26
SAÚDE TRANSDISCIPLINAR E O CONCEITO DE MUNDO DA VIDA QUESTÕES PRELIMINARES SOBRE O INTERCAMPO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE

EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

SAÚDE TRANSDISCIPLINAR E O CONCEITO DE MUNDO

DA VIDAQUESTÕES PRELIMINARES SOBRE O

INTERCAMPO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Page 2: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

REFLEXÃO EPISTEMOLÓGICA SOBRE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

DESAFIO PARA NOVA LÓGICA ORGANIZATIVA DAS INFORMAÇÕES EM SAÚDE

Page 3: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

A CI se dedica ao estudo da informação e às relações sociais envolvidas com os processos de tratamento, acesso, produção e armazenamento.

A CI pode levar esse estudo para a área da Saúde de forma transversal ao conhecimento do campo, construindo interdisciplinaridades ancoradas na perspectiva transdisciplinar da informação.

INTERCAMPO DA INFORMAÇÃO E SAÚDE: LIMITES

Page 4: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Prevalência na atualidade de uma visão tecnicista-instrumental no intercampo da IIS que não dá conta da complexidade do processo de saúde/doença/cuidado. (González de Gómez e Moraes, 2007)

A genealogia da Informação em Saúde se insere na passagem da medicina clássica para a moderna, em meio ao ordenamento disciplinar dos processos de urbanização e organização da sociedade.

INTERCAMPO DA INFORMAÇÃO E SAÚDE: LIMITES cont.

Page 5: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

A ruptura epistêmica se dá pela introdução de uma racionalidade médica emblematizada no pensamento anátomo-patológico e pela (re)significação da Doença corporificada no indivíduo. (Foucault, 1980)

As informações em saúde encontram-se, ainda na

atualidade, submetidas por um lado à visão disciplinar e fragmentada do ser humano. Instrumentalizadas pelos aparelhos de Estado que passam a exercer sobre as populações o mesmo olhar de corpo/objeto/doença que o médico estabeleceu com o paciente quando da instauração da razão médica.

INTERCAMPO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: LIMITES cont.

Page 6: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Por outro lado a IIS encontra-se aprisionada ao regime de informação, entendido como modo de produção informacional dominante em uma formação social. (González de Gómez, 2002)

Segundo Moraes e González de Gómez (2009), o regime de informação institui os modos como a informação é definida, preservada, transmitida e usada. No caso da IIS o regime de informação estabelecido prioriza ações e meios de orientação política mais que epistemológica, à medida que vem seguindo as abordagens funcionalistas e instrumentais, visando melhorar o rendimento das atividades regulares e prioritárias do setor.

INTERCAMPO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: LIMITES cont.

Page 7: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Ampliar os limites e ações da Informação em Saúde depende de uma objetivação reflexiva da informação e sua gênese se desfazendo do modelo de neutralidade e integrando os atores sociais numa ação comunicativa.

O agir comunicativo habermasiano pode ser considerado como um modo de uso comunicativo da linguagem (González de Gómez, 2008, p. 8), que se estabelece entre as pessoas à medida que se põe de pé pretensões de verdade (supostos direitos), as quais podem ser aceitas ou rejeitadas.

INTERCAMPO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: POSSIBILIDADES

Page 8: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

A proposta de inserir o paradigma da comunicação e o agir comunicativo no intercampo da Informação e Saúde visa ampliar os horizontes do campo sentido da aproximação da ciência da saúde e a sociedade.

“É preciso escapar à alternativa de ‘ciência pura’, totalmente livre de qualquer necessidade social, e da ‘ciência escrava’, sujeita a todas as demandas politico-econômicas.” (Bourdieu, 2007)

INTERCAMPO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE: POSSIBILIDADES cont.

Page 9: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

A RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO DA VIDA E O AGIR

COMUNICATIVOO papel do Mundo da Vida na teoria do Agir Comunicativo de Jurgens Habermas

Page 10: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Para o Siebeneichler (2010, pré-print), a racionalização do Mundo da Vida desenvolvida por Habermas é a pedra de toque da teoria do agir comunicativo.

Ela permite levar a sério tanto a ciência como o mundo da vida concebido ao nível do senso comum.

Também constitui a base para Habermas esboçar uma terceira via, hermenêutico-crítica, de análise da sociedade situada entre o funcionalismo objetivista e as ciências sociais fenomenológico-hermenêuticas.

A RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO DA VIDA E O AGIR COMUNICATIVO

Page 11: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

A afirmação do paradigma do entendimento intersubjetivo mediante a linguagem, sobre o paradigma das realizações transcendentais da consciência de um sujeito é detectado no Teoria do agir comunicativo (1981).

Aqui a temática complexa do mundo da vida, tanto a idéia de um solo inconteste e auto-evidente, não tematizável, como também a sua racionalização, assumem papel central e sistemático.

A RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO DA VIDA E O AGIR COMUNICATIVO cont.

Page 12: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

MUNDO DA VIDA COMO SENSO COMUM

Page 13: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA SABER PRÉ-TEÓRICO, INTUITIVO, AUTO-

EVIDENTE, NÃO TEMATIZÁVEL. ESFERA DE SENTIDO PRÉ –COGNITIVA E PRÉ-

CATEGORIAL. SABER PRÉ-REFLEXIVO E HOLÍSTICO, DE UMA

TOTALIDADE NÃO-OBJETIVA DE CERTEZAS, CONVICÇÕES, ETC.

ACESSÍVEL APENAS A PARTIR DE DENTRO, NA PERSPECTIVA DE UM ‘EGO CENTRADO EM MEU CORPO’, AQUI E AGORA.

MUNDO DA VIDA COMO SENSO COMUM

Page 14: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

MUNDO DA VIDA EMPÍRICO

Page 15: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

PERSPECTIVA PRAGMÁTICO-FORMAL CULTURA, SOCIEDADE E PERSONALIDADE POSSIBILIDADES DE RACIONALIZAÇÃO DO

MUNDO DA VIDA PELO SISTEMA JOGOS DE LINGUAGEM TRADUÇÕES DIALÉTICAS POSSÍVEIS A PARTIR DA

PERSPECTIVA HERMENÊUTICA QUE SE DEBRUÇA SOBRE O QUE OCORRE NO MEDIUM DA LINGUAGEM

HORIZONTE DE UMA LINGUAGEM FAMILIAR PRESSUPOSTA QUE SE FUNDE COM A NOSSA COMPREENSÃO ATUAL

MUNDO DA VIDA EMPÍRICO

Page 16: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

AQAL – ALL QUANDRANTS ALL LEVELS

As 5 categorias do modelo de manifestação da existência de Ken Wilber:quadrantes, níveis, estados, linhas e tipos

Page 17: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

As 5 categorias do modelo AQAL estão relacionadas com as Duas Teorias da Verdade do Budismo, a qual Wilber subescreve.

Segundo Wilber nenhuma delas é verdadeira em um sentido absoluto.

Cada holon ou unidade de realidade é ao mesmo tempo um todo e uma parte de um todo maior, tem um interior e um exterior. Ele também existe como um indivíduo e (assumindo mais de uma desses entes existentes) como uma coletividade.

Observar um holon de fora, constitui uma perspectiva exterior desse holon. Observar um holon de dentro constitui a perspectiva interior e assim por diante.

MODELO AQAL

Page 18: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

QUADRANTESSe mapearmos essas 4 perspectivas em

quadrantes, teremos 4 quadrantes ou dimensões

(http://en.wikipedia.org/wiki/Ken_Wilber).

Upper-Left (UL)"I"

Interior IndividualIntentionale.g. Freud

Upper-Right (UR)"It"

Exterior IndividualBehavioral

e.g. Skinner

Lower-Left (LL)"We"

Interior CollectiveCultural

e.g. Gadamer

Lower-Right (LR)"Its"

Exterior CollectiveSocial

e.g. Marx

Page 19: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Todas as quatro atividades - psicanálise, behaviorismo, hermenêutica filosófica e marxismo – oferecem perspectivas complementares, ao invés de contraditórias. É possível que todas possam ser corretas e necessárias para um relato completo da existência humana.

Além disso, cada uma por si oferece apenas uma visão parcial da realidade. A visão wilberiana procura reconhecer as quatro dimensões fundamentais da existência nestas quatro áreas do conhecimento. Além disso, segundo Wilber, essas quatro perspectivas são igualmente válidas em todos os níveis de existência.

AQAL - QUADRANTES

Page 20: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

MUNDO DA VIDA

PARTICIPANTE – qual é o sentido disso?

OBSERVADOR – o que isto faz?

EGO/CONSCIÊNCIA

EU PARTICIPANTE = EU

------------------ CULTURA

EU + TU = NÓS

PERSONALIDADE

EU OBSERVADO = ELE

------------------- SOCIEDADE

NÓS OBSERVADOS = ELES

Page 21: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

MUNDO DA VIDA NA SAÚDE

PARTICIPANTE OBSERVADOR

EU DESENVOLVIMENTO

CONSCIÊNCIA HUMANA

------------------NÓS

CULTURAS QUESTÕES SIMBÓLICAS RELIGIÕES

ELE TERAPÊUTICAS PRÁTICAS RACIONALIDADES MÉDICAS DIAGNOSE

-------------------ELES

INSTITUIÇÕES DE SAÚDE COORPORATIVISMOS SUS POLÍTICAS

Page 22: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Todos os hólons têm várias linhas de desenvolvimento, ou inteligências. Alguns exemplos são as linhas de desenvolvimento cognitivo, ético, estético, espiritual, cinestésica, afetivas, musical, espacial, lógico-matemática, etc.

Uma pessoa pode ser altamente desenvolvida cognitivamente (cerebralmente inteligente) sem ser moralmente desenvolvidas. Não pode ser altamente desenvolvido moralmente, sem o pré-requisito do desenvolvimento cognitivo. Assim, nem todas as linhas de desenvolvimento são ontologicamente equivalentes.

AQAL – LINHAS DE DESENVOLVIMENTO OU INTELIGÊNCIAS

Page 23: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Níveis ou estágios- O conceito de níveis, segue de perto o conceito de linhas de desenvolvimento. Quanto mais desenvolvido você está em uma linha particular, maior é o nível que você se encontra nessa mesma linha. - A concepção de Wilber sobre o nível é claramente baseada em diversas teorias da psicologia do desenvolvimento, incluindo: a teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo, os estágios de desenvolvimento moral de Kohlberg, a hierarquia de necessidades de Maslow, as fases do desenvolvimento psicossocialde Erikson, e os estágios de Jane Loevinger do desenvolvimento do ego .

Page 24: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Pré-pessoal (motivação subconsciente) > libido freudiana, arquétipos junguianos e mitos e estruturas pré-pessoais.

Pessoais (processos mentais conscientes)> processos empíricos e racionais

Transpessoal (estruturas integrativas e místicas) > formas ideais platônicas, Atman hindu

NÍVEIS E ESTÁGIOS

Page 25: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

Matéria subatômica

Átomos e moléculas

Órgãos e sistemas

NÍVEIS E ESTÁGIOS cont.

Page 26: EPISTEMOLOGIA DA SAÚDE

Adriana Velloso - IBICT 2010

ESTADOS OU FASES