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Escalas Musicais (Parte 1) – Definição Olá pessoal, nessa aula vamos entender o que é escala musical, qual a sua aplicação dentro do processo de composição e improvisação e quais as regras que determinam a sua formação e shapes. Nessa primeira parte veremos a escala cromática, pentatônica maior, pentatônica m7, a escala maior e a sua relativa menor e os modos gregos. Escala Musical – mesmo que o conceito seja vago ou que alguém seja leigo no assunto musical existe uma escala que nos soa familiar, a qual conhecemos as notas, a representação do comum. Essa escala é a de Dó maior, ou seja, Dó Ré Mi Fá Sol La Si Dó. Independente da nossa formação profissional ou o direcionamento da nossa vida em algum ponto batemos de frente com esse conceito, com essa sonoridade. E é desse ponto que quero começar essa aula, desse dispositivo musical o qual chamamos de escala. Origem das notas musicais – Vamos primeiro entender o que é som, onde as notas musicais se enquadram dentro da categoria e de que forma foram definidas. Som – Quando um objeto vibra ele faz com que o ar em torno dele vibre também. Essa vibração vai passando de molécula em molécula transitando pelo ambiente até atingir o nosso aparelho auditivo. Esse por sua vez vibra e é esse estímulo que é entendido pelo nosso cérebro como som. Outros meios também podem ser usados para a propagação do som como o líquido ou o sólido. A velocidade dessa vibração determina se o som será grave, médio ou agudo. Observe o quadro abaixo: Abaixo de 20 vibrações por segundo e acima de 20.000 não escutamos. A maior parte dos sons que escutamos ficam entre 60 (100) e 5000 vibrações por segundo. Vibração lenta = som grave Vibração rápida = som agudo

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Escalas Musicais (Parte 1) – DefiniçãoOlá pessoal, nessa aula vamos entender o que é escala musical, qual a sua aplicação dentro do processo de composição e improvisação e quais as regras que determinam a sua formação e shapes. Nessa primeira parte veremos a escala cromática, pentatônica maior, pentatônica m7, a escala maior e a sua relativa menor e os modos gregos.

Escala Musical – mesmo que o conceito seja vago ou que alguém seja leigo no assunto musical existe uma escala que nos soa familiar, a qual conhecemos as notas, a representação do comum. Essa escala é a de Dó maior, ou seja, Dó Ré Mi Fá Sol La Si Dó.

Independente da nossa formação profissional ou o direcionamento da nossa vida em algum ponto batemos de frente com esse conceito, com essa sonoridade. E é desse ponto que quero começar essa aula, desse dispositivo musical o qual chamamos de escala.

Origem das notas musicais – Vamos primeiro entender o que é som, onde as notas musicais se enquadram dentro da categoria e de que forma foram definidas.

Som – Quando um objeto vibra ele faz com que o ar em torno dele vibre também. Essa vibração vai passando de molécula em molécula transitando pelo ambiente até atingir o nosso aparelho auditivo. Esse por sua vez vibra e é esse estímulo que é entendido pelo nosso cérebro como som. Outros meios também podem ser usados para a propagação do som como o líquido ou o sólido.

A velocidade dessa vibração determina se o som será grave, médio ou agudo. Observe o quadro abaixo:

Abaixo de 20 vibrações por segundo e acima de 20.000 não escutamos. A maior parte dos sons que escutamos ficam entre 60 (100) e 5000 vibrações

por segundo. Vibração lenta = som grave Vibração rápida = som agudo Vibração intermediária = som médio

Podemos ainda dividir as frequências em subcategorias:

Subgrave → Grave → Médio Grave → Médio → Médio Agudo → Agudo

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Nota Musical – é fácil perceber a diferença entre um ruído e uma nota musical. O ruído é formado por um número gigantesco de frequências sonoras em conflito, é uma manifestação instável, em desequilíbrio, como uma explosão, um trovão ou mesmo a derrapagem de um carro.

Uma nota musical é um som definido onde a sua frequência é periódica, produz uma nota definida e controlada dentro do espectro e pode ser manipulada pelo executor. Normalmente a qualidade de seu timbre foi determinada ao longo dos anos de acordo com as estéticas culturais e históricas. Costuma soar agradável e equilibrada para o ouvido.

Possui como características:

Altura definida (quantidade de vibrações por segundo) Duração, que pode ser curta, média ou longa. Intensidade, que pode ser fraca, média ou forte. Timbre, que vai depender da fonte sonora.

Afinação Pitagórica – Temos uma grande capacidade de escutar e entender os sons a nossa volta e conseguimos facilmente assimilar até mesmo as mais complexas interações sonoras. Nosso ouvido humano tem potencialmente a capacidade de traduzir os estímulos provocados por vibrações que ficam entre 20 e 20.000 por segundo, um espectro gigantesco. Então quem e como foram escolhidas as notas dentro desse número enorme de possibilidades?

Foi Pitágoras na Grécia Antiga, ou pelo menos foi quem ganhou o credito.

Os gregos acreditavam que a música tinha forte influência na moral e conduta humana e que ela tinha o “poder” de controlar a razão, manipular o sentimento e caráter (Doutrina do Ethos). Por isso era controlada pelo estado e apenas aqueles que trabalhavam para a vontade do estado poderiam estudar e fazer música.

O principal instrumento para o processo de descoberta musical era o monocórdio, com apenas uma corda, tocada normalmente com uma varinha (plectro). Existia ainda uma caixa de ressonância para “amplificar” o som e uma espécie de ponte que poderia ser movida alterando a altura (afinação) da nota. Era basicamente usado no estudo das relações entre as notas musicais, dividindo a frequência em partes matemáticas inteiras.

Page 3: Escalas Musicais

Quando a corda era tocada uma nota soava numa frequência determinada. Ao dividir a corda no meio a frequência dobrava mas a nota permanecia a mesma, uma oitava acima. Quando a corda era dividida em três partes uma nova nota surgia, que conhecemos hoje como quinta justa, que soava muito estável e agradável quando tocada junta com a primeira.

Observe no exemplo abaixo a relação entre essas duas notas:

Corda solta – a que chamamos hoje em dia de Dó (claro, usavam outras notas como ponto de partida, mas temos a nota Dó como a referência inicial, por isso foi escolhida para o exemplo).

Quinta Justa – a quinta nota a partir do Dó, ou seja, Dó Ré Mi Fá Sol, a nota Sol.

Nota solta:

Quinta justa:

As duas notas juntas:

Ciclo das Quintas – usou-se essa mesma lógica de afinidade a partir da nota Sol, e assim foram determinadas todas as notas usadas dentro do nosso sistema ocidental.

De Dó acharam a quinta justa, a nota Sol. De Sol acharam a quinta justa, a nota Ré. De Ré acharam a quinta justa, a nota Lá. De Lá acharam a quinta justa, a nota Mi.

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E assim por diante, observe a ilustração abaixo:

As 5 primeiras notas do ciclo formam uma das primeiras escalas musicais utilizadas dentro da cultura ocidental, a pentatônica (5 notas) que chamamos hoje de Penta m7.

Dó + Sol + Ré + Lá + Mi = Pentatônica maior de Dó ou Pentatônica m7 de Lá.

Seguindo a sequência teremos as outras pentatônicas:

Sol + Ré + Lá + Mi + Si = Pentatônica maior de Sol ou Pentatônica m7 de Mi.

Ré + Lá + Mi + Si + Fá# = Pentatônica maior de Ré ou Pentatônica m7 de Si.

Lá + Mi + Si + Fá# + Dó# = Pentatônica maior de Lá ou Pentatônica m7 de Fá#.

E assim por diante…

7 notas seguidas dentro do ciclo formam a escala maior (diatônica).

Fá + Dó + Sol + Ré + Lá + Mi + Si = Escala de Dó maior. Dó + Sol + Ré + Lá + Mi + Si + Fá# = Escala de Sol maior. Sol + Ré + Lá + Mi + Si + Fá# + Dó# = Escala de Ré maior. Ré + Lá + Mi + Si + Fá# + Dó# + Sol# = Escala de Lá maior. Lá + Mi + Si + Fá# + Dó# + Sol# + Ré# = Escala de Mi maior.

E assim por diante…

Todas as notas em sequência formam a escala cromática (12 notas):

O que é uma escala musical? É um conjunto de notas que obedece uma regra, uma condição, onde a distância entre as notas é determinada pela “Fórmula da Escala”.

Vimos anteriormente que o cliclo das quintas de Pitágoras formou a escala pentatônica maior ou m7, a maior (diatônica) e a escala cromática. Vamos observar cada uma separadamente:

Page 5: Escalas Musicais

Escala Cromática (12 notas) – Compreende todas as notas do sistema de música ocidental, as 12 notas. A distância entre as notas é sempre a mesma, ½ tom. Dessa forma conseguimos tirar a fórmula da escala cromática, que será…

Para descobrir as notas que fazem parte de uma determinada escala cromática basta obedecer a fórmula, por exemplo:

Escala cromática de Ré:

A primeira nota será Ré A segunda nota será Ré + ½ tom, ou seja, Ré#. A terceira nota será Ré# + ½ tom, ou seja, Mi. A quarta nota será Mi + ½ tom, ou seja, Fá. A quinta nota será Fá + ½ tom, ou seja, Fá#. A sexta nota será Fá# + ½ tom, ou seja, Sol. A sétima nota será Sol + ½ tom, ou seja, Sol#. A oitava nota será Sol# + ½ tom, ou seja, Lá. A nova nota será Lá + ½ tom, ou seja, Lá#. A décima nota será Lá# + ½ tom, ou seja, Si. A décima primeira nota será Si + ½ tom, ou seja, Dó. A décima segunda nota será Dó + ½ tom, ou seja, Dó#.

Finalmente ao andar mais ½ tom chegamos novamente na nota Ré.

Então a escala cromática de Ré tem as notas:

Ré   Ré#   Mi   Fá   Fá#   Sol   Sol#   Lá   Lá#   Si   Dó   Dó#

Observe que a escala cromática de Ré tem as mesmas notas da escala cromática de Dó. Na prática podemos dizer que só existe uma única escala cromática pois a distância entre as notas é sempre a mesma, ½ tom.

Escala Pentatônica maior (5 notas) – Possui 5 notas, são as quintas em sequência do ciclo das quintas de Pitágoras. Observe o exemplo abaixo:

Quintas em sequência:   Dó   Sol   Ré   Lá   Mi

Colocando em ordem:   Dó   Ré   Mi   Sol   Lá   Dó   (Pentatônica de C maior)

Page 6: Escalas Musicais

Fazendo a análise da distância em tons:

Dó até Ré possui 1 tom.

Ré até Mi possui 1 tom.

Mi até Sol possui 1 ½ tom.

Sol até Lá possui 1 tom.

Lá até Dó possui 1 ½ tom.

Podemos então tirar a fórmula da Pentatônica Maior…

Para descobrir as notas que fazem parte de uma determinada escala pentatônica maior basta obedecer a fórmula, por exemplo:

Escala pentatônica maior de Ré (D):

A primeira nota será Ré A segunda nota será Ré + 1 tom, ou seja, Mi. A terceira nota será Mi + 1 tom, ou seja, Fá#. A quarta nota será Fá# + 1 ½ tom, ou seja, Lá. A quinta nota será Lá + 1 tom, ou seja, Si.

Finalmente ao andar mais 1 ½ tom chegamos novamente na nota Ré. Então a escala pentatônica maior de Ré tem as notas   D   E   F#   A   B.

Podemos usar qualquer tônica (primeira nota) como ponto de partida e daí basta aplicar a fórmula da escala. Observe na tabela abaixo todas as pentatônicas maiores possíveis:

Page 7: Escalas Musicais

Por uma questão de convenção e aplicação essa pentatônica é mais reconhecida pelo seu nome relativo, ou seja, por pentatônica de Lá menor 7 (Am7). Vamos mudar as notas de ordem e achar a fórmula da Pentatônica m7 (5 notas)…

Pentatônica de Dó maior (Dó Ré Mi Sol Lá) mudando para a relativa Am7 (sempre a sexta nota é a relativa):

Mudando a ordem:   Lá   Dó   Ré   Mi   Sol   Lá   (Pentatônica de Am7)

Fazendo a análise da distância em tons:

Lá até Dó possui 1 ½ tom.

Dó até Ré possui 1 tom.

Ré até Mi possui 1 tom.

Mi até Sol possui 1 ½ tom.

Sol até Lá possui 1 tom.

Podemos então tirar a fórmula da Pentatônica m7…

Page 8: Escalas Musicais

B→ Blue Note (nota de tensão), inserida na pentatônica para gerar interesse, criar movimento. É o intervalo de quarta aumentada (#4) = quinta diminuta (b5).

Outros formatos, clique em cima para ampliar:

Page 9: Escalas Musicais

Para descobrir as notas que fazem parte de uma determinada escala pentatônica m7 basta obedecer a fórmula, por exemplo:

Escala pentatônica m7 de Si (Bm7):

A primeira nota será Si A segunda nota será Si + 1 ½ tom, ou seja, Ré. A terceira nota será Ré + 1 tom, ou seja, Mi. A quarta nota será Mi + 1 tom, ou seja, Fá#. A quinta nota será Fá# + 1 ½ tom, ou seja, Lá.

Finalmente ao andar mais 1 tom chegamos novamente na nota Si. Então a escala pentatônica m7 de Si tem as notas   B   D   E   F#   A.

Podemos usar qualquer tônica (primeira nota) como ponto de partida e daí basta aplicar a fórmula da escala. Observe na tabela abaixo todas as pentatônicas m7 possíveis:

Page 10: Escalas Musicais

Escala Maior (Diatônica) – Possui 7 notas, são as quintas em sequência do ciclo das quintas de Pitágoras. Observe o exemplo abaixo:

Quintas em sequência:   Fá   Dó   Sol   Ré   Lá   Mi   Si

Colocando em ordem:   Dó   Ré   Mi   Fá   Sol   Lá   Si   Dó   (Escala de C maior)

Fazendo a análise da distância em tons:

Dó até Ré possui 1 tom.

Ré até Mi possui 1 tom.

Mi até Fá possui ½ tom.

Fá até Sol possui 1 tom.

Sol até Lá possui 1 tom.

Lá até Si possui 1 tom.

Si até Dó possui ½ tom.

Podemos então tirar a fórmula da Escala Maior…

Page 11: Escalas Musicais

Para descobrir as notas que fazem parte das outras escalas maiores basta seguir a fórmula:

Escala maior de Ré (D):

A primeira nota será Ré A segunda nota será Ré + 1 tom, ou seja, Mi. A terceira nota será Mi + 1 tom, ou seja, Fá#. A quarta nota será Fá# + ½ tom, ou seja, Sol. A quinta nota será Sol + 1 tom, ou seja, Lá. A sexta nota será Lá + 1 tom, ou seja, Si. A sétima nota será Si + 1 tom, ou seja, Dó#.

Finalmente ao andar mais ½ tom chegamos novamente na nota Ré. Então a escala maior de Ré tem as notas   D   E   F#   G   A   B   C#.

Observe na tabela abaixo todas as escalas maiores possíveis:

As combinações que possuem na sua formação notas com dobrado sustenido (x) ou dobrado bemól (bb) normalmente não são utilizadas. Ao invés nomeia-se usando a escala enarmônica (aquela com as mesmas notas com nome diferente). Por exemplo, a escala de Si# maior possui as mesmas notas da escala de Dó maior, mas os nomes são diferentes:

Page 12: Escalas Musicais

Então ficamos com as seguintes possibilidades:

Escala Relativa Menor (natural) – Toda escala maior (diatônica) possui uma escala relativa menor, que possui as mesmas notas em ordem diferente. Essa escala está localizada 4 ½ acima da tônica, ou 1 ½ tom abaixo dela. É a sexta nota da escala maior.

Exemplo:

Dó maior possui as notas   C   D   E   F   G   A   B

A sua relativa menor fica 4 ½ acima da tônica, ou seja, nota Dó + 4 ½ = nota Lá, ou…

A sua relativa menor fica 1 ½ abaixo da tônica, ou seja, nota Dó – 1 ½ = nota Lá, ou…

A sua relativa menor é a sexta nota da escala maior, ou seja, nota Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá.

Então a escala relativa menor de Dó maior será Lá menor, com as mesmas notas.

Lá menor possui as notas   A   B   C   D   E   F   G

Analisando a distância entre as notas da Escala Menor Natural tiramos a sua fórmula…

Page 13: Escalas Musicais

Observe na tabela abaixo todas as escalas menores naturais possíveis:

Modos Gregos – São inversões da escala maior classificados da seguinte maneira:

Jônico – É o formato sem inversão, possui as mesmas notas da escala maior na mesma ordem.

Exemplo: C Jônico = C maior→   C   D   E   F   G   A   B   C

Page 14: Escalas Musicais

Para determinar as notas de qualquer outra escala Jônica basta respeitar a distância de tons da fórmula acima, por exemplo:

Quais as notas de F Jônico?

A primeira nota será Fá A segunda nota será Fá + 1 tom, ou seja, nota Sol. A terceira nota será Sol + 1 tom, ou seja, nota Lá. A quarta nota será Lá + ½ tom, ou seja, nota Sib. A quinta nota será Sib + 1 tom, ou seja, nota Dó. A sexta nota será Dó + 1 tom, ou seja, nota Ré. A sétima nota será Ré + 1 tom, ou seja, nota Mi.

E finalmente a nota Mi + ½ tom retorna para a nota Fá. Então a escala de F Jônico tem as notas: F   G   A   Bb   C   D   E.

Dórico – É a primeira inversão da escala maior, ou seja, a escala maior começando na segunda nota.

Exemplo: D Dórico→   D   E   F   G   A   B   C   D

Page 15: Escalas Musicais

Para determinar as notas de qualquer outra escala Dórica basta respeitar a distância de tons da fórmula acima, por exemplo:

Quais as notas de Mi Dórico?

A primeira nota será Mi A segunda nota será Mi + 1 tom, ou seja, nota Fá#. A terceira nota será Fá# + ½ tom, ou seja, nota Sol. A quarta nota será Sol + 1 tom, ou seja, nota Lá. A quinta nota será Lá + 1 tom, ou seja, nota Si. A sexta nota será Si + 1 tom, ou seja, nota Dó#. A sétima nota será Dó# + ½ tom, ou seja, nota Ré.

E finalmente a nota Ré + 1 tom retorna para a nota Mi. Então a escala de E Dórico tem as notas: E   F#   G   A   B   C#   D.

Frígio – É a escala maior começando na terceira nota.

Exemplo: E Frígio→   E   F   G   A   B   C   D   E

Page 16: Escalas Musicais

Lídio – É a escala maior começando na quarta nota.

Exemplo: F Lídio→   F   G   A   B   C   D   E   F

Mixolídio – É a escala maior começando na quinta nota.

Exemplo: G Mixolídio→   G   A   B   C   D   E   F   G

Page 17: Escalas Musicais

Aeólio – É a escala maior começando na sexta nota. Possui a mesma estrutura da escala menor natural.

Exemplo: A Aeólio→   A   B   C   D   E   F   G   A

Lócrio – É a escala maior começando na sétima nota.

Exemplo: B Lócrio→   B   C   D   E   F   G   A   B

Page 20: Escalas Musicais

Outros formatos, clique em cima para ampliar:

CAGED – 5 desenhos em 5 regiões no braço da guitarra, cada um é construído em torno do formato de um acorde. O Shape 1 em torno do acorde de C, o shape 2 em torno do acorde de A, shape 3 em G, shape 4 em E e shape 5 em D (CAGED).

Simétrico 3 X 3 – É a escala maior com 6 notas, omite-se em cada shape um dos graus (notas). No shape 1 retira-se a sétima da escala, no shape 2 retira-se a Tônica, no shape 3 a segunda, no shape 4 a terça e assim por diante.

Simétrico 3 X 4 e Simétrico 4 X 3 – A escala completa tocada a cada 2 cordas, repetindo o padrão nas oitavas seguintes. Geralmente repete-se o dedo mínimo nos padrões ascendentes (das cordas graves para as agudas) e o indicador nos descendentes (das cordas agudas para as graves).

Relação entre os modos e a maior (diatônica) – como os modos gregos são inversões da escala maior podemos usar essa sempre como referência para improvisar e compôr ao longo do braço da guitarra. Facilita tocar dessa forma pois cada modo equivale a uma escala maior, então basta usar os desenhos dessa escala para tocar. Claro que a aplicação modal não se restringe apenas ao uso das notas corretas no fraseado, mas de que forma elas serão enfatizadas, assunto para uma aula exclusiva de modos gregos. Abaixo a tabela das equivalências:

Page 21: Escalas Musicais

Usando a tabela acima temos as seguintes equivalências…

C Jônico = D Dórico = E Frígio = F Lídio = G Mixolídio = A Aeólio = B Lócrio

Ou seja, todas possuem as mesmas notas da escala de Dó maior.

G Jônico = A Dórico = B Frígio = C Lídio = D Mixolídio = E Aeólio = F# Lócrio

Ou seja, todas possuem as mesmas notas da escala de Sol maior.

D Jônico = E Dórico = F# Frígio = G Lídio = A Mixolídio = B Aeólio = C# Lócrio

Ou seja, todas possuem as mesmas notas da escala de Ré maior.

Escalas Musicais (Parte 2) – Menores e Simétricas

Page 22: Escalas Musicais

Olá pessoal, essa aula é a continuação do texto “Escalas Musicais (Parte 1) – Definição”, onde veremos as escalas menores harmônica e melódica, as pentatônicas m6 e M7, a escala diminuta, domdim, tons inteiros, aumentada e outras simétricas.

Escala Menor Harmônica (7 notas) – Historicamente o início da consolidação da idéia de tonalidade começou com a aceitação do trítono (intervalo de 3 tons) dentro do acorde dominante (quinto grau do campo harmônico) e a sua resolução no primeiro grau, criando assim o ciclo tonal.

No campo harmônico menor o quinto grau é um acorde do tipo Tm7, sem trítono. Como forma de criar uma tonalidade menor com estrutura e força proxima a tonalidade maior, mudou-se o quinto grau do campo harmônico menor para um acorde com trítono do tipo T7.

Exemplo:

Escala de Dó menor – C D Eb F G Ab Bb C

Dó menor (acordes do campo harmônico)→   Cm7 | Dm7(b5) | Eb7M | Fm7 | Gm7 | Ab7M | Bb7

Alterando o quinto grau:

Dó menor tonal→   Cm7 | Dm7(b5) | Eb7M | Fm7 | G7 | Ab7M | Bb7

Page 23: Escalas Musicais

O acorde de Gm7 (G Bb D F) passou a ser G7 (G B D F) e essa alteração também passou a ser usada na escala menor natural, agora chamada de escala menor harmônica.

C menor harmônica – C D Eb F G Ab B C

Analisando a distância entre as notas da Escala Menor Harmônica tiramos a sua fórmula…

Modos da Menor Harmônica – Da mesma forma que temos inversões da escala maior essa possibilidade também é aplicada para a escala menor harmônica.

Aeólio 7M – É o formato sem inversão, possui as mesmas notas da escala menor harmônica na mesma ordem.

Exemplo: C Aeólio 7M = Cm Harmônica→   C   D   Eb   F   G   Ab   B   C

Page 24: Escalas Musicais

Para determinar as notas de qualquer outra escala Aeólia 7M (menor harmônica) basta respeitar a distância de tons da fórmula acima, por exemplo:

Quais as notas de Mi Aeólio 7M, ou Mi menor harmônica?

A primeira nota será Mi A segunda nota será Mi + 1 tom, ou seja, nota Fá#. A terceira nota será Fá# + ½ tom, ou seja, nota Sol. A quarta nota será Sol + 1 tom, ou seja, nota Lá. A quinta nota será Lá + 1 tom, ou seja, nota Si. A sexta nota será Si + ½ tom, ou seja, nota Dó. A sétima nota será Dó + 1 ½ tom, ou seja, nota Ré#.

E finalmente a nota Ré# + ½ tom retorna para a nota Mi. Então a escala de E menor harmônica tem as notas: E   F#   G   A   B   C   D#.

Lócrio 6M – É a escala menor harmônica começando na segunda nota.

Exemplo: D Lócrio 6M→   D   Eb   F   G   Ab   B   C   D

Para determinar as notas de qualquer outra escala Lócria 6M (primeira inversão da menor harmônica) basta respeitar a distância de tons da fórmula acima, por exemplo:

Quais as notas de Fá Lócrio 6M?

Page 25: Escalas Musicais

A primeira nota será Fá A segunda nota será Fá + ½ tom, ou seja, nota Solb. A terceira nota será Solb + 1 tom, ou seja, nota Láb. A quarta nota será Láb + 1 tom, ou seja, nota Sib. A quinta nota será Sib + ½ tom, ou seja, nota Dób. A sexta nota será Dób + 1 ½ tom, ou seja, nota Ré. A sétima nota será Ré + ½ tom, ou seja, nota Mib.

E finalmente a nota Mib + 1 tom retorna para a nota Fá. Então a escala de F Lócrio 6M tem as notas: F Gb Ab Bb Cb D Eb.

Jônico #5 – É a escala menor harmônica começando na terceira nota.

Exemplo: Eb Jônico #5→   Eb   F   G   Ab   B   C   D   Eb

Dórico #4 – É a escala menor harmônica começando na quarta nota.

Exemplo: F Dórico #4→   F   G   Ab   B   C   D   Eb   F

Page 26: Escalas Musicais

Mixolídio b9 b13 ou Frígio 3M – É a escala menor harmônica começando na quinta nota.

Exemplo: G Mixolídio b9 b13→   G   Ab   B   C   D   Eb   F   G

Lídio #9 – É a escala menor harmônica começando na sexta nota.

Exemplo: Ab Lídio #9→   Ab   B   C   D   Eb   F   G   Ab

Page 29: Escalas Musicais

Outros formatos, clique em cima para ampliar:

CAGED 1 e CAGED 2 – 5 desenhos em 5 regiões no braço da guitarra, cada um é construído em torno do formato de um acorde. O Shape 1 em torno do acorde de C, o shape 2 em torno do acorde de A, shape 3 em G, shape 4 em E e shape 5 em D (CAGED). Algumas notas se encontram entre parênteses e oferecem uma alternativa para o desenho.

Simétrico 3 X 3 – É a escala menor harmônica com 6 notas, omite-se em cada shape um dos graus (notas). No shape 1 retira-se a sétima da escala, no shape 2 retira-se a Tônica, no shape 3 a segunda, no shape 4 a terça e assim por diante.

Simétrico 3 X 4 e Simétrico 4 X 3 – A escala completa tocada a cada 2 cordas, repetindo o padrão nas oitavas seguintes. Geralmente repete-se o dedo mínimo nos padrões ascendentes (das cordas graves para as agudas) e o indicador nos descendentes (das cordas agudas para as graves).

Page 30: Escalas Musicais

Escala Menor Melódica (7 notas) – Como forma de tentar aproximar a tonalidade menor da tonalidade maior criou-se a escala menor melódica que possui as mesmas notas da diatônica (maior) com uma terça menor.

Exemplo:

Dó maior – C   D   E F   G   A   B   C

Dó menor melódica – C   D   Eb F   G   A   B   C

Pode também ser vista como a escala menor natural com a alteração ½ tom acima da sexta e sétima notas.

Dó menor natural – C   D   Eb   F   G   Ab     Bb  C

Dó menor melódica – C   D   Eb   F   G   A     B  C

Analisando a distância entre as notas da Escala Menor Melódica tiramos a sua fórmula…

Modos da Menor Melódica

Aeólio 6M 7M – É o formato sem inversão, possui as mesmas notas da escala menor melódica na mesma ordem.

Exemplo: C Aeólio 6M 7M = Cm Melódica→   C   D   Eb   F   G   A   B   C

Page 31: Escalas Musicais

Dórico b9 ou Frígio 6M – É a escala menor melódica começando na segunda nota.

Exemplo: D Dórico b9→ D   Eb   F   G   A   B   C   D

Lídio #5 – É a escala menor melódica começando na terceira nota.

Exemplo: Eb Lídio #5→   Eb   F   G   A   B   C   D   Eb

Page 32: Escalas Musicais

Mixolídio #4 ou Lídio b7 – É a escala menor melódica começando na quarta nota. Essa escala também pode ser chamada de “Overtone”.

Exemplo: F Mixolídio #4→   F   G   A   B   C   D   Eb   F

Mixolídio b13 – É a escala menor melódica começando na quinta nota.

Page 34: Escalas Musicais

Alterada – É a escala menor melódica começando na sétima nota. Também pode ser chamada de “Superlócrio”, ou de Diminished-Whole Tone, pois sua primeira metade parece a escala diminuta (ou DomDim) com   ½   1   ½   1 e a segunda metade parece a escala de tons inteiros com   1   1   1   1.

Exemplo: B Alterada→   B   C   D   Eb   F   G   A   B

Existem muitas maneiras de chegar nas notas que formam a escala alterada, observe:

1 – Escala alterada de C# → C#  D  E  F  G  A  B  C#

Essa escala é idêntica a escala maior de Dó (C D E F G A B C), onde a tônica (C) subiu ½ tom (C#).

2 – Escala alterada de C → C  Db  Eb  Fb  Gb  Ab  Bb  C

É idêntica a escala maior de Dó (C D E F G A B C), onde todos os graus com excessão da tônica cairam ½ tom.

3 – Através do acorde alterado (T7 com combinações de b5, #5, b9, #9).

C#7alt será C#7 (C#   E#=F   B) com as alterações b5 (G), #5 (G =A), b9 (D) e #9 (D =E).

Somando as notas do acorde com as alterações temos…

Page 35: Escalas Musicais

T + b9 + #9 + Terça + b5 + #5 + Sétima → C# + D + E + F + G + A + B = C escala alterada.

Page 36: Escalas Musicais

Outros formatos, clique em cima para ampliar:

CAGED 1 e CAGED 2 – 5 desenhos em 5 regiões no braço da guitarra, cada um é construído em torno do formato de um acorde. O Shape 1 em torno do acorde de C, o shape 2 em torno do acorde de A, shape 3 em G, shape 4 em E e shape 5 em D (CAGED).

Simétrico 3 X 3 – É a escala menor melódica com 6 notas, omite-se em cada shape um dos graus (notas). No shape 1 retira-se a sétima da escala, no shape 2 retira-se a Tônica, no shape 3 a segunda, no shape 4 a terça e assim por diante.

Simétrico 3 X 4 e Simétrico 4 X 3 – A escala completa tocada a cada 2 cordas, repetindo o padrão nas oitavas seguintes. Geralmente repete-se o dedo mínimo nos padrões ascendentes (das cordas graves para as agudas) e o indicador nos descendentes (das cordas agudas para as graves).

Escala Pentatônica m6 (5 notas) – Variação modal da pentatônica m7, entrega a intenção dórica e se popularizou bastante no Blues e seus derivados como o rock. Possui as mesmas notas da penta m7 trocando a sétima menor por uma sexta maior.

Exemplo:

Penta de Cm7 – C   Eb   F   G   Bb

Page 39: Escalas Musicais

Escala Pentatônica M7 (5 notas) – Tem característica modal, o Mixolídio, também usada no Blues, rock e músicas regionais. Possui as mesmas notas da penta m7 trocando a terça menor por uma terça maior.

Exemplo:

Penta de Cm7 – C   Eb F   G   Bb

Penta de C7 – C   E F   G   Bb

Page 42: Escalas Musicais

Escala Diminuta (8 notas) – Tem formação simétrica e vem da sobreposição de dois acordes diminutos.

Co (C   Eb   Gb   Bbb)   +   Do (D   F   Ab   B) = C   D   Eb   F   Gb   Ab   Bbb   B   C

Pode ser visto também como a soma do acorde diminuto com suas aproximações cromáticas.

Co (C   Eb   Gb   Bbb)

B→ C   |   D→ Eb   |   F→ Gb   |   Ab→ Bbb

Ou ainda como uma escala originada da possibilidade simétrica TOM + SEMITOM.

Na prática só existem 3 escalas diminutas pois a quarta escala será igual a primeira, a quinta será igual a segunda e assim por diante:

Escala de Cdim = Escala de Ebdim = Escala de Gbdim = Escala de Adim

Page 43: Escalas Musicais

Escala de C#dim = Escala de Edim = Escala de Gdim = Escala de Bbdim

Escala de Ddim = Escala de Fdim = Escala de Abdim = Escala de Bdim

Uma variação da escala diminuta é conhecida como Dominante-Diminuta (8 notas), ouDomDim. Na prática é a mesma escala na primeira inversão, ou SEMITOM + TOM. Seu uso está mais associado a sua aplicação do que necessariamente a sonoridade que fornece. De forma geral usamos a escala diminuta na tônica do acorde diminuto e a escala DomDim na tônica do acorde dominante (T7). É possível também pensar de outra forma usando a escala diminuta na tônica do acorde diminuto e meio tom acima da tônica do acorde dominante. Ou usar a DomDim na tônica do acorde dominante e meio tom abaixo da tônica do acorde diminuto. Qualquer das opções acaba gerando o mesmo resultado.

DomDim:

Exemplo:

Page 44: Escalas Musicais

CDim – C   D   Eb   F   Gb   Ab   Bbb   B   C

BDomDim – B   C   D   Eb   F   Gb   Ab   Bbb   B

CDim = BDomDim

Aplicação:

Acorde diminuto – Co – Usa-se a escala de CDim ou BDomDim

Acorde dominante – B7 – Usa-se a escala de BDomDim ou Cdim

Page 45: Escalas Musicais

Escala de Tons Inteiros (Hexafônica – 6 notas) – Também é da categoria das escalas simétricas onde a distância entre as notas da sua estrutura é sempre 1 TOM.

Page 46: Escalas Musicais

Na prática só existem 2 escalas de tons inteiros pois elas se repetem a cada 1 TOM:

C tons inteiros (TI) = DTI = ETI = F#TI = G#TI = BbTI

C# tons inteiros (TI) = D#TI = FTI = GTI = ATI = BTI

Page 47: Escalas Musicais

Escala Aumentada (6 notas) – Escala simétrica originada da aproximação cromática das notas do acorde aumentado.

Exemplo:

C(#5) – C   E   G#

Page 48: Escalas Musicais

Aproximações:

B→ C   |   D#→ E   |   G→ G#

C Aumentada – C   Eb   E   G   G#   B

Na prática essa escala entrega 2 terças (menor e maior), 2 quintas (justa e aumentada) e uma sétima maior.

Existem apenas 4 escalas aumentadas pois…

Caum = Eaum = G#aum

Dbaum = Faum = Aaum

Daum = F#aum = A#aum

Ebaum = Gaum = Baum

Page 49: Escalas Musicais

Outras variações de escalas existem e são utilizadas, como as pentatônicas modais ou outros tipos de simetria, observe na tabela abaixo o resumo dessas fórmulas:

Page 51: Escalas Musicais

Simétrica 124:

Simétrica 134:

Para conhecer os desenhos das demais escalas visite no site a “Biblioteca dos Shapes de Escala”.