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ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA AVALIAÇÃO DA ESPASTICIDADE

ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA AVALIAÇÃO DA …...uma escala de 6 pontos para melhorar a precisão em graus inferiores, o que foi denominado como a Escala Modificada de Ashworth

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ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA

AVALIAÇÃO DA ESPASTICIDADE

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1 Diretrizes AMB

ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA AVALIAÇÃO DA

ESPASTICIDADE

Autoria: Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação

Participantes: Carlos Musse, Antonio Silvinato, Ricardo Simões,

Wanderley M. Bernardo

Diagramação: Ana Paula Trevisan

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2 Diretrizes AMB

INTRODUÇÃO

As escalas de Ashworth são medidas clínicas primárias de espasticidade e estão

prontamente disponíveis para os clínicos e investigadores. Bryan Ashworth que

primeiro desenvolveu a escala original (OEA) para avaliar a eficácia clínica do

carisoprodol em doentes com esclerose múltipla, descreveu o princípio da

avaliação da espasticidade muscular em uma pontuação de escala de 5 pontos.

Bohannon e Smith modificou a OEA pela adição do grau 1+ tornando-se em

uma escala de 6 pontos para melhorar a precisão em graus inferiores, o que foi

denominado como a Escala Modificada de Ashworth (MAS). A Escala

modificada de Ashworth Modificada (MMAS) omitiu o grau adicional de 1+ e

redefiniu o grau 2, com o objetivo de melhorar a confiabilidade e a validade da

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3 Diretrizes AMB

MAS. Diversos estudos avaliaram a confiabilidade e validade da versão em

Inglês da nova MMAS1(B).

MATERIAL E MÉTODO

A obtenção da evidência a ser utilizada para análise do papel da Escala

Modificada de ASHWORTH na avaliação da Espasticidade seguiu os passos de:

elaboração da questão clínica (1), estruturação da pergunta (2), busca da

evidência (3 e 4), avaliação crítica e seleção da evidência (5 a 9).

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4 Diretrizes AMB

1. DÚVIDA CLÍNICA

QUAL O PAPEL DA ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA AVALIAÇÃO DA

ESPASTICIDADE?

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5 Diretrizes AMB

2. PERGUNTA ESTRUTURADA

A DÚVIDA CLÍNICA É ESTRUTURADA POR MEIO DOS COMPONENTES DO P.I.C.O.

P: Espasticidade

I: ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH

C: OUTRAS ESCALAS OU ESCORES

O: Risco OU Diagnóstico OU Prognóstico

(P (Paciente); I (Intervenção ou Exposição); C (Comparação); O (“Outcome”).

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6 Diretrizes AMB

3. BASES DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSULTADAS

A base de informação científica consultada foi PubMed-Medline. Busca manual

a partir de referências de revisões (narrativas ou sistemáticas) também foi

realizada.

4. ESTRATÉGIA DE BUSCA DA EVIDÊNCIA

PubMed-Medline

Estratégia: ((((Spastic OR Clasp Knife Spasticity OR Muscle Spasticity OR

Spasticity))) AND ASHWORTH) AND (sensitiv*[Title/Abstract] OR

sensitivity and specificity[MeSH Terms] OR diagnose[Title/Abstract] OR

diagnosed[Title/Abstract] OR diagnoses[Title/Abstract] OR

diagnosing[Title/Abstract] OR diagnosis[Title/Abstract] OR

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7 Diretrizes AMB

diagnostic[Title/Abstract] OR diagnosis[MeSH:noexp] OR diagnostic *

[MeSH:noexp] OR diagnosis,differential[MeSH:noexp] OR

diagnosis[Subheading:noexp]) = 226 trabalhos (Tabela 1)

5. TRABALHOS RECUPERADOS POR BASE (01/08/2014)

BASE DE INFORMAÇÃO NÚMERO DE TRABALHOS

Primária

PubMed-Medline 226

Tabela 1 – Número de trabalhos recuperados com as estratégias de busca

utilizadas para cada base de informação científica

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8 Diretrizes AMB

6. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS TRABALHOS RECUPERADOS

A seleção dos estudos, a avaliação dos títulos e resumos obtidos com a

estratégia de busca nas bases de informação consultadas foi conduzida por dois

pesquisadores com habilidade na elaboração de revisões sistematizadas, de

forma independente e cegada, obedecendo rigorosamente aos critérios de

inclusão e exclusão estabelecidos previamente, separando-se por fim os

trabalhos com potencial relevância. Quando o título e o resumo não foram

esclarecedores, buscou-se o artigo na íntegra.

6.1 DESENHOS DE ESTUDO

Revisões narrativas ou Sistemáticas, séries de casos, e estudos caso-controle

foram incluídos somente na ausência, ou para complementar a informação

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9 Diretrizes AMB

obtida de estudos primários transversais, coortes observacionais e ensaios

controlados randomizados. Revisões narrativas ou sistemáticas e metanálises

foram utilizadas também com o princípio básico de recuperação de referências

que porventura haviam sido perdidas em primeiro momento a partir da

estratégia de busca inicial.

6.2 COMPONENTES DO P.I.C.O.

Paciente

Pacientes com espasticidade por lesão congênita ou adquirida do

sistema nervoso central (acidente vascular cerebral, paralisia cerebral,

lesões medulares, neoplasias, trauma cranioencefálico, doenças

heredo-degenerativas e desmielinizantes).

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10 Diretrizes AMB

Intervenção ou Exposição

ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH

Comparação

OUTRA ESCALA OU ESCORE

“Outcome”

DIAGNÓSTICO OU RISCO OU PROGNÓSTICO

6.3 IDIOMA

Foram incluídos estudos disponíveis na língua portuguesa, inglesa, ou

espanhola.

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11 Diretrizes AMB

6.4 SEGUNDO A PUBLICAÇÃO

Somente os trabalhos cujos textos completos encontravam-se disponíveis foram

considerados para avaliação crítica.

7.

8. TRABALHOS SELECIONADOS NA PRIMEIRA AVALIAÇÃO

Após submeter a estratégia de busca às bases de informação primária (PubMed-

Medline), a avaliação dos títulos e resumos possibilitou a seleção de 36 estudos.

9. EVIDÊNCIA SELECIONADA NA AVALIAÇÃO CRÍTICA E EXPOSIÇÃO DOS

RESULTADOS

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12 Diretrizes AMB

Os trabalhos considerados para leitura em texto completo foram avaliados

criticamente segundo os critérios de inclusão e exclusão, por desenho de estudo,

P.I.C.O., língua e disponibilidade do texto completo (itens 6.1, 6.2, 6.3 e 6.4).

Os resultados referentes à situação clínica considerada serão expostos

individualmente, através dos seguintes itens: questão clínica, número de

trabalhos selecionados (segundo os critérios de inclusão), descrição dos estudos,

resultados e síntese da evidência disponível (Tabela 2).

Quando, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a evidência

selecionada na busca era definida como estudo transversal ou ensaio clínico

controlado randomizado (ECR), era submetida a um Check-list apropriado de

avaliação crítica (QUADAS-22 ou CONSORT3).

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13 Diretrizes AMB

A avaliação crítica dos estudos incluídos permite classifica-los, pela escala

Oxford de 20094, em força da evidência 1b ou 2b, e grau correspondente de

recomendação A ou B, respectivamente. As revisões sistemáticas foram

classificadas em força da evidência 1a ou 2a, e graus de recomendação A ou B,

respectivamente.

Para resultados com evidência disponível serão definidos de maneira específica,

sempre que possível, a população, a intervenção, os desfechos, a presença ou

ausência de benefício e/ou dano e as controvérsias.

Os resultados serão expostos preferencialmente em dados absolutos,

porcentagem, sensibilidade, especificidade, odds ratio e eventualmente em

média e desvio padrão.

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14 Diretrizes AMB

As referências relacionadas aos trabalhos incluídos estarão dispostas no item

referências bibliográficas.

9. ITENS E SEQUÊNCIA DE DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS

Evidência incluída

Desenho do estudo

População selecionada

Exposição observada

Desfechos considerados

Expressão dos resultados: porcentagem, odds ratio, sensibilidade,

especificidade, número absoluto

Tabela 2 - Planilha utilizada para descrição dos estudos incluídos e exposição

dos resultados

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15 Diretrizes AMB

RESULTADOS

QUESTÃO CLÍNICA

QUAL O PAPEL DA ESCALA MODIFICADA DE ASHWORTH NA

AVALIAÇÃO DA ESPASTICIDADE?

EVIDÊNCIA SELECIONADA

Tipo de publicação Incluídos Excluídos

36 estudos na primeira

seleção

19 17

Tabela 3 – Processo seletivo

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16 Diretrizes AMB

Os principais motivos de exclusão dos trabalhos foram: estudo não utilizou a

escala da questão clínica, a escala é utilizada para comparação, paciente não é

espasticidade, avaliação de desempenho de profissionais de saúde, estudo

piloto, análise post-hoc, avaliação instrumentada da espasticidade, hipertonia,

contratura, exames laboratoriais, desfecho intermediário, avaliação de

subgrupos, avaliação de componentes intermediários da escala, carta, desenho

caso-controle, relato de caso, comparação entre técnicas de aplicação.

RESULTADOS DA EVIDÊNCIA SELECIONADA

Dos 36 artigos inicialmente selecionados após avaliação dos títulos e resumos,

19 foram selecionados para sustentar a síntese da evidência referente ao uso da

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17 Diretrizes AMB

escala modificada Ashworth na espasticidade. Os trabalhos incluídos estão

relacionados na Tabela 3.

EVIDÊNCIA INCLUÍDA

PMIDs: 22951716; 18338533; 16848350; 3809245; 21328165; 22432437; 18569857;

10489001; 18026067; 19786977; 22659636; 18402701; 17156693; 23994052;

19052249; 18627628; 12735536; 9710170.

HEMIPLEGIA/HEMIPARESIA

ANSARI NN, NAGHDI S 20125(B)

Pacientes com idade ≥ 18 anos, lesão cerebral de pelo menos 1 mês, hemiparesia

devido à lesão cerebral, e espasticidade dos músculos dos membros superiores

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18 Diretrizes AMB

foram avaliados, quanto à espasticidade, pela Escala Modificada de Ashworth

(MMAS). Três grupos musculares foram examinados: 1) adutores do ombro; 2)

flexores do cotovelo; e 3) flexores do punho do membro superior afetado. A

idade dos pacientes estava entre 23-80 anos (média de 59 ± 14 anos). As

patologias determinando hemiparesia foram: acidente vascular cerebral (n =

24); Tumor (n = 3); Traumatismo Craneoencefálico (n = 2); e Esclerose Múltipla

(n = 1), incluindo 10 pacientes hemiparéticos à direita e 20 hemiparéticos à

esquerda. As notas MMAS foram de '0 'a '3'. Nenhum paciente foi classificado

como '4 '. As pontuações mais frequentemente atribuídas foram '0 'seguido de

'1' e '2 '. Os coeficientes kappa ponderados que indicaram grau de concordância

foram uniformemente elevados. As diferenças entre os valores de kappa

ponderado para grupos musculares não foram estatisticamente diferentes (p>

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19 Diretrizes AMB

0,05). Em pacientes com acidente vascular cerebral (n = 24), o valor kappa

ponderado quadrático foi bom para adutores do ombro (κw = 0,71, SE = 0,12, p

= 0,0004), e muito bom para flexores do cotovelo (κw = 0,91, SE = 0,05, p <0,001)

e flexores do punho (κw = 0,88, SE = 0,07, p <0,001).

NAGHDI S 20086(B)

A confiabilidade, da MMAS, na avaliação da espasticidade, do flexor do pulso

em pacientes adultos após lesões do neurônio motor superior, pode ser feita de

acordo com a seguinte escala: 0 = Sem aumento do tônus muscular; 1 = ligeiro

aumento do tônus do músculo, que se manifesta por uma resistência mínima no

final da amplitude de movimento, quando a parte afetada (s) é movida em

flexão ou extensão; 2 = aumento acentuado no tônus muscular, manifestado por

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20 Diretrizes AMB

uma resistência durante todo o restante da amplitude de movimento, mas a

parte afetada é facilmente deslocada; 3 = Aumento considerável do tônus

muscular, o movimento passivo difícil; e 4 = parte (s) afetada rígida em flexão

ou extensão. Os critérios de inclusão foram: idade entre 40 e 65 anos, a presença

de lesões de neurônio motor superior, que resultou na hemiplegia com

espasticidade do membro superior, duração da doença entre 1 e 24 meses. Foi

usado goniômetro padrão para determinar o intervalo de pulso do movimento.

O lado não afetado foi utilizado como controle para comparar a amplitude de

pulso do movimento entre os dois lados. Os pacientes tinham uma idade média

de 55,6 anos (DP = 7,8, variação = 40-65). Onze pacientes tiveram hemiplegia

direita, e 19 pacientes tinham hemiplegia esquerda; 28 pacientes com acidente

vascular cerebral, um traumatismo crânio-encefálico, e 1 tinha tumor. As

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21 Diretrizes AMB

pontuações MMAS foram distribuídas com notas que vão de '0 'a '3', e os

pacientes foram mais atribuída uma pontuação de 3. Os avaliadores não

marcaram pacientes com grau 4. A concordância foi de 97,4%. Houve 100% de

concordância com os graus 1 e 2, com o acordo de 46,7% para o grau 3 e

concordância de 16,7% para grau 0. A estatística kapa para concordância

indicou muito boa confiabilidade (kw = 0,92, SE = 0,03, p <0,0001).

ANSARI NN 20067(B)

As escalas Ashworth (AS) e Modificada de Ashworth (MMAS) foram

comparadas em 15 pacientes com hemiplegia devido a acidente vascular

cerebral (11 indivíduos), tumor (3 indivíduos), ou traumatismo craniano (1

assunto). Oito pacientes tinham hemiplegia direita e sete hemiplegia esquerda.

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22 Diretrizes AMB

A idade média era de 52 anos (intervalo interquartil, 28 ± 64). Cotovelo do

paciente foi estendido a uma posição de flexão máxima possível. Para o AS,

dois avaliadores concordaram em oito pacientes (53,3%), e a maior

concordância ocorreu para dezenas de 2 (33,3%) e 1 (20%), respectivamente.

Mais divergência ocorreu entre os graus 1 e 2 (33,3%). Para o MAS, dois

avaliadores concordaram em sete pacientes (46,7%), e a maior concordância

ocorreu para os escores de 1+ (26,7%) e 1 (13,3%), respectivamente. Mais

desacordo ocorreu entre a 1 e 1+ (20%) e a 1+ e 2 (20%). Valores Kappa para

ambas as escalas foram pobres, mas o valor kappa para o MAS (k = 0,21, SE =

0,12, p = 0,08) foi ligeiramente melhor do que o AS (k = 0,17, SE = 0,21, p = 0,41).

Não houve diferença significativa entre a confiabilidade do AS e MAS (x2 =

0,0285, p = 0,7).

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23 Diretrizes AMB

BOHANNON RW 19878(B)

Trinta pacientes (17 homens e 13 mulheres) participaram da avaliação da

espasticidade. A idade média era de 59,3 ± 17,6 anos (variação, 19-81 anos).

Todos os pacientes tinham lesões que envolviam o sistema nervoso central. Um

paciente tinha esclerose múltipla, 5 tinham traumatismo craniano fechado, e 24

tinham acidentes vasculares cerebrais. O cotovelo dos pacientes eram

estendidos a partir de uma posição de flexão máxima possível a um teste

máximo possível de extensão ao longo de um período de cerca de um segundo,

enquanto o antebraço era preso distalmente (apenas proximal ao punho).

Houve concordância em 26 (86,7%) das 30 opiniões, e nunca se discordou por

mais do que uma única série. Correlação tau de Kendall entre as notas foi de

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24 Diretrizes AMB

0,847 (p <0,001). O ranking médio das classificações foi de 2,47 para cada

avaliador. Estas avaliações não diferiram significativamente.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

GHOTBI N 20119(B)

O estudo utilizou um desenho de teste e re-teste para avaliar a confiabilidade

intra-examinador do MMAS em pacientes com espasticidade dos membros

inferiores. Pacientes com esclerose múltipla (MS) ou acidente vascular cerebral

com espasticidade foram recrutados. O MMAS foi a escala utilizada. Três

grupos musculares do membro inferior afetado de cada paciente foram

avaliados: adutores do quadril, extensores do joelho e flexores plantares do

tornozelo. Vinte e três pacientes (catorze mulheres, nove homens), com uma

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25 Diretrizes AMB

idade média de 37,3 ± 14,1 anos, foram examinados neste estudo. Dezoito

pacientes apresentaram MS, e cinco pacientes tiveram hemiplegia devido a um

único AVC. Todos os graus de MMAS, de 0-4, foram marcados, mas aos

pacientes foi mais frequentemente atribuída a pontuação de 0 e 1 em todos os

grupos musculares. A maioria de acordo foi obtida para o grau 0, seguida por

grau 1. O kappa ponderado foi moderado para os adutores do quadril, bom

para os extensores do joelho, e muito bom para os flexores plantares do

tornozelo. O valor de kappa para concordância geral foi muito bom. O teste do

qui-quadrado mostrou um valor de kappa ponderado significativamente maior

para os flexores plantares do tornozelo do que para os adutores do quadril (p

<0,05). A diferença entre os valores de kappa ponderados dos extensores do

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26 Diretrizes AMB

joelho e os de qualquer adutores do quadril ou flexores plantares do tornozelo

não foi estatisticamente significativa.

NAKHOSTIN N 20081(B)

Indivíduos com espasticidade do extensor do joelho foram recrutados para este

estudo. Os pacientes eram obrigados a ter pelo menos 18 anos de idade e com

uma história de primeiro AVC, que resultou na espasticidade do grupo do

quadríceps femoral. O objetivo deste estudo foi examinar a confiabilidade inter

e intra-examinador da Escala Modificada de Ashworth (MMAS). Os escores

foram distribuídos com notas que variam de 0 a 3. Concordância maior, entre os

avaliadores, ocorreu para os escores de 1 (26,7%) e 2 (26,7%), e para os escores 0

(26,7%) e 2 (26,7%) para um avaliador. Foi obtido a concordância percentual de

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27 Diretrizes AMB

80,1% e 86,6% entre os avaliadores e para um avaliador, respectivamente. Os

valores de Kappa foram bons (k = 0,72, SE = 0,14, p <0,001) entre os avaliadores,

e muito bons (k = 0,82, ep = 0,12, p <0,001) para um avaliador. Os valores de

correlação foram adequados para o uso clínico, com 0,87 (SE = 0,06, p <0,001)

entre os avaliadores e 0,92 (SE = 0,05, p <0,001) para um avaliador.

ANSARI NN 200810(B)

Trinta indivíduos com espasticidade dos músculos dos membros superiores e

inferiores foram recrutados para este estudo. Os pacientes que preencheram os

seguintes critérios foram considerados para ser incluído no estudo: ter pelo

menos 18 anos de idade, com uma lesão cerebral, resultando em hemiplegia,

sendo capaz de seguir as instruções. Os músculos testados foram do lado

hemiplégico. Eles foram o adutor do ombro, flexor do cotovelo e flexão do

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28 Diretrizes AMB

punho, ou o membro superior. O adutor do ombro e flexor do pulso foram

considerados como grupos musculares proximais e distais, respectivamente. No

membro inferior, os adutores do quadril, extensores do joelho e flexores

plantares do tornozelo foram testados. O adutor do quadril e flexor plantar do

tornozelo foram considerados como grupos musculares proximais e distais,

respectivamente. As pontuações do MAS foram distribuídas em toda a escala,

variando de 0 a 4. Aos pacientes foi mais frequentemente atribuída uma

pontuação de 0, e havia poucos indivíduos com graus 3 e 4. A concordância

geral (percentual) entre dois avaliadores, e para um examinador, foram 66% e

71%, respectivamente. A pontuação mais comumente relatada foi 0 - 41,7%

entre avaliadores e 40,1% para um avaliador. Os valores de kappa para o

concordância entre avaliadores e para um examinador foram 0,514 (SE = 0,046,

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29 Diretrizes AMB

p <0,001) e 0,590 (SE = 0,051, p <0,001), respectivamente. Os resultados de

concordância global foi moderada entre avaliadores e para um examinador. A

diferença entre os dois valores não foi significativa (χ2 = 1,22, df = 1, p> 0,05).

Não houve diferença significativa entre os valores de κ obtidos para os grupos

musculares de membro superior (χ2 = 3,39, df = 2, p> 0,05) ou de membros

inferiores (χ2 = 5,99, df = 2, p> 0,05), entre os avaliadores.

GREGSON JM 199911(B)

Este estudo reavaliou o MAS no cotovelo, avaliando a utilidade potencial do

MAS como ferramenta de avaliação clínica e de pesquisa. Trinta e dois doentes

foram incluídos. A idade média foi de 74 anos (intervalo interquartil, 69-80). O

tempo médio pós-AVC foi de 48 dias (variação interquartil, 21-77 dias). Havia

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30 Diretrizes AMB

27 infartos, e 5 hemorragias primárias. A classificação (OCSP) mostrou 3

acidentes vasculares cerebrais totais de circulação anterior, 15 parciais de

circulação anterior, 7 AVCs lacunares e 2 de circulação posterior; 5 não eram

classificáveis pelas informações fornecidas. Havia história documentada de

AVC ou ataque isquêmico transitório em 12 casos. Os grupos de pacientes

foram avaliados utilizando o MAS por 4 dias. A confiabilidade inter e intra

avaliadores foram ambas muito boas para o MAS no cotovelo.

LESÃO MEDULAR

TEDERKO P 200712(B)

A população do estudo foi constituída por 30 pacientes com déficit neurológico

após uma lesão medular cervical. O grupo incluiu 23 homens e 7 mulheres com

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31 Diretrizes AMB

idade entre 17-65 anos (mediana de 29 e média de 33,9). Dezesseis pacientes

foram diagnosticados com tetraplegia e quatorze com tetraparesia. O estado

funcional dos pacientes foi o seguinte: 5 pacientes não foram capazes de se

sentar, 14 pacientes foram adaptados à posição sentada e 11 pacientes foram

adaptados para a posição em pé ou foram capazes de caminhar. A

determinação do tônus muscular, de acordo com o MAS, foi separada para a

esquerda e membro superior direito nas seguintes articulações: úmero, ulna,

radiocarpal, articulação metacarpofalangeana e interfalangeana do polegar,

metacarpofalangeanas e interfalangeanas dos dedos II-IV, bem como

separadamente para a parte inferior esquerda e direita nas seguintes junções:

coxofemoral, do joelho e do tornozelo. Análise de repetição utilizando

coeficiente de correlação intraclasse, para conjuntos de 16 elementos do MAS,

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32 Diretrizes AMB

de pontuação do tônus muscular. As diferenças entre os valores “0- 1“,”2-3” e

“3-4” foram consideradas como equivalentes a um ponto, enquanto as

diferenças entre os valores “1 a 1+” e “1+ a 2” foram consideradas como

equivalente a meio ponto. A confiabilidade interavaliadores, do MAS, foi pobre

(ICC = 0,56). A correlação foi satisfatória a boa entre as taxas médias do MAS

(coeficiente de Pearson 0,67-0,9). A confiabilidade MAS foi menor nos membros

inferiores, e quando contraturas articulares estavam presentes. Houve uma

correlação positiva entre o estado funcional do paciente e a MAS repetida. A

confiabilidade MAS não dependia de tônus médio do músculo, sexo ou tempo

de lesão.

CRAVEN BC 201013(B)

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33 Diretrizes AMB

Foi utilizada amostra de conveniência de 20 indivíduos, 18-80 anos de idade,

com lesão medular crônica (C4-T10, 412 meses após a lesão), com espasticidade

de extremidade inferior, pele intacta, microscopia de urina normal e em doses

estáveis de medicamentos antiespasmódicos orais. O teste MAS foi aplicado por

quatro avaliadores treinados e experientes (três fisioterapeutas e um médico). O

MAS foi utilizado para avaliar tanto a direita e esquerda: abdutores e adutores,

flexores e extensores de joelho e flexores plantares do tornozelo e dorsiflexores.

A confiabilidade intra-avaliador para a extremidade inferior MAS foi

substancial para alta (0,6 <k <1,0) para um avaliador (A) em três dos seis grupos

musculares. Os grupos musculares com pouca confiabilidade foram o extensor

do joelho, tornozelo e plantares, e grupos musculares dorsiflexores. A

confiabilidade do segundo avaliador (B) variou de fraca a razoável (k <0,4), na

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34 Diretrizes AMB

sessão 1, exceto para plantares do tornozelo, e contrariamente foram

substanciais a alta (0,6 <k <1,0) para a sessão 5 para todos os grupos

musculares, exceto quadríceps do joelho e isquiotibiais. A confiabilidade entre

avaliadores foi fraca a moderada (k <0,6) para todos os grupos musculares,

exceto os adutores do quadril. A concordiancia entre os dois avaliadores foi

inconsistente em todos os grupos musculares e sessões (1A e 5A) e muito menor

do que o desejado Kappa (k> 0,81). A confiabilidade inter-sessão foi razoável a

boa (0,4 <ICC <0,75) para todos os grupos musculares. A confiabilidade para os

flexores de joelho, extensores do joelho e adutores foram menores (0,4 <ICC

<0,4) do que a para os plantares do tornozelo (ICC = 0,75). Estes resultados

indicam que a confiabilidade da pontuação MAS para a extremidade inferior é

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35 Diretrizes AMB

muito menor do que o valor clinicamente desejado (ICC> 0,75) para todos,

menos um grupo muscular.

PARALISIA CEREBRAL

NUMANOGLU A 201214(B)

Trinta e sete participantes (20 do sexo feminino e 17 do sexo masculino, com

idade média: 8,97 ± 4,41 anos, variando entre 2 a 16 anos) constituíram o grupo

de estudo. De acordo com o acometimento da extremidade, 15 (41%) dos

participantes foram hemiparesia, 12 (32%) dos participantes foram diparéticos e

10 (27%) dos participantes foram tetraparética. Músculos do membro superior,

flexores do ombro e flexores do punho, e os adutores do quadril, isquiotibiais,

gastrocnêmio e sóleo, nas extremidades inferiores foram avaliados usando o

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36 Diretrizes AMB

MAS de acordo com a gravidade da espasticidade. O MAS é uma escala de

classificação de 6 pontos que avalia o tônus muscular através da manipulação

manual da articulação através da sua amplitude de movimento, gravando

clinicamente a resistência aos movimentos passivos. Como o MAS, a Tardieu

Escala Modificada (MTS) é uma outra escala clínica utilizada para avaliar a

espasticidade. O coeficiente de correlação intra-classe, para o MAS, variou no

nível baixo, entre 0,26 e 0,66, e não atingiu o limite aceitável de 0,75. Aqueles

para os MTS foram melhores, variando entre 0,54 e 0,95. A confiabilidade

variou entre 0,86 e 0,92 para a avaliação 1 (R1), entre 0,77 e 0,95 para a avaliação

2 (R2), e entre 0,67 e 0,91 para as avaliações 2 e 1. Coeficiente de confiabilidade

para o MTS atingiu o limite aceitável para a maioria dos músculos. A

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37 Diretrizes AMB

confiabilidade teste-reteste da MTS foi significativamente maior que a

confiabilidade do MAS.

MUTLU A 200815(B)

Este estudo incluiu 38 crianças com paralisia cerebral espástica diplégica. A

idade média das crianças foi de 52,9 meses (DP: 19,6) variando de 18 a 108

meses. Os níveis funcionais de crianças foram classificados de acordo com a

Classificação da Função Motora Grossa (Gross Motor Function Classification

System). Vinte crianças estavam no Nível II (52,6%), 18 eram no Nível III

(47,4%) e 9 no Nível I (23,7%). Espasticidade em flexores do quadril, adutores,

rotadores internos, isquiotibiais, gastrocnêmio foram avaliadas pelo AS e MAS.

Cada criança foi avaliada por três fisioterapeutas em duas sessões diferentes,

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38 Diretrizes AMB

uma semana de intervalo. A confiabilidade intra-examinador foi determinada

pela comparação pareada de medições para cada terapeuta para os dois

levantamentos. A confiabilidade interavaliadores foi determinada por meio de

comparações pareadas de medições dos três terapeutas no mesmo dia. A

confiabilidade inter e intra-examinador das escalas foram avaliadas pelo

coeficiente de correlação intraclasse (ICC). De acordo com o coeficiente de CCI,

a confiabilidade entre AS e MAS variou de moderada a boa. O coeficiente CCI

de AS ficou entre 0,54 e 0,78, e da MAS foi entre 0,61-0,87. Os resultados teste e

reteste da AS e MAS variou de ruim a bom. Os valores de ICC foram entre 0,31

e 0,82 para o AS, e entre 0,36 e 0,83 para o MAS.

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39 Diretrizes AMB

YAM WKL 200616(B)

Crianças com paralisia cerebral espástica foram incluídas. Foram avaliadas

diferentes distribuições topográficas (hemiplegia, diplegia, monoplegia,

triplegia e tetraplegia) de paralisia cerebral. A Escala de Ashworth modificada

foi usada. A Escala Modificada de Ashworth é uma escala de classificação de 6

pontos para medir a resistência muscular ao movimento passivo. Quatro

grupos musculares em cada membro inferior foram testados. Foram incluídos

os adutores do quadril com o joelho estendido, adutores do quadril com o

joelho flexionado, flexores plantares do tornozelo com o joelho estendido e

flexores plantares do tornozelo com o joelho flexionado. Dezessete crianças com

idade média de 7 anos, 9 meses foram incluídas (variação de 3 anos e 6 meses a

15 anos 11 meses). Sete das crianças eram do sexo masculino e 10 do sexo

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40 Diretrizes AMB

feminino. Onze crianças diplégicas com paralisia cerebral espástica, dois tinham

paralisia cerebral hemiplégica esquerda, e quatro tiveram paralisia cerebral

triplégica. Nove das crianças pertenciam ao nível I da Classificação Funcional

Motora Grossa (GMFCS), cinco para o nível II, e três para o nível III. Duas

crianças foram avaliadas duas vezes. Estas segundas avaliações foram feitas de

1 semana após a primeira e após a toxina botulínica ter sido ministrada. Como o

estudo envolveu somente a confiabilidade interclasse, a segunda classificação

para estas duas crianças foi também incluída para análise. A escala de

Ashworth modificada e a escala de pontuação modificada Tardieu foram

distribuídas em toda a escala. A exceção foi para os adutores do quadril, para

que a pontuação fosse concentrada perto da extremidade inferior. Nenhuma

criança relatou qualquer dor durante o procedimento de teste. Os coeficientes

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41 Diretrizes AMB

de correlação intraclasse para escala de Ashworth modificada variou entre 0,41

e 0,73, enquanto que as da Escala Modificada Tardieu variou entre 0,22 e 0,71.

Os coeficientes de correlação intraclasse para R1 variaram entre 0,37 e 0,71, para

R2 entre 0,17 e 0,74, e para R2 - R1 entre 0,40 e 0,69.

BAR-ON L 201417(B)

Crianças de 3 a 18 anos de idade e com indicação para Botox dos isquiotibiais

mediais (músculos semitendíneo e semimembranoso) foram selecionados para

inclusão. Os critérios de exclusão foram a presença de ataxia ou distonia,

fraqueza muscular grave (<2+ no Teste Muscular Manual), falta de seletividade,

deformidades ósseas ou contraturas comprometendo o desempenho do joelho

nos movimentos passivos de flexão/extensão no plano sagital, problemas

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42 Diretrizes AMB

cognitivos que poderiam impedir as medições, cirurgia anterior ortopédica dos

membros inferiores, bomba de baclofeno intratecal, ou rizotomia dorsal

seletiva. As avaliações da espasticidade foram realizadas antes da injecção e

entre 14 e 90 dias após a injecção. Avaliações clínicas e instrumentadas da

espasticidade foram realizadas consecutivamente por dois avaliadores

independentes, no mesmo dia. O MAS foi usado para avaliar a qualidade da

reação passiva de estiramento muscular. O MTS foi realizado em apenas

aqueles músculos com uma pontuação MAS ≥1+, pelo qual o ângulo, em que

uma captura espástica foi sentida, durante um estiramento passivo rápido

(valor R1), foi observado. Em crianças com paralisia cerebral unilateral, apenas

o lado afetado foi testado. Em crianças com envolvimento bilateral, ambos os

lados foram testados. A pontuação MAS e MTS constituíram os parâmetros

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43 Diretrizes AMB

clínicos da espasticidade. A partir do teste instrumentado, 8 parâmetros de

espasticidade foram extraídos de ângulos articulares, raiz quadrada média

(RMS) na eletromiografia, e os sinais de torque. A amplitude de movimento

(ROM) foi analisada a partir de zonas de baixa velocidade; a velocidade angular

máxima foi analisada a partir de zonas de alta velocidade. Por grupo muscular,

a mudança nos escores clínicos entre Botox pré e pós foi calculada. A resposta

positiva foi definida como uma mudança para um escore MAS menor, ou uma

mudança para um ângulo MTS menos grave (alteração > 8,45o, ou seja, o erro

padrão de medida do ângulo MTS para os isqiotibiais médios). Um músculo

que respondeu em qualquer escala clínica foi categorizado como uma resposta

clínica (classificado como 1). Um músculo mostrando nenhuma melhoria em

qualquer escala clínica foi classificado como uma não resposta clínica (pontuada

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44 Diretrizes AMB

como 0). Todos os parâmetros de espasticidade melhoraram significativamente

pós-Botox. A variação média na RMS (± SD) da eletromiografia (9,27 ± 9.02μV),

torque a 70 ° de flexão do joelho (2,82 ± 2.60Nm) e ângulo de captura (AOC)

(13,83% ± 8,94%) foi maior do que cada valor correspondente de MDC. Seis

músculos no início do estudo e oito músculos pós-Botox receberam pontuações

MAS de 1 e, portanto, não foram avaliadas com a MTS. O MAS identificou 14

respondedores, o MTS identificou 12. Combinado, havia 19 respondedores

clínicos. Parâmetros instrumentados A resposta instrumentada combinada

identificou 25 respondedores. Apesar da baixa concordância percentual entre as

avaliações clínicas e instrumentadas, a capacidade de detecção foi apenas

diferente estatisticamente entre respondedores MAS e instrumentados.

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45 Diretrizes AMB

MALHOTRA S 200818(B)

Os pacientes no prazo de seis semanas de um primeiro acidente vascular

cerebral eram elegíveis para participar, se eles pontuavam 0 na sessão de

compreensão do teste de pesquisa-ação do braço (Action Research Arm Test -

este teste contém quatro domínios da movimento funcional, ou seja, aperto,

aperto e movimentos brutos e a pontuação máxima que uma pessoa pode

alcançar é 57.) Os pacientes eram excluídos se fossem clinicamente instáveis,

tivessem um histórico médico prévio de osteoartrite, artrite reumatóide ou

lesões dos tecidos moles que resultaram em contraturas ou tinham reduzido a

amplitude de movimento do punho e dedos. Não foram utilizados outros

critérios de seleção. Todas as medidas foram tomadas pelo pesquisador clínico

(treinados no uso da Escala de Ashworth modificada). Os pacientes foram

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46 Diretrizes AMB

examinados neurologicamente, e seu curso foi classificado como síndrome de

circulação anterior total (TAC), síndrome de circulação anterior parcial (PACS),

síndrome lacunar (LACS) e síndrome de circulação posterior (AP). Nenhum dos

pacientes selecionados tiveram um acidente vascular cerebral hemorrágico. A

espasticidade foi medida nos flexores do punho. Cem participantes (54 homens

e 46 mulheres; 52 acometimento do lado direito e 48 com o lado esquerdo

afetado) foram recrutados para o estudo. A idade média foi de 74 anos

(variação 43-91) e a mediana do tempo de início do AVC para recrutamento foi

de três semanas (intervalo 1-6). O acidente vascular cerebral em 67 pacientes foi

classificado como TACS, 21 como PACS, 11 como LACS e um como POCS.

Todos os pacientes tiveram recuperação da função do braço desprezível,

marcando 0 na sessão compreensão da Action Research Arm Test. Os escores

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47 Diretrizes AMB

totais foram "0" em 97 pacientes, "1" em dois pacientes e "3" em um paciente,

respectivamente. Os três pacientes que tiveram uma pontuação superior a "0"

no total, o fizeram porque foram parcialmente capazes de realizar um ou mais

dos movimentos exigidos na seção movimento bruto da Action Research Arm

Test. Não houve praticamente nenhuma atividade muscular em repouso na

maioria dos pacientes (média de 0,006 mV, faixa de 0-0,02). A rigidez, durante o

movimento rápido não aumentou sistematicamente, com um aumento nas

contagens da escala Ashworth modificada (F = 1,6, P = 0,2). A rigidez da escala

Ashworth modificada graus "3" e "1+" foram semelhantes. A pontuação da

escala Ashworth modificada "0", "1" e "2" foram semelhantes. A rigidez média

durante o estiramento lento era 0,05 N / grau (intervalo -0,4 a 1), e durante o

estiramento rápido era de 0,08 N/grau (intervalo -0,2 a 1,1). A diferença de

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48 Diretrizes AMB

rigidez entre alongamento lento e rápido foi estatisticamente significativa (P =

0,047, IC 95% -0,056 a 0,000) para o grupo inteiro. Os valores negativos podem

ter ocorrido se os sujeitos voluntariamente auxiliaram o movimento. No

entanto, as diferenças entre a rigidez durante alongamento lento e rápido não

foram significativas dentro de cada grau de da escala Ashworth modificada.

Oitenta e sete pacientes apresentavam espasticidade, identificado por atividade

muscular anormal, mas a escala Ashworth modificada apenas identificou 44

como tendo espasticidade. De 56 pacientes que apresentaram nenhuma

espasticidade na escala de Ashworth modificada, 44 (79%) demonstraram a

atividade muscular involuntária, um marcador para a espasticidade. Com

referência às gravações da atividade muscular, a escala de Ashworth

modificada teve uma sensibilidade de 0,5 e especificidade de 0,92.

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49 Diretrizes AMB

ALIBIGLOU L 200819(B)

Para o nosso estudo do tornozelo, vinte indivíduos com um único acidente

vascular hemisférico (59,2 ± 9,9 anos) foram incluídos, e para o estudo de

cotovelo, quatorze indivíduos com acidente vascular cerebral (56 ± 12,7 anos).

Os seguintes critérios de inclusão foram aplicados: condição médica estável,

ausência de afasia ou déficit cognitivo significativo, ausência de déficits motores

ou sensoriais no lado não parético, ausência de perda de massa muscular grave,

ou grandes déficits sensoriais no membro acometido, e espasticidade nos

músculos do tornozelo ou cotovelo envolvidos, com duração de pelo menos 1

ano. Todos os participantes do curso foram avaliados clinicamente utilizando o

MAS para avaliar a espasticidade muscular (entre 1 e 5). O MAS foi aplicado às

articulações de paréticos tanto no tornozelo, como no cotovelo. Foram aplicadas

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50 Diretrizes AMB

estiramento agudos de pequena amplitude nas articulações e perturbações

sequenciais pseudorrandômicas binárias (PRBS) em ambos os cotovelos e

tornozelos paréticos e não paréticos, de pacientes com AVC. Usando técnicas

avançadas de identificação do sistema, nós quantificamos a rigidez dinâmica

dessas articulações, separando os componentes musculares e reflexos. As

correlações entre essas medidas quantitativas e do MAS foram investigadas. Os

resultados revelam que não existe uma correlação significativa entre torque ou

rigidez muscular e reflexa, e a magnitude do MAS. Também se demonstrou que

a inclinação e intercepção da rigidez reflexa e intrínseca, em função do ângulo

da articulação, não são correlacionados com o MAS.

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51 Diretrizes AMB

PANDYAN AD 200320(B)

Os voluntários foram recrutados a partir de uma população com acidente

vascular cerebral. Os critérios de inclusão foram: internação com o primeiro

acidente vascular nunca menos de 26 semanas antes; sinais clínicos unilaterais

(eventos da circulação posterior só foram incluídos se não havia nenhuma

evidência clínica de envolvimento de membros superiores bilateral); sem

comprometimento do membro superior anterior; suficiente capacidade

cognitiva e de comunicação para compreender a ficha de informação do estudo

e dar o seu consentimento informado. A principal medida foi a resistência ao

movimento passivo sobre o cotovelo, que foi simultaneamente quantificada

biomecanicamente e classificadas de acordo com a escala Ashworth. A medição

foi aplicada bilateralmente, pela primeira vez no No braço sadio e depois no

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52 Diretrizes AMB

braço acometido. O avaliador foi cegado a todas medições biomecânicas. O

dispositivo biomecânico consistiu de um transdutor de força e um

eletrogoniometro flexível, os quais foram utilizados para medir a força aplicada

e a resistência ao deslocamento angular de movimento passivo

respectivamente. Foi quantificada através do cálculo da inclinação do gráfico da

força aplicada contra o intervalo de movimento passivo utilizando a estimativa

de mínimos quadrados. A velocidade angular instantânea de pico foi calculada

a partir de dados de deslocamento utilizando diferenciação numérica. No geral,

100 medidas foram tomadas ao longo do estudo. Sessenta e três indivíduos

foram recrutados: 40 sujeitos foram medidos uma vez, e medidas repetidas

foram tiradas em 23 pacientes, sendo estes separados por um intervalo de pelo

menos três semanas. Trinta e seis indivíduos foram medidos na semana 1, vinte

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53 Diretrizes AMB

e um na semana 4, vinte e dois na semana 12, e 21 na semana 26, após o seu

acidente vascular cerebral. A resistência ao movimento passivo, em todo o

grupo, foi significativamente superior no grupo deficiente (braço acometido

(média; SE) 0,19, 0,01 N/grau; braço sadio 0,15, 0,01 N/grau, p <0,01). No braço

acometido, a resistência ao movimento passivo foi significativamente diferente

entre os indivíduos com uma pontuação de Ashworth modificada "0", e aqueles

com uma pontuação maior que "0" (p <0,01). Indivíduos com pontuações

Ashworth modificada de "1" e "3" tiveram significativamente maior resistência

ao movimento passivo do que os indivíduos com uma pontuação de "0" (p

<0,05). Não houve diferença significativa na resistência ao movimento passivo

entre os graus 1, 1+ e 2. A correlação entre a Escala de Ashworth modificada e

resistência ao movimento passivo foi 0,511. Braços acometidos de indivíduos

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54 Diretrizes AMB

com uma pontuação Ashworth modificada "0" foram testados com uma

velocidade significativamente maior do que os indivíduos com uma pontuação

de "1" (p <0,05). Não houve diferenças significativas na amplitude passiva de

movimento entre a pontuação Ashworth modificada (p> 0,10).

SKÖLD C 199821(B)

Este estudo avaliou se o MAS está correlacionado com as gravações da

eletromiografia (EMG) da atividade muscular. A média de idade foi de 33 anos

(variação de 21 a 48 anos), sendo a média de tempo desde a lesão de 9 anos

(variação de 1 a 21 anos). Todos os indivíduos tinham espasticidade em suas

extremidades inferiores e tronco, e alguns também em suas extremidades

superiores. Nenhum dos indivíduos tinham contraturas superiores a 5 em seus

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55 Diretrizes AMB

membros inferiores. Oitenta por cento das gravações individuais de EMG

estavam significativamente correlacionadas com a Ashworth correspondente. A

resistência espástica, medida clínica e eletromiograficamente, era mais forte e

durou mais tempo durante a extensão do que o movimento de flexão. Os

coeficientes de Spearman de correlação de medidas quantitativas da

espasticidade, com pontuação MAS, foram calculados. EMG e medidas clínicas

de espasticidade foram mais estreitamente relacionadas aos movimentos de

flexão. Entre os parâmetros EMG, a duração da atividade elétrica associada ao

movimento invariavelmente esteve significativamente correlacionada com o

MAS (p <0,05). Além disso, as medições Ashworth de espasticidade associada

ao movimento mostraram uma correlação positiva com os parâmetros EMG

médios, de pico e começo do pico de atividade elétrica. Cada grau crescente no

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56 Diretrizes AMB

MAS correspondia ao aumento dos níveis de atividade mioelétrica para cada

movimento. A diferença direito/esquerdo foi proporcionalmente semelhante

para ambos Ashworth e valores EMG. Quando foram incluídos os valores zero

no MAS, 80% das medições EMG foram significativamente correlacionadas com

as medições subjetivas do valor Ashworth (p <0,05). Ao analisar

individualmente os diferentes parâmetros de EMG, a duração da atividade

elétrica de movimentos-associados invariavelmente se coorelacionaram com as

medições subjetivas Ashworth (p <0,05). Para o grupo Ashworth de 1 a 4, o

movimento médio de flexão mostrou quase a mesma correlação para o lado

direito, e alta correlação para o lado esquerdo, em comparação com o grupo de

Ashworth 0 a 4.

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57 Diretrizes AMB

RECOMENDAÇÕES FINAIS

HEMIPLEGIA OU HEMIPARESIA

A MMAS tem muito boa confiabilidade intra-examinadores na avaliação da

espasticidade do membro superior, na avaliação da espasticidade do flexor do

pulso e do cotovelo, mas não há concordância na avaliação entre os músculos

proximais e distais dos membros superiores.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

A confiabilidade MMAS intra-examinadores em pacientes com espasticidade de

membros inferiores muscular é muito boa, e pode ser usada como uma medida

da espasticidade ao longo do tempo. É confiável medir a espasticidade no

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58 Diretrizes AMB

extensor do joelho. Tem sensibilidade de 50% e especificidade de 92%. Não

fornece informações confiáveis sobre a origem da mudança de torque associada

à espasticidade, não fornece medida válida da espasticidade em graus

inferiores, mas pode fornecer uma medida da resistência ao movimento

passivo.

LESÃO MEDULAR

Tem confiabilidade insuficiente entre avaliadores (inter-observador), ou ao

longo do tempo (inter-sessão), para determinar a espasticidade na extremidade

inferior, e não é apropriada para a avaliação de pacientes com contraturas

articulares. Mas, embora não avalie de forma confiável o tônus de grupos

musculares individuais, pode ser útil para avaliar o tônus muscular global. E os

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59 Diretrizes AMB

parâmetros no EMG foram significativamente correlacionados positivamente

com medidas simultâneas MAS da contração do músculo espástico.

PARALISIA CEREBRAL

A confiabilidade inter e intra-examinador da MAS está relacionada aos grupos

musculares. Essa escala não é muito confiável, e avaliações da espasticidade

usando essa escala deve ser interpretada com grande cautela. Há baixa

concordância percentual entre a avaliação clínica e instrumentada, e a

capacidade de detecção é diferente estatisticamente entre respondedores MAS e

instrumentados.

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60 Diretrizes AMB

REFERÊNCIAS

1. Nakhostin Ansari N, Naghdi S, Forogh B, Hasson S, Atashband M, Lashgari E. Development of

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