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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA
APOSTILA
EPIDEMIOLOGIA, HIGIENE E SANEAMENTO
DO MEIO
MINAS GERAIS
2
O QUE É MEIO AMBIENTE?
Para esta pergunta poderemos obter as mais diferentes e variadas respostas,
que indicam as representações sociais, o conhecimento científico, as experiências
vividas histórica e individualmente com o meio natural. Para a realização da
educação ambiental popular, é importante termos um conceito que oriente as
diferentes práticas. Assim, definimos meio ambiente como o lugar determinado ou
percebido onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em
interação. Essas relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e
processos históricos e sociais de transformação do meio natural e construído.
Nesta definição de meio ambiente fica implícito que:
1 - Ele é "determinado": - quando se trata de delimitar as fronteiras e os momentos
específicos que permitem um conhecimento mais aprofundado. Ele é "percebido"
quando cada indivíduo o limita em função de suas representações sociais,
conhecimento e experiências cotidianas.
2 - As relações dinâmicas e interativas indicam que o meio ambiente está em
constante mutação, como resultado da dialética entre o homem e o meio natural.
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3 - Isto implica um processo de criação que estabelece e indica os sinais de uma
cultura que se manifesta na arquitetura, nas expressões artísticas e literárias, na
tecnologia, etc.
4 - Em transformando o meio, o homem é transformado por ele. Todo processo de
transformação implica uma história e reflete as necessidades, a distribuição, a
exploração e o acesso aos recursos de uma sociedade.
A definição de meio ambiente acima exige um aprofundamento teórico que
conta com a contribuição de diferentes ciências que se aglutinam no que se
convencionou chamar de Ciência Ambiental. Tem se tornado cada vez mais claro e
consensual que a Ciência Ambiental só se realizará através da perspectiva
interdisciplinar.
A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos geográficos e
biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais, de outro. Nenhum
deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do conhecimento sobre essa
problemática. À Ciência Ambiental cabe o privilégio de realizar a síntese entre as
ciências naturais e as ciências humanas, lançando novos paradigmas de estudo
onde não se "naturalizarão" os fatores sociais e nem se "socializarão" os fatores
naturais. Diferentes áreas de estudo de disciplinas diversas podem contribuir para o
desenvolvimento da Ciência Ambiental dentro da idéia de interdisciplinaridade.
No entanto, esta idéia enfrenta algumas dificuldades para se concretizar,
tanto em nível teórico como em nível prático. Se, atualmente, temos cada vez mais
trabalhos teóricos que se baseiam no conhecimento acumulado nas diferentes
ciências (incluindo as exatas), podemos ainda notar a dificuldade para muitos
autores se lançarem nas ciências que não dominam com a mesma profundidade
atingida nas suas especialidades. Esses autores não ousam trilhar por ciências onde
não terão o mesmo reconhecimento de seus pares e ainda serem alvos fáceis de
críticas dos especialistas dessas outras ciências. Devemos também considerar o
extremo corporativismo ainda presente nos meios acadêmicos e científicos, que
impede a troca de experiências e informações entre cientistas de especialidades
diferentes e supostamente antagônicas.
4
A Ciência Ambiental exige dos atores envolvidos conhecimento aprofundado,
espírito curioso e modéstia diante do desconhecido. Na sua fase atual, que é de
busca da síntese e da perspectiva interdisciplinar, é fundamental a troca de
conhecimentos de origens científicas diversas, possibilitando dar algumas respostas
às complexas questões que fazem parte do seu quadro teórico.
ALGUNS PARADIGMAS DA CIÊNCIA
AMBIENTAL
Desenvolvimento Sustentado
Observamos que nos últimos anos o conceito de desenvolvimento sustentado
tem substituído na literatura especializada os conceitos de desenvolvimento
alternativo e ecodesenvolvimento. Porém, esses conceitos são originados da
Conferência de Estocolmo de 1972, sendo que o de desenvolvimento alternativo lhe
é anterior. A partir dessa Conferência, o ecodesenvolvimento foi o conceito mais
5
fundido na literatura especializada, até, principalmente, a publicação do Report
Brundtland em 1987.
Pearce et al (1989) observam que existem diferentes definições de
desenvolvimento sustentado que ilustram as diferentes perspectivas apresentadas,
sobretudo na segunda metade da década de 80, na literatura anglo-saxônica. À
parte esta questão de conceitualização, o que nos parece importante enfatizar é que
atualmente as propostas de desenvolvimento econômico que não levam em
consideração os fatores ambientais estão condenadas ao esquecimento.
As recentes mudanças no cenário político internacional têm mostrado que
tanto sob o capitalismo como sob o socialismo a questão ambiental tem um peso
político muito grande que interessa tanto a uns quanto a outros. Motivo pelo qual a
idéia de desenvolvimento sustentado tem estado presente nos debates e acordos
internacionais. Porém, ela não se apresenta de forma homogênea, como já foi
assinalado por Pearce et al (1989).
Nas sociedades capitalistas periféricas, a idéia de desenvolvimento
sustentado não pode se restringir à preservação de recursos naturais, visando o
abastecimento de matérias primas às gerações futuras, como tem sido enfatizado
nos países de capitalismo avançado. Elementos básicos das necessidades humanas
e intimamente dependentes da problemática ambiental, como transportes, saúde,
moradia, alimentação e educação, estão longe de terem sido resolvidos.
Nos pontos comuns e divergentes entre sociedades capitalistas
desenvolvidas e periféricas, podemos considerar que, para a realização do
desenvolvimento sustentado em nível global, é de fundamental importância o
estabelecimento de uma nova ordem econômica e ecológica, onde países dos
hemisférios Norte e Sul possam dialogar em igualdade de condições. Porém, esse
diálogo (se ocorrer) não será sem dificuldades, pois a falta de homogeneidade dos
países do Terceiro Mundo e a passividade frente ao poderio econômico (e militar)
dos países do Norte são duas dificuldades evidentes.
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Em face disso, qualquer que seja o conceito de desenvolvimento, dificilmente
podemos garantir, pacificamente, às gerações futuras de qualquer parte do globo, o
patrimônio natural e cultural comum da humanidade.
Participação Social
Os movimentos ecológicos surgidos nas sociedades capitalistas
desenvolvidas nos anos 70 se caracterizam inicialmente por uma crítica ao modelo
de sociedade industrial. A esse início "contra-cultural", foram se aglutinando tanto os
movimentos preservacionistas de espécies animais e vegetais, como movimentos
pacifistas e anti-nucleares.
O surgimento e a evolução desses movimentos devem ser vistos dentro do
contexto da participação civil em sociedades democráticas. A organização de
grupos e a posterior constituição de "partidos verdes" só se tornaram possíveis
graças à crescente mobilização da população frente a decisões do Estado. Nos
países onde a democracia é incipiente, a organização da população se faz com
resultados menos satisfatórios, mas não menos combativos. É importante assinalar
7
que a visão de Estado e da participação da sociedade civil nas diferentes ideologias
políticas, que se posicionam nos países da América Latina, influi na prática de
organizações civis frente à questão ambiental. Se o que aparece com mais
freqüência é a idéia de autonomia frente ao Estado, no entanto ela apresenta
conotações ideológicas muito diferentes. Num primeiro momento, tivemos a
influência das idéias autonomistas surgidas nos anos 60, onde se caracteriza a
perspectiva crítica ao Estado centralizador e autoritário, às suas opções de
desenvolvimento e de saque ao meio ambiente com as suas consequências sociais.
No entanto, esta posição mais crítica foi perdendo terreno nos últimos anos a
favor de tendências que, embora contrárias à interferência do Estado, se posicionam
e atuam no terreno das idéias neo-liberalizantes. A participação da população nas
questões ambientais tem basicamente se destacado nos grandes centros urbanos,
mas também fora deles, aglutinando diferentes camadas sociais em torno de
questões específicas.
Inúmeras entidades ecológicas e/ou ambientalistas surgiram no continente
nos últimos anos, porém com penetração mais localizada, e muitas delas atreladas a
interesses econômicos e políticos nem sempre muito claros.
Podemos considerar que essa quantidade de novas organizações ocorre
devido ao processo de democratização. A atuação de cada um desses movimentos
e a sua continuidade ficará por conta daqueles que: apresentarem respostas aos
graves problemas ambientais puderem discuti-las democraticamente e tiverem
meios econômicos e técnicos para viabilizá-las.
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Várias propostas de participação têm sido colocadas à sociedade, porém só a
autonomia dos movimentos sociais frente ao Estado, aos partidos políticos, meios de
comunicação de massa, monopólios econômicos e seitas religiosas poderá garantir
o seu potencial crítico ao modelo de desenvolvimento, favorecendo a consolidação
da democracia no continente. Isso não ocorrerá, no entanto, sem o desenvolvimento
da consciência de cidadania, possível através da educação popular ambiental.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL POPULAR
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Depois da reunião do "Clube de Roma" em 1968 e da "Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano" em Estocolmo em 1972, a
problemática ambiental passou a ser analisada na sua dimensão planetária. Nesta
última conferência, uma das resoluções indicadas no seu relatório final apontava
para a necessidade de se realizarem projetos de educação ambiental.
Em 1977, a UNESCO realizou em Tbilisi, URSS, a primeira Conferência
Mundial de Educação Ambiental, após a realização de inúmeras outras a nível
regional, nos diferentes continentes. Em 1987, em Moscou, foi realizada a segunda
Conferência Mundial que reafirmou os objetivos da educação ambiental indicados
em Tbilisi.
Surgidos do consenso internacional, os objetivos da educação ambiental são:
1 - Consciência: Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem uma
consciência e uma sensibilidade acerca do meio ambiente e dos problemas a ele
associados.
2 - Conhecimento: Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a ganharem uma
grande variedade de experiências.
3 - Atividades: Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem um conjunto
de valores e sentimentos de preocupação com o ambiente e motivação para
participarem ativamente na sua proteção e melhoramento.
4 - Competência: Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem
competências para resolver problemas ambientais.
5 - Participação: Propiciar aos grupos sociais e aos indivíduos uma oportunidade de
se envolverem ativamente, em todos os níveis, na resolução de problemas
relacionados com o ambiente (UNESCO, 1977, p.15).
Esses elementos fundamentam experiências diversas em educação ambiental
a nível escolar e extra-escolar.
Muito recentemente temos visto o surgimento do que tem sido chamado de
educação ambiental popular, no que o ICAE é um dos centros pioneiros na sua
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divulgação e está implementando uma política de realização. Onde então a
educação popular e a educação ambiental se encontram e se unem?
Nesta perspectiva de educação popular se incluem os objetivos da educação
ambiental, só que a primeira tem uma tradição pedagógica e política voltada para o
avanço das camadas populares. Avanço este que inclui melhores condições de vida,
democracia e cidadania. A opção política explícita da educação popular não se
encontra facilmente nos projetos de educação ambiental que têm sido realizados no
Brasil, em particular. Um estudo mais aprofundado sobre isso na América Latina, é
necessário ser feito. São também poucas as opções e projetos de educação
ambiental para as camadas populares, embora esta necessidade e reivindicação já
tenham sido apontadas em trabalhos que se situam nos limites da educação
realizada em escolas públicas de São Paulo (Reigota, 1987 e 1990).
A educação ambiental popular, no entanto, deverá ser realizada
prioritariamente com os movimentos sociais, associações e organizações
ecológicas, de mulheres, de camponeses, operários, de jovens, etc, procurando
fornecer um salto qualitativo nas suas reivindicações políticas, econômicas e
ecológicas.
A sua realização possibilitará recuperar o potencial critico dos movimentos
ecológicos, que têm se caracterizado pelo conservadorismo, tecnocracismo, elitismo,
entre outros "ismos", assim como propiciar a participação social nas questões
ambientais das principais vítimas do modelo de desenvolvimento econômico, que
ignora as suas conseqüências sociais e ecológicas.
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A educação ambiental popular terá certamente um papel importante nos
próximos anos, já que muito resta a fazer nos planos teórico e prático para
atingirmos uma melhor qualidade de vida, a democracia e a cidadania. O papel que
a América Latina tem e terá nos próximos anos, no debate internacional sobre o
meio ambiente, será de importância fundamental para estabelecimento de uma nova
ordem econômica e ecológica internacional.
Se queremos que os setores populares participem desse debate, é urgente
desenvolvermos projetos educativos para impedir que, mais uma vez, a maior parte
da população fique alheia à tomada de decisões que lhe concernem direta e
cotidianamente.
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ENSINAR E APRENDER EM
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade
socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um
e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações
e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de
valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos. E esse é um grande
desafio para a educação. Gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos
diversos ambientes, participação em pequenas negociações são exemplos de
aprendizagem que podem ocorrer na escola.
Assim, a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar
saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos apreendam, para
que possa, de fato, contribuir para a formação da identidade como cidadãos
conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes
de proteção e melhoria em relação a ele.
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Por outro lado, cabe à escola também garantir situações em que os alunos
possam pôr em prática sua capacidade de atuação. O fornecimento das
informações, a explicitação e discussão das regras e normas da escola, a promoção
de atividades que possibilitem uma participação concreta dos alunos, desde a
definição do objetivo, dos caminhos a seguir para atingi-los, da opção pelos
materiais didáticos a serem usados, dentro das possibilidades da escola, são
condições para a construção de um ambiente democrático e para o desenvolvimento
da capacidade de intervenção na realidade.
Entretanto, não se pode esquecer que a escola não é o único agente
educativo e que os padrões de comportamento da família e as informações
veiculadas pela mídia exercem especial influência sobre os adolescentes e jovens.
No que se refere à área ambiental, há muitas informações, valores e
procedimentos aprendidos pelo que se faz e se diz em casa. Esses conhecimentos
poderão ser trazidos e debatidos nos trabalhos da escola, para que se estabeleçam
as relações entre esses dois universos no reconhecimento dos valores expressos
por comportamentos, técnicas, manifestações artísticas e culturais.
Além disso, o rádio, a TV e a imprensa constituem uma fonte de informações
sobre o Meio Ambiente para a maioria das pessoas, sendo, portanto, inegável sua
importância no desencadeamento dos debates que podem gerar transformações e
soluções efetivas dos problemas locais. No entanto, muitas vezes, as questões
ambientais são abordadas de forma superficial ou equivocada pelos diferentes
meios de comunicação. Notícias de TV e de rádio, de jornais e revistas, programas
especiais tratando de questões relacionadas ao meio ambiente têm sido cada vez
mais freqüentes. Paralelamente, existe o discurso veiculado pelos mesmos meios de
comunicação quando propõem uma idéia de desenvolvimento que não raro entra em
conflito com a idéia de respeito ao meio ambiente. São propostos e estimulados por
meio do incentivo ao consumismo, desperdício, violência, egoísmo, desrespeito,
preconceito, irresponsabilidade e tantas outras atitudes questionáveis dentro de uma
perspectiva de melhoria de qualidade de vida. Por isso, é imprescindível os
educadores relativizarem essas mensagens, ao mostrar que elas traduzem um
posicionamento diante da realidade e que é possível haver outros.
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Desenvolver essa postura crítica é muito importante para os alunos, pois isso
lhes permite reavaliar essas mesmas informações, percebendo os vários
determinantes da leitura, os valores a elas associados e aqueles trazidos de casa.
Isso os ajuda a agir com visão mais ampla e, portanto, mais segura ante a realidade
que vivem. Para tanto, os professores precisam conhecer o assunto e buscar com
os alunos mais informações, enquanto desenvolvem suas atividades: pesquisando
em livros e levantando dados, conversando com os colegas das outras disciplinas,
ou convidando pessoas da comunidade (professores especializados, técnicos de
governo, lideranças, médicos, agrônomos, moradores tradicionais que conhecem a
história do lugar etc.) para fornecer informações, dar pequenas entrevistas ou
participar das aulas na escola. Ou melhor, deve-se recorrer às mais diversas fontes:
dos livros, tradicionalmente utilizados, até a história oral dos habitantes da região.
Essa heterogeneidade de fontes é importante até como medida de checagem da
precisão das informações, mostrando ainda a diversidade de interpretações dos
fatos.
Temas da atualidade, em contínuo desenvolvimento, exigem uma permanente
atualização; e fazê-lo junto com os alunos é uma excelente oportunidade para que
eles vivenciem o desenvolvimento de procedimentos elementares de pesquisa e
construam, na prática, formas de sistematização da informação, medidas,
considerações quantitativas, apresentação e discussão de resultados etc. O papel
dos professores como orientadores desse processo é de fundamental importância.
Essa vivência permite aos alunos perceber que a construção e a produção
dos conhecimentos são contínuas e que, para entender as questões ambientais, há
necessidade de atualização constante.
Como esse campo temático é relativamente novo no ambiente escolar, os
professores podem priorizar sua própria formação/informação à medida que as
necessidades se configurem. Pesquisar sozinho ou junto com os alunos, aprofundar
seu conhecimento com relação à temática ambiental será necessário aos
professores, por, pelo menos, três motivos:
• para tê-lo disponível ao abordar assuntos gerais ou específicos de cada disciplina,
vendo-os não só do modo analítico tradicional, parte por parte, mas nas inter-
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relações com outras áreas, compondo um todo mais amplo; muitas vezes é possível
encontrar informações valiosas em documentos oficiais.
• para ter maior facilidade em identificar e discutir os aspectos éticos (valores e
atitudes envolvidos) e apreciar os estéticos (percepção e reconhecimento do que
agrada à visão, à audição, ao paladar, ao tato; de harmonias, simetrias e outros)
presentes nos objetos ou paisagens observadas, nas formas de expressão cultural
etc.
• para obter novas informações sobre a dimensão local do ambiente, já que há
transformações constantes seja qual for a dimensão ou amplitude. Isso pode ser de
extrema valia, se, associado a informações de outras localidades, puder compor
informações mais globais sobre a região.
O acesso a novas informações permite repensar a prática. É nesse fazer e
refazer que é possível enxergar a riqueza de informações, conhecimentos e
situações de aprendizagem geradas por iniciativa dos próprios professores. Afinal,
eles também estão em processo de construção de saberes e de ações no ambiente,
como qualquer cidadão. Sistematizar e problematizar suas vivências, e práticas, à
luz de novas informações contribui para o reconhecimento da importância do
trabalho de cada um, permitindo assim a construção de um projeto consciente de
educação ambiental.
Ou seja, as atividades de educação ambiental dos professores são aqui
consideradas no âmbito do aprimoramento de sua cidadania, e não como algo
inédito de que eles ainda não estejam participando. Afinal, a própria inserção do
indivíduo na sociedade implica algum tipo de participação, de direitos e deveres com
relação ao ambiente.
Reconhece-se aqui a necessidade de capacitação permanente do quadro de
professores, da melhoria das condições salariais e de trabalho, assim como a
elaboração e divulgação de materiais de apoio. Sem essas medidas, a qualidade
desejada fica apenas no campo das intenções.
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Da mesma forma, a estrutura da escola, a ação dos outros integrantes do
espaço escolar devem contribuir na construção das condições necessárias à
desejada formação mais atuante e participativa do cidadão.
A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL BRASILEIRA
Apesar de já existirem algumas regras sobre a utilização e extração de
árvores, foi na década de 30 que surgiram as primeiras normas específicas de bens
ambientais, tal como o Código Florestal (Decreto 23.793/34), Código de Águas
(Decreto 24.643/34 – ainda hoje com dispositivos em vigor), a disciplina sobre a
Caça (Decreto 24.645/34), o regulamento sobre patrimônio cultural (Decreto-lei
25/37).
Na década de 60, foi editado o novo Código Florestal, que ainda hoje se
encontra em vigor (Lei 4.771/65) e a Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/1967). Na
década seguinte, alguns Estados instituíram seus sistemas de combate à poluição,
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como é o caso do Rio de Janeiro que editou o Decreto-lei 134/75, instituindo o
Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras.
Não havia, contudo, a proteção do meio ambiente de modo integral e como
um sistema, tal como ficaria evidente a necessidade e cuja conscientização
aumentava a partir da Conferência de Estocolmo. No entanto, foi com a edição da
Lei Federal 6.938/81 que o Direito Ambiental brasileiro alcança o patamar que hoje
se encontra. Esta Lei, conhecida como a Lei da Polícia Nacional de Meio Ambiente,
traz o meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas” e inaugura uma nova fase no direito ambiental: o do tratamento ao
meio ambiente como um macro-bem.
Além disso, a Lei tem como mérito o estabelecimento de um regime de
responsabilidade civil por danos ambientais em que não se verifica a culpa do
causador do dano – responsabilidade civil objetiva; uniformiza o licenciamento
ambiental para todo o território nacional; estabelece os conceitos de poluidor e de
degradação ambiental; constitui o SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente).
Em seguida, contribuindo para a efetividade do direito ambiental, foi editada a
Lei 7.345/85, que disciplina a ação civil pública por danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico. Esta Lei trata de um dos instrumentos judiciais mais
utilizados para a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, que pode
ser utilizado pelo Ministério Público, União, Estados, Municípios e associações civis.
Em contribuição ao avanço do direito ambiental, foi promulgado, em 1988, um
dos textos constitucionais mais avançados do planeta: a Constituição da República
Federativa do Brasil. As disposições constitucionais sobre o meio ambiente estão
dispersas em todo o texto, disposto em diversos títulos e capítulos. O dispositivo de
mais destaque, no entanto, é o artigo 225, que estabelece:
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
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Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
§ 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
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§ 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º – São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º – As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Dentre as importantes leis sobre proteção do meio ambiente, mencione-se
ainda:
- Lei 4.717/1965: ação popular;
- Lei 6.766/1979: parcelamento do solo urbano;
- Lei 7.661/1988: Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro;
- Lei 8.723/1993: emissão de poluentes por veículos automotores;
- Lei 9.055/1995: utilização do asbesto/amianto;
- Lei 9.433/1997: Política Nacional de Recursos Hídricos;
- Lei 9.605/1998: crimes ambientais;
- Lei 9.795/1999: Política Nacional de Educação Ambiental;
- Lei 9.985/2000: institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação;
- Lei 10.257/2001: Estatuto da Cidade;
- Lei 10.650/2003: acesso público aos dados e informações do SISNAMA;
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- Lei 11.105/2005: biossegurança;
- Lei 11.284/2006: institui o Sistema Florestal Brasileiro e cria o Fundo Nacional de
Desenvolvimento Florestal;
- Lei 11.428/2006: utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata
Atlântica;
- Lei 11.445/2007: saneamento básico.
SANEAMENTO
O saneamento abrange as diversas maneiras de modificar as condições do
meio ambiente para permitir ao homem manter e melhorar sua saúde, evitando
doenças. Deve-se entender o saneamento sob duas perspectivas:
1 – Uma, o Saneamento Ambiental, que é a implantação de sistemas de
abastecimento e tratamento de água, tratamento de esgoto, coleta de lixo e controle
de vetores de doenças. O saneamento tem assim ligação direta com a saúde e o
bem-estar da população. É reconhecido como um dos principais auxiliares da
medicina preventiva e tem por objetivo maior promover condições ambientais
necessárias à qualidade de vida e à proteção da saúde.
2 - Outra, o Saneamento Domiciliar, que é o cuidado com a higiene da casa e das
pessoas e envolve todas as medidas que proporcionem o bem-estar das famílias.
Os indivíduos e suas famílias são diretamente responsáveis pelo saneamento
domiciliar.
O saneamento pode ser encarado também pelo seu aspecto econômico. Sua
implantação proporciona aumento sensível do número de horas de trabalho dos
membros da comunidade e o conseqüente aumento da produção, pela diminuição
da incidência de doenças. Outro aspecto é a grande capacidade que o saneamento
tem de gerar empregos diretos e indiretos. O setor movimenta ainda grupos
industriais envolvidos na produção de equipamentos utilizados. Por outro lado, uma
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boa estrutura de saneamento é fundamental para a implantação de qualquer tipo de
parque industrial, principalmente aqueles em que a água é matéria-prima - como a
indústria de bebidas - ou meio de operação - como a siderurgia.
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS –
ETE
Toda água usada deve ser coletada e canalizada de maneira conveniente
para que seja afastada das comunidades. Nas zonas rural e suburbana, devem-se
usar recipientes (pias, bacias, lavatórios etc) e canalizações adequadas, que
conduzam as águas usadas e os despejos à fossa séptica ou similares.
Essa água, já usada de várias maneiras, contém uma série de impurezas,
inclusive matéria fecal, que pode transmitir muitas doenças ao homem. Essa água é
chamada de esgoto, e o conjunto de elementos que a conduz a um destino correto
é o sistema de esgotamento sanitário.
A própria natureza tem a capacidade de purificar a água quando esta recebe
esgotos de diversos tipos. Essa purificação natural ocorre através do consumo de
matéria orgânica dos esgotos pelos microorganismos, quando da presença de
oxigênio na água. Entretanto, os cursos d’água tem uma capacitação limitada para
isso. Se a carga orgânica for muito grande, os microorganismos demandarão todo o
oxigênio da água, “matando” o curso d’água, que assim se torna impróprio a vida.
Por isso, ao longo dos cursos d’água, são construídas redes que interceptam
o esgoto, chamadas de interceptores. Instalados ao longo dos córregos, lagos e rios,
esses interceptores impedem o lançamento direto dos esgotos nesses mananciais.
Esses esgotos são levados para as ETEs ( Estação de Tratamento de Esgoto),
unidades que aceleram os processos de purificação existentes na própria natureza.
Através de processos biológicos, é feita a decomposição da matéria orgânica antes
de ele alcançar o curso d’água.
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O sistema convencional de coleta e tratamento de esgoto funciona da seguinte
forma:
1 – Coleta e transporte: o esgoto quando recolhido é transportado através de
encanamentos, que são chamados redes coletoras, interceptores e emissários.
2 _ Gradeamento: ao entrar na ETE, o esgoto passa através de grades que
impedem a passagem de todos os materiais grosseiros nele contidos, como, por
exemplo, pedaços de pano, madeiras, latas, plásticos etc.
3 – Desarenação: Em seguida, o esgoto passa, em baixa velocidade, por canais,
para que toda a areia nele contida seja sedimentada pela força da gravidade.
4 – Oxidação biológica: pela adição de oxigênio, as bactérias encontradas no esgoto
reproduzem-se em grande quantidade e alimentam-se da matéria orgânica presente
nele, formando flocos biológicos.
5 – Decantação: os flocos biológicos formados na fase anterior sedimentam-se no
fundo de um tanque, formando o lodo. O líquido resultante dessa separação já está
pronto para ser lançado num rio ou lago, sem prejuízo para o meio ambiente.
6 - Recirculação do lodo para que o esgoto atinja o grau de purificação desejado, é
necessário que as etapas de oxidação biológicas e decantação se realizem tantas
vezes quantas forem necessárias. Isso se faz com um sistema de bombeamento
que permite que o lodo circule várias vezes durante o processo.
7 – Destino final do lodo: o lodo resultante, a parte sólida da poluição, será secado
ou prensado e, após a desidratação, colocado em aterro sanitário.
O RIO TEM CAPACIDADE DE AUTODEPURAÇÃO
A capacidade homeostática de um ecossistema depende também do tipo de
interferência que o ameaça. Os homens sempre despejaram nos rios os seus
desejos, contando com o fato de que a água corrente irá dispersa-los rio abaixo. Na
verdade, um rio é muito mais do que “ água de enxágüe ”: é um ecossistema que
pode manter seu equilíbrio interno melhor do que as águas estagnadas de uma
lagoa. De fato, apresenta a capacidade de depurar-se.
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Se na cabeceira de um rio for descarregado o esgoto de uma região habitada,
depois de um certo trecho do percurso não haverá mais traços do material fecal
despejado na água.
Esse processo se deve essencialmente ao fato de que os dejetos que
chegam às águas são, em sua maior parte, orgânicos e servem como nutriente para
os decompositores (fungos e bactérias ), que fazem parte da biocenose do rio e que
vivem normalmente em ambiente que fornece pouco alimento, porque as águas
correntes carregam os nutrientes rapidamente para longe. A comunidade biótica de
um rio é tanto mais reduzida quanto mais velozes forem as águas.
Quando o material orgânico é despejado na água, os decompositores
aproveitam imediatamente o alimento disponível e começam a decomposição das
moléculas: ficam imersos nos nutrientes que decompõem, com a produção de CO2 ,
H2O, NH3. Consequentemente, os rejeitos despejados desaparecem mais
rapidamente do que o esperado, seguindo-se apenas a sua dispersão rio abaixo.
Para que a depuração aconteça de maneira eficiente, é necessária a água
corrente, porque a atividade dos microorganismos requer oxigênio, e a água que
corre em contato com o ar se enriquece desse gás.
Em Belo Horizonte foram criadas duas estações de tratamento de esgoto para
realmente ficar resolvido o problema na cidade. Lixo deveria ser jogado na lixeira ou
em outros recipientes adequados. Não é isso, infelizmente, que o tratamento
preliminar da estação confirma todos os dias. Em suas grades grossas e finas fica
cada coisa de impressionar. São preservativos, absorventes íntimos, tampas de toda
espécie, óleos, quilos e quilos de cabelos, estopas e até trapos de roupas e pedaços
de móveis e utensílios, totalizando 10 toneladas de lixo por dia.
ETE ONÇA - BH
A COPASA tem feito um esforço para devolver
a vida aos ribeirões e rios da Grande B.H., isto
porém, fica além da construção das estações de
tratamento de esgoto. Existe uma preocupação muito
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grande com o esgoto clandestino, por isto criou-se a operação Caça-Esgoto, com o
objetivo de identificar e eliminar os lançamentos irregulares de esgoto nas bacias
dos ribeirões Arrudas e Onça. Pois não adiantaria toda uma estrutura gigantesca
armada para tratar o esgoto se ele não chegar até lá. Ao identificar os lançamentos
irregulares, o programa providencia as obras necessárias para a correta interligação
dos lançamentos no sistema coletor e, por conseqüência, nas respectivas estações
de tratamento.
O trabalho da equipe do Caça-Esgoto é um tanto mais complexo que pode
parecer a primeira vista. Ela está se debruçando sobre um problema que começou a
mais de 100 anos, no próprio planejamento de Belo Horizonte. O local onde se
construiu a capital mineira é uma região de nascentes. Desrespeitando o traçado
dos rios e ribeirões, foi adotado para a construção da cidade o mesmo traçado de
Washington ( traçado geométrico ), construída numa planície. Na época, Saturnino
de Brito propôs uma planta sanitária. O que era a solução para evitar problemas
futuros foi visto como um estorvo pelos construtores da nova capital, e Aarão Reis “
sugeriu “ sua demissão.
Com a ocupação desordenada, o problema só foi se agravando, tornando-se
uma bola de neve de difícil administração com custos elevados para resolver os
problemas nas condições urbanísticas atuais.
Originariamente, Belo Horizonte tem uma concepção de coleta de esgoto
separada da rede pluvial. Mas com a ocupação desordenada essa separação nem
sempre é observada, e são muitos os moradores que ligam a rede interna de
captação de rede pluvial na rede de esgoto. Ou então os esgotos são direcionados
diretamente para o leito dos ribeirões, criando graves problemas de saúde pública.
Em ambos os casos o caos se instala. A água da chuva lançada nas redes de
esgoto é motivo de transtorno para toda a cidade, uma vez que não são projetadas
nem construídas para receber um volume excessivo e maiores pressões,
provocando refluxo de esgoto ou mesmo rompimento.
Hoje a situação começa a mudar. De 1999 para cá a situação começa a
mudar. Só nos oito primeiros meses de 2001, foram feitas 406 mil ligações de
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esgoto. De 85% de coletas de esgoto realizadas em 1999, Belo Horizonte alcançou
em agosto de 2001 o índice de 92%.
Os resultados já podem ser medidos. Na Bacia do Arrudas, onde foi
implantada a primeira fase do programa, o percentual de carga orgânica do ribeirão
já diminuiu. Comparando-se com a situação do ribeirão de há seis meses, uma
melhora visível a olho nu.
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