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MERCADO Motores ao mar: a expansão do setor náutico POLÍTICA Algo a temer? as primeiras decisões do novo Governo GESTÃO Home office: as vantagens de trabalhar em casa ENTREVISTA Marcilio Machado: presidente do Sindiex e o comércio exterior capixaba ESTADO Ações do Governo geram ajuste de R$ 1,6 bilhão Especialistas debatem os caminhos para a inovação BRASIL DE AÇO Como está a siderurgia no país? IMPRESSO Nº 130 • R$ 10,50 • www.esbrasil.com.br

ES Brasil 130

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MERCADOMotores

ao mar: a expansão do setor náutico

POLÍTICAAlgo a temer? as primeiras decisões do

novo Governo

GESTÃOHome office: as vantagens

de trabalhar em casa

ENTREVISTAMarcilio Machado:

presidente do Sindiex e o comércio exterior capixaba

ESTADOAções do Governo

geram ajuste de R$ 1,6 bilhão

Especialistas debatem os caminhos para a inovação

BRASILDE AÇOComo está a siderurgia no país?

IMPRESSO

Nº 130 • R$ 10,50 • www.esbrasil.com.br

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SUMÁRIO BRASIL DE AÇO

36Confira quais os fatores condicionantes do preço do aço, a concorrência no mundo e a importância estratégica do setor para a economia brasileira.

14 EntrevistaPresidente do Sindiex (Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo) explica como o cenário político brasileiro e a economia externa afetam o setor capixaba.

12 Clóvis Vieira Solvência fiscal

52 Eustáquio Palhares O pós-roça

8 Agenda

10 Periscópio

54 O Endereço da História

62 Gastronomia

64 Modus Vivendi

66 Tira-Gosto

ARTIGOS

30 PolíticaOs primeiros dias do governo Temer acenaram para melhorias dos indicativos econômicos, mas a escolha da equipe ministerial e do líder na Câmara soou como afronta aos que lutam pelo fim da corrupção. Algo a temer?

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22 GestãoAumento do produtividade e flexibilidade são alguns dos benefícios que têm levado um número cada vez maior de pessoas a unir casa e trabalho em um mesmo local. Confira a experiência de quem teve sucesso ao optar por um home office.

42 MercadoO interesse do capixaba por produtos e serviços ligados ao setor náutico no Espírito Santo está em ascensão. E essa percepção tem atraído investimentos ao estado, que irá ganhar uma marina lounge em 2017 e já conta com nova loja.

46 ESB DebateSaiba como empresas e profissionais devem se preparar para vencer o “futuro”. Especialistas apontam necessidades estruturais no setor, durante o evento “Investimento, infraestrutura e conhecimento: os caminhos para a inovação”.

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EDITORIAL

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M esmo respondendo pela geração de 109 mil postos de trabalho somente no ano passado, o setor siderúrgico do país parece estar sentindo

os efeitos da queda global nos preços das commodities e da crise político-econômica nacional. Basta vermos os dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IABr), que apontam retração de 1,9% na produção acumulada de aço bruto e de 9,2% entre os laminados em 2015. Uma realidade que, apesar de preocupante, se mostra bastante diferente do quadro registrado no Espírito Santo, que vem apresentando resultados positivos e se mantendo como terceiro maior fornecedor nacional. Qual o segredo para todo esse sucesso? Leia em nossa matéria.

Você, empresário ou colaborador, já se imaginou exercendo suas tarefas profissionais dentro de casa? Esse modelo até há pouco tempo poderia ser inviável, mas de uns anos para cá vem sendo cada vez mais frequente, com a prática do home office. E os benefícios da tendência são infinitos, tanto para os que demandam quanto para os que executam o serviço. Entre eles está o aumento da satisfação e da produtividade. Isso sem contar com a redução de custos que é gerada dentro da organização: um fator extremamente importante para enfrentar este período de recessão sem muitos transtornos. Saiba quais são as principais vantagens dessa nova forma de trabalho e veja como aplicá-la no seu dia a dia.

Novos capítulos da história da política brasileira se desenharam neste mês de maio, com a aprovação da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, afastada da presidência da República por até 180 dias. E mesmo que o humor do mercado tenha melhorado um pouco nas primeiras semanas em que Michel Temer assumiu o poder, as dúvidas quanto à capacidade do Governo interino de tomar medidas que levem a uma recuperação da economia ainda pairam no ar. Ainda mais com a indicação de sete ministros que também tiveram seus nomes incluídos nas investigações da Operação Lava Jato. O que deve se desenrolar a partir de agora?

A importância da inovação como ferramenta essencial para o desenvolvimento do Estado e do país foi tema de mais uma edição do ES Brasil Debate, evento que contou com a participação de renomados especialistas, que puderam falar sobre os principais caminhos a serem seguidos para alcançarmos avanços ainda mais significativos na área. Não deixe de acompanhar.

A revista ES Brasil traz ainda uma entrevista com Marcilio Machado, presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), entidade que completou 24 anos em maio; além de nossas colunas e dos principais fatos que movimentaram o Espírito Santo e o país ao longo do mês.

Boa leitura.

Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil

OPINIÃO DO LEITOR

“Com a economia bagunçada do jeito que está, é importante ficarmos sabendo de todos os rumos possíveis, algo proporcionado com a ES Brasil. Temos que ficar muito atentos nesse sentido.”

Fernando Fontes de Souza, empresário

“Gosto de ficar por dentro dos principais acontecimentos do nosso Estado e do país, principalmente em relação aos assuntos que pautam o dia a dia dos moradores da Grande Vitória.”

Nilzo Nunes de Jesus, aposentado

ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.

Diretor-ExecutivoMário Fernando SouzaDiretora de OperaçõesJulicéia Dornelas

EDITORIAL

Editor-ExecutivoMário Fernando SouzaGerente de ProdutoElisângela EgertApoio ProduçãoDayanne LopesTextosLuciene Araújo, Thiago Lourenço, Vitor Taveira e Yasmin Vilhena Edição de ArteFábio Barbosa e Thiara NascimentoColaboraram nesta ediçãoClóvis Vieira e Eustáquio PalharesFotografiaJackson Gonçalves, Renato Cabrini, Thiago Guimarães, fotos cedidas e arquivos Next Editorial. Capa: Shutterstock

PUBLICIDADE

Gerente de PublicidadeFernanda SartórioGerentes de ContasBeatriz Lopes de Souza, Kellen de Paula Sodré e Lucimara Almeida Rodrigues Apoio ComercialMarcela Vidigal da Costa (27) 2123-6520 / www.nexteditorial.com.br

CIRCULAÇÃO

Gerente de CirculaçãoAline RezendeAssinatura (27) 2123-6520 / www.nexteditorial.com.brServiço de atendimento ao assinanteSegunda a sexta, das 9h às 18hEdições anteriores(27) 2123-6520Contatos com a RedaçãoE-mail: [email protected]: (27) 2123-6500Endereço: Avenida Paulino Müller, 795 Jucutuquara – Vitória/ES – CEP 29040-715

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04 DE JULHO

PALESTRA PROFESSOR DR. MARIO SERGIO CORTELLA

“Da oportunidade ao êxito: Mudar é complicado? Acomodar é perecer!.” Esse é o tema que o renomado filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, doutor em Educação, professor-titular da PUC-SP por 35 anos e professor-convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997), traz ao Espírito Santo. Autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira, Cortella

irá se apresentar na área de eventos do Shopping Vila Velha, às 19 horas. Classificação: 16 anos. Menores entre 12 e 15 anos terão acesso ao evento somente acompanhados dos pais ou responsável.

AGENDA

16 A 23 DE JULHO

16º FESTIVAL NACIONAL DE FORRÓ DE ITÁUNAS Já estão abertas as inscrições para o Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit). A competição, única do gênero musical forró pé-de-serra realizada no Brasil e organizada pelo Bar Forró de Itaúnas, acontecerá entre 16 e 23 de julho. Os interessados têm até 4 de junho, último dia para postagem via Correios, para se inscrever e garantir participação na disputa. Além de inclusão no CD e DVD da 16ª edição do festival e convite para participação no Forró Festival London, o evento contemplará os vencedores classificados em 1º e 2º lugares com premiação que soma R$ 12.500,00. Regulamento e ficha de inscrição disponíveis no site www.forrodeitaunas.com.

26 DE JUNHO

CORRIDA CIDADE SAÚDE Milhares de corredores de rua vão invadir a orla de Guarapari. A Corrida Cidade Saúde terá seu ponto de largada na Praia de Meaípe, passando por todo o litoral do município até a Praia do Morro, em um percurso de 14 km de extensão. Haverá prêmio em dinheiro e troféu do primeiro ao quinto lugar das modalidades masculino e feminino.

Foto: Divulgação

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04 A 06 DE JULHO

CURSO DE FOTOGRAFIA GENESIS

O fotógrafo Vinícius Matos, da Escola da Imagem de Belo Horizonte, traz para Vitória o workshop “Genesis” para desenvolvimento de habilidades. Durante os três dias, com aula das 9 às 18 horas, a programação inclui práticas individuais, demonstrações, teoria, dinâmica em grupo e feedback de portfólio. Informações sobre valores e local: 0800 601 3264.

Foto: Vinícius Matos

18 DE JUNHO

JOTA QUESTVila Velha foi escolhida

para receber o “Pancadélico Tour 2016”, do Jota Quest. Baseado no repertório do recém-lançado álbum da banda, “Pancadélico” (Sony Music), com colaborações de Nile Rodgers, Anitta, Arnaldo Antunes e Stuart Zender (ex-Jamiroquai), o show é uma viagem às festas soul dos anos 70 e 80, estilo que marcou a chegada desses mineiros ao cenário pop rock no final da década de 90. No palco, os telões de alta definição terão animações criadas a partir das artes dos grafiteiros Os Gemeos, que assinam a capa do disco. A direção visual é do Mir Estúdio de Tecnologia Criativa, de Belo Horizonte. O grupo irá se apresentar na área de eventos do Shopping Vila Velha, a partir das 21h30. Informações sobre vendas de ingressos em http://migre.me/tP3B8.

Foto: Divulgação

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ANA PAULA VESCOVI NO COMANDO DO TESOURO NACIONALO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou no dia 30 de maio, a troca no comando da Secretaria do Tesouro Nacional. O cargo será assumido pela atual secretária da Fazenda do Espírito Santo, Ana Paula Vescovi, que será a primeira mulher a comandar o Tesouro Nacional. No Palácio do Planalto, as afirmações são de que a escolha de Ana Paula é vantajosa, primeiro por trazer para uma secretaria importante – que sofreu forte desgaste com as pedaladas fiscais do governo Dilma Rousseff – uma economista com competência reconhecida no mercado; e também por colocar mais uma mulher em um cargo de destaque em um governo criticado pela falta de diversidade. O Espírito Santo foi o estado que fez o maior ajuste fiscal em 2015.

Periscópio

TRADICIONAL HOTEL DE VITÓRIA GANHA BANDEIRA DE RENOME INTERNACIONALA gigante da hotelaria econômica Red Roof Inn, originária dos Estados Unidos, inaugurou recentemente o Red Roof Inn Vitória Praia, por meio da troca de bandeira do tradicional Vitória Praia Hotel, em operação na orla de Camburi. A mudança faz parte dos esforços da rede internacional em expandir seus negócios pelo mundo. Administrado pela Nobile Hotéis, o Red Roof Inn Vitória Praia conta com localização privilegiada e acomodações de qualidade, dispondo de 80 apartamentos, com oferta de um ambiente confortável e acolhedor ao hóspede. Outro diferencial, presente em todos os outros hotéis da rede americana, é o selo “Pet Friendly”, a garantindo que os animais são bem-vindos durante a estadia.

A política de austeridade e valorização do erário permitiu, mesmo em um período de adversidades, a realização desta entrega tão importante para a formação da identidade do povo canela-verde. Isso mostra que o trabalho sério e honesto torna sonhos em realidade” Rodney Miranda, prefeito de Vila Velha, durante a reinauguração do Teatro Vila Velha

LIVRO

A EFICÁCIA DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL NO ESPÍRITO SANTO

Uma análise da legislação que leva à reflexão sobre um novo paradigma na relação entre órgãos fiscalizadores e os agricultores são destaque no livro “A Eficácia do Novo Código Florestal – Análise da preservação florestal em imóveis rurais no Espírito Santo”, do professor da Ufes Fernando Schettino, também engenheiro florestal e advogado. O lançamento da obra ocorreu no auditório da unidade Doctum Vitória. Editado pela Línea Publicações, o material traz uma análise retrospectiva da lei e uma abordagem sobre os instrumentos inovadores que ainda não tinham sido utilizados no Brasil. Ressalta a importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA) como ferramentas para o diagnóstico da realidade ambiental das propriedades rurais do Espírito Santo e as consequentes medidas que deverão ser adotadas para restaurar as áreas afetadas pela ação do homem.

MOBILIDADE

CINCO ESTAÇÕES DO BIKE VITÓRIA SÃO INAUGURADAS EM MAIO

O novo sistema de compartilhamento de bicicletas da capital, o Bike Vitória, começou a funcionar neste mês de maio. Já foram entregues as cinco primeiras estações do programa: três na praia de Camburi (Ponte de Camburi, em frente ao Clube dos Oficiais e no SOE de Jardim Camburi); uma na Escola da Vida, em São Pedro; e outra no Tancredão, em Mário Cypreste, com 50 veículos para aluguel. Aqueles que já tiverem feito o cadastro no site www.bikevitoria.com e/ou baixado o aplicativo do sistema disponível para smartphones poderão passear pela cidade com as novas bicicletas. Basta contratar com cartão de crédito a diária de R$ 5,40, a mensalidade de R$ 10,80 ou o plano anual de R$ 67,50. “Nós queremos que a cidade faça a solução da mobilidade urbana usando também meios sustentáveis, como a bicicleta, as calçadas cidadãs com espaços mais seguros para caminhadas, alpem da diminuição da utilização de automóvel e da melhoria do sistema de transporte público”, destacou o prefeito Luciano Rezende.

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MARINHA

CAPITANIA DOS PORTOS TEM NOVO COMANDANTE

Foi realizada no dia 9 de maio, na Capitania dos Portos, em Vitória, a cerimônia de transferência de cargo do novo comando da entidade, função que passa a ser desempenhada pelo capitão de mar e guerra Luis Eduardo Soares Fragozo (foto). “Hoje, ao assumir o cargo de capitão dos portos do Espírito Santo, tenho ciência dos desafios e das responsabilidades inerentes à função, em razão da dimensão, da complexidade e das diversidades das atividades da Capitania, e em um contexto particular, ao cenário econômico que se apresenta. No entanto, estou certo de que com o apoio da comunidade marítima capixaba, à qual aproveito a oportunidade para manifestar minha admiração e respeito, cumprirei junto com a minha querida tripulação a gratificante tarefa de zelar pela salvaguarda da vida humana no mar e pela segurança da navegação”, disse Fragozo. O ex-capitão dos portos Marcos Aurélio de Arruda também aproveitou a ocasião para fazer um agradecimento a todos os parceiros da Marinha ao longo de sua gestão. “Nesse proveitoso período de minha vida naval aqui na Capitania, os diversos desafios só puderam ser vencidos por causa da harmonia e do ambiente fraterno que se encontram aqui”, destacou.

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VENDAS NO DIA DAS MÃES CAEM 8,4% O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio – Dia das Mães 2016 teve o pior desempenho desde o início da série em 2003. Durante a semana da data (de 2 a 8 de maio), as vendas caíram 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior (4 a 10 de maio), enquanto que no final de semana que incluiu o domingo comemorativo, houve queda de 9,5% em todo o país em comparação com o final de semana equivalente de 2016 (8 a 10 de maio). De acordo com os economistas da Serasa Experian, a retração do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista a escalada do desemprego, e a inflação ainda em patamar elevado afetaram negativamente o movimento na ocasião. Também o crédito mais caro e escasso contribuiu para o desempenho negativo dessa data que, depois do Natal, é a mais importante do varejo nacional.

VITÓRIA MODA 2016 APOSTARÁ EM INOVAÇÃOConsiderado um grande impulsionador da indústria do vestuário capixaba, o Vitória Moda traz em sua nona edição um novo conceito estrutural, muito mais moderno e inovador, voltado para a cultura capixaba e as belezas naturais do Estado. Realizado pelo Sistema Findes, o evento continua voltado diretamente para o aquecimento do circuito de negócios e para a qualificação do setor, ampliando o networking dos profissionais do segmento e oferecendo oportunidade para que os produtores e fabricantes locais possam apresentar suas coleções.

NOVO SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE TOMA POSSE

Com a presença do governador Paulo Hartung, o novo secretário de Estado de Meio Ambiente, Aladim Fernando Cerqueira, assinou seu termo de posse no dia 5 de maio. Durante a solenidade, ele destacou as ações de recuperação das matas e a importância do Programa Reflorestar, como referência no Brasil e em diversos países do mundo. “Vamos entregar aos Comitês de Bacia informações geoespaciais para gestão das águas e da paisagem, produzidas pelo Ref lorestar. Uma nova cartografia, uma precisa informação da nossa hidrografia, do monitoramento de como evoluíram nossas florestas, entre outros usos, com imagens de 2008 e dos últimos anos. Temos tudo nas mãos. Esses dados têm que servir de referência, serem disponibilizados para consulta, para que todos tenham essa fonte de informação. É um novo instrumento para as ações de enfrentamento à crise hídrica”, disse.

ESTADOMINISTÉRIO PÚBLICO

ELDA SPEDO É A NOVA PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA

A procuradora de Justiça Elda Márcia Moraes Spedo tomou posse no cargo de procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para atuação no biênio 2016/2018, função que antes era executado por Eder Pontes. A solenidade, realizada no começo de maio, no Centro de Convenções de Vitória, contou com a participação de diversas autoridades. Em seu discurso, Elda disse estar serena e convicta do preparo para assumir a responsabilidade e a envergadura que o posto representa. Destacou, ainda, a missão constitucional do MPES na defesa da sociedade. “A população atribui a nossa instituição crédito alto e crescente. Deposita em nós sentimento de confiança de que nossas ações são voltadas para sua proteção”, afirmou.

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ECONOMIA

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O EQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS É FUNDAMENTAL PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO

A trajetória explosiva das contas públicas brasileiras está nas prioridades dos problemas econômicos enfrentados

pelo país. Como sabemos, o desajuste fiscal gera inflação, eleva os juros, compromete a execução dos serviços públicos essenciais, reduz parcela expressiva da poupança privada e impede os investimentos públicos por absoluta falta de recursos, assim como os privados, pela incerteza quanto à solvência financeira do Brasil.

Há um longo período os cofres federais gastam mais do que arrecadam, resul-tando na necessidade de endividamento para honrar os compromissos assumidos. Diante dessa situação, resta ao Estado buscar empréstimos junto às pessoas, às empresas, às instituições financeiras e aos fundos de investimento, nacionais e estrangeiros. Como resultante, o Tesouro Nacional faz a emissão de títulos públicos remunerados com juros acrescidos da variação na inflação oficial ou outros indexadores.

Para honrar os encargos da dívida pública, definida como a diferença entre receitas e despesas não financeiras, o denominado déficit primário, é preciso haver uma poupança. Quando essa poupança apresenta resultado negativo, o Governo tem que buscar mais recursos sob a forma de empréstimo, obrigando-se a rolar a sua dívida, com o consequente aumento do seu estoque. Esse descon-trole se dá tanto pelo lado do crescimento do déficit primário quanto pela alta da relação da dívida pública.

Aqui reside a essência da questão fiscal brasileira. O país apresenta desde o ano de 2014 sucessivos déficits primários, hoje de R$ 10,6 bilhões, como também uma elevada relação dívida bruta/PIB equivalente a 67,25% do Produto Interno Bruto. Por seu turno, o déficit nominal, a diferença entre o total

O Governo do presidente interino Michel Temer sabe da gravidade fiscal e pretende realizar não só o corte adicional nas despesas como privilegiar a votação da meta fiscal para 2016, dada a prioridade da publi-cação do decreto com limites de gastos para os ministérios até o final do mês. Sabe-se que o déficit fiscal para 2016 é da ordem de R$ 120,0 milhões, e que as receitas vêm expe-rimentando retrações em comparação com o ano de 2015, principalmente aquelas ligadas à atividade econômica como PIS e Cofins.

A gestão Temer priorizará o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), dando início efetivo às concessões e às privatizações para a participação do setor privado nas funções não essencialmente do Estado. Também espera aprovar a DRU para desvincular algo em torno de 30% das receitas públicas.

Quanto à agravante situação fiscal dos governos estaduais, espera-se que o Executivo federal relaxe a cobrança da dívida, em contrapartida à contenção de despesas com pessoal e do acordo de simplificação do ICMS. No Espírito Santo, o quadro grave acarretou em um déficit de R$ 22,0 milhões no primeiro quadrimestre de 2016, resultando um total de investimento de R$ 24,7 milhões, volume 64,4% inferior ao registrado em 2015.

Concluindo, podemos afirmar que, mesmo não sendo um fim em si mesmo, o ajuste fiscal é um meio adequado para a reto-mada do crescimento e a implementação dos programas sociais que o Brasil tanto requer.

SOLVÊNCIA FISCAL

CLÓVIS VIEIRAé economista de Vieira e Rosenberg Consultoria

das receitas e despesas, vem subindo como uma proporção do PIB, passando de 2,96% para 10,38% entre 2013 e 2015.

Em igual sentido, o superávit primário de 1,72%/PIB em 2013 resultou em um déficit primário de 2,5%/PIB, e a dívida pública aumentou de 53,8%/PIB para o alarmante percentual de 67,25%/PIB. Caso essa traje-tória não seja debelada, poderá chegar ao explosivo patamar de 80%/PIB.

Aqui reside a essência da questão

fiscal brasileira. O país apresenta desde o ano

de 2014 sucessivos déficits primários,

hoje de R$ 10,6 bilhões, como também, uma

elevada relação dívida bruta/PIB equivalente a

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VITOR TAVEIRAENTREVISTA

MARCILIO MACHADOPRESINDENTE DO SINDIEX – (SINDICATO DO COMÉRCIO

DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO) EXPLICA COMO O CENÁRIO POLÍTICO

BRASILEIRO E A ECONOMIA EXTERNA AFETAM O AS TRANSAÇÕES EXTERNAS CAPIXABAS

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N a última vez que foi entrevistado pela ES Brasil, Marcilio Rodrigues Machado acabara de tomar posse como novo presidente do Sindiex (Sindicato do Comércio de

Exportação e Importação do Estado), em 2014. Os desafios eram enormes com a extinção do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) e as mudanças nas regras relacionadas ao ICMS, que afetavam diretamente o setor.

De lá pra cá, a conjuntura modificou-se, mas as lutas continuam enormes, sendo que muitas delas persistem. Por isso, conversamos novamente com o dirigente, que comentou como as recentes situações na política nacional e na economia internacional afetam as transações externas do Espírito Santo.

Quais as expectativas para o setor do comércio exterior diante do Governo interino e da possível efetivação de Michel Temer como presidente da República? Como isso pode influenciar o Espírito Santo?

As expectativas são boas, pois creio que o governo Michel Temer poderá recuperar a confiança que foi perdida com esses 13 anos de má gestão no Brasil. A confiança é a base fundamental de qualquer relacionamento. Os investimentos só ocorrem em ambiente de confiança, e eles é que impulsionam a produtividade e o crescimento de uma economia.

A reforma ministerial realizada afeta o setor? Como?Uma reforma importante já está acontecendo no Itamaraty.

O Brasil, em função das mudanças, está revendo o seu relacio-namento com os outros países, com mais lógica e racionalismo. O setor de comércio exterior, para avançar, depende de uma maior abertura comercial e de pragmatismo. Esperamos que novos acordos regionais sejam assinados pelo Brasil, de modo que os empresários possam abrir mais mercados para os seus produtos.

O Espírito Santo é considerado um dos estados mais abertos ao comércio internacional. Como a atual baixa

no preço das commodities em nível internacional está influenciando a economia do Estado e quais alternativas temos para superar essa situação?

A baixa atual de preços de commodities afeta o Espírito Santo e o Brasil como um todo, e ninguém sabe quanto tempo vai demorar para que haja uma recuperação das cotações. Portanto, não podemos esperar uma alta de preços de commodities para obtermos melhores resultados de nossas exportações e crescimento de nossa economia. A saída é exportar produtos de maior valor agregado. Para que isso aconteça, precisamos inserir cada vez mais as nossas empresas nas cadeias de suprimentos globais. Precisamos nos abrir mais para o comércio exterior. Cabe à sociedade pressionar o Governo para avançar com acordos comerciais, promover a facilitação de comércio exterior através da modernização de processos e da redução da burocracia no setor.

Quais os dados e o balanço que se pode fazer das importações e das exportações capixabas neste primeiro semestre de 2016?

As exportações do Espírito Santo fecharam em US$ 2 bilhões de janeiro a abril deste ano, uma queda de 40%, se comparado com o mesmo período de 2015. Nas importações, as operações totalizaram US$ 1,2 bilhão no intervalo analisado, o pior resultado desde 2007, com desaceleração de 36% ante o ano anterior.

As exportações capixabas são muito dependentes de commodities, e o maior comprador de nossas matérias-primas, a China, está passando por um ajuste em sua economia, que não está crescendo mais como no passado. Consequentemente, temos que estimular que outros segmentos se envolvam em processos de exportação e explorem novos mercados. Precisamos ser mais ousados e vender para o maior mercado de consumo do mundo, que são os Estados Unidos. Vejam, por exemplo, o sucesso do setor de rochas ornamentais, que através de muito trabalho tem conseguido expandir nesse mercado mencionado anteriormente.

O Sindiex completou 24 anos em maio. Qual a importância desta associação empresarial para o desenvolvimento do setor no Estado?

O Sindiex tem atuado para consolidar o nosso Estado e nossas empresas dentro do cenário de comércio exterior do Brasil. Temos tido uma atuação bastante ativa nas discussões sobre infraestruturas portuária, aeroportuária e rodoviária. Procuramos conhecer com profundidade todas as legislações referentes ao comércio exterior e seu impacto nas empresas, de modo que possamos avançar e sermos competitivos. A nossa associação tem sido muito proativa e tem trabalhado em colaboração com todos os órgãos anuentes e intervenientes de comércio exterior de forma que sejam reduzidos os custos de transação nos processos.

Não podemos esperar uma alta de preços de commodities para obtermos melhores resultados de nossas exportações e crescimento de nossa economia. A saída é exportar produtos de maior valor agregado”

O Espírito Santo ainda não conseguiu absorver o peso das mudanças no Fundap. Isso só irá acontecer quando tivermos uma infraestrutura portuária moderna e eficiente”

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O Espírito Santo já conseguiu se adaptar e absorver o peso das mudanças no Fundap e no ICMS?

Lamentavelmente, o Espírito Santo ainda não conseguiu absorver o peso das mudanças no Fundap. Isso só irá acontecer quando tivermos uma infraestrutura portuária moderna e eficiente. Precisamos, no curto prazo, resolver o problema de falta de um porto ou berços que possam atracar grandes navios que transportam contêineres. É bom lembrar que cerca de 75% do comércio intencional é feito através da modalidade marítima.

A infraestrutura para escoamento da produção é muitas vezes um problema que afeta a competitividade do Estado. Houve avanço nos últimos anos? Que propostas o Sindiex tem nesse sentido?

Houve avanço em outros estados brasileiros com os quais nós competimos. Avanços, se houver [no Espírito Santo], foram muito tímidos. Infelizmente, tanto os exportadores como os importadores têm que utilizar portos em outros estados devido à enorme deficiência de infraestrutura para escoamento de nossos produtos. Grande parte da exportação de café e granito é feita através de portos em outros estados brasileiros. Isso aumenta o custo das empresas, o tempo de trânsito e, consequentemente, afeta o fluxo de caixa.

Em entrevista à ES Brasil em 2014, o senhor falava da importância de inserir os pequenos empresários no ramo

do comércio exterior. Quais as maiores dificuldades para isso e como superá-las?

É preciso desenvolver uma cultura exportadora e trabalhar junto aos órgãos governamentais para reduzir as barreiras de entrada e burocracia. Isso é uma tarefa difícil, mas não impossível de ser realizada. Na Alemanha, por exemplo, que possui uma das maiores taxas de exportações globais per capita do mundo, grande parte das exportações é feita por empresas familiares, e de pequeno e médio porte. Acredito ser este um bom modelo a ser seguido pelos brasileiros.

Na mesma época, o senhor mencionava que a resolução definidora da alíquota de 4% de ICMS para transações interestaduais não solucionava a chamada “guerra fiscal” que alegava combater. A disputa entre estados para atrair novas empresas e empreendimentos continua. Como está o Espírito Santo nesse cenário?

Nunca gostei do uso desta metáfora: “guerra fiscal”. Trata-se de concorrência que vai continuar existindo entre os estados. Contudo, isso é algo que passou, e não creio que possa ser revertido. O Estado do Espírito Santo foi prejudicado, mas temos que olhar para frente. Temos agora que resolver os nossos problemas de logística. Isso significa, mais uma vez, achar uma alternativa para o nosso problema portuário num espaço mais curto de tempo possível, pois as cargas que saírem de nosso Estado serão muito difíceis de serem recuperadas.

O Sindiex tem atuado para consolidar o nosso Estado e nossas empresas dentro do cenário de comércio exterior do Brasil”

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INOVAÇÃO E MENORES CUSTOS LEVOU O SICOOB A BATER RECORDE DE ASSOCIADOS

Na avaliação do presidente do Sicoob-ES, Bento Venturim, esse resultado indica que o público identifica nessas organiza-ções oportunidade de economizar com procedimentos bancários. “As instituições financeiras cooperativas tiveram origem em um momento de crise e sempre crescem nessas situações, pois estão próximas das pessoas e por isso são capazes de propor-cionar soluções adequadas, com custos menores do que os do mercado”, afirmou.

No Programa de Recompensas Sicoobcard Prêmios, o portador do cartão pode trocar seus pontos – acumulados nas compras na função crédito – por vários produtos, milhas aéreas ou crédito na fatura. 

Filiado há 10 anos, o médico Marcus Tanure utiliza o Sicoobcard (cartão da insti-tuição) em cerca de 90% de suas negociações financeiras. “Com ele temos um benefício que faz toda a diferença: eu sou o dono da empresa e, no final do exercício, a minha utili-zação reverte em rentabilidade e resultado ao sócio. Simples assim!”, observou. Isso porque, no fim de cada ano, parte da receita gerada com o cartão volta para o associado, na chamada participação nos resultados.

Para o empresário Alexandre Trindade Lima, titular do Sicoobcard desde 2013, trata-se de um meio de controlar seus gastos; o sistema de pontuação contribui para a realização de viagens de negócio e de lazer. O executivo foi a Europa no ano passado, com a mulher e as duas filhas, e as passagens foram

Em um cenário de recessão, contar com acesso a taxas e custos menores e com participação nos lucros é uma das

vantagens que vêm atraindo cada vez mais associados às cooperativas de crédito.

O Sicoob, maior sistema dessa modalidade de crédito no Brasil, aumentou seu número de sócios no Espírito Santo em 12,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015, chegando a 183 mil empresas e pessoas físicas que utilizam os produtos e serviços bancários das coopera-tivas. Somente no mês de março, ingressaram 2.900 novos membros, a maior adesão nos 27 anos de operação na instituição no Estado.

FATOS

“As instituições financeiras cooperativas tiveram origem em um momento de crise e sempre crescem nessas situações” Bento Venturim, presidente do Sicoob

emitidas por meio de pontos. “Praticamente todas as viagens nacionais e internacionais são pagas com pontuação. Este mês, além das três, estou levando a sogra para a Bahia para ver seus novos bisnetos gêmeos, utili-zando pontuações dos cartões de crédito”, contou o diretor-geral da Inforvix, compa-nhia da área de tecnologia.

O Sicoob-ES encerrou o primeiro trimestre com R$ 4,5 bilhões de ativos (bens e direitos com valor comercial ou de troca), uma alta de 22,4%. Segundo o diretor-executivo da instituição, Nailson Dalla Bernadina, houve uma elevação anual superior a 20% nos últimos cinco anos.

Outro dado significativo, na avaliação de Dalla Bernadina, é o volume de depósitos que, somados às aplicações em poupança, superaram a cifra de R$ 3 bilhões. Nos depósitos à vista e a prazo, o acréscimo chegou a 26,9%.

A carteira de crédito cravou R$ 3,3 bilhões, valor 15,6% superior ao do mesmo período de 2015. Desse montante, R$ 797 milhões são de operações com o agronegócio. Já a sobra bruta (lucro) da instituição até o final de março deste ano foi de R$ 65,4 milhões.

EXPECTATIVAS 2016*

Associados + 12%

Crédito comercial + 20%

Depósitos totais + 22%

Prestação de serviços + 15%

Ativos totais +18%

Patrimônio líquido + 20%

Índice de eficiência administrativa + 36%

Fonte: Sicoob-ES

* As projeções acima podem sofrer variações em virtude de mudanças políticas e econômicas, volatilidade nas taxas de juros, alterações tecnológicas, inflação, pressões competitivas sobre produtos, preços, modificações na legislação tributária, entre outras.

Foto: Divulgação

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CONTENÇÃO DE DESPESAS GERA AJUSTE DE R$ 1,6 BILHÃO NAS CONTAS DO GOVERNO

um desempenho que, segundo a secretá-ria da Fazenda, Ana Paula Vescovi, pode ser justificado pelo agravamento do quadro turbulento nacional.

“As despesas se reduziram, e nós ganhamos eficiência na arrecadação, mas fizemos um déficit de caixa no primeiro quadrimestre. Com o agravamento e a persistência da crise, nós estamos observando uma veloci-dade maior de queda na receita, e isso tem dificultado os espaços para melhorarmos a arrecadação de ICMS e dos outros tributos que administramos. Isso não tem sido sufi-ciente para compensar as perdas muito fortes que nós temos sofrido na arrecadação de royalties e participações especiais”, ressaltou.

Para ela, os dados demonstram a neces-sidade de dar continuidade ao aperto fiscal iniciado em 2015. “O descasamento entre a velocidade, a queda das receitas e o que a gente consegue fazer de contenção, de fato, nos preocupa. É um objeto de monitoramento muito frequente do Governo do Estado, mas o que temos em pauta de ajuste fiscal está posto, nós apenas aprofundamos e persis-timos nessas medidas. Não teremos nenhuma medida nova em termos de contenção de gastos, pois já foram feitos uma organização e um ajuste emergencial no ano passado.

A s medidas de contenção de despesas e a eficiência na arrecadação propor-cionaram um ajuste de R$ 1,6 bilhão

nas contas do Governo do Estado de 2014 para 2015. Enquanto o Rio de Janeiro vive uma grave crise fiscal, com déficit primário de R$ 4,17 bilhão no ano passado, o Espírito Santo conseguiu minimizar os efeitos nega-tivos sobre os seus cofres, fechando o ano de 2015 com um superávit de R$ 206 milhões. No entanto, o resultado de Caixa do Tesouro Estadual encerrou o primeiro quadrimestre com déficit acumulado de R$ 22 milhões,

De acordo com Ana Paula Vescovi, o resultado alcançado se deve a

algumas ações adotadas pelo Governo Estadual

como a eficiência na arrecadação tributária

FATOS

Mudamos a forma de conduzir o controle e o monitoramento de custeio por meio desses decretos de contenção de gastos e temos um ajuste estrutural em curso, que visa a equacionar as contas e reorganizar as estru-turas como um todo para que tenhamos um Estado mais leve e eficiente.”

O resultado primário – que é o conjunto do setor público estadual consolidado –expressa o saldo entre receitas e despesas não financeiras, alcançando em abril de 2016 um indicador superavitário de R$ 290 milhões no acumulado do ano. Já o superávit orçamentário foi de R$ 437 milhões, sendo R$ 219 milhões do fundo previdenciário dos servidores e o restante dos demais Poderes e fontes vinculadas.

A Receita de Caixa apresentou recuo real de 13,3%, de janeiro a abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015. Os gastos no Poder Executivo tiveram baixa de -3,3%, nominal, e nas despesas correntes, a retração foi de -9,9%. Os indices podem ser justificados por algumas medidas adotadas pelo Governo Estadual, como decreto de contenção de gastos; reprogramação do Orçamento; manutenção da suspensão de despesas supérfluas; congelamento de cargos vagos; e revisão de contratos.

Foto: Assessoria de Comunicação da Sefaz

Fonte: Sefaz

R$ 290 milhões (no acumulado

do ano)

R$ 437 milhões (orçamentário)

RESULTADO PRIMÁRIO (ABRIL)Saldo entre receitas e despesas não financeiras

Superávit

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CONSIDERADO POR MUITOS ESPECIALISTAS COMO TENDÊNCIA IRREVERSÍVEL PARA O MERCADO DE TRABALHO, O HOME OFFICE PODE TRAZER BENEFÍCIOS TANTO PARA AS EMPRESAS QUANTO PARA OS COLABORADORES DIRETOS OU INDIRETOS. QUAIS OS DESAFIOS DESSE NOVO MODELO?

estamos falando de uma situação que, querendo ou não, gera mais conforto, segurança e flexibilidade para quem a pratica. Também não podemos deixar de apontar a melhoria da qualidade de vida, pois ainda é permitido reservar aquele espaço para a vida pessoal, desde que não interfira na produtividade. Algo que pode ser alcançado com o home office, uma tendência que promete se destacar ainda mais dentro do mercado de trabalho, principalmente para os gestores, que terão uma economia significativa em seus gastos diários.

Prova disso é a Pesquisa Home Office 2016, realizada pela SAP Consultoria em RH, com mais de 300 empresas de diferentes segmentos e portes, nas diversas regiões brasileiras. Segundo o levantamento, 37% das firmas ouvidas adotam essa prática, e 68%

S e você trabalha oito ou nove horas por dia como grande parte da população brasileira, é bem provável que já esteja de pé em torno das 6h00 para dar início a mais uma jornada.

Afinal, haja tempo para realizar tarefas aparentemente simples, como tomar banho, arrumar-se, fazer a primeira refeição do dia, passear com o cachorro e levar os filhos à escola quando necessário. Isso sem contar com o trânsito, cada vez mais intenso no Estado, assim como em todo o Brasil, fazendo com que muitos profissionais, sejam eles empresários ou colaboradores, tenham que sair muito cedo de suas residências para chegar a tempo no serviço.

Mas e se essa realidade fosse diferente? E se você pudesse ter a oportunidade de executar as suas obrigações dentro de casa e sem interrupções? Uma ideia bastante tentadora, até porque

YASMIN VILHENA

HOME OFFICE: MAIS TEMPO, MAIS PRODUTIVIDADE

GESTÃO

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possuem alguma modalidade de teletrabalho (trabalho à distância que faz uso de ferramentas de tecnologia), que além do home office engloba ainda o trabalhador de campo (responsabilidades cumpridas em campo), o centro compartilhado (atividades junto aos chamados “centros satélites”, locais disponibilizados pelas empresas com toda a infraestrutura necessária) e o trabalho colaborativo (executado com equipes multidisciplinares e / ou i nte r n a c i on ai s e m diferentes locais).

E dois dos principais ganhos em relação a essa nova vertente são o aumento da satisfação e

o engajamento dos colaboradores. Do total de entrevistados, 89% afirmam que essa é uma boa prática para atração de funcionários, ainda mais em tempos de crise, conforme apontam 66% das empresas, que acreditam ser o home office uma boa ferramenta para enfrentar períodos de recessão econômica.

Um sucesso que pode ser visto não só no Brasil como também em outras regiões do mundo, principalmente em países como China, Singapura, Austrália, Bélgica, Luxemburgo e Reino Unido. Um estudo feito pela Worldatwork em 2013, com 566 companhias, concluiu que 88% das organizações consultadas possuem uma política definida desse tipo de atividade.

Mas para que tudo dê certo é preciso ter muito foco para assegurar a produtividade, conforme aponta a especialista em Recursos Humanos Daniele Guidoni. “Não são todos os profissionais que conseguem ser eficientes em casa. Muitos produzem melhor com a pressão e a cobrança do dia a dia, assim como a movimentação de um escritório. E acredito que este seja o perfil da maior parte de nós brasileiros, haja vista, algumas reportagens que lemos sobre a baixa produtividade do profissional do país quando comparado aos de outras nações”, afirma.

Segundo ela, o profissional deve ter algumas competências essenciais para que consiga desenvolver bem a sua função em casa.

“A primeira delas é disciplina, tendo um horário para trabalhar, não importa o quão flexível esse período possa ser. A segunda competência é a administração de tempo, pois é muito fácil nos perdermos quando não temos agenda. Então você precisa ter planejamento e organização e saber escolher suas atividades do dia a dia em função das suas metas e objetivos. Outro ponto importante é que não adianta trabalhar muito, tem que trabalhar certo. E para isso você precisa ter foco e visão estratégica, pois sozinhos, muitas vezes trabalhamos e não paramos para pensar sobre a consequência do trabalho”, complementa.

De acordo com Cleo Carneiro, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt) e diretor do Grupo de Consultoria em Teletrabalho (Gcontt), o sucesso do home office também depende muito de uma política dentro da empresa, baseada em diagnósticos que de fato possam trazer benefícios tanto para os patrões como para as colaboradores e as prestadores de serviço.

“A tendência é avançar cada vez mais. Vale a pena lembrar que para que um programa de home office dê certo, precisa ser muito bem estruturado. Não dá certo fazer essa atividade de maneira informal, do tipo ‘ah, hoje você pode trabalhar na sua casa’. Para colher os benefícios, é preciso que haja uma política baseada em um diagnóstico ligado a questões como a cultura da empresa, a cultura gerencial, os processos, o setor jurídico e a tecnologia da informação. Quem é ilegível, qual é o regime, quem paga as despesas, qual o impacto no contrato de trabalho, dentre outros aspectos. Isso precisa ser muito bem estruturado”, destacou Cleo Carneiro, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt) e diretor do Grupo de Consultoria em Teletrabalho (Gcontt).

HOME OFFICE NAS EMPRESAS

37% Aproximadamente cinco em cada 13 empresas adotam a prática de home office.

Fonte SAP Consultoria em RH

Atuando com home office há cerca de dois meses,

o publicitário Uerlle Costa é só elogios para essa forma de trabalho. “A praticidade que tenho é indescritível”

“Existem pontos positivos muito grandes para a

empresa, como a própria redução do espaço físico e o

aumento de produtividade, além da atração e da

retenção de colaboradores” Cleo Carneiro, vice-presidente

Sobratt e diretor do Gcontt

Foto: Divulgação

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do espaço físico e o aumento de produtividade, além da atração e da retenção de colaboradores. Já para os funcionários, um ponto que faz a diferença é o tempo de deslocamento para o trabalho, que normalmente é bastante longo nos horários de pico. Com esse tempo livre, eles podem se dedicar a outras atividades, como estudar e se exercitar”, complementa Carneiro.

E mesmo que o Espírito Santo não apresente períodos de pico tão extensos como os de outras grandes capitais brasileiras, dependendo do local onde se mora e da forma de deslocamento, é possível ficar até quatro horas por dia preso no trânsito. Se botarmos na calculadora para averiguar todo esse tempo no congestionamento, os números assustam, afinal, os trabalhadores podem perder 20 horas por semana, 80 horas por mês e 960 horas por ano, somando 40 dias inteiros ao longo de 12 meses no trajeto entre a casa e o serviço.

Mas é claro que se formos analisar a situação da Grande São Paulo, por exemplo, essa realidade vai muito além. Até mesmo no Rio de Janeiro, que vem aumentando de maneira significativa o número de veículos nas ruas. E o “para e acelera, para e acelera”, além de irritar bastante os condutores, também influencia no gasto mensal de locomoção.

“Moro na Glória e trabalho na Barra da Tijuca, ou seja, me desloco da zona sul para a zona oeste. O engarrafamento para lá é complicado, ainda mais para quem anda de ônibus. Isso sem contar com os dias de chuva, que podem aumentar e muito o tempo perdido dentro do engarrafamento, tanto para quem usa transporte coletivo,

OITO DICAS DE PRODUTIVIDADE

1 Crie rituais para simbolizar o início e o fim do expediente2 Tenha um canal de comunicação eficiente com a sua empresa3 Organize sua rotina em blocos concentrados de trabalho4 Evite trajes desleixados 5 Tenha um espaço só seu dentro de casa6 Tenha móveis ergonômicos7 Planeje a sua alimentação8 Faça um pacto com a sua família

Fonte: Pesquisa de mercado

ROTINA DE QUEM MORA LONGE DO TRABALHO

Fonte: Pesquisa de mercado

PRINCIPAIS INFLUÊNCIASA popularidade e o crescimento do home office se devem a muitos

fatores, principalmente o avanço da tecnologia ao longo dos anos. Em 2004, o acesso à internet por computador abrangia 6,3 milhões (12,2%) dos domicílios brasileiros, passando para 28,2 milhões (42,1%) em 2014, conforme dados do Suplemento de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, realizado em parceria com o Ministério das Comunicações.

Se formos analisar o contato com a web por equipamentos dife-rentes do computador, como smartphones, tablets e televisão, também é possível observar um crescimento, com 48% dos lares com acesso à rede em 2013 e 54,9% em 2014 (ou 36,8 milhões). No ano passado, cerca de 16,5% (11,1 milhões) das casas brasileiras tinham tablet; um aumento de 5,7% em comparação a 2013, quando a presença desse equipamento foi apurada pela primeira vez. Aliás, em relação a 2013, os acessos domiciliares à internet pelo aparelho cresceram 50,4%.

“A tecnologia apoia essa prática, pois as pessoas podem trabalhar dentro de casa, ou em outros lugares como um cyber café. Mas é claro que ela é só uma vertente desse crescimento, até porque são os benefícios do teletrabalho que estão levando a essa expansão. Existem pontos positivos muito grandes para a empresa, como a própria redução

Para oferecer uma noção do tempo perdido dentro trânsito, principalmente para quem mora longe do trabalho, foi feita uma simulação com um profissional que reside em Nova Carapina II, na Serra, e trabalha na Ilha de Santa Maria, em Vitória. O trajeto corresponde a ida/volta de ônibus.

5h: hora de acordar 5h15 – 6h: tempo destinado para se arrumar, tomar café da manhã e realizar tarefas de casa

6h15: saída de casa

6h25 – 6h30: chegada ao ponto de ônibus para pegar o primeiro transporte coletivo do dia, rumo ao terminal rodoviário

7h: chegada ao terminal (sem trânsito) 7h10: com trânsito 7h10 / 7h20: horário do segundo ônibus, rumo a Vitória

8h / 8h10: hora de chegada ao trabalho 12h – 13h: saída e retorno do almoço 18h: término do expediente

18h20: horário para pegar o primeiro ônibus da volta

COMO A UTILIZAÇÃO DO HOME OFFICE É VISTA NAS EMPRESAS

Fonte: SAP Consultoria em RH

89%

Atração de colaboradores.

87%

Otimização de processos

internos.

85%

Retenção de colaboradores.

74%

Viabilização ou manutenção de planos e

estratégias de negócio.

66%

Enfrentar épocas de crise

econômica.

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quanto para quem anda de carro. Acredito que demore até umas duas horas e meia. Além do trânsito que pego por conta desses percalços, ainda tenho que arcar com uma despesa mensal de aproximadamente R$ 1.200, que engloba a gasolina e o pedágio”, acrescenta a carioca Licia Rocha, gerente de Operações Comerciais, que é adepta do home office parcial, no qual o tempo se divide entre casa x empresa.

De acordo com Marcos de Souza, editor do Portal Mobilize Brasil, o home office pode ser considerado uma ótima ferramenta nos projetos de mobilidade urbana, – principalmente para desafogar o trânsito nos horários de pico –, além de contribuir com o meio ambiente e com o comércio local.

“Os profissionais que trabalham em casa ajudam a dinamizar o comércio do próprio bairro, ou seja, começa-se a distribuir riquezas em outras regiões. Os escritórios normalmente se encontram em locais onde o capital se concentra, então se você só tem consumo naquela região, o dinheiro só circula por lá. Ao permitir que outras pessoas trabalhem fora desses bairros, você ajuda a redemocratizar essa distribuição de renda, ainda mais em bairros considerados humildes. Não tenho dúvidas de que o home office é um ingrediente importante nesse sentido, podendo ser incluído em um Plano Diretor de Mobilidade Urbana”, defende.

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOSAdepto do home office, o publicitário Uerlle Costa começou a

trabalhar dessa forma há cerca de dois meses, quando dividia o seu tempo em casa com uma agência de comunicação. Atualmente, ele se dedica 100% a essa prática depois de organizar um miniescritório dentro de seu quarto. Uma decisão muito bem tomada, avalia, principalmente por conta da produtividade, da segurança e da flexibilização alcançada.

“A praticidade que tenho é indescritível, até porque eu perdia muito tempo com deslocamento, pois moro na Serra e sempre trabalhei em Vitória. Outro ponto que me fez pensar muito nessa decisão foi a segurança, tanto na rua como dentro do transporte coletivo. Eu mesmo já fui assaltado uma vez indo para o trabalho, bem no ponto de ônibus. Colocaram até uma arma na minha cabeça, uma situação que me deixou muito inseguro e com receio de isso acontecer outras vezes. Além disso tudo, tem a questão da

liberdade criativa, que no meu caso, flui muito mais dentro de casa. Não tenho interrupções”, aponta.

Mas para que de fato essa produção ocorra, Uerlle faz um alerta e destaca a importância de manter o foco. “Eu procurei ter a rotina de quando trabalhava na agência, ou seja, continuo acordando todos os dias por volta de umas 6h40 para me arrumar e começar a trabalhar umas 8h. No horário do almoço é a mesma coisa: faço um intervalo de uma hora e meia e depois volto com tudo para terminar as minhas demandas. Também busco trocar de roupa para criar todo esse ambiente de trabalho. Claro que não uso terno e gravata, mas tento vestir algo que me faça sentir bem para ir até a rua, ou até mesmo para encontrar com um cliente”, afirma.

Além da falta de foco, a possibilidade de excesso de carga de trabalho – quando não há um controle em cima da produtividade diária –, a tendência ao isolamento social e a falta de concentração

19h20: chegada ao terminal rodoviário (sem trânsito) / 20h20: com trânsito 19h30 / 20h30: horário do segundo ônibus rumo a Nova Carapina II

19h50 / 20h50: hora que chega em casa

MÉDIA DE HORAS PERDIDAS – CASA X TRABALHO HOME OFFICE

4h por dia

20h por semana

80h por mês

960h por ano

8h: início do trabalho

12h – 13h: horário de almoço

18h: término do expediente (*)

(*) O fim do trabalho pode acontecer antes mesmo do horário comercial, devido ao aumento da produtividade em casa. Se o empresário/colaborador concluir suas tarefas, pode estar livre por volta das 15h.

Ao evitar o deslocamento para o trabalho, o profissional pode se dedicar a outras atividades, como ficar com a família, se exercitar ou estudar.

Total: 40 dias inteiros ao longo

de 12 meses

AVALIAÇÃO DE PERFORMANCE

Fonte SAP Consultoria em RH

ANÁLISE DE INVESTIMENTO

PRINCIPAIS GANHOS DE RESULTADO

Cumprimento de metas Avaliação de desempenho Nível de entrega de trabalhos

97% 3%

Satisfação e engajamento de colaboradores Produtividade Retenção Diferencial para contratação

Mais de 60% das empresas realizam análises antes de investir na prática.

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também são desafios do home office. Portanto, é imperativo estabelecer regras para que ocorra um maior aproveitamento do tempo. “É preciso ter disciplina, não adianta trabalhar a hora que quiser. Essa questão do traje também é muito importante, pois não dá para ficar de pijama. É preciso dignificar o trabalho”, comenta Cleo Carneiro.

Segundo a analista de Atendimento do Sebrae-ES, Silvia Anchieta, “a orientação é criar uma rotina para que o planejamento e a organização das atividades sejam alcançados. Ter um espaço dedicado para o trabalho é outro ponto extremamente essencial, pois é necessário ter privacidade para desempenhar as funções. Lembrando que a família também precisa respeitar esse tempo para não deixar a rotina da casa interferir no trabalho, e vice-versa”, acrescenta.

Conseguindo aliar todas essas prescrições, o home office pode ser muito produtivo para todos os envolvidos, devido à redução de custos, à maximização do espaço físico e ao aumento da eficiência. Um artigo escrito por Manfred Mueller, diretor de Vendas e Suporte Técnico da TeamViewer, exemplifica bem esses ganhos, tanto para empregadores quanto para funcionários e prestadores de serviço.

“Trabalhar em casa significa menos estresse; menos estresse significa saúde mental em alta; e saúde mental em alta significa alta produtividade. Além disso, significa mais flexibilidade, no intuito de alcançar um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, especialmente para os funcionários que têm filhos e familiares idosos sob seus cuidados”, mostra Mueller em seu texto.

Uma opinião também compartilhada por Paulo Henrique de Melo, diretor da Êxito Publicidade, que contrata pessoas nesse esquema. “Ganhei mais produtividade e também me beneficiei financeiramente com uma economia no espaço físico e em despesas como passagem e almoço. Vejo que a concepção muda com o home office, pois não é mais uma relação de patrão/funcionário, e sim de cliente. E a comunicação flui de maneira tranquila, por meio de ferramentas como e-mail, WhatsApp e Skype”, destaca.

Para Uerlle, essa é uma tendência cada vez mais irreversível. “O sucesso profissional é importante, mas também precisa estar aliado à qualidade de vida. Acredito que a minha geração está repensando mais nessa questão do dinheiro, até porque quando você busca trabalhar em uma empresa mais tradicional acaba vendo que o salário pode nem ser tanta coisa assim. É preciso se reinventar. Claro que eu desejo prosperar financeiramente, mas sem deixar de lado a minha qualidade de vida. Neste momento, não me imagino trabalhando de outra forma. Estou muito feliz e satisfeito”, finaliza.

“Advogado colecionador” – Este lindo home office conta com muito espaço para estocagem, vindo com dois baús, estantes, prateleiras, quadros, uma escrivaninha de trabalho e um recamier com bicama para receber hóspedes. Além da decoração, o espaço conta com uma tonalidade interessante, o que auxilia na sensação de conforto.

EM CASA COM ESTILOFotos: Evelyn Muller

“A orientação é que o profissional crie uma rotina para que consiga ter um planejamento e uma organização de suas atividades”Silvia Anchieta, analista de Atendimento do Sebrae-ES

“Os profissionais que trabalham em casa ajudam a dinamizar o comércio do próprio bairro, ou seja, começa-se a distribuir riquezas em outras regiões” Marcos de Souza, editor do Portal Mobilize Brasil

“Meu quarto meu mundo” – Aqueles que não possuem um cômodo para instalar um home office podem fazê-lo no seu próprio quarto, de maneira funcional e sem um custo elevado. O projeto privilegia uma escrivaninha muito grande para que o usuário possa espalhar materiais sobre ela quando estiver executando suas funções. Destaque para os nichos altos, que proporcionam um ganho de espaço no ambiente, e para os fechados, ideais para a “bagunça” ou para itens que não precisam ficar expostos.

QUARTOS ETCEnd: Av. Rio Branco, 311 - L/2, Santa Lúcia, Vitória Horário: Segunda a sexta, das 9h30 às 18h30, e sábados,

das 9h às 13hTel: (27) 3215-5260E-mail: [email protected]

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VILA VELHA COM NOVA UNIDADE DE SAÚDE PRONTA E CRECHE EM CONSTRUÇÃO Recém-inaugurada, a Unidade de Cuidados Específicos e Saúde Bucal Básica Ailton Felisberto Alves, na Prainha de Vila Velha, possui dois consultórios para o tratamento da tuberculose e dois para hanseníase, além de oito salas: para fisioterapia, raio X e realização dos trabalhos desenvolvidos pelo Programa Consultório na Rua, e quatro destinadas aos serviços administrativos e mais uma para o laboratório de tuberculose. O prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, também autorizou a construção de mais uma Unidade de Educação Infantil (Umei) em São Torquato, com 10 salas de aula, que irá beneficiar, aproximadamente 400 crianças de 0 a 3 anos, no valor de R$ 1.787.169.46. A previsão para execução da obra é em 10 meses.

FUNDAP ALES PRORROGA PRAZO PARA USO DE VALOR DE CAUÇÃO DO FUNDO

Diminuir os custos de transporte para estimular a competitividade das importações pelo Espírito Santo, uma vez que a atual infraestrutura federal no Estado encarece os fretes. Essa foi a justificativa do Projeto de Lei 136/2016, de autoria do Governo capixaba, que estende para 30 de junho de 2017 o prazo para usar o valor de caução do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) para o ressarcimento de despesas de frete, que inclui a prestação de serviços de transporte marítimo internacional de contêineres e de transporte aéreo internacional de cargas. O PL altera o artigo 1º da Lei 10.367/2015, que colocava como limite a data de 30 de junho de 2016. A matéria será apreciada em regime de urgência na Assembleia Legislativa (Ales).

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POLÍTICA

AVALIAÇÂO

GOVERNO PODERÁ SER OBRIGADO A ESTABELECER MECANISMOS DE CONTROLE DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Um substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 229/2009, já aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos, obriga o Governo Federal a criar mecanismos de monitoramento e avaliação de políticas públicas. A proposta conhecida como “projeto da qualidade fiscal”, do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), estabelece novo modelo de elaboração de orçamentos públicos e normas para o controle dos gastos e a contabilidade do setor. O relator do projeto, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES, na foto), defende que um dos objetivos é reduzir “fortemente o irrealismo orçamentário que tem prevalecido nos últimos anos”

COMENDA

HOMENAGEM A MULHERES DE DESTAQUE

Mulheres atuantes junto à população carente, que desempenham importantes papéis nas artes, nas ciências e na literatura e ainda funções na esfera política, foram homenageadas pela Assembleia Legislativa, no dia 16 de maio. Ao todo, 32 receberam a Comenda Maria Ortiz,

que leva o nome daquela que é considerada a primeira heroína do Brasil por ter ajudado a expulsar holandeses que tentaram dominar o Espírito Santo em 1625. No evento, houve explanação da tese de mestrado apresentada à universidade Unigranrio sobre a relevância de Maria Ortiz no contexto histórico nacional e capixaba. Elaborado pela pesquisadora Déborah Sathler (foto), o estudo indica que Ortiz sofreu preconceito violento por ser mulher.

SERRA TERÁ FUNDO MUNICIPAL DE COMBATE A CORRUPÇÃOO prefeito Audifax Barcelos enviou à Câmara de Vereadores da Serra o projeto de lei que prevê a Criação do Fundo Municipal de Combate à Corrupção (FMCC). O objetivo é captar, controlar e aplicar recursos financeiros para garantir a execução eficiente de ações. Verbas serão destinadas à aquisição e à manutenção de equipamentos utilizados pela Controladoria Geral, à execução de obras de engenharia em setores especializados e à formação de recursos humanos. O Fundo contempla ainda programas de bolsas para formação de profissionais e consultoria técnica especializada, capacitação contínua dos servidores das instituições municipais e ampliação dessa estrutura administrativa do município.

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OS PRIMEIROS DIAS DE TEMER

POLÍTICA

V ice de Dilma Rousseff (PT) nas eleições ao cargo máximo do Executivo federal de 2010 e de 2014, Michel Temer (PMDB) assumiu a Presidência da República em 12 de maio, após

a aprovação do Senado, por 55 votos a 22, para abertura do pro-cesso de impeachment e afastamento da petista por até 180 dias.

E mesmo quem possa discorda da maneira com que esse proce-dimento se desenhou não tem como negar que a nova situação política do Brasil interferiu de forma positiva na “temperatura” do mercado, ao oferecer a ambiência mínima necessária para deci-sões fundamentais à retomada da economia.

Antes disso, nenhuma medida indicada pela presidente encon-trava mais espaço. O movimento das ruas que uniu mais de 6 milhões de pessoas em protesto contra os esquemas de corrupção revelados desde o mensalão (2005 e 2006) e agora pela Operação Laja Jato foi estrategicamente explorado pela classe política para justificar a apatia no Parlamento, no qual o único assunto deba-tido era a saída do PT do poder.

Dilma saiu de cena, e o humor ao cenário financeiro melhorou, ao menos nas primeiras semanas, embora todos saibam que não há outra receita a não ser aquela velha e conhecida entre a popu-lação, que vai pagar essa conta novamente. Até o fechamento dessa edição, as apostas ainda estão em torno da capacidade do Governo interino de tomar ações que levem a uma recuperação da confiança de agentes econômicos e à formação de uma ampla coalizão.

RUMOS DA ECONOMIA Há certo consenso, mesmo entre economistas críticos à

gestão Michel Temer, de que os nomes efetivados pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a sua equipe são profissionais com ampla capacidade técnica e experiência no setor público.

“A nova equipe econômica traz novo ânimo para o setor produtivo. Com profissionais técnicos e propostas claras de ajuste,

AFASTAMENTO DE DILMA ABRE ESPAÇO PARA MEDIDAS ECONÔMICAS, MAS DIREÇÃO DO PAÍS CONTINUA NA MÃO DE CORRUPTOS

LUCIENE ARAÚJO

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o Governo sinaliza ao mercado que pretende buscar o controle das contas públicas, gerando estabilidade e otimismo entre os industriais. É preciso cortar na carne, enxugar gastos e realizar reformas importantes, que exigem coragem, mas vão colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento mais uma vez”, avaliou o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra.

As preocupações centrais estão no retorno da CPMF, que já era dado como certo desde que o Congresso aprovou um Orçamento anual que previa R$ 24 bilhões de receita em 2016 oriundos da volta do imposto do cheque; e a inevitável articulação para modi-ficar as regras da previdência privada. Nenhuma medida que não

“É preciso cortar na carne, enxugar gastos e realizar reformas importantes, que exigem coragem, mas vão colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento mais uma vez” Marcos Guerra, presidente da Findes

“Independentemente das matérias sujeitas ao Legislativo, há muito trabalho para o Executivo. Ações como redução de cargos comissionados, privatizações, abertura comercial e rediscussão do papel do BNDES” – Bruno Funchal, economista e professor da Fucape

Ministro Gilmar Mendes assume a presidência da Segunda Turma do STF, responsável pela análise da maioria dos recursos de políticos investigados na Operação Lava Jato

No Rio de Janeiro tem ocorrido

os maiores protestos contra

o impeachment de Dilma

Uma das estratégias da nova equipe econômica é a

Desvinculação de Receitas da União

(DRU), permitindo que 25% dos recursos

possam ser usados livremente por

Estados e Municípios

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

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Foto: Fernando Mendes

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Na avaliação de Plinio Soares de Arruda Sampaio Júnior, do Instituto de Economia da  Unicamp, não haverá tempo para reverter o resultado de um PIB com queda de quase 4% em 2016. Mas as medidas deverão abrir melhores cenários em 2017. “A expectativa é de que Meirelles tenha mais sucesso na aprovação de medidas junto ao Congresso, o que faltou a Joaquim Levy e Nelson Barbosa, seus antecessores na pasta. Porém, não vejo condi-ções de o novo Governo adotar medidas de estímulo econômico sem antes implementar quaisquer medidas de ajuste fiscal, até porque seus efeitos serão neutralizados pela atual descrença na economia por parte dos agentes econômicos”, avaliou.

GRAMPOS INESPERADOS

Mas no Brasil “contra a corrupção”, enquanto a maior parte da população ainda comemora o resultado pedido nas ruas, o Governo interino teve início com muitas críticas. Temer, citado como benefi-ciário nos escândalos de corrupção alvos da Lava Jato, indicou sete ministros que também tiveram seus nomes incluídos nas investi-gações da força-tarefa.

Entre as polêmicas nomeações esteve a do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Mas, apesar da extensa lista de acusações contra o peeme-debista – passando pelos governos Sarney, Collor, FHC e Lula – não ter impedido que ele chegasse à seleta equipe de ministros, a indicação não resistiu a um mais um grampo da Lava Jato

Dez dias após a posse dos novos ministros, uma conversa gravada em março entre o Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, também investigado pela Lava Jato, parou o país. No áudio, o peemedebista sugere um pacto para “estancar a sangria”, numa referência à Operação que tem tirado o sono de muitos políticos e empresários. Entre os impactos econômicos do áudio, vier a queda da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), aumento na taxa de juros e alta do dólar. Jucá caiu.

ALGO A TEMER?

Michel Temer – Em planilhas apreendidas pela PF (2009) na casa de um executivo da Camargo Corrêa, é citado 21 vezes entre 1996 e 1998, quando era deputado, ao lado de quantias que somam US$ 345 mil.Em 2014, nova planilha relaciona o vice-

presidente a dois pagamentos de US$ 40 mil e, no ano seguinte, Júlio Camargo,

ex-consultor da empresa Toyo Setal, em acordo de delação premiada com a Lava Jato, afirmou que o lobista Fernando Baiano era operador da cota do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, representando principalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Michel Temer (PMDB-SP).

Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) – Mensagens apreendidas

pela Operação Lava Jato sugerem que o ex-ministro de Lula, ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal e ex-deputado federal usou sua

influência para favorecer interesses da construtora OAS.

Henrique Eduardo Alves (Turismo) – Ministro do Turismo do governo Dilma,

volta à pasta após menos de dois meses de deixar o cargo. Suspeito de receber propina do dono da OAS, Léo Pinheiro, em troca de favores no Legislativo.

Em algumas das mensagens apreendidas no celular de Pinheiro, o presidente afastado

da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobra o empreiteiro por doações à campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte.

1 Mendonça Filho (Educação), 2 Raul Jungmann (Defesa), 3 Bruno Araújo (Cidades) e 4 Ricardo Barros (Saúde) – São citados na polêmica lista da Odebrecht apreendida pela Polícia Federal na sede da construtora, em março, durante a 23ª fase da Lava Jato. Os investigadores declaram ainda não saber se os nomes que constam nessa relação receberam doações legais ou ilegais – propina ou dinheiro de caixa dois.

tenha sido anteriormente apontada como necessária pelo desas-troso governo de Dilma.

Aprovar a alteração da meta fiscal estava entre esses desafios. E o déficit previsto de R$ 96,65 bilhões nas contas do Executivo foi revisto e agora é de R$ 170,5 bilhões.

O dólar comercial acumula desvalorização de 10,89% no ano, e a indicação de Pedro Parente para presidir a Petrobras foi bem recebida pelo mercado. Mas operadores continuavam à espera da efetivação da nova estratégia econômica.

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Fotos: 1-Sidney Lins Jr.; 2-Edilson Rodrigues; 3-Luis Macedo e 4-Lucio Bernardo Jr.

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O Congresso aprovou, na madrugada de 25

de maio, o projeto autorizando o Governo Federal a fechar o ano

com um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões

nas contas públicas

Foto: Marcos Oliveira

E Machado, que assinou um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), continuou fazendo estragos no cenário político. Gravou também o ex-presidente da República José Sarney (PMDB/AP) afirmando – após Machado dizer que o número de delações na Lava Jato iria aumentar, viriam “às pencas” – que uma delação premiada que a emprei-teira Odebrecht estaria prestes a fazer na Operação Lava Jato seria “uma metralhadora de [calibre] ponto 100”.

LÍDER NA CÂMARA Um dos principais aliados do presidente afastado da Câmara,

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado André Moura foi esco-lhido para ocupar o posto de líder do governo Temer na Casa, após pressão do grupo apelidado de “Centrão” – PMDB, PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL –, que argumentou reunir 280 deputados, a maioria dos parlamentares. 

Moura é réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) e investigado em pelo menos três inquéritos na Corte, entre eles um que apura suposta tentativa de homicídio, denun-ciada pelo ex-prefeito de Pirambu (SE) Juarez Batista dos Santos, que o sucedeu no comando do município entre 2005 e 2008. 

Professor da Escola de Ciência Política da Unirio, Guilherme Simões Reis não poupa críticas ao presidente interino. “Como o combate à corrupção sempre foi apenas uma desculpa, Temer, que hoje seria um candidato ficha-suja, não teve qualquer problema em escolher vários ministros investigados por corrupção e outros crimes. André Moura é investigado até por tentativa de homicídio.”

“A instabilidade decorrente da não aceitação do governo ilegítimo afugentará investidores” Guilherme Simões Reis, cientista político e professor da Unirio

Ele acredita que o projeto atual é atender somente aos interesses estrangeiros. “Michel Temer pretende mudar nossa política externa e retomar a antiga subserviência. Para isso, com o falso argu-mento de ‘não ser ideológico’, colocou como ministro das Relações Exteriores José Serra, que, como senador, tem projeto para tirar da Petrobras o monopólio sobre a exploração do pré-sal, com claro objetivo de favorecer as petrolíferas estrangeiras”, avalia.

O cientista político destaca a extinção da Controladoria Geral da União entre as preocupações com o novo comando. “Foram escolhidos um histórico opositor da expansão universitária gratuita para as classes baixas como ministro da Educação (Mendonça Filho)e um criacionista para ministro da Ciência e Tecnologia (Marcos Pereira), e um ex-secretário de Segurança de São Paulo responsável por uma atuação extremamente repressiva contra as ocupações estudantis nas escolas foi nomeado como ministro da Justiça (Alexandre de Moraes), pasta que incorpora, inclusive a Secretaria de Direitos Humanos”, aponta.

Reis insiste ainda que as medidas de Temer não serão benéficas à economia. “Aqueles que as aprovam achando que a economia vai melhorar para as classes mais altas, pela redução do gasto social e pela retirada de direitos trabalhistas, estão enganados, pois a instabilidade decorrente da não aceitação do Governo ilegítimo afugentará investidores. A crise só vai piorar, para todos”, afirma

Economista e professor da Fucape, Bruno Funchal frisa que a nova administração vê, com razão, como maior desafio a questão fiscal, principalmente a Previdência. “Para atacar esse problema, precisa de apoio de vários partidos e políticos influentes, e muitos deles, infelizmente, vêm sendo investigados pela Lava Jato. A questão sobre a Previdência é impopular e, portanto, difícil de ser implementada sem um amplo debate e esforço político. Se tiver sucesso, ótimo, o dever principal foi feito. Porém, independentemente das matérias sujeitas ao Legislativo, existe muito trabalho que o Executivo pode ir desempenhando em paralelo. Ações que devem ter como objetivo o aumento de produtividade da economia brasileira. Ações como redução de cargos comissionados, privatizações, abertura comercial e a rediscussão do papel do BNDES são pontos relevantes que precisam ser feitos também com certa urgência. E ao que aparenta, o Governo tem arregaçado as mangas e trabalhado para isso”, defende Funchal.

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O IMPACTO DO SETOR DO AÇO NO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO E CAPIXABA

ECONOMIA

SEGMENTO CUJO DESEMPENHO IMPACTA DIRETAMENTE OUTRAS ATIVIDADES, COMO CONSTRUÇÃO CIVIL, AUTOMOTIVO E BENS DE CAPITAL, É VITAL PARA MANUTENÇÃO DE 109 MIL POSTOS DE TRABALHO NO PAÍS

que a área composta por 29 usinas, administradas por 11 grupos empresariais, movimenta uma vasta cadeia de fornecedores.

Alguns dos principais campos da economia, como construção civil, automotivo e bens de capital, são também os líderes em demanda de aço no Brasil, representando juntos 80% do consumo dessa mercadoria no país. “O aço está presente na vida das pessoas de diversas formas, sendo até mesmo ‘invisível’ em alguns momentos. Esses segmentos estão diretamente ligados ao aço, o que acaba fazendo com que um dependa do outro para se manter estável. Se o aço vai bem, outros setores são beneficiados.

V ital para as economias brasileira e capixaba, o setor siderúrgico respondeu por 109 mil postos de trabalho gerados no país em 2015, de acordo com o Instituto

Aço Brasil (IABr). Entretanto, o agravamento da crise política e econômica, a queda global nos preços das commodities e o excedente na produção mundial vêm fazendo com que o segmento registre baixas em oferta, vendas e consumo aparente. Além dos impactos causados diretamente entre aqueles que dependem dessa atividade para sobreviver, com o fechamento de quase 30 mil empregos no ano passado, há ainda os efeitos indiretos, visto

THIAGO LOURENÇO

Responsável pela geração de cerca de 6 mil postos de trabalho no Estado, o setor do

aço é considerado como um dos diferenciais do

Espírito Santo

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Porém, se o setor estiver ruim, toda uma cadeia é prejudicada”, ressalta o vice-presidente comercial da ArcelorMittal Tubarão, Eduardo Zanotti.

Ao avaliar a importância da siderurgia para o desenvolvimento, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, lembra que são quase 6 mil vagas de trabalho abertas no Estado. “Ao lado de petróleo, minério e celulose, o aço é um dos diferenciais do Espírito Santo no mercado externo. Ter um setor siderúrgico forte é garantir competitividade para a indústria capixaba, empregos de maior renda e oportunidades para a cadeia de fornecedores que atua no Estado”, comenta.

DESEMPENHO DO SETORDe acordo com dados divulgados pelo IABr, a produção

acumulada de aço bruto caiu 1,9% em 2015 comparada ao ano anterior, chegando a 33,2 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil passou a ocupar o 8º lugar entre os maiores fabricantes de aço, conforme a World Steel Association (Associação Mundial do Aço, em tradução livre). Estão à frente no ranking China (803,8 milhões de toneladas), Japão (105,2 milhões), Índia (89,6), Estados Unidos (78,9), Rússia (71,1), Coreia do Sul (69,7) e Alemanha (42,7). Completam a lista dos 10 principais produtores mundiais a Turquia, com 31,5 milhões de toneladas e Ucrânia, com 22,9 milhões de toneladas.

“O aço produzido no Brasil para o setor automotivo é o mais barato do mundo, o que torna nosso mercado bastante atrativo. Hoje, a tendência das empresas é aumentar cada vez mais o volume de exportações, já que o mercado doméstico tem passado por dificuldades. Com as expectativas de reação do mercado

internacional e nossa posição geográfica estratégica, o cenário de exportação é o mais atrativo possível para nós” pontua Zanotti.

Já entre os laminados, a queda na produção foi maior, chegando a 9,2% ao final de 2015, frente a 2014. Ainda segundo o IABr, as vendas de produtos siderúrgicos ao mercado brasileiro acumularam 18,2 milhões de toneladas, redução de 16,1% ante os 12 meses de 2014. Quanto ao consumo aparente nacional, que corresponde a vendas internas mais a importação, houve retração de 16,7% em todo o ano de 2015, atingindo 21,3 milhões de toneladas.

“O aço está presente na vida das pessoas de diversas formas, sendo até mesmo ‘invisível’ em alguns momentos. Se vai bem, outros setores são beneficiados. Porém, se o segmento estiver ruim, toda uma cadeia é prejudicada” – Eduardo Zanotti, vice-presidente comercial da ArcelorMittal Tubarão

Fonte: World Steel Association

1º China 803,8

5º Rússia 71,1

2º Japão 105,2

6º Coreia do Sul 69,7

3º Índia 89,6

4º EUA 78,9

9º Turquia 31,5

7º Alemanha 42,7

8º Brasil 33,2

Em milhões de toneladas 10º Ucrânia 22,9

RANKING GLOBAL DOS PRODUTORES DE AÇO

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“Nos últimos três anos, tivemos uma queda de 35% na demanda de aço, o que é um reflexo da instabilidade econômica que vive o país neste período. Atualmente, o consumo interno é o mesmo que era registrado há 10 anos, atentando para a necessidade de avaliarmos todo o cenário. Precisamos que o país volte a crescer para que o setor também reaja”, reforça Zanotti.

Para Guerra, o declínio no consumo de aço e no ritmo de crescimento da China afetou o preço das commodities minerais de maneira global. “O Brasil, um dos principais exportadores de minério do mundo, também sentiu o baque. Com excesso de produção e baixa procura, o aço bruto se desvalorizou, e o minério de ferro ficou abaixo dos US$ 40 no ano passado, patamar não registrado desde 2008. Com a desvalorização, toda a cadeia produtiva sofreu impacto, desde a extração até a siderurgia.”

Os balanços divulgados pelo IABr em 2016 indicam que deve ser ainda pior para o mercado, se não houver uma reação. De janeiro a abril, a produção de aço bruto foi de 9,7 milhões de toneladas, e a de laminados, de 6,7 milhões, diminuição de 14% e 18%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2015. Sob a mesma base de comparação, as vendas internas caíram 20,3%, para 5,4 milhões de toneladas, e o consumo aparente alcançou 5,8 milhões de toneladas, 28% menos que janeiro a abril de 2015.

A retomada da área, na avaliação de Zanotti, vai depender de como irá se portar o novo Governo e quais serão suas estratégias e soluções para reaquecer a economia, já nos próximos meses. “Não há como dar um prazo para essa guinada, já que estamos no início de um novo momento para o país, mas confiamos que o mercado se recuperará em breve”, declarou.

O presidente da Findes é mais otimista, esperando um aquecimento em toda a cadeia produtiva caso a Samarco retorne à operação, que influenciaria na retomada da siderurgia. “O crescimento dos Estados Unidos e da Zona do Euro, associado aos sinais de reação da China, tem surpreendido o mercado internacional, influenciando na recente alta das commodities. Paralelamente, a mudança de gestão do Governo Federal também traz uma mensagem de otimismo aos empreendedores nacionais e aos investidores estrangeiros, aumentando os índices de confiança. O Espírito Santo ainda tem uma importante questão a resolver, que é a reativação da Samarco. A indústria prestou assistência às vítimas, se preocupou com o social e com o meio ambiente, mas agora precisa voltar a operar para gerar riquezas e empregos no Estado”, observa.

Guerra acrescenta que o Brasil tem sofrido de maneira peculiar nesta crise, em razão do momento político e econômico que vive. “A baixa das commodities, um dos pilares da economia nacional, chegou ao mesmo tempo em que o Governo Federal enfrentava sua pior crise administrativa, uma sucessão de erros que endividou o consumidor interno, onerou a indústria, restringiu o crédito, afetou o câmbio, aumentou os custos de produção e causou desconfiança

no mercado internacional. Tudo isso culminou nos constantes rebaixamentos das agências internacionais de crédito, afastando os investidores. Diante das incertezas, os grandes projetos ficaram em segundo plano. Neste contexto, mais importante que ampliar plantas industriais é enxugar gastos e garantir a continuidade das operações mesmo diante da crise”, disse.

AÇO NO ESPÍRITO SANTOApesar da retração em nível nacional, o Espírito Santo ainda

registra aumento na produção de aço. Em 2015, a expansão na fabricação de aço bruto foi de 26,7%, passando de 5,6 milhões para 7,1 milhões de toneladas, na comparação com 2014.

“Ao lado de petróleo, minério e celulose, o aço é um dos diferenciais do Espírito Santo no mercado externo. Ter um setor siderúrgico forte é garantir competitividade para a indústria capixaba, empregos de maior renda e oportunidades para a cadeia de fornecedores que atua no Estado” – Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

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No mesmo período, a oferta de laminados e semiacabados para venda passou de 4,2 milhões para 5,6 milhões de toneladas, elevação superior a 33%. Com isso, o Estado se manteve como terceiro maior fornecedor nacional e ampliou sua participação no desempenho brasileiro, de 16,3% para 21,4% entre os produtores de aço bruto, e de 13,5% para 17,9%, entre os laminados e semiacabados para venda.

“Hoje a principal aposta da ArcelorMittal Tubarão é o mercado externo. Exportamos, atualmente, 70% da nossa capacidade de produção, que é de 7 milhões de toneladas ao ano. O mercado americano está muito bem, com a economia crescendo, o que torna os preços muito atraentes para nós e é um dos principais destinos dos semiacabados”, explica o vice-presidente comercial da siderúrgica, Eduardo Zanotti.

Guerra atribui a boa performance capixaba em 2015 à perspectiva otimista que o país ainda vivia em 2014, especialmente na indústria extrativa. “Com crescimento acumulado, ocasionado pela demanda de commodities minerais, as grandes indústrias, como Vale, ArcelorMittal e Samarco, investiram em ampliações. No último trimestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015, a plena operação das usinas de pelotização e do alto-forno gerou um efeito estatístico nos números da indústria capixaba: comparamos um período de baixa a outro com produção a todo vapor”, destacou.

POLÍTICA INDUSTRIALEm relação à política industrial, Zanotti salienta que o principal

debate hoje é sobre a necessidade de se manter competitivo. “Em abril e maio deste ano, tivemos aumento em nossos preços praticados que foi fruto da evolução do mercado internacional. Mesmo assim, nosso valor ainda tem se portado como atrativo para o mercado doméstico. Além disso, o preço do aço é ajustado para que as margens das empresas possam evoluir, já que hoje apresentam números muito abaixo do esperado. Outro fator que influencia na

cotação do produto é o valor do dólar, pais grande parte das matérias-primas de nosso processo de produção é fixada na moeda”, pondera.

A adoção de medidas que diminuam o chamado “Custo Brasil” também poderia acarretar um cenário mais animador para as empresas. “Com a tendência de o país se tornar cada vez mais exportador, é necessário que investimentos sejam feitos na área para garantir também o nosso sucesso no mercado internacional. Além disso, temos que defender nosso produto nacional de outros estrangeiros, como a China, que está tendo dificuldade de exportar para várias regiões do mundo. Precisamos que nossos governantes olhem com mais carinho para esse problema”, sugere Zanotti.

Guerra frisa que a perspectiva de retomada da economia nacional deve reaquecer a demanda por aço no mercado, mas pode acabar revelando um dos piores entraves do país: a infraestrutura precária. “Faltam ferrovias e rodovias em condições de escoar a produção das siderúrgicas com eficiência. Considerando o tamanho do litoral brasileiro, outro pleito do setor é a cabotagem, modal de transporte totalmente viável e com baixo custo. É preciso planejar investimentos de curto, médio e longo prazo para ampliar o volume de aço transportado e diminuir os custos logísticos desse processo”, finaliza.

NÚMEROS DO AÇO

29 usinas, administradas por 11 grupos empresariais, compunham o parque produtor brasileiro de aço em 2014

48,9 milhões de toneladas por ano de aço bruto é a capacidade instalada registrada em 2014

33,2 milhões de toneladas foi a produção de aço bruto alcançada em 2015

22,6 milhões de toneladas foi a produção de laminados registrada em 2015 pelo setor

109mil colaboradores no último ano

21,3 milhões foi o consumo aparente nacional (vendas internas + exportações) no ano passado

US$ 3,4 bilhões foi o superávit (exportações - importações) do setor em 2015

7,1milhões de toneladas foi a produção de aço bruto capixaba em 2015

100 países importam o aço produzido no Brasil

Fonte: Instituto Aço Brasil

O aumento na produção de aço no ano passado manteve

o Espírito Santo como 3º maior produtor nacional.

A ampliação pôde ser vista entre os produtores de aço bruto (16,3% para 21,4%)

e entre os laminados e semiacabados para venda

(13,5% para 17,9%)

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PRODUÇÃO

PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO 2016/2017 TERÁ CRÉDITO RECORDE DE R$ 202,88 BILHÕES

O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 irá destinar R$ 202,88 bilhões de crédito aos produtores rurais brasileiros, valor recorde que representa um aumento de 8% em relação à safra anterior. Um dos destaques é o crescimento de 20% dos recursos para custeio e comercialização a juros controlados, que contará com R$ 115,8 bilhões. As taxas foram ajustadas sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com percentuais que variam de 8,5% a 12,75% ao ano. O plano também traz diversas inovações em relação aos anteriores, como na pecuária de corte, na qual a aquisição de animais para recria e engorda deixa de ser considerada um investimento, passando para a modalidade de custeio. O Ministério da Agricultura também negociou com os bancos a emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para os produtores a juros contro-lados. Nos pacotes antecedentes, não havia essa opção.

SANTA MARIA DE JETIBÁ GANHA NOVA FÁBRICA DE RAÇÃO

A Kerovos Alimentos inaugurou, no dia 28 de abril, uma fábrica de ração em sua unidade operacional localizada em Alto Rio Claro, Santa Maria de Jetibá, com capacidade para produzir 45 toneladas por hora. “Esse empreendedorismo é tocante. Em um momento desafiador da economia nacional, acompanhar a inauguração de um empreendimento deste porte é uma ação pujante para o crescimento da produção e a geração de emprego, renda e oportunidades”, frisou o governador Paulo Hartung. O Estado é responsável por quase 11% da oferta de ovos no país, e Santa Maria de Jetibá detém 93,3% dessa produção. O município também se destaca em nível nacional, ocupando a segunda colocação dos maiores fornecedores de ovos do país. Sua atividade responde por 63% do PIB da cidade.

AGRO

NOSSA CASA

GOVERNO IRÁ CONSTRUIR 222 UNIDADES RURAISO Governo do Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Idurb), confirmou uma parceria feita com o Executivo federal para a construção de 222 unidades habitacionais rurais em seis municípios capixabas: Colatina (29), Ibiraçu (16), João Neiva (26), Pinheiros (25), São Gabriel da Palha (30) e Ecoporanga (96). A iniciativa acontece pelos programas Nossa Casa (estadual) e Minha Casa Minha Vida (federal), no âmbito do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). No total, serão investidos R$ 8.735.700. “É um dia muito importante para nós. Já lutamos muito para conseguir uma casa. Agora, com a ajuda da associação, estamos conseguindo concretizar esse sonho. Nós trabalhadores rurais damos valor à habitação e finalmente teremos uma casa digna, que vai dar mais estabilidade e segurança para o futuro de nossas famílias. E, assim, vamos conseguir nos aplicar mais na terra e na produção”, comemorou a produtora rural Izete Almeida Rocha.

IBGE

SAFRA DE GRÃOS DEVE SER MENOR EM 2016Os cálculos do quarto Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), relativos a abril e que foram divulgados no dia 10 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revertem o quadro de previsão de nova colheita recorde para este ano, que predomina nas três primeiras estimativas de 2016. De acordo com os dados, a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizará 205,4 milhões de toneladas, um resultado 1,9% inferior ao obtido no ano passado (209,4 milhões de toneladas). Se comparada com as previsões de março, a produção variou negativamente 2,2%, mesmo com a área plantada aumentando em 0,3%. Segundo as projeções, o arroz, o milho e a soja continuam como os três principais itens da safra 2016.

AGRONEGÓCIO CAPIXABA AMARGA QUEDA DE 26,7%

Os efeitos da mais grave estiagem da história do Espírito Santo continuam trazendo muitos prejuízos para a agropecuária capixaba. No primeiro quadrimestre, as exportações do agrone-gócio registraram expressivas quedas de 26,7% no valor e de 19,9% no volume comercializado, em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a abril, foram embarcadas 732,8 mil toneladas de produtos, com uma receita gerada de US$ 465,7 milhões. Vivendo um dos piores

momentos dos últimos anos, a cafeicultura foi a atividade mais afetada com a seca, com uma retração de 62,3% no volume de café verde vendido ao exterior. A celulose também registrou declínio no volume (-14,9) e no valor comercializado (10,6%) no período. A receita obtida com a exportação do produto foi de US$ 284 milhões contra US$ 317,8 milhões no primeiro quadrimestre de 2015. Já a pimenta-do-reino segue na contramão, apresen-tando um crescimento na quantidade negociada de 31,8%, com a movimentação de 5,8 mil toneladas.

EXPORTAÇÕES

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BONS VENTOS QUE LEVAM AO MAR

MERCADO

MERCADO DE PRODUTOS E SERVIÇOS LIGADOS AO SETOR NÁUTICO NO ESPÍRITO SANTO TEM BOAS EXPECTATIVAS

com custo-benefício interessante. As lanchas são customizadas: podemos variar casco, tecido, acabamento de volante, inclusive motor”, explica Wilson Caoduro, proprietário da Living.

“Outra vantagem é que a Phoenix proporciona o melhor deque na maior piscina do mundo”, brinca o empresário para explicar que as versões de passeio da marca possuem as maiores popa e proa do Brasil na categoria.

O empresário adianta a meta até 2018. “A Phoenix de Alagoas, maior estaleiro em unidades vendidas do Brasil, comercializa hoje 300 barcos por mês, que seguem para todo o Brasil. Nossa expectativa aqui no Espírito Santo é vender cerca de 100 barcos em dois anos”, conta.

Há mais de três décadas, a Phoenix Boats fabrica embarcações de esporte e lazer, em Maceió (AL). “Com processos eficientes de gestão, linhas de montagem em escala, domínio de todas as etapas produtivas, uso da mais alta tecnologia e ampla rede de concessionários, o Grupo Estaleiro Phoenix consegue oferecer ao consumidor brasileiro o que existe de referência internacional, com preços e condições diferenciados – as mesmas lanchas vendidas no Brasil são exportadas para a Europa, um dos mercados mais exigentes quanto à segurança e à garantia”, aponta o diretor do estaleiro alagoano, Edward Jucá de Moraes.

“N avegar é preciso; viver não é preciso.” A tradicional frase dos antigos marujos traduz o sentimento dos apaixonados pelo mundo náutico ao redor do planeta.

Uma paixão que tem conquistado cada vez mais o coração dos capixabas, mesmo em meio ao mar revolto da economia brasileira.

Ainda que não haja estatísticas oficiais, basta analisar a demanda não atendida de vagas no Iate Clube para novos barcos e confirmar a tendência que os empresários já perceberam: o interesse pelo mercado no Espírito Santo se mostra crescente.

No Estado, onde há forte tradição em esportes como surfe e stand up paddle e significativo número de condutores de jet skys, os consumidores de embarcações de passeio estão em alta. E dessa percepção, uma série de investimentos surge na capital capixaba a fim de contemplar esse seleto público, que ganhou recentemente um “parque de diversões”. Com 600 metros quadrados, a Living Náutica, além de jet skys, pranchas, roupas UV, óculos e todo tipo de equipamento, é representante das lanchas Phoenix, veículos entre 27 e 36 pés, com capacidade para até 13 pessoas e custo variado de R$ 26 mil a R$ 90 mil.

“Percebemos um upgrade no mercado. Por isso trouxemos essa oportunidade de barcos com a Phoenix, para o Espírito Santo. Nossa proposta é oferecer uma linha de barcos menores,

LUCIENE ARAÚJO

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mais bem estruturados, tanto física quanto financeiramente, têm se voltado para a exportação. Há novos mercados conquistados na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália”, explica o empresário, ao defender que o Brasil tem tudo para se transformar em um polo exportador. “Mas esperamos que a economia do país se reorganize e possamos retomar os percentuais de crescimento interno que temos como potencial”, alegou.

Mas, mesmo diante do significativo impacto negativo das “tormentas política e econômica”, a expectativa para os próximos anos é positiva. Isso porque a área se profissionalizou ainda mais nos últimos cinco anos, recebendo bastante investimento, e a vinda de fábricas estrangeiras para o Brasil ajudou na melhoria da qualidade tanto da engenharia quanto da finalização dos produtos.

Segundo o último estudo realizado, em 2012, pela Associação Brasileira de Construtores de Barcos e S e u s Im p l e m e n t o s (Acobar), entre 2005 e 2012, o mercado náutico brasileiro apresentou as maiores taxas de avanço em todo o mundo. Hoje não há números oficiais, mas a Marinha do Brasil registra

BRASIL Criada em 2007, em São José e

atualmente sediada em Palhoça (SC), a Intech Boating se consolida como um dos principais empre-endimentos do segmento no país. Em um espaço de 20 mil m², com capacidade para produção de barcos de até 50 pés, são fabri-cados iates de luxo, lanchas esportivas e embarcações de uso profissional. O estaleiro, detentor

dos direitos de representação no Brasil das marcas Sessa Marine, Key Largo e Intech Professional Boats (própria), fornece embarca-ções que variam entre R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões. Hoje são mais de 150 unidades navegando em mares brasileiros.

“Dos nove anos que estamos no mercado, nos sete primeiros registramos um crescimento entre 20% e 25%; enquanto que em 2015 e 2016, já tivemos uma queda de 20% nos pedidos”, relata o presidente da Intech, José Antônio Galizio Neto. A companhia entregou 39 unidades em 2014, 28 em 2015; e este ano estima comercializar 25.

A situação político-econômica trouxe muitas perdas. “Hoje, grande parte de nosso público consumidor, mesmo ainda tendo recursos disponíveis para comprar uma embarcação, teme a insegurança do cenário e prefere ser mais cautelosa em relação aos gastos. Isso exigiu uma reorganização do segmento, e estaleiros

ALTAS CIFRASO privilégio de ter seu próprio iate custa caro. Para um barco de 70 pés, por exemplo, o aluguel da marina é de, no mínimo, R$ 5 mil mensais. Para contratação de funcionários que irão cuidar do barco – capitão, imediato e, pelo menos, um tripu-lante – R$ 20 mil por mês. E em uma viagem de 12 horas, lá se vão mais R$ 20 mil de combustível.

A nova loja da Living, representante da marca Phoenix de lanchas, tem ainda diversos tipos de jet skys, roupas e acessórios do mundo náutico

O Estado vem recebendo uma série

de investimentos para alavancar ainda mais o setor náutico capixaba,

que apresenta um crescimento

considerável junto aos consumidores de embarcações de luxo

Prevista para ser inaugurada em 2017, a Marina Lounge em Vitória traz uma proposta diferenciada de diversão

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BALADA EMBARCADAConsiderada a maior “balada náutica” do Brasil, a Lopana Phoenyx, realizada em 29 de novembro de 2014, reuniu 10 mil pessoas e 800 embarcações, incluindo lanchas, veleiros e jet skys, na Praia do Guga, em Barra de São Miguel, Alagoas. Com sete horas de duração, o evento contou com o show da banda baiana Jammil e Uma Noites, que gravou trechos do seu DVD “De Todas as Praias”, no palco flutuante na enseada da Pajuçara.

uma média de 3.500 novas embarcações por ano, incluindo unidades de lazer e trabalho.

José Antônio defende a importância do setor para a economia nacional. Ele sinaliza que cada barco, independentemente de seu tamanho, durante seu processo de produção, gera em média sete empregos diretos e, aproximadamente, 15 indiretos. Após sair do estaleiro, abre outras sete vagas diretas e mais de 30 indiretas – para profissionais que fazem manutenção de motor, de hidráulica, de sistema elétrico, de estrutura, a marina. “Apesar de ser tratado hoje no Brasil como produto de luxo, o barco tem o poder impressionante de distribuir renda. Eu tiro R$ 1 milhão de uma pessoa que tem condição financeira diferenciada, que trabalhou e agora usufrui de seu direito de se divertir, e distribuo para uma cadeia enorme, e rapidamente”, afirma.

A tendência para exportação e a expectativa de crescimento do mercado podem ser confirmadas nas decisões estratégicas. O estaleiro Azimut, que faturou globalmente 650 milhões de euros em 2014, ligou o radar para a alta do dólar. Com design italiano, tecnologia de navegação norte-americana, mas montagem 100% nacional, desde o ano passado, todas as embarcações de 42 pés vendidas no mundo, avaliadas em R$ 2,5 milhões cada, passaram ser fabricadas no Brasil, também em Palhoça (SC), e enviadas para os mais de 85 mercados onde a companhia italiana atua.

Agora em maio, foi anunciado o aumento do capital social em R$ 63,6 milhões. Além disso, um valor de mais de R$ 400 milhões será investido até 2017, aporte que inclui a expansão da planta industrial no Sul, com ampliação do portfólio de iates e nos mercados interno e externo.

“Esses números demonstram a confiança no projeto brasileiro e a força de um grupo mundial com mais de 45 anos de história e excelência náutica. Isso resulta em segurança aos nossos clientes ao adquirirem um produto de alto padrão de uma marca mundialmente consagrada, a Azimut Yachts”, destaca o CEO da Azimut do Brasil Davide Breviglieri.

A escolha do Brasil para ser a sede do segundo estaleiro da organização no mundo, em 2010, foi consequência de o país ser, à época, o vice-líder no mercado da Azimut, atrás apenas dos Estados Unidos. Além disso, como o barco é produzido artesanalmente, a linha de operação chinesa, apesar de ser mais barata, nem sequer foi cogitada, porque o mercado de luxo brasileiro é mais sofisticado.

O Sul abriga ainda o maior estaleiro, voltado à classe A, 100% nacional. A Schaefer Yachts, desde sua implantação, em 1992, já construiu mais de 2,6 mil barcos, que variam de 26 a 80 pés, este último feito sob medida para clientes como o apresentador Luciano Huck, no valor de R$ 12 milhões.

Em 2015, para comemorar os cinco anos da empresa no Brasil, foi lançado o maior iate já produzido no país, com 93 pés. O superbarco, tríplex, com living de dois ambientes, um deles externo e sala de jantar com mesa para oito pessoas, conta com quatro suítes, sendo a máster com banheira de hidromassagem. O valor? Algo na casa dos R$ 20 milhões.

EMPREENDEDORISMOA certeza na expansão do mercado é tamanha, que o empresário

Wilson Caoduro, além de comandar a Living Náutica em terras capixabas, ainda este ano inaugura outra concessionária da marca Phoenix, nos mesmos moldes da de Vitória, em Angra dos Reis (RJ).

Na capital capixaba, a empresa está ainda estruturando uma marina lounge no Canal de Jardim da Penha, com capacidade inicial para 200 jet skys, que serão alugados por R$ 400 a hora. O local, previsto para estar pronto em abril de 2017, terá infraestrutura similar a de alguns lugares no Sul do país, com bar e outra loja de equipamentos, acessórios e roupas próprias para atividades de lazer e esportivas. “A ideia é aproveitar a vista linda do canal e estruturar um lugar aconchegante para passar o dia com a família e os amigos, presenciar um pôr do sol com música ambiente, e se divertir com segurança. Tudo isso contando com profissionais especializados para garantir a manutenção ideal dos jets”, adianta Wilson.

A expectativa do empresário Wilson Caoduro, da Living Náutica, é vender cerca de 100 barcos em dois anos

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INOVAÇÃO: UM CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO

ESPECIAL

SEGUNDA EDIÇÃO DO ES BRASIL DEBATE 2016 DESTACA A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO PARA QUE SEJAM CRIADAS CONDIÇÕES REAIS DE COMPETITIVIDADE E SOBREVIVÊNCIA NO MERCADO. QUAL A MELHOR FORMA DE GARANTIR ESSE DIFERENCIAL?

Colodetti enfatizou ainda que o chamado à mudança sugere uma revisão de atitudes, de posicionamentos e de estratégias para a retomada da produtividade depois da recessão. E fez ainda um alerta sobre capacitação de pessoal. “Um dos desafios que teremos pela frente é a escassez de mão de obra especializada no país. Para garantir a produtividade no pós-crise, empresas deverão lançar mão de políticas e práticas

A segunda edição do ES Brasil Debate deste ano, que trouxe o tema “Investimento, infraestrutura e conhecimento: os caminhos para inovação”, abordou questões essenciais

relacionadas aos desafios do Espírito Santo e do Brasil para melhorar as boas condições já conquistadas e para vencer obstáculos que prejudicam esse avanço.

O evento, realizado no dia 24 de maio, no auditório do Bristol Century Plaza, na Praia de Camburi, em Vitória, contou com a participação do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), André Gomyde, o mediador da noite; e dos debatedores José Antonio Bof Buffon, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Charles Martins, gerente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento para a América do Sul do grupo ArcelorMittal; e Tadeu Pissinati, assessor para Implantação de Polos de Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

A abertura da programação ficou a cargo do editor da revista ES Brasil e diretor-executivo da Next Editorial, Mário Fernando Souza. Em seguida, a palavra foi dada ao diretor de Crédito e Fomento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Everaldo Colodetti, que convidou a plateia a uma reflexão, utilizando as palavras de Albert Einstein. “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor coisa que pode ocorrer com as pessoas e os países, porque traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”, destacou.

YASMIN VILHENA

Confira o compacto do debate em nosso site: esbrasil.com.br

“É preciso ter inteligência competitiva e cooperativa, trabalhar de forma estratégica na tomada de decisões, usar a capacidade de

computação em nuvem e boas análises de cenários, para que a partir daí possamos criar encaminhamentos” - Tadeu Pissinati, assessor

para Implantação de Polos de Inovação do Ifes

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de retenção de talentos e, principalmente, qualificação da sua mão de obra. O perfil profissional ganha um novo valor para os negócios”, afirmou o diretor do Bandes.

PARCERIAS SÃO FUNDAMENTAISDurante o encontro, os especialistas foram unânimes em afirmar

que a única forma de estruturar condições ideais de fomento à inovação é a integração entre a academia, as empresas e os governos. A pergunta que abriu o debate foi direcionada a José Antonio Bof Buffon, da Fapes, sobre a forma com que a entidade pode contribuir com o setor produtivo. “O sistema de inovação muitas vezes carece de uma instituição que possa imprimir sinalização, apontar caminhos, oferecer residência profissional e reduzir riscos. Nesse sentido, a Fapes vem se aperfeiçoando, concretizando parcerias dentro do próprio Governo, com os municípios e com as empresas privadas”, observou.

Charles Martins, da ArcelorMittal, falou sobre o impacto da inovação no mercado. “O primeiro item relevante desse processo é a competitividade, pois uma empresa que não investe em inovação está fadada à falência. Outra questão fundamental são as parcerias produtivas, que podem ser feitas com outras empresas, sociedade e instituições acadêmicas, por exemplo. Também é necessário reinventar a relação da empresa com os riscos nesse processo de inovação.”

Ao ser levantada a questão sobre as diretrizes estratégicas nacionais a serem estruturadas a fim de promover o desenvol-vimento sustentado, atenuar as desigualdades inter-regionais e elevar a autonomia para o crescimento, Martins mencionou ainda a importância da concretização da segurança jurídica nacional, para atrair investimentos.

Tadeu Pissinati, do Ifes, citou alguns dos mecanismos que podem ser adotados para que um novo negócio ganhe escala no Espírito Santo. “É preciso ter inteligência competitiva e cooperativa, trabalhar de forma estratégica na tomada de decisões, usar a capacidade de computação em nuvem e boas análises de cenários, para que a partir daí possamos criar encaminhamentos. Há outro elemento fundamental e que cabe uma parceria público/privada para solucionar, que é uma infraestrutura capaz de proporcionar

um ambiente que favoreça os empreendedores que gerem impacto no desenvolvimento. Tem que ter eficiência, tem que ser produtivo, tem que ser competitivo”, salientou.

O Parque Tecnológico de Vitória, que sairá do papel após quase três décadas, também foi citado na ocasião por André Gomyde, que frisou os avanços pretendidos com a implantação do empreendimento. “O complexo completará o ecossistema de inovação do município e contribuirá para o desenvolvimento econômico da cidade e do Estado, permitindo que as empresas e as pessoas estejam conectadas com um mercado que gira hoje algo em torno de US$ 1,3 trilhão em negócios.”

PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICONa etapa final, os convidados responderam às perguntas feitas

pelo público, composto por alunos dos níveis médio e superior, representantes de diferentes instituições e profissionais que têm feito a diferença no mercado, como o diretor da BluePixel, Rafael Rubim Teixeira; o presidente do Conselho de Política e Inovação da Findes, Franco Machado; o ex-presidente da Fapes Guilherme Pereira; e o gerente da Inova Findes, Iomar Cunha.

Ao serem indagados sobre o peso das inovações disruptivas e a melhor forma para romper um mercado já presente ou para criar um novo, os debatedores destacaram que o maior desafio está em manter a constância do processo de melhoria, pois aumentar a eficiência é elevar a competitividade. Ressaltaram ainda que durante os processos de inovação incremental (evolução de algo já existente) é que surgem as criações que rompem mercados (disruptivas).

Os especialistas ainda foram questionados sobre a real importância da pesquisa nas demandas da sociedade. “Toda pesquisa, todo conhecimento, é engajado”, enfatizou Buffon, antes mesmo de o debate ser finalizado, para destacar que toda inovação surge de questionamentos acerca de processos de melhoria.

Novo cooperativismo é tema de próximo debateO próximo ESB Debate, que será realizado no dia 12 de julho, trará como tema “O novo cooperativismo”. Uma ótima oportunidade para falar sobre o segmento que já reúne 7 milhões de associados no Brasil e que no Espírito Santo gerou um faturamento total de R$ 4,1 bilhões em 2014. As inscrições podem ser feitas no endereço www.esbrasil.com.br

ESB DEBATE

“Um dos desafios que teremos pela frente é a escassez de mão de obra especializada no país”

Everaldo Colodetti, diretor de Crédito e Fomento do Bandes, durante a abertura do debate

“O primeiro item relevante desse processo é a competitividade, pois uma empresa que não investe em inovação está fadada à falência” – Charles Martins, gerente do Centro de Pesquisas e

Desenvolvimento para a América do Sul do grupo ArcelorMittal

“O sistema de inovação, muitas vezes, carece de uma instituição que possa imprimir sinalização, apontar

caminhos, oferecer residência profissional e reduzir riscos” José Antonio Bof Buffon, presidente da Fapes

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ESTIAGEM: GOVERNO DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NO ES

de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao Ministério da Fazenda.

Cabe à União autorizar as instituições a dar prosseguimento à renegociação das dívidas. Até o momento, não houve nenhuma sinalização positiva quanto ao pleito capixaba. “Agora, com a decre-tação da situação de emergência, que inclusive era uma reivindicação dos movimentos sociais e nas entidades repre-sentativas do setor, ganhamos mais força nas negociações com o Governo Federal. Nossos produtores estão sofrendo muito e precisamos de uma resposta positiva da União”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel (bombeiro militar) Fabiano Marchetti Bonno, o cenário é bastante crítico. “Esse decreto possibilita que o Governo Estadual possa contratar

O G overno Estadual decretou, no início do mês de maio, situação de emergência em todo o território

capixaba, devido à grave estiagem que atinge o Espírito Santo pelo terceiro ano consecutivo. A expectativa é de que o decreto seja homologado pelo Executivo federal, para que a União possa ajudar os produtores rurais a renegociar seus créditos junto às instituições financeiras. Atualmente, existem R$ 8 bilhões aplicados na carteira de crédito agrícola, dos quais R$ 1,7 bilhão vencem neste ano.

O quadro extremamente delicado vem sendo discutido desde o início do ano passado. Todos os impactos negativos e as perdas da agropecuária capixaba em 2015, superiores a R$ 1,7 bilhão, foram descritos em um relatório entregue pela Secretaria

FATOS

de forma mais rápida obras e serviços para auxiliar os municípios neste momento tão delicado que estamos vivendo”, destacou.

Segundo levantamento da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), 14 cidades capixabas se encontram em condição extremamente crítica em relação ao abastecimento de água. As que inte-gram a Resolução Agerh nº 006/2015, que proíbe a captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano, são Barra de São Francisco, Ecoporanga, Alto Rio Novo, São Mateus, Sooretama, Aracruz, São Roque do Canaã, Santa Teresa, Itarana, Serra, Mantenópolis, Pancas, Itaguaçu e Governador Lindenberg.

Para enfrentar a crise hídrica, foi lançado no dia 22 de março o Programa Estadual de Construção de Barragens, que prevê inves-timentos de R$ 60 milhões na implantação de mais de 60 reservatórios de água no interior do Estado até 2018. As barragens a serem edificadas são de pequeno, médio e grande porte. Também foram disponi-bilizados pela Seag 19 caminhões-pipa para atender os municípios que estão em situação extremamente crítica. Os veículos estão sendo usados, exclusivamente, para o abastecimento humano.

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Local da medição: captação da Cesan no Rio Santa Maria da VitóriaElaboração: Agência Estadual de Recursos Hídricos do ES – AgerhFonte de dados: Cesan e ANA

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VAZÃO ATUAL DO RIO SANTA MARIA DA VITÓRIA

Média mensal de longa duração

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Local da medição: captação da Cesan no Rio JucuElaboração: Agência Estadual de Recursos Hídricos do ES – AgerhFonte de dados: Cesan e ANA

22.630 l/s

12.971 l/s

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VAZÃO ATUAL DO RIO JUCU

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Litros por segundo - l/s

MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO EXTREMAMENTE CRÍTICA

Fonte: Agerh

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São MateusBarra de São Francisco

Mantenópolis

Alto Rio Novo

Pancas

Itaguaçu

São Roque do Canaã

Santa Teresa

Serra

Itarana

Sooretama

Governador Lindenberg

Aracruz

Extremamente crítica

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AMPLIAÇÃO DE USINA FORTALECE GERAÇÃO DE EMPREGO EM LINHARES

contas públicas nacionais para que os investidores voltem a confiar no Brasil”, afirmou o governador.

A Central Termelétrica Lasa é uma unidade de produção de energia que utiliza como combustível a biomassa (bagaço da cana, consorciado com aproveitamento da palha da cana) oriunda do processo de fabricação de etanol. Com as obras, a estrutura de geração, que atualmente fornece energia para uso exclusivo da operação industrial, aumentará sua potência instalada de 3,2 MW para 33 MW.

A ampliação ocorrerá em duas etapas, com previsão para ser concluída até o final de 2018. Na primeira, com a caldeira existente, está estimada a oferta anual de aproximadamente 65 mil MWh até 2017. Na segunda, com a instalação de uma nova caldeira, é esperada uma produção 138 mil

O governador Paulo Hartung e o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, participaram, no dia

13 de maio, do lançamento do projeto de ampliação da usina termelétrica da Linhares Agroindustrial S/A (Lasa). O evento, que foi realizado na sede da indústria, contou com a participação de diversas lideranças políticas e econômicas do Estado, além dos trabalhadores da empresa.

Com um investimento de R$ 60 milhões, dos quais R$ 49 milhões serão financiados pelo Banco do Nordeste, a expansão irá gerar 200 empregos diretos na fase de implantação e outros 50 durante o funcionamento. “Estamos dando partida a um importante investimento, em meio a um momento desafiador no cenário nacional. Temos 11 milhões de desempregados no país e precisamos reorganizar as

Expansão irá gerar 200 empregos diretos

na fase de implantação e outros 50 durante a

operação. Investimento é de R$ 60 milhões

FATOS

MWh por ano, suficiente para abastecer uma cidade com 210 mil habitantes.

De acordo com Octaciano Neto, o Espírito Santo mostra mais uma vez que está indo na contramão do que tem sido verificado em outras regiões do país. “Graças ao ajuste fiscal promovido pelo governador e à austeridade característica de sua administração estamos vendo o Estado receber cada vez mais investimentos importantes como este que está sendo anunciado. O empresariado local tem demonstrado confiança no governo Paulo Hartung”, destacou.

Durante a solenidade, o presidente da Lasa, Carlos Alberto Lacerda Beltrão, ressaltou a importância do projeto, que irá elevar a disponibilidade de energia limpa, além de permitir que a produção excedente de eletricidade possa ser comercializada no

Sistema Interligado Nacional.“ Va l e r e s s a l t a r q u e

transformar bagaço e palha de cana em energia e gás de fermentação em CO² puro são soluções alinhadas com outras ações do Grupo JB em seu projeto de sempre investir em atividades que se enquadrem no conceito de sustentabilidade, atendendo aspectos sociais, econômicos e ambientais”, declarou.

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SOBRE A USINAA Lasa Agroindústria S/A foi fundada por um grupo de empresários locais de Linhares no ano de 1974. No começo, tinha como atividade inicial a fabricação de açúcar, mas em 1978, com a crise mundial dos preços do barril de petróleo e a criação do programa Proálcool, do Governo Federal, os acionistas optaram pela produção do álcool carburante. Adquirida em 1996 pelo Grupo JB, a usina oferece ao mercado atualmente álcool carburante hidratado utilizado em automóveis, álcool anidro usado como aditivo na gasolina; aguardente de cana, além de álcool neutro empregados nas indústrias farmacêutica, cosmética e de bebidas.

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que contou com 65 condutores, entre alunos da rede municipal de ensino, atletas e ex-competidores.

“A passagem da tocha olímpica em Vila Velha significa um momento muito importante para o turismo da nossa cidade. Por isso, reunimos no Parque da Prainha diversas manifestações culturais, esportivas e representações da história do povo canela-verde”, exaltou o prefeito Rodney Miranda.

O revezamento seguiu para a capital capi-xaba por meio do atleta máster do vôlei de praia Flavio Pitanga, que chegou à prainha da Ilha do Boi em uma lancha do Corpo de

A passagem da tocha olímpica pelo Espírito Santo causou muito alvoroço entre os capixabas que

foram até as ruas contempladas pelo trajeto para ver de perto o símbolo dos Jogos Rio 2016. A primeira recepção foi em Cachoeiro de Itapemirim, em 16 de maio. A parada seguinte foi Guarapari, onde muitas pessoas se concentraram nas proximidades do Radium Hotel, no Centro, no último dia 17.

A cidade de Vila Velha foi outra que viveu de perto as emoções. O revezamento prosseguiu pelos principais pontos da cidade, em um percurso de 13 quilômetros

FATOS

Bombeiros. Quem também guiou o símbolo olímpico foi o ex-jogador de futebol e ícone capixaba Geovani Silva. “Não esperava que a sensação fosse desse tamanho. Eu me emocionei mais do que quando bati meu próprio recorde e ganhei várias medalhas. Agradeço a Deus a oportunidade, por essa chance única”, destacou Geovani.

O trajeto incluiu ainda as cidades da Serra, Aracruz, Colatina, Linhares e São Mateus, antes de a tocha desembarcar na Bahia, no dia 19 de maio. Ao longo de 95 dias, 12 mil pessoas participam do revezamento. Na rota, estão mais de 300 cidades e os 27 estados do Brasil.

CAPIXABAS SE ENCANTAM COM A TOCHA OLÍMPICA

Foto: Thiago Guimaraes

O ex-jogador de futebol e ícone capixaba,

Geovani Silva, foi um dos participantes do trajeto

da tocha olímpica no Estado. “Agradeço a Deus a oportunidade, por essa

chance única”, afirmou

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ECONOMIA

52 www.esbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil • revistaesbrasil

EUSTÁQUIO PALHARESé jornalista, especialista

em Comunicação Empresarial

A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DE UM CICLO NÃO VALIDA SUA CONTEMPORANEIDADE

O consultor Evandro Millet tem nos brindado com instigan-tes observações nos artigos que

assina semanalmente em A Gazeta e, dentre tantos, destaco o que ele intitulou “O pó e a roça”, publicado recentemente. Nele, o articulista releva a necessidade de se fugir de uma visão excludente para a questão que confronta comunidade e as plantas industriais cujas atividades ou processos são intrinsicamente poluidores e, como tal, degradadores ambientais.

Coloca, assim, que tais projetos neces-sitam inadiavelmente administrar, senão conter, os efeitos perniciosos desses processos, o permanente incômodo que se materializa na fuligem derramada sobre a cidade, notadamente nos bairros locali-zados na direção em que correm os ventos predominantes. Imbuído de total bom senso, ressalta essa necessidade, ao tempo que previne radicalismos que compro-metam a manutenção ou a inviabilização de tais atividades por uma consciência ambiental aguda que ignora o legado posi-tivo desses empreendimentos.

Tais projetos, rememora o consultor, foram determinantes para que Vitória rompesse com o seu provincianismo, incorporasse feições cosmopolitas, incre-mentasse uma dinâmica urbana que passou a exigir serviços e produtos, numa florescente demanda nutrida por uma massa de salários que passou a

circular na economia local e exponencia-lizada por todo o arranjo produtivo que se instalou a montante e a jusante dessas megaplantas. Vitória passou a contar com um perfil de consumo de maior valor agregado, serviços mais refinados, uma ascendente classe média, profissio-nais e ocupações. Assim, preconizou, salomonicamente, a necessidade de o conflito ser mediado na perspectiva do

finais, quanto pela constatação de que os métodos produtivos que não mobilizem energia limpa estão irreversivelmente condenados. Tolerá-los aparenta ser suportável apenas pelo prazo em que essa transição se consuma sem impactos sociais significativos.

O primeiro mundo já consome pellets de madeira, como insumo de alta combustão, com absoluta inexistência de resíduos da queima que permite que as siderúr-gicas renegadas naqueles países possam retomar suas atividades lá. Essa é só uma das alternativas. O certo é que, na ótica do bom capitalismo, se as atividades que hoje se mantêm conseguirem neutra-lizar completamente o efeito ambiental pernicioso que hoje ainda persiste, elas se habilitam a uma sobrevida. Se o custo dessa conformidade inviabilizar a adoção das medidas exigidas, retirando-lhes por exemplo a competitividade que justi-fica suas instalações ao sul do Equador, teremos instalado o impasse.

Aí, com todo o reconhecimento devido ao papel que representaram na moder-nização da economia capixaba, será inevitável a admissão do fim de um ciclo, durante o qual supõe-se que tenham provisionado lucros suficientes para financiar sua relocalização ou a adaptação de suas instalações para outras finali-dades, eventualmente sucedâneos mais elaborados dos seus atuais produtos.

O PÓS-ROÇA

O primeiro mundo já consome pellets de madeira como insumo

siderúrgico limpo, viabilizando a retomada

da siderurgia por lá”

ganha-ganha, com transigências de lado a lado que convergissem para o equilí-brio coletivo.

É, ou seria, o primado do bom senso. Essa avaliação talvez mereça adendos e ref lexões adicionais. É certo que a economia capixaba precisa deixar de ser refém tanto de um modelo de produção de commodities pelo que repre-senta de vulnerabilidade nas crises cíclicas que envolvem seus consumidores

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José Eugênio Vieira é pesquisador com

diversos livros publicados sobre

a História do Espírito Santo e

atualmente ocupa a Superintendência

do Sebrae

Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder a essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

54 www.esbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil • revistaesbrasil

JERÔNIMO MONTEIRO – EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PROGRESSO

J erônimo Monteiro já pos-suía visão de estadista quando assumiu o Governo capixaba,

em 1908. Sua sólida formação humanística começou a ser forjada

no Colégio do Caraça, “plantado” no alto da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais,

por onde passaram alguns dos mais eminentes homens públicos do país, como os presidentes Afonso Pena e Arthur Bernardes.

O Espírito Santo necessitava, para vencer o futuro, mais do que de sua vitoriosa cultura do café. Jerônimo Monteiro percebeu essa premissa quando determinou a instalação do sistema de energia elétrica em Cachoeiro do Itapemirim e em Vitória, iniciativa que possibilitou a construção do primeiro complexo industrial do Estado, com a produção de cimento, óleo e açúcar no sul do Estado.

Paralelamente a esse plano do Executivo, nosso personagem realizou provavelmente seu maior passo para que o Espírito Santo ganhasse foro de Estado progressista, com o projeto de reforma no setor

educacional dos ensinos primário e secundário e a criação da Secretaria da Instrução. A Escola Modelo, então implementada, servia como estágio para alunos da Escola Normal, seguindo normas administrativas e pedagógicas, grande avanço na área para a época.

A trajetória na política, até sua escolha para a presidência do Estado, em 1908, foi marcada por sua instrução acadêmica na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se formaria aos 24 anos de idade, também ali assinalada pela convivência com figuras que se projetariam, como ele, na vida pública brasileira. Oriundo de uma oligarquia política com forte presença no Espírito Santo, elegeu-se deputado estadual pelo PRC – Partido Republicano Construtor, em 1895.

Foi depois vencedor em pleitos sucessivos para quatro mandatos de deputado federal, a partir de 1897 até 1918, quando, rompido com o PRC, fundou o PL – Partido da Lavoura.

A derrota do seu candidato ao Governo do Estado para Muniz Freire o levou a se afastar da política, transferindo sua residência para a cidade paulista de Passa Quatro. Proprietário rural, advogado,

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Jerônimo Monteiro encontrou nos meios de comunicação instru-mento para, como jornalista, divulgar suas ideias e ideais.

O chamamento da terra natal, no entanto, tornou-se imperioso e assim ocorreu seu retorno ao Espírito Santo.

Já casado com Cecília Bastos, pai de oito filhos, foi alvo de uma trama do destino que o colou de novo na linha de frente das disputas locais. O quadro partidário favorecia seus propósitos. O atrito político do então governador estadual, Henrique Coutinho, com o senador Muniz Freire abriu-lhe novas possibilidades, e ele

se lançou postulante à cadeira do Executivo capixaba. Com o apoio do presidente da República, Afonso Pena, tornou-se candidato único. Governou até 1912, quando, encerrado o período de sua administração, candidatou-se e se elegeu deputado estadual e, posteriormente, deputado federal, para o período 1915-1918.

Sua presença no Congresso Nacional foi encerrada com a eleição para senador – 1918-1927, quando, como candidato avulso, foi derrotado e deixou a vida pública, mudando-se definitiva-mente para o Rio de Janeiro.

Faleceu na antiga capital da República, no dia 23 de outubro de 1933, aos 63 anos de idade, quase todos dedicados a tornar o Espírito Santo o grande Estado dos seus sonhos.

Os capixabas, por seus representantes na Câmara Municipal, referendada pelo Poder Executivo da cidade de Vitória, homenagearam a memória do seu grande benfeitor, nascido na Fazenda Monte Líbano, em Cachoeiro do Itapemirim, com seu nome intimamente ligado a decididas iniciativas para o desenvolvimento do Estado. (Copidesque: Rubens Pontes)

Mais fotos e vídeos na galeria do site: www.esbrasil.com.br/oenderecodahistoria

Palácio

Anchieta

R. São Gonçalo

R. Cosme Rolim

Viaduto Caramuru

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R. Dr. Azambuja

R. Dr. José Benjamin Costa

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R. Coamandante Duarte Carneiro

R. Dionísio Rosendo

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Rua Nestor Gomes

Catedral Metropolitana

de Vitória

Palácio Anchieta

Theatro Carlos Gomes

Rio Santa Maria

Vitória

Av. Jerônimo Monteiro

Av. Jerônimo Monteiro

Av. Princesa Isabel

Av. Princesa Isabel

Av. Mal. Mascarenhas de Moraes

R. Sete de Setembro

R. Graciano Neves

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R. Nestor Gomes

R. Duque de CaxiasR. Dionísio Rosendo

R. Gama Rosa

R. José MarcelinoR. do Rosário

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R. Dr. Aristídes Campos

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R. Cel. Vicente Peixoto

R. Alberto de O. Santos

R. Cel. Alziro Viana

R. Barão de ItapemirimR. Francisco Araújo

R. Ce

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jardim

Participe da coluna enviando sugestões para [email protected]

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JERÔNIMO MONTEIROJerônimo Monteiro também “virou” cidade. Em 1958, no dia 28 de novembro, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou a Lei Estadual nº. 1.416, transformando em município o distrito de Vala do Souza, no sul do Estado, que recebeu a denominação de Jerônimo Monteiro, em homenagem ao ilustre ex-governador do Estado.

Foto: Ronaldo Moreira

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INFORME PUBLICITÁRIO

LAZER E SEGURANÇA PARA AS CRIANÇASMAR DOURADO RESIDENCIAL TEM DIVERSÃO À VONTADE PARA OS PEQUENOS

A s áreas de lazer com foco nas crianças sempre foram prioridade nos empreendimentos da Galwan. São espaços completos e diferenciados, para que os pequenos possam

se divertir com segurança. O antigo playground ganhou a companhia de várias áreas abertas e fechadas, atendendo todas as faixas etárias infantis.

O Mar Dourado é um dos empreendimentos da Galwan com muito lazer para esse público. Home cinema, playground com pergolado, brinquedoteca, sala de jogos, quadra recreativa e piscina infantil estão entre as opções de entretenimento.

O foco são as crianças, mas adolescentes, jovens, adultos e idosos também são lembrados. No Mar Dourado, eles contam com sala de massagem, espaço mulher, sala de repouso, sauna a vapor, duchas, fitness, salão gourmet/multiuso, lounge social, varanda coberta de uso diverso, salão de festas, piscina adulto com spa, churrasqueiras com forno de pizza, bangalô com jardim e deque.

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www.galwan.com.br | 27 3200-4004

“Há tantos frutos nos ramos,

De tantas formas e cores!

Irmãs! Enquanto dançamos,

Saíram frutos das flores!”

(Olavo Bilac – “O Outono”)

Caminhando pelo calçadão da Praia da Costa, numa iluminada manhã banhada pelo tépido sol de outono, passo por uma árvore bem velhinha, já com o tronco carcomido pelo tempo e em cujos galhos as folhas amareladas dão os últimos suspiros.

Sigo em frente pensando: quantas vezes essa árvore no auge de seu vigor, com sua copa frondejante, propiciou sombra fresquinha e abrigo seguro aos que a ela recorreram? Quantos casaizinhos apaixonados, em noites claras de luar ou sob um sol escaldante, se aconchegaram sob sua verde ramagem? – é, porque os apaixonados se abraçam, se aconchegam, independentemente das condições climáticas externas. O que conta é o clima que se estabelece entre eles.

Hoje, a velha árvore está prestes a cair. A seu lado viceja uma nova, frondosa, cheia de seiva.

Tecendo um paralelo entre as duas árvores, continuo a caminhada e chego a imaginar que em noites enluaradas, enquanto o mar à frente brinca com a areia dourada da praia trazendo para ela e levando, de volta, as rendas brancas das vestes de Iemanjá, haja um diálogo entre as duas. Não um diálogo amargo como o estabelecido entre uma aroeira e uma árvore frutífera, de um escritor cujo nome não me lembro agora, mas um diálogo ameno, descontraído: a árvore velha

relembrando dias passados, felizes, em que pôde ser útil protegendo os passantes das intempéries, acolhendo os casais enamorados ou amparando, em seus galhos, casais de passarinhos que ali se instalavam para o acasalamento e a construção de ninhos de amor. E a árvore moça no verdor, literalmente, de sua juventude, curiosa, perguntando e aprendendo tudo sobre os meandros da vida.

As duas árvores me levam a refletir sobre as diversas etapas da vida: infância, juventude, maturidade e velhice que, por conseguinte, me fazem lembrar versos de Olavo Bilac:

“Não choremos jamais a mocidade!

Envelheçamos rindo! Envelheçamos

Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade,

Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem!”

Bem-aventurados aqueles que, no ocaso da vida, podem se lembrar de que foram também abrigo seguro, recebendo, à sua sombra protetora, todos os que precisaram de sua acolhida, de sua proteção.

AS DUAS ÁRVORESZéa Galvêas Terra - [email protected]

CRÔNICA

O diretor-presidente da Galwan, José Luís Galvêas Loureiro, destaca que a área de lazer diferenciada se tornou uma marca da construtora. “Quando vamos construir, nos colocamos no lugar dos moradores e pensamos o que gostaríamos de ter ali. A Galwan constrói pensando em toda a família”, conta.

Localizado na orla de Itaparica, em uma área de 3.300 m² na valorizada Avenida Estudante José Júlio de Souza, o empreendimento tem apartamentos amplos, com área privativa de 105,33 m² (três quartos) a 149,26 m² (quatro quartos), duas e três vagas de garagem e vista eterna para o mar. O lazer é entregue equipado e decorado.

MAR DOURADO RESIDENCIAL

• Localização: Avenida Estudante José Júlio de Souza, Itaparica, Vila Velha.

• Lazer: lounge social, home cinema, salão de festas, playground, brinquedoteca, sala de jogos, fitness, quadra recreativa, piscinas adulto com spa, piscina infantil, sauna e churrasqueiras com forno de pizza.

• Realização e construção: Galwan Construtora e Incorporadora S/A

• Informações e vendas: (27) 3200-4004.

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PANORÂMICAS

Parceria do Editor

NEGOCIAÇÃO

ECONOMISTAS ATUAM EM MUTIRÃO DO PROCON

O Conselho Regional de Economia (Corecon-ES) teve importante parti-cipação no 3º Mutirão de Negociação de Dívidas, promovido pelo Procon Estadual, de 2 a 5 de maio, em Vila Velha. No total, foram atendidas 5.680 pessoas, que receberam orientações sobre educação financeira e conse-guiram renegociar seus débitos junto a instituições bancárias e empresas de água, energia elétrica e telefonia.

Os economistas voluntários Julierme Tosta, Luis Eduardo Dalfior, Rudisom Rodrigues, Rodolfo Rainer e Cézar Ribeiro Terin deram dicas e ajudaram nas negociações. Ao final do evento, a diretora-presidente do Procon, Denize Azaita, ressaltou a relevância da parceria com o Corecon. “Foi brilhante a atuação dos economistas no mutirão. Alcançamos o obje-tivo de levar um pouco de educação financeira e reflexão para o nosso público”, informou.

WORKSHOP PARA NOVOS ECONOMISTASO Corecon inovou e reuniu em um evento os dois lados do mercado de trabalho: empregadores e novos economistas em busca do primeiro emprego. O workshop “Ingressando no mercado de trabalho” contou com a participação de empresas como Vale, Fibria, Futura Consultoria e OPE Sociais, além de profissionais da área de recrutamento e seleção da Psicoespaço e da Humanun.Eles esclareceram dúvidas dos recém-formados e apresentaram um diagnóstico de oportunidades. Falaram também das estratégias para participar de processos de seleção, bem como de comportamentos e habilidades requeridas pelos patrões. O workshop ocorreu no dia 10 de maio, no Parque Botânico da Vale, em Vitória.

PALESTRAS

CORECON NAS ESCOLASO projeto “Corecon nas Escolas” tem sido um sucesso. Economistas

já realizaram quatro palestras em instituições de Vitória. A mais recente apresentação foi para alunos do Colégio Estadual, no último dia 10 de maio. Trata-se de uma explanação sobre a profissão de economista.

É um momento em que alunos têm a oportuni-dade de saber um pouco sobre a área, o mercado de trabalho e as funções que esse profissional pode ocupar, tanto no serviço público como na iniciativa privada. O “ C o r e c o n n a s Escolas” vai até o fim deste ano e é coorde-nado pelo economista Ricardo Paixão.

CADASTRO NACIONAL DE PERITOS DE ECONOMIA E FINANÇASO Conselho Federal de Economia (Cofecon) deu início a um importante projeto: a criação do Cadastro Nacional de Peritos de Economia e Finanças (CNPEF). O objetivo é criar uma listagem nacional de profissionais dessa área para a prestação de serviços junto aos Tribunais de Justiça do país. Isso porque o novo Código de Processo Civil Brasileiro prevê que os tribunais consultem os conselhos de classe para a convocação desses especialistas. Com um cadastro nacional, a prestação desse tipo de serviço público ganha transparência e o mercado fica restrito aos peritos devidamente listados. A decisão tem como base a Resolução nº 1.951, do Cofecon.

INSCRIÇÕES PARA PRÊMIO DE ECONOMIA ATÉ JULHOAs inscrições para o 22º Prêmio Brasil de Economia, realizado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), seguem até o dia 1º de julho. Participe, pois serão contempladas as melhores monografias de graduação, dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos técnico-científicos e livros de economia. No total, vão ser distribuídos R$ 48 mil em prêmios.O evento ocorrerá durante o XXV Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (Since), de 31 de agosto a 2 de setembro, em Natal (RN). O objetivo é estimular a reflexão crítica sobre a economia como ramo de conhecimento.

Fotos: Divulgação

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OBRAS DE ARTISTAS DIVERSOS EM DESTAQUE NO SHOPPING VITÓRIA

O mundo das artes invadiu o Shopping Vitória no mês de maio para democratizar o acesso da população capixaba ao enorme acervo de obras assinadas por criadores modernos e contemporâneos, além de peças de antiguidades. Aqueles que forem até o Espaço Cultural SV by Empório das Artes irão conferir inúmeros trabalhos de perto, entre tapetes, mobiliário de época, pratarias e cristais, e uma galeria de quadros e esculturas originais de Ângelo Canonne, Burle Marx, Di Cavalcanti, Levino Fanzeres, Manoel Santiago,entre outros. Esculturas em tamanhos diversos expostas no centro da galeria, prometem chamar a atenção do público, como a imponente “Pompeana”, que tem 1,57 metro. A exposição está aberta ao público sempre de segunda à sábado, das 10 às 22h, e aos domingos e feriados, das 15 às 21h, no 2º piso do mall.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS MARCAM REINAUGURAÇÃO DO TEATRO VILA VELHA

Um show repleto de versões de grandes sucessos da música popular brasileira. Assim foi a apresentação do grupo Fames Brasileiríssimo, atração de reestreia de um palco onde muitos artistas já passaram, com a reinauguração do Teatro Municipal Élio de Almeida Vianna, no dia 13 de maio. O espaço, que ganhou uma reforma geral, presenteou o público com diversas apresentações, além do Fames Brasileiríssimo, com teatro de rua, break, balé contemporâneo e show da banda da Unidade Municipal de Ensino Fundamental Senador João de Medeiros Calmon.

FEIRA LITERÁRIA É REALIZADA NA FÁBRICA DE IDEIASA Fábrica de Ideias, em Jucutuquara, Vitória, se transformou em um universo de livros em seus diversos formatos durante a III Feira Literária Capixaba, realizada entre os dias 11 e 15 de maio. Além da venda dos títulos, o evento trouxe para o público 51 lançamentos e inúmeras atividades, como declamações, prêmios de literatura, exposição de arte, contação de histórias para crianças, oficinas artísticas e muitas atrações de palco, desde música até danças folclóricas e regionais. A feira também contou com a presença de 70 escritores, que puderam participar de palestras e diálogos em mesas-redondas.

ESTILO

COMÉDIA COM TEMPERO NORDESTINO É DESTAQUE NO TEATRO DO SESIA cultura nordestina brasileira serviu de inspiração para o espetáculo “Couro de Cabra e a Promessa”, da Trupe Teatral Iá... Pocô!, realizado nos dias 20 e 21 de maio, no Teatro do Sesi de Jardim da Penha, em Vitória. A peça, que conta a saga romântica de Couro de Cabra, um calango sem eira nem beira que vai enfrentar a fúria do coronel Vitalino Virgulhão após se apaixonar por sua única filha, Celestina, é assinada por Rodrigo Paouto. Com nuances à la Romeu e Julieta, a comédia narra o amor impossível do casal que não pode viver o seu romance, visto que o coronel jamais permitiria que sua “joia rara” se unisse a alguém tão miserável e sem nenhum “pedacinho de chão”. “A concepção da montagem reflete a inspiração despretensiosa na cultura nordestina. É uma singela homenagem a esse povo que nos entrega grandes talentos na arte, na cultura e nas tradições, e que mesmo com todas as intempéries de uma vida árdua, injusta e castigada, não deixa de nos fazer sorrir e se emocionar”, explica o diretor.

LABOR@RTE PROMOVE FORMAÇÃO E CULTURA PARA O JOVEM

Unir o talento da juventude com as possibilidades da economia criativa. Esse é o conceito do Projeto Labor@rte, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) em parceria com Instituto Jones dos Santos Neves, Ideias, Apes Social e Insper. A iniciativa busca contribuir com o desenvolvimento do talento empreendedor de jovens com idade entre 15 e 29 anos, por meio de uma série de cursos e atividades nos campos da arte e da cultura, criando oportunidades de geração de renda e melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos. O Labor@rte é uma ação do Projeto Estruturante Ocupação Social. A sua primeira parte atenderá os bairros de Vila Nova de Colares (Serra), Nova Rosa da Penha (Cariacica) e Barramares (Vila Velha). Na etapa inicial de mobilização, ocorreram eventos de música, grafite, poesia, batalha de rimas e dança, que articularam jovens, coletivos artísticos e a comunidade em geral.

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GASTRONOMIA

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DICA DO CHEF ADRIANO MUCHELIN, chef do Spirito Jazz

O bar temático Spirito Jazz, localizado na Praia do Canto, possui um cardápio variado de “finger food”. São opções sofisticadas, fáceis de manusear e com uma apresentação moderna. Um dos destaques é a porção de bolinho de bacalhau. “Fervo o bacalhau e cozinho

as batatas até o ponto de purê. Junto os ovos e os temperos verdes, misturando tudo com o bacalhau e o purê. Modelo em forma de bolinho e frito a 180ºC. A qualidade do bolinho está muito ligada ao bom bacalhau e ao preparo cuidadoso.”

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ALIMENTOS SAUDÁVEIS E SABOROSOS NO SUBSTÂNCIA GASTRONOMIA LIGHT

Já pensou em poder comer massas, risotos e até sobremesas sem ficar preocupado com os quilinhos a mais? Sim, essa não é uma ideia impossível. Pelo menos no Substância Gastronomia Light, franquia que foi inaugurada no início do mês de maio, na Praia do Canto, em Vitória. Com mais de 100 itens de alimentos saudáveis e saborosos, o cardápio inclui receitas light como fettuccine aos quatro queijos, frango à cacciatora, iscas de filé mignon ao champagne, pavê crocante e risoto de camarão. Também há opções de bebidas – como sucos, chás e cappuccinos –, além de sopas e lanches. Todas as alternativas vêm com as calorias especificadas no menu. As delícias, que são congeladas, podem ser saboreadas tanto na própria loja, quanto em casa ou no trabalho. O serviço delivery também se encontra disponível para todos os clientes, que podem conhecer a casa de segunda a sexta-feira, das 9h às 19 horas, e aos sábados, das 10h às 15 horas.

RESTAURANTE AMARILLO É INAUGURADO EM GUARAPARI

A brasilidade dá o tempero aos pratos do Restaurante Amarillo, inaugurado no dia 7 de maio em Guarapari. O espaço, que fica localizado junto ao complexo de entretenimento do Acquamania, terá como conceito a comida caseira com toque do chef. À frente da gastronomia está Alessandro Eller, conhecido por suas criações que valorizam a produção local com o uso de ingredientes do agroturismo capixaba. No almoço, serão oferecidas opções diversificadas tanto no bufê como nos sete pratos executivos da casa, que podem variar conforme a escolha da carne, do molho e dos complementos. Os clientes terão à disposição sete tipos de carne – filé mignon (R$ 36), filé de salmão (R$ 36), picanha suína (R$ 31), filé de budião (R$ 32), filé de frango (R$ 28), filé de avestruz (R$ 65) ou cordeiro (R$ 45) –, além de molhos e quatro acompanhamentos, tais como caponata italiana, caponata de camarões, legumes na grelha, batata gratinada, farofinha de alho, vinagrete e feijão, dentre outros.

SATSUMA RENOVA CARDÁPIO BUFÊCom 27 anos de tradição na Praia do Canto, o restaurante Satsuma renovou o seu bufê do

horário do almoço, implementando o conceito de comida leve e saborosa, sob a batuta da chef consultora Anna Arreguy. Dentre os lançamentos estão o filé de peixe à moda asiática (empanado com panko e gengibre), cubos de frango ao molho de uvas, lagarto recheado de queijo e molho de laranja, chips de batata-doce, salada de frango com banana ao curry, salada especial de agrião com atum, penne sem glúten com brócolis e alho, e tabule de quinoa vermelha. Com a consultoria do sushi chef Marcus Arreguy, o cardápio oriental também vem com novidades deliciosas, como o uramaki de salmão maçaricado e com alho-poró, o sushi de salmão e especiarias e o sake maki com crispy de batata-doce. O restaurante também conta com bufê japonês todos os dias.

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IVO NOGUEIRA DIAS

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TEMPOS MODERNOSE m tempos de ebulições social, econômica e profissional como

os que estamos vivendo, é fundamental dar uma revisada em alguns dos conceitos clássicos, mas que são fundamentais

para o equilíbrio e o desenvolvimento pessoal no trabalho.Então vamos lá:

AUTOCONHECIMENTOSaiba quais são seus pontos fortes e que aspectos você precisa

melhorar, tanto no âmbito profissional como no pessoal. Identificar aonde você quer chegar é fundamental para

alcançar o sucesso no trabalho. Defina metas de curto, médio e longo prazo e se esforce para

alcançá-las. Revise seus objetivos e metas periodicamente, corrija o rumo

se for preciso.

DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO• Um prof issional de sucesso está em constante

desenvolvimento. • Não pare de estudar, faça cursos relacionados aos seus

objetivos profissionais e aproveite as oportunidades de treinamento oferecidas pela empresa.

COMPROMETIMENTOMantenha o foco na satisfação do cliente, na qualidade do seu

serviço, no cumprimento das regras da empresa, na organização do seu espaço de trabalho e no respeito aos prazos estabelecidos.

Comprometer-se não significa virar noites trabalhando, estar sobrecarregado e falar que “veste a camisa”. É muito mais profundo do que isso é empenhar o máximo de sua inteligência e capacidade para que a empresa cresça.

CONFIANÇATrata-se de ter clareza sobre suas capacidades, estar

comprometido com seus objetivos, ter convicção de seus valores e segurança ao expor ideias e realizar uma atividade.

A confiança é fundamental para sair da zona de conforto, inovar e assumir riscos calculados, características importantes e valorizadas pelo mercado.

PERSISTÊNCIAUma trajetória de sucesso quase sempre inclui momentos

de fracasso. Basta olhar para a história de grandes líderes da humanidade, inventores e artistas para perceber que muitos deles foram desacreditados, receberam críticas severas, ou erraram repetidas vezes até acertarem.

Um profissional de sucesso sabe aprender com seus erros e não desistir facilmente dos seus objetivos. Ser persistente é não “jogar a toalha” diante da primeira adversidade.

Persistência também não é sinônimo de teimosia. É importante saber a hora de parar ou corrigir a rota para atingir o resultado esperado.

RELACIONAMENTOSTer uma rede de contatos e alimentar esses relacionamentos

contribui para a troca de conhecimentos, experiências, apoio e por (que não) indicações.

É importante frequentar eventos de sua área de interesse e almoçar com seus colegas, mas também não se esqueça de cultivar relacionamentos em outras esferas, ampliando assim seus horizontes.

Aproveite para exercitar a escuta, falando menos e ouvindo mais. Profissionais de sucesso são bons observadores.

ÉTICAPostura ética e sucesso andam de mãos dadas.Um profissional ético respeita os limites de sua função, zela pelo

patrimônio da organização, segue regras de conduta e contribui para o bom rendimento da equipe e da empresa, mantendo assim relações de qualidade com seus colegas e a confiança dos líderes.

Um profissional confiante também inspira os demais e pode se tornar um líder, naturalmente.

Agora é com você. Sucesso!

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LUIZ FERNANDO LEITÃ[email protected]

66 www.esbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil • revistaesbrasil

• Expolar e Feinbares, sucesso nas novas feiras setoriais.

• Mata da Praia tem Cordeiro Baby Black.

• O Santa Teresa Jazz e Bossa não para de crescer.

• A Flic – Feira de Literatura vale a visita.

• Em julho tem Festival de Forró em Itaúnas. Na agenda.

• Parabéns àqueles que, apesar de tudo, continuam empreendendo!!!

DICA DO CHEF“Correr nas ladeiras das ilhas do Boi e Frade.” Pedro Trindade, empresário

A SAIDEIRA!Presidenta é o...

• O Cunha

• O Temer

• A tocha

• H1N1

• Terrenos de marinha

• O Brasileirão

CARDÁPIO DE ASSUNTOS

MOQUEQUINHAS

PRATOS DO DIA

BOCA NO TROMBONE

A Procuradoria-Geral da República lançou o SAC MPF, um aplicativo para receber denúncias de qualquer tipo de crime. O objetivo do órgão é apro-ximar o cidadão do Ministério Público Federal. O app também vai ajudar no combate a irregularidades eleito-rais durante o pleito de outubro. Para encaminhar uma denúncia ao MPF, deve-se preencher formulário dentro do próprio aplicativo com dados pessoais, como nome, CPF e ocupação, e enviá-lo. Após esse procedimento, é possível acom-panhar a tramitação do documento. Imagens também podem ser anexadas como provas de acusação. O programa SAC MPF é baixado de graça nas lojas virtuais dos aparelhos Apple e Android.

MOMA ON-LINEAnote aí. O MoMa (Museu de Arte

Moderna) de Nova York, nos Estados Unidos, irá oferecer, a partir do dia 16 de maio, um curso on-line e gratuito sobre fotografia. Seeing Through Photographs (Enxergando Através de Fotografias) é composto por seis sessões que podem ser assistidas de acordo com a preferência de cada estudante. As aulas, baseadas no acervo fotográfico do museu, serão ministradas pela curadora Sarah Meister. O curso também contará com entrevistas em vídeo com especialistas da área. Imperdível!

Cauby Canta Sinatra

Adeus, Facebook Jack London

Sempre em Movimento

Oliver Sacks

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