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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VI n N o 69 n FEVEREIRO/2013 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT /sistemafiec @fieconline EQUILÍBRIO REGIONAL Desde 1939, a região Nordeste não atinge nem a metade do PIB per capita do país, segundo dados do Escritório Técnico de Estudos Econômicos (Etene). O Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo quer reverter essa situação de desequilíbrio regional

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Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno VI n No 69 n FEVEREIRO/2013

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

/sistemafiec

@fieconline

EquilíbriorEgionalDesde 1939, a região Nordeste não atinge nem a metade do PIB per capita do país, segundo dados do Escritório Técnico de Estudos Econômicos (Etene). O Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo quer reverter essa situação de desequilíbrio regional

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FEVEREIRO 2013 | No 69

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

CastanhaCRédItO-pRêmIOFIEC, Sindicaju e bancada federal cearense se movimentam para tentar derrubar o veto da Presidência que atinge diretamente os exportadores

Complexo do PecémSENAI INICIA CuRSOSCursos nas modalidades de Jovem Aprendiz e de Qualificação Profissional serão colocados à disposição em março, gratuitamente

Alexandre PereirapOSSE NO CEdEO ex-presidente do CIC, Alexandre Pereira, tomou posse em janeiro, na FIEC, como secretário do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico (Cede)

26

29

38

Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas..........15

Confraternização

SESI

Ecoindustrialismo

Tecnologias construtivas

35

40

22

32

Núcleo de inovação IEL/CE é ExEmpLOCeará, por meio do Instituto Euvaldo Lodi, é o único estado com dois projetos selecionados no âmbito dos Núcleos Empresariais de Inovação

Elaboração de projetosSENAI mONtA ESCRItóRIOSENAI/CE vai atuar na elaboração de projetos de inovação mediante a criação de um escritório para auxiliar as empresas

10

12

ALmOçO COm A ImpRENSAPresidente Roberto Macêdo apresenta balanço de 2012 e aponta perspectivas da indústria para este ano em encontro com jornalistas cearenses

EduCAR pARA CRESCERPlano de Ação da CNI prevê para este ano a mudança de metodologia de ensino do SESI, com vistas a aumentar a competitividade da indústria

RESpONSAbILIdAdE SOCIOAmbIENtALProposta visa desenvolver iniciativas sustentáveis, via negócios lucrativos, com a participação da comunidade do entorno das empresas

FutuRO dA CONStRuçãOPainel reúne personalidades da indústria e da academia para pensar o escopo do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas

União pelo NordesteO Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo pretende reunir setores público e privado em torno de discussões que resultarão em plano de ações pelo crescimento da região

18CAPA

Certificação digitalRApIdEz E pRECISãOUm balcão de atendimento fruto de parceria entre o CIN e a Fecomércio vai oferecer tecnologia e confidencialidade

16

Crescer sozinho é mais difícil. Por isso o Sistema FIEC está ao lado da indústria e estimula o associativismo em todo o Ceará. Mantido e administrado pela indústria cearense, o Sistema FIEC, por meio das entidades SESI, SENAI, IEL, CIN, INDI e FIRESO, proporciona às empresas apoio em áreas como educação proossional, inovação, comércio exterior, responsabilidade social e valorização da qualidade de vida do trabalhador.

www.soec.org.br

O CEARÁ CONTA COM O SISTEMA FIEC PARA CRESCER.

3Fevereiro de 2013 | RevistadaFIEC |

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Revista da FIEC. – Ano 6, n 69 (fev. 2013) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís

Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-

2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Federação das Indústrias do Estado do Ceará — FIECDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira

Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa

Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros. CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI

Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

Serviço Social da Indústria — SESICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro, Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo

do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo

Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes

da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes

Instituto Euvaldo Lodi — IELDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Instituto de desenvolvimento Industrial – INdIPresidente Roberto Proença de Macêdo – Diretor Corporativo Carlos Matos

Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESOPresidente Roberto Proença de Macêdo – Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar

MensagemdaPresidênciaRoberto proença de macêdo

Por onde tenho andado e em conversas que tenho tido com pessoas que buscam caminhos para o desenvolvimento do nosso país, percebo o início de uma nova maneira de encarar esse desafio. Em vários lugares do Brasil, vez ou outra, noto manifestações da per-cepção de que sem o desenvolvimento integrado de todas as regiões brasileiras não haverá desenvolvimento nacional equilibrado. O Brasil começa a olhar o seu desenvolvimento, atentando para as particularidades das suas regiões. A novidade é que, indepen-dente de onde se esteja, o ângulo de observação passa a captar o país, compreendido no conjunto das interações entre suas regiões. Imagino como será rico quando os olhares se entrecruzarem em todas as direções, do regional para o regional, do regional para o nacional e do nacional para o regional. Na CNI, em nossas discussões sobre a necessidade de aumento da competitivida-de nacional, vai-se compreendendo cada vez mais que ela requer o equilíbrio entre as diversas regiões brasileiras. Alegra-me constatar que nós industriais estamos avan-çando na forma de encarar os nossos desa-fios com uma ótica nacional que contemple o regional em todas as suas diversidades. Por iniciativa do presidente Robson An-drade, a CNI contratou um estudo sobre os problemas de logística das diversas regiões do Brasil, que qualifica e quantifica os recursos necessários para os investimentos, consi-derados prioritários para a utilização das potencialidades e voca-ções de cada uma. Esse estudo, realizado pela empresa Macrologís-tica e que contou com a participação das nossas 27 federações, foi apresentado nas cinco regiões, culminando com um encontro, dia 30/10/2012, em Brasília, no qual estiveram presentes ministros, se-cretários de estado, deputados e senadores e convidados de órgãos federais, além de diversas empresas e associações privadas. Na apresentação desse estudo na FIEC, entregamos ao gover-nador Cid Gomes o documento referente à nossa região, deno-minado Projeto Nordeste Competitivo. Com vistas a viabilizar os investimentos para colocar a nossa infraestrutura no nível

Desenvolvimento nacional só com equilíbrio regional

necessário para dar suporte ao nosso desenvolvimento, em uma visão de longo prazo, ele tomou a iniciativa de levar esse documento à presidente Dilma Rousseff, em reunião realizada no dia 26 deste mês. O interesse pelo desenvolvimento regional parece ganhar espa-ço também na mídia nacional. No caso do Nordeste, esse interesse tem-se revelado não apenas pela quantidade de matérias publicadas sobre o crescimento do nosso mercado de consumo, mas têm surgi-do também novas posturas em alguns órgãos de imprensa, no sen-tido de se envolverem com a temática de integração das regiões do país em uma perspectiva de desenvolvimento nacional equilibrado. Exemplo dessa nova postura foi a promoção, pela revista Car-ta Capital, do seminário Nordeste – Como Enfrentar as Dores do

Crescimento, realizado no dia 25 passado, em Recife, com a presença de empresários, acadêmicos e dos governadores Eduardo Campos, de Pernambuco, e Jaques Wag-ner, da Bahia. Por outro lado, o jornal Valor Econômico lançará na primeira quinzena de abril a revista Caminhos do Nordeste, com circulação nacional, na qual serão apresentados os resultados do Projeto Nordeste Competitivo, da CNI. Alinhado com esse pensamento, o CIC e

a FIEC, juntamente com as demais federações nordestinas e outras entidades do setor produtivo da região, em parceria com agentes de grande relevância nacional, realizarão em várias capitais bra-sileiras, até o final de agosto, quatro workshops e um seminário de consolidação de propostas factíveis do Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, buscando novos caminhos para os desafios do desenvolvimento brasileiro, apoiado na riqueza da diversidade das regiões. É mais do que tempo de o Nordeste, que há mais de sete décadas encontra-se estagnado com um PIB per capita que não passa dos 40% do PIB per capita nacional e uma participação de apenas 13% do PIB do país, quando tem 30% de sua população, fazer-se ver não como problema e, sim, como solução.

“ É mais do que tempo

de o Nordeste fazer-se

ver não como problema e, sim,

como solução.

| RevistadaFIEC | Fevereiro de 20134 5Fevereiro de 2013 | RevistadaFIEC |

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OSERVIço SoCIAl da Indústria (SESI/CE) realizará no período de 17 a 19 de abril o 2° Simpósio SESI de Temas Livres e a 4ª

Jornada de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). O simpósio é um espaço para que profissionais e gestores da área possam publicar trabalhos científicos. As inscrições para submeter trabalhos já estão disponíveis no site da FIEC (www.sfiec.org.br). Concomitante ao simpósio, será realizada a 4ª Jornada de Segurança e Saúde no Trabalho, com o tema Saúde e Segurança Integral para os Trabalhadores. As conferências e cursos previstos na programação abordarão o tema central, normas de segurança e trabalhos da mulher. Os dois eventos são promovidos pelo Centro de Estudos de Saúde e Segurança do Trabalho do SESI/CE, cujo objetivo é incentivar pesquisas na área e realizar debates sobre os temas de SST.

Notas&FatosO q u E A C O N t E C E N O S I S t E m A F I E C , N A p O L í t I C A E N A E C O N O m I A

apóstolos encerram segunda edição

INOVAçãO

Notas&FatosSAúdE E SEguRANçA NO tRAbALhO

sesi realiza eventos em abril

CONStRuçãO CIVIL

sinduscon lança caRtilha

uNIEmpRE

semináRio apResentaRá demandas

o SInDICATo da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon/CE) está lançando material para definir e apresentar indicadores ligados à sustentabilidade no setor. Trata-se da cartilha Green Building, que traz em seu conteúdo conceitos de preservação ambiental destinados aos construtores. A concepção do material foi coordenada pelo vice-presidente de Tecnologia da entidade, Eugênio Montenegro, e elaborada pelos especialistas Eduardo Cabral e Alexandre Mourão. Nela serão enumeradas práticas construtivas que possuam conceitos sustentáveis, desde a concepção e utilização dos produtos, até o seu descarte. Também constam na cartilha cases de empresas que promovem práticas construtivas atreladas à sustentabilidade, como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e o AQUA (Alta Qualidade Ambiental).

o PRoGRAMA Universidade-Empresa (Uniempre), criado para estreitar as relações entre o setor produtivo e a academia, promove nos dias 27 e 28 de março seminário dos setores da construção civil e metal-mecânico, quando deverão ser apresentadas demandas desses segmentos a representantes do meio acadêmico. A ideia da cooperação indústria e academia vem sendo amadurecida desde 2010, quando comitiva coordenada pela FIEC esteve em Israel para aprofundar as discussões sobre o tema. Como parte desse esforço, consultores da universidade de Ben-Gurion elaboraram estudo sobre a questão no estado, o qual está servindo como norte para as ações que estão sendo desenvolvidas. O setor metal-mecânico, elétrico e eletrônico foi um dos primeiros a ter um plano de inovação dentro da filosofia de trabalho do Uniempre, no começo de junho de 2011. Em janeiro deste ano, a construção civil passou também a se envolver mais diretamente com o programa.

...................................................

n JoRnAlISTAS de todo o país têm até o dia 12 de abril de 2013 para inscrever reportagens no Prêmio CNI de Jornalismo. Serão aceitos trabalhos publicados entre 1º de abril de 2012 e 31 de março de 2013, que abordem desafios e realizações do setor industrial e façam parte do documento A indústria e o Brasil – uma agenda para crescer mais e melhor. O prêmio da Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) destaca o papel da imprensa e homenageia o compromisso dos jornalistas com a agenda do desenvolvimento do país. Em sua segunda edição, o Prêmio CNI de Jornalismo 2013 distribuirá 310 000 reais. Para se inscrever, é preciso preencher a ficha disponível no site www.premiocnidejornalismo.com.br e enviá-la, com a reportagem, para a sede da CNI até o dia 12 de abril próximo. O anúncio dos finalistas ocorrerá em 5 de junho de 2013. Os premiados serão conhecidos em 25 de junho. Informações: www.premiocnidejornalismo.com.br.

F oI EnCERRADA neste mês de fevereiro a segunda edição do projeto Apóstolos da Inovação. Seis estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e seis de universidades

cearenses analisaram a viabilidade de novos negócios para que as 27 ideias de startups geradas na primeira edição tornem-se empresas. Foram estudadas as reais demandas dos setores estratégicos, como energia, eletrometal-mecânico, agronegócio, tecnologia da informação, construção civil e educação. Outras áreas também foram contempladas com novas ideias. O projeto Apóstolos da Inovação faz parte do Movimento Inova Ceará Startups. Reúne estudantes para estudar possibilidades em relação ao momento pelo qual passa o Ceará e propor novos negócios a partir da demanda do setor produtivo e da base de conhecimento instalada nos institutos de conhecimento do Ceará.

n CIn oFERECE CuRSoS DE CAPACITAção EMPRESARIAl O Centro Internacional de Negócios da FIEC está oferecendo à classe empresarial a programação do 1° semestre de sua Capacitação Empresarial em Comércio Exterior. Abordando assuntos variados, o programa tem como diferencial competitivo o foco na demanda dos empresários, bem como o alto gabarito de seus facilitadores, todos com ampla experiência profissional em suas áreas de atuação. Com base no fortalecimento do processo de internacionalização da economia cearense, o CIN tem orientado ações permanentes na ampliação da base de empresas exportadoras, na diversificação da pauta de produtos exportados e no fortalecimento das indústrias locais. A programação marca os seguintes cursos: Básico em Exportação (1° de março), Como Prospectar Novos Mercados em Comércio Exterior (22 de março), Jogos de Negócios Internacionais (5 de abril a 24 de maio), Marketing Internacional (23 de maio), Logística Aplicada ao Comércio Exterior (3 a 6 de junho) e Análise de Tributos na Importação e na Exportação (17 a 20 de junho). As inscrições encontram-se abertas no site do CIN/CE (www.fiec.org.br/cin). Mais informações pelo telefone (85) 3421 5417.

CURTAS---------------------

ENERgIAS RENOVáVEIS

all about eneRgy é lançado na FiecA 7ª EDIção do maior evento sobre energias renováveis da América Latina, All About Energy, foi lançada na FIEC no início de fevereiro. O evento, que ocorre de 11 a 13 de março no Centro de Eventos do Ceará, tem como tema central Ceará, polo de energias renováveis. O All About Energy contará com palestras, conferências, visitas técnicas, apresentação de pesquisas científicas e exposição de empresas nacionais e internacionais. Neste ano, com espaço físico ampliado, serão compartilhados experiências e histórias de sucesso no ramo de energias renováveis, know-how, estratégias, tecnologias e projetos de nível nacional e internacional. O governo do estado do Ceará é correalizador do evento, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).

>> Cartas à redação contendo

comentários ou sugestões de

reportagens podem ser enviadas para a

Assessoria de Imprensa e Relações com

a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart,

1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434.

E-mail: [email protected]

pROjEtO SEtE CumES

ROSIER ALExANdRE ESCALA mAIOR mONtANhA dA ANtáRtIdAO montanhista cearense Rosier Alexandre cumpriu no final de janeiro mais uma etapa do Projeto Sete Cumes, que consiste na escalada da maior montanha de cada continente. Desta vez ele concluiu a escalada ao Maciço Vinson (4 897 metros), na Antártida. Esta foi a sexta etapa do projeto, faltando agora, para encerrar a empreitada, conquistar o Everest (8 850), entre o Nepal e a China, na Ásia. Para executar a façanha, ele conta com o apoio do Sistema FIEC, por meio do SESI, dentre outros apoiadores, como Bspar, DCDN, EIM e Esmaltec. Para atingir o cume do Vinson, o cearense levou 14 dias. Esta expedição, segundo ele, foi uma das mais tensas, já que, além do estresse natural da partida, só foi possível comunicação por duas vezes durante o trajeto. Conforme o montanhista, o clima antártico esteve abaixo de 40 graus Celsius e apresentava fortes ventos, o que tornou a escalada extremamente difícil. Para escalar o Everest, terá 14 meses para intensificar a preparação.

AGENDA

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Estado é o único que seleciona dois projetos no âmbito dos Núcleos Empresariais de Inovação e irá atender a cerca de cem

empresas até o final de 2013

Ceará é exemplo A té o final de 2013, cerca de cem micro e pequenas empresas terão participado do pacote de ações desenvolvidas pelo Núcleo

Empresarial pela Inovação (NEI) no Ceará nos projetos selecionados mediante editais gerados nacionalmente. Os NEIs fazem parte do Movi-mento Empresarial pela Inovação (MEI), surgido em 2009 no âmbito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae) e a participação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Servi-ço Social da Indústria (SESI), visa elevar a compe-titividade da indústria por meio da elaboração de planos de inovação nas MPEs. Ao mesmo tem-po, procura incutir nessas unidades produtivas a importância de assumirem seus papéis de pro-tagonistas na agenda de inovação. Dentre outros objetivos, a ideia é tornar a inovação prioridade estratégica das empresas, independentemente do porte ou setor de atividade.

Com o MEI, as empresas assumem o pro-tagonismo na agenda de inovação do país, fato central para o desenvolvimento e para elevar o dinamismo e a competitividade das indústrias brasileiras na economia global. Para que isso se efetivasse, porém, vislumbrou-se a necessidade de polos estaduais que fortalecessem essa mobi-lização, daí surgindo os Núcleos de Inovação, em nosso estado NEI/Ceará. A parceria CNI/Sebrae prevê o valor de 48,6 milhões de reais (até o final de 2013) para fomentar a inovação nas micro e pequenas empresas. O convênio tem a intenção de sensibilizar pelo menos 18 000 micro e pe-quenas empresas no país para a importância da inovação. Além disso, deverão ser implantados 3 000 planos de inovação nas empresas e forne-cida assessoria na busca de recursos de fundos setoriais para 2 400 empresas.

O acordo prevê seis eixos: eventos de sensi-bilização e motivação, cursos de capacitação em gestão, planos de inovação, suporte à adoção da estratégia, consultorias para elaboração de pro-jetos à análise de órgãos de fomento e avaliação e monitoramento de resultados. No Ceará, pelo Sistema FIEC, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) coordena o trabalho, sendo o único estado no país atualmente com mais de um projeto sele-cionado. Explica a coordenadora do NEI no Ceará, Adriana Kellen, que inicialmente ficou definido que cada estado ficaria com um proje-to, selecionado por meio de edital. “No primeiro, nem todos conseguiram aprovar projetos, o que resultou na abertura de um segundo edital, do

Queremos que o empresariado

cearense amplie seu investimento em inovação, entendendo-a como estratégia de negócio de sua empresa.

Vera Ilka Meireles Sales, superintendente do IEL/CE

“ “

Núcleo Empresarial pela Inovação

qual o Ceará também participou com êxito.”Dos dois projetos cearenses, um está sendo

realizado especificamente na região do Cariri e envolve diversos segmentos econômicos. O outro prioriza os setores eletrometal-mecânico, pré--moldados, tecnologia da informação, confec-ções, móveis e alimentos. “A iniciativa cearense também se destaca nacionalmente porque utiliza metodologia própria na condução do processo”, aponta Adriana Kellen. Nesse aspecto, os eixos de atuação desenvolvidos nos projetos adotam desde eventos de sensibilização e mobilização dos em-presários, a cursos de capacitação e gestão estraté-gica, finalizando com a realização de consultorias individuais para que as empresas elaborem desde planos de gestão a projetos de inovação.

De acordo com Adriana, a importância do NEI é explicada pelo fato de que é preciso criar uma ambiência de inovação nas empresas. “Antes do início das atividades, o IEL realizou questioná-rio com as empresas interessadas, detectando que muitas já praticaram a inovação em suas unida-des. Mas não de maneira sistemática.” Ela alerta: “Apenas isso não adianta. Aqui no Ceará há em-presas que inovam, mas na maioria sem sistema-tização ou ambiência inovativa".

A ideia do NEI, nesse sentido, diz a superinten-dente do IEL/CE e gestora do NEI/Ceará, Vera Ilka Meireles Sales, é que as empresas entendam que a questão da inovação precisa ser tratada como es-tratégia de negócio: "Queremos que o empresaria-do cearense amplie seu investimento em inovação, entendendo-a como estratégia de negócio de sua empresa para incrementar sua competitividade".

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Alysson Amorim: “O desafio é grande, mas nosso objetivo é trazer o máximo de recursos para fomentar a inovação no Ceará”

A inovação é considerada hoje fator de incremento dos negócios e de aumento da competitividade de uma cadeia produtiva

SENAI/CE montaescritório de projetos

A inovação é um fator que pode incrementar os negó-cios e aumentar a competitividade de toda uma cadeia produtiva. Especialistas apontam três elementos prin-

cipais que devem ser observados no negócio como oportu-nidade para inovar: o mercado, a equipe e o produto, nessa ordem. Mas inovar custa dinheiro. Como obtê-lo? Diversas instituições oferecem recursos na forma de editais de fo-mento a empresas que tenham interesse em inovar e apon-tem, na forma de projetos, como irão fazer isso.

Os editais são colocados à disposição, o recurso é desti-nado, mas os projetos não são aprovados por falta de quali-dade ou porque não se adequam às exigências da instituição de fomento. É o que afirma Fernando de Melo Nunes Ribei-ro, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), entidade componente do Sistema

ação compartilhada com o Serviço Social da In-dústria (SESI), o Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidades do Sistema FIEC.

O escritório acompanhará as três fases de um edital de fomento à inovação, tecnologia e desenvolvimento: planejamento, execução e pós-projeto. Na fase de planejamento, o SENAI apoiará a empresa desde a triagem de ideias, até a elaboração do projeto, passando pela concep-ção do modelo de negócio. Caso seja aprovado, a execução terá consultoria e acompanhamen-to do avanço físico do projeto, bem como do tratamento dos desvios, controle de despesas e prestação de contas. Após a execução, a fase de pós-projeto, cujo acompanhamento e assessoria também são ofertados pelo novo escritório do SENAI, envolve a adequação da linha de produ-ção ao novo produto/serviço desenvolvido com os recursos do edital, comercialização e trans-ferência de tecnologia (escolha do empresário). “O desafio é grande, mas nosso objetivo é trazer o máximo de recursos para fomentar a inovação no Ceará”, afirma o gerente de Inovação e Tec-nologia do SENAI, Alysson Amorim.

O SENAI/CE já conta com experiência em editais de fomento. Em 2012, prestou consulto-ria para empresas interessadas em enviar pro-postas para o Edital SESI SENAI de Inovação, que colocou à disposição 27,5 milhões de reais em recursos para empresas de todo o Brasil. Das empresas assessoradas, 18 enviaram projetos e cinco deles foram aprovados.

Outra experiência de sucesso do SENAI/CE na área de editais foi a realização de um even-to da Empresa Brasileira de Pesquisa e Ino-vação Industrial (Embrapii), com o objetivo de captar propostas para apoio a projetos de inovação tecnológica que compreendam o de-senvolvimento de produtos e/ou processos da área de automação ou manufatura, em parceria com empresas do setor industrial. No evento, foram negociadas 14 propostas e quatro foram aprovadas para a fase de contratação. Todos os projetos aprovados por meio do SENAI somam quase 3 milhões de reais em recursos destina-dos a pesquisa e inovação em empresas cearen-ses. “Um dos indicadores de desempenho do SENAI consiste nos editais de fomento. Nos-so esforço busca uma maior organização para aumentar o percentual de projetos aprovados”, garante Alysson Amorim.

O escritório iniciou o processo de prospec-ção de projetos em empresas industriais cearen-

FIEC. Esse é apenas o primeiro problema enfrentado pe-las empresas, garante ele, que aponta dificuldades também para acompanhamento dos projetos e elaboração do rela-tório final. “Essas três atividades são consideradas pontos críticos para as empresas.” A fim de auxiliá-las nessa área, o SENAI/CE montou um escritório de projetos.

O escritório oferece serviços de negociação e seleção de propostas de projetos, elaboração de projetos e planos de negócios, acompanhamento dos aprovados, prepara-ção da prestação de contas e relatório final e assessoria em propriedade intelectual e contratos de transferência de tecnologias. A execução dos serviços ficará a cargo, principalmente, de consultores do SENAI, mas também poderão ser feitas parcerias com consultorias e univer-sidades, de acordo com a demanda. Também haverá

ses. “Fazemos inicialmente o trabalho de iden-tificação de oportunidades, ideias ou pontos de melhorias nas empresas que possam vir a tornar-se alvo de projetos para serem submeti-dos”, garante o gerente. Ele diz que alguns sin-dicatos filiados à FIEC já estão procurando o escritório. “Nesses meses de fevereiro e março estaremos fazendo um trabalho nos sindica-tos”, diz, lembrando que alguns editais já estão com data marcada de lançamento.

Como desafios, Alysson Amorim apon-ta as contrapartidas que os editais exigiam das empresas, mas garante que as institui-ções têm afirmado que vão facilitar as con-dições de participação delas. Em alguns ca-sos, exemplifica, os editais exigiam que fosse depositado um valor em uma conta bancária específica para o desenvolvimento do proje-to. “Isso é inviável porque é capital de giro perdido. Inviabiliza a participação de micro e pequenas empresas, por exemplo.” Segundo o executivo, esse é o motivo de muitos recur-sos não serem utilizados pelas instituições de fomento porque não conseguem aprovar pro-jetos com tais exigências.

Para ter sucesso na aprovação de projetos em editais, Alysson Amorim mostra a varie-dade de propostas com reais chances de desen-volvimento: “As empresas precisam ter uma carteira de projetos robusta para submetê-los aos órgãos de fomento”.

Inovação

ServiçoESCRITóRIO DE PROJETOS DO SENAI/CEInformações: Alysson Amorim – 85 3421 5945 / [email protected].

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InovaçoesDescobertas&

TAPETE APRoVEITA PISADAS PARA GERAR EnERGIA

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está patrocinando a construção do primeiro carro elétrico nacional. O veículo tem um diferencial em relação aos demais: funciona com uma bateria de sódio (mais conhecido como sal de cozinha). O desenvolvimento da bateria é 100% brasileiro, enquanto o do carro elétrico é uma parceria entre empresas nacionais e estrangeiras, capitaneada pela Itaipu. A bateria de sódio pesa apenas um terço da bateria de chumbo tradicional. Segundo os engenheiros, ela é mais adequada ao clima dos trópicos e pode também ser usada em sistemas de armazenamento de energia gerados por fontes renováveis, como energia solar e energia eólica. “Optamos por uma matéria-prima que estivesse presente em abundância em todos os lugares. A fonte do sódio nada mais é do que sal de cozinha. As baterias de lítio ou chumbo são muito agressivas à natureza”, explica o engenheiro Celso Novais, coordenador do projeto. A primeira fase do projeto deve ser finalizada em 2014.

Dawei Wang e Liang-Shih Fan, cientistas da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, criaram uma solução que promete minimizar radicalmente os efeitos da queima de carvão. Apontado por especialistas como capaz de superar o petróleo na matriz energética global na próxima década, o carvão é também considerado um vilão porque produz muito dióxido de carbono durante sua combustão. Para resolver o problema, os cientistas descobriram uma forma de liberar o calor sem queima. “Nós controlamos cuidadosamente a reação química de forma que o carvão nunca queima; ele é consumido quimicamente, e o dióxido de carbono fica inteiramente contido dentro do reator", esclarece Dawei Wang. A tecnologia foi testada por cerca de 200 horas em um protótipo de reator. O carvão gerou o calor esperado, ao mesmo tempo que 99% do dióxido de carbono produzido foi capturado. O CO2 é separado e pode ser reciclado ou sequestrado, enquanto a energia termal pode ser usada para produzir eletricidade ou alimentar caldeiras industriais. A chave para a tecnologia é o uso de esferas metálicas muito pequenas para transportar oxigênio para o combustível que inicia a reação química. Segundo os pesquisadores, o processo está pronto para ser testado em larga escala.

REVESTIMEnTo quE não MolhA REPElE ATé áCIDo

Você já deve ter ouvido falar em tecidos à prova d'água. Não é nenhuma novidade. Mas que tal um tecido que seja à prova de tinta, molhos e até ácido concentrado? Essa foi a inovação apresentada por Shuaijun Pan e seus colegas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Na verdade, o material repele cerca de cem líquidos diferentes, entre soluções poliméricas, solventes, óleos, alcoóis com tensão superficial extremamente baixa, e até ácidos e bases concentrados. Segundo os cientistas, o produto abre a possibilidade de usar o revestimento para fabricar roupas de proteção para trabalhadores, além dos verdadeiros tecidos antimanchas. Outra utilidade é o revestimento de materiais sujeitos a elevada corrosão, como o casco de navios. O revestimento é formado por nanopartículas do

polímero PDMS (polidimetilsiloxano) misturadas a um material hidrofóbico composto de carbono, flúor, silício e oxigênio. O composto, inicialmente líquido, solidifica-se nos poros do material a ser protegido, formando uma textura em nanoescala que impede que os líquidos se espalhem.

Cientistas do Reino Unido criaram um sistema de geração de energia movido pelos passos das pessoas. Batizado de Pavegen, o dispositivo gera eletricidade a partir do momento que os pedestres pisam nos tapetes dispostos em vias públicas. O produto é feito de borracha e acumula a força cinética obtida no impacto das pisadas. Quando o sistema concentra a quantidade de energia necessária, uma lâmpada de LED é acesa no próprio tapete, indicando que a eletricidade produzida já pode ser usada. De acordo com o inventor, Laurence Kemball-Cook, a energia gerada é transmitida para os sistemas elétricos das próprias vias públicas, como postes de iluminação, semáforos e letreiros luminosos. O cientista afirma que o sistema dispensa a intervenção humana nos processos de transmissão e distribuição de energia. A carga elétrica concentrada no Pavegen também pode ficar armazenada em uma bateria de lítio e ter diferentes aplicações, como em shows e eventos sustentáveis.

CARRo EléTRICo bRASIlEIRo uSARá bATERIA DE SóDIo

CARVão PRoDuz CAloR SEM CoMbuSTão E SEM

EMITIR Co2

Oportunidades para captação de recursos em 2013

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃOEntidade coordenadora: SENAI/DN e SESI/DNAbrangência: nacionalPúblico-alvo: empresas industriais de todos os portesorçamento: 30 milhões de reais (105 projetos)orçamento por projeto: até 400 000 reaisLançamento previsto para 23/4; coloca à disposição bolsistas CNPq/DTI; Contrapartida facilitada EDITAL TECNOVAEntidade coordenadora: Finep/SeciteceAbrangência: estadualPúblico-alvo: micro e pequenas empresasorçamento: 13,5 milhões de reais (27 projetos)orçamento por projeto: 400 000 a 600 000 reaisSistema FIEC participa da gestão; previsão de contrapartida facilitada EDITAL PAPPEEntidade coordenadora: Finep/FuncapAbrangência: estadualPúblico-alvo: micro e pequenas empresasorçamento: 6 milhões de reais (20 projetos)orçamento por projeto: entre 300 000 e 400 000 reaisPrevisão de lançamento em fevereiro; previsão de contrapartida facilitada

EMBRAPIIEntidade coordenadora: MCTI/SENAI-BAAbrangência: nacionalPúblico-alvo: empresas industriais de todos os portesorçamento: 30 milhões de reaisorçamento por projeto: até 600 000 reais por empresaPouca burocracia na aprovação; comprovação da contrapartida facilitada SEBRAETECEntidade coordenadora: SebraeAbrangência: estadualPúblico-alvo: micro e pequenas empresasorçamento por projeto: até 10 000 reais por empresaPermite associação de empresas; aplicável para inovações tecnológicas incrementais e com alto grau de replicabilidade

15Fevereiro de 2013 | RevistadaFIEC |

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O Centro Internacional de Negócios (CIN) conta com um novo balcão de atendimento para emissão de certifica-

do digital, resultado de uma parceria entre a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e a Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio). O atendimento ocorre às terças e quintas-feiras.

Com a popularização da internet, indiví-duos, empresas, governos e outras entidades podem realizar uma série de procedimentos e transações de maneira rápida e precisa. Negó-cios são fechados, documentos emitidos e re-cebidos, informações sigilosas são acessadas e

colocadas à disposição por meio virtual. Para garantir que as informações e operações reali-zadas nesse meio sejam confiáveis e seguras, foi criada a certificação digital.

Na essência, a certificação é um tipo de tecnologia de identificação que permite que transações eletrônicas de diversos tipos sejam realizadas com integridade, autenticidade e con-fidencialidade, de forma a evitar adulterações e ou capturas de informações.

No cerne da certificação digital está o certifi-cado digital, um documento eletrônico que con-tém nome da pessoa ou entidade a ser associada à chave pública, um número público exclusivo

Novo balcão de atendimento do CIN, fruto de parceria com a Fecomércio, oferece tecnologia que confere integridade, autenticidade e confidencialidade às transações de empresas

Rápida e precisaCertificação digital

chamado chave pública, período de validade do certificado, nome e assinatura da entidade que assinou o certificado e um número de série.

Os benefícios para cidadãos e empresas que adotam essa tecnologia são diversos. Com o certificado é possível utilizar a internet como meio de comunicação alternativo para a ofer-ta de diversos serviços com maior agilidade, facilidade de acesso e redução de custos. Tam-bém é possível desburocratizar processos e dar validade jurídica a documentos eletrôni-cos. No Brasil, a Receita Federal, instituições financeiras e contábeis, Poder Judiciário e en-tidades de saúde e educação utilizam e solici-tam certificação digital.

Os certificados digitais, para que possam ser aceitos e utilizados, precisam ser emitidos por entidades apropriadas, denominadas Autorida-des Certificadoras (AC), que têm a função de associar uma identidade a uma chave e “inserir” esses dados em um certificado digital. A docu-mentação necessária e o preço variam de acordo com a natureza jurídica do emissor.

A Fecomércio é a entidade que representa a Certisign, autoridade certificadora que está emitindo os certificados digitais. A Certisign é líder em certificação digital, pioneira nessa atividade no país há 16 anos. Foi a terceira autoridade certificadora a entrar em operação no mundo e a primeira da América Latina.

Os interessados em emitir certificados digitais precisam acessar o site da Certisign (www.certisign.com.br) ou clicar no banner localizado no site do CIN, comprar o certi-ficado e recebê-lo no balcão de atendimento localizado no CIN.

ServiçoBalcão de emissão de certificado

digital do CIN/CE

Informações: (85) 3421 5420

http://www.certisign.com.bres

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O Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo reunirá poder público e setor privado em torno de dados, análises e discussões que resultarão em um plano de ações pelo desenvolvimento da região

Fórum prega união pelo Nordeste

Com o objetivo audacioso de discutir e elaborar um plano estratégico de ação que possa desenvolver o Nordeste bra-

sileiro, o Centro Industrial do Ceará (CIC) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) estão organizando o Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, a ser realizado entre os dias 27 e 29 de agosto de 2013, em Fortaleza.

Desenvolvimento regional

O caminho do desenvolvimento econômi-co do Brasil mostra que o Nordeste perdeu parte de sua importância econômica a partir do advento da mineração no país, que trans-feriu para a região Sudeste a centralidade eco-nômica e o centro administrativo, até então localizado em Salvador. De lá para cá, entre períodos de muitas, poucas e nenhuma ação para lidar com as desigualdades regionais, o

CAMILA GADELHA

Nordeste continua padecendo de males já co-nhecidos há muitos anos. Desde 1939, a região não atinge sequer a metade do PIB per capita nacional, segundo dados do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Os motivos ao longo dos anos para esse fato são a estreiteza do mercado interno e a mão de obra pouco qualificada e remunerada, dentre outros. Diz o economista e consultor Cláu-dio Ferreira Lima: “As desigualdades foram se cristalizando e as outras regiões do país partiram na frente e o Nordeste passou a ser um mercado cativo da região Sudeste. De São Paulo, principalmente”.

O fórum discutirá, em profundidade, os rumos para o desenvolvimento do Nordeste e do Brasil. Prevê a participação dos governos dos estados do Nordeste, da bancada federal da região, entidades representativas nacio-nais do comércio, da indústria, da agricultu-ra, universidades e pensadores do desenvol-vimento regional.

A ideia nasceu de uma reunião realizada en-tre a FIEC e o CIC visando discutir uma medi-da provisória relativa a aportes de recursos para o Nordeste. Na ocasião, conta o vice-presidente

da FIEC, Carlos Prado, Cláudio Ferreira Lima trazia um livro de sua autoria no qual estavam registrados os anais do seminário O Nordes-te no país: Avaliação e Perspectivas, realizado pelo CIC em 1981, quando Amarílio Macêdo era presidente. O evento reuniu governadores, parlamentares, ministros e discutiu, sobretu-do, as desigualdades da região e propôs ações que repercutiram em todo o país. “Movidos pela indignação da posição histórica e ainda

O fórum irá mostrar as

condições para o Nordeste negociar – não pedir – com as outras regiões brasileiras.

Carlos Prado, vice-presidente da FIEC

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atual do Nordeste, nós decidimos organizar um outro seminário para reunir informações, estudos, dados e nos apropriarmos disso, a fim de construir uma agenda do que a região tem de bom para fugirmos dessa situação de pires na mão e negociarmos uma nova rela-ção com o resto do Brasil. O fórum irá mos-trar as condições para o Nordeste negociar – não pedir – com as outras regiões brasilei-ras”, conta Carlos Prado.

O cenário em 1981 era de declínio da Supe-rintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), criada em 1959, e das políticas de planejamento regional, como explica Cláudio Ferreira. Alguns anos depois, a Constituinte de

1987-1988 trouxe avanços significativos para as políticas regionais de desenvolvimento ao afir-mar em seus princípios fundamentais reduzir as desigualdades regionais, elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social e trazer artigos específicos relativos ao semiárido nordestino. Entretanto, o Nordeste ganha mas não leva, segundo o economista. “A Constituição não é obedecida.”

Os anos da década de 90 pouco trouxeram de iniciativas relevantes de combate às desi-gualdades. “Com a inflação e a instalação da nova moeda, a questão regional fica em segun-do plano. Extingue-se o planejamento regional e deteriora-se o aparato institucional regional”, resgata Cláudio Ferreira. Em 2001, a Sudene foi extinta. Os próximos anos foram de frus-tração de expectativas positivas com o governo Lula em relação às questões regionais, lembra o economista. Em 2007, o órgão foi recriado, mas sem capacidade para atuar. A reação à cri-se mundial, a partir de 2008, rouba a cena, na avaliação do economista, no entanto aponta o caminho do mercado interno. Em 2010, o país continuava sem projeto de desenvolvimento e contava apenas com ações governamentais.

A realização das eleições presidenciais e de senadores e deputados federais e estaduais no próximo ano irá retomar o debate em torno dos estados e do país. “O Nordeste muda, mas con-tinua igual. Em tempos de ciência e tecnologia, aqui ainda se convive com carro pipa”, analisa Cláudio Ferreira. Nesse contexto, ele acredita que é oportuno promover o fórum agora.

O presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, afirma que as articulações estão sendo feitas para que todos os estados nordestinos par-ticipem ativamente: “Estamos sendo cuidadosos nas articulações para que possamos agregar todos os estados nordestinos em torno desse projeto, que não é do CIC ou da FIEC. É um projeto para o Brasil ser mais igual a partir do Nordeste”. O governador do Ceará, Cid Gomes, participa ati-vamente da organização do evento. Para apresen-tar o fórum ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o governador tomou parte de uma reunião no dia 19 de fevereiro, em Brasília, acompanhado de Nicolle Barbosa, Carlos Prado e Cláudio Ferreira Lima.

O engajamento do poder público é fun-damental, acredita o economista Firmo de Castro. “É um projeto legitimado pelo setor privado, mas que contará com a estrutura do setor público. A região não é uma instância de poder formal. Para que possa se expressar politicamente, a adesão do poder público é essencial. É importante que essa ação tenha começo, meio e fim”, diz referindo-se ao fato de a organização partir do setor empresarial, mas estar articulada com o poder público, a fim de que as proposições resultantes do fó-rum possam ser operacionalizadas. Para o di-retor de Ciência e Tecnologia da FIEC, Lima Matos, é preciso também união por parte dos nordestinos. “O Brasil precisa perceber que é preciso planejamento. Temos de saber as nos-sas deficiências e nos unirmos. O Nordeste é a solução para o Brasil.”

A meta síntese do fórum é que, em 20 anos, o Nordeste atinja 70% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. A comissão de planejamento está partindo de quatro pre-missas básicas para a construção da programa-ção e para nortear as discussões que ocorrerão no fórum: localização estratégica do Nordeste, redução das desigualdades regionais por meio da integração econômica, as lições da União Europeia e o Nordeste não como solução à parte, mas como parte da solução.

Com a metodologia inovadora de reunir base de dados, informações e análises e rea-lizar workshops durante o primeiro semes-tre, pretende-se centralizar as discussões em torno da situação atual e das transformações recentes locais e globais, valorizar a visão externa e levar em consideração os aspectos político-institucionais e estratégicos do de-senvolvimento. O fórum terá como assuntos dos painéis principais a reorientação da eco-nomia, infraestrutura, transformação social, urbana e ambiental, educação, ciência, inova-ção e cultura, questão político-institucional e estratégia de desenvolvimento. Haverá ainda exposição em estandes de empresas e institui-ções. Tudo isso resultará em um plano estraté-gico de ações operacionáveis.

O evento conta com apoio institucional da Câmara dos Deputados/bancada NE; União Na-cional dos Legisladores e Legislativos Estaduais

(Unale), Sudene, Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs) e Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae). Tem o apoio técnico e acadêmico de diversas universidades e organismos federais (nacionais e regionais) e patrocínio de governos estaduais da região, BNB, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras instituições públicas e privadas. A comissão de planejamento e coordenação do evento é composta por Nicolle Barbosa, Carlos Prado e pelos economistas Lima Matos, Firmo de Castro e Cláudio Ferreira Lima.

O fórum é um projeto

legitimado pelo setor privado, mas que contará com a estrutura do setor público.

O Nordeste muda, mas continua

igual. Em tempos de ciência e tecnologia, aqui ainda se convive com carro pipa.

Firmo de Castro, economista

Cláudio Ferreira Lima, economista e consultor

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Cid Gomes e Fernando Bezerra, durante a

reunião que tratou do fórum, em Brasília

Lima Matos: “O Brasil precisa perceber que é preciso planejamento. Temos de saber as nossas deficiências e nos unirmos. O Nordeste é a solução para o Brasil”

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A ideia é desenvolver iniciativas para buscar o desenvolvimento sustentável por meio de negócios lucrativos, que contem com a participação da comunidade residente no entorno no qual estão localizadas as empresas

Ecoindustrialismo na empresa

Responsabilidade socioambiental

As organizações indus-triais são obrigadas a lidar quase diaria-

mente com fatores relacio-nados a problemas sociais e ambientais, pobreza do trabalhador e de seus de-pendentes e o aumento dos custos da empresa indus-trial. Essas são situações que cada vez mais interfe-rem no cotidiano do setor produtivo, gerando efeitos diretos e exigindo tomadas de atitude para conter con-sequências que podem se tornar irreversíveis. Nesse contexto, é comum que as indústrias que despertaram para o conceito de responsabilidade socioambiental adotem, quase sempre, as seguintes características: incertezas sobre o que fazer e no que investir; práticas assistencialistas, sem relação com o core business; e impactos modestos ou sequer mensurados das ações executadas.

Para agravar esse quadro, as empresas estão sujeitas a sofrer pressões do governo, da mídia e da opinião pública para que se responsabilizem pelas consequências socio-ambientais de suas atividades, inclusive com riscos financeiros associados. A partir des-se cenário, alguns questionamentos surgem como desafiadores: o que fazer? Que tipos de estratégia são capazes de agregar valor ao negócio e, ao mesmo tempo, gerar impactos positivos na relação indústria-sociedade? De que maneira e em que medida o suces-so empresarial e o bem-estar socioambiental podem não ser um jogo de soma zero? Essa é a base da proposta inicial apresentada pelo Núcleo de Responsabilidade Social Empre-sarial (NRSE) do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), a ser desenvolvida por meio de empresas parceiras do Consórcio Empresa-rial de Responsabilidade Social (Ceres).

A ideia, explica a gerente do NRSE, Cy-belle Borges, surge a partir do conceito de ecoindustrialismo, que visa promover ini-ciativas voltadas a buscar o desenvolvimento sustentável por meio de negócios lucrativos,

que possam contar com a participação da comunidade residente no entorno no qual estão localizadas as empresas. O projeto do SESI pretende reunir empresas instaladas na região da Barra do Ceará para discutir as possibilidades de atuação de forma conjun-ta. O trabalho conta inicialmente com qua-tro empresas participantes: Cemec, Iracema, Resibras e Recamonde, mas deverá agregar outras que estão em prospecção. "A expecta-tiva é que esse número aumente no decorrer do ano e que possam participar das oficinas empresários, gestores e representantes de comunidades localizadas nas proximidades das empresas e que queiram trabalhar ações conjuntas a partir do investimento social privado realizado pelas organizações", conta Cybelle Borges.

Para o desenvolvimento das ações pelo consórcio de empresas, o NRSE promove-rá oficinas ao longo de 2013 até agosto de 2014. Segundo a executiva, a metodologia a ser adotada resulta dos estudos e análises do contexto socioeconômico industrial, capazes de integrar os anseios da sociedade e as pro-blemáticas ambientais com a produtividade e o desempenho organizacionais. As oficinas serão realizadas em parceria com o Serviço Na-cional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Universidade de Fortaleza (Unifor), Cagece, Coelce, empresa Impacto Protensão e Coope- rativa da Construção Civil do Ceará

Cybelle Borges explica a representantes de empresas o conceito de ecoindustrialismo

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(Coopercon), dentre outros organismos. Ao SESI caberá o acompanhamento e a mensu-ração das ações e resultados.

Cybelle Borges explica que a metodologia foi criada a partir da observação de que os investimentos realizados somente em função das carências das comunidades ou da solida-riedade empresarial não resistem, normal-mente, a momentos de crises financeiras ou a estratégias de desinvestimento. O NRSE des-de 2007 desenvolve estratégias de atuação em rede no âmbito do setor industrial cearense, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvi-mento sustentável da região, tendo como ei-xos balizadores o Programa Agentes de Res-ponsabilidade Social – processo de formação de lideranças nas empresas – e o Ceres, am-bos aprovados em editais SENAI SESI de Ino-vação, em 2009 e 2010, respectivamente.

A proposta de atuação do programa de ecoindustrialismo a ser adotada nas oficinas do Ceres foi aprovada no Edital SENAI SESI de Inovação 2012 e prevê, dentre outras ini-ciativas, segundo o técnico do Ceres, Raphael Campos, formar consultores internos (agen-

tes de sustentabilidade e inovação em rede); mapear os impactos socioambientais gerados e sofridos pelas cadeias produtivas das indús-trias consorciadas; traçar soluções (P&D de simbioses) para cada um dos impactos ma-peados, estruturando-as na forma de planos de negócios; apresentar os planos de negócios para as indústrias consorciadas, para tomada de decisão de investimentos socioambientais privados; e desenvolver as lideranças comuni-tárias para que possam empreender os negó-cios decorrentes dos investimentos realizados.

HISTórIcO DO cErES

2009

Criação do Subcomitê da Barra do Ceará (Grendene, Resibras, Recamonde e Iracema)

Diagnóstico socioeconômico do entorno

Capacitação de lideranças de comunidades do entorno

2010

Criação do Consórcio Empresarial de Responsabilidade Socioambiental – Ceres (Projeto aprovado no Edital SENAI SESI de Inovação 2010)

Assessoria corporativa

Consultorias

Assessoria a projetos sociais coletivos

Formação do Conselho Gestor do Núcleo Ceres (dirigentes das empresas consorciadas – Cemec, Resibras, Recamonde e Iracema)

2011

Capacitação de 60 gestores e técnicos

Formação de comitês de sustentabilidade

2012

Desenvolvimento por meio do programa SESI Atleta do Futuro – SAF do projeto de formação esportiva de crianças e jovens entre 6 e 17 anos, com 380 filhos de trabalhadores das indústrias consorciadas.

O que é o Ceres?

Trata-se de um consórcio formado por empresas próximas geograficamente, que se unem em torno da realização de

ações baseadas nas metodologias de Gestão da Responsabilidade Corporativa (GRC), Investimento Social Privado (ISP), Produção Mais Limpa (P+L) e Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento (GPD), além de desenvolver a tecnologia social Teia da Vida.

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Uma reunião promovida pelo Conse-lho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) da Federação das Indústrias do

Estado do Ceará (FIEC), no final de janeiro, deixou as empresas beneficiadoras de casta-nha de caju do Ceará mais confiantes quanto ao pleito do setor em obter o crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O encontro reuniu industriais do Sin-dicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju) e do Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Car-naúba do Estado Ceará (Sindcarnauba), além do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, e do deputado federal Antônio Ba-lhmann, líder da bancada cearense na Câma-ra Federal, em Brasília.

Segundo o secretário executivo do Coal, Sérgio Roberto Lopes, o crédito-prêmio do IPI foi instituído pelo governo brasileiro em 5 de março de 1969 por meio do Decreto-Lei nº 491 como um incentivo às exportações industriais. Pela lei, todos os fabricantes de produtos comercializados no exterior po-diam obter um crédito, inicialmente de até 15% do valor da mercadoria embarcada, para abater do IPI que incidia sobre os produtos vendidos internamente. O crédito também poderia ser usado para reduzir o pagamento de outros impostos.

O presidente do Sindicaju, Evilázio Mar-ques Ribeiro, explica, entretanto, que o setor exportador de castanha no Ceará jamais se beneficiou do incentivo previsto no decreto, em face da interpretação divergente por par-te do Poder Executivo quanto à concessão do crédito-prêmio. Durante 14 anos, o benefício foi concedido aos exportadores. Mas, a partir de 1979, começou uma pressão internacional contra os subsídios à exportação. Em reação, o governo brasileiro, pela portaria do minis-tro da Fazenda, estabeleceu a data de 30 de junho de 1983 para a extinção do benefício. Deste então, centenas de batalhas foram tra-vadas na Justiça para rever o direito garanti-do na Constituição Federal.

Um dos últimos atos se deu em 16 de ju-nho de 2010, quando o Congresso Nacional encaminhou à Presidência da República a

FIEC, Sindicaju e bancada cearense se movimentam para tentar derrubar veto da Presidência da República que impediu os exportadores de receberem benefícios do crédito-prêmio do IPI

Pela castanhaCrédito-prêmio

Lei 12 249, que, em seu art. 129, concede às empresas exportadoras abrangidas pelo De-creto nº 491 a opção de pleitearem na Recei-ta Federal um "crédito presumido de IPI no montante equivalente ao percentual de 10% aplicado sobre o valor das exportações reali-zadas até 5 de outubro de 1990".

A mesma lei dispõe ainda, em seu artigo 130, que os créditos relativos ao incentivo setorial instituído pelo artigo 1º do Decreto--Lei nº 491, referentes ao período de até 5 de outubro de 1990, cujo direito foi reconhe-cido em decisão judicial transitada em jul-gado, devem ser pagos pela União por meio de precatório. Seria um alento para um setor que nos últimos anos vem sofrendo com a baixa produtividade da matéria-prima local e pela concorrência da castanha asiática, que consegue preços mais competitivos no mer-cado mundial. Seria, se a presidente Dilma Rousseff não tivesse vetado os dois artigos no final do ano passado.

Antes do veto, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STF) manteve, em 11 de julho de 2012, o direito de as empresas multinacionais receberem o crédito-prêmio do IPI referente ao período de 1988 a 1998. A decisão foi tomada no julgamento da Re-clamação (RCL) 9790, relatada pela ministra Cármen Lúcia Rocha, quando os ministros, por maioria, deram provimento à ação.

“Quando, enfim, estávamos nos articulan-do para receber o que determina a lei, o Poder Executivo frustrou nossas expectativas. Mas,

Antônio Balhmann e Evilázio Ribeiro, durante o encontro na FIEC

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Veto

Q uanto à dificuldade que a bancada nordestina reunida enfrentará para derrubar o veto da presidente Dilma, o gerente executivo da CNI,

Vladson Menezes, explica que há 3 060 vetos na fila para serem votados. Desses, 51 são vetos presidenciais totais a projetos aprovados no Congresso. Outros 3 009 são referentes a partes de 154 projetos aprovados pelo Congresso nos últimos anos.

Segundo o governo, em meio aos 3 060 vetos, estavam armadilhas capazes de quebrar o caixa do governo (calcula-se que apenas no caso do crédito-prêmio do IPI o valor total a favor dos exportadores poderia alcançar 180 bilhões de reais). “O Congresso poderia derrubar o fator previdenciário. Sem ele, trabalhadores podem se aposentar mais cedo – e, nas contas do governo, abrir um rombo na Previdência. Outro veto, se derrubado, obrigaria o governo a destinar o dobro do previsto no orçamento para a saúde”, diz Vladson.

Segundo o executivo, no final do ano passado chegou-se a cogitar a votação dos 3 000 vetos, que ocorreria por cédulas impressas, tornando demoradas a análise dos vetos e a apuração do resultado. “O governo comandou em dezembro a distribuição no Congresso de cédulas de votação já preenchidas para parlamentares com o objetivo de evitar que, em meio às milhares de medidas analisadas, acabassem sendo derrubados vetos presidenciais que trariam insegurança jurídica ao país. Todos os vetos estavam assinalados como sim, ou seja, mantidos, conforme queria o governo. Apenas a parte relativa aos royalties do petróleo estava em branco”, garante Vladson Menezes.

Terceiro na pauta

A indústria de beneficiamento de castanha de caju no Ceará conta atualmente com oito indústrias, gerando cerca de 15 000 empregos diretos, mas poderia empregar 25 000,

caso operasse em dois turnos. Algo que não acontece em função de fatores como falta de matéria-prima e altos encargos na folha de pagamento. “A concorrência internacional acirrada e a desvalorização do real frente ao dólar, além do alto índice de subsídios oferecidos pelos países concorrentes, também tornam cada vez mais difícil manter e expandir os mercados para a produção em toda a região Nordeste”, acrescenta Evilázio Ribeiro.

A capacidade instalada de beneficiamento da indústria cearense é de aproximadamente 300 000 toneladas por ano, mas trabalha atualmente como menos de 100 000/ano. Em todo o Nordeste, são 600 000 toneladas que poderiam ser processadas. Apesar das dificuldades, o setor fechou 2012 como o terceiro na pauta de exportações do estado. Segundo dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC, foram comercializados 160,1 milhões de dólares em castanha de caju no ano passado, representando 13,6% do total exportado pelo Ceará. O desempenho, no entanto, é 16% menor que em 2011, quando foram vendidos 190,5 milhões de dólares. Os principais compradores foram os Estados Unidos, Europa e países árabes. No campo, a cadeia produtiva do caju tem cerca de 100 000 produtores no Nordeste, com uma área plantada de 700 000 hectares – 500 000 hectares apenas no Ceará.

mesmo assim, o sentimento geral do segmento é que a luta deve continuar”, diz o presidente do Sindicaju. Na reunião na FIEC, Roberto Macêdo afirmou que, para alcançar tal objeti-vo, será necessária a união de esforços, tanto do setor produtivo como da área política, “num trabalho unificado que reúna não apenas a ban-cada do estado do Ceará, mas também as do Piauí e Rio Grande do Norte, bem como a Con-federação Nacional da Indústria (CNI)”.

Na ocasião, o deputado Antônio Balhmann elogiou o esforço dos sindicatos e da FIEC,

colocando-se à disposição para atuar no Po-der Executivo em favor dos empresários. “O Brasil precisa valorizar o setor produtivo, pois é o que mais gera riqueza, renda e emprego para o seu povo.” E arrematou: “Em Brasília, vamos reunir as demais bancadas represen-tantes dos estados produtores de castanha de caju para pressionar o governo a reconhecer esse fato e, assim, voltar atrás quanto ao veto que inibe o poder de crescimento de um dos mais importantes segmentos para o desen-volvimento da região Nordeste”.

EXPORTAÇÕES DE CASTANHA

Em 2012, foram comercializados 160,1 milhões de dólares, representando 13,6% do total exportado pelo Ceará

Em 2011, foram vendidos 190,5 milhões de dólares

Fonte: CIN/FIEC

De início, serão colocados à disposição, gratuitamente, cursos nas modalidades de Jovem Aprendiz e de Qualificação Profissional

SENAI começa cursos

O Serviço Nacional de Aprendizagem In-dustrial (SENAI/CE), entidade compo-nente do Sistema FIEC, inicia em mar-

ço a programação de cursos para 2013 em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Fortaleza, visando atender às empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Este ano, a estimativa é que cerca de 1 300 matrículas sejam efetuadas. Os cursos serão realizados em prédio instalado na sede do município, cedido pela prefeitura munici-pal, enquanto não fica pronta a unidade que abrigará as atividades do SENAI na região. Em janeiro, executivos da instituição estive-ram reunidos em São Gonçalo do Amarante com representantes de empresas localizadas no CIPP e das prefeituras que serão beneficiadas com as ações, além de lideranças comunitárias.

De acordo com Raimundo Ferreira Façanha,

responsável pelas atividades do SENAI no mu-nicípio, de início serão colocados à disposição cursos nas modalidades de Jovem Aprendiz e de Qualificação Profissional. Quanto à pri-meira modalidade, haverá a oferta nas espe-cialidades de eletricidade predial, industrial e assistente administrativo, todos gratuitos. No segundo viés, os cursos serão realizados por meio do Programa Nacional de Acesso ao En-sino Técnico e Emprego (Pronatec), do gover-no federal, cujo objetivo é expandir, interiori-zar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio e cursos de for-mação inicial e continuada para trabalhadores. Pelo Pronatec, os cursos serão de soldagem, calderaria, serralheria de alumínio, pedreiro, armador de ferro, pintor de obra, carpinteiro de obra, bombeiro hidráulico e eletricidade predial, também sem ônus para o aluno.

CIPP

Rangélia Coelho: "O SENAI não poderia ficar de fora do CIPP"

LuIz HENRIquE CAMPOS

| RevistadaFIEC | Fevereiro de 201328 29Fevereiro de 2013 | RevistadaFIEC |

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No caso da modalidade Jovem Aprendiz, as oportunidades se destinam ao perfil etário entre 18 e 23 anos. Serão ofertadas 160 vagas em cursos com carga horária variando entre 400 e 1 000 horas/aula. "No caso do Jovem Aprendiz, quem indica são as empresas. Em relação ao Pronatec, o jovem é encaminha-do pela prefeitura e Secretaria de Educação", diz Façanha. A reunião com as empresas e os representantes dos municípios serviu ainda para explicar a obrigação legal dos emprega-dores quanto à lei que trata sobre os jovens

aprendizes. Por lei, toda empresa, com pelo menos sete empregados, é obrigada a contra-tar aprendizes. O número de jovens deve ser equivalente a, pelo menos, 5% do número de empregados e, no máximo, 15%.

No caso do SENAI, a instituição intermedia essa relação com as empresas, sendo respon-sável pelo treinamento e acompanhamento do desempenho do aprendiz na unidade à qual estará vinculado. Segundo Rangélia Coelho, gerente da Unidade de Educação do SENAI, a região do CIPP é hoje um importante polo de desenvolvimento não apenas para o Ceará, mas para todo o país. Por isso o SENAI não poderia ficar fora da região. "Já vínhamos es-truturando esse posicionamento em relação ao Pecém, e 2013 marca o início desse traba-lho." Segundo ela, os cursos oferecidos inicial-mente atendem a demandas diagnosticadas a partir das próprias empresas: “À medida que novas forem surgindo, outras especialidades serão oferecidas, procurando ajustá-las às ne-cessidades do mercado”.

O SENAI conta em seu portfólio com 30 cursos nas especialidades de aprendizagem. Em 2012, só de aprendizes, foram realizadas cerca de 3 000 matrículas. Em relação à siste-mática de encaminhamento dos jovens, antes o SENAI preparava e os encaminhava às empre-sas. Agora, são elas quem faz essa seleção, ca-bendo ao SENAI treinar o aluno. “Mas, no caso das indústrias do CIPP, devido às peculiarida-des da região, o SENAI está aberto para adotar os dois modelos, dependendo das necessidades e demandas empresariais”, explica Rangélia.

Em relação aos cursos ofertados pelo Pronatec, Raimundo Façanha afirma que são abertos à co-munidade e ocorrerão durante todo o ano. “Mas é importante saber que não é emprego ainda, mas capacitação." A expectativa é que, por meio do Pronatec, sejam oferecidas 1 140 vagas.

Para os representantes da Posco Siderúrgica, que está implantando o projeto da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Ricardo Lee e Luís Carlos Matos, a chegada do SENAI vai represen-tar maior aporte na área de qualificação para a região. Lee destaca que a empresa já busca traba-lhar com pessoas da região, “daí porque a parce-ria com a prefeitura e o SENAI será importante, pois estamos enfrentando certa dificuldade para encontrar pessoas qualificadas”. Luís Carlos, por sua vez, diz que, no período de pico, a previsão é de que sejam necessários 15 000 trabalhadores para atuar na CSP.

No período de pico, a

previsão é de que sejam necessários 15 000 trabalhadores para a atuar na CSP.Luís Carlos Matos, representantes da Posco Siderúrgica

“ “Raimundo Façanha: "A expectativa é que pelo Pronatec sejam oferecidas 1140 vagas"

A + B

S egundo o secretário executivo da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social de São Gonçalo do Amarante, Ednart Carvalho, a prefeitura aposta na possibilidade de investir na

juventude do município por meio da qualificação, já que são muitas as oportunidades que surgem na região para esse público. De acordo com Einard, como o prefeito Cláudio Pinho entende que o jovem é uma prioridade para o município, o SENAI, nesse contexto, tem papel fundamental porque é uma instituição consolidada no Ceará pelos mais de 60 anos de atuação no campo da qualificação de mão de obra.

Einard, todavia, foi enfático ao dizer que nem o poder público, nem uma instituição sozinha vão incrementar esse processo sem que haja atuação compartilhada com as demais. "Nós, como poder público, precisamos reconhecer que nosso papel só terá sentido se pudermos contar com a colaboração de todos os envolvidos nessa luta.”

Com relação à gestão municipal, o secretário sabe da importância de o poder público oferecer as condições necessárias para que o CIPP se desenvolva e propicie ganhos em termos de

vitalidade e competitividade às empresas: "O CIPP é de todos nós. Das empresas, das pessoas que residem em São Gonçalo e em seu entorno, enfim, de todos que possam ganhar com essa parceria. Mas, para que haja ganhos, nenhum elo pode atuar de forma isolada. Na verdade, a prefeitura não pode tudo, nem as indústrias ou as instituições de serviço. Aqui, a equação para o crescimento do CIPP não pode ser tratada na base do A ou B, mas, sim, na base do A + B".

Expectativa na comunidade

P rincipal beneficiária das ações voltadas à qualificação de mão de obra no âmbito do CIPP, a comunidade de São Gonçalo do Amarante tem grande expectativa em

relação aos cursos do SENAI. E não poderia ser diferente. Apesar de vários empreendimentos que estão instalados por lá, ainda é pequena a participação de moradores da região nas empresas. Por isso mesmo, segundo Maria de Jesus Rodrigues, presidente da Associação de Moradores do CIPP, o encontro foi proveitoso porque esclareceu muitas dúvidas de pessoas da região que estão, ao mesmo tempo, atentas e preocupadas com as mudanças previstas. Segundo ela, a esperança é que o SENAI e outras escolas profissionalizantes que estão chegando atendam às necessidades dos moradores em termos de qualificação profissional.

Conforme Maria de Jesus, até agora pouca gente está empregada. "Isso se dá porque a grande maioria não está ainda capacitada. Até há alguns treinamentos, mas é bom que possa chegar mais. Silvanez Alves, moradora do Pecém, também pensa assim: "A vinda do SENAI será benéfica à nossa comunidade. Eu sou mãe e sei a dificuldade que os pais de São Gonçalo do Amarante estão enfrentando.

Até porque temos visto muito pouco em termos de atendimento à demanda de nossos jovens". Para Silvanez, quase nada foi feito no município em prol da juventude, “que termina enveredando por caminhos tortuosos”. Ela reconhece, entretanto, que muitos jovens ainda não têm noção do que representa a chegada do CIPP para a região. "Espero que de fato o SENAI, pelo trabalho que realiza na área da qualificação, se torne peça importante para a população de São Gonçalo do Amarante", arremata Silvanez.

Silvanez Alves: "Espero que de fato o SENAI se torne peça importante para a população de São Gonçalo do Amarante".

Ednart Carvalho: "O CIPP é de todos nós. Mas, para que haja ganhos, nenhum elo pode atuar de forma isolada."

CSP está em construção no complexo portuário

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Painel de Especialistas reuniu personalidades da indústria e academia para pensar o escopo do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas

O futuro da construção civil

OServiço Nacional de Aprendizagem In-dustrial (SENAI/CE), entidade compo-nente do Sistema FIEC, está se prepa-

rando para criar no estado um dos 23 Institutos SENAI de Inovação que o Brasil terá até 2014. Para conhecer e contribuir com o projeto que atuará em educação tecnológica e inovação, o SENAI convidou representantes de setores--chave da indústria e também de instituições de educação superior e tecnológica para participar

Inovação e tecnologia

do workshop Painel de Especialistas, realizado em 8 de janeiro, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Os 23 novos institutos que o SENAI im-plantará em todo o país nos próximos anos atuarão em oito áreas do conhecimento: pro-dução, materiais e componentes, engenharia de superfícies e fotônica, microeletrônica, tecnologia da comunicação e da informação, tecnologias construtivas, energia e defesa. O

Ceará contará com uma unidade na área da construção civil.

O workshop reuniu mais de 20 represen-tantes das indústrias e da academia. O obje-tivo foi identificar as demandas do setor em inovação e os laboratórios, equipamentos e perfil dos profissionais que atuarão no ins-tituto, a fim de atender a essa demanda. Na oportunidade, quatro personalidades da área técnica ou acadêmica da construção civil ex-puseram panoramas da área e expectativas do setor em relação ao instituto. Participa-ram o diretor do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), José de Paula Barros Neto; o diretor operacional da Queiroz Galvão, Urbano Andrade Lima; o empresário e engenheiro civil Joaquim Cara-cas, da Protensão Impacto; e o presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará, Marcos Novaes, dentre outros.

Conforme o diretor regional do SENAI/CE, Fernando Ribeiro de Melo Nunes, que apre-sentou a proposta do Instituto SENAI de Ino-vação em Tecnologias Construtivas aos espe-

cialistas, o novo equipamento será localizado ao lado do SENAI de Maracanaú. Com uma previsão de investimentos de 40 milhões de reais para construção física, aquisição de ma-teriais e laboratórios, Fernando Nunes diz que o instituto terá desafios como prover mudan-ças tecnológicas nos processos construtivos e

No workshop, a proposta do instituto foi mostrada a especialistas

Maquete do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas, que será construído ao lado da unidade já existente em Maracanaú (à direita)

FoTo: REPRoDUção VIDEo INSTITUCIoNAL SENAI

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nos materiais, considerando o uso racional de recursos em detrimento de tecnologias e formas de produção custosas e poluidoras, aumentar o uso de máquinas e equipamen-tos visando à produtividade, buscar novas fontes de financiamento, atrair e qualificar mão de obra para novas tecnologias e pro-dutos e incentivar a formalização do setor.

Segundo Fernando Nunes, os institutos vão ser órgãos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), um modelo semelhante à Embrapa, re-produzido na área industrial. “A Embrapii deverá incrementar o segmento industrial, assim como a Embrapa o é para a agri-cultura, sendo esse o modelo de financia-mento que deve apoiar a sustentabilidade financeira do instituto.”

Todo o processo de implantação, certi-ficação e avaliação do trabalho dos Institu-tos SENAI de Inovação será acompanhado pelo Instituto Fraunhofer, da Alemanha, uma instituição que congrega 60 centros de pesquisa pelo mundo e presta serviços para importantes indústrias alemãs da área da tecnologia.

O Instituto Fraunhofer será responsável por montar a estrutura e plano de negó-cio. Já o Instituto de Tecnologia de Massa-chusetts (MIT) vai atuar na segunda etapa para trazer a experiência em desenvolver projetos de inovação. “A ideia é trabalhar em parceria com várias instituições, como as universidades, ambientes setoriais e não duplicar o que está ocioso”, explica Fernando Nunes, ressaltando que as uni-versidades e seus bolsistas já são uma im-portante fonte de profissionais.

O diretor regional destacou que o Cea-rá também receberá um dos 38 Institutos SENAI de Tecnologia que serão criados no país. São unidades de especialização em se-tores industriais relevantes, com estrutura física orientada à prestação de serviços téc-nicos e, por isso, localizadas em regiões de alta densidade industrial. No caso do Ceará, será voltado para a área metal-mecânica, também em Maracanaú. No entanto, desta-cou que existem outros dois em perspectiva, nas áreas têxtil e de energia renovável.

Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias construtivas

Tendência

Estabelecimento de novos padrões construtivos, de saúde e segurança, com a mudança e o aprimoramento dos processos, assim como a busca por maior eficiência.

Ações

Desenvolvimento de novas tecnologias da informação em materiais e edificações (prédios inteligentes).

Desenvolvimento de novos materiais de origem sintética e “natural”.

Desenvolvimento de tecnologias que otimizem a comunicação com clientes e associados nos empreendimentos.

Desenvolvimento de sistemas de controle das atividades, materiais e equipamentos.

Desenvolvimento de equipamentos de inteligência virtual.

Desenvolvimento de TICs para otimização e integração maior de projeto e construção.

A Embrapii deverá

incrementar o segmento industrial, assim como a Embrapa o é para a agricultura.

Fernando Ribeiro de Melo Nunes, diretor regional do SENAI/CE

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A ideia do Painel de Especialistas, con-forme o gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do SENAI/CE, Alysson Amo-rim, é fortalecer a candidatura da entidade para participar da consultoria do Instituto Fraunhofer em 2013 e preparar um escopo do Instituto SENAI de Inovação em Tecno-logias Construtivas.

O presidente da FIEC, Roberto Macêdo, apresentou os resultados da indústria em 2012 e as expectativas para 2013

Sistema FIEC recebe imprensa cearense em confraternização

O Sistema FIEC reuniu no dia 5 de fevereiro a impren-sa cearense para um almoço de confraternização na Casa da Indústria. Na ocasião, o presidente da FIEC,

Roberto Proença de Macêdo, apresentou os resultados da in-dústria em 2012 e as perspectivas para 2013. Ele destacou as três linhas mais gerais que a instituição têm trabalhado para que a indústria cearense volte a crescer e se coloque à altura dos desafios impostos pelo novo cenário mundial: aumento da produtividade, a prática da inovação e a construção das bases da indústria do futuro. Roberto Macêdo demonstrou preocupação sobre o rápido crescimento do índice de partici-pação de produtos importados industrializados no consumo dos brasileiros. O aumento à competitividade da indústria foi também destacado pelo presidente, para quem o traba-lho conjunto entre empresários, academia e setor privado é essencial. Nesse sentido, o Sistema FIEC têm avançado em

parcerias com universidades cearenses, com o ITA e com a universidade de Ben Gurion, de Israel. Os projetos a serem executados pelo Sistema FIEC até 2015 requerem investi-mento da ordem de 100 milhões de reais, já assegurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e por re-cursos próprios. Um dos principais desafios, afirmou Roberto Macêdo, é o compromisso com a integração territorial do par-que industrial cearense.

A tradicional confraternização do Sistema FIEC com a imprensa cearense reuniu jornalistas de diferentes veículos locais e de diversas mídias (jornais impressos, revistas, rádios, portais na internet e emissoras de TV). Os resultados e ex-pectativas do setor industrial, apresentados pelo presidente Roberto Macêdo, e a própria confraternização repercutiram intensamente na imprensa, antes e depois do evento.

Almoço dos jornalistasFo

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Flashes da confraternização

Antônio Mendonça e Ricard Pereira

João de Paula Ferreira, Ian Gomes e Eduardo Bezerra

Arlen Medina e Ildefonso Rodrigues

Marcelo Cabral, Agostinho Alcântara e Ricardo Cavalcante

Carlos Matos, Roberto Sérgio e Eliomar de Lima

Marcos Soares, José Dias Vasconcelos e Rodrigo Pereira

David Negreiros e Anchieta Dantas

Paulo César Norões e Moacir Maia

Fernando Castelo Branco e Wânia Dummar

Frederico Hosanan e Lima Matos

Fernando Nunes e Francisco Magalhães

Paulo Studart e Álvaro de Castro

Eduardo Galdino, Neila Fontenele e Nazareno Albuquerque

Pedro Alfredo e João Dummar Neto

Fred Fernandes, Francisco Esteves e Fernando Esteves

Solange Palhano, Iratuã Freitas, Wanda Palhano e Regina Jereissati

Antônio Oliveira, Roberto Macêdo e Ivonildo Lavôr

Juliana Bonfim e Christianne Sales

Carlos Rubens, Roberto Moreira e Luiz Carlos Morais

Michelle Nunes, Angélica Paiva, Marise Pontes e Rebecca Fontes

Edgar Gadelha, Carlos Gama, Fernando Cirino e Marcus Venicius

Meirillene Freitas e Fátima Abreu

Erick Guimarães, Flávio Paiva e Plínio Bortolotti

Roberto Leite, Helaine Oliveira, Carlos Eugênio e Marília Cordeiro

| RevistadaFIEC | Fevereiro de 201336 37Fevereiro de 2013 | RevistadaFIEC |

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já existe. É fazer a roda girar. Unir as secretarias do governo, ser um animador de projetos, traba-lhar com o setor privado, fortalecendo os projetos que já existem no governo”.

O secretário citou os investimentos e gran-des empreendimentos que estão impulsionan-do a economia cearense. Dentre eles, o Centro de Eventos do Ceará, expansão do aeroporto de Fortaleza, construção do Terminal Marítimo de Fortaleza e do Polo Industrial de Caucaia, atração de grandes indústrias para o estado, expansão do Porto do Pecém, implantação da Zona de Pro-cessamento de Exportação (ZPE), instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), refina-ria e Copa do Mundo 2014. “O fato de todos esses investimentos e empreendimentos estarem sendo direcionados ao Ceará é o resultado do maior di-namismo que a economia cearense vêm demons-trando”, acredita Alexandre Pereira.

O secretário se reportou, ainda, sobre outros dois projetos com os quais está comprometido. Um deles trata-se da criação da Câmara Setorial da Indústria Imobiliária, cujo objetivo é criar um convention bureau nos moldes do que já existe no setor turístico para prospectar investidores para o Ceará. Outro projeto que está em andamento é uma parceria com a Secretaria de Cidades para ela-borar planos de desenvolvimento local em vários municípios cearenses. O objetivo seria firmar par-cerias com empresas para a criação de pequenos shoppigns centers nas rodoviárias dos municípios.

O secretário garantiu que tem consciência da missão de contribuir para o desenvolvimento eco-nômico do Ceará. “Quero trazer mais indústrias, incentivar empresários a abrir novos negócios e gerar mais empregos para os cearenses”, arrematou Alexandre Pereira.

Em seu discurso, o governador Cid Gomes afir-mou confiar que o novo secretário dará um ritmo mais acelerado aos projetos do governo. “Deposito no entusiasmo e dinamismo do Alexandre Pereira a confiança para gerar um ritmo mais célere nessa área crucial, a fim de que cada cearense possa su-perar o desafio de sustentar sua família e ter uma vida digna.” Ele destacou a relação do governo com os empresários: “Compreendemos que, para além da sua esfera, de nada adiantarão os esforços em desenvolver o estado se a iniciativa privada não es-tiver confiante e disposta a investir no Ceará”. Esse, para o governador, é o maior desafio também do governo federal. “O grande desafio do país – e cada unidade da federação tem de cumprir seu papel – é motivar os empresários a investir.” O governador acredita que, neste momento, é essencial valorizar o mercado interno, cujo tamanho e abrangência

compensam os fatores externos que podem preju-dicar a economia brasileira.

Segundo Cid Gomes, os governadores, sobretu-do os do Nordeste, não aceitarão a proposta do mi-nistro da Fazenda, Guido Mantega, de unificação da alíquota do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Servi-ços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). “O ministro estava mal orientado ao fazer a proposta.” Disse o governador: “Cada estado precisa ter autonomia para oferecer incentivos, principalmente os nordestinos. Não podemos abrir mão da prerrogativa de atrair em-presas. Temos de avançar na reforma tributária e fiscal levando em conta as desigualdades regionais”. Ele citou o Grupo Votorantin e o Grupo Ivens Dias Branco com exemplos de grandes empreendimen-tos que estão em execução no Ceará, por conta dos incentivos, ambos ligados à indústria cimenteira. “Procuramos ter os pés no chão e olhar para frente. Ousamos, mas nunca perdendo a noção dos desa-fios a serem superados. Essa renovação nos próxi-mos dois anos para essa área [Cede] é fundamen-tal”, encerrou o governador.

Governador Cid Gomes empossou no final de janeiro na FIEC o novo secretário do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico (Cede)

Primeira vezPosse de secretário

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) recebeu no final do mês de janeiro, pela primeira vez em sua história, uma solenidade de posse de secretário

de estado. O governador Cid Gomes empossou no auditório Waldyr Diogo de Siqueira, na Casa da Indústria, o secretário do Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico (Cede), Alexandre Pereira, na presença de deputados estaduais e fede-rais, secretários estaduais e municipais, líderes classistas e em-presários, dentre outras personalidades.

O novo secretário afirmou ser a realização de um sonho fazer parte do Poder Executivo estadual e destacou o que en-tende por desenvolvimento econômico: “Falar em desenvolvi-mento econômico é mais do que falar na atração de grandes empreendimentos. É diminuir a concentração de renda, é di-minuir a pobreza no Ceará”.

Para o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, o novo secretário traz uma bagagem importante para assumir o

Cede. “Ele tem dinamismo e vontade. Vai trazer a velocidade e a disposição para garantir que o governo do estado alcance seus objetivos.” O auditório lotado para a posse do secretário, na interpretação de Roberto Macêdo, reflete a confiança dos setores que formam a economia cearense – indústria, agricul-tura, comércio, turismo e serviços. “Sempre buscamos uma junção de esforços dessas áreas. A posse do Alexandre nos dá satisfação. E mais: firma o sentimento de uma nova fase nas relações público-privadas. Esperamos um desenvolvimento maior do trabalho conjunto.”

Em 2013, o Ceará deve crescer novamente acima da média nacional, afirmou Alexandre Pereira. O motivo, garante, são os investimentos público-privados realizados e a se realizar nos próximos anos. O novo secretário ressaltou o momento do estado para atrair investidores. “Quem tem faro sabe que a hora é essa e o local é o Ceará”, disse, reafirmando seu desafio à frente do Cede: “Meu papel não é inventar a roda porque ela

Centro de Eventos é um dos empreendimentos que impulsionam a economia cearense

Deposito no entusiasmo e

dinamismo do Alexandre Pereira a confiança para gerar um ritmo mais célere aos projetos do governo.Cid Gomes, governador do Ceará

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Alexandre Pereira foi empossado no Cede em cerimônia na FIEC

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A indústria brasileira está perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB). No início dos anos 80, sua representatividade era de 35% da economia e, em

2011, já era menos da metade (14,6%). Segundo alguns es-tudiosos, esse processo está associado à transição para uma economia mais moderna e urbana em que o setor de servi-ços aumenta naturalmente a sua participação na economia e pode ser tão ou mais produtivo e inovador que a indús-tria. Porém, observando outros países em desenvolvimento ou mesmo desenvolvidos, chega-se à conclusão que o Brasil está atravessando um encolhimento prematuro da indústria. Países como Malásia, Tailândia, China e Coreia do Sul veem a importância da indústria na economia crescer, em paralelo ao crescimento do PIB e da urbanização.

A indústria é relevante para a economia de um país por uma série de fatores: paga salários maiores que os dos ser-viços e da agricultura; é o que mais investe em pesquisa e inovação e o que mais introduz novas tecnologias; contribui

Educar para crescerPlano de Ação da CNI em 2013 prevê mudança na metodologia de ensino do SESI. A ideia é aumentar a competitividade da indústria

SESI

para aumentar as exportações e reduzir o déficit comercial do setor industrial; e contribui desproporcionalmente para o recolhimento de tributos, dentre outros fatores. Todas as estatísticas sugerem que a competitividade da indústria brasileira é sensível a fatores externos, dentre eles a nova geografia econômica e as condições da economia mundial, além de fatores internos, como o custo Brasil (tributação, infraestrutura, serviços, custo do capital e produtividade do trabalho, dentre outros fatores que inibem o investi-mento e limitam a competitividade).

Mas o que essa observação macroeconômica tem a ver com a educação? Só tudo! É o que mostra o Plano de Ação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para 2013. Segundo o documento, os diversos problemas enfrenta-dos pela indústria brasileira hoje se traduzem no desafio da competitividade, com destaque para a baixa produtivi-dade do trabalho e os limitados investimentos em tecno-logia e inovação, que comprometem o futuro da indústria.

Apesar disso, “há também muitas oportunida-des na indústria e o Brasil pode e deve ambi-cionar um setor industrial forte e competitivo internacionalmente”, afirma o documento.

Conforme a CNI, os indicadores de produ-tividade do Brasil são baixos para os padrões internacionais, ficando bem atrás dos demais países dos BRICs (Rússia, Índia, China e África do Sul). Nesse caso, a produtividade da mão de obra depende da qualificação do trabalhador, por meio da educação básica e profissional e também de capital humano es-pecífico desenvolvido mediante treinamento no ambiente laboral. Além disso, essa má qua-lificação, aliada a momentos de aquecimen-to da economia e à desaceleração da taxa de crescimento da população em idade ativa, tem ampliado o déficit de mão de obra, provocan-do elevação do custo do trabalho. Para a in-dústria, que está diretamente exposta à com-petição internacional, a combinação de baixa produtividade do trabalho com elevação dos custos laborais pode ser determinante para a sobrevivência de empresas e até setores.

Sem uma boa educação, a

indústria sente enorme dificuldade na inovação e no aumento da produtividade.

João Filocre, gerente executivo

de Educação Básica e Cultura do

SESI Nacional

“ “

Domínio da língua

M otivado por essas constatações que impedem o desenvolvimento da indústria e, consequentemente, do país, a CNI,

por meio do Serviço Social da Indústria (SESI), está propondo uma nova metodologia de ensino para o Brasil alicerçada em um currículo escolar adaptado à inserção do aluno no mercado de trabalho. Essa é a proposta da Escola SESI para o Mundo do Trabalho. O desafio é formar pessoas preparadas para o momento atual, no qual as exigências cognitivas são cada vez mais elevadas. Para a entidade, o domínio da língua escrita e falada e a capacidade de entender e fazer uso do raciocínio matemático e científico agora são indispensáveis para o desenvolvimento pessoal e da empresa.

“Sem o domínio da língua não é possível avançar no entendimento da cultura, da história, das questões sociais e dos dilemas éticos das sociedades contemporâneas”, observa a gerente de Educação do SESI/CE, Cleosanise Barbosa Lima. Ela explica que a intenção é ter alunos bem equipados com competências cognitivas, sociais e emocionais. Para tanto, o SESI investirá no desenvolvimento de práticas pedagógicas e recursos didáticos visando à formação de

428 000 alunos (de 7 a 16 anos) da rede SESI de ensino até 2014 em todo o país.

Segundo o gerente executivo de Educação Básica e Cultura do SESI Nacional, João Filocre, a mudança para esse novo currículo nasceu da necessidade de melhorar a educação brasileira, bem como a que vem sendo oferecida pelo SESI. “Sem uma boa educação, a indústria sente enorme dificuldade na inovação e no aumento da produtividade porque não consegue progredir se não tiver pessoas bem formadas que possam realizar um bom trabalho.”

Conforme Filocre, são mudanças que permitem à criança, ao adolescente e ao jovem, em todos os momentos de sua vida escolar, desenvolver algumas habilidades para a vida dele e também para a vida profissional. “É uma educação muito voltada ao aprender a fazer e fazer aprendendo, de manipular as coisas, inventar coisas, dominar as lógicas da ação. Isso é importante”, diz. O novo modelo inclui oito plataformas, como o novo projeto curricular, de caráter integral e flexível, escola inclusiva, novo modelo de gestão, com métodos atuais de avaliação e plano de metas, e ambiente de aprendizagem, valorizando a experiência da vida real, da autonomia e do protagonista, dentre outras. (veja novo currículo no quadro na página 42).

Destaca Filocre: “Queremos desenvolver entre os jovens uma visão mais positiva da indústria. Ninguém hoje quer voltar para o chão da fábrica. O sonho dos pais e dos filhos é entrar na universidade e fazer curso superior. O Brasil é muito bacharelesco, acha que a felicidade está em carregar o diploma na mão. Essa visão precisa mudar. É preciso mostrar que a indústria é um lugar onde as pessoas realizam atividades importantes, inteligentes, interessantes, criativas e que é possível

O desafio da proposta da Escola SESI para o Mercado de Trabalho é preparar pessoas para o momento atual

GEVAN OLIVEIRA

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Profissionais do SESI/CE discutem a nova

metodologia de ensino

O novo currículo da Escola SESI para o Mundo do Trabalho inclui:

Discussão de temas da atualidade: Campo de estudo e reflexão ético/filosófico/sociológica que focaliza temas da vida cotidiana e do mundo do trabalho.

Desenvolvimento de projetos: Estratégia de formação que tem como foco o jovem, suas necessidades e interesses, sua iniciativa e o seu protagonismo como agente de transformação da sua comunidade. Inclui projetos sobre temas de interesse da juventude e nas quatro áreas do currículo.

Atividades em oficinas: Espaço de inventividade e de formação de habilidades básicas orientadas para o mundo do trabalho.

Fortalecimento dos fundamentos de matemática e língua portuguesa: Disciplinas destinadas ao atendimento de alunos com deficiências na aprendizagem.

Aprofundamento de estudos: Disciplinas eletivas de matemática, física, química e biologia aplicadas, destinadas a um melhor entendimento dos processos produtivos na indústria.

se realizar profissionalmente e pessoalmente no mundo do trabalho”.

Na prática, a nova metodologia do SESI trabalhará conteúdos e metodologias de aprendizagem que tornem o ensino, sobretudo o médio, um período de ambientação ao universo da ciência e tecnologia. Esse conceito é uma alternativa ao modelo voltado para o vestibular e deverá trazer o conteúdo exigido integrando teoria e prática, com sólida base científica e tecnológica. No leque de ações, também será utilizada a educação a distância, além de outras tecnologias educacionais on-line capazes de atingir alunos de todas as redes que queiram se aprofundar nesses conhecimentos.

Num segundo momento, a meta é converter 80% dos alunos que concluírem o ensino médio do SESI para o projeto articulado da Educação Básica e Educação Profissional (Ebep). Trata-se de uma metodologia de ensino, em prática no Ceará desde 2009, que une a educação básica do SESI à educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), atuando diretamente na elevação da escolaridade, ao mesmo tempo que promove a articulação com a capacitação de trabalhadores. O programa foi criado para aumentar as chances de inserção no mercado de trabalho de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de concluir o ensino médio regularmente.

Ao vincular parte do ensino médio com a educação profissional, por meio do Ebep, o SESI amplia a entrada à formação técnica e eleva a qualidade dos ingressantes nos cursos técnicos do SENAI. Nesse contexto, a intermediação entre as instituições de ensino e as empresas por meio da promoção de estágios ganhará especial relevância, uma vez que permite ao futuro trabalhador da

indústria o contato com a realidade até então somente aprendida nos livros, preparando-o para o exercício de sua profissão.

Contudo, ressalta o documento da CNI, é preciso ir além da simples intermediação e atuar firmemente no desenvolvimento dessa rede de novos profissionais. Dessa forma, a outra entidade do Sistema Indústria – o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – caberá promover o desenvolvimento e a capacitação, no ambiente industrial, de estudantes de nível técnico e superior, com foco na formação dos futuros profissionais. Esse esforço conjunto – SESI, SENAI e IEL – potencializará a formação integral do jovem e o preparará prontamente para ingresso no mercado de trabalho industrial.

No Ceará, Cleosanice Barbosa explica que estão sendo feitos estudos para determinar os melhores locais de implantação dessas novas unidades de ensino. Inicialmente, a ideia é instalar (neste ano) dois centros em Fortaleza (Parangaba e Barra do Ceará), um em Sobral e outro em Juazeiro do Norte. Como nesses locais já existem núcleos de negócio do SESI, os prédios serão reformados e ampliados para receber os alunos da nova metodologia. Os locais deverão contemplar laboratório de multimídia, portais de aprendizagem na internet, laboratórios de ciências, enfermaria/ambulatório, ginásio poliesportivo, exploratório com planetário e centro de orientação vocacional, dentre outras novidades.

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