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Equilíbrio de ácido/base IMPORTÂNCIA DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE:Os fluídos biológicos são mantidos a um pH entre 7.35 e 7.45
Equilíbrio: PO2, PCO2 e [H+]
Reacções importantes:
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
Níveis anormais de ião hidrogénio – resultam em acidose ou alcalose
CONSEQUÊNCIAS DE DESEQUILÍBRIOS
Aumento Diminuição
PCO2
vasodilatação periférica dor de cabeça tremor, coma (sintomas finais)
parastesia caimbras musculares tetanio
PO2
fibrose pulmonar e da retina (apenas no tratamento prolongado com O2)
cianose confusão e coma hipotensão pulmonar
[H+]
hiperventilação hipercalémia diminuição contração miocárdio depressão SNC
hiperventilação parastesia caimbras musculares tetanio coma
Equilíbrio de ácido/base 1 – Regeneração dos iões bicarbonato
- filtrado no glomérulo
- combina-se com os iões H+ dando origem ao ácido carbónico que dá origem a CO2 e água.
- o CO2 difunde para as células do tubulo proximal onde é convertido a ácido carbónico que dá origem a H+ e iões bicarbonato.
Glomérulo Sangue
Na+ HCO3-
Na+
HCO3-H+
H2CO3
H2OCO2
Lumen do tubulo renal
Células dotubulo renal
HCO3- H+
H2CO3
H2O CO2
HCO3-
Na+Na+
Fluídointersticial
Equilíbrio de ácido/base 2 – Excreção de ácidos metabólicos
- reacção com o monohidrogenofosfato: os iões fosfato são filtrados pelo glomérulo e podem existir no fluído tubular sob a forma de NaH2PO4
Na2HPO4 + H+ NaH2PO4 + Na+ - reacção com o amoníaco: o amoníaco não é filtrado pelo glomérulo
glutamina ácido glutâmico + NH3
NH3 + H+ + NaCl NH4Cl + Na+
Glomérulo Sangue
HPO42-
HPO42-H+
H2PO4-
NH4+
Lumen do túbulo renal
Células dotúbulo renal
HCO3-
H2CO3
HCO3-
Na+
Fluídointersticial
H+
NH3NH3
H+
Na+Na+
CO2H2O
Tanto a hipercalcemia e hipercalemia inibem a excreção renal de amónio
Equilíbrio de ácido/base – Transporte do CO2
- Nos GV, o metabolismo é anaeróbio, logo é produzido pouca quantidade de CO2 o CO2 entra a hemoglobina serve de tampão aos iões H+
(maior poder tampão quando desoxigenada, o que acontece durante a passagem pelos tecidos). Há difusão de bicarbonato.
- Nos pulmões, ocorre o processo reverso devido à baixa pressão de CO2
nos capilares dos alvéolos. O CO2 é produzido a partir do bicarbonato e difunde para os alvéolos para ser excretado pela respiração.
É o acontece a nível dos tecidos
CO2 O2
H+CO2 + H2O
Cl-
HCO3-
Hemoglobina(HHb)
Anidrase carbónica
Membrana plasmática do eritrócito
H2CO3HCO3
-
Equilíbrio de ácido/base – Determinação laboratorial de parâmetros ácido/base
DETERMINAÇÃO: medida da concentração do ião H+ ([H+]) em sangue arterial, contendo como anticoagulante a heparina. determinação do PCO2
determinação do PO2
COLHEITA DA AMOSTRA: retirar o ar da seringa e se possível realizar imediatamente a análise. se tiver de ser transportada tapar a ponta, fechar num saco de plástico e
colocar no gelo.
INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA:
• eléctrodos selectivos de ião.
• Serve de base à determinação de bicarbonato (não é o mesmo que o bicarbonato – CO2 total – determinado por autoanalisadores)
Valores de referência (sangue arterial) :Ião hidrogénio – 35-46 nmol/L (pH 7,36-7,44)PO2 – 85-105 mmHgPCO2 – 35-46 mmHgBicarbonato total (CO2) – 22-30 mmol/L
100HCO
PCOkH
3
2
Equilíbrio de ácido/base – Distúrbios ácido/base
ACIDOSE NÃO-RESPIRATÓRIA (METABÓLICA): Directamente:- aumento da produção (ex.: cetoacidose diabética) ou diminuição (ex.: falha glomerular renal, provocando uma diminuição da filtração de
sódio e fosfato) da excreção do ião hidrogénio
Indirectamente:- perda de bicarbonato
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
aumento de H+, diminuição do bicarbonato e PCO2
Alcalose respiratória
CO2, Hiperventilação (não chega para normalizar, porque é o excesso de H+ que estimula a hiperventilação)
Aumento da excreção renal (H+)
Acidose não-respiratória[H+] pH PCO2 [HCO3
-]
Equilíbrio de ácido/base – Distúrbios ácido/base
ACIDOSE RESPIRATÓRIA: ex.: obstrução do aparelho respiratório
Caracterizado por um aumento de PCO2 aumento H+ e bicarbonato
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
ALCALOSE NÃO-RESPIRATÓRIA (METABÓLICA): ex.: perda de H+ não tamponado ou administração de álcalisCaracterizado por um aumento na concentração de bicarbonato
extracelular redução da [H+] (aumento da excreção urinaria)
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
Acidose respiratóriaAguda Crónica
[H+] lig. ou NpH lig. ou NPCO2 [HCO3
-] lig.
Alcalose não-respiratória[H+] pH PCO2 [HCO3
-]
Equilíbrio de ácido/base – Distúrbios ácido/base
ALCALOSE RESPIRATÓRIA: A causa principal de alcalose respiratória é uma diminuição de PCO2
Diminuição do PCO2 diminuição H+ e bicarbonato redução da
excreção renal de H+
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
Alcalose respiratóriaAguda Crónica
[H+] lig. ou NpH lig. ou NPCO2 [HCO3
-] lig.
Equilíbrio de ácido/base – Distúrbios ácido/base
Acidose Alcalose
Não-respiratória
RespiratóriaNão-
respiratóriarespiratória
Aguda Crónica Aguda Crónica
[H+]
pH
PCO2
[HCO3-]
H+ + HCO3- H2CO3
CO2 + H2O H2CO3
Lig. ou N
Lig. ou N
Lig.
Lig. ou N
Lig. ou N
Lig.
Hidratos de Carbono (HC)GLICOSE SANGUÍNEA A concentração de glicose no sangue é rigorosamente controlada. Fontes de glicose:
carbohidratos da dieta
gluconeogenesis
glicogenolisis
HORMONAS ENVOLVIDAS NA HOMEOSTASE DA GLICOSE
mantêm as concentrações de glicose dentro dos limites normais
HORMONAS EFEITO NA GLICOSE
SANGUÍNEAPRINCIPAL MECANISMO DE ACÇÃO
Insulina Inibição da gliconeogenesis (L)
estimulação da síntese de glicogénio (L e M) estimulação do uptake de glicose (M e A)
Adrenalina estimulação da glicogenolisis (L e M)
Glucagon estimulação da glicogenolisis (L)
estimulação da gluconeogenesis (L)
Cortisol estimulação da gluconeogenesis (L)
diminuição do uptake de glicose (M e A)
Hormona de crescimento
estimulação da glicogenolisis (L)
L – fígadoM – músculoA – tecido adiposo
Hidratos de Carbono (HC) – Homeostasis da glicose sanguínea
FígadoMúsculo
Tecido adiposo
Corpos cetónicos
Ácidos gordoslivres Triglicerídeos
GlicoseI+ Energia
Glicogénio decomposição I-G+
síntese I+
GluconeogeneseI- G+
ProteínasAminoácidos
lipogeneseI+
síntese I+
decomposição I-
I- - acção inibida pela insulinaI+ - acção estimulada pela insulina
G+ - acção estimulada pelo glucagon
cetogenese I- G+
lipolise I- G+
Hidratos de Carbono (HC) – Homeostasis da glicose sanguínea
INSULINA
É um polipeptideo segregado pelas células das ilhotas de langerhans em resposta a um aumento da concentração de glicose sanguínea.
BIOSÍNTESE DA INSULINA
A hormona da tiroide também exerce influência na glicose sanguínea:
- tirosina: acção diabetogena
- tiroidectomia: inibe o desenvolvimento da diabetes
ALTERAÇÕES NA HOMEOSTASE DA GLICOSE PODEM ORIGINAR
- Hiperglicemia (Diabetes)
- Hipoglicemia
peptido-C
SS
SS
S S
proinsulina
SS
SS
S S
insulina
Síntese estimulada:- glucagina (segregado pelas células das ilhotas de langerhans)- peptideo inibidor gástrico
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus
DIABETES MELLITUS A nova classificação estabelece a existência de quatro tipos clínicos, etiologicamente distintos, de Diabetes:
I – Diabetes Tipo 1
- Resulta da destruição das células β do pâncreas, com insulinopenia absoluta, passando a insulinoterapia a ser indispensável para assegurar a sobrevivência.
- Na maioria dos casos, a destruição das células β dá-se por um mecanismo auto-imune, pelo que se passa a denominar Diabetes tipo 1 Auto-imune.
- Em alguns casos, no entanto, não se consegue documentar a existência do processo imune, passando a ser denominada por Diabetes tipo 1 Idiopática.
II – Diabetes Tipo 2
É a forma mais frequente de Diabetes, resultando da existência de insulinopenia relativa, com maior ou menor grau de insulinorresistência.
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus
DIABETES MELLITUS
III – Diabetes Gestacional
Corresponde a qualquer grau de intolerância à glucose documentado, pela primeira vez, durante a gravidez.
IV – Outros tipos específicos de Diabetes
Correspondem a situações em que a Diabetes é consequência de um processo etiopatogénico identificado, como, por exemplo, doença pancreática.
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA IDDM E NIDDM (diabetes tipo 1 e 2 descontrolado)
Tem muita fome (Polifagia) Urina muito (Poliúria) *urina doce* Desânimo, fraqueza,cansaço físico
Tem muita sede (Polidipsia)
Infecções frequentes(pele, urina e genitais)
Diabetes tipo 1 ou tipo 2 descontrolado:perda de peso
No Diabetes tipo 2: ganha peso
Lesões nas pernas ou nos pésde díficil cicatrização
Alterações visuais
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus • As complicações da diabetes aumentam com a duração da doença, sendo os responsáveis pela mortalidade e morbilidade:
•Nefropatia
•Neuropatia
•Retinopatia
•Arteriopatia
Hiperglicemia – na diabetes mellitus consiste num aumento da produção de glicose pelo fígado e em menor escala a uma
diminuição da remoção da glicose da corrente sanguínea.
RIM Nos rins a glicose filtrada pelos glomérulos é normalmente completamente reabsorvida pelos tubulos renais. No entanto, para concentrações sanguíneas superiores a 180 mg/dl
(10 mmol/L) – limite renal para a glicose – a reabsorção torna-se saturada e aparece glicose na urina.
- se um indivíduo tiver uma conc. de glicose de 200 mg/dl, tem de apresentar glicosuria
- Se tiver apenas uma alteração renal (não no metabolismo dos HC) com alteração da reabsorção de glicose, pode haver glicosuria sem apresentar uma conc. elevada no sangue.
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus
Glicosuria resulta duma diurese osmótica:
- aumento da excreção de água- subida da osmolaridade sérica estimula a sede
A diurese osmótica e a sede causam os sintomas característicos de:- poliuria - polidipsia (ingestão exagerada de líquidos)
Diabetes mellitus não tratada pode provocar alterações patológicas profundas originando:
- cetoacidose diabética- hiperglicémia não cetónica- acidose láctica
Hidratos de Carbono (HC) – Diabetes mellitus
Uptake de glicose glicogenolisis gluconeogenisis proteolise lipólise
saída da glicosehepática
hiperglicemia
glicosuria
diurese osmótica
perda de água, sódio e potássio
osmolaridadesérica
sede
hipovolémia
GFR
urémia pré-renal
aminoácidos séricos
síntese de ureia
vómito
ácidos gordos livres no soro
cetogénese
cetonémia
acidosehiperventilação
excreção renalde H+
Sequência de acontecimentos que levam a hiperglicemia e as suas consequências
Relação insulina-glucaginaestá diminuída
Hidratos de Carbono (HC) – Hipoglicemia
HIPOGLICEMIAPode verificar-se em doentes Tratados a longo prazo com agentes hipoglicemiantes Ocasionalmente (atraso na refeição após ingestão de insulina, erro na dosagem de insulina, exercício físico não habitual,...)
CAUSAS MAIS FREQUENTES: Hipoglicemia reactiva – provocada por estímulos específicos, que pode
incluir a ingestão de alimentos Induzida por drogas (insulina, sulfonilureias,...) Pós-prandial (após cirurgia gástrica, hipoglicemia reactiva
essencial,...) Induzida pelo álcool Distúrbios metabólito inerente (intolerância hereditária à
fructose,...) Hipoglicemia em jejum
Tumores produtores de insulina (insulinomas) Tumores secretores de substâncias semelhantes à insulina Doença hepática grave Doença de armazenamento de glicogénio
Hidratos de Carbono (HC) – Hipoglicemia
HIPOGLICEMIASINTOMAS: Aguda
Devido à neuroglicopenia: confusão, parastesia, convulsões, coma
Devido à estimulação simpaticomimética: palpitações, taquicardia, tremor,...
Crónica
Alterações na personalidade
Perda de memória
Psicose
Demência
Os estados de hipoglicemia aguda normalmente respondem rapidamente à administração de glicose.
Doentes com hipoglicemia crónica (insulinoma) apresentam alterações no comportamento e psicoses, estando ausentes as manifestações de hipoglicemia aguda.
Hidratos de Carbono (HC) – Glicose no L.C.R.
GLICOSE NO L.C.R.
É determinada em indivíduos em que se suspeita de meningite bacteriana
Nos casos positivos verifica-se uma diminuição da concentração da glicose devido ao metabolismo das bactérias
A concentração de glicose no L.C.R. é 60% da concentração da glicose sanguínea, sendo o resultado interpretado em função desta determinação.
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
DIAGNÓSTICO de distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono consiste basicamente no doseamento da glicose plasmática em:
- jejum- após testes de estimulação ou supressão
AMOSTRASangue venoso – amostra de eleição (soro deve ser separado das
células num intervalo de 30 minutos ou adicionar fluoreto de sódio)
Sangue capilar – crianças – valores mais elevados (semelhantes aos do sangue
arterial)
. sangue total – testes iniciais
– importantes no controlo em ambulatório – incluído um inibidor da glicólise
Quando refrigerado, a glicose é estável no soro ou plasma durante 48 horas.Em armazenamento mais prolongado, mesmo a –20ºC, os valores de glicose baixam significativamente e progressivamente.
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
Podem ser divididos em dois grupos:
Químicos – maioria baseados nas propriedades redutoras da glicose (falta de especificidade)
Enzimáticos – métodos mais específicos
Mais específico dosmétodos não enzimáticos
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSE
- maior grau de especificidade- método de referência para a det. de glicose- elevado custo-sem interferentes (habituais em outros métodos)
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSE
Fenilamina-fenazona(aceitador de O2) – reagente de Trinder
*
* reacção altamente específica** reacção menos específica (numerosas substâncias redutoras inibem a oxidação do cromogénio usado na reacção da peroxidase)
ácido ascórbico (vit.C) – origina uma diminuição dos valores
**(baixo custo)
(etanol e iodeto)
- preciso- linear- livre de interferências importantes
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSEComparação das condições de reacção para a análise de glicose
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSEDrogas que interferem com os testes laboratoriais para a determinação de glicose no soro
* Interferências importantes
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSEReacções de substâncias encontradas na urina nos testes de determinação da glicosuria:
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação laboratorial de glicose
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICOSEos valores de referência têm de ser ajustados: - Conforme o método
- Conforme a amostra Soro ou plasma: 70-110 mg/dL (3,9-6,1 mmol/L) Sangue total: 60-100 mg/dL (3,3-5,6 mmol/L) Urina
qualitativa: negativo quantitativa (24 h): 130 mg/dia (glicose)
L.C.R.: 40-80 mg/dL (2,8-4,4 mmol/L)
Hidratos de Carbono (HC) – Glicose em jejum
GLICOSE EM JEJUMOs resultados da glicose podem ser classificados em hiperglicemia e hipoglicemia.
Após um jejum noturno consideram-se como valores aceitáveis:50 – 110 mg/dL
Diagnóstico de diabetes mellitus (ver norma portuguesa) pode ser realizado pelo doseamento da glicose em jejum:- valores > 126 mg/dL (valor anormal)- se estes resultados aconteceram duas ou mais vezes, pode ser diagnosticado diabetes de acordo com o critério NDDG (National Diabetes Data Group)
Doentes com intolerância à glicose têm conc. de glicose em jejum e em testes de tolerância à glicose entre valores normais e elevados – estado inicial de história de diabetes.
Hipoglicemia:- valores de glicose em jejum abaixo de 45 mg/dL são claramente anormais - valores de glicose em jejum acima de 55 mg/dL são normalmente considerados aceitáveis- nos recém-nascidos e crianças os valores são normalmente inferiores
Hidratos de Carbono (HC) – Variação plasmática da glicose
VARIAÇÃO PLASMÁTICA DA GLICOSE:
- Em indivíduos saudáveis, a concentração plasmática de glicose varia pouco durante o dia e geralmente dentro do intervalo de 45 a 130 mg/dL
- Nos idosos saudáveis, a concentração da glicose pode atingir níveis de 180 mg/dL
- Em diabéticos tipo 2 as variações de glicose são mais bruscas, com flutuações tão elevadas como 150 mg/dL
- Níveis de glicose abaixo de 45 mg/dL não são usuais e alerta para uma futura investigação, especialmente em indivíduos sintomáticos (resposta fisiológica após refeição ou indicativo de um distúrbio metabólico dos HC)
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG): Quando os valores de glicose em jejum são inferiores a 126 mg/dL em indivíduos com suspeita de intolerância à glicose, pode ser
indicada a prova de tolerância à glicose.
Como o diabetes mellitus durante a gravidez está associado a uma maior morbilidade e mortalidade perinatal, o teste de tolerância à
glicose pode ser necessário (durante a gravidez, a glicose em jejum é normalmente inferior, mas a intolerância aumenta durante o
segundo e terceiro trimestre).
Neste teste é medida a resposta do indivíduo a uma sobrecarga de glicose, doseando os seus níveis após determinados intervalos de tempo. Estes exames foram padronizados: após quer uma sobrecarga de glicose, por via oral ou intravenosa, são determinados os valores de glicose.
Apesar do TTG ser sensível, é pouco específico (dá resultados anormais numa grande variedade de doenças, é influenciado pela dieta,...)
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) - FASE DE PREPARAÇÃO:As condições do teste têm de ser rigorosamente controladas de forma a que os dados obtidos tenham significado:
- Três dias antes do teste o indivíduo deve ter uma alimentação diária contendo pelo menos 150 mg de HC.- Dois dias adicionais são necessários se a dieta não for a indicada anteriormente.- Necessário um jejum de 12 horas antes de realizar o teste.- Só é realizável em indivíduos em ambulatório (inactividade, como a estada em cama, está associada com intolerância à glicose).
- Fumar e exercício físico não são permitidos.- Anorexia e outros condições invalidam o teste dado estarem associados a uma dieta insuficiente. - Distúrbios endócrinos como acromegalia, hipertensão ou síndroma de Cushing estão associados a intolerância à glicose. Deve ser corrigida antes de realizar o teste.- Muitos medicamentos como os salicilatos, diuréticos e anticonvulsivantes diminuem a secreção de insulina. Devem ser evitados pelo menos 3 dias antes do teste.
- Contraceptivos orais causam resistência à glicose e alteram o seu t1/2
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) - PROCEDIMENTO:
CARGA DE GLICOSE: 50 g, 75 g ou 100 g- 75 g para adultos- 1,75 g/Kg de peso corporal (até 75 g) para pediátricos - Em diabetes gestacional (ver norma Portuguesa)
- Doses mais elevadas são mais sensíveis e reprodutíveis, mas levam a mais náuseas e vómitos, que invalidam o teste.
RECOLHA DE AMOSTRAS- Glicose em jejum (linha de base) – entre 7 e as 9 A.M., após 30 minutos (pelo menos) de descanso - Ingestão da carga de glicose (durante 5 minutos), no máximo 5 minutos após a colheita da primeira amostra- Recolha de outras amostras em intervalos de tempo definidos (depende do critério usado para a interpretação) após a primeira colheita
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) – GRÁFICO DE EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE GLICOSE:
A resposta do diabético ao TTGÉ comparada com uma resposta normal- nos diabéticos, a curva da glicose está elevada e atrasada
- em respostas normais, o pico éatingido passados 30 minutose retoma a linha de base passado duas horas
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) – A CURVA DE TOLERÂNCIA À GLICOSE AJUDA NO DIAGNÓSTICO DE OUTRAS DOENÇAS
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) – CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA A DIABETES MELLITUS(avaliação dos resultados):
Consultar anexo à aula (normas Portuguesas)
DIAGNÓSTICO DE DIABETES (Plasma Venoso)I – Glicemia de jejum ≥126 mg/dl ou ≥7,0 mmol/louII– Sintomas clássicos + Glicemia ocasional ≥200 mg/dl ou ≥11,1mmol/louIII – Glicemia ≥200 mg/dl ou ≥ 11,1mmol/l, na PTGO com 75g de Glucose, às 2 horas
NOTA: Na ausência de hiperglicemia inequívoca, associada a sintomas clássicos, estes critérios devem ser confirmados num segundo tempo
TOLERÂNCIA DIMINUÍDA À GLUCOSE (TDG)Glicemia de jejum <126 mg/dl ou <7,0 mmol/l e às 2h (PTGO) ≥140 e <200 mg/dl ou ≥7,8 e <11,1 mmol/l
ANOMALIA DA GLICEMIA DE JEJUM (AGJ)Glicemia de jejum ≥110 e <126 mg/dl ou ≥6,1 e <7,0 mmol/l
Hidratos de Carbono (HC) – Teste de tolerância à glicose
TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TTG) – COMPARAÇÃO DE QUATRO CRITÉRIOS PARA A AVALIAÇÃO DO TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (ver norma Portuguesa):
Impaired glucose tolerance (tolerância à glicose alterada)
Hidratos de Carbono (HC) – Teste Glicose 2 horas pós-prandial
TESTE Glicose 2 HORAS PÓS-PRANDIALOBJECTIVO:É usado como teste de despiste e de diagnóstico da diabetes mellitus e para monitorizar os níveis de glicose (controlo).
PROCEDIMENTO:- colheita de sangue em jejum- 2 horas após:
- pequeno-almoçoou- almoço
EVOLUÇÃO:O aumento máximo na glicose plasmática a seguir a uma refeição ocorre passados 60 a 90 minutos e após 2 horas os níveis são similares aos níveis encontrados em jejum.
Nas pessoas mais idosas, contudo, a concentração de glicose após 2 horas poderá ser ligeiramente superior em relação ao jejum.
Hidratos de Carbono (HC) – Teste 2 horas pós-prandial
TESTE 2 HORAS PÓS-PRANDIALTem sido referido na literatura como o teste mais sensível no diagnóstico de diabetes.
Tem como factor limitante o facto da falta de controlo rigoroso das condições (quantidade de HC, a idade do indivíduo, infecções decorrente,...) – são responsáveis pelas diferenças na interpretação dos resultados.
Segundo a literatura o TTG (mais rigoroso) deverá ser utilizado quando os níveis de glicose 2 horas pós-prandial são superiores a 140 mg/dL (7,8 mmol/L).
Um diabético bem controlado tem sido definido como aquele tendo um valor de glicose plasmática inferior a 130 mg/dL (7,2 mmol/L)
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação de proteínas glicosiladas
DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS GLICOSILADASHEMOGLOBINA GLICOSILADA
O controlo da diabetes mellitus pela concentração da glicose plasmática reflecte alterações agudas e não alterações a longo termo.
Uma técnica mais útil para controlar a diabetes consiste em dosear hemoglobinas glicosiladas – hemoglobinas com glicose ou fosfato de glicose ligados à amina terminal de uma ou ambas as cadeias .
Embora muitas outras proteínas, como a albumina, sejam glicosiladas, as hemoglobinas glicosiladas são em número suficiente e têm um tempo de semi-vida suficientemente longo para serem usados por rotina na monitorização da glicose a longo-prazo.
A taxa de formação da hemoglobina glicosilada é proporcional à concentração de glicose no sangue.A reacção é reversível, mas uma vez formado o produto estável HbA1, ela permanecerá permanecerá no glóbulo rubro (G.R.) o tempo de vida desse mesmo glóbulo (6-8 semanas).
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação de proteínas glicosiladas
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
Quando hemolisados os G.R. humanos são sujeitos a um processo de cromatografia usando uma resina de troca-iónica.
HEMOGLOBINA A1a, A1b e A1c
que eluem antes do pico principal da hemoglobina A
Estas hemoglobinas são formadas por modificação pós-sintética da hemoglobina A, a uma baixa velocidade, directamente dependente da concentração de glicose durante o tempo de vida do G.R. (120 dias)
Hemoglobina A1c (80% da Hb A1):Indivíduos saudáveis – 3-6% do total da hemoglobina Diabéticos – pode duplicar ou triplicar (dependendo dos
níveis de hiperglicemia) Outras variantes de hemoglobina:
A1a – 1,6% da hemoglobina totalA1b – 0,8% da hemoglobina total
Hemoglobina A1
5 – 8% da hemoglobina total
surgem 3 ou mais pequenos picos
Estas hemoglobinas estão também aumentadas
nos diabéticos
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação de proteínas glicosiladas
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
Quando é doseada a fracção total (A1a, A1b e A1c) Hemoglobina A1 ou A1ac
Hemoglobina A1c:- aumenta a sua síntese na falta de controlo de glicose- em diabéticos bem controlados, a sua concentração retoma os valores
do intervalo de referência- é proporcional à concentração de glicose no sangue o seu
doseamento é um bom meio de controlo a longo prazo do diabetesMÉTODOS DE DOSEAMENTO
- Electroforese (interferência da Hb F, migra igual) - Focagem isoelétrica (demorado, equipamento caro)- Ensaios radioimunológicos- Cromatografia (troca-iónica, HPLC, afinidade) - sofre interferência de
hemoglobinas anormais ou em concentrações inusuais- Colorimetria
Não existe método de referência
Métodos mais frequentemente
usados
Hidratos de Carbono (HC) – Determinação de proteínas glicosiladas
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
O teste não é válido nos indivíduos com anemia hemolítica (vida do G.R. está diminuída)
Alguns métodos sofrem a interferência de variantes da hemoglobina dando resultados falsamente elevados
OUTRAS DETERMINAÇÕES
A determinação das proteínas séricas glicosiladas poderá vir a tornar-se um índice de controlo (o tempo de vida é de 4 semanas. Mais rapidamente dá informações sobre a evolução da doença)
A concentração de frutosamina é proporcional à concentração de albumina glicosilada, podendo-se usar a sua determinação.
Hidratos de Carbono (HC) – Distúrbios em outros hidratos de carbono
DISTÚRBIOS EM OUTROS HIDRATOS DE CARBONO FRUCTOSE
1) fructosúria essencial (condição benigna) – deficiência em
fructoquinase (1)
2) intolerância hereditária à fructose (náuseas, vómitos, hipoglicemia, frutosuria após a ingestão de fructose, sucrose ou sorbitol)
– def. fructose 1 fosfato aldolase (3). Acumulação Frutose-1- phosphates que inibe a produção de glicose (-----)
3) deficiência de fructose-1,6-difosfatase (2) (impede a gliconeogenese. Produz glicose enquanto houver glicogénio)
- Alimentos: fruta, legumes,..
- Intervalo de referência: 1 – 6 mg/dL
- Valores superiores a 100 mg/dL após uma carga de fructose está associado a distúrbios no metabolismo da fructose.
inibe
Hidratos de Carbono (HC) – Distúrbios em outros hidratos de carbono
DISTÚRBIOS EM OUTROS HIDRATOS DE CARBONO GALACTOSEMIAÉ um distúrbio genético pouco frequente.Características:
- baixa conc. de glicose plasmática- incapacidade de metabolizar a galactose (existe no leite sob
a forma do dissacarídeo lactose: galactose+glucose) por falta da galactose-1-phosphate uridyl transferase
resultando na acumulação da galactose
Síndroma clássico aparece na criança aparentemente normal ao nascer mas que após ingestão de leite, desenvolve diarreia, vómitos, icterícia,..., atraso mental. Quando ocorrem as deficiências enzimáticas, a galactose não segue a sua via metabólica normal e a sua acumulação leva a uma reação que não ocorreria normalmente. Essa reação dá-se pela conversão de galactose em galactitol,
Diagnóstico precoce e tratamento imediato – previne a ocorrência de danos
irreversíveis DOENÇAS ASSOCIADAS AO ARMAZENAMENTO DE GLICOGÉNIOResulta de uma deficiência específica de enzimas envolvidas no metabolismo do glicogénio. Existem vários tipos de doença.
Consequências: acumulação de glicogénio no fígado, mas em algumas deficiências, este depósito é generalizado.
Hidratos de Carbono (HC) – Distúrbios em outros hidratos de carbono
DISTÚRBIOS EM OUTROS HIDRATOS DE CARBONO L-LACTATOO ácido láctico é um ácido forte, dissociado a pH fisiológico (L-lactato e ião hidrogénio).
Lactato é o produto final do metabolismo anaeróbio e os seus níveis estão associados com a disponibilidade de oxigénio.
Deficiência de oxigénio: o sistema citocromo está incapacitado de funcionar como um intermediário na transferência de hidrogénio para o
oxigénio molecular.Piruvato + NADH + H+ L-lactato + NAD
Lactato – acumulasse no músculo esquelético, fígado e eritrócitos. Depois difunde-se e aumentam os seus níveis na corrente
sanguínea.Situações associadas ao aumento de lactato: problemas cardíacos, perda
de sangue, exercício,...
DETERMINAÇÃO: métodos enzimáticos usando a lactato desidrogenase.
AMOSTRA: sangue arterial (preferido), sangue venoso (mais usado). Se houver degradação da glicose à aumento do piruvato.
Produto final. Na presença de oxigénioreverte a piruvato