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Laboratório de Produção Textual Enunciado e Contexto MAINGUENEAU, Dominique. Análise de Textos de Comunicação. São Paulo: Cortez, 2001. O texto “Enunciado e Contexto”, capítulo do livro Análise de Textos de Comunicação, trata basicamente do enunciado e do contexto e alguns outros conceitos resgatados aparentemente com objetivo didático. Logo no início, o autor nos chama a atenção para a questão do sentido onde geralmente entende-se que “cada enunciado é portador de um sentido estável, a saber, aquele que lhe foi conferido pelo locutor. Esse mesmo sentido seria decifrado por um receptor que dispõe do mesmo código, que fala a mesma língua”. Desse modo, o contexto cumpriria um papel auxiliar, de estar ao redor do enunciado ajudando a conferir sentido. Depois, somos levados à outra reflexão sobre a linguagem, esta defendida pelo autor, onde o contexto não desempenha apenas um papel secundário, nem totalmente primário, mas onde a compreensão do enunciado é uma mobilização de diversos saberes, todos entrelaçados, para a profunda apreensão do sentido. Ao longo do texto de Maingueneau também somos inferidos a refletir sobre os diferentes “contextos”. “O contexto não é necessariamente o ambiente físico, o

Enunciado e Contexto

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Fichamento de trecho do livro "Análise de Textos de Comunicação" de Dominique Maingueneau

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Page 1: Enunciado e Contexto

Laboratório de Produção Textual

Enunciado e Contexto

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de Textos de Comunicação. São Paulo:

Cortez, 2001.

O texto “Enunciado e Contexto”, capítulo do livro Análise de Textos de

Comunicação, trata basicamente do enunciado e do contexto e alguns outros conceitos

resgatados aparentemente com objetivo didático. Logo no início, o autor nos chama a

atenção para a questão do sentido onde geralmente entende-se que “cada enunciado é

portador de um sentido estável, a saber, aquele que lhe foi conferido pelo locutor. Esse

mesmo sentido seria decifrado por um receptor que dispõe do mesmo código, que fala a

mesma língua”. Desse modo, o contexto cumpriria um papel auxiliar, de estar ao redor

do enunciado ajudando a conferir sentido. Depois, somos levados à outra reflexão sobre

a linguagem, esta defendida pelo autor, onde o contexto não desempenha apenas um

papel secundário, nem totalmente primário, mas onde a compreensão do enunciado é

uma mobilização de diversos saberes, todos entrelaçados, para a profunda apreensão do

sentido.

Ao longo do texto de Maingueneau também somos inferidos a refletir sobre os

diferentes “contextos”. “O contexto não é necessariamente o ambiente físico, o

momento e o lugar da enunciação”. Há três “tipos de contexto”. O primeiro é o

“contexto situacional”. Sobre o qual o autor coloca: “Valendo-se do contexto

situacional, pode-se interpretar unidades como “esse lugar”, o presente do verbo, “eu”

ou “você” etc.”. É a maneira de interpretar o espaço no qual o texto acontece, de acordo

com o que estará escrito ou oralizado no texto. Depois, observaremos o que seja o

cotexto. Este parece ter a finalidade de dividir o texto em partes para que o contexto

fique às clara para o entendimento do receptor do texto. Como numa história em

quadrinhos por exemplo.

Maingueneau termina seu texto com as “Instruções para Interpretação”, onde

fala que o texto é muito elucidador, e lança luzes para reflexões sobre o valor da

disciplina de Análise do Discurso para o profissional de letras. Trazendo a necessidade

do entrelaçamento da compreensão do conhecimento da língua e dos contextos para

apreensão do sentido de determinados textos. E não o isolamento de cada conhecimento.