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ESCOLA TÉCNICA SEQUENCIAL CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO Carlos Augusto Ribeiro Neves TEMA: NR-35 Resgate Vertical São Paulo 2015

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ESCOLA TÉCNICA SEQUENCIAL

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:

NR-35 Resgate Vertical

São Paulo

2015

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Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:

NR-35 Resgate Vertical

São Paulo

2015

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como

exigência parcial para a obtenção do certificado de:

Técnico em Segurança do Trabalho na Escola Técnica

Sequencial.

Orientador: Profº Sandra Ribeiro

Coorientador: Profº Felipe Felerico

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Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:

NR-35 Resgate Vertical

Aprovado em: 10/02/2015

Banca Examinadora:

___________________________________

Professor Sandra Ribeiro presidente da banca

Instituição

__________________________________

Professor Felipe Felerico Coorientador

Instituição

____________________________________

Convidado especialista

Instituição

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Dedico este trabalho a todos estudantes, pesquisadores e professores, que doam seu melhor e

ajudam a torna melhor, uma sociedade carente de cultura e informação dividindo e

multiplicando o conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de em primeiro lugar aproveitar a oportunidade para agradece meu irmão, Carlos

Magno que foi uma inspiração e um exemplo a ser seguido, minha esposa Talita de Oliveira

que sempre esteve ao meu lado, me incentivando e motivando à superação e não poderia

esquecer da minha mãe Dona Alda Maria que me mostrou a importância do trabalho além de

minha avó Carolina Gomes que me ensinou o valor da família.

Mas não poderia deixar de agradecer, aqueles que foram uma peça fundamental no meu

crescimento profissional e pessoal nestes meses de curso: Thiago Bonfim, Hamilton

Monteiro, Alan Isaac, Romário Amorim e Lucas Santos amigos que tive a oportunidade de

conhecer nesta experiência de aprendizado, assim como a Diretora Sra. Silvania que sempre

se mostrou solidaria a nossas expectativas e necessidades.

É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que o céu é o limite e você, truta, é imbatível.

Que o tempo ruim vai passar, é só uma fase. E o sofrimento alimenta mais a sua coragem. Que a sua

família precisa de você Lado a lado se ganhar pra te apoiar se perder.

Falo do amor entre homem, filho e mulher. A única verdade universal que mantém a fé.

(Racionais, a vida e desafio)

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar as técnicas e equipamentos utilizados em um

resgate simples a um trabalhador, em situação de “Suspensão Inerte” afim de transmitir

informações vitais, ao bom planejamento do trabalho em altura, a execução da Análise de Risco

(AR) e Permissão de Trabalho (PT), alertando sobre os riscos à saúde dos trabalhadores e a

importância de manter uma equipe de salvamento com recursos necessários.

Palavras Chaves: Suspensão Inerte, Resgate, NR-35.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 Ponto de compressão sob o sistema venoso (ESPELEO-AVENTURA, 2014)......15

Figura 2 Progressão do trauma do suspensão inerte (AUGUSTO, 2015).............................16

Figura 3 Quadro de fotos dos treinamentos realizados (AUGUSTO, 2015)..........................18

Figura 4 Foto de simulado (AUGUSTO, 2015)....................................................................19

Figura 5 Pictograma zona de queda livra (CB-32,2010).......................................................22

Figura 6 Pictograma leia o manual (AUGUSTO, 2015)........................................................23

Figura 7 Etiqueta com dados do fabricante do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015).........23

Figura 8 Etiquetas dos pontos de ancoragem do cinto paraquedista (AUGUTSO, 2015)......23

Figura 9 Quadro com pontos de ancoragem do cinto paraquedista (CB-32, 2010)................23

Figura 10 Pontos de conforto do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015)..............................24

Figura 11 Informações técnicas do cinto de segurança paraquedista (MANUAL DE

USO SINGINGROCK,2011)....................................................................................................25

Figura 12 Fator de queda (MANUAL DE USO CASA DAS CORDAS,2014).....................25

Figura 13 Exemplos de cinto paraquedista (casa das cordas, 2014).......................................26

Figura 14 Exemplo de corda NR-18 (AUGUSTO, 2015)........................................................27

Figura 15 Exemplo de inspeção de cordas (GOOGLE, 2012)................................................28

Figura 16 Exemplo de inspeção de cordas (AUGUSTO, 2015)..............................................28

Figura 17 Exemplo de proteções para cordas (ULTRA SAFE, 2014)...................................29

Figura 18 Cordelete (AUGUSTO, 2015)................................................................................29

Figura 19 Ascensão por bloqueadores (NBR 15595, 2008)....................................................31

Figura 20 Ascensores (AUGUSTO, 2015)..............................................................................31

Figura 21 Exemplo de resgate vertical (EBAH, 2010)............................................................32

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Figura 22 Exemplo de Trava quedas (AUGUSTO, 2015).......................................................33

Figura 23 Teste de resistência (NBR 14626, 2010).................................................................33

Figura 24 Trava quedas guiado em linha rígida (AUGUSTO, 2015).......................................34

Figura 25 Teste de resistência (NBR 14627, 2010)................................................................34

Figura 26 Tipos de capacetes de segurança (CONTROLEACIMA, 2012).............................35

Figura 27 Capacete para trabalho em altura (ULTRA SAFE, 2012)......................................36

Figura 28 Suspensão interna do capacete (AUGUSTO, 2015)...............................................36

Figura 29 Freio oito (AUGUSTO, 2015)................................................................................37

Figura 30 Descensor ID (AUGUSTO 2015)...........................................................................37

Figura 31 Forma de uso do ID (MANUAL DE USO PETZL, 2010).......................................38

Figura 32 Descensor Stop (MANUAL DE USO PETZI, 2010).............................................38

Figura 33 Exemplo de uso do Stop (MANUAL DE USO PETZIL).......................................39

Figura 34 Montagem do Stop em corda tensionada (GUIA TASK, 2012)..............................39

Figura 35 Descensor com dupla trava (AUGUSTO, 2015)....................................................40

Figura 36 Luvas de raspa (AUGUSTO, 2015).......................................................................40

Figura 37 Luvas para rapel (AUGUSTO, 2015).....................................................................41

Figura 38 Cabos de ancoragem (AUGUSTO, 2015)...............................................................41

Figura 39 Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014).......42

Figura 40 Indicações de uso fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014).............43

Figura 41 Indicações de uso fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)............43

Figura 42 Classe dos conectores (CB-32, 2010).....................................................................44

Figura 43 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................44

Figura 44 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................44

Figura 45 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................45

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Figura 46 Valores de carga e tempo de testes de resistência (CB-32, 2010)...........................45

Figura 47 Valores de carga e tempo durante testes de resistência (CB-32, 2010).................45

Figura 48 Marcações do conector (CB-32, 2010)...................................................................46

Figura 49 Ação para abertura (CB-32, 2010).........................................................................46

Figura 50 Progressão com talabarte (NBR 15595, 2008).......................................................47

Figura 51 Exemplo de trabalho com talabarte (MANUAL TRABALHO,2012)....................47

Figura 52 Modelo de talabarte simples (CB-32,2010)............................................................48

Figura 53 Modelo de talabarte duplo (CB-32,2010)...............................................................48

Figura 54 Modelo de talabarte regulável (CB-32,2010).........................................................48

Figura 55 Destorcedor de cordas (AUGUSTO, 2015)............................................................49

Figura 56 Exemplos de absorvedor de energia (CB-32,2010)................................................50

Figura 57 Pictograma zona de queda livre (CB-32, 2010)......................................................50

Figura 58 Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)...................................................................51

Figura 59 Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)..................................................................51

Figura 60 Placas de ancoragem (AUGUSTO, 2015)...............................................................52

Figura 61 Modelo de costura (AUGUSTO, 2015)..................................................................52

Figura 62 Modelo de pedaleira (AUGUSTO, 2015)..............................................................53

Figura 63 Nó oito (AUGUSTO, 2015)....................................................................................56

Figura 64 Nó oito dupla alça (AUGUSTO, 2015)..................................................................57

Figura 65 Nó lais de guia (AUGUSTO, 2015)........................................................................57

Figura 66 Nó pescador (AUGUSTO, 2015)...........................................................................58

Figura 67 Nó de fita (AUGUSTO, 2015)................................................................................58

Figura 68 Exemplos de nós blocantes (AUGUSTO, 2015)....................................................59

Figura 69 Ponto de ancoragem predial (ARANHAPREDIAL, 2014)....................................60

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Figura 70 Chapeleta e chumbador parabolt (AUGUSTO, 2015)............................................60

Figura 71 Ancoragem em série (AUGUSTO, 2015)...............................................................61

Figura 72 Ancoragem Semi-equalizada (AUGUSTO, 2015)................................................61

Figura 73 Ancoragem equalizada (TECNICASVERTICAIS, 2011).....................................61

Figura 74 Ancoragem equalizada (AUGUSTO, 2015)..........................................................62

Figura 75 Aumento de carga em função do ângulo das ancoragens (NBR 15595, 2008)....62

Figura 76 Sistema de redução mecânica 3:1 e 4:1 (NBR 15595, 2008).................................63

Figura 77 Exemplo de linha de vida com descensor (AUGUSTO, 2015)..............................65

Figura 78 Exemplo de resgate com sistema de redução mecânica (AUGUSTO, 2015).........65

Figura 79 Conexão do trava quedas na corda (AUGUSTO, 2015)..........................................66

Figura 80 Conexão dos ascensores a corda de progressão (AUGUSTO, 2015).......................67

Figura 81 Conexão da pedaleira ao ascensor de mão e pedaleira para ascensão

(AUGUSTO,2015)....................................................................................................................67

Figura 82 Exemplo de progressão por cordas (AUGUSTO, 2015)........................................68

Figura 83 Funcionamento do ID no sentido contrário (CONTROLEACIMA, 2012).............68

Figura 84 Bloqueio em descensor (ALPENPASS, 2015)........................................................69

Figura 85 Exemplo de contra peso (AUGUSTO, 2015).........................................................69

Figura 86 Exemplo de resgate simples (AUGUSTO, 2015)..................................................70

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LISTA DE SIGLAS

Abendi Associação Brasileira de Ensaios Não destrutivos

CA Certificado de Aprovação

CE Comunidade Europeia

EPI Equipamento de Proteção Individual

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

IRATA Industrial Rope Access Trade Association

NFPA National Fire Protection Association

NBR Norma Brasileira

NR Norma Técnica

Sinduscon-sp Sindicato da indústria da construção civil – São Paulo

RCP Reanimação Cardio Pulmonar

ZQL Zona de queda livre

UIAA União Internacional das Associações de Alpinismo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................15

2.1 Suspensão Inerte...............................................................................................................15

3. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................18

4. RESULTADOS E DISCURSSÕES...................................................................................20

4.1 Equipamentos....................................................................................................................20

4.1.1 Cinto de segurança tipo paraquedista NBR 15836, 2010...........................................21

4.1.2 Cordas e cordeletes para operações de resgate...........................................................26

4.1.3 Ascensores.......................................................................................................................30

4.1.4 Trava quedas guiado em linha flexível.........................................................................32

4.1.5 Trava quedas guiado em linha rígida...........................................................................34

4.1.6 Capacete de segurança para resgate............................................................................35

4.1.7 Descensores.....................................................................................................................37

4.1.8 Luvas...............................................................................................................................40

4.1.9 Cabos de Ancoragem.....................................................................................................41

4.1.10 Anel de Fita...................................................................................................................42

4.1.11 Conectores.....................................................................................................................44

4.1.12 Talabarte.......................................................................................................................47

4.1.13 Destorcedor de cordas.................................................................................................49

4.1.14 Absorvedores de energia.............................................................................................50

4.1.15 Polias.............................................................................................................................51

4.1.16 Placas de Ancoragem...................................................................................................52

4.1.17 Costuras........................................................................................................................52

4.1.18 Pedaleiras......................................................................................................................53

4.2 Qualificações e treinamentos............................................................................................54

4.2.1 NR-35 Trabalho em altura............................................................................................54

4.2.2 Acesso por cordas...........................................................................................................54

4.2.3 Resgate vertical..............................................................................................................55

4.3 Nós......................................................................................................................................56

4.4 Ancoragens........................................................................................................................59

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4.5 Sistema de redução mecânica ..........................................................................................63

4.6 Resgate a vítimas em suspensão inerte............................................................................64

4.6.1 Configuração do cinto paraquedista e equipes de resgate.........................................64

4.6.2 Resgate a distância.........................................................................................................64

4.6.3 Manobras de resgate em acesso por cordas.................................................................66

4.6.3.1 Técnica de ascensão....................................................................................................66

4.6.3.2 Técnica de descensão..................................................................................................69

4.6.3.3 Técnica de contra peso................................................................................................69

4.6.3.4 Operações de resgate em acesso por cordas.............................................................70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................74

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 14

INTRODUÇÃO

Hoje vivemos no brasil um senário de grande crescimento no setor da construção civil,

setor responsável pelo segundo maior número de acidentes fatais com 177 óbitos, entre 54 664

acidentes em 2011 segundo o último levantamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro

Social).

Segundo Haruo Ishikawa, vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da

Construção Civil do Estado de São Paulo), a maior causa de morte entre Profissionais da

engenharia civil são as quedas de níveis, aliada a profissionais sem o devido treinamento e EPI

(Equipamento de Proteção Individual).

A legislação no Brasil, obriga as empresas a manter equipe de salvamento com recursos

necessários para resposta em caso de emergência, no entanto a mesma legislação permite que

esta equipe seja externa, o que para muitas empresas significa, Corpo de Bombeiros do Estado,

um erro que resulta na exposição de seus trabalhadores ao risco de morte, uma vez que em

cidades cada vez mais populosas o tempo que o resgate externo levaria para transpor o transito

e todas dificuldades do deslocamento, é maior que o tempo limite para o resgate de uma vítima

de Suspensão Inerte em segurança.

Apesar da omissão da legislação brasileira sobre o assunto, existem empresas

especializadas no resgate vertical, que baseiam sua doutrina em legislação internacional

principalmente do fórum Europeu responsável pela criação das principais normas ligadas ao

trabalho em altura, que inclusive serviram como parâmetro de estudo para a criação da maioria

das normas brasileiras, que em alguns casos são copias ou traduções das mesmas.

Infelizmente apenas empresas de grande porte, principalmente na área de exploração de

petróleo “offshore”, intendem a importância deste nível de profissionalização de seus

trabalhadores.

Tendo em vista a problemática supra citada, pretendo demonstrar com este a

importância das empresas manterem profissionais treinados e equipados para atuar rapidamente

na preservação da vida dos trabalhadores envolvidos com atividades em altura, em casos de

acidente.

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Suspensão Inerte

Síndrome do Arnês, Trauma de Suspensão Inerte ou Shock Ortostático são nomes de

um risco que todo trabalhador em uso de cinto de segurança do tipo paraquedista, está exposto

em caso de queda e pode levar a óbito em curto espaço de tempo.

Este quadro ocorre quando o trabalhador após a ocorrência do acidente permanece em

suspensão, ligado ao sistema limitador de quedas conectado ao cinto de segurança tipo

paraquedista e em condição de inercia, que pode ser decorrente de mal súbito, trauma durante

a queda, ou por fadiga muscular. Nesta situação, os músculos inferiores param de atuar no

auxílio a circulação venosa, que por sua vez acaba represada nas pernas e braços, devido a

compressão exercida pelas fitas do cinto de segurança contra as pernas do trabalhador e a

redução do retorno venoso.

Figura 1: Ponto de compressão exercida sob o sistema venoso (ESPELEO-AVENTURA, 2014)

Desde a década de 80, com a morte de pesquisadores aparentemente sadios e sem

ferimentos visíveis utilizando cintos de suspensão ventral em explorações de cavernas, foram

realizados diversos estudos sobre o tema, mas sempre ligados a espeleologia ou escaladas sem

grandes esforços quanto a realidade no senário do trabalho em altura.

Os principais estudos observados foram realizados por:

Laboratório de Pesquisas Espaciais Harry G. Armstrong (NASA-USA)

2º Congresso Internacional de Médicos de Resgate de Montanha

Pesquisador B. A. Nelson (1979)

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 16

Em todos, temos o tempo limite de 30 minutos para voluntários sadios em uso de cinto

superior, em termos de conforto quando comparados aos utilizados na indústria sejam

resgatados inconscientes, quadro que rapidamente evoluiria para o óbito do voluntario em

função da redução na circulação sanguínea no cérebro e coração, porém as consequências

dependem de diversos fatores e variam para cada indivíduo de forma que, logo após 2 a 4

minutos de suspensão sintomas como náuseas, tonturas, sudorese, sensação de falso desmaio e

dormências podem ser observados, e a partir de 4 a 6 minutos representam grande risco de vida

com sintomas como dormência, dor intensa, sensação de asfixia, contrações incontroláveis,

hipotensão e taquicardia.

Figura 2: Progressão do trauma do suspensão inerte (AUGUSTO, 2015)

Em uma situação de Suspensão Inerte, o próprio resgate representa um risco a vida da vítima,

uma vez que a corrente venosa represada nos membros inferiores contém as toxinas produzidas

pelo corpo, e se liberada de formas abrupta pode causa uma sobre carga no ventrículo direito

do trabalhador, devido ao afluxo em massa do sangue represado ou complicações renais devido

as toxinas acumuladas no sangue.

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 17

Existem diversos relatos na literatura sobre a morte de resgate, que pode ocorrer após poucos

minutos do acidentes ou até dias após o resgate, e por este motivo o resgate deve ser executado

da forma mais rápida possível, e coordenado de forma a garantir os cuidados médicos

adequados em solo. Colocando o trabalhador em posição fetal por cerca de 20 a 40 minutos,

assegurando o retorno gradativo da circulação e evitando sempre a posição horizontal, exceto

em caso de parada cardiopulmonar, para a realização da Reanimação Cardiopulmonar (RCP)

ou a desobstrução de vias aéreas, para então proceder com o translado ao centro médico dotado

de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), de forma mais segura para a realização de exames

específicos.

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 18

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a execução deste, inicialmente busquei embasamento unicamente teórico em

normas nacionais como as Normas Técnicas (NR’s), e Normas Brasileiras (NBR’s), porém ao

buscar experiências mas objetivas e realistas quanto ao senário de trabalho, participei de um

treinamento em trabalho em altura (NR-35), ocasião que me permitiu apaixonar-se a uma nova

oportunidade de atuação como Técnico em Segurança do Trabalho (TST), mas também de

perceber a fragilidade do conjunto de normas que garantem a segurança nos trabalhos em altura.

Motivo este que me levou a participar de novos treinamentos ligados ao trabalho e resgate em

altura como Alpinismo Industrial, Resgate Técnico Vertical Avançado, Operações de Acesso e

Resgate em Cordas e Movimentação de Macas, além de buscar conhecimento em Normas

Internacionais, como a Certificação Europeia (CE) e National Fire Protection Association

(NFPA).

Figura 3: Quadro de fotos dos treinamentos realizados, (Augusto, 2014)

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 19

Portador de novos conhecimentos e duvidas, mesmo com certa dificuldade devido aos

custos envolvidos, optei por realizar a compra de material certificado e proceder com

simulações em situações reais, afim de confrontar a experiência adquirida com técnicas de

diferentes escolas, reunindo apenas informações diretas, claras de fácil aplicação e melhor

resultado, que possam realmente ser uteis a todos os cenários do trabalho em altura.

Figura 4: Foto de simulado (AUGUSTO, 2015)

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Escola Técnica Sequencial

TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 20

4 Resultados e discussões

4.1 Equipamentos

NR-35.1.3-Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos

Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais

aplicáveis.

NR-35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos EPI, acessórios e

sistemas de ancoragem, destinados à proteção de quedas de altura, recusando-se os que

apresentarem defeitos ou deformações.

NR-35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos, deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os

EPI, acessórios e sistemas de ancoragem.

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) Exigir seu uso;

c) Fornecer ao trabalhador, somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria

de segurança e saúde no trabalho;

d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema

eletrônico.

6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 21

Os cuidados com equipamentos e acessórios empregados no trabalhos em altura, é de suma

importância, tendo em vista que todos exigem cuidados específicos e podem apresentar falhas

em decorrência de choque por queda e/ou impacto, conservação inadequada, exposição a

agentes químicos e/ou abrasivos, uso incorreto, armazenamento em local improprio entre

outros. E por estes motivos além de torna habito a inspeção diária aos equipamentos, a análise

de risco deve em decorrência dos riscos encontrados estabelecer uma sistemática, para

inspeções periódicas mais detalhadas de todos equipamentos.

Todos equipamentos descritos no próximo tópico são Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) já que em diversas situações são totalmente responsáveis pela vida dos trabalhadores, no

entanto, no Brasil ainda não existe normativa especifica para a construção e métodos de ensaio

da maioria deles e os EPI abrangidos por esta omissão, são tratados como acessórios de cinto

de segurança e neste caso certificado por norma estrangeira sobre tudo Europeias, as principais

são:

EN Norma Europeia semelhantes as NBR e geralmente dão origem as mesmas;

CE Certificação de conformidade as normas Europeias obrigatória a produtos

comercializados no espaço econômico Europeu;

UIAA União Internacional das Associações de Alpinismo fundada na França em 1932

hoje presente em 76 países, com sede em Berna é reconhecida pelo Comitê Olímpico

Internacional como entidade máxima a nível global quanto ao alpinismo.

Os requisitos são bem parecidos quando não os mesmos, e por este motivo a confusão no

momento da aquisição do equipamento para as equipes de resgate.

4.1.1 Cinto de segurança tipo paraquedista NBR 15836/2010

Durante as atividades com risco de quedas igual ou superior a 2 metros de altura, é obrigatório

o uso do cinto de segurança do tipo paraquedista, em conformidade as exigência da NBR

15836/2010 conectado ao sistema de retenção de quedas.

Para atividades com risco de quedas a uma altura inferior a 2 metros, devem ser utilizados

outros recursos para garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos, como por exemplo um

guarda corpo.

A altura de 2 metros foi adotada por estar presente em muitas normais internacionais,

facilitando sua aplicação, além da impossibilidade de utilização da maioria dos sistemas de

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 22

retenção de queda a uma altura inferior a 2 metros, reforçando a necessidade de adequar o

equipamento utilizado a realidade no ambiente de trabalho durante a análise de risco

considerando uma zona de queda livre.

Figura 5: Pictograma zona de queda livra (CB-32,2010)

•ZQL (zona livre de queda) – espaço mínimo abaixo do trabalhador para evitar impacto com estrutura ou solo –

cumprimento do talabarte + abertura do Absorvedor + altura do trabalhador desde o ponto de conexão ao pé + 1

metro de altura de segurança.

O cinto de segurança do tipo paraquedista, segundo a NBR 15836/2010 deve possuir argolas

e mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não ferroso, e fivelas de aço ou material de

durabilidade e resistência equivalente quanto aos testes de resistência, resistir a um esforço de

15 kN em sua posição normal de uso, e 10 kN na posição de cabeça para baixo durante 3

minutos sem apresentar ruptura, além de resistir a um fator de queda 2 com queda de 4 metros

e carga de 100 kg, sem permitir a queda do boneco de testes.

Devendo ainda conter etiquetas legíveis com informações do fabricante, certificado de

aprovação (CA), data de fabricação e LOTE que garantam sua rastreabilidade, visualização dos

pontos de conexão, além do pictograma indicando a leitura do manual de instruções, que por

sua vez deve conter:

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 23

Figura 7: Etiqueta com dados do fabricante (AUGUSTO, 2015)

Figura 8: Etiquetas dos pontos de conexão (AUGUSTO, 2015)

Figura 9: Quadro com ponto de conexão do cinto paraquedista (CB-32,2010)

- Instruções de uso;

- Usos específicos;

- Compatibilidade de equipamentos;

- Espaço Livre de queda;

- Materiais de fabricação e suas limitações;

- Considerações sobre resgate e treinamento de pessoas;

- Duração e armazenamento;

- Significado das marcações;

- Estar escrito em português.

Figura 6:Pictograma Leia o

Manual, (MANUAL DE USO,

2014)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 24

Exigências estas que não garantem conforto, nem segurança em caso de suspensão inerte ou

suspensão por longos períodos de tempo, desta forma durante os trabalhos de pesquisa, procurei

utilizar os mais variados modelos afim de identificar as características mais importantes em um

cinto de segurança tipo paraquedista, para emprego em situações de resgate chegando a 1

modelo, que em minha opinião permite a identificação de detalhes pequenos, porém muito

importantes que são:

Cinto de segurança Singing Rock Expert II

NFPA classe 3 com resistência para 2 pessoas (2,67kN = 272 Kgf)

Figura 10: Pontos de conforto do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015)

1. Espaldar acolchoado

Aumenta significativamente o

conforto durante longos períodos

de suspensão.

2. Suporte para a fixação do

Bloqueador ventral

Maior facilidade para ascender

por corda

3. Protetor lombar

Tão importante quanto a espaldar

para o conforto durante longos

períodos de suspensão

4. Regulador nas fitas da parte

posterior das coxas

Pouco observado entre

fabricantes, e de extrema

importância em relação ao

conforto quando em suspensão

5. Apoio acolchoado para as

coxas

Importante colaborador quanto

ao conforto

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 25

Figura 11: Informações técnicas do cinto paraquedista (Manual de uso Singing Rock, 2013)

Deve ter suas costuras, fivelas e fitas inspecionadas antes e após cada uso sendo descartados

mediante qualquer alteração e/ou após sofre efeito de queda com fator de queda maior que 1,

deve ainda ser considerado de uso pessoal e intransferível.

Figura 12: Fator de quedas (MANUAL DE USO CASA DAS CORDAS,2014)

Fator de quedas = Altura da Queda dividida pelo comprimento do sistema limitador

Fator de quedas = hQ/CT

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 26

Quanto à manutenção, limpar com água e sabão neutro, e secar a sombra em local ventilado e

armazenar em local protegido do sol e intempéries, não utilizar nem um tipo de produto químico

para higienização.

Vale a pena lembra que, tratamos de cinto de segurança tipo paraquedista para emprego em

situação de resgate, um equipamento distinto dos projetados única, e exclusivamente para a

retenção de quedas.

Nesta categoria podemos encontrar diferente modelos, alguns significativamente

desconfortáveis, que por este motivo agravam as complicações do trabalhador em situação de

Suspensão Inerte.

Figura 13: Exemplos de cinto paraquedista (CASA DAS CORDAS,2014)

4.1.2- Cordas e cordeletes para operações de resgate

Podemos encontrar na Nr-18 a descrição de cordas a serem utilizadas, para a sustentação de

cadeira suspensa ou como cabo guia para fixação do trava-quedas do cinto de segurança do tipo

paraquedista, devendo conter:

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 27

Figura 14: Exemplo de corda NR-18 (AUGUSTO,2015)

Cordas que não alcançam a qualidade exigida por exemplo, pela norma americana N.F.P.A

1983 que exige para as cordas de resgate (uso geral) uma resistência mínima a ruptura de

aproximadamente 40 kilonewtons (kN) (4.000 kg), levando em consideração um fator de

segurança de 15:1, com valor de carga de resgate de aproximadamente 270 kg, correspondente

a dois homens pesados mais equipamentos.

Esta capacidade, já pode ser encontrada em cordas nacionais e importadas fabricadas em

conformidade a NBR 15986 e EN 1891, com resistência de até 42 kN em cordas de 12

milímetros (mm).

A vida útil de uma corda, está estreitamente ligada ao uso e conservação da mesma, podendo

chegar a 10 anos quando armazenada em conformidade as especificações do fabricante, porém

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 28

quando em uso, essa sua vida útil é determina em função do uso e conservação nunca devendo

ultrapassar 5 anos, devendo sempre ser inspecionada de forma tátil visual, metro a metro em

buscar de danos por abrasão ou produtos químicos, ponto de desgaste, degradação ou

deformação, descartando mediante qualquer alteração em suas condições originais.

Figura 15: Exemplo de inspeção de cordas (GOOGLE, 2012)

Figura 16: Exemplo de inspeção de cordas (AUGUSTO, 2015)

Descarta quando:

Sofre fator de queda

Apresentar alma aparente

A capa apresenta grande desgaste

Entrar em contato com produto químico

Pontos de depressão e/ou rigidez

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 29

Quando em uso, é muito importante manter ficha com histórico de uso e inspeções realizadas,

assim como seus respectivos responsáveis permitindo a fácil visualização do histórico de uso.

Além de manter sempre protegida, tanto de cantos vivos que podem romper a corda, quanto

de sujidades como areia e terra, que podem penetrar a trama da corda e provocar desgastes das

fibras internas, possibilitando o acontecimento de um acidente.

Figura 17: Exemplo de proteções para cordas (ULTRASAFE, 2014)

Deve ser transportada em mochila adequada e guardada em local seco, fresco e ventilado,

protegida do sol, produtos químicas, umidade e intempéries.

Algumas cordas precisam sem lavadas antes do primeiro uso, processo que pode ser repetido

para retirar sujidades, deixando a corda de molho em água durante 12 horas e secando a sombra

por aproximadamente 72 horas. Caso necessário utilizar sabão ou detergente neutro.

As cordas de resgate além de serem guardadas e transportadas em mochila adequadas devem

ter em suas extremidades 2 nós de segurança um na ponta e um a 2 metros deste afim de servir

como limitador caso seja empregado por equivoco em lance com altura maior que seu

comprimento

Figura 18: Cordelete (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 30

Ainda com os mesmos cuidados, especificações e materiais de construção muito semelhantes

estão os cordeletes ou cordin, que são cordas com 2/3 a 1/3 do diâmetro da corda guia,

geralmente 4 a 8 milímetros. Tem sua qualidade acreditada em conformidade a normas

internacionais como CE e UIAA.

Na aquisição deste, é muito importante observar a carga de ruptura do mesmo já que mesmo

entre os cordeletes com certificação a carga de ruptura pode varias de 2,8 kN a 15 kN.

Os cordeletes são amplamente utilizados em escaladas, e por equipes militares de resgate por

terem diversas aplicações desde atuar como blocante ou redundância em sistemas de ancoragem

até convecção de cadeirinha de suspensão para evacuação de vítima, porém, apesar de toda sua

versatilidade não é recomendado para o emprego em situações de resgate, pois seu uso depende

da habilidade do resgatista, já que este não tem travas de segurança nem manual de instruções

de modo que caso a equipe não esteja muito bem treinada e habituada ao uso do mesmo um

erro na confecção de nó blocante por exemplo, representaria uma possível fatalidade e todas

suas aplicações tem um equipamento mecânico certificado e projetado a limitar erros

disponível, e por este em minha opinião deve sim compor o material do resgatista e ser

constantemente empregado durante treinamento, mas com o intuito de proporcionar uma

segunda linha de ação ou seja medidas a serem utilizadas como última opção durante uma

eventual falha ou colapso de determinado equipamento agindo como um back up de segurança.

4.1.3 Ascensores

Ascensores ou bloqueadores são equipamentos mecânicos, utilizados conectados ao cinto de

segurança paraquedista para ascender por cordas, e no Brasil não são tratados como EPI devido

à ausência até a data de confecção deste, de normativa brasileira que determine parâmetros para

sua fabricação e métodos para testes do mesmo, de forma que apesar de serem em determinados

momentos o único elo de ligação entre o trabalhador com a corda de ascensão, e responsável

pela vida do trabalhador, são descritos como acessórios para cinto de segurança e tem sua

qualidade atestado pela norma europeia EN 567.

Em todas as normas e manuais de trabalho e/ou resgate em altura, são considerados meio ponto

de ancoragem, o que significa que não podem ser utilizados isoladamente, ou seja, o trabalhador

precisar estar conectado a 2 ascensores, ou a um ascensor e um descensor, sendo que para

trabalhos em suspensão será exigido ainda o uso de trava-quedas.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 31

Figura 19: Ascensão por bloqueadores (NBR 15595, 2008)

Podem ser:

Figura 20: Ascensores (AUGUSTO ,2015)

Os ascensores de pé são pouco utilizados, e em geral servem como auxilio, já os ascensores de

mão e ventral, além de atuarem durante ascensão também podem ser empregados em diversas

manobras como estabelecimento de pontos de ancoragem, sistemas fracionamento, sistemas de

redução de força entre outros

Ascenso de mão Ascensor de pé Ascensor ventral

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 32

Figura 21: Exemplo de resgate vertical (EBAH ,2010)

4.1.4 Trava queda guiado em linha flexível

O trava-queda guiado, é um equipamento metálico, destinado e conectado a uma linha flexível

que pode ser cabo de aço ou corda de poliamida, poliéster ou material equivalente deter a queda

do trabalhador, e deve ser marcado de forma indelével com o nome do fabricante nacional ou

importador, e número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e fabricado

em conformidade a NBR 14626 norma baseada na EN 353-2:1992.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 33

Figura 22: Exemplos de Trava quedas (AUGUSTO, 2015)

Em concordância a NBR 14626 deve resistir a uma carga de ruptura de 15 kN para cabos de

aço e 20 kN, para cordas além de agir com força de frenagem menor que 6 kN e deslocamento

de no máximo 3 metros.

Figura 23: Teste de resistência (NBR 14626, 2010)

A instrução de uso do trava-queda guiado em linha flexível segundo a NBR 14626 deve conter:

a) nome do fabricante e o número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do

Trabalho;

b) tipo e comprimento máximo do talabarte ou corda que pode ser usado;

c) orientação sobre inspeção antes do uso, inspeção períodica, manutenção, limpeza,

armazenagem e fatores de descarte;

d) advertência sobre os produtos químicos que possam danificar o equipamento.

Durante ações de resgate, pode ser empregado de diversas maneiras em sistemas de redução

de força e contra peso.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 34

4.1.5 Trava queda guiado em linha rígida

Equipamento metálico destinado a impedir a queda do trabalhador, quando conectado a um

cabo de aço ou perfil rígido preso a uma estrutura, e com sua movimentação lateral reduzida,

solução capaz de gerar economia de tempo e dinheiro em casos pontuais, como por exemplo,

substituir o duplo talabarte para progressão em escada vertical de longa extensão e/ou

movimentação em telhados.

Devendo resistir a uma carga de ruptura de 15 kN e durante o teste dinâmico não ultrapassar

a força frenagem de 6 kN, e distancia de deslocamento de 1 metro.

Figura 24: Trava queda guiado em linha rígida (AUGUSTO, 2015)

Figura 25: Teste de resistência (NBR 14627/2010)

O manual com instruções de uso do trava-queda guiado em linha rígida, segundo a NBR 14627

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 35

deve conter:

a) nome do fabricante nacional ou importador e número do Certificado de Aprovação (CA) do

Ministério do Trabalho;

b) tipo e comprimento máximo do talabarte que pode ser usado;

c) orientação sobre inspeção antes do uso, inspeção periódica, manutenção, limpeza,

armazenagem e fatores de descarte;

d) advertência sobre os produtos químicos que possam danificar o equipamento.

4.1.6 Capacete de segurança para resgate

Durante um resgate vertical assim como em trabalho realizado com acesso por cordas, o

trabalhador necessita de seu campo de visão desobstruída, além de segurança e mobilidade para

movimentação da cabeça, e por este motivo e necessário o uso do capacete de segurança para

uso na indústria classe III em conformidade a NBR 8221 com julgar de três pontos de conexão.

Figura 26: Tipos de capacetes de segurança (CONTROLEACIMA, 2012)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 36

Todo capacete deve ser identificado com o nome do fabricante, ou importador, no caso de

capacete importado o número do CA, o mês e ano de fabricação. Estas informações devem estar

na parte interna do casco, gravadas de modo indelével e de fácil leitura, mesmo com a suspensão

de apoio montada.

Figura 27: Capacete para trabalho em altura (ULTRA SAFE, 2012)

FIGURA 28: Suspensão interna do capacete (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 37

4.1.7 Descensores

Equipamento metálico utilizado para controlar a descida por cordas, mais uma dos EPI que no

Brasil ainda é considerados acessório para cinto de segurança, e por este motivo não possui CA

e tem sua qualidade atestado nos parâmetros da EN 341 e EN 12841, existem diversos modelos

com diferentes características, irei tratar de 4 modelos que permitirão um entendimento geral

sobre seu funcionamento:

Figura 29: Freio oito (AUGUSTO, 2015)

O freio oito é amplamente utilizado em esportes de aventura, assim como por forças militares

em situações de emergência e salvamento, no entanto não deve ser utilizado na indústria por

representar grande risco, uma vez que em caso de pânico ou mal súbito ao larga a corda o

trabalhador não conta com sistema de trava de emergência, entrando em queda livre e com

difícil recuperação de corda.

Figura 30: Descensor ID (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 38

O ID e um ótimo exemplo de descensor, com dupla trava de segurança que garante a parada

caso solte o aparelho ou caso empregue força excessiva sobre a alavanca de acionamento,

dispositivo capaz ainda de controlar a velocidade de descida mantendo 2m/s, é também um

descensor que permite ao trabalhador, com auxílio de um bloqueador de mão parar a descida e

começa uma subida pela mesma corda, sem a necessidade de troca de equipamento.

Figura 31: Forma de uso do ID (MANUAL DE USO PETZL, 2010)

Podendo ser empregado em uma série de manobras, durante o resgate principalmente em

movimentações de maca, e em sistemas de redução de força ou como uma polia blocante.

Figura 32: Descensor Stop (MANUAL DE USO PETZL, 2010)

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Stop é um sistema de freio por polias, que apesar de possuir uma trava ante pânico que impede

a queda caso solte a corda, diferente do ID não possui mecanismo de parada caso seja

empregada força excessiva sobre a alavanca de acionamento, nem controlador de velocidade

de descida, porém pode ser empregado em uma variação ainda maior de manobras, que o ID

uma vez que seu sistema de polias permite uso em corda tencionada, além de poder ser utilizado

em movimentações de maca, sistemas de redução de forma e tirolesas característica importante

para uma equipe de resgate, já que nem sempre podemos contar com uma segunda corda para

acessar a vítima.

Figura 33: Exemplos de uso do Stop (MANUAL DE USO PETZL)

Figura 34: Montagem do stop em corda tensionada (GUIA TASK, 2012)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 40

Figura 35: Descensores com dupla trava (AUGUSTO, 2015)

R-BLOCK, INDY, AUTO-BLOQUE são variações devido a marca do fabricação, mas a

principal característica encontrada nestes modelos e o mecanismo de segurança na parte

superior, que age caso o trabalhador solte a corda, ou em caso de força excessiva tornando este

um excelente custo benefício para equipes de trabalho suspenso, no entanto esta característica

o torna um aparelho única e exclusivamente para descida, não sendo o mais indicado para

equipe de resgate.

4.1.8 Luvas

Luvas de vaqueta descritas na NR-6, um importante EPI destinado a proteger as mãos contra

queimaduras em decorrência ao atrito com a corda, e deve ser marcado de forma indelével com

o nome do fabricante nacional ou importador, e número do CA.

Figura 36: Luvas de raspa (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 41

No entanto, os modelos mais confortáveis e mais indicadas para emprego durante uma situação

de resgate, devido a necessidade de manipular diversos equipamentos, são os modelos de couro

e nylon com reforço em kevlar nas palmas, específicas para rapel, possuem maior sensibilidade

fator que contribui para segurança na execução de manobras em suspensão durante o resgate,

estes modelos são importados em conformidade a normas internacionais como as NFPA e EN

420 e 388

Figura 37: Luvas para rapel (AUGUSTO, 2015)

4.1.9 Cabos de Ancoragem

Com uma resistência mínima de 22 kN durante o resgate, funciona como elo de ligação entre

o cinturão paraquedista, e pontos de ancoragem ou com a vítima, os modelos assimétricos são

mais utilizados como talabarte curto e longo, fabricado com cordas de poliamida e costura em

padrão eletrônico.

Figura 38: Cabos de ancoragem (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 42

Mas um importante EPI tratado como acessório para cinto paraquedista, que possui sua

qualidade atestado em conformidade a norma EN 354.

Alguns profissionais o substituem por fitas tubulares, porém durante as simulações encontrei

maior dificuldades em efetuar as manobras nesta configuração, tendo em vista que as fitas

podem causar confusão já que são mais flexíveis e poluem o campo de visão, em algumas

manobras durante o resgate

4.1.10 Anel de Fita

Um anel formado por uma fita tubular composta por poliéster de alta tenacidade e com as

extremidades unidas por uma costura com padrão eletrônico. Material versátil utilizado

principalmente para estabelecer pontos de ancoragem.

Este material em especifico exigi grande atenção, com sua utilização mesmo com aparência

simples, se utilizado de forma incorreta sofre redução significativa em sua resistência.

Exemplo fita com resistência de 23 kN.

Figura 39: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 43

Figura 40: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)

Figura 41: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)

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Para aumentar a vida útil desse produto, é necessário manter alguns cuidados durante a sua

utilização protegendo de matérias abrasivos ou cortantes.

Quando em uso sua vida útil não deve ultrapassar 3 anos para utilização ocasional, 1 ano para

uso normal e 6 meses para uso intensivo, e deve ser dispensada mediante aparição de alterações

em sua condição original, ou após sofre fator de quedas igual ou maior a 1.

4.1.11 Conectores

Conectores de trabalho descritos na NBR 15837 como dispositivos de ligação entre o sistema

anti-quedas e o ponto de ancoragem, é divididos nas seguintes categorias:

Figura 42: Classe dos conectores (CB-32,2010)

Figura 43: Classe dos conectores (CB-32,2010)

Figura 44: Classe dos conectores (CB-32,2010)

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Figura 45: Classe dos conectores (CB-32,2010)

E seguem os seguintes parâmetros para a realização de teste de resistência estática.

Figura 46: Valores de carga e tempo de testes de resistência (CB-32,2010)

Figura 47: Valores de carga e tempo durante testes de resistência (CB-32,2010)

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Possuem em seu corpo além da marcação com dados do fabricante e normativa brasileira, a

carga de ruptura nas diferentes situações testadas.

Figura 48: Marcações do conector (CB-32,2010)

Outro requisito para certificação neste caso, é o mínimo de 2 ações para sua abertura, podem

ser manual ou automático.

Figura 49: Ação para abertura (CB-32,2010)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 47

Podem ser fabricados em aço ou alumínio, sendo que em situações de resgate e preferível a

utilização de conectores de aço, uma vez que independente da carga de ruptura ser a mesma ou

em alguns casos menor que os de alumínio, oferecem uma maior resistência em caso de torsão,

além de demonstrarem sinais mas aparentes de desgaste e deformação em caso de danos.

Todo equipamento metálico para trabalho em altura, deve ser protegido de impactos já que os

mesmos podem causa micro fissuras, que quando submetidos a carga possibilitam o colapso de

sua estrutura.

4.1.12 Talabartes

Importante EPI Utilizado principalmente por montadores de andaimes, e ou estruturas

metálicas capaz proporcionar segurança e agilidade em trabalhos em altura

Figura 50: Progressão com talabarte (NBR 15595, 2008)

Figura 51: Exemplo de trabalho com talabartes (MANUAL TRABALHO, 2013)

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Porém representam perca de tempo ou verdadeiras barreiras para segurança no trabalho,

quando empregado de forma mal planejada como por exemplo, quando disponibilizado para

trabalhadores efetuarem acesso por escada verticais de grande extensão onde uma linha de vida

fixa com trava quedas guiado ofereceria maior conforto, segurança e mobilidade.

Podem ser:

Figura 52: Modelo de talabarte simples (CB-32, 2010)

Figura 53: Modelo de talabarte duplo (CB-32, 2010)

Figura 54: Modelo de talabarte regulável (CB-32, 2010)

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Segunda a norma não podem exceder 2 metros de cumprimento e quando maior que 0,9 metros,

obrigatoriamente deve ser utilizado em conjunto com absorvedor de energia.

Durantes os ensaios estáticos e submetido a uma força de 22 kN, para componentes testeis e

15 kN para componentes metálicos por um período de 3 minutos sem apresentar separação,

rasgamento ou ruptura. E deve conter marcação com NBR 15834, código de modelo e tipo, data

e lote, logo do fabricante, pictograma zona de queda livre e manual em português com

orientações de uso.

Dificilmente utilizado em operações de resgate, com maior observância de uso entre as

vítimas.

4.1.13 Destorcedor de cordas

Composto por duas argolas opostas fixas sob um eixo capaz de girar 360º, evitando a torsão

de cordas em sistemas de polias, redução mecânica ou movimentação de macas entre outras.

Infelizmente, ainda não possui normativa brasileira, e por este motivo é fabricado em

conformidade a norma EN 354, e possuem uma resistência mínima de 22 kN.

Figura 55: Destorcedor de cordas (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 50

4.1.14 Absorvedores de energia

Descrito na NBR 14620 como componente ou elemento de um sistema anti-queda, desenhado

para dissipar a energia cinética, desenvolvida durante uma queda de uma determinada altura.

Podem ser parte integrada ao talabarte, e com sua remoção somente com auxílio de ferramenta

especifica ou equipamento a parte.

Figura 56: Exemplos de absorvedor de energia (CB-32, 2010)

Durante os testeis estáticos suporta uma carga de 2 kN, onde deve permanecer recolhido e

uma carga de 15 kN, quando em sua extensão completa durante um período de 3 minutos não

apresentando ruptura.

Traz por exigência normativa pictogramas zona de queda livre, e leia o manual além do manual

em português.

Figura 57: Pictograma zona de queda livre (CB-32, 2010)

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4.1.15 Polias

Podem ser fabricados em aço ou alumínio em diferentes diâmetros, e composições podendo

ser utilizadas em inúmeras aplicações, como sistemas de redução de força e tirolesa, fabricadas

com rolamentos ou buchas de bronze, sendo as de rolamentos as mais indicadas para emprego

durante situações de resgate.

Figura 58: Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)

Figura 59: Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)

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4.1.16 Placas de Ancoragem

Construída geralmente em alumínio de alta qualidade, destinadas a dispor múltiplos pontos de

ancoragem em sistemas de macas, tirolesa, tripés de resgate e postos de trabalho dividindo os

esforços.

Figura 60: Placas de ancoragem (AUGUSTO, 2015)

Geralmente certificado pela NFPA

4.1.17 Costuras

Anel de fita com um conector de resgate (trava sem trava) em cada extremidade, muito útil

durante o resgate para estabelecer um elo de ligação entre o resgatista e a vítima, possuem uma

carga de ruptura mínima de 22 kN, com certificação EN e pode ser substituído por uma corrente

formada por três conectores (mosquetões).

Figura 61: Modelo de costura (AUGUSTO, 2015)

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4.1.18 Pedaleiras

Confeccionada em fita de poliamida de alta resistência e cordelete, com proteção interna

para apoio dos pés e fivela simples para regulagem do comprimento.

Figura 62: Modelo de pedaleira (AUGUSTO, 2015)

Este apesar de um acessório simples e com sua substituição por um cordelete possível sem

prejuízos, bastante útil e capaz de gerar economia de tempo com fácil manuseio, principalmente

utilizado para ascensão com bloqueador de mão também útil durante o resgate para utilização

em sistemas de contra peso.

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4.2 Qualificações e treinamentos

4.2.1 NR-35 Trabalho em altura

O treinamento de NR-35 qualifica o trabalhador a executar atividades em altura com risco de

queda igual ou maior a dois metros como andaimes, faixadas, plataformas e telhados sempre

sobre uma superfície fixa e conectado ao sistema de retenção de quedas, ou seja, o trabalhador

não executa atividades em suspensão.

Segundo a legislação brasileira, o treinamento deve ser de NO MÍNIMO 8 horas. Importante

prestar a atenção nas palavras NO MÍNIMO, tendo em vista que existem muitos riscos e

diferentes senários no trabalha em altura, e se mostra cada vez mais necessário o investimento

da empresa em adequar o treinamento a sua realidade no ambiente de trabalho, uma vez que

oito horas são insuficiente para capacitar os trabalhadores com qualidade suficiente a modificar

o número de mortes por quedas de diferentes níveis no ambiente de trabalho.

Segundo a NR-35 deve ser ministrado por profissional, com comprovada proficiência no

assunto sob responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho, e possui

validade de dois anos segundo a NR-35

São tópicos do treinamento:

Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;

Análise de Risco e condições impeditivas;

Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;

Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,

conservação e

Limitação de uso;

Acidentes típicos em trabalhos em altura;

Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de

primeiros socorros.

4.2.2 Acesso por cordas

Desde o dia 28 de outubro de 2014, passou a ser obrigatória a certificação de profissionais que

realizam atividades em suspensão, como por exemplo acesso por cordas para a verificação da

parte inferior de pontes e viadutos, ou a limpeza de prédios com difícil acesso por rapel.

Esta cerificação está dividida em 3 níveis que são:

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Nível 1

O profissional certificado como nível um, deve estar apto a realizar trabalhos limitados

sob supervisão, e possuir treinamento básico em primeiros socorros. Realizando uma

quantidade limitada de tarefas utilizando acesso por cordas, exigido por seu

empregador.

Nível 2

Além das habilidades requeridas para o nível 1, deve ser capaz de realizar a montagem

de sistemas de acesso, executar resgate sob supervisão e possuir treinamento de

primeiros socorros. Deve ainda possuir conhecimento de legislação, requisitos de

segurança e procedimentos relativos ao acesso por cordas.

Nível 3

Capaz de assumir total responsabilidade por projetos de acesso por cordas,

demonstrando todos conhecimentos exigidos nos níveis 1 e 2 além do domínio de

técnicas de resgate, e treinamento de primeiros socorros avançados nível 2.

Este treinamento está embasado pela NBR 15595 Acesso por Cordas-Procedimento para

Aplicação do Método e realizada pela ABENDI (Associação Brasileira de Ensaios Não

Destrutivos), com sua obrigatoriedade recente, de modo que existem muitas empresas que

reconhecem o sistema IRATA (Industrial Rope Access Trade Association), certificação criada

no Reino Unido em 1988, e aceita amplamente por todo mundo e no brasil, que no momento

ainda não regularizou sua situação junto a burocracia brasileira.

4.2.3 Resgate vertical

Existem empresas especializadas em trabalhos e resgate em altura, que desenvolvem cursos

destinados ao resgate em altura, com um foco diferente daqueles destinados ao trabalho em

altura, um exemplo é a TASK, empresa que criou um sistema treinamento com base em normas

nacionais e internacionais, além da experiência adquirida e recebe grande aceitação por parte

das empresas.

Neste cursos dividido em 4 níveis, o trabalhador e capacitado a agir nos mais distinto senários,

incluindo técnicas de resgate com diferentes equipamento em manobras de contra peso, tirolesa,

rapel guiado entre outras, um treinamento com grande conteúdo teórico, porém com grande

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 56

foco sobre o treinamento prático, que permite ao participante uma nova visão sobre segurança

no trabalho, tendo ideia da grande dificuldade encontrada durante ações de resgate, permite

ainda perceber, a omissão das leis trabalhista para com as atividades em altura, quando em

contato com normativas internacionais.

E por este motivo em minha opinião é o mais indicado as equipes de resgate, tendo em vista

que algumas técnicas não seriam observadas em outra certificação, no entanto este não deve ser

o único para este profissional já que diferentes técnicas e escolas de pensamento que tenha

contato aliada a experiência durante trabalhos e treinamentos, serão grande colaboradores

durante um emergência uma vez que esta não pode ser prevista.

4.3 Nós

Conjunto de voltas e ângulos formados em uma corda com o intuito de unir ponto, formas

alças ou emendas, e importante que os tipos de nós a serem utilizados conste no plano de

emergência da empresa, assim como na permissão de trabalho, e sejam selecionados levando

em consideração a perda de resistência que causa na corda.

Existem inúmeras variações de nós, porém para o resgate apenas 4 ou 5 são suficientes desde

que o trabalhador conheça sua aplicação e correta execução.

Durante o resgate os mais utilizados são:

Figura 63: Nó oito (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 57

Oito, responsável por perca de resistência da corda em torno 20%, de fácil execução pode ser

utilizado para forma ponto de ancoragem, unir cordas e formar alças muito utilizado na maioria

das ações de resgate.

Figura 64: Nó oito dupla alça (AUGUSTO, 2015)

Uma variação do nó oito, com 2 duas alças que permite criar uma ancoragem equalizada, ou

um ponto de segurança BACK UP.

Figura 65: Nó lais de guia (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 58

Nó lais de águia formador de alças, é responsável por uma perda de resistência de 25 a 30 %

sobre a carga de ruptura da corda.

Figura 66: Nó pescador (AUGUSTO, 2015)

No pescador de fácil aplicação, é responsável por um perca de 35 a 40% sobre a resistência da

corda utilizado para união de cordas.

Figura 67: Nó de fita (UNICERJ, 2012)

Utilizado para unir fitas tubulares representa uma perca de 35 a 45% sob a resistência das

mesmas.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 59

Figura 68: Exemplos de nós blocantes (AUGUSTO, 2015)

Prussik e machard, são dois exemplos de nós blocante que apesar de muito eficientes

dependem da habilidade do resgatista e por não possui travas de segurança, caso seja empregado

de forma incorreta pode representa grande risco, tendo em vista que para todos seus usos

existem equipamento certificado, deve ser mantido com técnica para caso de colapso de

equipamento ou emergência não prevista.

4.4 Ancoragens

Os pontos de ancoragem devem ser determinados pela Análise de Risco devendo:

Ser selecionado por profissional legalmente habilitado.

Ter resistência para suportar a carga máxima aplicada (no mínimo 15 kN).

Ser inspecionada antes de sua utilização.

É importante lembrar que a Análise de Risco deve considerar também as situações de

emergência, da mesma forma que o trabalho em altura, o resgate em altura deve ser planejado

de forma a possibilitar o resgate a distância e se possível a partir do solo, gerando um fator de

segurança maior e em casos onde não for possível disponibilizar pontos para fixação de cordas,

para o acesso e resgate da vítima.

Os pontos de ancoragem podem ser fixo, e parte do projeto da edificação previstos na NR-18

para edificações com mais de 12 metros de altura neste caso devem:

Estar dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação;

Suportar uma carga pontal de 1,500 Kgf (mil e quinhentos quilogramas-força);

Constar do projeto estrutural da edificação;

Ser construído de material resistente às intempéries, como aço inoxidável ou material

de características equivalente.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 60

Estas devem apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis a razão social

e CNPJ do fabricante, indicação de carga de 1,500 Kgf, material do qual e constituído e número

de série/fabricação.

Figura 69: Ponto de ancoragem predial (ARANHAPREDIAL, 2014)

Podem ser uma ancoragem móvel criada por exemplo, a partir de uma viga estrutural com

fitas tubulares, equipamentos mecânicos projetados para fixação temporária em beirais e vigas

ou chapeletas chumbadas a estrutura com resina e parabolts.

Figura 70: Chapeleta e chumbador parabolt (AUGUSTO, 2015)

Já o sistema de ancoragem, é formado quando exigido, e por este motivo deve estar claro no

Plano de Atendimento a Emergência da empresa assim como Análise de Risco e Permissão de

Trabalho.

Podendo ser em série que permite um sistema de redundância agindo em caso colapso do

primeiro ponto.

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 61

Figura 71: Ancoragem em série (AUGUSTO, 2015)

Semi-equalizada, que permite dividir os esforços em dois pontos de ancoragem.

Figura 72: Ancoragem Semi-equalizada (AUGUSTO, 2015)

E equalizadas e permitem além da divisão dos esforços em três pontos a movimentação da

ancoragem, sistema muito utilizado durante operações com tirolesa

Figura 73: Ancoragem equalizada (TECNICASVERTICAIS, 2011)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 62

Figura 74: Ancoragem equalizada (AUGUSTO, 2015)

Lembrando que no caso das ancoragens semi-equalizadas e equalizadas a cargo sob os pontos

de ancoragem aumentam em função do ângulo interno formado pela ancoragem

Figura 75: Aumento de carga em função do ângulo das ancoragens (NRB 15595, 2008)

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4.5 Sistema de redução mecânica

Sistema que com auxílio de polias, reduz o esforço necessária para movimentação vertical de

pessoas ou material com diversas configurações possíveis, sendo os mais indicado os sistema

3:1 que reduz 100Kg para 35 Kg e 4:1 com uma redução de 100 Kg para 27 Kg, uma vez que

uma redução menor representa risco para uma vítima em suspensão, tendo em vista a redução

significativa da sensibilidade do operador em função da grande redução do esforço necessário

para sua suspensão.

Figura 76: Sistemas de redução mecânica 3:1 e 4:1 (NBR 15595, 2008)

Outro ponto de importante observância no sistema de redução mecânica é o diâmetro da polia,

que deve ser três vezes maior que o diâmetro da corda, e em situações de resgate de boa

resistência é constituída de aço inoxidável, devido a maior resistência de carga, torsão e

incompatibilidade química.

A análise de risco pode determinar sua montagem antes do início dos trabalhos, que em caso

da ocorrência de acidente possibilita o resgate a distância com um trabalhador operando o

sistema de um ponto seguro, enviar a extremidade com conector a vítima e resgatá-la em

segurança, ou caso a vítima esteja inconsciente, rapidamente enviar um resgatista e ascender ou

descender ambos em segurança, colocando o menor números de pessoas possível em situação

de risco e sem a necessidade de progressão por cordas.

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4.6 Resgate a vítima em suspensão inerte

4.6.1 Configuração do cinto paraquedista e equipes de resgate

Para essa simulação foi escolhida uma configuração de equipamentos que atenderia todas as

necessidades em diferentes situações, que é além do cinto de segurança tipo paraquedista:

Capacete de segurança tipo III com jugular de três pontos

Luvas em couro com reforço na palma própria para rapel

Descensores ID e stop afim de garantir a possibilidade de ação em diferentes nas

situações

Ascensores Ventral e de punho

Pedaleira com conector de engate rápido

Cabos de ancoragem assimétrico com conectores (talabarte curto e longo)

Cabo de ancoragem em I conectado ao ascensor de punho

Conectores reserva (mosquetão)

Costura

Canivete para corte de material sintético

E recomentado na NR-35 que toda atividade em altura seja realizado por pelo menos 2 pessoas

porem para atividades de resgate devido a necessidade de comunicação com diferentes áreas,

além da coordenação de resgate e primeiros socorros, foi observado durante a execução deste a

necessidade de pelo menos três pessoas envolvidas no resgate, destas duas com cinto

paraquedista e todos equipamentos e todos com dispositivos que garantam uma fácil

comunicação.

4.6.2 Resgate a distancia

Quando a análise de risco identifica o risco de quedas, pode determinar medidas como a

instalação de descensor no final da linha de vida, de forma que em caso de acidente quando a

vítima está em suspensão, basta retirar o bloqueio do descensor e conforme libera a corda desce

a vítima até o nível inferior, onde o restante da equipe aguarda para realização dos primeiros

socorros.

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Figura 77: Exemplo de linha de vida com descensor (AUGUSTO, 2015)

Neste caso importante efetuar um nó de bloqueio que pode ser qualquer nó no final da corda

e a 2 metros do final, observando a distância até a equipe de resgate e o cumprimento da corda

necessário para transpor a mesma.

Ou determinando a montagem de sistemas de redução mecânica, destinados a ações de resgate

antes do inicia dos trabalhos de modo a proporcionar uma meio de resgate rápido, seguro e com

número menor de envolvidos.

Figura 78: Exemplo de resgate com sistema de redução mecânica (AUGUSTO, 2015)

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 66

De forma que imediatamente após o acidente o resgatista pode enviar uma extremidade do

sistema com um conector, possibilitando o resgate a partir do solo e caso o trabalhador esteja

inconsciente é possível enviar um resgatista em segurança e descender ou ascender ambos a um

nível, onde o restante da equipe aguarda para realização dos primeiros socorros.

Quando optar por sistema de redução mecânica, importante considerar o cumprimento para o

funcionamento do sistema tendo em vista que um sistema 3:1 precisa de uma corda com

comprimento de até quatro vezes a altura onde será exigido.

4.6.3 Manobras de resgate em acesso por cordas

Neste iremos tratar de uma situação de resgate simples, onde o trabalhador estava executando

uma atividade em altura em uso de cinto de segurança tipo paraquedista, conectado ao sistema

retenção de quedas e por algum motivo após o acontecimento de acidente encontra-se suspenso

pelo sistema de retenção de quedas em condição inerte, e precisar ser resgatado da forma mais

segura e rápida possível considerando um ambiente com por exemplo como a faixada de um

prédio, onde o resgate pode ocorrer com uma descida direta ao solo após intervenção à vítima.

4.6.3.1 Técnicas de Ascensão

Técnica utilizada para progredir (subir) por cordas, utilizando uma corda para progressão, e

uma segunda corda para segurança, consiste em:

Aproximar-se da corda e conectar o trava-queda a corda de segurança.

Figura 79: Conexão do trava quedas na cordas (AUGUSTO, 2015)

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Conectar os ascensores ventral e de mão a corda de progressão

Figura 80: conexão dos ascensores a corda de progressão (AUGUSTO, 2015)

E ao manter o peso suspenso sob o ascensor ventral, conectar a pedaleira ao bloqueador de

mão e ao eleva-lo ao comprimento de um braço, utilizar a pedaleira para ficar em pé,

transferindo o peço do ascensor ventral para o de mão, o ascensor ventral progride pela corda

e ao volta o peso, ao ascensor ventral o resgatista está subindo ou ascendendo pela corda

realizando a manobra conhecida como pedalada.

Figura 81: Conexão da pedaleira ao ascensor de mão e pedalada para ascensão (AUGUATO, 2015)

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E ao repedir o processo e possível progredir por longos trajetos

Figura 82: Exemplo de progressão por cordas (AUGUSTO, 2015)

Durante a ascensão de trajetos curtos de 10 a 20 metros e possível utilizar o ID ou STOP no

lugar do ascensor ventral, dispensando a troca de equipamento para a descida em trajetos mas

longos e desaconselhável, já que esta manobra exige um esforço físico maior, e dever ser

utilizada apenas para pequenas recreções de posicionamento durante o resgate.

A técnica consiste em seguindo os passos supracitados com a substituição dos equipamentos,

após apoia o peso do corpo sobre a pedaleira com a mão, recolher a corda que sai do descensor

forçando-o a progredir no sentido contrário da mesma forma para ambos.

Figura 83: Funcionamento do ID no sentido contrário (CONTROLE ACIMA< 2012

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4.6.3.2 Técnica da descensão

Após aproximar-se da corda e conectar o trava-quedas na corda de segurança e o descensor na

corda de progressão efetuar o bloqueio do descensor, ainda em solo no caso do ID basta acionar

uma alavanca e no caso do STOP o bloqueio e feito com a chave de bloqueio que consiste forma

um laço entre o mosquetão de conexão e a corda de retorno.

Figura 84: Bloqueio em descensor (AlpenPass, 2015)

E então ficar suspenso sob a corda de progressão, desfazer o bloqueio e acionar a alavanca

do equipamento para iniciar a descida até a vítima mantendo uma velocidade controlada

4.6.3.3 Técnica de contra peso

Sempre que o trabalhador permanece suspensor pelo sistema de redução de quedas, é

necessário levantá-lo para efetuar o desbloqueio do trava-quedas ou outro EPI, a técnica

consiste em após progredir até a vítima e criar um segundo ponto de ancoragem, posicionar o

ascensor de mão acima da vítima e passar a pedaleira pelo conector do ascensor, e conectar ao

cinto da vítima criando um sistema de redução de modo que ao colocar o peso na pedaleira a

vítima seja puxada para cima.

Figura 85: Exemplo de contra peso (AUGUSTO, 2015)

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4.6.3.4 Operações de resgate em acesso por cordas

Durante o resgate, nem sempre podemos contar com um segunda corda para acesso de modo

que ao utilizar a mesma corda da vítima, é importante evitar trancos ao ascender ou descender

pela corda afim de evitar o agravamento do estado da vítima e esforços desnecessários sobre as

ancoragem.

Se durante o resgate não for possível liberar a vítima com a manobra de contrapeso, e possível

corda a parte têxtil do EPI, ou caso esteja em corda independente e ancorada para o resgate,

corta a corda da vítima após o estabelecimento dos pontos de ligação entre a vítima e o

resgatista, importante deixa a menor folga possível entre os pontos de ligação afim de evitar

trancos ao transferir o peço da vítima após o corte.

Durante o resgate a uma vítima em suspensão inerte o tempo e vital desta forma os

procedimento visão, ser os mais rápido de fácil execução e seguros possível.

Durante o resgate de um ponto abaixo da vítima o resgatista progride com técnicas de ascenção

até a vítima, e ao alcança-la de imediato ele conecta seu talabarte longo a vítima criando um

segundo ponto de ancoragem, e com o segundo ponto de ancoragem então monta seu

equipamento de descida bloqueado logo abaixo do de subida, na mesma corda e então ele pode

deslocar seu bloqueador de mão acima do EPI a que o trabalhador está conectado, podendo

realizar a manobra de contra peso, ao realizar a manobra de contra peso o resgatista fica com

seu peço sobre a pedaleira puxando a vítima para cima ocasião, que lhe permite em uma única

manobra além de desbloquear o EPI da vítima conectar uma costura ou corrente de mosquetões,

formando um segundo elo de ligação com a vítima e abandonar o ascensor ventral desta forma,

ao retirar seu peso da pedaleira o resgatista está suspensor por seu equipamento de descida e

com a vítima presa por dois pontos ao seu cinto de segurança, possibilitando a decida até a

equipe destinada aos primeiros socorros em segurança.

Figura 86: Resgate simples (AUGUSTO, 2015)

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Durante operações onde o resgatista parte de cima ele progride até a vítima utilizando as

técnicas de descensão, e ao chegar a vítima e bloquear o descensor o primeiro passo e

estabelecer um ponto de ligação com a vítima utilizando o talabarte longo, e então efetuar a

manobra de contrapeso com auxílio do bloqueador de mão em conjunto com a pedaleira,

aproveitando a elevação da vítima para criar o segundo elo de ligação utilizando a costura ou

corrente de mosquetões de modo que ao aliviar o peso sobre a pedaleira esteja suspenso por seu

equipamento de descida, e com a vítima pendurada por dois pontos a seu cinto de segurança

possibilitando a descida em segurança.

Em ambas situações o resgate deve ser planejado e coordenado de maneira a quando a vítima

chegar em solo a equipe destinada aos primeiros socorros, já estejam no local e a de remoção

pelo menos a caminho.

Assim que chegar ao solo a vítima de suspensão inerte não deve ser colocada na posição

horizontal, a não ser para realização de desobstrução de vias áreas ou (RCP) Reanimação Cardio

Pulmonar deve sim ser mantida sentada em posição fetal por cerca de 20 a 40 minutos, e

encaminhada a Hospital equipado com Unidades de Tratamento Intensivo UTI independente

da aparição de sintomas, para a realização de exames específicos, é de sua importância informa

o serviço de transporte e atendimento médico sobre a situação de suspensão, tendo em vista que

nem todos sintomas são aparentes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a confecção deste cheguei à conclusão que o Brasil está muito atrasado quando a

segurança para trabalhos em altura e a corrupção, incompetência e descaso das autoridades

competentes deixa o trabalhador cada vez mais a sua própria sorte criando leis e normas como

a CB-32 que contou com 14 fabricantes, 5 importadores, 2 laboratórios, 2 entidades diversas

e 2 usuários, e apesar de representar um avanço no país, permitem falhas graves como a

possibilidade do fabricante determinar os equipamentos que podem ser conjugados ao seu, não

parece grave, é não seria se os fabricantes colocassem por exemplo “utilizar em conjunto a trava

quedas certificado pela NBR 14626 “ao invés de colocar “utilizar em conjunto a trava quedas

da marca X” uma vez que desde que fabricados segundo os mesmos critérios a marca não

influencia no seu desempenho, e para comprovação a caráter pessoal durante a execução deste

fiz questão de nunca utilizar equipamentos do mesmo fabricante constando que este não traz

nem um prejuízo, e sim uma economia significativa escolhendo o melhor custo benefício de

cada fabricante, chamou atenção também o fato de considerar importantes equipamento de

proteção individual, como acessórios para cinto de segurança tipo paraquedista devido ausência

de normativa nacional.

Outra conclusão que cheguei é de que o custo benefício neste caso estar expresso não

em valores monetários sim em valores éticos, morais e da própria imagem da empresa uma

vez, que a legislação com suas omissão favorece cada vez mais os fabricantes e comerciantes e

não criam mecanismos para fiscalização e responsabilização das empresas, de maneira a

influenciar na segurança no ambiente de trabalho sendo uma preocupação observada apenas em

grandes empresas influenciadas por uma tendência mundial em busca da segurança e qualidade

no ambiente de trabalho, deste modo o retorno custo benefício do investimento necessário a

implantação de uma equipe de atendimento a emergência se dá, primeiro na colaboração com

a redução do número de morte no ambiente de trabalho, e em segundo com a proteção da

imagem da empresa evitando publicidade negativa gerada com associação da empresa com

mortes em acidentes de trabalho, excelência que pode ser atestada por certificações nacionais e

internacionais que exigem alto nível de comprometimento com a saúde e segurança dos

trabalhadores, além de contribuir com a sensação de segurança no ambiente de trabalho com a

disseminação de informações no ambiente de trabalho com a atuação de profissionais mas bem

instruídos.

Importante fato observado é que a Suspensão Inerte pode ter efeitos distintos, em função

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do condicionamento físico e aspectos fisiológicos de cada indivíduo, de modo que em

determinadas pessoas pode levar a óbito em pouco minutos, reforçando a necessidade de manter

equipes treinada, equipadas e aptas a atuar em situação de emergência, tendo em vista que em

minha opinião a possibilidade criada pela NR-35 de contar com o corpo de bombeiros na

atuação do resgate em altura é quase criminosa, já que em uma situação de suspensão inerte a

demora no acionamento, deslocamento, reconhecimento da crise e dimensionamento de

equipamento pode representar a morte assistida de um trabalhador no ambiente de trabalho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NR- 35 COMENTADA SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO

DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 2013

MANUAL ACADEMICO ESCOLA TÉCNICA SEQUENCIAL: orientação para trabalhos

acadêmicos/projetos de pesquisa e TCC

MANUAL DE AUXILÍO NA INTERPRETAÇÃO NO ANEXO “ACESSOR POR CORDAS”

DA NR-35 TRABALHO EM ALTURA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8221: Capacete de segurança

para uso industrial, elaboração. Rio de Janeiro 2000

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14626: Equipamento de

proteção individual -Trava-queda guiado em linha flexível. Especificação e método de ensaio,

elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14627: Equipamento de

proteção individual - Trava-queda guiado em linha rígida. Especificação e método de ensaio,

elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15595: Acesso por cordas -

Procedimento para aplicação do método, elaboração. Rio de Janeiro 2008

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15475: Acesso por cordas -

Qualificação e certificação de pessoa, elaboração. Rio de Janeiro 2007

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15986: Cordas de alma e

capa de baixo coeficiente de alongamento para acesso por cordas, elaboração. Rio de Janeiro

2011

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15834: Talabarte de

segurança, elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15836: Cinturão

paraquedista, elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15837: Conectores,

elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR/CB 32: Comitê brasileiro de

equipamento de proteção individual

MANUAL DE RESGATE TÉCNICO VERTICAL AVANÇADO INTERNACIONAL

COLLEGE: 7ª edição 2014

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MANUAL TASK COLLEGE ACESSO E RESGATE EM CORDAS - Ricardo Perez 2011

PORTARIA 3.214 DE 8 DE JUNHO DE 1978 DO MINISTERIO DO TRABALHO

NR - 6 equipamentos de proteção individual EPI

NR - 18 condições e meio ambiente de trabalho da construção

NR - 34 condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval

NR - 35 trabalho em altura

Sites consultados durante 2014

Controleacima.blogspot.com

tecnicasverticais.blogspot.com/

www.aranhaspredial.com.br

www.ultrasafe.com.br

http://alpimonte.net/m/alpen-pass/

www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais

espeleoaventura.blogspot.com

noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/12/06/construcao-e-

o-segundo-setor-com-o-maior-numero-de-mortes-em-acidentes-do-

trabalho.htm

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140811_mortes_esta

dios_copa_mv

http://portal.mte.gov.br/data/files

www.ebah.com.br

www.mpas.gov.br MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL

controleacima.blogspot.com

portal.mte.gov.br

www.singingrock.com

www.petzl.com/manuaisdeuso

http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/Exigencias/ue/marcacao.asp

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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 76

ec.europa.eu

Unicerj.org.br

http://cesaraks.blogspot.com.br/2015/01/tabela-de-resistencia-dos-

nos.html