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UNIÃO PAN-AMERICANA DE ENSINO – UNIPAN UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO – UNIBAN CRISTIANO DE ASSUMPÇÃO SANTOS BASE DA POLTRONA DO OPERADOR DE COBRANÇA NOS ÔNIBUS URBANOS: ERGONOMIA e PRODUÇÃO CASCAVEL – PR 2010

Ergonomia em posto de cobrança de onibus

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Page 1: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

UNIÃO PAN-AMERICANA DE ENSINO – UNIPAN UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO – UNIBAN

CRISTIANO DE ASSUMPÇÃO SANTOS

BASE DA POLTRONA DO OPERADOR DE COBRANÇA NOS ÔNIBUS URBANOS:

ERGONOMIA e PRODUÇÃO

CASCAVEL – PR 2010

Page 2: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

CRISTIANO DE ASSUMPÇÃO SANTOS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL

BASE DA POLTRONA DO OPERADOR DE COBRANÇA NOS ÔNIBUS URBANOS:

ERGONOMIA e PRODUÇÃO

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial apresentado como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel. Orientador: Prof. Ms. Florian Schirmer

CASCAVEL - PR 2010

Page 3: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

________________________________________________________ Santos, Cristiano de Assumpção Base da poltrona do operador de cobrança nos ônibus urbanos: ergonomia e produção / Cristiano de Assumpção Santos – Cascavel, 2010. 76 f.; 30 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – União Pan-Americana de Ensino UNIPAN; Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN; Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial. Orientador: Prof. Ms. Florian Schirmer 1. Ônibus Urbano. 2. Posto de Cobrança. 3. Cobrador. 4. Ergonomia. 5. Padronização. 6. Santos, Cristiano de Assumpção. ________________________________________________________

Page 4: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

Aos meus pais Gilvan e Rosangela, e aos

meus avós, que apesar de todas as

dificuldades e a distância sempre me

incentivaram a dar continuidade aos

meus estudos.

Aos meus sogros Itacir e Marilene, que

desde o início me acolheram como filho.

Eles me auxiliaram nesta difícil

caminhada e sempre acreditaram em

meu sucesso.

À minha linda e amada esposa,

Alessandra dou meu coração. Ela soube

ser paciente, ser carinhosa, atenciosa e

como ninguém, ajudou-me, a conquistar

esta vitória.

E por fim, ao amor da minha vida minha

linda filha Larissa, que no final desta

caminhada acadêmica veio para trazer-

me inspiração, alegria e carinho.

A todos vocês, a minha gratidão, desejo

saúde, paz e bênçãos de Deus.

Page 5: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

Ao meu orientador, Prof. Ms. Florian

Schirmer, a quem agradeço imensamente

pela atenção, dedicação, excelente

orientação, na elaboração deste trabalho,

sem o qual não seria capaz de realizá-lo.

Ao Prof. Dr. Jorge Tamagi e Profa. Ms. Caroline Lima Zanatta, que em suas avaliações foram grandiosos, demonstraram apoio e entusiasmo com meu trabalho.

E a todas as demais pessoas, que

contribuíram de forma direta ou indireta

para que este trabalho fosse realizado,

muito obrigado!

Page 6: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

RESUMO

SANTOS, Cristiano de Assumpção. Base da Poltrona do Operador de Cobrança nos Ônibus Urbanos: Ergonomia e Produção. 2010. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Curso de Graduação em Engenharia de Produção Agroindustrial, União Pan-Americana de Ensino – UNIPAN, Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN, Cascavel, 2010.

Apresenta-se a necessidade que, as empresas encarroçadoras de ônibus urbanos

para o transporte coletivo, têm em atender as Normas Brasileiras

Regulamentadoras. E a necessidade cada vez maior de reduzir o tempo de

fabricação na busca da padronização de seus produtos, bem como, de atender o

mínimo de ergonomia para os seus usuários, em especial, no que diz respeito à

base para a poltrona do operador de cobrança dos ônibus. Está demonstrado que o

atual projeto da base para poltrona do operador de cobrança não atende as Normas

Regulamentadoras no seu tocante ergonomia, precisando-se de uma profunda

alteração em seu design tornando possível o atendimento as normas. O trabalho

apresenta que a empresa na qual ocorreu o estudo tem a sua disposição a

quantidade de quatorze diferentes projetos para executar a mesma função, o que

dificulta a sua fabricação. Uma vez que existe um gabarito de montagem para cada

projeto, e o tempo médio de troca destes gabaritos é de, aproximadamente, quinze

minutos, dificultando a fabricação devido a esta variabilidade dos layout’s dos

veículos. Além disso, os projetos atuais não atendem a Norma Regulamentadora no

quesito ergonomia, não havendo em sua base o apoio necessário para os pés. Com

os estudos realizados foi possível a alteração do projeto do posto de cobrança de

ônibus urbanos, respeitando, finalmente, a Norma Brasileira Regulamentadora,

criando uma base padrão que atende a todos os possíveis layout’s dos veículos

produzidos, eliminando a obrigação de troca de gabaritos, reduzindo, assim, o tempo

de fabricação da base para a poltrona do operador de cobrança.

Palavras-chave: Ônibus Urbano. Posto de Cobrança. Cobrador. Ergonomia.

Padronização.

Page 7: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

ABSTRACT

SANTOS, Cristiano de Assumpção. Base da Poltrona do Operador de Cobrança nos Ônibus Urbanos: Ergonomia e Produção. 2010. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Curso de Graduação em Engenharia de Produção Agroindustrial, União Pan-Americana de Ensino – UNIPAN, Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN, Cascavel, 2010.

Show the need that companies bodybuilding city bus for transportation of people

have in meeting the Law Brazilian Regulatory increasing need to reduce

manufacturing time to the pursuit of standardization of their products, as well as the

need to meet minimal ergonomics for its users, particularly as regards the basis for

the operator's seat for the collection of bus. It is demonstrated that the current design

basis for the operator's seat of recovery does not meet the Regulatory Norms on your

terms ergonomics, making requires a fundamental change in its design making

possible the attendance rules. The work also shows that the company where the

study took place has at its disposal the amount of fourteen different designs to

perform the same function, making it difficult to manufacture, since there is a

mounting template for each project, and the mean replacing these fixtures is

approximately fifteen minutes, making it difficult to manufacture due to the variability

of the vehicle's layout. Moreover, current designs do not meet Norm ergonomics in

the question, with no basis in their necessary support for the feet. With the studies it

was possible to change the design of the post recovery of urban buses, respecting,

finally, the Law Brazilian Regulatory, creating a standard base that meets all possible

layout's of vehicles produced, eliminating the need for replacing fixtures, thus

reducing manufacturing time from base to seat the operator billing.

Keywords: Urban Bus. Tour Collection. Taxman. Ergonomics. Standardization.

Page 8: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ilustração dos tipos físicos básicos .............................................................. 21

Figura 2 – Ilustração do alcance das mãos no posto de trabalho ................................. 22

Figura 3 – Ilustração dos pontos de mensuração no posto de trabalho ........................ 23

Figura 4 – Ilustração demonstrando os problemas de dimensionamento de assentos 25

Figura 5 – Ilustração demonstrando dimensões da catraca registradora ...................... 27

Figura 6 – Ilustração demonstrando o desenvolvimento mecânico do posto de

trabalho ......................................................................................................................... 31

Figura 7 – Fotografia do posto de trabalho atual ........................................................... 37

Figura 8 – Fotografia do operador com 1,81m de altura ............................................... 38

Figura 9 – Fotografia do operador com 1,70m de altura ............................................... 39

Figura 10 – Ilustração demonstrando os pontos comuns dos projetos analisados ....... 40

Figura 11 – Ilustração demonstrando dimensões da poltrona do cobrador ................... 42

Figura 12 – Ilustração demonstrando boneco ergonômico no posto atual .................... 50

Figura 13 – Projeto com componentes do novo projeto ................................................ 52

Figura 14 – Projeto com dimensões gerais do novo projeto ......................................... 53

Figura 15 – Figura demonstrando ganho de área nos veículos .................................... 54

Figura 16 – Figura comparando o apoio para os pés do projeto novo com o antigo ..... 55

Figura 17 – Fotografia da nova proposta ...................................................................... 56

Figura 18 – Fotografia do operador com 1,81m de altura na base nova ....................... 57

Figura 19 – Fotografia do operador com 1,70m de altura na base nova ....................... 58

Figura 20 – Gráfico de tempos médios por célula de fabricação................................... 59

Figura 21 – Gráfico de tempos médios total de fabricação ........................................... 60

Page 9: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela de medidas antropométricas estáticas ............................................ 20

Tabela 2 – Tabela de medidas antropométricas máximas e mínimas ........................... 22

Tabela 3 – Tabela demonstrando a distribuição normal de probabilidades .................. 35

Tabela 4 – Tabela do coeficiente para calcular o número de cronometragens ............. 35

Tabela 5 – Tabela com dimensões dos projetos atuais ................................................ 41

Tabela 6 – Tabela com tempos preliminares................................................................. 43

Tabela 7 – Tabela de amplitude e média da amostra ................................................... 43

Tabela 8 – Tabela de média de amostra ....................................................................... 44

Tabela 9 – Tabela com tempo de fabricação da célula A dos projetos atuais ............... 45

Tabela 10 – Tabela com tempo de fabricação da célula B dos projetos atuais ............. 46

Tabela 11 – Tabela com tempo de fabricação da célula C dos projetos atuais............. 46

Tabela 12 – Tabela com tempo de fabricação da célula D dos projetos atuais............. 47

Tabela 13 – Tabela com tempo de troca de gabaritos na célula B ................................ 47

Tabela 14 – Tabela comparativa das dimensões gerais do novo projeto e do antigo ... 53

Tabela 15 – Tabela com tempo de produção do projeto novo ...................................... 59

Page 10: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Demonstração da participação da ergonomia no desenvolvimento de

produtos ........................................................................................................................ 29

Quadro 2 – Quadro demonstrando as atividades para elaboração do projeto de um

posto de trabalho ........................................................................................................... 32

Quadro 3 – Quadro demonstrando as etapas do processo do projeto .......................... 34

Quadro 4 – Quadro demonstrando as etapas do processo de fabricação .................... 37

Quadro 5 – Quadro com códigos e descrição dos projetos atuais ................................ 39

Page 11: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

AET Análise Ergonômica do Trabalho

CJ Conjuntos

NBR Norma Brasileira Regulamentar

NR Norma Regulamentar

PDP Processo de Desenvolvimento de Produto

Page 12: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

LISTA DE SÍMBOLOS

n Número de ciclos a serem cronometrados

z Coeficiente da distribuição normal padrão para uma

probabilidade determinada

R Amplitude da amostra

Er Erro relativo determinado

d2 Coeficiente em função do número de cronometragens

realizadas preliminarmente

x média da amostra

Page 13: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

1.1. OBJETIVOS ..................................................................................................... 15

1.1.1. Objetivo Geral ................................................................................................... 15

1.1.2. Objetivos Específicos ....................................................................................... 15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 16

2.1. ERGONOMIA ................................................................................................... 16

2.1.1. Aplicação e análise da ergonomia no ambiente de trabalho ............................ 17

2.1.1.1. Análise ergonômica do trabalho ....................................................................... 18

2.1.1.2. Adaptação ergonômica de produtos ................................................................. 19

2.1.2. Variações das medidas .................................................................................... 19

2.1.2.1. Antropometria ................................................................................................... 21

2.1.2.2. O espaço de trabalho ....................................................................................... 23

2.2. DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ............................................................. 28

2.2.1. Projeto de produto ............................................................................................ 32

2.3. MÉTODOS DE ANÁLISE ................................................................................. 34

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 36

3.1. SOFTWARE E EQUIPAMENTOS .................................................................... 36

3.2. DEFINIÇÃO DE AMOSTRA ............................................................................. 36

3.3. COLETA DE DADOS ........................................................................................ 39

3.3.1. Coleta de tempos.............................................................................................. 42

3.4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL...................................................................... 48

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 50

4.1. O PRODUTO ATUAL ....................................................................................... 50

4.2. O NOVO PROJETO ......................................................................................... 51

5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 62

ANEXOS ....................................................................................................................... 63

Anexo A: Projeto conjunto base cobrador lado direito sobre caixa de rodas 700 mm.

Código 04.421.039683 ................................................................................................. 63

Anexo B: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 686 mm. Código

04.421.039597 ............................................................................................................. 64

Page 14: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

Anexo C: Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700

mm. Código 04.421.039682 .......................................................................................... 65

Anexo D: Projeto conjunto base cobrador 700 mm. Código 04.421.039681 ................. 66

Anexo E: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda com reforço. Código

061941 .......................................................................................................................... 67

Anexo F: Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700

mm. Código 060876 ..................................................................................................... 68

Anexo G: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm. Código

060516 ......................................................................................................................... 69

Anexo H: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm pé invertido.

Código 056650 .............................................................................................................. 70

Anexo I: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm. Código

056427 ......................................................................................................................... 71

Anexo J: Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700

mm. Código 052810 ..................................................................................................... 72

Anexo K: Projeto conjunto base cobrador 700 mm sobre caixa de roda motor

traseiro. Código 04.421.052015 ................................................................................... 73

Anexo L: Projeto conjunto base cobrador lado direito sobre caixa de roda 700 mm.

Código 050664 ............................................................................................................. 74

Anexo M: Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 686 mm. Código

04.421.049365 ............................................................................................................. 75

Anexo N: Projeto conjunto base cobrador 683 mm. Código 04.421.048841 ................ 76

Page 15: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

13

1. INTRODUÇÃO

Com o aumento, da população nas cidades, dos congestionamentos nos

grandes centros devido ao enorme número de veículos em circulação pelas vias,

com a necessidade de encurtar as distâncias, o transporte público de passageiros

têm assumido um papel indispensável na economia global.

Tem surgido, por parte dos órgãos competentes, uma grande cobrança

perante as encarroçadoras de veículos para o transporte urbano, considerando

ônibus e levando em consideração a relação à segurança e o mínimo de conforto

dos passageiros e operadores destes meios de transporte.

O presente trabalho apresenta especial interesse no projeto do posto do

operador de cobrança do veículo urbano, que possui cinto de segurança, assento,

por exemplo, regulamentados na Norma Brasileira Regulamentar (NBR) 14022 e

NBR 15570.

Analisando-se os atuais “postos de trabalho do cobrador de ônibus” é possível

verificar que, as normas previstas nas NBR’s são, normalmente, obedecidas, mas

isso não significa dizer que este lugar de trabalho seja confortável e

ergonomicamente correto.

O projeto a ser desenvolvido pretende observar as necessidades

ergonômicas da base da poltrona do posto de trabalho deste operador, verificando

se a mesma está adequada às atividades executadas, ou seja, se há a modificações

no conceito sobre o design deste, com o fim de atender à satisfação, segurança e

não prejudicar a saúde de quem o utiliza.

Além disso, o foco deste trabalho é direcionado para as encarroçadoras de

ônibus urbanos, onde será desenvolvido o projeto piloto, na qual a indústria

cultivará diversos projetos de postos de cobrança, um para cada tipo de carroceria,

que pode ser modificado de acordo com a disposição no layout dos veículos.

Portanto, o objetivo principal deste projeto de produto, é a uniformização

deste, que busca reduzir ao máximo o tempo de trabalho, os erros de montagem, o

desperdício de matérias primas e os inúmeros projetos devido às necessidades

construtivas do ônibus. Assim, o produto a ser desenvolvido, deverá corresponder a

um investimento que será realizado pela empresa encarroçadora de ônibus e pelas

proprietárias dos veículos, levando em conta o bem-estar do cobrador, acarretando

Page 16: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

14

maior eficiência ao seu trabalho, ao mesmo tempo, facilitará o próprio trabalho das

mesmas.

O desenvolvimento deste trabalho dá-se devido a diferentes aspectos. O

primeiro aspecto relata a busca constante das indústrias e a necessidade de

redução de custos, diminuição dos tempos de setup’s nos equipamentos e redução

dos tempos de mudança dos gabaritos para montagens de diferentes projetos. Além

disso, existe a necessidade de facilitar a montagem do produto final no veículo e

reduzir os erros quanto a montagem e a dificuldade de definir um produto para o

layout específico.

O segundo aspecto é referente à necessidade de melhorar o posto de

trabalho dos operadores que os utilizam, buscando em uma base de dados

científicos a ergonomia do produto final, sempre atendendo as especificações

contidas nas normativas que regulamentam o assunto.

Com isso inicia-se dentro das indústrias encarroçadoras de ônibus uma

melhoria em seu produto, tornando-o um diferencial. Sem gerar aumentos de seus

custos produtivos e objetivando o bem estar do usuário do posto de trabalho.

Page 17: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

15

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é a criação da base de poltrona do posto de trabalho

do cobrador de ônibus, que atenda a todas as carrocerias de existentes, ao mesmo

tempo em que se procura um projeto de posto de trabalho ergonomicamente correto.

1.1.2. Objetivos Específicos

� Estudar o projeto atual do posto de cobrança;

� Analisar a fabricação dos atuais postos de cobranças;

� Estudar a ergonomia do projeto atual;

� Definir o design do novo produto;

� Elaborar protótipo do projeto do novo produto;

� Analisar a fabricação do novo produto;

Page 18: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

16

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. ERGONOMIA

A palavra ergonomia só foi utilizada pela primeira vez em 1857, em artigo

chamado “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas

da ciência sobre a natureza”, publicado pelo polonês Woitej Yastembowsky

(MORAES; MONT’ ALVÃO, 2000).

Segundo Itiro Iida (2005, p. 2), “ergonomia é o estudo da adaptação do

trabalho ao homem”.

Abrangendo ainda mais esse conceito, ergonomia também pode ser

considerada como a adaptação do trabalho ao homem buscando a realização dos

seus objetivos (GRANDJEAN; KROEMER, 2005).

As definições desta nomenclatura dividem-se em dois objetivos fundamentais:

de um lado, o conforto e a saúde dos utilizadores, buscando evitar acidentes,

doenças e diminuir a fadiga, e de outro, a eficácia para a organização, que é medida

em diferentes dimensões como produtividade, qualidade e confiabilidade. A eficácia

para a organização depende diretamente da eficácia humana (BETIOL, 2004, p.

230).

Desta forma, a ergonomia busca melhorar condições específicas do trabalho

humano, por meio de diversas técnicas, contribuindo no conforto, satisfação e bem

estar do trabalhador. Para tal, utiliza as técnicas ergonômicas, que garantem a

segurança, das tarefas gerando rendimento e produtividade do sistema homem-

máquina, conforme bem esclarecem MORAES; MONT’ ALVÃO, 2000.

De acordo com Iida (2005, p. 3), “a ergonomia estuda os diversos fatores que

influem no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as suas

conseqüências nocivas sobre o trabalhador”.

Para Dul e Weerdmeester (2004, p. 1), “resumidamente, pode-se dizer que a

ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas

e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, o conforto e eficiência no

trabalho”.

Page 19: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

17

Para a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) criada em 1961 a

definição de ergonomia é:

Ergonomia (ou fatores humanos) é uma disciplina científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com objetivo de melhorar o bem-estar e o desempenho do global do sistema (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p. 1).

Segundo Iida (2005, p. 14), “ergonomia de correção é aplicada em situações

reais, já existentes, para resolver problemas que se refletem na segurança, fadiga

excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade de produção”.

2.1.1. Aplicação e análise da ergonomia no ambiente de trabalho

Na maioria das vezes não se encontra uma solução trivial para solucionar os

problemas da adaptação do trabalho ao homem. Ao contrário disso, o problema é

mais complexo ocasionando idas e vindas na tentativa de encontrar uma solução

ideal (IIDA, 2005, p. 19).

O diagnóstico ergonômico de um posto de trabalho dá-se pela correlação das

características ambiental e técnica organizacionais, com as características do

trabalhador. O diagnóstico, então, evidência as inadequações do posto de trabalho

ao trabalhador (SANTOS; FIALHO, 1995).

A ergonomia para a sua aplicação adota uma importante recomendação, que

os equipamentos, sistemas e tarefas devem ser projetados para o uso coletivo.

Sabendo que há diferenças individuais em uma população, os projetos devem

atender a 95% da população. Os demais 5% não é atendida pelos projetos de uso

coletivo, precisam de projetos específicos (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p. 4).

Page 20: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

18

2.1.1.1. Análise ergonômica do trabalho

Segundo Betiol (2004, p. 80), “trabalho é um conceito complexo não só

porque suas práticas variam de uma situação a outra, mas também porque seu

sentido alterna ao longo do tempo e de uma sociedade para outra”.

Para Iida (2005, p. 60), “a análise ergonômica do trabalho (AET) visa aplicar

os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação

real de trabalho”.

Para Guérin, Laville, Daniellou et al (apud BETIOL, 2004, p. 42), “a

característica essencial da AET é de ser um método destinado a examinar a

complexidade, sem colocar em prova um modelo escolhido a priori”.

Guérin et al (apud IIDA, 2005, p. 60) afirma que, “desenvolvido por franceses

o método AET é um exemplo de ergonomia de correção e desdobra-se em cinco

etapas: análise da demanda, análise da tarefa, análise da atividade, diagnóstico, e

recomendações”.

De acordo com Iida (2005, p. 60), “demanda é a descrição de um problema ou

uma situação problemática, que justifica a necessidade de uma ação ergonômica. A

análise da demanda procura entender a natureza e a dimensão dos problemas

apresentados”.

Tarefa é um conjunto de objetivos prescritos que os trabalhadores devem

cumprir. A análise da tarefa a um planejamento do trabalho e pode estar contida em

documentos formais e informalmente pode corresponder a certas expectativas

gerenciais (IIDA, 2005).

Ainda segundo Iida (2005, p. 61), “atividade refere-se ao comportamento do

trabalhador, na realização de uma tarefa. Ou seja, a maneira como o trabalhador

procede para alcançar os objetivos que lhe foram atribuídos”.

Assim, “o diagnóstico procura descobrir as causas que provocam o problema

descrito na demanda” (IIDA, 2005, p. 61) e as “recomendações referem-se às

providências que deverão ser tomadas para resolver o problema diagnosticado.

Essas recomendações devem ser claramente especificadas, descrevendo-se as

etapas” (IIDA, 2005, p. 62).

Page 21: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

19

2.1.1.2. Adaptação ergonômica de produtos

O homem pré-histórico fabricava armas de pedra lascada há dois milhões de

anos, adaptando-as a anatomia de suas mãos (NAPIER, 1983).

Todos os produtos destinam-se a satisfazer certas necessidades humanas e,

dessa forma, direta ou indiretamente, entram em contato com o homem. Então para

satisfazer seus consumidores devem ter características básicas: qualidade técnica,

qualidade ergonômica, e qualidade estética (IIDA, 2005).

De acordo com Iida (2005, p. 316), “qualidade técnica faz funcionar o produto,

do ponto de vista mecânico, elétrico, eletrônico ou químico, transformando uma

forma de energia em outra, ou realizando operações como dobra, corte e solda e

outras”. Já a “qualidade ergonômica do produto é a que garante uma boa interação

do produto com o usuário final. Inclui a facilidade de manuseio adaptação

antropométrica, e demais itens de conforto e segurança”. Por fim, a “qualidade

estética é a que proporciona prazer ao consumidor. Envolve combinação de formas,

cores, materiais, texturas, acabamentos e movimentos, para que os produtos sejam

considerados atraentes e desejáveis”.

2.1.2. Variações das medidas

Em termos de diferenças étnicas, as variações extremas são encontradas na

África. Os pigmeus da África Central medem em média 143,8 cm enquanto que os

negros nilóticos que habitam o Sudão medem em média 182,9 cm (IIDA, 2005).

A tabela 1, abaixo, demonstra as medidas de antropometria estática de

trabalhadores brasileiros, baseadas em uma amostra de 3100 trabalhadores do Rio

de Janeiro:

Page 22: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

20

Medidas de antropometria estática (cm)

Homens

5% 50% 95% 1

CO

RP

O E

M P

É

1.0 Peso (kg)

1.1 Estatura, corpo ereto

1.2 Altura dos olhos, em pé, ereto

1.3 Altura dos ombros, em pé, ereto

1.4 Altura do cotovelo, em pé ereto

1.7 Comprimento do braço na horizontal, até a ponta dos

dedos

1.8 Profundidade do tórax (sentado)

1.9 Largura dos ombros (sentado)

1.10 Largura dos quadris, em pé

1.11 Altura entre as pernas

52,3

159,5

149,0

131,5

96,5

79,5

20,5

40,2

29,5

71,0

66,0

170,0

159,5

141,0

104,0

85,5

23,0

44,3

32,4

78,0

85,9

181,0

170,0

151,0

112,0

92,0

27,5

49,8

35,8

85,0

2 C

OR

PO

SE

NT

AD

O

2.1 Altura da cabeça, a partir do assento, corpo ereto

2.2 Altura dos olhos, a partir do assento, corpo ereto

2.3 altura dos ombros, a partir do assento, ereto

2.4 Altura do cotovelo, a partir do assento

2.5 Altura do joelho, sentado

2.6 Altura polpítea, sentado

2.8 Comprimento nádegas-poplítea

2.9 Comprimento nádegas-joelho

2.11 Largura das coxas

2.12 Largura entre cotovelos

2.13 Largura dos quadris (em pé)

82,5

72,0

55,0

18,5

49,0

39,0

43,5

55,0

12,0

39,7

29,5

88,0

77,5

59,5

23,0

53,0

42,5

48,0

60,0

15,0

45,8

32,4

94,0

83,0

64,5

27,5

57,5

46,5

53,0

65,0

18,0

53,1

35,8

5 P

ÉS

5.1 Comprimento do pé

5.2 Largura do pé

23,9

9,3

25,9

10,2

28,0

11,2

Segundo Iida (2005, p. 103), “os povos que habitam regiões de climas

quentes têm o corpo mais fino e os membros superiores e inferiores relativamente

mais longos. Aqueles de clima mais frio têm o corpo mais cheio, são mais volumosos

e arredondados”.

Uma das demonstrações mais interessantes das diferenças, dentro de uma

mesma população, foi apresentada por Willian Sheldon, definindo os três tipos

físicos básicos: o ectomorfo, o endomorfo e o ectomorfo (IIDA, 2005).

Fonte: Iida (2005).

Tabela 1 – Tabela de medidas antropométricas estáticas.

Page 23: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

21

O tipo físico ectomorfo tem corpo e membros longos e finos, com um mínimo

de gordura e músculos, têm os ombros mais largos e mais caídos, seu pescoço é

fino e comprido, tem rosto magro, queixo recuado e testa alta e abdômen estreito e

fino. O mesomorfo tem o físico musculoso, de formas angulosas, sua cabeça é

cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdômen pequeno. Seus membros são

musculosos e fortes e possui pouca gordura subcutânea. Já o tipo físico do

endomorfo é de formas arredondadas e mácias, com grandes depósitos de gordura.

Tem a forma física de uma pêra, seu abdômen é grande e cheio e o tórax é

relativamente pequeno (IIDA, 2005). Conforme demonstrado na figura 1:

2.1.2.2. Antropometria

Segundo Iida (2005, p. 97), “antropometria trata as medidas físicas do corpo

humano”.

De acordo com Dul e Weerdmeester (2004, p. 10), “a antropometria ocupa-se

das dimensões e proporções do corpo humano”.

A antropometria divide-se em três áreas de estudo, astropometria estática,

antropometria dinâmicas e antropometria funcional.

Na antropometria estática as medidas tomadas referem-se ao corpo parado

ou com poucos movimentos. A antropometria dinâmica que mede os alcances dos

Figura 1 – Ilustração dos tipos físicos básicos. Fonte: Iida (2005).

Page 24: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

22

movimentos, medindo-se os movimentos de cada parte do corpo mantendo o

restante do corpo estático. Já na antropometria funcional são relacionadas com a

execução de tarefas específicas (IIDA, 2005).

Na figura 2, apresenta-se a representação do alcance máximo das mãos no

posto de trabalho:

De acordo com Iida (2005, p. 136) “naturalmente, é mais rápido e ecônomico

usar dados antropométricos já disponíveis na bibliografia, do que fazer

levantamentos antropometricos próprios”. Na tabela 2 estão demonstradas as

medidas antopométricas máximas e mínimas de homens e mulheres:

Medidas de antropometria

estática (cm)

Critério Mulheres Homens Medida

adotada* Mín. Máx. 5% 95% 5% 95%

a) Estatura

b) Altura da cabeça sentado

c) Altura dos olhos, sentado

d) Altura dos ombros, sentado

e) Altura do cotovelo, sentado

f) Altura das coxas

g) Altura do assento (poplítea)

h) Profundidade do torax

i) Comprimento do antebraço

j) Comprimento do braço

151,0

80,5

68,0

53,8

19,1

11,8

35,1

23,8

29,2

61,6

172,5

91,4

78,5

63,1

27,8

17,3

43,4

35,7

36,4

76,2

162,9

84,9

73,9

56,1

19,3

11,7

39,9

23,3

32,7

66,2

184,1

96,2

84,4

65,5

28,0

15,7

48,0

31,8

38,9

78,7

184,1

96,2

68,0

53,8

28,0

17,3

48,0

35,7

29,2

61,6

Figura 2 – Ilustração do alcance das mãos no posto de trabalho. Fonte: Iida (2005).

Fonte: Iida (2005).

Tabela 2 – Tabela de medidas antropométricas máximas e mínimas.

Page 25: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

23

2.1.2.2. O espaço de trabalho

De acordo com Iida (2005, p. 142), “o espaço de trabalho é um volume

imaginário, necessário para o organismo realizar os movimentos requeridos durante

o trabalho”.

Segundo Iida (2005, p. 143), “o fator mais importante no dimensionamento do

espaço de trabalho é a postura. Existem três posturas básicas para o corpo: deitada,

sentada e de pé”.

São duas as variáveis mais importantes no dimensionamento de uma mesa, a

sua altura e a superfície de trabalho. A regulagem da altura deve ser tomada pela

posição do cotovelo e deve ser determinada após o ajuste da altura da cadeira. A

recomendação geral é que esta medida seja de 4 cm acima do nível do cotovelo, na

posição sentada. Se a mesa for fixa a cadeira deve ser regulável. Sendo a cadeira

fixa e tiver uma altura superior à altura poplítea, deve existir uma base para apoio

dos pés (IIDA, 2005).

Na figura 3 verificamos os pontos para mensuração no posto de trabalho:

Umas das invenções que mais contribuiu para modificar o comportamento

humano, provavelmente foi o assento. Atualmente a maioria das pessoas passam

mais de 20 horas por dia sentado ou deitado. Este fato contribuiu para o surgimento

Figura 3 – Ilustração dos pontos de mensuração no posto de trabalho. Fonte: Iida (2005).

Page 26: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

24

do termo sedentário, onde a espécie humana homo sapiens deixa de ser um animal

ereto e passa a ser um animal sentado homo sedéns ou sentado.

Para Dul e Weerdmeester (2004, p. 12), “a posição sentada apresenta

vantagens sobre a postura ereta. O corpo fica melhor apoiado em diversas

superfícies: piso, assento, encosto, braços da cadeira, mesa. Portanto a posição

sentada é menos cansativa que a de pé”.

No entanto, as pesquisas científicas afirmam que o homem não suporta ficar

sentado, e adota uma postura rígida durante longos períodos (ABRAHÃO; ÁVILA,

2001).

A problemática do assento tem despertado o interesse de diversos

pesquisadores, que, já desde o ano de 1743, fazem análises sobre posturas. Essas

posturas causam fadiga, dores lombares entre outras que se não forem corrigidas

podem causar problemas permanentes na coluna. Um assento mal projetado pode

contribuir consideravelmente para o agravamento destes problemas (IIDA, 2005).

Iida (2005, p. 150) define conforto com “uma sensação subjetiva produzida

quando não há nenhuma pressão localizada sobre o corpo”.

Já Corlett (apud IIDA, 2005, p. 150), descreve conforto como sendo

influenciado por inúmeros fatores e preferências individuais, sendo uma tarefa difícil

definir as características que o tornam confortável.

Segundo Iida (2005, p. 155), existem diversas maneiras de dimensionar os

assentos. Diferenças estas que podem ser explicadas quanto à aplicação,

diferenças antropométricas entre as populações e preferências individuais.

Para Martins e Laugeni (2005, p. 105) “os assentos devem ter medidas

adequadas ao usuário e devem ser observados alguns princípios gerais, como a

largura do assento, que deve estar de acordo com a largura torácica da pessoa, e o

encosto, que deve permitir uma postura de relaxamento”.

De acordo com Dul e Weerdmeester (2004, p. 14-16), o assento deve ter

altura regulável em movimentos contínuos e suaves. Para adultos brasileiros, a faixa

mínima de ajustes deve ser de 19 cm, entre 36 a 55 cm de altura, baseado nas

diferenças de medidas poplíteas da população, acrescentando-se 3 cm para

considerar o uso de calçado. A altura do assento é considerada boa quando a coxa

encontra-se bem apoiada no assento, sem o esmagamento de sua parte inferior e os

pés consigam se apoiar no chão.

Page 27: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

25

O encosto da cadeira deve proporcionar apoio na região lombar, deixando um

vão livre de 10 a 20 cm entre o assento e o encosto. O encosto deve ter uma altura

de 30 cm, ficando, portanto, com uma altura total de 40 a 50 cm acima do assento. A

parte inferior do encosto deve ser convexa, para acomodar a curvatura das nádegas,

ou ser vazada. A cadeira adotada também pode ser giratória, reduzindo assim a

fadiga ao torcer o tronco e permitindo maior variação de posturas. As pernas devem

ficar acomodadas no espaço sob a superfície de trabalho, a largura deste espaço

deve ter no mínimo 60 cm e sua profundidade precisa medir pelo menos 40 cm na

altura do joelho e 100 cm na parte inferior junto aos pés (DUL E WEERDMEESTER,

2004, p. 14-16).

A figura 4 demonstra os principais problemas provocados por erros de

dimensionamento de assentos:

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008, p. 48), as

poltronas para os operadores dos transportes coletivos devem ser anatômicas, ter

regulagem e ser estofadas de acordo com sua aplicação visando minimizar os

desgastes físicos e mentais aumentando assim o conforto e a segurança destes

operadores.

Diz o item 38 e subitens da NBR 15570 (2008):

38 Postos de comando e cobrança 38.1 Poltronas para os operadores

Figura 4 – Ilustração demonstrando os problemas de dimensionamento de assentos. Fonte: Iida (2005).

Page 28: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

26

38.1.1 As poltronas para os operadores (motorista e cobrador) devem ser anatômicas, reguláveis, estofadas ou ventiladas, adequadas a aplicação de cada caso, minimizando o seu desgaste físico e mental. Em veículos com cobrador, sua poltrona deve ter apoio para os pés e apoios laterais para os braços, sendo o do lado de acesso do tipo basculante, podendo ser instalada sobre patamar de 150 mm a 450 mm. 38.1.2 0s assentos das poltronas para os operadores devem ter as seguintes dimensões: a) largura entre 400 mm e 500 mm; b) profundidade entre 380 mm e 450 mm. 38.1.3 O encosto das poltronas para os operadores devem ser de forma trapezoidal, permitir ajuste de forma contínua ou pelo menos em cinco estágios de inclinação, de 95º a 115º com a horizontal, e ter as seguintes dimensões: a) base inferior variando de 400 e 500 mm; b) base superior variando de 340 e 460 mm; c) altura variando de 480 e 550 mm. 38.1.4 As poltronas dos operadores devem permitir variações na altura entre 400 mm e 550 mm, atendendo a uma variação de curso de no mínimo 130 mm. 38.1.5 A poltrona do motorista deve permitir movimento longitudinal de 120 mm, oferecendo no mínimo quatro posições de bloqueio. Em veículos com motor dianteiro, a poltrona do motorista pode possuir deslocamento lateral para melhor acesso e posicionamento do motorista. 38.1.6 Para a poltrona do motorista, a distância entre o encosto e o centro do volante da direção deve estar compreendida entre 540 mm e 700 mm. 38.1.7 Recomenda-se que a poltrona do motorista seja instalada de modo que a projeção do seu eixo de simetria no plano horizontal coincida com o centro do volante.

Ainda tratando da NBR 15570 a catraca ou roleta registradora deve atender

as especificações contidas no item 38.5 e subitens da NBR 15570 (2008):

38.5 Catraca registradora de passageiros 38.5.1 A catraca registradora de passageiros, quando utilizada, deve ser posicionada no corredor de circulação defronte ao assento do cobrador (quando existente) ou próxima ao posto de comando do motorista. 38.5.2 A catraca deve possuir três ou quatro braços, oferecendo uma abertura "A" para passagem dos passageiros, igual ou maior que 400 mm. A altura "H" da geratriz superior do braço da catraca em relação ao revestimento do assoalho do corredor de circulação deve ser de 900 mm a 1050 mm. 38.5.3 A catraca pode permitir giro em ambos os sentidos. 38.5.4 Não pode existir qualquer dispositivo que reduza o espaço livre entre dois braços consecutivos. 38.5.5 Na parte inferior do braço da catraca, pode ser colocado dispositivo vazado, de mesmo diâmetro dos tubos de que são feitos os braços, desde que distem no mínimo 400 mm do piso e que não ocupem mais de 50 % do vão livre. 38.5.6 A distância compreendida entre a extremidade do braço horizontal da catraca até a face lateral do anteparo adjacente não pode exceder 45 mm, em qualquer posição. 38.5.7 A catraca e os dispositivos necessários a sua instalação devem ser de material que não cause danos aos passageiros, não tendo arestas vivas, recomendando-se o uso de material resiliente para revestimento de suas partes.

Page 29: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

27

38.5.8 A parte traseira da caixa de mecanismos da catraca de três braços pode ser protegida com material resiliente, fixado de maneira apropriada, como forma de evitar acidentes com os usuários. 38.5.9 Podem ser instalados dispositivos que evitem a evasão de receita, porém sem constituir risco potencial aos usuários. 38.5.10 No caso de adoção de sistema automático para cobrança de tarifas, a catraca registradora deve possuir todos os componentes eletrônicos e eletromecânicos necessários para proceder ao travamento e destravamento comandados pelo sistema.

A figura 5 ilustra as dimensões da catraca registradora que constam na NBR

15570 acima citada:

\

A NR 17 visa a estabelecer parâmetros que permitam à adaptação das

condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de

modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficientes.

A NR 17 estabelece em seu subitem 17.3:

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho. 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-6 / I1) 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; (117.007-4 / I2) b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; (117.008-2 / I2)

Figura 5 – Ilustração demonstrando dimensões da catraca registradora. Fonte: ABNT 15570 (2008).

Page 30: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

28

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2) 17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. (117.010-4 / I2) 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; (117.011-2 / I1) b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; (117.012-0 / I1) c) borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1) d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. (117.014-7 / Il) 17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 / I1).

Entretanto, é possível notar que da NR 17 devem ser observados e

respeitados, para o projeto dos postos de cobrança dos veículos urbanos para o

transporte coletivo, principalmente, os itens 17.3.1, 17.3.3 e 17.3.4.

2.2. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

Segundo Iida (2005, p. 323), “o desenvolvimento de produto envolve um

conjunto de atividades que leva uma empresa ao lançamento de novos produtos ou

ao aperfeiçoamento daqueles existentes”.

Juran (1992) bem enfatiza que o desenvolvimento do produto é um processo

experimental destinado a responder as necessidades do cliente, encolhendo-se as

características necessárias para tanto.

Já Santos (1996) ressalta que, no atual mundo competitivo, os produtos a

serem desenvolvidos devem demonstrar alto nível de qualidade técnica, baixo custo,

e, principalmente, vantagens superiores às oferecidas pelos produtos concorrentes.

Consequentemente, o desempenho de uma empresa no PDP (Processo de

Desenvolvimento de Produto) deve ser medido a partir de três parâmetros:

qualidade, tempo e produtividade. Assim, esses parâmetros devem ser otimizados,

Page 31: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

29

habilitando as empresas para atrair e satisfazer seus clientes, e, consequentemente,

aumentando a competitividade do produto no mercado (CLARK; FUJIMOTO, 1991).

Segundo Martins e Laugeni (2005, p. 69) “Desenvolver novos produtos é um

desafio constante. No mundo em transformação que vivemos, a empresa que não se

antecipar às necessidades de seus clientes, com produtos e serviços inovadores

estará condenada ao desaparecimento”.

Desenvolver produtos é um processo complexo e envolve o trabalho de

profissionais de diversas áreas. Este processo é muito variável depende do tipo de

produto da organização. Algumas empresas dão ênfase a características técnicas,

outras valorizam aspectos ergonômicos ou estéticos, outras ainda concentram seus

esforços na redução de custos. Portanto o importante é saber o que o consumidor

final quer, pois ele é quem irá julgar os produtos lançados no mercado (IIDA, 2005).

Apresenta-se no quadro 1 demonstração da participação da ergonomia nas

diversas etapas do desenvolvimento de produtos:

Etapas Atividades gerais Participação da ergonomia

Definição Examinar as oportunidades

Verificar as demandas

Definir objetivos do produto

Elaborar especificações

Estimar benefícios

Examinar o perfil do usuário

Analisar os requisitos do

Produto

Desenvolvimento Analisar os requisitos do sistema

Esboçar a arquitetura do sistema

Gerar alternativas de soluções

Desenvolver o sistema

Analisar as tarefas/atividades

Analisar a interface:

- informações

- controles

Detalhamento Detalhar o sistema

Especificar componentes

Adaptar as interfaces

Detalhar os procedimentos de

Testes

Acompanhar os detalhamentos

Avaliação Avalia o desempenho

Comparar as especificações

Fazer os ajustes necessários

Testar a interface com o usuário

Produto em uso Prestar serviço de pós-venda

Adquirir experiência para outros

Projetos

Realizar estudos de campo

junto aos usuários e

consumidores

Quadro 1 – Demonstração da participação da ergonomia no desenvolvimento de produtos. Fonte: Iida (2005).

Page 32: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

30

Para Slack (1996), o processo de desenvolvimento de produtos pode ser

dividido em cinco etapas distintas: desenvolvimento do conceito, triagem de

conceitos (marketing, produção e finanças), pré-projeto, avaliação e melhoria e

prototipagem final.

De acordo com Baxter (1998, p. 21), “o desenvolvimento de produto deve ser

orientado para o consumidor. O designer de produto bem sucedido é aquele que

consegue pensar com a mente do consumidor”.

O mercado atual exige das indústrias maior controle de seus resultados por

meio de um planejamento rigoroso durante a criação do projeto. Desta forma,

aumentaram-se as expectativas em torno da atuação do profissional de design

ampliando seus antigos limites e passou a exigir destes profissionais um

conhecimento mais amplo sobre o produto. Para que isto ocorra, é necessário ter em

mente a viabilidade do projeto, considerando as necessidades de todos os

envolvidos e adequando aos mecanismos de produção (MOLINARI; MEGGAZINI;

UNGARELLI, 1996 apud ROCHA; FILHO, 2005).

Baxter (1998, p. 20-21) ainda comenta que o desenvolvimento de produtos é

um problema multifatorial, este depende de fatores como simpatia dos

consumidores, aceitação dos distribuidores, facilidades de fabricação, durabilidade e

confiabilidade dos produtos. A fixação de metas só terá utilidade se acompanhada

de procedimentos para verificar se essas metas estão sendo alcançadas.

A seleção do melhor conceito envolve análise de todas as possibilidades, de

operação para o produto e após esta etapa selecionar a melhor delas. Depois definir

o projeto é preciso também pensar nas possíveis formas de fabricação e selecionar

a melhor alternativa, baseando-se nas especificações de projeto.

A figura 6 demonstra o desenvolvimento mecânico de um posto de trabalho:

Page 33: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

31

Baxter (1998, p. 25) define como estilo de um produto “a qualidade que

provoca a sua atração visual”.

Quando se apresenta um produto atrativo raramente fala-se sobre

propriedades como som, cheiro ou paladar. Este se refere sim à percepção humana

da visão. Referem-se as propriedades visuais de um produto, fazendo que a

atratividade deste seja definida por sua propriedade visual (BAXTER, 1998).

Produto, na realidade, nada mais é do que um agregado de bens, serviços e

conceitos, a fim de satisfazer as necessidades e expectativas dos consumidores

(SLACK, 1996).

“A criatividade é o coração do design, em todos os estágios do projeto. O

projeto mais excitante e desafiador é aquele que exige inovações de fato – a criação

de algo radicalmente novo, nada parecido com tudo o que se encontra no mercado”,

segundo Baxter (BAXTER, 1998).

Para o mesmo autor (1998, p. 53), a criatividade resulta da forma diferente de

ver problemas ou idéias existentes e a preparação é tempo pelo qual a mente fica

mergulhada nestes problemas. Uma grande ideia não surge do nada, mas sim

quando houve um grande esforço para alcançar uma solução.

Figura 6 – Ilustração demonstrando o desenvolvimento mecânico do posto de trabalho. Fonte: Iida (2005).

Page 34: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

32

2.2.1. Projeto de produto

Para Baxter (1998, p. 123), “o planejamento do produto começa com a

estratégia de desenvolvimento de produto da empresa e termina com as

especificações de produção do novo produto”.

Abaixo, vê-se o quadro 2 demonstrando a seqüência de atividades para a

elaboração do projeto de um posto de trabalho:

1 Faça um levantamento sobre as características da tarefa, equipamento e ambiente usando

técnicas como observações, entrevistas, questionários ou filmagens.

2 Identifique o grupo de usuários para realizar medidas antropométricas relevantes ou procure

obtê-las em tabelas

3 Determine as faixas de variações das medidas antropométricas para a altura de assentos,

superfícies de trabalho, alcances e apoios em geral

4 Estabeleça prioridades para as operações manuais, colocando aquelas principais na área de

alcance preferencial

5 Providencie espaços adequados para acomodação e movimentação dos braços, pernas e tronco

6 Localize os dispositivos visuais dentro da área normal de visão

7 Verifique a entrada e saída de materiais e de informações de/para outros postos de trabalho

8 Elabore um desenho do posto de trabalho em escala e posicione os seus principais

componentes

9 Construa um modelo (mock-up) em tamanho natural para testes com sujeitos

10 Construa um protótipo para testes em condições reais de operação

Baxter (1998) divide o processo de planejamento do produto em quatro

etapas: a primeira traça a estratégia e a orientação geral do produto estabelecendo

seus objetivos. Na segunda etapa ocorre o início do desenvolvimento do produto

específico. A terceira etapa, é feito um período de pesquisa e análise deste produto,

para, finalmente, na quarta etapa, serem descritas as especificações e justificativa

do produto proposto.

Segundo Baxter (1998, p. 130), “a origem das oportunidades de

desenvolvimento de novos produtos pode ser classificadas em duas categorias:

demanda de mercado e oferta de tecnologia”.

Quadro 2 – Tabela demonstrando as atividades para elaboração do projeto de um posto de trabalho. Fonte: Iida (2005).

Page 35: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

33

A demanda de mercado refere-se à procura, pelo mercado, de produtos ou

características do produto que ainda não foram oferecidos pela sua

empresa. A demanda de mercado pode ser reconhecida de duas maneiras.

Primeira: os produtos concorrentes podem mostrar-se mais competitivos,

exigindo uma atualização dos seus produtos. Segunda: pode existir uma

necessidade de mercado que não é satisfeita por nenhum dos produtos

existentes. A oferta de tecnologia refere-se à disponibilidade de novas

tecnologias, gerando oportunidade de inovação do produto. Essa nova

tecnologia pode ser um novo material, novos processos de fabricação ou

novos conceitos de projetos (Baxter, 1998, p. 130).

O mesmo autor (1998, p. 174) ainda afirma que “o projeto conceitual tem o

objetivo de produzir princípios de projeto para o novo produto. Ele deve ser

suficiente para satisfazer as exigências do consumidor e diferenciar o novo produto

de outros produtos existentes no mercado”.

O processo dos projetos conceituais tem dois segredos: o primeiro é gerar o

maior número possível de idéias e o segundo é selecionar a melhor idéia (BAXTER,

1998).

A construção do projeto começa com o conceito escolhido e termina com o

protótipo completamente desenvolvido e testado. Ela compreende quatro fases:

geração de idéias, seleção de idéias, analise das possibilidades e construção do

protótipo (BAXTER, 1998).

O termo protótipo significa, literalmente “o primeiro de um tipo”. No inicio da

era industrial, o protótipo era o produto feito pelo mestre, que depois deveria

ser produzido em massa. No projeto de produtos, a palavra protótipo refere-

se a dois tipos de representação dos produtos. Primeiro no sentido mais

preciso da palavra, refere-se a representação física do produto que será

eventualmente produzido industrialmente. Em segundo lugar, usa-se o

termo protótipo no sentido mais lato, para qualquer tipo de representação

física construída com o objetivo de realizar testes físicos (BAXTER, 1998).

Decidir pela utilização ou não de protótipos para o desenvolvimento de

produtos é simples. O designer tem condições de tomar essa decisão, pois para ele

o custo deste teste pode ter um bom retorno, considerando que ele pode antecipar o

aparecimento de determinadas falhas, antes de o produto começar a ser

comercializado.

Page 36: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

34

Pelo quadro 3 logo abaixo, é possível visualizar as etapas do processo do

projeto de produto:

Etapas do projeto Resultados de

cada etapa

Nível de apresentação

Projeto conceitual Princípios do projeto Suficiente para definir a

oportunidade de projeto

Configuração do projeto Construção do protótipo Suficiente para verificar a

adequação aos objetivos e

possibilidades de fabricação

Projeto detalhado Especificação completa do

produto

Suficiente para a fabricação

Após o término da configuração do produto e das correções necessárias,

resta elaborar as especificações para fabricação. Nesta etapa devem ser reunidas

todas as informações obtidas nas fases anteriores e especificar os materiais,

máquinas e ferramentas necessárias à fabricação em série do produto especificado

(BAXTER, 1998).

2.3. MÉTODOS DE ANÁLISE

Segundo Lakatos apud Ackoff (2000:II-44) “Método é uma forma de

selecionar técnicas, forma de avaliar alternativas para a ação cientifica... Assim,

enquanto as técnicas utilizadas por um cientista são fruto de suas decisões, o modo

pelo qual tais decisões são tomadas depende de suas regras de decisão. Métodos

são regras de escolha; técnicas são as próprias escolhas”.

Segundo Martins e Laugeni (2005, p. 84) “A cronometragem é um dos

métodos mais empregados para medir o trabalho.” Para Martins e Laugeni (2005, p.

86) a maneira mais correta para se determinar o número de cronometragens pode

ser deduzida da fórmula abaixo utilizando as fórmulas a seguir:

Quadro 3 – Quadro demonstrando as etapas do processo do projeto. Fonte: Baxter (1998).

Page 37: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

35

Equação (1)

Onde:

n = número de ciclos a serem cronometrados

z = coeficiente da distribuição normal padrão para uma probabilidade

determinada

R = amplitude da amostra

d2 = coeficiente em função do número de cronometragens realizadas

preliminarmente

x = média da amostra

Er = erro relativo determinado

Na tabela 3 está demonstrado a distribuição normal de probabilidades e na

tabela 4 demonstra-se o coeficiente para calcular o número de cronometragens.

Estes dados são utilizados na equação 1.

Probabilidade (%) 90 91 92 93 94 95

Z 1,65 1,70 1,75 1,81 1,88 1,96

N 2 3 4 5 6 7 8 9 10

d2 1,128 1,693 2,059 2,326 2,534 2,704 2,847 2,970 3,078

A tabela de distribuição normal de probabilidade e a tabela do coeficiente

utilizado para calcular o número de cronometragens serão utilizadas no decorrer do

projeto para determinar o número de cronometragens a ser realizadas para análise.

Fonte: Martins e Laugeni (2005).

Fonte: Martins e Laugeni (2005).

Tabela 3 – Tabela demonstrando a distribuição normal de probabilidades.

Tabela 4 – Tabela do coeficiente para calcular o número de cronometragens.

Page 38: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

36

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. SOFTWARE E EQUIPAMENTOS

Para desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas as ferramentas e

programas em plataforma CAD, bem como editores de texto conforme listados:

� Planilhas digitais: onde foram digitalizados os dados obtidos nas

amostras para posterior análise;

� Trena aferida: utilizada para aferir o dimensional dos produtos com o

projeto, fornecida pela indústria onde se realizou a pesquisa;

� Cronometro digital: utilizado para cronometrar o tempo de fabricação

de cada projeto para posterior cronoanalise, fornecida pela indústria

onde se realizou a pesquisa;

� Programa de plataforma CAD 2D: utilizado na confecção do projeto de

construção utilizado para fabricação do produto;

� Programa de plataforma CAD 3D: utilizado na elaboração e definição

do conceito do projeto a ser fabricado;

� Editor de textos: utilizou-se para transferir os dados obtidos durante

este projeto para a forma escrita.

3.2. DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Para a cronoanálise foi acompanhado o processo de fabricação em dez lotes

de cinco unidades dos projetos atuais da base da poltrona do cobrador e do projeto

proposto, para esta análise foram separadas em células de fabricação as unidades

fabris da indústria conforme demonstra a quadro 4:

Page 39: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

37

CÉLULA SETOR

A Fabricação A

B Fabricação B

C Pintura

D Pré-fabricação

E Troca de gabarito na célula de fabricação “B”

Para que se torne viável a análise do atual projeto foram tomadas as

dimensões da base atual com dois operadores, simulando o procedimento de

operação. Os dois voluntários têm, respectivamente, a altura de 1,70m e 1,81m,

ficando o primeiro dentro da faixa de 50% da população e o segundo dentro da faixa

de 95% da população brasileira conforme demonstrado no quadro 1.

Foram fotografadas as medidas tomadas no procedimento de mensuração,

para facilitar o entendimento do exposto. Às imagens que seguem demonstram

estas dimensões.

Na figura 7 está demonstrado posto de trabalho sem o operador para

destacar seus componentes:

Quadro 4 – Quadro demonstrando as etapas do processo de fabricação. Fonte: Primária.

01

02

03

04

05

Legenda: 01: Caixa do cobrador; 02: Base da caixa do cobrador; 03: Catraca; 04: Poltrona do cobrador; 05: Base poltrona do cobrador.

Figura 7 – Fotografia do posto de trabalho atual. Fonte: Primária.

Page 40: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

38

A figura 8 demonstra o primeiro voluntário, com altura de 1,81m. A altura da

poltrona foi regulada para que esta proporcionasse ao operador o melhor conforto

possível dentro das possibilidades do produto. Com esta regulagem a altura poplítea

medida é de 45,5cm, próximo do determinado no quadro 1 onde esta altura é de

46,5cm. A imagem mostra também que os pés do operador não ficam devidamente

apoiados sobre a base:

A figura 9 demonstra o segundo voluntário, este com altura de 1,70m. Neste

caso, a altura da poltrona também foi regulada para que esta contribuísse da melhor

forma possível para o conforto do usuário, mas como se pode notar, nessa situação,

operador não encontra uma postura ideal para exercer sua função, devido a não ter

uma base de apoio apropriada para seus pés.

Figura 8 – Fotografia do operador com 1,81m de altura. Fonte: Primária.

Page 41: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

39

3.3. COLETA DE DADOS

Durante a coleta de dados foram identificados quatorze projetos, que

atualmente são utilizados na montagem do posto de trabalho. Pode-se notar que

apesar de terem códigos e dimensionais diferentes alguns dos projetos têm o

mesmo nome ou descrição. O quadro 5 está relação dos projetos deste estudo com

códigos e nomes e quantidade de itens:

ITEM CÓDIGO NOME

01 039597 CJ base cobrador sobre cx de roda 686mm

02 039581 CJ base cobrador 700mm

03 039682 CJ base cobrador LE sobre cx de roda 700mm

Figura 9 – Fotografia do operador com 1,70m de altura. Fonte: Primária.

Page 42: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

40

Continuação do quadro 5.

04 039683 CJ base cobrador LD cobre cx de roda 700mm

05 048841 CJ base cobrador 683mm

06 049365 CJ base cobrador sobre cx de roda 686mm

07 050664 CJ base cobrador LD sobre cx de roda 700mm

08 052015 CJ base cobrador 700mm s/ cx de roda MT

09 052810 CJ base cobrador LE sobre cx de roda 700mm

10 056427 CJ base cobrador sobre cx de roda 750mm

11 056650 CJ base cobrador sobre cx de roda 750mm pé invertido

12 060516 CJ base cobrador sobre cx de roda 750mm

13 060876 CJ base cobrador LE sobre cx de roda 700mm

14 061941 CJ base cobrador sobre cx de roda c/ reforço

De posse destes dados foi iniciado o processo de elaboração do novo

produto. Para defini-lo, o primeiro passo foi definir os pontos comuns a todos os

projetos atuais utilizados para montar a base da poltrona do cobrador. Nesta análise

foram identificados 16 pontos importantes para a definição da nova proposta,

conforme a figura 10 que segue o estudo:

Quadro 5 – Quadro com códigos e descrição dos projetos atuais. Fonte: Primária.

Figura 10 – Ilustração demonstrando os pontos comuns dos projetos analisados. Fonte: Mascarello.

Page 43: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

41

Após, definidos os pontos comuns aos projetos da base da poltrona do

operador de cobrança, os mesmos foram mensurados e suas dimensões foram

lançadas na tabela 5 para melhor visualização e definição da nova proposta. Logo a

seguir temos a tabela com as medidas obtidas nos projetos mensurados:

CÓDIGO

DIMENSÕES (mm)

A B C D E F G H I J L M N O P Q

039597 686 149 152 152 210 271 321 321 491 541 585 585 580 203 290 378

039681 686 149 337 337 210 271 321 321 491 541 585 585 580 203 290 378

039682 686 149 152 152 210 271 321 321 491 541 585 400 580 203 290 378

039683 686 149 152 337 210 271 321 321 491 541 585 400 580 203 290 378

048841 683 -- 337 337 210 271 321 321 491 541 585 585 580 203 290 378

049365 686 149 152 152 210 271 321 321 491 541 505 505 580 203 290 378

050664 686 149 162 337 210 271 321 321 491 541 505 585 580 203 290 378

052015 686 -- 80 80 210 271 321 321 491 541 569 569 580 203 290 378

052810 686 149 337 152 210 271 321 321 491 541 505 585 580 203 290 378

056427 736 149 337 152 210 271 321 321 491 541 638 638 580 203 290 378

056650 736 149 152 337 210 271 321 321 491 541 638 638 580 203 290 378

060516 736 149 152 337 210 271 321 321 491 541 395 638 580 203 290 378

060876 686 149 337 152 210 271 321 321 491 541 585 395 580 203 290 378

061941 736 149 172 172 210 271 321 321 491 541 358 358 580 203 290 378

Foram retirados também os dimensionais da poltrona utilizada pelo operador

de cobrança de acordo com o projeto fornecido pelo fabricante de poltrona, para que

posteriormente se possam comparar seus pontos de fixação com os pontos de

fixação das bases da poltrona do cobrador. Ao final, será realizada a análise

ergonômica do posto de trabalho conforme demonstra a figura 11:

Fonte: Primária.

Tabela 5 – Tabela com dimensões dos projetos atuais.

Page 44: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

42

Considerar-se para efeito de projeto os dimensionais da catraca do ônibus e

do conjunto posto de cobrança que foram fornecidos pelos seus respectivos

fabricantes para tornar possível o correto dimensionamento e análise do projeto que

será proposto.

3.3.1. Coleta de tempos

A fabricação dos projetos foi dividida conforme demonstrado na tabela 6,

onde as etapas de fabricação foram divididas em células fabris com a intenção de

facilitar a análise dos tempos tomados durante todo o processo.

Para determinar a quantidade de amostras de tempos a serem tomadas, foi

realizada preliminarmente dez tomadas de tempo durante o ciclo completo que um

Figura 11 – Ilustração demonstrando dimensões da poltrona do operador. Fonte: Mascarello.

Page 45: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

43

projeto leva para passar por todas as etapas necessárias de fabricação conforme a

tabela 6:

CÉLULAS TEMPOS PRELIMINARES

Amostras aleatórias em minutos

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª

A 16:20 19:10 19:07 21:12 16:58 17:56 19:03 19:07 19:10 18:57

B 24:56 21:59 22:49 21:53 25:10 22:00 21:55 22:00 20:05 21:52

C 68:20 52:23 62:02 64:47 64:39 65:14 66:31 67:53 65:01 64:39

D 06:23 05:35 05:38 05:42 05:40 06:38 05:36 06:58 05:35 05:37

E 18:21 14:16 15:35 14:56 16:13 15:46 15:34 15:05 14:27 14:38

Com base nos dados da tabela 6 encontramos a amplitude da amostra “R”

das células tomando os tempos maiores e deles subtraindo os menores de acordo

com a tabela 7 que segue neste estudo:

CÉLULAS MAIOR TEMPO

(minutos)

MENOR TEMPO

(minutos)

AMPLITUDE “R”

(segundos)

MÉDIA DA AMOSTRA “X”

(segundos)

A 21:12 16:20 292 1122

B 25:10 20:05 305 1348

C 68:20 52:23 957 3849

D 06:38 05:23 95 355

E 18:21 14:16 245 929

Com estes dados definidos se pode adotar a fórmula 1 para calcular as

quantidades de amostras necessárias por célula de trabalho, trabalhando com o

coeficiente de distribuição normal em 95% e erro relativo de 5% conforme a tabela 7

e utilizando o coeficiente em função do número de cronometragens realizadas

preliminarmente conforme tabela 8, teremos as fórmulas a seguir para cada célula

separada.

Fonte: Primária.

Fonte: Primária.

Tabela 6 – Tabela com tempos preliminares.

Tabela 7 – Tabela de amplitude e média da amostra.

Page 46: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

44

Célula “A”:

Célula “B”:

Célula “C”:

Célula “D”:

Célula “E”:

De posse destes resultados define-se por meio de média aritmética uma

quantidade de amostras padrão, conforme calculado na tabela 8 logo a seguir.

CÉLULAS A B C D E MÉDIA DE AMOSTRA

RESULTADO DA FÓRMULA 11 8 10 12 11 10

Com a definição da quantidade de amostras (conforme a tabela 1)

acompanhou-se o processo produtivo nas células definidas anteriormente, e

tomados os tempos pela quantidade de amostra.

Fonte: Primária.

Tabela 8 – Tabela de média de amostra.

Page 47: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

45

Na célula “A” de fabricação, ocorre o primeiro passo do processo: a

transformação da matéria prima bruta em peças de acordo com os projetos

específicos de cada produto. Estas peças são enviadas para a célula “B”, onde são

utilizados gabaritos para montagem e são fixadas por meio de aparelhos de solda,

transformado-as nos Conjuntos “CJ” de montagem de acordo com cada projeto.

Após esta etapa, os CJ são enviados para a célula “C” onde passam por um

processo de tratamento de superfície, para retirada dos excessos de solda e

rebarbas. Após, os conjuntos recebem banhos químicos para eliminação de óleos e

graxas da sua superfície. Assim, o próximo procedimento, o de pintura eletrostática,

adere mais facilmente às peças. Na última etapa, a célula “D”, é fixada a última parte

do CJ: uma chapa de alumínio lavrado para o apoio dos pés do operador de

cobrança. Depois disso, o CJ base do cobrador é enviado para ser montado nos

veículos.

Acompanhou-se e cronometrou-se o tempo de fabricação dos projetos atuais

para que possam ser comparados com o projeto proposto conforme demonstram as

tabelas abaixo:

CÓDIGOS CÉLULAS FABRIS / LOTES

TEMPO CÉLULA A EM MINUTOS

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª MÉDIA

039597 16:20 19:10 19:07 21:12 16:58 17:56 19:03 19:07 19:10 18:57 18:42

039581 15:35 18:02 17:29 17:38 15:24 17:38 15:49 18:54 17:38 18:54 17:18

039682 18:02 16:20 16:50 18:54 15:49 18:54 18:02 16:22 16:20 17:29 17:18

039683 17:38 16:22 16:43 18:02 17:29 17:38 16:22 16:20 18:02 16:43 17:07

048841 18:54 15:49 16:20 15:49 18:02 16:50 16:20 17:29 16:50 18:02 17:02

049365 15:24 18:02 17:58 16:22 17:58 17:29 15:24 16:43 15:49 17:58 16:54

050664 15:49 17:29 19:07 16:20 18:54 15:37 17:58 15:37 15:37 16:21 16:52

052015 16:22 17:38 15:24 16:50 16:43 16:21 16:50 16:21 16:22 17:38 16:38

052810 16:50 18:02 15:37 18:02 16:20 16:22 18:54 17:58 16:43 15:37 17:02

056427 17:29 16:43 19:07 16:43 16:21 17:58 16:21 16:50 19:10 18:02 17:28

056650 17:58 18:54 17:38 17:29 16:58 16:20 17:38 18:54 16:21 15:49 17:23

060516 16:43 17:38 16:21 18:02 16:22 15:24 18:02 16:20 17:29 16:20 16:52

060876 16:21 16:50 15:49 15:37 15:37 15:49 16:43 15:49 17:58 16:22 16:17

061941 15:37 15:24 16:22 17:58 16:50 16:43 17:29 16:20 18:54 16:50 16:50

TEMPO MÉDIO GERAL 17:07

Fonte: Primária.

Tabela 9 – Tabela com tempo de fabricação da célula A dos projetos atuais.

Page 48: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

46

CÓDIGOS CÉLULAS FABRIS / LOTES

TEMPO CÉLULA B EM MINUTOS

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª MÉDIA

039597 24:56 19:10 19:07 21:12 16:58 17:56 19:03 19:07 19:10 18:57 19:34

039581 22:35 19:58 21:49 21:17 18:32 19:58 18:05 17:57 19:58 23:56 20:24

039682 23:56 24:19 21:02 24:19 23:56 21:00 22:47 18:29 24:19 21:12 22:32

039683 21:54 25:02 22:47 23:43 17:57 24:56 21:49 24:56 19:59 21:49 22:29

048841 22:47 17:57 20:10 21:49 21:05 20:55 23:56 23:34 21:49 23:26 21:45

049365 24:23 21:49 19:58 24:56 18:07 24:19 18:36 24:19 23:56 24:19 22:28

050664 24:19 19:23 19:56 17:57 22:47 25:04 18:25 25:12 18:07 21:19 21:15

052015 25:10 24:56 18:45 23:08 21:49 17:57 19:58 23:56 21:08 24:56 22:10

052810 19:58 21:55 23:56 22:47 19:58 19:40 22:46 21:49 22:13 21:20 21:38

056427 20:06 18:13 17:57 18:58 21:03 19:32 23:03 21:03 22:47 20:55 20:22

056650 21:49 22:47 18:33 19:34 24:19 23:56 24:56 20:56 23:04 19:58 21:59

060516 18:33 19:47 19:58 23:56 19:08 21:49 25:01 22:47 17:57 22:47 21:10

060876 17:57 19:10 24:19 17:37 19:56 19:02 24:19 22:07 21:50 20:32 20:41

061941 21:05 23:56 20:20 19:58 25:02 22:47 17:57 19:58 24:56 17:57 21:24

TEMPO MÉDIO GERAL 21:25

CÓDIGOS CÉLULAS FABRIS / LOTES

TEMPO CÉLULA C EM HORAS

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª MÉDIA

039597 01:08 00:52 01:02 01:04 01:04 01:05 01:06 01:07 01:05 01:04 01:04

039581 01:10 01:08 01:09 01:14 01:15 01:12 01:09 01:08 01:09 01:32 01:13

039682 01:15 01:10 01:12 01:10 01:13 01:10 01:15 01:14 01:13 01:15 01:13

039683 01:14 01:08 01:15 01:10 01:08 01:15 01:12 01:15 01:15 01:12 01:12

048841 01:15 01:13 01:14 01:15 01:14 01:12 01:13 01:15 01:12 01:12 01:13

049365 01:09 01:14 01:15 01:09 01:14 01:09 01:10 01:10 01:10 01:09 01:11

050664 01:10 01:09 01:09 01:10 01:15 01:15 01:08 01:09 01:09 01:08 01:10

052015 01:13 01:08 01:08 01:15 01:13 01:12 01:14 01:15 01:15 01:15 01:13

052810 01:12 01:10 01:11 01:12 01:12 01:13 01:13 01:14 01:14 01:13 01:12

056427 01:08 01:15 01:14 01:12 01:10 01:12 01:15 01:10 01:09 01:10 01:11

056650 01:09 01:10 01:10 01:11 01:12 01:12 01:13 01:13 01:12 01:13 01:12

060516 01:11 01:15 01:14 01:08 01:09 01:14 01:10 01:12 01:13 01:15 01:12

060876 01:14 01:13 01:14 01:15 01:12 01:08 01:15 01:10 01:09 01:14 01:12

061941 01:15 01:12 01:11 01:12 01:12 01:13 01:14 01:12 01:08 01:11 01:12

TEMPO MÉDIO GERAL CONVERTIDO EM MINUTOS 71:00

Fonte: Primária.

Fonte: Primária

Tabela 10 – Tabela com tempo de fabricação da célula B dos projetos atuais.

Tabela 11 – Tabela com tempo de fabricação da célula C dos projetos atuais.

Page 49: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

47

CÓDIGOS CÉLULAS FABRIS / LOTES

TEMPO CÉLULA D EM MINUTOS

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª MÉDIA

039597 06:23 05:35 05:38 05:42 05:40 06:38 05:36 06:58 05:35 05:37 05:56

039581 05:45 06:45 06:43 06:35 06:23 06:48 06:43 06:35 06:23 06:21 06:30

039682 05:24 06:10 05:24 05:43 06:35 05:43 05:25 05:43 05:38 05:56 05:46

039683 05:12 05:35 05:57 06:45 05:24 06:43 06:35 06:21 06:48 06:43 06:12

048841 05:43 05:48 06:10 06:43 06:45 06:05 06:23 06:08 06:10 06:12 06:12

049365 05:57 06:23 06:45 06:14 06:10 06:35 06:10 06:43 06:25 05:24 06:16

050664 06:10 06:15 05:43 05:24 06:02 06:45 05:55 06:23 06:35 06:21 06:09

052015 06:24 06:18 06:35 06:26 05:43 06:23 05:34 06:56 05:43 06:45 06:16

052810 06:35 06:43 06:45 06:35 06:23 05:26 05:24 05:47 05:43 05:38 06:05

056427 06:33 06:30 06:23 06:10 06:43 06:21 06:45 06:32 06:45 06:56 06:33

056650 06:45 06:31 06:28 06:22 06:23 05:24 05:49 05:24 05:24 06:23 06:05

060516 05:59 05:24 05:26 06:35 06:14 06:08 05:43 05:54 05:43 06:35 05:58

060876 06:43 06:35 06:30 06:28 06:12 06:10 06:56 06:45 06:43 05:43 06:28

061941 05:49 05:43 05:45 06:23 05:23 05:37 05:57 06:10 05:24 06:10 05:50

TEMPO MÉDIO GERAL 06:10

CÓDIGOS TROCA DE GABARITOS CÉLULA “B”

TEMPO EM MINUTOS

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª

18:21 14:16 15:35 14:56 16:13 15:46 15:34 15:05 14:27 14:38

TEMPO MÉDIO 15:29

Ao fim de cada tabela está descrito o tempo médio de fabricação de cada

célula expresso em minutos. Nota-se que na célula de fabricação “B”, tem-se dois

tempos a serem considerados: na tabela 10, o tempo de montagem dos conjuntos

neste setor com as peças vindas da célula de fabricação “A” e na tabela 13 o tempo

de troca dos gabaritos para montagem de diferentes projetos.

Fonte: Primária.

Fonte: Primária.

Tabela 12 – Tabela com tempo de fabricação da célula D dos projetos atuais.

Tabela 13 – Tabela com tempo de troca de gabaritos na célula “B”.

Page 50: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

48

3.4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

Esta pesquisa realizou-se em uma indústria que atua no ramo metalúrgico

com a fabricação dos ônibus, na região oeste do Estado do Paraná.

A empresa Mascarello Carroceria e Ônibus é a primeira montadora de ônibus

do estado do Paraná. A Mascarello chegou ao mercado, alicerçado nos

investimentos de um dos maiores grupos agroindustrial do estado e credenciada

pelo know-how adquirido no período em que integrantes da família mantiveram o

controle acionário de uma encarroçadora em Erechim, Rio Grande do Sul.

Tudo começou quando o leilão de uma massa falida da Incasel, no final dos

anos 70, chamou a atenção da diretoria da Comil para o setor de fabricação de

ônibus, uma área até então desconhecida para uma indústria dedicada inteiramente

à produção de equipamentos de armazenagem e secagem de grãos.

O interesse pelo negócio levou a empresa a encomendar uma pesquisa junto

a clientes potenciais, que revelou haver espaço no mercado nacional para uma nova

fábrica com boas perspectivas de vendas para o exterior e foi assim que, a partir da

aquisição das antigas e originais instalações da extinta montadora gaúcha, surgiu a

primeira experiência da Mascarello no segmento da indústria automotiva.

Tendo se desligado do empreendimento no final dos anos 90, a família

passou a receber inúmeros apelos de clientes de todo o Brasil, para que, diante do

sucesso da relação anteriormente estabelecida, fosse considerada a possibilidade

de se voltar ao ramo fabricando um ônibus com a marca Mascarello.

O fato de não existir ainda uma encarroçadora de ônibus no Paraná, aliado as

oportunidades oferecidas num mercado carente de modelos diferenciados e

produtos inovadores, foi decisivo para o grupo investir novamente no negócio,

inaugurando em Cascavel, cidade pólo da região Oeste paranaense, no dia 30 de

maio de 2003, a mais jovem das fábricas de ônibus brasileira.

Graças ao seu compromisso com a inovação e a constante inovação

tecnológica de seus produtos, desenvolvidos para atender as mais especificadas

necessidades de seus clientes, a nova marca logo conquistou a confiança e a

preferência dos mercados mais exigentes do Brasil e do exterior.

Page 51: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

49

Utilizados pelas principais empresas de transporte de passageiros de todos

os estados brasileiros, os ônibus Mascarello já são exportados para o Chile,

Equador, Venezuela, Costa Rica e Guatemala, na América Latina, além de Gana,

Angola e Nigéria, na África.

Page 52: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

50

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. O PRODUTO ATUAL

Constatou-se, como demonstra as figuras 8 e 9, que o operador de cobrança

ao utilizar o seu posto de trabalho, não encontra um assento ergonomicamente

correto. Devido ao fato de que seus pés ficam em balanço ou parcialmente apoiados

na borda dianteira da base. Isto ocorre no projeto atual, pois as bases têm 736mm e

686mm de comprimento conforme demonstra a figura 10, contrariando assim a NBR

15570 no item 38.1.1, o qual afirma que a poltrona do operador de cobrança deve ter

apoio para os pés.

Para melhor compreensão do exposto, deve-se analisar as figuras 8 e 9, bem

como o projeto do posto atual com um boneco ergonômico de altura de 1,81m

demonstrado na figura 12.

Figura 12 – Ilustração demonstrando boneco ergonômico no posto atual. Fonte: Mascarello.

Page 53: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

51

Durante a pesquisa pôde-se notar que devido a semelhança entre as

descrições dos projetos podem ocorrer erros no momento em que o profissional

responsável por definir qual base utilizar a seleciona para os veículos.

Constataram-se, também, de acordo com a tabela 5 que as principais

dimensões a serem respeitadas por não haver diferença entre elas nos projetos, são

as furações para a fixação da poltrona do operador na base, ou seja, as medidas E,

F, G, H, I, J, O, P e Q da figura 10 e a dimensão N que representa a largura da base

na mesma figura.

Após análise pôde-se notar que a maior variação de medidas ocorre nos pés

das bases, dimensões C, D, L, e M da figura 10, isto ocorre devido aos diversos

tipos de layout utilizado pela indústria modificando o posicionamento dos postos de

cobrança de acordo com as necessidades construtivas dos veículos.

Durante o processo de fabricação foi notado que existe um gabarito para a

montagem de cada conjunto na célula “B” de fabricação. Conforme demonstrado na

tabela 13 o tempo de troca destes gabaritos leva em média 15 minutos, o que

podem ser agravados pelo fato de existirem quatorze projetos diferentes e ocorrer

que a indústria venha a ter a necessidade de produzir 10 veículos com layout

diferentes por dia.

4.2. O NOVO PROJETO

Durante as análises e em todo o momento no decorrer desta pesquisa

buscou-se incessantemente trabalhar dois pontos definitivamente cruciais para que a

proposta a ser apresentada seja fiel ao objetivo geral desta apresentação: o primeiro

ponto é a padronização do produto final e o segundo é a ergonomia deste produto.

Na busca da melhor ergonomia para o operador de cobrança encontram-se

normas e diversos autores que definiram o que e como seria esta forma ergonômica

correta. Porém ao dedicar profunda análise a este projeto pode-se notar que a base

da poltrona do operador deveria atentar apenas a dois requisitos da NBR: um é com

relação a sua altura em relação ao solo, como demonstrado na NBR 15570 em seu

item 38, onde esta pode variar de 150mm a 450mm. O segundo requisito,

encontrado no mesmo item desta norma, é a determinação que em veículos com

Page 54: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

52

cobrador a sua poltrona deve ter apoio para os pés, assim como a NR17 em seu

item 17.3.4 diz que para as atividades que tenham que ser desempenhadas pelo

trabalhador sentado, poderá ser exigido suporte para os pés que se adapte ao

comprimento das pernas do usuário.

Conforme foi analisado nos projetos atuais é possível notar que a base da

poltrona do operador de cobrança não tem o apoio adequado para os pés conforme

determinado pela norma vigente. Após reuniões com a gerência de engenharia da

empresa onde se realizou o projeto, chegou-se então a conclusão de que seria este

fator ergonômico a ser corrigido na proposta para que se pudesse, além de

proporcionar uma correta postura ergonômica aos usuários do posto de operação,

atender as especificações da norma vigente.

Com relação aos dimensionais a atual altura da base da poltrona foi alterada

para que esta possa avançar por baixo da catraca e não ocorra acidentes no

momento em que o usuário do ônibus girar a catraca registradora que tem altura de

400mm do piso conforme normatizado e demonstrado anteriormente.

Para melhor entendimento desta proposta, passa-se a análise do projeto novo

e suas particularidades conforme demonstrado na figura 13.

Pode-se notar que na proposta apresentada há a mesma quantidade de furos

para fixação da poltrona na base, e a sua posição com relação às bases antigas

manteve-se, pois estas como já demonstradas foram às únicas medidas que não

poderiam sofrer alterações, conforme tabela 14 e figura 14 que se segue:

Figura 13 – Projeto com componentes do novo projeto. Fonte: Primária.

Page 55: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

53

PROJETO DIMENSÕES (mm)

A B C D E F G H I J L M N O P Q

Atuais 686 149 337 152 210 271 321 321 491 541 585 585 580 203 290 378

Novo 905 145 321 321 210 271 321 321 491 541 715 715 580 203 290 378

Com o novo projeto ocorreu também um ganho no dimensional da peça o que

pode melhorar seu aproveitamento nos projetos de distribuição interna dos veículos

colaborando para um projeto mais limpo e uniforme dentro dos ônibus, conforme

mostra a figura abaixo:

Figura 14 – Projeto com dimensões gerais do novo projeto. Fonte: Primária.

Fonte: Primária.

Tabela 14 – Tabela comparativa das dimensões gerais do novo projeto e do antigo.

Page 56: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

54

De posse destes dados foi possível comparar o projeto antigo com o novo no

que diz respeito às dimensões gerais. Foi possível notar também que no projeto

novo o operador de cobrança quando está em seu posto de trabalho permanece

com seus pés completamente apoiados sobre a plataforma da base, o que torna a

posição de trabalho confortável e ergonomicamente correta, enquanto que no

projeto anterior o mesmo permanecia com os pés soltos no ar tornado esta postura

desconfortável podendo até provocar lesões no usuário, como demonstra a figura

abaixo de um boneco ergonômico de 1,81m de altura utilizando os dois postos de

trabalho.

Figura 15 – Figura demonstrando ganho de área nos veículos. Fonte: Primária.

Ganho de área

Page 57: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

55

Com a definição do projeto concluída, passa-se para a comparação

ergonômica do projeto novo com o antigo.

Para esta comparação foram convidados os mesmos voluntários da primeira

análise do posto antigo, um medindo 1,81m de altura e outro 1,70m.

Para que se possa entender melhor o projeto proposto segue abaixo a figura

17 com a fotografia do novo posto de operação definindo seus acessórios:

Figura 16 – Figura comparando o apoio para os pés do projeto novo com o antigo. Fonte: Primária.

Page 58: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

56

A próxima fotografia (figura 18) demonstra o primeiro voluntário, com altura de

1,81m. A altura da poltrona foi regulada para que esta proporcionasse ao operador o

melhor conforto possível buscando priorizar as normas ergonômicas. Com esta

regulagem a altura poplítea medida é de 45,5cm próximo do determinado no quadro

1 onde esta altura é de 46,5cm. A imagem mostra também que os pés do operador

ficam devidamente apoiados sobre a base proporcionando assim uma correta

postura ao sentar-se.

Figura 17 – Fotografia da nova proposta. Fonte: Primária.

01

03

02

05

04

LEGENDA: 01: Caixa do cobrador; 04: Poltrona do cobrador; 02: Base da caixa do cobrador; 05: Base da poltrona do cobrador. 03: Catraca;

Page 59: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

57

A figura 19 demonstra o segundo voluntário, este com altura de 1,70m. Neste

caso, a altura da poltrona também foi regulada, para que esta contribuísse da melhor

forma possível para o conforto do usuário. Podemos notar que desta vez o operador

encontrou uma postura ideal para exercer sua função, devido a ter uma base de

apoio apropriada para seus pés, permitindo assim que este tenha conforto para

executar seu trabalho, o que não foi possível na base para poltrona do cobrador

antiga conforme já demonstrado na figura 9.

Figura 18 – Fotografia do operador com 1,81m de altura na base nova. Fonte: Primária.

Page 60: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

58

Após uma série de análises e correções que se tornaram necessárias para a

execução deste novo projeto de base para poltrona do operador de cobrança,

obteve-se a sua aprovação junto à gerência da engenharia, e esta por sua vez,

determinou ao setor competente que fosse confeccionado gabaritos para

proporcionar ao setor de fabricação a agilidade e a correta montagem dos conjuntos

necessários ao bom funcionamento da indústria.

Conforme feito anteriormente com os projetos antigos acompanhou-se e

cronometrou-se o tempo de fabricação do projeto novo, para que possam ser

comparados com os dados das tabelas anteriores.

Figura 19 – Fotografia do operador com 1,70m de altura na base nova. Fonte: Primária

Page 61: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

59

CÓDIGOS TEMPOS DE FABRICAÇÃO

1ª 2 ª 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10 ª

A 16:25 16:13 16:02 15:16 15:35 15:04 14:53 14:34 15:06 14:28

B 26:33 25:56 26:04 25:48 25:17 24:49 24:51 24:35 24:38 25:02

C 66:40 64:35 65:08 64:35 64:37 68:47 73:15 72:25 70:09 69:59

D 05:13 05:46 05:32 05:56 05:15 04:47 04:33 04:48 04:29 05:02

E - - - - - - - - - -

Como se pode notar na linha “E” do quadro 12 não há dados lançados. Isto

ocorreu pelo fato de como o projeto tornou-se um produto padronizado para todos os

veículos, não existe a necessidade de troca de gabaritos transformando este tempo

em ganho de produção no contexto geral.

Com posse de todos estes dados pode-se analisar graficamente os tempos

de produção médios, para comparar e concluir com exatidão. Se houve ganho

produtivo, além dos ganhos ergonômicos.

Fonte: Primária

Figura 20 – Gráfico de tempos médios por célula de fabricação. Fonte: Primária

Tabela 15 – Tabela com tempo de produção do projeto novo

Page 62: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

60

Como se pode notar na figura 20, o tempo de processamento nas duas

primeiras células de fabricação para o produto novo tende a ser maior que os

projetos anteriores, devido à necessidade de utilização de mais equipamentos para

transformação da matéria prima em peça. Já nas três células em seguida os tempo

de processamento é menor devido a padronização do produto e mais

especificamente na linha “E”, que representa a troca de gabaritos, este tempo é

zerado, pois não há mais a necessidade de troca dos gabaritos.

Para melhor compreensão basta analisar a figura 21 que demonstra as

médias totais, comparado as médias do projeto antigo com o novo produto.

Como demonstrado no gráfico da figura 21 pode-se afirmar que existe uma

redução significativa no tempo de fabricação do conjunto novo. Redução esta de

aproximadamente 10 minutos, multiplicados pela média de dez carros urbanos

produzido diariamente, significa uma redução efetiva de 100 minutos por dia de

trabalho. O que confere uma avaliação positiva para a padronização do produto,

trazendo assim uma melhoria significativa para todo o sistema produtivo.

Figura 21 – Gráfico de tempos médios total de fabricação. Fonte: Primária

Page 63: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

61

5. CONCLUSÃO

Com o término deste, a análise comparativa do projeto anteriormente utilizado

pela indústria, com o projeto proposto por este trabalho, às conclusões são muito

positivas, tanto no ponto ergonômico, tanto para a produção industrial.

O projeto novo, com a base para os pés do operador de cobrança, viabilizou

uma grande melhoria. Sendo que tal solução já foi implementada, como padrão, nos

novos projetos de layout adotados pela indústria.

Ocorreu devido ao fato de, a mesma, além de proporcionar uma postura

ergonômica correta, no que diz respeito ao apoio para os pés do operador do posto

de cobrança, tornou-se indispensável para a padronização dos projetos internos dos

veículos. Podendo ser a mesma utilizada em qualquer situação de distribuição

interna.

Também, como ficou demonstrado durante este estudo, ocorreu uma melhora

significativa no que diz respeito ao tempo de produção. Apesar de este ter sido maior

nas duas primeiras etapas de fabricação, as etapas duas seguintes compensaram

este tempo. E existe, um ganho de produção, com a eliminação de trocas constantes

de gabaritos para a produção de diferentes peças.

Isto foi possível pelo fato de que os quatorze projetos anteriores terem sido

substituídos por um único projeto padrão. É possível perceber que por ser um

produto novo existe certa dificuldade para os operadores o acostumarem-se com o

uso deste produto, gerando inicialmente uma perda de rendimento de trabalho dos

mesmos. Este fato está contemplado na tabela 15 que demonstra uma tendência a

diminuição dos tempos de fabricação.

Portanto, com a utilização do novo projeto proposto como padrão para a

indústria. Houve grandes melhorias para o operador do posto de cobrança, tanto

para a própria empresa encarroçadora, e, consequentemente, o objetivo deste

trabalho foi atingido.

Page 64: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

62

REFERÊNCIAS Abrahão, J. & Ávila, A. (2001). Parâmetros para concepção de postos de trabalho informatizados . Revista Brasileira de Biomecânica, no prelo. BAXTER, Mike. Projeto de Produto: Guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. BETIOL, Maria Irene Stocco. A ergonomia em busca de seus princípios: Debates epistemológicos. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. CLARK, K. B.; FUJIMOTO, T. Product development performance: strategy, organization and management in the world auto industry. Boston: HBS Press, 1991. DUARTE, Francisco. Ergonomia e projeto na indústria de processo contín uo. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. GRANDEJEAN, Etienni. KROEMER, K. H. E. Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao Homem. Porto Alegre: Bookman editora, 2005. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. MARTINS, Petrônio Garcia. LAUGENI, Pierro Fernando. Administração da Produção. 2ª. edição. São Paulo: Saraiva, 2005. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 3ª. edição. São Paulo: Atlas, 2000. MASCARELLO. Base de dados projetos. MEDEIROS, J. B. Redação científica. 2ª. edição. São Paulo: Atlas, 1986. MORAES, Anamaria. MONT´ALVÃO, Claudia M. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: Editora 2AB Ltda, 2000. ROCHA, Vanessa C., FILHO, Eduardo R. O papel do designer no ambiente globalizado – a aplicação de sistemas informatizado s no auxílio do design e produção de jóias . V CBGDP, Curitiba, 2005. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos es tudos. 2ª. edição. São Paulo: Atlas, 1986. SANTOS, N. & FIALHO, F. Manual de Análise Ergonômica no Trabalho . Curitiba: Editora Genesis, 1995.

Page 65: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

63

ANEXOS

ANEXO A:

Projeto conjunto base cobrador lado direito sobre c aixa de roda 700 mm

Código 04.421.039683

Page 66: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

64

ANEXO B:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 686 mm

Código 04.421.039597

Page 67: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

65

ANEXO C:

Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700 mm

Código 04.421.039682

Page 68: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

66

ANEXO D:

Projeto conjunto base cobrador 700 mm

Código 04.421.039681

Page 69: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

67

ANEXO E:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda com reforço

Código 061941

Page 70: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

68

ANEXO F:

Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700 mm

Código 060876

Page 71: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

69

ANEXO G:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm

Código 060516

Page 72: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

70

ANEXO H:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm pé invertido

Código: 056650

Page 73: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

71

ANEXO I:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 750 mm

Código 056427

Page 74: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

72

ANEXO J:

Projeto conjunto base cobrador lado esquerdo sobre caixa de roda 700 mm

Código 052810

Page 75: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

73

ANEXO K:

Projeto conjunto base cobrador 700 mm sobre caixa d e roda motor traseiro

Código 04.421.052015

Page 76: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

74

ANEXO L:

Projeto conjunto base cobrador lado direito sobre c aixa de roda 700 mm

Código 050664

Page 77: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

75

ANEXO M:

Projeto conjunto base cobrador sobre caixa de roda 686 mm

Código 04.421.049365

Page 78: Ergonomia em posto de cobrança de onibus

76

ANEXO N:

Projeto conjunto base cobrador 683 mm

Código 04.421.048841