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INFORMATIVO EXTRAORDINÁRIO A Associação dos Guardas Portuários do Estado da Bahia, ASGPOR/BA, vem através deste documento, demonstrar, o parecer exemplificativo, a viabilidade da escala 24 x 72 hs, elaborado pelo nosso colega, Guarda Portuário do Porto de Ilhéus e também contador, Thiago Lessa, como plano “B”, em referência à escala de 12hs (2 dias de carga horárias diurnas de 12 hs, mais 2 dias de carga horária noturna de 12 hs, mais uma saída de serviço e 3 dias de folgas) elaborada pelo colega, também da Guarda, Isac. PROPOSTA DE NOVA ESCALA Os reflexos do trabalho em escala podem ser vistos no comportamento e na saúde de homens e mulheres submetidos a este tipo de jornada. Como principal sintoma deste desequilíbrio no funcionamento do relógio biológico tem-se: Insônia, Sonolência, Desatenção, Estresse, Depressão, Propensão a vícios, Doenças do sistema digestivo, Mau Humor, Irritabilidade, etc. Como todos sabemos a rotina portuária por si só já é estressante. E atreladas as constantes trocas de horário às quais os trabalhadores de setores essenciais como segurança e operação são submetidos, somados ao excesso de ruídos e poluição, não se espera outro resultado senão um grande impacto sobre a produtividade e saúde destes trabalhadores. Tendo em vista os fatores expendidos acima foi solicitado à diretoria da CODEBA que possibilitasse aos funcionários discutir melhores formas de distribuir os mesmos em turnos de trabalho que conciliem a necessidade do serviço por parte da empresa e que proporcionem aos trabalhadores melhores condições sociais e de saúde.

ESCALA 24 X 72

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INFORMATIVO EXTRAORDINÁRIO

A Associação dos Guardas Portuários do Estado da Bahia, ASGPOR/BA, vem através deste documento, demonstrar, o parecer exemplificativo, a viabilidade da escala 24 x 72 hs, elaborado pelo nosso colega, Guarda Portuário do Porto de Ilhéus e também contador, Thiago Lessa, como plano “B”, em referência à escala de 12hs (2 dias de carga horárias diurnas de 12 hs, mais 2 dias de carga horária noturna de 12 hs, mais uma saída de serviço e 3 dias de folgas) elaborada pelo colega, também da Guarda, Isac.

PROPOSTA DE NOVA ESCALAOs reflexos do trabalho em escala podem ser vistos no comportamento e na

saúde de homens e mulheres submetidos a este tipo de jornada. Como principal sintoma deste desequilíbrio no funcionamento do relógio biológico tem-se:Insônia, Sonolência, Desatenção, Estresse, Depressão, Propensão a vícios, Doenças do sistema digestivo, Mau Humor, Irritabilidade, etc.

Como todos sabemos a rotina portuária por si só já é estressante. E atreladas as constantes trocas de horário às quais os trabalhadores de setores essenciais como segurança e operação são submetidos, somados ao excesso de ruídos e poluição, não se espera outro resultado senão um grande impacto sobre a produtividade e saúde destes trabalhadores.

Tendo em vista os fatores expendidos acima foi solicitado à diretoria da CODEBA que possibilitasse aos funcionários discutir melhores formas de distribuir os mesmos em turnos de trabalho que conciliem a necessidade do serviço por parte da empresa e que proporcionem aos trabalhadores melhores condições sociais e de saúde.

Tem-se por regra, que os trabalhadores em regime de escalas de revezamento devem laborar em turnos de 6 horas de jornada diária, sendo permitida a extrapolação de 2 horas ao máximo por dia e respeitado o descanso semanal remunerado. No entanto, apesar deste limite previsto na CLT de duas horas extras por dia, a jurisprudência tem tolerado a compensação fixa do regime de trabalho de 24 x 72 (semana espanhola – OJ 323 da SDI-I da TST). A provável explicação para este posicionamento majoritário e pacificado talvez seja porque este regime de trabalho foi inspirado na lei especial – Lei no 5.711/72. Além disso, este regime acaba trazendo benefícios ao trabalhador, na medida em que aumenta seu tempo de disponibilidade pessoal, proporcionando-lhe mais dias de folga e, nos termos do art. 7º da CRFB/88, todos os atos que importem em benefício ao trabalhador devem prevalecer e ser reconhecidos como direitos que visem à sua melhoria de condição social. (Vólia Bomfim Cassar)

Registre-se que há forte corrente jurisprudencial que tem ampliado tais limites diários, ao conferir validade às jornadas de plantão, do tipo 24 horas trabalhadas por 72

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horas de descanso como no enunciado do TST de nº 85 e incorporados às OJs nºs 182, 220 e 223.

É salutar ressaltar a importância das convenções coletivas neste processo e utilizando-se para tanto das palavras do Mestre Orlando Gomes (Estudos): ‘permitem ao empregado influir nas condições de trabalho, tornando-as bilaterais, atenua o choque social e reforça a solidariedade do operariado; é fonte de direito (Maria de La Cueva) e não tem os inconvenientes da lentidão legislativa, experimentando medidas que poderão tornar-se no futuro, normas gerais; é uma tentativa nobre de reabilitar a dignidade humana, aviltada pelo individualismo jurídico’. Têm, assim, as convenções e acordos coletivos importância social máxima, devendo suas normas e preceitos serem objeto de respeito pelas partes, sob pena de perda da credibilidade de sua eficácia, pois, nas palavras de Evaristo de Moraes Filho – Evolução do Direito – ‘sem liberdade nem autoconfiança das classes interessadas, murcha a convenção coletiva por falta de oxigênio, tornando-se letra morta nas leis e servindo somente de tema erudito para dissertações doutorais.

Segue abaixo pequena simulação exemplificativa de escala de 24 x 72 com explicações a cerca das consequências financeiras.

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Na hipótese acima o guarda da turma A ou B perceberia uma remuneração bruta de R$ 2.769,25, e o da Turma C ou D perceberia uma remuneração bruta de R$ 2.619,20, gerando em variação da ordem de 5%. Importa observar que ao longo dos meses há uma mudança cíclica entre os grupos que trabalharão 8 dias e os que trabalharão 7 dias ocorrendo uma compensação natural.

OBS.: GOSTARÍAMOS DE SALIENTAR, VEEMENTEMENTE PARA TODA A GUARDA PORTUÁRIA E OPERAÇÃO, QUE, INDEPENDENTEMENTE DE QUAL ESCALA SEJA APROVADA, NÃO ACEITAREMOS NENHUMA PERDA SALARIAL. DEVEMOS APROVEITAR QUE A DIRETORIA DA CODEBA, ESTAR SE MOSTRANDO SOLIDÁRIA AO NOSSO PLEITO DE MUDANÇA DE ESCALA DE SERVIÇO.

Salvo Melhor Juízo, 13 de Junho de 2012.

José Carlos Barbosa Presidente – ASGPOR/BA