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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES Ensino Médio – Sociologia 1º ano Regular-2018 Professor Saimo Brandão Batista
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ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES
SOCIOLOGIA – ENSINO MÉDIO 1º ANO EJA
Professor: Saimo Brandao Batista
- A NATUREZA DAS EXPLICAÇÕES SOCIOLÓGICAS
- O OBJETO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA
ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES Ensino Médio – Sociologia 1º ano Regular-2018 Professor Saimo Brandão Batista
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Belo Oriente
2018
1º Bimestre
A NATUREZA DAS EXPLICAÇÕES SOCIOLÓGICAS
ESCOLA ESTADUAL JOÃO HEMETRIO DE MENEZES Ensino Médio – Sociologia 1º ano Regular-2018 Professor Saimo Brandão Batista
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A NATUREZA DAS EXPLICAÇÕES SOCIOLÓGICAS
A PALAVRA SOCIOLOGIA
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em seu curso
de filosofia positiva. A palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por duas línguas
diferentes: Sócio do latim significa social ou sociedade, logia do grego significa estudo,
formando assim, o “estudo do social” ou “estudo da sociedade”.
CONCEITOS DE SOCIOLOGIA
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para identificá-la e explicá-la, diferenciando-
a de outras ciências ou tipos de conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns
sociólogos: para Durkheim “a sociologia é a ciência das instituições”; para L. Ward e W. G.
Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; para F. H. Gilddings “a sociologia é a ciência
dos fenômenos sociais”. Ela também já foi definida por Robert Park como “ciência do
comportamento coletivo”, por Small de “ciência das relações humanas”. Para Weber a
“sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação social para a partir
daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos”.
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de
uma tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas, criadas pela então
sociedade capitalista”; para Costa Pinto a “sociologia é o estudo científico da formação,
organização e transformação da sociedade humana”.
A sociologia é a parte das ciências humanas, que estuda o comportamento humano em
função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e
instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela psicologia, a
sociologia tem uma base teórico-metodológica voltada para o estudo dos fenômenos
sociais, tentando explicá-los e analisando os seres humanos em suas relações de
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interdependência. Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos
da sociologia.
Os resultados da pesquisa sociológica não são de interesse apenas de sociólogos (as). Cobrindo
todas as áreas do convívio humano — desde as relações na família até a organização das grandes
empresas, o papel da política na sociedade ou o comportamento religioso —, a sociologia pode
vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a diversas outras áreas do saber. Entretanto,
os maiores interessados na produção e sistematização do conhecimento sociológico atualmente
são o Estado, normalmente o principal financiador da pesquisa desta disciplina científica, e a
sociedade civil organizada (movimentos sociais por exemplo).
Assim como toda ciência, a sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de
pesquisa. Ainda que esta tarefa não seja objetivamente alcançável, é tarefa da sociologia
transformar as malhas da rede com a qual ela capta a realidade social cada vez mais estreitas.
Por essa razão, o conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode
constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se
defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações sociais e, consequentemente, de si
mesmas como seres inevitavelmente sociais.
A sociologia ocupa-se, ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações
sociais para daí formular generalizações teóricas; e também se interessa por eventos únicos
sujeitos à inferência sociológica (como, por exemplo, o surgimento do capitalismo ou a gênese
do Estado Moderno), procurando explicá-los no seu significado e importância singulares).
A sociologia surgiu como uma disciplina a partir de fins do século XVIII, na forma de resposta
acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando mais integrado, a
experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e dispersada. Sociólogos não só
esperavam entender o que unia os grupos sociais, mas também desenvolver um "antídoto" para
a desintegração social.
Hoje os sociólogos pesquisam macroestruturas inerentes à organização da sociedade,
como raça ou etnicidade, classe e gênero, além de instituições como a família; processos
sociais que representam divergência, ou desarranjos, nestas estruturas, inclusive crime
e divórcio; e micro processos como relações interpessoais.
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A sociologia pesquisa também as estruturas de força e de poder do Estado e de seus membros,
e a forma como o poder se estrutura através de microrrelações de forças. Um dos aspectos que
tem sido alvo dos estudos da sociologia, e também da antropologia, é a forma como os
indivíduos constituintes da sociedade podem ser manipulados para a manutenção da ordem
social e do monopólio da força física legitimada.
Sociólogos fazem uso frequente de técnicas quantitativas de pesquisa social (como a estatística)
para descrever padrões generalizados nas relações sociais. Isto ajuda a desenvolver modelos
que possam entender mudanças sociais e como os indivíduos responderão a essas mudanças.
Em alguns campos de estudo da sociologia, as técnicas qualitativas — como entrevistas
dirigidas, discussões em grupo e métodos etnográficos — permitem um melhor entendimento
dos processos sociais de acordo com o objetivo explicativo.
Os cursos de técnicas quantitativas/qualitativas servem, normalmente, a objetivos explicativos
distintos ou dependem da natureza do objeto explicado por certa pesquisa sociológica: o uso
das técnicas quantitativas é associado às pesquisas macrossociológicas; as qualitativas, às
pesquisas microssociológicas. Entretanto, o uso de ambas as técnicas de coleta de dados pode
ser complementar, uma vez que os estudos microssociológicos podem estar associados ou
ajudarem no melhor entendimento de problemas macrossociológicos.
A sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se
institucionalizar. Antes, portanto, da ciência política e da antropologia.
Em que pese o termo Sociologie tenha sido criado por Auguste Comte (em 1838), que
esperava unificar todos os estudos relativos ao homem — inclusive a história, a
psicologia e a economia —, Montesquieu também pode ser encarado como um dos
fundadores da sociologia — talvez como o último pensador clássico ou o primeiro
pensador moderno.
Para Comte, seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande
força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas
fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia
prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social. As transformações econômicas,
políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa,
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colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com relação a suas
formas passadas, baseadas principalmente nas tradições.
A sociologia surge no século XIX como forma de entender essas mudanças e explicá-las. No
entanto, é necessário frisar, de forma muito clara, que a sociologia é datada historicamente e
que o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno.
Esta disciplina marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social, desvinculando-
se das preocupações especulativas e metafísicas e diferenciando-se progressivamente enquanto
forma racional e sistemática de compreensão da mesma.
Assim é que a Revolução Industrial significou, para o pensamento social, algo mais do que a
introdução da máquina a vapor. Ela representou a racionalização da produção da materialidade
da vida social.
O triunfo da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as
ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas em
trabalhadores industriais. Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que divide de
modo central a sociedade entre burgueses (donos dos meios de produção) e proletários
(possuidores apenas de sua força de trabalho). Há paralelamente um aumento do funcionalismo
do Estado que representa um aumento da burocratização de suas funções e que está ligado
majoritariamente aos estratos médios da população.
O desaparecimento dos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de
prolongadas horas de trabalho, etc., tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres
humanos ao modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida.
Não demorou para que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem. Máquinas
foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e crimes,
evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos
revolucionários.
Este fato é importante para o surgimento da sociologia, pois colocava a sociedade num plano
de análise relevante, como objeto que deveria ser investigado tanto por seus novos problemas
intrínsecos, como por seu novo protagonismo político já que junto a estas transformações de
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ordem econômica pôde-se perceber o papel ativo da sociedade e seus diversos componentes na
produção e reprodução da vida social, o que se distingue da percepção de que este papel seja
privilégio de um Estado que se sobrepõe ao seu povo.
O surgimento da sociologia prende-se em parte os desenvolvimentos oriundos da Revolução
Industrial, pelas novas condições de existência por ela criada. Mas uma outra circunstância
concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas
formas de pensamento, originadas pelo Iluminismo. As transformações econômicas, que se
achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar
modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura.
OBJETIVO, OBJETO, CAMPO DE ESTUDO E IMPORTÂNCIA.
O objetivo da sociologia é aumentar ao máximo o conhecimento do homem e da sociedade
através da investigação científica.
O objeto de estudo da sociologia são os fenômenos sociais, isto é, tudo aquilo que se refere às
relações entre as pessoas, suas questões nos seus grupos sociais ou entre os grupos dinamizando
a sociedade como um todo.
O campo de estudo da sociologia é a sociedade como um todo, envolvendo todas as suas
particularidades, sejam em características políticas, econômicas, sociais, culturais, históricas,
etc.
A sociologia é importante porque nos permite compreender melhor a sociedade em que
vivemos e consequentemente, explicar e buscar soluções para a complexidade das questões
sociais. Assim a sociologia vem se tornando uma ciência imprescindível para o conhecimento
do mundo atual.
1ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Explique o significado da palavra sociologia.
b) – Qual significado de “social”?
c) – O que é sociedade?
d) – Formule um conceito de sociologia.
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e) – Qual o objetivo, objeto, campo de estudo e a importância da sociologia?
f) – Qual a relação da Revolução Industrial para o pensamento social?
A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA DA SOCIEDADE
Ainda que a sociologia tenha emergido em grande parte da convicção de Comte de que ela
eventualmente suprimiria todas as outras áreas do conhecimento científico, hoje ela é mais uma
entre as ciências.
Atualmente, ela estuda organizações humanas, instituições sociais e suas interações
sociais, aplicando mormente o método comparativo. Esta disciplina tem se concentrado
particularmente em organizações complexas de sociedades industriais assim como nas
redes transnacionais e globalizadas que unificam ou associam fenômenos para além das
fronteiras nacionais.
Ao contrário das explicações filosóficas das relações sociais, as explicações da sociologia não
partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada, quando muito, na observação
causal de alguns fatos.
Muitos dos teóricos que almejavam conferir à sociologia o estatuto de ciência buscaram nas
ciências naturais as bases de sua metodologia já mais avançada e as discussões epistemológicas
já mais desenvolvidas. Dessa forma, foram empregados métodos estatísticos, a observação
empírica e um ceticismo metodológico a fim de extirpar os elementos "incontroláveis" e
"dóxicos" recorrentes numa ciência ainda muito nova e dada a grandes elucubrações. Uma das
primeiras e grandes preocupações para com a sociologia foi eliminar juízos de valor feitos em
seu nome. Diferentemente da ética, que visa discernir entre bem e mal, a ciência se presta à
explicação e à compreensão dos fenômenos, sejam estes naturais ou sociais.
Como ciência, a sociologia tem de obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos
os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades não só dos fenômenos sociais
quando comparados com os fenômenos de natureza, mas também, consequentemente, da
abordagem científica da sociedade. Tais peculiaridades, no entanto, foram e continuam sendo
o foco de muitas discussões, ora tentando aproximar as ciências, ora as afastando e, até mesmo,
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negando às humanas, tal estatuto com base na inviabilidade de qualquer controle dos dados
tipicamente humanos, considerados — sob esse ponto de vista — imprevisíveis e impassíveis
de uma análise objetiva.
COMPARAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Com a complexidade do mundo social e o avanço do conhecimento, tornou-se necessária uma
divisão das ciências sociais em diversas disciplinas, com a finalidade de produzir um
conhecimento mais rigoroso e criterioso, facilitando a sistematização do estudo e das pesquisas.
Assim podemos destacar algumas ciências sociais que contribuem para os estudos sociológicos
e o entendimento do mundo social
No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que conduziam estudos sobre sociedades
não-industrializadas ofereceram contribuições à antropologia. Deve ser notado, entretanto, que
mesmo a antropologia faz pesquisa em sociedades industrializadas; a diferença entre sociologia
e antropologia tem mais a ver com os problemas teóricos colocados e os métodos de pesquisa
do que com os objetos de estudo.
Quanto à psicologia social, além de se interessar mais pelos comportamentos do que pelas
estruturas sociais, ela se preocupa também com as motivações exteriores que levam o indivíduo
a agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da sociologia é na ação dos grupos, na ação geral.
Já a economia diferencia-se da sociologia por estudar apenas um aspecto das relações sociais,
aquele que se refere à produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como mostrado por Karl
Marx e outros, a pesquisa em economia é frequentemente influenciada por teorias sociológicas.
Marx pode ser melhor caracterizado como sociólogo por ter compreendido o capital como uma
relação social entre detentores dos meios de produção e aqueles que vendem sua força de
trabalho, portanto indo além de uma explicação de cunho econômico.
Por fim, a filosofia social intenta criar uma teoria ou "teorias" da sociedade, objetivando
explicar as variâncias no comportamento social em suas ordens moral, estética e histórica.
Esforços nesse sentido são visíveis nas obras de modernos teóricos sociais, reunindo um
arcabouço de conhecimento que entrelaça a filosofia hegeliana, kantiana, a teoria social de
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Marx e, ao mesmo tempo, Max Weber, utilizando-se dos valores morais e políticos do
Iluminismo liberal mesclados com os ideais socialistas. À primeira vista, talvez, seja complexo
apreender tal abordagem. Entretanto, as obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen
Habermas, entre outros, representam uma das mais profícuas vertentes da filosofia social,
representada por aquilo que ficou conhecido como Teoria Crítica ou, como mais popularmente
se diz, Escola de Frankfurt. Na década de 1950, na Inglaterra, uma vertente culturalizada do
marxismo emerge criando a vertente conhecida como Estudos Culturais. Sociólogos como
Raymond Williams, E. P. Thompson e Richard Hoggart buscam criar conhecimento a partir da
experiência das classes populares, o que impulsionaria estudos sobre as classes subalternas ao
invés das tradicionais pesquisas sobre os processos econômicos e políticos hegemônicos. Com
a ascensão de Stuart Hall à direção do Centro de Estudos da Cultura Contemporânea de
Birgmingham ganham forca as discussões sobre a experiência da colonização e de como as
culturas europeias, particularmente a britânica, haviam sido construídas a partir da invenção de
um Outro, o mundo colonizado não-Ocidental. Desdobramentos nesta perspectiva gerariam
clássicos como "Orientalismo" do pesquisador palestino-americano Edward W. Said e uma
nova linha de pesquisas hoje conhecida como Estudos Pós-Coloniais. A partir da década de
1960, também ganham importância às críticas feministas à teoria social canônica, as quais
progressivamente ganham reconhecimento. Desde a década de 1980, o feminismo tem sido
incorporado em muitas teorias e pesquisas sociológicas, ainda que as principais reflexões nesta
área pertençam a pesquisadoras com origem na filosofia como Judith Butler. No presente,
questões de gênero e sexualidade têm se tornado cada vez mais presentes e não apenas como
uma área de pesquisa, antes como uma necessária parte de qualquer investigação sociológica.
Em especial, cabe sublinhar a crescente importância da teoria queer, uma vertente
contemporânea do feminismo que conta, além da já citada Butler, com autoras como Eve
Kosofsky Sedgwick e Beatriz Preciado.
2ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Qual a finalidade da divisão das ciências?
b) – Qual a diferença entre sociologia e a Economia?
c) – Qual a diferença entre sociologia e a Filosofia Social?
d) – Qual a diferença entre sociologia e a Antropologia?
e) – Qual a diferença entre sociologia e a Psicologia Social?
O SER SOCIOLÓGICO E O SER BIOLÓGICO
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Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham, correm, dormem, respiram –
isso é biológico (orgânico).
Mas as pessoas também cooperam umas com as outras no trabalho, recebem salários,
descontam cheques, entram em greve, estudam, namoram, casam e etc – isso é sociológico
(superorgânico); são essas atividades que fazem do homem um ser sociológico e, que merecem
toda a atenção da sociologia enquanto ciência que busca a compreensão e explicação dos
diversos tipos de relações sociais
PRINCIPAIS TEMAS SOCIOLÓGICOS
Como a sociedade é formada pelos diversos tipos de relações sociais, a sociologia se interessa
por essas relações que dinamizam a sociedade, por isso, seus principais temas se envolvem e se
confundem dentro da complexidade das relações sociais - dentro dos grupos sociais: da família,
de amigos, do trabalho, da cultura, da ideologia, da cidadania, da política, da economia, isto é,
em todos os níveis de relações sociais.
A SOCIOLOGIA EM NOSSO COTIDIANO
A sociologia convive constantemente em nosso dia-a-dia. Vivemos em sociedade,
estamos sempre nos relacionando com outras pessoas através dos grupos sociais, quando não
estamos em casa com o nosso grupo familiar, estamos na rua com o grupo de amigos ou na
escola nos relacionando com os colegas, enfim estamos sempre nos relacionando socialmente.
Fazemos parte de um sistema estrutural e conjuntural no qual precisamos compreender e
descobrir que muitos fatos (“problemas”) que ocorrem em nossa vida diária está ligada às
condições sociais. É neste conjunto de ralações sociais que a sociologia busca compreender e
explicar a sociedade, nossa complexidade, antagonismo, harmonia, crises, etc.
A sociologia, em vista do tipo de conhecimento que produz, pode servir a diferentes tipos de
interesses.
A produção sociológica pode estar voltada para engendrar uma forma de conhecimento
comprometida com emancipação humana. Ela pode ser um tipo de conhecimento orientado no
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sentido de promover um melhor entendimento dos homens acerca de si mesmos, para
alcançarem maiores patamares de liberdades políticas e de bem-estar social.
Por outro lado, a sociologia pode ser orientada como uma "ciência da ordem", isto é, seus
resultados podem ser utilizados com vistas à melhoria dos mecanismos de dominação por parte
do Estado ou de grupos minoritários, sejam eles empresas privadas ou centrais de inteligência,
sendo orientada de acordo com o nível de relação sociedade-Estado vigente.
As formas como a sociologia pode ser uma "ciência da ordem" são diversas. Ela pode partir
desde a perspectiva do sociólogo individual, submetendo a produção do conhecimento não ao
progresso da ciência por si, mas da sociedade, assim como aos seus interesses materiais
imediatos. Há, porém, o meio indireto, no qual o Estado, como principal ente financiador de
pesquisas nas áreas da sociologia escolhe financiar aquelas pesquisas que lhe renderam algum
tipo de resultado ou orientação estratégicas claras: pode ser tanto como melhor controlar o fluxo
de pessoas dentro de um território, como na orientação de políticas públicas. Nesse sentido, o
uso do conhecimento sociológico é potencialmente arriscado, podendo estabelecer mecanismos
de dominação e informação salutares ou mesmo servir a finalidades antidemocráticas,
autoritárias e arbitrárias.
3ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Em que se baseia o conhecimento sociológico?
b) – Diferencie o ser sociológico do ser biológico.
c) – Cite alguns temas de interesse da sociologia.
d) – Explique como o conhecimento sociológico pode ser importante em nosso cotidiano?
A EVOLUÇÃO DA SOCIOLOGIA COMO DISCIPLINA
A sociologia no mundo foi-se mostrando presente em várias datas importantes desde as grandes
revoluções, desde lá cada vez mais foi de fundamental participação para a sociedade mundial e
também brasileira.
Desde o início, a sociologia vem-se preocupando com a sociedade no seu interior, isto diz
respeito, por exemplo, aos conflitos entre as classes sociais. Na América Latina, por exemplo,
a sociologia sofreu influencias americanas e europeias, na medida em que as suas preocupações
passam a ser o subdesenvolvimento, ela vai sofrer influências das teorias marxistas.
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No Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, a sociologia estava num estudo sobre a formação da
sociedade brasileira e analisando temas como abolição da escravatura, êxodos, e estudos sobre
índios e negros.
Nas décadas seguintes, de 1940 e 1950, a sociologia voltou-se para as classes trabalhistas, tais
como salários e jornadas de trabalho, e também comunidades rurais. Na década de 1960, a
sociologia se preocupou com o processo de industrialização do país, nas questões de reforma
agrária e movimentos sociais na cidade e no campo e, a partir de 1964, o trabalho dos sociólogos
se voltou para os problemas sociopolíticos e econômicos originados pela tensão de se viver em
um país cuja forma de poder é o regime militar.
Na década de 1980, a sociologia finalmente volta a ser disciplina no ensino médio, e também
ocorreu a profissionalização da sociologia. Além da preocupação com a economia política e
mudanças sociais apropriadas com a instalação da nova república, volta-se também em relação
ao estudo da mulher, do trabalhador rural e outros assuntos.
HISTÓRIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
A busca de compreensão e explicação da sociedade já existia desde a Antiguidade, passando
pelo Período Medieval e Idade Moderna, mas este pensamento não tinha uma base sociológica,
pois os filósofos dessa época acreditavam que Deus e a natureza controlavam a sociedade,
teorizavam modelos de sociedades ideais requisitando às pessoas que seguissem esses modelos,
por isso, durante todos esses períodos o pensamento sobre o social estava influenciado por um
caráter normativo (estabelecer regras para vida social) e finalista (objetivo de uma organização
social ideal), impedindo um entendimento científico da realidade social. Outro fator que
contribuiu para a inexistência da sociologia foi o fato de que as sociedades pré-capitalistas eram
relativamente estáveis, o ritmo e o nível das mudanças eram razoavelmente lentos, não se
percebendo a sociedade enquanto um “problema” merecedor de análises e investigação
minuciosa (científica).
TEORIAS QUE INFLUENCIARAM NA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu caráter normativo e
finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências biológicas e naturais:
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a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao longo de milhões de
anos todas as espécies de seres vivos evoluíram; A biologia foi outra ciência que influenciou
na cientificidade sociológica, através de Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma
sociologia organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo com a sociedade. Neste
contexto foi fundamental aceitar a ideia de que os fenômenos sociais obedecem a leis naturais,
embora produzidas pelos homens, esta foi a importância do positivismo que deu os primeiros
passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso, também, que logo no seu início, a
sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por Saint-Simon), ou física social (por
Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia um caráter
de ciência, buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e importante
para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento científico-social onde abrange todos
os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras ciências sociais como a economia (produção
material), política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste
processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber.
FATORES HISTÓRICOS
Os fatores ou transformações históricas que contribuíram para a consolidação do
capitalismo e o surgimento da sociologia estão relacionados ao contexto geral da transição do
feudalismo para o capitalismo, onde podemos destacar:
Os fatores históricos que vinham ocorrendo desde o século XVI como:
Reforma Protestante (mudança religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o
Absolutismo (mudança política e territorial), Grandes navegações (mudança
geográfica), Humanismo/Renascimento (mudança cultural), Revolução científica
(mudança na ciência), Iluminismo (mudança ideológica).
As transformações socioeconômicas do século XVIII provocadas pela dupla
revolução:
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Revolução Francesa representou a mudança política-jurídica na história das sociedades
ocidental, baseado nos ideais iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade, a
burguesia que já dominava o poder econômico reivindicava agora o poder político, o
que aconteceu durante a revolução francesa. Assim adotaram novo regime político de
representatividade política e sistemas econômicos favoráveis aos seus interesses.
Revolução Industrial representou as transformações de mudança socioeconômicas,
com o surgimento das máquinas, com maior divisão técnica do trabalho, com o aumento
da produção, da urbanização, do êxodo rural; a sociedade torna-se mais complexa e
dinâmica, agravando-se também as questões sociais como: crescimento acelerado do
desemprego, miséria, alcoolismo, prostituição e etc.
A RELAÇÃO DO CAPITALISMO COM A SOCIOLOGIA
O surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia estão relacionados diretamente
com a consolidação do capitalismo a partir da Revolução industrial e da Revolução francesa do
século XVIII, que criaram novas condições socioeconômicas e político-ideológico, que
caracterizam a sociedade capitalista, como o surgimento da indústria, da relação entre burguesia
e operário, de regimes políticos e leis burguesas.
O sistema capitalista possui uma estrutura social inédita na história da humanidade, que nos
instiga a uma reflexão sobre este sistema, suas transformações, suas crises, seus antagonismos.
É dentro desse contexto que surge a necessidade de se compreender e explicar essa nova
realidade. Por isso, precisou-se de uma ciência que estivesse voltada para essas transformações.
A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações geradas pela
nascente sociedade capitalista industrial.
4ª– ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Por que a sociologia não existia antes? O que é um pensamento sociológico?
b) – Como era o pensamento social na antiguidade, idade média e moderna?
c) – Que teorias influenciaram na formação da sociologia?
d) – Cite os fatores históricos que contribuíram para o surgimento da sociologia.
e) – Que revoluções do século XVIII criaram as condições para o surgimento da sociologia?
f) – Explique a relação da consolidação do capitalismo com o surgimento da sociologia.
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AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista penetrou e invadiu a formação da
sociologia, impedindo um entendimento comum por parte dos pensadores, por isso, a sociologia
se dividiu ideologicamente entre a conservação e a transformação do status quo, dando
margem ao nascimento de diferentes tradições sociológicas (correntes sociológicas) que
representam as diferentes tendências ideológicas de compreensão e explicação da sociedade
capitalista. Assim, temos as primeiras teorias sobre as transformações provocadas pelo
capitalismo:
Profetas do passado – representados pelos pensadores Edmund Burk (1729-1797),
Joseph de Maistre (1753-1821) e Louis de Bonald (1754-1840). Estes eram conservadores e
tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário: condenavam o iluminismo e a revolução
francesa, culpavam pelo caos social, desorganização da família, da religião, das corporações.
Estes ideólogos eram apaixonados pelo equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e
aristocráticas da época feudal. Por isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da sociedade,
preocuparam-se com o controle, integração, posição, hierarquias sociais e também com os
rituais da sociedade.
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a uma
sociologia conservadora e afirmadora da sociedade capitalista. Representado por Augusto
Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917). Estes se dedicaram em buscar a
estabilidade social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem capitalista,
queriam estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os
problemas sociais através da coerção física e da educação moral, esta seria a função da
sociologia enquanto ciência positiva.
Socialismo utópico ou romântico – representados por Saint-Simon (1760-1825), Charles
Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Louis Blanc (1811-1882) e Robert
Owen (1771-1858). Estes eram transformadores, mas românticos, pois acreditavam que os ricos
capitalistas voluntariamente abririam mão de suas riquezas partilhando com os pobres;
apelavam para a natureza boa do ser humano que foi pervertida pelo sistema capitalista. Eram
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utópicos porque criticavam o capitalismo e anunciavam os princípios de uma sociedade futura
ideal, mas sem indicar os meios para torná-la real.
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels
(1820-1895). As ideias marxianas eram de base estritamente econômica, assim, todas as
questões sociais tinham origem na desigualdade econômica entre as classes proprietárias e as
não proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças radicais nesta
sociedade através de uma revolução socialista do proletariado, introduzindo a sociedade
comunista como uma sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento
sociológico crítico e negador da sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da sociedade
capitalista. O principal representante do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este
pensador estabelece uma analogia entre a sociedade e o organismo biológico humano. Assim a
sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada instituição ou pessoa faz parte de
relações funcionais, fazendo uma organização social de dependência e complementaridade das
atividades sociais, assim a sociedade é um todo organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde às várias interpretações e continuação complementares das
teorias de Karl Marx e Engels. Entre seus principais representantes podemos destacar: Lênin
(1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-1919), Gramsci (1891-1937) e outros. Baseado no
socialismo científico e nas novas conjunturas e contexto em que viviam, estes pensadores
desenvolveram novas perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o socialismo real,
diferente do socialismo ideal (proposto por Marx).
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são George
Homans Cooley (1846-1929), Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton (1910). Estes foram
influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do francês Durkheim, do polonês Malinowski
(1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Assim a sociologia chegou aos E.U.A,
através da escola de Chicago que desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos
neutros e objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos
métodos ecológicos e etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de sua época,
construíram vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se a casos isolados e
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irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e outros momentos. A sociologia
norte-americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do socialismo marxista, entretanto,
também romperam com o estilo dos clássicos que se dedicaram a uma significação histórica
como a formação do capitalismo e a totalidade da vida social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa Social,
seus principais representantes são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter Benjamin (1892-
1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse (1898-1979) e Jurgem Habermas
(1929). Sua filosofia também é conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos criticam a
dominação da natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do capital.
Os frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e a serviço da
emancipação humana. Esses pensadores reutilizam o conceito de iluminismo em sentido mais
amplo – um pensador iluminista sempre combate as superstições, o arbítrio do poder e defende
o pluralismo e a tolerância.
5ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que são correntes sociológicas?
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas?
c) – Diferencie as ideias dos Profetas do Passado do Positivismo?
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo Científico.
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo.
f) – Diferencie as ideias propostas na Escola de Chicago da Escola de Frankfurt
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2º Bimestre
O OBJETO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA
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O OBJETO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA
A SOCIEDADE
Em sociologia, uma sociedade advém do latim: societas, que significa "associação
amistosa (para se formar a sociedade a afetividade precisa estar presente) com outros;
é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes,
e que interagem entre si constituindo uma comunidade.
A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais, especialmente a
SOCIOLOGIA, A HISTÓRIA, A ANTROPOLOGIA E A GEOGRAFIA.
É um grupo de indivíduos que formam um sistema semiaberto (visível a todos e integração
restrita), no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao
mesmo grupo. Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é
uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a
um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada.
A sociedade pode ser vista como um grupo de pessoas com semelhanças étnicas, culturais,
políticas e/ou religiosas ou mesmo pessoas com um objetivo comum. Uma delimitação física
(como um território, um país ou um continente) não pode definir uma sociedade, já que
entre eles podem ter diferenças que podem se afastar do conceito da sociedade.
Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou
preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado
como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais
que lidam com o bem-estar cívico.
Pessoas de várias nações unidas por tradições, crenças ou valores políticos e culturais comuns,
em certas ocasiões também são chamadas de sociedades (por exemplo, Judaico-Cristã, Oriental,
Ocidental etc.). Quando usado nesse contexto, o termo age como meio de comparar duas ou
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mais "sociedades" cujos membros representativos representam visões de mundo alternativas,
competidoras e conflitantes.
Também, alguns grupos aplicam o título "sociedade" a eles mesmos, como a "Sociedade
Americana de Matemática". Nos Estados Unidos, isto é mais comum no comércio, em que uma
parceria entre investidores para iniciar um negócio é usualmente chamada de uma "sociedade".
No Reino Unido, parcerias não são chamadas de sociedade, mas cooperativas.
Embora haja quem considere não existem sociedades sem sociais, pelo contrário
Margaret Thatcher, uma política britânica que ascendeu ao lugar de Primeiro-Ministro,
chegou a afirmar que a sociedade não existe. Conforme disse, só existem os indivíduos
e suas famílias. Mas ela não foi a única a dizer que não existe sociedade. Ainda há um
debate em andamento nos círculos antropológicos e sociológicos sobre se realmente
existe uma entidade que poderíamos chamar de sociedade.
Teóricos marxistas como Louis Althusser, Ernesto Laclau e Slavoj Zizek argumentam que a
sociedade nada mais é do que um efeito da ideologia dominante e não deveria ser usada como
um conceito sociológico.
1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Defina Sociedade.
b) – A sociedade é objeto comum de estudos de quais ciências?
c) – Afirma a ex primeira ministra britânica, Margaret Thatcher que a Sociedade não existe,
para ela somente os indivíduos e seus familiares existem. Você concorda com sua fala?
Justifique.
d) – Qual o sinônimo de sociedade no mundo contemporânea usado pelas autoridades?
e) – Cite e explique as características da sociedade.
TEORIAS DA ORIGEM DA SOCIEDADE
Muitos pensadores, filósofos, cientistas e outros sempre buscaram formas de explicar a
ORIGEM DA SOCIEDADE, assim esbarramos em teorias das mais diversas, mas que sendo
estudadas de perto, podemos ver que se aglutinam em dois grandes grupos, os
NATURALISTAS E OS CONTRATUALISTAS.
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Estudando-se as teorias que tratam da sociedade e da sua origem, podemos observar que há no
ser humano uma vontade ou necessidade que viver em grupo, por desejo, por necessidade, por
segurança, etc. Assim passamos a entender que o Homem é um ser racional e político, que se
une para viver em grupos, porém de forma organizada e somente em ajuntamentos de seres
como alguns animais irracionais. Essa necessidade de convivência harmoniosa e organizada
vem da característica do Homem possuir consciência e sentimentos e não somente instinto. Na
evolução da linha do tempo, e não poderia ser diferente, as teorias para explicar a vida em
sociedade e o nascimento desta, tem seu início no Naturalismo.
NATURALISMO
Esta teoria vem da necessidade natural do Homem de viver em grupos, tendo como explicação
básica a sua condição de ser sociável e da dependência natural de uns para com os outros.
Mais remota explicação para isto vem do século IV a.C., na Grécia, com ARISTÓTELES: “O
homem é naturalmente um animal político. ” Para ele somente um indivíduo vil ou superior ao
próprio homem teria a vontade de viver em completo isolamento. ARISTÓTELES ainda
acrescenta que os outros animais vivem em meros agrupamentos, mas o homem, por ter a noção
do bem e do mal, do justo e do injusto, organiza seus agrupamentos, mas tudo está na
necessidade natural do Homem.
Caminhando um pouco, chegamos a Roma, século I a.C., onde PADRE CÍCERO, logicamente
influenciado por ARISTÓTELES, afirma: “a primeira causa da agregação de uns homens a
outros é menos a sua debilidade do que certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie
humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que,
mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum. ” Explicando,
portanto que não seriam as necessidades materiais que levam o Homem viver em sociedade,
mas sim a disposição natural para a vida associativa.
Nos anos entre 1265 e 1273 d.C., SANTO TOMÁS DE AQUINO, certamente também
influenciado por ARISTÓTELES, em sua obra “Summa Theologica” escreve: “o homem é, por
sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros
animais, o que se evidencia pela natural necessidade. ”. Porém ele ressalta, três pontos
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importantes a serem observados para o Naturalismo, quanto o surgimento e formação da
sociedade, sendo:
1- Excellentia naturae (Natural por excelência) para homens que vivem em comunhão
com a própria divindade, como exemplo citando os santos eremitas. Assim o indivíduo
possuiria espírito por demais elevado, podendo viver feliz em completo isolamento.
Eremita ou ermitão é um indivíduo que vive em lugar deserto, isolado,
geralmente por motivo de penitência, religiosidade, ou simples amor à natureza,
e o local de sua morada é chamado de eremitério.
2- Corruptio naturae (Corrupção Natural ou Alienação Mental) – explicando as exceções
de turbações mentais. Desse modo a natureza afastaria o indivíduo, impedindo através
da doença mental, sua integração com a sociedade.
3- Mala fortuna (má sorte) – quando o isolamento ocorre por questões alheias à vontade
do Homem. Desse modo o indivíduo se veria alijado do convívio social. Por exemplo,
em virtude de um naufrágio que o isolasse do mundo).
SANTO TOMÁS DE AQUINO reforça que o normal do Homem é a vida social, portanto
sendo a necessidade de convivência uma característica da natureza humana. Para ele Fora
dessas hipóteses, a interação como meio social é inevitável. Assim, é necessário que o homem
se adapte, interna e externamente ao meio em que vive.
Há também autores mais modernos que defendem o Naturalismo, dentre os quais podemos
destacar ORESTE RANELLETTI, que nos ensina que: “o homem é induzido
fundamentalmente por uma necessidade natural, porque o associar-se com os outros seres
humanos é para ele condição essencial de vida”. Só em tais uniões e com o concurso dos outros
é que o homem pode conseguir todos os meios necessários para satisfazer as suas necessidades
e, portanto, conservar e melhorar a si mesmo, conseguindo atingir o fim de sua existência. Em
suma, só na convivência e com a cooperação dos semelhantes o homem pode beneficiar-se das
energias, dos conhecimentos, da produção e da experiência dos outros, acumuladas através de
gerações...
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Falamos até aqui da necessidade natural do Homem viver em sociedade organizada, pois tem
ele o conhecimento do bem e do mal, assim não podemos deixar de lado que tal associação e
convivência também encontra suporte na vontade humana, e é a partir dessa consciência de
vontade que nasce a teoria do CONTRATUALISMO, que no nosso entender não vem
dissociada do NATURALISMO, mas sim a complementa.
CONTRATUALISMO
Com o poder do raciocínio e da inteligência, o Homem sempre evoluiu ao longo do temo e essa
evolução não tem parada. Assim em face da chegada de sociedades mais complexas, surge a
necessidade de organização mais elaborada, do respeito entre os seres humanos, das limitações
para a convivência harmoniosa.
O mundo passou por várias formas de estruturas sociais, desde as mais primitivas tribos,
navegando pela criação de cidades, cidades-estado, feudos, reinos, dentre várias, até chegarmos
à estrutura social moderna. Notório e público que toda essa evolução foi desenvolvida por várias
fases, por muitas guerras, porém temos a necessidade de estudarmos tal evolução para
entendermos onde estamos.
No Contratualismo, os autores, pensadores e filósofos conduzem a criação e a origem da
sociedade para outro ponto, a vontade humana, a elaboração de um CONTRATO de
convivência social. Comecemos então por PLATÃO:
Grego, nascido entre os anos de 428/427 a.C., tendo como seu seguidor ARISTÓTELES,
PLATÃO foi o primeiro a deixar registros sobre o que, futuramente, seria o Contratualismo.
Em sua a obra A República, que na verdade tinha como tema principal a justiça, ele se direciona
no sentido de uma organização social construída racionalmente, sem mencionar a necessidade
natural, trazendo a proposição de um modelo ideal de sociedade, com justiça e igualdade. Tal
obra, já no século XVI influencia os Utopistas.
THOMAS MOORE, em “Utopia” e TOMMASO CAMPANELLA, em “A Cidade do Sol”,
procuram descrever uma organização social ideal, com isenção dos males e deficiências que
viam nas sociedades daquela época. Em que pese não mencionarem a origem da sociedade,
estes autores foram importantes na formação da consciência do que seria bom e viável para a
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constituição de uma sociedade, podendo classifica-los entre os contratualistas em razão de seus
posicionamentos da vida social ser totalmente submissa à razão e à vontade.
4- O Contratualismo nasce realmente em Thomas Hobbes, em 1.651, com a publicação da
sua obra “O Leviatã”.
Na visão de THOMAS HOBBES, o Homem vive inicial em estado natural, referindo-se aos
primórdios dos tempos, e também à condição de convivência em situação de desordem, quando
não tem suas ações reprimidas pela voz da razão ou então por instituições políticas eficientes.
Hobbes afirma que o homem é um ser perigoso se deixado em estado natural, pois é
egoísta, luxurioso e inclinado a agredir seu próximo, assim ele necessita submeter suas paixões
à razão ou ao controle de entes políticos ou então viveríamos “na guerra de todos contra todos”,
pois cada um teria o temor de ser atacado pelo outro.
É exatamente para não se viver nesta condição de total insegurança que Hobbes propõe então
o contrato social. No contrato social há o fortalecimento da razão, pois apesar de sua natureza
má, o homem tem consciência dos princípios que o levariam a uma vida harmoniosa, assim
para se superar o estado natural, Hobbes formula duas leis, que somente seriam viáveis
dentro da firmação de um contrato:
a) Cada homem deve esforçar-se pela paz, enquanto tiver a esperança de alcança-la; e
quando não puder obtê-la, deve buscar e utilizar todas as ajudas e vantagens da guerra;
b) Cada um deve consentir, se os demais também concordarem, e enquanto se considere
necessário para a paz e a defesa de si mesmo, em renunciar ao seu direito a todas as
coisas, e a se satisfazer, em relação aso demais homens, com a mesma liberdade que
lhe for concedido com respeito a si próprio.
Com a devida consciência dessas leis, os homens celebram um contrato de mútua transferência
de direitos. Essa transferência não se faz de homem a homem, mas sim de homem ao Estado
(homem artificial e robusto, constituído pelo homem natural para sua proteção e defesa).
Na transferência dos direitos, os homens naturais deixam seu estado primitivo (total liberdade
e direitos), e por força do contrato passam a se impor compromisso, observância às leis, temor
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aos castigos, pois agora surge quem vai cuidar para que os direitos restantes sejam efetivamente
garantidos e protegidos. Assim Hobbes também afirmava que é mais válido um mau governo
do que o estado de natureza.
Em O Leviatã, Hobbes também defende a posição do governante e da soberania deste, pois
mesmo que faça uma má lei, esta é sua vontade e seu descumprimento é injusto. A vontade do
soberano representa a vontade do todo e, portanto, seu cumprimento leva à paz, pois não há
conflitos.
Fica evidente que Hobbes sugeria o absolutismo. As ideias de Hobbes permanecem intocáveis
até o século XVII, quando, na própria Inglaterra, começam a surgir novos ideais, inicialmente
conduzidos por John Locke, que combate a noção da “guerra de todos contra todos” e passa a
fortalecer os sinais de que a natureza humana não é de caráter maléfico, em que pese ser
defensor do escravagismo perpétuo.
A obra de JOHN LOCKE influencia a Revolução Inglesa (1688), a Revolução Norte
Americana (1776) e os atos iniciais que levariam à Revolução Francesa. Surge, na França,
CHARLES DE MONTESQUIEU, com sua obra “Do Espírito das Leis” (1748), contestando
os ideais de Hobbes, mormente do ponto de vista da natureza humana, pois para ele o próprio
instinto de sobrevivência não levaria o homem a se atacar mutuamente, mas sim a obedecer às
leis, tais como: o desejo da paz, o sentimento das necessidades, experimentado principalmente
na procura por alimentos, a atração natural entre sexos opostos, o desejo de viver em sociedade.
5- Para Montesquieu, depois do respeito às leis naturais, o homem se organiza em
sociedade para se fortalecer e a partir de então surgem as guerras. Ele ainda sustentava
a afirmação de que nenhuma sociedade poderia subsistir sem governo. Apesar de não
falar diretamente sobre pacto ou contrato social, sempre defendeu a existência do Estado
para gerir e garantir a vida das pessoas.
Pouco tempo depois, aparece JEAN-JACQUES ROUSSEAU, com sua obra “O Contrato
Social” (1762), defendendo a bondade humana, assim como Montesquieu, porém Rousseau
retorna à linha de Hobbes, dizendo que a sociedade existe a partir de um contrato social. Só que
Rousseau não apostava no absolutismo e sua obra foi importante influência na Revolução
Francesa (1789 - 1799), sendo seu livro chamado de “A Bíblia da Revolução Francesa”. Sua
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obra não influenciou somente a Revolução Francesa, mas todos os movimentos sociais e
políticos em defesa dos direitos naturais da pessoa humana, mormente nas seguintes
afirmações: povo como soberano, reconhecimento da igualdade como um dos objetivos
fundamentais da sociedade e consciência de que existem interesses coletivos distintos dos
interesses de cada indivíduo. Rousseau fecha seu pensamento no fortalecimento do homem
natural, que não pode ser feito a cada homem, mas sim na união destes, então o “Contrato
Social” vem a estabelecer as regras para esse fortalecimento, devidamente organizado e
harmônico, tendo um governo (Estado) para cuidar das pessoas, porém a soberania não é do
governo ou do governante, mas sim do povo, que transfere seus direitos para que o governo
cuide, buscando a primazia do interesse coletivo, sempre com respeito aos princípios da
liberdade e da igualdade. Defendendo também que tais princípios não são plenos, pois no pacto
social, cada indivíduo abre mão de parte de seus direitos em prol do coletivo (cuidado pelo
Estado). Entra-se então no Iluminismo.
É a que tem maior número de adeptos e a que exerce maior influência na vida concreta do
Estado sem, contudo, excluir a participação da consciência e da vontade humana. No século IV
a. C., Aristóteles afirmou que “o homem é naturalmente um animal político”. Para ele só o
indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens
sem que a isso fosse constrangido.
Quanto aos irracionais, que também vivem em permanente associação, preleciona Aristóteles,
constituem meros agrupamentos formados pelo instinto, pois, o homem, dentre todos os
animais, é o único que possui a razão, o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto.
Neste mesmo sentido, Cícero afirmava que “a primeira causa da agregação de uns homens a
outros é menos a sua debilidade do que um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a
espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição
que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum. ” Assim, não
seriam as necessidades materiais o motivo da vida em sociedade, havendo, independente dela,
uma disposição natural dos homens para a vida associativa.
Complementando Aristóteles, São Tomás de Aquino afirmava que a vida solitária é exceção,
que pode ser enquadrada numa de três hipóteses: excellentia naturae, quando se tratar de
indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria divindade, como
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ocorria com os santos eremitas; corruptio naturae, referente aos casos de anomalia mental; mala
fortuna, quando só por acidente, como no caso de naufrágio ou de alguém que se perdesse numa
floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento.
2ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que se entende por teorias de formação da sociedade? Qual sua importância?
b) – Qual o significado da teoria naturalista para a formação da sociedade?
c) – Explique a teoria naturalista na visão de: Aristóteles, Cícero, Santo Tomás de Aquino e
Oreste Ranelletti.
d) – O que defendem os adeptos da teoria contratualista?
e) – Porque Hobbes propõe a criação do Contrato Social?
f) – Qual a relação da obra o contrato social de Jean-Jacques Rousseau com Hobbes?
g) – Qual a relação de Montesquieu entre a teoria naturalista e contratualista?
h) – Cite e explique as leis formuladas por Hobbes que devem ser observadas na elaboração do
Contrato Social.
i) – Explique o posicionamento de Platão sobre a teoria contratualista. ?
AGRUPAMENTOS SOCIAIS OU AGRUPAMENTOS HUMANOS: O início da
Formação da Sociedade
Constitui-se em toda reunião de duas ou mais pessoas, interagindo umas com as outras, e por
isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum.
Principais grupos sociais
Grupo familiar – família;
Grupo vicinal – vizinhança;
Grupo educativo – escola;
Grupo religioso – igreja;
Grupo de lazer – clube;
Grupo profissional – empresa;
Grupo político – Estado, partidos políticos;
CARACTERÍSTICAS DE UM GRUPO SOCIAL:
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Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
Organização – todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
Objetividade e exterioridade – quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele
permanece existindo;
Objetivo comum – união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
Consciência grupal ou sentimento de “nós” – compartilham modos de agir, pensamentos, ideias,
etc. Ex: Nós ganhamos.
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS:
Quanto ao Grau de Proximidade:
Grupos primários – predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como
a família, os vizinhos, etc.
Grupos secundários – são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que
predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta
– mas sem intimidade – ou de maneira indireta como cartas, telegramas, telefonemas,
etc.
Grupos intermediários – são aqueles que se alternam e se complementam as duas
formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.
Quanto aos Elementos que o Constitui:
Pleno ou Completo: quando se está presente todos os elementos que constitui o
agrupamento humano.
Defasado ou Incompleto: quando ausente um ou mais elementos que constitui o
agrupamento humano.
3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Cite e explique as classificações dos agrupamentos humanos.
b) – O que é um agrupamento humano?
c) – Quais são as características dos agrupamentos humanos? Justifique.
d) – Escolha 03 dos principais grupos sociais, explique-os e cite exemplos em seu cotidiano.
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OUTRAS FORMAS DE AGRUPAMENTOS SOCIAIS: OS AGREGADOS SOCIAS
Agregados sociais: é uma reunião de pessoas que mantém entre si o mínimo de comunicação
e de relações sociais. Podemos destacar a MULTIDÃO, O PÚBLICO, E A MASSA.
Observe que os Agregado Sociais, poderão possuir as mesmas características dos
Agrupamentos Humanos, entretanto não possui o elemento principal, característico dos
agrupamentos humanos, que é a interação social, ou qualquer outro elemento
característico dos grupos, dessa forma, consistindo em uma associação “incompleta”.
Assim também está afastado o elemento da afetividade da associação, ou seja, os
indivíduos estão reunidos unicamente por força de um determinado evento (uma torcida
de futebol, por exemplo).
MULTIDÃO
Multitude ou multidão é um conceito da sociologia significando qualquer associação humana
contendo um número grande de indivíduos atuando ao mesmo tempo, não necessariamente em
comum.
Exemplo: um grupo de pessoas observando um incêndio.
CARACTERÍSTICAS DA MULTIDÃO
Uma multidão não pode ser organizada, podendo também ter ou não características em comum
(como liderança por ex.) com outras definições e formas de agrupamento humano
como público, população e massas. Assim, uma multidão também possui características
como anonimato, comportamento comum e proximidade física entre seus membros.
Usado pela primeira vez por Maquiavel, uma das definições de multidão foi promovida
fundamentalmente por Spinoza, diferenciando-se da noção de povo de Hobbes (esta dominante
até os nossos dias). A diferença básica, neste caso, é que se em Hobbes a concepção do conjunto
de cidadãos é simplificada como uma unidade, um corpo único com vontade ou que reúna os
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requisitos necessários para ser considerada como povo; o conceito de multidão tem natureza
múltipla.
O conceito de multidão não raro muda ou é adaptado conforme os objetivos ou crenças
do intelectual que o define, seja um socialista contemporâneo como Toni Negri ou um
conservador retrógrado e reacionário do século XIX como Gustave Le Bon2 . Novos autores,
como Jaqueline Gomes de Jesus, têm buscado atualizar o estudo do conceito, por meio da
aplicação de conceitos da Sociologia em interação com os da Psicologia Social
• FALTA DE ORGANIZAÇÃO: não possui um conjunto de normas.
• ANONIMATO: não importa quem faz parte da multidão.
• ÚNICO OBJETIVO: os interesses, as emoções, e os atos têm o mesmo sentido.
• INDIFERENCIAÇÃO: todos são iguais perante a multidão, não há espaço para manifestar
as diferenças individuais.
• PROXIMIDADE FISICA TEMPORÁRIA: os componentes da multidão ficam e contato
direto e temporário uns dos outros.
PUBLICO
É uma associação de indivíduos que seguem os mesmos estímulos. Não se baseia no contato
físico, mas na comunicação recebida através dos diversos meios de comunicação.
Ex: indivíduos assistindo a um jogo.
Todos que estão juntos recebem o mesmo estimulo - e não se trata de uma multidão porque
todos que estão juntos foram com o mesmo propósito – assistir ao jogo – diferente da multidão,
já que a reunião é ocasional.
Opinião pública: modo de pensar, agir, e sentir de um público.
MASSA
É formada por indivíduos que recebem opiniões formadas através dos meios de comunicação
de massa.
Diferença entre público e massa: Publico – recebe a opinião e pode opinar.
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Massa – predomina a comunicação transmitida pelo os meios de massa.
6- IMPORTANTE: Os agregados sociais, não poderão constituir sociedade. Uma vez que
não são considerados agrupamentos humanos. Pois as características básicas de um
agrupamento humano lhe são insuficientes.
4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que se entende por agregados sociais? Podem ser considerados agrupamentos humanos?
b) – Porque os agregados sociais não foram uma sociedade?
c) – Defina Público.
d) – Diferencie Massa de Público.
c) – O que é multidão?
f) – Quais são as características de Multidão? Justifique
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO AGRUPAMENTO HUMANO
Devido ao pluralismo social, é necessário estabelecer uma caracterização geral das complexas
sociedades, delineando os pontos em comum através da análise do conjunto de regras de
atuação de cada uma delas.
DALLARI sugere que o aludido estudo considere necessário, para que o agrupamento
humano seja reconhecido como sociedade,
Os seguintes elementos:
A finalidade ou valor social;
As manifestações de conjunto ordenadas;
E o poder social.
a) FINALIDADE SOCIAL OU VALOR SOCIAL:
Pela concepção Tomista (Tomás de Aquino), o homem tem consciência de que deve viver em
sociedade e procurar fixar, como objetivo da vida social, uma finalidade condizente com suas
necessidades fundamentais e com aquilo que lhe parece ser mais valioso.
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Representa neste caso, os objetivos que o agrupamento humano busca.
Desta maneira, a finalidade social escolhida pelo homem é o bem comum, que consiste
no conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o
desenvolvimento integral da personalidade humana.
b) MANIFESTAÇÕES DE CONJUNTO ORDENADAS
Consiste no liame subjetivo, (ideia principal) que interliga o grupo em uma ideologia. Para a
consecução (validação) dos objetivos do agrupamento humano, há necessidade de que os
membros se manifestem através de ação conjunta permanentemente reiterada, atendendo a três
requisitos:
REITERAÇÃO - Tendo em vista que em cada momento e lugar surgem fatores que influem
na noção de bem comum, é indispensável que os membros do agrupamento humano se
manifestem em conjunto reiteradamente (ação de fazer ou de dizer novamente) visando à
consecução de sua finalidade, sendo necessário, para que haja o sentido de conjunto e se chegue
a um rumo certo, que os atos praticados isoladamente sejam conjugados e integrados num todo
harmônico, surgindo aqui a exigência de ordem.
ORDEM – Consiste na disposição organizada e ordenada das coisas, assim as manifestações
em conjunto se reproduzem num conjunto de regras, para que o agrupamento humano possa
atuar em função do bem comum. Esta ordem é regida por regras impostas pelo próprio
agrupamento, entretanto não exclui a vontade e a liberdade dos indivíduos, uma vez que todos
os membros do agrupamento humano participam da escolha das normas de comportamento
social.
ADEQUAÇÃO – Consiste no ajuste ou adaptação dos indivíduos do agrupamento humano em
relação aos seus objetivos. Para que seja assegurada a permanente adequação é indispensável
que não se impeça a livre manifestação, a expansão das tendências e aspirações dos membros
do agrupamento humano no sentido de orientar suas ações no que consideram o seu bem
comum.
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c) PODER SOCIAL
Poder é o direito de deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto, exercer sua
autoridade, soberania, a posse de um domínio, da influência ou da força.
Características do poder:
Socialidade: o poder é um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples
consideração de fatores individuais;
Bilateralidade, indicando que o poder é sempre a correlação de duas ou mais vontades,
havendo uma que predomina.
O Poder social, é a capacidade de um coletivo realizar influência social, ou seja,
influenciar uma ou mais pessoas, de forma comunicativa, harmônica, ou até
repressiva. Poder que surge do próprio grupo social, para sua organização hierárquica.
Neste momento, ocorrerá a escolha do líder do grupo social, que comandará os demais
membros.
Cuidado: Elementos que constitui Agrupamento Humano não deve ser confundido com as
Característica do Agrupamento Humano. Embora semelhantes possuem importância diversa.
As características de um grupo social é a base de sua formação, e possuem a função de
diferenciar agrupamento humano de agregados sociais. Por sua vez, os elementos constitutivos
são os pilares que sustentarão a formação da sociedade. Possuem prerrogativa de delimitar a
formação da sociedade.
HISTÓRIA DO PODER SOCIAL NA FORMAÇÃO DOS AGRUPAMENTOS
HUMANOS
É importante salientar, que existe algumas teorias que negam a necessidade do poder
social, como elemento constitutivo do agrupamento humano, que são chamados os anarquistas
ou cínicos, representados por Diógenes, originada dos filósofos da Grécia antiga (século V e
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VI a. C) pregando que o homem deve viver de acordo com a natureza, sem se preocupar em
obter bens, sem respeitar convenções ou instituições sociais. Outra demonstração de
anarquismo está no Cristianismo, apontando os próprios evangelhos inúmeras passagens que
condenado poder de uns sobre os outros, pregando a fraternidade universal.
Com Santo Agostinho surgiu a mais avançada expressão do anarquismo cristão em sua
obra “Da cidade de Deus”. Daí para frente começaria a tomar corpo a ideia de que a Igreja
deveria assumir o poder temporal com a finalidade formar um grande Império Cristão.
Enfim, todas as teorias propostas podem ser reduzidas a duas:
Teorias Religiosas, revelam a presença de uma crença capaz de influir poderosamente
na ação humana;
Teorias Econômicas, as que indicam a predominância de um fator de natureza
econômica, na base da diferenciação entre governantes e governados.
Devido ao excessivo apelo à violência o anarquismo foi perdendo adeptos e é com os
Contratualistas que a ideia de povo, sendo a fonte do poder, chegando assim a organização
social. Assim para se aferir a legitimidade (validade da existência) do poder social nos
agrupamentos socais, Max Weber indica a existência de três grandes tipos de poder:
O Poder Tradicional: consiste no poder pela sucessão (hereditariedade), o poder tradicional
é marcado por um forte respeito aos usos e costumes perpetuados em um dado grupo social.
Poder existente nos impérios, reinados e feudos. O império brasileiro é o melhor exemplo desse
tipo de poder existente por aqui. A prova disso é que quando D. Pedro I retorna a Portugal e o
Brasil fica sem o seu regente, é esperado a maioridade de D. Pedro II para assumir o trono.
Enquanto isso eclodiram vários conflitos país a fora. Só o jovem príncipe assumir, e o país
voltou a normalidade por um bom período de tempo
O Poder Carismático, que é aquele exercido pelos líderes autênticos, que interpretam os
sentimentos e aspirações do povo. As qualidades superiores de alguns membros do grupo fazem
com que ele seja escolhido pelos outros para que os chefie. Obedece-se a este poder à pessoa
que o detém pelas suas qualidades pessoais, como por exemplo Nelson Mandela na África do
Sul, Dalai Lama do Tibete, etc
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O Poder Racional, exercido pelas autoridades investidas pela vontade das pessoas, mediante
eleição e voto. Exemplo, são as eleições municipais, estaduais e federais, eleição de sindico,
eleição de diretor da escola e entre outros.
A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
A sociedade é formada a partir de um agrupamento humano. Sabemos que um
agrupamento humano é associação de pessoas com objetivos, poder social e manifestação em
conjunto ordenado. Assim o agrupamento humano para se tornar uma sociedade é necessário o
elemento CONTINUIDADE OU TEMPORAL
Entende-se por Continuidade ou temporalidade o que não pode interromper, o que
perdura. Em outras palavras uma sociedade para ser emanada é necessária que não se limite a
uma extinção. Não se pode saber quando terá fim, nasce para durar. Qualquer que seja a
possibilidade de se determinar sua extinção, estará abalada a estrutura da sociedade, portanto
mantendo-se somente como agrupamento humano. A extinção prevista no elemento tempo ou
continuidade se desdobra em:
Determinado: Neste caso a extinção possui uma data estabelecida com exatidão e
precisão;
Determinável: Quando a extinção não possui uma data fixada e sim uma previsão,
sendo que a extinção, ocorrerá quando os objetivos do agrupamento humano forem alcançados.
5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quais são os elementos constitutivos da sociedade? Explique.
b) – Defina Ordem, Adequação e Reiteração.
c) – Quais são as formas de legitimar o poder segundo Max Weber?
d) – Em relação ao poder social diferencie a teoria econômica da religiosa.
e) – Diferencie Sociedade de Agrupamento Humano.
f) – Explique cada Requisito necessários para se Formar uma Sociedade.
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AGRUPAMENTO
HUMANO
(PLENO OU COMPLETO)
Manifestação em Conjunto ordenado
Valor Social (objetivos)
Poder Social
+
CONTINUIDADE
SOCIEDADE
FORMADA
socie
AGRUPAMENTO
HUMANO
(DEFASADO OU
INCOMPLETO)
Ausência de um ou mais dos
Elementos que o Constitui.
+
CONTINUIDADE
AGRUPAMENTO
HUMANO
socie
AGRUPAMENTO
HUMANO
(PLENO OU COMPLETO)
Manifestação em Conjunto ordenado
Valor Social (objetivos)
Poder Social
+
Ausência do Elemento
CONTINUIDADE
AGRUPAMENTO
HUMANO
socie
AGRUPAMENTO
HUMANO
(DEFASADO OU
INCOMPLETO)
Ausência de um ou mais dos
Elementos que o Constitui.
+
Ausência do Elemento
CONTINUIDADE
AGRUPAMENTO
HUMANO
socie
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