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8/19/2019 Epidural Em Cães
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Anestesia e analgesia por via epidural em Cães
Atualização Farmacológica para uma técnica tradicional
Epidural anaesthesia and analgesia in dogs
A pharmacological up to date for an usual technique
Yuri Karaccas de Carvalho
M.V., Residente da Anestesiologia FMVZ – UNESP – Botucatu – S.P.
Stélio Pacca Loureiro Luna
MV, Prof. Dr.Depto de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária - FMVZ – UNESP – Botucatu – S.P.
Resumo: Anestesia epidural é o bloqueio nervoso de uma área do corpo, induzida por umfármaco que iniba a condução nervosa na medula espinhal. É considerada uma técnicasimples, de fácil execução e de baixo custo, permitindo que médicos veterinários que nãopossuam aparelhagem sofisticada para uso em clínicas particulares, tenham a possibilidade deoferecer segurança e conforto aos pacientes. A anestesia epidural causa menores alteraçõescardiorespiratórias em relação à anestesia injetável e inalatória, reduz o estresse trans-operatório e pode proporcionar analgesia pós-operatória. Em geral a associação de fármacosapresenta vantagens em relação ao uso isolado dos mesmos. O uso de diversos fármacos
como: anestésicos locais, dissociativos, opióides, agonistas adrenorreceptores,benzodiazepínicos e suas associações serão discutidos nesta revisão.
Unitermos: Cães, dor, anestesia local, analgesia, epidural
Abstract: Epidural anaesthesia is a regional nervous block in the body, produced by inhibitionof the nervous conduction in the spinal cord. It is a simple, easy and low cost technique,specially useful for private practitioners that do not have anaesthesia equipments. Epiduralanesthesia produces less cardiorespiratory depression, reduced stress response, post operativeanalgesia and less side effects when compared to injectable and inhalation anaesthesia.Usually the combination of several drugs is advantageous when compared to the isolated use ofdrugs. The use of local anaesthetics, dissociative anaesthetics, opioids, alpha-2 agonists,
benzodiazepines and their associations is discussed in this review.
Keywords: Dogs, pain, local anaesthesia, analgesia, epidural
INTRODUÇÃO
Define-se anestesia pela perda temporária da sensação de dor, decorrente da
depressão reversível local, regional ou central do tecido nervoso1, 2 . A anestesia geral e a
cirurgia geralmente podem acarretar uma resposta de estresse, caracterizada por alterações
cardiovasculares, endócrinas e metabólicas induzidas pelo estímulo nocivo. Este estresse pode
resultar em queda da imunidade e retardo da cicatrização da ferida cirúrgica, prolongando o
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período pós-operatório. A prevenção desta resposta de estresse aparentemente reduz a
morbidade pós-operatória1, 2, 3. A anestesia dissociativa é uma das técnicas mais populares no âmbito veterinário,
particularmente o emprego de cetamina e alfa-2 agonistas. Essa associação causa, porém,
inúmeros efeitos indesejáveis, como, bradicardia com arritmia sinusal e até bloqueio átrio-
ventricular, depressão respiratória, além da analgesia insatisfatória4 em cirurgias mais cruentas.
Adicionalmente há a disponibilidade dos anestésicos intravenosos, dos quais os mais
utilizados são o tiopental e o propofol. Entretanto a eliminação destes anestésicos depende da
integridade da função hepática e renal1. Adicionalmente o uso destes fármacos em infusão
contínua pode resultar em intensa depressão cardiorrespiratória e recuperação prolongada4 .
A anestesia inalatória por sua vez, representa uma das intervenções anestésicas mais
seguras atualmente, porém requer aparelhos específicos e indivíduos especializados para seu
controle, o que aumenta o custo da anestesia5, 6. Além disso, os agentes inalatórios causamdepressão cardiorrespirátoria dose dependente. A exposição crônica a baixas doses de
anestésicos inalatórios pode ter efeito carcinogênico, teratogênico ou abortivo5, com a
possibilidade de ocorrência de hepato e nefropatias e alterações hematopoiéticas2.
A anestesia epidural é o bloqueio nervoso de uma área do corpo7, induzida por um -
anestésico que iniba a condução nervosa na medula espinhal6. O anestésico local ideal para
uso no espaço epidural deve possuir período de latência curto, período hábil longo e promover
analgesia e relaxamento muscular adequado8.
Os fármacos administrados por via epidural produzem poucos efeitos na circulação
placentária e fetal, tornando esta técnica anestésica uma boa opção para intervenções
cirúrgicas em gestantes9, 10, 11. A fêmea se recupera rapidamente da anestesia, estando apta a
cuidar de seus filhotes no período pós-operatório imediato10. A anestesia epidural oferece
muitas vantagens sobre a anestesia geral. É uma técnica segura, causando mínimos distúrbios
bioquímicos e fisiológicos9,12. Quando comparada à anestesia geral, as vantagens
apresentadas são: menores alterações cardiorespiratórias no paciente, redução do estresse
trans-operatório, analgesia pós-operatória, fácil execução da técnica e baixo custo6, 9, 10, 12, 13,
prevenção de efeitos colaterais5 dos anestésicos gerais, redução dos riscos da intervenção
anestésica, principalmente para pacientes em estado grave, sendo uma técnica segura empacientes idosos.
Tais facilidades permitem o emprego desta técnica por médicos veterinários que não
possuam aparelhagem sofisticada para uso rotineiro em clínicas particulares. Entretanto,
animais muito agitados podem não aceitar a realização desta técnica somente sob efeito da
medicação pré-anestésica e em animais obesos a localização do espaço epidural pode ser
difícil.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA
Em cães, a medula espinhal termina na sexta ou sétima vértebra lombar (L6 ou L7).
Quando um fármaco é injetado no espaço epidural, parte dele se difunde pelo canal vertebral,
outra parte é armazenada na gordura epidural e ainda pode ser removido pela circulação
sanguínea, sendo a quantidade do agente que vai permanecer no tecido neuronal dependente
de sua lipossolubilidade14. O fármaco injetado por via epidural fica restrito a uma área do corpo,
sendo seus efeitos sistêmicos mais suaves em
comparação à aplicação parenteral14. Em geral, após
uma anestesia local, as sensações desaparecem na
seqüência: dor, frio/calor, tato e pressão, sendo que a
recuperação da sensibilidade ocorre na ordem inversa8.
A anestesia epidural (peridural ou extradural) com
anestésico local é aquela obtida por bloqueios medular ede nervos espinhais no espaço epidural, quando os
mesmos emergem da duramáter através dos forames
intervertebrais15, levando a um bloqueio reversível de
uma determinada área do corpo, sem perda da
consciência. A solução anestésica é depositada na
porção externa da dura-máter. Um bloqueio segmentar é
produzido, das fibras sensoriais espinhais e fibras
nervosas simpáticas. As fibras motoras são as últimas a
serem total ou parcialmente bloqueadas, e as primeiras a
retornarem a função.
Os anestésicos locais têm afinidade pelo tecido nervoso, interrompendo a condução
nervosa quando alcançam qualquer parte do neurônio. Os mesmos impedem que as células
nervosas atinjam o potencial de deflagração por meio do bloqueio dos canais de sódio
produzido pela forma iônica6, 14.
TÉCNICA
Após a tricotomia e antissepsia rigorosa da região lombo sacra, realiza-se um botãoanestésico subcutâneo, utilizando-se uma agulha (40X8) com mandril ou de Tuohy. Após a
flexão espinhal, com o animal em decúbito ventral ou lateral, coloca-se o dedo polegar e médio
na tuberosidade ilíaca e o indicador no espaço lombosacro. Na seqüência introduz-se a agulha
através da pele e tecido subcutâneo injentando-se um pequeno volume de anestésico local e o
seguir nos ligamentos supraespinhoso, intervertebral e amarelo.
O sucesso da anestesia epidural depende da localização correta do espaço epidural.
Para tal, a técnica mais freqüentemente utilizada é a aspiração de uma gota de anestésico
depositado no canhão da agulha após a introdução da mesma através dos ligamentos, devido
a pressão negativa do espaço epidural. Outra técnica é acoplar uma seringa de vidro contendo
Foto: Yuri Karaccas
Figura I: Delimitação anatômica
do espaço epidural (vista dorso
ventral)
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ar ou solução salina à agulha. A pressão negativa do espaço produz entrada do conteúdo da
seringa. Entretanto, o uso de ar nesta técnica pode levar a compressão medular ou da raiz
nervosa, enfisema subcutâneo, introdução de ar por via retroperitoneal ou embolismo venoso16.
Desta forma, o uso de solução salina é mais seguro.
Antes de injetar o(s) fármaco(s), deve ser realizada a tração caudal do êmbolo para
confirmar ausência de líquor ou sangue. O próximo passo é a injeção em pequenas
quantidades e lentamente, sem haver resistência de até 1ml/3Kg de anestésico local até o
peso de 20 Kg. Em animais acima deste peso, adiciona-se 1 ml para cada 10 Kg.
O animal deve ser mantido em posição horizontal, decúbito ventral simétrico, com a
cabeça ligeiramente mais elevada que o corpo, após o bloqueio, para difusão simétrica do
fármaco15.
. Para confirmação do bloqueio observa-se em menos de 1 minuto, o relaxamento do
esfíncter anal externo e cauda. A perda do reflexo interdigital normalmente se estabelece entre6 a 10 minutos13.
INDICAÇÕES
A anestesia epidural lombo-sacra tem várias indicações, dentre elas, o controle da dor
pós-operatória, bem como a realização de procedimentos obstétricos e ortopédicos em
membros posteriores6, 17. É utilizada freqüentemente para procedimentos em períneo, vagina e
reto, bem como ováriosalpingohisterectomia (OSH) e cesariana, bem como em cirurgias
ortopédicas no quadril e membros posteriores. Cabe salientar que a inervação dos ovários e
dos testículos se dá pelo nervo genitourinário, oriundo dos segmentos L2 e L3 e que o mesmo
só é bloqueado com doses altas de anestésico local ou quando este está associado a outros
fármacos como discutido a seguir.
COMPLICAÇÕES
As principais complicações que podem ocorrer são: hematoma epidural, efeitos tóxicos
dos anestésicos, estenose espinhal, trauma epidural pelo cateter e abcesso epidural 18, 19. A
injeção no espaço subaracnóide inadvertidamente, quando a intenção era o espaço epidural,
pode levar a mielopatia ou a síndrome da cauda eqüina, devido ao efeito tóxico dosmedicamentos, e também à meningite e a infarto na medula 18, 19.
Adicionalmente pode ocorrer hipotensão por bloqueio simpático e efeitos tóxicos pela
sobredose20. Se os nervos intercostais forem atingidos, pode ocorrer depressão respiratória e
hipoventilação. Um achado que ocorre em aproximadamente 10% dos casos é a postura de
Schiff Scherrington , que consiste na espasticidade dos membros anteriores devido à
compressão nervosa motora causada pelo anestésico local. Tal fenômeno é minimizado
quando a injeção epidural é realizada lentamente. Neste caso pode-se prosseguir a cirurgia,
aguardando-se a resolução temporal do problema, sem maiores conseqüências.
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A anestesia epidural também pode reduzir a temperatura corpórea por meio de dois
mecanismos: absorção sistêmica do anestésico e transferência central do anestésico via fluído
cerebroespinhal, causando depressão do centro termorregulador; e por bloqueio simpático, que
causa vasodilatação, com conseqüente redistribuição do calor do compartimento central para
os tecidos periféricos21, 22.
CONTRA INDICAÇÕES
Não se recomenda a anestesia epidural em casos de hipotensão, choque, anemia e
hipovolemia. São contraindicações absolutas: convulsão, septicemia, síndrome hemorrágica,
meningite, doenças do SNC, dermatite local, impossibilidade de punção, impossibilidade de
contenção ou animal irrascível e alterações anatômicas da coluna19.
PRINCIPAIS FÁRMACOS UTILIZADOS NA ANESTESIA EPIDURAL
Anestésicos Locais
A administração de anestésico local por via epidural causa pequena alteração
cardiorespiratória. A lidocaína é um anestésico local hidrossolúvel de curta duração, sendo
metabolizado no fígado em dois metabólitos, um dos quais é farmacologicamente ativo, sendo
que 10 a 20% é excretado de forma inalterada na urina do cão8.
A dose tóxica de lidocaína varia de 10 a 20 mg/kg no cão21, 22, 23. A sobredose de
lidocaína produz contrações musculares, hipotensão, náusea, vômito8 , evoluindo até convulsão
e parada cardiorespiratória6. A adição da adrenalina a lidocaína, possibilita o aumento da dose
e da duração e redução da toxicidade, por retardar sua absorção21. O período de latência da
lidocaína com vasoconstritor, até a perda do reflexo interdigital varia de 3 a 12 minutos, com
duração do efeito de 90 a 120 minutos, com efeito máximo após 20 minutos da aplicação 8, 13, 24,
25, 26.
Outros anestésicos locais utilizados na anestesia epidural são a bupivacaína e a
ropivacaína. Ambas apresentam período de latência e duração mais longos que a lidocaína.
Parece ideal à associação de lidocaína/bupivacaína em proporções iguais, combinando-se o
curto período de latência e o bom relaxamento muscular da lidocaína com o efeito prolongadoda bupivacaína13. A bupivacaína é uma mistura racêmica, de isômeros S (-) e R (+). O isômero
S (-) possue potência e bloqueio motor maior, em contrapartida, cardiotoxicidade menor.
A ropivacaína é um anestésico local de longa duração, homológo da bupivacaína27, 28,
que promove bloqueio sensitivo de duração igual ou um pouco menor, e período de bloqueio
motor e toxicidade cardíaca menores que aquele fármaco29, 30.
A ropivacaína possui baixa toxicidade, apresentando grande margem de segurança
para os sistemas cardiovascular e nervoso central, o que permite seu uso em altas
concentrações31. Tendo em vista que os efeitos cardiotóxicos dos anestésicos locais são
proporcionais ao grau de desenvolvimento do SNC, em animais diferentemente do homem,
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considerando-se o maior custo da ropivacaína, esta vantagem não aparenta ter tanta
importância, quando a mesma é comparada à bupivacaína. Em animais, quando comparados
os três anestésicos locais, a intoxicação por lidocaína é mais tolerada, seguida da ropivacaína
e por fim a bupivacaína32.
Agonistas alfa-2 adrenérgicos
No Brasil, os agonistas alfa-2 adrenérgicos utilizados na anestesia epidural são
principalmente a xilazina e a clonidina, que deprimem o SNC, reduzindo a liberação de
noradrenalina tanto central quanto perifericamente2, 24, 33. A administração epidural de xilazina
durante procedimentos ortopédicos em cães exerce um efeito antinoceptivo, em parte mediado
por via supraespinhal34. Quando são aplicados por via epidural, apresentam efeitos sistêmicos
menos evidentes que por via parenteral, havendo entretanto decréscimo da freqüência
cardíaca, da pressão arterial média e da freqüência respiratória com bloqueio atrioventricular10,26,33. Mesmo quando administrado por via epidural, além da analgesia, a xilazina produz
sedação e miorrelaxamento por inibição da transmissão interneural medular35. Pode sensibilizar
o miocárdio à ação das catecolaminas e deprimir a termo-regulação central10. A administração
prévia de atropina pode previnir a bradicardia e o bloqueio atrioventricular produzido pela
xilazina, entretanto deve-se considerar a hipertensão arterial33.
A xilazina sofre biodegradação hepática e os metabólitos são excretados 70% por via
renal e 30% por via biliar2. Pode ocorrer hiperglicemia por hipoinsulinemia decorrente da
estimulação adrenérgica alfa-2 sobre as células beta do pâncreas2, 10, sendo portanto contra-
indicada em animais diabéticos.
Um dos efeitos colaterais é a êmese produzida em cães e gatos6 não foi identificado
efeito abortivo em pequenos animais2. A duração analgésica por via epidural é de
aproximadamente 240 minutos33, 36.
A associação de lidocaína e clonidina vem sendo muito utilizada para anestesia
epidural com o intuito de prolongar o efeito analgésico, diminuindo o pico de concentração
plasmática (Cmax) da lidocaína e reduzindo, assim, a toxicidade37.
A anestesia epidural em cães com lidocaína e clonidina na dose de 1 mcg/kg
proporcionou analgesia para a OSH na maioria dos casos, com bom miorrelaxamento e semalteração cardiorrespiratória significativa. Considerando-se os efeitos indesejáveis de emese e
postura de Schiff-Scherrington, a clonidina associada a lidocaína parece ser efetiva e segura
para anestesia epidural em cadelas submetidas à OSH, desde que se complemente a
anestesia quando necessário38, 39.
Anestésicos Dissociativos
A cetamina é um anestésico dissociativo, capaz de produzir um estado singular de
analgesia e anestesia, por meio de dissociação sensorial. Possui efeito simpatomimético,
podendo causar excitação do SNC. Por via epidural praticamente não causa alteração
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cardiorespiratória25, 40. A excreção é realizada 91% pela urina e aproximadamente 3% pela bile
e fezes em cães. A cetamina pode produzir neurotoxicidade, quando aplicada por via espinhal.
Essa ação foi atribuída ao clorobutanol, preservativo utilizado na preparação da cetamina, daí a
necessidade do uso de soluções sem preservativos.
Quando administrada por via epidural deve ser preferencialmente associada a outro
agente anestésico, como um opióide ou anestésico local25,41, para produzir analgesia e/ou
anestesia satisfatória, viabilizando em alguns casos a realização de OSH25 .
A cetamina administrada isoladamente no espaço epidural não foi efetiva como
analgésico pós-operatório, mas potencializou os efeitos analgésicos da morfina atenuando
seus efeitos colaterais42.
A solução clínica aquosa mais tradicional disponível é uma mistura racêmica que
contém quantidades iguais de dois isômeros: S(+)- cetamina e R(-)- cetamina. Tanto nos
animais quanto no homem, a forma S(+)- cetamina é de 3 a 4 vezes mais potente que a formaR(-)- cetamina para alívio da dor, e em doses analgésicas equipotentes, produz poucos
distúrbios psíquicos e menos agitação que a R(-)- cetamina. Atualmente, a forma S é
comercialmente disponível , porém há poucos estudos de seu uso em anestesia epidural. Seu efeito analgésico se manifesta por meio de vários mecanismos, como: anestésico
local, antagonista não-competitivo de receptores NMDA (N-metil D-aspartato), opióide43, 44,
possível antagonista muscarínico14, 45,46 e também age em receptores monoaminérgicos46. Essa
interação complexa dificulta a determinação do local específico do efeito analgésico produzido
pela cetamina14
, sendo sua distribuíção para o plasma e líquor em aproximadamente 20minutos, após a aplicação epidural47.
A administração de cetamina por via epidural produz analgesia cutânea em cães, com
mínimo efeito hemodinâmico48. Na dose de 3,5 mg/kg por via epidural em cães, viabilizou a
realização de cirurgias, que variaram de 30 a 45 minutos49.
Opióides
A administração epidural isolada de opióides promove alívio da dor visceral e somática
por bloqueio seletivo de impulsos nociceptivos, sem interferir com a função sensorial e motora
e sem deprimir o SNC1.
A administração de opióides pela via epidural oferece a vantagem de produzir uma
analgesia mais prolongada, com doses significativamente menores e menor sedação, quando
comparada à administração parenteral14.
A analgesia por via epidural, ocorre por inibição da dor no corno dorsal da medula
espinhal, inibição das vias somatosensoriais aferentes supraespinhais e ativação das vias
inibitórias descendentes1.
Os fármacos um (OP3) agonistas, como a morfina, além de causarem analgesia e
sedação, podem causar outros efeitos, como por exemplo, depressão cardiorespiratória,
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hipotermia, náusea, vômito, prurido e retenção urinária. Em cães, a administração epidural de
morfina produz analgesia de longa duração em torno de 24 horas, com poucos efeitos
colaterais50,51, reduzindo a CAM do halotano51. Pode ocorrer efeitos sistêmicos discretos com
redução da freqüência cardíaca e pressão arterial.
O butorfanol é um opióide sintético com ação antagonista nos receptores um (OP3) e
ação agonista nos receptores kappa (OP2)52, promovendo analgesia e sedação com mínimos
efeitos colaterais52, 53, 54. É cerca de 18 vezes mais lipossolúvel e 3 a 7 vezes mais potente que
a morfina1. Por via epidural promove analgesia por 2 a 5 horas25, em dose similar ao uso
parenteral1, diminuindo a CAM do isofluorano, com mínimos efeitos cardiorrespiratórios,
mantendo a analgesia cutânea por três horas após o fim da anestesia com isofluorano55.
A buprenorfina é um outro opióide caracterizado, como agonista parcial do receptor um
(OP3) e antagonista no receptor kappa (OP2). Portanto, doses baixas possuem ação
analgésica, enquanto que as mais altas podem ser menos efetivas56. Possui período delatência mais longo que os demais opióides, devendo ser administrada cerca de 45 minutos
antes que o seu efeito analgésico seja requerido. Essas características tornam a buprenorfina
extremamente indicada para analgesia pós-operatória de cães e gatos. Pode ser utilizada na
dose de 0,01 mg/kg pela via epidural, promovendo analgesia por 15 a 18 horas57. Entretanto,
quando associado ao anestésico local não causa analgesia suficiente para realização de OSH
em 66% das cadelas. O tramadol é um analgésico de ação central, com diferenças dos agonistas opióides,
quanto à ligação, atividade e metabolismo, associada ao fato de que o mesmo é composto de
uma mistura racêmica de dois enantiômeros58, cujas ações complementares e sinérgicas,
resultam em analgesia. É um análogo sintético da codeína; entretanto, tem menor afinidade a
receptores opióides que esta; menor potencial à tolerância e depressão respiratória que outros
agonistas opióides, não causando liberação de histamina59. A sua afinidade pelo receptor mu
(OP3) é baixa, aproximadamente 6000 vezes menor que a morfina, entretanto o metabólito, o-
desmetiltramadol tem afinidade muito mais pronunciada por este receptor60. Desta forma, a
ação analgésica do tramadol é inibida apenas parcialmente pela naloxona, sugerindo um outro
mecanismo de ação58. Quando associado a lidocaína, não produz alteração dos parâmetros
cardiorrespiratórios, não afeta a temperatura corporal e tão pouco causa excitação. Entretanto,esta associação não foi suficiente para realização de ovariosalpingohisterectomia (OSH),
inviabilizando o emprego desta técnica em anestesia epidural para esta finalidade38.
Benzodiazepínicos
O diazepam na dose de 1mg/kg produziu curto período de latência e analgesia
prolongada, com aumento da freqüência de pulso arterial, diminuição da pressão arterial e
freqüência cardíaca, produzindo sedação61.
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ASSOCIAÇÕES
Um estudo de compatibilidade química de associações dos anestésicos locais,
opióides, agonistas alfa-2 adrenoreceptores, anestésicosa] dissociativos e benzodiazepínicos
no espaço epidural, demonstrou que há compatibilidade entre estes fármacos e as associações
parecem ser seguras para uso em anestesia62.
Na maioria dos estudos, as associações de fármacos na anestesia epidural são
vantajosas, no sentido de reduzir o período de latência, prolongar e intensificar a analgesia e
reduzir os efeitos colaterais quando comparado ao uso isolado dos mesmos. Na tabela 1 e 2
podem ser vistos alguns fármacos e suas associações com o período de analgesia e anestesia.
ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E CETAMINA
A sedação obtida com o uso da cetamina associada a lidocaína por via epidural pode
ser atribuída à sua rápida passagem para a circulação sistêmica.A associação de cetamina e bupivacaína no espaço epidural de crianças, para controle
da dor pós-operatória, produziu uma analgesia mais prolongada e de melhor qualidade, do que
o uso isolado de ambos. A administração da cetamina isolada não produziu bloqueio motor 43, 63.
Entretanto, em cirurgias de reconstituição de joelho, não se observou diferença significativa no
período de latência, região do bloqueio ou duração da analgesia44. Em cadelas a associação
de lidocaína e cetamina viabilizou a realização de OSH na maioria dos casos25.
ASSOCIAÇÃO DE OPIÓIDES E CETAMINA
O uso isolado da cetamina no espaço epidural não produz alívio da dor pós-operatória,
mas quando associada à morfina, potencializa o efeito analgésico da mesma, podendo diminuir
a dose desta última e conseqüentemente os seus efeitos colaterais42.
A cetamina associada à morfina e a lidocaína preveniu a sensibilização dos neurônios
nociceptivos da medula espinhal, potencializando o efeito analgésico42.
ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E BUTORFANOL
Estudos experimentais e clínicos têm mostrado que a associação dessas duas classes
farmacológicas promove algum grau de sinergismo, bem como redução dos efeitos colaterais25,
64, sendo que normalmente observa-se sedação 25, 53.
Quando associado à bupivacaína, o butorfanol diminuiu o período de latência e
aumentou a duração da analgesia, sem nenhum efeito adverso no feto humano52, 65. A adição
de pequenas doses de butorfanol à lidocaína em mulheres também se mostrou efetiva e
segura durante o parto53.
A extensão cranial do bloqueio anestésico chegando até T12 foi observado com a
associação de lidocaína e butorfanol, viabilizando a realização de cirurgia de OSH em
cadelas25.
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ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E XILAZINA
A associação da xilazina e lidocaína produziu um bloqueio anestésico atingindo até
T13-L1, observando-se uma bradicardia moderada e uma maior duração da anestesia 26 em
relação ao uso isolado do anestésico local. Tal protocolo viabilizou a realização de OSH em
cadelas66.
ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL E FENTANIL
O fentanil reduziu o período de latência e prolongou o período anestésico, minimizando
a queda da pressão arterial em associação a lidocaína na dose de 100mcg/kg66, com duração
de aproximadamente 210 minutos67.
CONCLUSÃO
A anestesia epidural é muito mais do que uma técnica de anestesia local, passando aser um recurso importante no trans e pós-operatório, auxiliando não só no bloqueio anestésico
e relaxamento muscular, como também na analgesia pós operatória, proporcionando uma
recuperação de melhor qualidade.
Por ser uma técnica simples, de fácil execução e de baixo custo, permite que médicos
veterinários que não possuam aparelhagem sofisticada para uso em clínicas particulares,
tenham a possibilidade de oferecer segurança e conforto aos pacientes. Atualmente existem
inúmeros fármacos que podem ser utilizados, cada qual, apresentando suas vantagens e
desvantagens. Em geral a associação de fármacos apresenta vantagens em relação ao uso
isolado dos mesmos. A escolha não deve ser baseada em protocolos pré-estabelecidos, cada
caso deve ser avaliado individualmente, de acordo com o estado do animal e o tipo de cirurgia,
associado aos conhecimentos sobre os fármacos e a experiência de cada clínico.
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Tabela 1: Fármacos utilizados para anestesia
por via epidural no cão.
Fármaco(s) Dose (mg/kg)
Período
de latência(minutos)
Período de ação
anestésica-(horas)Lidocaína 2% 5 1 - 18 2 –2,513, 25, 26
Bupivacaína 0,5% 1,25 12+/- 1 213
Ropivacaína 1% 2,5 1 - 6 4 – 4,526
Lidocaína 2% + Bupivacaína 0,5% 2,5 + 0,5 bupi 7 +/- 1 1,513
Lidocaína 2% + Xilazina 5 + 0,25 xila 1 - 5 3 - 426
Lidocaína 2% + Cetamina 5 +/- 1 2 - 12 1 – 2,5160
Lidocaína 2% + Butorfanol 0,25 3 -10 2 - 325
Lidocaína 2% + Fentanil 0,01 28 +/- 5 3 - 567
Lidocaína 2%+ Tramadol 5 + 1 6 +/- 1 1 - 238
Lidocaína 2% + Buprenorfina 5 + 0,01 4 +/- 2 2,5 - 326
Bupivacaína 0,5% + Morfina 1 + 0,1-0,4 10 - 15 + 2068, 69
Tabela 2: Fármacos utilizados para analgesia
por via epidural no cão.
Fármaco(s)* Dose (mg/kg)
Período
de latência
(minutos)
Período de ação
analgésica-
Minutos (horas)
Fentanil 0,005 – 0,01 15 - 20 3 –56
Sulfentanil 0,0007 – 0,002 5 - 15 4 – 670
Morfina 0,1 30 – 60 6 – 2451
Buprenorfina 0,01 – 0,02 45 15 –1857
Cetamina 2,0 - 3,5 20 0,5 - 148, 49
Morfina + Fentanil 0,1 – 0,01 NA NA71
NA: não avaliado
* Complementados com anestésico local ou solução fisiológica NaCl 0,9%