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Ergonomia e qualidade de vida bloco 03
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ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
BLOCO 03
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO
Unidade 09. Ergonomia Organizacional....................................................... 04
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva................................................................ 18
Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores........... 28
Unidade 12. Estresse.......................................................................................... 40
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
03
Apresentação
Neste segundo Bloco vamos nos aprofundar no estudo da
Ergonomia, de forma a compreender um pouco mais as suas especifici-
dades e as consequências de sua aplicação para a saúde e qualidade de
vida das pessoas.
Assim, veremos a importância dos princípios fisiológicos,
biomecânicos e antropométricos para o entendimento da Ergonomia
Física e de como ela pode melhorar a qualidade de vida das pessoas no
trabalho.
ERGONOMIA
ORGANIZACIONAL
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE
09
ERGONOMIA ORGANIZACIONAL
Caro(a) Aluno(a),
Nesta Unidade, vamos conhecer a linha de estudo da Ergono-
mia Organizacional e como ela se aplica na prática diária das empresas
e dos colaboradores. Para isso, estudaremos os princípios comporta-
mentais, sociais e hierárquicos existentes nas empresas, de acordo com
as demandas de atividade de trabalho.
Vamos lá? Bom estudo!
Introdução
Ao se estudar a Ergonomia aplicada ao ambiente laboral,
temos que entender que na maioria dos processos haverá o trabalho do
sujeito inserido em um processo coletivo, normalmente relacionado a
uma hierarquização de tarefas, esteja o sujeito atendendo a ordens de
seus superiores ou comandando seus subordinados.
Assim, considerando empresas do setor de produção ou de
serviços, os produtos finais são dependentes deste trabalho em equipe
e do relacionamento pessoal e profissional existente entre os trabalha-
dores. Uma equipe que atua de forma organizada, seguindo protocolos
pré-estabelecidos, terá menos chance de gerar erros.
Conforme já estudamos nas Unidades 01 e 02, as mudanças
nos processos de trabalho estabelecidos por Taylor foram uma verda-
deira revolução na época. Antes disso, o trabalho era visto como um
castigo ou um mal necessário para a sobrevivência do indivíduo e de
Unidade 09. Ergonomia Organizacional. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
05
06
sua família. Estamos falando de uma época em que não havia um con-
senso sobre as noções básicas de higiene, tampouco sobre a saúde. As
fábricas não apresentavam iluminação e ventilação adequadas. Eram
extremamente barulhentas e o risco de acidentes era muito grande.
Sem contar a jornada de trabalho, que era extenuante e penosa para o
trabalhador.
Hoje, com a globalização, o desenvolvimento de uma cons-
ciência sobre os processos de saúde e doença, com a responsabilização
de empresas sobre a saúde de seus funcionários e com o processo de
elaboração de um produto, algumas vezes, passando por fábricas dife-
rentes, as atividades de trabalho tiveram que se modernizar, buscando
uma padronização apoiada nos princípios de relacionamento interpes-
soal, seja entre colaboradores de um mesmo setor, seja entre chefias e
subordinados.
Ergonomia Organizacional
A Ergonomia Organizacional é aquela na qual há uma busca
pela utilização máxima de todas as possibilidades envolvendo a ativida-
de de trabalho e a forma como essa atividade de trabalho ocorre. Esta-
mos abordando áreas como a comunicação interna e externa de uma
empresa, os projetos de trabalho a serem desenvolvidos (trabalho indi-
vidual, projeto participativo, trabalho cooperativo, produção em célu-
las, etc.), tudo isso dentro de uma administração geral de gestão da
qualidade do trabalho (BAÚ, 2002, p. 127-131).
Assim, na Ergonomia Organizacional, também conhecida
como macroergonomia, concentram-se o gerenciamento dos recursos
humanos para que todo o processo produtivo ocorra. A macroergono-
mia, portanto, não pode ser vista como se tivesse uma atribuição defini-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
07
da e imutável, pois necessita de constante atualização e retroalimenta-
ção dos dados observados no dia-a-dia da empresa para a solução de
problemas e conflitos diários.
É preciso que tenhamos o entendimento de que cada colabo-
rador de uma equipe de trabalho influencia na atividade do outro,
positiva e negativamente. Como em um quebra-cabeça, quando todas
as peças se encaixam, ou seja, quando todos fazem aquilo que lhe é
incumbido de ser feito, o processo de trabalho torna-se harmonioso.
Para isso, quando há necessidade de alguma intervenção nos
processos de trabalho, deve-se visualizar o trabalho não somente pelo
equipamento, pelas máquinas ou pelos layouts, conforme estudamos
na Unidade 05. Deve-se estar atento ao relacionamento (algumas vezes
complexos) do todo: do trabalhador, com suas características individu-
ais e coletivas, do modo operatório, com suas peculiaridades de cada
empresa e de cada produto, e da tecnologia empregada para a realiza-
ção da atividade de trabalho.
O desenvolvimento da Ergonomia Organizacional promoveu
uma visão mais ampla sobre a atividade de trabalho. Tanto que, a partir
da segunda metade do século XX, muitas empresas, principalmente na
Europa (devido ao processo de reconstrução da região no período pós-
guerra), iniciaram a flexibilização das atividades de trabalho, respeitan-
do-se as características próprias dos trabalhadores, seja na sua indivi-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
FATOR HUMANO
PROCESSOS
DE
TRABALHO
TECNOLOGIA
FATOR ORGANIZACIONALfig. 01
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
dualidade ou, principalmente, no seu comportamento coletivo.
A Ergonomia Organizacional busca atender às principais
demandas de insatisfação dos trabalhadores.
A primeira demanda geral faz referência à jornada de trabalho.
Atualmente, no Brasil, temos uma jornada semanal de 40 a 44 horas de
trabalho, com situações pontuais de redução da carga horária para 36 e
até 30 horas de trabalho semanal. Do ponto de vista ergonômico, as
pessoas que trabalham mais do que 9 a 10 horas por dia apresentam
uma redução do ritmo de trabalho, com o objetivo de acumular energia
para suportar toda a jornada do dia (IIDA, 2005, p. 387).
A organização do trabalho deve permitir que cada funcionário
possa desenvolver suas competências e habilidades, buscando sua
realização profissional. Na medida do possível, a participação dos
colaboradores deve ser estimulada para que se sintam parte do proces-
so produtivo, evitando assim que a rigidez excessiva na organização do
trabalho deixe o colaborador mais propenso ao adoecimento, já que
pode adequar suas atividades ocupacionais às suas demandas específi-
cas de produção.
Faça uma analogia das atividades ocupacionais obser-
vadas nas empresas com suas obrigações domésticas e
verifique se você tem feito suas atividades sempre da mesma
forma, “por obrigação”, ou se tem desenvolvido novas estratégias de
cumprir com suas atividades, visando diminuir sua sobrecarga de traba-
lho, melhorando os resultados finais.
0508EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
09
O Trabalho Flexível
Antigamente, os produtos eram produzidos em larga escala e
mantinham-se no mercado por anos, algumas vezes por décadas.
Recentemente esse processo vem se alterando, tornando os ciclos de
auge dos produtos cada vez menores, em grande parte devido ao
desenvolvimento cada vez mais rápido das tecnologias.
Nas empresas, o meio produtivo também sofreu alterações,
principalmente quanto à redução das atividades repetitivas e monóto-
nas. É o que Iida (2006, p. 391) citou como o enriquecimento do traba-
lho. Nessa linha de raciocínio, os trabalhadores são desafiados a esta-
belecer novos processos de trabalho através do desenvolvimento de
suas habilidades.
Embora apresente um custo maior de treinamento e de moni-
toramento do processo de produção, o enriquecimento do trabalho
estimula o colaborador a participar do processo, reduzindo índices de
absenteísmo, rotatividade e outros problemas de trabalho, além de
diferenciar-se pelo incremento de qualidade aos produtos fabricados
(ABRAHÃO et al, 2009).
Iida (2009) apresentou formas de aumentar a flexibilidade
como ferramenta da Ergonomia Organizacional. Primeiramente, tratou
da redução nos níveis hierárquicos de um organograma tradicional, no
qual o fluxo de informações (ordens de serviço) é unidirecional, de cima
para baixo. Em um sistema tradicional, no organograma de uma empre-
sa consta de 5 a 10 níveis hierárquicos, com pouca troca de informações
horizontais, enquanto que no sistema flexibilizado são de 3 a 4 níveis,
com níveis hierárquicos diluídos (Figura 2). Para isso, os trabalhadores
também devem incorporar essa nova mentalidade de trabalho, não
havendo mais aquele funcionário especialista em apenas uma ativida-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 09. Ergonomia Organizacional.
10
de, mas aquele que incorpora atividades simples com outras mais com-
plexas, sabendo um pouco de tudo dentro do processo produtivo.
Além disso, permite à empresa desenvolver uma programação de rota-
tividade de trabalho, fazendo com que o trabalhador possa atuar deter-
minados períodos de tempo em locais diferentes da operação da
empresa, trabalhando grupos musculares diferentes e reduzindo o
nível de fadiga. Por fim, relata a mudança de comportamento das chefi-
as, que devem passar agir como líderes de grupo. Enquanto os chefes
distribuem as tarefas e monitoram o desempenho dos seus subordina-
dos, os líderes são reconhecidos pelo grupo e facilitam o modo opera-
tório para que todo o grupo atinja seus objetivos.
Com o desenvolvimento da economia no Brasil, principalmen-
te nas últimas duas décadas, o fim da hiper-inflação permitiu às empre-
sas produzir com estoques de produtos cada vez menores, em um pro-
cesso denominado just in time. Nesse processo é produzido somente
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRESIDÊNCIA
DIRETORIAS
GERÊNCIAS
SEÇÕES
DEPARTAMENTOS
MARKETING
E VENDAS
PRODUÇÃOEQUIPE DE
PROJETOS
DIREÇÃO
fig. 02
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
11EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
aquilo que será vendido, reduzindo-se a necessidade de grandes inves-
timentos para o desenvolvimento de um produto. Entretanto, esse pro-
cesso gera, ao trabalhador, maior responsabilidade sobre possíveis
falhas, ao mesmo tempo que exige um trabalho em equipe sincroniza-
do, fazendo com que todos os funcionários de uma unidade produtiva
realmente sintam-se parte importante de todo o processo.
Em meados de 1970, a Toyota desenvolveu um sistema
de rotação de trabalhadores baseado na organização de
pequenas unidades produtivas, denominadas células de pro-
dução. Para isso, todos os empregados eram capazes de operar
todas as máquinas da célula a que pertenciam. Nascia assim o “toyotis-
mo”. Essa implantação ocorreu inicialmente em uma das fábricas do
grupo, em três etapas: primeiro houve a rotação dos supervisores entre
as células com atividades similares; em seguida, cada operário foi trans-
ferido de um posto de trabalho para outro, dentro da mesma célula,
para que todos tivessem o período de treinamento em todos os postos
de trabalho da sua célula; por fim, quando todos os operários comple-
taram o treinamento em todos os postos de trabalho, a velocidade do
ciclo rotacional aumentou progressivamente, passando de uma rota-
ção semanal para uma rotação diária até finalizar em uma rotação a
cada quatro horas.
Pausas para descanso
Durante a atividade de trabalho, as pessoas realizam pausas de
diferentes formas. Grandjean e Kroemer (2005) listaram 4 tipos princi-
pais de pausas.
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
12EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As pausas espontâneas são aquelas pausas que os trabalha-
dores fazem por iniciativa própria, interrompendo a atividade de traba-
lho visando objetivamente o descanso. São pausas de curta duração,
mas que podem se repetir várias vezes ao longo da jornada de trabalho,
trazendo mais efeitos de descanso ao trabalhador do que uma pausa
longa.
As pausas disfarçadas, também conhecidas como micropau-
sas, são aquelas que o trabalhador faz ao deixar de realizar a atividade
principal, dando tempo de recuperar uma determinada musculatura,
sobrecarregada na atividade principal, que não será utilizada na tarefa
auxiliar.
As pausas condicionadas são aquelas nas quais o próprio
trabalho determina as interrupções, seja devido ao ciclo de trabalho de
uma máquina ou até mesmo devido à organização do trabalho de uma
célula ou setor da empresa.
Por fim, as pausas prescritas são aquelas determinadas pela
própria empresa ou por regras e convenções, como as pausas para lan-
che, ou ainda para realização de atividades como a Ginástica Laboral ou
outro programa de qualidade de vida na empresa.
Trace um paralelo comparativo entre os princípios de
Taylor e Ford (Aulas 01 e 02) quanto à rigidez organizacional,
tempos de ciclo, participação dos trabalhadores nas decisões e na
flexibilidade de produção, com os princípios apresentados nesta aula,
exemplificados pelo Toyotismo. Tivemos avanço? Retrocesso? Ou são
exemplos muito pontuais, longe de nossa realidade?
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
13EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Discuta com seus colegas sobre a Ergonomia Física do
seu Posto de Trabalho, ou de algum ambiente de sua casa ou
faculdade, observando as exigências que este local apresenta,
relatando quais as possibilidades de adaptação às características físicas
das pessoas, levando em conta a Fisiologia do Trabalho, a Biomecânica,
a Antropometria e os princípios da Organização do Trabalho.
A Ergonomia Organizacional (macroergonomia) é
apresentada como uma nova forma de pensar a Ergonomia,
indo além da análise direta das características físicas do trabalhador
inseridas no posto de trabalho. Vê-se a importância de trabalhar todas
possibilidades de relacionamento interpessoal e desenvolvimento das
características de personalidade dos trabalhadores no processo geren-
cial do trabalho, visando melhorar as condições de trabalho através da
redução do risco de acidentes e promoção da qualidade de vida do
trabalhador.
Glossário
Absenteísmo: Estar ausente da função de trabalho. Falta ao trabalho.
Analogia: é uma relação de semelhança estabelecida entre dois ou
mais sujeitos ou objetos.
Extenuante: algo que causa enfraquecimento ou debilitação.
Imutável: algo que não pode ser mudado; que é permanente; constan-
te.
Incumbido: designado; que recebe uma ordem de fazer alguma coisa.
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
14EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Subordinado: alguém que está sob as ordens de um superior.
Unidirecionais: em um único sentido.
Referências
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D.
Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009.
BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: ergonomia, legislação e reabili-
tação. Curitiba: Clãdosilva, 2002.
GRANDJEAN, E. KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptan-
do o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Blucher, 2005
Lista de imagens
fig.01: autoral.
fig.02: autoral.
Fim daFim da
Unidade!Unidade!Fim da
Unidade!
Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.na próxima unidade.
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.
Unidade 09. Ergonomia Organizacional.
15EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 09. Ergonomia Organizacional.
"A principal meta da educação é criar
homens que sejam capazes de fazer coisas
novas, não simplesmente repetir o que
outras gerações já fizeram. Homens que
sejam criadores, inventores, descobridores.
A segunda meta da educação é formar men-
tes que estejam em condições de criticar,
verificar e não aceitar tudo que a elas se
propõe"
PIAGET, 1982
ERGONOMIA
COGNITIVA
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE
10
ERGONOMIA COGNITIVA
Caro(a) Aluno(a),
Nesta aula você conhecerá a linha de estudo da Ergonomia
Cognitiva e como ela se aplica na prática diária das empresas e dos cola-
boradores. Para isso, estudaremos os princípios de atenção, concentra-
ção e tomada de decisão dos trabalhadores nas atividades de trabalho
existentes nas empresas de acordo com as respectivas demandas.
Preparado(a) para começar? Bom estudo!
Introdução
Se analisarmos qualquer atividade desempenhada no nosso
cotidiano, ocupacional ou não, perceberemos que o ser humano intera-
ge com o meio constantemente: mobiliários, ferramentas, maquinários
ou outras pessoas. Independentemente do nível de complexidade
dessa relação. O que procuraremos entender é como ocorre essa troca
contínua de informações entre esses elementos, e como percebemos e
transmitimos as informações necessárias para determinadas ações.
A comunicação se dá somente quando há uma interpretação
correta das informações transmitidas. A Ergonomia Cognitiva estuda os
aspectos sensoriais de como percebemos e processamos essas infor-
mações para as nossas tomadas de decisões. Assim, fechamos o siste-
ma envolvendo os processos de percepção, memória e decisão a fim de
realizar projetos mais eficazes.
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
17
18
Se retornássemos poucas décadas no tempo, presenciaríamos
uma divisão muito clara de trabalhadores que desempenhavam ativi-
dades essencialmente manuais (físicas) e de trabalhadores que desem-
penhavam atividades essencialmente mentais (cognitivas). Atualmente,
vemos que essas distinções no meio de trabalho vêm reduzindo cada
vez mais, permitindo aos trabalhadores de setores operacionais partici-
parem do processo de planejamento, contribuindo com sua experiên-
cia prática para a solução de problemas gerenciais.
Ergonomia Cognitiva
Na cognição percebemos uma sequência de etapas mentais
que fazem com que as pessoas analisem uma série de variáveis do ambi-
ente para então promover uma determinada decisão. É a partir deste
processo que se desenvolve também a aprendizagem motora, pelas
experiências vividas e armazenadas nas mais diferentes situações
vivenciadas. (Figura 1).
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
RECONHECIMENTO
DE PADRÕES
ATENÇÃO E
CONSCIÊNCIA
DO MEIO
TOMADA
DE DECISÃO
RESOLUÇÃO
DE PROBLEMASMEMÓRIA
fig. 01
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
19
Para Baú (2002, p. 130), a Ergonomia Cognitiva está relacionada
aos processos mentais, incluindo a carga mental de trabalho, a tomada
de decisão de acordo com as experiências específicas de trabalho e a
interação homem-máquina, além da exigência psíquica e comporta-
mental, conforme as atividades exigem um maior relacionamento entre
o ser humano e o ambiente no qual ele está inserido.
Assim, quando nos defrontamos com uma situação que neces-
site de uma resposta, primeiramente temos a percepção, através de
nosso sistema sensorial, de todas as características de um determinado
evento ou situação, para então ativarmos nossos processos cognitivos a
fim de buscar experiências anteriores ou outras informações que nos
permitam interpretar tal situação e encontrar a melhor alternativa para
a sua resolução. Isso nos fará armazenar estes novos eventos para uma
utilização futura. Em casos de exposição a situações totalmente inusita-
das ou inéditas, utilizamos a similaridade de conceitos, buscando as
experiências mais próximas para nos auxiliar na tomada de decisão.
Se observarmos uma rosa, o nosso sistema sensorial
buscará a maior quantidade de informações sobre esta rosa na
nossa memória: a textura e a cor das pétalas, o odor exalado
pela flor. Mas tal análise pode ir além: Podemos associar essa
flor a uma experiência prazerosa que tivemos, como o reencontro com
a pessoa amada, ou ainda, ativarmos o corpo para tomar cuidado com
os acúleos desta rosa, visto experiências anteriores armazenadas em
nosso cérebro, como a de um evento ocorrido há muito tempo, em que
perfuramos o dedo quando cortávamos alguns botões de uma roseira.
São as conexões de todas as informações referentes àquele
objeto ou evento que nos fazem tomar nossas decisões. Assim, você irá
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 10. Ergonomia Cognitiva.
pegar a rosa com cuidado para não machucar os dedos e ao mesmo
tempo apreciará a sua fragrância, lembrando da pessoa amada.
Se cada indivíduo reage de uma forma distinta, fruto das suas
experiências, competências e habilidades, o coletivo de trabalho tam-
bém apresentará conhecimentos e representações comuns entre seus
membros. Nestes casos, segundo Abrahão et al (2009), admite-se que o
grupo consegue coordenar ações conjuntas por meio de um ou mais
elementos, favorecendo a comunicação interna, permitindo antecipar
ações, perceber os problemas, resolvê-los e tomar decisões.
Isso explica porque, cada vez mais, as organizações investem
na capacidade dos seus colaboradores em se comunicarem. Muitos
estudos convergem que o sucesso de uma empresa advém do compar-
tilhamento de informações entre os componentes de um grupo, já que
não temos capacidade fisiológica de captar, analisar e armazenar todas
0520EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
fig. 02
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
21
as informações, nem de elaborar respostas e resoluções de todos os
problemas do nosso meio de trabalho. Por isso a comunicação torna-se
tão importante, pois “permite reduzir o número de tratamento de infor-
mações desnecessárias [...] e contribui para minimizar alguns impactos
resultantes da inserção de novas tecnologias” (ABRAHÃO et al, 2009, p.
156).
Memória humana
A memória é um mecanismo para armazenar, no cérebro, as
informações percebidas, visando o seu uso posterior. Geralmente não
armazenamos todas as informações que estão a nosso redor, promo-
vendo uma seleção condicionada ao local em que estamos, às emoções
que estamos vivenciando, etc.
A capacidade total da memória humana é estimada em cerca
de 100MB, embora alguns autores dêem cifras que chegam a
43GB.
Conceitualmente, a nossa memória pode ser classificada em
dois grupos: a memória de curta duração e a memória de longa dura-
ção.
Na memória de curta duração (também conhecida como
memória de curto prazo ou memória de trabalho) há o armazenamento
das informações por um período extremamente pequeno, que pode
variar de 5 a 30 segundos, sendo que, na maioria das vezes, são esqueci-
das após esse período (IIDA, 2005, p. 260). Entretanto, essas informa-
ções deixam rastros que continuam a circular em nossa rede neuronal,
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 10. Ergonomia Cognitiva.
22
possibilitando que sejam recuperadas para nossa análise consciente a
qualquer momento, desde que estimuladas por um novo evento, simi-
lar ao armazenado (GRANDJEAN e KROEMER, 2005, p. 143).
A memória de longa duração está associada a mudanças na
estrutura das células nervosas, tendo um caráter mais duradouro e está-
vel. Entretanto, a capacidade de inclusão de novas informações no sis-
tema de memória de longa duração é muito mais lenta do que na
memória de curta duração. Isso porque novas conexões nervosas têm
que ser estabelecidas, alterando estruturalmente a rede nervosa (IIDA,
2005, p. 261).
Já o esquecimento é falta de capacidade em recuperar determi-
nadas informações armazenadas. Esse evento está relacionado a diver-
sos fatores, como associar uma pessoa a um local e encontrá-la em
outro ambiente totalmente diferente, trazendo assim, dificuldades de
reconhecimento. Há também interferências de novas informações com
a memória de curta duração e vice-versa. Por fim, há também o esque-
cimento relacionado a fatos desagradáveis, ou por degeneração das
células nervosas, comum no processo de envelhecimento do ser huma-
no.
A Tomada de Decisões
Diariamente tomamos dezenas e às vezes até centenas de deci-
sões, desde o momento em que acordamos e nos levantamos até o
momento em que nos deitamos e vamos dormir. Muitas escolhas são
simples, já outras podem ser complexas e influenciar no nosso futuro
ou no futuro de quem está próximo de nós.
O processo decisório usa tanto a memória de curta duração
quanto a memória de longa duração. Segundo Iida (2015), a principal
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
23EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
dificuldade na tomada de decisão complexa se dá devido à baixa capa-
cidade da memória de curta duração, pois isso pode influenciar na
elaboração de uma resposta à um determinado estímulo ou problema,
devido a falta de referências concretas para a tomada de uma decisão
específica.
Isso explica como pessoas de um mesmo grupo, com experiên-
cias similares, tomam decisões diferentes para a tentativa de resolução
de um mesmo problema.
A capacidade de tomar decisões corretas está relacionada dire-
tamente ao desenvolvimento da competência do trabalhador. Para
ABRAHÃO (2009, p.158):
As competências se referem à potencialidade de uma pessoa
para realizar uma ação em determinado momento de uma situa-
ção. São elas que operacionalizam os conhecimentos e habilida-
des do trabalhador que se concretizam na forma de ações.
As competências que um trabalhador demonstra identificam
as representações que ele tem do seu trabalho. Assim, explica também
= COMPETÊNCIA
EXPERIÊNCIA HABILIDADES
CONHECIMENTOfig. 03
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
24EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
como ele evita o erro, identifica o problema, como ele o corrige, como
ele dá conta de responder a situações inesperadas e como ele se plane-
ja dentro daquilo que é esperado que ocorra.
O indivíduo mais ou menos competente depende da sua proa-
tividade em buscar soluções, mas depende também das condições e
possibilidades ofertadas ao sujeito em executá-las.
Há não muito tempo atrás, uma recepcionista de um
prédio comercial atendia ao público que chegava e orientava o
andar e a sala para qual cada cliente deveria ir. Com o aumento
dos procedimentos de segurança, atualmente a recepcionista
tem que destravar a porta automática de entrada do prédio comercial,
inserir uma série de informações dos visitantes (nome, RG, CPF, empre-
sa, etc.) em um sistema específico no computador, registrando uma
fotografia digital em conjunto, além de ter que solicitar a autorização
da empresa para que o visitante possa dirigir-se ao andar e sala indica-
dos.
Este pode ser um entre tantos outros exemplos da demanda
cognitiva e organizacional que se exige cada vez mais dos funcionários,
cujas atribuições antigamente não eram necessárias. Portanto, eis os
cuidados que temos que ter não somente com a carga física de traba-
lho, mas também com todo o procedimento organizacional e cognitivo.
As atividades cognitivas dependem das informações recebidas e
processadas do meio e do uso da memória de cura e longa duração
para uma tomada de decisões visando a resolução de problemas. Um
sistema de trabalho adequado, com um organização de tarefas e roti-
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
25EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
nas facilita as ações corretas e reduz as sobrecargas mentais e erros no
processo de produção.
Glossário
Fragrância: odor, aroma, perfume.
GB: Gigabytes; Unidade de informação digital; corresponde a
1.024.000.000 de bytes.
MB: Megabytes; Unidade de informação digital; corresponde a
1.024.000 de bytes.
Rede Neuronal: Rede de conexões nervosas entre neurônios no Siste-
ma Nervoso Central.
Sistema sensorial: Estruturas do corpo responsáveis pela captação das
diferentes sensibilidades (tátil, sonora, dolorosa, de iluminação, de
gosto e de odor).
Organizações: grandes empresas ou grupo empresarial.
Referências
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D.
Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009.
BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: ergonomia, legislação e reabili-
tação. Curitiba: Clãdosilva, 2002.
GRANDJEAN, E. KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptan-
do o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Blucher, 2005
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
26EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Lista de imagens
fig.01: Sequência dos processos cognitivos que acrescentam novos conheci-
mentos ao ser humano. Autoral.
fig.02: Percepção da Rosa. Autoral.
fig.03: Competência. Autoral.
Fim daFim da
Unidade!Unidade!Fim da
Unidade!
Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.na próxima unidade.
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.
Unidade 10. Ergonomia Cognitiva.
27EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 10. Ergonomia Cognitiva.
“Você poderia tirar de mim as minhas fábri-
cas, queimar os meus prédios, mas se me der
o meu pessoal, eu construirei outra vez todos
os meus negócios.”
Henry Ford
CARACTERÍSTICAS
PSICOFISIOLÓGICAS
DOS
TRABALHADORES
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE
11
CARACTERÍSTICAS PSICOFISIOLÓGICAS DOS TRABALHADORES
Caro(a) Aluno(a),
Nesta aula vamos analisar e discutir os principais fatores psico-
fisiológicos que influenciam no processo de trabalho individual e
coletivo das organizações. Para isso, estudaremos a adaptação humana
ao trabalho e como o trabalhador responde à motivação, à monotonia e
à fadiga. Por fim, analisaremos as diferenças existentes entre trabalha-
dores homens e mulheres, jovens e idosos quanto à capacidade produ-
tiva e estratégias para a realização do trabalho.
Bom estudo!
Introdução
O estudo das adaptações humanas às diferentes demandas de
trabalho envolve uma série de variáveis, as quais ocorrem quando o
organismo sai da sua homeostasia, em repouso, para uma atividade
com exigência, cobrança e normas a serem cumpridas. Nestas situa-
ções, a motivação, a fadiga e a monotonia são três itens muito impor-
tantes de serem observados por qualquer um que estude o desenvolvi-
mento da qualidade de vida do trabalhador. A busca por ambientes nos
quais esses fatores possam ser controlados permitirão o desenvolvi-
mento de uma atividade de trabalho que apresente resultados mais
eficazes, a custo humano menor.
Somados a isso, temos que entender que o comportamento
Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
29
30
coletivo do ser humano, mesmo respeitando-se as individualidades de
cada um, apresenta padrões comuns que podem e devem ser analisa-
dos, visando entender melhor o grupo de trabalho e evitar situações de
conflito.
Uma série de variáveis ainda pode ser inserida, como a idade da
população que se está estudando, o grau de experiência dentro da
empresa e nos postos de trabalho e a predominância de sexo. Todas
elas podem ter influência nessa análise e são importantes, também,
para a resolução de conflitos e/ou prevenção de futuros problemas.
SHTM – Sistema Homem-Tarefa-Máquina
De acordo com Grandjean e Kroemer (2005), o SHTM se carac-
teriza pela relação recíproca entre estes componentes: O homem (tra-
balhador), para realizar sua atividade de trabalho, precisa das informa-
ções fornecidas pela máquina, percebidas por seu sistema sensorial
(visão, audição, tato, etc.) e gerenciadas pelo seu Sistema Nervoso, de
acordo com sua capacidade cognitiva, como estudamos na unidade
anterior. A partir daí o indivíduo elabora uma resposta e interage com a
máquina, desenvolvendo sua tarefa de trabalho. A esta ação, a máquina
gerará um novo estímulo que reinicia o ciclo, devendo ser percebido
novamente pelo trabalhador para a elaboração de uma nova resposta
(Figura 1).
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
fig. 01
31
Na Ergonomia não há distinção se a máquina é simples ou com-
plexa, sendo a ênfase na tarefa que a relação do homem com esta
máquina cumpre. Este é o âmago do SHTM.
Desta forma, o SHTM possui a perspectiva de destacar e
desenvolver as necessidades humanas de segurança, conforto e bem-
estar, ao mesmo tempo em que determina os procedimentos e tarefas
que apresentam melhores resultados de produção. Devemos, então, ter
o entendimento de como o trabalho se organiza. Para isso, Dejours et.
al. (1994) elencou:
Ÿ Trabalho prescrito: a prescrição do trabalho se dá no planejamento e
desenvolvimento da atividade de trabalho, levando em considera-
ção as exigências técnicas e normativas (de segurança, de funciona-
mento de máquinas, de regulamentos, etc.);
Ÿ Trabalho real: dada uma atividade de trabalho prescrita, normal-
mente observamos uma situação real significativamente modificada
em relação ao que outrora fora prescrita. Quanto mais adaptado o
trabalho real estiver, diferenciando-se daquilo que foi prescrito,
maiores as probabilidades de falhas ou erros decorrentes da falta de
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
fig. 02
planejamento para situações não programadas anteriormente.
As Características psicofisiológicas do ser humano
Na interação da Ergonomia Organizacional e Cognitiva com o
funcionamento do Sistema Nervoso Central, observamos todo o pro-
cessamento das percepções e respostas dos indivíduos ao meio que os
cerca.
Na maioria das vezes, este processamento é feito sem a interfe-
rência consciente do indivíduo, reportando um comportamento intuiti-
vo e natural. Entretanto, em muitas situações, apesar de não termos
controle das respostas que o organismo realiza, temos consciência
delas. É o caso do aumento dos batimentos cardíacos em uma situação
de perigo, o estado de concentração em um ambiente desconhecido, o
enrijecimento dos músculos diante de uma situação estressante.
A forma como interpretamos os estímulos que estão a nossa
volta pode dar o tom individualista a uma reação do organismo tão
natural e tão comum a todas as outras pessoas. Segundo Abrahão et. al.
(2009), as estratégias de respostas de cada sujeito são elaboradas atra-
vés da interpretação das informações do ambiente e dos conhecimen-
tos e experiências memorizadas, possibilitando ao sujeito desenvolver
uma ação para atingir seu objetivo. É esta individualização da interpre-
tação das informações que faz com que os processos psicofisiológicos
sejam de difícil de análise.
De forma geral, o ser humano possui um padrão de resposta às
situações comuns. Quanto à forma de adoção da melhor postura de
trabalho, Grandjean e Kroemer (2005, p.118) relatam que:
Ÿ O trabalhador prefere escolher sua postura de forma ativa, depen-
dendo do tipo de exigência que a tarefa a ser realizada demanda;
0532EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
33
Ÿ O trabalhador prefere utilizar a musculatura do corpo de forma
alternada ao longo da jornada de trabalho do que utilizar sempre
determinado segmento repetidas vezes.
Já com relação à organização do trabalho, Dejours (1992, p.41)
cita:
Ÿ O trabalhador não gosta de atividades fragmentadas com um ritmo
acelerado para execução e, principalmente se este ritmo for imposto
por uma máquina, uma gerência ou por clientes, preferindo ele
mesmo determinar o melhor ritmo de trabalho;
Ÿ O trabalhador pode ser estimulado a aumentar o seu ritmo de traba-
lho a partir de um retorno financeiro ou outro benefício, indepen-
dentemente da sua capacidade física e mental.
Grandjean e Kroemer (2005) afirmam também que as ativida-
des muito fragmentadas e repetitivas geram uma monotonia ao traba-
lhador, pois suas habilidades mentais e físicas ficam reduzidas, desper-
diçando o potencial do trabalhador.
Ambientes muito uniformes, pobres em estímulos, sempre
com o mesmo padrão de disposição de objetos ou similares passam a
sensação de morosidade, sonolência e diminuição da vigilância,
aumentando a probabilidade de acidentes de trabalho.
Em situações de fadiga, física ou mental, observa-se a redução
de desempenho. Essas situações normalmente estão associadas a jor-
nadas de trabalho muito longas (superiores a 9 ou 10 horas de traba-
lho). Invariavelmente, os erros começam a aparecer e o fenômeno do
retrabalho pode vir à tona (IIDA, 2005). Pode-se afirmar que cada sujei-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
34
to tem uma resistência à fadiga, de acordo com suas características
físicas, atividade de trabalho e até mesmo seu comprometimento com
este trabalho.
No comportamento humano, há um estímulo interno que faz
com que a pessoa se comprometa a atingir determinado objetivo. Gene-
ricamente, é o motivo que proporciona o combustível necessário para
finalizar um determinado projeto ou, simplesmente, uma motivação.
Iida (2005, pp.367-368) cita as Teorias de Maslow e de Alderfer sobre os
conteúdos de motivação, conforme você pode observar no quadro a
seguir.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
35EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Atualmente, cada vez mais empresas são responsabilizadas
pelos malefícios causados na vida de seus colaboradores. Estres-
se, problemas na coluna, dores e tantos outros fatores. Você sabia
que suas atitudes têm tudo a ver com isso? É fundamental que as
empresas tenham pessoas responsáveis por essa parte, que pode ser
alguém do RH, um gerente ou até mesmo um líder. O que precisa é
envolver a todos. Todos possuem sua parcela de participação”, explica
Antonio Claudio Fretz, fisioterapeuta.
Outra característica interessante diz respeito à relação existen-
te entre o trabalho e a doença. Segundo Dejours (1992) a doença está
relacionada a vergonha de parar de trabalhar e sobrecarregar seus cole-
gas. Já quanto ao processo de envelhecimento, Iida (2005) destaca que
suas capacidades de percepção do meio e de resposta motora modifi-
cam-se, mas perdas eventuais são amplamente compensadas por
melhores estratégias de resolução de problemas, desde que possa acu-
mular e trocar experiência.
O vídeo a seguir trata sobre o envelhecimento da
força de trabalho no Brasil e os desafios pelos quais as empre-
sas terão que passar a fim de manter a qualidade de seus produtos e
serviços, para não perder a competitividade no mercado.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=lXAtQgJwCcI
Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
DIRECTOR
36EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As adaptações que o organismo do ser humano promove às
diferentes situações de trabalho dependem de como cada indivíduo as
percebe, porém, no comportamento coletivo, é possível identificar
padrões para situações clássicas, como a fadiga física e mental, a mono-
tonia, e o trabalho em equipe.
Glossário
Âmago: parte principal, interior, profundo.
Enrijecimento: tornar-se mais duro.
Homeostasia: equilíbrio.
Retrabalho: fazer um trabalho novamente.
Referências
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D.
Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do
trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez – Oboré, 1992.
DEJOURS, C. ABDOUCHELI, E. JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho:
contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofri-
mento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.
GRANDJEAN, E. KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptan-
do o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Blucher, 2005.
Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
37EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Lista de imagens
fig.01: O Sistema Homem-Tarefa-Máquina.
http://wallpaperist.net/file/976/aircraft-cockpit-pilots-sky-clouds-devices.jpg
fig.02: Máquinas simples e complexas, cada qual com sua função.
http://br.freepik.com/
Unidade 11. Características Psicofisiológicas dos Trabalhadores.
Fim daFim da
Unidade!Unidade!Fim da
Unidade!
Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.na próxima unidade.
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.
ESTRESSE
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE
12
ESTRESSE
Caro(a) Aluno(a),
Nesta aula vamos estudar sobre a exposição dos trabalhadores
aos agentes estressantes, discutindo suas variáveis e como elas influen-
ciam na capacidade produtiva e na qualidade de vida dos trabalhado-
res, com as respectivas consequências às empresas.
Vamos lá? Bom estudo!
Introdução
O estresse é considerado por muitos autores, estudiosos,
empresários e representantes de trabalhadores como uma das princi-
pais sequelas da competição de mercado, das exigências profissionais e
dos conflitos interpessoais dentro das empresas.
Por isso, cabe dedicarmos esta unidade para entender suas
características biológicas e organizacionais, a fim de que possamos
compreender como os agentes estressores interagem com o organis-
mo dos trabalhadores e como influenciam em sua produtividade e em
sua qualidade de vida. Esses agentes não estão necessariamente ape-
nas no meio ocupacional. Há estímulos nocivos em diversos outros
locais do nosso cotidiano, como o aumento do tráfego urbano, a cres-
cente violência, a poluição, a busca desenfreada pelos produtos da
moda, os quais se somam à luta pela manutenção do emprego ou pela
tentativa de crescimento na carreira e aos problemas econômicos e
sociais envolvendo as finanças e a saúde.
Devido a sua gravidade, esses problemas merecem atenção
Unidade 12. Estresse. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
39
40
das empresas por meio de programas, em longo prazo, integrando
diferentes setores (Recursos Humanos, Saúde Ocupacional, etc.), bus-
cando identificar as situações de exposição dos trabalhadores às fontes
de estresse, para alcançar resultados significativos.
O Estresse
Atualmente, para a sociedade, a palavra estresse é sinônimo de
uma fuga constante, devido à exposição diária aos agentes estressores.
“Viver nos tempos atuais é estar sob constante pressão, seja pelo
aumento do trabalho, pela agitação das grandes cidades ou pela vio-
lência no mundo inteiro” (LIMA, 2005, p. 37). De acordo com Grandjean
e Kroemer (2005, p.165), o termo “estresse” foi introduzido por Selye,
em 1930, em estudos de Medicina e de Psicologia, que o definiu como
“a reação do organismo a uma situação ameaçadora ou opressiva”.
Assim, definiu-se que o estresse era a reação do corpo humano a uma
causa externa, o agente estressor. Ainda de acordo com os mesmos
autores, a exposição do organismo ao estresse por períodos prolonga-
dos é prejudicial à saúde, principalmente aos sistemas Gastrointestinal
e Cardiovascular.
É importante não confundir conceitos ou predeterminar algu-
mas definições. Para Baú (2002, p. 210) o estresse “é um estado de
tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo”. O
medo e a ansiedade não são sinônimos de estresse, mas sim uma das
etapas que, se não forem bem tratadas, poderão levar ao estresse e ao
adoecimento do organismo.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 12. Estresse.
41
Sendo o estresse uma resposta a um estímulo estressor, deve-
mos deixar claro que estes estímulos não são na sua totalidade negati-
vos. O que os torna deletérios à saúde é o excesso de estímulos que vão
além da capacidade do organismo em se adaptar, mantendo um equilí-
brio funcional.
A partir dessas informações, encontramos os termos “distres-
se” e “eustresse”. Enquanto este simboliza os estímulos necessários
para mantermos nosso organismo e nosso estado de defesa instintiva
do corpo funcionando (atenção para atravessar uma rua, cuidado com
os filhos pequenos em ambientes movimentados, busca de segurança
em locais altos, etc.), aquele representa o excesso de estímulos que
desequilibram o organismo, desenvolvendo alterações não esperadas,
como dores de cabeça, dor de estômago, alterações de humor, etc.
Estresse Ocupacional
Uma situação estressante pode se tornar uma experiência emo-
cional negativa, que pode estar associada a outras sensações não pra-
zerosas como a ansiedade, a fadiga, a tensão muscular. Para Grandjean
e kroemer (2005, p. 166):
O estado emocional que resulta da discrepância entre o nível de
demanda e a habilidade da pessoa em lidar com a questão, defi-
ne o estresse ocupacional. É portanto um fenômeno subjetivo, e
existe no reconhecimento das pessoas a respeito da usa inabili-
dade de lidar com as demandas das situações de trabalho.
As causas do estresse são muito variadas e podem ser de efeito
cumulativo, podendo incidir mais intensamente em trabalhadores já
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 12. Estresse.
acometidos por outras situações, como problemas familiares, conflitos
profissionais, entre outros. Iida (2005) cita algumas das principais cau-
sas:
Ÿ Conteúdo do trabalho: a pressão por manter um determinado
ritmo de trabalho é uma das principais causas do estresse ocupacio-
nal. Isso ocorre em todas as atividades de trabalho, mas principal-
mente naquelas em que há o contato com o cliente, em setores de
cobrança ou de reclamações.
Ÿ Sentimentos de incapacidade: o estresse decorre diante da
percepção do trabalhador sobre sua incapacidade em atender à
demanda do trabalho, ou de finalizar um projeto dentro de um
prazo estabelecido. Isso resulta de uma avaliação pessoal de que
não se conseguirá obter o apoio necessário para completar a ativi-
dade proposta.
Ÿ Condições de trabalho: as condições físicas desfavoráveis do
posto de trabalho também são agentes que contribuem para o
aumento do nível de estresse do trabalhador. Calor, frio ou ruído
excessivos, somados a um layout ineficiente, podem gerar descon-
fortos e posturas inadequadas ao trabalhador para realizar sua ativi-
dade de trabalho.
Ÿ Fatores organizacionais: neste item, o comportamento de che-
fes e supervisores muito exigentes e críticos desencorajam a iniciati-
va e a participação de trabalhadores que querem contribuir para o
processo de construção e desenvolvimento da empresa e de sua
carreira. Há também as situações relacionadas aos salários, horas
extras, turnos e carreira.
Ÿ Pressão econômico-social: as dificuldades financeiras que o
trabalhador ou seu familiar pode estar passando são elementos de
frequentes preocupações. Além disso, podemos citar ainda conflitos
0542EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 12. Estresse.
43
com colegas de trabalho, amigos ou familiares que contribuem para
o estresse.
O conjunto das causas de estresse citadas há pouco pode ser
acrescentado por diversas outras. Em uma analogia, podemos
apresentar uma caixa d'água, suspensa e em equilíbrio, que rece-
be uma vazão de água de várias torneiras, os agentes estressores. Em
um determinado ponto, o acúmulo de situações conflitantes é tão
grande que gera um desequilíbrio, virando a caixa d'água, o que repre-
sentaríamos como um episódio de somatização de uma doença emoci-
onal (o estresse).
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 12. Estresse.
fig. 01
A B
CD
44
Para Baú (2002), os desequilíbrios gerados pelo estresse
podem causar as mais variadas doenças ou alterações. Destacam-se os
sinais e sintomas mencionados no quadro a seguir:
Dejours (1992) explica que quando um trabalhador não conse-
gue manter o seu ritmo de trabalho ou manter seu equilíbrio mental,
duas soluções lhe são possíveis: a primeira é tentar mudar de posto de
trabalho ou mudar de empresa; a segunda é o absenteísmo. Esta,
porém, acaba por sobrecarregar os demais colaboradores de um setor
ou célula de trabalho. Para isso, Dejours et. al. (1994) esclarece que os
trabalhadores constroem verdadeiras regras de trabalho visando
gerenciar as dificuldades provocadas pelos efeitos do estresse sobre a
saúde dos colegas.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 12. Estresse.
45EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Redução do Estresse
Assim como há diferentes causas de estresse para diferentes
pessoas, também não é possível estabelecer uma metodologia única de
redução ou prevenção do estresse.
Segundo Iida (2005), o redesenho do posto de trabalho, con-
forme rege a Ergonomia Física, auxilia na adaptação do posto às carac-
terísticas físicas do trabalhador, reduzindo a exposição deste a posturas
danosas e facilitando a realização dos movimentos e estratégias de
trabalho. Nesta reconfiguração dos postos de trabalho alguns cuidados
devem ser tomados a fim de se evitar o isolamento do trabalhador, de
forma que não perca o contato com os demais colegas de trabalho.
O treinamento é uma ferramenta importante para a redução da
exposição do trabalhador aos fatores estressantes, principalmente do
que entrou na empresa recentemente, inclusive na sua aceitação pelos
novos colegas de trabalho.
Pode parecer contraditório, mas ao se investir em treinamento,
uma empresa estará economizando dinheiro, pois trabalhadores
bem treinados não atrapalham o processo produtivo e sentem-se
parte do contexto da empresa, reduzindo o turn over e, consequente-
mente, novos gastos com mais treinamentos de novos contratados.
Por fim, conforme será tratado nas próximas unidades de forma
mais detalhada, um programa de exercícios ou de relaxamento propor-
cionam uma pausa da atividade de trabalho algumas vezes física ou
mentalmente desgastante, ao mesmo tempo em que permitem uma
Unidade 12. Estresse.
46EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
técnica específica de renovação das energias para a continuidade do
trabalho (MENDES, 2012).
O termo estresse indica um desequilíbrio entre a demanda de
trabalho e as capacidades do indivíduo em desenvolvê-lo. O estresse,
em doses equilibradas, é importante para a manutenção das atividades
vitais e da atenção para as situações perigosas do nosso cotidiano.
Entretanto, se estes estímulos estressores forem demasiados, o orga-
nismo não consegue recuperar a sua ordem de equilíbrio, ocasionando
o seu adoecimento.
Glossário
Absenteísmo: faltas ao trabalho.
Gastrite: lesão da mucosa interna do estômago, causada pelo aumento
da acidez local.
Somatização: resposta física a uma doença psíquica.
Turn over: rotatividade de funcionários, decorrente de processos de
demissão e admissão.
Referências
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do
trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez – Oboré, 1992.
DEJOURS, C. ABDOUCHELI, E. JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho:
contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrie-
Unidade 12. Estresse.
47EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
mento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.
GRANDJEAN, E. KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptan-
do o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2005.
LIMA, V. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 2.
ed. São Paulo: Phorte, 2005.
MENDES, R. A., LEITE, N. Ginástica Laboral: princípios e aplicações
práticas. 3. ed. Barueri: Manole, 2012.
Lista de imagens
fig.01: Sequência de enchimento da caixa d'água.
Composição de imagens de br.freepik.com
.
Unidade 12. Estresse.
Fim doFim do
Bloco!Bloco!Fim do
Bloco!Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Na dúvida, releia as unidades.Na dúvida, releia as unidades.
Até as próximas aulas!Até as próximas aulas!
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Na dúvida, releia as unidades.
Até as próximas aulas!
48EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 12. Estresse.
"Acredita no melhor ... tem um objectivo para
o melhor, nunca fiques satisfeito com menos
que o teu melhor, dá o teu melhor, e no longo
prazo as coisas correrão pelo melhor."
HENRY FORD
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA