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FLUXO DE POTÊNCIA EM SISTEMAS ELÉTRICOS PROFESSOR: Msc. ERALDO DA SILVA PEREIRA 1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA. DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 01 de junho de 2012 APOSTILA FLUXO DE POTÊNCIA EM SISTEMAS ELÉTRICOS

Eraldo - Fluxo de potência

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    APOSTILA

    FLUXO DE POTNCIA EM SISTEMAS

    ELTRICOS

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    APRESENTAO

    Este trabalho composto de Notas de Aulas sobre o tema: FLUXO DE POTNCIA,

    integrante da disciplina ANLISE DE SISTEMA DE ENERGIA ELETRICA II

    Foi elaborado pelo Prof. Msc. ERALDO DA SILVA PEREIRA, do Departamento de

    Engenharia Eltrica da FAET/UFMT, mediante concentrao de material de aulas

    ministradas ao longo de vrios anos.

    A composio (digitao, desenho, reproduo) foi realizada pela Coordenao de

    Ensino de Graduao em Engenharia Eltrica, com a participao de alunos bolsistas.

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    SUMRIO

    CONSIDERAES INICIAIS 4

    MODELAGEM DE REDES ELTRICAS EM REGME PERMANENTE 14

    EQUAES DE FLUXO DE POTNCIA 22

    MTODOS DE SOLUO 29

    1. MTODOS DE GAUSS E GAUSS SEIDEL 30

    2. MTODO DE NEWTON-RAPHSON OU NEWTON 43

    3. DESACOPLADOS 71

    ANLISE DOS FLUXOS DE POTNCIA 88

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    CONSIDERAES INICIAIS

    1. Conceituao

    Trata-se da anlise do comportamento eltrico de um sistema em regime permanente, tanto em

    condies normais de operao quanto em situaes de emergncias, ou seja, na eventual perda de

    um dos seus elementos (unidades de gerao, transformadores, circuitos de linhas de transmisso,

    etc.).

    Consiste em se determinar as tenses (mdulo e ngulo de fase) dos barramentos dos sistemas e as

    potncias ativa e reativa nos respectivos ramos, para determinadas condies de carga e gerao pr

    estabelecidas. Portanto visa determinao do estado de operao do sistema, a partir da sua

    topologia e da demanda.

    O estudo de fluxo de potncia talvez o mais importante daqueles frequentemente realizados nos

    sistemas eltricos, e consome a maior parcela de tempo dos profissionais da rea, e tambm dos

    sistemas computacionais.

    2. Aplicaes

    Existem duas importantes reas da engenharia eltrica onde so fundamentais os estudos de fluxos de

    potncia:

    Operao

    Neste caso procura-se antever o desempenho de um sistema eltrico existente, ou seja, com sua

    configurao estruturada e parmetros definidos para condies de carga atual (tempo real) e de curto

    prazo (at 3 anos).

    Como resultado obtm-se as instrues operativas para que o sistema funcione em condies

    adequadas, nas condies de carga pesada, mdia e leve. Tambm avaliado o incio de

    funcionamento de novos elementos do sistema (unidades transformadoras, capacitores, circuitos de

    linhas de transmisso, etc.).

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    Planejamento

    Esta aplicao tem por objetivo a estruturao dos sistemas eltricos, tanto para sua implantao

    como para a sua expanso, a mdio e longo prazo (5, 10 anos, ou mais), utilizando-se de valores

    tpicos para os parmetros do sistema.

    Os resultados dos estudos de fluxo de potncia permitem definir as caractersticas principais dos

    elementos do sistema, bem como o cronograma da sua implantao. Tambm so realizados estudos

    de curto prazo (1 a 3 anos) com vistas a ajustar os cronogramas de obras previamente definidas.

    Apresentao dos Resultados

    Os principais resultados dos estudos de fluxo de potncia so indicados conforme a seguir:

    Vi i Vk k

    Pik Pik

    Qik Qik

    Onde:

    Vi e Vk so os mdulos das tenses dos barramentos i e k;

    i e k so os ngulos de fase das tenses dos barramentos i e k;

    Pik a potncia ativa transferida de i para k (positiva);

    Qjk a potncia reativa transferida de i para k (positiva);

    Pki a potncia ativa transferida de k para i (negativa);

    Qki a potncia reativa transferida de k para i (negativa).

    3. Histrico

    At 1930 todos os estudos de fluxo de potncia eram feitos a mo, o que pressupunha inmeras

    simplificaes para diminuio dos clculos e impreciso nos resultados. Sua atuao limitava-se a

    pequenos sistemas, atendendo porm as necessidades da poca, uma vez que no existiam sistemas

    eltricos de grande porte.

    i k

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    De 1930 at 1956 utilizaram-se os analisadores de rede, ou seja, modelos em miniatura do sistema

    eltrico em estudo, onde seu comportamento determinado pela medio das suas grandezas

    eltricas. Continuou o problema de impreciso e lentido na obteno dos resultados; porm

    possibilitou a anlise de sistemas eltricos de maior porte.

    Na dcada de 50 foram feitas as primeiras tentativas para resolver a dificuldade de elaborao do

    estudo de fluxo de potncia utilizando-se computadores digitais. As primeiras tentativas tiveram

    sucesso limitado, j que os softwares apenas automatizavam os clculos dos mtodos manuais,

    representando a rede por meio das equaes de malha, e no exploravam adequadamente as

    vantagens da utilizao dos computadores.

    Em 1956 Ward e Hale apresentaram o primeiro software realmente bem sucedido para soluo das

    equaes do fluxo de potncia, que serve como marco do obsoletismo dos analisadores de rede. O

    software apresentado por Ward e Hale utilizava a formulao nodal do problema, e resolvia as

    equaes no lineares que descreviam o sistema eltrico pelo mtodo iterativo de Newton

    modificado.

    Os softwares que se seguiram a esse utilizavam o algoritmo iterativo de Gauss-Seidel. Pela natureza

    dos parmetros dos sistemas eltricos, usualmente, obtinha-se soluo do fluxo de potncia com o

    mtodo de Gauss- Seidel. Na dcada de 60, a tendncia interligao dos sistemas eltricos com

    linhas de transmisso de tenses elevadas, provocou a necessidade de representao do sistema

    eltrico com um nmero muito maior de barramentos.

    As caractersticas do mtodo de Gauss-Seidel fazem com que ele no se adapte bem a sistemas

    representados por um grande numero de barras, de forma que se sentiu necessidade de um outro

    mtodo de soluo de problemas do fluxo de potncia.

    Aps vrios anos de pesquisa, desenvolveu-se um mtodo extremamente bem sucedido de soluo

    das equaes de fluxo de potncia por meio do algoritmo de Newton-Raphson. No s o mtodo se

    adaptava muito bem a grandes sistemas eltricos, como tambm obtinha soluo de problemas em

    que o mtodo de Gauss-Seidel havia falhado.

    O mtodo de Newton-Raphson para soluo de fluxos de potncia muito utilizado atualmente.

    Desde a sua primeira formulao vem sofrendo diversas complementaes no sentido de torn-lo

    mais eficiente.

    No incio da dcada de 70, B. Stott e O. Alsa comearam a explorar as caractersticas do fraco

    acoplamento P - V e Q , observado nos sistemas eltricos, e desenvolveram os mtodos

    desacoplados com o algoritmo de Newton (1972) e desacoplado rpido (1974). Tais mtodos

    utilizam algoritmos de iterao semelhantes ao de Newton-Raphson e apresentam vantagens tais

    como maior rapidez e menor memria computacional, o que atualmente j no importante devido

    aos avanos expressivos na evoluo dos computadores digitais.

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    4. Suposies e Aproximaes

    As simplificaes que comumente se fazem em um estudo de fluxo de potncia so:

    a. As cargas nos barramentos do sistema so supostas constantes, isto o problema

    esttico;

    b. Admite-se que o sistema opera de maneira equilibrada e, portanto uma representao

    uniflar suficiente;

    c. Os elementos passivos do sistema so representados com parmetros concentrados.

    As simplificaes b e c geralmente no afetam de forma significativa a preciso dos resultados.

    A aproximao a justificada porque as cargas, embora variem grandemente dentro de perodo

    longos de tempo, o fazem de maneira lenta e gradual, portanto, o resultado obtido vlido dentro de

    um intervalo de tempo razovel.

    5. Representaes

    Geradores: So representados pelas suas potncias ativa e reativa geradas, sejam elas

    especificadas ou a serem calculadas.

    SkG= Pk

    G + jQk

    G SK

    G= PK

    G + jQK

    G

    k k

    Cargas: Geralmente so representadas pelas potncias ativa e reativa consumidas (fixas).

    k SkC= Pk

    C + jQk

    C k

    Sk

    C= Pk

    C + jQk

    C

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    Em estudos de fluxo de potncia que se desejam resultados com maior preciso as cargas podem ser

    representadas com parcelas de potncia, corrente e impedncia constante de acordo com sua

    participao no valor global, levantadas empiricamente.

    Linhas de Transmisso: So representadas pelo seu circuito , normalmente com as

    susceptncias includas.

    (i) (k)

    jy jy

    Transformadores: So representados pela sua impedncia de disperso. Se tiverem taps fora do nominal esss so representados.

    Tap nominal Taps fora do nominal

    Em fase Em quadratura

    (i) Z (k) (i) i:n Z (k) (i) 1: n + jn Z (k)

    Quando o tap est fora da posio nominal o transformador representado por um circuito

    equivalente conforme a seguir

    R +jX

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    Sendo Z1 , Z2 e Z3 calculados da seguinte forma:

    Inicialmente considera-se um transformador ideal de relao de tenses n:1, em srie com outro

    transformador de relao de tenses

    n:1

    Dessa representao pode-se escrever:

    =

    e

    =

    ou

    =

    Por outro lado:

    =

    ( -Vk) =

    (

    - )

    Ento:

    Ii =

    [

    Vk)] =

    Vi

    Do circuito equivalente pode-se escrever:

    Ii = Ik +

    +

    e Ik

    E tambm:

    = + z3 (Ik +

    )

    Operando, vem:

    Ik =

    - (1 +

    )

    Ii =

    - (1 +

    )

    +

    +

    Finalmente encontra-se:

    n:1

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    Ii =

    Comparando as expresses equivalentes, obtm-se o seguinte:

    Equao de Ii:

    Z3 = nX

    Equao de Ik:

    (1 +

    ) =

    =

    (1 +

    )

    =

    Z2 + nX = n Z2

    Z2 (1 - n) = nX

    Z2 =

    Equao de Ii:

    =

    =

    Z1+ nX =

    Z1 (1

    ) = nX

    Z1 =

    = -

    Z1 = -

    =

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    E o circuito equivalente pode ser representado conforme a seguir:

    Observa-se que o circuito equivalente no simtrico, portanto deve-se atentar quanto ao lado em que se encontra o tap fora da posio nominal.

    Capacitores ou Reatores Paralelos (Shunt): So normalmente representados por suas reatncias ligadas terra (positivas para reatores e negativas para capacitores).

    (k)

    (k)

    jXL -jXc

    6. Programas Digitais de Fluxo de Potncia

    Fluxos de potncia em sistemas eltricos de pequeno porte, radiais, podem ser resolvidos por

    intermdio da aplicao, sucessiva, das equaes bsicas dos quadripolos.

    Para sistemas eltricos de maior porte e mais complexos a soluo s praticvel utilizando-se

    processos computacionais.

    Atualmente, os estudos de fluxo de potncia so realizados exclusivamente por computadores

    digitais.

    Existe um grande nmero de programas digitais para os estudos de fluxo de potncia em operao

    comercial.

    Os mtodos iterativos mais aplicados na maioria dos programas so de Gauss-Seidel e de Newton-

    Raphson, utilizando a matriz admitncia nodal, os quais sero estudados adiante.

    O tempo de processamento por iterao desses mtodos usando matriz admitncia nodal

    proporcional ao nmero de barras. O nmero de iteraes cresce com o nmero de barras, porm

    tambm muito dependente da complexidade e das condies operacionais do sistema eltrico.

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    Sistemas com igual nmero de barras, porm com configuraes operacionais diferentes, podero

    apresentar, para um mesmo mtodo iterativo, nmeros bem diferentes de iteraes.

    O tempo total para o processamento de uma simulao do fluxo de potncia funo tambm da

    velocidade do computador e da qualidade do programa. Entretanto, praticamente todos os

    computadores atuais, inclusive laptops, tem recursos suficientes para o processamento do fluxo de

    potncia de sistemas eltricos de grande porte.

    Os requisitos mais importantes de um programa digital de fluxo de potncia so:

    Capacidade - definida pelo nmero mximo de barramentos. Depende no s do programa em si (n

    de reas, n de circuitos, n de equipamentos de controle, etc), como da capacidade do computador

    (memria, funes internas, rotinas, etc).

    Versatilidade - definida pelos recursos disponveis no programa em termos de condicionamento, no

    s da configurao (capacitor srie, transformadores com derivao, defasadores, elos de corrente

    contnua, etc), como dos tipos de barras.

    Velocidade - corresponde rapidez de soluo desde a entrada de dados at a sada com a impresso

    final dos resultados. Nesse tempo incluem-se no s o destinado s iteraes, como tambm fase da

    preparao dos dados, as rotinas de modificaes das redes (sada da linha, transformador, etc.) e das

    condies operacionais (variao da carga, da gerao, etc.).

    Cada tipo de barra pode, em um programa digital, desenvolver-se para vrios condicionamentos de

    barramento, que podem ser agrupados nas seguintes categorias:

    1) Local no condicionado; 2) Local condicionado; 3) Remoto no condicionado; 4) Remoto condicionado.

    Na primeira categoria incluem os trs tipos de barra dos sistema indicados, isto , barra de carga,

    onde so dadas as potncias ativa e reativa; barra de gerao com a especificao da potncia ativa e

    do mdulo de tenso; e barra de referncia onde fixada a tenso em mdulo e ngulo.

    Nos barramentos da segunda categoria (local-condicionado) pode-se alterar suas caractersticas

    durante o clculo.

    Assim, para a barra de carga condiciona-se um limite para a tenso (Vmln < V < Vmax). Quando um

    dos limites atingido, o valor limite da tenso retido, passando a uma barra de gerao, isto ,

    fixado P e V. Nesse caso o programa indica no final, tambm o valor da potncia reativa adicional

    necessria para manter a tenso no valor limite.

    No caso da barra de gerao condiciona-se o limite de reativos (Qmin < Q < Qmax). Atingindo este

    limite, a potncia reativa mantida constante, passando a variar o mdulo da tenso. A barra passa a

    ser de carga.

    Na categoria de barramento remoto - no condicionado definem-se a potncia ativa e o mdulo da

    tenso (barra P e | |) de um barramento e um outro barramento remoto que dever fornecer os

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    reativos para manter a tenso do primeiro barramento constante. Nesse caso fica aberto o limite dos

    reativos do segundo barramento.

    Finalmente, na ltima categoria tem-se um esquema semelhante ao anterior, porm com fixao dos

    limites da potncia reativa da segunda barra.

    Os programas digitais de fluxo de potncia podem ainda ser classificados em:

    1) programa de verso em batch; 2) programa de verso interativa.

    Na verso em batch, uma vez introduzidos os dados de entrada o programa realiza os clculos at o

    final, sem interveno externa, podendo os resultados no ser satisfatrios.

    A atuao do engenheiro limita-se a preparar dados e analisar os resultados.

    Na verso interativa o programa permite, durante sua realizao, a interveno externa para checar os

    resultados preliminares e/ou para introduzir alteraes nos dados iniciais.

    O desenvolvimento do programa geralmente efetuado por partes com a atuao constante do

    engenheiro visando obteno dos resultados adequados.

    Alguns programas permitem as duas verses.

    Os dados de entrada em um programa de fluxo de potncia podem ser classificados em trs tipos:

    1) Dados dos Parmetros: compreende os parmetros das linhas de transmisso (n de circuito, impedncia srie, susceptncia), dos transformadores (reatncia e taps), banco de capacitores

    (shunt ou srie), etc.;

    2) Dados Operacionais: envolvendo as condies de carga e os despachos de gerao;

    3) Dados de Condicionamento: so definidos os condicionamentos a serem ajustados tais como: limite mximo e mnimo da gerao de reativos em determinado barramento, faixa de

    variao das derivaes dos transformadores com comutao em carga e respectivo degraus,

    capacidade de transporte das linhas de transmisso (algumas vezes para duas ou trs

    condies); etc.

    Os resultados dos clculos so apresentados em formato de tabelas onde inicialmente so indicadas

    as informaes que identificam a alternativa processada e em seguida vm os resultados dos clculos.

    Normalmente indicam-se a tenso, em mdulo e ngulo, de cada barra; a potncia ativa e reativa, na

    extremidade de cada linha ou transformadora; a carga (potncia ativa e reativa); a potncia reativa

    gerada em cada barra de gerao ou compensao; a relao de transformador; as perdas, etc.

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    MODELAGEM DE REDES ELTRICAS EM REGME

    PERMANENTE

    Os sistemas eltricos podem ser representados por modelos matemticos desenvolvidos a partir da

    anlise dos circuitos lineares, por meio dos mtodos das malhas e/ou dos ns, baseados nas duas Leis

    de Kirchhoff.

    I. Equao das Malhas

    Na anlise das malhas de um circuito linear o objetivo calcular as correntes nos ramos do circuito,

    sendo conhecidas as fontes de tenso e as impedncias.

    Seja a seguinte rede eltrica:

    G1 G2

    T1 T21 2

    3

    L1

    L2 L3

    O circuito equivalente desse sistema eltrico pode ser representado conforme a seguir, onde so

    indicadas as correntes em cada ramo e a tenses nos respectivos barramentos:

    A carga ligada ao barramento 3 foi representada por uma impedncia constante.

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    Existem outros modos de representao da carga. Dentre eles um dos mais comuns a representao

    por uma potncia complexa (P + jQ) constante. A representao adequada de uma carga como uma

    funo da tenso e da frequncia, S = f (V, f), muito importante nos estudos dinmicos.

    Por simplificao no foram indicadas na figura anterior as impedncias shunt das linhas de

    transmisso, de forma a no aumentar o nmero de malhas independentes, e, portanto elevar o

    nmero de equaes.

    A figura a seguir apresenta as trs malhas do sistema eltrico em anlise com os sentidos das

    correntes das malhas indicados arbitrariamente:

    As equaes que descrevem o circuito so escritas em funo das correntes de malhas independentes

    IA, IB e IC, hipotticas. A escolha das malhas e da direo das correntes hipotticas arbitrria desde

    que pelo menos uma corrente de malha independente passe por cada elemento do circuito.

    O nmero de malhas independentes (conseqentemente de correntes de malhas independentes)

    dado pela equao:

    M = B - N + 1

    Onde: B nmero de ramos e N o nmero de ns.

    Essa equao s vlida para sistemas eltricos onde todos os ns so conectados apenas por

    intermdio de ramos simples. No vlida quando as conexes so de transformadores ou circuitos

    mistos.

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    A 2 Lei de Kirchhoff (lei das malhas) usada para obter as equaes do circuito, conforme a seguir:

    Malha A: E1 = (IA + IC) Z1 + IA ZL2 + (IA + IB ) Z3

    Malha B: E2 = (IB - IC ) Z2 + IB ZL3

    + (IA + IB ) Z3

    Malha C: E1 - E2 = (IA + IC ) Z1 + IC ZL1 + (IC - IB ) Z2

    Desenvolvendo vem:

    E1 = (Z1 + ZL2 + Z3 ) IA + Z3 IB + Z1 Ic

    E2 = Z3 IA + (Z2 + ZL3 + Z3 ) IB Z2 IC

    E1 - E2 = Z1 IA - Z2 IB + (Z1 + ZL1 + Z2 ) Ic

    Ou:

    EA = ZAA IA + ZAB IB

    + ZAC IC

    EB = ZBA IA + ZBB IB

    + ZBC IC

    EC = ZCA IA + ZCB IB

    + ZCC IC

    Onde:

    1) EA, EA e EC: so as FEM das malhas respectivas. No caso EA = E1, EB = E2 e EC = E1 - E2. O sinal da FEM definido pelo sentido arbitrado corrente da malha;

    2) ZAA, ZBB e ZCC so as impedncias prprias da malha e so iguais a soma das impedncias que compem a respectiva malha. (ZAA = Z1 + ZL2 + Z3 e etc.);

    3) ZAB = ZBA, ZAC = ZCA e ZBC = ZCB so as impedncias mtuas entre duas malhas e so iguais impedncia do ramo comum s duas malhas.

    Quando os sentidos arbitrados para as correntes das duas malhas que circulam pela impedncia

    mtua forem iguais, essa impedncia ter sinal igual ao das impedncias do ramo comum. Caso

    contrrio, a impedncia mtua ter sinal diferente da impedncia do ramo (ZBC = ZCB = -Z2).

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    Reescrevendo na forma matricial, vem:

    [ Em ] = [ Zm ] [Im]

    Expandindo a equao matricial, pode-se escrever:

    |

    | = |

    | X |

    |

    Conhecidos os valores de [Em] e de [Zm] tem-se:

    [Im] = [Zm]-1

    . [Em]

    Sendo Z(m) chamada matriz impedncia de malhas, montada da seguinte maneira:

    Elementos da diagonal principal (impedncias prprias):

    So dados pela soma das impedncias dos ramos que constituem a malha (por onde flui a corrente da

    malha em considerao).

    Elementos fora da diagonal principal (impedncias mtuas):

    So dados pela soma algbrica das impedncias dos ramos comuns s malhas em questo. Se as

    correntes das malhas tm o mesmo sentido, o sinal ser positivo, e vice-versa.

    Quando h Acoplamento Magntico Mtuo:

    Elementos da diagonal principal:

    So dados pela soma das impedncias prprias dos ramos que constituem a malha em questo e das

    impedncias mtuas que existem entre esses ramos. As impedncias mtuas tm sinal negativo se a

    corrente da malha flui em sentidos opostos de enrolamento nos 2 ramos com acoplamento.

    Elementos fora da diagonal principal:

    So dados pela soma algbrica das impedncias prprias dos ramos comuns s malhas em questo e

    das impedncias mtuas que existem entre ramos dessas malhas. A conveno de sinal a seguinte:

    Impedncias Prprias: positivo se as correntes de malha tm o mesmo sentido, e vice-versa.

    Impedncias Mtuas; positivo se as correntes de malha fluem no mesmo sentido de enrolamento, e

    vice versa.

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    Voltando equao matricial, verifica-se que:

    Determinados os valores de [lm ], podem ser calculadas as correntes em cada ramo.

    I1 = IA

    + lC

    I2 = IB lC

    etc.

    e da tm-se as tenses nos barramentos (E1 = EG1 I1Z1, etc.) e as potncias em trnsito

    (P12 + JQ12 = VI IL1 , etc.).

    Conclui-se finalmente que na anlise das malhas os elementos representados nos circuitos so

    facilmente identificveis com os componentes fsicos do sistema que eles modelam o que torna este

    mtodo desejvel, do ponto de vista do entendimento por parte do analisador, porm o mtodo sofre

    de srias limitaes quando aplicado a sistemas de grande porte, principalmente no que diz respeito

    identificao das malhas independentes.

    II. Equao dos Ns

    Na anlise nodal de um circuito linear, procura-se calcular as tenses dos ns do circuito, (com

    relao a uma certa referncia) sendo conhecidas as correntes injetadas nos ns e as admitncias dos

    ramos.

    Este mtodo de anlise no apresenta limitaes quanto ao porte do sistema eltrico, e possui a

    vantagem adicional de, geralmente, reduzir o nmero de variveis das equaes, e constitui a base de

    soluo dos estudos eltricos empregando computadores digitais, devido a sua forma direta do

    clculo das correntes.

    Em um sistema eltrico, a cada barramento corresponde um n. Como o neutro tambm um n,

    esse considerado como referncia, existindo assim tantos ns independentes quantas forem as

    barras do sistema, ou seja, igual ao nmero total de ns, menos um.

    A figura a seguir representa o mesmo sistema eltrico analisado pelo mtodo das malhas, onde as

    impendncias foram substitudas por admitncias. As fontes de gerao e as cargas ligadas aos

    barramentos foram indicados tracejadas porquanto deseja-se to somente evidenciar as correntes que

    entram (ou saem) do sistema eltrico, isto : I1 , l2 e l3.

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    1 2

    3

    YL1

    YL2 YL3

    EG1 EG2

    I1 I2

    I3

    Z1 Z2

    Z3 E2E1 E3

    De acordo com o sentido indicado, as correntes entrando no barramento so positivas e saindo,

    negativas. Aplicando-se a 1 Lei de Kirchoff (lei dos ns) ao barramento 1 tem-se

    I1 = I12 + I13

    Como:

    I12= (E1 - E2 ) YL1 e

    I13= (E1 - E3 ) YL2

    Pode-se escrever:

    I1= [YL1 + YL2 ] E1 YL1 E2 YL2 E3

    Analogamente, vem:

    I2 = YL1 E1 + [YL1 + YL3 ] E2 YL3 E3

    I3 = YL2 E1 YL3 E2 + [YL2 + YL3 ] E3

    Ou, generalizando:

    I1 = Y11 E1 + Y12 E2+ Y13 E3

    I2 = Y21 E1 + Y22 E2 + Y23 E3

    I3 = Y31 E1 + Y32 E2 + Y33 E3

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    Onde:

    1.Y11, Y22 e Y33 so as admitncias prprias dos barramentos e so iguais a soma das

    admitncias ligadas a cada barramento (Y11 = YL1 + YL2 , etc.).

    2.Y12 = Y21 , Y13 = Y31 e Y23 = Y32 so as admitncias mtuas entre barramentos, sendo iguais

    aos valores das admitncias dos ramos que ligam os respectivos barramentos, com o sinal

    trocado (Y12 = -YL1 , etc.).

    Na forma matricial, o sistema de equaes pode ser escrito conforme a seguir:

    [ I N ] = [YN] [EN]

    Ou:

    |

    | = |

    | x |

    |

    A matriz [YN ] denominada matriz admitncia nodal, tambm conhecida como YBARRA ou YBUS.

    Observa-se que a matriz [YN ] representa o sistema de transmisso e no inclui os componentes

    ligados aos barramentos e externos rede de transmisso, como as fontes de gerao com suas

    impedncias e as cargas.

    Na figura apresentada anteriormente no foram indicadas as admitncias shunt das linhas de

    transmisso, de possveis equipamentos da rede de transmisso (capacitores, reatores, etc.), porm

    sua incluso no altera o nmero de equaes como no caso do mtodo das malhas. Apenas so

    adicionadas s admitncias prprias dos barramentos onde esto ligadas.

    A matriz [YN] pode ser montada por inspeo, da seguinte forma:

    Elementos da Diagonal Principal: (Admitncias Prprias)

    So dados pela soma de todas as admitncias conectadas ao n em questo.

    Elementos fora da Diagonal Principal: (Admitncias Mtuas)

    So dados pela admitncia (ou pela admitncia equivalente, no caso de existir mais de uma)

    conectada entre ns em questo, com sinal trocado.

    Se existir acoplamento magntico no circuito, a anlise nodal no indicada devido grande

    complexidade de que se reveste.

    Essa Lei de formao permite montar qualquer matriz [YN ] , de qualquer sistema eltrico, incluindo

    todos os componentes ligados aos barramentos, inclusive aqueles externos rede de transmisso.

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    importante observar que as admitncias, prprias e mtuas dos barramentos representam grandezas

    de conceitos diferentes das impedncias, prprias e mtuas das malhas definidas no mtodo das

    malhas (ZAA, ZAB, etc.) e, como tal uma no inversa da outra.

    Define-se, no entanto, uma matriz impedncia nodal [ZN], ou ZBARRA OU ainda ZBUS, tal que [ZN] =

    [YN]-1

    e assim, pode-se reescrever a equao matricial, conforme a seguir:

    [EN] = [ZN] . [IN]

    A matriz impedncia nodal | ZN | pode ser representada por:

    | | |

    |

    Observa-se, no entanto que Zij Yij -1

    Essa matriz, que no deve ser confundida com a matriz de impedncia de malha ZM, tem grande

    importncia na anlise de sistemas eltricos, principalmente no estudo de curto-circuitos.

    Considerando agora todas as tenses, exceto E1, iguais a zero, verifica-se pela equao de IN que,

    neste caso, o produto Y11 E1 dar a corrente na barra 1, quando todas as barras exceto 1, so curto-

    circuitadas.

    Assim a matriz YN tambm denominada matriz curto-circuito.

    Por outro lado, admitindo-se todas as correntes nos barramentos, exceto , nulas, tem-se, pela

    equao de EN que o produto Z11 dar a tenso na barra 1, quando todas as demais esto abertas.

    Assim, a matriz ZN denominada tambm de matriz de circuito aberto.

    EQUAES DE FLUXO DE POTNCIA

    Os mtodos atuais de soluo das equaes de fluxo de potncia, em sua grande maioria, foram

    desenvolvidos com base no sistema nodal de modelagem do sistema eltrico, equacionando-se

    potncias no lugar de correntes.

    Sabe-se que em qualquer n i de um sistema eltrico existe o equilbrio de potncias, que pode ser

    expresso pela seguinte equao:

    SiG SiC - SiT = 0

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    Onde:

    SiG a potncia gerada no n i;

    SiC a potncia consumida no n i;

    SiT a potncia transferida do n i para os demais ns do sistema ligados a ele.

    A potncia transferida de um determinado n i de um sistema para outro n k, atravs do ramo i - k,

    conhecida como fluxo de potncia do n i para o n k, e pode ser encontrada da seguinte forma:

    Seja o ramo i - k, representado por uma linha de transmisso, indicado a seguir:

    Sik Iik IS r + jx

    IP

    jy jy

    Sabe-se que a potncia transferida do n i para o n k pode ser equacionada da seguinte maneira:

    Sik = Vi i Iik*

    Sendo:

    Iik = IP + IS

    Vem:

    Iik = Vi I jy + (Vi i Vk k) / (r + jx)

    Ou:

    Iik* = Vi -i(- jy ) + (Vi -i Vk -k) / (r - jx)

    E da:

    Sik = Vi i [Vi -i (- jy ) + (Vi -i Vk -k) / (r - jx)]

    (i) (k) Vi i Vk k

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    Operando vem:

    Sik = - jyVi2 + (Vi

    2 ViVk i - k) / (r - jx)

    Sabendo que:

    =

    Pode-se escrever:

    Sik = - jyVi2 + (Vi

    2 ViVk (i - k) .

    Sendo:

    gik =

    a condutncia srie de LT

    bik =

    a susceptncia srie de LT

    A equao de potncia pode ser escrita conforme a seguir:

    Sik = - jyVi2 + (Vi

    2 ViVk (i - k) . (gik jbik)

    Por outro lado, da lei de formao de matriz YN, sabe-se que o elemento de fora da diagonal principal

    exatamente a admitncia do ramo correspondente sua posio na matriz, com o sinal trocado.

    Assim, para o ramo i - k, esse elemento pode ser escrito da seguinte forma:

    Yik = Gik + j Bik

    E as parcelas: real e imaginria so calculadas conforme a seguir:

    Gik =

    = - gik

    Bik = - (

    ) =

    = - bik

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    E a equao de potncia pode ser escrita em funo de Gik e Bik, conforme adiante, j que esses

    elementos esto armazenados na matriz YN.

    Ento:

    Sik = - jyVi2 + (Vi

    2 ViVk (i - k) . ( - Gik + jBik )

    Escrevendo: ik = i - k vem:

    Sik = - jyVi2 + [Vi

    2 ViVk ( cos ik + j sen ik )] . ( - Gik + jBik )

    Sik = - jy Vi2 + jVi

    2 Bik Vi

    2 Gik Vi Vk ( - Gik cos i k jGIk sen i k + jBik cos ik Bik sen ik )

    Sik = [ ViVk (Gik cos ik + Bik sen ik) GikVi

    2 ] + j [ViVk (Gik sen ik Bik cos ik ) + (Bik - y) Vi

    2 ]

    Como:

    Sik = Pik + j Qik , pode-se concluir que:

    Pik = Vi Vk (Gik cos ik + Bik sen ik ) Gik Vi2

    Qik = Vi Vk (Gik sen ik - Bik cos ik ) + (Bik - y) Vi2

    Voltando equao de equilbrio de potncia e escrevendo as potncias complexas em termos de

    suas componentes ativa e reativa, vem:

    (PiG + jQi

    G ) - (Pi

    C + jQi

    C) - (Pi

    T + Qi

    T) = 0

    Pode-se dividir essa equao em duas, da seguinte forma:

    PiG Pi

    C Pi

    T = 0

    QIG Qi

    C QI

    T = 0

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    PIT e QI

    T so dadas, respectivamente, pela soma de todas as potncias ativas e reativas que deixam o

    n i por intermdio dos ramos conectados a ele.

    Se for designado por k i o conjunto de todos os ns k ligados ao n i (com k i), pode-se escrever:

    PIT =

    QIT =

    e as equaes de equilbrio de potncia podero ser reescritas como:

    PiG Pi

    C

    = 0

    QIG Q i

    C

    = 0

    Do estudo da matriz admitncia nodal sabe-se que:

    = Gii

    Bii

    Sendo ii = i i = 0, ento: cos ii = 1 e sen ii = 0

    Pode-se, portanto, incluir o caso k = i nos somatrios acima e escrever:

    PiG Pi

    C Vi = 0

    QiG Qi

    C Vi = 0

    E finalmente essas equaes so as equaes de equilbrio de potncia no n i de um sistema de n

    ns. Se essas equaes forem escritas para todos os ns do sistema tem-se um vetor de equaes de

    dimenso 2n que descreve o equilbrio ou balano de potncia de todo o sistema eltrico.

    Por outro lado, qualquer n i, ou barramento do sistema eltrico, fica caracterizado por 6 grandezas,

    a saber:

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    Mdulo de Tenso Vi

    ngulo de Fase de Tenso i

    Potncia Ativa Gerada PiG

    Potncia Reativa Gerada QiG

    Potncia Ativa Consumida PiC

    Potncia Reativa Consumida QiC

    Sendo as cargas (PiC e Qi

    C) consideradas fixas e conhecidas, restam 4 grandezas a serem

    determinadas para cada n i : Vi , i , PiG

    e QiG

    .

    Ento, para um sistema eltrico de n ns, o nmero de variveis ser, portanto igual a 4 n, e o

    nmero de equaes de fluxo de potncia igual a 2 n, o que no permite a soluo direta do

    problema.

    Para contornar essa dificuldade preciso especificar 2 das 4 variveis em cada n do sistema eltrico,

    de forma a igualar o nmero de equaes ao nmero de incgnitas.

    Dependendo de quais variveis so especificadas em determinado n, esse classificado em um dos

    3 tipos a seguir:

    I. n de referncia, slack (folga) ou swing (balano)

    V e so especificadas

    PG e Qi

    G so incgnitas

    II. ns de tenso controlada ou ns P - V

    PG e V so especificadas

    e QiG so incgnitas

    III. ns de cargaa ou ns P - Q

    PG e Q

    G so especificadas

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    V e so incgnitas

    Observe que a escolha das variveis especificadas e as calculadas bastante coerente com o

    problema, por exemplo: as barras de carga (P Q) representam cargas ou geraes fixas onde so conhecidos o total de potncia ativa e reativa injetada na barra.

    As barras de tenso controlada (P - V ) so utilizadas para barras onde existe alguma fonte de reativo

    varivel (gerador, compensador sncrono ou esttico) entre certos limites, que possibilite o controle

    da tenso.

    A barra swing serve como referncia de fase para as tenses dos demais barramentos. Ao contrrio

    das barras de carga e de gerao, a barra de referncia um conceito fictcio, criado pelos analistas

    de Fluxo de Potncia. Ela se faz necessria porque no possvel pr-especificar as potncias

    injetadas em todas as barras do sistema, j que as perdas na transmisso no so conhecidas at que a

    soluo do fluxo de potncia seja obtida.

    usual escolher uma das barras P - V para swing (desde que seja um gerador) e fixar a sua tenso

    (mdulo e ngulo) deixando a gerao em aberto para fazer o balano final:

    (PCARGA + Perdas= PGERADA)

    De acordo com as especificaes acima as variveis do sistema so classificadas em dois grupos:

    1) Variveis de Controle

    So tambm chamadas de variveis independentes e so constitudas por aquelas variveis que so

    especificadas em cada n.

    2) Variveis de Estado

    Tambm chamadas variveis dependentes, so constitudas pelas variveis no especificadas em cada

    n.

    As variveis de controle e de estado so reunidas em dois vetores da seguinte forma:

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    |

    | variveis de controle (especificada)

    |

    | variveis de estado (incgnitas)

    Existe ainda um conjunto de inequaes que fazem parte do estudo do fluxo de potncia formado,

    dentre outras, pelas restries nos mdulos das tenses nodais das barras P Q e nas injees de

    potncia reativa das barras P V.

    Vkmim

    Vk Vkmax

    Qkmin

    Qk Qkmx

    Tk1 mn

    tk1 tk1 max

    (tap)

    Conclui-se finalmente que, uma vez conhecidas as tenses nos barramentos do sistema (mdulo e

    ngulo) qualquer outra grandeza eltrica pode ser obtida, tais como: fluxos de potncia ativa e

    reativa, perdas, etc...

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    MTODOS DE SOLUO

    Devido complexidade do sistema de equaes do fluxo de potncia, no possvel obter uma

    soluo analtica exata. Ento, deve-se utilizar uma tcnica aproximada, que permita obter uma

    soluo numrica suficientemente precisa por intermdio de mtodos numricos (iterativos).

    Esses mtodos numricos buscam a soluo da seguinte maneira:

    Seja f(x) = 0 um sistema de equaes no lineares.

    Primeiramente estimada uma soluo inicial que ser usada no sistema de equaes a ser resolvido,

    para calcular uma segunda melhor que a primeira, e assim sucessivamente, at que seja encontrada

    uma soluo suficientemente precisa, dentro de certa tolerncia pr-fixada.

    H vrios mtodos iterativos utilizados em estudos de fluxo de potncia, porm sero analisados

    aqueles considerados mais importantes.

    MTODOS DE GAUSS E GAUSS SEIDEL

    Estes mtodos utilizam a matriz admitncia nodal como instrumento de iterao.

    Sabe-se que para um sistema de n ns, vale a equao nodal:

    IN = YN EN

    Onde:

    1) EN um vetor complexo (Vi i) n dimensional das tenses complexas dos ns;

    2) IN um vetor complexo n dimensional das correntes injetadas nos ns;

    3) YN uma matriz complexa, de ordem n x n.

    Por outro lado, a corrente injetada no n i resultado da injeo da potncia complexa lquida:

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    Si = SiG Si

    C

    Ou, em forma de suas componentes ativa e reativa:

    Si = Pi + jQi = (PiG Pi

    C) + j(QI

    G QI

    C)

    A seguinte relao verdadeira:

    Si = .

    Que pode ser reescrita da seguinte forma:

    Ii =

    =

    A equao matricial da corrente pode ser escrita para cada componente do vetor IN , da seguinte

    forma:

    I1 = Y11E1 + Y12E2 + ... + Y1iEi + ... + Y1nEn

    I2 = Y21E1 + Y22E2 + ... + Y2iEi + ... + Y2nEn

    .

    .

    . Ii = Yi1E1 + Yi2E2 + ... + Yii Ei + ... + YinEn

    .

    .

    . ln = Yn1 E1 + Yn2 E2 + ... +YniEi + ... + Ynn En

    Da, tirando o valor de E1 da 1a equao pode-se escrever:

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    Y11 E1 = I1 Y12E2 - ... Y1i.Ei - ... Y1n En

    Ou:

    Y11 E1 = I1 = I1

    E finalmente:

    E1 =

    [I1

    ]

    De acordo com a classificao dos ns feita anteriormente, pode-se concluir:

    a) Para o n de referncia, o valor de E conhecido. Logo no h necessidade de escrever a sua

    equao. Isso compensado pelo fato de que o nmero de tenses desconhecidas do sistema de

    equaes tambm fica reduzido de 1;

    b) Nos ns tipo PQ, tanto o mdulo como o ngulo de fase da tenso so desconhecidos. As

    grandezas especificadas em tais barras so as potncias ativas e reativas geradas. Portanto, vlida a

    seguinte relao:

    Ii =

    Onde:

    =

    e

    =

    Substituindo na equao de tenso, obtm-se:

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    Ei =

    [

    ]

    Note que com a substituio feita, a equao passa a ser do tipo recursiva.

    c) Nos ns tipo PV, o mdulo da tenso especificado e somente o ngulo de fase desconhecido.

    Por outro lado, nesse tipo de barra, apenas a potncia ativa gerada especificada, devendo a potncia

    reativa gerada ser calculada. Nesse caso procede-se da seguinte forma:

    Inicialmente, calcula-se a potncia reativa lquida injetada Qical

    a partir de equao da potncia,

    conforme a seguir:

    Qical

    = Im { Ei li*}

    Portanto:

    Qical

    = - Im { Ii }

    Do sistema de equaes de corrente, pode-se escrever:

    Ii =

    Portanto:

    Qical = - Im {

    }

    Normalmente so especificados limites fsicos da variao da potncia reativa dos geradores e/ou

    compensadores. Nesse caso, quando o valor de Qical

    , obtido pela equao anterior, exceder esses

    limites, significa que a barra no tem condies de controlar o mdulo da tenso no valor desejado,

    ento, adota-se para Qi, o valor do limite mais prximo e considera-se a barra como PQ.

    Uma vez obtido Qical

    utiliza-se a equao de clculo das tenses da seguinte forma:

    Ei =

    [

    ]

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    O valor de Ei calculado pode no satisfazer, necessariamente, a restrio o |Ei | =

    o que se faz,

    ento, racionalizar Ei calculado, de tal forma que |Ei | =

    sem que o seu ngulo de fase

    encontrado mude. Em outras palavras, adota-se:

    =

    Onde

    o ngulo de fase de Ei, obtido pela equao de tenso.

    ROTEIRO DE SOLUO

    a) Estima-se valores inicias para o vetor das tenses de n EN. Normalmente, para os ns do tipo

    PQ: Ei0 = e para os do tipo PV, Ei

    0 = V

    esp

    b) Para todos os ns (menos o de referncia) testa-se se o n do tipo PV. Se for, pula-se para o item d . Se for do tipo PQ continua-se;

    c) Calcula-se Ei usando a equao especfica para o clculo de tenses para os ns do tipo PQ, onde as tenses desconhecidas que aparecem no segundo membro so dadas pelos valores

    correntes do vetor EN . Vai-se ao item e;

    d) Calcula-se Qicalc

    usando a equao para o clculo de potncia reativa. Os valores das tenses

    desconhecidas so dados pelos valores correntes do vetor EN. Calcula-se Ei usando a equao

    especifica para os clculos das tenses para n PV. Usa-se o valor do ngulo de fase de Ei

    encontrado para se obter Eiado;

    ;

    e) Aps todos os ns (menos o de referncia) terem sido processados, a primeira iterao est completada. Testa-se, ento, se houve convergncia do processo iterativo. Se houve, o

    processo terminado e os ltimos valores do vetor EN obtidos constituem a soluo do

    problema. Se no houve convergncia, o processo iterativo reiniciado em b onde os valores

    do vetor EN recm encontrados substituem os valores da iterao anterior.

    Esse procedimento de substituio dos valores de tenso posto em prtica em todas as iteraes, e

    executado de maneira diferente nos mtodos de Gauss e de Gauss Seidel.

    No mtodo de Gauss, em cada iterao, todos os valores de tenso que aparecem no segundo membro

    das equaes de tenso e potncia so os valores da iterao anterior. No final da iterao, todos os

    valores das tenses so atualizados. A essa tcnica d-se o nome de substituio simultnea.

    No mtodo de Gauss-Seidel, apenas os valores ainda no calculados na presente iterao so os da

    iterao anterior, ou seja, assim que um valor de tenso calculado ele substitui o da iterao

    anterior. A essa tcnica denomina-se substituio sucessiva.

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    O mtodo de Gauss-Seidel alm de apresentar maior rapidez de convergncia do que o de Gauss

    ainda economiza memria, pois o vetor dos valores de tenso da iterao anterior no necessrio.

    Por essas razes, o mtodo de Gauss Seidel sempre preferido ao mtodo de Gauss.

    CRITRIO DE CONVERGNCIA

    O critrio para detectar a convergncia do processo iterativo, nesses mtodos, normalmente consiste

    em verificar se a variao em todos os valores das tenses de todos os barramentos da iterao

    anterior para a atual est dentro de certa tolerncia pr-estabelecida .

    Assim: |

    |

    Sendo i = 1, 2, ... , n

    Onde o ndice k denota o nmero da iterao.

    ACELERAO DE CONVERGNCIA

    Os mtodos de Gauss e Gauss-Seidel so, normalmente, mtodos de convergncia lenta e, portanto,

    h vantagem em se utilizar fatores de acelerao no processo de convergncia. As novas tenses,

    aps as aceleraes so dadas por:

    Onde o fator de acelerao, determinado empiricamente e quase sempre contido no seguinte intervalo 1 < < 2. Para determinar o valor timo de para um determinado sistema eltrico, resolve-se vrios fluxos de potncia com diferentes valores de at encontrar o menor nmero de iteraes necessrio para a convergncia.

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    Isso ilustrado na figura a seguir:

    iteraes

    1 timo 2

    O valor tpico adotado para de 1,6 por ser esse valor o que melhor acelera esses mtodos na

    maioria dos sistemas eltricos.

    ASPECTOS COMPUTACIONAIS

    Em um programa de computador de carter prtico, nunca se deve usar conjuntos bidimensionais

    para armazenar a matriz YN porque no se poderia explorar a extrema esparsidade dessa matriz.

    Levando-se em conta essa afirmao, o uso total de memria dos mtodos de Gauss e Gauss Seidel

    proporcional a n, sendo n o nmero de ns do sistema eltrico.

    O nmero de operaes por iterao do mtodo proporcional a n. Portanto, o nmero total de

    operaes proporcional a n2 .

    A convergncia lenta e duvidosa, devida, principalmente, ao fraco acoplamento observado entre os

    ns do sistema eltrico, quando o mesmo modelado atravs de sua matriz admitncia nodal.

    As principais vantagens so a sua facilidade de implementao e a pouca necessidade de memria de

    computadores.

    As principais desvantagens so: a inconfiabilidade da convergncia e elevado tempo de

    processamento.

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    EXEMPLO

    Resolver as equaes de fluxo de potncia pelo mtodo de Gauss-Seidel, do seguinte sistema eltrico:

    X1

    G1 G2

    X2 X3

    Dado dos ns (p.u)

    Barra V PG QG PC QC

    1 1,05 0 ? ? - -

    2 1,04 ? 0,20 ? - -

    3 ? ? - - 0,60 0,25

    Dados dos ramos (p.u.)

    Emissor Receptor r x y

    1 2 - 0,24 -

    1 3 - 0,06 -

    2 3 - 0,18 -

    Tolerncia = 0,005

    Fator de Acelerao FA = 1,6

    1 2

    ~

    ~

    3

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    Soluo:

    1. Montagem da matriz YN

    gik =

    = 0 Gik = 0

    bik = - (

    ) =

    Bik 0

    yik = 0, ento no existe admitncia shunt ligada diretamente s barras

    YN = |

    |

    B12 =

    = j 4,17 p.u. = B21

    B13 =

    = j 16,67 p.u. = B31

    B23 =

    = j 5,56p.u. = B32

    B11 = - (B12 + B13) = - j 20,84 p.u.

    B22 = - (B21 + B23) = - j 9,73 p.u.

    B33 = - (B31 + B32) = - j 22,23 p.u.

    Ento:

    YN = |

    -

    -

    -

    |

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    2. Estimativa dos valores Iniciais

    E = [

    ] [

    ]

    3. Calculo das tenses

    1 Iterao

    Barra 1 referncia no se calcula

    Barra 2 PV

    Q2cal

    = - Im { E2* }

    Q2cal

    = - Im { E2*( + E2 + E3 )}

    Q2cal

    = - Im { [ . j4,17 + (-j9,73)+ . j5,56]}

    Q2cal

    = - Im{ - 0,0 j0,19 } = 0,19 p.u.

    Da:

    E21 =

    [

    ]

    = P2

    G - P2

    C = 0,20 0, 0 = 0,20 p.u.

    E21 =

    (

    )

    E21 = p.u. calculado

    E21acelerado = (E2

    1 E2

    0 ) + E2

    0

    E21ac = 1,6 ( - )

    E21ac = p.u. calculado

    E21ac = p.u. adotado

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    Barra 3 PQ

    E3 =

    [(

    )

    ]

    = P3G - P3

    C = 0,0 0,60 = - 0,60

    = Q3

    G - Q3

    C = 0,0 0,25 = - 0,25

    E31 =

    [

    - ( . j16,67 + . j5,56)]

    E31 = p.u.

    E31acelerado = (E3

    1 E3

    0 ) + E3

    0

    E31ac = 1,6 ( - ) +

    E31ac = p.u.

    Teste de Convergncia

    |

    | = | |

    |

    | = 0,03 no convergiu

    Quando no converge para uma barra, no precisa testar para as demais, deve-se fazer outras

    iteraes, at atingir a convergncia.

    Supe-se que o sistema convergiu ao alcanar os seguintes valores:

    E1 = p.u.

    E2 = p.u.

    E3 = p.u.

    4. Clculo dos Fluxos de Potncia nos Ramos

    Pik = Vi Vk (Gik cos ik + Bik sen ik ) Gik Vi2

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    Qik = Vi Vk (Gik sen ik Bik cos ik ) + (Bik - y) Vi2

    Ramo 1 2

    P12 = V1 V2 (G12 cos 12 + B12 sen 12) G12 V12

    P12 = 1,05 x 1,04 (4,17 sen (-2)) = - 0,1589 p.u.

    Q12 = V1 V2 (G12 sen 12 B12 cos 12 ) + (B12 - y) V12

    Q12 = 1,05 x 1,04 (- 4,17 cos (-2))+ 4,17x 1,052 = 0,0465 p.u.

    Ramo 2 - 1

    P21 = V2 V1 (G21 cos 21 + B21 sen 21 ) G21 V22

    P21 = 1,04 x 1,05 (4,17 sen (2)) = 0,1589 p.u.

    Q21 = V2 V1 (G21 sen 21 B21 cos 21 ) + (B21 - y) V22

    Q21 = 1,04 x 1,05 (- 4,17 cos (2))+ 4,17 x 1,042 = - 0,0406 p.u.

    O clculo dos fluxos de potncia nos demais ramos anlogo, limitando-se simples aplicao de

    valores nas equaes.

    5. Clculo das Perdas

    Perda Ativa no ramo = (Pik + Pki)

    Perda Reativa no ramo = (Qik + Qik)

    Ramo 1 - 2

    P12 + P21 = - 0,1589 + 0,1589 = 0

    Q12 + Q21

    = 0,0465 - 0,0406 = 0,0059 p.u.

    Perdas totais do Sistema

    Ativas = Perdas Ativas em todos os ramos

    Reativas = Perdas Reativas em todos os ramos

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    6. Clculo das Potncias Geradas

    Para os clculos das potncias geradas so utilizadas as equaes de equilbrio de potncias nas

    respectivas barras onde h gerao e os valores so desconhecidos, conforme segue:

    PiG Pi

    C Vi = 0

    QiG Qi

    C Vi = 0

    Para a Barra de Referncia, calcula-se PiG

    e QiG , ento para i = 1 Pi

    G e Qi

    G

    Para a Barra P V, calcula-se apenas QiG , ento para i = 2 Q2

    G

    Assim:

    P1G

    = V1 (V1 B11 sen 11 + V2 B12 sen 12 + V3 B13 sen 13)

    P1G = 1,05 [1,04 x 4,17 sen ( 2) + 1,037 x 16.67 sen (5)]

    P1G = 1,4231 p.u.

    Q1G = V1 (V1 B11 cos 11 V2B12 cos12 V3 B13 cos 13)

    Q1G = 1,05 [ 1,05 ( 20,84) x 1,0 1,04 x 4,17 cos (-2) 1,037 x 16,67 cos (5)]

    Q1G = 0,3431 p.u.

    Q2G = V2 ( V1 B21 cos 21 V2 B22 cos 22 V3 B23 cos 23)

    Q2G = 1,04 [ 1,05 x 4,17 x cos (2o) 1,04 x ( 9,73) x 1,0 1,037 x 5,56 cos (5o) ]

    Q2G = 0,00043 p.u.

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    MTODO DE NEWTON-RAPHSON OU NEWTON

    o mtodo geral para a determinao de razes reais de equaes no lineares. Em essncia, o

    mtodo de Newton-Raphson baseia-se na srie de Taylor, da seguinte forma:

    Se uma aproximao xk conhecida para uma das razes da equao f (x) = 0, ento uma melhor

    aproximao pode ser obtida calculando-se:

    xk+1

    = xk - (f(xk))-1 . f (xk)

    Chamado xk = - (f(xk))-1 . f (xk)

    Pode-se escrever:

    xk+1

    = xk + xk

    Este mtodo pode ser estendido a um conjunto de equaes no lineares da seguinte forma:

    f1 (x1 , x2 , ... , xn) = 0

    f2 (x1 , x2 , ... , xn) = 0

    fn (x1, x2 , ... , xn) = 0

    Da mesma forma se conhecido o vetor Xk das variveis (x1

    k, x2

    k, ... , xn

    k) que constituem uma

    aproximao a uma das razes do conjunto, ento uma melhor aproximao pode ser calculada por:

    Xk+1

    = Xk J-1 F(Xk)

    Chamando: Xk = - J -1 F (xk)

    Pode-se escrever:

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    Xk+1

    = Xk + Xk

    Onde:

    1) F (Xk) o vetor constitudo pelos resultados das equaes anteriores substituindo-se os valores do

    vetor Xk.

    2) J a matriz das derivadas parciais de primeira ordem das equaes, com relao s variveis X.

    Essa matriz chamada matriz Jacobiana do sistema de equaes, ou simplesmente Jacobiano. Os

    elementos da matriz Jacobiana so definidos como:

    Jij =

    Jii =

    Exemplo:

    Sejam as equaes:

    f1 (x1 , x2) = x12 + x2

    2 - 5 = 0

    f2 (x1, x2) = x12 - x2

    2 + 3 = 0

    cujas as razes so:

    x1= 1

    x2 = 2

    Supondo que sejam conhecidas as seguintes aproximaes:

    x1= 0,5 e x2 = 1,5

    Pede-se obter uma aproximao melhor, usando o mtodo de Newton-Raphson.

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    Soluo:

    1 Passo: montagem, do vetor X1

    Tem se: X1

    = |

    |

    2 Passo: montagem do vetor F (X1)

    f1 ( ,

    ) = 0,52 + 1,5

    2 - 5 = - 2,5

    f2 ( ,

    ) = 0,52 1,52 + 3 = 1,0

    logo: f(X1

    ) = |

    |

    3 Passo: montagem da matriz Jacobiana

    = 2x1 = 1

    = 2x2 = 3

    = 2x1 = 1

    = - 2x2 = - 3

    Portanto:

    J = |

    |

    Nota-se que o Jacobiano no simtrico.

    4 Passo: Inverso do Jacobiano

    A inversa de uma determinada matriz igual sua matriz adjunta dividida pelo seu determinante.

    Ento:

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    J-1

    = |

    |

    5 Passo determinao de X1

    Sabendo-se que: X1 = - J -1 F (X1)

    X1 = - |

    | |

    | = |

    |

    6 Passo: determinao de X2

    Sendo X2

    = X1

    + X1 , obtm se:

    X2

    = |

    | |

    | = |

    |

    Observa-se que X2 constitue uma melhor aproximao s razes (x1=1, x2 = 2) que X

    1.

    O processo poderia agora ser reiniciado do 2o passo, usando os valores de X

    2 para obter uma melhor

    aproximao ( X 3) e assim por diante at que a aproximao fosse suficientemente acurada.

    Representao Grfica

    Seja uma funo com apenas uma varivel f (x):

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    Na soluo f (x) = 0

    Seja a aproximao x1

    Uma melhor aproximao ser:

    x2 = x

    1 + x1

    x1 = - f(x1)-1 . f (x1) = -

    Sabe-se que: f (x1) = tg = - tg

    tg =

    x1 =

    = l

    Ento x2 =

    x

    1 + l

    Pelo grfico conclui-se que x3 j pode ser aceita como soluo, j que x

    1 uma boa estimativa inicial.

    Por outro lado, se for adotado x1

    como estimativa inicial, o mtodo no alcana a soluo.

    Pode-se observar que o mtodo bastante influenciado pela forma da funo f(x) e tambm pela

    escolha da aproximao inicial x1. Normalmente o mtodo trabalha muito bem para funes

    contnuas convexas.

    A grande vantagem desse mtodo que ele possui convergncia quadrtica, o que significa que

    quanto mais se aproxima da soluo, mais rpido o mtodo tende a convergir para ela. Por isso, a sua

    confiabilidade muito grande para funes contnuas e bem definidas analiticamente.

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    APLICAO AS EQUAES DE FLUXO DE POTNCIA

    Para as equaes do fluxo de potncia, trabalha-se com o vetor g, definido pelas seguintes equaes:

    Gip

    = PiG Pi

    C Vi = 0

    GiQ = Qi

    G Qi

    C Vi = 0

    O vetor g constitudo dos seguintes elementos:

    a) Para o n de referncia

    Vr e r so conhecidos, portanto no preciso nenhuma equao para esse n.

    b) Para cada n P - Q

    Vj e j so desconhecidos, portanto preciso duas equaes: Gip

    e GiQ.

    c) Para cada n P - V

    Vj conhecido e j incgnito, portanto s preciso uma equao: Gip.

    Assim, conclu-se que o nmero total de incgnitas igual a npv + 2npq. E tambm que o nmero

    total de equaes igual a npv + 2npq

    Onde: npv e npq so, respectivamente, os nmeros de ns P - V e P - Q do sistema.

    Ento, o vetor g que engloba todas as equaes do fluxo de potncia pode ser organizado da seguinte

    forma:

    g = |

    |

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    Onde:

    1) g p o vetor das equaes de potncia ativa, escritas para todos os ns do sistema, exceto o de

    referncia;

    2) g Q o vetor das equaes de potncia reativa, escritas para todos os ns P-Q do sistema.

    O vetor x contendo as incgnitas (ou variveis de estado) pode ser escrito como:

    x = |

    |

    Onde:

    1) o vetor dos ngulos das tenses para todos os ns, menos o de referncia;

    2) V o vetor dos mdulos das tenses para todos os ns P Q do sistema.

    Durante o processo iterativo de soluo, os vetores gP e g

    Q no sero nulos j que seus elementos

    estaro sendo calculados com valores aproximados das variveis e V. Portanto, os valores obtidos para os elementos desses vetores so resduos (mismatches) que medem a menor ou maior

    proximidade da soluo - quanto mais prximos esses elementos esto de zero, mais prximo estar o

    processo iterativo da soluo. Por essa razo os vetores gP e g

    Q so tambm denotados,

    respectivamente, como P e Q, indicando que eles traduzem os mismatches (erros) de potncia ativa e reativa nos ns do sistema durante o processo iterativo.

    Ento, a expresso iterativa para soluo das equaes ser:

    xk + 1

    = xk + xk

    Sendo: xk = - J-1 gk

    A matriz J (Jacobiano), neste caso, constar de 4 submatrizes, da seguinte forma:

    J = |

    |

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    Cujos elementos de cada uma dessas submatrizes so dados por:

    Hij =

    Hii =

    Nij =

    Nii =

    Jij =

    Jii =

    Lij =

    Lii =

    Onde os ndices i e j so relativos aos ns i e j do sistema eltrico e no a eixos da matriz Jacobiana.

    Os elementos do vetor x, em concordncia com os do vetor x, so dados por:

    x = [

    ]

    As equaes de soluo do mtodo podem, portanto, ser reescritas como:

    [

    ] = [

    ] + [

    ]

    [

    ] = - |

    |

    [

    ]

    Para simplificao dos clculos costuma-se redefinir as submatrizes N e L, com o fim de tomar

    iguais, numericamente, os termos Hij e Lij, bem como simtricos os termos Jij e Nij do Jacobiano,

    como o vetor x da seguinte forma:

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    x = [

    ]

    Onde V/V um vetor onde cada elemento de V aparece dividido pelo V correspondente.

    As submatrizes N e L passam a ser denotadas por N e L e seus elementos dados por:

    Nij =

    Nii =

    Lij =

    Lii =

    Assim, no se altera a equao do mtodo, conforme a seguir:

    [

    ] = - |

    | [

    ]

    E finalmente as novas equaes iterativas sero dadas por:

    [

    ] = [

    ] + [

    ]

    [

    ] = - |

    |

    [

    ]

    ROTEIRO DE SOLUO

    a) Fazer o contador de iteraes k = 0 e estimar valores iniciais para k e Vk (normalmente = 0

    e V=1,0);

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    b) Formar os vetores Pk e Qk e testar a convergncia;

    c) Formar e inverter a matriz Jacobiana;

    d) Calcular os vetores de correo k e Vk;

    e) Obter os novos valores k +1 e Vk +1 usando a expresso iterativa da soluo, fazer k = k + 1 e

    voltar ao item b.

    CRITRIO DE CONVERGNCIA

    Os vetores AP e AQ permitem verificar a convergncia do processo, pois ambos devem ser nulos no

    ponto de soluo. Portanto, os critrios de convergncia so:

    | | P

    | | Q

    para todos os elementos de P e Q.

    Onde:

    P e Q so as tolerncias preestabelecidas.

    FORMAO DA MATRIZ JACOBIANA

    Inicialmente deve-se estruturar a matriz Jacobiana a fim de identificar os ndices de cada um de seus

    elementos, que correspondero ao ndice da equao a ser utilizada (registrado na linha) e ao da

    incgnita a ser calculada (registrado na coluna), de forma conveniente cada uma das submatrizes

    que a compe.

    Assim, costuma-se, aps a identificao das incgnitas e das respectivas equaes, estruturar o

    Jacobiano a partir de cada submatriz, relacionando os ndices das equaes a serem utilizadas nas

    linhas e os das incgnitas nas colunas em cada submatriz.

    J = |

    |

    Exemplo:

    Estruturar a matriz Jacobiana para o clculo das tenses dos barramentos de um sistema eltrico

    assim caracterizado:

    Barra 1 PV

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    Barra 2 PQ

    Barra 3 Referncia

    Barra 4 PQ

    Barra 5 PV

    Soluo:

    Relacionam-se inicialmente as incgnitas do sistema e respectivas equaes a serem utilizadas, de

    acordo com os tipos das barras, conforme a seguir:

    1 P1 V2 Q2

    2 P2 V4 Q4

    4 P4

    5 P5

    Da estrutura-se o Jacobiano da seguinte forma:

    Incgnitas Incgnitas V

    Equaes P

    Equaes Q

    Sabendo-se que a matriz Jacobiana formada pelas derivadas parciais de 1a ordem das equaes de

    potncia (P e Q) com relao s incgnitas ( e V), de forma adequada a cada uma de suas

    submatrizes, pode-se escrever:

    Hij =

    Hij =

    [ Pi

    G Pi

    C Vi ]

    Sabe se que ik = i - k

    1 2 4 5

    2 4

    1 H11 H12 H14 H15 N12 N14 2 H21 H22 H24 H25 N22 N24 4 H41 H42 H44 H45 N42 N44 5 H51 H52 H54 H55 N52 N54

    2 J21 J22 J24 J25 L22 L24 4 J41 J42 J44 J45 L42 L44

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    As derivadas trigonomtricas de subtrao de arcos so dadas por:

    sen (a - b) = - cos (a b)

    cos (a - b) = sen (a - b)

    sen (a - b) = cos (a - b)

    cos (a - b) = - sen (a - b)

    E tambm que derivada de qualquer constante igual a zero.

    Observa-se que todos os membros do somatrio do 2o membro da equao so constantes em relao

    varivel qual se deseja derivar parcialmente (j), quando k for diferente de j. PiG e Pi

    C tambm so

    constantes.

    Ento: Hij = - Vi Vj (Gij sen ij Bij cos ij)

    Hii =

    Hii =

    [ Pi

    G Pi

    C -

    ]

    Neste caso utiliza-se a equao P, escrita com a funo somatrio considerando o conjunto k i, a fim de facilitar o clculo da derivada, que neste caso, efetuado com relao a i , portanto presente em todos os membros do somatrio.

    Sabendo-se que:

    Gik = - Gii

    Pode-se escrever:

    Hii =

    {

    }

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    Derivando vem:

    Hii = - Vi

    Somando e subtraindo uma mesma parcela equao no modifica seu resultado, ento:

    Hii = - Vi + Vi2Bii Vi

    2Bii

    Como: (Bik yik) = - Bii, pode-se incluir a parcela - Vi2Bii ao somatrio, transformando o

    conjunto k i para k i.

    Ento:

    Hii = Vi + Vi2Bii

    Sendo:

    QiT = Vi

    Logo:

    Hii = QikT

    + Vi2Bii

    Da mesma forma, pode-se calcular os elementos da submatriz N, conforme a seguir:

    Nij = Vj

    Nij = Vj

    [ Pi

    G Pi

    C -

    Os elementos da equao so constantes em relao Vj, exceto quando k for igual a j. Nesse caso, a

    derivada pode ser calculada, obtendo-se:

    Nij = Vj [- ]

    E da vem:

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    Nij = - Vi

    Nii = Vi

    Novamente utiliza-se a equao de P escrita em funo do conjunto k i.

    Nii = Vi

    [ Pi

    G Pi

    C -

    Como: Gik = - Gii

    Nii = Vi

    [ Pi

    G Pi

    C

    Vi

    Derivando, vem:

    Nii = Vi [- 2

    Incluindo uma das parcelas (- Vi Gii ) no somatrio, encontra-se a seguinte expresso:

    Nii = Vi [-

    E da obtm - se:

    Nii = -

    Sendo: PiT = Vi Vk

    Pode-se escrever:

    Nii = - PiT

    O procedimento adotado para calcular os elementos das submatrizes J e L so idnticos ao anterior,

    apenas substituindo-se a equao P pela equao Q. Assim:

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    Jij =

    Jij =

    [Qi

    G Qi

    C Vi ]

    Derivando, vem:

    Jij = - Vi Vj (- Gij cos ij - Bij sen ij)

    E da :

    Jij = Vi Vj ( Gij cos ij + Bij sen ij)

    Jii =

    Jii=

    [Qi

    G Qi

    C Vi

    ]

    Derivando, obtm-se a seguinte expresso:

    Jii = - Vi

    Somando e subtraindo a parcela , vem:

    Jii = - Vi + -

    Como: Gik = - Gii , pode se escrever:

    Jii = - Vi +

    E da:

    Jii= - PiT

    Lij = Vj .

    Lij = Vj .

    [Qi

    G Qi

    C Vi ]

    Derivando vem:

    Lii = - Vi Vj ( Gij sen ij - Bij cos ij)

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    Lii = Vi

    Lii = Vi

    [Qi

    G Qi

    C Vi +

    ]

    Derivando, obtm se a seguinte expresso:

    Lii = Vi [- + 2 ]

    Incluindo uma das parcelas (- Vi Gii ) no somatrio, obtm se:

    Lii = Vi [- + ]

    Lii = [ ]

    E da:

    Lii = - QiT +

    Comparando se as expresses para as submatrizes, observa se que Hij = Lij , Nij = - Jij , o que confirma

    o objetivo pretendido quando foram redefinadas as submatrizes N e L da matriz Jacobiana.

    ASPECTOS COMPUTACIONAIS

    A convergncia muito poderosa e independe de certos fatores tais como: a escolha do n de

    referncia, o uso de capacitores srie, a quantidade de elementos shunt, etc. Porm, a aproximao

    inicial deve ser prxima da soluo, o que ocorre no caso do fluxo de potncia, onde o mdulo da

    tenso deve estar prximo de 1,0 e com pequenos valores de defasagem angular;

    O nmero tpico de iteraes fica ente 3 e 5 para sistemas bem comportados;

    O tempo de processamento computacional reduzido, considerando-se que uma iterao pelo mtodo

    Newton-Raphson equivale a 7 iteraes por Gauss-Seidel;

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    O uso de memria de computador proporcional ao nmero de ns do sistema, considerando-se a

    esparsidade da matriz YN, porm bem maior que o do mtodo de Gauss-Seidel;

    A principal desvantagem formar e inverter a matriz Jacobiana a cada iterao. Na prtica, a

    inverso evitada utilizando a tcnica da fatorizao e explorando-se a esparsidade dessa matriz,

    porm sua formao inevitvel;

    A implementao computacional complexa e sofisticada devido principalmente formao e

    inverso da matriz Jacobiana a cada iterao, alm de explorao da sua esparsidade.

    Finalmente conclui-se que vivel a utilizao conjunta dos mtodos de Gauss-Seidel e Newton-

    Raphson, usando Gauss-Seidel nas primeiras iteraes at obterem-se valores prximos da soluo.

    A seguir usa-se Newton-Raphson inicializado com esses valores, obtendo-se rapidamente a soluo.

    Exemplo 1:

    Calcular as tenses do sistema eltrico indicado a seguir, pelo mtodo de Newton-Raphson:

    Dados dos ns (p.u.):

    Barra V PG QG PC QC

    1 1,0 0 ? ? - -

    2 1,0 ? 0,20 ? - -

    Dados do ramo (p.u.):

    Emissor Receptor R X B

    1 2 0 1,0 0

    Tolerncia = 10-3

    Soluo:

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    1) Montagem de Matriz YN:

    YN = |

    |

    A admitncia do ramo 1- 2 igual 0 - j1,0 , ento:

    YN = G + jB = |

    |

    E da:

    G = |

    | e B = |

    |

    2) Identificao das incgnitas:

    Barra 1 Referncia no se calcula V1 e 1

    Barra 2 PV calcula-se apenas 2

    3) Identificao das equaes de potncia:

    O nmero de equaes igual ao nmero de incgnitas, portanto: 1.

    Para o clculo de 2 utiliza-se a equao P2.

    4) Montagem das equaes iterativas:

    [2]k*

    1 = [2]

    k + [2]

    k

    [2]k

    = - J-1

    [P2]k

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    5) Montagem da equao P2:

    Pi = Pi

    G Pi

    C Vi = 0

    Desenvolvendo vem:

    P2 = P2

    G - P2

    C - V2 V1 (G21 cos 21 + B21 sen 21) = 0

    Substituindo dados encontra-se:

    P2 = 0,20 - sen 21 = 0

    6) Estruturao da Matriz Jacobiana:

    2

    J = 2 | |

    H22 =

    =

    (0,20 sen 21) = - cos 21

    7) Estimativa de Valores Iniciais:

    V0

    = |

    | = |

    | = |

    | = |

    |

    Calculo de P2

    P2 = 0,20 sen (0 - 0) = 0,20

    Teste de Convergncia:

    | | = | | 10-3 no convergiu

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    8) Clculo da 1a iterao:

    [2]1 = [2]

    0 + [2]

    0

    [2]0

    = - J-1

    [P2]0

    Montagem e inverso da Matriz Jacobiana:

    J = [H22]

    H22 = - cos 210 = - cos (0 - 0) = - 1,0

    J = [-1,0]

    J-1

    = [-1,0]

    Calculo de 20:

    [2]0

    = - [-1,0] [0,20] = [0,20]

    [2]1 = [0] + [0,20] = [0,20] rd.

    Clculo de P21:

    | | = 0,20 - sen (0,20 - 0) = 0,0013

    Teste de convergncia:

    | | = | | 10-3 no convergiu

    9) Clculo da 2a iterao:

    [2]2 = [2]

    1 + [2]

    1

    [2]1

    = - J-1

    [P2]1

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