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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
ATAIANY AMANCIO
CUIDADOS PALIATIVOS: as representações sociais de acadêmicos de
enfermagem
ITAJUBÁ-MG
2013
ATAIANY AMANCIO
CUIDADOS PALIATIVOS: as representações sociais de acadêmicos de
enfermagem
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, realizado com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) como requesito parcial para obtenção do título de Enfermeira.
Orientador: Prof. Dr. José Vitor da Silva Coorientadoras: Giseli Mendes Rennó e Maíume Roana Ferreira de Carvalho
ITAJUBÁ-MG
2013
A484c Amancio, Ataiany. Cuidados paliativos: as representações sociais dos Acadêmicos de enfermagem / Ataiany Amancio. - 2013. 101 f.
Orientador: Profº. Dr. José Vitor da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfer- magem) com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013. 1. Cuidados paliativos. 2. Significados. 3. Enferma- gem. I. Título.
NLM: WB 310
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777
© reprodução autorizada pela autora
DEDICATÓRIA
A todos que me influenciaram e me ajudaram
Aos amigos e família que estiveram ao meu lado
Deus, pela força
Aos meus pais pela dedicação.
AGRADECIMENTOS
Deus pela força de nunca desistir de meus objetivos
Família por me apoiar e me incentiva nos momentos de dificuldades
À EEWB, pela oportunidade.
FAPEMIG.
Ao meu orientador José Vitor da Silva e as coorientadoras: Giseli M. Rennó e
Maíume Roana F. de Carvalho.
Aos alunos que participaram com sujeitos deste estudo.
Cuidar é mais que um ato; é uma atitude.Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude
de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.
Leonardo Boff
RESUMO
Os objetivos do presente estudo foram: identificar as características pessoais e acadêmicas de alunos de enfermagem do oitavo período; conhecer os significados de cuidados paliativos emergentes desses acadêmicos e conhecer os seus sentimentos em relação aos pacientes com necessidades de cuidados paliativos. A abordagem foi qualitativa e do tipo exploratório e transversal. A amostra se constituiu de 25 acadêmicos de enfermagem do oitavo período de uma instituição de ensino superior, Itajubá, MG. Os critérios de elegibilidades foram ser acadêmicos do oitavo período do curso de enfermagem; estar devidamente matriculado e aceitar a participar do estudo. Utilizaram-se os seguintes instrumentos: caracterização pessoal e acadêmica e roteiro de entrevista semi-estruturada. Foram empregadas as estratégias metodológicas do Discurso do Sujeito, para extração das ideias centrais e expressões chave. Obteve-se que 100% dos acadêmicos entrevistados eram do gênero feminino, com media de idade de 22 anos; 100% cursavam o oitavo período de enfermagem e 68% participaram de eventos científicos. Do tema significados de cuidados paliativos, emergiram as seguintes ideias centrais:“... : “Cuidados em fase terminal”;” Cuidados que melhoram a qualidade de vida”; “ Cuidados que minimizam a dor ”; “Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e família ”e“Prestar assistência,ajuda e conforto ”.O tema sentimentos em relação aos pacientes sob cuidados paliativos permitiu as seguintes representações sociais: “Bem e feliz”; “Sinto-me dividida”; “Sinto-me capaz de ajudar”; “Sinto-me capaz de minimizar a dor e sofrimento e confortar”; “Sentimentos negativos”;“Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa”; “Sinto-me importante e privilegiada” e “Sinto-me incapaz.”. Os motivos desses sentimentos foram expressos por: “Não há chances de vida”; “Ameniza-se a dor e o sofrimento”; “ Precisam de cuidados”; “Os pacientes manifestam sentimentos positivos”; “ É difícil e triste”; “Traz muito sofrimento ao paciente e família”; “Sinto-me triste, feliz e impossibilitado”; “Direito de morrer sem sofrer” ; “Sinto que poderão ser os últimos cuidados”e “Sinto que a família deve ser ajudada e confortada”.Conclui-se que os significados de cuidados paliativos,assim como os sentimentos dos acadêmicos de enfermagem e os motivos desses sentimentos foram multo diversificados, assumindo natureza multidimensional ou polissêmica.
Palavras-chave: Cuidados paliativos. Significados. Enfermagem.
ABSTRACT
The objectives of this study were to identify personal characteristics and academic nursing students of the eighth period; know the meanings of these emerging academic palliative care and know their feelings toward patients with palliative care needs. The approach of this study was equalitative, and of transversal and exploratory type. The sample is constituted of 25 academic students who attend the period of the nursing course on a Major Graduation Institute in Itajubá, MG. The eligibility criteria were: attending the eighth period of nursing course, being correctly enrolled to the course, and accepting to participate on the research. The following instruments were utilized: personal and academic characterization, and a semi-structured interview script. The “Subject Speech” methodological strategy was used, so that we could extract the main ideas and key expressions on the interviewed. Collective. It was obtained that 100% of the interviewed academic students were females, on a 22-year-old age average; 100% were attending the eighth period of nursing course, and 68% took part in cientific events. From the theme “meaning of palliative care”, the following main ideas were obtained: “health cares on terminal stage of life”; “health cares that improve life quality”; “health cares that minimize pain”; “health cares that minimize patient and family’s misery”, and “give assistance, help and comfort. The theme “feelings towards patients who require palliative care” brought us the following social thoughts: “well-being and happiness”; “I feel split”; “I feel I can help”; “I feel I’m able to minimize pain, and provide comfort”, “negative feelings”; “I feel the same when taking care of someone else”; “I feel empowered and privileged” and “I feel unable to help”. The reasons for such feeling demonstrations were shown by: “There’s no chance of life”, “We can brighten up the pain and suffering”, “They need assistance”, “These patients show positive feelings”, “It’s hard and sad”; “It brings suffering to the patient and his/her family”; “I feel sad and unable”; “the right to die without suffering”; “I feel these could be the last moments of the patient” and “I feel like the families must be supported and comforted”. We conclude that the meaning of palliative care as well as nursing students' feelings and motives of those feelings were multo diversified, assuming multidimensional nature or polysemic
Keywords: Palliative Care. Meaning. Nursing
QUADROS
Quadro 1 - Ideias centrais, participantes, frequência das ideias centrais e
do tema: “Significado de Cuidados paliativos”............................................40
Quadro 2 - Agrupamento das idéias centrais iguais, semelhantes e
complementares referente ao tema. “Significado de Cuidados
paliativos”.........................................................................................................41
Quadro 3 - Ideias Centrais,participantes e frequência referentes ao tema:
Significados de cuidados paliativos”............................................................42
Quadro 4 - Ideias centrais, participantes e frequência das ideias centrais
do tema: “Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestar
cuidados
paliativos”........................................................................................................45
Quadro 5 - Agrupamento das Ideias Centrais complementares ou
semelhante referentes ao Tema 02 “Sentimentos dos acadêmicos de
enfermagem ao prestarem cuidados paliativos”..........................................46
Quadro 6 - Ideias Centrais, Participantes e Frequência das ideias centrais
após o agrupamento referentes ao Tema 02 “Sentimentos dos
acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados paliativos”....................47
Quadro 7 - Ideias centrais, participantes e frequência das ideias centrais
do tema: Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem
ao prestarem cuidados paliativos..................................................................50
Quadro 8 - Agrupamento das Ideias Centrais Semelhantes ou
Complementares relacionadas com o Tema 03 “Justificativas dos
sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados
paliativos”.........................................................................................................51
Quadro 9 - Ideias centrais, participantes e frequência do tema
“Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao
prestarem cuidados paliativos”.....................................................................53
FIGURAS
Figura 1 - Ideias centrais do tema significado de cuidados
paliativos..........................................................................................................44
Figura 2 - Ideias centrais do tema: “Sentimentos dos acadêmicos de
enfermagem ao prestar cuidados
paliativos”.........................................................................................................49
Figura 3 - Ideias centrais, justificativas dos sentimentos dos acadêmicos
de enfermagem ao prestarem cuidados
paliativos..........................................................................................................55
TABELA
Tabela 01 - Características pessoais e acadêmicas dos participantes do
estudo. Itajubá- MG, 2012................................................................................39
LISTA DE ABREVIATURAS
DSC - Discurso Sujeito Coletivo
ECH - Expressões Chaves
EEWB - Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
IC - Ideia Central
TRS - Teoria das Representações Sociais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................16
1.1 INTERESSE PELO TEMA..............................................................................17
1.2 JUSTIFICATIVA..............................................................................................17
1.3 OBJETIVOS....................................................................................................19
2 MARCO CONCEITUAL..................................................................................20
2.1 CUIDADOS PALIATIVOS...............................................................................20
2.1.1 Histórico.........................................................................................................22
2.1.2 Princípios básicos de cuidados paliativos................................................22
2.1.3 Os cuidados paliativos e a bioética............................................................23
2.1.4 Cuidados paliativos no Brasil......................................................................27
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA.................................................................29
3.1 CENÁRIO DE ESTUDO.................................................................................29
3.2 MÉTODO DO DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO...................................30
3.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO....................................................................33
3.4 PARTICIPANTES, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE.............................................................................................34
3.5 COLETA DE DADOS......................................................................................35
3.5.1 Procedimentos de coleta de dados.............................................................36
3.5.2 Instrumentos de coleta de dados................................................................36
3.6 PRÉ- TESTE...................................................................................................36
3.7 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DE DADOS...................................................37
3.8 ESTRATÉGIAS PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...................38
3.9 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA.............................................................38
4 RESULTADOS DO ESTUDO.........................................................................39
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM....................39
4.2 TEMA,IDEIAS CENTRAIS E DSC..................................................................39
5 DISCUSSÃO...................................................................................................57
6 CONCLUSÕES...............................................................................................64
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................65
REFERÊNCIAS..............................................................................................67
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre esclarecido.......................72
APENCICE B - Caracterização pessoal e acadêmica................................73
APÊNDICE C - Roteiro de entrevista semiestruturada..............................74
APÊNDICE D – Declaração de aceite dos participantes...........................75
ANEXO A - Instrumento de Análise de Discurso- 1 (IAD1).......................76
ANEXO B - Instrumento de Análise de Discurso- 2 (IAD2).......................90
ANEXO C - Parecer Consubstanciado N. 790/2011 ................................100
16
1 INTRODUÇÃO
O assunto cuidados paliativos, é ainda desconhecido não só no meio leigo
como também entre os profissionais da área de saúde. Trata-se de novo paradigma,
novas posturas e requer diferentes abordagens.
O século XX se evidenciou por um espantoso progresso da medicina curativa,
o que gerou satisfação aos médicos cientistas, levando-os a pensar que a luta
contra a morte ia se tornar enfim, uma realidade vitoriosa.
Este estudo pretende mostrar que o tratamento precisa ir além da cura. Nos
anos 60, a enfermeira Dame Cicely Saunders mudou o curso da medicina ao
estabelecer as bases da humanização e fez renascer a medicina paliativa (CLARK,
2005).
Cuidados paliativos são cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não
responde mais ao tratamento. Trata-se de uma abordagem de cuidado diferenciada
que visa melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, por meio da
adequada avaliação e tratamento para alívio da dor e sintomas, além de
proporcionar suporte psicossocial e espiritual para o paciente e família (WHO, 2010).
Assim, cuidados paliativos são cuidados prestados a pessoas doentes em
situação de intenso sofrimento, decorrente de doença incurável em fase avançada e
rapidamente progressiva. Consiste em promover, tanto quanto possível e até ao fim,
o bem estar e a qualidade de vida desses doentes, respeitando seus valores,
culturas e crenças e, sobretudo, garantir a comunicação entre paciente, família e
equipe de saúde.
Cuidados paliativos é um tema ainda pouco discutido entre acadêmicos de
enfermagem e profissionais da área, pois ainda não integra o currículo de todas as
escolas de enfermagem ou sequer são discutidos durante o período de graduação.
Porém, a tendência futura é que o crescimento dos cuidados paliativos se
intensifique ainda mais no país, com mais profissionais dedicando-se a esta área. À
medida que suas entidades de classe têm lutado para mudanças na legislação que
favoreçam a disseminação deste campo de atuação, assim, proporcionando melhor
entendimento tanto dos acadêmicos quanto dos profissionais em relação ao assunto
(ARAÚJO; SILVA, 2012).
Torna-se necessário, promover discussões e mostrar que a filosofia dos
cuidados paliativos se opõe à eutanásia.
17
1.1 INTERESSE PELO TEMA
O interesse pessoal pela temática surgiu a partir da informação de poucas
pesquisas nessa área e da percepção do crescente número de pacientes sem
possibilidade de cura, internados nas unidades nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI), onde se percebia um desconhecimento da equipe multiprofissional quanto aos
cuidados a serem prestados a esses pacientes.
Pesquisa desta natureza poderá não só proporcionar conhecimentos e
condutas necessárias na abordagem com o paciente, mas também poderá despertar
os órgãos formadores para estudar e aprofundar o assunto, proporcionando
formação adequada e mostrando estratégias necessárias, assim como intervenções
adequadas aos acadêmicos de enfermagem, no atendimento próprio e específico
referente a cada profissão.
1.2 JUSTIFICATIVA
A assistência ao paciente com necessidade de cuidados paliativos é um
desafio para a equipe multiprofissional. Para o enfermeiro, que mantém contato
direto por um período de tempo maior que os outros profissionais, saber atuar do
ponto de vista bioético e técnico-científico não é um procedimento simples e fácil.
Requer competência, humanização, sensibilidade, serenidade e, sobretudo bom
senso. Essas qualidades, muitas vezes, não são consideradas necessárias e
importantes, pois a visão tecnicista, muitas vezes, supera tudo isto.
Os profissionais da área de saúde não são preparados para lidar com a
morte. É algo que ninguém quer se deparar. Trata-se de um cenário que não é bem
vindo ou até mesmo aceito por muitas pessoas e acaba sendo vista como algo a ser
evitado a todo custo e como um inimigo contra quem se deve lutar (SILVA; MORAIS;
OLIVEIRA, et.al. 2012).
Os mesmos autores ainda relatam que é importante que os profissionais de
saúde tenham consciência de que é impossível impedir a morte e que determinados
tratamentos só servirão para prolongar o sofrimento do paciente e dos familiares
sem trazer qualquer benefício.
18
Assim, há necessidade da integração desse assunto como uma disciplina
específica na matriz curricular dos cursos de enfermagem, para que os acadêmicos
possam ter conhecimento e prática no que se refere a cuidados paliativos.
Mostra-se, ainda, relevante neste contexto, a necessidade de que os
acadêmicos de enfermagem tenham visão voltada para a subjetividade e à
singularidade do paciente, pressupondo o desenvolvimento de posturas
relacionadas ao vínculo, acolhimento, à afetividade, ao respeito; aspectos esses
necessários à superação de um ensino fragmentado e reducionista. Percebe-se que
nem os profissionais da área da saúde e nem os alunos são capazes de lidar com a
morte, perda e a finitude.
O paciente que necessita de cuidados paliativos precisa ser avaliado numa
perspectiva distinta a essa. É indispensável que ele participe das decisões que
serão tomadas. Sua autonomia precisa ser reconhecida e respeitada. Há
necessidade de se manter um relacionamento paralelo ou horizontal entre ele e o
profissional.
A atuação de profissionais capacitados para oferecer cuidados paliativos é,
sem dúvida, um requisito importante para o atendimento de qualidade.
A prioridade dos cuidados paliativos é o valor da dignidade da pessoa, ou
seja, reconhecer que ela é única para si, família e Deus. O foco torna-se o cuidado
do paciente como um todo, quando a cura não é mais o objetivo final. Além do
conhecimento técnico-científico adquirido, pretende-se amadurecer e trabalhar o
lado humano, a importância de uma participação mais efetiva da equipe
multiprofissional, com ênfase no diálogo com os familiares e uma abordagem
holística ao paciente.
Ensinar a lidar com a morte é algo difícil, diferente do aprendizado do
procedimento técnico. Requer colocar-se no lugar do outro, proporcionando-lhe
escuta, atenção, toque e estar ao lado.
Os acadêmicos de enfermagem devem ter em mente que cuidar pressupõe
preocupação, responsabilidade, envolvimento afetivo com o outro, ainda mais
quando se torna perceptível que a vida do paciente, embora na fase terminal de sua
experiência, tem importância para aquele que cuida.
Para que isso ocorra, os acadêmicos de enfermagem precisam ser formados
adequadamente, visualizando novos paradigmas que pressupõem a quebra de
algumas regras com relação a horários de visita e datas comemorativas. Além disso,
19
deve ser vislumbrado que é importante também, dar conforto e carinho e até mesmo
realizar alguns desejos do paciente.
A relevância profissional deste estudo se posiciona em despertar os docentes
e os acadêmicos de enfermagem sobre o assunto e conscientizá-los da necessidade
e da importância desses cuidados como parte integrante da qualidade dos
atendimentos prestados e que constituem necessidades primordiais dos pacientes
sem possibilidades terapêuticas.
A relevância social está no fato de que este estudo proporcionará uma
reflexão quanto à assistência prestada aos pacientes com necessidade de cuidados
paliativos, resultando em benefícios para o paciente e a família e consequentemente
na melhoria da qualidade de vida.
A relevância cientifica que com o conhecimento adquirido a partir desse
estudo poderá embasar cursos, palestras, assim como ser integrado na educação
continuada. Este estudo será fonte de pesquisa, pois após revisão de literatura,
constatou-se que existem poucos estudos sobre cuidados paliativos, principalmente
na enfermagem. A área da psicologia e da psiquiatra são as que mais têm
desenvolvido estudos sobre esse tema.
1.3 OBJETIVOS
Identificar as características pessoais e acadêmicas dos alunos do
oitavo período de enfermagem de uma instituição de ensino superior de Itajubá,
MG.
Conhecer os significados de cuidados paliativos emergentes desses
acadêmicos.
Conhecer os sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao
prestarem cuidados aos pacientes com necessidades de cuidados paliativos.
20
2 MARCO CONCEITUAL
Para Guimarães (2008) a mensagem dos cuidados paliativos é: qualquer que
seja a doença, não importa quão avançada esteja ou quais tratamento já tenham
sido realizados, há sempre algo que pode ser feito afim de melhorar a qualidade de
vida que resta para o paciente.
2.1 CUIDADOS PALIATIVOS
Cuidados Paliativos é uma filosofia do cuidar, que visa prevenir e aliviar o
sofrimento humano em suas várias dimensões físicas, psicológicas, sociais e
espirituais com o objetivo de dar aos pacientes e seus entes queridos, a melhor
qualidade possível de vida. (COSTA FILHO et al. , 2010).
O verbo paliar tem origem no latim e significa proteger, cobrir com capa,
portanto, paliar é usado em nosso meio, como aliviar provisoriamente, remediar
(COSTA FILHO et al. , 2008).
Pessini e Bertachini (2004) e Pimenta; Mota e Cruz (2006) nos mostram que
1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou e conceituou cuidados
paliativos como:
Cuidados ativos e totais aos pacientes quando a doença não responde aos tratamentos curativos, quando o controle da dor e de outros sintomas, entre outros problemas psicológicos sociais e espirituais são prioridade e cujo objetivo é alcançar a melhor qualidade de vida para os pacientes.
Santos (2009, p. 260) esclarece que, em 2000 a OMS redefiniu esse conceito,
com enfoque na prevenção do sofrimento.
Cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e famílias, que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meios de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual.
Pimenta; Mota; Cruz (2006) mencionam também, que a OMS deixa claro que
os cuidados paliativos afirmam a vida e encaram a morte como um processo natural;
não apressam nem prolongam a morte, provêm alívio de dor e de outros sintomas,
integrando os cuidados nos aspectos psicossocial e espiritual; oferecem um sistema
21
de apoio para que os pacientes possam viver o mais ativamente possível até a sua
morte e ajudam as famílias e os cuidadores a lidar com a situação durante a doença
e no processo do luto.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, WHO (2002):
Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, em face de uma doença terminal, através da prevenção e do alívio do sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação rigorosa e tratamento da dor e de outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais.
De acordo com Remedi (2009) o cuidado paliativo é um conceito,
metodológico e instrumental em construção. Sua definição, assim, como suas
estratégias a partir da prática ainda é um desafio.
O autor refere ainda que:
Nos cuidados paliativos a ação não é movida apenas pela competência técnico-científica, apoiada no processo diagnóstico e terapêutico; a ação é, também, determinada por questões políticas, éticas, culturais, sociais e subjetivas, assim, o desafio das equipes é encontrar no trabalho cotidiano, junto aos que recebem cuidados paliativos, um equilíbrio harmonioso entre a razão e a emoção.
Simoni e Santos (2003) mencionam que os cuidados paliativos é um termo
adotado na modernidade para o cuidado no fim de vida. É um termo ligado à morte
ritualizada nos hospitais, embora não esteja necessariamente associada ao fim de
vida medicalizada.
Os cuidados paliativos abordam de forma objetiva a melhoria da qualidade de
vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, por
meio da prevenção, alívio de sofrimento, identificação precoce, avaliação,
tratamento da dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais (CLEMENTE;
SANTOS, 2007).
A origem do termo cuidado paliativo situa-se na verdade em uma discussão
da prática médica sobre o lidar com pacientes considerados terminais. Desta forma,
o cuidado paliativo difere do curativo pela noção médica de paciente “terminal” ou
“fora de possibilidades terapêuticas” (SIMONI; SANTOS, 2003).
2.1.1 Histórico
22
Cuidados paliativos teve origem no movimento hospice, no século XIX. Em
1840, na França, os hospices eram abrigos para os peregrinos, viajantes, doentes,
assim como necessitados e tinham origem religiosa. Ali se cuidava dos doentes e
dos que estavam morrendo provendo apoio e cuidados espirituais.
Em 1950, Dame Cecily Saunders, em Londres, fundou o Saint Christopher’s
Hospice, que descreveu o conceito de cuidar e não só curar contendo dois
elementos fundamentais: o controle efetivo da dor e de outros sintomas decorrentes
dos tratamentos em fase avançada das doenças, focado na atenção integral do
paciente, diante das suas necessidades, até o final de sua vida. Com essa
concepção deu-se início a outros hospices independentes. (PESSINI; BERTACHINI,
2004).
Com esse movimento, incorporou-se maior necessidade de controlar a dor
com a utilização da morfina. Para isso, era necessário o treinamento de profissionais
e voluntários, para oferecerem maior suporte aos pacientes e familiares no período
final dos tratamentos e na fase de luto (SANTOS, 2009).
2.1.2 Princípios Básicos dos Cuidados Paliativos
Cuidados paliativos têm como foco principal o cuidar, portanto têm alguns
princípios importantes como: escutar o paciente, fazer um diagnóstico antes de
tratar, conhecer muito bem as drogas a serem utilizadas, empregar drogas que
tenham mais de um objetivo de alívio, propor tratamentos o mais simples possível,
não tratar tudo que é acometido de dor com medicamentos e analgésicos. Cuidados
paliativos são cuidados intensivos e têm como objetivos aprender a reconhecer,
desfrutar pequenas realizações e ter consciência de que sempre há alguma coisa
que pode ser feita aqui não de haver ponto final (PIMENTA; MOTA; CRUZ, 2006;
SANTOS, 2009).
Pessini; Bertachini (2004) acrescentaram outros princípios importantes nos
cuidados paliativos como: compaixão, humildade e honestidade.
É necessário ter compaixão, e empatia, pois se colocar no lugar do outro é a
melhor forma de fazer bem a si próprio.
O foco do cuidado ao paciente terminal é ajudar a pessoa a “morrer bem”
aliviando seus sinais e sintomas assim com conforto e dignidade. O enfermeiro deve
ser trabalhado desde a academia para lidar com situações onde ter humilidade é
23
uma qualidade essencial, pois é preciso admitir que não tem todas as respostas e
buscar atendimento sobre a questão.
O desgaste emocional e físico do profissional de saúde muitas vezes é
aparente, pois lidar com a morte, que é uma fase da vida onde ninguém pode mais
evitar causa diversas sensações aos enfermeiros, mas se deve estar atento ao
familiar do doente terminal, pois ele desempenha um importante papel e suas
reações contribuem para a resposta do paciente. Cuidar da família do doente
terminal é um ato de solidariedade atrelada ao conhecimento e habilidade. E ser
honesto com essas pessoas é uma forma de demonstrar amor ao próximo, já que
nos dias de hoje os seres humanos estão agindo muitas vezes mecanicamente sem
pensar nos sentimentos. O enfermeiro deve usar de sua criatividade para sentar e
conversar com o paciente sobre o que está acontecendo, passando ao mesmo
confiança e serenidade.
Pessini; Bertachini (2004) citam também, outra definição da OMS,
esclarecendo que nem sempre é simples resolver os problemas em cuidados
paliativos, quer sejam físicos, emocionais, existenciais e espirituais. Mas a prioridade
é usar as habilidades profissionais para fazer o que se pode para aliviar o sofrimento
em todas as suas formas.
Os cuidados paliativos são necessários devido às muitas doenças, que já não
respondem aos tratamentos curativos, mas que causam intensa dor e sofrimento
emocional e espiritual, e que tornam a vida insuportável. Com isso, é possível
sempre estarmos presente como pessoa, oferecendo apoio e compreensão,
conversando e ouvindo, tentando juntos encontrar alguma maneira de fazer com que
as coisas sejam melhores, e assim, proporcionar uma melhor qualidade de vida.
O processo de adaptação do paciente aos cuidados paliativos vai depender
da idade; do estágio do desenvolvimento familiar; da natureza da doença; da
experiência prévia, individual e familiar; em relação à doença e à morte; do padrão
de enfrentamento das situações de estresse, das condições socioeconômicas e das
variáveis culturais envolvidas (SANTOS, 2009).
2.1.3 Os cuidados paliativos e a bioética
24
A medicina atual atingiu um desenvolvimento tecnológico tão impressionante
que os médicos passaram a correr o risco de considerar a incorporação dessa
tecnologia, como sendo, também, uma exigência ética (TABOADA; UGARTE;
BERTUCCI, 2000).
A evolução tecnológica da medicina se impôs tanto, que fez surgir, no médico,
certo desconforto ao não utilizar esta tecnologia. Com isso, houve uma inversão da
relação entre medicina e tecnologia, não mais esta a serviço da primeira, mas, ao
contrário, a medicina a serviço da tecnologia. Portanto, ao sentirem-se compelidos a
usar uma técnica disponível, os médicos estariam, de fato, confundindo uma
possibilidade de agir, propiciada pela técnica, com um dever de agir, que só pode
tirar sua justificação dentro de um sistema de valores, não de uma mera relação
pragmática de otimização entre meios e fins (FLORIANI; SCHRAMM 2008).
O mesmo autor relata que uma das consequências da utilização do modelo
médico curativo para pacientes com doenças avançadas e terminais é a
perpetuação de intervenções e de tratamentos que não agregam benefícios
substanciais para esses pacientes.
Nesse sentido, a morte e o morrer deixaram de ser uma questão ética para se
tornar uma questão puramente técnica. O foco passou a estar mais na tecnologia e
na capacidade de operacioná-la do que para quem o homem a desenvolveu.
(PESSINI, 2001).
Para Taboada (2006) existem seis princípios éticos que norteiam os cuidados
paliativos citados a seguir:
1º Inviolabilidade da vida humana, ou seja, a vida é um bem extrínseco do ser
humano, um valor fundamental do qual derivam os direitos do seres humanos.
Segundo essa premissa o dever de promover a vida é o primeiro dever ético do ser
humano consigo mesmo e com os outros. A vida é uma precondição necessária
para o exercício de qualquer outro direito. No debate bioético contemporâneo sobre
o final da vida, se afirma que ninguém tem o direito de impor a obrigação de se viver
a uma pessoa que em razão de um sofrimento extremo, assim não o deseja.
Baseando em uma concepção do respeito à liberdade individual (autonomia) do
paciente que se propõe a uma morte digna com o direito de dispor sua vida
mediante a eutanásia ou suicídio medicamente assistido. De acordo com essa linha
de pensamento, em situações verdadeiramente extremas, a eutanásia e a
25
assistência ao suicídio representariam atos de (beneficência), negar-se a sua
realização poderia supor uma forma de maleficência.
2º Princípio da proporcionalidade terapêutica: refere-se a uma parte
integrante do imperativo ético de respeitar e promover a vida humana é o dever
moral de proporcionar os recursos apropriados para a saúde, próprias e para os
outros. Mas é claro que ninguém é obrigado a utilizar todos os meios disponíveis
atualmente, mas apenas aqueles que oferecem uma probabilidade razoável de
benefício. Este princípio sustenta que há uma obrigação moral de aplicar apenas
as medidas terapêuticas que são relevantes na devida proporção entre os meios
utilizados e os resultados previsíveis.
3º Princípio do duplo efeito no tratamento da dor e da abolição da
consciência: consiste no uso de drogas tem sido comum em medicina paliativa.
Não é incomum que o uso de tais terapias gera dúvidas na família e na própria
equipe de saúde. Teme-se que os efeitos adversos destas drogas, possam
representar uma forma de eutanásia. No entanto, embora alguns casos possam
levar a ocorrência de certos efeitos adversos, não significa que o uso dessas
terapias é moralmente repreensível. Aplica-se aqui nesse caso o princípio ético
clássico conhecido como duplo efeito. Este princípio aponta algumas condições
que devem ser entendidos por um ato que tem dois efeitos: um bom e um ruim, por
exemplo, o tratamento analgésico com opióides, quando o que se pretende é aliviar
a dor (efeito bom), por outro lado, os usos exagerados dessas drogas podem gerar
efeitos adversos como uma possível hipotensão, depressão respiratória central
(efeito ruim).
4º Princípio é o da veracidade: que considera esta como a base da
confiança nas relações interpessoais. Portanto, em geral, informando a verdade
para os pacientes e suas famílias é um benefício para eles, pois permite a sua
participação ativa no processo de tomada de decisão (autonomia). No entanto, na
prática, existem situações em que a gestão da informação é uma tarefa difícil para
a equipe de saúde. Principalmente quando se trata de notícias ruins, como o
diagnóstico de uma doença progressiva e incurável ou o prognóstico iminente de
morte. Nestas circunstâncias, não é incomum, a escolha de uma atitude
paternalista, o que leva a esconder a verdade do paciente. Isto poderia significar
cair na "conspiração do silêncio" que, além de representar novas fontes de
sofrimento para o paciente, pode constituir uma injustiça, porque priva o direito de
26
exercer sua autonomia. No entanto, não revelar toda a verdade sobre um
diagnóstico ou prognóstico de um paciente individual nem sempre significa violar a
sua autonomia. Sabemos que existem diferenças culturais em estilos ou modelos
de tomada de decisão. Assim, enquanto em países anglo-saxões, a tendência geral
é para um modelo individualista, em países latino-americanos, muitas vezes optam
por um padrão familiar de tomada de decisão. Portanto, dependendo do caso,
observar o desejo do paciente de optar por um padrão familiar de tomada de
decisão pode representar precisamente a forma concreta de respeito pela sua
autonomia. Por outro lado, há circunstâncias em que pode ser prudente adiar a
entrega das informações para um paciente em particular no que diz respeito ao
princípio da não-maleficência. Neste caso, por exemplo, para pacientes com
depressão grave não tratado adequadamente. Portanto, a comunicação da verdade
médica deve ser precedida de uma reflexão cuidadosa sobre o quê, como, quando,
quem e para quem informar. Na gestão da informação em Medicina Paliativa
devem ser aplicados com cuidado os quatro princípios básicos da ética médica:
não-maleficência, beneficência, autonomia e justiça, guiadas pela virtude da
prudência.
5º O dever de prevenção: se apresenta em situações de antecipação de
possíveis complicações ou sintomas ocorre mais frequentemente durante a evolução
de uma dada condição clínica. Programar medidas necessárias para evitar essas
complicações e aconselhamento a tempo aos familiares sobre o melhor curso de
ação a seguir, permite evitar o sofrimento desnecessário ao paciente e sua família.
E por fim o 6º Princípio do não abandono: Seria condenável o abandono de
um paciente que se recusa a tratamentos específicos, mesmo quando os
profissionais de saúde consideram que essa rejeição é inadequada. Nesses casos
estabelecer um relacionamento empático é muitas vezes a melhor maneira de levar
o paciente a reconsiderar. Este princípio ético também adverte contra uma forma
mais sutil de negligência. O cuidado dos doentes terminais, necessariamente, nos
confronta com as realidades de sofrimento e morte, pode surgir à sensação de
desamparo e à tentação de fugir. Isso testa a verdade do nosso respeito pela
dignidade de cada pessoa, mesmo na extrema fraqueza e dependência.
O respeito aos princípios éticos que norteiam os cuidados paliativos está
centrado, como não poderia deixar de ser, na capacidade decisória e autônoma do
paciente de escolher. Entretanto, nas atividades e anseios do cuidador entram em
27
jogo outros princípios, os quais, se bem utilizados, certamente terão grande
repercussão na qualidade destas atividades. (FLORIANI; SCHRAMM, 2004).
É importante lembrar que frente à impossibilidade de conseguir a cura, nem
sempre o prolongamento da vida é a melhor conduta (BIFURCO, 2009).
Nesse sentido os cuidados paliativos surgem como uma resposta concreta e
ativa na elucidação desse dilema que é a discussão ética sobre o processo de morte
e de morrer (TABOADA, 2006).
Nos cuidados paliativos a ação não é movida apenas pela competência
técnico-científica, apoiada no processo diagnóstico e terapêutico; a ação é, também,
determinada por questões políticas, éticas, culturais, sociais e subjetivas, assim, o
desafio das equipes é encontrar no trabalho cotidiano, junto aos que recebem
cuidados paliativos, um equilíbrio harmonioso entre a razão e a emoção (REMEDI,
2009).
Todavia temos que ter o cuidado de não vermos na Bioética aquela que trará
as respostas prontas, como se fosse capaz de dar soluções mágicas nas áreas de
sua atuação. Ela trabalha com a legitimidade individualizada dos casos e
obrigatoriamente nos remete a pensar com uma argumentação conceitual teórica de
aplicação prática (SILVA, 2004).
2.1.4 Cuidados Paliativos no Brasil
Discutir cuidados paliativos e questões referentes ao final da vida nunca é
fácil, pois esses temas não foram aprendidos e nem são discutidas na nossa
sociedade. É preciso mudar o conceito de que nada mais pode ser feito pelos
enfermos e, consequentemente, mudar de atitude. Com isso, é necessária a criação
de comitês para o treinamento de profissionais de saúde, assegurar a
disponibilidade dos medicamentos nas unidades de cuidados paliativos e criar leis
para a proteção dos médicos, pacientes e familiares (SANTOS, 2009).
Em outubro 1997, foi fundada em São Paulo a Associação Brasileira de
Cuidados Paliativos (ABCP) com o objetivo de divulgar tal prática, que oferece
assistência para pacientes fora de possibilidades terapêuticas e agregar o serviço
que já existia no Brasil, mas ainda não era reconhecido (PIMENTA; MOTA; CRUZ,
2006). Ficaram estabelecido alguns objetivos principais como: proporcionar o vínculo
científico e profissional entre a equipe de saúde que estuda e prática as disciplinas
28
ligadas aos cuidados nas enfermidades crônico-degenerativas, em fase avançada e
na sua finitude; aperfeiçoar a qualidade de atenção aos enfermos; estimular as
pesquisas no campo de cuidados paliativos, visando elevar o nível técnico-científico
de todos os profissionais de saúde, incluir a temática nos programas curriculares e
acadêmicos de educação na área de saúde; estudar e discutir problemas éticos e
suas responsabilidades na prática dos cuidados paliativos promovendo o bem estar
da comunidade, preservando a melhoria da qualidade de vida dos enfermos, nos
diversos níveis de saúde (SANTOS, 2009).
O Brasil é um país grande, com suas características próprias, do ponto de
vista sociocultural e econômico que devem ser respeitadas, para que esses
serviços, localizados nos diversos estados, possam ser seguros em sua abordagem
e contribuir para a melhoria do atendimento. Para isso, o objetivo principal dessa
iniciativa é criar diretrizes e modelo nessa área que sejam adequados à realidade de
nosso país (PIMENTA; MOTA; CRUZ, 2006).
Pessini; Bertachini (2004) comentam que os governos precisam reconhecer e
confiar de que os cuidados paliativos são essenciais e que devem ser incluídos nas
políticas e nos serviços de saúde, de modo que as comunidades se tornem
beneficiárias desses procedimentos.
Segundo Costa filho et al., (2008) evidenciam que, por meio de uma pesquisa
que realizaram em 35 países, a maioria no continente europeu, e em outros como o
Chile, Costa Rica, Argentina, Austrália e África do Sul que tem como tema como
implementar cuidados paliativos de qualidade na unidade de terapia intensiva,
constatou-se que o Brasil ainda não demonstrou possuir medidas de inclusão dos
cuidados paliativos nos principais sistemas de saúde, e que este cenário pode ser
explicado não somente pela presença de dificuldades locais mas também pela má
compreensão da filosofia que alimenta os cuidados paliativos.
29
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Nesta parte serão tratados os aspectos relacionados com o cenário do
estudo, delineamento do estudo, sujeito, amostra e amostragem, assim como coleta
de dados, pré-teste, estratégia de análise dos dados e informações sobre a ética da
pesquisa.
3.1 CENÁRIO DE ESTUDO
Este estudo teve como cenário a cidade de Itajubá e, especificamente, a
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) escolhida para a realização deste
estudo. Um estabelecimento isolado, particular, de ensino superior, que foi criado
por ato da Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, em 1954.
A Escola de Enfermagem Wenceslau Braz é uma entidade confessional
Católica, sem fins lucrativos, Sociedade Religiosa, Moral e Científica. Sua missão é
desenvolver e difundir o conhecimento de pessoas que estão comprometidos com a
vida e o progresso da sociedade quanto à prevenção, promoção e reabilitação da
saúde.
Entre tantas finalidades da Escola uma delas é o incentivo ao trabalho de
pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e
tecnologia.
Além de Itajubá, as atividades de integração se estenderam pelas cidades
vizinhas: Brasópolis, Piraguinho, Wenceslau Braz e várias outras.
Para o desenvolvimento de atividades práticas, conta com a Santa Casa de
Misericórdia de Itajubá, o Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá, a
Policlínica, as unidades básicas de saúde (UBS) e as estratégias de saúde da
família (ESF) de Itajubá.
No seu plano de expansão, visando à prestação de serviços e extensão
comunitária, criou várias unidades: IESAI (Instituto de Educação para a Saúde
Integral) em 1991; em 1993 o Ambulatório de Lesões e Pele; em 1995 foi criada a
Enfermagem Júnior, associação civil, sem fins lucrativos; em 1996, o PIAC
(Programa de Incentivo ao Autocuidado); e em 2001 o Centro de Atendimento de
Enfermagem Irmã Zenaide Nogueira Leite, o NAM (Núcleo de Atendimento a
Mulher) em 2013.
30
É norma fundamental da Escola estar sempre atenta as Diretrizes do MEC e
do Conselho Nacional de Educação no desenvolvimento de seus trabalhos e
orientação pedagógica.Por meio disso tem sua estrutura curricular para o curso de
graduação organizada em disciplinas que resultam das matérias mínimas fixado pelo
conselho Nacional de Educação e disciplinas complementares ministradas pela
Escola como obrigatórias.
E como reconhecimento público de sua atuação, no dia 14 de fevereiro de
2001 a Escola recebeu do governo do Estado de Minas Gerais, Itamar Augusto
Canteiro Franco a Ordem do Mérito da Saúde, no grau “Medalha do Mérito da
Saúde” pelos serviços prestados à Saúde em Minas Gerais.
Como Escola Confessional Católica, tem como objetivos gerais:
1. Dedicar-se à formação de profissionais da saúde que saibam respeitar a
dignidade da pessoa humana, garantindo uma presença cristã no mundo
universitário em face dos grandes problemas da sociedade e da cultura.
2. Dar ao aluno formação moral esmerada, fundamentada numa Ética de princípios
filosóficos seguros e numa Antropologia Filosófica capaz de imprimir em sua
identidade características peculiares, reconhecíveis onde quer que ele vá exercer
suas atividades especificas.
3. Criar o profissional consciente do valor do conhecimento humano e da
necessidade de acompanhar seu desenvolvimento, até mesmo ao ponto de
contribuir para ele com suas próprias investigações.
4. Formar o cidadão fraterno e solidário, aberto ao diálogo, amante da justiça, capaz
de se dedicar aos mais fracos. E respeitador do meio ambiente como fator de vida.
(PDI, 2002:6).
3.2 Representações Sociais
As Representações Sociais (TRS), segundo JODELET (1989), “são uma
forma de conhecimento socialmente elaborado e partilhado, tendo uma visão prática
e concorrendo, para a construção de uma realidade comum a um conjunto social”.
FIGUEIREDO (1994) ressalta que as TRS podem ser entendidas como “uma
atividade de construção ou representação do real e que se efetua a partir das
informações, que as pessoas recebem, através de suas percepções e sensações
31
sentidas”. Assim, para conhecer os significados de cuidados paliativos e os
sentimentos dos acadêmicos de enfermagem em relação aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos, sob a luz da teoria das Representações Socias
(TRS), optou-se pela abordagem qualitativa e o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) o
método escolhido para melhor aproximação com o fenômeno em estudo.
Método Discuso dos Sujeito Coleitvo de acordo com Lefévre; Lefévre; Teixeira
(2000) é uma estratégia metodológica com a finalidade de tornar mais clara uma
determinada representação social e o conjunto das representações que constituem
um dado imaginário. Por meio desse modo discursivo é possível visualizar a
representação social, na medida em que ela aparece não sob a forma (artificial) de
quadros, tabelas ou categorias, mas sob a forma mais viva de um discurso, que é o
modo como os indivíduos reais e concretos pensam:
O DSC consiste na reunião, num só discurso-síntese, de vários discursos individuais emitidos como resposta a uma mesma questão de pesquisa por sujeito social e institucionalmente equivalente ou que fazem parte de uma mesma cultura organizacional e de um grupo social homogêneo, na medida em que os indivíduos que fazem parte desse grupo ocupam a mesma ou posições vizinhas num dado campo social. O DSC é então uma forma de expressar diretamente a representação social de um dado sujeito (LEFÉVRE, LEFÉVRE, 2002).
A proposta inovadora para somar discursos entende que é preciso recompor
o material dos discursos empíricos coletivos. Então, por meio do DSC busca-se
escapar tanto da não-pessoa da ciência (números, discurso impessoal ou “discurso
sobre”) quanto do discurso individualizado, não generalizável, da primeira pessoa do
singular.
Lefévre, Lefévre (2002), precursores desse método, esclarecem ainda que o
DSC é uma proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza
verbal, obtidos de depoimentos, artigos de jornal, materiais e cartas, entre outros:
O Sujeito Coletivo se expressa então por meio de um discurso emitido no que se poderia chamar de primeira “pessoa (coletiva) do singular”. Trata-se de um “eu” sintático que, ao mesmo tempo que sinaliza a presença de um sujeito individual do discurso, expressa uma referência coletiva na maneira em que este “eu” fala pela ou em nome de uma coletividade. Este discurso coletivo expressa um sujeito coletivo
Esses autores comentam também que foi adotado para o DSC um
“pressuposto socioantropológico de base na medida”, por meio do qual entende-se
que o pensamento de uma coletividade sobre um dado tema pode ser visto como o
32
conjunto dos discursos existentes na sociedade e na cultura sobre tal tema, do qual
os sujeitos lançam mão para se comunicarem, interagirem e pensarem.
Nesse sentido, o pensamento coletivo é como se fosse um segundo idioma,
uma segunda língua que, ao mesmo tempo em que viabiliza e permite a troca entre
indivíduos distintos de uma mesma cultura é como o primeiro idioma, uma condição
imprescindível para a vida humana em sociedade.
A comparação entre o DSC e os idiomas permite que se entenda algo de
suma importância, quer dizer, um indivíduo que domina determinada língua é, ao
mesmo tempo, um ente coletivo e um ente individual enquanto, como ente coletivo,
compartilha com os membros da sua cultura um código comum e, como ente
individual, é capaz de produzir e produz frequentemente, nas suas interações
habituais, frases inéditas. Ora isto acontece exatamente com o DSC (LEFÉVRE;
LEFÉVRE; TEIXEIRA, 2000).
O DSC é o equivalente da língua ou idioma, e o depoimento dos indivíduos
com os quais ele é feito, ou a partir dos quais ele é reconstruído ou mesmo
elaborado, é o equivalente das frases individuais (LEFÉVRE; LEFÉVRE, 2002).
Logo, o “Discurso do Sujeito Coletivo é um construto, elaborado por
abstração, a partir de um conjunto de falas individuais de sentido reputado
semelhante ou complementar, com a finalidade precípua de expressar um
pensamento coletivo” (LEFÉVRE; LEFÉVRE, 2002).
Se o pensamento coletivo pode ser visto como um conjunto de discursos
sobre um dado tema, o DSC visa a iluminar o conjunto de individualidades
semânticas, próprias do imaginário social.
Em suma, o DSC é uma maneira destinada a fazer a coletividade “falar”
diretamente.
Para a elaboração do DSC foram criadas três figuras metodológicas, que são:
1. Expressões-Chave (ECH): são partes ou todo o conteúdo das transcrições
literais do discurso de cada sujeito, que devem ser identificados e a seguir
destacados (sublinhados, coloridos ou iluminados) pelo pesquisador, e que
revelam a essência do discurso ou a teoria subjacente.
33
2. Idéias Centrais (IC): são um nome ou expressão lingüística que revela e
descreve da maneira mais sintética, precisa e fidedigna possível o sentido de
cada um dos discursos analisados e de cada conjunto homogêneo de ECH, que,
posteriormente, vai dar origem ao DSC. É importante assinalar que as IC não são
uma interpretação, mas uma descrição do sentido do depoimento ou de um
conjunto de depoimentos. As IC podem ser resgatadas por meio de descrições
diretas do sentido do depoimento, revelando “o que foi dito”, ou por meio de
descrições indiretas ou mediatas que revelam o tema do depoimento ou “sobre o
que” o sujeito enunciador está falando. Neste último caso, será preciso, após a
identificação do tema, reconhecer as IC correspondentes.
Discurso do Sujeito Coletivo (DSC): é um discurso redigido na primeira pessoa
do singular e composto pelas ECH que têm as mesmas IC ou AC.
3.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo será de abordagem qualitativa do tipo descritivo-
exploratório e transversal.
A pesquisa qualitativa o pesquisador procura entender os fenômenos
segundo a perspectiva dos participantes do estudo (NEVES,2012).
A pesquisa qualitativa compreende uma conjunto de diferentes técnicas
interpretativas que visam descrever e interpretar componentes de um complexo
sistema de significados (NEVES,2012).
Segundo Minayo (1994), ao contemplarmos o aspecto qualitativo do objeto
estamos considerando como sujeito de estudo: gente, em determinado grupo social
ou classe com crenças, valores e significados, sendo que este objeto construído
encontra-se em constante processo de transformação.
Característica da pesquisa qualitativa:
Tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador
como instrumento-chave;
É descritiva, isto é, os resultados são expressos em narrativas, descrições,
figuras, declarações de pessoas, quadros esquemáticos;
34
Os pesquisadores qualitativos,estão preocupados com o processo e não
simplesmente com resultados e o produto;
Os pesquisadores qualitativos tendem a analisar seus dados
indutivamente;
O significado é a preocupação essencial na abordagem qualitativa: os
pesquisadores buscam detectar os significados, sentimentos e percepção
que as pessoas dão aos fenômenos.
Os resultados da pesquisa qualitativa são, tipicamente, baseados na
experiência da vida real de pessoas com conhecimento do fenômeno em primeira-
mão. No entanto a abordagem tem várias limitações.
Para Brevidelli; Domenico (2006), o estudo exploratório-descritivo tem como
objetivo o conhecimento do fenômeno a ser estudado por meio dos sujeitos, grupos,
instituições e a sua respectiva descrição. É a primeira forma de aproximação do
conhecimento de algo.
Os estudos transversais são aqueles em que os dados são coletados com um
ou mais grupos de sujeitos em um momento particular de tempo, ou seja, uma só
vez em um determinado tempo ou momento. (BREVIDELLI; DOMENICO, 2006).
3.4 PARTICIPANTES, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE
Os participantes do presente estudo foram os acadêmicos de enfermagem do
oitavo período devidamente matriculados na Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz, da cidade de Itajubá, MG.
A amostra foi constituída por 25 acadêmicos do curso de enfermagem.
Lefévre; Lefévre (2002) comentam que, no método do DSC.
A amostra é uma porção da população, ou seja, subconjunto desta, a ser
estudado (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
A amostragem desta pesquisa foi intencional ou teórica.A amostragem
intencional ou teórica é baseada na crença de que o conhecimento do pesquisador
sobre a população pode ser utilizado para selecionar os casos a serem incluídos na
amostra. O pesquisador pode decidir selecionar, intencionalmente, a maior
variedade possível de respondentes, ou escolher sujeitos que sejam considerados
35
típicos da população em questão, ou particularmente conhecedores do assunto em
estudo. (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Os critérios de elegibilidade foram os seguintes:
Ser acadêmico do oitavo período do curso de enfermagem.
Estar devidamente matriculado.
Aceitar participar do estudo.
Os critérios de exclusão foram aqueles de natureza contrária aos critérios de elegibilidade.
3.5 COLETA DE DADOS
Foram contemplados, a seguir, os procedimentos adotados para a coleta dos
dados, assim como os instrumentos a serem utilizados no presente trabalho.
3.5.1 Procedimento de coleta de dados
A coleta de dados teve inicio após aprovação pelo Comitê de Ética em
pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, conforme parecer
consubstanciado número 736/2011 (Anexo A).
Os dados foram colhidos na Escola de Enfermagem Wenceslau Braz ou em
outro local considerado adequado pelos participantes do estudo.
A entrevista foi realizada após agendamento prévio com cada um dos
participantes;
Antes da realização da entrevista, a pesquisadora explicou os objetivos do
estudo, assim como o desenvolvimento de todo o trabalho. Os instrumentos a serem
utilizados foram apresentados e retiradas todas as dúvidas e garantido seu
anonimato. Foi solicitada a anuência do entrevistado. O entrevistado, após seu
consentimento, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice
A).
Antes da realização da entrevista, a entrevistadora explicou sobre a entrevista
gravada, tomando os devidos cuidados para que a participante não se sentisse
constrangida em relação ao gravador. A entrevista foi realizada em ambiente isento
36
de ruídos e proporcionando privacidade e segurança. Após a entrevista gravada, foi
feita a sua transcrição e o material gravado contendo a fala dos participantes foi
descartado.
3.5.2 Instrumentos de coleta de dados
A coleta de dados foi realizada por meio de dois instrumentos:
1- Caracterização pessoal e acadêmica que se encontra em Apêndice b. Está
formada por questões fechadas relacionadas com gênero, idade, curso e período,
assim como participação em eventos científicos.
2- Roteiro de entrevista semi-estruturada (Apêndice C). Está formado por duas
perguntas abertas, que deverão ser respondidas pelos acadêmicos de enfermagem
do oitavo período, relacionadas com significados de Cuidados Paliativos e os
sentimentos emergentes durante a assistência de enfermagem prestada aos
pacientes com necessidades de cuidados paliativos.
Para Marconi; Lakatos, (2001), a entrevista semi-estruturada é aquela em que
o pesquisador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas aos
entrevistados são pré-determinadas. O motivo da padronização é obter dos
entrevistados respostas às mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam
comparadas com seu conjunto, e que diferenças devam ser refletidas entre os
respondentes e as respostas.
3.6 PRÉ-TESTE
Lakatos; Marconi (1995) relatam que o pré-teste tem a função de testar o
instrumento de coleta de dados, permitindo verificar ambiguidade nas questões e o
tempo utilizado durante a pesquisa.
O pré-teste foi realizado com três acadêmicos de enfermagem, que não
fizeram parte da amostra e que estavam de acordo com os critérios de elegibilidade.
Não foi necessário fazer ajuste ou mudança nos instrumentos de pesquisa por
que não ouve dificuldade de compreensão desses documentos. O tempo médio de
37
entrevista foi de 10 minutos e a realização desse procedimento foi uma oportunidade
da pesquisadora se preparar para a coleta definitiva. Marconi; Lakatos (2010)
esclarecem que, para a realização do pré-teste, 5% ou 10% do tamanho da amostra
são suficientes para a sua realização. Esta é a razão pela qual se estabeleceu o
quantitativo de três acadêmicos para o desenvolvimento do mesmo.
Os objetivos do pré-teste são os seguintes: verificar a compreensibilidade dos
participantes para efetuar possíveis modificações nos instrumentos definitivos, se for
o caso; identificar o tempo que será utilizado para as entrevistas definitivas e
preparar as pesquisadoras para a coleta definitiva.Foi realizado o pré teste e não
teve nehuma alteraçõa nos instrumentos da pesquisa
3.7 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DE DADOS
De acordo com as diretrizes do DSC, foram adotadas neste estudo três
figuras metodológicas: Expressões-Chave, Ideia Central e Discurso do Sujeito
Coletivo. Para o tratamento e análise dos dados, foi obedecida rigorosamente a
ordem das seguintes etapas:
1ª etapa: antes do início da transcrição dos dados, as respostas por escrito
das questões serão lidas várias vezes para que se tenha uma ideia geral e melhor
compreensão dos textos. Com os discursos escritos, foi feita a transcrição literal
deles.
2ª etapa: compreenderam uma cuidadosa leitura de todo o material transcrito,
em dois momentos distintos: no primeiro, se procederá à leitura das respostas de
cada um dos usuários, na sua totalidade. No segundo momento, cada resposta foi
lida separadamente, ou seja, a questão 1 de todos os respondentes, depois a
questão 2 , e finalmente, a terceira.
3ª etapa: consistirá na cópia integral de todas as respostas de cada
respondentes à questão 1 no instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD1),
representando as ECH em itálico (Anexo B). De posse das ECH e após a leitura de
cada uma, foi identificada a sua ideia central, tomando-se o cuidado de que a
38
mesma represente a descrição das ECH e não a sua interpretação. Este mesmo
procedimento foi realizado com as demais questões.
4ª etapa: elaboração do Instrumento de Análise do Discurso 2 (IAD2), que
contem separadamente, cada ideia central com as suas respectivas ECH,
semelhantes ou complementares (Anexo C).
5ª etapa: foi resumido na extração do tema de cada uma das perguntas da
entrevista semi-estruturada, o conteúdo das ideias centrais, agrupando-se ao
mesmo a sua respectiva ideias centrais, assim como os sujeitos, representados pelo
número de entrevistados, e as frequências de ideias por meio de quadros.
Finalmente, foram construídos os DSC separadamente de cada ideia central, com as
suas respectivas ECH.
3.8 ESTRATÉGIAS PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados são apresentados por meio de quadros, figuras e tabelas, de
acordo com a natureza deles.
3.9 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela Resolução nº
196/96, de 16/10/96, do Ministério da Saúde, que trata da ética em pesquisa
envolvendo seres humanos. Foram respeitados os aspectos éticos relacionados com
anonimato total do entrevistado, sua privacidade e autonomia de aceitar ou não a
participação no estudo. Foram considerados também do ponto de vista ético os
valores culturais de cada participante.
Foi esclarecido ao informante o direito de se retirar do estudo se assim o
desejar e quando o desejar, independentemente da fase que ele se encontre. Antes
da entrevista, ele tomou ciência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que
se encontra em Apêndice A. O estudo obteve a aprovação do Comitê de Ética da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, de Itajubá, MG, conforme o Parecer
Consubstanciado número 736/2011 (Anexo A).
39
4 RESULTADOS DO ESTUDO
Os resultados do presente estudo são apresentados em duas etapas: a
primeira referente à caracterização dos acadêmicos de enfermagem e a segunda
referente aos resultados da abordagem qualitativa.
4.1- CARACTERIZAÇÃO PESSOAL E ACADÊMICA DOS PARTICIPANTES DO
ESTUDO.
A seguir são apresentadas, as características pessoais e acadêmicas dos
participantes do estudo.
Tabela 1 - Características pessoais e acadêmicas dos participantes do estudo. Itajubá- MG, 2012
n=25
FA FR M MED D.P V.Min V.Max AMP
Gênero
Feminino 25 100%
Idade - - 23,04 22 2,79 21 35 14
Participação em eventos
Sim 17 68%
Não 8 32%
Fonte: instrumento de pesquisa
Foi possível notar que 100% dos acadêmicos entrevistados eram do gênero
feminino, com media de idade de 23,04 anos; 68% haviam participado de eventos
científicos de eventos.
4.2 TEMA, IDEIAS CENTRAIS E DSC
A seguir são apresentados cada um dos temas estudados, um quadro
representativo de cada ideia central, seus respondentes, assim como a sua
frequência e abaixo encontra - se, separadamente, as diversas ideias centrais com
os seus respectivos DSC.
40
Tema 1: Significado de Cuidados paliativos
Pergunta 1: Para você o que significa Cuidados Paliativos?
Quadro 1: Ideias centrais, participantes, frequência das ideias centrais e do tema: “Significado de Cuidados paliativos”
1-Para você o que significa Cuidados Paliativos? IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTE FREQUÊNCIA
1 Cuidado em estado terminal. 3,4,9,17,5 5 2 Cuidados para doentes em fase
terminal.19,20,24,25,10 5
3 Cuidados para minimizar o sofrimento 13,14 2 4 Prestar assistência a enfermos
terminais16,21 2
5 . Melhorar a qualidade de vida de pacientes em fase terminal
22,23 2
6 Aliviar os sinais e sintomas e promover conforto.
7 1
7 Cuidados que vão diminuir a dor 8 1 8 Diminuir o sofrimento do doente e da
família.11 1
9 Cuidados que minimizam a dor. 12 1 10 Cuidados prestados ao paciente em
fase terminal.
1 1
11 Prestar ajuda. 15 1 12 Bem estar. 1 1 13 Cuidados para melhorar a qualidade de
vida.18 1
14 . Prestar a assistência ao enfermo 6 1
Fonte: Instrumento de pesquisa
Segundo Léfrève e Léfrève (2005) “Todo tema novo tem, na fase exploratória,
tendências, quando se usa o DSC, de apresentarem um grande número de ideias
centrais. Para equalizar essa situação, segundo o método do DSC, utiliza-se a
estratégia de agrupamento das ideias centrais iguais, semelhantes e
complementares.”
No quadro 2 pode-se observar o agrupamento das ideias centrais iguais,
semelhantes e complementares devido ao grande número de ideias centrais
apresentadas no quadro 1.
41
Quadro 2 - Agrupamento das idéias centrais iguais, semelhantes e complementares referente ao tema. “Significado de Cuidados paliativos”
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES OU SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS DO AGRUPAMENTO
Cuidados prestados ao paciente em fase terminal.Cuidado em estado terminal
Cuidados em casos terminais.
Prestar assistência a enfermo em fase terminal
Cuidados com doentes em fase terminal
Cuidados em fase terminal.
Cuidados para doentes em fase terminal.
Cuidados com doentes terminais.
Cuidados com doentes em fase terminal
Prestar assistência a enfermos terminais
Cuidados em fase terminal.
Cuidados que vão diminuir a dor
Cuidados que minimizam a dor.
Cuidados que minimizam a dor
Cuidados para melhorar a qualidade de vida.
Melhorar a qualidade de vida do paciente em fase terminal
Cuidados para melhorar a qualidade de vida.
Bem estar.
Cuidados que melhoram a qualidade de vida
Diminuir o sofrimento do doente e da
família
Cuidados para minimizar o sofrimento
Cuidados que minimizam o
sofrimento do paciente e família
42
Prestar a assistência ao enfermo.
Prestar ajuda
Aliviar os sinais e sintomas e promover
conforto
Prestar assistência, ajuda e
conforto
Fonte: Instrumento de pesquisa
A seguir são exibidas as ideias centrais após o processo de agrupamento,
participantes e frequência referentes ao tema: “Significado de Cuidados paliativos”.
Quadro 3 - Ideias Centrais,participantes e frequência referentes ao tema: Significados de cuidados paliativos”
Fonte: Instrumento de pesquisa
1º IDEIA CENTRAL: Cuidados em fase terminal
DSC: São cuidados prestados aos doentes em fase terminal, quando não há
cura nem tratamento, apenas cuidados paliativos. Visam minimizar a dor,
proporcionar melhor qualidade de vida e conforto ao paciente e família, para se
dar uma morte digna.
2º IDEIA CENTRAL: Cuidados que melhoram a qualidade de vida
IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTES FREQUÊNCIA
1 Cuidados em fase terminal 1,3,4,5,9,10,16,17,19,2O,21,24,25 13
2 Cuidados que melhoram a
qualidade de vida
2,18,22,23 4
3 Prestar assistência,ajuda e
conforto
6,7,15 3
4 Cuidados que minimizam o
sofrimento do paciente e
família
11,13,14 3
5 Cuidados que minimizam a
dor
8,12 2
43
DSC: São cuidados para melhorar a qualidade de vida do paciente em fase
terminal, pois a condição em que o paciente se encontra não é possível de
muitos recursos para a cura, onde ocorre grande sofrimento. É dever do
enfermeiro gerar conforto e bem estar naquele momento.
3º IDEIA CENTRAL: Cuidados que minimizam a dor
DSC: São cuidados que vão minimizar os sinais, sintomas e a dor do paciente
em fase terminal, sem pretensão de cura, promovendo o conforto e
amenizando o sofrimento na morte.
4º IDEIA CENTRAL: Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e
família
DSC: Seria minimizar a dor e o sofrimento do doente e da família.
5º IDEIA CENTRAL: Prestar assistência, ajuda e conforto
DSC: Prestar assistência, ajuda aos enfermos com doenças terminais a fim de
amenizar a dor e seu sofrimento proporcionando conforto a ele e aos
familiares.
44
Figura 1 - Ideias centrais do tema significado de cuidados paliativos.
Fonte: Instrumento de pesquisa
As idéias centrais referentes à questão: Para você o que significa Cuidados
Paliativos? Foram: “Cuidados em fase terminal”,” Cuidados que melhoram a
qualidade de vida”, “ Cuidados que minimizam a dor ”, “Cuidados que minimizam o
sofrimento do paciente e família ”, “Prestar assistência,ajuda e conforto ”.
Cuidados em fase terminal.
Cuidados que melhoram a qualidade de vida.
Prestar assistência, ajuda e conforto.
Cuidados que minimizam a dor.
Significado decuidados paliativos.
Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e
família.
45
TEMA 2: Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados
paliativos
Questão 2- Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com
necessidades de cuidados paliativos?
Quadro 4: Ideias centrais, participantes e frequência das ideias centrais do tema: “Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados paliativos”
IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTES FREQUÊNCIA
1 Sinto-me feliz 2,12,21 3
2 Sinto - me muito bem. 5,19 2
3 Sinto-me privilegiada 1 1
4 Capaz de ajudar. 3 1
5 Sinto dois sentimentos: bom e ruim. 4 1
6 É difícil, mas sinto-me feliz 6 1
7 Sinto-me com certa importância. 7 1
8 Aliviada e triste. 8 1
9 Triste e feliz. 9 1
10 Sinto-me se estivesse cuidando de uma
pessoa qualquer.
10 1
11 Sinto-me com responsabilidade de
ajuda.
11 1
12 Sinto-me dividida. 13 1
13 Sinto-me capaz de diminuir o sofrimento. 14 1
14 Sinto-me capaz de ajudá-lo 15 1
15 Sinto-me incapaz. 16 1
16 Sinto-me triste com aperto no coração. 17 1
17 Responsabilidade de minimizar a dor do
paciente e família.
18 1
18 Sinto-me bem. 20 1
19 Não me sinto feliz. 22 1
20 Sinto-me capaz de confortar o paciente
e família
23 1
46
21 Sentimento de dó. 24 1
22 Sinto-me igual ao cuidar de outro
paciente.
25 1
Fonte: Instrumento de pesquisa
No Quadro 5 encontram-se as ideias centrais complementares ou
semelhantes devidamente agrupadas acerca do Tema 02 “Sentimentos dos
acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados paliativos”.
Quadro 5. Agrupamento das Ideias Centrais complementares ou semelhante referentes ao Tema 02 “Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos”
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES OU
SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS
DO AGRUPAMENTO
Sinto-me feliz
É difícil, mas sinto-me feliz
Sinto-me muito bem.
Sinto-me muito bem
1
Sinto-me bem
Bem e feliz
Capaz de ajudar.
Sinto-me capaz de ajudá-lo 2
Sinto-me com responsabilidade de ajuda.
Sinto-me capaz de ajudar
Sinto-me capaz de confortar o paciente e
família
Responsabilidade de minimizar a dor do paciente e família.
3
Sinto-me capaz de diminuir o sofrimento.
Sinto-me capaz de minimizar
o sofrimento e confortar
Aliviada e triste.
Triste e feliz
Sinto dois sentimentos: bom e ruim 4
Sinto-me dividida
Sinto-me dividida
Sinto-me igual ao cuidar de outro paciente.
Sinto-me se estivesse cuidando de uma
Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa
47
5 pessoa qualquer
Sinto-me com certa importância.
6 Sinto-me privilegiada
Sinto-me importante e privilegiada
Sentimento de dó.
Sinto-me triste com aperto no coração. 7
Não me sinto feliz.
Sentimentos negativos
8 Sinto-me incapaz. Sinto-me incapaz.
Fonte: Instrumento de pesquisa
Após o agrupamento das ideias centrais semelhantes ou complementares
surgiram as ideias centrais definitivas demonstradas no Quadro 6.
Quadro 6 Ideias Centrais, Participantes e Frequência das ideias centrais após o agrupamento referentes ao Tema 02 “Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados paliativos”
IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTES FREQUÊNCIA
1 Bem e feliz 2,6,12,21,5,19,20 7
2 Sinto-me dividida 4,8,9,13 4
3 Sinto-me capaz de ajudar 3,11,15 3
4 Sinto-me capaz de minimizar a dor e
sofrimento e confortar
14,18,23 3
5 Sentimentos negativos. 24,17,22 3
6 Sinto-me igual ao cuidar de outra
pessoa
10,25 2
7 Sinto-me importante e privilegiada 7,1 2
8 Sinto-me incapaz. 16 1
Fonte: Instrumento de pesquisa
48
1° IDEIA CENTRAL: Bem e feliz
DSC: Sinto-me feliz e muito bem em poder aliviar o sofrimento do paciente em
caso terminal, promovendo a ele ajuda e conforto.
2º IDEIA CENTRAL: Sinto-me dividida
DSC:Sinto-me dividida, aliviada e feliz, mas ao mesmo tempo triste pela
situação em que o ser humano está. Há dois sentimentos: o bom onde é
proporcionado o bem estar do paciente e o ruim onde percebo que com todo o
cuidado e carinho o paciente não irá melhorar.
3º IDEIA CENTRAL: Sinto-me capaz de ajudar
DSC: Me sinto na capacidade e responsabilidade de ajuda-lo a ter uma morte
menos sofrida.
4º IDEIA CENTRAL: Sinto-me capaz de minimizar a dor e sofrimento e
confortar
DSC: Me sinto na capacidade e responsabilidade de minimizar o sofrimento, a
dor do enfermo e confortá-lo juntamente a sua família.
5º IDEIA CENTRAL: Sentimentos negativos
DSC: Não me sinto feliz, sinto-me triste com aperto no coração e surge um
sentimento de dó.
6º IDEIA CENTRAL: Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa
DSC: Me sinto igual se estivesse cuidando de um doente com uma doença
qualquer e necessidades de cuidados comuns, pois estou fazendo o possível
para diminuir seu sofrimento.
49
7º IDEIA CENTRAL: Sinto-me importante e privilegiada
DSC: Sinto-me com certa importância e privilegiada em poder ajudar esses
pacientes.
8º IDEIA CENTRAL: Sinto-me incapaz.
DSC: Sinto um sentimento às vezes de incapacidade.
Figura 2 - Ideias centrais do tema: “Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestar cuidados paliativos”
Fonte: Instrumento de pesquisa
As ideias centrais referentes ao tema: “Sentimentos dos acadêmicos de
enfermagem ao prestar cuidados paliativos foram: “Bem e feliz”, “Sinto-me dividida”,
“Sinto-me capaz de ajudar”, “Sinto-me capaz de minimizar o sofrimento e confortar”,
Bem e feliz.
Sinto-me dividida.
Sinto-meincapaz.
Sinto-meimportante e privilegiada.
Sentimentos dos acadêmicos. Sinto-me capaz de ajudar.
Sinto-me capaz de minimizar o sofrimento e
confortar.Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa.
Sentimentos negativos.
50
“Sentimentos negativos”, “Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa”, “Sinto-me
importante e privilegiada”, “Sinto-me incapaz.”
TEMA 3 Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao
prestarem cuidados paliativos.
Questão 3 Por quê?
Quadro 7 - Ideias centrais, participantes e frequência das ideias centrais do tema: Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos
IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTES FREQUÊNCIA
1 Cuidado pode aliviar o sofrimento. 1 1
2 Fica evidente a gratidão e o conforto 2 1
3 Ameniza a dor. 3 1
4 É difícil aceitar a morte e proporcionar
conforto.
4 1
5 Direito do paciente morrer sem sofrer. 5 1
6 Amenizo seu sofrimento 6 1
7 Pode ser a ultima vez que estarei
cuidando do paciente.
7 1
8 É uma doença terminal que não tem
cura.
8 1
9 Triste e feliz. 9 1
10 Todos precisam de cuidados. 10 1
11 O doente sofre muito antes de morrer. 11 1
12 Ele fica com expressão de felicidade. 12 1
13 Cuidar de uma pessoa sem chances de
cura é triste
13 1
14 A pessoa já sofreu e ainda vai sofrer pra
morrer.
14 1
15 Estou apta a minimizar os sofrimentos 15 1
16 O paciente não tem chances de vida. 16 1
17 Sei que ela não tem chances de vida. 17 1
51
18 A enfermagem é a responsável pelo
bem estar.
18 1
19 Sei que posso minimizar a dor e
confortar a família.
19 1
20 Os doentes se sentem melhores com os
cuidados
20 1
21 Traz muito sofrimento a toda família. 21 1
22 Falta pouco para aquele enfermo
falecer.
22 1
23 O que resta é ajudar a aceitar a
situação e confortar a família.
23 1
24 Sinto-me impossibilitada de ajudar. 24 1
25 Todo ser humano necessita de
cuidados.
25 1
Fonte: Instrumento de pesquisa
O Quadro 8 expõe o agrupamento das idéias centrais semelhantes ou
complementares realizado com o Tema 03 “Justificativas dos sentimentos dos
acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos”.
Quadro 8 - Agrupamento das Ideias Centrais Semelhantes ou Complementares relacionadas com o Tema 03 “Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos”
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES OU
SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS
DO AGRUPAMENTO
O paciente não tem chances de vida.
Sei que ela não tem chances de vida.
É uma doença terminal que não tem cura. 1
Falta pouco para aquele enfermo falecer.
Não há chances de vida
Ameniza a dor.
Amenizo seu sofrimento
Sei que posso minimizar a dor e confortar a
família.
2
Estou apta a minimizar os sofrimentos
Ameniza-se a dor e o
sofrimento
52
Cuidado pode aliviar o sofrimento.
Todos precisam de cuidados. 3
Todo ser humano necessita de cuidados.
Precisam de cuidados
Ele fica com expressão de felicidade.
Fica evidente a gratidão e o conforto 4
Os doentes se sentem melhores com os
cuidados
Os pacientes manifestam
sentimentos positivos
É difícil aceitar a morte e proporcionar
conforto.5
Cuidar de uma pessoa sem chances de
cura é triste.
É difícil e triste
Traz muito sofrimento a toda família
O doente sofre muito antes de morrer. 6
A pessoa já sofreu e ainda vai sofrer pra
morrer.
Traz muito sofrimento ao
paciente e família
Triste e feliz. 7
Sinto-me impossibilitada de ajudar.
Sinto-me triste, feliz e
impossibilitação
Direito do paciente morrer sem sofrer 8
A enfermagem é a responsável pelo bem
estar.
Direito de morrer sem sofrer.
9 Pode ser a última vez que estarei cuidando
do paciente.
Sinto que poderam ser os
últimos cuidados
10
O que resta é ajudar a aceitar a situação e
confortar a família.
Sinto que a família deve ser
ajudada e confortada.
Fonte: Instrumento de pesquisa
As Ideias Centrais evidenciadas, os participantes e a frequência após o
agrupamento das ideias centrais semelhantes ou complementares acerca do Tema
03, “Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem
cuidados paliativos”, encontram-se no Quadro 9 .
53
Quadro 9 - Ideias centrais, participantes e frequência do tema “Justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos”
IDÉIAS CENTRAIS PARTICIPANTES FREQUÊNCIA
1 Por que ameniza-se a dor e o
sofrimento.
1,3,6,15,19 5
2 Por que não há chances de vida. 8,16,17,22 4
3 Por que precisam de cuidados. 10,25 2
4 Por que os pacientes manifestam
sentimentos positivos.
2,12,20 3
5 Por que é difícil e triste 4,13 2
6 Por que traz muito sofrimento ao
paciente e família
11,14,21 3
7 Por que sinto-me triste, feliz e
impossibilitado
9,24 2
8 Por que tem o direito de morrer sem
sofrer.
5,18 2
9 Por que sinto que poderão ser os
últimos cuidados
7 1
10 Por que sinto que a família deve ser
ajudada e confortada.
23 1
Fonte: Instrumento de pesquisa
1º IDEIA CENTRAL: Por que ameniza-se a dor e o sofrimento.
DSC: Mesmo num período difícil da vida sei que posso minimizar a dor e seu
sofrimento, confortando a família do mesmo nos últimos momentos de sua
vida.
2º IDEIA CENTRAL: Por que não há chances de vida.
DSC: É uma doença terminal que não tem cura, mesmo fazendo todos os
procedimentos, o paciente não tem chances de vida, mas procuro aliviar essa
dor. Sei que falta pouco para aquele enfermo falecer.
54
3º IDEIA CENTRAL: Por que precisam de cuidados.
DSC: Todo ser humano necessita de cuidados não só aquele em fase final da
vida.
4º IDEIA CENTRAL: Por que os pacientes manifestam sentimentos positivos.
DSC: No momento em que presto este cuidado fica evidente no paciente a
gratidão e o conforto que é proporcionado aos doentes, que se sentem
melhores e muitas vezes com expressão de felicidade.
5º IDEIA CENTRAL: Por que é difícil e triste
DSC:Cuidar de uma pessoa sem chances de cura é triste, porque já é difícil a
situação de aceitar a morte e proporcionar conforto. Neste momento é algo
inexplicável para nós como enfermeiros, que estamos nos cuidados diretos
com o paciente, ainda mais vendo todo aquele sofrimento.
6º IDEIA CENTRAL: Por que traz muito sofrimento ao paciente e família
DSC: É em uma fase que traz muito sofrimento a toda família, pois a pessoa já
sofreu tanto na vida e ainda vai sofrer pra morrer.
7º IDEIA CENTRAL: Por que sinto-me triste, feliz e impossibilitado
DSC: Triste por que o paciente tem uma doença sem cura eu como enfermeira
fico impossibilitada de ajudar totalmente, porém feliz por minimizar a dor dele.
8º IDEIA CENTRAL: Por que o direito de morrer sem sofrer
DSC: É um direito de o paciente morrer sem sofrimento, e a enfermagem é a
maior responsável em fazer com que o enfermo tenha bem estar.
55
9º IDEIA CENTRAL: Por que sinto que poderão ser os últimos cuidados
DSC: Pode ser a última vez que estarei fazendo aquele cuidado com o
paciente.
10º IDEIA CENTRAL: Por que sinto que a família deve ser ajudada e
confortada
DSC: O que resta neste momento é ajudá-los a aceitar a situação e confortar a
família
Figura 3 - Ideias centrais, justificativas dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem ao prestarem cuidados paliativos
Fonte: Instrumento de pesquisa
Não há chances de vida.
Sinto que a família deve ser ajudada e
confortada
Ameniza-se a dor e o sofrimento.
Sinto que poderão ser os últimos
cuidados
Precisam de cuidados.
Direito de morrer sem sofrer.
Os pacientes manifestam sentimentos positivos.
É difícil e triste. Sinto-me triste, feliz e
impossibilitação.
Traz muito sofrimento ao
paciente e família.
Justificativas dos sentimentos dos
acadêmicos.
56
As ideias centrais referentes à questão: “Por que?”Foram: “Não há chances
de vida”, “Ameniza-se a dor e o sofrimento”,“Precisam de cuidados.”, “Os pacientes
manifestam sentimentos positivos”, “É difícil e triste”, “Traz muito sofrimento ao
paciente e família”, “Sinto-me triste, feliz e impossibilitado”, “Direito de morrer sem
sofrer”, “Sinto que poderão ser os últimos cuidados”, “Sinto que a família deve ser
ajudada e confortada”.
57
5 DISCUSSÃO
A seguir serão discutidas as ideias centrais mais relevantes do referente
tema: Cuidados paliativos e as representações sociais dos acadêmicos de
enfermagem.
Ao analisarmos as ideias centrais do tema “Significado de cuidados
paliativos”, observamos que a ideias centrais encontradas foram: “Cuidados em fase
terminal”,” Cuidados que melhoram a qualidade de vida”, “ Cuidados que minimizam
a dor ”, “Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e família ”, “Prestar
assistência,ajuda e conforto ”.
A ideia central mais frequente entre os acadêmicos foi “Cuidados em fase
terminal”, que foi citada por treze participantes e é representada pelo discurso:
“São cuidados prestados aos doentes em fase terminal, quando não há cura
nem tratamento, apenas cuidados paliativos.
Araujo e Silva (2012) comprovam a fala dos participantes dizendo que,
cuidados paliativos são cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não
responde mais ao tratamento curativo.
São cuidados que reafirmam a vida e encaram a morte como uma realidade
certa e inerente a todos nós (PESSINI, BARCHINFONTAINE, 2007).
Dessa maneira cuidados paliativos são cuidados prestados a pacientes em
fase terminal, sem pretensão de cura mais que aliviam o seu sofrimento.
A ideia central “Cuidados que melhoram a qualidade de vida” foi outra
ideia muito utilizada pelos acadêmicos com frequência de quatro discursos. A ideia
expressa no DSC foi: “São cuidados para melhorar a qualidade de vida do
paciente em fase terminal, pois a condição em que o paciente se encontra não
é possível de muitos recursos para a cura, onde ocorre grande sofrimento. É
dever do enfermeiro gerar conforto e bem estar naquele momento”.
A ideia central expressa pelos acadêmicos de enfermagem é de grande relevância,
pois minimizar o sofrimento do paciente nesta fase é primordial para eles que
passam por inúmeros sofrimentos.
Segundo Lima (2011) as doenças terminais geram um momento em que os
pacientes e suas famílias precisam de uma abordagem de saúde que se concentra
na qualidade de vida e de morte.
58
O DSC vem de encontro ao que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS),
em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, "Cuidados Paliativos consistem
na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da
qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace
a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce,
avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais,
psicológicos e espirituais.” (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA), 2012).
Vasconcelos; Santana; Silva (2012) reafirmam este conceito ao dizerem que
cuidados paliativos é uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos doentes
e de seus familiares na presença de doenças terminais
WHO (2010) complementa que trata-se de uma abordagem de cuidado
diferenciada que visa melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares,
por meio da adequada avaliação e tratamento para alívio da dor e sintomas, além de
proporcionar suporte psicossocial e espiritual.
Outra definição amplamente utilizada é a da Academia Nacional de Cuidados
Paliativos (2009), diz que deve-se ter uma abordagem holística, observando o
paciente como um ser biográfico mais que um ser simplesmente biológico,
poderemos, respeitando seus desejos e suas necessidades, melhorar o curso da
doença e, segundo a experiência de vários serviços de Cuidados Paliativos, também
prolongar sua sobrevida. Vivendo com qualidade, ou seja, sendo respeitado, tendo
seus sintomas impecavelmente controlados, seus desejos e suas necessidades
atendidas, podendo conviver com seus familiares e resgatando pendências, com
certeza nossos pacientes também viverão mais.
Assim, os cuidados paliativos proporcionam melhor qualidade de vida,
aliviando os sintomas e consequentemente diminuindo o sofrimento dos doentes.
Outra ideia central seria “Cuidados que minimizam a dor” com uma
frequência de três discursos.
A dor de acordo com Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP,
2009) conceitua como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável,
associada a dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais
lesões”. Significa, portanto, que a dor é uma experiência única e individual,
modificada pelo conhecimento prévio de um dano que pode ser existente ou
presumido, ou seja, em qualquer situação a dor é o que o paciente refere e descreve
(ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS (ANCP), 2009).
59
Quase todos os pacientes sofrem, ao menos transitoriamente, com dor
moderada a severa. Sempre que possível, a causa da dor deve ser eliminada ou
suficientemente inibida. Como isso só é possível em uma minoria dos casos, a
analgesia efetiva envolve a administração regular de medicação para a dor
(CARVALHO, 2011)
Araujo; Silva (2012) reafirmam que o controle da dor, dos sinais e sintomas,
trabalho da equipe interdisciplinar, o uso adequado de habilidades de comunicação
e relacionamento interpessoal constitui um alicerce que sustenta os cuidados
paliativos.
Os acadêmicos confirmam estes conceitos no DSC “São cuidados que vão
minimizar os sinais, sintomas e a dor do paciente em fase terminal, sem
pretensão de cura, promovendo o conforto e amenizando o sofrimento na
morte”.
Assim os cuidados paliativos vão diminuir os sintomas da doença
minimizando a dor e seu sofrimento.
Outras duas ideias centrais que foram citadas pelos participantes foram:
“Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e família” e “Prestar
assistência, ajuda e conforto”.
O ambiente familiar é um facilitador do tratamento diferenciado ao paciente,
pois possibilita o surgimento de relações solidárias e responsáveis (FRATEZI;
GUTIERREZ, 2011).
Nunes; Rodrigues (2012) relatam que em tratamento paliativo a família é
referenciada como unidade de cuidados, devido a presentar demandas sociais,
espirituais, físicas e psicológicas, no decorrer do processo de cuidado de seu
familiar em adoecimento. Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde preconiza
que a equipe desenvolva ações para incluir estes familiares no processo de cuidar,
não somente na perspectiva da sua realização, mas também na possibilidade de
que suas demandas sejam atendidas.
Em situações de doenças crônicas, progressivas,a família age, reage e
interage internamente com o contexto social em que vive, para ajudar e apoiar o
familiar doente.Esta reação é uma forma de cuidado que a família desenvolve para
garantir proteção familiar (NUNES; RODRIGUES, 2012)
Quando a doença evoluiu para cuidados paliativos, sem possibilidades
terapêuticas de cura, essa atenção deve ser intensificada, buscando significados
60
que paciente e familiares atribuem à morte e considerar às questões sociais,
emocionais e espirituais envolvidas (NUCCI, 2011).
Os pacientes submetidos a estes cuidados não devem ser vistos como um
fracasso da medicina e sim como pessoas capazes de viverem suas vidas de forma
acessível a suas possibilidades e que recebam conforto e dignidade até o último dia
de suas vidas (PESSINI; BARCHINFONTAINE, 2007).
Desta maneira quando o paciente se encontra fora de possibilidades de cura,
o objetivo principal do cuidado não é mais preservar a vida, mas torná-la o mais
confortável e digna possível. (VASCONCELOS; SANTANA; SILVA, 2012).
Assim os mesmos ainda afirmam que quando não existe mais a possibilidade
de cura, o foco da atenção ao paciente é a busca pela qualidade de vida que deve
ser alcançada por meio do conforto, alívio e controle dos sintomas, suporte
espiritual, psicossocial e apoio no processo de enlutamento.
O enfermeiro tem como objeto da enfermagem o cuidado, que visa nos
cuidados paliativos minimizar os sinais e sintomas, ajudar o paciente a ter uma boa
qualidade de vida, proporcionando conforto no momento em que não se tem mais
chances de cura.
Backes (2012) afirma que o cuidado de enfermagem é, portanto, um
componente fundamental no sistema de saúde local, que apresenta os seus reflexos
a nível regional e nacional e, por isso, também motivo de crescentes debates e
novas significações.
O mesmo ainda afirma que a enfermagem pode ser amplamente definida
como a ciência do cuidado integral e integrador em saúde, tanto no sentido de
assistir e coordenar as práticas de cuidado, quanto no sentido de promover e
proteger a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades.
Fernades et al (2006) dizem que a enfermagem tem como sua essência
buscar o atendimento das necessidades humanas básicas do paciente, oferecendo-
lhe uma assistência planejada e individual e proporcionando-lhe uma morte digna e
tranquila, quando é impossível o restabelecimento de sua saúde.
Complementando, Boemer (2009) menciona que é preciso pensar na inserção
da enfermagem nos cuidados paliativos sob a ótica da interdisciplinaridade, visto
que o cuidado é inerente à profissão desde sua concepção moderna, proposta por
Florence Nightingale. Assim, vemos que os enfermeiros podem, norteados por essa
61
diretriz, ajudar a pessoa em seu morrer, tendo, como fio condutor do cuidado, a
preservação da dignidade dessa pessoa.
Por isso cuidar em enfermagem paliativa é prover conforto, agir e reagir
adequadamente frente à situação de morte com o doente, família e consigo mesmo;
é promover o crescimento pessoal do doente, família, é valorizar o sofrimento e as
conquistas, empoderar o outro com seu cuidado e empoderar-se pelo cuidado, é
lutar para preservar a integridade física, moral, emocional e espiritual. Cuidar em
enfermagem paliativa é prover o alívio de sintomas, ser flexível, ter objetivos de
cuidado, advogar pelo doente e reconhecê-lo como ser humano único. Os papéis do
enfermeiro em cuidados paliativos são educar, cuidar, promover, advogar e
coordenar e os atributos para exercer tais papéis são ter “expertise” clínica, manter o
foco no doente e família, ter atos deliberados, intencionais, de cooperação, manter a
honestidade na comunicação e estar presente, disponível e atento (discernir com
sabedoria). (PIMENTA, 2010)
Assim nos discursos dos acadêmicos sobre a ideia em questão temos “Seria
minimizar a dor e o sofrimento do doente e da família”; “Prestar assistência,
ajuda aos enfermos com doenças terminais a fim de amenizar a dor e seu
sofrimento proporcionando conforto a ele e aos familiares”.
Contudo a enfermagem deve prestar assistência ao paciente de forma que o
ajude a aceitar essa fase difícil da vida de grande sofrimento e assim proporcionar a
eles conforto e uma morte digna. Dessa maneira os cuidados paliativos devem
abranger o paciente de forma holística juntamente com sua família, pois, nessa fase
o sofrimento é constante e aumenta a cada dia, já que o paciente não tem chances
de cura.
As ideias centrais do segundo tema “Sentimentos dos acadêmicos de
enfermagem ao prestar cuidados paliativos” tiveram como ideias centrais: “Bem
e feliz”, “Sinto-me dividida”, “Sinto-me capaz de ajudar”, “Sinto-me capaz de
minimizar a dor e sofrimento e confortar”, “Sentimentos negativos”, “Sinto-me igual
ao cuidar de outra pessoa”, “Sinto-me importante e privilegiada”, “Sinto-me incapaz.”
Araújo (2010) afirma que cuidar é um gesto de amor, que protege e traz
serenidade e paz, ou seja, vai mais além dos próprios cuidados básicos. A idéia
central “Bem e feliz” citado em sete discursos vai de acordo com o que foi dito.
62
O sentimento “Bem e feliz” foi um sentimento positivo, pois a maioria dos
entrevistados se sentem felizes e realizados em poder ajudar a minimizar o
sofrimento o paciente em fase terminal.
O discurso dos acadêmicos comprova a ideia central “Sinto-me feliz e muito
bem em poder aliviar o sofrimento do paciente em caso terminal, promovendo
a ele ajuda e conforto”.
Foi observado nos discursos que os sentimentos dos acadêmicos em relação
a cuidar de pacientes com necessidades de cuidados paliativos, na maioria das
vezes, foi positivo já há literatura relata que a maioria dos profissionais de saúde tem
sentimentos negativos como vai ser discutido na ideia central “Sentimentos
negativos” que foi expressa em três discursos.
Este sentimento é evidente no DSC “Não me sinto feliz, sinto-me triste
com aperto no coração e surge um sentimento de dó”.
Alves et al (2012) expressa que a justificativa desses profissionais de saúde
sobre a dificuldade de lidar com esse assunto é intensificada com o contato
prolongado com o paciente, devido a suas idas e vindas ao hospital, possibilitam o
laço afetivo entre os profissionais, familiares e pacientes. O sofrimento é inevitável
para algumas pessoas, no entanto, este tabu criado em torno da morte as impede de
expressar seus sentimentos reais, e assim, os profissionais apresentam dificuldades
de falar sobre o assunto.
A morte para alguns profissionais da saúde é sinônimo de não êxito. Quando
ela ocorre, esses entendem como uma sensação ou sentimento de fracasso;
consequência da formação acadêmica, pois os profissionais são instruídos a dar
continuidade à vida e não são preparados para encarar a morte como um processo
natural. A morte de um paciente pode gerar, nos profissionais, sentimentos de
fracasso e frustração. E esses sentimentos podem ser potencializados, gerando
angustia e sofrimento (ALVES et al. 2012).
Saraiva (2009) complementa dizendo que os profissionais da saúde,
principalmente os enfermeiros, enfrentam todos os dias a morte e,
independentemente da experiência profissional e de vida, quase todos a encaram
com um certo sentimento de incerteza, desespero e angústia. Incerteza porque não
sabe se está a prestar todos os cuidados possíveis para o bem-estar do doente;
desespero porque se sente impotente para fazer algo que o conserve vivo; angústia
porque não sabe como comunicar efetivamente com o doente e seus familiares.
63
Os avanços científicos e as novas tecnologias, que promovem a manutenção
da vida a todo custo, colocam os profissionais da saúde em situações estressantes e
contraditórias, pois embora a recuperação do paciente seja o principal objetivo, ao
se tornar iminente a morte, cabe a eles respeitar o momento, proporcionar todos os
cuidados paliativos para tornar o processo de morrer mais digno e tranqüilo (ALVES
et al. 2012)
Ao analisar cada uma das ideias centrais referentes as justificativas dos
sentimentos, foi possível agrupa-las em dois grandes grupos: sentimentos positivos
(“Ameniza-se a dor e o sofrimento”, “Precisam de cuidados.” “Os pacientes
manifestam sentimentos positivos”, “Direito de morrer sem sofrer”, “Sinto que
poderão ser os últimos cuidados”) e os sentimentos negativos (“Não há chances de
vida”, “É difícil e triste”, “Traz muito sofrimento ao paciente e família”, “Sinto-me
triste, feliz e impossibilitado”).
O cuidar de um paciente com necessidade de cuidados paliativos dependerá
da personalidade, caráter, momento profissional e pessoal, tempo de experiência
profissional que influenciará no surgimento de sentimentos positivos e negativos.
Os sentimentos positivos surgem no momento em que o cuidado prestado ao
paciente começa a trazer benefícios a ele como sua dor e sofrimento amenizados
juntamente com a da sua família assim proporcionando melhor qualidade de vida
aos mesmos.
Santana; Barbosa; Dutra (2012) reconhecem a importância de um cuidado
diferenciado, humanizado, trabalhando de forma a se prestar um atendimento
paliativo, por meio do qual seja priorizado o conforto, a diminuição da dor, a
interação com a família na busca de um cuidado efetivo ao paciente que não
responde mais à terapêutica curativa.
Os sentimentos negativos surgem por força das circunstâncias, desenvolvem-
se a partir da nossa história particular, pelas vivencias do dia a dia e para entendê-
los ou aprender a lidar com eles, temos de olhar para dentro de nós mesmos.
Nos cuidados paliativos esses sentimentos surgem quando os cuidados
prestados não trazem resultados positivos ao paciente. Os profissionais de saúde
recém-formados com pouca vivência na área, quando passam por essas situações
manifestam, geralmente, sentimentos de angustia, tristeza, desesperança.
64
6 CONCLUSÕES
Os objetivos do presente trabalho permitiram as seguintes conclusões:
Quanto às características pessoais e acadêmicas dos alunos do oitavo período
de enfermagem todos os entrevistados eram do gênero feminino, com media de
idade de 22 anos; cursavam enfermagem do 8º período e que a maior parte dos
participantes teve a oportunidade de participar de eventos científicos
Os significados de cuidados paliativos foram representados por:
“Cuidados em fase terminal”; “Cuidados que minimizam a dor”; “Cuidados que
melhoram a qualidade de vida”; “Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente
e família” e “Prestar assistência, ajuda e conforto”.
Os sentimentos decorrentes dos cuidados prestados aos pacientes sob
cuidados paliativos foram:
“Bem e feliz”; “Sinto-me capaz de ajudar”; “Sinto-me capaz de minimizar a
sofrimento e confortar”; “Sinto-me dividida”; “Sinto-me igual ao cuidar de outra
pessoa”; “Sinto-me importante e privilegiada”; “Sentimentos negativos” e “Sinto-me
incapaz”.
Os motivos dos sentimentos ao prestarem cuidados paliativos foram
identificados pelas seguintes expressões:
“Não há chances de vida”; “Ameniza-se a dor e o sofrimento”; “Precisam de
cuidados”; “Os pacientes manifestam sentimentos positivos”; “É difícil e triste”; “Traz
muito sofrimento ao paciente e família”; “Sinto-me triste, feliz e impossibilitado”;
“Direito de morrer sem sofrer”; “Sinto que poderão ser os últimos cuidados” e “Sinto
que a família deve ser ajudada e confortada”.
.
65
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os significados de cuidados paliativos expresso pelos acadêmicos de
enfermagem vão ao encontro com as definições encontradas na literatura, o que
representa um avanço, já que nos deparamos com um cenário onde o tema é ainda
pouco discutido.Isso também nos remete ao contexto de formação desses
acadêmicos, pois nas diversas áreas e principalmente na enfermagem o assunto é
pouco explorado.
O trabalho demonstrou que grande parte dos acadêmicos de enfermagem
preza, nos cuidados paliativos, a melhora da qualidade de vida dos pacientes e de
sua família. Os sentimentos que prevalecem nesses acadêmicos ao prestar o
cuidado são expressos de forma positiva, porém a literatura prova de forma
contrária, pois grande parte dos enfermeiros se sentem incapazes, tristes ao cuidar
de um paciente sem possibilidades terapêuticas.
Os cuidados paliativos têm como objetivo primordial diminuir os sinais e
sintomas causados por uma doença terminal e possibilitar que o doente tenha uma
melhor qualidade de vida. Mas também, prestar apoio psicológico para o paciente e
para toda a família, pois é um período de grande sofrimento, conflitos, dúvidas e
incertezas.
É de grande relevância que outras pesquisas sobre esse tema sejam
realizadas, a fim de melhor compreensão, já que a literatura na enfermagem é ainda
escassa sobre esse assunto, embora vasta, é muito repetitiva, necessitando com
isso, explorar e descrever outros aspectos que envolvem esse tema tão relevante na
contemporaneidade.
Os cuidados paliativos precisam incorporar mais atuação do profissional da
área de saúde em especial do enfermeiro, considerando que com o incremento de
doenças crônicas não transmissíveis a tendência é de aumentar essa realidade nos
leitos hospitalares. Entretanto esse tipo de atendimento requer capacitação,
competência, discernimento e tomada de decisão, tendo como parâmetro a
predominação da dimensão humana sobre a científica e a técnica.
Recomenda-se que esta pesquisa seja realizada em outras instituições, com
intuito de conhecer os significados de cuidados paliativos e o sentimento dos
acadêmicos de enfermagem em cuidar de um paciente sem possibilidades
terapêuticas para confirmar os dados do presente estudo.
66
O presente trabalho é de grande importância para o crescimento acadêmico,
pois aprofundar sobre o conhecimento referente a cuidados paliativos, é tão
importante quanto realizá-lo, porém não adianta apenas teoria, mas sim, colocá-lo
em prática, pois falar e sentir algo são mais significativos se vivenciados no contexto
do processo cuidativo.
67
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72
APÊNDICE A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, Ataiany Amancio, assim como o professor José Vitor da Silva, acadêmica
de enfermagem e professor respectivamente da Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz da cidade de Itajubá, MG, estamos realizando uma pesquisa de campo
intitulada: “Cuidados Paliativos: as Representações Sociais de acadêmico de
enfermagem” com os objetivos de identificar as características pessoais e
acadêmicas dos alunos dos curso de enfermagem; conhecer os significados de
cuidados paliativos e seus sentimentos ao assistirem pacientes com necessidades
de cuidados paliativos.
As informações obtidas serão por meio de entrevista gravada, que deve ter a
duração média de 30 minutos e por meio de preenchimento de um instrumento
sobre informações pessoais e acadêmicas dos participantes da pesquisa.
Todas as informações serão mantidas em sigilo e você não será identificado (a)
pelo seu nome, pois trabalharemos com os dados de forma global. É importante
você saber também, que a qualquer momento poderá deixar de participar do estudo,
se assim o desejar.
Tomaremos o cuidado de lhe entrevistar num local adequado e privado sem
ruídos para que você sinta-se tranquilo e disponível para a entrevista gravada.
Este estudo não lhe trará risco algum, o que poderá lhe causar é o sentimento
de ser incomodado pela a realização da entrevista, porém pedimos a sua
colaboração.
Com a realização deste estudo, poderá ser inserida no programa de
enfermagem uma disciplina especifica de cuidados paliativos, assim como poderão
ser realizados eventos e núcleos de estudo do tema em questão.
Este termo de consentimento é o documento que comprova a sua permissão,
para a participação do estudo.
Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e colocamo-nos à disposição,
para outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
A seguir, será apresentada uma Declaração e, se você estiver de acordo com o
conteúdo dela, após sua leitura e concordância, deverá assiná-la.
73
APÊNDICE B- Caracterização pessoal e acadêmica
Instruções: Ler cada uma das perguntas ao entrevistado, assinalar com um X a
resposta correta ou complementar a questão, quando for o caso.
1. Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino
2. Idade: _______ anos
3. Curso: ( ) Enfermagem ( ) Medicina
4. Medicina: ( ) 6° Ano
5. Enfermagem ( ) 8° Ano
6. Participação em eventos
( ) Sim ( ) Não
74
APÊNDICE C- Roteiro de entrevista semiestruturada
1 - Para você, o que significa Cuidados Paliativos?
2 - a) Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com necessidades
de cuidados paliativos?
b) Por quê?
75
APÊNDICE D – Declaração de aceite dos participantes
Por me achar plenamente esclarecido e de perfeito acordo com o que me foi
informado, eu aceito e confirmo a minha participação nesta pesquisa e por isto
lavrarei abaixo a minha assinatura. Para tanto, declaro que como participante desta
pesquisa, estou ciente dos seus objetivos, da entrevista gravada, das respostas ao
instrumento de características pessoais e profissionais.
Se necessitar de alguma informação complementar poderei recorrer ao Comitê
de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá – MG e
pelo telefone (35) 3622 0930, ramal 310. O horário de funcionamento do Comitê de
Ética é de segunda a sexta-feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 16h.
Itajubá, MG_/___/___
Nome do participante:__________________________________________________
Assinatura do (a)participante:____________________________________________
Assinatura da pesquisadora:____________________________________________
76
ANEXO A – Instrumento de análise do discurso1 (IAD-I)
Questão 1- Para você, o que significa Cuidados Paliativos?
SUJEITO EXPRESSÃOS-CHAVE IDÉIA CENTRAL
1 Cuidados paliativos são aqueles que são
prestados para o paciente que se
encontra em uma fase terminal. Esses
cuidados visam proporcionar melhor
qualidade de vida e conforto para o
paciente.
Cuidados prestados ao
paciente em fase
terminal.
2 Cuidados paliativos significa proporcionar
ao paciente um bem estar diante do
quadro em que mesmo apresenta. Pois
se a condição do paciente já não é
possível de muitos recursos para cura, o
melhor dever enquanto enfermeiro é
gerar conforto naquele momento.
Bem estar.
3 É o cuidado que se tem com pacientes
que estão no estado terminal para se dar
uma morte digna.
Cuidado em estado
terminal.
4 É o cuidado com pessoas que estão em
estágio terminal da vida, não há cura
nem tratamento apenas cuidado paliativo
que visa o conforto e bem estar do
paciente no final de sua vida.
Cuidado em estágio
terminal.
5 São cuidados prestados aos pacientes
em casos terminais, que irá melhorar a
qualidade de vida destes.
Cuidados em casos
terminais.
77
6 É quando dirigimos a assistência ao
enfermo, a fim de amenizar seu
sofrimento, a dor, dando-lhes conforto
não só a eles mais também aos
familiares.
Prestar a assistência ao
enfermo.
7 São cuidados que vão aliviar os sinais e
sintomas que o paciente, geralmente
terminal apresenta. É uma forma de
promover maior conforto.
Aliviar os sinais e
sintomas e promover
conforto.
8 São cuidados que vão diminuir a dor do
paciente em fase terminal, assim
amenizando o sofrimento na morte.
Cuidados que vão
diminuir a dor
9 Seria cuidados com doentes em fase
terminal.
Cuidados em fase
terminal.
10 São cuidados com doentes com doenças
de fase terminal.
Cuidados com doentes
em fase terminal
11 Seria diminuir o sofrimento do doente e
também o da família.
Diminuir o sofrimento do
doente e da família.
12 São cuidados que visam minimizar a dor
do paciente, porém sem pretensão de
cura.
Cuidados que minimizam
a dor.
13 São cuidados para diminuir o sofrimento
humano.
Cuidados para diminuir o
sofrimento.
14 São alguns cuidados para minimizar a
dor o sofrimento do paciente.
Cuidados para minimizar
o sofrimento.
15 Prestar ajuda ao enfermo com doenças
terminais.
Prestar ajuda.
16 É prestar assistência a enfermos com
doenças terminais e também confortar a
família do mesmo.
Prestar assistência a
enfermos terminais
17 Cuidados com enfermos em fase terminal
sem chances de cura.
Cuidados em fase
terminal.
18 São cuidados para melhorar a qualidade Cuidados para melhorar a
78
Questão 2- (a) Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com
necessidades de cuidados paliativos?
SUJEITO EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIA CENTRAL
1 Me sinto privilegiada de poder ajudar
esses pacientes.Quando o cuidado é
prestado com qualidade,consegue-se
aliviar o sofrimento e a dor do paciente
que se encontra em fase terminal.
Sinto-me privilegiada
2 Me sinto feliz. Sinto-me feliz
3 Sinto na capacidade de poder ajudar. Capaz de ajudar.
4 Nos cuidados paliativos há dois
sentimentos: o sentimento bom, onde
Sinto dois sentimentos:bom
e ruim.
de vida de determinados enfermos. qualidade de vida.
19 Significa prestar cuidados para doentes
em fase terminal.
Cuidados para doentes
em fase terminal.
20 Seriam cuidados com doentes com
doenças terminais sem chances de cura
com a finalidade de minimizar a dor dele.
Cuidados com doentes
terminais.
21 Significa prestar ajudar e assistência ao
enfermo em fase terminal.
Prestar assistência a
enfermo em fase terminal
22 Seria melhorar a qualidade de vida de
enfermos em estado terminal, onde
ocorre grande sofrimento.
Melhorar a qualidade de
vida de pacientes em fase
terminal.
23 Melhorar a vida ou a qualidade de vida
do paciente ali em questão, sendo ele em
fase terminal.
Melhorar a qualidade de
vida do paciente em fase
terminal.
24 Cuidados com doentes com doenças
sem cura e em fase terminal.
Cuidados com doentes
em fase terminal
25 Significa cuidados com doentes em fase
terminal com objetivo de melhorar a
qualidade de vida destes.
Cuidados com doentes
em fase terminal.
79
estamos proporcionando o bem estar do
paciente, o melhor conforto para que ele
termine a vida em paz e há o sentimento
ruim, onde percebo que mesmo com todo
cuidado e carinho do mundo, o paciente
não irá melhorar e nem voltar para família.
5 Me sinto muito bem em poder aliviar o
sofrimento do paciente que está em caso
terminal.
Sinto -me muito bem.
6 É difícil, pois sabemos que não há mais
solução para sua patologia, porém, ao
mesmo tempo fico “feliz”.
É difícil, mas sinto-me feliz
7 Me sinto com certa importância. Sinto-me com certa
importância.
8 Aliviada mas ao mesmo tempo triste. Aliviada e triste.
9 Triste e ao mesmo tempo feliz. Triste e feliz.
10 Me sinto igual se estivesse cuidando de
uma pessoa com uma doença qualquer
pois estou fazendo o possível para
diminuir seu sofrimento.
Sinto me se estivesse
cuidando de uma pessoa
qualquer.
11 Me sinto com a responsabilidade de
ajudar a pessoa a ter uma morte menos
sofrida.
Sinto-me com
responsabilidade de ajuda.
12 Me sinto feliz em poder ajudar. Sinto-me feliz.
13 Me sinto dividida pois é triste aquela
situação em que um ser humano está.
Sinto –me dividida.
14 Me sinto na capacidade de tentar diminuir
seu sofrimento.
Sinto-me capaz de diminuir
o sofrimento.
15 Me sinto na capacidade de ajuda-lo. Sinto-me capaz de ajuda-lo
16 Sinto um sentimento às vezes de
incapacidade
Sinto-me incapaz.
17 Me sinto meio triste, com aperto no Sinto-me triste com aperto
80
coração. no coração.
18 Eu como enfermeira me sinto na
responsabilidade de minimizar a dor tanto
do enfermo como a da família.
Responsabilidade de
minimizar a dor do paciente
e família.
19 Me sinto muito bem. Sinto-me muito bem
20 Me sinto bem por poder ajudar Sinto-me bem.
21 Feliz em poder dar a eles conforto. Feliz
22 Não me sinto muito feliz. Não me sinto feliz.
23 Sinto na capacidade de confortá-lo
juntamente a sua família.
Sinto-me capaz de
confortar o paciente e
familía
24 Surge um sentimento de dó. Sentimento de dó.
25 Me sinto com o mesmo sentimento em
cuidar de outro doente com necessidade
de cuidados comuns
Sinto-me igual ao cuidar de
outro paciente.
QUESTÃO: 2-(b) Por quê
__________________________________________________________
SUJEITO EXPRESSÕES-CHAVE IDEIA-CENTRAL
1 Esse tipo de cuidado pode aliviar o
sofrimento do paciente.
Cuidado pode aliviar o
sofrimento.
2 No momento em que presto este cuidado
fica evidente no paciente a gratidão e o
conforto que é proporcionado ao mesmo.
Fica evidente a gratidão
e o conforto
3 Mesmo num período difícil da vida de uma
pessoa podemos estar por perto fazendo
com que essa dor amenize.
Ameniza a dor.
4 Acho muito importante os cuidados
paliativos porque já é difícil a situação de
aceitar a morte e proporcionar conforto
neste momento é algo inexplicável para
nós como enfermeiros que estamos nos
É difícil aceitar a morte e
proporcionar conforto.
81
cuidados diretos com o paciente
5 É um direito do paciente morrer sem
sofrimento e os cuidados paliativos
proporcionam isso a ele.
Direito do paciente
morrer sem sofrer.
6 Estou amenizando seu sofrimento e
proporcionando conforto nos últimos
momentos de sua vida.
Amenizo seu sofrimento
7 Pode ser a ultima vez que estarei fazendo
aquele cuidado com o paciente.
Pode ser a ultima vez
que estarei cuidando do
paciente.
8 É uma doença terminal que não tem cura
mais procuro aliviar essa dor nesse
momento.
É uma doença terminal
que não tem cura.
9 Triste por que o paciente tem uma doença
sem cura e feliz por minimizar a dor dele.
Triste e feliz.
10 Todas as pessoas precisam de cuidados
não só aquele em fase final da vida.
Todos precisam de
cuidados.
11 A pessoa o doente sofre muito nessa fase
antes de morrer.
O doente sofre muito
antes de morrer.
12 Quando eu presto esses cuidados a ele,
percebo que muitas vezes ele fica com
uma expressão de felicidade.
Ele fica com expressão
de felicidade.
13 Você cuidar de uma pessoa sem chances
de cura é triste ainda mais vendo todo
aquele sofrimento.
Cuidar de uma pessoa
sem chances de cura é
triste
14 A pessoa já sofreu tanto na vida e ainda
vai sofrer pra morrer, por isso o enfermeiro
deve tentar diminuir os seus sofrimentos.
A pessoa já sofreu e
ainda vai sofrer pra
morrer.
15 Acredito que estou apta a minimizar
aqueles sofrimentos.
Estou apta a minimizar
os sofrimentos
16 Mesmo fazendo todos os procedimentos o
paciente não tem muitas chances de vida.
O paciente não tem
chances de vida.
82
17 Mesmo sendo uma pessoa desconhecida
pra mim, sei que ela não tem chances de
vida.
Sei que ela não tem
chances de vida.
18 A enfermagem é a maior responsável em
fazer com que o enfermo tenha bem estar
A enfermagem é a
responsável pelo bem
estar.
19 Sei que posso minimizar a dor que o
paciente sente e também confortar a
família do mesmo.
Sei que posso minimizar
a dor e confortar a
família.
20 Vejo que os doentes se sentem melhores
com aqueles cuidados.
Os doentes se sentem
melhores com os
cuidados
21 É em uma fase que traz muito sofrimento
a toda família.
traz muito sofrimento a
toda família.
22 Sei que falta pouco para aquele enfermo
falecer.
Falta pouco para aquele
enfermo falecer.
23 O que resta neste momento é ajuda-los a
aceitar a situação e confortar a família.
O que resta é ajudar a
aceitar a situação e
confortar a família.
24 Ao ver o sofrimento dele e da família faz
com que eu como enfermeira fique
impossibilitada de ajudar totalmente.
Sinto-me impossibilitada
de ajudar.
25 Todo ser humano necessita de cuidados
independentemente da sua doença.
Todo ser humano
necessita de cuidados.
1-Para você o que significa Cuidados Paliativos?
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Cuidado em estado terminal. 3,4,9,17,5 5
2 Cuidados para doentes em fase terminal. 19,20,24,25,10 5
3 Cuidados prestados ao paciente em fase
terminal.
1 1
4 Bem estar. 2 1
5 Prestar a assistência ao enfermo. 6 1
83
6 Aliviar os sinais e sintomas e promover
conforto.
7 1
7 Cuidados que vão diminuir a dor 8 1
8 Diminuir o sofrimento do doente e da família. 11 1
9 Cuidados que minimizam a dor. 12 1
10 Cuidados para minimizar o sofrimento. 13,14 2
11 Prestar ajuda. 15 1
12 Prestar assistência a enfermos terminais 16,21 2
13 Cuidados para melhorar a qualidade de vida. 18 1
14 Melhorar a qualidade de vida de pacientes em
fase terminal.
22,23 2
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES
OU SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS DO
AGRUPAMENTO
Cuidados prestados ao paciente em fase
terminal.
Cuidado em estado terminal
Cuidados em casos terminais.
Prestar assistência a enfermo em fase
terminal
Cuidados com doentes em fase terminal
Cuidados em fase terminal.
Cuidados para doentes em fase terminal.
Cuidados com doentes terminais.
Cuidados com doentes em fase terminal
Prestar assistência a enfermos terminais
Cuidados em fase terminal.
Cuidados que vão diminuir a dor
Cuidados que minimizam a dor.
Cuidados que minimizam a dor
Cuidados para melhorar a qualidade de
vida.
Melhorar a qualidade de vida do paciente
em fase terminal
Cuidados para melhorar a qualidade de
Cuidados que melhoram a qualidade de
vida
84
vida.
Bem estar.
Diminuir o sofrimento do doente e da
família
Cuidados para minimizar o sofrimento
Cuidados que minimizam o sofrimento do
paciente e família
Prestar a assistência ao enfermo.
Prestar ajuda
Aliviar os sinais e sintomas e promover
conforto
Prestar assistência, ajuda e conforto
TOTAL: 25
2- a) Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com necessidades
de cuidados paliativos?
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Sinto-me feliz 2,12,21 3
2 Sinto - me muito bem. 5,19 2
3 Sinto-me privilegiada 1 1
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Cuidados em fase terminal 1,3,4,5,9,10,16,17,19,2O,21,24,25 13
2 Cuidados que melhoram a
qualidade de vida
2,18,22,23 4
3 Cuidados que minimizam a
dor
7,8,12 3
4 Cuidados que minimizam o
sofrimento do paciente e
família
11,13,14 3
5 Prestar assistência, ajuda
e conforto
6,15 2
85
4 Capaz de ajudar. 3 1
5 Sinto dois sentimentos: bom e ruim. 4 1
6 É difícil, mas sinto-me feliz 6 1
7 Sinto-me com certa importância. 7 1
8 Aliviada e triste. 8 1
9 Triste e feliz. 9 1
10 Sinto-me se estivesse cuidando de uma
pessoa qualquer.
10 1
11 Sinto-me com responsabilidade de ajuda. 11 1
12 Sinto-me dividida. 13 1
13 Sinto-me capaz de diminuir o sofrimento. 14 1
14 Sinto-me capaz de ajudá-lo 15 1
15 Sinto-me incapaz. 16 1
16 Sinto-me triste com aperto no coração. 17 1
17 Responsabilidade de minimizar a dor do
paciente e família.
18 1
18 Sinto-me bem. 20 1
19 Não me sinto feliz. 22 1
20 Sinto-me capaz de confortar o paciente e
família
23 1
21 Sentimento de dó. 24 1
22 Sinto-me igual ao cuidar de outro paciente. 25 1
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES OU
SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS
DO AGRUPAMENTO
Sinto-me feliz
É difícil, mas sinto-me feliz
Sinto-me muito bem.
Sinto-me muito bem
1
Sinto-me bem
Bem e feliz
Capaz de ajudar.
Sinto-me capaz de ajudá-lo 2
Sinto-me com responsabilidade de ajuda.
Sinto-me capaz de ajudar
86
Sinto-me capaz de confortar o paciente e
família
Responsabilidade de minimizar a dor do
paciente e família.
3
Sinto-me capaz de diminuir o sofrimento.
Sinto-me capaz de minimizar
o sofrimento e confortar
Aliviada e triste.
Triste e feliz
Sinto dois sentimentos: bom e ruim 4
Sinto-me dividida
Sinto-me dividida
Sinto-me igual ao cuidar de outro paciente.
5 Sinto-me se estivesse cuidando de uma
pessoa qualquer
Sinto-me igual ao cuidar de
outra pessoa
Sinto-me com certa importância.
6 Sinto-me privilegiada
Sinto-me importante e
privilegiada
Sentimento de dó.
Sinto-me triste com aperto no coração. 7
Não me sinto feliz.
Sentimentos negativos
8 Sinto-me incapaz. Sinto-me incapaz.
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Bem e feliz 2,6,12,21,5,19,2
0
7
2 Sinto-me dividida 4,8,9,13 4
3 Sinto-me capaz de ajudar 3,11,15 3
4 Sinto-me capaz de minimizar a dor e
sofrimento e confortar
14,18,23 3
5 Sentimentos negativos. 24,17,22 3
6 Sinto-me igual ao cuidar de outra pessoa 10,25 2
7 Sinto-me importante e privilegiada 7,1 2
8 Sinto-me incapaz. 16 1
TOTAL: 25
87
b) Por quê?
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Cuidado pode aliviar o sofrimento. 1 1
2 Fica evidente a gratidão e o conforto 2 1
3 Ameniza a dor. 3 1
4 É difícil aceitar a morte e proporcionar
conforto.
4 1
5 Direito do paciente morrer sem sofrer. 5 1
6 Amenizo seu sofrimento 6 1
7 Pode ser a ultima vez que estarei cuidando
do paciente.
7 1
8 É uma doença terminal que não tem cura. 8 1
9 Triste e feliz. 9 1
10 Todos precisam de cuidados. 10 1
11 O doente sofre muito antes de morrer. 11 1
12 Ele fica com expressão de felicidade. 12 1
13 Cuidar de uma pessoa sem chances de
cura é triste
13 1
14 A pessoa já sofreu e ainda vai sofrer pra
morrer.
14 1
15 Estou apta a minimizar os sofrimentos 15 1
16 O paciente não tem chances de vida. 16 1
17 Sei que ela não tem chances de vida. 17 1
18 A enfermagem é a responsável pelo bem
estar.
18 1
19 Sei que posso minimizar a dor e confortar a
família.
19 1
20 Os doentes se sentem melhores com os
cuidados
20 1
21 Traz muito sofrimento a toda família. 21 1
22 Falta pouco para aquele enfermo falecer. 22 1
88
23 O que resta é ajudar a aceitar a situação e
confortar a família.
23 1
24 Sinto-me impossibilitada de ajudar. 24 1
25 Todo ser humano necessita de cuidados. 25 1
IDÉIAS IGUAIS, COMPLEMETARES OU
SEMELHANTES.
IDÉIAS CENTRAIS DEPOIS
DO AGRUPAMENTO
O paciente não tem chances de vida.
Sei que ela não tem chances de vida.
É uma doença terminal que não tem cura. 1
Falta pouco para aquele enfermo falecer.
Não há chances de vida
Ameniza a dor.
Amenizo seu sofrimento
Sei que posso minimizar a dor e confortar a
família.
Estou apta a minimizar os sofrimentos
2
Cuidado pode aliviar o sofrimento.
Ameniza-se a dor e o
sofrimento
Todos precisam de cuidados. 3
Todo ser humano necessita de cuidados.
Precisam de cuidados
Ele fica com expressão de felicidade.
Fica evidente a gratidão e o conforto 4
Os doentes se sentem melhores com os
cuidados
Os pacientes manifestam
sentimentos positivos
É difícil aceitar a morte e proporcionar
conforto.5
Cuidar de uma pessoa sem chances de
cura é triste.
É difícil e triste
Traz muito sofrimento a toda família
O doente sofre muito antes de morrer. 6
A pessoa já sofreu e ainda vai sofrer pra
morrer.
Traz muito sofrimento ao
paciente e família
7 Triste e feliz. Sinto-me triste, feliz e
89
Sinto-me impossibilitada de ajudar. impossibilitação
Direito do paciente morrer sem sofrer 8
A enfermagem é a responsável pelo bem
estar.
Direito de morrer sem sofrer.
9 Pode ser a última vez que estarei cuidando
do paciente.
Sinto que poderam ser os
últimos cuidados
10
O que resta é ajudar a aceitar a situação e
confortar a família.
Sinto que a família deve ser
ajudada e confortada.
IDÉIAS CENTRAIS SUJEITO FREQUÊNCIA
1 Por que não há chances de vida. 8,16,17,22 4
2 Por que ameniza-se a dor e o sofrimento. 1,3,6,15,19 5
3 Por que precisam de cuidados. 10,25 2
4 Por que os pacientes manifestam
sentimentos positivos.
2,12,20 3
5 Por que é difícil e triste 4,13 2
6 Por que traz muito sofrimento ao paciente
e família
11,14,21 3
7 Por que sinto-me triste, feliz e
impossibilitação
9,24 2
8 Por que tem o direito de morrer sem
sofrer.
5,18 2
9 Por que sinto que poderão ser os últimos
cuidados
7 1
10 Por que Ssinto que a família deve ser
ajudada e confortada.
23 1
ANEXO C Total.......................................................................................................................25
90
ANEXO B- Instrumento de Análise de Discurso – 2 (IAD – 2)
QUESTÃO 1: Para você o que significa Cuidados Paliativos?
1º IC: Cuidados em fase terminal.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
1 Cuidados paliativos são aqueles prestados para o paciente que se
encontra em uma fase terminal. Esses cuidados visam proporcionar
melhor qualidade de vida e conforto para o paciente.
3 É o cuidado que se têm com pacientes que estão no estado terminal
para se dar uma morte digna.
4 É o cuidado com pessoas que estão em estágio terminal da vida,
não há cura nem tratamento apenas cuidado paliativo, que visa o
conforto e bem estar do paciente no final de sua vida.
5 São cuidados prestados aos pacientes em casos terminais, que irá
melhorar a qualidade de vida destes.
9 Seria cuidados com doentes em fase terminal.
10 São cuidados com doentes com doenças de fase terminal.
16 É prestar assistência a enfermos com doenças terminais e também
confortar a família do mesmo.
17 Cuidados com enfermos em fase terminal sem chances de cura.
19 Significa prestar cuidados para doentes em fase terminal.
21 Significa prestar ajudar e assistência ao enfermo em fase terminal
20 Seriam cuidados com doentes com doenças terminais sem chances
de cura com a finalidade de minimizar a dor dele.
24 Cuidados com doentes com doenças sem cura e em fase terminal.
25 Significa cuidados com doentes em fase terminal.
DSC: São cuidados prestados aos doentes em fase terminal, quando não há
cura nem tratamento, apenas cuidados paliativos. Visam minimizar a dor,
proporcionar melhor qualidade de vida e conforto ao paciente e família, para se
dar uma morte digna.
91
2ºIC: Cuidados que melhoram a qualidade de vida
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
2 Cuidado paliativo significa proporcionar ao paciente um bem estar
diante do quadro em que mesmo o apresenta. Pois se a condição do
paciente já não é possível de muitos recursos para cura, o melhor
dever enquanto enfermeiro é gerar conforto naquele momento.
18 São cuidados para melhorar a qualidade de vida de determinados
enfermos.
22 Seria melhorar a qualidade de vida de enfermos em estado terminal,
onde ocorre grande sofrimento.
23 Melhorar a vida ou a qualidade de vida do paciente ali em questão,
sendo ele em fase terminal.
DSC: São cuidados para melhorar a qualidade de vida do paciente em fase
terminal, pois a condição em que o paciente se encontra não é possível de
muitos recursos para a cura, onde ocorre grande sofrimento. É dever do
enfermeiro gerar conforto e bem estar naquele momento.
3º IC: Cuidados que minimizam a dor
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
7 São cuidados que vão aliviar os sinais e sintomas que o paciente,
geralmente terminal apresenta. É uma forma de promover maior
conforto.
8 São cuidados que vão diminuir a dor do paciente em fase terminal,
assim amenizando o sofrimento na morte.
12 São cuidados que visam minimizar a dor do paciente, porém sem
pretensão de cura.
92
DSC: São cuidados que vão aliviar os sinais e do paciente em fase terminal.
São cuidados que vão diminuir a dor do paciente, sem pretensão de cura,
promovendo o conforto e amenizando o sofrimento na morte.
4º IC: Cuidados que minimizam o sofrimento do paciente e família
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
11 Seria diminuir o sofrimento do doente e também o da família.
13 Seria cuidados para diminuir o sofrimento humano.
14 São alguns cuidados para minimizar a dor o sofrimento do paciente.
DSC: Seria minimizar a dor e o sofrimento do doente e da família.
5º IC: Prestar assistência, ajuda e conforto
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVES
6 É quando dirigimos a assistência ao enfermo, a fim de amenizar seu
sofrimento, a dor, dando-lhes conforto não só a eles mais também aos
familiares.
15 Prestar ajuda ao enfermo com doenças terminais.
DSC: Prestar assistência, ajuda aos enfermos com doenças terminais a fim de
amenizar a dor e seu sofrimento proporcionando conforto a ele e aos
familiares.
Questão: 2- (a) Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com
necessidades de cuidados paliativos?
1º IC: Bem e feliz
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
2 Me sinto feliz.
5 Me sinto muito bem em poder aliviar o sofrimento do paciente que
93
está em caso terminal.
6 É difícil, pois sabemos que não há mais solução para sua
patologia, porém, ao mesmo tempo fico “feliz”.
12 Me sinto feliz em poder ajudar.
19 Me sinto muito bem.
20 Me sinto bem por poder ajudar
21 Feliz em poder dar a eles conforto.
DSC: Me sinto feliz e muito bem em poder aliviar o sofrimento do paciente em
caso terminal, promovendo a ele ajuda e conforto.
2º IC: Me sinto dividida
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
4 Nos cuidados paliativos há dois sentimentos: o sentimento bom, onde
estamos proporcionando o bem estar do paciente, o melhor conforto
para que ele termine a vida em paz e há o sentimento ruim, onde
percebo que mesmo com todo cuidado e carinho do mundo, o
paciente não irá melhorar e nem voltar para família.
8 Aliviada mas ao mesmo tempo triste.
9 Triste e ao mesmo tempo feliz.
13 Me sinto dividida pois é triste aquela situação em que um ser
humano está.
DSC: Me sinto dividida, aliviada e feliz, mas ao mesmo tempo triste pela
situação em que o ser humano está. Há dois sentimentos: o bom onde é
proporcionado o bem estar do paciente e o ruim onde percebo que com todo o
cuidado e carinho o paciente não irá melhorar.
3º IC: Me sinto capaz de ajudar
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
3 Sinto na capacidade de poder ajudar
94
11 Me sinto com a responsabilidade de ajudar a pessoa a ter uma
morte menos sofrida.
15 Me sinto na capacidade de ajuda-lo.
DSC: Me sinto na capacidade e responsabilidade de ajuda-lo a ter uma morte
menos sofrida.
4º IC: Me sinto capaz de minimizar o sofrimento e confortar.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
14 Me sinto na capacidade de tentar diminuir seu sofrimento.
18 Eu como enfermeira me sinto na responsabilidade de minimizar a dor
tanto do enfermo como a da família.
23 Sinto na capacidade de confortá-lo juntamente a sua família.
DSC: Me sinto na capacidade e responsabilidade de minimizar o sofrimento, a
dor do enfermo e confortá-lo juntamente a sua família.
5º IC: Sentimentos negativos.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
17 Me sinto meio triste, com aperto no coração.
22 Não me sinto muito feliz.
24 Surge um sentimento de dó.
DSC: Não me sinto feliz, sinto-me triste com aperto no coração e surge um
sentimento de dó.
6º IC: Me sinto igual ao cuidar de outra pessoa.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
10 Me sinto igual se estivesse cuidando de uma pessoa com uma
doença qualquer pois estou fazendo o possível para diminuir seu
95
sofrimento.
25 Me sinto com o mesmo sentimento em cuidar de outro doente com
necessidade de cuidados comuns.
DSC: Me sinto igual se estivesse cuidando de um doente com uma doença
qualquer e necessidades de cuidados comuns, pois estou fazendo o possível
para diminuir seu sofrimento.
7º IC: Me sinto importante e privilegiada.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
1 Me sinto privilegiada de poder ajudar esses pacientes.
7 Me sinto com certa importância.
DSC: Me sinto com certa importância e privilegiada em poder ajudar esses
pacientes.
8º IC: Me sinto incapaz.
SUJEITO EXPRESSÕE
S CHAVE
16 Sinto um sentimento, às vezes, de incapacidade.
DSC: Sinto um sentimento, às vezes, de incapacidade.
b) Por que
1º IC: Não há chances de vida.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
8 É uma doença terminal que não têm cura, mas procuro aliviar essa
dor nesse momento.
16 Mesmo fazendo todos os procedimentos o paciente não tem muitas
chances de vida.
96
17 Mesmo sendo uma pessoa desconhecida pra mim, sei que ela não
tem chances de vida.
22 Sei que falta pouco para aquele enfermo falecer.
DSC: É uma doença terminal que não têm cura, mesmo fazendo todos os
procedimentos, o paciente não tem chances de vida, mas procuro aliviar essa
dor. Sei que falta pouco para aquele enfermo falecer.
2º IC: Ameniza-se a dor e o sofrimento.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
1 Esse tipo de cuidado pode aliviar o sofrimento do paciente.
3 Mesmo num período difícil da vida de uma pessoa podemos estar por
perto fazendo com que essa dor amenize.
6 Estou amenizando seu sofrimento e proporcionando conforto nos
últimos momentos de sua vida.
15 Acredito que estou apta a minimizar aqueles sofrimentos.
19 Sei que posso minimizar a dor que o paciente sente e também
confortar a família do mesmo.
DSC: Mesmo num período difícil da vida sei que posso minimizar a dor e o
sofrimento do paciente, confortando a família do mesmo nos últimos
momentos de sua vida.
3º IC:Todos Precisam de cuidados.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
10 Todas as pessoas precisam de cuidados não só aquele em fase final da
vida.
25 Todo ser humano necessita de cuidados independentemente da sua
doença.
97
DSC: Todo ser humano necessita de cuidados não só aquele em fase final da
vida.
4º IC: Os pacientes manifestam sentimentos positivos.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
2 No momento em que presto este cuidado fica evidente no paciente a
gratidão e o conforto que é proporcionado ao mesmo.
12 Quando eu presto esses cuidados a ele, percebo que muitas vezes ele
fica com uma expressão de felicidade.
20 Vejo que os doentes se sentem melhores com aqueles cuidados.
DSC: No momento em que presto este cuidado fica evidente no paciente a
gratidão e o conforto que é proporcionado aos doentes, que se sentem
melhores e, muitas vezes, com expressão de felicidade.
5º IC: É difícil e triste.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
4 Acho muito importante os cuidados paliativos porque já é difícil a
situação de aceitar a morte e proporcionar conforto neste momento é
algo inexplicável para nós como enfermeiros que estamos nos cuidados
diretos com o paciente.
13 Você cuidar de uma pessoa sem chances de cura é triste ainda mais
vendo todo aquele sofrimento.
DSC: Cuidar de uma pessoa sem chances de cura é triste, porque já é difícil a
situação de aceitar a morte e proporcionar conforto. Neste momento é algo
inexplicável para nós como enfermeiros, que estamos nos cuidados diretos
com o paciente, ainda mais vendo todo aquele sofrimento.
6º IC: Traz muito sofrimento ao paciente e família.
98
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
14 A pessoa já sofreu tanto na vida e ainda vai sofrer pra morrer, por isso o
enfermeiro deve tentar diminuir os seus sofrimentos.
21 É uma fase que traz muito sofrimento a toda família.
DSC: É uma fase que traz muito sofrimento a toda família, pois a pessoa já
sofreu tanto na vida e ainda vai sofrer pra morrer.
7º IC: Me sinto triste, feliz e impossibilitada.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
9 Triste por que o paciente têm uma doença sem cura e feliz por
minimizar a dor dele.
24 Ao ver o sofrimento dele e da família faz com que eu como enfermeira
fique impossibilitada de ajudar totalmente
DSC: Triste porque o paciente tem uma doença sem cura eu como enfermeira
fico impossibilitada de ajudar totalmente, porém feliz por minimizar a dor dele.
8º IC: Direito de morrer sem sofrer.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
5 É um direito do paciente morrer sem sofrimento e os cuidados
paliativos proporcionam isso a ele.
18 A enfermagem é a maior responsável em fazer com que o enfermo
tenha bem estar.
DSC: É um direito de o paciente morrer sem sofrimento, e a enfermagem é a
maior responsável em fazer com que o enfermo tenha bem estar.
9º IC: Sinto que poderão ser os últimos cuidados.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
7 Pode ser a ultima vez que estarei fazendo aquele cuidado com o
paciente.
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DSC: Pode ser a última vez que estarei fazendo aquele cuidado com o
paciente.
10º IC: Sinto que a família deve ser ajudada e confortada.
SUJEITO EXPRESSÕES CHAVE
23 O que resta neste momento é ajuda-los a aceitar a situação e confortar
a família.
DSC: O que resta neste momento é ajuda-los a aceitar a situação e confortar a
família.
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ANEXO C - Parecer Consubstanciado Nº790/2011
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