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FACULDADE IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL Éverton Nazari Análise das práticas de segurança e saúde no trabalho em obras prediais de Passo Fundo - RS PASSO FUNDO-RS 2018

ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL‰VERTON NAZARI(1).pdf · O Poder do Hábito – Charles Duhigg. RESUMO O setor da construção civil apresenta altos índices

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FACULDADE IMED

ESCOLA POLITÉCNICA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Éverton Nazari

Análise das práticas de segurança e saúde no

trabalho em obras prediais de Passo Fundo - RS

PASSO FUNDO-RS

2018

Éverton Nazari

Análise das práticas de segurança e saúde no trabalho em obras prediais de

Passo Fundo - RS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de engenheiro civil no curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica da IMED.

Orientador(a): Prof. Me. Michelle Trevisan da Silva

PASSO FUNDO-RS

2018

Éverton Nazari

Análise das práticas de segurança e saúde no trabalho em obras prediais de

Passo Fundo - RS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de engenheiro civil no curso de Engenharia Civil, na Escola Politécnica da IMED, com Linha de Pesquisa em gestão da construção e desempenho das edificações.

Passo Fundo, 05 de dezembro de 2018

BANCA EXAMINADORA

Prof. Michelle Trevisan da Silva - Mestre - IMED - Orientador

Prof. Evandro Carlo Soffiatti - Mestre - IMED

Prof. Dandara Pereira de Almeida - Especialista em Engenharia de Segurança do

Trabalho - UCL

Dedico este trabalho à Deus, à minha família,

e à minha namorada.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é dedicado à minha família pelo amor, incentivo e apoio

incondicional.

As minhas duas sobrinhas Manuella e Marina por tornarem os momentos em

família mais alegre.

A minha namorada Louise, pela motivação nos momentos difíceis, estimulo,

compreensão e amor, isso me ajudou muito a superar os obstáculos e buscar os meus

sonhos.

Ao Professor Wagner Cavalare de Souza, que me ajudou a delinear o foco da

pesquisa, me ajudando nos primeiros passos deste trabalho.

A Professora Michelle Trevisan da Silva, que me acolheu como orientando com

paciência, dedicação e em dicas pontuais.

Ao Professor Marcelo Fabiano Costella, pelas dicas e artigos que contribuíram

para realização dessa pesquisa.

Às empresas que participaram deste estudo.

E principalmente agradeço a Deus, por sempre estar iluminando meu caminho.

“O Neill nunca prometeu que seu foco na

segurança dos funcionários elevaria os

lucros da Alcoa. No entanto, conforme suas

novas rotinas foram se espalhando por toda

a organização, os custos baixaram, a

qualidade subiu e a produtividade disparou.”

O Poder do Hábito – Charles Duhigg.

RESUMO

O setor da construção civil apresenta altos índices de acidentes de trabalho e o atendimento às normas regulamentadoras é uma das melhores maneiras de aumentar a segurança nas obras e diminuir as causas e as ocorrências de acidentes. Este trabalho busca verificar o cumprimento das exigências da norma regulamentadora NR-18, principal legislação das condições de segurança nas atividades da construção civil, em canteiros de obras prediais de Passo Fundo – RS e propor adequações na gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SST). O instrumento de coleta utilizado foi um checklist, composto por 249 itens de verificação, divididos em 16 tópicos, referentes aos capítulos da NR-18. Essa lista de verificação foi aplicada em quinze obras de edifícios residenciais multifamiliares em fase de construção, acima de oito pavimentos, caracterizando obras de grande porte e pertencentes a subclasse Construção de Edifícios. A partir dos resultados obtidos no checklist, foi atribuída uma nota para cada obra avaliada, para cada grupo da norma e para o total de obras do município. Das obras analisadas, 40% atingiram notas maiores que a média geral do município que foi de 6,94, correspondendo a 69,4% de itens em conformidade com a NR-18. Os tópicos que apresentaram as melhores pontuações foram os referentes a ordem, limpeza e tapumes; Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil e máquinas, equipamentos e ferramentas diversas. As piores notas foram referentes aos serviços de proteção contra incêndio; armações de aço; Equipamentos de Proteção Individual; sinalização de segurança; serra circular e central de carpintaria e serviços em telhado e cobertura. Para melhorar o grau de atendimento destes tópicos, sugeriu-se a implantação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) que promova treinamentos específicos, fiscalizações de serviços, incentivos a boas práticas de segurança, divulgação dos mapas de riscos, elaboração de sinalizações mais atrativas e compreensíveis, entre outras medidas que ofereçam melhores condições de trabalhos aos funcionários. Em conclusão, apesar do grau de cumprimento da cidade de Passo Fundo ser superior a 50%, a porcentagem de itens em desconformidade com a NR-18 ainda é elevada. É preciso que ações e medidas de SST sejam implantadas nos canteiros de obra para que o grau de conformidade às exigências normativas aumente e, associadamente, aumente o desempenho e produtividade, reduza os riscos de acidentes, previna multas, embargos e interdições nos canteiros de obra e contribua para minimização das estatísticas de acidentes de trabalho no setor da Construção Civil.

Palavras-chave: Segurança e Saúde do Trabalho. NR-18. Construção Civil.

ABSTRACT

The construction industry has high rates of accidents at work and compliance with regulatory standards is one of the best ways to increase safety at work and reduce the causes and occurrences of accidents. This paper seeks to verify compliance with the requirements of regulation NR-18, the main legislation of safety conditions in construction activities, at construction sites in Passo Fundo - RS and propose adjustments in the Occupational Health and Safety (OSH) management. The collection instrument used was a checklist, composed of 249 verification items, divided into 16 topics, referring to the chapters of NR-18. This checklist was applied to fifteen sites of multi-family residential buildings under construction, above eight floors, characterizing large building works and belonging to the Construction of Buildings subclass. From the results obtained in the checklist, a note was awarded for each construction site evaluated, for each group of the standard and for the total works of the city. Of the sites analyzed, 40% reached scores higher than the general average of the municipality, which was 6.94, corresponding to 69.4% of items in accordance with NR-18. The topics that presented the best scores were those referring to order, cleaning and sidings; Program of Conditions and Environment of Work in the Civil Construction and machinery, equipment and diverse tools. The worst scores were related to fire protection services; steel frames; equipments for individual safety; security signage; circular saw and central carpentry and cover and roof services. To improve the level of care of these topics, it was suggested to implement a Safety and Health Management System (SHMS) to promote specific training, service inspections, incentives to good safety practices, dissemination of risk maps, more attractive and understandable signs, among other measures that offer better working conditions to employees. In conclusion, although the degree of compliance of the city of Passo Fundo is greater than 50%, the percentage of items in disagreement with NR-18 is still high. OSH actions and measures need to be implemented at construction sites so that the degree of compliance with regulatory requirements increases and, in particular, increase performance and productivity, reduce accident risks, prevent fines, embargoes and bans on construction sites and contribute to the minimization of accident statistics in the Civil Construction sector.

Key words: Safety and Health at Work. NR-18. Civil Construction.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Notificações em Segurança e Saúde do Trabalho em 2014 ..................... 15

Figura 2 - Fluxograma da origem das NRs ............................................................... 22

Figura 3 - Total de acidentes de trabalho com CAT registrada no Brasil – Classe

Construção de edifícios ............................................................................................. 24

Figura 4 - Total de acidentes de trabalho com CAT registrada no estado Rio Grande

do Sul e respectivas caracterizações – Classe Construção de edifícios ................... 24

Figura 5 - Tipos de andaimes .................................................................................... 33

Figura 6 - As Linhas Orientadoras da OIT sobre SGSST: Um Ciclo de melhoria

contínua .................................................................................................................... 38

Figura 7 - Plan-Do-Check-Act (PDCA) ...................................................................... 40

Figura 8 - Fluxograma da metodologia ...................................................................... 45

Figura 9 - Questionário para mapeamento das obras estudadas .............................. 46

Figura 10 - Tapume em boas condições ................................................................... 52

Figura 11 - Canteiro de obra com entulhos espalhados ............................................ 52

Figura 12 - Canteiro limpo (sem entulhos espalhados) ............................................. 53

Figura 13 - Canteiro com caçamba tele entulho ........................................................ 53

Figura 14 - Instalações sanitárias em conformidade com a NR-18 ........................... 55

Figura 15 - Instalações sanitárias em desconformidade com a NR-18 ..................... 56

Figura 16 - Local para refeição em desconformidade com a NR-18 ......................... 57

Figura 17 - Local para refeição em conformidade com a NR-18 ............................... 57

Figura 18 - Área de corte e dobra de vergalhões em conformidade com a norma .... 63

Figura 19 - Corrimãos das escadas permanentes em conformidade com a norma .. 64

Figura 20 - Disjuntores do quadro geral de distribuição com seus circuitos identificados

.................................................................................................................................. 75

Figura 21 - Grau de atendimento total à NR-18 de cada obra e de Passo Fundo..... 80

Figura 22 - Grau de atendimento de cada tópico da NR-18 das obras de Passo Fundo

.................................................................................................................................. 82

Figura 23 - Proteções tipo “cogumelos” para pontas de vergalhões ......................... 84

Figura 24 - Proteção para fileira de vergalhões com a sobreposição de ”caixotes” .. 85

Figura 25 - Sinalizações de segurança ..................................................................... 86

Figura 26 - Mapa de Risco de uma obra ................................................................... 86

Figura 27 - Sinalização com figuras que facilitam a compreensão dos trabalhadores

.................................................................................................................................. 87

Figura 28 - Dispositivo visuais associado ao uso de EPIs ........................................ 88

Figura 29 - Pôster com fotos dos filhos dos funcionários para efeito emocional ....... 88

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas .. 32

Quadro 2 - Práticas de gestão da SST na categoria Treinamento ............................ 41

Quadro 3 - Práticas de gestão da SST na categoria Participação dos Trabalhadores

.................................................................................................................................. 42

Quadro 4 - Práticas de gestão da SST na categoria Programas de Incentivos......... 43

Quadro 5 - Grupos do Checklist ................................................................................ 47

Quadro 6 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico A .................................... 50

Quadro 7 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico A (continuação) .............. 51

Quadro 8 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico B .................................... 51

Quadro 9 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.1 ................................. 54

Quadro 10 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.2 ............................... 56

Quadro 11 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.2 (continuação)......... 57

Quadro 12 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.3 ............................... 58

Quadro 13 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.4 ............................... 59

Quadro 14 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico E .................................. 60

Quadro 15 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico E (continuação) ............ 61

Quadro 16 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico F................................... 61

Quadro 17 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico F (continuação) ............ 62

Quadro 18 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.1 ............................... 63

Quadro 19 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.2 ............................... 64

Quadro 20 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.2 (continuação) ........ 65

Quadro 21 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.3 ............................... 65

Quadro 22 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.3 (continuação) ........ 66

Quadro 23 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4 ............................... 66

Quadro 24 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4 (continuação) ........ 67

Quadro 25 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4 (continuação) ........ 68

Quadro 26 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.5 ............................... 68

Quadro 27 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.6 ............................... 68

Quadro 28 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.6 (continuação) ........ 69

Quadro 29 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.7 ............................... 70

Quadro 30 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.8 ............................... 71

Quadro 31 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.10 ............................. 71

Quadro 32 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico H .................................. 72

Quadro 33 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico J ................................... 73

Quadro 34 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico K .................................. 74

Quadro 35 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico L ................................... 75

Quadro 36 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico L (continuação) ............ 76

Quadro 37 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico M .................................. 76

Quadro 38 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico M (continuação) ........... 77

Quadro 39 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico N .................................. 77

Quadro 40 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico N (continuação) ........... 78

Quadro 41 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico O .................................. 78

Quadro 42 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico O (continuação) ........... 79

Quadro 43 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico P .................................. 79

Quadro 44 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico P (continuação) ............ 80

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEAT Anuário Estatístico de Acidente do Trabalho

BA Bahia

CAT Comunicação de Acidente do Trabalho

CE Ceará

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

DRT Delegacia Regional do Trabalho

EPI Equipamento de Proteção Individual

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

ISO International Organization for Standardization – Organização Internacional

para Padronização

MPS Ministério da Previdência Social

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

N Não Conformidade

NA Não se Aplica

NR Normas Regulamentadora

NRs Normas Regulamentadoras

OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series – Série de Avaliação

de Segurança e Saúde Ocupacional.

OIT Organização Internacional do Trabalho

PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da

Construção

PDCA Plan-Do-Check-Act

RS Rio Grande do Sul

S Em Conformidade

SGSST Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho

SST Segurança e Saúde no Trabalho

SRTE Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 15

1.1 OBJETIVOS ..................................................................................... 17

1.2 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................ 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................... 19

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................ 19

2.1.1 Breve histórico ............................................................................... 19

2.1.2 Conceituação .................................................................................. 20

2.1.3 Legislações e normas .................................................................... 21

2.2 ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................ 23

2.2.1 Dados estatísticos .......................................................................... 23

2.2.2 Causas ............................................................................................ 25

2.2.3 Custos ............................................................................................. 27

2.3 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

28

2.3.1 NR-18 ............................................................................................... 28

2.3.2 Aplicação da NR-18 nos canteiros ................................................ 35

2.4 GESTÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO .................................. 36

2.4.1 Conceito de gestão ........................................................................ 36

2.4.2 Programas de gestão ..................................................................... 37

2.4.3 Práticas de gestão .......................................................................... 40

3 METODOLOGIA .............................................................................. 44

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................... 44

3.2 DESCRIÇÃO DAS AMOSTRAS ....................................................... 45

3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................... 46

3.4 TABULAÇÃO DOS DADOS ............................................................. 47

3.5 PROPOSTA DE MELHORIAS ......................................................... 49

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................................. 50

4.1 ATENDIMENTO À NR-18 POR TÓPICO ......................................... 50

4.1.1 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Construção Civil (PCMAT) ...................................................................................... 50

4.1.2 Ordem, limpeza e tapumes ............................................................ 51

4.1.3 Áreas de vivência ........................................................................... 53

4.1.4 Escavações, fundações e desmonte de rochas .......................... 59

4.1.5 Serra circular e central de carpintaria .......................................... 60

4.1.6 Armações de aço ............................................................................ 61

4.1.7 Proteção contra quedas de altura ................................................. 63

4.1.8 Elevadores ...................................................................................... 72

4.1.9 Grua ................................................................................................. 73

4.1.10 Serviços em telhado e cobertura .................................................. 73

4.1.11 Instalações elétricas ...................................................................... 74

4.1.12 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas ....................... 75

4.1.13 Equipamento de Proteção Individual ........................................... 76

4.1.14 Armazenamento e estocagem de materiais ................................. 77

4.1.15 Proteção contra incêndio .............................................................. 78

4.1.16 Sinalização de segurança .............................................................. 79

4.2 ATENDIMENTO À NR-18 GERAL ................................................... 80

4.3 ATENDIMENTO À NR-18 DE PASSO FUNDO POR GRUPOS ...... 81

4.4 PROPOSTA DE MELHORIA NAS PRÁTICAS DE SST ................... 83

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 90

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 93

ANEXOS ................................................................................................................. 100

15

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil está entre as atividades com os maiores

percentuais de notificações de acidentes do trabalho entre os anos de 2012 e 2017,

apresentando 2,4% do total de ocorrências (LIS, 2018). De acordo com o artigo 19 da

Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, acidente de trabalho pode ser entendido como

sendo:

[...] o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados [...], provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991, p.12).

Na Figura 1 são apresentados os totais de notificações de acidentes do trabalho

durante o ano de 2014. Percebe-se que a construção civil é o terceiro setor econômico

com maior número de acidentes notificados. Esse fato pode ser justificado por

problemas gerenciais, pela cultura dos trabalhadores e também pela da mão de obra

desqualificada (MTE, 2018b).

Figura 1 - Notificações em Segurança e Saúde do Trabalho em 2014

Fonte: Adaptado de Ministério do Trabalho e Emprego, 2018b.

16

Segundo o Ministério da Fazenda et al. (2016), no Brasil nos anos de 2014,

2015 e 2016 foram catalogados 15.402, 12.393 e 9.549 acidentes, respectivamente,

durante a construção de edifícios de todos os tipos (residenciais, comerciais,

industriais, agropecuários e públicos). Houve uma redução no número de acidentes

com o passar dos anos, porém as estatísticas ainda são altas, devendo-se adotar

práticas mais cautelares para minimização dos acidentes de trabalho em obras.

Com intuito de diminuir os índices de acidentes do trabalho na construção civil,

normas e legislações ficaram cada vez mais rigorosas e necessárias. Dentre estas,

pode-se evidenciar a Norma Regulamentadora NR-18 – Condições e meio ambiente

de trabalho na indústria da construção (BRASIL, 2015b), a qual estabelece diretrizes

para administração, planejamento e organização de medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos ambientes de trabalho na indústria da construção.

Entretanto, o cumprimento das normas regulamentadoras nos canteiros de

obra ainda é deficiente. A heterogeneidade das obras, a falta de profissionais

especializados, a rotatividade de mão de obra, a contratação de empresas

terceirizadas e, por conta disso, a dificuldade em fiscalizar e adotar medidas

preventivas estáveis, são alguns elementos que dificultam a implementação das

normas e da segurança nos canteiros (COSTELLA; JUNGES; PILZ, 2014).

A busca por meios que reduzam custos é uma realidade cada vez mais

constante nas empresas. Frente a este cenário, as construtoras tendem a optam por

cortar gastos considerados desnecessários para o empreendimento, mas que afetam

diretamente no canteiro de obra. Os custos para adequar uma obra à legislação

podem ser altos no início, porém são reduzidos ao comparados aos das multas e

penalidades convenientes para este caso (SOUZA, 2012).

A gestão e o gerenciamento nas obras podem contribuir para a adoção de

práticas seguras em ambientes de trabalho. Treinamentos periódicos de equipes, por

exemplo, podem mostrar para os funcionários os comportamentos adequados,

medidas preventivas e a forma correta de agir frente a uma situação de risco.

Com base nos fatos citados, são importantes que novos estudos acerca da

segurança do trabalho sejam realizados e, consequentemente, novas práticas surjam

para incentivar e ajudar na implementação das normas regulamentadoras.

Este projeto justifica-se, pois, a partir da caracterização atual das obras de

Passo Fundo – RS, será possível propor medidas que aperfeiçoem as condições de

17

segurança no trabalho e assim continuando a minimizar os índices de acidentes a

cada ano na área de construção de edifícios.

A adequação e a melhoria dos sistemas de gestão existentes nas construtoras,

engloba benefícios desde a preservação de vidas ao aumento da lucratividade com a

diminuição dos gastos com acidentes de trabalho nos canteiros de obras, multas e

embargos (BRIDI et al., 2013).

Nesse contexto, práticas de gestão aplicadas à segurança do trabalho podem

auxiliar empresas e construtoras, de Passo Fundo e também de outras cidades

brasileiras, a adequarem seus canteiros de obras com a NR-18, aumentando sua

lucratividade, produtividade e qualidade no ambiente de trabalho, sendo mais uma

motivação para o desenvolvimento desse projeto.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral dessa pesquisa é verificar o grau de cumprimento das

exigências da norma NR-18 nos canteiros de obras prediais de Passo Fundo – RS e

propor adequações na gestão de segurança e saúde no trabalho.

De forma a atender o objetivo geral, deve-se cumprir os seguintes objetivos

específicos:

• Conhecer o grau de desenvolvimento e as características das obras prediais

que serão estudadas em Passo Fundo – RS;

• Aferir o atendimento da NR-18 em canteiros de obras a partir do checklist;

• Investigar os pontos críticos de segurança de cada obra, para caracterizar o

grau de conformidade à NR-18;

• Sugerir ações e medidas de gestão que auxiliem na redução dos problemas

identificados na segurança e saúde do trabalho nas obras analisadas.

18

1.2 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO

A presente pesquisa limita-se a analisar o grau de cumprimento da NR-18,

principal norma regulamentadora das condições de segurança do trabalho no setor da

Construção Civil, em canteiros de obra da cidade de Passo Fundo – RS.

Devido a abrangência das atividades que compõem o setor da Construção Civil,

optou-se por selecionar obras pertencentes a atividade econômica da subclasse

Construção de Edifício.

A amostra é composta por quinze obras, de quinze construtoras diferentes. Os

canteiros de obra avaliados são de edifícios residenciais multifamiliares em fase de

construção, acima de oito pavimentos e que, por conta disso, o item 18.14.23.1 da

NR-18, exige a presença de elevadores (BRASIL, 2015c).

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

2.1.1 Breve histórico

O tema de segurança do trabalho está cada vez mais difundido dentro das

empresas, por contribuir para a execução das atividades sem prejuízos a saúde e,

consequentemente, por reduzir os acidentes de trabalho. De maneira a minimizar

custos com acidentes e aumentar a produtividade, as pessoas responsáveis pelas

construtoras se preocupam em assegurar aos seus operários melhor qualidade de

vida no ambiente de trabalho (SILVA et al., 2014).

Os primeiros relatos acerca do assunto surgiram com importantes filósofos do

período pré-cristão, tais como Hipócrates, que sugeriu a limpeza após o trabalho para

evitar doenças dos trabalhadores nas minas de estanho; e Aristóteles, que estudou

sobre as doenças profissionais dos corredores e como evitá-las (ROCHA, 1999).

O grande marco para os estudos sobre segurança do trabalho surgiu em 1700,

na Itália, com a publicação do livro “De Morbis Artificium Diatriba”, pelo médico

Bernardino Ramazzini, conhecido como pai Medicina do Trabalho. Sua obra pode ser

traduzida ao português como “As Doenças dos Trabalhadores” e nela são descritas

várias doenças relacionadas ao trabalho que afetam os trabalhadores de diversas

profissões (GONZÁLEZ, 2007).

No mundo, a primeira Constituição a incorporar legislação sobre segurança na

indústria foi a mexicana, no início do século XX. Já no Brasil, entre os períodos de

1760 a 1830, com a Revolução Industrial, apontaram-se as primeiras leis trabalhistas,

destacando a redução da carga horária e as condições relativas às exigências de

trabalho (NORONHA, 2009).

Após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, foi criada a Organização

Internacional do Trabalho (OIT), com o intuito de promover a justiça social e contribuir

para a paz universal e permanente, sendo a única agência do sistema das Nações

Unidas com estrutura tripartite, onde os representantes de empregadores e de

trabalhadores tem os mesmos direitos que os representantes de governos (JÚNIOR;

LÓPEZ-VALCÁRCEL; DIAS, 2005).

20

As leis sobre segurança são recentes no Brasil, comparado aos outros países

europeus. O sistema escravista resistiu até 1888, revelando ainda a omissão das

questões sociais. Mesmo com o início da República, o cenário continuou o mesmo,

podendo ser notado na Constituição de 1891, a qual não apresentou preocupação

com a questão social e trabalhista (ROCHA, 1999).

No governo de Getúlio Vargas, iniciou-se o processo de direitos trabalhistas

individuais e coletivos, a partir da criação, em 1º de maio de 1943, da Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT), com o objetivo de unificar toda a legislação trabalhista

existente no Brasil. A CLT, ao longo dos anos, sofreu alterações devido às mudanças

nas relações de trabalho, entretanto, ainda é o principal regulamento na proteção dos

trabalhadores (SILVA et al., 2014).

Para minimizar o número de acidentes acarretados no setor industrial, o

Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) aprovou com a portaria n° 3.214 de 08 de

agosto de 1978, vinte e oito normas regulamentadoras, refletindo como um grande

progresso na legislação brasileira em segurança do trabalho. Atualmente existem 36

normas regulamentadoras (GALINA; COSTELLA, 2010).

Em suma, no Brasil em específico, há carência de estudos sobre segurança do

trabalho na construção, havendo necessidade de incentivos a pesquisas. O pouco

conhecimento sobre índices de acidentes, cenários dos canteiros em relação à

segurança, custos de inserção, programas de incentivo e a carência de normas, entre

variados outros assuntos, só contribuem para que a construção civil esteja entre as

indústrias mais causadoras de acidentes no país (ROCHA; SAURIN; FORMOSO,

2000).

2.1.2 Conceituação

Entende-se por Segurança do Trabalho como sendo um conjunto de medidas

que visam promover o desenvolvimento e a valorização do ser humano, preservando

sua saúde, integridade física e bem-estar. Tais medidas são definidas por leis e

normas, onde o maior desafio é conscientizar e motivar os trabalhadores para o

cumprimento das mesmas (SILVA et al., 2014).

O principal objetivo da segurança do trabalho é a eliminação ou redução da

ocorrência de acidentes. Para evidenciar um problema no ambiente do trabalho, não

se devem esperar apenas acidentes com lesões corporais ou mortes, é preciso

21

assumir o conceito prevencionista, o qual considera acidente como sendo um evento

inesperado que acarrete consequências como morte, problemas de saúde,

ferimentos, danos e outros prejuízos (BENITE, 2004).

Segundo o Ministério da Fazenda et al. (2016), acidente de trabalho pode ser

entendido como um evento com registro de Comunicação de Acidente do Trabalho

(CAT) gravada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e aqueles que, apesar

de não terem sido objeto de CAT, deram origem a benefícios por incapacidade de

natureza acidentária.

O CAT é um recurso formal de registro dos acidentes de trabalho. Faz-se

necessário para que as estatísticas sobre acidentes de trabalho sejam geradas pelo

Ministério da Previdência Social (GUETHS, 2009).

Outro conceito importante é o de “quase-acidentes” que, de maneira geral,

pode ser entendido como sendo um imprevisto que poderia gerar danos pessoais,

materiais ou combinação de ambos (CAMBRAIA, 2004).

Conhecer os quase-acidentes é essencial na redução e eliminação dos

acidentes, pois identificando as falhas e deficiências da segurança é possível detectar,

analisar e implementar medidas de controle para evitar acidentes reais em situações

futuras (BENITE, 2004).

O Ministério da Fazenda et al. (2016), classifica os acidentes do trabalho em

três tipos e são referentes aos acidentes que foram registrados por meio da CAT. O

primeiro denomina-se por acidentes típicos, consequente do padrão da atividade

profissional realizada; o segundo entende-se por acidentes de trajeto, decorrente do

percurso entre a residência e o local de trabalho e o terceiro intitula-se por doenças

do trabalho, desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar.

2.1.3 Legislações e normas

Em 1943 foi aprovada pelo Presidente da República, no Decreto-Lei 5.452, a

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com o objetivo de unificar toda a legislação

trabalhista existente no Brasil (SILVA et al., 2014).

Em 1977, o Brasil se encontrava na posição de campeão mundial em acidentes

do trabalho. Para inverter esse panorama, foi feita a mudança do Capítulo V, Título II

da CLT, através da Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977, na qual se aprofundou o

assunto sobre as medidas preventivas. As normas de segurança e medicina do

22

trabalho foram consolidadas e publicadas em 1978 pela Portaria 3.214 (OLIVEIRA,

2007).

Compete à Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978, aprovar as Normas

Regulamentadoras do Capítulo V, Título ll, da CLT, referentes à Segurança e Medicina

do Trabalho (MTE, 2018a). Representa no Brasil, em nível normativo, a primeira

consolidação das normas de segurança e saúde no trabalhador, adotada como

referência por muitos profissionais da área de segurança do trabalho (OLIVEIRA,

2007).

Na Figura 2 é apresentada de forma simplificada a origem das normas.

Figura 2 - Fluxograma da origem das NRs

Fonte: Camisassa, 2018, p. 04.

Atualmente, a Portaria 3.214/78 conta com 36 Normas Regulamentadoras,

dispostas abaixo, (MTE, 2018a):

NR-1 Disposição gerais; NR-2 Inspeção prévia; NR-3 Embargos e interdição; NR-4 Serviço especializado em segurança e medicina do trabalho – SESMT; NR-5 Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA; NR-6 Equipamentos de proteção individual – EPI; NR-7 Programas de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO; NR-8 Edificações; NR-9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA; NR-10 Segurança em instalações e serviços de eletricidade; NR-11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais; NR-12 Maquinas e equipamentos; NR-13 Caldeiras e Vasos de Pressão e tubulações; NR-14 Fornos; NR-15 Atividade e operações insalubres; NR-16 Atividade e operações perigosas; NR-17 Ergonomia; NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR-19 Explosivos; NR-20 Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis; NR-21 Trabalho a céu aberto; NR-22 Segurança e saúde ocupacional na mineração; NR-23 Proteção contra incêndio; NR-24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho; NR-25 Resíduos industriais; NR-26 Sinalização de segurança; NR-27 Registro de profissionais do técnico de segurança do trabalho no ministério do trabalho;

23

NR-28 Fiscalização e penalidades; NR-29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário; NR-30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário; NR-31 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária,

Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura; NR-32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde; NR-33 Segurança e saúde do trabalho em espaços confinados; NR-34 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, reparação e

desmonte naval; NR-35 Segurança e saúde do trabalho em altura; NR-36 Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e

derivados.

No Anexo A, são apresentados os escopos detalhados das normas

regulamentadoras em vigor.

2.2 ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.2.1 Dados estatísticos

O acidente de trabalho pode ser considerado como um problema da saúde

pública no Brasil pois, além de prejudicar os trabalhadores e empregadores, impacta

na economia do país (CAVALCANTE et al., 2015). Conhecer as estatísticas dos

acidentes do trabalho permite compreender o real impacto desse fenômeno e, assim,

promover ações que melhorem as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores

(DIEESE, 2016).

Com base no Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT, do

Ministério da Fazenda et al. (2016), são apresentadas nas Figuras 3 e 4 as

quantidades de acidentes de trabalho com CAT registradas no Brasil e no Rio Grande

do Sul, respectivamente, para a Classe Construção de Edifícios, dos anos de 2014,

2015 e 2016.

A partir da Figura 3, nota-se uma redução de 19,53% no número total de

acidentes entre os anos de 2014 e 2015. Porém, em 2016 essa diminuição foi mais

significativa, sendo o número de acidentes 22,95% menor que as estatísticas de 2015

(MINISTÉRIO DA FAZENDA et al., 2016).

No Rio Grande do Sul, conforme apresentado na Figura 4, há maior ocorrência

de acidentes típicos, seguido de acidentes de trajeto e de doenças do trabalho.

Comparando os anos de 2014 e 2016 se percebe uma redução de 29,25% de

acidentes típicos e 15,84% de acidentes de trajeto.

24

Figura 3 - Total de acidentes de trabalho com CAT registrada no Brasil – Classe Construção de edifícios

Fonte: Adaptado de Ministério da Fazenda et al., 2016.

Figura 4 - Total de acidentes de trabalho com CAT registrada no estado Rio Grande do Sul e

respectivas caracterizações – Classe Construção de edifícios

Fonte: Adaptado de Ministério da Fazenda et al., 2016.

15.402

12.393

9.549

8.000

9.000

10.000

11.000

12.000

13.000

14.000

15.000

16.000

2014 2015 2016

Qu

an

tid

ad

e d

e a

cid

en

tes

do

tra

ba

lho

Ano

2014 2015 2016

Doença 12 8 7

Trajeto 101 88 85

Típico 711 609 503

300

400

500

600

700

800

900

Qu

an

tid

ad

e d

e a

cid

en

tes d

o t

rab

alh

o

25

Já na ocorrência de doenças do trabalho, comparado com 2014, houveram

reduções de 33,33% em 2015 e de 41,66% em 2016 (MINISTÉRIO DA FAZENDA et

al., 2016).

Apesar da diminuição nos números dos acidentes, os índices ainda são

elevados no setor da construção civil e, por se tratar de vidas, é necessário que as

empresas e responsáveis busquem cada vez mais pela redução constante desses

indicadores (ZANOTTO, 2018).

2.2.2 Causas

Diversas são as causas dos acidentes de trabalho na construção civil, uma

delas se refere aos atos inseguros que são como um comportamento inadequado do

trabalhador, sabendo que dele pode gerar um acidente, ou seja, a vítima se torna

responsável pelo acidente por praticar um ato inseguro sobre um risco pré-existente

(MEDEIROS; RODRIGUES, 2001; DELWING, 2002).

Podem-se associar as falhas na segurança em canteiros de obras a

empregadores negligentes que oferecem condições de trabalho inseguras aos

funcionários. Além disso, as condições ambientais que esses funcionários estão

expostos, também podem levá-lo a cometer atos inseguros (MEDEIROS;

RODRIGUES, 2001).

Outro comportamento que coloca em perigo a saúde do trabalhador é a sua

escolha em não usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para

o serviço em questão, alegando que os mesmos são pesados ou desconfortáveis,

ficando desprotegido de eventuais riscos fatais (FONTENELLE; MACENA;

ALBUQUERQUE, 2002).

A segunda causa se refere ao fator pessoal de insegurança que considera

as características de personalidade do trabalhador, podendo ser o princípio da causa

de um acidente, Delwing (2002), cita cinco classificações e exemplos desses fatores:

a) fatores fisiológicos: problemas auditivos, ópticos, alcoolismo, epilepsia, etc;

b) fatores psicológicos: falta de capacidade, transtornos psicomotores, traços

de personalidade, problemas psicomotores, etc;

c) fatores emocionais: preocupações, desobediências, tensão, desatenção,

conflitos sociais, etc;

d) não aderência dos EPIs;

26

e) condições gerais: engloba a inexperiência de algumas tarefas refletidas nos

canteiros de obras, como vestimentas inadequadas, retirada de dispositivos de

segurança, desconhecimento de processos e máquinas, manipulação e

armazenamento incorreto de cargas, etc.

Alguns acidentes podem ser evitados incluindo no canteiro de obra

trabalhadores com facilidade de absorver os conhecimentos concedidos em um

treinamento, estes não estarão sujeitos a acidentes tão facilmente quanto aqueles que

têm dificuldade de tal recurso. Porém, a alta rotatividade dos funcionários da

construção civil dificulta a padronização de treinamentos de segurança nos setores

(MEDEIROS; RODRIGUES, 2001).

A terceira causa, citada por Delwing (2002), refere-se às condições

inseguras, que são quando a empresa expõe o funcionário a uma situação de risco.

Uma condição insegura nos canteiros de obras, destacada por Medeiros e

Rodrigues (2001), é falta de programas de gestão que padronizem processos de

execução das atividades, esse fato aumenta as variações nos métodos de trabalho

realizados pelos funcionários, aumentando também o surgimento de situações

imprevistos.

Santana et al. (2011), afirmam que a falta de recursos financeiros para

investimento em segurança, como a contratação de um profissional de segurança do

trabalho, por exemplo, pode refletir em condições inseguras no ambiente de trabalho.

As condições inseguras de trabalho podem não estar diretamente relacionadas

às causas dos acidentes. Um exemplo são áreas de vivência precárias, que podem

diminuir a motivação dos funcionários e, por isso, estimular comportamentos

negligentes (ROCHA; SAURIN; FORMOSO, 2000).

Além das causas apontadas, Costella, Cremonini e Guimarães (1998), ainda

apresentam quatro naturezas de acidentes na construção civil: o “impacto sofrido”

causado por peças soltas, partes de madeira e ferramentas como martelos e marretas;

a “queda por diferença de nível” de andaimes e escadas de funcionários que

trabalham em altura; o “impacto contra” que ocorre no contato com serras circulares

e perfurações por pregos e, por último, os “esforços excessivos e inadequados” que

atingem serventes e pedreiros durante as atividades de transporte de materiais.

Em suma, o atendimento às exigências normativas é a melhor maneira de

aumentar a segurança nas obras e diminuir as causas e as ocorrências de acidentes,

trazendo benefícios para o empregado e para o empregador (SANTANA et al., 2011).

27

2.2.3 Custos

Entende-se por custo como uma despesa feita por uma pessoa ou empresa

para realizar determinada tarefa, podendo envolver setores de engenharia,

contabilidade, administração, etc. Na construção civil, a obtenção da segurança e

higiene do trabalho equivale, aproximadamente a, 7% dos custos totais da obra e, tais

despesas, podem ser decorrentes da sua implementação, manutenção e

conservação, avaliação, retrabalho, perdas e falhas (GURSKI, 2013).

As altas estatísticas de acidentes na construção civil, que podem ser

relacionadas com a natureza e as condições de trabalho que são submetidas ao

trabalhador, envolvem custos elevados, ligados direta ou indiretamente aos acidentes

e às doenças ocupacionais (MOURA et al., 2016).

Quando há comprovação de culpa, a empresa é condenada a arcar com os

custos originados nos acidentes, que são as indenizações às vítimas, aos familiares

e até o reembolso ao INSS dos custos dos serviços prestados e pagamento de

benefícios sociais (MOURA et al., 2016).

Segundo a Secretaria da Previdência (2017), entre os anos de 2012 e 2016,

para o pagamento de auxílios-doença, auxílios-acidente, aposentadorias por invalidez

e pensões por morte acidentária, todos decorrentes de acidentes de trabalho, foram

gastos cerca de 20 bilhões de reais. Além desses custos diretos, durante esses anos,

constatou-se uma perda de 250 milhões de dias de trabalho.

A falta ou negligência no cumprimento das medidas obrigatórias de segurança

e saúde do trabalho podem resultar em embargos, interdições e multas às empresas.

Os embargos e interdições, por exemplo, podem originar custos elevados com

paralisações e atrasos na entrega dos empreendimentos (MOURA et al., 2016).

Nesse contexto, acidentes de trabalho, além de causarem prejuízos para o

trabalhador, como redução de salário e lesões físicas, mentais e psicológicas; podem

gerar elevados custos para o poder público e para as empresas, como perdas de

tempo de produção, gastos com treinamentos de substitutos de acidentados, multas,

auxílios previdenciários, etc. (GURSKI, 2013).

28

2.3 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.3.1 NR-18

Devido aos altos índices de acidentes no segmento construção de edificações

no Brasil, foi elaborada a NR-18, a qual abrange uma atividade econômica específica,

a indústria da Construção Civil. Essa norma foi aprovada pela Portaria n° 3.214 de

1978, com o título de “Obras de Construção, Demolição e Reparos” e somente em

1995 foi alterada para “Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção” (CAMISASSA, 2015).

Atualmente, essa norma é composta por 39 capítulos (BRASIL, 2015b). A

seguir serão apresentados os principais capítulos da norma, bem como as exigências

contidas em cada um deles.

a) 18.1 Objetivo e Campo de Aplicação

A NR-18 tem como objetivo regularizar o ambiente de trabalho, implementando

medidas preventivas de segurança e saúde no trabalho em cada atividade do setor

da construção civil, normatizadas na NR-4. No canteiro de obra só é permitido a

permanência de pessoas asseguradas (BRASIL, 2015b).

b) 18.2 Comunicação Prévia

Apresenta a obrigatoriedade das empresas em comunicar à Delegacia

Regional do Trabalho as informações referentes ao endereço correto da obra;

endereço correto e qualificação do contratante; empregador ou condomínio; tipo de

obra; datas previstas do início e conclusão da obra e o número máximo previsto de

trabalhadores na obra (BRASIL, 2015b).

c) 18.3 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção (PCMAT)

O PCMAT, com propósito de reduzir o número de acidentes nos canteiros de

obras, tem como proposta a implantação de medidas preventivas de segurança nas

condições de trabalho e é requisito obrigatório em canteiros de obras com vinte ou

mais trabalhadores (NAKATANI, 2013).

29

Segundo a NR-18 (BRASIL, 2015b), o PCMAT deve ser elaborado por um

profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho e permanecer no

canteiro de obra à disposição do órgão fiscalizador. O empregador ou condomínio é

responsável pela implementação do PCMAT, integrando os seguintes documentos:

a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas;

b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;

c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;

d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da obra;

e) Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência;

f) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária. (BRASIL, 2015b, p.2).

Antes de qualquer etapa de execução da obra, é necessário identificar os riscos

envolvidos e suas respectivas medidas de controle, devendo constar essa previsão

no PCMAT (CAMISASSA, 2015).

De modo geral, esse programa deve ser elaborado antes do início do projeto e

seu conteúdo deve ser dominado pelos membros da equipe de projeto e

planejamento, contendo todas as etapas da obra, a fim de antecipar, perceber, avaliar

e controlar os riscos inerentes aos serviços a serem executados em todos os estágios

da construção, garantindo a integridade física e a saúde dos funcionários (NAKATANI,

2013).

d) 18.4 Áreas de Vivência

Os canteiros de obra devem ter áreas de vivência em perfeito estado de

conservação, higiene e limpeza, sendo elas: instalações sanitárias, vestiário,

alojamento, refeitório, cozinha, lavanderia, área de lazer e ambulatório (BRASIL,

2015b). Esse item é um dos mais abordados pela fiscalização, pois é nele que se

garantem as boas condições humanas de trabalho e relacionamento, contribuindo

para a redução de acidentes (NORONHA, 2009).

30

e) 18.7 Carpintaria

Todas as operações em máquina e equipamento de carpintaria somente podem

ser realizadas por trabalhador qualificado. Nesse capítulo são apresentadas as

disposições sobre a serra circular e especifica os dispositivos que devem ser utilizados

nas operações de corte de madeira. Na carpintaria as lâmpadas de iluminação devem

ser protegidas contra impactos, o piso deve ser resistente, nivelado e antiderrapante,

e a área deve ter cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de

materiais (BRASIL, 2015b).

f) 18.8 Armações de aço

Após os vergalhões de aços serem dobrados e cortados em formatos

específicos, eles são colocados em formas para receber o concreto. As formas podem

ser horizontais ou verticais e, em todas as situações, há pontas de vergalhões

expostas, colocando em risco a segurança dos trabalhadores caso alguma parte do

corpo esbarre em uma dessas extremidades. Por conta disso, a norma proíbe a

existência de pontas verticais de armações de aço desprotegidas. (BRASIL, 2015b;

CAMISASSA, 2015).

Nesse item da norma também são apresentadas exigências para a área de

trabalho onde são feitas as dobragens e cortes de vergalhões. Os processos de corte

e dobra de armação devem ser feitos sobre bancadas ou plataformas apropriadas e

estáveis e afastadas da área de circulação dos trabalhadores, a área deve ter

cobertura resistente para proteção dos trabalhadores contra queda de materiais e

intempéries e as lâmpadas de iluminação devem ser protegidas contra impactos

(BRASIL, 2015b).

g) 18.12 Escadas, rampas e passarelas

É obrigatória a instalação de rampas ou escadas provisórias para transposição

de pisos com diferença de nível superior a 0,40m, devendo ser de construção sólida,

com madeiras de boa qualidade, sem apresentar nós ou ranhuras que comprometam

sua resistência, estar seca e devem ser dotadas de corrimão e rodapé. Nesse capítulo

são apresentadas as especificidades de dimensionamento, uso e cuidados das

escadas provisórias, de mão, de abrir, extensível e fixa, e também das rampas e

passarelas (BRASIL, 2015b).

31

h) 18.13 Medidas de proteção contra quedas de altura

Nesse capítulo são apresentadas as proteções mínimas para as atividades em

altura, ficando obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de

queda de trabalhadores ou de materiais (BRASIL, 2015b).

As aberturas devem ser protegidas por guarda-corpos fixos e por sistema de

fechamento tipo cancela ou similar. As proteções de sistema de guarda corpo e rodapé

devem ser construídas com altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para

o travessão intermediário, o rodapé deve ter altura de 0,20m e os vãos entre travessas

devem ser preenchidos com tela ou outra medida que garanta o fechamento seguro

da abertura (BRASIL, 2015b).

Também é obrigatória a instalação de proteção contra queda de trabalhadores

e de materiais na periferia da edificação, a partir do início dos serviços necessários à

concretagem da primeira laje. O perímetro da construção do edifício deve ser fechado

com tela a partir da plataforma principal de proteção e essa tela deve funcionar como

uma barreira protetora contra queda de materiais e ferramentas (BRASIL, 2015b).

Esse item também apresenta os elementos mínimos que devem compor o

Sistema Limitador de Quedas de Altura, que são: rede de segurança, cordas de

sustentação ou de amarração e perimétrica da rede e conjunto de sustentação,

fixação e ancoragem e acessórios de rede (BRASIL, 2015b).

i) 18.14 Movimentação e transporte de materiais e pessoas

Nesse capítulo são apresentadas as exigências de instalação, montagem,

desmontagem, operação, teste, manutenção e reparos em equipamentos de

transporte vertical de materiais e de pessoas em canteiros de obras. Os elevadores

de transporte vertical, seja de materiais como de pessoas, devem atender às

normativas técnicas brasileiras ou, na sua falta, as normas internacionais vigentes

(BRASIL, 2015b).

O capítulo trata dos elevadores a cabo, de cremalheira, gruas e equipamentos

de guindar e cada um tem uma especificidade quanto ao que pode transportar,

conforme apresenta o Quadro 1.

32

Quadro 1 - Equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas

Equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas

Pode transportar

Elevadores tracionados a cabo para transporte de materiais

Somente materiais

Elevadores tracionados a cabo para transporte de pessoas

Pessoas ou materiais, desde que não simultaneamente (prioridade para pessoas)

Elevadores de cremalheira Pessoas e materiais com isolamento do operador e trabalhador responsável pela carga

Equipamentos de guindar (guinchos e coluna ou similar)

Somente materiais

Gruas Somente materiais Fonte: Camisassa, 2015, p. 568.

Essa norma impõe que toda empresa que possui equipamentos de

movimentação e transporte de materiais ou pessoa deve possuir o “Programa de

Manutenção Preventiva” conforme as recomendações do locador, importador ou

fabricante, sendo esse documento mantido junto ao Livro de Inspeção do

Equipamento (BRASIL, 2015b).

j) 18.15 Andaimes e plataformas de trabalho

Os andaimes do tipo fachadeiro, suspenso e em balanço, devem ser

dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança, as cargas de

trabalho a que estarão sujeitos e, tal dimensionamento, deve ser feito por profissional

legalmente habilitado (BRASIL, 2015b).

Os andaimes podem ser classificados em quatro tipos, apresentados na Figura

5:

Nesse capítulo da norma são apresentadas todas as características e

exigências de montagem, pisos de trabalho, finalidades, instalações, fixação,

movimentações, peças especiais e estrutura para cada um dos tipos de andaimes

citados acima (BRASIL, 2015b).

33

Figura 5 - Tipos de andaimes

Fonte: Camisassa, 2015, p. 579.

k) 18.21 Instalações elétricas

A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por

trabalhador qualificado e somente podem ser realizadas quando o circuito não estiver

energizado. Fica proibido a existência de partes vivas expostas de circuitos e

equipamentos elétricos e os condutores devem possuir isolamento adequado, não

sendo permitido obstruir a circulação de materiais e pessoas. Além disso, todos os

circuitos elétricos devem ser protegidos contra impactos mecânicos, umidade e

agentes corrosivos (BRASIL, 2015b).

l) 18.22 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

A operação de máquinas e equipamentos só pode ser feita por trabalhador

qualificado. Esse capítulo estabelece que todas as máquinas e equipamentos que

ofereçam risco de ruptura de suas partes móveis, projeção de peças ou de partículas

de materiais devem ser providos de proteção adequada (BRASIL, 2015b).

As máquinas também devem possuir dispositivos de acionamento e parada

localizados de modo que: possam ser acionados ou desligados pelo operador na sua

posição de trabalho; não esteja localizado em zona de perigo da máquina; possa ser

desligado em caso de emergência por outra pessoa que não seja o operador; não

possa ser acionado ou desligado involuntariamente por forma acidental e que não

acarrete riscos adicionais (BRASIL, 2015b).

34

m) 18.23 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

É de obrigatoriedade da empresa fornecer aos trabalhadores de forma gratuita

o EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, em

conformidade com a NR-6 (Equipamento de Proteção Individual). Esse capítulo

também especifica os modelos de cinto de segurança e respectivas atividades que

eles devem ser utilizados (BRASIL, 2015b).

n) 18.24 Armazenagem e estocagem de materiais

Segundo esse capítulo da norma, os locais de armazenagem e estocagem de

materiais não deve atrapalhar o trânsito de pessoas, a circulação de materiais, o

acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ou saídas de

emergência e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas

de sustentação (BRASIL, 2015b).

Para garantir a estabilidade e facilitar o manuseio, as pilhas de materiais, a

granel ou embalados, devem ter forma e altura adequada e o armazenamento dos

materiais deve permitir que os mesmos sejam retirados obedecendo à sequência de

utilização planejada, para que não prejudique a estabilidade das pilhas (BRASIL,

2015b).

o) 18.27 Sinalização de segurança

Todo o canteiro de obra deve ser sinalizado com dizeres, setas, avisos,

cartazes ou similares, a fim de identificar os locais de apoio, as saídas, os locais com

substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativa e os acessos e

circulações de veículos e equipamentos na obra. Essas sinalizações também devem

advertir contra riscos de queda, quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, riscos de

passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a 1,80m, perigo de contato

ou acionamento acidental com partes móveis das máquinas e equipamentos e quanto

ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e

guindaste (BRASIL, 2015b).

p) 18.28 Treinamento

Devem ser realizados treinamentos admissionais e periódicos com todos os

funcionários e os mesmos devem receber cópias dos procedimentos e operações a

serem realizados com segurança (BRASIL, 2015b).

35

q) 18.29 Ordem e limpeza

Todas as áreas de circulação, passagem e escadarias devem se apresentar

organizadas, limpas e desimpedidas. Os entulhos e sobras de materiais devem ser

coletados e removidos, tomando cuidado para que esses processos evitem poeira

excessiva e eventuais riscos (BRASIL, 2015b).

r) 18.33 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

A NR-18 prevê a constituição da CIPA nas atividades relacionadas à

construção civil e da aplicação das demais disposições previstas na NR-5 (BRASIL,

2015a).

Segundo esse capítulo da norma, a empresa que possuir na mesma cidade um

ou mais canteiros de obra com menos de 70 e mais de 20 empregados no total, é

obrigada a organizar a CIPA centralizada. Essa CIPA centralizada deve ser composta

por pelo menos um representante titular e um suplente, por grupo de até 50

empregados em cada canteiro de obra, respeitando-se a paridade prevista na NR-5

(BRASIL, 2015b; BRASIL, 2011).

A empresa que possuir um ou mais canteiros de obra com 70 ou mais

empregados, é obrigada a constituir CIPA por estabelecimento. As empresas que não

se enquadram nesse item pelos números de empregados, participarão com no mínimo

um representante das reuniões, do curso da CIPA e das inspeções realizadas pela

CIPA da contratante (BRASIL, 2015b).

2.3.2 Aplicação da NR-18 nos canteiros

O cumprimento da principal legislação de segurança do trabalho para a classe

Construção de Edifícios, a NR-18, é negligenciado em muitos canteiros de obra, esse

problema está relacionado com a falta de conhecimento detalhado das exigências da

norma por parte dos responsáveis (ROCHA; SAURIN; FORMOSO, 2000; COSTELLA;

JUNGES; PILZ, 2014).

Segundo Araújo e Meira (2000), pode-se relacionar o não cumprimento das

exigências da norma por falta de planejamento, de padrões de segurança e de

compreensão da sua importância, com a má conduta individual do engenheiro e/ou

mestre da obra. Nesse contexto, Costella, Junges e Pilz (2014), associam a falta de

36

técnicos especializados, como um dos fatores que complicam a aplicação da

segurança nos canteiros.

Rocha, Saurin e Formoso (2000), caracterizam duas medidas como

fundamentais para progredir o atendimento da NR-18: A primeira é aumentar a

periodicidade, a abrangência e a operação da fiscalização da Superintendência

Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e a segunda é promover maior contato dos

órgãos públicos, tanto de sindicatos de empresas como de trabalhadores, com

questões de segurança, pois nos dois grupos o desconhecimento ainda é elevado.

Outra ferramenta que pode auxiliar na aplicação da NR-18 nos canteiros são

as listas de verificação, que são medidas proativas para avaliar os canteiros e

asseguram ambientes de trabalho mais seguros (COSTELLA; JUNGES; PILZ, 2014).

Costella, Junges e Pilz (2014), elaboraram uma lista de verificação com base

na NR-18, adaptando alguns itens à realidade das obras, para avaliar o grau de

cumprimento à norma.

São necessárias que mais pesquisas na área de segurança do trabalho sejam

realizadas e incentivadas no Brasil, pois o maior desafio está em convencer os

gestores e técnicos que a segurança faz parte da gestão da empresa, e não como

algo que não agrega valor ao produto (ROCHA; SAURIN; FORMOSO, 2000;

NORONHA, 2009).

2.4 GESTÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO

2.4.1 Conceito de gestão

Segundo Scherer, Pires e Schwartz (2009), gestão é:

[...] um fenômeno universal que ultrapassa a dimensão macro-política e a prescrição de atividades e tarefas. Envolve escolhas, arbitragens, hierarquização de atos e objetivos, além de envolver valores que orientam a tomada de decisões pelos trabalhadores no cotidiano (p. 722, 2009).

Neste contexto, a gestão do trabalho abrange uma área que trata desde o

trabalho até os trabalhadores, com intuito de dissipar conhecimentos, habilidades e

competências técnicas, éticas e gerenciais, a fim de exercitar o controle social e

empoderar os usuários para o aprimoramento da política pública (MDS, 2011).

37

Essa ferramenta é composta por medidas e ações para prevenir acidentes

instantâneos, tais como quedas, doenças ocupacionais e lesões de natureza

ergonômica, que normalmente se desenvolvem gradativamente ao longo do tempo,

visando o trabalhador como seu foco principal (CAMBRAIA, 2004).

A gestão não se limita apenas ao cumprimento das leis, mas principalmente em

assegurar o ser humano, prezando sua saúde, integridade física e bem-estar. Porém

a maior dificuldade em atingir esse objetivo está na conscientização e motivação dos

trabalhadores e empregadores (SILVA et al., 2014).

As práticas de gestão prevencionistas, de controlar e monitorar as condições

de trabalho, contribuem para o aumento da produtividade e a redução de incidentes e

acidentes na indústria da construção civil (AMORIM; QUELHAS, 2014).

Silva et al. (2014) destaca que empregadores que se dedicam a evitar

acidentes no ambiente de trabalho, tem como benefício a melhor imagem da empresa,

trazendo consigo maior dedicação dos funcionários, aspectos econômicos e humaniza

a relação entre contratante e contratado.

A aplicação de um plano de segurança e a programação de sua fiscalização

com auxílios de checklists são exemplos de sistemas de planejamento e de controle

específico que podem auxiliar a sanar as deficiências de segurança nos canteiros de

obra (MARTINS et al., 2010).

Embora existam diversas normas e legislações acerca da segurança do

trabalho, a indústria da construção civil ainda tem dificuldade em aplicá-las e em

melhorar o seu Sistema de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST); isso

pode ser relacionado com a falta de infraestrutura, capital e iniciativa por parte das

empresas (AMORIM; QUELHAS, 2014).

2.4.2 Programas de gestão

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Segurança e Saúde no

Trabalho (SST) constituem um modelo único de diretrizes práticas a nível internacional

(OIT-SST), adequadas em um encontro tripartido de peritos que ocorreu em 2001. A

partir das diretrizes da OIT-SST, consolidaram-se as linhas orientadoras, que definem

as etapas de gestão em um ciclo de melhoria contínua, referidas na Figura 6 (OIT,

2011).

38

Figura 6 - As Linhas Orientadoras da OIT sobre SGSST: Um Ciclo de melhoria contínua

Fonte: OIT, 2011, p. 06.

O primeiro elemento retratado dentro do sistema de gestão da segurança e

saúde no trabalho é a Política de SST, o qual expressa a participação dos

trabalhadores junto com os empregadores na formulação por escrito de uma Política

para SST (OIT, 2011).

O segundo elemento é a Organização, o qual tem o papel de:

a) Responsabilidade e obrigação: O contratante deveria ter total responsabilidade

pela proteção da SST dos contratados, além de conduzir os serviços da obra e

ter consciência do grau de importância da SST no canteiro de obra.

b) Competência e formação profissional: Cabe ao contratante definir e estabelecer

as condições que assegurem qualquer tipo de serviço prestado na obra.

c) Documentação: O responsável pela obra deve se manter atualizado na obra e

a disposição para todos os trabalhadores. A documentação deve abranger toda

e qualquer informação de SST com objetivo de orientação interna.

39

d) Comunicação: Deve-se assegurar que as preocupações, ideias, contribuições

e informações internas dos trabalhadores, de todos os níveis e funções, sobre

ações de SST sejam recebidas, documentadas e respondidas adequadamente

(OIT, 2011).

O terceiro elemento se denomina Planejamento e Implementação, consiste na

execução de uma análise inicial adequada do sistema de gestão de SST a ser

empregado ou existente, com medição do processo de melhoria. O segundo passo

consiste em prever ações para o planeamento, desenvolvimento e implementação do

sistema. O terceiro passo refere-se ao objetivo da segurança e saúde no trabalho

visando a proteção dos trabalhadores e quarto passo visa a prevenção de riscos (OIT,

2011).

O quarto elemento do ciclo se entende como Avaliação, no qual se abordam

sistemas de monitoramento e medição do desempenho, investigação de acidentes,

doenças e incidentes de trabalho, e o seu impacto na eficácia das medidas de SST,

auditoria e análise da gestão (OIT, 2011).

O quinto elemento do sistema se refere à Ação para melhoria. Nesse momento,

todas as informações e dados obtidos ao longo do ciclo são avaliados para, então,

estabelecer e confirmar medidas de melhoria contínua dos sistemas de gestão de SST

e do sistema na sua globalidade (OIT, 2011).

A nova versão da norma ISO 45001 – Sistemas de Gestão da Segurança e

Saúde no Trabalho - Requisitos com orientações para uso, foi publicada em março de

2018 e substituirá a OHSAS 18001, referência anterior dos sistemas de gestão para

saúde e segurança do trabalho. Empresas que já trabalham com o padrão de sistemas

de gerenciamento ISO terão maior facilidade em implantar a ISO 45001:2018, pois a

mesma foi projetada para integrar os padrões das novas versões da ISO 9001 (gestão

de qualidade) e ISO 14001 (gestão ambiental) (ZIA, 2018).

A nova norma internacional possui uma estrutura fácil de usar, com orientações

eficazes de processos para melhorar a segurança nos locais de trabalho em todo o

mundo. Assim como as outras normas da ISO, essa norma também usa o modelo

Plan-Do-Check-Act (PDCA), um sistema simples que ajuda as empresas a planejar e

implementar medidas para minimizar os riscos de acidentes e de problemas de saúde

a longo prazo (ZIA, 2018).

O modelo PDCA é baseado em um ciclo de quatro etapas para solucionar o

problema, mostrado na Figura 7.

40

Figura 7 - Plan-Do-Check-Act (PDCA)

Fonte: Moen e Norman, 2010, p.26.

A primeira etapa Plan ou Planejar, consiste em definir o problema e apresentar

as possíveis causas e soluções. A segunda etapa Do ou Desenvolver, representa a

implementação e operação de uma solução. A terceira etapa Check ou Verificar,

refere-se à avaliar os resultados da solução. Por fim, a última etapa Act ou Ação,

baseia-se em analisar todo o sistema e tomar a decisão de retornar a etapa do plano,

caso os resultados forem insatisfatórios, ou padronizar a solução adotada, se os

resultados forem satisfatórios (MOEN; NORMAN, 2010).

Resumidamente, um programa de gestão para SST deve ser lógico, flexível e

concentrado nos perigos e riscos gerais e específicos, adequando-se às dimensões e

às atividades de cada uma das organizações e empresas (OIT, 2011).

2.4.3 Práticas de gestão

As boas práticas de gestão não só beneficiam o trabalhador e as construtoras,

mas também o sistema público de saúde, o sistema de segurança social e também as

famílias dos operários. Essas práticas, quando aplicadas na indústria da construção

civil, são referentes às legislações trabalhistas relacionadas à segurança do trabalho,

na qual abrangem especificações técnicas para máquinas e serviços (TAVARES et

al., 2015).

Cabe ao empregador propor meios alternativos para inserção de treinamentos

específicos (admissional e periódicos), abrangendo o engenheiro de obra, mestre e

encarregados para enfrentar determinados riscos, garantindo a melhoria contínua dos

41

recursos humanos (FERREIRA et al., 2012; JÚNIOR; LÓPEZ-VALCÁRCEL; DIAS,

2005; OLIVEIRA, 2003; QUELHAS; ALVES; FILARDO, 2004).

As empresas que se comprometem com a segurança e a saúde de seus

trabalhadores, aderindo às práticas de gestão, como treinamentos, por exemplo,

obtêm melhores respostas dos envolvidos frente às situações de falhas na segurança.

No Quadro 2 são apresentadas práticas de gestão, na categoria Treinamento, que

proporcionaram um impacto positivo no desempenho em SST de empresas de

construção (BRIDI, 2012).

Quadro 2 - Práticas de gestão da SST na categoria Treinamento

CA

TE

GO

RIA

TR

EIN

AM

EN

TO

PRÁTICAS DE GESTÃO DA SST

A empresa incentiva e treina os funcionários para adotarem a prática dos 5s.

Ao identificar que um funcionário não está seguindo as regras de SST, a empresa encaminhe-o para um treinamento de reciclagem.

Realização de eventos com enfoque na SST.

Os gerentes, supervisores, subempreiteiros e trabalhadores recebem treinamento formal de SST no empreendimento.

Realização de treinamento de integração para orientação para novos empregados.

Transmitem os valores da empresa em relação à segurança.

Realização de treinamento para equipamentos pesados ou ferramentas que necessitem de certificações.

Fornecem treinamento com instruções de primeiros-socorros.

Fornecem instruções para redução de problemas relacionados à ergonomia.

Realização de treinamentos especializados.

Os programas de capacitação são baseados nos resultados de desempenhos de SST da empresa.

Há um responsável pela coordenação, desenvolvimento e avaliação dos programas de capacitação que abordam assuntos relacionados à SST.

Há recursos financeiros designados para realização de programas de capacitação em relação à SST.

Os programas de capacitação que abordam a SST são difundidos para todos os trabalhadores.

A capacitação em SST é oferecida para todos os trabalhadores.

Há um sistema de avaliação que permite qualificar os cursos e o aproveitamento dos trabalhadores.

Fonte: Bridi (2012).

Bridi (2012) salienta também que a realização dos treinamentos auxilia para a

resiliência do canteiro de obra, através do conhecimento contínuo e do monitoramento

dos resultados dos treinamentos realizados.

A participação de todos os envolvidos na construção, desde a alta direção aos

encarregados, permite encontrar soluções técnicas e economicamente viáveis, como

por exemplo, caixas de sugestões, concedendo um maior envolvimento dos

trabalhadores a fim de demostrarem suas propostas de melhorias no canteiro de obra

42

e, se forem pertinentes, implementadas na prática (QUELHAS; ALVES; FILARDO,

2004). Outro exemplo é a participação da CIPA, considerada outro meio de

comunicação entre patrão e empregado a fim de melhorar as condições de segurança

do ambiente de trabalho (JÚNIOR, 2013).

Bridi (2012), em sua pesquisa, também expõe diversas formas de envolver o

trabalhador na gestão da SST, conforme apresentado no Quadro 3.

Quadro 3 - Práticas de gestão da SST na categoria Participação dos Trabalhadores

CA

TE

GO

RIA

PA

RT

ICIP

ÃO

DO

S

TR

AB

AL

HA

DO

RE

S N

A G

ES

O D

A S

ST

PRÁTICAS DE GESTÃO DA SST

Os membros da CIPA participam ativamente da gestão de segurança.

Os trabalhadores podem paralisar a obra no caso de problemas com a SST.

A empresa possui procedimentos de registro e divulgação das boas soluções para conformidade com os itens das normas.

Os trabalhadores devem se envolver nas atividades referentes à segurança do canteiro.

Todos têm um papel ativo na identificação de locais perigosos.

Todos relatam acidentes, incidentes e situações potenciais de perigo.

Todos participam do planejamento de segurança, de acordo com a nossa política de segurança se forem questionados.

Todos têm a responsabilidade de refletir sobre as práticas de segurança.

Todos evitam estar envolvidos em investigações de acidentes.

Todos contribuem para a análise da segurança no trabalho se forem questionados.

Há um comitê formal de segurança (equipe zero acidentes) no projeto.

O comitê de segurança revisa os relatórios de observação do comportamento de segurança.

A empresa possui algum tipo de organização sindical, pactos de trabalho ou convenção coletiva.

Fonte: Bridi (2012).

Outra prática de gestão abordada por Bridi (2012), são os programas de

incentivos (Quadro 4), compreendendo os benefícios, monetários ou não, concedidos

pelas construtoras para um bom desempenho em SST (BRIDI, 2012).

Para o desenvolvimento de uma cultura de prevenção pró ativa, é necessário

que os profissionais da área da segurança e saúde ocupacional façam o planejamento

das práticas citadas acima, aplicando ferramentas gerenciais, tais como indicadores,

sistemas de informação e treinamento dos profissionais envolvidos com a SST

(QUELHAS; ALVES; FILARDO, 2004).

43

Quadro 4 - Práticas de gestão da SST na categoria Programas de Incentivos C

AT

EG

OR

IA P

RO

GR

AM

AS

DE

INC

EN

TIV

OS

PRÁTICAS DE GESTÃO DA SST

A empresa possui programas de participação nos resultados que estipula metas de desempenho da SST (sem incluir metas de taxas de acidentes).

Os gerentes, supervisores e trabalhadores recebem incentivos baseados em metas.

A construtora concede incentivos ao final do empreendimento.

Os gerentes, supervisores e trabalhadores recebem incentivos ao final do empreendimento.

A empreiteira concede incentivos por hora de trabalho.

Os gerentes, supervisores e trabalhadores recebem incentivos por hora de trabalho.

O programa de incentivo inclui a segurança do empreendimento.

Há outros tipos de premiações no empreendimento.

Fonte: Bridi (2012).

44

3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Quanto à natureza, essa pesquisa pode ser classificada como aplicada, pois

busca conhecimentos para aplicação prática nos canteiros de obra, a fim de solucionar

problemas específicos (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010). Ou seja, através

da aplicação de um checklist nas obras estudadas, serão propostas medidas de

gestão de SST nos resultados não satisfatórios.

Quanto à abordagem do problema, pode-se classificar como pesquisa

quantitativa, pois os resultados serão interpretados através de recursos e técnicas

estatísticas para sua correta interpretação (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010).

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada como descritiva,

por descrever as características das obras estudadas e os padrões exigidos pela NR-

18; e também como explicativa, pois se preocupa em identificar os fatores que

contribuem para a ocorrência de acidentes nas obras da Construção Civil (GIL, 2002).

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como

bibliográfica, pois foi realizado um estudo inicial dos conceitos técnicos, normas e

legislações acerca da segurança do trabalho e gestão da SST. Como serão realizados

registros fotográficos dos canteiros de obra e aplicado um checklist sobre segurança

do trabalho, a pesquisa também pode ser classificada como estudo de campo, que

segundo Gil (2002, p.53), é uma pesquisa realizada a partir “da observação direta das

atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas

explicações e interpretações do que ocorre no grupo”.

Na Figura 8 é apresentado o fluxograma do método de pesquisa e nos próximos

tópicos desse capítulo serão detalhadas cada uma das etapas da metodologia.

45

Figura 8 - Fluxograma da metodologia

Fonte: O Autor.

3.2 DESCRIÇÃO DAS AMOSTRAS

A escolha das obras se limitou ao município de Passo Fundo – RS e a

subclasse Construção de Edifício, a qual compreende: construção de edifícios

residenciais de qualquer tipo, construção de edifícios comerciais de qualquer tipo,

construção de edifícios destinados a outros usos específicos e construção de edifícios

industriais (IBGE, 2018).

A população dessa pesquisa foi composta por edifícios residenciais

multifamiliares em fase de construção, acima de oito pavimentos, caracterizando

obras de grande porte e que tem obrigatoriedade de possuir elevadores, conforme o

item 18.14.23.1 da NR-18 (BRASIL, 2015c).

46

Foram estudadas quinze obras de quinze construtoras da cidade de Passo

Fundo, totalizando quinze obras diferentes. Inicialmente, foi feito um mapeamento das

obras estudadas, para se ter conhecimento quanto ao porte, porcentagem concluída,

quantidade de funcionários e características importantes de cada uma. Na Figura 9 é

apresentado o questionário aplicado para o mapeamento inicial.

Figura 9 - Questionário para mapeamento das obras estudadas

Fonte: O Autor.

3.3 COLETA DE DADOS

O instrumento utilizado para verificar a adequação dos canteiros de obra à NR-

18 foi o checklist elaborado por Costella, Junges e Pilz (2014), apresentado no Anexo

C deste trabalho. Essa lista de verificação é composta por 249 questões, com três

47

opções de resposta, sendo elas: “sim”, quando o canteiro estiver de acordo com o

requisito da norma; “não”, quando o canteiro estiver em desacordo e “não se aplica”,

quando o requisito não puder ser avaliado, seja por causa da tipologia ou pela fase de

execução no dia da visita.

As questões foram divididas em 16 tópicos, referentes aos capítulos da NR-18,

que estão apresentadas no Quadro 5.

Quadro 5 - Grupos do Checklist

Tópico A Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil.

Tópico B Ordem, limpeza e tapumes.

Tópico C Áreas de vivência.

Tópico D Escavações, fundações e desmonte de rochas.

Tópico E Serra circular e central de carpintaria.

Tópico F Armações de aço.

Tópico G Proteção contra quedas de altura.

Tópico H Elevadores.

Tópico I Grua.

Tópico J Serviços em telhado e cobertura.

Tópico K Instalações elétricas.

Tópico L Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas.

Tópico M Equipamento de Proteção Individual.

Tópico N Armazenamento e estocagem de materiais.

Tópico O Proteção contra incêndio.

Tópico P Sinalização de segurança. Fonte: O Autor

Durante a aplicação do checklist nos canteiros, também foi realizado um

registro fotográfico, a fim de identificar as principais e mais frequentes falhas na

segurança da obra.

Com os resultados obtidos nos checklists, em cada uma das obras, foram

verificados os grupos que mais se adequaram à NR-18 e os que menos se adequaram

e, a partir desses resultados, realizou-se pesquisas bibliográficas a fim de sugerir

medidas de gestão de SST.

3.4 TABULAÇÃO DOS DADOS

Para analisar o grau de atendimento de cada grupo e do total da NR-18, foram

realizadas médias aritméticas das respostas obtidas nos checklist.

48

No primeiro momento, foram calculadas as notas de cada grupo da NR-18 para

cada uma das obras analisadas. Para isso, foi feita a soma dos itens assinalados com

“sim”, multiplicou-se esse valor por 10 e dividiu-se esse valor pelo total de itens

aplicáveis, isto é, sem considerar os itens assinalados “não se aplica” (COSTELLA;

JUNGES; PILZ, 2014). A Fórmula 3 exemplifica esse cálculo.

𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑇ó𝑝𝑖𝑐𝑜 𝐴 = (𝐼𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑆𝐼𝑀) 𝑥 10

𝐼𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐á𝑣𝑒𝑖𝑠 [3]

Com o valor das notas de cada elemento que compõe o checklist, foi calculada

a nota total de atendimento à NR-18. Para isso foram somadas as notas de todos os

tópicos e esse total foi dividido por 16, que é o total de tópicos analisados, resultando

na nota final de adequação à NR-18 do canteiro analisado. A Fórmula 4 exemplifica

esse cálculo.

𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑂𝑏𝑟𝑎 1 = 𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑇ó𝑝𝑖𝑐𝑜 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 + 𝐷 + 𝐸 + 𝐹 + 𝐺 + 𝐻 + 𝐼 + 𝐽 + 𝐾 + 𝐿 + 𝑀 + 𝑁 + 𝑂 + 𝑃

16 [4]

Após aplicada a Fórmula 4, cada uma das 15 obras analisadas obteve uma

nota referente ao seu atendimento aos requisitos da NR-18. A partir dessas notas, foi

feita uma média aritmética que caracteriza o grau de atendimento à NR-18 das obras

de Passo Fundo, conforme Fórmula 5.

𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑂𝑏𝑟𝑎 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + 11 + 12 + 13 + 14 + 15

15 [5]

Além do grau total de atendimento à NR-18, foram analisados os totais gerais

de cada um dos grupos que compõem o checklist, para isso foram feitas médias

aritméticas das notas de cada tópico das 15 obras analisadas. A Fórmula 6 exemplifica

esse cálculo.

𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑇ó𝑝𝑖𝑐𝑜 𝐴 𝑑𝑎𝑠 𝑜𝑏𝑟𝑎𝑠 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + 11 + 12 + 13 + 14 + 15

15 [6]

49

Com as notas totais de cada grupo do checklist, foi possível relacionar o tópico

da NR-18 com o grau de atendimento aos requisitos daquele grupo.

Por fim, após a aplicação de todas as fórmulas mencionadas acima, os

resultados foram apresentados de forma gráfica, para melhor visualização e

compreensão dos resultados.

3.5 PROPOSTA DE MELHORIAS

Com base nos resultados obtidos na tabulação dos dados, foi possível

conhecer os tópicos da NR-18 que possuem menor grau de cumprimento nos

canteiros de obra.

A fim de aumentar o grau de cumprimento desses itens, realizou-se uma

pesquisa bibliográfica acerta da gestão de SST e foram propostas medidas de gestão

para melhorar as práticas de segurança do trabalho nos canteiros de obra de Passo

Fundo.

50

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 ATENDIMENTO À NR-18 POR TÓPICO

Nessa seção são apresentadas e discutidas as respostas obtidas em cada um

dos tópicos que compõem o checklist, para cada uma das obras analisadas. No Anexo

B são apresentadas as características de cada empreendimento avaliado.

Foram expostos quadros com itens preenchidos com a letra S, que

corresponde aos itens em conformidade com a norma; itens preenchidos com a letra

N, que correspondem aos itens em não conformidade com a norma e itens com as

letras NA que correspondem aos itens não aplicados à obra.

As visitas ocorreram com datas marcadas no período de abril a agosto de

2018, sendo remarcadas caso o tempo estivesse chuvoso, a fim de possibilitar a

aferição de todos os itens do checklist. O responsável por cada uma das obras

acompanhou a aplicação do checklist, esclarecendo possíveis dúvidas sobre o

canteiro de obra.

4.1.1 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção

Civil (PCMAT)

Foi observado no Quadro 6 que nas quinze obras analisadas, quatorze contam

com assessoria de uma empresa especializada em segurança do trabalho. Por conta

disso, a maior parte das exigências relacionadas a implantação e documentação do

PCMAT foram atendidas.

Quadro 6 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico A

A. PCMAT 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

A.1 O PCMAT está disponível na obra? S S S S S S N S NA S S S S S S

A.2 Integra o PCMAT o memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações?

S S S S S S S S NA S S S S S S

A.3

Está integrado ao PCMAT o projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra?

S S S S S S S S NA S S S N S S

A.4 Existe no PCMAT especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas?

S S S S S S S S NA S S S N S S

51

Quadro 7 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico A (continuação)

A.5 Há no PCMAT o cronograma de implantação das medidas preventivas?

S S S N S S S S NA N S S N S S

A.6

Há no PCMAT layout do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência?

S N S N S S S S NA N S S S S S

A.7

Está previsto no PCMAT um programa educativo de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, inclusive com sua carga horária?

S N S S S S S S NA S S S S S S

Fonte: O Autor.

4.1.2 Ordem, limpeza e tapumes

O tópico apresentado no Quadro 7 representa a ordem, limpeza e tapumes,

sendo a maior nota da pesquisa, com 90% de adequação dos canteiros de obras.

Somente em um dos canteiros a parte do térreo da obra já estava finalizada, contendo

loja e o hall de entrada com cercas definitivas, as outras 14 obras continham tapumes

com altura mínima de 2,20m, resistentes e em bom estado de conservação. Na Figura

10 é apresentado um tapume que estava em conformidade com a NR-18.

Quadro 8 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico B

B. ORDEM, LIMPEZA E TAPUMES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

B.1

Os tapumes têm altura mínima de 2,20m, estão construídos e fixados de forma resistente e em bom estado de conservação?

S S S S S S S S S S S S S S NA

B.2

O canteiro está limpo (sem entulhos espalhados) de forma que não são prejudicadas a segurança e a circulação de materiais e pessoas?

S S S S S S S S S S S N N S N

B.3 O entulho possui local específico para depósito (baia, caçamba tele entulho ou área do canteiro delimitada)?

S S S S S S S S S S S N S S S

Fonte: O Autor

52

Figura 10 - Tapume em boas condições

Fonte: O Autor.

O item B.2, do Quadro 7, relacionado a limpeza, considerou a organização do

canteiro, de forma que os entulhos não prejudiquem o transporte e a circulação de

materiais e pessoas. Três obras não se adequaram a essa exigência, por possuírem

pedaços de madeiras com pregos espalhados no piso onde existe circulação de

operários, conforme ilustrado na Figura 11.

A Figura 12 representa uma obra onde o responsável conserva as áreas do

canteiro livre de entulhos, de forma que não prejudique a segurança das pessoas.

Como exemplo, um dos responsáveis, a fim de incentivar os empregados a manter o

canteiro sempre limpo, adotou a prática de tirar fotos das áreas antes e depois de

organizadas e se acredita que essa medida contribuiu para a limpeza e organização

dos locais de trabalho.

Figura 11 - Canteiro de obra com entulhos espalhados

Fonte: O Autor.

53

Figura 12 - Canteiro limpo (sem entulhos espalhados)

Fonte: O Autor.

O item B.3 do Quadro 7, referente ao local específico para depósito, não foi

cumprido na Obra 12, a qual foram observados entulhos espalhados por todos os

pavimentos. As obras em conformidade com a norma, possuíam caçamba tele

entulho, como é apresentado na Figura 13.

Figura 13 - Canteiro com caçamba tele entulho

Fonte: O Autor.

4.1.3 Áreas de vivência

O Tópico C, referente às Áreas de Vivência, é subdividido em cinco tópicos. A

seguir são apresentados os quadros com os resultados do Tópico C.1 de Instalações

Sanitárias, Tópico C.2 de Local para as refeições, Tópico C.3 de Vestiário e Tópico

C.4 de Fornecimento de água potável. Os resultados do tópico C.5, correspondente

ao Alojamento e área de lazer, não foram apresentados em forma de quadro, pois

apenas uma obra possuía essas áreas.

54

Quadro 9 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.1

C.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS (Obrigatório para todas as obras)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

C.1.1

As instalações sanitárias estão em bom estado de conservação, higiene e limpeza e não se encontram diretamente ligadas aos locais de refeição?

S S S S S S N S S S S S S S S

C.1.2

Para deslocar-se do posto de trabalho até as instalações sanitárias é necessário percorrer menos de 150m? (considerando distâncias verticais e horizontais somadas)

S S S S S S S S S S S S S S S

C.1.3 Tem iluminação natural ou artificial?

N S S S N S S S S S S S S S S

C.1.4 Tem ventilação natural adequada? (1/8 da área do piso, segundo a NR24)

N N N S N S N N N S S N S S S

C.1.5 Possuem lavatórios em número suficiente? (1/20 trabalhadores)

N S S S S S N S N N S S S S S

C.1.6 Há recipiente para depósito de papéis usado junto ao lavatório?

S S S S S N S S S N S S S S S

C.1.7 Possuem vasos sanitários em número suficiente? (1/20 trab.)

S S S S S S S S S S S S S S S

C.1.8 O local destinado ao vaso sanitário tem área mínima de 1,0m² (Segundo NR-24)?

S S S S S S S S S S S S S S S

C.1.9

O local destinado ao vaso sanitário possui porta com trinco interno, divisórias com altura mínima de 1,80m e borda inferior de 0,15m?

S S S N N S S S S S S S N S N

C.1.10 Há disponibilidade de papel higiênico diretamente no banheiro ou no almoxarifado?

S S S S S S S S N S S S N S S

C.1.11 Há recipiente com tampa para depósito de papéis usados junto ao vaso sanitário?

N N N S S N N S N S S S N S S

C.1.12 Possuem chuveiros em número suficiente (1/10 trabalhadores)?

N N S N N S N S S S N N N S S

C.1.13 Há um suporte para sabonete correspondente à cada chuveiro?

N S N N N N N N N S N N N S N

C.1.14

Tanto o piso quanto as paredes adjacentes aos chuveiros são de material que resista a água e possibilite a lavagem e desinfecção?

N S N N N N S N S N N N N S S

C.1.15 Há cabide para toalha correspondente à cada chuveiro?

N N N N N N S N N N N N N S N

C.1.16

Nos locais onde estão os chuveiros há piso de material antiderrapante ou estrado de madeira?

N S N N N N S N N N N N N S N

Fonte: O Autor.

55

O Quadro 8 se refere as exigências mínimas para as instalações sanitárias.

Todas as obras não apresentaram as instalações sanitárias diretamente ligadas ao

local de refeição e, em sua maioria, estão em bom estado de conservação, higiene e

limpeza, atingindo as exigências da NR-18. A distância percorrida pelo trabalhador

entre seu posto de trabalho até as instalações sanitárias não ultrapassou 150 metros

(horizontal e vertical) em nenhuma das edificações.

Para o item C.1.3, referente à iluminação, foi observado que a maioria dos

canteiros possuía iluminação artificial. Os canteiros que não cumprem esse item, são

aqueles que possuem a instalação elétrica no local, porém não há lâmpada instalada.

No item C.1.4, de ventilação natural, duas obras não possuem abertura de

ventilação e seis obras não possuíam área de ventilação adequada com a NR-24, de

1/8 da área do piso.

Os itens referentes ao número de lavatórios e aos recipientes de papeis usados

junto ao lavatório não foram atendidos por 27% e 13% das obras, respectivamente.

Quanto à proporção de bacias sanitários, de 1/20 funcionários, todas as obras

respeitaram essa exigência.

Algumas exigências desse tópico não são determinantes na ocorrência de

acidentes, porém prezam pelo bem-estar dos empregados no ambiente de trabalho,

estimulando os mesmos a desempenharem atitudes mais seguras durante suas

atividades. Na Figura 14 são apresentadas obras em conformidade com a NR-18 e na

Figura 15 são apresentadas situações em que as exigências da norma não foram

cumpridas.

Figura 14 - Instalações sanitárias em conformidade com a NR-18

Ventilação adequada. Recipiente de papéis junto aos lavatórios. Presença de chuveiro, depósito para

sabonete e piso de material antiderrapante. Fonte: O Autor.

56

Figura 15 - Instalações sanitárias em desconformidade com a NR-18

Banheiro sem ventilação. Falta de recipientes para papéis. Chuveiro sem funcionamento.

Fonte: O Autor.

A partir do Quadro 9, referente aos locais para refeições, ficou evidenciado que

a maioria dos itens foram atendidos pelas obras avaliadas. Observou-se que em

algumas obras as áreas de refeitório não possuíam fechamento, ficando expostas a

intempéries e pequenos animais, como é apresentado na Figura 16.

Quadro 10 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.2

C.2 LOCAL PARA AS REFEIÇÕES (Obrigatório para todas as obras)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

C.2.1

Tem fechamento (paredes ou tela) que evite a penetração de pequenos animais e isole a instalação das áreas de produção e circulação, contribuindo para a manutenção da limpeza do local?

S S S S S S S S S S N N N N S

C.2.2

Tem piso de concreto, cimento, madeira ou de outro material que permita a fácil conservação, limpeza e higiene do local?

S S S S S S S S S S S S S S S

C.2.3 Tem iluminação e ventilação natural e/ou artificial?

S S S S S S S S N S S S S S S

C.2.4 Há lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior?

S S S S N S S S N S S S S S S

C.2.5 Possui mesas com tampos lisos e laváveis?

S S S S S S S S N S S S S S S

C.2.6 Tem depósito de lixo com tampa? S N N S N S S S N S N S N S N

C.2.7 Há assentos em número suficiente para atender todos os usuários?

N N S N N S S S S S S N S S S

C.2.8 Está situado em local que não seja subsolo nem porão?

S S S S S S S S S S S S S S S

57

Quadro 11 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.2 (continuação)

C.2.9

Possui equipamento adequado para aquecer refeições (fogão comum, aquecedor elétrico industrial ou sistema semelhante)?

S S N S S S S S N S N S S S S

C.2.10

Há fornecimento de água potável por meio de bebedouro ou outro sistema no local para refeições?

S S S S S S S S N S S S S S S

Fonte: O Autor.

Para o item C.2.6, foram observadas que todas as obras dispunham de lixeira,

porém, algumas não possuíam tampa, descumprindo a exigência. Um recipiente com

tampa é importante para evitar situações como a observada na Figura 16, onde a

quantidade de lixo ultrapassa o limite da lixeira. Na Figura 17 são apresentados

refeitórios em conformidade com a NR-18.

Figura 16 - Local para refeição em desconformidade com a NR-18

Recipiente de lixo sem tampa. Abertura sem proteção de intempéries.

Fonte: O Autor.

Figura 17 - Local para refeição em conformidade com a NR-18

Lixeiras com tampa. Sinalizações. Fechamento adequado.

Fonte: O Autor.

58

A partir dos resultados apresentados no Quadro 10, para o tópico referente aos

vestiários, percebe-se que o item com menor atendimento à norma foi o C.3.7, pois

em apenas três obras foram encontrados bancos/assentos em número suficiente para

atender o número de funcionários atual da obra.

Quadro 12 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.3

C.3 VESTIÁRIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

C.3.1

Está localizado próximo à entrada da obra, está em bom estado de conservação e tem iluminação natural e/ou artificial?

S S S N S S N N N S S N S S S

C.3.2 Não tem ligação direta com o refeitório (não possuir portas e/ou janelas em comum)

S S S S S S S S S S S S S S S

C.3.3

Tem piso de concreto, cimento, madeira ou de outro material que permita a fácil conservação, limpeza e higiene do local?

S S S S S S S S S S S S S S S

C.3.4 Tem área de ventilação correspondente a 1/8 da área do piso? (NR-24)

N N N N N S N S S N N N S S N

C.3.5 Tem área de 1,50m² / pessoa? (segundo a NR-24)

N N N N S N N N S S N N S S S

C.3.6 Tem armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado?

S N N S N S S S S S S S S S S

C.3.7 Tem bancos/assentos em número suficiente para atender todos os trabalhadores da obra?

N N N N N N N N N S N N N S S

Fonte: O Autor

Cinco obras locaram o vestiário próximo as outras áreas de vivência, com suas

respectivas divisões, localizando-se no primeiro pavimento acima do térreo, não

atendendo o requisito da norma em estabelecer o vestiário na entrada da obra.

Outros problemas encontrados em algumas das obras visitadas, foi o tamanho

do local destinado para o vestiário, sendo inferior a área de 1,5m²/pessoa, e a

proporção da área de ventilação que deveria corresponder 1/8 da área do piso,

segundo a NR-24. Quanto aos cadeados nos armários, muitas empresas fornecem o

cadeado para cada funcionário, porém por motivo de esquecimento ou perda no dia

da visita algumas obras não tinham o devido cadeado na tranca do armário.

Conforme o Quadro 11, o fornecimento de água potável foi verificado em todos

os canteiros de obra avaliados. Três empresas usam a torneira para o fornecimento

de água, ao invés do bebedouro, não sendo aplicado os itens C.4.2 e C.4.3. A Obra 2

59

não atendeu a proporção de um bebedouro para cada 25 trabalhadores. A fim de

atender o item C.4.3, algumas obras deveriam apresentar mais de um aparelho de

bebedor nos andares superiores, para facilitar o deslocamento do trabalhador de seu

posto de trabalho até o fornecimento de água.

Quadro 13 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico C.4

C.4 FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL NOS POSTOS DE

TRABALHO (Obrigatório para todas as obras)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

C.4.1

Há fornecimento de água potável e refrigerada por meio de bebedouro ou outro sistema que garanta seu abastecimento nos postos de trabalho. Caso não se use bebedouro, assinale “não se aplica” para os itens C.4.2 e C.4.3

S S S S S S S S S S S S S S S

C.4.2

O fornecimento de água potável no canteiro é feito por meio de bebedouros na proporção de um aparelho para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração.

S N S NA S S S S NA S S S NA S S

C.4.3

Para se deslocar do posto de trabalho ao bebedouro todos os trabalhadores fazem deslocamentos inferiores a 100 m no plano horizontal e inferiores a 15 m no plano vertical

N N S NA S N N N NA N N N NA N N

Fonte: O Autor.

Para o tópico C.5 (alojamento e área de lazer), apenas a Obra 2 possuía

alojamento no canteiro de obra, o qual atendeu à 66,7% das exigências avaliadas.

4.1.4 Escavações, fundações e desmonte de rochas

Todas as obras analisadas estavam com as etapas de terraplanagem e

infraestrutura concluídas. Por esse motivo, o tópico referente aos serviços de

escavações, fundações e desmonte de rochas não foram avaliados.

60

4.1.5 Serra circular e central de carpintaria

Muitos canteiros de obra, devido ao estágio que a obra se encontrava, haviam

desativado a central de carpintaria, logo não utilizavam a serra circular. Apenas cinco

obras estavam com a central de carpintaria em operação e nenhuma delas estava

com proteção totalmente de acordo com a norma. As principais negligências

encontradas, de acordo com Quadro 12, foram a inexistência de proteção contra

impactos nas lâmpadas de iluminação da carpintaria, falta de sinalização indicando o

uso dos EPI’s junto à serra circular e a falta de extintor de incêndio próximo a serra

elétrica.

Quadro 14 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico E

E. SERRA CIRCULAR E CENTRAL DE CARPINTARIA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

E.1

A serra é dotada de mesa estável (em madeira ou metálica), com fechamento em suas faces inferiores, anterior e posterior, ou seja, as faces frontal e oposta à posição de trabalho?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA S S S

E.2 A carcaça do motor está aterrada eletricamente?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

E.3

O disco da serra está em boas condições para o trabalho (não possui trincas, dentes quebrados ou empenados)?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA S S N

E.4 A serra possui coifa protetora do disco e cutelo divisor?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA S S S

E.5 A serra possui coletor de serragem?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

E.6

As lâmpadas de iluminação da carpintaria estão protegidas contra impactos provenientes da projeção de partículas (por exemplo: proteção gradeada)?

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

E.7 A carpintaria possui piso resistente, nivelado e antiderrapante?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA S S S

E.8

A carpintaria possui cobertura capaz de proteger os trabalhadores das intempéries?

NA S S NA NA NA NA NA NA NA NA NA S S S

E.9

Há placa de sinalização, junto à serra circular, indicando o uso dos EPI´s pertinentes

NA S N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N N N

61

Quadro 15 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico E (continuação)

E.10 O canteiro possui extintor de incêndio próximo a serra elétrica?

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

E.11

O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao depósito de madeiras. Indicar outros locais onde há a presença de extintores.

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S S

Fonte: O Autor.

4.1.6 Armações de aço

A aferição desse tópico foi possível de ser realizada em 10 obras que ainda

estavam operando com a bancada de aço, com graus de utilização distintas. A partir

dos resultados apresentados no Quadro 13, pode-se afirmar que todas as obras

possuíam bancada de corte e dobra de vergalhões apoiada em superfície resistente,

nivelada e não escorregadia.

Quadro 16 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico F

F. ARMAÇÕES DE AÇO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

F.1

A bancada de corte e dobra de vergalhões está apoiada sobre superfície resistente, nivelada e não escorregadia?

NA NA NA S S NA S S S S S S S S NA

F.2

A bancada de corte e dobra de aço está afastada da área de circulação de trabalhadores ou isolada de forma a evitar impactos contra trabalhadores durante seu manuseio?

NA NA NA S N NA S N N S S N S S NA

F.3

A área de trabalho onde está situada a bancada de armação possui cobertura resistente para proteção contra intempéries e quedas de materiais?

NA NA NA S S NA S N S S S S S S NA

F.4

As lâmpadas de iluminação da área de trabalho estão protegidas contra impactos provenientes da projeção de partículas ou de vergalhões (por ex. proteções gradeadas)?

NA NA NA N N NA N N N S N N N S NA

62

Quadro 17 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico F (continuação)

F.5

Existem pranchas de madeira (ou outro material resistente) sobre as armações de aço durante a execução da concretagem, de modo que facilite a circulação de operários sobre elas?

NA NA NA NA NA NA S NA NA N NA NA S S NA

F.6

Todas as pontas verticais de vergalhões de aço estão protegidas (no transporte e quando para espera de pilar)?

NA NA NA N N NA S N NA S N N N S NA

F.7

Quando necessário, as pontas horizontais dos vergalhões estão protegidas de forma a evitar impactos acidentais contra elas?

NA NA NA N N NA N N N N N N N N NA

F.8

Há placa de sinalização, junto à bancada de armação de aço, indicando o uso dos EPI`s pertinentes?

NA NA NA S S NA N N S S N N N N NA

Fonte: O Autor.

Quatro das obras analisadas não possuíam isolamento da bancada de aço,

comprometendo a segurança dos trabalhadores dos outros setores, e em uma obra

foi observado que a área onde estava situada a bancada, apesar de possuir cobertura,

estava muito próxima do limite da laje, ficando exposta a chuva, vento, poeiras, etc.

Assim como foi observado no tópico anterior, na maioria das obras, as

lâmpadas da área de trabalho não estavam protegidas contra impactos provenientes

da projeção de partículas ou vergalhões, somente duas obras apresentaram grade de

proteção nas lâmpadas de iluminação.

As maiores negligências observadas foram a falta de proteção nas pontas

verticais e horizontais dos vergalhões de aço. Alguns responsáveis pela obra se

justificaram, alegando ser muito difícil manter as proteções encaixadas e sem quebrar,

quando há contato com outros materiais durante as atividades do canteiro. Outra

justificativa dada foi a falta de tempo para destinar um trabalhador para encaixar as

proteções em cada vergalhão.

Na Figura 18 é apresentado um canteiro de obra onde a bancada de corte e

dobra de vergalhões está apoiada sobre superfície resistente, nivelada e não

escorregadia, afastada da área de circulação de trabalhadores, possui cobertura

resistente e há sinalização junto a bancada indicando o uso dos EPIs pertinentes e o

funcionário designado para desempenhar as funções no local.

63

Figura 18 - Área de corte e dobra de vergalhões em conformidade com a norma

Fonte: O Autor.

4.1.7 Proteção contra quedas de altura

Analisando o Quadro 14, nota-se que todos os canteiros tiveram bom

desempenho na execução dos corrimãos das escadas permanentes. Apenas uma

obra não atendeu ao item referente ao rodapé, que deve ter 0,2 metros de altura e

constituído de mateira ou material de resistência equivalente. Na Figura 19 são

apresentados dois modelos de corrimãos encontrados nas obras analisadas que estão

em conformidade com a norma.

Quadro 18 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.1

G.1 CORRIMÃOS DAS ESCADAS PERMANENTES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.1.1

Os corrimãos, caso sejam de madeira, estão isentos de qualquer pintura que encubra nós e rachaduras na madeira?

S S S S S S S S S S S NA NA S S

G.1.2

Há corrimão definitivo ou provisório, com guarda-corpo principal à 1,2 m de altura, constituído de madeira ou outro material de resistência equivalente?

S S S S S S S S S S S S S S S

G.1.3

Há guarda-corpo intermediário à 0,7 m de altura, constituído de madeira ou outro material de resistência equivalente?

S S S S S S S S S S S S S S S

G.1.4 Há rodapé com altura de 0,2 m, constituído de madeira ou outro material de resistência equivalente?

S S S S S S S S S S S N S S S

Fonte: O Autor.

64

Figura 19 - Corrimãos das escadas permanentes em conformidade com a norma

Fonte: O Autor.

O Quadro 15 apresenta os resultados do tópico de escadas de mão e rampas

provisórias. Mais de 60% das obras analisadas haviam desabilitado a escada de mão.

Das oito obras que foram observados o uso de escada de mão de madeira, 87% delas

eram de boa qualidade, isentas de pintura, sem a presença de nós e rachaduras.

Foram apresentadas rampas provisórias para as transposições de piso com desníveis

acima de 40 centímetros em três das sete obras avaliadas nesse item.

Quadro 19 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.2

G.2 ESCADAS DE MÃO E RAMPAS PROVISÓRIAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.2.1

As escadas, caso sejam de madeira, estão isentas de qualquer pintura que encubra nós e rachaduras?

NA NA NA NA S NA N NA S S NA S S S S

G.2.2

Há escada ou rampa provisória de uso coletivo para transposição de pisos com desnível superior a 40cm?

NA NA NA N NA NA N NA N N S S NA S NA

G.2.3

As escadas de mão têm até 7,0m de extensão e espaçamento entre degraus de 25 a 30cm?

NA NA NA NA S NA N NA S N S S S S S

G.2.4 As escadas de mão ultrapassam cerca de 1,0m o piso superior?

NA NA NA N NA NA N NA NA N S N S S NA

65

Quadro 20 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.2 (continuação)

G.2.5

As escadas de mão estão fixadas nos pisos superior e inferior ou são dotadas de dispositivo que impeça escorregamento?

NA NA NA N N NA N NA NA N S N S S NA

G.2.6 Não existe ressalto entre o piso da passarela e o piso do terreno?

NA NA NA NA S NA N NA NA NA S S NA S S

G.2.7

As rampas provisórias são fixadas no piso inferior e superior e não ultrapassam 30º de inclinação com relação ao piso?

NA NA NA S S NA NA NA NA N S S NA S NA

G.2.8

As rampas provisórias com inclinação superior a 18º têm peças transversais fixadas a cada 40cm (no máximo) para apoio dos pés?

NA NA NA S S NA NA NA NA NA S S NA S NA

Fonte: O Autor.

O item que alcançou grau de cumprimento de 100% foi o G.2.8, referente às

peças transversais, fixadas a cada 40cm, nas rampas provisórias, para apoio dos pés.

E o item com menor grau de cumprimento desse tópico foi o G.2.5, com 37,5% de

conformidade à norma, devido à falta de dispositivos que impeçam o escorregamento

nas escadas de mão.

No Quadro 16 são apresentados os resultados do tópico que contempla o

acesso aos vãos do poço do elevador. Foi observado que 100% das obras possuem

fechamento com guarda-corpo constituído de material resistente, obedecendo à altura

de 1,20 metros. O fechamento horizontal a cada três pavimentos, no mínimo, não foi

cumprido em 67% das obras visitadas.

Quadro 21 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.3

G.3 POÇO DO ELEVADOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.3.1

Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório tipo sistema guarda-corpo e rodapé, ou dispositivo que cumpra as mesmas funções de proteção (grade ou painel, por exemplo)?

S S S S S S S S S S S S S S S

G.3.2

O fechamento provisório é constituído de material resistente e está seguramente fixado à estrutura, com dispositivo de fechamento do tipo cancela ou similar?

S S S S S S S S S S S S S S S

66

Quadro 22 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.3 (continuação)

G.3.3

Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório com guarda-corpo principal à 1,20m de altura?

S NA S S S S S S S NA S S S S NA

G.3.4

Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório com guarda-corpo intermediário à 0,70m de altura?

S NA S S S S N S S NA S S S S NA

G.3.5

Os vãos de acesso às caixas de elevadores possuem fechamento provisório com rodapé à 0,20m de altura?

S NA S S S S S S S NA S S S S NA

G.3.6 Os guarda-corpos e rodapé são revestidos com tela?

S NA S S S S S S S NA S S N S NA

G.3.7

Existe proteção horizontal em todas as lajes com assoalhamento inteiriço, no mínimo, a cada 3 pavimentos?

NA N S S N N N N N S NA N N S NA

Fonte: O Autor.

No Quadro 17, para proteções contra queda no perímetro dos pavimentos,

foram apresentadas inconformidades na proteção, em algumas obras, dos guarda-

corpos e rodapés, que deveriam ser revestidos com tela. Apesar do grau de

conformidade ser alto para esse tópico, foi observado que em locais onde exigem

maior proteção, como periferias abertas e execução da laje do pavimento superior, o

perímetro não estava totalmente protegido contra quedas.

Quadro 23 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4

G.4 PROTEÇÃO CONTRA QUEDA NO PERÍMETRO

DOS PAVIMENTOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.4.1 Pavimentos com laje de piso e de forro já concretadas sem fechamento de alvenaria.

G.4.1.1

Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA S NA NA NA NA NA S NA

G.4.1.2

Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA S NA NA NA NA NA S NA

67

Quadro 24 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4 (continuação)

G.4.1.3

Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, com 0,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA S NA NA NA NA NA S NA

G.4.1.4

Os guarda-corpos e rodapé são revestidos com tela?

NA NA NA NA NA NA NA N NA NA NA NA NA S NA

G.4.2 Pavimento com laje de piso concretada e execução das fôrmas da laje do pavimento

superior.

G.4.2.1

Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA S S NA NA S NA S S NA S S NA

G.4.2.2

Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA S S NA NA S NA S S NA S S NA

G.4.2.3

Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, com 0,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA S S NA NA N NA S S NA S S NA

G.4.2.4

Os guarda-corpos e rodapé são revestidos com tela?

NA NA NA S S NA NA N NA S S NA N S NA

G.4.3 Pavimento em que estão sendo colocadas as ferragens nas fôrmas de vigas e lajes ou no qual está sendo feita a concretagem.

G.4.3.1

Existe guarda-corpo principal, constituído por anteparo rígido, a 1,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA S NA NA S NA NA

G.4.3.2

Existe guarda-corpo intermediário, constituído por anteparo rígido, a 0,70m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA S NA NA S NA NA

G.4.3.3

Existe rodapé, constituído por anteparo rígido, com 0,20m de altura nas periferias dos pavimentos?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA S NA NA S NA NA

68

Quadro 25 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.4 (continuação)

G.4.3.4 Os guarda-corpos e rodapé são revestidos com tela?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA S NA NA N NA NA

Fonte: O Autor.

O Quadro 18 abrange os resultados do tópico de aberturas no piso, onde 53%

das obras não cumprem essa exigência por apresentarem as aberturas de laje para

espera de shaft, espera para churrasqueiras e espera do poço do elevador, sem

fechamento provisório resistente.

Quadro 26 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.5

G.5 ABERTURAS NO PISO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.5.1

Todas as aberturas nos pisos de lajes têm fechamento provisório resistente, tais como assoalho fixado à estrutura de forma a evitar seu deslizamento ou sistema de guarda-corpo e rodapé

S S N S S N N N S S N N N S N

Fonte: O Autor.

O quadro 19 apresenta os resultados do tópico referente à plataforma de

proteção que, segundo a NR-18, tem como objetivo aparar materiais em queda livre.

Foram observadas que em 33% das obras não havia a plataforma principal na primeira

laje. Outros fatores que contribuíram para o mal desempenho desse tópico, foi a

constatação de que algumas plataformas não contornam todo perímetro a edificação,

estavam deterioradas e não havia fechamento com tela entre as extremidades das

plataformas de proteção.

Quadro 27 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.6

G.6 PLATAFORMA DE PROTEÇÃO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.6.1

A plataforma principal de proteção está na primeira laje situada a no mínimo um pé direito acima do nível do terreno.

N S N S N S S N N S S S S S S

G.6.2

A plataforma principal tem largura de 2,50m de projeção horizontal e complemento de 0,80m (inclinado à 45°)

N S S S N S N S N S S S S N N

G.6.3

Existem plataformas secundárias de proteção a cada 3 lajes, a partir da plataforma principal

NA NA NA NA N NA NA N NA NA NA NA S N NA

69

Quadro 28 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.6 (continuação)

G.6.4

As plataformas secundárias têm largura de 1,40m de projeção horizontal e complemento de 0,80m (inclinado à 45°)

NA NA NA NA N NA NA N NA NA NA NA S N NA

G.6.5

Caso o edifício possua subsolos, existem plataformas terciárias de proteção, de duas em duas lajes, contadas em direção ao subsolo a partir da plataforma principal

NA NA NA NA N NA NA N NA NA NA NA N N NA

G.6.6

As plataformas terciárias têm largura de 2,20 m de projeção horizontal e complemento de 0,80m (inclinado à 45°)

NA NA NA NA N NA NA N NA NA NA NA N N NA

G.6.7

As plataformas contornam todo o perímetro da edificação e estão em bom estado de conservação

N N N NA N N N S N S S S N N N

G.6.8

Durante a concretagem da laje do pavimento foram previstos meios para fixação ou apoio das plataformas de proteção como furos na viga, espera na laje ou solução equivalente?

N NA S S N N NA NA NA S S NA S S NA

G.6.9

Existe fechamento com tela entre as extremidades das plataformas de proteção

N N N N N N N N N N S N S S N

Fonte: O Autor.

Para o tópico referente a andaimes suspensos, apresentado no Quadro 20,

constatou-se que 33,34% das obras que utilizam esse modelo de andaime, estão com

o sistema de guarda-corpo danificados, com reparos na fixação destes na estrutura

do andaime, comprometendo a segurança do trabalhador. Também foram observados

55,55% dos andaimes se encontravam sem placa de identificação constatando a

carga máxima de trabalho permitida.

70

Quadro 29 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.7

G.7 ANDAIMES SUSPENSOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.7.1

Os andaimes suspensos dispõem de sistema de guarda-corpo e rodapé, com tela de arame galvanizado (ou material de resistência e durabilidade equivalentes), em todo o perímetro, exceto na face de trabalho.

NA S N N NA S S S S NA NA S NA NA N

G.7.2

O comprimento dos estrados dos andaimes suspensos não excede 8,0m e a sua plataforma de trabalho tem no mínimo 0,65m de largura.

NA S S S NA S S S S NA NA S NA NA S

G.7.3

O piso de trabalho dos andaimes tem forração completa, antiderrapante, nivelado e fixado de modo seguro e resistente (pode ser de madeira de boa qualidade, sem nós e rachaduras, isento de pintura e de frestas por onde possam passar materiais)?

NA S S S NA S S S S NA NA S NA NA S

G.7.4

Para serviços com andaime, existe um cabo-guia fixado na estrutura da edificação para ligação do cinto paraquedista?

NA S S S NA S S N N NA NA S NA NA S

G.7.5

A sustentação dos andaimes é por meio de vigas, afastadores ou estruturas metálicas com resistência mínima de 3 vezes o maior esforço solicitante?

NA S S S NA S S S S NA NA S NA NA S

G.7.6

O sistema de fixação e sustentação do andaime na edificação segue projeto elaborado por profissional habilitado?

NA S S S NA S S S S NA NA S NA NA N

G.7.7

Os andaimes suspensos possuem placa de identificação em local visível constando a carga máxima de trabalho permitida?

NA S N N NA S S S N NA NA N NA NA N

Fonte: O Autor.

A partir dos resultados apresentados no Quadro 21, foi possível afirmar que,

das onze obras que utilizam andaimes simplesmente apoiados, 91% possuiam apoio

sobre sapata em base sólida e 36,4% atenderam o requisito de, por terem piso de

trabalho superior a um metro de altura, prover de escadas ou rampas de acesso.

71

Quadro 30 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.8

G.8 ANDAIMES SIMPLESMENTE

APOIADOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.8.1

O apoio do andaime está sobre sapata em base sólida e nivelada capaz de resistir os esforços solicitantes e as cargas transmitidas?

S NA NA NA S S S S S S N S S NA S

G.8.2

Caso o andaime seja apoiado sobre cavaletes, o piso de trabalho tem altura máxima de 2,0m e largura superior a 0,90m?

S NA NA NA S N N NA S S N N S NA S

G.8.3

Andaimes com piso de trabalho superior a 1,00 m de altura são providos de escadas ou rampas de acesso?

S NA NA NA N N S N S S N N N NA N

G.8.4

Quando externos e com altura superior a 2,0 m, a estrutura dos andaimes está fixada à construção por meio de amarração e estroncamento?

NA NA NA NA NA NA NA N S S N NA NA NA NA

Fonte: O Autor.

O tópico G.9, referente às cadeiras suspensas, foi possível de ser analisado

apenas na Obra 3, a qual cumpriu com todos os itens de avaliação.

O Quadro 22 apresenta a avaliação dos dispositivos destinados à ancoragem

de equipamentos de sustentação de andaimes. Foram observados que 64,3% das

obras possuíam pontos de ancoragem dispostos de modo a atender todo o perímetro

da edificação e 71,42% destes pontos de ancoragem são constituídos de material

resistente.

Quadro 31 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico G.10

G.10 ANCORAGEM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

G.10.1 Os pontos de ancoragem estão dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação

S S S S NA N N N N S S S S S N

G.10.2

Os pontos são constituídos de material resistente à intempéries (aço inoxidável ou material equivalente)

S S S S NA N S N N S S S S S N

Fonte: O Autor.

72

4.1.8 Elevadores

O tópico H refere-se aos elevadores. No Quadro 23 são apresentados os

resultados da avaliação dos elevadores de cremalheira, pois em todas as obras

analisadas é utilizado esse modelo de elevador. Os itens que tratam de documentação

como o manual de orientação do fabricante, comprovação de entrega técnica e o Livro

de Inspeção do Equipamento, exigem que os mesmos devem ser mantidos na obra

em responsabilidade do responsável pela edificação, porém 13,3%, 20% e 33,3%,

respectivamente, das obras não possuíam os documentos.

Quadro 32 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico H

H. ELEVADORES

H.1 ELEVADOR DE CREMALHEIRA - Plataforma do Elevador de Cremalheira

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

H.1.1 Há a disposição na obra manual de orientação do fabricante do elevador de cremalheira?

S S S S S S S S N S S N S S S

H.1.2 Existe a comprovação de entrega técnica do elevador de cremalheira?

S S S N S S S S S N S S N S S

H.1.3

O elevador de cremalheira possui intertravamento que: impeça a movimentação da cabine quando: a) a porta da cabine não estiver fechada; b) a rampa da cabine não esteja recolhida; c) a porta da cancela de qualquer pavimento estiver aberta.

S S S S S S S N N S S S S S S

H.1.4

O elevador possui chave de partida e bloqueio que impeça o seu acionamento por pessoas não autorizadas?

S S S S S N S S N S S S S S S

H.1.5 A plataforma tem aterramento elétrico e dispositivo diferencial residual?

S S S S S S S S S N S S S S S

H.1.6 A plataforma tem limites elétricos de percurso superior e inferior?

S N S S S S S S S S S S S S S

H.1.7 É mantido o Livro de Inspeção do Equipamento com os registros de manutenção?

S S S N S S S S N N S N N S S

H.1.8 A plataforma tem botoeira de comando de operação com atuação por pressão contínua?

S N N N S S N S S S S S N S S

H.1.9

O elevador é dotado de amortecedor de impacto de velocidade caso este ultrapasse o limite de parada final?

S S N N S S N S S S S N S S S

Fonte: O Autor.

73

4.1.9 Grua

Para o tópico I, referente ao equipamento Grua, apenas as obras 3, 7 e 10

foram analisadas. A Obra 3 apresentou cumprimento de 53,8%, a Obra 7 igual a

78,6% e a Obra 10 igual a 84,6%. Segundo a NR-18, as áreas de carga ou descarga

devem ser delimitadas, por guarda-corpo, pintura, cavalete ou outro dispositivo, porém

esse requisito não é cumprido em nenhuma das três obras analisadas.

4.1.10 Serviços em telhado e cobertura

A partir do Quadro 24, que trata dos serviços em telhados e cobertura, foi

possível afirmar que o item que mais se destacou negativamente foi o J.3, referente a

sinalização de advertência e isolamento da área, presente em apenas três obras.

Quadro 33 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico J

J. SERVIÇOS EM TELHADO E COBERTURA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

J.1

Nos serviços em telhados, o cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista, para movimentação segura do trabalhador?

S S S S S S S S N S N S N NA S

J.2

As extremidades dos cabos-guias estão fixados na estrutura definitiva, por meio de espera de ancoragem, suporte ou grampos de fixação de aço inoxidável ou outro material de resistência e durabilidade equivalentes?

S S S S S S S S N S N S N NA S

J.3 Existe sinalização de advertência e isolamento da área?

N N N S N N S N N S N N N NA N

Fonte: O Autor.

A maioria das obras estava conforme à norma quanto aos requisitos de cinto

de segurança e esperas para ancoragem em trabalhos em altura e periferias das

edificações. Nas obras 9, 11 e 13, constatou-se com sendo frequente a adoção de

materiais improvisados para fixação dos cabos-guias na estrutura, prática com alto

risco de acidente.

74

4.1.11 Instalações elétricas

O tópico K, apresentado no Quadro 25, abordou o estado das instalações

elétrica. O ambiente das obras avaliadas, devido as características da região, é úmido

e molhado, por conta disso, as empresas apresentaram cuidados com as partes vivas

expostas e fios desencapados, resultando em um grau de conformidade a norma

maior que 80% para esse requisito.

Quadro 34 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico K

K. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

K.1

Na obra não existem circuitos e equipamentos elétricos com partes vivas expostas, tais como fios desencapados?

S S S S S S S N N S S S S S S

K.2 Os disjuntores dos quadros gerais de distribuição têm seus circuitos identificados?

NA N N S S N S N N S N N S S N

K.3

Todos os ramais destinados a ligação de equipamentos elétricos, tem disjuntores ou chave magnéticas, independentes, com fácil acionamento e segurança?

NA N S S S S S S N S N S S S S

K.4

Os fios condutores estão em locais livres de umidade, impactos mecânicos, do trânsito de pessoas e equipamentos, de modo a preservar sua isolação?

S N S S S S S S N N S S S S S

K.5 Os quadros gerais de distribuição são mantidos trancados?

S N N S S N S N N N S S S S S

K.6 Todas as máquinas e equipamentos elétricos estão ligados por conjunto plugue e tomada?

S S S S S S S S N S S S S S S

K.7

Caso necessário, as redes de alta tensão estão isoladas de modo a evitar contatos acidentais com veículos, equipamentos e trabalhadores?

S N N S S N S N N S N S S S S

Fonte: O Autor.

O item que apresentou maior negligência nas obras avaliadas foi o K.2,

referente a identificação dos circuitos nos disjuntores dos quadros gerais de

distribuição, com 42,8% de conformidade com a NR-18. Na Figura 20 é exibido um

quadro geral, de uma obra em conformidade com a norma, com seus respectivos

disjuntores identificados.

75

Figura 20 - Disjuntores do quadro geral de distribuição com seus circuitos identificados

Fonte: O Autor.

4.1.12 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

O tópico de máquinas, equipamentos e ferramentas diversas, apresentado no

Quadro 26, apresentou 83,7% de cumprimento à norma. Durante a aplicação do

checklist, observou-se que uma obra de grande porte possuía máquinas com estado

de conservação ruim, tendo como justificativa do responsável, a falta de recursos para

a compra e manutenção dos equipamentos e máquinas.

Quadro 35 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico L

L. MÁQUINAS, EQUIP. E FERRAMENTAS DIVERSAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

L.1

Todas as partes móveis dos motores, transmissões e partes perigosas das maquinas estão protegidas do alcance dos trabalhadores?

S S S S S S S S S S S S S S S

L.2 Todas as ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento?

S S S S S S S S N S S S S S S

L.3

Todas as máquinas e equipamentos podem ser acionadas ou desligadas pelo operador na sua posição de trabalho, que não se localize em zona perigosa, não sendo possível o acionamento de forma involuntária?

S S S S S S S S N S S S S S N

76

Quadro 36 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico L (continuação)

L.4 Todas as máquinas e equipamentos podem ser acionadas ou desligadas com facilidade por outra pessoa em caso de emergência?

S S S N S S S S N S S N S S S

L.5 Toda máquina possui dispositivo de bloqueio para impedir seu acionamento por pessoa não autorizada?

N S S S S S S S N S S N N S N

L.6

Todas as máquinas, equipamentos e ferramentas são submetidas a inspeção e manutenção de acordo com a normas técnicas vigentes?

S S N S S S S S S S S N N S N

L.7

Todas as máquinas e/ou equipamentos estão localizados em ambiente com iluminação natural e/ou artificial adequada para a atividade?

N S S N S S S S N S N S N S N

L.8 As ferramentas são apropriadas para o uso que se destina e não estão danificadas, com defeitos e/ou improvisadas?

S S S S S S S S S S S S S S S

L.9 As ferramentas pneumáticas possuem dispositivo de partida instalada de modo a reduzir o seu acionamento acidental?

S S S S S S S S N S S S S S S

Fonte: O Autor.

4.1.13 Equipamento de Proteção Individual

Os resultados dos itens avaliados no tópico de EPI são apresentados no quadro

27. No início da vistoria, era realizada a verificação do primeiro item desse tópico,

referente ao fornecimento de capacetes para os visitantes, o qual 40% das empresas

não cumpriram.

Quadro 37 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico M

M. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

M.1 São fornecidos capacetes para os visitantes?

N N S S S N N S N S S S S S S

M.2 Todo trabalhador está usando botinas e capacetes, independente da função?

S S S S S N S S S S S S S S N

M.3 Os trabalhadores estão usando uniforme cedido pela empresa?

S S S S S N S S N S N N N S N

M.4

Em trabalhador acima de 2,00m de altura os trabalhadores estão usando cinto de segurança tipo pára-quedas com cabo fixado na construção?

N N N S S N N N NA S NA N N S S

77

Quadro 38 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico M (continuação)

M.5

Os trabalhadores em serviços de eletricidade e em situações de limitação de movimento estão usando cinto de segurança tipo abdominal?

N N N S S N N N S S N N N S S

M.6

Há alertas quanto a obrigatoriedade do uso dos EPI`s básicos (capacete e botina) dispostos em locais de fácil visualização ou de presença obrigatória dos operários (refeitórios, vestiários, alojamentos)?

N N N S S N S S N S S N S S S

Fonte: O Autor.

O item com menor grau de cumprimento à norma, foi quanto ao uso do cinto de

segurança tipo paraquedas, com talabarte fixado na construção, pelos operários que

trabalham acima de 2,00m de altura, com apenas 38,5% de cumprimento.

Quanto a os alertas para o uso dos EPIs, as obras que melhor atenderam

esse requisito, além de possuírem sinalizações nas áreas de alto risco, também

tinham placas nos refeitórios, vestiários, corredores das escadas e outros locais de

fácil e frequente visualização pelos operários.

4.1.14 Armazenamento e estocagem de materiais

O tópico de armazenamento e estocagem de materiais, apresentado no Quadro

28, aborda a organização dos canteiros de obra, atingindo 79% de cumprimento nas

obras avaliadas. Os itens que mais contribuíram na redução do grau de cumprimento

desse tópico foram o armazenamento dos vergalhões de aço, das madeiras retiradas

de fôrma e escoramento e a falta de extintor de incêndio próximo ao almoxarifado, em

suma, são itens de fácil adequação por parte das empresas.

Quadro 39 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico N

N. ARMAZENAMENTO E ESTOCAGEM DE MATERIAIS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N.1

O cimento é estocado em pilhas de no máximo 10 sacos, de forma a facilitar seu manuseio (a NR-18 não estabelece altura limite)?

S S S S S S S S S S S S S S S

N.2

Os tijolos ou blocos são estocados em pilhas de no máximo 1,80 m de altura (a NR- 18 não estabelece altura limite)?

S S S S S S S S S S S S S S N

78

Quadro 40 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico N (continuação)

N.3 Os blocos ou tijolos estão estocados sobre piso nivelado?

S S S S S S S S S S S S S S S

N.4

Os tubos de PVC estão armazenados em camadas, com espaçadores, separados de acordo com a bitola?

S S S S S N S N S S S N S S N

N.5

Os vergalhões estão armazenados de forma a impedir o desmoronamento das pilhas e separados de acordo com suas bitolas?

N S S S N N S N S S S N S S NA

N.6

As madeiras retiradas de fôrmas e escoramentos estão empilhadas de forma a evitar seu desmoronamento e manter livre e desimpedida a circulação no local?

N S S S N N S N S S S N N S N

N.7

Os materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos estão armazenados em locais isolados, sinalizados e com acesso permitido somente a pessoas autorizadas?

S NA S S NA NA S NA S NA S NA S S S

N.8 O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao almoxarifado?

S N S S S N S N S S S N N S S

Fonte: O Autor.

4.1.15 Proteção contra incêndio

Conforme apresentado no Quadro 29, o tópico de proteção contra incêndio

apresentou baixo grau de conformidade à NR-18. Apenas uma obra cumpriu com

todos os requisitos avaliados. De modo geral, muitas das obras não possuíam

extintores de incêndio nas áreas próximo a serra elétrica (80%), ao almoxarifado

(33,3%) e ao depósito de madeira (80%). Outro fator contribuinte para a baixa nota

desse tópico foi a inexistência de sistemas de alarme em 14 obras e a falta de

operários treinados para o primeiro combate ao fogo em 11 obras.

Quadro 41 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico O

O. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

O.1 O canteiro possui extintor de incêndio próximo a serra elétrica?

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

O.2 O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao almoxarifado?

S N S S S N S N S S S N N S S

79

Quadro 42 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico O (continuação)

O.3

O canteiro possui extintor de incêndio próximo ao depósito de madeiras. Indicar outros locais onde há a presença de extintores.

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

O.4 O canteiro possui extintor de incêndio próximo a serra elétrica?

NA N N NA NA NA NA NA NA NA NA NA N S N

O.5 Há um sistema de alarme na obra?

N N N N N N N N N NA N N N S N

O.6 O canteiro possui equipes de operários treinadas para o primeiro combate ao fogo?

N N N N N N N N N S S N S S N

Fonte: O Autor.

4.1.16 Sinalização de segurança

Apesar de ser um serviço de simples aplicação, a partir dos resultados obtidos

no Quadro 30, o tópico de sinalização de segurança apresentou uma porcentagem de

não-conformidade alta, igual a 35,1%. Sendo o item P.2, referente às indicações das

saídas da obra por meio de dizeres ou setas, o mais negligenciado pelas construtoras.

Quadro 43 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico P

P. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

P.1 Há identificação dos locais de apoio (banheiros, escritório, almoxarifado, etc.) que compõem o canteiro?

N S S S S S S S N S S S S S N

P.2 Há indicações das saídas da obra, por meio de dizeres ou setas?

N N N S N N N S N S N S S S N

P.3 Nos locais pertinentes existem alertas contra o perigo de queda (poço do elevador, periferia da edificação, etc.)?

N N N S S N N S N S N S S S S

P.4 Há advertências quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e guindaste?

N N N S S N N S N S NA S S S N

80

Quadro 44 - Resultados da aplicação do checklist - Tópico P (continuação)

P.5

Há alertas quanto a obrigatoriedade do uso dos EPI`s básicos (capacete e botina) dispostos em locais de fácil visualização ou de presença obrigatória dos operários (refeitórios, vestiários, alojamentos)?

N N N S S N S S N S S N S S S

P.6

Há uma placa no interior do elevador de materiais indicando a carga máxima para transporte de carga?

S S N S S S S N S S S S S S S

P.7

Caso a obra não tenha elevador de cremalheira e somente elevador de materiais, há uma placa no interior deste indicando a proibição do transporte de pessoas?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA

P.8

Há placa identificando acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra?

NA NA N N NA NA N NA N N N NA N S N

Fonte: O Autor.

4.2 ATENDIMENTO À NR-18 GERAL

Na Figura 21 foram apresentados os graus de atendimento à NR-18 de cada

uma das obras avaliadas e do total de Passo Fundo.

Figura 21 - Grau de atendimento total à NR-18 de cada obra e de Passo Fundo

Fonte: O Autor.

6,906,326,69

7,857,87

6,19

7,56

6,47

4,45

8,69

7,04

5,866,33

9,58

6,366,94

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 PF

GR

AU

DE

AT

EN

DIM

EN

TO

T

OT

AL

OBRAS

81

A partir das notas de cada obra analisada, fez-se a média geral da cidade de

Passo Fundo, resultando em um grau de atendimento à NR-18 de 6,94. Como o

checklist utilizado não apresenta uma classificação qualitativa do atendimento à

norma, não é possível afirmar que determinado grau de cumprimento é bom ou ruim;

por isso adotou-se como referência o valor médio geral.

Observou-se, na Figura 21, que 40% das obras apresentaram grau de

cumprimento maior que a média geral, relativo as Obras 14, 10, 5, 4, 7 e 11. A maior

parte das obras (53,3%) ficaram concentradas com notas entre 5 e 7, sendo as Obras

12, 6, 2, 13, 15, 8, 3 e 1.

A Obra 14, que obteve o maior grau de cumprimento dos itens da norma (9,58),

demonstrou boa conduta de segurança do trabalho no canteiro de obra. Um dos

fatores que contribuiu para o bom desempenho da Obra 14 pode ser relacionado com

o fato da empresa possuir uma cultura de qualidade, podendo destacar a adoção do

sistema de construção enxuta, certificação no Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade na Habitação (PBQP-H) no nível A e certificação de acordo com a

norma ISO 9001. Apesar dessas certificações e sistema não estarem diretamente

ligados à NR-18, eles possuem práticas que auxiliam no atendimento às normas de

segurança e saúde do trabalho.

Por outro lado, a Obra 9 apresentou o menor grau de cumprimento a norma

(4,45), ou seja, menos de 50% dos itens em concordância com a NR-18. Nessa obra

foi constatado o desconhecimento de alguns itens da norma por parte dos

responsáveis técnicos e que a construtora responsável não dispõe de políticas de

segurança e saúde do trabalho, fatores que corroboraram o resultado obtido.

4.3 ATENDIMENTO À NR-18 DE PASSO FUNDO POR GRUPOS

Cada uma das obras apresentou notas para os 16 tópicos que compõem o

checklist. A partir dessas notas, fez-se médias aritméticas das notas de cada tópico

das 15 obras analisadas, resultando no grau de atendimento de cada grupo da norma

na cidade de Passo Fundo. Na Figura 22 foram apresentadas as notas finais de cada

grupo do checklist referente ao total de obras da cidade.

Foi possível afirmar, com base nos resultados da Figura 22, que o grupo com

melhor atendimento à NR-18 foi o tópico B, referente ao serviço de ordem, limpeza e

tapumes, com 90% dos itens cumpridos.

82

Figura 22 - Grau de atendimento de cada tópico da NR-18 das obras de Passo Fundo

Fonte: O Autor.

As obras avaliadas já possuíam as etapas de terraplanagem e infraestrutura

concluídas, assim, o tópico D, referente aos serviços de escavações, fundações e

desmonte de rochas, não foi possível de ser verificado no estágio em que as obras

estavam. Por esse motivo, esse tópico possuiu nota zero e foi desconsiderado no

cálculo da nota total.

Os tópicos que apresentaram graus de atendimento à norma menor que a

média foram o Tópico O – Proteção contra incêndio (3,22), Tópico F – Armações de

aço (4,82), Tópico M – EPI (5,89), Tópico P – Sinalização de segurança (5,92), Tópico

E – Serra circular e central de carpintaria (6,36) e o Tópico J – Serviços em telhado e

cobertura (6,42).

Dentre os primeiros estudos que avaliaram o atendimento à NR-18 em

canteiros de obra, destaca-se a pesquisa de Rocha, Saurin e Formoso (2000), os

quais avaliaram o cumprimento da norma em sessenta e sete canteiros nas cidades

de Porto Alegre (RS), Passo Fundo (RS), Santa Maria (RS), Fortaleza (CE), Salvador

(BA) e Feira de Santana (BA). Em seus resultados, a cidade de Passo Fundo obteve

grau de cumprimento a norma igual a 3,90, nota 43,8% inferior a obtiva na presente

pesquisa (6,94). Porém, o baixo grau de atendimento no ano de 2000 pode justificar-

se pela menor atuação da fiscalização nas cidades do interior e porque naquela época

a NR-18 ainda estava em processo de implantação (ROCHA; SAURIN; FORMOSO,

2000).

8,98 9,00

7,02

0,00

6,36

4,82

7,228,15

7,236,41

7,248,37

5,89

7,90

3,22

5,926,94

0

2

4

6

8

10

GR

AU

DE

AT

EN

DIM

EN

TO

TÓPICOS

Grau de cumprimento à NR-18 total e por tópico

83

Costella, Junges e Pilz (2014) também avaliaram o grau de cumprimento a

norma em canteiros de obra de grande porte na cidade de Chapecó/SC, por meio de

uma lista de verificação. A média geral de 53 canteiros foi de 6,47, próxima a média

geral de Passo Fundo.

Assim como a presente pesquisa, Costella, Junges e Pilz (2014), verificaram

que o item com menor grau de cumprimento da NR-18 foi o referente aos serviços de

proteção contra incêndio, com apenas 31,8% de conformidade com a norma, em

virtude da falta de extintores de incêndio em locais como a central de carpintaria e

almoxarifado, negligência que também foi encontrada nos canteiros de obra de Passo

Fundo.

Todas as obras analisadas pela presente pesquisa são de grande porte e por

isso tendem a possuir qualidade superior aos serviços de menor porte. Entretanto, o

desempenho da segurança nas obras de grande porte de Passo Fundo está aquém

do esperado em algumas áreas do canteiro de obra, colocando em risco a saúde e

integridade física dos trabalhadores.

4.4 PROPOSTA DE MELHORIA NAS PRÁTICAS DE SST

Com base no grau de atendimento de cada tópico da NR-18, constatou-se que

40% dos tópicos avaliados no checklist obtiveram notas inferiores à média geral de

Passo Fundo. Os serviços de proteção contra incêndio (32,2%), armações de aço

(48,2%), EPI (58,9%) e sinalização de segurança (59,2%) foram os tópicos com

menores porcentagens de itens em conformidade com a norma e, a fim de melhorar

a adequação desses tópicos às legislações de segurança, serão apresentadas nesse

capítulo sugestões de práticas de SST que podem ser implantadas nas empresas de

construção avaliadas.

As exigências ao tópico de proteção contra incêndio são especificadas na NR-

23 e pela legislação pertinente de combate à incêndio do Corpo de Bombeiros do

estado do Rio Grande do Sul, no município de Passo Fundo. As maiores negligências

encontradas nos canteiros de obra foram a falta de extintores de incêndio, sistema de

alarme e brigadistas para o primeiro combate ao fogo.

Para corrigir essas inconformidades, é preciso a elaboração e implementação

de processos preparados para responder possíveis situações de emergência, tais

como: grupos de trabalhadores treinados para Brigada de Incêndio; treinamentos

84

periódicos de trabalhadores para o combate inicial a incêndios e evacuação do local;

instalações de sinal de alarme e luzes de emergência; plano de sinalização para rotas

de fuga e alertas contra riscos de incêndio; simulações de evacuação; inspeções

periódicas nos extintores de incêndio, com registros de conformidades e

anormalidades e inspeção da distribuição dos extintores nos locais de riscos mais

acentuados (CBIC, 2017).

As principais violações verificadas no tópico de armações de aço foram a

ausência de proteções nas lâmpadas da área de trabalho e nas pontas horizontais e

verticais dos vergalhões de aço. Para as lâmpadas de iluminação, a adequação é

simples, basta a adoção de proteções gradeadas nas lâmpadas, a fim de protege-las

contra impactos provenientes de projeção de partículas ou de vergalhões.

Todas as pontas dos vergalhões devem ser protegidas, como por exemplo, pela

adoção de proteções tipo “cogumelos” (Figura 23). Conforme o relato de responsáveis

por algumas obras, esse tipo de proteção exige maior cuidado e tempo para

colocação, por isso, sugere-se a composição de um grupo de trabalhadores

responsável pela colocação das proteções e, nos locais de circulação de pessoas,

onde as proteções tipo “cogumelo” caem com frequência, podem ser adotadas

proteções de vergalhões com a sobreposição de “caixotes”, como na Figura 24 (CBIC,

2017).

Figura 23 - Proteções tipo “cogumelos” para pontas de vergalhões

Fonte: CBIC, 2017, p. 121.

85

Figura 24 - Proteção para fileira de vergalhões com a sobreposição de ”caixotes”

Fonte: CBIC, 2017, p. 122.

Com o propósito de aumentar o cumprimento das exigências referentes aos

EPIs, é necessário que melhores práticas de gestão de SST sejam implantadas nas

construtoras, tais como: programa de sanções disciplinares pela falta ou irregularidade

no uso de EPI, avaliações realizadas através de fichas que verifiquem o uso correto

do EPI e a disposição no canteiro instruções de trabalho por função, com a

demonstração do uso correto dos EPIs, por meio de ilustração e fotografia (BRIDI,

2012).

Na pesquisa de Bridi (2012), como medidas disciplinares, foram observadas

empresas que aderiram ao sistema de 3 níveis, sendo eles: aviso verbal, advertência

e suspensão, aos funcionários que não utilizavam de forma correta os equipamentos

de proteção fornecidos pela empresa, sendo que quando ultrapassados esses limites,

poderia haver demissão por justa causa ou o funcionário pode ser encaminhado para

um treinamento de reciclagem.

No presente trabalho, foi verificada uma boa prática de gestão que incentiva o

uso correto dos EPI e as boas práticas de segurança no trabalho, na Obra 8, onde um

dia por semana, no início da jornada de trabalho, são apresentados aos funcionários

vídeos e mensagem motivacionais com o intuito de melhorar o engajamento e a

postura profissional da equipe.

A falta de sinalização de segurança em algumas áreas dos canteiros contribuiu

para que o grau de cumprimento desse item ficasse abaixo da média geral. As

empresas podem desenvolver um projeto de sinalização de segurança especificando

86

os tipos de sinalização e os locais exigidos pela NR-18 e também a elaboração e

divulgação do Mapa de Riscos da Obra.

Na Figura 25 são apresentados os diferentes tipos de sinalização de segurança

e na Figura 26 é ilustrado um mapa de risco de uma obra.

Figura 25 - Sinalizações de segurança

Fonte: CBIC, 2017, p. 122.

Figura 26 - Mapa de Risco de uma obra

Fonte: Barros, Silva e Oliveira, 2016, p.12.

87

Uma prática eficiente, segundo Medeiros et al. (2016), é a utilização de

sinalização com figuras e pictogramas, que facilitem o acesso às informações para

todos os funcionários, inclusive os não-alfabetizados. Um exemplo desse tipo de

sinalização foi encontrado na Obra 1, apresentado na Figura 27, onde ilustração dos

EPIs e o seu uso é de fácil compreensão para os trabalhadores.

Figura 27 - Sinalização com figuras que facilitam a compreensão dos trabalhadores

Fonte: O Autor.

Valente (2017), ao avaliar os dispositivos visuais utilizados para a gestão de

segurança do trabalho em canteiros de obra, verificou que geralmente tais dispositivos

são estáticos, como placas e avisos, e pouco interessantes. Com o propósito de

remediar essa situação, sua pesquisa propôs recursos de sinalização mais atrativos,

de forma mais chamativa e convincente.

Nessa mesma perspectiva, sugere-se a adoção de dispositivos visuais que

chamem mais atenção dos funcionários, conforme Figura 28 e 29. Na Figura 28, o

dispositivo lúdico que compara o certo e o errado, pretende que o funcionário se

identifique com as imagens e que todos reconheçam o padrão existente no uso dos

equipamentos de proteção individual e coletiva.

88

Figura 28 - Dispositivo visuais associado ao uso de EPIs

Fonte: Valente, 2017, p. 153.

Na Figura 29, é exibido um painel com as fotografias dos filhos dos funcionários

e mensagens emotivas relacionadas ao cuidado diário com a segurança, nesse caso

também, os funcionários se identificam com o dispositivo por reconhecerem as

imagens dos filhos e, consequentemente, promove um efeito emocional capaz de reter

a informação por mais tempo (VALENTE, 2017).

Figura 29 - Pôster com fotos dos filhos dos funcionários para efeito emocional

Fonte: Valente, 2017, p. 154.

89

De modo geral, recomenda-se que os empregados e empregadores estejam

estimulados a adotar ferramentas de gestão para facilitar a identificação dos riscos,

propor soluções de segurança e monitorar os resultados (ABRAINC, 2016). Ao

implementar, estabelecer e manter a melhoria contínua de um Sistema de Gestão de

Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST), as empresas previnem acidentes de

trabalho, aumentam o desempenho de SST e oferecem melhores condições de

trabalho para seus funcionários.

90

CONCLUSÃO

Partindo do objetivo de verificar o grau de cumprimento das exigências da

norma NR-18 nos canteiros de obra prediais de Passo Fundo – RS e de propor

adequações na gestão de segurança e saúde no trabalho, observou-se que o grau de

cumprimento geral das obras analisadas foi de 6,94, correspondendo a 69,4% de itens

em conformidade com a NR-18.

A pesquisa se limitou em uma amostra de quinze canteiros de obra,

abrangendo edifícios residenciais em fase de construção, de grande porte, com mais

de oito pavimentos e com a presença de elevador. Para caracterizar o grau de

cumprimento à NR-18, utilizou-se como instrumento de coleta o checklist de Costella,

Junges e Pilz (2014), com 249 itens de verificação divididos em 16 tópicos, que

representam os principais tópicos da NR-18 com alto índice de aplicabilidade.

A partir das respostas obtidas no checklist aplicado em cada uma das obras,

foram realizadas médias aritméticas que possibilitaram analisar quantitativamente os

graus de cumprimento de cada tópico da norma, de cada obra e do total de Passo

Fundo.

Durante a análise quantitativa dos resultados, constatou-se a necessidade de

uma análise qualitativa dos mesmos, que permitisse afirmar que determinada média

é boa ou ruim, por exemplo. Como não havia uma aferição qualitativa no checklist,

optou-se por classificar as notas abaixo da média geral (6,94), como as piores médias

e as notas cima da média geral, como sendo as melhores médias.

Outra consideração em relação ao checklist de Costella, Junges e Pilz (2014),

é que não havia a valorização e/ou ponderação de pontuação por grau de risco dos

itens de verificação. Um exemplo disso é que o item C.1.13 (Há um suporte para

sabonete correspondente à cada chuveiro?) se não cumprido, recebe a mesma

pontuação para o não atendimento do item G.3.1 (Os vãos de acesso às caixas de

elevadores possuem fechamento provisório tipo sistema guarda-corpo e rodapé, ou

dispositivo que cumpra as mesmas funções de proteção?) que quando negligenciado,

tem à probabilidade de gerar um acidente de maior fator de risco.

Das obras analisadas, 40% atingiram notas maiores que a média geral, sendo

os tópicos da norma com melhores notas os referentes ao PCMAT; ordem, limpeza e

tapumes; áreas de vivência; proteção contra quedas de altura; instalações elétricas;

91

máquinas, equipamentos e ferramentas diversas; armazenamento e estocagem de

materiais.

Os tópicos que apresentaram as piores notas foram referentes aos serviços de

proteção contra incêndio; armações de aço; EPI; sinalização de segurança; serra

circular e central de carpintaria e serviços em telhado e cobertura.

Apesar de todas as obras analisadas serem de grande porte e, por isso,

apresentarem melhores desempenhos nos canteiros que os portes de obra inferiores,

foi verificado que em algumas empresas o investimento em segurança do trabalho

acaba ficando em segundo plano. Essa afirmação pode ser justificada pelo

desconhecimento de todos os itens da NR-18 por parte dos responsáveis técnicos,

pela negligência dos itens considerados de pequeno risco e pela falta de uma cultura

de segurança.

O desinteresse em atender às exigências das normas de segurança e a falta

de planejamento para a implantação de medidas de segurança, abre a oportunidade

para os trabalhadores utilizarem equipamentos e técnicas improvisadas e inseguras.

Nesse contexto, sugeriu-se algumas medidas de gestão de segurança e saúde

do trabalho para aumentar o grau de atendimento dos tópicos com as piores notas na

cidade de Passo Fundo.

Para melhorar o atendimento aos tópicos de proteção contra incêndio, como

medidas de gestão, propõe-se a implantação de grupos de trabalhadores treinados

para Brigada de Incêndio; treinamentos periódicos; instalação de sinal de alarme em

todo o canteiro de obra; plano de sinalização para rotas de fuga; inspeções periódicas

nos extintores de incêndio, quanto aos registros e conformidades e também quanto a

distribuição dos mesmos nos locais de riscos mais acentuados.

Quanto ao tópico de armações de aço, recomendou-se a composição de um

grupo de trabalhadores responsável pela colocação das proteções nos vergalhões e

a adoção de vergalhões com sobreposição de “caixotes” nas áreas de grande

circulação.

Considera-se que as negligências dos tópicos de EPI e sinalização de

segurança podem ser solucionadas com práticas de SST como: programa de sanções

disciplinares pela falta ou irregularidade no uso de EPI; avaliações realizadas através

de fichas que verifiquem o uso correto do EPI; demonstração do uso correto de EPIs

por meio de treinamentos e fotografias; mensagem motivacionais antes da jornada de

trabalho; desenvolvimento de projeto de sinalização de segurança especificado para

92

cada área do canteiro; elaboração e divulgação do Mapa de Riscos da Obra; a

utilização de figuras e pictogramas com informações acessíveis para todos os

funcionários e o uso de dispositivos de sinalização mais atrativos e que chamem mais

a atenção dos funcionários.

Um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SGSST) baseado

no modelo PDCA, com a participação dos coordenadores e trabalhadores, foi

apresentado como uma alternativa eficaz para estabelecer, implementar, manter e

melhorar continuamente o SGSST em um canteiro de obra. Além de melhorar o

atendimento às normas de segurança, o sistema de gestão com a utilização do ciclo

PDCA, estabelece uma política de gestão de SST pertinente e apropriada para a

empresa e, dessa forma, é capaz de minimizar os riscos de acidentes.

Contudo, apesar do grau de cumprimento da cidade de Passo Fundo ser

superior a 50%, a porcentagem de itens em desconformidade com a NR-18, principal

norma de segurança relacionada ao setor da Construção Civil, ainda é elevado. É

preciso que ações e medidas de SST sejam implantadas nos canteiros de obra para

que o grau de conformidade às exigências normativas aumente e, associadamente,

aumente o desempenho e produtividade, reduza os riscos de acidentes de trabalho e

previna multas, embargos e interdições nos canteiros de obra.

Uma maneira de incentivar o setor da Construção Civil em implantar um SGSST

e de cumprir as normas regulamentadoras de segurança do trabalho é o

desenvolvimento de pesquisas. Dessa forma, sugere-se os seguintes temas para

trabalhos futuros:

- Propor uma nova lista de verificação que permita analisar qualitativamente as

ações de SST dos canteiros de obra;

- Aplicar as medidas de SST sugeridas nesse trabalho em uma obra e verificar

que houve aumento do grau de cumprimento à NR-18.

- Comparar os resultados obtidos nesse trabalho, para obras de grande porte,

com outros portes de obra na cidade de Passo Fundo.

- Proposta de adequação do checklist de Costella, Junges e Pilz (2014) a partir

da atribuição de pesos aos itens da NR-18, conforme sua periculosidade à saúde e

segurança do trabalhador.

93

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VITORELI, Gislaine Aparecida; CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro. Análise da integração dos sistemas de gestão normalizados ISO 9001 e OHSAS 18001: Estudo de casos múltiplos. Gestão And Produção, São Paulo, v. 20, n. 1, 2013.

ZANOTTO, Lucas Fabiani. Análise dos dados de acidentes de trabalho no brasil no triênio 2012-2014: ênfase no setor da construção civil. Monografia (Especialização), Faculdade Meridional IMED, Passo Fundo, 2018.

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ANEXOS

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ANEXO A – Escopo das Normas Regulamentadoras em vigor.

NR Escopo

1 Estabelece obrigatoriedade das empresas privadas e públicas em atender as Normas Regulamentadoras, relativas a segurança e medicina do trabalho (BRASIL, 2009).

2 Todo estabelecimento novo, entes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas aprovações ao Órgão Regional do MTb (BRASIL, 1983a).

3 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador (BRASIL, 2011a).

4 Estabelece a obrigatoriedade das empresas privadas e públicas em manter os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho (BRASIL, 2016a).

5 Estabelece que as empresas devem constituir uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (BRASIL, 2011b).

6 Estabelece a obrigatoriedade das empresas em fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento (BRASIL, 2015a).

7 Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores (BRASIL, 2013a).

8 Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem (BRASIL, 2011a).

9 Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir (BRASIL, 2016b).

10 Estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade (BRASIL, 2016c).

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11 Estabelece medidas de segurança para as operações de transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Todos os equipamentos, sejam mecânicos ou manuais, devem ser calculados e construídos para que garantam às resistências e a segurança necessária, para manter as perfeitas condições de trabalho (BRASIL, 2016d).

12 Estabelece as especificações, princípios e medidas de proteção nas fases de projeto, instalação, utilização e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes e doenças do trabalho (BRASIL, 2016e).

13 Estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas tubulações de interligação nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2014a).

14 Estabelece que os fornos devem ser instalados em locais adequados, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores (BRASIL, 1983b).

15 Estabelece os limites de tolerância máximos e mínimos relacionados com a natureza e o tempo de exposição ao agente, assegurando que tais exposições não causem dano à saúde do trabalhador durante a sua vida labora (BRASIL, 2014b).

16 Classifica as atividades e operações perigosas e estabelece que o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (BRASIL, 2015b).

17 Estabelece parâmetros para adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, assegurando ao funcionário o máximo de conforto, segurança e desempenho (BRASIL, 2007).

18 Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e cumprimento do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT) o qual deve abranger a NR-09 c

19 Estabelece as atividades de fabricação, utilização, importação, exportação, tráfego e comércio de explosivos devem obedecer ao disposto na legislação específica, em especial ao Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do Exército Brasileiro (BRASIL, 2011d).

20 Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis (BRASIL, 2014c).

21 Estabelece que nos trabalhos realizados a céu aberto é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries (BRASIL, 1999).

22 Tem por objetivo disciplinar os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2016f).

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23 Estabelece que todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis (BRASIL, 2011e).

24 Estabelece condições sanitárias e de conforto em instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos (BRASIL, 1993).

25 Estabelece que a empresa deve buscar a redução da geração e destino adequado de resíduos por meio por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis (BRASIL, 2011f).

26 Estabelece que devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes (BRASIL, 2015d).

27 O texto da NR-27 com redação pela Portaria 13/1995, foi REVOGADA pela PORTARIA n.º 262, de 29 de maio de 2008, publicada no DOU de 30/05/2008 (BRASIL, 2008).

28 Estabelece as diretrizes para fiscalização do trabalho, assim como a aplicação de penalidade de multas (BRASIL, 2017).

29 Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários (BRASIL, 2014d).

30 Tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários (BRASIL, 2015e).

31 Tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho (BRASIL, 2013b).

32 Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral (BRASIL, 2011g).

33 Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços (BRASIL, 2012).

34 Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval (BRASIL, 2016g).

35 Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade (BRASIL, 2016h).

36 Estabelece os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a

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garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2016i).

Fonte: O Autor.

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ANEXO B

DESCRIÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS ANALISADOS

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ANEXO C

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO DA ADEQUAÇÃO DE CANTEIROS DE OBRA À NR-18 (ATUALIZADA EM 2016)

Preenchido por:

Data:

Empresa:

Obra:

Caracterização geral do canteiro:

Fase da obra

( ) Infraestrutura ( ) Estrutura ( ) Alvenaria

( ) Revestimento Interno ( ) Revestimento externo ( ) Outra:

Nº de pavimentos: Totais:

Na fase atual da obra:

Nº de operários: Pico máximo:

Na fase atual da obra: Existe PCMAT na obra: ( ) sim ( ) não ( ) não se aplica

Existe PPRA na obra: ( ) sim ( ) não ( ) não se aplica

Os trabalhadores receberam treinamentos: ( ) sim ( ) não

Instruções para preenchimento

• Antes de ir à obra leia todas as folhas com atenção; • Existem três opções de preenchimento: assinalar opção “sim” (S) quando o canteiro

for o cumprimento do requisito da norma, assinalar “não” (N), quando o requisito não estiver sendo cumprido, e assinalar “não se aplica” (NSA) quando o requisito não for no canteiro, seja devido a tipologia da obra ou a fase de execução no dia da visita;

• No caso de requisitos com dois ou mais elementos iguais para serem analisados, como por exemplo, a existência de dois guinchos ou duas gruas no mesmo bloco, adotar sempre a pior situação;

• No caso de canteiros de obras nos quais existam dois ou mais blocos em execução simultânea, usar um Lista de Verificação para cada bloco. Deve-se estar atento para que os itens comuns a dois ou mais blocos, como vestiários e refeitórios, sejam analisados uma única vez, tendo seus dados preenchidos somente em uma Lista de Verificação, indicando-se nos outros, o motivo do não preenchimento;

• Levar trena para fazer as medições necessárias;

Instruções para cálculo da notas de cada elemento:

• Soma dos itens assinalados “sim” x 10 divido pelo total de itens aplicáveis (não considerar os itens assinalados “não se aplica”)

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