tema doAtivismo Judicial e perfil que se espera do magistrado,o fundamental é, sobretudo, colocar tal pauta emdebate. Por isto, o 11º Congresso Goiano daMagistratura, a ser realizado nos dias 25 e 26 deOutubro na ASMEGO, preocupa-se com a necessidadede discussão de tão relevante e atual matéria e trazpara debatê-lo vários dos mais renomados juristasbrasileiros com autoridade e obras publicadas sobre otema. Nossa expectativa é a de podermos analisar, deforma crítica e cada vez mais consciente, as nuancesde tema que impacta a todos nós.

Confirmadaparticipação depalestrantes derenome nacional

Doutor em Direito e mestre em Direito doEstado, Elival da Silva Ramos, professor daUniversidade de São Paulo (USP) é o terceiropalestrante confirmado no 11º Congresso Goianoda Magistratura, cujo tema é Ativismo Judicial:Contornos Constitucionais. O evento é promovidopela Associação dos Magistrados do Estado deGoiás (ASMEGO) e será realizado em Goiânia nosdias 25 e 26 de outubro desse ano.

O professor Elival Ramos ministrará palestraprogramada para o dia 26. Docente da USP desde2002, passou a atuar como professor titular dainstituição em 2009. O professor concluiu oMestrado em Direito do Estado no ano de 1986 e oDoutorado em Direito em 1992, ambos pela USP.

Na relação de palestrantes já confirmados parao congresso está o procurador Regional daRepública do Rio de Janeiro e professor-adjunto deDireito Constitucional da Universidade do Estado doRio de Janeiro (UERJ), Daniel Sarmento. Ele égraduado em Direito pela Universidade do Estadodo Rio de Janeiro e mestre e doutor em DireitoPúblico pela mesma instituição, com pós-doutoradona Universidade de Yale (EUA).

O procurador convidado ministra aulas na

Escola Superior de Advocacia Pública da Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro e na Escola deMagistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).Além disso, é autor de vários livros, dentre eles DireitosFundamentais no Supremo Tribunal Federal: Balanço eCrítica, lançado pela Editora Lumen Juris, em 2011.

Quem também já está confirmado no 11ºCongresso Goiano da Magistratura é o paranaenseClèmerson Merlin Clève, doutor em DireitoConstitucional pela Pontifícia Universidade Católica deSão Paulo (PUC-SP), mestre em Ciências Humanaspela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-graduado em Direito Público pela Facultè de Droit deIUniversitè Catholique de Louvain, na Bélgica.

Clèmerson atua como professor titular doDepartamento de Direito Público dos cursos deGraduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direitoda Universidade Federal do Paraná. Tem vários livrospublicados na área e ocupa a função de vice-presidente da Associação Brasileira dosConstitucionalistas Democratas.

Doutor emDireito pela USP,Elival da SilvaRamos é um dospalestrantesconfirmados emcongresso

Divulgação

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ENTREVISTA

O MAGISTRADOMAIO/ 2012

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Rinaldo Aparecido Barros

A ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO ESTADODE GOIÁS sediou em maio importante evento para discutirformas de prevenção, repressão e responsabilização pelo tráficointernacional de seres humanos. O 1º Simpósio Internacional para oEnfrentamento ao Tráfico de Pessoas, idealizado pelo ConselhoNacional de Justiça em parceria com o Tribunal de Justiça do Estadode Goiás (TJGO), teve como coordenador o juiz de Direito RinaldoAparecido Barros. Membro do Comitê Executivo do Estado de Goiásda Rede Nacional de Cooperação Judiciária e coordenador do

Acordo de Cooperação Técnica entre CNJ e TJGO para o Combateao Tráfico de Pessoas, o magistrado tem se destacado na lutacontra essa modalidade criminosa que escraviza milhares depessoas em todo o mundo. Nessa caminhada, idealizou o sitewww.traficodepessoas.org, espaço digital para discussão do tema.Nesta entrevista concedida ao jornal O MAGISTRADO, o juiz falaum pouco mais sobre os avanços e os desafios da política nacionale estadual de combate ao tráfico de pessoas, que sempre encontrouem Goiás um campo fértil para a sua prática.

“INFELIZMENTE, Goiás tem sedestacado há muitos anos como o lídernacional no número de vítimas de tráfico depessoas para fins de exploração sexual.”

O que podemos entender por tráfico depessoas e qual o quadro atual dessamodalidade criminosa?O tráfico de pessoas é um crime contra ahumanidade, de natureza transnacional,complexa, envolvendo a exploração do serhumano, de diversas maneiras: exploração sexual,trabalho escravo, remoção ilegal de órgãos, aservidão por dívida, o casamento servil, a adoçãoilegal, dentre outros. Tal atividade criminosa,considerada a terceira mais lucrativa do mundo naatualidade – atrás do tráfico de drogas econtrabando de armas –, apresenta baixo risco aotraficante e a toda cadeia do tráfico, porque nãohá, ainda, legislação adequada na maioria dospaíses signatários da Convenção contra o CrimeOrganizado Transnacional, de Palermo, e oProtocolo para Prevenir, Reprimir e Sancionar oTráfico de Pessoas, especialmente mulheres ecrianças, inclusive no Brasil. As estimativas da ONUmostram que o tráfico de pessoas representa

baixa renda e escolaridade, que têm, ao menos,um filho ou dependente, e que deseja conseguirmeios melhores de vida para sua família.Entretanto, a situação de desigualdade social eeconômica, a insegurança, a falta de educaçãocria uma condição de clara vulnerabilidade àspotenciais vítimas, que acabam sendo seduzidaspor proposta de vida farta. Além disso, oendurecimento das políticas migratórias em todoo mundo serviu para criar novas oportunidadespara a rede do tráfico de pessoas e para o crimeorganizado de forma geral.

Qual a importância de Goiás ter sediadoum simpósio internacional de tráfico depessoas e que contribuições esse eventodeixou para o Judiciário, principalmentegoiano?O Plano Nacional para Enfrentamento ao Tráficode Pessoas (I PNETP) tem por objetivo primordialprevenir e reprimir o tráfico de pessoas, bem comoresponsabilizar os seus autores e garantir atençãoe suporte às vítimas. Assim, o enfrentamento aesse crime hediondo deve dar nesses três eixosbásicos. A realização do I Simpósio Internacionalpara o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas emGoiás faz parte das ações efetivas desenvolvidaspelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Tribunalde Justiça do Estado de Goiás na sequência doAcordo de Cooperação Técnica firmado pelas duasinstituições em maio de 2011, tendo como focoespecial a prevenção. A ideia foi a de dar umgrande grito de alerta para a população goiana

lucros que ultrapassam os 30 bilhões de dólares eque atinge mais de 2,4 milhões de pessoas nomundo inteiro. Apenas na América Latina, essenúmero é estimado em cerca de 700 mil vítimas.No Brasil, a maioria das vitimas são de Estadoscomo Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio deJaneiro e São Paulo.

Goiás aparece sempre como terreno fértilno que diz respeito ao tráfico de pessoas.Por quê?As razões não são claramente compreendidas.Contudo, acredita-se que seja fruto de uma culturagoiana de migração; pela vontade e interesse dasvítimas em melhores condições de vida no exterior,o que facilita o aliciamento; e, para alguns, apreferência dos traficantes pelas mulheresgoianas, em razão de sua beleza. É claro que nãosão os únicos motivos, pois há casos bemdiferentes, dependendo da região do Estado.Infelizmente, Goiás tem se destacado há muitosanos como o líder nacional no número de vítimasde tráfico de pessoas para fins de exploraçãosexual. Segundo dados da Polícia Federal, háaproximadamente mais de 75 mil brasileiros noexterior nessa situação, sendo que a maior partedeles é oriunda de Goiás. O quadro é realmenteestarrecedor!

Quem são as vítimas preferenciais dasorganizações criminosas especializadas emtráfico de pessoas?Normalmente, as vítimas são pessoas jovens, de

Hernany César

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O MAGISTRADOMAIO / 2012

7.

O enfrentamento ao tráfico de pessoas dependede mobilização da sociedade e das instituições

sobre a existência desse crime, que ainda é invisível paraa maior parte da população e dos próprios operadoresdo Direito. Dentre as principais contribuições do Eventopara o Judiciário Brasileiro e Goiano destaca-se amensagem deixada à sociedade, de que o magistrado éum agente de transformação social. De outro lado, comomembro da rede de enfrentamento ao tráfico depessoas, o Judiciário deve ser protagonista e liderar oesforço brasileiro no combate a esse crime,especialmente no que se refere à cooperação jurídicanacional e internacional, para que todos os paísessignatários do Protocolo de Palermo desenvolvam açõesconjuntas e organizadas para enfrentar o crime que jáestá organizado. Nessa perspectiva é que o simpósiocontou com a participação das Embaixadas dos EstadosUnidos, Portugal, Espanha, França, Itália e Suíça, além doObservatório Latinoamericano sobre Trata y Trafico dePersonas (ObservaLaTrata), o que possibilitou avisibilidade internacional do Evento.

O Brasil dispõe de políticas eficientes decombate ao tráfico de pessoas? Que iniciativastêm surtido mais efeito nesse sentido?Há um conjunto de ações sendo desenvolvidas no Brasilpara o combate do tráfico de pessoas, sobretudo a partirdo I PNETP, resultando na criação de diversos NúcleosEstaduais de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comdestaque para o NETP-GO, que é bastante atuante. Oproblema deve ser tratado como política de Estado,porquanto o combate ao tráfico de pessoas está afeto eexige ações de diversas áreas, como saúde, justiça,educação, trabalho, assistência social, turismo, entreoutros. Não só o Brasil, mas a sociedade civil mundial e osgovernos democráticos têm de promover o enfrentamentoao tráfico de pessoas, com foco na prevenção, atenção àsvítimas e repressão e responsabilização dos autores, emcumprimento ao que dispõe a Declaração Universal dosDireitos Humanos, da Assembléia Geral das NaçõesUnidas. Com o lançamento do II PNETP, previsto para julhodeste ano, o Brasil dará um enorme passo no caminhopara o correto enfrentamento. É preciso, no entanto, aparticipação de todos nós.

Do ponto de vista da prevenção, o que seconsidera mais eficaz no combate ao tráfico deseres humanos?

O enfrentamento ao tráfico de pessoas depende de umagrande mobilização da Sociedade e das instituições,sobretudo para desenvolvimento de ações preventivas,com o envolvimento da família, professores, conselheirostutelares, assistentes sociais, psicólogos, agentes desaúde, policiais, membros do Judiciário e do MinistérioPúblico de todas as esferas, além de toda a rede deatenção às vítimas, bem como dos Núcleos deEnfrentamento ao Tráfico de Pessoas. A questão dotráfico de pessoas advém de uma multiplicidade deproblemas, realidades e desigualdades sociais. Verifica-seque as vítimas encontram-se fragilizadas pela situaçãode pobreza na qual estão inseridas, sendo alvos fáceispara traficantes, que lidam com o imaginário de possuiruma vida melhor, utilizando-se, assim, dos sonhos e dasvulnerabilidades do outro, ao vender-lhe a sensação deum mundo menos cruel, ainda que o preço a se pagarpor isso seja a “coisificação” da pessoa, suatransformação em verdadeira mercadoria. Por isso, umadas formais mais eficazes para a prevenção é ainformação e a educação familiar e escolar. Nessesentido, foi proposto ao Conselho Estadual de Educaçãodo Estado de Goiás de uma disciplina de DireitosHumanos, com conteúdos sobre tráfico de pessoas,pedofilia, homofobia, racismo, dentre outras questõestransversais, para o Ensino Fundamental, com o objetivode alertar as crianças para os riscos a que estão sujeitasdesde a primeira infância.

Em relação à repressão e responsabilização doscriminosos, o que se defende para o Brasil?O Brasil ainda não possui leis suficientes e adequadas aocumprimento de sua obrigação, com medidas eficazespara a prevenção do crime, a proteção às vítimas e aresponsabilização dos envolvidos. Por uma simplesleitura, percebe-se que a Lei Penal é incompleta,especialmente no que se refere à penalização dosagentes, o que resulta em punições brandas para essetipo de crime. Não há no Código Penal um capítulo quetrate de forma ordenada das diversas hipóteses delitivasrelacionados ao tráfico de pessoas e previstas nasconvenções ratificadas pelo País. É indubitável que aimpunidade é uma das principais causas do aumento daCriminalidade. No caso do tráfico de pessoas no Brasil, oque tem ocorrido, com frequência, é uma clara sensaçãode impunidade. Não são raros os casos em que os

agentes, aguardando em liberdade o demoradojulgamento, em razão das benesses processuais sebeneficiam do instituto da prescrição para extinção desua punibilidade. O agente desse crime conta com acerteza da impunidade, pois que sua conduta, se punida,lhe imporá uma sanção semelhante à daquele quecomete um furto qualificado, para citar apenas umexemplo. Levando em conta o padrão normativointernacional, feita a comparação com os tipos penaisexistentes na legislação brasileira, pode-se afirmar que oBrasil não criminaliza o tráfico internacional de pessoasadultas para o fim de trabalhos ou serviços forçados,escravidão ou formas análogas à escravidão, servidão outransplante de órgãos, muito embora criminalizetrabalhos ou serviços forçados, formas análogas àescravidão e o comércio de tecidos, órgãos e partes docorpo humano. Há uma urgente necessidade demodificação e aperfeiçoamento da legislação penal, paratratamento da questão, mediante a edição de leiespecial.

Como Goiás tem atuado no combate ao tráficode seres humanos? Quais as falhas e pontospositivos da política local?A situação de Goiás retrata a do Brasil. Há uma grandedificuldade no enfrentamento ao tráfico de pessoasporque as vítimas não tem um sistema legal de proteção,o que provoca uma enorme subnotificação dos casos. Namaioria das vezes, as vítimas não se sentem seguras emdenunciar seus algozes porque se sentem ou sãoameaçadas de morte, bem como seus familiares. Nãosão raros os casos de vítimas que retornam e não temqualquer apoio, para encontrar um emprego, para umtratamento médico (psicológico e/ou psiquiátrico), oupara reiniciar sua vida de maneira digna. Quanto àprevenção e à repressão, igualmente, há muito que fazer.O ponto positivo é que o tráfico de pessoas entrou demodo definitivo na agenda política do Brasil e de Goiás,com o desenvolvimento cada vez maior de atividadesvoltadas aos três eixos de enfrentamento (prevenção,repressão atenção). Espera-se que tal atividadecriminosa entre no cotidiano do povo brasileiro e goiano,a partir do momento em que for ao ar Salve Jorge, a novanovela da Rede Globo, de Glória Perez, que abordaráessa questão. Mais importante que ter força de vontade,é ter vontade de fazer força. Façamos nossa parte!

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ACOMPANHE mais umexemplo do que os magistradosgoianos estão fazendo em suas

comarcas para mudar a realidadelocal com ações de cidadania

Como transformar penas alternativas em solidariedade? Essapergunta foi facilmente respondida pelo magistrado RobertoNeiva, titular do 1º Juizado Cível e Criminal da Comarca deItumbiara e por Vinícius Caldas da Gama, titular do 2º juizadoCível e Criminal da cidade. Juntos, eles aproveitaram aoportunidade legal da aplicação de penas alternativas em prol dacomunidade. Entre os projetos, doação de cestas básicas,construção de centros de desintoxicação, doação de óculos paracrianças, alimentos para a Nação Haiti, campanhas de agasalhose tudo mais que fosse possível realizar. De maneira reservada,Roberto, um adepto da doutrina espírita, conta que a caridade éuma obrigação do homem e que a sua meta é deixar um bomlegado para todos a sua volta.

Para o mês de junho, um super arraiá foi programado para acidade com presença dos palhaços Patati e Patatá, além doscantores Fred e Gustavo, Racyne e Rafael, Chitãozinho e Xororó,Mato Grosso e Matias, Amado Batista, Victor e Léo, AlexandrePires, Daniel e Zezé di Camargo e Luciano. A renda dos eventosserá revertida à Associação dos Amigos do Autista, prática que serepete há cinco anos.

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BOASPRÁTICAS

O que a magistratura está

fazendo em Goiás

Transformando penas alternativasem solidariedade

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SaúdeUma parceria entre o Judiciário e a

Secretária de Educação garante óculos paraestudantes do município. Com uso de penaalternativa-pecúnia, os juizes garantem óculosque são doados às crianças com déficit visual.

Em meados de maio, outra açãorelacionada à saúde foi executada pelomagistrado. O juizado encaminhou penasalternativas para o pagamento de 50% deuma motocicleta que foi leiloada. O restanteda despesa foi custeado pelo Sindicato Ruralde Itumbiara, que leiloou a moto e reverteua renda para o Hospital de Combate aoCâncer em Barretos (SP). O valor totalarrecadado chegou a R$ 150 mil.

“Nós firmamos uma parceria com asigrejas Batista, Evangélica e com umacomunidade espírita para construção de trêscentros de desintoxicação de usuários. Oprojeto teve início no segundo semestre de2011 e seguiu até o início deste ano. Foi umainiciativa que garantiu bons frutos”, completouo titular do 1º Juizado Cível e Criminal.

Diariamente, os magistrados atendementidades carentes por meio do envio decestas básicas. Antes disso, representantesdas instituições são cadastrados e passampor avaliação psicossocial com psicóloga eassistente social da comarca. Assim, épossível identificar qual a necessidade das

entidades cadastradas. “Nem sempreprecisam de alimentos. Se precisarem deagasalho, fraldas ou produtos de limpeza,por exemplo, buscamos ajudar também”,explica Neiva.

Atividade comum é fornecer alimentospara jantares beneficentes de algumas

instituições. Foi o que aconteceu emmeados de maio com a entidade CidadãoProgresso e Talento, que oferece aulas dereforço escolar, atividades artísticas e delazer, inclusive buscando os alunos em suasresidências. O dinheiro arrecadadocolaborou para a continuidade do trabalho.

Cestas básicas

Juiz Roberto Neiva, titular do 1º JuizadoCível e Criminal de Itumbiara

Juiz Vinícius Caldas da Gama, do 2º Juizado, éparceiro de Roberto Neiva nas ações de cidadania

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ASMEGO EM AÇÃO

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás aprovou e ogovernador Marconi Perillo sancionou o Projeto de Lei nº1.759/2012, que trata da reestruturação da carreira dosservidores do Poder Judiciário goiano. O presidente daASMEGO, juiz Gilmar Luiz Coelho, acompanhou a votação doprojeto e reiterou o apoio da entidade ao pleito dos servidores,ressaltando ser esta uma vitória não só dos serventuários, masde todos os agentes que atuam no Judiciário goiano.

PCS

Servidores têm plano aprovado

Em atendimento a pedido feitopela Associação dos Magistrados doEstado de Goiás (ASMEGO), oConselho Nacional de Justiça (CNJ)autorizou o Tribunal de Justiça doEstado de Goiás (TJGO) a alterar ascompetências de dois juizadosespeciais que serão criados emGoiânia, de Juizados EspeciaisCriminais para Juizados Especiais daFazenda Pública de Goiânia. A decisãodo CNJ autoriza a mudança dacompetência dos juizados a serinstalados em referência aoProcedimento de ControleAdministrativo protocolado noconselho pela ASMEGO no qual aconselheira Morgana Rochadeterminou ao TJGO, em junho doano passado, a instalação do 9º e 10ºJuizado Especial Criminal em Goiânianum prazo de 180 dias.

JUIZADOS

CNJ atende pedido da ASMEGO

Em dois dias decampanha, 188magistradoscompareceram àASMEGO para se vacinarcontra a gripe. Umaequipe da Unimedesteve na sedeadministrativa daentidade nos dias 4 e 7de maio para imunizarcontra a doençaassociados do Serviço deProteção à Saúde (SPS).

SAÚDE

Campanha imuniza 188 associados

A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), pormeio da Assessoria Jurídica prestada pelo escritório de advocaciaClarito Pereira, Ezequiel Morais & Advogados Associados, conquistoumais uma vitória na Justiça no que diz respeito à garantia do custeiodo tratamento de saúde de associados da entidade e seusdependentes pela Unimed Goiânia Cooperativa de Trabalho Médico. AAssessoria Jurídica da associação ajuizou uma Ação de Obrigação deFazer, com pedido de tutela antecipada, contra a cooperativa visandogarantir que o plano de saúde custeasse as despesas médicas pelotratamento da filha de uma associada. A juíza Ilma Vitório Rocha, da2ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, concedeu o pedido feito pelaASMEGO dando prazo de 24 horas para que a Unimeddisponibilizasse à paciente o tratamento indicado por seu médico.

SAÚDE 2

Garantida cobertura atratamento para associado

O presidente da ASMEGO,juiz Gilmar Luiz Coelho,enviou ofício ao presidente daAssociação dos MagistradosBrasileiros (AMB),desembargador NelsonCalandra, solicitandoencaminhamento doanteprojeto da Lei Orgânicada Magistratura (Loman) aoCongresso Nacional. O pedidoestá relacionado àpreocupação da ASMEGOcom a possibilidade deaprovação de proposta quepretende restringir direitos jáadquiridos pelos magistrados.De autoria do ministro GilmarMendes, a proposta daSúmula Vinculante nº 71restringe as vantagens nãoprevistas na Lei Orgânica.

LOMAN E SÚMULA 71

ASMEGO enviapedido à AMB

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A primeira excursão de 2012 realizada pelaDiretoria dos Aposentados da Associação dosMagistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) ocorreunos últimos dias 24, 25 e 26 de abril. Os magistradosaproveitaram o final de semana nas águas termaisde Caldas Novas e descansaram na Pousada SãoJoão Bosco, unidade de lazer localizada no municípioe que pertence à associação.A segunda excursão, programada para

ocorrer entre os dias 14 e 23 de setembro, terácomo destino a Pousada Celso Fleury, em NovaViçosa (BA), também pertencente à ASMEGO.Para os dias 6, 7 e 8 de novembro, uma novaviagem foi agendada para a Pousada São JoãoBosco, em Caldas Novas. Os interessados emparticipar devem procurar a associação.

EXCURSÃO

Aposentados vão até Caldas Novas

Já está no ar o novo site da Associação dosMagistrados do Estado de Goiás (ASMEGO).Junto com o novo portal, a entidade inauguroutambém sua fan page no Facebook. Ferramentasmodernas de navegação e dispositivos quevalorizam a interação entre os magistrados estãocontemplados nas duas plataformas. Na próximaedição do jornal O MAGISTRADO, a ASMEGOtrará reportagem completa sobre as mudançasimplementadas.

INTERNET

ASMEGO inaugura novosite e página no Facebook

Doze magistrados participaram do 2º Curso de Estágioem Gerenciamento de Crise patrocinado pela Associaçãodos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) a seusassociados e promovido pela Academia da Polícia Militar deGoiás (PM-GO). O curso foi realizado na academia da PM.Composto por carga horária de 10 horas/aula, otreinamento tem como objetivo preparar o magistrado paraagir em possíveis eventos de crise na sua prática diária comojuiz, permitindo que ele ofereça respostas eficientes, seassim for necessário. O presidente da ASMEGO, juiz GilmarLuiz Coelho, participou da abertura do curso (foto).

GERENCIAMENTO DE CRISE

Magistrados participam de curso

A Escola Superior da Magistratura do Estado de Goiás(Esmeg) realizou no dia 31 de maio a terceira edição doprojeto Mesa de Debates em Direito Constitucional com otema CPI: Limites e Possibilidades Constitucionais (foto).O debate teve como palestrante um dos mais renomadosconstitucionalistas brasileiros, o professor Uadi LammêgoBulos. O evento é uma iniciativa conjunta da Associaçãodos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), Esmeg eInstituto Goiano de Direito Constitucional (IGDC).

DEBATE

Comissão Parlamentar de Inquérito em pauta

A Associação dos Magistradosdo Estado de Goiás foi parceirade uma ação social desenvolvidapela Organização dasVoluntárias do Judiciário (OVJ).Apoiada pelos magistrados eservidores goianos, aorganização arrecadou cerca de1,3 mil cobertores entregues aentidades assistenciaiscadastradas junto à OVJ. Dezoitodelas foram beneficiadas naprimeira etapa da campanha.

OVJ entregacobertores aentidades

A Associação dosMagistrados do Estado de Goiásencaminhou Procedimento deControle Administrativo (PCA)ao Conselho Nacional de Justiça(CNJ) pedindo anulação dedecisão da Corte Especial doTribunal de Justiça do Estado deGoiás (TJGO) referente aindicação de magistrados paracomposição da Corte Eleitoraldo Tribunal Regional Eleitoral(TRE-GO). Na referida indicação,o Tribunal inobservou a lista deantiguidade da comarca deGoiânia, critério até entãotradicionalmente respeitado. AASMEGO defende que sejaobedecida a Resolução21.009/2002, do TribunalSuperior Eleitoral (TSE), quedetermina o critério deantiguidade como critério paracomposição da Corte.

ASMEGO questiona indicaçãojunto ao CNJ

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Esmeg prepara novos cursos FORMAÇÃO |

Pós-Graduação em DireitoProcessual e Constitucional, pós emDireito das Obrigações e Relação deConsumo, cursos preparatórios àmagistratura e de sentença paraservidores do Tribunal de Justiça sãoalgumas das novidades que aEscola Superior da Magistratura deGoiás (Esmeg) para o segundosemestre de 2012. Quando oassunto é parceria, constam nalista, ainda, o Congresso Goiano deDireito Administrativo, o CongressoGoiano da Magistratura e umapossível excursão para o CongressoNacional da Magistratura, que serárealizado em Belém do Pará, emnovembro.

A Pós-Graduação em DireitoProcessual e Constitucional estáprevista para começar em 3 de

ENTRE as novidades,Pós-Graduação emDireito Processual eConstitucional estáprevista para começarem de agosto

agosto com 60 alunos entreservidores e magistrados. Já ocurso de Direito das Obrigações eRelação de Consumo deve

Atualmente, a escola oferece o nível 1 do CursoPreparatório à Magistratura, com aproximadamente 90alunos, e também o Curso Preparatório ao cargo deescrevente, oficializado com 180 participantes. Na previsãoconsta ainda o Curso preparatório à Magistratura sobreprovas objetivas e sentença, com 70 vagas e início em 2 dejulho. Sem data para ser iniciado mas também com previsãoestá o Curso de Sentença para Servidores do Tribunal deJustiça do Estado de Goiás.

Assim como no primeiro semestre, asMesas de Debate em DireitoConstitucional continuam nos próxi-mos seis meses. Entre os temas jádebatidos estão Ficha Limpa, ForoPrivilegiado e CPI, sendo que o últi-mo teve público recorde de 300 par-ticipantes. Em fase de confirmação hátambém cursos de sentença paraassistentes de juiz e extensão dasMesas de Debate também paraProcesso Civil e Processo Penal.

Para agosto está programado oCongresso Goiano de DireitoAdministrativo, parceria entre oInstituto de Direito Administrativo doEstado de Goiás (Idag, Associaçãodos Magistrados do Estado de Goiás(ASMEGO) e a Esmeg. Em Outubro, aASMEGO, juntamente com a Esmeg,sedia o 11º Congresso Goiano daMagistratura, que será realizado entreos dias 25 e 26.

Preparatórios para concursos Extensão

começar no dia 7 de agosto, comprevisão de 70 vagas. A terceiraturma de MBA em Gestão doPoder Judiciário, parceria entre a

Fundação Getúlio Vargas, aEsmege o Tribunal de Justiça doEstado de Goiás (TJGO) tambémestá no calendário da escola.