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0 ESCOLA DE ARTILHARIA DE COSTA E ANTIAÉREA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU EM OPERAÇÕES MILITARES DE DEFESA ANTIAÉREA E DEFESA DO LITORAL MURILO FRANCISCO EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA REGIÃO NORTE, EM DEFESA DA AMAZÔNIA AZUL Rio de Janeiro 2019

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ESCOLA DE ARTILHARIA DE COSTA E ANTIAÉREACURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU EM

OPERAÇÕES MILITARES DE DEFESA ANTIAÉREA E DEFESA DO LITORAL

MURILO FRANCISCO

EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA REGIÃO NORTE, EM DEFESA DAAMAZÔNIA AZUL

Rio de Janeiro

2019

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ESCOLA DE ARTILHARIA DE COSTA E ANTIAÉREACURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO NÍVEL LATO SENSU EM

OPERAÇÕES MILITARES DE DEFESA ANTIAÉREA E DEFESA DO LITORAL

MURILO FRANCISCO

EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA REGIÃO NORTE, EM DEFESA DAAMAZÔNIA AZUL

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Escola de Artilharia deCosta e Antiaérea como requisito parcialpara a obtenção do Grau Especialidadeem Operações Militares de DefesaAntiaérea e Defesa do Litoral.

Orientador: Vinícius Gomes de Jesus-CapArt

Rio de Janeiro

2019

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MURILO FRANCISCO

EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA REGIÃO NORTE, EM DEFESA DAAMAZÔNIA AZUL

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Escola de Artilharia deCosta e Antiaérea como requisito parcialpara a obtenção do Grau Especialidadeem Operações Militares de DefesaAntiaérea e Defesa do Litoral.

Aprovado em

Banca examinadora:

_________________________MAJ ANDERSON MARTINS DA ROCHA

PRESIDENTE

_________________________CAP JORGE NELSON FERREIRA FIGUEIREDO

MEMBRO

_________________________CAP VINÍCiUS GOMES DE JESUS

MEMBRO

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Dedico este trabalho à Escola deArtilharia de Costa e Antiaérea por todo

conhecimento que agreguei nessa casa etoda oportunidade de crescimento

profissional o qual me propiciou.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, pelas correções oportunas e pela disponibilidade e

dedicação.

Aos meus companheiros de turma que, direta ou indiretamente, colaboraram

para a conclusão deste trabalho.

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“Si vis pacem, Parabellum.” (Vegetius)

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EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 NA REGIÃO NORTE, EM DEFESA DAAMAZÔNIA AZUL

Murilo Francisco

Resumo: Devido à ausência de grupos de artilharia de costa no Exército

Brasileiro e a imensurável riqueza presente no território, este trabalho tem como

objetivo apresentar características da região norte do Brasil e sua importância, tendo

em foco o litoral, abordando a Amazônia Azul, apresentando antecedentes quanto à

importância do uso do mar, a defesa do litoral pelo Exército Brasileiro, através do

emprego do sistema ASTROS 2020 e seu uso pela força terrestre na atualidade.

Espera-se que seja possível empregar o sistema ASTROS 2020, eventualmente,

para a defesa do litoral empregando o material existente ou em desenvolvimento.

Palavras chaves: ASTROS 2020, Amazônia Azul, defesa do litoral

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EMPLOYMENT OF THE ASTROS 2020 SYSTEM, IN NORTHERN REGION

OF BRAZIL, IN DEFENSE OF THE BLUE AMAZON

Murilo Francisco

Abstract: Due to the absence of coast artillery groups in the Brazilian Army

and the immeasurable wealth present in the territory, this paper aims to present

characteristics of the northern region of Brazil and its importance, focusing on the

coast, approaching the Blue Amazon, presenting antecedents as to the importance of

the use of the sea, the defense of the coast by the Brazilian Army, through the use of

the ASTROS 2020 system and its use by the land force today. It is expected that it

will be possible to employ the ASTROS 2020 system, eventually for coastal defense,

using existing or developing material.

Keywords: ASTROS 2020, Blue Amazon

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EMPLEO DEL SISTEMA ASTROS 2020, EN LA REGION NORTE DE BRASIL, EN

DEFENSA DE LA AMAZÔNIA AZUL

Murilo Francisco

Resumen: Debido a la ausencia de grupos de artillería costera en el ejército

brasileño y la riqueza inconmensurable presente en el territorio, este documento

tiene como objetivo presentar las características de la región norte de Brasil y su

importancia, centrándose en la costa, acercándose a la Amazonía Azul, presentando

antecedentes en cuanto a La importancia del uso del mar, la defensa de la costa por

parte del ejército brasileño, mediante el uso del sistema ASTROS 2020 y su uso por

la fuerza terrestre actual. Se espera que sea posible emplear el sistema ASTROS

2020, eventualmente para la defensa costera, utilizando material existente o en

desarrollo.

Palabras llave: ASTROS 2020, Amazonia azul

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Área da Floresta Amazônica......................................................................16

Figura 2 – Rodovias que permitem integração do litoral norte por via terrestre.........17

Figura 3 – Amazônia Azul............................................................................................19

Figura 4-Limites da Plataforma Continental Brasileira................................................20

Figura 5 – Estruturas do SisGAAz..............................................................................21

Figura 6 – Manobra nazista ao invadir a França evitando a linha Maginot................24

Figura 7 – Muralha do Atlântico...................................................................................25

Figura 8- Canhão componente da muralha do atlântico.............................................26

Figura 9 – Embarcações aliadas em 06 de junho de 1944.........................................27

Figura 10 – Distribuição das tropas aliadas para o dia D...........................................27

Figura 11 – ASTROS II executando tiro com foguetes...............................................30

Figura 12 – Bia MF empregada por seções Fonte: BRASIL, 1999............................31

Figura 13 – Bia MF empregada por seções e peças…..............................................32

Figura 14 – Bia MF por peças.....................................................................................32

Figura 15-Viatura de Comando e Controle integrante do sistema ASTROS..............35

Figura 16 – Desembarque Anfíbio durante a segunda guerra mundial (Dia D).........36

Figura 17 – MTC – 300, Míssil Tático de Cruzeiro em desenvolvimento pela

AVIBRAS.....................................................................................................................38

Figura 18-MTC 300 em lançamento durante testes do armamento….......................39

Figura 19 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 1ª etapa...............................40

Figura 20 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 2ª etapa...............................40

Figura 21 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 3ª etapa...............................41

Figura 22 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 4ª etapa...............................42

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LISTA DE ABREVIATURAS

ASTROS Artillery SaTuration ROcket System, ou Sistema de Foguetes de

Artilharia para Saturação de Área

Bia A Cos Bateria de Artilharia de Costa

Bia LMF Bateria de Lançadoras de Mísseis e Foguetes

Bia MF Bateria de Mísseis e Foguetes

Cmt SU Comandante de Subunidade

CNUDM Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar

F T Anf Força Tarefa Anfíbia

G A Cos Grupo de Artilharia de Costa

GMF Grupo de Mísseis e Foguetes

MT mar territorial

MTC – 300 Míssil de Cruzeiro AV-TM 300

Mun Munição

PC plataforma continental

Sec Seção

SisGAAz Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul

UCF unidade controladora de fogo

VANT veículo aéreo não tripulado

ZC zona contígua

ZEE zona econômica exclusiva

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

2 METODOLOGIA .....................................................................................................13

2.1 TEMA ...................................................................................................................13

2.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................13

2.3 QUESTÕES DE ESTUDO ...................................................................................13

2.4 OBJETIVOS ...................................................................................................... . .13

2.5 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................14

2.6 CONTRIBUIÇÃO .................................................................................................14

2.7 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS ..............................................................14

3 A AMAZÔNIA ..........................................................................................................16

3.1 O LITORAL NORTE .............................................................................................17

4 A AMAZÔNIA AZUL.................................................................................................19

5 A AMEAÇA NAVAL...................................................................................................23

5.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS: OPERAÇÃO OVERLORD..............................24

6 O SISTEMA ASTROS 2020.....................................................................................29

7 O EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 EM OPERAÇÕES CONTRA

VETORES NAVAIS E OP ANFÍBIAS..........................................................................36

8 CONCLUSÃO..........................................................................................................43

9 REFERÊNCIAS ......................................................................................................45

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1 INTRODUÇÃO

Conflitos recentes demonstram a importância do preparo das forças armadas

em se contrapor a diversos tipos de ameaças: terrestres, aéreas ou navais. Para

tanto o exército deve estar em constante adestramento, desenvolvimento doutrinário

e tecnológico, de modo a estar pronto para se contrapor a tais ameaças e

demonstrar força, com a finalidade de dissuadir possíveis agentes contrários aos

interesses da nação.

Quanto às operações navais temos que:

Os últimos conflitos de vulto deste final de século – das Malvinas (1982) e doGolfo (1991) - registram a importância de se apresentar, nos dias atuais, umadefesa do litoral apoiada em armamento moderno com possibilidades de secontrapor às belonaves inimigas, e, sobretudo, ressaltam, de formainconteste, o valor da dissuasão estratégica propiciada pela presença deforça convenientemente equipada e adestrada nesse tipo de operação.(BRASIL, 1998)

Quanto à importância do litoral brasileiro é vital ressaltar seu valor estratégico

e a necessidade do país de exercer plenamente sua soberania nessa vasta área.

“Na área marítima brasileira, sobre o oceano Atlântico, cruzam importantes rotas de

navegação, vitais para a economia nacional. Aí estão localizadas as reservas do pré-

sal brasileiro, de alto significado econômico, político e estratégico.” (BRASIL, 2012)

Temos também sobre a região Norte do país que “[...] equivale a mais da

metade do território nacional e se caracteriza, entre outros elementos, por possuir

baixa densidade populacional e extensa faixa de fronteira.” (BRASIL, 2012) Sendo

assim de vital importância a defesa do litoral nessa região, onde se encontra a Foz

do Rio Amazonas, Rio Tocantins, Rio Xingu, entre outros, hidrovias vitais para a

integração nacional e de grande valor estratégico.

Segundo BRASIL, 1998, Os sistemas de mísseis são os meios mais eficazes

para se contrapor ao inimigo naval, Sendo o sistema Astros (Artillery Saturation

Rocket System), de fabricação da empresa brasileira AVIBRAS, o melhor armamento

em uso pelo exército brasileiro para cumprir esse tipo de missão.

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2 METODOLOGIA

2.1 TEMA

O tema central do presente trabalho foi delimitado ao estudo sobre o emprego

do sistema ASTROS 2020, na região norte, em defesa da Amazônia Azul. Assim, o

tema está delimitado em objeto de estudo ao subsistema de armas empregado pelo

Exército Brasileiro na defesa do litoral, no espaço, a região norte do país. Por fim,

limitou-se no tempo ao estudo da situação presente (2019).

A presente pesquisa trata o tema contextualizando a atual situação do

exército, suas possibilidades e limitações, para empregar tal material com essa

finalidade.

2.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A situação problematizada, que norteou a pesquisa realizada foi a seguinte:

“Para a defesa do ambiente amazônico, em face ao acesso pelo mar e hidrovias à

tal região, é necessário a preocupação por parte do Exército Brasileiro com o

emprego de artilharia na defesa do litoral norte? A situação atual dos quartéis

dotados com o material e armamentos disponíveis permitem a utilização eficaz do

sistema astros 2020 para a defesa da Amazônia Azul na região norte do país?”.

2.3 QUESTÕES DE ESTUDO

Dentre os questionamentos levantados para o guiamento do presente estudo,

destacam-se os seguintes:

a. Como se caracteriza a Amazônia Azul?

b. Como se caracteriza o litoral norte brasileiro?

c. Quais os antecedentes históricos que demonstram a importância do uso do

mar?

c. Quais são as possibilidades e limitações do sistema ASTROS 2020?

d. Como a doutrina prevê o emprego desse sistema de armas na defesa do

litoral?

e. Como é o emprego do ASTROS atualmente no exército brasileiro?

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2.4 OBJETIVOS

Atrelado aos questionamentos apresentados e ao problema exposto, traçou-

se o objetivo geral de pesquisa foi de abordar aspectos gerais relacionados ao

sistema ASTROS e seu uso em defesa do litoral, sendo os objetivos específicos os

que seguem:

a. Apresentar as características da região norte e seu litoral;

b. Apresentar as principais características da Amazônia Azul;

c. Apresentar antecedentes históricos quanto a importância do uso do mar;

d. Apresentar o Sistema ASTROS 2020;

e. Apresentar o uso do sistema pelo exército brasileiro e seu uso para defesa

do litoral.

2.5 JUSTIFICATIVA

A falta de grupos de artilharia de costa e a centralização dos recursos

referentes a artilharia de misseis e foguetes em Formosa-GO, distante do litoral,

exige constante manutenção da doutrina e preparo por parte dos grupos de misseis

e foguetes para atuar em missões de defesa do litoral.

Nesse sentido, o presente trabalho justifica-se por promover uma discussão

sobre a manutenção do preparo dos Grupos de Mísseis e Foguetes e evolução do

material para emprego como artilharia de costa em defesa do litoral.

2.6 CONTRIBUIÇÃO

O trabalho pretende realizar uma análise com a finalidade de atualizar o

conhecimento que já existe sobre o emprego de lançadores de misseis e foguetes

na defesa do litoral da região delimitada, assim como contribuir para que se possa

traçar um panorama futuro provável.

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2.7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto à natureza, o presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa do

tipo aplicada, por ter por objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática, como

suporte e fonte de dados, às análises sobre o tema, dentro dos limites estabelecidos

em tempo e espaço. Para tanto, utiliza-se o método indutivo, por valer-se das

observações dos casos particulares e buscar a generalização dos dados,

respeitados os limites já citados.

Trata-se de estudo bibliográfico, uma vez que tem como método a leitura

seletiva do material pesquisado, assim como sua revisão para a realização da

análise dos dados levantados e a posterior síntese, com o intuito de formar uma

nova literatura atualizada e relevante sobre o tema.

As principais fontes de pesquisa utilizadas no presente trabalho foram, em

sua maioria, documentos digitais disponíveis na rede internacional, sendo de

domínio público. Foram priorizadas fontes de periódicos militares reconhecidos

(InfoDefensa, Defesanet, entre outros), livros específicos sobre os diversos conflitos

(também disponíveis em fontes livres na rede), manuais militares nacionais e

estrangeiros e mídia aberta em geral.

O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira:

a. Os capítulos de 3 a 7 abordam o ambiente operacional, a amazônia azul, a

região norte do país, antecedentes históricos do uso do mar, o Sistema

ASTROS 2020 e seu emprego.

b. No capítulo 8, último do presente trabalho, são apresentadas as

conclusões da pesquisa e suas considerações finais.

Com o propósito de operacionalizar a pesquisa, foram adotados os

procedimentos metodológicos descritos nos próximos parágrafos.

Primeiramente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica visando a rever

literatura que nos fornecesse dados oficiais, se disponíveis, sobre a doutrina da

defesa do litoral e o emprego de lançadores de mísseis e foguetes. Nesse sentido,

foram encontrados dados relevantes sobre os meios de defesa e sobre o ambiente

operacional em questão (Amazônia Azul). Dados complementares foram

encontrados em diversas publicações de periódicos na área de defesa, dos quais

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foram, principalmente, extraídos dados técnicos relevantes para o trabalho.

Por fim, foi adotado como foco principal a busca por indícios que indicassem

na direção da aquisição, modernização ou substituição de novos armamentos para o

sistema ASTROS 2020. Para tanto, foram adotadas fontes, prioritariamente,

manuais do Exército Brasileiro, além de notícias sobre o tema da mídia aberta em

geral.

O principal instrumento de coleta de dados foi o fichamento, tendo em vista a

natureza factual e histórica dos fatos referentes ao tema e aos objetivos específicos

do presente trabalho.

3 A AMAZÔNIA

Na região Norte do Brasil encontra-se, a maior floresta tropical do mundo, a

Amazônia, uma região riquíssima onde se concentram grande parte das reservas

naturais do planeta. Com uma imensa variedade de fauna e flora também abrange

grande parte das reservas de água doce mundial.

Figura 1 – Área da Floresta Amazônica

Fonte: FRANCO, 201-?. Disponível em <https://escolaeducacao.com.br/bacia-hidrografica-

amazonica>. Acesso em 07 de Outubro de 2019.

Sobre isso temos que:

A Amazônia representa um dos focos de maior interesse da defesa. A Pan-Amazônia, equivalente à totalidade da Amazônia na América do Sul, tem, emnúmeros aproximados, 40% da área continental sul-americana e detém 20%da disponibilidade mundial de água doce. A maior parcela de extensão

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amazônica pertence ao Brasil — cerca de 70%. O Brasil afirma suaincondicional soberania sobre a Amazônia brasileira, que possui mais de 4milhões de km2, abriga reservas minerais de toda ordem e a maiorbiodiversidade do planeta. A cooperação do Brasil com os demais países quepossuem território na Pan-Amazônia é essencial para a preservação dessasriquezas naturais. (BRASIL, 2012)

Sendo uma área com baixa densidade populacional e de grande interesse é

importante para o Brasil manter a soberania sobre esse território, tendo como

grande via integradora o Rio Amazonas o qual da acesso do mar ao interior da

região norte. Sobre isso temos que:

A malha hidroviária brasileira constitui fator determinante para a integraçãonacional. O País abriga 12 grandes bacias hidrográficas. Destacam-se quatroprincipais: ao norte, a Amazônica; no centro, as do Araguaia-Tocantins e doSão Francisco; e, ao sul, as sub-bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai, quecompõem a bacia do Prata. Há grande potencial para ações articuladas quefacilitem o transporte intermodal, como fator de ocupação do interior e deintegração nacional, com reflexos diretos para a integração da América doSul.(BRASIL, 2012)

3.1 O LITORAL NORTE

A região norte do país tem um litoral muito extenso e importante pelos

recursos naturais os quais possui, dá acesso à região amazônica através de rios

navegáveis e projeta o Brasil para o exterior, particularmente África e América

central. Sobre tal região temos que:

O litoral brasileiro apresenta dois segmentos nítidos: o segmento que seestende do cabo de São Roque, no Nordeste, ao arroio Chuí, no Sul, e o quevai do cabo de São Roque ao rio Oiapoque, no Norte[….]O segmento que vaido Cabo de São Roque ao rio Oiapoque projeta o Brasil para a porção norteda África, para a Europa Ocidental, canal do Panamá, Caribe e AméricaCentral e do Norte. (BRASIL, 2012)

O trajeto, por vias terrestres, entre cabo de São Roque-RN e Belém-PA,

região onde temos acesso à bacia do rio Amazonas e a do Araguaia-Tocantins, se

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estende por mais de 2000 Km, sendo necessárias 32 h contínuas para percorrer sua

totalidade.

Figura 2 – Rodovias que permitem integração do litoral norte por via terrestre

Fonte: Disponível em <https://www.google.com/maps/dir/Cabo+de+São+Roque,

+Maxaranguape+-+RN/Belém,+PA/@-3.5290161,-46.3683716,6z/data=!4m15!4m14!1m5!1m1!

1s0x7b39efd9bf36869:0x40e9b5b9143c583c!2m2!1d-35.2629155!2d-5.4854413!1m5!1m1!

1s0x92a461af84756ce1:0x570d540215864c35!2m2!1d-48.4901799!2d-1.4557549!3e0!5i1>. Acesso

em 07 de Outubro de 2019.

Quanto às necessidades nessa região temos que:

Os meios disponíveis para realizar uma defesa no litoral e em hidroviasinteriores, normalmente, são insuficientes para atendimento adequado àsreais necessidades. Em consequência, é fundamental que sejamestabelecidas prioridades de defesa. b. Para isso, consideram-se osseguintes aspectos: (1) importância - a área a ser defendida deverá sofrercriteriosa avaliação. Fruto desta, será analisado o seu valor econômico e/oumilitar, sob os pontos de vista estratégico e tático. (2) vulnerabilidade -intimamente relacionada com o grau de danos que uma determinada áreapoderá sofrer pela ação do inimigo naval. (3) recuperabilidade - grau defacilidade e rapidez que uma determinada área poderá requerer para suarecuperação, após sofrer uma ação do inimigo naval. (4) possibilidades doinimigo naval - calcadas em dados obtidos pela Inteligência, sobre ascaracterísticas de emprego do inimigo naval e seu armamento, e na definiçãode quais as ações que efetivamente poderão ser executadas contra o litoral.Neste aspecto são, também, levantadas as características topo-hidrográficasda área a defender. (BRASIL, 1998)

Sendo assim é necessário uma criteriosa avaliação quanto às regiões a

serem defendidas para se empregar os escassos meios dos quais dispomos da

melhor maneira possível.

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4 A AMAZÔNIA AZUL

É de suma importância ressaltar o valor estratégico do domínio brasileiro

sobre o mar. “Na área marítima brasileira, sobre o oceano Atlântico, cruzam

importantes rotas de navegação, vitais para a economia nacional. Aí estão

localizadas as reservas do pré-sal brasileiro, de alto significado econômico, político e

estratégico”.(BRASIL, 2012)

Em questão de riquezas naturais e extensão a área marítima se compara à da

floresta amazônica, em especial reservas de petróleo importantes para o

desenvolvimento nacional, além de diversos exemplares de vida marinha tão rica

quanto a fauna e flora da selva brasileira, sendo chamada assim de Amazônia Azul.

A região do Atlântico Sul sobre a qual o Brasil tem direitos territoriais e outrasprerrogativas de exploração e controle corresponde às águas jurisdicionais.Recebeu recentemente a denominação Amazônia Azul, cuja área éequivalente à da Amazônia Verde brasileira. Sob essa região, estão abrigadasas reservas de petróleo em águas profundas e ultraprofundas, tãoimportantes para o desenvolvimento do País. Daí a necessidade deintensificar medidas de acompanhamento, monitoramento e controle dotráfego marítimo, assim como dos incidentes na área de vigilância marítimasob a responsabilidade do Brasil.(BRASIL, 2012)

Figura 3 – Amazônia Azul

Fonte: BRASIL, 2012. p.47.

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O Brasil tem soberania em diferentes nives no mar, referente à distância de

sua massa terrestre, tendo sido estabelecidos limites em 1982 pela ONU, para o Mar

Territorial, Zona Contígua, e Zona Econômica Exclusiva.

Em 1982, foi realizada a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito doMar (CNUDM), cujas resoluções foram ratificadas pelo Brasil. Nas resoluçõesda CNUDM, foram estabelecidos importantes conceitos para a regulação doslimites no mar, quais sejam: um mar territorial (MT), onde o Estado exercesoberania plena, inclusive no seu espaço aéreo sobrejacente; uma zonacontígua (ZC), dentro da qual o Estado costeiro pode tomar medidas defiscalização aduaneira, sanitária e reprimir infrações às leis e aosregulamentos cometidas no território ou no mar territorial; e uma zonaeconômica exclusiva (ZEE), na qual o Estado tem direitos de soberania parafins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursosnaturais, vivos ou não vivos. A partir da linha de base de onde se origina o MTaté o limite externo da ZEE, o Estado costeiro exerce direitos sobre uma faixade 200 milhas náuticas (370 km), as chamadas “águas jurisdicionais”, onde asoberania é exercida em diferentes graus. (BRASIL, 2012)

Tendo uma vasta área a ser defendida, em termos de defesa essa divisão nos

apresenta que:

As áreas marítimas estratégicas de maior prioridade e importância para oBrasil são representadas pelas águas jurisdicionais brasileiras (AJB), as quaisincluem o mar territorial (MT), a zona contígua (ZC), a zona econômicaexclusiva (ZEE) e a plataforma continental (PC), bem como a regiãocompreendida entre o Paralelo 16 norte, a costa oeste da África, a Antártica, oleste da América do Sul e o leste das Antilhas Menores.. (BRASIL, 2012)

Figura 4-Limites da Plataforma Continental Brasileira

Fonte: BRASIL, 2012. p. 46.

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Essa extensa região oferece diversos pontos de interesse estratégico para o

pais, sendo de vital importância sua manutenção assim como a da Amazônia Verde.

Para tanto é necessário um sistema para monitoramento e controle da região,

levando em consideração o viés de defesa nacional.

No mar, a ZEE brasileira, cujo limite exterior é de 200 milhas náuticas, temuma área oceânica aproximada de 3,54 milhões de km2. A área em questão,somada aos cerca de 960 mil km2 de plataforma continental (PC), situadosalém das 200 milhas náuticas e reivindicados junto à Comissão de Limites daPlataforma Continental da ONU, perfaz um total aproximado de 4,5 milhõesde km2. Essa extensa área oceânica delimita o que se denomina “AmazôniaAzul”, que é adjacente ao continente e corresponde a aproximadamente 52%da área continental brasileira.[….]Sistema de Gerenciamento da AmazôniaAzul (SisGAAz) O SisGAAz foi concebido para ser um sistema demonitoramento e controle relacionado ao conceito internacional de segurançamarítima e para a proteção do litoral brasileiro. Foi projetado para se tornar oprincipal sistema de comando e controle da Marinha e prevê a gestão dasatividades ligadas ao mar que envolvam vigilância, monitoramento, prevençãoda poluição, recursos naturais, entre outras. O Sistema visa ao incremento doconhecimento sobre o ambiente marítimo e o posicionamento, casonecessário, dos meios operativos disponíveis, para responder prontamente àscrises ou emergências que ocorram no litoral brasileiro. (BRASIL, 2012)

Figura 5 – Estruturas do SisGAAz

Fonte: BRASIL, 2012. p. 74.

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Aliado a isso ressalta-se que o meio naval é de grande importância para

projeção de poder. “No cenário atual, observa-se que foi resgatada a importância

atribuída aos meios navais de superfície, como instrumentos de projeção do poder

militar.”(BRASIL, 1998). Faz-se necessária uma grande atuação da Força Naval do

país e da Artilharia de Costa como componente da força terrestre a atuar nessa

área. “A artilharia de costa, qualquer que seja sua situação de comando, está com

ligação estabelecida com a Marinha, o que possibilita acompanhar todo o movimento

da F T Anf, em alto mar”(BRASIL, 1998).

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5 A AMEAÇA NAVAL

Para a evolução dos combates é necessário uma bem estabelecida cadeia

logística, sendo que operações demoradas exigem bases de apoio que ressuprirão

as tropas conforme as necessidades e o tempo forem exigindo. TZU,2002, explicita

a dificuldade de se manter operações por longos períodos de tempo devido ao

grande custo que isso pode trazer ao estado.

Para estabelecer uma base de apoio em solo estrangeiro uma força precisa

empregar o vetor naval, sendo que o aerotransporte de toda uma estrutura de guerra

não seria viável visto que tais tropas não tem autonomia para se manter em combate

por longos períodos de tempo.

Utilizando-se de embarcações é possível empregar com grande eficiência o

princípio da massa, transportando em grande escala pessoal, material e

estabelecendo estruturas necessárias para estabelecer uma base em solo

estrangeiro.

Temos como exemplo a Operação Overlord, que permitiu que os aliados

estabelecessem controle sobre o norte da França durante a Segunda Guerra

Mundial.

“O Dia D, também conhecido como Operação Overlord, [...] marcou o início da

liberação da França do domínio dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O Dia D

também foi extremamente importante ao criar um front ocidental de guerra”(SILVA,

[201-?]).

Portanto os vetores navais são as plataformas das quais são lançados os

demais vetores necessários para que um estado beligerante se mantenha em

combate quando é necessária a aproximação pelo mar, permitindo a um país

estabelecer sua logística, transportar tropas, lançar armamentos e vetores aéreos

muito além de suas bases em terra, conforme a necessidade não estando

condicionados apenas ao seu raio de ação.

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5.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS: OPERAÇÃO OVERLORD

Entre os anos de 1939 e 1945 o mundo se viu em conflito. Os países do

Eixo, Alemanha, Itália e Japão, guiados por ideais fascistas e nazistas, enfrentava os

países aliados, dos quais se destacam Reino Unido, Estados Unidos, França,

Canadá, entre outros.

Em pouco tempo os nazistas dominaram a maior parte da Europa, invadindo

a Polônia, a França e rapidamente subjugando outras nações utilizando-se da

técnica chamada de Blitzkrieg, onde através de um ataque rápido utilizava-se de

força aérea, unidades blindadas e em seguida infantaria, pondo logo um fim ao

conflito e não se alongando nas operações.

Nessa época os franceses haviam fortificado sua fronteira com a Alemanha

estabelecendo a linha maginot, uma poderosa posição defensiva que visava deter o

ataque que possivelmente viria do leste. Porém ao norte, na região de suas

fronteiras com a Bélgica, essa linha não contava com a mesma força que possuía na

fronteira mais ao sul, que visava o território alemão.

As tropas de Hitler rapidamente conquistaram os belgas e por lá invadiram a

França, desbordando as defesas da linha Maginot, chegando ao território francês

por trás dos canhões. Logo os alemães dominaram a França e estabeleceram seu

controle.

Próximo ao norte da França encontram-se as ilhas britânicas e no front

ocidental o Reino Unido era a maior ameaça aos exércitos nazistas. Devido sua

proximidade com o território poderiam estabelecer os caminhos necessários à

realizar uma invasão do continente, estabelecer logística e assim projetar poder do

lado dos aliados.

Figura 6 – Manobra nazista ao invadir a França evitando a linha Maginot

Fonte: BATISTA, 2016

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Portanto logo os nazistas estabeleceram suas próprias posições defensivas.

Assim como a linha Maginot defendia a França pelo leste, foram estabelecidas

diversas posições ao norte da Europa formando assim a chamada muralha do

atlântico.

Figura 7 – Muralha do Atlântico

Fonte: Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Muralha_do_Atlântico>. Acesso em 07 de outubro

de 2019.

Com o desenrolar da guerra a União Soviética, que começou como aliada da

Alemanha, foi invadida pelos nazistas criando-se um novo front em um ambiente

desfavorável ao emprego da Blitzkrieg e que exigia uma campanha prolonga,

altamente onerosa ao estado (TZU, 2002). Que culminou na batalha de Stalingrado

e marcou o fim do avanço alemão.

Na França a preocupação se voltava para um possível desembarque aliado

em Calais, a apenas 30 Km de Dover, na Inglaterra. Portanto foi fortificada aquela

região da muralha do Atlântico e de certo modo negligenciada outras partes,

atribuindo-lhes menos meios e tropas menos preparadas.

O Com medo da entrada dos Estados Unidos no grupo dos Aliados em 1941,Hitler entendeu que eles poderiam invadir o seu território pelo mar daInglaterra. Por isso, um ano depois ele ordenou que fosse construída umamuralha para reforçar a segurança no litoral. Inicialmente, a obra priorizou asáreas onde haviam muitas embarcações nazistas e a prioridade era reforçar amuralha na região da França, pois acreditava-se que esse era o elo mais fácilpara ser invadido pelos Aliados. Outra região que recebeu reforço foi a daBélgica, em regiões portuárias..(BATISTA,2016)

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Figura 8- Canhão componente da muralha do Atlântico

Fonte: BATISTA, 2016

As obras na fortificação no norte da Europa continuaram até o dia D, como

ficou conhecido o desembarque das tropas aliadas na região da Normandia, com

cerca de 155 mil soldados aliados (BATISTA, 2019)

O desembarque se deu na região da Normandia pois permitia aproximação

com maior facilidade do que Calais que estava mais fortificada. Do mesmo modo

que os nazistas ultrapassaram a linha Maginot, os aliados invadiram a França pelo

ponto menos defendido da muralha do Atlântico. Assim ocorreu a Operação

Overlord, contando com o principio da massa para estabelecer o controle da região

de Caen.

“A operação é hoje classificada como o maior desembarque de todos os

tempos. Foram envolvidos os exércitos dos Estados Unidos, Inglaterra e Canadá

distribuídas em 14.200 embarcações, 600 navios e milhares de aviões.” (BATISTA,

2019)

Foram empregadas tropas paraquedistas que garantiriam a segurança de

pontos sensíveis no interior da posição e as embarcações abordaram as praias onde

foi realizado o desembarque das tropas aliadas que deu início ao fim da guerra na

Europa. Menos de um ano após isso Hitler cairia.

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Figura 9 – Embarcações aliadas em 06 de junho de 1944

Fonte: HOFFMAN, 2019

Em relação aos esforços empregados durante a operação: “Com exceção do

comandante em chefe dos EUA, Dwight D. Eisenhower, o comando da missão militar

era composto por britânicos – três quartos dos navios de guerra e das embarcações

de desembarque eram da Marinha Real Britânica” (HOFFMAN, 2019).

Figura 10 – Distribuição das tropas aliadas para o dia D

Fonte: Disponivel em

<https://www.reddit.com/r/MapPorn/comments/bxjayb/dday_75th_anniversary_a_map_showing_the/>.

Acesso em 07 de Outubro de 2019.

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Assim uma operação militar em solo estrangeiro, precisa de uma bem

estabelecida cadeia logística. É inviável que tal estrutura seja deslocada por meios

aéreos. Logo é necessário transportar tropas e suprimento pelo mar caso não haja

via terrestre, demonstrando a importância de operações anfíbias.

Na Operação Overlord, a fim de estabelecer suas tropas no norte da França,

os países aliados realizaram um enorme desembarque anfíbio. Tendo superado as

dificuldades impostas pela defesa do litoral estabelecida pelos alemães, tomaram a

região da Normandia e a partir do controle do mar e abastecimento das tropas por

ali, iniciaram a retomada da Europa.

Controlar a porção do mar entre as ilhas britânicas e a França mudou o

curso da guerra e permitiu aos aliados operar no continente com o suporte

necessário chegando pelo mar, que antes lhe era negado.

Tais fatos demonstram a importância do uso do mar em operações militares

e a necessidade de uma eficaz defesa do litoral. Uma vez rompida essa barreira a

força atacante tem a liberdade de atuar longe de seu território, recebendo apoio

logístico que antes seria inviável.

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6 SISTEMA ASTROS 2020

Sendo observada a importância da defesa do litoral, o emprego de mísseis e

foguetes é o melhor meio a ser considerado pela artilharia. O Brasil dispõe do

sistema ASTROS (Artillery SaTuration ROcket System, ou Sistema de Foguetes de

Artilharia para Saturação de Área) consolidado no programa estratégico de defesa

ASTROS 2020:

O ASTROS 2020 é um sistema de defesa que visa atender a uma demandaespecífica em termos estratégicos do Exército Brasileiro, que consiste emprover a Força Terrestre com meios de apoio de fogo com elevadacapacidade de dissuasão, através do desenvolvimento nacional de um míssilcom alcance de até 300 km. O Exército contará com dois Grupos deLançadores de Mísseis e Foguetes. (BRASIL, 2012)

Atualmente o Exército Brasileiro dispõe de 2 (dois) Grupos de Misseis e

Foguetes (GMF), o 6º GMF e o 16º GMF, esse último ainda em vias de se

estabelecer pronto para emprego em 2020. Esses grupos são dotados do Sistema

ASTROS II, cuja atualização integra o programa. Quanto a tal sistema de armas

temos que:

A Bateria de Lançadores Múltiplos de Foguetes, atualmente, emprega oSistema ASTROS II, fabricado pela indústria nacional, que foi testado emcombate no Golfo Pérsico, sendo reconhecido como um dos mais eficientessistemas táticos de lançadores múltiplos de foguetes em uso no mundo.Mostrou também ser simples, possuir mobilidade em qualquer terreno efacilidade de operação e manutenção.(BRASIL, 1999)

Tais unidades, localizadas em Formosa-GO, já dispõe das devidas

modernizações do projeto, tendo o 6º GMF sido dotado com viaturas MK3M, uma

versão modernizada do ASTROS II MK3, e o 16º GMF com viaturas MK6.

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Figura 11 – ASTROS II executando tiro com foguetes

Fonte: SD RAFAEL. Disponível em <http://www.eb.mil.br/pt/web/noticias/noticiario-do-

exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/exercito-recebe-viaturas-lancadoras-de-foguetes-

do-programa-astros-2020-modernizadas-com-tecnologia-digital>. Acesso em 07 de Outubro de 2019.

A implementação dessas atualizações e a criação do Forte Santa Bárbara,

centralizando meios de comando e logística, demonstram a crescente importância

das Baterias de Lançadores de Mísseis e Foguetes (Bia LMF), atualmente

denominada Bateria de Mísseis e Foguetes (Bia MF).

Tal sistema “[….]proporciona considerável aumento do poder de fogo da

Artilharia do Exército Brasileiro, possibilitando a rápida e indispensável saturação de

área”(BRASIL, 1999).

Portanto percebe-se a gama de possibilidades e a importância para a

projeção de poder do Brasil o desenvolvimento desse projeto.

Temos que:

a. Unidade de emprego – A unidade básica de emprego dos lançadoresmúltiplos é a bateria. Nesse escalão ocorre a otimização dos efeitos dosfogos e é explorada a principal característica do material, que é a aplicação,em curto espaço de tempo, de considerável massa de fogos em uma regiãodo terreno. O emprego da bateria como um todo facilita o trabalho de seusdiversos elementos, conferindo-lhe maior segurança e maior flexibilidade.(BRASIL, 1999)

Portanto o uso ideal das lançadoras é na bateria como um todo. Isso permitira

saturar a área desejada com eficiência. Sendo que:

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b. Emprego das Seções – Mediante criterioso estudo de situação, é admitidoo emprego das seções da Bia LMF no cumprimento de missões de tirodistintas. Essa descentralização das missões de tiro podem ocorrer emfunção da necessidade de serem batidos dois alvos simultaneamente, seja deuma mesma posição de tiro ou de posições diferentes. Para isso, deve serconsiderado, na análise dos alvos, o efeito desejado sobre eles.(BRASIL,1999)

Tal emprego perde o efeito de saturação o que, contra alvos pequenos e

fugazes, tais quais embarcações pode comprometer a missão.

Quanto às possibilidades para emprego da Bia MF pode-se configurar de três

maneiras: Por seções, por seções e peças e por peças (BRASIL, 1999).

(1) Por seções – uma seção cumpre missão enquanto a outra está emcondições de ser empregada, (em posição de espera) ou está emdeslocamento ou remuniciamento. A continuidade do apoio de fogo é mantidaem melhores condições uma vez que pode ser executado o rodízio completoentre as seções sem solução de continuidade. Nesta alternativa a bateria nãose expõe por inteiro em uma única posição.(BRASIL, 1999)]

Figura 12-Bia MF empregada por seções

Fonte: BRASIL, 1999. p. 3-4.

(2) Por seção e peças (a) Podem-se constituir três frações de tiro: uma seçãoe duas peças (b) Nessa situação, uma fração estaria cumprindo missão, outraestaria em condições de ser empregada e, a última, em remuniciamento oudeslocamento. Esta formação possibilita muito boas condições para acontinuidade do apoio de fogo, sem causar grandes problemas para acoordenação e controle das frações. (c) No caso da bateria a seis peças,outras combinações de frações podem ser formadas, tais como: uma seção atrês peças, mais outra a duas peças e uma peça isoladamente; duas seçõesa duas peças e duas peças isoladamente, etc. (BRASIL, 1999)

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Figura 13 – Bia MF empregada por seções e peças

Fonte: BRASIL, 1999. p. 3-4.

(3) Por peças (a) Este processo é o que permite o engajamento simultâneo demaior números de alvos. Seria o mais indicado para as fases iniciais docombate (preparação ou contrapreparação), e para quando o inimigo possuirmeios eficazes de busca de alvos e de contrabateria (Fig 3-3). (b) É o queoferece melhores condições de sobrevivência face à contrabateria, além deiludir o inimigo quanto ao real efetivo de lançadores múltiplos. Entretanto, é oque apresenta piores condições de coordenação e controle, além de exigirmaiores trabalhos de REOP e um treinamento rigoroso das guarnições.(BRASIL, 1999)

Figura 14 – Bia MF por peças

Fonte: Brasil, 1999. p. 3-5.

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Para se bater eficazmente alvos que exigem saturação da área deve-se dar

prioridade para o uso da bateria como um todo. “O emprego das frações da bateria

visa primordialmente iludir o inimigo, dificultando sua busca de alvos e contrabateria”

(BRASIL,1999). Portanto apenas em cenários onde busca-se fugir à capacidade de

Busca de alvos e contrabateria inimiga, deve-se utilizar da descentralização dos

meios, sendo preferível manter a centralização.

Em operações no meio naval e contra desembarque anfíbio o emprego de Bia

LMF é de suma importância. Temos o seguinte: “1ª etapa – Durante a aproximação

das embarcações para a tomada de dispositivo para início do desembarque (devem

ficar no alcance dos LMF, exclusivamente). - Visam a retardar, desorganizar e, se

possível, neutralizar a aproximação do inimigo.” (BRASIL, 1998)

Uma das possibilidades do sistema é “Operar com diferentes tipos de

foguetes, possibilitando variações de alcances e calibres, de acordo com a natureza

do alvo, com sua localização e com o efeito desejado.” (BRASIL, 1999) Sendo assim

ideal para missões em um ambiente com alta variedade nas possíveis ameaças a

serem engajadas, adequando-se com seu armamento de modo a fazer frente ao

vetor hostil da melhor maneira possível.

Porém conforme (BRASIL, 1999) O sistema é inadequado para bater alvos

pequenos e necessita executar diversas mudanças de posição por ser vulnerável a

ação aérea inimiga ao executar missões de tiro. O sistema é um meio nobre e deve

ser preservado, logo é necessária grande atenção aos cuidados com segurança.

Particularmente busca de alvos e contrabateria.

Em princípio, cada alvo é batido de uma única posição de tiro, pois é emfunção desse alvo que é escolhida a posição a ser ocupada. Quando osmeios de busca de alvos inimigos não estão totalmente ativados ou quando asituação o permite, admite-se que a seção ou a bateria continue atirando damesma posição.(BRASIL, 1999)

Sendo assim importante possuir vias por onde progredir, entrar e sair de

posição e se mobilizar em um cenário de crise. “A cada posição de espera

necessária ao cumprimento da missão, corresponderão, em princípio, 4 (quatro)

posições de tiro” (BRASIL,1999). Também nota-se a importância do emprego da

Artilharia Antiaérea para a defesa do sistema por ocasião de seu uso.

Quanto ao fator terreno para fins de emprego das Bia LMF temos que:

Terreno (1) A escolha de posições de tiro em áreas de grande concentraçãode tropas amigas pode atrair fogos de contrabateria que poderão atingir essastropas. (2) O terreno influenciará no tipo de desdobramento de acordo com a

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disponibilidade de áreas de posição. Poucas áreas disponíveis levarão àutilização de menos frações de tiro, ao passo que o contrário favorecerá oemprego de mais frações.(BRASIL, 1999)

Portanto deve-se atentar para tal fator uma vez que a região norte do Brasil

dispõe de várias regiões de difícil acesso com obstáculos naturais e falta de

infraestrutura que podem dificultar as operações.

Também observamos em operações no meio naval que:

A mobilidade tática exige que o dispositivo de defesa seja flexível, que osmeios disponham de mobilidade adequada e tempo reduzido para a reação.Assim, torna-se necessário a ocupação de dispositivo de expectativa epresteza para acorrer às diferentes posições de tiro previstas. Nessasposições, devem realizar rápidos procedimentos de reconhecimento, escolhae ocupação de posição (REOP) e abrir fogo com agilidade, guardandocapacidade de assegurar a sua continuidade, a despeito das inúmerasmudanças rápidas de posição, necessárias para se preservar dos fogos decontrabateria dos navios. (BRASIL, 1998)

Logo é necessário um grande estudo do terreno a fim de propiciar a melhor

forma de emprego das Bia LMF, atentando-se às necessidades táticas e técnicas

para o uso de tal material. Provendo um eficaz apoio de fogo e atentando à

segurança da tropa.

Também deve-se atentar para as necessidades de comunicações uma vez

que “Meios de comunicações confiáveis e com alcance compatível permitirão ao

comandante da bateria controlar e coordenar a ação de suas frações de

tiro”(BRASIL, 1999).

Ressalta-se então a importância dos sistemas de comando e controle e

comunicações para coordenação do sistema. Agindo como o cérebro por trás dos

armamentos a serem empregados.

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Figura 15-Viatura de Comando e Controle integrante do sistema ASTROS

Fonte: PAIVA, 2015. Disponível em

<http://www.defesanet.com.br/terrestre/noticia/20591/EB---6--GMF-faz-treinamento-na-fronteira-do-

Amapa/>. Acesso em 07 de Outubro de 2019.

A Floresta Amazônica, grandes distâncias, e a falta de eficientes sistemas de

comunicações em regiões destacadas das grandes cidades na região norte

ressaltam a importância de uma boa rede de comunicações a fim de permitir a

eficiência das operações. “O comandante da bateria deve ter um sistema de

comunicações confiável para controlar tática e administrativamente seus elementos

subordinados, obter e difundir dados e conhecimentos de combate.” (BRASIL, 1999)

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7 O EMPREGO DO SISTEMA ASTROS 2020 EM OPERAÇÕES CONTRA

VETORES NAVAIS E OP ANFÍBIAS

Para se contrapor a operações navais e operações contra desembarque

anfíbio, é necessário o devido preparo e manutenção doutrinaria de artilharia de

costa por parte da força terrestre.

A missão geral da artilharia de costa é participar da defesa contra operaçõesnavais inimigas em áreas marítimas adjacentes ao litoral ou em hidroviasinteriores. Para isso, executa uma ou mais das seguintes ações: (1) repele ouimpede pelo fogo o desembarque de forças inimigas; (2) realiza fogos sobremeios navais inimigos, no alcance de seu material. (BRASIL, 1998)

Sendo assim tal emprego da artilharia se faz essencial para a defesa do

litoral, impedindo ou dificultando o desembarque anfíbio ou a aproximação de

embarcações inimigas da área terrestre.

Figura 16 – Desembarque Anfíbio durante a segunda guerra mundial (Dia D)

Fonte: PORTO, 201-?. Disponível em <https://www.infoescola.com/historia/guerra-anfibia/>.

Acesso em 07 de Outubro de 2019.

Para tanto o meio mais indicado é o sistema de mísseis e foguetes,

enaltecendo assim a importância estratégica do programa ASTROS 2020. Quanto

ao emprego desse material para a defesa do litoral temos que:

Os sistemas de mísseis são os meios mais eficazes para se contrapor aoinimigo naval, particularmente às grandes belonaves, justificando obinômio custo X benefício. Conforme as suas características técnicaspodem ser empregados em diferentes alcances, sendo preferível os que

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atuam mais afastados, por permitirem o disparo sobre navios de maiorcalado, que raramente se aproximam do litoral. (c) Os LMF, soluçãogenuinamente nacional, contribuem, desde o tempo de paz, para oreforço do poder dissuasório estratégico da Força Terrestre, e possuem asseguintes características: 1) grande mobilidade, que lhes permitemacompanhar o deslocamento de uma força-tarefa anfíbia e rapidamentese posicionar ao longo do litoral, fatores que asseguram o desejável graude surpresa; 2) capacidade de destruir ou neutralizar os meios da F T Anfinimiga, incluindo as embarcações de desembarque, batendo-as comtrajetórias balísticas que atuam onde são mais vulneráveis. Essacapacidade permite desorganizar a Op Anf ainda no mar, em razão do seualcance ser superior ao dos meios navais modernos; 3) elevada cadênciade tiro e cumprimento de sua missão com saturação de área. A eficáciafica garantida pela utilização de uma família de foguetes, que atua emdiferentes faixas de alcance, conferindo-lhes maior flexibilidade deemprego. Fica, também, complementada pela ação das submunições quesão espargidas sobre os alvos, aproveitando melhor a área eficaz dosarrebentamentos;4) flexibilidade de emprego, permitindo operar como ArtCmp, bastando que haja substituição do programa (“software”) da diretorade tiro; 5) elevado volume de fogo em uma única rajada; 6) ser defabricação nacional, tendo sido testado e aprovado em combate, em suaversão de Art Cmp. (BRASIL, 1998)

Observa-se assim as diversas possibilidades do emprego desse sistema.

Sendo uma solução genuinamente nacional, dispondo de grande mobilidade, poder

de fogo e versatilidade para o emprego de diversos tipos de munição, sendo assim

capaz de bater os diversos tipos de alvo que se apresentam em operações navais.

Percebe-se então a necessidade de uma bem estabelecida cadeia logística e

disponibilidade de variados meios, em especial nota-se o gasto com material Classe

V (Munição). “A quantidade e o tipo de munição influenciam na escolha da forma de

engajar o alvo, uma vez que cada tipo de munição possui uma tabela de efeitos

diferente, implicando no uso de mais ou menos foguetes (e lançador) para a

obtenção dos efeitos desejados”.(BRASIL, 1999)

O sistema tem como finalidade saturar uma grande área com seus fogos

rápidos e densos, sendo assim indicado para ataques a belonaves, quando se

necessita bater uma grande área devido às características dos alvos que exigem

grande concentração de fogos. Deve ser empregado, preferencialmente no escalão

Unidade pois “O escalão Bia A Cos isoladamente não é suficiente para assegurar a

continuidade do apoio de fogo, além de acarretar ao Cmt SU dificuldade logística

indesejável, no que concerne ao Sup Cl V (Mun), pelo elevadíssimo consumo de

foguetes na operação”(BRASIL, 1998)

O Brasil não dispõe de Grupos de Artilharia de Costa, tendo os meios para tal

emprego da Artilharia centralizados no Forte Santa Bárbara. Porém para empregar

as viaturas lançadoras não se deve pulverizar os meios para que não se perca o

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efeito de saturação desejado. O fracionamento pode ocorrer mediante criterioso

estudo de situação, observando-se os efeitos desejados.

A observação na Bia LMF está calcada nos trabalhos de observadoresterrestres, observadores aéreos, radares e na utilização de veículo aéreo nãotripulado (VANT). A ajustagem do tiro também pode ser realizada pelaunidade controladora de fogo (UCF), através de seu radar deacompanhamento das trajetórias, porém apresenta o inconveniente do gastoexcessivo de foguetes e elevada permanência em posição para a obtençãoda devida correção.(BRASIL, 1999)

Portanto para otimizar o uso de tal sistema é necessário levar em

consideração o efeito desejado, as características do alvo e o tipo de munição que

melhor cumprirá a missão. “O sistema ASTROS utiliza atualmente quatro tipos de

foguetes (SS-30, SS-40, SS-60 e SS-80) além do foguete SS-09 TS utilizado para

treinamento. Com a modernização do sistema na versão MK6, será possível

incorporar a esta lista o Foguete SS-40 G (foguete guiado) e o Míssil de Cruzeiro AV-

TM 300” (MAYRINK, 2016).

Figura 17 – MTC – 300, Míssil Tático de Cruzeiro em desenvolvimento pela AVIBRAS

Fonte: CAIAFA, 2018. Disponível em <http://tecnodefesa.com.br/brasil-retoma-seu-programa-

de-missil-de-cruzeiro-com-alcance-de-300-km/>. Acesso em 07 de Outubro de 2019.

A utilização do foguete guiado SS-40 G e do Míssil Tático de Cruzeiro

aumentam significativamente o poder de fogo e precisão dos tiros, permitindo

acertar os alvos compensadores seletivamente, sendo o míssil capaz de bater alvos

a 300 Km de sua posição de lançamento. Tais armamentos diferenciam-se dos

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demais foguetes pelo seu sistema de guiamento, que deixa o armamento mais caro

porém muito mais preciso.

Enquanto os foguetes convencionais dependem de cálculo de tiro e grande

quantidade de munições para saturar uma área, misseis e foguetes guiados

permitem o engajamento muito mais preciso, rápido e proporcionando economia de

munição.

Os lançadores múltiplos são, no entanto, grandes consumidores de munição.Em consequência, a Bia (Sec) LMF não deve ser empregada para bater alvosde pequena importância para a manobra de fogos. Os alvos devem serbatidos por rajadas completas de bateria ou seção, podendo, emdeterminadas situações, face à análise do alvo e a estimativa de efeitos, serconveniente a divisão dos fogos da bateria sobre dois ou três alvoslocalizados no interior da área a bater. (BRASIL, 1999)

Figura 18-MTC 300 em lançamento durante testes do armamento

Fonte: CAIAFA, 2018. Disponível em <http://tecnodefesa.com.br/brasil-retoma-seu-programa-

de-missil-de-cruzeiro-com-alcance-de-300-km/>. Acesso em 07 de Outubro de 2019.

Sobre os fogos realizados pela artilharia temos que:

“Os fogos realizados pela Art Cmp e Art Cos numa Op C Dbq Anf em muito se

assemelham àqueles realizados nas manobras defensivas. Podem ser subdivididos

em quatro etapas distintas” (BRASIL, 1998)

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“1ª etapa - Durante a aproximação das embarcações para a tomada de

dispositivo para início do desembarque […]- Visam a retardar, desorganizar e, se

possível, neutralizar a aproximação do inimigo” (BRASIL,1998)

Figura 19 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 1ª etapa

Fonte: BRASIL 1998. p. 6-7.

2ª etapa - Intensificação de fogos no momento mais crítico para a Op Anf,quando as embarcações encontram-se concentradas. - Fogos pré-planejados,de menor volume que a contra preparação - em virtude da carência relativade meios e de tempo para o planejamento, e da fugacidade dos alvos -lançados sobre as primeiras vagas, quando iniciam deslocamento para a linhade partida (LP). Destinam-se a desorganizar o dispositivo de ataque dosfuzileiros navais, os seus sistemas de comando, de comunicações e deobservação. Visam, também, reduzir a eficiência do Ap F naval e quebrar oseu espírito ofensivo. (BRASIL, 1998)

Figura 20 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 2ª etapa

Fonte: BRASIL, 1998. p.6-8.

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3 ª etapa - Durante o assalto anfíbio (devem integrar o plano de barreiras,batendo os obstáculos). (a) Visam a destruir as formações de ataque da FDbq, atuando desde a transposição da LP até as ações em terra. Objetivam,também, barrar e repelir o assalto, e limitar a penetração da C Pra. Os meiosde combate, dos apoios ao combate e logístico desembarcados nas praiasdevem ser destruídos. (b) Os fogos de proteção final, nos locais dedesembarque nas praias, são essenciais, por colocarem em risco as equipesde apoio em terra e seus meios. Nesses locais, a F Dbq fica concentrada,vulnerável aos fogos, e, em alguns casos, muito dependente das equipes deapoio em terra. Pode-se, desse modo, aumentar o número de baixas comfogos maciços e observados, no momento oportuno, nos locais ondeabicarem as vagas de desembarque. (BRASIL, 1998)

Figura 21 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 3ª etapa

Fonte: BRASIL 1998. p. 6-9.

“4 ª etapa - Durante os Contra-ataques - Visam a destruição do inimigo no

interior da C Pra e a interdição da aproximação de reforços, sendo aceitável que o

inimigo realize uma retirada anfíbia, com pesadas baixas e [...]perdas em material”.

(BRASIL, 1998)

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Figura 22 – Fogos na Op Contra desembarque anfíbio 4ª etapa

Fonte: BRASIL 1998. p. 6-9.

Nas operações contra desembarque anfíbio é muito importante o apoio de

fogo constante. Desde a aproximação das embarcações até um contra ataque das

forças amigas. Para tanto é preciso observar as medidas pertinentes à segurança

tais quais as possibilidades do inimigo em realizar contrabateria e busca de alvos.

posições de troca para as Bia MF e medidas ativas e passivas de segurança.

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8 CONCLUSÃO

A presente pesquisa teve como objetivo geral abordar os principais aspectos

relacionados ao programa ASTROS 2020, em defesa da Amazônia Azul, suas

possibilidades e limitações, necessidades para a defesa do litoral, em particular na

região norte.

Sob um dos aspectos da pesquisa realizada, verificou-se que a região norte

do país é detentora de inúmeros recursos naturais, pouco explorada e com

dificuldades de integração, tendo no meio fluvial grandes possibilidades para

transporte. Isso demonstra a importância na região de se realizar a defesa do litoral,

controlando o acesso a hidrovias interiores, protegendo assim o patrimonio contido

na selva e coibindo atividades como contrabando, pesca ilegal, trafico de drogas ou

outros delitos, assim como acesso ao interior do território em uma possível situação

de beligerância.

Aliado a isso verifica-se a importância da região marítima, a Amazônia Azul,

região igualmente rica em recursos naturais, atraente a pesqueiros e outros tipos de

exploração por parte de agentes estranhos ao estado brasileiro, também permite

projeção de poder através de operações navais entre os hemisférios norte e sul.

Notou-se que devido a natureza das possíveis ameaças o sistema de armas

mais adequado que o Brasil dispõe é o Lançador Múltiplo de Foguetes ASTROS

II,de desenvolvimento nacional, que recebe grandes investimentos através do

programa estratégico ASTROS 2020, que modernizou as antigas viaturas MK3 e

forneceu as novas MK6, dotando respectivamente o 6º GMF e o 16º GMF, em

Formosa-GO, no recém inaugurado Forte Santa Bárbara, que centraliza os meios de

misseis e foguetes da artilharia de campanha do exercito brasileiro, não havendo

Unidades de Artilharia de Costa ativas no âmbito da força terrestre.

Tal sistema é ideal devido a saturação de uma grande área que causa com

suas rajadas de foguetes, batendo alvos fugazes e distantes, dispondo de diversos

tipos de munição que permitem engajar os alvos da maneira mais adequada à

situação momentânea. Tais ações contra belonaves devem levar em consideração

impedir ou dificultar que tais vetores projetem poder sobre terra. Porém para que

haja um devido apoio de fogo deve-se centralizar os meios em escalões nível

unidade, permitindo o comando e controle e facilitando demandas logísticas.

Fatores limitadores são, além das necessidades da bem estabelecida rede de

ligações para comando e controle e uma boa cedia logística, a necessidade de

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defesa antiaérea, devido a caracterização do sistema como alvo compensador para

a aviação inimiga, e a necessidade de diversas mudanças de posição.

Foi constatado também que o desenvolvimento de novos armamentos para o

sistema, o foguete guiado SS-40 e o MTC-300 permitirão o emprego com grande

ganho em precisão e alcance, aumentando sobremaneira a projeção de poder que

este oferece.

Do exposto, conclui-se que os objetivos da pesquisa foram alcançados

satisfatoriamente, dentro de seu escopo. Sugere-se que, no sentido de continuar e

aprofundar as pesquisas sobre o tema, sejam abordados em propostas futuras os

aspectos do emprego tático das forças armadas de outros países em relação à

Artilharia de Costa, seus materiais e doutrinas.

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9 REFERÊNCIAS

BATISTA, Pollyana. A MURALHA DO ATLÂNTICO, FORTIFICAÇÃO DO

IMPÉRIO NAZISTA. 2016. il. color. Disponível em:

https://www.estudopratico.com.br/a-muralha-do-atlantico-fortificacao-do-imperio-

nazista/. Acesso em 11 de setembro de 2019.

BRASIL, Estado Maior do Exército. C 6-16 Manual de campanha, BATERIA

DE LANÇADORES MÚLTIPLOS DE FOGUETES. Brasília – DF, 2ª edição, 1999. il.

BRASIL, Estado Maior do Exército. IP 31-10 Instruções provisórias,

OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO. Brasília – DF, 2ª edição 1998.

il.

BRASIL. LIVRO BRANCO de Defesa Nacional. 2012 il. color.

HOFFMAN, Sarah Judith. DIA D - OS DIFERENTES SIGNIFICADOS,

Brasília, 2019. il. color. Disponível em:

http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia/33124/Dia-D---Os-diferentes-significados/.

Acesso em 11 de Setembro de 2019.

MAYRINK, Luiz Augusto Oliveira DIREÇÃO DE TIRO NA DEFESA DO

LITORAL. Formosa – GO, 2016

SILVA, Daniel Neves. O QUE FOI O DIA D?; Brasil Escola, 201-?. Disponível

em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-dia-d.htm. Acesso em

01 de setembro de 2019.

TZU, Sun. A ARTE DA GUERRA – Adaptação de James Clavell – 38º Edição

– São Paulo/Rio de Janeiro - Editora Record, 2002.

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Francisco,MuriloEmprego do sistema ASTROS 2020 na região norte, em defesa

da Amazônia Azul / Murilo Francisco . - 201945 f.; 30 cm

Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Artilharia Antiaérea para Oficiais) – Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea, Rio de Janeiro, 2019.

Bibliografia: f.45.

1.ASTROS 2020. 2. Amazônia Azul. 3. Defesa do litoral.

F819

CDD 623.4