Epidural Em Cães

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    Anestesia e analgesia por via epidural em Cães

    Atualização Farmacológica para uma técnica tradicional

    Epidural anaesthesia and analgesia in dogs

    A pharmacological up to date for an usual technique

    Yuri Karaccas de Carvalho

    M.V., Residente da Anestesiologia FMVZ – UNESP – Botucatu – S.P.

    Stélio Pacca Loureiro Luna

    MV, Prof. Dr.Depto de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária - FMVZ – UNESP – Botucatu – S.P.

    Resumo: Anestesia epidural é o bloqueio nervoso de uma área do corpo, induzida por umfármaco que iniba a condução nervosa na medula espinhal. É considerada uma técnicasimples, de fácil execução e de baixo custo, permitindo que médicos veterinários que nãopossuam aparelhagem sofisticada para uso em clínicas particulares, tenham a possibilidade deoferecer segurança e conforto aos pacientes. A anestesia epidural causa menores alteraçõescardiorespiratórias em relação à anestesia injetável e inalatória, reduz o estresse trans-operatório e pode proporcionar analgesia pós-operatória. Em geral a associação de fármacosapresenta vantagens em relação ao uso isolado dos mesmos. O uso de diversos fármacos

    como: anestésicos locais, dissociativos, opióides, agonistas adrenorreceptores,benzodiazepínicos e suas associações serão discutidos nesta revisão.

    Unitermos: Cães, dor, anestesia local, analgesia, epidural

    Abstract: Epidural anaesthesia is a regional nervous block in the body, produced by inhibitionof the nervous conduction in the spinal cord. It is a simple, easy and low cost technique,specially useful for private practitioners that do not have anaesthesia equipments. Epiduralanesthesia produces less cardiorespiratory depression, reduced stress response, post operativeanalgesia and less side effects when compared to injectable and inhalation anaesthesia.Usually the combination of several drugs is advantageous when compared to the isolated use ofdrugs. The use of local anaesthetics, dissociative anaesthetics, opioids, alpha-2 agonists,

    benzodiazepines and their associations is discussed in this review.

    Keywords: Dogs, pain, local anaesthesia, analgesia, epidural

    INTRODUÇÃO

    Define-se anestesia pela perda temporária da sensação de dor, decorrente da

    depressão reversível local, regional ou central do tecido nervoso1, 2   . A anestesia geral e a

    cirurgia geralmente podem acarretar uma resposta de estresse, caracterizada por alterações

    cardiovasculares, endócrinas e metabólicas induzidas pelo estímulo nocivo. Este estresse pode

    resultar em queda da imunidade e retardo da cicatrização da ferida cirúrgica, prolongando o

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    período pós-operatório. A prevenção desta resposta de estresse aparentemente reduz a

    morbidade pós-operatória1, 2, 3. A anestesia dissociativa é uma das técnicas mais populares no âmbito veterinário,

    particularmente o emprego de cetamina e alfa-2 agonistas. Essa associação causa, porém,

    inúmeros efeitos indesejáveis, como, bradicardia com arritmia sinusal e até bloqueio átrio-

    ventricular, depressão respiratória, além da analgesia insatisfatória4 em cirurgias mais cruentas.

    Adicionalmente há a disponibilidade dos anestésicos intravenosos, dos quais os mais

    utilizados são o tiopental e o propofol. Entretanto a eliminação destes anestésicos depende da

    integridade da função hepática e renal1. Adicionalmente o uso destes fármacos em infusão

    contínua pode resultar em intensa depressão cardiorrespiratória e recuperação prolongada4  .

      A anestesia inalatória por sua vez, representa uma das intervenções anestésicas mais

    seguras atualmente, porém requer aparelhos específicos e indivíduos especializados para seu

    controle, o que aumenta o custo da anestesia5, 6. Além disso, os agentes inalatórios causamdepressão cardiorrespirátoria dose dependente. A exposição crônica a baixas doses de

    anestésicos inalatórios pode ter efeito carcinogênico, teratogênico ou abortivo5, com a

    possibilidade de ocorrência de hepato e nefropatias e alterações hematopoiéticas2.

    A anestesia epidural é o bloqueio nervoso de uma área do corpo7, induzida por um -

    anestésico que iniba a condução nervosa na medula espinhal6. O anestésico local ideal para

    uso no espaço epidural deve possuir período de latência curto, período hábil longo e promover

    analgesia e relaxamento muscular adequado8.

    Os fármacos administrados por via epidural produzem poucos efeitos na circulação

    placentária e fetal, tornando esta técnica anestésica uma boa opção para intervenções

    cirúrgicas em gestantes9, 10, 11. A fêmea se recupera rapidamente da anestesia, estando apta a

    cuidar de seus filhotes no período pós-operatório imediato10. A anestesia epidural oferece

    muitas vantagens sobre a anestesia geral. É uma técnica segura, causando mínimos distúrbios

    bioquímicos e fisiológicos9,12. Quando comparada à anestesia geral, as vantagens

    apresentadas são: menores alterações cardiorespiratórias no paciente, redução do estresse

    trans-operatório, analgesia pós-operatória, fácil execução da técnica e baixo custo6, 9, 10, 12, 13, 

    prevenção de efeitos colaterais5  dos anestésicos gerais, redução dos riscos da intervenção

    anestésica, principalmente para pacientes em estado grave, sendo uma técnica segura empacientes idosos.

    Tais facilidades permitem o emprego desta técnica por médicos veterinários que não

    possuam aparelhagem sofisticada para uso rotineiro em clínicas particulares. Entretanto,

    animais muito agitados podem não aceitar a realização desta técnica somente sob efeito da

    medicação pré-anestésica e em animais obesos a localização do espaço epidural pode ser

    difícil.

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    ANATOMIA E FISIOLOGIA

    Em cães, a medula espinhal termina na sexta ou sétima vértebra lombar (L6 ou L7).

    Quando um fármaco é injetado no espaço epidural, parte dele se difunde pelo canal vertebral,

    outra parte é armazenada na gordura epidural e ainda pode ser removido pela circulação

    sanguínea, sendo a quantidade do agente que vai permanecer no tecido neuronal dependente

    de sua lipossolubilidade14. O fármaco injetado por via epidural fica restrito a uma área do corpo,

    sendo seus efeitos sistêmicos mais suaves em

    comparação à aplicação parenteral14. Em geral, após

    uma anestesia local, as sensações desaparecem na

    seqüência: dor, frio/calor, tato e pressão, sendo que a

    recuperação da sensibilidade ocorre na ordem inversa8.

    A anestesia epidural (peridural ou extradural) com

    anestésico local é aquela obtida por bloqueios medular ede nervos espinhais no espaço epidural, quando os

    mesmos emergem da duramáter através dos forames

    intervertebrais15, levando a um bloqueio reversível de

    uma determinada área do corpo, sem perda da

    consciência. A solução anestésica é depositada na

    porção externa da dura-máter. Um bloqueio segmentar é

    produzido, das fibras sensoriais espinhais e fibras

    nervosas simpáticas. As fibras motoras são as últimas a

    serem total ou parcialmente bloqueadas, e as primeiras a

    retornarem a função.

    Os anestésicos locais têm afinidade pelo tecido nervoso, interrompendo a condução

    nervosa quando alcançam qualquer parte do neurônio. Os mesmos impedem que as células

    nervosas atinjam o potencial de deflagração por meio do bloqueio dos canais de sódio

    produzido pela forma iônica6, 14.

    TÉCNICA

    Após a tricotomia e antissepsia rigorosa da região lombo sacra, realiza-se um botãoanestésico subcutâneo, utilizando-se uma agulha (40X8) com mandril ou de Tuohy. Após a

    flexão espinhal, com o animal em decúbito ventral ou lateral, coloca-se o dedo polegar e médio

    na tuberosidade ilíaca e o indicador no espaço lombosacro. Na seqüência introduz-se a agulha

    através da pele e tecido subcutâneo injentando-se um pequeno volume de anestésico local e o

    seguir nos ligamentos supraespinhoso, intervertebral e amarelo.

    O sucesso da anestesia epidural depende da localização correta do espaço epidural.

    Para tal, a técnica mais freqüentemente utilizada é a aspiração de uma gota de anestésico

    depositado no canhão da agulha após a introdução da mesma através dos ligamentos, devido

    a pressão negativa do espaço epidural. Outra técnica é acoplar uma seringa de vidro contendo

    Foto: Yuri Karaccas

    Figura I: Delimitação anatômica

    do espaço epidural (vista dorso

    ventral)

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    ar ou solução salina à agulha. A pressão negativa do espaço produz entrada do conteúdo da

    seringa. Entretanto, o uso de ar nesta técnica pode levar a compressão medular ou da raiz

    nervosa, enfisema subcutâneo, introdução de ar por via retroperitoneal ou embolismo venoso16.

    Desta forma, o uso de solução salina é mais seguro.

    Antes de injetar o(s) fármaco(s), deve ser realizada a tração caudal do êmbolo para

    confirmar ausência de líquor ou sangue. O próximo passo é a injeção em pequenas

    quantidades e lentamente, sem haver resistência de até 1ml/3Kg de anestésico local até o

    peso de 20 Kg. Em animais acima deste peso, adiciona-se 1 ml para cada 10 Kg.

    O animal deve ser mantido em posição horizontal, decúbito ventral simétrico, com a

    cabeça ligeiramente mais elevada que o corpo, após o bloqueio, para difusão simétrica do

    fármaco15.

    . Para confirmação do bloqueio observa-se em menos de 1 minuto, o relaxamento do

    esfíncter anal externo e cauda. A perda do reflexo interdigital normalmente se estabelece entre6 a 10 minutos13.

    INDICAÇÕES

    A anestesia epidural lombo-sacra tem várias indicações, dentre elas, o controle da dor

    pós-operatória, bem como a realização de procedimentos obstétricos e ortopédicos em

    membros posteriores6, 17. É utilizada freqüentemente para procedimentos em períneo, vagina e

    reto, bem como ováriosalpingohisterectomia (OSH) e cesariana, bem como em cirurgias

    ortopédicas no quadril e membros posteriores. Cabe salientar que a inervação dos ovários e

    dos testículos se dá pelo nervo genitourinário, oriundo dos segmentos L2 e L3 e que o mesmo

    só é bloqueado com doses altas de anestésico local ou quando este está associado a outros

    fármacos como discutido a seguir.

    COMPLICAÇÕES

    As principais complicações que podem ocorrer são: hematoma epidural, efeitos tóxicos

    dos anestésicos, estenose espinhal, trauma epidural pelo cateter e abcesso epidural 18, 19. A

    injeção no espaço subaracnóide inadvertidamente, quando a intenção era o espaço epidural,

    pode levar a mielopatia ou a síndrome da cauda eqüina, devido ao efeito tóxico dosmedicamentos, e também à meningite e a infarto na medula  18, 19.

    Adicionalmente pode ocorrer hipotensão por bloqueio simpático e efeitos tóxicos pela

    sobredose20. Se os nervos intercostais forem atingidos, pode ocorrer depressão respiratória e

    hipoventilação. Um achado que ocorre em aproximadamente 10% dos casos é a postura de

    Schiff Scherrington , que consiste na espasticidade dos membros anteriores devido à

    compressão nervosa motora causada pelo anestésico local. Tal fenômeno é minimizado

    quando a injeção epidural é realizada lentamente. Neste caso pode-se prosseguir a cirurgia,

    aguardando-se a resolução temporal do problema, sem maiores conseqüências.

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    A anestesia epidural também pode reduzir a temperatura corpórea por meio de dois

    mecanismos: absorção sistêmica do anestésico e transferência central do anestésico via fluído

    cerebroespinhal, causando depressão do centro termorregulador; e por bloqueio simpático, que

    causa vasodilatação, com conseqüente redistribuição do calor do compartimento central para

    os tecidos periféricos21, 22.

    CONTRA INDICAÇÕES

    Não se recomenda a anestesia epidural em casos de hipotensão, choque, anemia e

    hipovolemia. São contraindicações absolutas: convulsão, septicemia, síndrome hemorrágica,

    meningite, doenças do SNC, dermatite local, impossibilidade de punção, impossibilidade de

    contenção ou animal irrascível e alterações anatômicas da coluna19.

    PRINCIPAIS FÁRMACOS UTILIZADOS NA ANESTESIA EPIDURAL

    Anestésicos Locais

    A administração de anestésico local por via epidural causa pequena alteração

    cardiorespiratória. A lidocaína é um anestésico local hidrossolúvel de curta duração, sendo

    metabolizado no fígado em dois metabólitos, um dos quais é farmacologicamente ativo, sendo

    que 10 a 20% é excretado de forma inalterada na urina do cão8.

    A dose tóxica de lidocaína varia de 10 a 20 mg/kg no cão21, 22, 23. A sobredose de

    lidocaína produz contrações musculares, hipotensão, náusea, vômito8 , evoluindo até convulsão

    e parada cardiorespiratória6. A adição da adrenalina a lidocaína, possibilita o aumento da dose

    e da duração e redução da toxicidade, por retardar sua absorção21. O período de latência da

    lidocaína com vasoconstritor, até a perda do reflexo interdigital varia de 3 a 12 minutos, com

    duração do efeito de 90 a 120 minutos, com efeito máximo após 20 minutos da aplicação 8, 13, 24,

    25, 26.

    Outros anestésicos locais utilizados na anestesia epidural são a bupivacaína e a

    ropivacaína. Ambas apresentam período de latência e duração mais longos que a lidocaína.

    Parece ideal à associação de lidocaína/bupivacaína em proporções iguais, combinando-se o

    curto período de latência e o bom relaxamento muscular da lidocaína com o efeito prolongadoda bupivacaína13. A bupivacaína é uma mistura racêmica, de isômeros S (-) e R (+). O isômero

    S (-) possue potência e bloqueio motor maior, em contrapartida, cardiotoxicidade menor.

    A ropivacaína é um anestésico local de longa duração, homológo da bupivacaína27, 28,

    que promove bloqueio sensitivo de duração igual ou um pouco menor, e período de bloqueio

    motor e toxicidade cardíaca menores que aquele fármaco29, 30.

    A ropivacaína possui baixa toxicidade, apresentando grande margem de segurança

    para os sistemas cardiovascular e nervoso central, o que permite seu uso em altas

    concentrações31. Tendo em vista que os efeitos cardiotóxicos dos anestésicos locais são

    proporcionais ao grau de desenvolvimento do SNC, em animais diferentemente do homem,

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    considerando-se o maior custo da ropivacaína, esta vantagem não aparenta ter tanta

    importância, quando a mesma é comparada à bupivacaína. Em animais, quando comparados

    os três anestésicos locais, a intoxicação por lidocaína é mais tolerada, seguida da ropivacaína

    e por fim a bupivacaína32.

    Agonistas alfa-2 adrenérgicos

    No Brasil, os agonistas alfa-2 adrenérgicos utilizados na anestesia epidural são

    principalmente a xilazina e a clonidina, que deprimem o SNC, reduzindo a liberação de

    noradrenalina tanto central quanto perifericamente2, 24, 33. A administração epidural de xilazina

    durante procedimentos ortopédicos em cães exerce um efeito antinoceptivo, em parte mediado

    por via supraespinhal34. Quando são aplicados por via epidural, apresentam efeitos sistêmicos

    menos evidentes que por via parenteral, havendo entretanto decréscimo da freqüência

    cardíaca, da pressão arterial média e da freqüência respiratória com bloqueio atrioventricular10,26,33. Mesmo quando administrado por via epidural, além da analgesia, a xilazina produz

    sedação e miorrelaxamento por inibição da transmissão interneural medular35. Pode sensibilizar

    o miocárdio à ação das catecolaminas e deprimir a termo-regulação central10. A administração

    prévia de atropina pode previnir a bradicardia e o bloqueio atrioventricular produzido pela

    xilazina, entretanto deve-se considerar a hipertensão arterial33.

    A xilazina sofre biodegradação hepática e os metabólitos são excretados 70% por via

    renal e 30% por via biliar2. Pode ocorrer hiperglicemia por hipoinsulinemia decorrente da

    estimulação adrenérgica alfa-2 sobre as células beta do pâncreas2, 10, sendo portanto contra-

    indicada em animais diabéticos.

    Um dos efeitos colaterais é a êmese produzida em cães e gatos6 não foi identificado

    efeito abortivo em pequenos animais2. A duração analgésica por via epidural é de

    aproximadamente 240 minutos33, 36.

    A associação de lidocaína e clonidina vem sendo muito utilizada para anestesia

    epidural com o intuito de prolongar o efeito analgésico, diminuindo o pico de concentração

    plasmática (Cmax) da lidocaína e reduzindo, assim, a toxicidade37.

    A anestesia epidural em cães com lidocaína e clonidina na dose de 1 mcg/kg

    proporcionou analgesia para a OSH na maioria dos casos, com bom miorrelaxamento e semalteração cardiorrespiratória significativa. Considerando-se os efeitos indesejáveis de emese e

    postura de Schiff-Scherrington, a clonidina associada a lidocaína parece ser efetiva e segura

    para anestesia epidural em cadelas submetidas à OSH, desde que se complemente a

    anestesia quando necessário38, 39.

    Anestésicos Dissociativos

    A cetamina é um anestésico dissociativo, capaz de produzir um estado singular de

    analgesia e anestesia, por meio de dissociação sensorial. Possui efeito simpatomimético,

    podendo causar excitação do SNC. Por via epidural praticamente não causa alteração

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    cardiorespiratória25, 40. A excreção é realizada 91% pela urina e aproximadamente 3% pela bile

    e fezes em cães. A cetamina pode produzir neurotoxicidade, quando aplicada por via espinhal.

    Essa ação foi atribuída ao clorobutanol, preservativo utilizado na preparação da cetamina, daí a

    necessidade do uso de soluções sem preservativos.

    Quando administrada por via epidural deve ser preferencialmente associada a outro

    agente anestésico, como um opióide ou anestésico local25,41, para produzir analgesia e/ou

    anestesia satisfatória, viabilizando em alguns casos a realização de OSH25 .

    A cetamina administrada isoladamente no espaço epidural não foi efetiva como

    analgésico pós-operatório, mas potencializou os efeitos analgésicos da morfina atenuando

    seus efeitos colaterais42.

    A solução clínica aquosa mais tradicional disponível é uma mistura racêmica que

    contém quantidades iguais de dois isômeros: S(+)- cetamina e R(-)- cetamina. Tanto nos

    animais quanto no homem, a forma S(+)- cetamina é de 3 a 4 vezes mais potente que a formaR(-)- cetamina para alívio da dor, e em doses analgésicas equipotentes, produz poucos

    distúrbios psíquicos e menos agitação que a R(-)- cetamina. Atualmente, a forma S é

    comercialmente disponível , porém há poucos estudos de seu uso em anestesia epidural. Seu efeito analgésico se manifesta por meio de vários mecanismos, como: anestésico

    local, antagonista não-competitivo de receptores NMDA (N-metil D-aspartato), opióide43, 44,

    possível antagonista muscarínico14, 45,46 e também age em receptores monoaminérgicos46. Essa

    interação complexa dificulta a determinação do local específico do efeito analgésico produzido

    pela cetamina14

    , sendo sua distribuíção para o plasma e líquor em aproximadamente 20minutos, após a aplicação epidural47.

    A administração de cetamina por via epidural produz analgesia cutânea em cães, com

    mínimo efeito hemodinâmico48. Na dose de 3,5 mg/kg por via epidural em cães, viabilizou a

    realização de cirurgias, que variaram de 30 a 45 minutos49.

    Opióides

    A administração epidural isolada de opióides promove alívio da dor visceral e somática

    por bloqueio seletivo de impulsos nociceptivos, sem interferir com a função sensorial e motora

    e sem deprimir o SNC1.

    A administração de opióides pela via epidural oferece a vantagem de produzir uma

    analgesia mais prolongada, com doses significativamente menores e menor sedação, quando

    comparada à administração parenteral14.

    A analgesia por via epidural, ocorre por inibição da dor no corno dorsal da medula

    espinhal, inibição das vias somatosensoriais aferentes supraespinhais e ativação das vias

    inibitórias descendentes1.

    Os fármacos um (OP3) agonistas, como a morfina, além de causarem analgesia e

    sedação, podem causar outros efeitos, como por exemplo, depressão cardiorespiratória,

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    hipotermia, náusea, vômito, prurido e retenção urinária. Em cães, a administração epidural de

    morfina produz analgesia de longa duração em torno de 24 horas, com poucos efeitos

    colaterais50,51, reduzindo a CAM do halotano51. Pode ocorrer efeitos sistêmicos discretos com

    redução da freqüência cardíaca e pressão arterial.

    O butorfanol é um opióide sintético com ação antagonista nos receptores um (OP3) e

    ação agonista nos receptores kappa (OP2)52, promovendo analgesia e sedação com mínimos

    efeitos colaterais52, 53, 54. É cerca de 18 vezes mais lipossolúvel e 3 a 7 vezes mais potente que

    a morfina1. Por via epidural promove analgesia por 2 a 5 horas25, em dose similar ao uso

    parenteral1, diminuindo a CAM do isofluorano, com mínimos efeitos cardiorrespiratórios,

    mantendo a analgesia cutânea por três horas após o fim da anestesia com isofluorano55.

    A buprenorfina é um outro opióide caracterizado, como agonista parcial do receptor um

    (OP3) e antagonista no receptor kappa (OP2). Portanto, doses baixas possuem ação

    analgésica, enquanto que as mais altas podem ser menos efetivas56. Possui período delatência mais longo que os demais opióides, devendo ser administrada cerca de 45 minutos

    antes que o seu efeito analgésico seja requerido. Essas características tornam a buprenorfina

    extremamente indicada para analgesia pós-operatória de cães e gatos. Pode ser utilizada na

    dose de 0,01 mg/kg pela via epidural, promovendo analgesia por 15 a 18 horas57. Entretanto,

    quando associado ao anestésico local não causa analgesia suficiente para realização de OSH

    em 66% das cadelas. O tramadol é um analgésico de ação central, com diferenças dos agonistas opióides,

    quanto à ligação, atividade e metabolismo, associada ao fato de que o mesmo é composto de

    uma mistura racêmica de dois enantiômeros58, cujas ações complementares e sinérgicas,

    resultam em analgesia. É um análogo sintético da codeína; entretanto, tem menor afinidade a

    receptores opióides que esta; menor potencial à tolerância e depressão respiratória que outros

    agonistas opióides, não causando liberação de histamina59. A sua afinidade pelo receptor mu

    (OP3) é baixa, aproximadamente 6000 vezes menor que a morfina, entretanto o metabólito, o-

    desmetiltramadol tem afinidade muito mais pronunciada por este receptor60. Desta forma, a

    ação analgésica do tramadol é inibida apenas parcialmente pela naloxona, sugerindo um outro

    mecanismo de ação58. Quando associado a lidocaína, não produz alteração dos parâmetros

    cardiorrespiratórios, não afeta a temperatura corporal e tão pouco causa excitação. Entretanto,esta associação não foi suficiente para realização de ovariosalpingohisterectomia (OSH),

    inviabilizando o emprego desta técnica em anestesia epidural para esta finalidade38.

    Benzodiazepínicos

    O diazepam na dose de 1mg/kg produziu curto período de latência e analgesia

    prolongada, com aumento da freqüência de pulso arterial, diminuição da pressão arterial e

    freqüência cardíaca, produzindo sedação61.

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    ASSOCIAÇÕES

    Um estudo de compatibilidade química de associações dos anestésicos locais,

    opióides, agonistas alfa-2 adrenoreceptores, anestésicosa] dissociativos e benzodiazepínicos

    no espaço epidural, demonstrou que há compatibilidade entre estes fármacos e as associações

    parecem ser seguras para uso em anestesia62.

    Na maioria dos estudos, as associações de fármacos na anestesia epidural são

    vantajosas, no sentido de reduzir o período de latência, prolongar e intensificar a analgesia e

    reduzir os efeitos colaterais quando comparado ao uso isolado dos mesmos. Na tabela 1 e 2 

    podem ser vistos alguns fármacos e suas associações com o período de analgesia e anestesia.

    ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E CETAMINA

    A sedação obtida com o uso da cetamina associada a lidocaína por via epidural pode

    ser atribuída à sua rápida passagem para a circulação sistêmica.A associação de cetamina e bupivacaína no espaço epidural de crianças, para controle

    da dor pós-operatória, produziu uma analgesia mais prolongada e de melhor qualidade, do que

    o uso isolado de ambos. A administração da cetamina isolada não produziu bloqueio motor 43, 63.

    Entretanto, em cirurgias de reconstituição de joelho, não se observou diferença significativa no

    período de latência, região do bloqueio ou duração da analgesia44. Em cadelas a associação

    de lidocaína e cetamina viabilizou a realização de OSH na maioria dos casos25.

    ASSOCIAÇÃO DE OPIÓIDES E CETAMINA

    O uso isolado da cetamina no espaço epidural não produz alívio da dor pós-operatória,

    mas quando associada à morfina, potencializa o efeito analgésico da mesma, podendo diminuir

    a dose desta última e conseqüentemente os seus efeitos colaterais42. 

    A cetamina associada à morfina e a lidocaína preveniu a sensibilização dos neurônios

    nociceptivos da medula espinhal, potencializando o efeito analgésico42.

    ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E BUTORFANOL

    Estudos experimentais e clínicos têm mostrado que a associação dessas duas classes

    farmacológicas promove algum grau de sinergismo, bem como redução dos efeitos colaterais25,

    64, sendo que normalmente observa-se sedação 25, 53.

    Quando associado à bupivacaína, o butorfanol diminuiu o período de latência e

    aumentou a duração da analgesia, sem nenhum efeito adverso no feto humano52, 65. A adição

    de pequenas doses de butorfanol à lidocaína em mulheres também se mostrou efetiva e

    segura durante o parto53.

    A extensão cranial do bloqueio anestésico chegando até T12 foi observado com a

    associação de lidocaína e butorfanol, viabilizando a realização de cirurgia de OSH em

    cadelas25.

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    ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS E XILAZINA

    A associação da xilazina e lidocaína produziu um bloqueio anestésico atingindo até

    T13-L1, observando-se uma bradicardia moderada e uma maior duração da anestesia 26  em

    relação ao uso isolado do anestésico local. Tal protocolo viabilizou a realização de OSH em

    cadelas66. 

    ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL E FENTANIL

    O fentanil reduziu o período de latência e prolongou o período anestésico, minimizando

    a queda da pressão arterial em associação a lidocaína na dose de 100mcg/kg66, com duração

    de aproximadamente 210 minutos67. 

    CONCLUSÃO

    A anestesia epidural é muito mais do que uma técnica de anestesia local, passando aser um recurso importante no trans e pós-operatório, auxiliando não só no bloqueio anestésico

    e relaxamento muscular, como também na analgesia pós operatória, proporcionando uma

    recuperação de melhor qualidade.

    Por ser uma técnica simples, de fácil execução e de baixo custo, permite que médicos

    veterinários que não possuam aparelhagem sofisticada para uso em clínicas particulares,

    tenham a possibilidade de oferecer segurança e conforto aos pacientes. Atualmente existem

    inúmeros fármacos que podem ser utilizados, cada qual, apresentando suas vantagens e

    desvantagens. Em geral a associação de fármacos apresenta vantagens em relação ao uso

    isolado dos mesmos. A escolha não deve ser baseada em protocolos pré-estabelecidos, cada

    caso deve ser avaliado individualmente, de acordo com o estado do animal e o tipo de cirurgia,

    associado aos conhecimentos sobre os fármacos e a experiência de cada clínico.

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    Tabela 1: Fármacos utilizados para anestesia

     por via epidural no cão.

    Fármaco(s) Dose (mg/kg)

    Período

    de latência(minutos)

    Período de ação

    anestésica-(horas)Lidocaína 2% 5 1 - 18 2 –2,513, 25, 26

    Bupivacaína 0,5% 1,25 12+/- 1 213

    Ropivacaína 1% 2,5 1 - 6 4 – 4,526

    Lidocaína 2% + Bupivacaína 0,5% 2,5 + 0,5 bupi 7 +/- 1 1,513 

    Lidocaína 2% + Xilazina 5 + 0,25 xila 1 - 5 3 - 426

    Lidocaína 2% + Cetamina 5 +/- 1 2 - 12 1 – 2,5160

    Lidocaína 2% + Butorfanol 0,25 3 -10 2 - 325

    Lidocaína 2% + Fentanil 0,01 28 +/- 5 3 - 567

    Lidocaína 2%+ Tramadol 5 + 1 6 +/- 1 1 - 238

    Lidocaína 2% + Buprenorfina 5 + 0,01 4 +/- 2 2,5 - 326

    Bupivacaína 0,5% + Morfina 1 + 0,1-0,4 10 - 15 + 2068, 69

    Tabela 2: Fármacos utilizados para analgesia

     por via epidural no cão.

    Fármaco(s)* Dose (mg/kg)

    Período

    de latência

    (minutos)

    Período de ação

    analgésica-

    Minutos (horas)

    Fentanil 0,005 – 0,01 15 - 20 3 –56

    Sulfentanil 0,0007 – 0,002 5 - 15 4 – 670 

    Morfina 0,1 30 – 60 6 – 2451

    Buprenorfina 0,01 – 0,02 45 15 –1857

    Cetamina 2,0 - 3,5 20 0,5 - 148, 49

    Morfina + Fentanil 0,1 – 0,01 NA NA71

    NA: não avaliado

    * Complementados com anestésico local ou solução fisiológica NaCl 0,9%