Ep Paulinas 1

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    Niteri, 2005

    SEMEADOR

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    Seminrio Evanglico para oAperfeioamento de Discpulose Obreiros do Reino - SEMEADOR

    Superviso Editorial:Pr. Luiz Cludio Flrido

    Projeto Grfico,Edio e Impresso:Mdia Express Comunicao

    Todos os direitos reservados

    Comunidade CristJesus para o Mundo

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    Este livro foi escrito pela equipe de redatores do Seminrio Evanglico Para oAperfeioamento de Discpulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR com baseem fundamentos recolhidos de vrias fontes: autores cristos reconhecidamenteinspirados por Deus, estudos aceitos e adotados por outros seminrios

    evanglicos de prestgio e, acima de tudo, a viso especfica que o Esprito Santo tematribudo ao ministrio da Comunidade Crist Jesus Para o Mundo.Por se tratar de contedo bblico, o assunto aqui tratado no se esgota, em nossoentendimento, nas pginas deste ou de qualquer outro livro. Cremos no poder revelador daPalavra de Deus, que nos oferece novas indues a cada releitura. Por isso, o objetivomaior do SEMEADOR no se limita ao estudo teolgico, mas sim em trazer a presena deDeus e a PalavraRhema na vida de discpulos e obreiros que queiram um verdadeirocompromisso com o Seu Reino.A Bblia e a presena de Deus so, portanto, requisitos indispensveis para os alunos do

    SEMEADOR, tanto no estudo deste livro como durante as aulas.No to mandei eu? Esfora-te, e tem bom nimo; no te atemorizes, nem te espantes;porque o Senhor teu Deus est contigo, por onde quer que andares. Josu 1:9

    Equipe de Redao

    Apresentao

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    ndiceCaptulo 1Livro de Romanos (1 a 5) 7A condenao e a justificaoCaptulo 2Livro de Romanos (6 a 8) 21A santificao: a concretizao da justia de Deus

    Captulo 3Livro de Romanos (9 a 16) 33A dispensao de Israel e exortaes finais

    Captulo 4Livro de Glatas 45A liberdade crit

    Bibliografia 59Resposta dos Exerccios 60Programa Curricular 61

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    Livro de Romanos(1 a 5)

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    AEpstola aos Romanos j estava includa nas principaiscolees de livros do Novo Testamento, considerados ca-nnicos. A prpria Bblia, conforme a segunda epstola dePedro (3:15,17), ao citar Romanos 2:4, prova a canonici-

    dade deste livro, quando lhe chama de Escritura. Esse o mais antigopronunciamento que temos quanto canonicidade de qualquer dos livros doNovo Testamento.

    Os mais famosos lderes da igreja antiga, como: Clemente, de Roma;Incio, de Antioquia; e Policarpo, de Esmirna, tiveram a Epstola aos Ro-manos citada em seus escritos, como prova incontestvel de sua canonici-dade.

    O AUTORRomanos a epstola de Paulo, mais longa, mais teolgica e mais in-

    fluente. Paulo, ao escrever esta epstola, perto do fim da sua terceira via-gem missionria, estava em Corinto como hspede na casa de Gaio. En-quanto escrevia Romanos atravs de seu auxiliar Trcio, planejava voltar a

    Jerusalm para o Dia de Pentecostes (provavelmente por volta de 57 ou 58d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aoscrentes pobres.

    Logo a seguir, ele esperava ir a Espanha levando o evangelho, visitarde passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosse-guir em sua caminhada para o oeste.

    A Condenao ea Justificao(Rm. 1-5)

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    TEMAO tema central de Romanos a revelao da justia de Deus ao ho-

    mem e a aplicao desta sua necessidade espiritual. Ele pode ser maisbem compreendido atravs de Romanos 1:16,17, que pode ser enunciadoda seguinte maneira: O Evangelho o poder de Deus para a salvao doshomens, porque demonstra como a posio e a condio dos pecadorespode ser alterada de tal modo que fiquem reconciliados com Deus.

    O apstolo inspirado descreve o tipo de justia que aceitvel aDeus, de tal maneira que o homem, ao possu-la, considerado justoaos olhos de Deus. a justia que resulta da f em Cristo. Essa doutrinada Justia de Deus, primeiramente declarada e depois ilustrada neste li-vro, como veremos posteriormente com mais detalhes.

    A IGREJA EM ROMAComo esta epstola foi escrita para os romanos no poderamos dei-

    xar de comentar sobre a igreja em Roma. A histria eclesistica no re-gistra o nome do fundador desta igreja. Existem tradies que vinculam aorigem aos nomes dos apstolos Pedro e Paulo. De modo contrrio tra-

    dio catlica romana, a igreja de Roma no foi fundada por Pedro, nempor qualquer outro apstolo.Ela provavelmente foi iniciada por convertidos de Paulo provenien-

    tes da Macednia e da sia, bem como pelos judeus e proslitos converti-dos no dia de Pentecostes. Nesta epstola Paulo afirma que muitas vezesplanejou ir at Roma para ali pregar o evangelho, mas que, at ento foraimpedido (Rm 1:13-15).

    SAUDAES INICIAIS (Rm 1:1-17)Paulo inicia a epstola aos Romanos se identificando; depois fala so-

    bre o carter do servo de Jesus Cristo; d seu testemunho e motiva oevangelismo. Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apstolo,separado para o evangelho de Deus,... (Rm 1:1). Vejamos ponto aponto esta saudao instrutiva de Romanos.

    Primeiro o apstolo se identifica: servo de Jesus Cristo. Paulo no-tvel como judeu, como cidado romano, como cristo, missionrio, pio-

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    pregador do Evangelho de Deus. Paulo se considerada devedor a pessoasinstrudas (gregos) e no instrudas (brbaros), pois o Evangelho paratodos. Ele quer dar frutos no seu ministrio e mostra disposio para aobra. De modo que, quanto est em mim, estou pronto para anunciar oevangelho tambm a vs que estais em Roma (1:15).

    Paulo termina sua saudao aos romanos afirmando: Porque nome envergonho do evangelho, pois o poder de Deus para salvao detodo aquele que cr; primeiro do judeu, e tambm do grego. Porque noevangelho revelada, de f em f, a justia de Deus, como est escrito:

    Mas o justo viver da f (1:16,17). Para Paulo o evangelho o poderde Deus para a salvao de todos os que crem em Jesus. O meio queDeus escolheu para o homem foi a f, o qual um dom de Deus. E, Ojusto viver da f, no significa s o que as pessoas dizem comumente:estou vivendo pela f, mas que a sua vida resultado da f em JesusCristo.

    A CONDENAO: O HOMEM PRECISA DA JUSTIA DEDEUS (1:18 a 3:20)Paulo comea a explicao do evangelho descrevendo como o ho-

    mem tem tentado conseguir uma justia pelo esforo prprio. Ele concluique intil, pois todos os caminhos tm levado o homem ira de Deus. a ira sobre a injustia e tentativa de justificar-se pela Lei. Paulo de-fende e expe a verdade de que a justia de Deus se revela por meio deCristo.

    Pois do cu revelada a ira de Deus contra toda a impiedade einjustia dos homens que detm a verdade em injustia (1:18). A ira deDeus uma expresso da sua justia e do seu amor. a indignao pes-soal de Deus e sua reao imutvel diante de todo o pecado causado pelocomportamento inquo do ser humano e naes, e pela apostasia e infide-

    lidade do seu povo.No passado, a ira de Deus e seu dio ao pecado revelaram-se atra-

    vs do dilvio, da fome e da peste, do abrasamento da terra, da dispersodo seu povo etc. No presente, a ira de Deus vista quando Ele entrega osmpios imundcia e s vis paixes e leva runa e morte todos quantospersistem em no obedec-lO. No futuro, a ira de Deus incluir a Grande

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    Tribulao para os mpios e um dia de juzo para todos os povos e naes.Deus justo e bom, e dar a cada pessoa a recompensa que os seus atosmerecem. A Sua ira contra o pecado no irracional ou injusta, porqueEle santo; Ele por natureza contra toda e qualquer espcie de pecado.

    Paulo continua falando sobre os gentios pagos que se tornaram cul-pados e idlatras, exatamente por rejeitarem a Revelao de Deus e quepor isso estavam experimentando a ira do Senhor. A Revelao de Deus, dada a todos os homens e vem de duas fontes de conhecimento, desde oprincpio do mundo: da conscincia e da natureza. Porquanto, o que de

    Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.Pois os seus atributos invisveis, o seu eterno poder e divindade, so clara-mente vistos desde a criao do mundo, sendo percebidos mediante as coi-sas criadas, de modo que eles so inescusveis;... (1:19,20).

    Embora, Paulo descreva, dos versculos 21 ao 28, deste mesmo cap-tulo, a depravao cada vez pior entre os mpios, esses mesmos versculosapontam os princpios porque um dos pecados principais dos lderes cris-tos, que caem, a imoralidade. Paulo fala sobre o orgulho, a mentira, abusca da honra e exaltao para si mesmo, a impureza sexual e outros pe-cados que o homem se entregou, e, que, caso no voltem arrependidos, se-ro controlados por uma mente pervertida.

    Tais pessoas geralmente prosseguem na prtica do pecado, enquantojustificam seus prprios atos como sendo fraquezas humanas comum, per-suadindo a si mesmos que ainda esto em comunho com o Esprito Santoe no gozo da salvao. Fecham os seus olhos advertncia bblica de quenenhum fornicador, ou impuro... tem herana no Reino de Deus (Ef. 5:5).

    Neste captulo 1, Paulo mostrou que os gentios entregaram-se prti-ca do pecado. Agora, no captulo 2, ele demonstra que os judeus praticamas mesmas coisas e, igualmente, precisam da salvao em Jesus.

    Portanto, s inescusvel, homem, qualquer que sejas, quando jul-gas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu

    que julgas, praticas o mesmo. E bem sabemos que o juzo de Deus se-gundo a verdade, contra os que tais coisas praticam. E tu, homem, quejulgas os que praticam tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escapars aojuzo de Deus? (Rm 2: 1-3).

    Dos versculos 1 ao 16, do captulo 2, Paulo prova que todos os ho-mens so pecadores, inclusive os moralistas. Moralistas so aqueles que,

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    tendo o seu prprio padro de moralidade, criticam os que no se guiampor esse padro. Pensam serem bons demais, pelo que condenam os ou-tros. Uma pessoa, antes de procurar melhorar os outros, deve melhorar asi mesma, abandonando os seus prprios pecados. medida que Pauloconvence de que todos os homens precisam do Evangelho, mostra que ohomem moralmente, que condena os outros pela sua impiedade, sabeem seu corao que tem falhado freqentemente, tentando fazer aquiloque reconhece ser certo.

    ...Deus h de julgar os segredos dos homens,... (2:16). Como

    ser o julgamento divino? Esse julgamento ser executado por Jesus Cris-to e se dar levando em considerao os seguintes critrios: a) a verdade(2:1-5); b) os feitos dos homens (2:6-10); c) sem acepo de pessoas(2:11-15); d) segundo o Evangelho (2:16).

    Mas se tu s chamado judeu, e repousas na lei, e te glorias emDeus; e conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendoinstrudo na lei; e confias que s guia dos cegos, luz dos que esto emtrevas, instruidor dos nscios, mestre de crianas, que tens na lei a for-ma da cincia e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, no te ensi-nas a ti mesmo? Tu, que pregas que no se deve furtar, furtas? (2:17-21). O judeu buscava encobrir o seu pecado usando a religio como pre-texto. E ainda, se vangloriava do seu privilgio, como povo escolhido,mas, suas vidas no estavam de acordo com o querer de Deus.

    Paulo diz que num sentido bom ser judeu (2:17-20). Mas, um ju-deu que quebra a Lei divina no melhor que um gentio que no tem lei.

    O judeu se diz inocente e busca encobrir o seu pecado atravs dareligio, mas, Deus refuta essa defesa ftil, mostrando que o judeu queassim age:

    a) Incorre em maior condenao (2:21,22);b) Desfigura o bom nome de Deus (2:23,24);c) Anula o verdadeiro carter dos ritos religiosos (2: 25,25);

    d) Perde seus privilgios por sua posio religiosa (2:29).Resumindo, o judeu est sob condenao tambm. E, conclui-se

    que, maiores privilgios acarretam maiores responsabilidades; que quantomaior a revelao recebida de Deus, maior ser a responsabilidade diantedEle.

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    O apstolo Paulo, no incio do captulo 3, responde a algumas per-guntas referentes aos judeus. Que vantagem, pois, tem o judeu? ou qual autilidade da circunciso? Muita, em todo sentido; primeiramente, porquelhe foram confiados os orculos de Deus. Pois qu? Se alguns foram infi-is, porventura a sua infidelidade anular a fidelidade de Deus? De modonenhum; antes seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como estescrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venas quando foresjulgado (3:1-4). A falta de f dos homens no invalida a fidelidade deDeus. Mas Deus julgar a todos, e principalmente, aqueles que alegando

    bons motivos, agem erradamente visando alcanar os seus propsitos.Paulo prossegue o captulo 3, de 9 a 20, falando que a necessidadede salvao universal. Ele explica que todos esto debaixo do pecado;que todo ser humano tem uma natureza pecaminosa, que o instiga ao peca-do e ao mal. A soluo de Deus para essa situao trgica oferecer per-do, ajuda, graa, justia e salvao a todos, mediante a redeno que hem Jesus.

    No h justo, nem sequer um (3:10). Todas as pessoas, no seu es-tado natural, so pecadoras.No h temor de Deus (3:18). Se houvessetemor teria buscado a reconciliao com Deus.

    Paulo encerra este trecho dizendo: Ora, ns sabemos que tudo oque a lei diz, aos que esto debaixo da lei o diz, para que se cale toda bo-ca e todo o mundo fique sujeito ao juzo de Deus; porquanto pelas obrasda lei nenhum homem ser justificado diante dele; pois o que vem pela lei o pleno conhecimento do pecado (3:19,20).

    A JUSTICAO: A PROVISO DIVINA (3:21 a 5:21)Mas agora, sem lei, tem-se manifestado a justia de Deus.... Por-

    que todos pecaram e destitudos esto da glria de Deus (Rm 3:21a,23).No trecho de Romanos 3:21 a 31, temos a doutrina declarada da justifica-

    o. Vejamos algumas verdades com respeito justia de Deus:- Sua natureza: Paulo demonstra que todos os homens precisam dajustia de Deus, porque a raa inteira pecou. Os gentios esto sob condena-o. A cegueira espiritual levou-os idolatria e a idolatria corrupo mo-ral. O judeu tambm jaz sob a condenao. Por certo, ele pertence naoescolhida, tendo conhecido a Lei de Moiss durante sculos, mas tem vio-

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    lado essa Lei em pensamento, em atos e em palavras. Todos necessitamda justia de Deus; e, esta se refere ao redentora de Deus na esferado pecado humano, mediante a qual, dentro das normas da Sua justia(3:26), leva a pessoa a um relacionamento correto com Ele mesmo e aliberta do poder do mal.

    - Seu relacionamento com a Lei: Paulo declarou que ningum jus-tificado mediante as obras da Lei. Isso no uma crtica contra a Lei,pois que ela santa e perfeita. A declarao apenas significa que a Leino foi dada visando o propsito de tornar justos os homens, e sim para

    oferecer um padro de perfeita retido. A Lei no criou o pecado; foi da-da para revelar sua presena, a sua natureza e a sua culpabilidade, a fimde que o remdio seja recitado por Deus.

    - Sua revelao. Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justia deDeus (3:21). Durante sculos, os homens tinham pecado e aprendido aimpossibilidade de vencer seus prprios pecados. Agora, porm, Deusrevelou clara e abertamente o caminho. Muitos israelitas, cnscios da suanecessidade, sentiam que devia haver uma maneira de se receber a justifi-cao, independentemente da rigorosa observao de toda a Lei, porque,afinal, o homem pecaminoso nunca poderia observ-la perfeitamen-te.Sentiam que devia existir uma justia que no dependesse inteiramentedas suas prprias obras e esforos. Em outras palavras, ansiavam pela re-deno e pela graa. E Deus lhes deu a certeza de que tal justia seria re-velada. A Lei de Moiss foi dada para fazer o homem sentir o quanto ne-cessita da redeno.

    - Sua apropriao. Sendo que a Lei no poder justificar, a nicaesperana do homem a justia sem a Lei. Por qual mtodo isto le-vado a efeito? Pela justia de Deus; ou seja, uma justia que Deus d; uma ddiva, porque o homem no tem a capacidade de desenvolv-la ouoper-la (Ef. 2:8-10). Se for uma ddiva, devemos aceit-la. Como? Pelaf em Jesus Cristo.A f a mo que humildemente aceita o que Deus

    oferece. A salvao que se recebe uma ddiva no merecida, um salriopelo qual no se trabalhou.- Seu escopo. Essa justia para todos e sobre todos os que crem;

    porque no h diferena. A ddiva divina, a justia que Deus oferece realmente para toda pessoa que cr. Porque todos pecaram e destitudosesto da glria de Deus. A glria de Deus aqui significa o carter de

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    Deus, e o carter de Deus o padro para o comportamento humano; to-dos fracassaram ao serem medidos contra esse padro. A glria de Deus o fim para o qual a vida humana foi designada; a salvao nos coloca notrilho que vai avanando para esse destino.

    - Sua concesso. Sendo justificados. A palavra justificar umaexpresso judicial que significa pronunciar inocente, justo. Justo, origi-nalmente, tem o significado de ser reto, em conformidade com um padroou regra. Um homem justo, portanto, um homem cuja vida est em linhareta com a Lei de Deus. Se, porm, descobre que, ao invs de ser reto,

    ele perverso (torto), e sem a possibilidade de se endireitar a si mes-mo, ento precisa da justificao. Essa a operao de Deus.- Sua origem. Gratuitamente pela Sua graa. Os homens nada pos-

    suam para comprar sua prpria justificao. Deus no poderia reduzir onvel da sua justia para aquilo que os homens podem galgar; e os homensno poderiam subir at as alturas das exigncias de Deus. Deus, portanto,deu a salvao de graa. A Graa o favor divino mostrado aos que nomerecem. A salvao mediante a graa remove dois perigos: primeiro, odesejo de algum se justificar a si mesmo mediante seus prprios esforos;segundo, o temor das pessoas quanto a serem fracas demais para seremjustificadas.

    - Sua base. Como que Deus pode chamar o pecador de justo e trat-lo como homem virtuoso? porque Deus lhe d a justia. Mas, certodar o ttulo de bom e justo a quem no o mereceu? Foi Jesus quemobteve o ttulo para o pecador, que passa a ser chamado justo pela reden-o que h em Cristo Jesus. A redeno a libertao total obtida medi-ante o preo pago, libertao da penalidade do pecado, do poder do pecadoe da presena do pecado. Jesus nosso Representante, justo, e ns, quenEle confiamos, participamos da Sua justia. Deus nos aceita, porque acei-ta Jesus.

    - Seu mtodo. Ao qual Deus props para propiciao pela f no seu

    sangue (3:25). Propiciao um sacrifcio ou uma ddiva que afasta a irade deus, fazendo com que seja misericordioso e favorvel para com o pe-cador. o que compra o favor de Deus para com os que no o merecem.Jesus morreu a fim de nos salvar da justa ira de Deus e de obter para ns ofavor divino.

    - Sua vindicao. Para demonstrar a sua justia pela remisso dos

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    pecados dantes cometidos, sob a pacincia de Deus (3:25). A cruz deCristo proclama que Deus nunca foi indiferente para com os pecados hu-manos e que nunca o ser. Deus provou sua ira contra o pecado, median-te sua punio aos gentios e ao seu povo, em muitas ocasies, deixando,porm, de aplicar a totalidade, que teria causado destruio total da raainteira. Quando Deus entregou Jesus morte, demonstrou que sua tole-rncia tinha em vista a sua perfeita justia que seria satisfeita por Cristo.Que Jesus morreu em prol dos homens, uma verdade bastante conheci-da, mas tambm verdade que Ele morreu em prol de Deus ou seja,

    para vindicar a justia de Deus. Para demonstrao da sua justia nestetempo presente, para que ele seja justo e tambm justificador daqueleque tem f em Jesus (3:26). Deus justo e, portanto, tem que punir opecador; Deus misericordioso e deseja perdo-lo. Noutras palavras,quer ser justo e tambm justificador.

    No captulo 3 estudamos a doutrina declarada da justificao, nocaptulo 4 ela ser apresentada atravs da doutrina ilustrada. A justifica-o pela f no nenhuma nova revelao. Ela fora demonstrada no An-tigo Testamento e Paulo na Epstola aos Romanos cita dois exemplos, deAbrao e Davi, para comprovar que a doutrina da justificao pela f fiel s Escrituras.

    Primeiro ele trata do assunto falando de Abrao, amigo de Deus, econsiderado um exemplo de homem justo. Abrao foi um homem justifi-cado. Mas, em que base foi justificado? Na das obras, ou de quaisqueresforos dos quais poderia se jactar (vangloriar)? No; porque as escritu-ras declaram: Creu Abro em Deus, e isso lhe foi imputado como justi-a (4:3). O patriarca tinha muitas qualidades e privilgios em que pode-ria ter-se jactado; a nica coisa, no entanto, que lhe foi contado por justi-a foi ter crido nas promessas de Deus. Mas, afinal, no merecemos al-gum louvor por confiar em Deus? No. Pela f, abrimos nossa mo es-

    tendida para receber como ddiva aquilo que no podemos comprar nemmerecer como salrio.O segundo exemplo foi o de Davi. Ele foi um homem de Deus, mas

    as manchas no seu carter, e seu duplo crime (II Sm 12) comprovam afalsidade da idia de ele ter sido justificado mediante as obras. Assimtambm Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a

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    justia sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas iniqidadesso perdoadas, e cujos pecados so cobertos. Bem-aventurado o homem aquem o Senhor no imputar o pecado (4:6-8). No caso de Abrao, Paulotoca no lado positivo da justificao, demonstrando como Deus imputa ajustia ao que cr; agora, no exemplo de Davi, passa a tratar do lado nega-tivo, mostrando como Deus deixa de imputar pecado quele que justificou.A palavra imputar, to freqentemente repetida no captulo 4, uma met-fora tirada da contabilidade, e indica algo colocado na conta a crdito dealgum. No processo da justificao, os pecados dos homens so debitados

    e a justia de Deus lanada a crdito.Romanos 4:24,25, mostra-nos trs coisas que devem estar includasna f em Deus da qual depende a nossa justificao: a) aceitar a Jesus co-mo Salvador; b) crer que Deus enviou Jesus para morrer a fim de nos sal-var; c) crer que Ele ressuscitou. A justificao e todas as bnos dela de-rivadas nos so dadas atravs da f; por isso Deus deve ser o nico objetoda nossa f.

    O captulo 5, fala dos vrios resultados produzidos no crente pelajustificao. Ela produz: a paz com Deus, a graa, a esperana, a firmeza,o amor de Deus, o Esprito Santo, o livramento da ira, a reconciliao, asalvao e o gozo com Deus. Os pontos mais importantes neste captuloso o novo relacionamento entre Deus e o homem. A separao existenteentre o homem e Deus transformada em paz, mediante a justificao, e aira de Deus contra o pecado removida. Paulo diz:Justificados, pois, pelaf, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,... Logo muitomais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos daira (5:1,9).

    Em Romanos 5:12 a 21, Paulo contrasta Ado com Jesus. Primeiro,ressalta como atravs da transgresso e queda de Ado, o pecado como po-der ativo conseguiu penetrar na raa humana. Depois, ressalta a supremasuficincia da redeno provida por Jesus para desfazer os efeitos desta

    queda. Ado trouxe o pecado e a morte; Jesus trouxe a graa e a vida.Porque, se pela ofensa de um s, a morte veio a reinar por esse,

    muito mais os que recebem a abundncia da graa, e do dom da justia,reinaro em vida por um s, Jesus Cristo. Porque, assim como pela deso-bedincia de um s homem muitos foram constitudos pecadores, assimtambm pela obedincia de um muitos sero constitudos justos (5:17,19).

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    EXERCCIO

    1. ____ Paulo, filho de Jesus Cristo, chamado para ser apostolo... (Rm

    1:1).

    2. ____ O tema do livro de Romanos Revelao da Justia de Deus.

    3. ____ Paulo termina a saudao aos romanos dizendo que sente vergo-

    nha do Evangelho.

    4. ____ A ira de Deus uma expresso da sua justia e do seu amor.

    5. ____ Moralistas so as pessoas que tendo o seu prprio padro moral,

    criticam os que no se guiam por esse padro.

    6. ____ A falta de f dos homens no invalida a fidelidade de Deus.

    7. ____ Todos pecaram e destitudos esto da glria de Deus isto no

    uma verdade bblica.

    8. ____ A Graa de Deus o favor divino mostrado aos que no mere-

    cem.

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    Livro de Romanos(6 a 8)

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    Paulo continua o grande tema de Romanos: o mtodo divinode fazer justos os pecadores. A primeira parte tratou da ques-to dos pecadores; agora, levanta-se a questo da graa.Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que

    abunde a graa? De modo nenhum. Ns, que j morremos para o pecado,como viveremos ainda nele? (6:1,2). Provavelmente, enquanto Paulo fazi-

    a sua exposio da doutrina da justificao mediante a f, alguns judeus es-tivessem ouvindo e faziam protesto, dizendo que era heresia, falar que opovo no precisava fazer mais nada em prol da salvao, por ser resultadoda graa de Deus.

    Mas, Paulo, responde: De modo nenhum! Pelo contrrio, ele diz:Considerai-vos mortos para o pecado. Continuar no pecado impossvelpara um homem realmente justificado, por causa da sua unio com Jesusna morte e na vida. Em virtude da sua f em Cristo, o homem salvo teveuma experincia que inclui um rompimento com o erro; a experincia uma transformao radical que descrita como sendo uma ressurreio. O

    Batismo nas guas uma representao dessa experincia (6:3).Porque, se temos sido unidos a ele na semelhana da sua morte,certamente tambm o seremos na semelhana da sua ressurreio; sabendoisto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpodo pecado fosse desfeito, a fim de no servirmos mais ao pecado (6:5,6).A expresso velho homem refere-se ao antigo eu, vida no regenerada,

    A Santificao: aConcretizao dajustia (Rm. 6-8)

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    cheia de pecado. Mediante a regenerao, despimo-nos do velho ho-mem, revestindo-nos do novo homem, da nova natureza. O corpo dopecado no expresso que signifique que o pecado tem sua origem nocorpo, e sim que o corpo o instrumento usado para praticar o pecado. a alma que peca, mas mediante o corpo que a alma se expressa.

    Pois quem est morto est justificado do pecado (6:7). A mortecancela todas as obrigaes e rompe todos os laos. Assim como a mortefindava a escravido literal, assim tambm a morte do crente para a anti-ga vida liberta-o da escravido do pecado.

    Em Romanos 6:9 a 14, somos conclamados:- A atitude de f (vs. 9-11):A morte de Jesus ps fim quele estado

    em que tinha contato com o pecado, e a vida agora de ininterrupta co-munho com Deus. Os crentes, embora ainda estejam no mundo, podemtambm compartilhar da Sua experincia, porque esto unidos a Ele. Co-mo? Assim tambm vs considerai-vos como mortos para o pecado, masvivos para Deus, em Cristo Jesus (v.11).O que significa isto? Deus disseque mediante a f em Jesus, somos mortos para o pecado e vivos para ajustia.

    - A operao da f (v.12). Enquanto vivemos neste corpo mortal,

    ns, que temos comunho com Cristo, ainda por um tempo estamos sujei-tos a receber os ataques de Satans, temos que resistir a todos os esforosfeitos por ele no sentido de nos desviar da lealdade vontade de Deus esujeitar s tendncias pecaminosas. Como podemos cumprir, na prtica, aexortao para nos considerarmos mortos para o pecado? O apstolo res-ponde: Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado comoinstrumentos de iniqidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivosdentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos dejustia (v.13). Uma vez sabido que, mediante a obra de Cristo, somosmortos para o pecado, podemos dizer no a cada tentao, e sim acada manifestao da vontade de Deus.

    - Ao encorajamento da f. Mas ser que tenho foras suficientespara romper com o pecado? Paulo responde: Pois o pecado no terdomnio sobre vs, porquanto no estais debaixo da lei, mas debaixo dagraa (v.14). A cruz de Cristo nos libertou no somente das conseqn-cias do pecado, como tambm da sua autoridade. A Lei revelava o peca-do, e exigia o devido castigo, mas no oferecia nenhuma capacidade para

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    venc-lo; a graa, alm de cancelar a penalidade, concede poder para ven-cer o pecado.

    No captulo 7, vemos que o crente est morto para a Lei. que a Leiexigia a morte do transgressor; porm, Jesus sofreu a morte por ns. Paulodemonstra que a Lei no tem poder para salvar e santificar, no porque elano seja boa, e sim por causa da tendncia pecaminosa do homem. Nosprimeiros versculos (1-6) deste captulo, Paulo apresenta o assunto do re-lacionamento do homem com a Lei, tomando por base a ilustrao do casa-mento: Porque a mulher casada est ligada pela lei a seu marido enquan-

    to ele viver; mas, se ele morrer, ela est livre da lei do marido (7:2). Se-gundo Paulo, a morte rompe o elo do matrimnio, concedendo ao cnjugevivo direito de contrair novas npcias. Sendo assim, estando mortos paraa Lei que antes nos condenava (7:6), estamos livres para nos unirmos a Je-sus. O primeiro casamento com a Lei foi infrutfero quanto justia. O se-gundo com Jesus nos faz novas criaturas e nos leva a produzir frutos dejustia aes que agradam a Deus.

    Paulo, nos versculos 7 a 13, descreve o que a Lei revela: a) o fatodo pecado (7:.7); b) a ocasio do pecado (7:.8); c) o poder do pecado(7:9); a traio do pecado (7:11); o feito do pecado (7:10,11); a malignida-de do pecado (7:12,13).

    Os versculos 13 ao 25, descrevem a experincia da pr-converso dePaulo, ou de qualquer outra pessoa que procura agradar a Deus. Logo obom tornou-se morte para mim? De modo nenhum; mas o pecado, paraque se mostrasse pecado, operou em mim a morte por meio do bem; a fimde que pelo mandamento o pecado se manifestasse excessivamente malig-no. Porque bem sabemos que a lei espiritual; mas eu sou carnal, vendidosob o pecado. Pois o que fao, no o entendo; porque o que quero, issono pratico; mas o que aborreo, isso fao. E, se fao o que no quero,consinto com a lei, que boa (7:13-16). Observamos nestes versculos,que, Paulo muda o pronome ns para eu, e passa a descrever a sua

    batalha pessoal contra a natureza pecaminosa. A partir do versculo 14, te-mos o eu do novo homem, lutando por viver a vida crist. Paulo diz quea Lei que ele to zelosamente queria observar despertava nele impulsos pe-caminosos. O resultado fora uma guerra civil na sua alma.

    No versculo 19, Paulo mostra a sua incapacidade de obedecer vozda conscincia - Pois no fao o bem que quero, mas o mal que no que-

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    ro, esse pratico. Por que Paulo descreve o conflito que estava vivendo?Para demonstrar que a Lei no pode nos justificar, tampouco nos santifi-car. uma tentativa v do eu-prprio lutando por fazer, sem nada con-seguir, aquilo que a Lei manda, sem apelar ao Esprito Santo. Num gritode desespero, Paulo diz: Miservel homem que eu sou! Quem me livrardo corpo desta morte? (7:24). E, terminado a descrio da experinciasob a Lei, ele passa agora a dar testemunho da experincia sob a graa:Dou graas a Deus (que recebi a libertao)por Jesus Cristo, nosso Se-nhor (7:25a).

    E assim, com este brado de vitria, entramos no captulo 8, cujotema a nova vida debaixo da graa. Nesta parte, vemos o Esprito Santooperando em ns o que o Pai e o Filho planejaram e providenciaram parans.

    Vejamos o poder do Esprito Santo em ns (8:1-4):- Portanto, agora nenhuma condenao h para os que esto em

    Cristo Jesus (v. 1). Os que esto em Cristo saram do ambiente dacondenao da Lei e alcanaram uma posio de onde podem subjugar acarne. A batalha continua ao derredor, mas eles so vencedores em Cristona medida em que no andam segundo a carne, mas segundo o Esprito.

    - Porque a lei do Esprito da vida, em Cristo Jesus, te livrou dalei do pecado e da morte (v.2). Mediante nossa unio com o Filho deDeus ressurreto e glorificado, um novo poder, o poder do Esprito Santo,entra na natureza humana para subjugar o pecado. A lei do pecado e damorte inerente natureza humana, mas esta lei superada pela lei doEsprito da vida, que opera em ns na medida em que conservamos nossacomunho com Deus.

    - Porquanto o que era impossvel lei, visto que se achava fracapela carne, Deus enviando o seu prprio Filho em semelhana da carnedo pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado (v.3).A Lei no possui nenhum poder para inutilizar a atuao do pecado, mas

    Deus tem este poder e, ao enviar Jesus para morrer em nosso lugar, rom-peu o poderio do pecado. A Lei era santa e espiritual, mas o homem eracarnal, sem possuir o poder de obedincia. Nesse caso, ou a Lei tinhaque ser alterada ou o homem tinha que ser transformado. Deus nuncamudar os eternos princpios da Sua justia, mas mediante o envio de no-vas foras espirituais, providenciou a mudana da natureza humana. Essa

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    fora foi colocada ao nosso dispor mediante a obra expiatria de Jesus.- Para que a justa exigncia da lei se cumprisse em ns, que no

    andamos segundo a carne, mas segundo o Esprito (v.4). Quando Jesusentra em nossa vida, inspira desejos e afetos novos e diferentes. Por assimdizer, fechou a fbrica do pecado e abriu uma indstria de retido. E umadas evidncias de que algum passou da morte para a vida o fato de eleamar os irmos. O amor cumpre a lei de Deus porque nenhum mal pratica,e porque gosta de fazer o bem aos outros.

    A partir dos versculo 5 at o 11, Paulo afirma que a pessoa verda-deiramente salva no viver na carne, porque ela inimiga do EspritoSanto. Ele diz: Pois os que so segundo a carne inclinam-se para as coi-sas da carne; mas os que so segundo o Esprito para as coisas do Espri-to (8:5). A palavra carne representa a natureza antiga e pecaminosa queno recebeu a renovao; abrange a totalidade da vida no renovada quevive longe de Deus. Isso no significa, necessariamente, que a pessoa te-nha uma vida cheia de vcios e pecados grosseiros porque a carne podeser oculta, refinada e educada. Quando algum passa a colocar Deus nocentro da sua vida, passa a andar segundo o Esprito. O resultado de umavida que vive segundo a carne a morte (8:6a). Essa morte se refere separao presente e futura de Deus. O homem carnal, para quem o eu-prprio a lei suprema, naturalmente tem ressentimento contra a vontadedo Poder Superior.

    Porquanto a inclinao da carne inimizade contra Deus, pois no sujeita lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que esto na car-ne no podem agradar a Deus (8:7,8). Para ele, sua lei seguir seu pr-prio caminho. O que h de mais trgico nisto que algum pode ficar semter conscincia desta rebelio contra Deus, pode at chegar a pensar queest servindo a Deus, quando, na realidade, est servindo a si mesmo. Pormaiores que sejam as qualidades possudas por algum, ou por mais impor-

    tantes que paream ser os trabalhos religiosos que realiza, se ainda est nacarne, pensando em si em primeiro lugar, no pode agradar a Deus.

    Vs, porm, no estais na carne, mas no Esprito, se que o Esp-rito de Deus habita em vs. Mas, se algum no tem o Esprito de Cristo,esse tal no dele (8:9). Estar no Esprito quer dizer que o Esprito emns habita, dirigindo nossa vida. O Esprito de Cristo o Esprito Santo

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    em pessoa, e no, como alguns afirmam, o carter e a disposio de Je-sus. chamado assim porque foi enviado em nome de Jesus (Jo 14:26),porque transforma em realidade o que Jesus fez por ns e porque ooutro Consolador que veio tomar o lugar de Jesus aqui na terra. Essainterpretao significa que a pessoa no salva se no recebeu o batismono Esprito Santo? No; trata-se de duas operaes diferentes. A presenaem ns do Esprito de Cristo vinculada regenerao da nossa nature-za. O batismo no Esprito nunca vinculado salvao, mas ao poder pa-ra o servio.

    E, se Cristo est em vs, o corpo, na verdade, est morto por cau-sa do pecado, mas o esprito vive por causa da justia. E, se o Espritodaquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vs, aquele quedos mortos ressuscitou a Cristo Jesus h de vivificar tambm os vossoscorpos mortais, pelo seu Esprito que em vs habita (8:10,11). Paulo fazo contraste entre o corpo humano e o esprito. O corpo que morre fisica-mente por causa do pecado de Ado e o esprito, que em virtude da pre-sena do Esprito Santo nele, transforma-se em fora viva que penetra emtodos os recantos do ser humano, inclusive no corpo. A habitao do Es-prito Santo em ns prova, no somente da ressurreio espiritual que jhouve em nossas vidas, mas tambm promessa e garantia da futura res-surreio da nossa pessoa total.

    De maneira que, irmos, somos devedores, no carne para vi-vermos segundo a carne (8:12). No voltemos a andar segundo a carne;o bom raciocnio exige que os crentes sigam a liderana do Esprito, pois Ele quem traz paz e alegria s suas vidas. Porque se viverdes segundoa carne, haveis de morrer (8:13a). Viver segundo a carne, depois de tu-do aquilo que Deus fez, seria brincar com a morte espiritual, seria rolarno lamaal como porca lavada (II Pe. 2:20-22). Mas, se pelo Espritomortificardes as obras do corpo, vivereis (8:13b). Isto no quer dizerque devamos danificar nosso corpo fsico mediante aoites e a fome, para

    crucificar a carne. Mortificar os feitos do corpo abafar os desejos peca-minosos, fazendo-os morrer enquanto alimentamos nossa alma com o Es-prito Santo. Pois todos os que so guiados pelo Esprito de Deus, essesso filhos de Deus (8:14). As expresses andar no Esprito e guiadopelo Esprito, referem-se a uma experincia habitual, contnua.

    Em Romanos 8:15 diz que no recebemos o esprito de escravido,

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    mas o esprito de adoo de filhos, que coloca-nos num relacionamentofamiliar to ntimo com Deus que podemos nos aproximar dEle e chamar-lhe: Aba, Pai. Paulo complementa: O Esprito mesmo testifica com onosso esprito que somos filhos de Deus; e, se filhos, tambm herdeiros,herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se certo que com ele padece-mos, para que tambm com ele sejamos glorificados (8:16,17).

    O apstolo Paulo a partir do versculo 18, fala que toda a criao estaguardando a manifestao dos filhos de Deus (8:19); que , a redeno donosso corpo. Deus criou a terra para ser o lar da humanidade, mas o peca-

    do de Ado afetou a terra e a criao. Todos sofremos o resultado dessarebelio. Porque sabemos que toda a criao, conjuntamente, geme e estcom dores de parto at agora; e no s ela, mas at ns, que temos as pri-mcias do Esprito, tambm gememos em ns mesmos, aguardando a nossaadorao, a saber, a redeno do nosso corpo (8:22,23).

    Deus nos conheceu antes de nascermos. Ele sempre soube quais osque responderiam Sua oferta de salvao e quais os que a rejeitariam.Deixou a escolha ao nosso cuidado, mas Ele planejou o que fazer para queos que se tornassem Seus filhos. Os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos ir-mos; e aos que predestinou, a estes tambm chamou; e aos que chamou,a estes tambm justificou; e aos que justificou, a estes tambm glorifi-cou (8:29,30).

    Paulo encerra o captulo 8 estimulando os filhos de Deus a prosseguirem:Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus por ns, quem ser

    contra ns?Aquele que nem mesmo a seu prprio Filho poupou, antes o entregou

    por todos ns, como no nos dar tambm com ele todas as coisas?Quem intentar acusao contra os escolhidos de Deus? Deus

    quem os justifica;Quem os condenar? Cristo Jesus quem morreu, ou antes quem

    ressurgiu dentre os mortos, o qual est direita de Deus, e tambm inter-cede por ns;

    Quem nos separar do amor de Cristo? a tribulao, ou a angstia,ou a perseguio, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

    Como est escrito: Por amor de ti somos entregues morte o dia to-

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    do; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todasestas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.

    Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos,nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos po-der separar do amor de Deus, que est em Cristo Jesus nosso Senhor.

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    EXERCCIO

    1. ____ Em Romanos 6:9-14, somos conclamados a atitude, operao e

    encorajamento da f.

    2. ____ Pois no fao o bem que quero, mas o mal que no quero, esse

    pratico (Rm. 7:19) - disse Jesus.

    3. ____ As pessoas que esto em Cristo saram do ambiente de condena-

    o da Lei e esto sob a graa.

    4. ____ Portanto, agora nenhuma condenao h para os que esto em

    Cristo Jesus (Rm. 8:1).

    5. ____ Quando algum passa a colocar Deus no centro da sua vida, passa

    a andar segundo o Esprito.

    6. ____ O batismo com o Esprito Santo est vinculado salvao e nun-

    ca ao poder para o servio.

    7. ____ O resultado de uma vida que vive segundo a carne a morte.

    8. ____ Pois todos os que so guiados pelo Esprito de Deus, esses so

    filhos de Deus (Rm 8:14).

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    Livro de Romanos(9 a 16)

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    Esses captulos parecem adotar uma linha de pensamento di-ferente do se apresentou nos captulos anteriores. Paulo tra-tou do indivduo e agora passa a falar do destino de uma na-o - Israel. Ele define quais so os privilgios especiais de

    Israel como povo de Deus. Essas explicaes foram necessrias face sobjees dos judeus aos ensinamentos de Paulo. Ele aproveita tambm parafazer algumas exortaes para o viver dirio dos cristo em Roma.

    A DISPENSAO DE ISRAEL (Rm 9-11)O captulo 9 fala sobre a resistncia de Israel ao Evangelho. Ao rejei-

    tar Jesus, a nao judaica inteira rejeitou o Messias, cuja vinda aguarda-vam e pelo qual viviam. Sendo assim, podemos dizer, ento, que fracassouo plano que Deus fizera para Israel? No. Paulo afirma que a promessa deDeus a Israel no falhou, pois a promessa era s para os fiis desta nao.Visava somente o verdadeiro Israel, queles que eram fiis promessa.No que a palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os que sode Israel so israelitas; nem por serem descendncia de Abrao so todos

    filhos; mas: Em Isaque ser chamada a tua descendncia (9:6,7)Os versculos 8 a 13, do captulo 9, fala o modo de Deus agir na his-tria de Israel. Neste trecho temos uma ilustrao da soberana eleio ouescolha de Deus. Ele conhecia Jac e Esa, antes de nascerem; sabia o ca-minho que cada um iria tomar e qual deles cumpriria o Seu propsito.

    A Dispensao de Israele Exortaes finais(Rm. 9-16)

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    Como est escrito: Amei Jac e aborreci Esa (9:13). Isto no significaque Jac e seus descendentes foram eleitos para a salvao eterna, en-quanto que Esa e seus descendentes para a condenao. Trata-se, antes,da eleio de Jac e seus descendentes para serem canal de revelao ebno de Deus para o mundo. Mas, a maioria dos descendentes de Jacdeixou de cumprir a sua vocao e, portanto, acabou sendo rejeitada porDeus.

    Deus livre para escolher a quem Ele quer (9:14-33). Ele tem o di-reito de agir com a Sua criao, conforme lhe apraz. Terei misericrdia

    de quem me aprouver ter misericrdia, e terei compaixo de quem meaprouver ter compaixo (9:15). Sua compaixo ativa e transbordanteno pode ser merecida nem controlada pelos seres humanos. Assim,pois, isto no depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus queusa de misericrdia. Portanto, tem misericrdia de quem quer, e a quemquer endurece (9:16,18).

    Paulo cita o exemplo de Fara, que resistiu vontade de Deus, e aresposta foi endurec-lo ainda mais. Assim sendo, o endurecimento docorao de Fara no foi uma ao arbitrria de Deus, pois Ele agiu se-gundo Seu princpio justo, de endurecer todos aqueles que o rejeitam.

    Dir-me-s ento. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste sua vontade? Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seupoder, suportou com muita pacincia os vasos da ira, preparados para aperdio (9:19,22). Vasos da ira referem-se queles que, pela prticado pecado, esto se preparando para a sua destruio eterna. Para quetambm desse a conhecer as riquezas da sua glria nos vasos de miseri-crdia,... (9:23). Vasos de misericrdia referem-se queles, tantosjudeus como gentios, que crem em Jesus e o seguem.

    No final do captulo 9, Paulo cita duas profecias de Isaas, referin-do-se ao remanescente judaico (9:27-29). Ele mostra que o julgamento deDeus atinge a todo o mundo, menos aqueles que so salvos por Jesus.

    A condio de Israel como nao perdida, deve-se ao fato de noaceitar a salvao nos termos de um Deus justo e soberano. Por outro la-do os gentios conseguiram a justia pela f (9:30). Israel no conseguiuporque a buscou pelas obras (9:31,32), e, tropeou na cruz de Jesus. Eisque eu ponho em Sio uma pedra de tropeo; e uma rocha de escndalo;e quem nela crer no ser confundido (9:33). Sobre esta pedra de trope-

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    o caram os judeus e foram expulsos de sua terra, tornando-se um povodisperso e sem ptria por cerca de dois milnios.

    O captulo 10 continua a discorrer sobre a rejeio de Israel. Os isra-elitas queriam a salvao mediante a Lei ao invs de confiar em Deus e noseu Filho. No havia nenhuma desculpa para tal comportamento: O Evan-gelho fora pregado abertamente, com clareza, e Israel o rejeitou delibera-damente. Eles precisam da salvao, diz Paulo: O bom desejo do meu co-rao e a minha splica a Deus por Israel para sua salvao (10:1). Oapstolo Paulo fica profundamente sentido, com a rejeio de Israel, e no

    pode mencionar o assunto sem primeiro falar do seu grande pesar por cau-sa da situao deles. E continua o seu lamento: Porque lhes dou testemu-nho de que tm zelo por Deus, mas no com entendimento. Porquanto, noconhecendo a justia de Deus, e procurando estabelecer a sua prpria,no se sujeitaram justia de Deus (10:2,3). Os judeus tinham zelo, co-nheciam a Lei, no entanto, era inaceitvel a Deus a falta de entendimento ea incapacidade de promover Seus propsitos atravs deles. Eles no se su-jeitaram justia de Deus, interpretaram mal o propsito da Lei, e, confia-ram nela como meio de salvao espiritual. Por isso, quando Jesus veiooferecendo a salvao dos seus pecados, no O receberam. Achavam queEle deveria anunciar algumas exigncias mediante as quais pudessem ga-nhar a vida eterna.

    Pois Cristo o fim da lei para justificar a todo aquele quecr (10:4). A Lei fora dada a Israel para levar o povo ao ponto finalcerto, que a f na graa salvadora de Deus. Atravs de Jesus, Deus pro-videnciou justia completa, excluindo todo e qualquer esforo humano(10:6,7).

    Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu cora-o creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, ser salvo (10:9).Neste versculo Paulo nos assegura que muito simples a maneira de ser-mos salvos. Tudo o que se tem que fazer crer e confessar, e invocar o

    Senhor (10:12,13).Como pois invocaro aquele em quem no creram? e como crero

    naquele de quem no ouviram falar? e como ouviro, se no h quem pre-gue? E como pregaro, se no forem enviados? assim como est escrito:Quo formosos os ps dos que anunciam coisas boas! (10:14,15). Nin-gum pode ser salvo se o Evangelho no for pregado por aqueles, os quais

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    Deus enviou. E de que modo as pessoas podem crer e serem salvas?Pelo ouvir a Palavra de Deus (10:17). Deus oferece salvao gratuitatanto para o judeu como para o gentio. Porventura no ouviram? Sim,por certo: Por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras at osconfins do mundo (10:18).

    Note-se a pacincia de Deus com Israel e seu pesar pela sua incre-dulidade, nos dois ltimos versculos desse captulo: Fui achado pelosque no me buscavam, manifestei-me aos que por mim no perguntavam.Quanto a Israel, porm, diz: Todo o dia estendi as minhas mos a um po-

    vo rebelde e contradizente (10:20,21).O captulo 11 inicia com uma pergunta: Acaso rejeitou Deus ao

    seu povo?(v.1). No devemos jamais pensar que Deus o rejeitou parasempre. Ento, Deus cancelou suas promessas e negou sua prpria Pala-vra com respeito aos judeus? Paulo responde com nfase: De modo ne-nhum; e passa a demonstrar que a queda de Israel no total (11:1-16),nem permanente. A nao judaica no est rejeitada e perdida, sem possi-bilidade de recuperao. Essa queda no pode ser o ponto culminante dasua maravilhosa histria. Deus ainda tem um futuro para Israel.

    A queda de Israel foi transformada em bno, pois atravs delaveio a salvao dos gentios (11:11). Parecia uma tragdia quando os ju-deus rejeitaram seu Messias, mas Deus transformou aquela rejeio embno, fazendo com que a palavra da salvao fosse levada s naesgentias. Ora se o tropeo deles a riqueza do mundo, e a sua diminui-o (mediante a rejeio) a riqueza dos gentios, quanto mais a sua pleni-tude (restaurao a todos os privilgios)! (11:12). A restaurao de Isra-el tambm trar bnos abundantes. Ora, se sua rejeio trouxe tantasbnos para o mundo, quem poder medir o tamanho das bnos quesua restaurao trar! Segundo os profetas, a restaurao de Israel ser oponto inicial para a vinda do Reino de Deus.

    Israel a oliveira que Deus plantou. Diferentes formas desta figura

    de retrica surgem por todo o Antigo Testamento. Se as razes e o troncodessa rvore pertencem a Deus, tambm os ramos igualmente (11:16).No versculo 17, Paulo acrescenta: E se alguns dos ramos foram que-brados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado no lugar deles e feitoparticipante da raiz e da seiva da oliveira. Ramos quebrados so os ju-deus incrdulos, enquanto que os zambujeiros bravos enxertados so os

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    gentios salvos. Por causa da rejeio de Israel os gentios recebendo a Je-sus, passaram a desfrutar dos privilgios antes concedidos somente aos ju-deus. Mas, Paulo faz logo a seguir, uma advertncia a todos os crentesgentios: Est bem. Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu pela tuaf ests firme. No te ensoberbeas, mas teme; porque, se Deus no pou-pou os ramos naturais, no te poupar a ti (11:20,21). Ele adverte seusleitores gentios de que no devem ficar to orgulhosos na sua posio aponto de desprezar os judeus.

    Paulo ento, volta a falar da consumao gloriosa de Israel, em Ro-

    manos 11:26: E, assim, todo o Israel ser salvo. Isso no significa quetodos se salvaro. Paulo fala aqui do destino nacional, e no da salvaoindividual. Quer dizer que Israel, como nao, ser libertada dos seus ini-migos, espirituais e fsicos, sendo restaurada sua antiga situao de teste-munha de Deus.

    Quanto ao evangelho, eles na verdade, so inimigos por causa devs (11:28a). Desde o princpio, a nao israelita, como um todo, tomouposio contra Jesus, e at hoje a mesma atitude foi conservada. Por cau-sa de vs significa que os gentios receberam benefcios do fato de os ju-deus terem rejeitado o evangelho. Deus, porm, no os rejeitou completa-mente, apesar da atitude deles. Mas, quanto eleio, amados por causados pais (11:28b), ou seja, por causa das promessas feitas a Abrao, Isa-que e Jac, Deus restaurar a Israel.

    As promessas divinas com respeito ao destino (nacional) de Israel soincondicionais, ou seja, garantem que esta nao ser finalmente uma bn-o para o mundo, apesar da necessidade de faz-la passar por longos scu-los de castigos. Pois, assim como vs outrora fostes desobedientes aDeus, mas agora alcanastes misericrdia pela desobedincia deles, assimtambm estes agora foram desobedientes, para tambm alcanarem miseri-crdia pela misericrdia a vs demonstrada (11:30,31).

    Paulo conclui este captulo com um hino de adorao: Pois, quem

    jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? Ouquem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?Porque de-le, e por ele, e para ele, so todas as coisas; glria, pois, a ele eternamen-te. Amm. Porque dele, e por ele, e para ele, so todas as coisas; glria,pois, a ele eternamente (11:34-36).

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    EXORTAES PRTICAS (Rm 12-16)Paulo, nesses captulos, aplica todos os ensinamentos anteriormente

    dados de maneira prtica, vida real. Primeiro ele lanou os alicercesdoutrinrios; agora manda construir sobre eles uma vida crist estvel. Ateologia e a prtica so conjugadas.

    Rogo-vos pois, irmos, pela compaixo de Deus, que apresenteisos vossos corpos como um sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional. E no vos conformeis a este mundo, mas trans-formai-vos pela renovao da vossa mente, para que experimenteis qualseja a boa, agradvel, e perfeita vontade de Deus (12:1,2). O corpo oveculo de expresso da alma redimida, como tambm o templo do Esp-rito Santo. Paulo faz um apelo santidade. Ele deixa subtender vriascoisas nestes versculos: (1) Que o presente sistema mundano mau eque est sob o controle de Satans; (2) Que as formas prevalecentes e po-pulares deste mundo devem ser resistidas; (3) Que a mente deve ser reno-vada conforme o pensar de Deus, mediante a leitura da Palavra e de suameditao. Santificao o ato ou processo pelo qual, uma pessoa se tor-na santa. Uma pessoa considerada santa quando de fato pertence a Deuse O serve fielmente. A santificao posicional e instantnea, do ponto

    de vista divino. Do ponto de vista humano, a santificao progressiva eprtica.Aps exortao acima, Paulo fala do corpo a Igreja: Pois assim

    como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros tma mesma funo, assim ns, embora muitos, somos um s corpo em Cris-to, e individualmente uns dos outros. De modo que, tendo diferentes donssegundo a graa que nos foi dada... (12:4-6a). Dons so capacidadesespecficas concedidas a cada um pelo Esprito Santo para um servio.Se profecia, seja ela segundo a medida da f; se ministrio, seja emministrar; se ensinar, haja dedicao ao ensino; ou que exorta, use es-se dom em exortar; o que reparte, faa-o com liberalidade; o que presi-

    de, com zelo; o que usa de misericrdia, com alegria (12:7,8).Dos versculos 9 ao 21, Paulo enumera 27 mandamentos que se ex-

    plicam por si prprios. O importante no est em compreend-los, masem coloc-los em prtica. Leia cada um atentamente e avalie se voc ostem colocado em prtica!

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    No captulo 13, Paulo fala sobre submisso autoridade. Ele faz umaapresentao sistemtica da doutrina crist e da sua aplicao prtica. Eleno pode desprezar essa rea de responsabilidade de uma vida transforma-da o respeito s autoridades terrenas. As atitudes para com os governan-tes devem ser dirigidas pelo Senhor. Nenhum cristo est isento das res-ponsabilidades para com o governo civil.

    Toda alma esteja sujeita s autoridades superiores; porque no hautoridade que no venha de Deus; e as que existem foram ordenadas porDeus (13:1). Deus ordena que o cristo obedea ao estado, porque este,

    como instituio, ordenado e estabelecido por Ele.Por esta razo tambm pagais tributo; porque so ministros de

    Deus, para atenderem a isso mesmo. Dai a cada um o que lhe devido: aquem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; aquem honra, honra (13:6,7). O crente no deve deixar de pagar os impos-tos e tributos. Jesus ensinou a dar a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus (Mt. 22;21).

    Paulo ainda afirma: A ningum devais coisa alguma, seno o amorrecproco; pois quem ama ao prximo tem cumprido a lei. Com efeito: Noadulterars; no matars; no furtars; no cobiars; e se h algum ou-tro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amars ao teu prximo co-mo a ti mesmo. O amor no faz mal ao prximo. De modo que o amor ocumprimento da lei (13:8-10). A primeira evidncia do amor cristo a-partarmo-nos do pecado e de tudo aquilo que causa dano e tristeza ao pr-ximo.

    Paulo encerra o captulo 13, dizendo: A noite passada, e o dia chegado (13:12a). Ele acredita na volta iminente do Senhor, para levarpara o cu os fiis. Por essa razo, os filhos de Deus devem estar sempreprontos. Andemos honestamente, como de dia: no em glutonarias e be-bedeiras, no em impudiccias e dissolues, no em contendas e inveja.Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e no tenhais cuidado da carne em

    suas concupiscncias (13:13,14).No captulo 14, Paulo est preocupado com a falta de suficiente afeto

    entre os crentes. O choque de culturas estava determinando desajustamen-tos e rejeio; conflitos e discusses tolas. As presenas de gentios e ju-deus, a diferena de costumes, refletiam nos cultos e na convivncia. Al-guns pensavam que no podiam comer certas coisas porque elas no eram

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    permitidas pela Lei judaica (14:3). Outros receavam comer certos alimen-tos porque parte deles fora sacrificada aos dolos antes de serem vendidosno mercado. Outros comiam por f sabendo que o alimento estava santifi-cado pela Palavra de Deus e pela orao. Uns criticavam os que no ti-nham essa mesma f. Por outro lado, os que no tinham f para comer,criticavam os que a tinham e pensavam que eles estavam pecando. Paulope fim a essa discusso: Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; semorrermos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quermorramos, somos do Senhor. Mas tu, por que julgas teu irmo? Ou tu,

    tambm, por que desprezas teu irmo? Pois todos havemos de compare-cer ante o tribunal de Deus. Assim, pois, cada um de ns dar conta desi mesmo a Deus. Portanto no nos julguemos mais uns aos outros; anteso seja o vosso propsito no pr tropeo ou escndalo ao vosso ir-mo (14:8,10,12,13).

    Devemos fazer tudo para a glria de Deus e para o bem espiritualdos outros. Bom no comer carne, nem beber vinho, nem fazer outracoisa em que teu irmo tropece. A f que tens, guarda-a contigo mesmodiante de Deus. Bem-aventurado aquele que no se condena a si mesmonaquilo que aprova. Mas aquele que tem dvidas se come est condena-do, porque o que faz no provm da f; e tudo o que no provm da f pecado (14:21-23).

    No captulo 15, Ele cita trs coisas que, o cristo, tem de fazer paracom os irmos mais fracos (15:1,2): (1) Suportar suas fraquezas; (2) Noagradar especificamente a ns mesmos; (3) agradar ao prximo. Porquetambm Cristo no se agradou a si mesmo, mas como est escrito: Sobremim caram as injrias dos que te injuriavam (15:3). Paulo continua nomesmo tema, aprofundando-se ainda mais, nos versculos 5 ao 7).

    Logo aps, ele cita o Antigo Testamento para provar que a salvaodos gentios estava profetizada como parte do plano de Deus: (1) E outravez diz: Alegrai-vos, gentios, juntamente com o povo (15:10) Deutero-

    nmio 32:43; (2) E ainda: Louvai ao Senhor, todos os gentios, e lou-vem-no, todos os povos (15:11) Salmos 117:1; (3) E outra vez, diztambm Isaas: Haver a raiz de Jess, aquele que se levanta para regeros gentios; nele os gentios esperaro (15:12) Isaas 11:10.

    Alm demonstrar interesse pessoal pelos seus leitores (15:13-24),Paulo ministra igreja de Roma, fala do seu desejo de estar pessoalmente

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    com eles, e espera que o ajudem a levar o Evangelho at a Espanha. Noobstante ser a primeira tentativa de visitar Roma, Paulo j tinha muitos a-migos ali, os quais tratava de irmos. Ele escreveu: Rogo-vos, irmos,por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Esprito,... a fim de que, pe-la vontade de Deus, eu chegue at vs com alegria, e possa recrear-meconvosco (15:30a, 32).

    O apstolo Paulo no podia encerrar sua epstola sem alertar os ir-mos contra aqueles que promovem divises, escndalos e distores doensino bblico. Rogo-vos, irmos, que noteis os que promovem dissenses

    e escndalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porqueos tais no servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com pala-vras suaves e lisonjas enganam os coraes dos inocentes (16:17,18). Oapstolo apresenta duas formas de evit-los: obedincia e f (16:19). Osltimos trs versculos da Epstola aos Romanos so uma doxologia, isto ,um hino de louvor a Deus.

    Ora, quele que poderoso para vos confirmar, segundo o meuevangelho e a pregao de Jesus Cristo, conforme a revelao do mistrioguardado em silncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, pormeio das Escrituras profticas, segundo o mandamento do Deus, eterno,dado a conhecer a todas as naes para obedincia da f; ao nico Deussbio seja dada glria por Jesus Cristo para todo o sempre. Amm.

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    EXERCCIO

    1. ____ O captulo 9 de Romanos fala sobre a rejeio de Israel ao Evan-

    gelho.

    2. ____ Vasos de ira referem-se queles que pela prtica do pecado,

    esto se preparando para a perdio.

    3. ____ Irmos, o bom desejo do meu corao e a minha splica a Deus

    por Israel para sua salvao (Rm 10:1) disse o apstolo Pedro.

    4. ____ Os judeus no se sujeitaram justia de Deus.

    5. ____ A Lei fora dada a Israel para levar o povo graa salvadora pela

    f.

    6. ____ Dons so capacidades especficas concedidas a cada um pelo Es-

    prito Santo para um servio.

    7. ____ O crente no deve deixar de pagar os impostos.

    8. ____ O amor no faz mal ao prximo.

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    Livro de Glatas

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    AEpstola de Glatas representa nosso alvar para a liber-dade crist. Esta to profunda carta proclama realidadeda nossa liberdade em Cristo livres da Lei e do poderdo pecado para servir a Jesus. Ela foi escrita para os ju-

    deus cristos da Galcia, que lutavam contra uma dupla identidade: as tra-dies judaicas, que os obrigava a ser rgidos seguidores da Lei de Moiss;e a recm-encontrada f em Jesus que os convidava a celebrar uma santaliberdade. Alm disso, viviam em controvrsia com os cristos gentios,

    pois, discutiam como eles podiam fazer parte do Reino do Cu. Tudo issodividida a igreja primitiva. Um outro grupo, os judaizantes - uma facode judeus extremistas dentro da igreja ensinavam que os cristos gentioseram obrigados a obedecer s leis e tradies judaicas. O livro de Glatasfoi escrito para refutar esses judaizantes e levar os cristos a viverem oEvangelho puro e original onde as Boas-Novas so igualmente para todos,sem distino.

    O AutorPaulo escreveu esta epstola as igrejas da Galcia. As autoridades no

    assunto declaram que os glatas eram gauleses oriundos do Norte da Gal-cia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujoterritrio a Frana de hoje faz parte. muito mais provvel que Paulo hajaescrito esta epstola s igrejas do Sul da provncia da Galcia (Antioquia daIsdia, Icnio, Listra, Derbe), onde ele e Barnab evangelizaram e estabe-

    A LiberdadeCrist

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    leceram igrejas durante a primeira viagem missionria (At. 13,14). A da-ta mais provvel da carta (49 d.C. ou 50 d.C.) situa-se logo aps o re-gresso de Paulo igreja que o enviou Antioquia da Sria, e pouco antesdo Conclio de Jerusalm (At. 15).

    O TemaEsta epstola demonstra que o crente j no est debaixo da Lei,

    mas salvo pela f somente. Essa Lei parte da Palavra de Deus que se

    encontra nos primeiros cinco livros de Moiss e servia de orientao paratodos os aspectos da vida de Israel. Sendo assim, o tema desta epstola a Salvao pela graa mediante a f. Paulo escreve igreja na Galciadevido a certos judaizantes estarem inquietando a vida dos novos conver-tidos, impondo-lhes o jugo da Lei mosaica como requisitos necessrios salvao e ao ingresso na igreja. Resumindo, ele escreve: (1) para defen-der sua autoridade como apstolo; (2) para definir, explicar e comprovara mensagem do Evangelho; (3) para aplicar a mensagem do Evangelho vida crist diria. O assunto principal de Glatas o mesmo debatido eresolvido no Conclio de Jerusalm.

    Saudaes (Gl. 1:1-10)Paulo, apstolo (no da parte dos homens, nem por intermdio de

    homem algum, mas sim por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressusci-tou dentre os mortos), e todos os irmos que esto comigo, s igrejas daGalcia (1:1,2). Esta a nica vez em todos os escritos, que Paulo noexpressa seus agradecimentos na saudao. a nica igreja de que nopede oraes. Como podia faz-lo, se eles estavam desonrando o Senhor?Paulo admira-se de que esses novos crentes, to cedo, tivessem abando-nado o Evangelho da liberdade para aceitar a mensagem judaica. Logonesses primeiros versculos ele por duas vezes lana maldio sobre oscausadores do problema. Mas, ainda que ns mesmos ou um anjo docu vos pregasse outro evangelho alm do que j vos pregamos, seja an-tema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se algumvos pregar outro evangelho alm do que j recebestes, seja ante-ma (1:8,9).

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    Paulo defende o seu apostolado (1:11-2:21)O ensino de Paulo tinha a aprovao do prprio Deus. Ele prova que

    recebeu o Evangelho diretamente do Senhor. Pois s Deus poderia t-lotransformado de homicida em um pregador. Aps sua converso, Paulono consultou a ningum sobre o que deveria pregar, apenas, retirou-se pa-ra o deserto da Arbia por trs anos e ali ouviu a Deus. Esteve apenasquinze dias com Pedro e Tiago, por isso no poderia ter aprendido muitacoisa com eles. Mas fao-vos saber, irmos, que o evangelho que pormim foi anunciado no segundo os homens; porque no o recebi de ho-mem algum, nem me foi ensinado; mas o recebi por revelao de JesusCristo. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha me meseparou, e me chamou pela sua graa, revelar seu Filho em mim, para queeu o pregasse entre os gentios, no consultei carne e sangue, nem subi aJerusalm para estar com os que j antes de mim eram apstolos, masparti para a Arbia, e voltei outra vez a Damasco (1: 12, 13, 15-17). An-tes de Paulo nascer, Deus j o tinha escolhido para uma obra especial: le-var ao Evangelho ao mundo. Nos versculos 15,16 acima, Paulo nos mos-tra dois atos principais de Deus, seguidos de dois propsitos, tambm divi-nos: um propsito imediato e um remoto. Vejamos:

    - Primeiro Ato: Deus separou-me desde o ventre de minha me- Segundo ato: Chamou-me pela graa- Propsito imediato: Para revelar-me Seu Filho- Propsito remoto: Para que pregasse o Evangelho entre os gentios

    Nos versculos 18 a 24, deste captulo 1, consta tudo o que Paulo fezlogo aps a sua converso. Ele no foi ter com os apstolos em Jerusalmpara saber o que devia pregar ou onde devia anunciar a Jesus. Deus lhechamara e lhe dera a direo.

    Porm os judaizantes tentavam convenc-lo de que o Evangelho que

    ele pregava, no era real. Paulo refuta essa idia contando aos glatas, oque lhe acontecera quando se encontrava em Jerusalm diante dos doisprincipais responsveis pela igreja (1:18,19). Se ele pregasse um falsoEvangelho, Pedro e Tiago, t-lo-iam corrigido. A verdade que no temosqualquer relato de problema ocorrido nesse sentido; pelo contrrio, h umregistro de Paulo ser sempre bem recebido em todas as igrejas da Judia,

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    onde se ouvia dizer: ...Aquele que outrora nos perseguia agora prega af que antes procurava destruir (1:23).

    No captulo 2, Paulo continua a defesa do seu chamado com argu-mentos histricos, relembrando que o Evangelho que pregava fora aceitopelos lderes da Igreja de Jerusalm. Nos versculos 1 e 2, Paulo refere-se visita que fez a Jerusalm, mais ou menos, 14 anos aps a sua con-verso. ...para que de algum modo no estivesse correndo ou no tives-se corrido em vo (2:2). Isto mostra que o resultado de todo o trabalhoministerial realizado ali em meio a grandes dificuldades, estava agora em

    perigo de ficar reduzido a nada por causa de falsas doutrinas. Por issoPaulo sentiu ser necessrio reunir-se com os principais dirigente da igrejajudaica em Jerusalm ele diz que subiu a Jerusalm, por uma revelaodivina.

    O encontro dele com os apstolos responsveis pela igreja foi o re-conhecimento e prova definitiva de haver um nico Evangelho pregadono somente em Jerusalm (entre os judeus), mas tambm em Antioquia(entre os gentios) (2:6-10). Entre os lderes da igreja estavam Tiago, Pe-dro e Joo (este Tiago aqui mencionado o meio-irmo de Jesus, pastorda igreja de Jerusalm e autor da epstola com seu nome).

    Os apstolos reconheceram que Deus concedera a Paulo um minis-trio especial o da incircunciso (aos gentios) e de igual modo concedeu aPedro o ministrio da circunciso (aos judeus). Em vista desse fato, osresponsveis pela Igreja em Jerusalm aprovaram o Evangelho de Paulo ereconheceram o seu apostolado como concedido por Deus. E quando co-nheceram a graa que me fora dada,(...)deram a mim e a Barnab asdestras de comunho, para que ns fssemos aos gentios, e eles circun-ciso (2:9).

    A partir dos versculos 11 a 21, Paulo salienta como repreendeu aPedro por causa do Evangelho. Pedro foi quem primeiro proclamou oEvangelho aos judeus. Foi tambm o primeiro a ver o derramamento do

    Esprito Santo sobre os gentios. Deus havia revelado a ele que os gentioscareciam da graa divina. Portanto, ele no deveria considerar impuro oque Deus purificara. Qual a queixa de Paulo contra Pedro em 2:12,13?De separar-se dos cristos gentios. O problema exigia uma ao imediatae corretiva. Mas, quando vi que no andavam retamente conforme averdade do evangelho, disse a Cefas perante todos: Se tu, sendo judeu,

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    vives como os gentios, e no como os judeus, como que obrigas os gentiosa viverem como judeus? Ns, judeus por natureza e no pecadores dentre osgentios, sabendo, contudo, que o homem no justificado por obras da lei,mas sim, pela f em Cristo Jesus,... (2:14-16).

    No versculo 17, Paulo afirma que ele seria um grande pecador se vol-tasse a confiar na Lei para a salvao. Ele continua afirmando: Porque, setorno a edificar aquilo que destru, constituo-me a mim mesmo transgressor.Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus (2:18,19).

    Paulo termina sua grande defesa com uma palavra pessoal de testemu-

    nho que nos d um quadro completo da vida crist do ponto de vista positivoe negativo. J estou crucificado com Cristo; e vivo, no mais eu, mas Cris-to vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na f no filho deDeus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim (2:20). A vidadiria um morrer dirio, para o eu e o pecado. Paulo sabia disso e viviapela graa de Deus.

    Paulo defende a liberdade do Evangelho A doutri-na (3:1-4:31)Esta parte da epstola de Glatas, muitas vezes chamada de Argu-

    mento da Escritura sobre o Evangelho da f. Paulo faz uso de algumas cita-es do Antigo Testamento em defesa do Evangelho. Ele usa dessas citaespor duas razes: primeira, um judeu usaria as Escrituras para base de um ar-gumento; e a segunda, porque seus oponentes provavelmente j teriam usadoas Escrituras para provar seus falsos argumentos.

    Paulo, no captulo 3, defende o Evangelho de Cristo. Ele descreve suaprpria pregao como tendo apresentado a cruz to completamente que como se eles tivessem visto a Cristo crucificado no meio deles. Ele mostra oque a Lei no pde fazer, mas o que a graa faz. Paulo lana uma perguntadesafiadora a esses glatas insensatos: insensatos glatas! Quem vos fas-

    cinou a vs, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucifica-do? (3:1). Por acaso vocs receberam o Esprito Santo pelas obras da Leiou pela pregao do Evangelho? (3:2). Esta pergunta era um desafio, por-que a prpria experincia deles comprovava a verdade da pregao de Pau-lo. Podem vocs dizerem que receberam o Esprito Santo porque guarda-ram a Lei?. No. Ningum j ouviu tal coisa. Paulo acrescenta: Mas logo

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    que veio o Evangelho, vocs receberam o Esprito Santo simplesmentepor ouvir com f (3:5). Anteriormente, Paulo argumentou atravs de suaexperincia. Agora, aponta aos glatas a prpria experincia espiritualdeles. Crendo no que ouviram, tinham experimentado a salvao. Eleshaviam comeado a vida no Esprito, entretanto agora tentavam aperfei-o-la segundo seus prprios esforos (pela carne).

    Paulo mostra aos glatas que o Evangelho da f por eles recebido o mesmo que fora dado aos judeus desde Abrao. Abrao gozava de altoconceito entre os homens por causa da sua vida reta, mas vista de Deus

    ele era pecador condenado. Ele foi justificado na base da sua f e no dassuas obras. Se a f sem obras foi suficiente para Abrao, por que haver-amos de trocar a f pela Lei? Abrao, creu em Deus, e isso lhe foi im-putado para justia (3:6).

    Deve ter causado grande espanto aos orgulhosos e perturbadores ju-deus ouvirem Paulo dizer que os verdadeiros filhos de Abrao no eramos nascidos da sua carne e sangue, e sim aqueles que criam em JesusCristo. Embora nascidos na obscuridade, todos podem, graas ao novonascimento, sentar-se com Abrao, como filhos. Ora, a Escritura, pre-vendo que Deus havia de justificar pela f os gentios, anunciou previa-mente a boa nova a Abrao, dizendo: Em ti sero abenoadas todas asnaes. De modo que os que so da f so abenoados com o crente A-brao (3:8,9).

    Nos versculos 10 ao 18, Paulo faz uma relao entre o Evangelhoe a Lei. Pois todos quantos so das obras da lei esto debaixo da maldi-o; porque escrito est: Maldito todo aquele que no permanece em to-das as coisas que esto escritas no livro da lei, para faz-las (3:10). ALei no pode oferecer justia, porm traz a morte sobre todos os que noa observam. Ela exige obedincia perfeita. Visto que tinham quebrado aLei, todos se achavam debaixo da sua maldio. Mas Cristo nos resga-tou da maldio da lei, fazendo-se maldio por ns... para que aos gen-

    tios viesse a bno de Abrao em Jesus Cristo, a fim de que ns rece-bssemos pela f a promessa do Esprito (3:13,14).Paulo nos versculos de 19 a 24 trata das seguintes perguntas:

    Qual, pois, a razo de ser da Lei? De que modo ela se encaixa no planoredentor de Deus?. A Lei foi dada para refrear a natureza humana cada.Os mandamentos de Deus acompanhados de certa punio, restringiam as

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    ms aes dos homens. A Lei tinha limite at que viesse o descendente(Cristo) (3:19). a Lei, ento, contra as promessas de Deus? Estar elaem conflito com o Evangelho da graa? De modo nenhum (3:21). O alvoda Lei era mostrar o erro e conduzir salvao pela f em Cristo, pois apromessa fora dada aos crentes (3:22).

    Mas, depois que veio a f, j no estamos debaixo de aio. Pois to-dos sois filhos de Deus pela f em Cristo Jesus (3:25,26). O crente justi-ficado um membro da famlia de Deus. Ser filhos de Deus significa umanova vida e um relacionamento ntimo com Ele. Porque todos quantos

    fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (3:27). Todos se apro-ximam de Deus na mesma base: a f em Cristo, sem distino de posio,nacionalidade, cultura e sexo. No h judeu nem grego; no h escravonem livre; no h homem nem mulher; porque todos vs sois um em CristoJesus (3:28).

    Em Glatas 4, Paulo continua a desenvolver os pontos doutrinriosapresentados no captulo anterior. Ele descreve a Lei como sendo nosso tu-tor (4:1,2). Enquanto o herdeiro menor de idade, no h nenhuma dife-rena entre ele e um escravo, porque ele est sob o controle de um tutor.Assim Paulo nos mostra em Glatas 4:5,6, que todos os crentes so filhosde Deus, mas nem todos so filhos adultos.

    Para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos aadoo de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos coraes oEsprito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Adoo um termo da leiromana que significa colocar uma pessoa na posio legal de filho. Isso po-de acontecer pelo recebimento de algum que no pertence famlia pornascimento, ou pelo ato legal do reconhecimento da sua maioridade. Jesusveio nos remir para que no mais fssemos escravos, debaixo da Lei, maspossussemos todos os privilgios de filhos adultos e herdeiros (3:7).

    Agora, porm, que j conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conheci-dos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres,

    aos quais de novo quereis servir? (4:9). Paulo roga aos glatas que noabandonem o Evangelho. Ele os exorta a livrarem-se do jugo da Lei comoele havia feito.

    E aquilo que na minha carne era para vs uma tentao, no o des-prezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus,mesmo como a Cristo Jesus. Onde est, pois, aquela vossa satisfao?

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    Porque vos dou testemunho de que, se possvel fora, tereis arrancado osvossos olhos, e mos tereis dado. Tornei-me acaso vosso inimigo, porquevos disse a verdade? (4:14-16). Paulo fica surpreso com o fato de queos glatas, que o haviam recebido calorosamente e o suportado em mo-mento difcil, agora se voltassem contra ele.

    Nos versculos 21 a 31, do captulo 4, ele retorna ao Antigo Testa-mento. Ele usa outro exemplo: Porque est escrito que Abrao teve doisfilhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia o que era da escravanasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promes-

    sa (4:22,23). Ismael no gozou as bnos de filho no lar de Abrao.Mas, Isaque o filho da promessa e da f, foi o herdeiro de tudo. Paulocompara os judeus que esto sob o concerto da Lei, a Ismael e seus des-cendentes. Era essa a situao das igrejas da Galcia. Quando Paulo dizmas a Jerusalm l de cima livre, a qual nossa me, est declarandoaos glatas que, tanto os judeus como os gentios que recebem a Jesus co-mo seu Salvador, experimentam o renascimento espiritual e passam a serfilhos da promessa.

    Paulo defende a liberdade do Evangelho A Prti-ca (Gl. 5:1-6:18).

    Nestes captulos, Paulo apresenta o que para alguns consiste nomais poderoso de todos os argumentos para aniquilar o falso ensino dosjudaizantes o argumento moral. Ele mostra que o Evangelho produz emtodos quantos o aceitam uma total transformao interior.

    Paulo j provou pelas Escrituras nos captulos anteriores, que so-mos filhos livres, nascidos do Esprito e temos herana junto com Cristo.Por isso, no vos dobreis novamente a um jugo de escravido (5:1).

    A Lei, como meio de salvao, pode resultar em servido ou emba-rao. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar,

    Cristo de nada vos aproveitar (5:2). Paulo no era contra a circuncisoem si, mas sim contra o ensino de que ela era necessria salvao. Eleconsidera cado da graa quele que procura circuncidar-se para poder sesalvar (5:4).

    Porque vs, irmos, fostes chamados liberdade. Mas no useisda liberdade para dar ocasio carne, antes pelo amor servi-vos uns aos

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    outros (5:13). Paulo, a partir do versculo 13 at o 21, retorna s duasforas mestras da vida e da liberdade crist: o Esprito Santo e o Amor deDeus. Neste versculo 13, ele apresenta duas realidades opostas: 1) darocasio carne; 2) ser servos uns dos outros. Ele complementa logo a se-guir: Se vs, porm, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede no vosconsumais uns aos outros. Digo, porm: Andai pelo Esprito, e no haveisde cumprir a cobia da carne. Porque a carne luta contra o Esprito, e oEsprito contra a carne; e estes se opem um ao outro, para que no faaiso que quereis. Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da

    lei (5:16-18).O campo de batalha est no prprio cristo. Esta batalha resulta ounuma completa submisso s ms inclinaes da carne ou numa submisso vontade do Esprito Santo. Se a carne prevalece, ento, se manifestaroas suas obras: a prostituio, a impureza, a lascvia, a idolatria, a feiti-aria, as inimizades, as contendas, os cimes, as iras, as faces, as dis-senses, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas seme-lhantes a estas, contra as quais vos previno, como j antes vos preveni,que os que tais coisas praticam no herdaro o reino de Deus (5:19-21).

    Mas se a escolha foi se submeter vontade do Esprito Santo, se ma-nifestar o fruto do Esprito: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, abenignidade, a bondade, a fidelidade, a mansido, o domnio prprio;contra estas coisas no h lei (5:22,23). Paulo conclui: Se vivemos peloEsprito, andemos tambm pelo Esprito (5:25).

    No captulo 6, Paulo cita algumas aplicaes importantes do Evange-lho para a vida diria do crente, acompanhe.

    1) Irmos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum deli-to, vs que sois espirituais corrigi o tal com esprito de mansido; e olhapor ti mesmo, para que tambm tu no sejas tentado (6:1). Paulo instruios glatas que permaneam espirituais e ajudem os que foram surpreendi-dos em alguma falta, mas, com mansido.

    2) Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei deCristo (6:2). A palavra carga refere-se quilo que oprime espiritualmenteum homem, levando-o derrota. muito difcil uma pessoa sozinha conse-guir se libertar.

    3) Pois, se algum pensa ser alguma coisa, no sendo nada, enga-

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    na-se a si mesmo (6:3). O cristo deve medir a sua conduta pelo padrobblico. O crente no deve medir-se ou comparar-se com quem quer queseja.

    4) Porque cada qual levar o seu prprio fardo (6:5). O cristodeve manter suas vidas em pureza. Carregar cada um as conseqnciasdos seus atos errados.

    5) E o que est sendo instrudo na palavra, faa participante emtodas as boas coisas aquele que o instrui (6:6). Essas palavras ensinamque se deve manter uma unio ativa e simptica entre as congregaes e

    seus ministros. A referncia primria, naturalmente, ao sustento finan-ceiro. Essas palavras, porm, devem ser aplicadas, num sentido mais ele-vado, ao apoio espiritual.

    6) No vos enganeis; Deus no se deixa escarnecer; pois tudo oque o homem semear, isso tambm ceifar. Porque quem semeia na suacarne, da carne ceifar a corrupo; mas quem semeia no Esprito, doEsprito ceifar a vida eterna (6:7,8). Quando os homens praticam omal e imaginam que Deus no ver; quando vivem para o eu-prprio eesperam as glrias do Cu, esto meramente enganando a si mesmos erejeitando as reivindicaes de Deus com zombaria. Semear na carne sig-nifica viver busca da nossa gratificao prpria, e ser movido por moti-vos baixos e mundanos. Porm, semear no Esprito, ou seja, viver paraDeus, o resultado ser a vida eterna. Cada ato feito para o Senhor, porpequeno que seja e por menos ateno que tenha recebido, produzir nofuturo uma ceifa que nos surpreender.

    7) E no nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifa-remos, se no houvermos desfalecido. Ento, enquanto temos oportuni-dade, faamos bem a todos, mas principalmente aos domsticos daf (6:9,10). O caminho da prtica do bem nem sempre liso; semprehaver dificuldades para nos desencorajar e nos levar a pensar que novale a pena. No podemos escapar tentao de nos cansarmos na prtica

    do bem. O que podemos fazer, no entanto, recusarmos nos submeter tentao, lembrando-nos do decreto que, toda bondade receber a sua re-compensa. A benevolncia crist no reconhece nenhuma limitao denacionalidade, de credo, de posio social; o prximo do cristo qual-quer pessoa necessitada que esteja dentro do alcance da sua ajuda.

    8) Evitem os ensinadores falsos! (6:11-13). O verso 11 pode ser

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    traduzido: vejam quo grandes letras fao quando escrevo de prprio pu-nho!. Paulo normalmente ditava as suas cartas a um secretrio, mas nessecaso estava to perturbado com a condio dos glatas que escreveu deprprio punho, e em letras grandes, para enfatizar o que escrevia. Ele des-mascara o carter e os motivos dos judaizantes. Eles eram: (1) carnais Todos os que querem ostentar boa aparncia na carne, esses vos obrigama circuncidar-vos (6:12); (2) covardes ...somente para no serem per-seguidos por causa da cruz de Cristo (6:12); (3) hipcritas Porquenem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei (6:13); (4)

    vaidosos ....querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossacarne (6:13).9) Firmem-se na Cruz! (6:14). Mas longe esteja de mim gloriar-

    me, a no ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. O efeito da cruz navida de Paulo: ...pela qual o mundo est crucificado para mim e eu parao mundo. O mundo nos considera como mortos, do ponto de vista dele. Acruz de Cristo destruiu o relacionamento entre o mundo e o crente. O mun-do considera que j no seu, e odeia-o a ponto de persegui-lo.

    10) Fiquem seguros nas coisas fundamentais! (6:15-17). Paulo de-clara: Pois nem a circunciso nem a incircunciso coisa alguma, massim o ser uma nova criatura. O aspecto principal na vida crist umamudana de corao, que produz mudana de vida, com novos desejos, no-vos princpios, novas afeies, novas esperanas, novas virtudes. E a to-dos quantos andarem conforme esta norma, paz e misericrdia sejam sobreeles e sobre o Israel de Deus (6:16). Essa bno de Paulo para todosns. Daqui em diante ningum me moleste; porque eu trago no meu corpoas marcas de Jesus. Paulo faz um pedido: que ningum acrescente os seusfardos, contradizendo a doutrina e negando a sua posio como apstolo.O sofrimento do apstolo mostrava que ele era um verdadeiro escravo deJesus.

    Paulo termina essa epstola dizendo: A graa de nosso Senhor JesusCristo seja, irmos, com o vosso esprito. Amm.

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    58 Epistola Paulinas I

    EXERCCIO

    1. ____ A salvao pela graa mediante a f, o tema do livro de Gl-

    tatas.

    2. ____ Os cristos judeus da Galcia estavam tendo problemas por causa

    da dupla identidade, aps a converso.3. ____ Os apstolos no reconheceram que Paulo recebera um ministrio

    especial, o da incircunciso.

    4. ____ Paulo, no captulo 2 de Glatas, termina sua defesa dizendo: E

    vivo, no mais eu, mas Cristo vive em mim.

    5. ____ Abrao foi justificado pela sua f e no por suas obras.

    6. ____ Paulo comparou os judeus que estavam sob a Lei, a Ismael, o fi-

    lho da escrava.

    7. ____ A Lei como meio de salvao pode resultar em servido ou em-

    barao.

    8. ____ Paulo, no captulo 6, chama os judaizantes de: carnais, covardes,

    hipcritas e vaidosos.

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    BIBLIOGRAFIA

    Bblia de Aplicao Pessoal

    Bblia de Estudo Pentecostal

    Epstolas Paulinas. Myer Pearlman. CPAD.

    EETAD Famlia Crist

    Estudo Panormico da Bblia. Henrietta C. Mears. Ed. Vida.

    Romanos A Graa cumpre a Lei Coleo: A Bblia Toda n 40.Francisco Mancebo Reis. Ed. Horizontal.

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    60 Epistola Paulinas I

    GABARITO DOS EXERCCIOS

    lio 1 lio 2 lio 3 lio 4

    1 E C C C

    2 C E C C

    3 E C E E

    4 C C C C

    5 C C C C

    6 C E C C

    7 E C C C

    8 C C C C

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